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Apostila de Teoria e composição da cor e ilustração-compressed

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DESENHO E 
PLASTICAS
Gabriel Lima Giambastiani
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Teoria das cores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar os princípios da cor.
  Construir combinações de cores.
  Indicar a utilização da cor em projetos arquitetônicos.
Introdução
O fenômeno da cor está associado à percepção humana e é responsável 
por despertar alguns tipos de emoções. O ser humano pode perceber um 
grande número de matizes cromáticas, que são uma gama de ondas eletro-
magnéticas compreendidas entre as ondas ultravioletas e infravermelhas.
A percepção das cores é uma das responsáveis por criar as mais refi-
nadas e emocionantes obras de arte e também algumas das mais belas 
construções da humanidade. 
Neste capítulo, você irá reconhecer os princípios do fenômeno da 
cor e as maneiras mais usuais de agrupá-las para criar combinações 
cromáticas. Além disso, vai ver diferentes maneiras de utilizar as cores 
em projetos arquitetônicos.
1 Princípios da cor
Segundo Corona e Lemos (1972), cor é a impressão visual provocada pela luz 
e recebida pela visão. A cor, como fenômeno físico, está associada ao compri-
mento de onda da luz (KNIGHT, 2009). Os diferentes comprimentos de onda 
são relacionados a diferentes percepções de cores, como é possível observar na 
Figura 1. Hewitt (2009) afi rma que a cor, como experiência fi siológica, reside 
no olho do espectador. Dessa forma, quando dizemos que uma superfície é 
azul, estamos dizendo que ela “parece” azul. Essa percepção pode variar de 
acordo com a espécie do observador (p. ex., humanos, cães, gatos) e, ainda, 
entre indivíduos da mesma espécie (p. ex., pessoas daltônicas). Portanto, é 
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
importante associarmos o fenômeno da cor à experiência do observador, já 
que, de acordo com Corona e Lemos (1972), a cor pode infl uenciar o objeto 
arquitetônico sob dois aspectos principais: o plástico e o psicológico.
Figura 1. Espectro eletromagnético: ondas de maior comprimento são relacionadas à 
percepção de cores quentes; ondas de menor comprimento, às cores frias.
Fonte: Ocvirk et al. (2012, p. 196).
Em relação aos aspectos plásticos do objeto, é fácil perceber que a percepção 
de superfícies e volumes é influenciada pelas cores. Observe na Figura 2 a 
representação de três retângulos de cor laranja. Em cada uma das três imagens, 
é alterada a cor do fundo. Embora não reste dúvida em relação à sua forma 
e à sua cor, a percepção de seu contorno e de sua intensidade é acentuada ou 
amenizada em função da cor do fundo. Esse recurso talvez possa ser mais 
facilmente percebido no design gráfico, em que as variações de cores e de 
tonalidades são usadas para se obter diferentes relações formais. No entanto, 
Teoria das cores2
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
também é possível imaginarmos casos de emprego de cores com intenção de 
acentuar ou dissimular relações formais na arquitetura e no design de inte-
riores, como, por exemplo, no uso de cores para destacar elementos (p. ex., 
uso de uma escada colorida, acentuando o elemento de circulação vertical) 
ou dissimulá-los (p. ex., rodapés de móveis em cores escuras, para ocultar a 
existência do elemento). A cor, nesse sentido, deve ser entendida como uma 
ferramenta à disposição do projetista para alcançar o resultado esperado. 
Assim como simetria, equilíbrio, proporção, a cor faz parte do instrumental 
de projeto e não deve ser entendida como ornamento ou recurso acessório.
Figura 2. Diferentes percepções de um retângulo em razão de alterações na cor do fundo.
Fonte: Doyle (2002, p. 20).
As cores também influenciam no estado anímico do observador — estu-
diosos como Faber Birren e Joseph Albers estão entre os primeiros a fazer 
esse tipo de associação (OCVIRK et al., 2014). As cores podem, assim, 
influenciar na valorização ou na aversão a determinadas cores em aspectos 
naturais — biológicos, inconscientes (p. ex., associação entre a cor vermelha 
e o sangue, verde e paisagens naturais) — e também em aspectos culturais, 
simbólicos, conscientes e aprendidos, como na associação de determinadas 
cores a países (p. ex., Brasil, verde e amarelo; Uruguai, azul-celeste). Times 
esportivos, partidos políticos, etc. — todos esses aspectos entram em cena 
na escolha das cores. 
Observe o exemplo a seguir: o azul é a cor do Grêmio, time de futebol 
porto-alegrense; seu rival histórico, o Internacional, tem a cor vermelha no 
escudo. Nos bares existentes dentro da Arena (Figura 3), estádio do Grêmio, 
os freezers da Coca-Cola devem ser adesivados para não ostentar a cor do 
rival futebolístico — vemos, portanto, a importância que um aspecto cultural 
tem na definição do uso de cores em ambientes internos. 
3Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Figura 3. Arena do Grêmio em Porto Alegre: o azul é a cor do time de futebol.
Fonte: Arena... (2020, documento on-line).
A cor é um fenômeno apreciado de maneira natural e intuitiva pela maioria 
dos humanos. Usada em manifestações esportivas, políticas, religiosas e 
artísticas e em diferentes contextos, desempenha papeis relevantes tanto em 
aspectos naturais, relativos à percepção, quanto em aprendidos, como influ-
ências culturais. A compreensão e a sensibilidade a essas condições devem 
ser desenvolvidas no repertório dos profissionais de arquitetura.
2 Combinações cromáticas
Agora que você já sabe o que é a cor e os critérios que infl uenciam na sua 
percepção, pode pensar no seu uso em conjunto, isto é, nas maneiras de 
combiná-las. Para Ching e Binggeli (2019), as cores têm três dimensões: 
matiz, valor tonal e saturação. Matiz é o atributo pelo qual a cor é conhecida 
e descrita — por exemplo, vermelho, amarelo e azul. O valor tonal diz respeito 
ao grau de luminosidade ou escurecimento de uma cor em relação ao preto e 
ao branco. Já a saturação está relacionada à quantidade de matiz de uma cor. 
Teoria das cores4
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Ao longo da história, foram criados diversos sistemas de classificação e 
agrupamento de cores. Um dos mais conhecidos é a roda de cores de Brewster/
Prang (CHING; BINGGELI, 2019), que organiza as cores em matizes primá-
rios, secundários e terciários. Esse sistema nos orientará na demonstração das 
relações entre as cores (Figura 4).
Figura 4. Roda de cores de Brewster/Prang.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 117).
Cores primárias são aquelas que, em processos tradicionais nos quais são usados 
pigmentos e síntese subtrativa de cores, não podem ser obtidas a partir da mistura 
de outras cores — são elas o vermelho, o amarelo e o azul (OCVIRK et al., 2014). 
Quando duas ou mais cores primárias são misturadas, podemos obter todas as 
cores possíveis. Quando duas cores primárias são misturadas em proporções iguais, 
teremos uma cor secundária: vermelho com amarelo cria laranja; amarelo com 
azul cria verde; e azul com vermelho, violeta. Cores intermediárias, por sua vez, 
5Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
são a mistura de uma cor secundária com uma primária contígua. Por exemplo, a 
mistura do verde com o azul resultará no verde-azulado. Fique atento ao fato de que 
quando falamos de cores primárias normalmente nos referimos a vermelho, azul e 
amarelo; no entanto, outros sistemas de cores podem ter cores primárias diferentes. 
Quando falamos de cores primárias, normalmente, referimo-nos ao vermelho, ao azul e 
ao amarelo; no entanto, outros sistemas de cores podem ter cores primárias diferentes. 
Segundo Ching e Binggeli (2019), há dois modelos principais de síntese cromática: o 
modelo aditivo e o subtrativo. No primeiro, somamos duas cores para obter uma terceira 
— nesse processo, há a presença de luz. É, por exemplo, o que ocorre em projetores que 
utilizam três cores: vermelho, verde e azul (em inglês, formam o acrônimo RGB — red,green 
e blue). No segundo modelo,  a síntese subtrativa, a mistura de dois ou mais pigmentos 
ou tinta dá origem a uma terceira cor menos luminosa — aqui não há a presença de luz. 
Compõem as cores primárias desse processo o amarelo, o magenta e o ciano.
Observe que essas combinações de cores criam um conjunto de cores que 
formarão uma série de relações entre si. A maneira mais fácil de visualizar 
essas relações é organizando as cores em forma de círculo (Figura 5). Podemos 
observar que uma relação extrema de contraste é obtida quando agrupamos 
uma cor com aquela que ocupa o espaço diretamente oposto na roda de cores; 
essas duas cores são chamadas de complementares. 
Segundo Ocvirk et al. (2014), uma cor é o resultado da reflexão de um 
comprimento de onda particular, bem como da absorção dos comprimentos 
de onda da complementar daquela cor. Quando uma cor e a sua complementar 
estão próximas, uma relação única e vibrante resulta do contraste, em que cada 
cor tende a aumentar a intensidade aparente da outra cor. Algo diferente ocorre 
nas relações entre cores análogas: nesse tipo de relação, são utilizadas cores 
próximas na roda de cores, obtendo-se uma relação extremamente harmônica, 
pois os matizes contíguos sempre contêm uma cor dominante. Observe que, 
na Figura 5, o amarelo é a cor dominante nas cores análogas destacadas.
Teoria das cores6
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Figura 5. Relações cromáticas na roda de cores de Brewster/Prang.
Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 120).
Além das relações de analogia e complementariedade, é possível criar 
outras relações mais complexas. Organizações triádicas, por exemplo, são 
criadas posicionando um triângulo equilátero na roda de cores. Imagine uma 
tríade composta por cores primárias (amarelo, vermelho e azul): nela, haverá 
bastante contraste entre os elementos. 
