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ESTUDO	DAS	CORES
CAPI�TULO 2 – COMO PERCEBEMOS AS CORES?
Carolina Carpinelli Caetano
Introdução
O céu é azul, a banana é amarela, a areia é marrom: no dia a dia nós pensamos e falamos em cor exatamente
dessa forma. Mas você já parou para pensar como você vê uma cor? Será que todo mundo ao seu redor percebe
uma cor exatamente como você percebe? Algumas vezes as cores possuem signi�icados para você que para
outros pode parecer diferente. A percepção de cores vai muito além do fı́sico. Existem vários fatores
psicológicos envolvidos nesse processo. 
A cor pode aumentar a memorização e dar identidade à um projeto de	 design. Além disso, as cores afetam
nosso sistema nervoso e nossas emoções. Elas são as principais aliadas em um processo criativo. Utilizando-
as da maneira correta, ou seja, com contrastes interessantes e a harmonia perfeita, é possı́vel destacar, atrair a
atenção, despertar desejo de compra, transmitir uma mensagem, dar identidade, agregar signi�icado, entre
tantas outras funções que a cor tem dentro de um projeto de design.
Seguindo os questionamentos acima e evidenciando sua importância, conceituaremos elementos da harmonia
e percepção cromática, abordaremos os principais tipos de harmonização de cores e, na sequência, iremos
conhecer algumas teorias sobre percepção das caracterı́sticas da cor e complementariedade. Nossas re�lexões
serão guiadas pela abordagem técnica, que será estudada com mais profundidade. 
Ao �inal do capı́tulo teremos o conhecimento sobre conceitos relacionados à lei de contraste simultâneo das
cores e poderemos realizar experimentações de acordo com o tópico estudado. Iremos também, compreender
como embasar um trabalho de design	 em relação à pesquisa cromática, qual sua importância no
desenvolvimento de um projeto e como essa atividade pode ser realizada. 
Conhecer as diversas combinações de cores é essencial para o trabalho de criação e produção de moda. O uso
correto do cı́rculo de cores pode ser o ponto inicial para a construção de estampas, peças e looks inovadores.
Acompanhe este capı́tulo com atenção, ele será primordial para você ingressar nos estudos acadêmicos da
área de design de moda!
2.1. Elementos da harmonia e a percepção cromática
Iniciaremos conceituando os termos harmonia e percepção para termos maior clareza nessa re�lexão. Clique
nas abas a seguir para conhecer esses conceitos.
Harmonia é a combinação de elementos ligados por uma relação de pertinência, que produz uma
sensação agradável e de prazer. Percepção é ter consciência, impressão ou intuição de algo. 
Muito se fala sobre a sensação que a cor nos dá, entretanto há diferenças entre a sensação e
percepção cromática. Segundo Pedrosa (2010) a sensação da cor é provocada pela ação da luz sobre
o órgão da visão. 
•
•
•
Harmonia
Sensação	da	cor
A percepção da cor é um fenômeno bastante complexo, pois além da sensação há também fatores do cérebro
humano que alteram o que se vê. Pedrosa (2010) exempli�ica esse fenômeno por meio de um exemplo comum
na vida de todos: um lençol branco. Suponha que coloquemos um lençol branco sob diferentes luzes, uma
delas com a cor um pouco amarelada e a outra mais violeta. Se perguntarmos para alguém: Qual a cor do
lençol? Quais seriam as respostas? Provavelmente a maioria, ou quase todos, responderia branco. O lençol
sempre nos parecerá branco, apesar de, na realidade, por conta da iluminação, estar amarelado ou mais
próximo do violeta. Esse exemplo nos mostra que muitas vezes podemos perceber as cores da maneira que
elas não são de fato. Nesse caso nós já tı́nhamos a informação de que aquele objeto era branco então o
percebemos como branco mesmo não estando branco. Esse fenômeno pode ser chamado de “constância da
cor”.
Já a percepção envolve elementos fı́sicos e �isiológicos e os dados psicológicos que modi�icam o
que se vê. Para Fraser (2007, p. 30) a percepção é um processo que se baseia na ação na
probabilidade e na experiência. “A imagem que percebemos é um elemento de um processo - O
processo de perceber. Podemos incluir nesse processo todos os elementos constituintes da vida.
Assim, concluı́mos que objeto de percepção são parte de uma mesma coisa, incluem-se numa só
totalidade”.
VOCÊ SABIA?
A cromoterapia é um tratamento alternativo que consiste na utilização das cores
para curar enfermidade e restaurar o equilıb́rio fıśico e emocional das pessoas. O
tratamento cromoterápico é utilizado desde tempos antigos por egıṕcios, gregos,
chineses e indianos. Suas aplicações foram comprovadas por experimentações.
Goethe realizou estudos sobre as cores, chegando à conclusão que elas possuem
um determinado efeito ao corpo humano: o vermelho estimula; o azul suaviza; o
amarelo causa alegria e o verde é relaxante. Existem diversas técnicas que podem
ser utilizadas como: harmonização, luz do espectro solar, lâmpadas coloridas,
alimentação natural, mentalização das cores e o contato com a natureza (SILVA;
MONTEIRO, 2006). 
Percepção	da	cor
Existem três caracterı́sticas principais que correspondem aos parâmetros básicos da cor: a Matiz; o Valor,
Luminosidade ou Brilho; e o Croma. A seguir, iremos nos aprofundar nesses três parâmetros tão importantes
no âmbito do estudo das cores.
2.1.1 Tom ou tinta
Tom ou matiz é o aspecto da cor que possibilita distinguir os diversos tipos de cores, e realizar a sua própria
classi�icação conforme a sua tonalidade, como por exemplo, diferenciar um amarelo em amarelo esverdeado
ou amarelo alaranjado.
