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DESENHO E PLASTICAS Gabriel Lima Giambastiani Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Teoria das cores Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os princípios da cor. Construir combinações de cores. Indicar a utilização da cor em projetos arquitetônicos. Introdução O fenômeno da cor está associado à percepção humana e é responsável por despertar alguns tipos de emoções. O ser humano pode perceber um grande número de matizes cromáticas, que são uma gama de ondas eletro- magnéticas compreendidas entre as ondas ultravioletas e infravermelhas. A percepção das cores é uma das responsáveis por criar as mais refi- nadas e emocionantes obras de arte e também algumas das mais belas construções da humanidade. Neste capítulo, você irá reconhecer os princípios do fenômeno da cor e as maneiras mais usuais de agrupá-las para criar combinações cromáticas. Além disso, vai ver diferentes maneiras de utilizar as cores em projetos arquitetônicos. 1 Princípios da cor Segundo Corona e Lemos (1972), cor é a impressão visual provocada pela luz e recebida pela visão. A cor, como fenômeno físico, está associada ao compri- mento de onda da luz (KNIGHT, 2009). Os diferentes comprimentos de onda são relacionados a diferentes percepções de cores, como é possível observar na Figura 1. Hewitt (2009) afi rma que a cor, como experiência fi siológica, reside no olho do espectador. Dessa forma, quando dizemos que uma superfície é azul, estamos dizendo que ela “parece” azul. Essa percepção pode variar de acordo com a espécie do observador (p. ex., humanos, cães, gatos) e, ainda, entre indivíduos da mesma espécie (p. ex., pessoas daltônicas). Portanto, é Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 importante associarmos o fenômeno da cor à experiência do observador, já que, de acordo com Corona e Lemos (1972), a cor pode infl uenciar o objeto arquitetônico sob dois aspectos principais: o plástico e o psicológico. Figura 1. Espectro eletromagnético: ondas de maior comprimento são relacionadas à percepção de cores quentes; ondas de menor comprimento, às cores frias. Fonte: Ocvirk et al. (2012, p. 196). Em relação aos aspectos plásticos do objeto, é fácil perceber que a percepção de superfícies e volumes é influenciada pelas cores. Observe na Figura 2 a representação de três retângulos de cor laranja. Em cada uma das três imagens, é alterada a cor do fundo. Embora não reste dúvida em relação à sua forma e à sua cor, a percepção de seu contorno e de sua intensidade é acentuada ou amenizada em função da cor do fundo. Esse recurso talvez possa ser mais facilmente percebido no design gráfico, em que as variações de cores e de tonalidades são usadas para se obter diferentes relações formais. No entanto, Teoria das cores2 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 também é possível imaginarmos casos de emprego de cores com intenção de acentuar ou dissimular relações formais na arquitetura e no design de inte- riores, como, por exemplo, no uso de cores para destacar elementos (p. ex., uso de uma escada colorida, acentuando o elemento de circulação vertical) ou dissimulá-los (p. ex., rodapés de móveis em cores escuras, para ocultar a existência do elemento). A cor, nesse sentido, deve ser entendida como uma ferramenta à disposição do projetista para alcançar o resultado esperado. Assim como simetria, equilíbrio, proporção, a cor faz parte do instrumental de projeto e não deve ser entendida como ornamento ou recurso acessório. Figura 2. Diferentes percepções de um retângulo em razão de alterações na cor do fundo. Fonte: Doyle (2002, p. 20). As cores também influenciam no estado anímico do observador — estu- diosos como Faber Birren e Joseph Albers estão entre os primeiros a fazer esse tipo de associação (OCVIRK et al., 2014). As cores podem, assim, influenciar na valorização ou na aversão a determinadas cores em aspectos naturais — biológicos, inconscientes (p. ex., associação entre a cor vermelha e o sangue, verde e paisagens naturais) — e também em aspectos culturais, simbólicos, conscientes e aprendidos, como na associação de determinadas cores a países (p. ex., Brasil, verde e amarelo; Uruguai, azul-celeste). Times esportivos, partidos políticos, etc. — todos esses aspectos entram em cena na escolha das cores. Observe o exemplo a seguir: o azul é a cor do Grêmio, time de futebol porto-alegrense; seu rival histórico, o Internacional, tem a cor vermelha no escudo. Nos bares existentes dentro da Arena (Figura 3), estádio do Grêmio, os freezers da Coca-Cola devem ser adesivados para não ostentar a cor do rival futebolístico — vemos, portanto, a importância que um aspecto cultural tem na definição do uso de cores em ambientes internos. 3Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Figura 3. Arena do Grêmio em Porto Alegre: o azul é a cor do time de futebol. Fonte: Arena... (2020, documento on-line). A cor é um fenômeno apreciado de maneira natural e intuitiva pela maioria dos humanos. Usada em manifestações esportivas, políticas, religiosas e artísticas e em diferentes contextos, desempenha papeis relevantes tanto em aspectos naturais, relativos à percepção, quanto em aprendidos, como influ- ências culturais. A compreensão e a sensibilidade a essas condições devem ser desenvolvidas no repertório dos profissionais de arquitetura. 2 Combinações cromáticas Agora que você já sabe o que é a cor e os critérios que infl uenciam na sua percepção, pode pensar no seu uso em conjunto, isto é, nas maneiras de combiná-las. Para Ching e Binggeli (2019), as cores têm três dimensões: matiz, valor tonal e saturação. Matiz é o atributo pelo qual a cor é conhecida e descrita — por exemplo, vermelho, amarelo e azul. O valor tonal diz respeito ao grau de luminosidade ou escurecimento de uma cor em relação ao preto e ao branco. Já a saturação está relacionada à quantidade de matiz de uma cor. Teoria das cores4 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Ao longo da história, foram criados diversos sistemas de classificação e agrupamento de cores. Um dos mais conhecidos é a roda de cores de Brewster/ Prang (CHING; BINGGELI, 2019), que organiza as cores em matizes primá- rios, secundários e terciários. Esse sistema nos orientará na demonstração das relações entre as cores (Figura 4). Figura 4. Roda de cores de Brewster/Prang. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 117). Cores primárias são aquelas que, em processos tradicionais nos quais são usados pigmentos e síntese subtrativa de cores, não podem ser obtidas a partir da mistura de outras cores — são elas o vermelho, o amarelo e o azul (OCVIRK et al., 2014). Quando duas ou mais cores primárias são misturadas, podemos obter todas as cores possíveis. Quando duas cores primárias são misturadas em proporções iguais, teremos uma cor secundária: vermelho com amarelo cria laranja; amarelo com azul cria verde; e azul com vermelho, violeta. Cores intermediárias, por sua vez, 5Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 são a mistura de uma cor secundária com uma primária contígua. Por exemplo, a mistura do verde com o azul resultará no verde-azulado. Fique atento ao fato de que quando falamos de cores primárias normalmente nos referimos a vermelho, azul e amarelo; no entanto, outros sistemas de cores podem ter cores primárias diferentes. Quando falamos de cores primárias, normalmente, referimo-nos ao vermelho, ao azul e ao amarelo; no entanto, outros sistemas de cores podem ter cores primárias diferentes. Segundo Ching e Binggeli (2019), há dois modelos principais de síntese cromática: o modelo aditivo e o subtrativo. No primeiro, somamos duas cores para obter uma terceira — nesse processo, há a presença de luz. É, por exemplo, o que ocorre em projetores que utilizam três cores: vermelho, verde e azul (em inglês, formam o acrônimo RGB — red,green e blue). No segundo modelo, a síntese subtrativa, a mistura de dois ou mais pigmentos ou tinta dá origem a uma terceira cor menos luminosa — aqui não há a presença de luz. Compõem as cores primárias desse processo o amarelo, o magenta e o ciano. Observe que essas combinações de cores criam um conjunto de cores que formarão uma série de relações entre si. A maneira mais fácil de visualizar essas relações é organizando as cores em forma de círculo (Figura 5). Podemos observar que uma relação extrema de contraste é obtida quando agrupamos uma cor com aquela que ocupa o espaço diretamente oposto na roda de cores; essas duas cores são chamadas de complementares. Segundo Ocvirk et al. (2014), uma cor é o resultado da reflexão de um comprimento de onda particular, bem como da absorção dos comprimentos de onda da complementar daquela cor. Quando uma cor e a sua complementar estão próximas, uma relação única e vibrante resulta do contraste, em que cada cor tende a aumentar a intensidade aparente da outra cor. Algo diferente ocorre nas relações entre cores análogas: nesse tipo de relação, são utilizadas cores próximas na roda de cores, obtendo-se uma relação extremamente harmônica, pois os matizes contíguos sempre contêm uma cor dominante. Observe que, na Figura 5, o amarelo é a cor dominante nas cores análogas destacadas. Teoria das cores6 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Figura 5. Relações cromáticas na roda de cores de Brewster/Prang. Fonte: Ching e Binggeli (2019, p. 120). Além das relações de analogia e complementariedade, é possível criar outras relações mais