Uma tríade composta por cores secundárias (laranja, verde e violeta) tam-
bém será bastante contrastante, uma vez que o intervalo entre as cores é o 
mesmo, mas menos que o primeiro exemplo, pois quaisquer combinações de 
dois matizes da tríade compartilharão uma cor em comum (p. ex., laranja e 
verde compartilham a cor amarela). 
Outra relação bastante difundida é a baseada em retângulo (Figura 6). 
Esse sistema, conhecido como tétrade de cores, é criado quando relacionamos 
quatro cores em função de uma figura retangular. Observe que, quando o 
retângulo é um quadrado, a tétrade cromática é composta por uma dupla de 
cores complementares; quando um lado do retângulo é maior em relação ao 
outro, temos um par de cores análogas que têm uma relação de complemen-
tariedade com o outro par.
7Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Figura 6. Tétrade de cores.
Fonte: Ocvirk et al. (2014, p. 203).
A empresa Adobe, responsável por programas como Illustrator e Photoshop, dispo-
nibiliza um serviço on-line gratuito para a criação de composições cromáticas. Nele, 
é possível criar composições análogas, em tríades, tétrades, dentre outras, e fazer o 
download do esquema de cores para usá-lo em programas especializados. Para saber 
mais sobre esse serviço, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/FYb7X
Outra maneira de combinar cores, com amplo potencial da aplicação na 
arquitetura, é o esquema de cor monocromático, em que se utiliza apenas 
um matiz, mas se explora o valor tonal desse matiz tendendo ao branco e ao 
preto (Figura 7).
Teoria das cores8
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Figura 7. Escala monocromática: valores tonais tendendo ao 
preto ou o branco, gerando diversas tonalidades de cinza.
Fonte: Berrydog/Shutterstock.com.
É possível utilizar qualquer matiz para explorar a variação monocromática, 
e esse tipo de alternativa é muito usado em diversas áreas, como na arquitetura 
de interiores, no universo das artes, do design e da moda.
3 Utilização de cores em projetos de arquitetura
A aplicação da cor em projetos de arquitetura não deve ser compreendida 
como algo acessório ou prescindível. Sabendo do seu potencial para infl uen-
ciar os sentimentos humanos e a percepção da forma, as cores se tornam 
um poderoso instrumento nas mãos de um projetista habilidoso. A história 
da disciplina é repleta de exemplos — seja de arquitetos renomados, seja da 
arquitetura vernacular — em que o uso da cor tem um papel de destaque na 
composição arquitetônica. Conta-se que o renomado arquiteto alemão Mies 
van der Rohe propunha aos seus alunos um exercício que consistia em rea-
lizar uma composição cromática harmônica com um conta-gotas e algumas 
vasilhas de diferentes cores de aquarela (QUARONI, 1987). A anedota ilustra 
uma característica que o uso de cores em arquitetura compartilha com tantos 
9Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
outros aspectos da profi ssão: seu domínio e seu refi namento são adquiridos 
com a prática da sensibilidade. Há, também, motivações práticas e culturais 
que infl uenciam no uso de cores na arquitetura.
Um dos exemplos facilmente reconhecíveis são as construções gregas. 
Casas brancas com telhados azuis são facilmente identificáveis como parte 
da paisagem grega, como é possível perceber na Figura 8. Em uma conclusão 
precipitada, poderíamos assumir que a escolha cromática é o resultado de 
um nacionalismo exacerbado, fazendo alusão à bandeira grega, que é azul 
e branca. No entanto, a motivação é mais prática que ufanista: com pouca 
madeira à disposição, a maioria das construções é feita de pedra, um material 
que, uma vez que absorve o calor, mantém o interior das edificações quente. 
A cor branca reflete os raios solares, colaborando para manter o interior 
dos edifícios mais fresco. Perceba que o uso da cor está associado, aqui, à 
habitabilidade das edificações, algo que pode ser replicado em situações mais 
prosaicas, como o uso de telhas metálicas claras na cobertura de edifícios. 
O azul dos telhados tem uma motivação econômica: um produto de limpeza 
chamado loulaki, usado para lavar roupas, reage com o calcário, formando 
uma solução azulada, logo se tornou a padrão. Vemos, com isso, como o uso 
da cor, principalmente na arquitetura vernacular, é comumente associado 
à disponibilidade dos materiais e à técnica construtiva local — por isso, 
encontramos cores que remetem a nomes de lugares, como, por exemplo, o 
amarelo Nápoles, o terra Siena e o verde Nilo.
Figura 8. Santorini, Grécia.
Fonte: Setti (2012, documento on-line).
Teoria das cores10
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Outro exemplo é o da maestria na utilização das cores que fez com que 
a Casa Gilardi (Figura 9), de Luiz Barragán, se tornasse uma das principais 
referências mundiais no assunto, sendo possível fazer uma relação direta de 
sua obra com seu país de origem, o México.
Figura 9. Paredes rosas na Casa Gilardi.
Fonte: jlanebennett/Shutterstock.com.
A obra de Luís Barragán dificilmente pode ser apreciada em forma de fotografias. No 
vídeo do link a seguir, é apresentada a Casa Gilardi, na Cidade do México.
https://qrgo.page.link/TJFsc
11Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
A raiz latina para a palavra cor é o vocábulo celare, que significa ocultar, 
esconder, o que se deve à ideia que se tinha de que a pintura servia para 
mascarar algo de qualidade inferior (QUARONI, 1987). A origem é curiosa, 
uma vez que o emprego da cor tem um potencial imenso de transformar tanto 
a maneira como percebemos algo quanto nossas próprias emoções. 
Como foi possível compreender, as cores têm a capacidade de influenciar 
não apenas o bem-estar psicológico dos usuários dos ambientes, mas incentivar 
comportamentos desejáveis, como, por exemplo, alegria, excitação, calma e até 
mesmo confiança. Portanto, as cores são parte essencial do projeto arquitetônico 
nas mais diversas escalas. Agora que você conhece as principais caracterís-
ticas das cores, diferentes maneiras de agrupá-las e algunsexemplos de sua 
utilização na história da arquitetura, está mais preparado para integrá-las ao 
seu repertório de técnicas projetuais e usá-las em seus projetos.
ARENA do Grêmio. In: WIKIPÉDIA, a enciclopedia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 
2020. 1 imagem. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/
ac/Arena_do_Gr%C3%AAmio_2014.jpg. Acesso em: 27 fev. 2020.
CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 4. ed. Porto Alegre: Book-
man, 2019.
CORONA, E.; LEMOS, C. A. Dicionário de arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972.
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas 
e designers de interiores. São Paulo: Bookman, 2002.
HEWITT, P. G. Física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2009.
KNIGHT, R. D. Física. Porto Alegre: Bookman, 2009. v. 2.
OCVIRK, O. G. et al. Fundamentos de arte: teoria e prática. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
QUARONI, L. Ocho lecciones de arquitectura. Barcelona: Xarait Ediciones, 1987.
SETTI, A. 10 coisas que você precisa saber sobre Santorini antes de ir. Blog Viagem e 
Turismo, 2012. Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/achados/10-
-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-a-ilha-grega-de-santorini-antes-de-ir/. Acesso 
em: 27 fev. 2020.
Leitura recomendada
CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Teoria das cores12
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
13Teoria das cores
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1
Nome do arquivo: 
C11_Teoria_Cores_FINAL_202203041039264168219.pdf
Data de vinculação ao processo: 04/03/2022 10:39
Processo: 527832
PRODUÇÃO DE 
IMAGEM NA 
PROPAGANDA
Juliane do Rocio Juski
Teoria da cor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a influência das cores na comunicação.
 � Analisar a aplicação das cores por segmento de negócios.
 � Reconhecer a tabela Pantone e os exemplos clássicos do uso da cor 
no marketing.
Introdução
A cor é um aspecto essencial na vida dos seres humanos, e sua informação 
e seus efeitos estão presentes em nosso cotidiano, desde uma comida 
com aspecto estranho até sinais de alerta de perigo. Há vários estudos, 
principalmente na psicologia, que revelam como o cérebro humano iden-
tifica e interpreta as cores de diferentes formas e em diversos contextos. 
A cor não é apenas uma projeção de raios luminosos, mas um ele-
mento da linguagem visual que carrega informações e significados, 
influenciando emoções humanas, sentimentos e desejos. Por estimular 
sensações diferentes para cada pessoa, é fundamental compreender 
como usá-la no campo da publicidade.
Neste capítulo, você conhecerá os principais conceitos da teoria da cor 
e identificará como as cores influenciam no processo de comunicação. 
Além disso, analisará os efeitos e os estímulos causados sob a perspectiva 
da psicodinâmica das cores, reconhecendo sua aplicação por segmento 
de negócios.
1 Cor como informação
A cor está presente na vida de praticamente todo ser humano e é um aspecto 
fundamental de seu desenvolvimento. Essa relação intrínseca do homem com a 
cor existe desde o surgimento da humanidade, por meio do seu reconhecimento 
e da representação na natureza, que carrega vários significados — por exemplo, 
de cuidado, como o amarelo indicando animais venenosos e peçonhentos. 
Além disso, as cores ilustraram produtos culturais, sociais e religiosos das 
mais diversas civilizações, bem como representaram rituais e ritos essenciais 
para a constituição dessas sociedades. No Egito antigo, por exemplo, predo-
minou o uso das cores nas imagens dos faraós, sendo utilizadas na pele e nas 
vestimentas, como forma de diferenciação entre as classes. Os índios também 
as utilizam em rituais, tanto em seus adereços como nas marcas criadas para 
os momentos sagrados. Desse modo, percebe-se que a cor não envolve apenas 
uma nomenclatura ou natureza e origem, mas assume um papel simbólico na 
percepção humana e na consolidação das ações socioculturais. 