Diz respeito a maior ou menor porção de luz que está presente na cor. Quando se acrescenta preto a um certo
nuance ele se torna gradativamente mais escuro. Essas gradações que ocorrem podem ser denominadas de
escalas tonais. Para se obter escalas tonais mais claras adiciona-se o branco. 
Considera-se tom a escala do claro ao escuro, de uma certa cor, em relação a uma proporção de cinzas que
matiza do branco ao preto. As cores mais claras manifestam mais luz e possuem um elevado valor tonal, ao
contrário das cores mais escuras.
Clique a seguir para conhecer mais sobre os conceitos de tonalidade e tom.
Para Farina et al (2006, p. 70), ao acrescentar branco e preto, ou seja, o cinza, a uma cor, ocorrerá a de�inição de
uma tonalidade. “Uma cor com branco nos dará um matiz; uma cor com preto nos dará um sombreado”. Além
disso, ao juntar o cinza com uma cor ocorrerá a tonalidade.
Tonalidade
Tom
Tonalidade é a nomenclatura usada no âmbito cromático para
categorizar os vermelhos, amarelos, azuis entre outras cores. Ainda
que o vermelho e o amarelo sejam duas cores inteiramente distintas,
é da combinação dessas duas cores que se dá o laranja. Ao
misturarmos amarelo e verde temos de resultado o amarelo
esverdeado, entre tantos outros casos.
Segundo Farina et	 al. (2006), tom é a transformação qualitativa da
cor e está propriamente relacionado aos comprimentos de onda. 
Fraser (2007) a�irma que o termo tom ou matiz é a propriedade da
cor mais difı́cil de descrever, pois, apesar de todo mundo perceber
as cores quase que da mesma maneira, nem sempre elas
concordarão que certa cor é exatamente aquela que se trata.
2.1.2 Saturação
A saturação diz respeito ao vigor ou palidez e a pureza ou intensidade de uma determinada cor. As cores puras,
por exemplo, estão completamente saturadas. 
A saturação mensura a quantidade de uma certa cor quando ocorre uma fusão de cores, ou seja, quanto mais
saturada for a cor de algo, maior sensação de movimento ela transmite. Para Pastoureau apud	 Farina et
al.	(2006) a�irmar que a saturação é a faculdade que essa cor tem de se concentrar sobre si mesma não seria
errado, entretanto é algo vago. Para o autor,
E� , uma maneira de dizer menos abstrusa do que de�inir a saturação como – a dissolução num
lı́quido da massa maximal de uma substância colorida – e explicar a ação de saturar pelo fato de –
levar uma solução,colorida por uma matéria dissolvida, a conter a maior quantidade possı́vel
desse corpo dissolvido (PASTOUREAU apud FARINA, 2006, p. 71).
Farina et	al. (2006) a�irma ainda que quando não se coloca nem branco, tampouco preto numa cor, porém ela
está conforme o comprimento da onda que lhe é correspondente no aspecto solar, haverá uma cor saturada. 
Ao misturar uma cor na outra, ela perde a sua intensidade e parecerá mais desbotada e opaca. E� por esse
motivo que se pode a�irmar que a saturação é a quantidade de cinza que existe dentro de uma cor, ou seja,
quanto mais cinza a cor tiver, menos saturada e viva ela será. A saturação pode ser reduzida adicionando cinza.
2.1.3 Luminosidade ou valor
A luminosidade é a intensidade da luz que re�lete na superfı́cie onde se encontra a cor, podendo diferenciá-la
entre claro, quando se aproxima do branco, e escuro, quando se aproxima do preto. A luminosidade das cores
altera verticalmente. As cores podem ser categorizadas em claras e escuras quando se compara a sua
luminosidade. 
A luminosidade é uma propriedade muito importante, pois ela criará sensações relacionadas ao espaço,
mediante a cor. Portanto, fragmentos de uma mesma cor com grandes distinções de valor determinam frações
distintas no espaço, ao passo que uma alteração gradativa no valor de uma cor dará a percepção de contorno e
de continuidade de uma coisa no espaço.
Quanto mais se adiciona branco a uma cor, aumenta a sua claridade, dando-lhe um valor mais alto, à
proporção que se acrescentar mais preto a uma cor reforça a sua obscuridade, dando-lhe um valor mais baixo.
Quanto mais brilhante a cor, dá-se mais a impressão de que o objeto está mais perto do que na verdade está.
Segundo Farina et	al.	(2006, p. 71), “a luminosidade decorre da iluminação, assim como a saturação e a cor. E�
por isso que, à noite, na praia, não vemos a areia tão branca como de dia. Quando acrescentamos o preto a uma
determinada cor, reduzimos sua luminosidade”.
O conceito de luminosidade é muito signi�icativo para a pintura a óleo, já que o sucesso de um pintor está na
sua habilidade em distinguir os diversos valores para uma gama de cores e estar apto a executá-las em seu
labor, dando profundidade por meio da correção utilização de luzes e sombras.
O quadro acima pode ser observado em softwares relacionados à criação de imagens digitais. Ao movimentar
o cursor para os lados é possı́vel modi�icar o valor na escala de matiz das cores. Ao movimentar para cima e
para baixo é possı́vel modi�icar a saturação, deixando as cores mais puras, intensas ou mais “lavadas”.
Movimentando o cursor para cima e para baixo ao lado direito é possı́vel modi�icar a luminosidade da cor, ou
seja, você consegue deixar as cores mais claras ou mais escuras.