complexas. Organizações triádicas, por exemplo, são criadas posicionando um triângulo equilátero na roda de cores. Imagine uma tríade composta por cores primárias (amarelo, vermelho e azul): nela, haverá bastante contraste entre os elementos. Uma tríade composta por cores secundárias (laranja, verde e violeta) tam- bém será bastante contrastante, uma vez que o intervalo entre as cores é o mesmo, mas menos que o primeiro exemplo, pois quaisquer combinações de dois matizes da tríade compartilharão uma cor em comum (p. ex., laranja e verde compartilham a cor amarela). Outra relação bastante difundida é a baseada em retângulo (Figura 6). Esse sistema, conhecido como tétrade de cores, é criado quando relacionamos quatro cores em função de uma figura retangular. Observe que, quando o retângulo é um quadrado, a tétrade cromática é composta por uma dupla de cores complementares; quando um lado do retângulo é maior em relação ao outro, temos um par de cores análogas que têm uma relação de complemen- tariedade com o outro par. 7Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Figura 6. Tétrade de cores. Fonte: Ocvirk et al. (2014, p. 203). A empresa Adobe, responsável por programas como Illustrator e Photoshop, dispo- nibiliza um serviço on-line gratuito para a criação de composições cromáticas. Nele, é possível criar composições análogas, em tríades, tétrades, dentre outras, e fazer o download do esquema de cores para usá-lo em programas especializados. Para saber mais sobre esse serviço, acesse o link a seguir. https://qrgo.page.link/FYb7X Outra maneira de combinar cores, com amplo potencial da aplicação na arquitetura, é o esquema de cor monocromático, em que se utiliza apenas um matiz, mas se explora o valor tonal desse matiz tendendo ao branco e ao preto (Figura 7). Teoria das cores8 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Figura 7. Escala monocromática: valores tonais tendendo ao preto ou o branco, gerando diversas tonalidades de cinza. Fonte: Berrydog/Shutterstock.com. É possível utilizar qualquer matiz para explorar a variação monocromática, e esse tipo de alternativa é muito usado em diversas áreas, como na arquitetura de interiores, no universo das artes, do design e da moda. 3 Utilização de cores em projetos de arquitetura A aplicação da cor em projetos de arquitetura não deve ser compreendida como algo acessório ou prescindível. Sabendo do seu potencial para infl uen- ciar os sentimentos humanos e a percepção da forma, as cores se tornam um poderoso instrumento nas mãos de um projetista habilidoso. A história da disciplina é repleta de exemplos — seja de arquitetos renomados, seja da arquitetura vernacular — em que o uso da cor tem um papel de destaque na composição arquitetônica. Conta-se que o renomado arquiteto alemão Mies van der Rohe propunha aos seus alunos um exercício que consistia em rea- lizar uma composição cromática harmônica com um conta-gotas e algumas vasilhas de diferentes cores de aquarela (QUARONI, 1987). A anedota ilustra uma característica que o uso de cores em arquitetura compartilha com tantos 9Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 outros aspectos da profi ssão: seu domínio e seu refi namento são adquiridos com a prática da sensibilidade. Há, também, motivações práticas e culturais que infl uenciam no uso de cores na arquitetura. Um dos exemplos facilmente reconhecíveis são as construções gregas. Casas brancas com telhados azuis são facilmente identificáveis como parte da paisagem grega, como é possível perceber na Figura 8. Em uma conclusão precipitada, poderíamos assumir que a escolha cromática é o resultado de um nacionalismo exacerbado, fazendo alusão à bandeira grega, que é azul e branca. No entanto, a motivação é mais prática que ufanista: com pouca madeira à disposição, a maioria das construções é feita de pedra, um material que, uma vez que absorve o calor, mantém o interior das edificações quente. A cor branca reflete os raios solares, colaborando para manter o interior dos edifícios mais fresco. Perceba que o uso da cor está associado, aqui, à habitabilidade das edificações, algo que pode ser replicado em situações mais prosaicas, como o uso de telhas metálicas claras na cobertura de edifícios. O azul dos telhados tem uma motivação econômica: um produto de limpeza chamado loulaki, usado para lavar roupas, reage com o calcário, formando uma solução azulada, logo se tornou a padrão. Vemos, com isso, como o uso da cor, principalmente na arquitetura vernacular, é comumente associado à disponibilidade dos materiais e à técnica construtiva local — por isso, encontramos cores que remetem a nomes de lugares, como, por exemplo, o amarelo Nápoles, o terra Siena e o verde Nilo. Figura 8. Santorini, Grécia. Fonte: Setti (2012, documento on-line). Teoria das cores10 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Outro exemplo é o da maestria na utilização das cores que fez com que a Casa Gilardi (Figura 9), de Luiz Barragán, se tornasse uma das principais referências mundiais no assunto, sendo possível fazer uma relação direta de sua obra com seu país de origem, o México. Figura 9. Paredes rosas na Casa Gilardi. Fonte: jlanebennett/Shutterstock.com. A obra de Luís Barragán dificilmente pode ser apreciada em forma de fotografias. No vídeo do link a seguir, é apresentada a Casa Gilardi, na Cidade do México. https://qrgo.page.link/TJFsc 11Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 A raiz latina para a palavra cor é o vocábulo celare, que significa ocultar, esconder, o que se deve à ideia que se tinha de que a pintura servia para mascarar algo de qualidade inferior (QUARONI, 1987). A origem é curiosa, uma vez que o emprego da cor tem um potencial imenso de transformar tanto a maneira como percebemos algo quanto nossas próprias emoções. Como foi possível compreender, as cores têm a capacidade de influenciar não apenas o bem-estar psicológico dos usuários dos ambientes, mas incentivar comportamentos desejáveis, como, por exemplo, alegria, excitação, calma e até mesmo confiança. Portanto, as cores são parte essencial do projeto arquitetônico nas mais diversas escalas. Agora que você conhece as principais caracterís- ticas das cores, diferentes maneiras de agrupá-las e algunsexemplos de sua utilização na história da arquitetura, está mais preparado para integrá-las ao seu repertório de técnicas projetuais e usá-las em seus projetos. ARENA do Grêmio. In: WIKIPÉDIA, a enciclopedia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. 1 imagem. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ ac/Arena_do_Gr%C3%AAmio_2014.jpg. Acesso em: 27 fev. 2020. CHING, F. D. K.; BINGGELI, C. Arquitetura de interiores ilustrada. 4. ed. Porto Alegre: Book- man, 2019. CORONA, E.; LEMOS, C. A. Dicionário de arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972. DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas e designers de interiores. São Paulo: Bookman, 2002. HEWITT, P. G. Física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2009. KNIGHT, R. D. Física. Porto Alegre: Bookman, 2009. v. 2. OCVIRK, O. G. et al. Fundamentos de arte: teoria e prática. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. QUARONI, L. Ocho lecciones de arquitectura. Barcelona: Xarait Ediciones, 1987. SETTI, A. 10 coisas que você precisa saber sobre Santorini antes de ir. Blog Viagem e Turismo, 2012. Disponível em: https://viagemeturismo.abril.com.br/blog/achados/10- -coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-a-ilha-grega-de-santorini-antes-de-ir/. Acesso em: 27 fev. 2020. Leitura recomendada CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Teoria das cores12 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 13Teoria das cores Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Identificação interna do documento YUBJO0QRLS-GREGHN1 Nome do arquivo: C11_Teoria_Cores_FINAL_202203041039264168219.pdf Data de vinculação ao processo: 04/03/2022 10:39 Processo: 527832 PRODUÇÃO DE IMAGEM NA PROPAGANDA Juliane do Rocio Juski Teoria da cor Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar a influência das cores na comunicação. � Analisar a aplicação das cores por segmento de negócios. � Reconhecer a tabela Pantone e os exemplos clássicos do uso da cor no marketing. Introdução A cor é um aspecto essencial na vida dos seres humanos, e sua informação e seus efeitos estão presentes em nosso cotidiano, desde uma comida com aspecto estranho até sinais de alerta de perigo. Há vários estudos, principalmente na psicologia, que revelam como o cérebro humano iden- tifica e interpreta as cores de diferentes formas e em diversos contextos. A cor não é apenas uma projeção de raios luminosos, mas um ele- mento da linguagem visual que carrega informações e significados, influenciando emoções humanas, sentimentos e desejos. Por estimular sensações diferentes para cada pessoa, é fundamental compreender como usá-la no campo da publicidade. Neste capítulo, você conhecerá os principais conceitos da teoria da cor e identificará como as cores influenciam no processo de comunicação. Além disso, analisará os efeitos e os estímulos causados sob a perspectiva da psicodinâmica das cores, reconhecendo sua aplicação por segmento de negócios. 