Nesse sentido, Guimarães (2000) apresenta uma reflexão pertinente sobre 
o tema. Para ele, a cor pode ser compreendida como um elemento essencial da 
linguagem visual e, portanto, é informação, pois assume essa característica 
de carregar um significado.
Ao longo das últimas décadas, a imagem vem ganhando destaque, mas 
não apenas ela, como destaca Guimarães (2000), as cores representam a ala-
vanca dos meios de comunicação, porque, desde o surgimento da imprensa de 
Gutemberg até os dias atuais, a evolução dos meios de comunicação sempre 
ocorreu com a inserção da cor. O jornal, a fotografia, o cinema e a televisão 
tiveram em seus primórdios apenas imagens em preto e branco, e o salto 
de desenvolvimento ocorreu quando se introjetou cores nesses meios. Para 
o Guimarães (2000), essa demonstração revela a importância da cor para a 
solidificação e o desenvolvimento das sociedades.
Outro aspecto destacado por Guimarães (2000) se refere à importância da 
cor no contexto contemporâneo. Para ele, vivemos uma era em que a imagem 
ocupa cada vez mais espaço em nosso cotidiano, não apenas ilustrando textos, 
mas se construindo como texto. A imagem carrega signos e significados, e seu 
impacto visual ganha ênfase quando é colorida. Isso resulta em uma expansão 
dos processos de visualidade imagética. 
Teoria da cor2
Nos estudos da semiótica, o signo é definido como um elemento ou entidade que 
carrega uma mensagem ou um fragmento dela. Cada signo é uma unidade dicotômica, 
composta pelo significante, que se refere à forma física, e pelo significado, que diz 
respeito à interpretação exterior do signo e não precisa ser associado à sua forma.
Estudos científicos sobre cor
Muitos investigadores se propuseram a compreender a cor e sua origem; desde 
Platão, Aristóteles e Pitágoras há investigações sobre a origem das cores no 
mundo. Nesse período, os pesquisadores ficaram convencidos de que a cor 
era algo próprio do objeto, ou seja, uma propriedade carregada pelo objeto e 
que não poderia mudar (GUIMARÃES, 2000).
A partir do século XV, o estudo das cores foi foco das observações feitas 
por Leon Battista Alberti e Leonardo da Vinci, das quais emergiram os tratados 
sobre cor na pintura, e por matemáticos e físicos, como Kepler, Descartes 
e Newton, cujos estudos sobre a luz, sua refração e a reflexão são os mais 
conhecidos (GUIMARÃES, 2000). Newton conseguiu, por meio de um ex-
perimento, realizar a refração da luz em um prisma, fenômeno que resultou 
na separação da luz em sete cores visíveis. 
Como resultado desses estudos, segundo Guimarães (2000), surge, com 
Goethe, o primeiro estudo interdisciplinar e organizado sobre as cores, no 
livro Doutrina das cores. Considerado um marco histórico para a teoria da 
cor, o livro de Goethe é separado em quatro partes, nas quais são estabelecidos 
os princípios cromáticos, que podem ser compreendidos sob as perspectivas 
fisiológica e física, como cores químicas, e sob a perspectiva psicológica. 
“Esta última parte acrescentada em um momento posterior e definida como 
o estudo da atuação das cores sobre a alma [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 2). 
No contexto moderno, surgem estudos sobre a importância e o impacto das 
cores na percepção humana com os estudiosos da Escola da Gestalt, com a 
semiótica e com os mestres da Bauhaus (GUIMARÃES, 2000).Desse modo, é 
possível perceber que os estudos sobre a teoria da cor, suas origens, percepções, 
conceituação e aplicabilidade são tema de diversas áreas do conhecimento, 
tendo, assim, um caráter interdisciplinar. 
3Teoria da cor
Para Guimarães (2000), além de apresentar aspectos físicos, fisiológicos 
e psicológicos, a cor assume uma função essencial como código específico 
da comunicação humana, e sua significação acontece por meio de variantes 
culturais que interferem na manutenção ou na mudança desse código. Para o 
autor, “A apreensão, a transmissão e o armazenamento ‘cor’ (como texto cul-
tural) são regidos por códigos culturais que interferem e sofrem interferências 
dos outros tipos de códigos da comunicação humana (os de linguagem e os 
biofísicos) [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 4), ou seja, ele defende que a cor é 
um fenômeno semiótico e uma manifestação cultural, por isso é carregada 
de informação. Além disso, é um elemento da linguagem visual e, devido à 
sua complexidade, possibilita a criação de um vocabulário específico para 
compor sua sintaxe visual. 
A semiótica designa o campo de estudos que busca compreender a construção do 
sentido, abrangendo todos os elementos verbais e visuais, por meio do estudo do 
signo e do significado dado a ele.
Conceituação de cor
Com os inúmeros pesquisadores dedicados ao estudo das cores, era inevitável 
que surgissem várias conceituações para o mesmo termo. Guimarães (2000) 
apresenta essas conceituações desde os autores clássicos, como Aristóteles, 
passando pelos da Idade Média, como Newton, os do século XIX, como Go-
ethe, até as visões modernas e contemporâneas sobre o tema. Por meio dessas 
conceituações, o autor estabelece que a pesquisa sobre cor se inicia na Grécia 
antiga, com a compreensão de propriedade ou qualidade de um objeto. Quem 
corrobora essa ideia é Aristóteles, descrevendo-a como propriedade dos corpos. 
Teoria da cor4
Um segundo conceito surgiu com Euclides, ainda na literatura clássica, que 
fez a primeira afirmação explícita sobre a relação da cor com a luz, definindo-a 
como qualidade da luz sobre os corpos. Porém, apenas com a consolidação dos 
estudos de Newton, na Idade Média, que se estabeleceu o alicerce sobre a cor 
como luz. Para Newton “[...] as cores não são qualificações da luz, derivadas das 
refrações ou reflexão dos corpos naturais, são propriedades originais e inatas 
que diferem em raios diferentes [...]” (NEWTON, 1704 apud GUIMARÃES, 
2000, p. 9). Portanto, com os estudos sobre as propriedades da luz, Newton 
identifica que a cor não é um elemento pertencente a um objeto, mas sim a 
reflexão da luz por meio de ondas. Cada cor apresenta uma frequência dife-
rente e será percebida por meio da absorção ou reflexão dos raios luminosos. 
Já Goethe, no século XIX, construiu sua teoria baseado na contestação 
das ideias de Newton. Para Goethe, a cor é uma ação da luz sobre a visão. 
“As cores são ações e paixões da luz. Nesse sentido, podemos esperar delas 
apenas alguma indicação sobre a luz. Na verdade, luz e cores se relacionam 
perfeitamente, embora devamos pensa-las como pertencendo a natureza em 
seu todo: é ela inteira que assim quer se revelar ao sentido da visão [...]” 
(GOETHE, 1810 apud GUIMARÃES, 2000, p. 9). Segundo essa teoria, a cor 
não é apenas um fenômeno físico, mas uma construção do sentido da visão, 
incluindo, assim, a questão da percepção visual. 
Schopenhauer vai além de seu mestre Goethe, definindo a cor como um 
fenômeno da percepção e da cognição, no qual o mundo sensível é a nossa 
representação, ou seja, a cor pertencer ao objeto ou não, interfere na forma 
como é percebida e interpretada, e esse processo só ocorre por meio do intelecto 
(GUIMARÃES, 2000). 
Para concluir, Guimarães (2000, p. 12) define uma visão contemporânea 
e moderna sobre a cor como “[...] uma informação visual, causada por um 
estímulo físico, percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro [...]”. Desse 
modo, o autor explica que a cor é percebida ou como um estímulo físico, sendo 
esse o meio que carrega a materialidade das fontes, ou como causa da cor, sendo 
ela cor-luz ou cor-pigmento. Esse estímulo é processado pelo cérebro, que atua 
como o suporte responsável por decodificar o estímulo físico e transformar a 
informação da causa em sensação, resultando no efeito da cor. Além disso, o 
significado desse efeito será baseado nas concepções culturais de cada sujeito.
5Teoria da cor
Diferença entre cor-luz e cor-pigmento
Guimarães (2000) esclarece que quando uma cor tem como fonte de sua formação luzes 
coloridas, emitidas de forma natural ou produzidas pela filtragem ou decomposição 
da luz branca, o estímulo visual recebe o nome de cor-luz; já quando é formada por 
substâncias coloridas ou corantes que cobrem os corpos, e a luz que age como estímulo 
obtido por meio da refração, recebe o nome de cor-pigmento. 
Seguindo a vertente da semiótica, Guimarães (2000) estabelece que a 
cor é um conceito com poder de expressão, portanto, possui uma dimensão 
aplicativa. Assim, quando aplicada a algum objeto, desempenhará uma função 
específica com determinada intenção, ou seja, a cor atua como informação. 
A sua aplicação intencional possibilitará ao objeto que contém a informação 
cromática receber a denominação de signo. “Ao considerarmos uma aplicação 
intencional da cor, estaremos trabalhando com a informação latente, que será 
percebida e decifrada pelo sentido da visão, interpretada pela nossa cognição e 
transformada numa informação atualizada [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 15).
Portanto, ao compreendermos a cor como informação, partimos do pres-
suposto de que as cores são elementos da sintaxe da linguagem visual e, 
portanto, essenciais para o processo de comunicação, pois trata-se de um dos 
diversos códigos da comunicação humana. Nesse sentido, cabe destacar que 
a cor assume um papel fundamental na construção das imagens e impacta 
diretamente nas ações e nos processos da comunicação. Quando aplicada 
em determinado contexto, a informação fornecida pela cor assume sentidos 
distintos, que auxiliam no processo de emissão e recepção da mensagem. 