Figura 1 - A �igura ilustra a diferença entre as três dimensões em relação às cores: matiz, saturação e
luminosidade.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
2.2 Harmonização
Diversos estudos relacionados à sistemas grá�icos foram feitos, porém nenhum dos estudiosos conseguiu se
impor como um método internacional de representação das cores. Segundo Pedrosa (2010), conhecemos
nesse século a primeira sistematização grá�ica das cores que foi aceita em escala internacional: o diagrama tri-
cromático XYZ, ou também chamado de trı́plice estı́mulo. A teoria tricromática a�irmava que o olho humano
tem receptores para três cores primárias – vermelho, verde e azul – e as outras cores seriam combinações
feitas pelo cérebro. Ela foi recomendada em 1931 pela Comissão Internacional de Iluminação e complementa o
sistema RGB (R: red, G: green e B: blue).
Como os meios de codi�icação colorimétrica se aperfeiçoaram, as referências às cores tornaram-se mais
precisas. Por conta disso se desenvolveu a especi�icidade das três formas de designação das cores: verbal,
matemática e a linguagem cromática. 
A verbal se dá por meio de comparações com elementos naturais, entretanto pode haver uma nomenclatura
imprecisa. A matemática é precisa, entretanto subjetiva para o grande público. Já a linguagem cromática é
precisa e concreta, mas continua restrita a um número pequeno de pessoas que tenham conhecimento.
A di�iculdade na aplicação dos códigos referenciais de cores se dá por conta da falta de conhecimento sobre
elementos especı́�icos das mais diversas áreas de aplicação da cor. Isso fez com que se tornasse necessária a
adoção de métodos que sensibilizem a ver mais e melhor. 
2.2.1 Sistema gráfico de harmonização de cores
Os diversos estudos em torno de manifestações cromáticas reconhecem que existem três grupos principais de
estı́mulos visuais: um formado pelas cores-luz e dois pelas cores-pigmento. 
A �igura abaixo representa um cı́rculo de 12 tons. No cı́rculo estão presentes as cores-luz primárias (vermelho,
verde e azul-violetado) e as secundárias (magenta, amarelo e ciano) que produzem as terciárias (vermelho-
violetado, laranja, amarelo-esverdeado, verde-azulado, azul e violeta). Nesse caso temos sete cores
predominantemente frias e cinco cores quentes. O que intriga nessa organização é a relatividade da
composição e estrutura, quando observamos a alternância de luminância e re�letância. (PEDROSA, 2010). O
laranja e o violeta, habitualmente vistos como cores secundárias, apare¬cem como terciárias, enquanto o azul
tirante ao cobalto, que é primária em cor-pigmento opaca, surge como cor terciária.
VOCÊ O CONHECE?
Israel Pedrosa é um pintor, pesquisador, professor universitário e escritor brasileiro.
Foi discıṕulo de Ferrucio Dami e Portinari. Se formou na Escola Superior de Belas-Artes
de Paris. Foi professor na Universidade Federal Fluminense. Ele escreveu os principais
livros brasileiros sobre teoria das cores: Da cor à cor inexistente e O Universo da Cor.
Seu livro Da cor à cor inexistente, publicado em 1977, ganhou o Prêmio Thomas Mann,
oferecido pela Embaixada da Alemanha. O pesquisador observou que objetos idênticos
de cor branca sob efeito da luz solar, em iguais circunstâncias e intensidade,
manifestavam, sem que houvesse interferência externa, cores em diversos matizes. Em
fevereiro de 2018 ele faleceu deixando seu grande legado ao estudo das cores.
Desde as primeiras descobertas de J. C. Le Blon em 1730, o vermelho, o amarelo e o azul foram adotados como
trı́ade primária. Com o desenvolvimento das pesquisas evidenciou-se que o vermelho não é cor primária em
cor-pigmento. A trı́ade magenta, amarelo e ciano torna-se a verdadeira geratriz das demais cores-pigmento,
com sete cores frias e cinco de cores quentes. “A mistura do vermelho com o azul em cores- pigmento não
produz o violeta, o que demonstra que o vermelho não é cor primária (geratriz), mas, pela facilidade do
emprego do vermelho já pronto em cor-pigmento opaca, os pintores continuam a utilizar a trı́ade indicada por
Le Blon” (Pedrosa, 2010, p. 146).
Com o objetivo de estabelecer o maior controle possı́vel sobre as várias manifestações dos fenômenos
cromáticos relativas às atividades, Pedrosa (2010) reúne uma série de observações num conjunto
esquematizado - um Sistema Grá�ico de Harmonização de Cores. 
2.2.2 Círculos de harmonização e módulo de mensuração
Dentro do sistema Grá�ico de Harmonização de Cores, desenvolvido por Israel Pedrosa, há dois Cı́rculos de
Harmonização. Nos cı́rculos abaixo, as cores complementares estão opostas. 
Figura 2 - Cı́rculo cromático com 12 cores.
Fonte: Elaborado pela autora, 2019.
O autor a�irma que os diversos estudos sobre cor ao longo dos anos demonstram que todos os fenômenos
cromáticos são regidos basicamente por quatro fatores, listados a seguir. Clique para conferir. 
Figura 3 - A �igura apresenta dois cı́rculos de harmonização. As cores quentes quando mais claras
combinam-se com as cores frias mais escuras e vice-versa, gerando um equilı́brio.
Fonte: PEDROSA, 2010, p. 128-129.
I.	Quantidade
Extensão das áreas coloridas. 
II.	QualidadeCaracterı́sticas das cores. 
III.	Forma
Caracterı́sticas das áreas coloridas.
IV.	Posicionamento
Relacionamento e integração das áreas coloridas.