Cor como função
Para Farina, Perez e Bastos (2006) a cor pode ser definida como uma sensação 
visual consciente de uma pessoa, cuja retina foi estimulada pelos raios de luz irra-
diados. Segundo os autores, as cores influenciam o ser humano, tanto na questão 
fisiológica como psicológica, intervindo no cotidiano e despertando sensações 
como alegria, tristeza, calor, frieza, equilíbrio, ordem ou desordem, para eles, 
“As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande 
Teoria da cor6
importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos 
sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência 
e em nossos impulsos e desejos [...]” (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006, p. 16). 
Essa função da cor, como um elemento de percepção visual que necessita de 
interpretação física e psíquica, é denominada psicodinâmica das cores. 
Nesse sentido, as cores podem assumir diferentes significados, dependendo 
do contexto e da bagagem cultural de cada sujeito. A mesma cor pode repre-
sentar sensações positivas em determinado contexto e, em outro, assumir uma 
interpretação de cunho negativo. Portanto, conforme destacam Farina, Perez e 
Bastos (2006), estudar a psicodinâmica das cores é mais complexo do que apa-
renta, porque sua interpretação está relacionada aos aspectos psicológicos, ao 
mesmo tempo que sofre influência de fatores culturais e aspectos fisiológicos. 
Assim, a cor assume funções que extrapolam o ato de ilustrar ou colorir 
determinado objeto, pois possui a função de informar, sensibilizar e dar 
sentido aos elementos da linguagem visual. No campo da comunicação e do 
marketing, os conhecimentos acerca da psicodinâmica das cores interferem 
na recepção da mensagem e na mediação entre marca e público. De acordo 
com Farina, Perez e Bastos (2006, p. 16):
O estudo das coresna comunicação e no marketing permite conhecer sua 
potência psíquica e aplicá-la como poderoso fator de atração e sedução para 
identificar as mensagens publicitárias sob todas as formas: apresentação de 
produtos, embalagens, logotipos, anúncios, etc. [...]. 
Os autores revelam, portanto, que a linguagem da cor pode ser entendida 
como um meio atrativo que atua no subconsciente do público-alvo, favorecendo 
o alinhamento entre as estratégias de comunicação e os objetivos dos produtos 
e da marca. Quando nos deparamos com cores positivas ou harmônicas, temos 
uma tendência natural de atração e de reagir favoravelmente a mensagem 
transmitida, porque elas carregam uma carga simbólica importante.
Estamos vivendo em uma iconosfera cada vez mais tomada pelas imagens e, 
nesse contexto, a linguagem imagética se constrói na ideia de que os elementos 
visuais são forças psíquicas e simbólicas, que podem ser mais fortes que as 
experiências reais (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006). Assim, as mutações 
psicológicas que a formação visual promove irão ter um impacto direto no 
campo sociológico, resultando em uma nova forma de viver e estar no mundo. 
É exatamente na captação desse fenômeno que a publicidade se baseia para 
atingir sua função principal: contribuir para a venda, construir uma imagem 
e instigar o interesse no consumo.
7Teoria da cor
Sintaxe da cor
A cor é uma linguagem individual, visto que o homem reage a ela de acordo 
com suas condições físicas e suas influências culturais, por isso, possui uma 
sintaxe que pode ser transmitida. O domínio da cor abre inúmeras possibili-
dades de estudo para aqueles que se dedicam a compreender os processos de 
comunicação visual. Essa sintaxe é composta por elementos que compõem a 
mensagem visual, como luz, o movimento, o peso, o equilíbrio, o espaço e as 
leis que definem sua utilização (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006).
De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006), a cor, além de possuir a 
capacidade de movimento, ao se relacionar com outras cores dentro de um 
espaço bidimensional, provoca o fenômeno do contraste, que pode influenciar 
dentro desse espaço. Esse aspecto é essencial no campo da publicidade, pois 
envolve a questão da legibilidade e da visibilidade. O uso da cor complementar 
produz esses efeitos contrastantes e resulta em um efeito plástico, que pode 
aumentar a beleza e o efeito de um projeto gráfico.
O contraste entre os tons quentes e frios resulta em sensações de calor e 
frio, percebidas pelo indivíduo que recebe o estímulo visual. Essas relações 
de calor e frio são afetadas pela composição das cores em relação aos demais 
elementos. Em geral, as quentes são classificadas quando derivam do vermelho 
ou laranja; já as frias, vêm do azul-esverdeado.
Portanto, a cor é uma realidade sensorial que atua sobre a emoção humana, 
pois produz sensação de movimento, uma dinâmica envolvente e compulsiva, 
por isso, suas propriedades são utilizadas para diversos fins. 
Percepção cromática 
Silveira (2015) apresenta uma visão semelhante a de Farina, Perez e Bastos 
(2006) ao destacar que a cor se constitui por meio de uma percepção cromá-
tica, que é constituída com base na construção de significados históricos e 
culturais atrelados às cores. Para estudar a construção simbólica da cor e seus 
efeitos perceptivos, a autora afirma que precisamos nos atentar a três aspectos 
fundamentais sendo: 
 � a construção cultural simbólica social e coletiva; 
 � a materialização dos significados em dicionários de cor;
 � os efeitos psicológicos da construção, ou seja, como a cor afeta a per-
cepção humana.
Teoria da cor8
A construção de sentido está diretamente ligada a questões culturais, como 
tradições e outros elementos de percepção, auxiliando na interpretação ou na 
construção de novos significados. “Cada cor tem a sua história, marcada por 
hábitos e significados, e é isto o que a torna passível de classificação. Podem-
-se tomar as cores como instrumentos ativos de uma determinada cultura 
e, no caso da cultura ocidental, tem-se as cores culturalmente atreladas aos 
significados [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 122).
Com base nesses estudos, estabeleceu-se uma relação de significados para 
as cores, assim como o efeito que cada uma tende a causar, dependendo do 
contexto em que são aplicadas. Conheça os principais significados das cores 
atribuídos por Pastoreau (1997 apud SILVEIRA, 2015) a seguir.
 � Vermelho: transmite a sensação de calor e pode ser interpretado como 
calor, fogo, perigo, sangue, alerta, proibição, mas, também, pode reme-
ter a amor, paixão, erotismo, sensualidade ou significar dinamismo e 
criatividade. Como efeito, o vermelho tende a despertar os sentimentos 
de alegria, felicidade intensa, beleza, raridade, além das sensações de 
apreensão, aviso, atenção, prazer proibido, amor sem consequências, 
energia, movimento e sabedoria. 
 � Amarelo: é normalmente associado à luz e ao calor, remete a qualidades 
como prosperidade, riqueza, alegria, energia, mas, também, pode ser 
relacionado a doenças, loucura, mentira, traição, melancolia e outono. 
Seus efeitos, segundo Silveira (2015), podem estar atrelados à sensação 
de calor e verão, alegria e energia (devido ao calor do sol), tensão, ao 
estímulo à busca por poder e riqueza material, além de ser interpretado 
como excitação e atenção, auxiliando na retenção de informações na 
memória. 
 � Azul: é a cor preferida pela maior parte da população ocidental, segundo 
Pastoreau (1997 apud SILVEIRA, 2015), pois está associada a infinito, 
longínquo, sonho, fidelidade e fé, mas, também, está atrelada à sensação 
de frio, frescura e água. É a cor real e aristocrática. Seus efeitos estão 
associados aos sentimentos de paz e tranquilidade, infinito espacial, 
expansão de superfícies, segurança e conforto da família, frio, pureza, 
transparência, luxo, requinte e realeza.
 � Verde: é conhecido como a cor do destino, da fortuna e do dinheiro, tam-
bém está associada à esperança, ao meio ambiente e à ecologia. Remete 
à higiene, à saúde e à juventude, mas, também pode ser interpretada 
como a cor da libertinagem, do que é estranho, cor ácida, que pica e 
envenena (PASTOREAU, 1997 apud SILVEIRA, 2015). Seus efeitos 
9Teoria da cor
estão associados à sensação de esperança, controle do próprio destino, 
completude, modéstia, refrescância, jardim, ambiente naturalmente 
saudável, jovialidade e energia, saciedade.
 � Branco: é ligado ao significado de pureza, castidade, virgindade, ino-
cência. É a cor de higiene, limpeza, frio, estéril, simplicidade, paz, 
sabedoria e velhice, bem como da aristocracia, da monarquia e do 
divino. Seus efeitos estão atrelados ao sentimento de harmonia, paz, 
sinceridade e ingenuidade, além de transmitir a sensação de limpeza, 
realeza, suporte a espiritualidade, harmonia estética, ainda, pode ser 
interpretada como gelada e inverno.
 � Preto: é atribuída ao sentido de morte, falta, pecado, desonestidade, 
tristeza, solidão e melancolia, mas, também, está associada a qualidades 
como austeridade, renúncia e religião, além de ser interpretada como a 
cor da elegância, da modernidade e da autoridade. Seus efeitos podem 
causar sensação de perda, introspecção, escuridão, bem como estimular 
o sentimento de precisão científica e tecnológica e poder de julgamento.
Análise de mercado em função da cor
A cor é uma ferramenta mercadológica muito importante. De acordo com 
Farina, Perez e Bastos (2006), as cores podem ser definidas como um código 
linguístico visual de fácil entendimento e assimilação e, por isso, podem ser 
usadas estrategicamente como um instrumento didático. Portanto, as cores 
formam uma linguagem visual que tem a vantagem de superar as barrei-
ras impostas pelos idiomas e seus problemas de decodificação, afinal, não 
é necessário ser alfabetizado ou poliglota para compreender as sensações 
transmitidas pelas cores. 
Essa psicodinâmica das cores, revelada por meio das sensações e percepções 
a elas atribuídas, é um elemento essencial parao campo da comunicação, 
principalmente para a publicidade. Desse modo, conforme apresentam Farina, 
Perez e Bastos (2006), a cor deve ser um elemento crucial no planejamento 
das ações de comunicação, por exemplo, na escolha para uma embalagem de 
produto. Para os autores, essa seleção da cor deve ir ao encontro do perfil do 
consumidor, da região, da classe social e muitos outros fatores. Além disso, 
é importante atentar à questão do equilíbrio entre forma e cor, uma vez que 
eles são elementos básicos da comunicação visual “Alguns dos efeitos da cor 
são: dar impacto ao receptor, criar ilusões óticas, melhorar a legibilidade, 
identificar uma determinada categoria de produto, entre outros [...]” (FARINA; 
PEREZ; BASTOS, 2006, p. 136).
Teoria da cor10
Segundo Farina, Perez e Bastos (2006), a cor pode ser considerada a alma 
do design e está, particularmente, arraigada às emoções humanas. Ao assumir 
sua função prática, tem o papel de distinguir, identificar e designar o status 
de um produto. Já em sua função simbólica, pode refletir e instigar sensações 
e percepções cognitivas, como amor, perigo, paz e energia. Quando assume 
a função indicial e sinalética, ou seja, enquanto índice e símbolo, a cor pode 
resultar em sinais informativos, como proibição ou advertência. De acordo 
com Farina, Perez e Bastos (2006), os profissionais de comunicação utilizam 
das cores de forma estratégica, com o intuito de criar construções visuais de 
unidade, diferenciação e sequência, ou, até mesmo, com o objetivo de instigar 
sentimentos, sugerir ações e criar efeitos. 
Um exemplo prático de como ocorre essa aplicação no mercado é a relação 
das cores por segmento de negócios. O amarelo, por exemplo, por ser associado 
à energia, ao calor e ao otimismo, pois representa o sol e o verão e tem como 
efeito o estímulo às atividades intelectuais e ao raciocínio. Por isso, em geral, 
está atrelado às empresas dos segmentos jornalísticos, professores, animadores 
e palhaços. Já o laranja, por estar relacionado ao significado de entusiasmo, 
vitalidade, prosperidade e sucesso, reflete a ideia de negócios criativos e 
ousados. Assim, é comum observarmos a aplicação dessa cor em identidades 
visuais ou colorindo espaços de ginásios, segmentos de aventura e marketing. 
O vermelho, por sua vez, é uma das cores mais simbólicas do mercado, 
com muitas significações, desde paixão até fome. Por ser uma cor quente, 
estimula o sistema nervoso e dá energia ao corpo, por isso, empresas do 
segmento de fast-food ou negócios que envolvam velocidade e ação a utilizam 
como elemento identificador.
O azul é bastante utilizado nos segmentos de empresas corporativas, além 
de empresas do ramo financeiro, pois está atrelado à questão da tranquilidade, 
da serenidade, da harmonia e transmite as sensações de confiança, de força e 
seriedade. Já o verde, é mais aplicado ao segmento da saúde e do meio ambiente, 
afinal, sugere a sensação de equilíbrio emocional, harmonia, esperança, saúde 
e liberdade, além de estar associado à natureza, ao meio ambiente e ao carinho.
Em empresas do segmento de limpeza ou de cunho religioso é comum 
encontrar o branco. Essa associação acontece por se tratar de uma cor que 
transmite pureza, tranquilidade, paz, além de limpeza e organização.
Dessa forma, você pode notar como a escolha das cores não deve ser 
aleatória, pois sua psicodinâmica apresenta um raciocínio lógico por trás das 
escolhas, focadas em como elas impactam na recepção e na decodificação 
das mensagens. 
11Teoria da cor
McDonald’s e o significado do amarelo e do vermelho inconfundíveis
Em qualquer lugar do mundo, ao avistar a letra “M” em amarelo, com um fundo 
vermelho, haverá a associação inconsciente com a rede de fast-food McDonald’s. Os 
estudos da psicologia das cores demonstraram que o amarelo é relacionado à energia 
e ao conforto, desse modo, ver o logo da rede faz o corpo liberar substâncias que 
estimulam a sensação de felicidade e bem-estar; já a cor vermelha, além de chamar a 
atenção, está ligada ao sentimento de fome. Portanto, é comum associar as sensações 
de fome e bem-estar às cores da marca McDonald’s. 
Um estudo realizado em 2006, pelo periódico Management Decision, revelou que 
a maioria das pessoas decide comprar algo em apenas 90 segundos. Sobre os fatores 
que interferem na decisão de compra, 62 a 90% das pessoas entrevistadas responde-
ram que fazem a escolha com base nas cores que vêm, ainda que seja uma resposta 
inconsciente (ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE, 2018). 
Consciente ou não, as cores possuem um papel estratégico na comunicação, pois 
são carregadas de significados e conotações, afinal, influenciarão a maneira como as 
pessoas processam a informação. Por isso, sua combinação, no mundo da publicidade 
e do marketing, pode gerar um caso de extremo sucesso, ou de desastres visuais que 
afetam a sobrevivência do negócio.
2 Classificação das cores
Existem duas diferenciações básicas entre a origem das cores. Como men-
cionado por Guimarães (2000) e corroborado por Silveira (2015), que destaca 
os principais fundamentos da percepção física da cor, os primeiros aspectos 
que devem ser consideramos nos estudos são os físicos. Eles envolvem o 
conhecimento sobre a trajetória luminosa da luz e sua refração em raios 
luminosos. Além disso, há também a percepção cromática dos sólidos de 
cor, que indicam a construção dos círculos cromáticos que irão proporcionar 
a primeira organização do universo visual e as perspectivas sobre as cores 
saturadas e suas diversas possibilidades de valor. Esses aspectos são essenciais 
para a compreensão da cor e suas funções em projetos visuais, seja no campo 
do design ou da publicidade. Segundo Silveira (2015), os sólidos de cor são 
importantes porque apresentam a primeira noção de construção da identidade.
Teoria da cor12
Cor pigmento
A cor pigmento, segundo Silveira (2015), pode ser definida como a substância 
material constituinte do objeto, sendo caracterizada de acordo com a natureza 
química. As cores pigmentos possuem a propriedade de se fixar, em maior 
ou menor grau, e se exaltar em determinados objetos. Desse modo, o objeto 
pode absorver, refratar ou refletir os raios luminosos. Por isso, quando um 
elemento é chamado de vermelho, ele se caracteriza por possuir a capacidade 
de absorver quase todos os raios da luz branca incidente, refletindo apenas 
os raios vermelhos. Esse processo recebe o nome de síntese subtrativa, pois 
subtrai todos os raios até restar apenas um. 
De acordo com Silveira (2015), a classificação das cores ocorre segundo 
suas características e formas de manifestação, além da percepção cromática. 
Assim, um dos conceitos mais importantes na classificação cromática são as 
cores primárias. “A cor primária é assim denominada por ser cada uma das 
três cores indecomponíveis. Quando misturadas em proporções variáveis 
produzem todas as cores do espectro visível. Existem dois conjuntos de cores-
-pigmento com suas respectivas cores primárias ou geradoras, e o processo 
de obtenção da mistura desses dois conjuntos de cores é o mesmo já́ definido 
como síntese subtrativa [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 47). Na classificação das 
cores-pigmento, é culturalmente definido que as primárias, indecomponíveis 
desse conjunto, seriam o vermelho, o amarelo e o azul, sendo o preto resultado 
da síntese subtrativa entre as três cores primárias. Porém, como esclarece 
Silveira (2015), esse conjunto de cores foi uma construção cultural, que tem, 
até hoje, grande força de construção simbólica. No entanto, essa tríade de cores 
primárias não funciona como cores primárias químicas, ou seja, desse ponto 
de vista, o vermelho, por exemplo, não é uma cor indecomponível, pois sua 
decomposição resulta em outras duas cores: o amarelo e o magenta. Do mesmo 
modo, a síntese das três cores primárias não resulta em preto, mas sim em um 
cinza neutro, pois não é possível, quimicamente, obter o preto nesse processo.
Portanto, na teoria das cores, o conjunto de cores-pigmentoprimárias é 
composto por magenta, amarelo e ciano. “A mistura destas três cores, assim 
como a sobreposição destes três filtros coloridos interceptando a luz branca, 
produz igualmente o cinza-neutro por síntese subtrativa [...]” (SILVEIRA, 
2015, p. 48).
13Teoria da cor
A partir dessa perspectiva, foi estabelecido no mercado a implementação 
das cores CMYK (Figura 1) para peças gráficas, ou seja, qualquer projeto que 
seja impresso em papel ou utilizando tinta e pigmento, deve se basear nessa 
classificação. A sigla CMYK é a abreviação de ciano (C), magenta (M), amarelo 
(Y) e preto (K). Embora as cores primárias sejam apenas ciano, magenta e 
amarelo, como explicado por Silveira (2015), a obtenção do preto é inviável 
quimicamente, por isso, a indústria incluiu o preto na composição básica. Este 
é o modelo mais indicado para qualquer tipo de impressão.
Figura 1. Sistemas de cores subtrativas.
Fonte: Andrade (2016, documento on-line).