Os dois cı́rculos estão divididos pela metade horizontalmente. Ao observarmos a metade superior do Cı́rculo
1, partindo de seu maior ı́ndice de crominância, as cores dessaturam-se no sentido central (branco). Ao
analisarmos a metade inferior as cores se rebaixam até o centro (preto). Analisando os dois cı́rculos é possı́vel
observar que as metades do Cı́rculo 2 complementam as metades do Cı́rculo 1, ou seja, todos os 12 tons se
“juntam” formando escalas de dessaturação e de rebaixamento. 
2.2.3 Combinação de cores
A combinação de cores é uma propriedade que pares de cores têm de se harmonizar. Para realizar uma
combinação de cores é necessário mais do que um bom senso estético – existem técnicas que podem ser
utilizadas para esse �im.
A combinação pode ser feita por meio da integração de cores com relativa proximidade, como o vermelho e a
cor de rosa ou até mesmo quando se quer obter contrastes, com cores altamente distintivas, como, o verde e o
rosa. 
Segundo Pedrosa (2010) todas as duplas de cores formam acordes consonantes ou dissonantes. Pode-se
a�irmar que toda cor combina com outra, o que não signi�ica que todo grupo de cores forme uma harmonia. O
autor cita três métodos principais para a formação do equilı́brio de uma dupla de cores:
1. Intensi�icando ou diminuindo o tom ou a luminosidade de uma das cores. Clique para conhecer as
combinações possı́veis. 
a. Com o magenta em seu estado natural, pode-se tornar o verde mais claro pela mistura com o
amarelo, ou mais escuro, com o azul.
b. Com o verde em seu estado natural, é possı́vel escurecer o magenta com o azul, ou clareá-lo
com o amarelo.
a. Com o amarelo em seu estado natural, é possı́vel clarear o azul-violetado pela mistura com o
ciano, ou escurecê-lo com o magenta.
b. O amarelo não clareia se misturado com qualquer outra cor. Ele poderá escurecer se mistura
com a cor vermelha, alaranjando, ou com a cor azul, esverdeando.
a. Com a cor vermelha deixada em seu estado natural, é possı́vel clarear o ciano pela mistura com
a cor verde, ou escurecê-lo com o magenta.
b. E� possı́vel clarear a cor vermelha misturando-a com o amarelo, obtendo o seu escurecimento
com o magenta.
•
•
•
Magenta	+	verde
Amarelo	+	azul-violetado
Ciano	+	vermelho
2. Dessaturando ou rebaixando o tom através da mistura com o branco / preto;
3. Utilizando um debrum, ou cercadura das cores. O branco, o preto e o cinza equilibram os tons que
envolvem.
Para Farina (2000) a combinação de várias cores pode ser uma estratégia que possibilita a potencialização de
efeitos de sentido de uma determinada peça, produto ou embalagem. Ao se utilizar da combinação de várias
cores pode-se dar um signi�icado mais amplo e/ou complementar à determinado objeto. 
Assim como não podemos julgar se algo é feio ou bonito, não existem cores impossı́veis de serem
combinadas. O que existe é a�inidade, harmonia, semelhança, aproximação, contraste, oposição etc.
VOCÊ QUER LER?
Esse livro não é apenas um livro. Com autoria de Nelson Bavaresco, coordenador do
Sistema de Cores Cecor, o livro Harmonia das Cores aborda os fundamentos da cor e da
harmonia cromática. Além disso ele vem inserido, em duas páginas para destaque, o
ArmColor de tiras, que permite organizar e visualizar milhares de combinações de
cores. O livro também descreve os 24 acordes mapeados pelo Sistema Cecor,
informando detalhes da harmonia e o número de combinações feitas por cada um.
Nele também há diversas dicas de como tomar decisões dentro de um projeto
cromático. (BAVARESCO, 2016)
2.3 Harmonização Cromática
A harmonia cromática é o ato de compor as cores de forma harmonizadas entre si causando uma boa
impressão visual. Para atingir esse objetivo é imprescindı́vel o conhecimento profundo do cı́rculo cromático e
das teorias das cores. Para as cores funcionarem bem em conjunto é preciso saber fazer as escolhas corretas,
tecnicamente falando. Abordamos anteriormente os principais conceitos relacionados a percepção da cor. De
agora em diante iremos abordar as teorias de harmonização cromática que irão ajudá-lo a tomar decisões
relacionadas à combinação de cores e seus fenômenos.
2.3.1 Harmonia de tons ou cromática
A harmonia cromática é formada pelo equilı́brio entre a cor dominante, a cor tônica e a cor intermediária. A
cor é dominante quando ela ocupa um maior espaço dentro de um conjunto de cores. A cor é considerada
tônica quando ela é a mais forte dentro de um conjunto de cores. Em outras palavras, a cor tônica é a cor que
se sobressai. A cor é intermediária quando �ica entre dominante a tônica. 
Na foto à esquerda, do beija-�lor, podemos observar que a cor dominante é o verde, pois ele ocupa maior
espaço em relação às outras cores da foto. Nesse caso a cor tônica seria o rosa, pois ela se sobressai. As outras
cores presentes na foto podem ser consideradas cores intermediárias. Já na foto à direita com os gelos e as
frutas nota-se que a cor dominante é a de fundo, o azul. A cor tônica nesse caso é o vermelho, pois ele se
sobressai no conjunto. O laranja seria então, uma cor intermediária.
Ao pensarmos no equilı́brio, ou seja, na harmonia cromática, devemos analisar se ela é monocromática ou
policromática. A harmonia monocromática se dá a partir de apenas um matiz e sua variação de luminosidade.
Já a harmonia policromática se dá pelo equilı́brio entre cor dominante, a cor tônica e a cor intermediária.
Figura 4 - Vemos aqui dois exemplos para fazermos uma análise. Busque as cores dominantes, tônicas e
intermediárias.
Fonte: Chesapeake Images; Sebastian Duda, Shutterstock, 2019.
A foto à direita exempli�ica a harmonia monocromática, onde o matiz é azul e vemos apenas variações de
luminosidade. Na foto à esquerda podemos ver um caso de harmonia policromática pois temos uma cor
dominante, o vermelho, uma cor tônica, o azul, e diversas cores intermediárias.
Figura 5 - As fotos acima nos mostram dois exemplos de harmonia. Faça uma análise em relação às cores
presentes nas fotogra�ias e perceba como elas funcionam lado a lado.
Fonte: iofoto; Le Do, Shuttersock, 2019.
VOCÊ QUER LER?
 O livro de Paula Csillag, intitulado de “Comunicação com Cores. Uma Abordagem
cientı�́ica pela percepção visual” transita pelas áreas do design, arte, neurologia e
psicologia. Baseada em estudos cientı�́icos realizados pela autora, ela pormenoriza
princıṕios que direcionam a aplicação de cores na comunicação visual, derivando de
escolhas mais conscientes, que não são unicamente dependentes da intuição ou dom
dos criadores. Os assuntos que são desenvolvidos no livro encontram respaldo nos
campos do design, publicidade, arquitetura, cinema, fotogra�ia, moda, entre outros.
Sendo assim, a obra auxilia pro�issionais que atuam na área da comunicação visual a
terem respostas e critérios objetivos de suas escolhas cromáticas.
O trabalho de harmonizar cores é uma tarefa complexa, pois elas se in�luenciam mutuamente. Quando
colocadas lado a lado podemos evidenciar fenômenos enigmáticos. A seguir estudaremos melhor como se dá
a escala cromática e quais os principais tipos de harmonização de cores.
2.3.2 Escala cromática de modo maior ou menor
Compreender como realizar a análise de escalas cromáticas é essencial para um artista, designer e até mesmo
um publicitário. Mas o que são escalas cromáticas? Quando observamos que há uma variação da mesma cor,
pode ser na saturação, no tom ou até mesmo na luminosidade, podemos dizer que estamos observando uma
modulação. Quando essa modulação se dá de forma regular, ou seja, em intervalos contı́nuos, podemos dizer
que há uma escala cromática. 
Segundo Farina (2000) nós podemos chamar de escalas cromáticas as que se referem às cores propriamente
ditas. Nesse sentido, elas podemser monocromas, que se referem a uma só cor, ou policromas, com
modulação simultânea de várias cores. 
Existem diversas formas de se fazer uma escala monocromática: através da variação de luminosidade,
saturação ou do valor. Ela pode ser realizada também, misturando-se um tom com outra cor. A partir do branco
pode ser acrescentada uma cor até chegar a uma determinada saturação, chama-se escala de saturação. Já a
escala de luminosidade é obtida ao acrescentar a uma cor saturada um "preto". Já a escala que vai da cor
branca à cor preta é chamada escala de valor.
Farina (2000) também divide as escalas em: baixa, alta e média. Nas baixas usamos valores escuros (muita
cor preta, pouca luminosidade), nas médias pouca distância dos tons saturados (cor pura) e nas ditas como
altas utilizamos valores claros (muita cor branca e luminosidade). De acordo com Pedrosa (2008) as cores
quentes são classi�icadas como pertencentes ao modo maior e as cores frias ao modo menor. 
VOCÊ SABIA?
O site Adobe Color CC é um software	que pode te ajudar na escolha da paleta de
cores de um projeto. Na busca pela harmonização de cores, você pode utilizar dos
esquemas trıáde, complementar, análogas, monocromático, sombras, composto ou
complementar. Além disso, você pode também personalizar as combinações da
forma que quiser. E� uma ótima ferramenta para testar combinações de cores e
compreender melhor a teoria abordada por aqui. Disponıv́el em:
.
https://color.adobe.com/pt/create/color-wheel/
https://color.adobe.com/pt/create/color-wheel/
2.3.3 Harmonia consonante
No cı́rculo cromático de 12 tons há, de um lado, sete cores que possuem maior a�inidade com a luz, as quais
são in�luenciadas pelo amarelo e pelo vermelho; ao passo que do outro lado, estão presentes as cores que se
identi�icam mais com a sombra e possuem a�inidade com a cor azul. Cada um desses grupos formam um
acorde consoante, pois o caráter harmônico entre eles é devido à a�inidade nos tons que as cores possuem
entre si e pela presença de uma cor principal em comum, a qual faz parte deste grupo causando uma variação
na estrutura dos tons de todas as outras cores.
Harmonia consonante é um conjunto de matizes próximos. São combinações feitas através de cores vizinhas
ou com apenas um intervalo. A harmonia nesse caso se dá pela semelhança entre as cores. 
Harmonia análoga: Utiliza-se uma cor primária combinada com
outra(s) cor(es) vizinha(s) no círculo cromático. Temos como
Figura 6 - A �igura mostra um exemplo de harmonia análoga. Ela se dá pela utilização de uma cor primária e
de cores que estão ao seu lado no cı́rculo cromático. Também é um caso de harmonia consonante.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
•
exemplo a combinação do azul com o azul-violetado e do
vermelho com o vermelho-alaranjado.
2.3.4 Harmonia dissonante
E� um conjunto formado por cores complementares. A harmonia das cores ocorre pela diferença entre as cores.
Essa técnica dá um ar muito mais criativo e inovador à combinação de cores, pois se utiliza de cores de alto
contraste. São combinações mais complexas.