Cor-luz
Além da classificação das cores segundo os aspectos químicos, há também 
sua classificação de acordo com o espectro eletromagnético. Silveira (2015) 
define a cor-luz como o intervalo visível do espectro eletromagnético, em 
que sua principal propriedade consiste na síntese das três cores primárias 
resultarem na luz branca. Portanto, diferente do sistema de cores-pigmento, 
no qual a adição das cores primárias vai diminuindo a reflexão dos raios 
luminosos e, consequentemente, escurecendo-as até atingir, em tese, o preto, 
na classificação de cores luz o resultado é o inverso, a adição de todas as cores 
resulta no branco. Segundo Silveira (2015), o estímulo da cor-luz é obtido de 
duas formas: por meio de uma fonte de luz monocromática ou por meio da 
dispersão dos raios luminosos não monocromáticos. 
Teoria da cor14
As cores-luz primárias são formadas pelo vermelho (red), o verde (green) e 
o azul-violeta (blue), conhecido como sistema RGB. A partir da mistura dessas 
três cores, em proporções distintas, é possível criar outras cores do espectro 
cromático. Esse processo, que acompanha as cores-luz, é chamado de síntese 
aditiva. Conforme descreve Silveira (2015), as cores secundárias do sistema RGB 
são o magenta, o amarelo e o ciano, que resultam da soma de duas cores-luz 
primárias. Por exemplo, quando o vermelho (primária) e o verde (primária) estão 
sobrepostos, haverá́ como resultado o amarelo (secundária). Do mesmo modo, o 
azul adicionado ao verde resultará em ciano. Esse processo de produção das cores 
é denominado cores complementares, por exemplo, o vermelho é complementar 
ao ciano, o verde é complementar ao magenta e o azul complementar ao amarelo. 
Assim como acontece com as cores-pigmento, a síntese das cores-luz 
primárias, em tese, deveria resultar no branco, mas isso não ocorre na prática. 
Segundo Silveira (2015), o branco puro não pode ser reproduzido, pois não se 
conseguem fontes de luz primárias (R, G e B) absolutamente puras.
O sistema RGB (Figura 2) é utilizado em objetos que emitem luz, como 
computadores, televisão, câmeras e celulares. As cores obtidas nesse sistema 
seguem uma escala que varia entre 0 e 255, quando todas estão no máximo (255, 
255, 255), o resultado é a cor branca (máxima presença de luz); e, quando todos 
estão no menor valor (0, 0, 0), o resultado é a cor preta (máxima ausência de 
luz). Portanto, o sistema RGB é indicado para utilização em projetos digitais. 
Figura 2. Sistemas de cores aditivas.
Fonte: Andrade (2016, documento on-line).
15Teoria da cor
Tabela Pantone
A marca PANTONE, criada em 1963, pela Pantone Inc. de Lawrence Herbert, 
desenvolveu um sistema inovador de identificação, combinação e comunicação 
de cores, com o intuito de resolver problemas associados à reprodução precisa 
de suas combinações na comunidade de artes gráficas. A visão de que o espectro 
de cores é visto e interpretado diferentemente por cada indivíduo conduziu 
à invenção do Pantone Matching System, um manual de cores padrão, em 
formato de leque ou chip (PANTONE, 2020a). O sistema Pantone é passível 
de aplicação têxtil, digital, impressa ou plástica.
A empresa com sede em Carlstadt, Nova Jersey, nos Estados Unidos, tornou-
-se, então, autoridade mundial em cores, principalmente por seus sistemas e 
tecnologias de ponta criados para reproduzi-las com precisão (PANTONE, 
2020a). A marca estabelece padrões nas etapas de seleção, comunicação e 
controle das cores para garantir a exatidão. O nome PANTONE tornou-se 
referência como a linguagem padrão para a comunicação em todas as fases 
do processo de gerenciamento de cores, desde o designer até o fabricante.
Outro segmento da companhia é o Pantone Color Institute, criado em 1989, 
que é, atualmente, o setor responsável pelas pesquisas de tendências e busca 
as fundamentações para a escolha da cor do ano. A metodologia utilizada pelo 
Instituto Pantone é mantida em segredo, mas a companhia assegura que as 
premissas básicas de sua metodologia envolvem as etapas de pesquisa. Além 
disso, o Pantone Color Institute presta consultoria para marcas que querem 
efetuar melhorias para estar em conformidade com as tendências de consumo 
por meio do uso de cores (PANTONE, 2020a).
Cor do ano Pantone
Além de ser conhecida por sua exatidão no processo de obtenção das cores, a Pantone 
Inc., desde 2000, indica a cor que será tendência no ano e servirá como inspiração para 
diversas áreas. Segundo a empresa, o processo de seleção da cor do ano é resultado 
de uma profunda análise e pesquisa do mercado em tendências. 
Para chegar à seleção, os especialistas em cores do Pantone Color Institute acompa-
nham diversos movimentos ao redor do mundo em busca de influências. Isso pode 
incluir a indústria do entretenimento, com o cinema, as galerias de arte, os novos 
artistas e os desfiles de moda; as áreas de design gráfico e de produto; e os destinos 
mais procurados para viagens, incluindo estilos de vida, estilos de jogos e condições 
Teoria da cor16
socioeconômicas diversas. As influências também podem resultar de novas tecnologias, 
materiais, texturas e efeitos que afetam a cor, plataformas relevantes de mídia social e 
até eventos esportivos que capturam a atenção mundial. Ao longo desses vinte anos, 
a escolha da cor do ano vem influenciando as decisões de desenvolvimento e compra 
de produtos em vários setores, incluindo moda, decoração e design industrial, além 
de embalagens de produtos e design gráfico. Veja, na figura a seguir, as seleções de 
cor do ano dos últimos anos.
Fonte: Pantone (2020b, documento on-line).
Atualmente, a marca Pantone tornou-se uma grande influenciadora do 
mercado mundial, ditando tendências por meio da escolha da cor do ano. A 
iniciativa surgiu em 2000, quando foi anunciada pela primeira vez, desde 
então, anualmente, uma cor é escolhida para ser a cor do ano, com base nos 
estudos desenvolvidos pelo Instituto Pantone. Em 2020, a cor escolhida foi a 
19-4052 Classic Blue. Segundo a Pantone (2020a), sua escolha inspira calma, 
confiança e conectividade, para eles, o azul resiliente aumenta a inspiração, 
por ser uma base sólida e estável, além de representar uma escolha para en-
trar no limiar de uma nova era. Logo após o anúncio da cor do ano, surge no 
mercado mundial uma série de produtos inspirados nela, desde smartphones, 
computadores, esmaltes, roupas e diversos outros itens. A Pantone, em seu 
site, define a escolha como uma seleção simbólica de cores, uma representação 
do que tem sido demonstrado em nossa cultura, uma expressão de atitude e 
estado de espírito (PANTONE, 2020a).
17Teoria da cor
Figura 3. Cor do ano de 2020.
Fonte: Pantone (2020b, documento on-line).
As cores produzidas pela Pantone são caracterizadas pela exatidão, por isso 
são bastante utilizadas na indústria gráfica. Diferente dos sistemas CMYK e 
RGB, apresenta as cores em seu catálogo por meio de uma numeração espe-
cífica. Um exemplo é o vermelho da marca Coca-Cola, que nem sempre, por 
meio da especificação em RBG ou CMYK, é possívelconseguir; já com o 
uso da tabela Pantone, essa precisão é mais garantida. O vermelho Coca-Cola 
é representado pela cor Pantone 185. Um outro exemplo para representar a 
importância dessa tabela no dia a dia do profissional é comunicação, como no 
caso de uma impressão que utiliza cores fluorescentes, tanto o sistema RGB 
como o sistema CMYK são incapazes de reproduzir essa cor, pois esse tipo de 
coloração é resultado da síntese de quatro cores. Desse modo, a tabela Pantone 
é eficaz para reproduzir cores fluorescentes e garantir que a impressão do 
material sairá conforme o projeto inicial.
Teoria da cor18
Azul Tiffany, exclusividade da Pantone
Em 2001, a Pantone fez uma parceria com a famosa joalheria americana Tiffany & Co. 
para transformar a icônica cor azul Tiffany em uma cor exclusiva, registrada e secreta, 
com o intuito de que fosse instantaneamente reconhecida, independentemente 
do seu meio de reprodução. Assim, foi criado o Pantone Azul 1837, numeração que 
representa o ano de inauguração da primeira loja da grife. 
Embora a cor tenha ganhado a codificação da tabela Pantone, ela não está disponível 
na tabela, porque, de acordo com a parceria entre as marcas, não seria disponibilizada 
para comercialização. Afinal, é um dos valores intangíveis mais valiosos da grife, repre-
senta seu branding e se transformou em um verdadeiro caso de sucesso sobre a força 
de uma cor para a solidificação de uma marca. 
O sucesso da cor tem um começo peculiar, quando o criador da joalheria Tiffany, 
Charles Lewis Tiffany, escolheu o azul turquesa para ilustrar a capa do catálogo anual 
da coleção de joias da marca, em 1845, e teria feito essa opção devido à popularidade 
das joias de cor turquesa na época. Desse modo, a cor ficou associada à marca e passou 
a representar luxo e sofisticação. A consolidação da marca foi ainda mais enfática com 
a criação das famosas embalagens, que consistem em uma caixa azul com laço branco, 
feitas especialmente para o lançamento das alianças de diamante feitas à mão, em 
1886. A aliança era entregue na delicada caixa de presente, que, após sua associação 
com o anel, tornou-se tão cobiçada quanto à joia, independente do seu conteúdo.
ANDRADE, F. Falando sobre cores: entenda o que é CMYK, RGB e Pantone. 2016. Disponível 
em: https://sala7design.com.br/2016/06/falando-sobre-cores-entenda-o-que-e-cmyk-
-rgb-e-pantone.html. Acesso em: 9 mar. 2020.
ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE. Porque empresas de fast food têm logos com cores vibrantes. 
2018. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/09/
por-que-empresas-de-fast-food-tem-logos-com-cores-vibrantes.html. Acesso em: 
9 mar. 2020.