Harmonia triádica: Utiliza-se o triângulo equilátero inserido no
círculo cromático. Temos como exemplo a combinação das
seguintes cores: roxo, verde e laranja.
•
Figura 7 - A harmonia triádica se dá na seleção e utilização de cores que estão na posição “triângulo” no
cı́rculo cromático.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Harmonia quadrática: utilizasse um retângulo inserido no círculo
cromático. No caso abaixo temos como exemplo a combinação das
seguintes cores: roxo, laranja, amarelo e verde.
Harmonia complementar ou de contraste: Duas cores opostas
no círculo cromático são combinadas. Nesse caso temos como
exemplo a combinação do azul com o laranja, que são cores
complementares. 
•
Figura 8 - A harmonia quadrática ocorre quando juntamos cores que estão opostas, pela forma de um
quadrado, dentro do cı́rculo cromático.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
•
Harmonia concordante: Utiliza-se das cores também opostas no
círculo cromático, porém com 1 a mais ou a menos. O contraste
acaba sendo mais suave do que se utilizarmos as cores
complementares.
Figura 9 - Harmonia complementar ocorre quando juntamos duas cores opostas, ou seja, duas cores
complementares. Toda cor possui uma cor complementar.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
•
Harmonia acordante: Quando dentro do círculo cromático se
forma ângulos mais fechados que o anterior. Nesse caso utiliza-se
das cores também opostas no círculo cromático, porém com 2 a
mais ou a menos.
Figura 10 - A harmonia concordante é parecida com a complementar, entretanto seleciona-se uma cor abaixo
da cor complementar original.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
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Harmonia discordante: No círculo cromático as duas cores estão
posicionadas 90 graus. No exemplo abaixo podemos ver o azul
combinado ao magenta.
Figura 11 - Nesse caso a harmonia acordante se dá pela junção de uma cor com outra cor duas vezes abaixo
de sua cor complementar.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
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A harmonia feita a partir de cores complementares são complexas e exigem um olhar diferenciado dependendo
de sua aplicabilidade. Como dito são as mais complexas, porém as mais criativas combinações, com
resultados inesperados e pouco comuns. 
2.3.5 Harmonia assonante
Harmonia assonante é um conjunto com mais de duas cores tônicas em que predominam as cores primárias. 
Figura 12 - A harmonia discordante ocorre quando colocamos lado a lado cores opostas à 90º graus, ou seja,
“pula-se” 3 cores no cı́rculo cromático.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Também se entende por harmonia assonante, uma grande escala harmonizada em que diversas cores tônicas
se equiparam em um patamar de saturação e criam, devido uma proximidade de estrutura, um acorde tônico,
que se valoriza pela organização de outros acordes que operam como cor dominante e de passagem.
Figura 13 - Podemos ver aqui um exemplo de harmonia assonante, no qual vemos as cores primárias
vermelho, azul e amarelo.
Fonte: Elaborada pela autora, 2019.
Assista ao vı́deo abaixo e aprenda mais sobre o tema.
Vimos aqui as mais diferentes formas de harmonização de cores. Existem inúmeras possibilidades de
combinações. O designer deve sempre analisar se o projeto pede complexidade ou combinações mais comuns,
se requer um signi�icado especı́�ico através das cores e quais possibilidades possı́veis para uma futura paleta.
CASO
Ao criar uma coleção de moda o estilista busca suas inspirações, de�ine um tema
e desenvolve uma coleção. Um elemento muito importante nesse processo é a
escolha das cores. Estamos estudando as cores e como elas se comportam lado a
lado, mas como se dá esse trabalho na prática? Cada estilista trabalha de uma
determinada maneira: não há uma fórmula ou um manual de como fazer tais
escolhas. Escolher e combinar as cores é uma decisão complexa que abrange
fatores externos que vão além da criatividade, como o mercado e as tendências.
Veremos abaixo três exemplos de como se dá a criação de uma cartela de cores
na prática, ou seja, no dia a dia no setor de desenvolvimento de produto de moda.
Holly Berry: mantém um mínimo de cores e faz algumas
injeções esporádicas. Sempre usa preto, marinho, branco e
cinza. 
Mark Eley, da grife Eley Kishimoto: forma uma cartela
utilizando o Scotdic como referência para as tecelagens e
compra tecido nas cores disponíveis em estoque e tecido
cru para tingir. 
Nicholas Kirkwood, designer de calçados: visita feiras
para ver variedades de couro tingido. Trabalha com
equilíbrio de cores - escolhe quatro ou cinco cores que
ficam bem juntas (RENFREW; RENFREW, 2010).
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2.4 Lei do contraste simultâneo das cores e mutações
cromáticas
Você já reparou que a aparência das cores muda de acordo com seu entorno ou composição? Já mudoua
percepção de uma cor por conta da junção com outra cor? Vamos a um exemplo: Você foi à uma loja e
experimentou uma blusa azul. Nesse dia você estava vestindo uma calça preta e gostou do conjunto. Ao vesti-
la em casa com uma calça branca, reparou que ela parecia menos chamativa sobre o preto. Por que será? Essa
percepção é real?
VOCÊ O CONHECE?
Além de seus trabalhos cientı�́icos e artıśticos, Leonardo Da Vinci foi um dos pioneiros
quanto à criação de uma Teoria da Cor. O artista acreditava que as cores são
propriedades e caracterıśticas do objeto. Os estudos que ele fez sobre o tema foram
escritos e reunidos no livro Tratado da Pintura e da Paisagem – Sombra e Luz, cuja
primeira edição só foi publicada depois de 132 anos após a sua morte. Dentro desta
obra são tratados diversos assuntos como pintura, perspectiva, desenho, composição,
cor, anatomia, natureza, luz e sombra; assim como estudos �ilosó�icos e estéticos.
Leonardo Da Vinci foi o primeiro estudioso a pensar sobre esse assunto. Anos depois, embasado em estudos e
descobertas anteriores, Michel-Eugène Chevreul escreveu a Lei do Contraste Simultâneo das Cores. Ela foi fruto
de diversos estudos em torno das cores. Nesse livro ele mostra suas conclusões a partir de observações
visuais de como duas cores podem parecer muito diferentes do que realmente são, se in�luenciando
mutuamente. Agora nós iremos conhecer mais a fundo essa teoria e compreender melhor esse fenômeno.
2.4.1 Aspectos históricos
Michel-Eugène Chevreul foi um grande cientista na área da quı́mica e seus trabalhos in�luenciaram muito as
artes visuais do século XIX e XX. Clique a seguir e conheça mais sobre este cientista, sua história e sua
contribuição para o estudo das cores. 
Segundo Silveira (2015, p. 34), a obra de Chevreul “procura explicar, em bases cientı́�icas, aquilo que muitos
pintores já utilizavam intuitivamente.” As leis de Chevreul foram aceitas principalmente por parecerem uma
solução dos problemas de harmonia cromática. Ele acabou in�luenciando e facilitando a análise de muitas
O quı́mico nasceu em Angers, na França, em 1786 e viveu 103 anos. No ano de 1834, foi
contratado para ser quı́mico do “Ateliê de Tinturaria” em Paris, e lá recebeu a missão de aprimorar
a qualidade da produção em tapeçaria. 
Ao iniciar seu trabalho o quı́mico percebeu um grande defeito na qualidade do fornecimento de
tintas pretas. Depois de alguns estudos, ele chegou à conclusão que isto poderia não ser apenas
um problema quı́mico, o problema poderia não ser de dentro das etapas de tinturaria, mas ser
uma situação relacionada à percepção visual dos contrastes simultâneos. 
Contudo, ele estou mais afundo sobre contrastes e publicou no ano de 1839 a sua famosa obra
“Da Lei do Contraste Simultâneo das Cores”. Nesse livro o quı́mico desenvolveu um sistema de
cores para a indústria. 
De acordo com Ventura et	 al. (2006, p. 43), esse sistema teve grande contribuição para os
próximos sistemas a serem elaborados pois ele respeita os limites de cada matiz, variando as
suas distâncias ao centro do sistema.
 “Seu sistema tem como base um cı́rculo cromático com 72 matizes distribuı́dos radialmente.
Para cada matiz pode haver variação da saturação (eixo x), e variação do brilho (eixo y). Os nı́veis
de saturação e brilho podem ter até 22 variações, que variam de acordo com os limites dos
matizes”.
obras e artistas. Seus estudos in�luenciaram diversos pintores de sua época como Delacroix, Camille Pissaro,
Georges Seurat, Paul Signac, Robert Delaunay, os quais aderiram prontamente às idéias e estudos do quı́mico
francês.
Silveira (2015) resume nos itens abaixo os principais conceitos advindos das experiências de Chevreul. Clique
a seguir para conhecê-los.
1. A certeza da relação mútua entre as cores (não apenas quando colocadas lado a lado).
2. Ao colocarmos uma cor em qualquer suporte devemos pensar na in�luência da c
complementar sob a mesma.
3. De�inição de três tipos de contrastes: o simultâneo, o sucessivo e o misto.
4. Colocar branco ao lado de uma cor irá destacá-la.
VOCÊ SABIA?
Desde que o cinema com cores surgiu foi constatado que as cores possuem um
papel essencial para a narrativa de um �ilme. As cores permitem que o espectador
tenha sensações, fazendo com que ele acompanhe o desenrolar da história
narrada no �ilme. Um bom exemplo é o �ilme O Fabuloso destino de Amélie
Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. No �ilme é possıv́el ver uma França muito diferente
do que é realmente, pois a composição das cores verde e vermelho ou laranja e
azul nos permitem ter uma experiência muito agradável ao assistir, o qual foi o
objetivo do diretor. Em Kill Bill Vol. 1 e 2, de Quentin Tarantino, as cores variam
de acordo com o clima da cena. Também se nota a presença repetitiva da cor
amarela neste �ilme, pois esta foi a cor escolhida pelo diretor para representar a
vingança da personagem principal.
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5. Colocar cinza ao lado de uma cor irá torná-la brilhante.
6. O preto apaga todas as cores que lhe são próximas.
Tais conceitos são essenciais para a combinação harmônica entre as cores e permeiam a área de artes e design
até hoje. Além disso, de todas essas descobertas a partir de seus experimentos, Chevreul também desenvolveu
o mais detalhado catálogo de cores conhecido até hoje. Ele possuı́a mais de 20.000 tons classi�icados
teoricamente, partindo das cores saturadas e suas misturas até o branco por degradação e o preto por
rebaixamento. 
2.4.2 Experimentações de contraste simultâneo das cores e mutações
cromáticas
Chevreul realizou diversas experiências com as cores. A partir de algumas delas ele de�iniu três tipos de
contrates: o contraste simultâneo, o contraste sucessivo e o contraste misto. De acordo com Pedrosa apud
Silveira (2005), o contraste simultâneo das cores foi de�inido por Chevreul como sendo o que se registra ao
observar diversas cores com in�luência recı́proca. 