FARINA, M.; PEREZ, C.; BASTOS, D. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: 
Edgard Blücher, 2006.
GUIMARÃES, L. A cor como informação: a construção biofísica, linguística e cultural da 
simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000.
PANTONE. Pantone 19-4052 classic blue. 2020b. Disponível em: https://www.pantone.
com.br/inteligencia-da-cor/cor-do-ano-2020-classic-blue/. Acesso em: 9 mar. 2020.
19Teoria da cor
PANTONE. Sobre a Pantone. 2020a. Disponível em: https://www.pantone.com.br/sobre-
-a-pantone/. Acesso em: 9 mar. 2020.
SILVEIRA, L. M. Introdução à teoria da cor. Curitiba: UTFPR, 2015.
Leituras recomendadas
CUTE DROP. A história da cor que virou uma marca. Ou da marca que virou uma cor. 2016. 
Disponível em: https://www.cutedrop.com.br/2016/03/a-historia-da-cor-que-virou-
-uma-marca-ou-da-marca-que-virou-uma-cor/. Acesso em: 9 mar. 2020.
GOETHE, J. W. Doutrina das cores. São Paulo: Nova Alexandria, 2013.
GUIMARÃES, L. As cores na mídia: a organização da cor-informação no jornalismo. São 
Paulo: Annablume, 2003.
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Teoria da cor20
TEORIA E 
PRÁTICA DA COR
Derli Kraemer 
Influência das 
cores nas artes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o histórico da cor no campo das artes.
 � Identificar os aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes.
 � Aplicar as composições cromáticas utilizadas no campo das artes.
Introdução
As cores sempre estiveram presentes. No começo da história do homem, 
as cores faziam parte mais das necessidades psicológicas do que das 
estéticas, como, por exemplo, na história dos egípcios, que sentiam na 
cor um profundo sentido psicológico, tendo cada cor uma simbologia. 
Nas artes, Vincent van Gogh (1853-1890) conferiu às suas pinturas sensa-
ções cromáticas que traduzem intensas cargas emotivas e psicológicas. 
Também foi no século XIX que houve um interesse maior em estudar 
cientificamente a cor, com a participação de filósofos e escritores.
Neste capítulo, você vai conhecer o histórico da cor no campo das 
artes, identificando os aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes 
e vendo como aplicar as composições cromáticas utilizadas no campo 
das artes.
Histórico da cor no campo das artes
Entre as possibilidades de ferramentas para a expressão artística, a cor está pre-
sente desde a Pré-História, nas pinturas rupestres, como a mostrada na Figura 
1, encontrada no nordeste brasileiro. Com muita criatividade, os hominídeos 
criaram cores a partir de diversos materiais, como carvão e ossos queimados 
para obter o preto; óxido de ferro, cera de abelha e substâncias líquidas como 
clara de ovo para obter o amarelo; sangue e argila para obter o vermelho; cálcio, 
giz e outras substâncias para obter o branco. Sua arte representava o cotidiano, 
com cenas de caça e pessoas, e também tinha características religiosas.
Leitores do material impresso, para visualizar as figuras 
deste capítulo em cores, acessem o link ou o código 
QR a seguir.
https://goo.gl/ogk12E
Figura 1. Pintura rupestre encontrada no nordeste do Brasil.
Fonte: Arte Brasileira UTFPR (2012, documento on-line).
Influência das cores nas artes84
Durante toda a história humana, as cores estiveram presentes nas artes. A 
técnica e a tecnologia foram aprimoradas, acompanhando sua própria época; 
por exemplo, as cores estavam presentes em brasões e bandeiras. Expressões 
representadas por cores, que dependendo da cultura são diferentes, simbolizam 
religiosidade, paz, guerra, luto e outras situações.
Segundo Fraser e Banks (2007), na Idade Média, os artistas, sobretudo 
europeus, tinham ao seu dispor uma grande quantidade de pigmentos diferen-
tes, extraídos de plantas e minerais, assim como pigmentos manufaturados. O 
vermelho, que inicialmente era extraído de insetos, também podia ser extraído 
do enxofre e do mercúrio (altamente tóxicos). Tais pigmentos eram difíceis para 
aplicar, pois alguns reagiam quimicamente com outros, causando efeitos adversos.
O pintor italiano Cennino Cennini (1370-1440) escreveu sobre os pigmentos 
em um trabalho bastante detalhado, que incluía receitas químicas para a ma-
nufatura de pigmentos especiais. Seu trabalho explicou regras de proporção, 
perspectiva e cores. Durante o Renascimento, as técnicas antigas foram modifi-
cadas pela presença das tintas a óleo. Algumas cores nem são mais fabricadas, 
como o ultramarino, que é um azul extremamente escuro, sendo diluído com 
pigmento branco para sua utilização. Acompanhe exemplos nas Figuras 2 e 3.
Figura 2. Madona Cigana, de Ticiano, 1512.
Fonte: Dias (2018, documento on-line).
85Influência das cores nas artes
Figura 3. Madonna Benois, de Leonardo Da Vinci, 1478.
Fonte: Virgem Benois (2017, documento on-line).
Observe que na pintura de Ticiano temos uma paleta mais expansiva, 
enquanto na pintura de Da Vinci temos um efeito extremamente rico, com 
uma paleta de coresestreita e não saturada.
Influência das cores nas artes86
Já Piero Della Francesca (1416-1492) utiliza a pintura como suporte para 
a construção geométrica da imagem. Na pintura Ressurreição de Jesus, de 
1450, pode-se observar a disposição piramidal da obra, na qual o ponto mais 
alto é justamente a cabeça de Jesus. Observe as cores com ênfase nas cores 
mais suaves e luminosas para representar o Cristo (Figura 4).
Figura 4. A Ressureição de Jesus, de Piero Della Francesca, 1450.
Fonte: Della Francesca (2018, documento on-line).
Caravaggio (1573-1610) já é um artista que não se interessou pela estética 
do Renascimento, buscando modelos entre músicos e pessoas comuns, do 
povo. Não havia, para Caravaggio, beleza apenas na aristocracia. Com grande 
conhecimento sobre a perspectiva e os efeitos de luz e sombra, o artista explorou 
espaços amplos em suas obras.
87Influência das cores nas artes
Figura 5. O tocador de alaúde, de Caravaggio, 1596.
Fonte: Dias (2013, documento on-line).
É muito difícil falar sobre o histórico da cor nas artes sem falar de Vincent 
Van Gogh. Segundo Proença (2014):
[...] conhecer Vincent Van Gogh é entrar em contato com um artista apai-
xonante. Alguém que se empenhou profundamente em recriar a beleza dos 
seres humanos e da natureza por meio da cor, que para ele era o elemento 
fundamental da pintura.
Em 1888, Van Gogh libertou-se do naturalismo no emprego das cores. 
Passou a colorir como sentia e percebia os assuntos de maneira arbitrária. 
Tinha paixão por cores intensas.
Influência das cores nas artes88
Figura 6. Jardim de Maraíchers, de Van Gogh, 1888.
Fonte: Beaux-Arts (2012, documento on-line).
Nas próprias palavras do artista, citadas por Proença (2014): 
[...] agora nós temos aqui um glorioso e forte calor sem vento, o que é bom para 
o meu trabalho. Um sol, uma luz, que por falta de nome melhor, eu chamo de 
amarelo, amarelo-limão-claro, limão-claro-ouro. Como é bonito o amarelo! 
(Extraído de Tout l’ouvre peintde Van Gogh, Paris. Flammarion, 1971. V.2, 
p. 126. Les classiques de l’art Flammarion.).
Em sua última fase, após sair de uma profunda crise nervosa e internação, 
instalou-se em Anvers, uma pequena cidade ao norte da França, e, em um 
período de três meses, pintou aproximadamente 80 telas, com pinceladas cada 
vez mais visíveis e cores intensas como suas emoções. Em julho de 1890, 
suicidou-se, deixando 879 pinturas. Foi reconhecido, apenas após sua morte, 
como o pintor que deu os primeiros passos no que seria a arte moderna. Como 
diz Proença (2014), morreu sem que fosse compreendido o seu esforço para 
libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.
Mas a cor não é uma exclusividade da pintura. Observe a Figura 7, um 
exemplo do uso da cor arquitetura e no design de interiores. A casa Tassel, 
de 1893, é uma edificação do arquiteto Victor Horta, que fica em Bruxelas. 
A casa foi projetada completamente estilo Art Noveau, com muitos detalhes 
em ferro e vidro uso abundante de formas orgânicas.
89Influência das cores nas artes
Figura 7. A Casa Tassel, de Victor Horta, 1893.
Fonte: Bastos (2017, documento on-line).
Na Figura 8, você pode ver a obra Harmonia em vermelho, de Henri Matisse, 
pintor francês que participou dos movimentos Expressionista e Pós-impres-
sionista e foi o expoente máximo do Fauvismo. Nessa obra, o artista fez uma 
combinação de cor tríade, usando na maior parte o vermelho, complementando 
com o amarelo e o azul.
Influência das cores nas artes90
Figura 8. Harmonia em vermelho, de Matisse, 1908.
Fonte: Pacheco (2017, documento on-line).
O Fauvismo tem algumas características marcantes, como a aplicação de 
cores vivas e puras, com pinceladas justapostas e irregulares. As formas são 
reproduzidas de maneira simplificada, sem preocupação com a forma exata. 
Há também uma ruptura com o rigor da anatomia, resultando em algo mais 
espontâneo. A emoção do artista é mais relevante, sendo a impressão sobre 
a natureza mais importante do que a forma perfeita. Há uma perspectiva 
exagerada, por vezes. 