Mais especi�icamente, cores complementares aparecem no entorno da forma que guarda a cor pela
qual a retina é saturada. Este fenômeno acontece também a partir de estı́mulo subjetivo. A
memória, ao ser acionada na construção de paletas para a complementação cromática, estimula a
retina e provoca o fenômeno dos contrastes simultâneos. (PEDROSA apud	SILVEIRA, 2005, p. 168).
Contrastes simultâneos não ocorrem por um estı́mulo objetivo, ou seja, não há resposta �isiológica da retina
em relação a uma saturação. Já o contraste sucessivo e misto acontece com base numa imagem fotográ�ica em
preto e branco, onde sucedeu a construção da paleta para o processo de complementação cromática do objeto.
Pedrosa apud Silveira (2005, p. 168) a�irma que Chevreul explicou o contraste sucessivo e misto das cores
como sendo “os fenômenos percebidos a partir da saturação dos olhos pela cor de um objeto durante algum
tempo e, deslocando-se em seguida para um anteparo, no qual aparece então a imagem do objeto na sua cor
complementar”.
Ao acionarmos a memória de uma cor, ocorre a excitação da retina, o que causaria o fenômeno dos contrates
simultâneos. A partir daı́, havendo a mudança do olhar, acontece o contraste sucessivo. O contraste misto
ocorria quando o nosso olhar desvia para um objeto anteriormente colorido. Este evento depende do
fenômeno do contraste simultâneo, o qual depende também da ocorrência da complementação cromática.
O contraste simultâneo ocorre quando o olho é sensibilizado por uma cor. Instintivamente, o olho procura um
tom complementar a cor já observada, para que esses tons se anulem e ele possa voltar ao seu estado de
equilı́brio. 
A harmonia cromática ocorre quando o olho encontra esse tom complementar e consegue se anular. Já quando
o olho não encontra esse tom complementar, ele a projeta em algum tom qualquer, normalmente localizado
próximo a cor original. Em outras palavras, a cor assume um pouco do tom complementar de outra.
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Segundo Farina(2000), a cor produz uma sensação de movimento, de expansão e de re�lexão e também de
impressão estática. Quando juntamos uma cor a outras, dentro de um espaço bidimensional, poderemos
observar que “os valores apresentados por uma determinada cor se alteram quando ela passa a sofrer a
in�luência de uma ou mais cores colocadas dentro de um mesmo espaço” (FARINA, 2000, p. 76).
VOCÊ QUER VER?
No vıd́eo Contrastes	Simultâneos:	Sol	e	Lua, produzido pelo Museu de Arte Moderna de
Nova Iorque (MoMa), vemos que o artista Robert Delaunay viveu numa época em que
os artistas buscavam apresentar novidades à sociedade e não copiar algo que já foi
feito ou reinventar ou renovar algum perıódo artıśtico. O pintor se utilizou bastante da
teoria dos contrastes simultâneos, pois veri�ica-se a combinação de cores primárias e
secundárias, criando, assim, novas cores, dependendo do modo como o artista as
utilizou na obra. Nesta obra, pode-se ver movimento de cores, de luz e de som, devido a
essa sobreposição de contrastes apresentada na pintura. Disponıv́el em:
.
https://www.youtube.com/watch?v=PkzACPGZcVk
https://www.youtube.com/watch?v=PkzACPGZcVk
A grande di�iculdade ao se harmonizar cores vem da alteração que elas sofrem quando em interação com
outras cores. A �igura acima mostra a justaposição de cores e coloca uma cor sobre duas superfı́cies coloridas
as comparando. Quando colocada sobre o amarelo, a cor laranja possui aparência muito mais alaranjada se
comparado a de superfı́cie vermelha. O roxo também é evidenciado pelo azul e o verde parece muito mais
forte no amarelo, se comparado ao que está sobre a superfı́cie azul.
Figura 14 - O autor apresente essa justaposição de cores. Analisando os exemplos pode-se observar a
in�luência de uma cor na presença de outra.
Fonte: PEDROSA, 2008, p. 133.
Os fenômenos de contraste estudados por Chevreul são utilizados até hoje pela ciência dentro da denominação
genérica de cores de contraste. Tais fenômenos podem parecer simples, mas a causa deles ainda é um mistério
para a ciência.
Síntese
Concluı́mos aqui esse capı́tulo relativo à percepção e harmonização/combinação de cores. Agora você já
conhece as principais teorias relacionas à percepção de cores, tom, saturação, luminosidade, cı́rculo
cromático, harmonização cromática, e sabe como é importante conhecer os conceitos para aplicá-los em
futuros projetos de design	através de técnicas. 
Neste capı́tulo, você teve a oportunidade de:
acompanhar a evolução histórica da teoria das cores e a
necessidade do estudo contínuo da mesma principalmente na
área de projetos em design;
agregar repertório visual e compositivo e aprimorar a percepção
estética, no pensar e no fazer;
conhecer e se aprofundar nas teorias das cores;
identificar a relevância da fundamentação teórica e de aplicá-la
ao trabalho prático, desenvolvendo o potencial criativo e visões
inovadoras;
compreender os elementos cromáticos de linguagem no design;
estudar sobre a harmonização cromática para tomadas de
decisão em projeto de design;
aprender sobre a lei do contraste simultâneo das cores e
mutações cromáticas e realizar experimentações óticas.
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Bibliografia
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RENFREW, E; RENFREW, C. Desenvolvendo	uma	coleção. Porto Alegre : Bookman, 2010.
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SILVEIRA, L. M. Introdução	à	teoria	da	cor.	Curitiba: UTFPR, 2015.
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VENTURA, D. F. et al. Espaço de Cores. Revista	Psicologia	USP. v.17. n.4. São Paulo, dez. 2006. Disponı́vel em:
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51772006000400003&lng=pt&nrm=iso

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