Segundo Müller (1976), o crítico de arte Camille Mouclar, do jornal Le 
Figaro, disse certa vez que, nas obras fauvistas, parecia que tinham jogaram 
uma lata de tinta no rosto do público. Sendo um movimento vanguardista do 
século XX, o Fauvismo gerou comentários pela novidade. Os artistas que 
compuseram esse movimento eram conhecidos pelo uso da cor, que, na arte 
medieval, era usada principalmente para detalhar e trazer mais realidade para 
a forma, enquanto os fauves buscavam um equilíbrio estético, independente 
da busca que os acadêmicos estavam acostumados. 
91Influência das cores nas artes
Nos primeiros anos do século XX, havia muita incerteza sobre o futuro, 
com o avanço tecnológico e econômico em largos saltos. Apesar de Matisse 
declarar sua busca por “paz e serenidade” (CHIPP, 1999), as telas dos fauvistas 
causaram grande impacto. Segundo Janson e Janson (2009), os principais 
representantes desse movimento foram Henri Matisse, André Derain, Maurice 
Vlaminck e Raoul Dufy.
As cores falam. Transmitem uma mensagem que é emoldurada pela forma. Por meio 
da cor podemos despertar memórias, influenciar comportamentos diversos. Existem 
cores que são, por exemplo, sagradas em diversas culturas. Segundo Heller (2013), o 
amarelo é divino para os chineses, já o verde é sagrado para os islâmicos. O azul é a 
cor da pele dos deuses indianos, para justamente diferenciar dos mortais. Ao escolher 
uma cor para uma peça, é necessário ter responsabilidade para com a cultura em 
que está inserida. 
Aspectos conceituais e simbólicos da cor nas 
artes
Segundo Fernand Léger (1989, p. 93):
A cor é uma necessidade vital. É uma matéria-prima indispensável à vida, 
como a água e o fogo. Não é possível conceber a existência dos homens sem 
um ambiente colorido. As plantas, os animais se colorem naturalmente; o 
homem se veste com cores. Sua ação não é só decorativa, é psicológica. 
Ligada à luz, ela se torna intensidade, se torna necessidade social e humana. 
O sentimento de alegria, de emulação, de força, de ação se acha fortalecido, 
ampliado pela cor.
Nessa citação, o autor identifica a cor como um elemento vital indispensável 
à própria vida. Por meio da cor é possível demonstrar além da forma. Nas 
artes, a cor é, sobretudo, sentimento, como preconizou Van Gogh.
Influência das cores nas artes92
Harmonia e contraste 
Segundo Fraser e Banks (2007), harmonia de cores é o efeito obtido por uma 
cor cuja tonalidade muda, controlada pela variação da saturação e luminosi-
dade. Esse controle é obtido por meio da adição de branco ou preto. O objetivo 
pode ser a ênfase de um elemento específico. Veja um exemplo de harmonia 
na Figura 9.
Figura 9. Escala harmônica do vermelho.
Existem várias formas de se utilizar a harmonia. Por exemplo, a saturação 
é quando há soma de uma única cor às demais. Já a harmonia monocromática 
utiliza-se de um matiz e de sua variação de luminosidade.
O contraste ou, a harmonia complementar, ocorre ao observarmos o 
círculo cromático, escolhendo uma cor e seguindo na direção oposta para 
encontrar a cor complementar — a cor que está do outro lado do disco cro-
mático. A isso chama-se díade de complementares. 
E também há a harmonia triádica: três cores que se ligam por um tri-
ângulo equilátero imaginário, inserido no círculo cromático. A harmonia 
quadrática é formada por tétrades, que definem um quadrado formado pela 
união de duas díades perpendiculares entre si. E apenas para complementar: 
as cores se análogas têm uma sequência de cores adjacentes. A Figura 10 
ilustra esses exemplos.
93Influência das cores nas artes
Figura 10. Exemplos de círculos cromáticos.
Fonte: Bastos (2017, documento on-line).
Concluímos então que as cores harmônicas não disputam a atenção do 
observador, enquanto o esquema contrastante deve ser testado com esmero, 
pois essas cores tendem a competir pela atenção.
Essa competição, metodicamente escolhida por pintores como VanGogh, 
tem uma ligação tanto com as descobertas iniciais de Isaac Newton quanto 
com os primeiros passos para o estudo da psicologia das cores de Johann 
Wolfgang von Goethe. Sir Isaac Newton explicou, no século XVII, com o uso 
de um prisma, como a luz branca é separada em diferentes cores, enquanto, 
em 1810, Goethe publicou seu trabalho A Teoria das Cores, no qual discorda 
de Newton sobre a divisão do espectro, pela visão da ciência de dividir algo 
para estudá-lo, pois achava que isso era nocivo, pois rompendo em pedaços, 
acabava-se o sentido da unidade. Sob este olhar, Goethe abordou o tema da 
cor por um olhar mais humano. 
Esse estudo, aprofundado por Heller (2013), explica as sensações que 
as cores transmitem, podendo ser usadas também de forma absolutamente 
consciente na criação de peças, tanto quanto um artista pode escolhe-las de 
Influência das cores nas artes94
acordo com sua vontade criativa. No caso do uso consciente, artistas, diretores 
de arte em agências de publicidade, designers gráficos, designers de produto, 
designers de interiores e outros especialistas podem usar esse conhecimento 
para obter melhores resultados em seus trabalhos. Acompanhe o Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Heller (2013).
Azul Frio e passivo, tranquilo e confiável. Azul está para virtudes 
intelectuais como o seu oposto, o vermelho, está para paixão.
Vermelho Quente, próximo, atraente e sensível.
Amarelo Lúdico com laranja e vermelho, amável com azul e rosa. 
Combinado ao cinza e ao preto, atua negativamente. Lembra 
inveja e ciúme.
Verde Tranquilizador ao lado do azul e do branco. Esperança com 
azul e amarelo. Salutar ao lado do vermelho. Venenoso ao 
lado do violeta.
Branco Ideal e nobre com ouro e azul. Objetivo com cinza. Leve com 
amarelo. Delicado com o rosa.
Preto Ríspido e duro com cinza e azul. Elegante ao lado do prata e 
do branco, poderoso acompanhado de ouro e vermelho.
Rosa Terno e feminino com vermelho, infantil com amarelo e 
branco, doce e barato com laranja.
Laranja Divertido com amarelo e vermelho. Com dourado, prazer. 
Com violeta, intruso. Com verde e marrom, aromático. 
Marrom Aconchegante com cores ensolaradas e luminosas. Fora 
de moda com todas as cores inexpressivas. Careta e 
insuportável com cinza e cor de rosa. Com branco, efeito 
não erótico. Com verde e violeta, efeito acre e intragável.
Quadro 1. Cores comumente citadas como relacionadas a conceitos
Essa tabela é mínima, na verdade. Uma pequena amostra de um estudo 
maior sobre a influência das cores em outras atividades, para demonstrar que 
as cores estão presentes e são essenciais para as artes.
95Influência das cores nas artes
1. As cores por si só, usadas de forma 
uniforme, seriam limitadas, porém 
elas podem ser combinadas, 
aumentando suas variações. 
Qual é a classificação dessas 
combinações de cores nas 
composições de ambientes?
a) Primárias e secundárias.
b) Harmônicas e contrastantes.
c) Opostas e semelhantes.
d) Consonantes e dissonantes.
e) Terciárias e opostas.
2. Henri Matisse foi o expoente 
máximo do movimento artístico 
que floresceu na França entre 1901 e 
1908. O trabalho de Henri Matisse foi 
influenciado por qual estilo artístico?
a) Fauvismo.
b) Modernismo tardio.
c) Renascimento.
d) Pop Arte americana
e) Regionalismo.
3. Há 40 mil anos foram criados 
os primeiros pigmentos, que 
combinavam carvão queimado, 
gordura animal e solo, assim os 
artistas criaram uma paleta básica 
de quatro cores, quais são elas?
a) Amarelo, vermelho, 
preto e branco.
b) Amarelo, vermelho, 
roxo e branco.
c) Vermelho, preto, verde e branco.
d) Azul, vermelho, preto e branco.
e) Amarelo, vermelho, azul e branco.
4. A oposição entre luz e sombra 
se desenvolve entre dois polos: 
preto e branco. O contraste entre 
as cores dos corpos e do cenário 
substitui as linhas de contorno na 
pintura. Essa utilização de luz e 
sombras ficou conhecida como?
a) Chiaroscuro (claro-
escuro em italiano).
b) Oposição de cores.
c) Cor pigmento.
d) Cores frias e quentes.
e) Luz e cor.
5. Harmonia cromática é o resultado 
do equilíbrio entre cor dominante 
(que possui a maior extensão na 
composição), cor tônica (coloração 
vibrante que dá tom ao conjunto) e 
cor intermediária (meio termo entre 
a dominante e a tônica). Com base 
no estudo de harmonias, podemos 
dizer que a imagem a baixo é uma:
Fonte: Pierre-Auguste Renoir (documento on-
-line, 2012).
a) harmonia monocromática.
b) harmonia complementar 
ou de contraste.
c) harmonia triádica.
d) harmonia quadrática.
e) harmonia por saturação.
Influência das cores nas artes96
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Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Virgem_Benois>. Acesso em: 13 jan. 2019.
Leituras recomendadas
BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H. S. História da arte. Porto Alegre: Sagah, 2018.
GOETHE, J. W. Zur Farbenlehre. Berlin: Createspace, 2014. 
Influência das cores nas artes98
Conteúdo:
TEORIA E PRÁTICA 
DA COR
Derli Kraemer
Sensações visuais 
acromáticas e cromáticas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conceituar as sensações visuais acromáticas e cromáticas.
 � Identificar as composições formadas por cores acromáticas e
cromáticas.

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