1 Cor como informação A cor está presente na vida de praticamente todo ser humano e é um aspecto fundamental de seu desenvolvimento. Essa relação intrínseca do homem com a cor existe desde o surgimento da humanidade, por meio do seu reconhecimento e da representação na natureza, que carrega vários significados — por exemplo, de cuidado, como o amarelo indicando animais venenosos e peçonhentos. Além disso, as cores ilustraram produtos culturais, sociais e religiosos das mais diversas civilizações, bem como representaram rituais e ritos essenciais para a constituição dessas sociedades. No Egito antigo, por exemplo, predo- minou o uso das cores nas imagens dos faraós, sendo utilizadas na pele e nas vestimentas, como forma de diferenciação entre as classes. Os índios também as utilizam em rituais, tanto em seus adereços como nas marcas criadas para os momentos sagrados. Desse modo, percebe-se que a cor não envolve apenas uma nomenclatura ou natureza e origem, mas assume um papel simbólico na percepção humana e na consolidação das ações socioculturais. Nesse sentido, Guimarães (2000) apresenta uma reflexão pertinente sobre o tema. Para ele, a cor pode ser compreendida como um elemento essencial da linguagem visual e, portanto, é informação, pois assume essa característica de carregar um significado. Ao longo das últimas décadas, a imagem vem ganhando destaque, mas não apenas ela, como destaca Guimarães (2000), as cores representam a ala- vanca dos meios de comunicação, porque, desde o surgimento da imprensa de Gutemberg até os dias atuais, a evolução dos meios de comunicação sempre ocorreu com a inserção da cor. O jornal, a fotografia, o cinema e a televisão tiveram em seus primórdios apenas imagens em preto e branco, e o salto de desenvolvimento ocorreu quando se introjetou cores nesses meios. Para o Guimarães (2000), essa demonstração revela a importância da cor para a solidificação e o desenvolvimento das sociedades. Outro aspecto destacado por Guimarães (2000) se refere à importância da cor no contexto contemporâneo. Para ele, vivemos uma era em que a imagem ocupa cada vez mais espaço em nosso cotidiano, não apenas ilustrando textos, mas se construindo como texto. A imagem carrega signos e significados, e seu impacto visual ganha ênfase quando é colorida. Isso resulta em uma expansão dos processos de visualidade imagética. Teoria da cor2 Nos estudos da semiótica, o signo é definido como um elemento ou entidade que carrega uma mensagem ou um fragmento dela. Cada signo é uma unidade dicotômica, composta pelo significante, que se refere à forma física, e pelo significado, que diz respeito à interpretação exterior do signo e não precisa ser associado à sua forma. Estudos científicos sobre cor Muitos investigadores se propuseram a compreender a cor e sua origem; desde Platão, Aristóteles e Pitágoras há investigações sobre a origem das cores no mundo. Nesse período, os pesquisadores ficaram convencidos de que a cor era algo próprio do objeto, ou seja, uma propriedade carregada pelo objeto e que não poderia mudar (GUIMARÃES, 2000). A partir do século XV, o estudo das cores foi foco das observações feitas por Leon Battista Alberti e Leonardo da Vinci, das quais emergiram os tratados sobre cor na pintura, e por matemáticos e físicos, como Kepler, Descartes e Newton, cujos estudos sobre a luz, sua refração e a reflexão são os mais conhecidos (GUIMARÃES, 2000). Newton conseguiu, por meio de um ex- perimento, realizar a refração da luz em um prisma, fenômeno que resultou na separação da luz em sete cores visíveis. Como resultado desses estudos, segundo Guimarães (2000), surge, com Goethe, o primeiro estudo interdisciplinar e organizado sobre as cores, no livro Doutrina das cores. Considerado um marco histórico para a teoria da cor, o livro de Goethe é separado em quatro partes, nas quais são estabelecidos os princípios cromáticos, que podem ser compreendidos sob as perspectivas fisiológica e física, como cores químicas, e sob a perspectiva psicológica. “Esta última parte acrescentada em um momento posterior e definida como o estudo da atuação das cores sobre a alma [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 2). No contexto moderno, surgem estudos sobre a importância e o impacto das cores na percepção humana com os estudiosos da Escola da Gestalt, com a semiótica e com os mestres da Bauhaus (GUIMARÃES, 2000).Desse modo, é possível perceber que os estudos sobre a teoria da cor, suas origens, percepções, conceituação e aplicabilidade são tema de diversas áreas do conhecimento, tendo, assim, um caráter interdisciplinar. 3Teoria da cor Para Guimarães (2000), além de apresentar aspectos físicos, fisiológicos e psicológicos, a cor assume uma função essencial como código específico da comunicação humana, e sua significação acontece por meio de variantes culturais que interferem na manutenção ou na mudança desse código. Para o autor, “A apreensão, a transmissão e o armazenamento ‘cor’ (como texto cul- tural) são regidos por códigos culturais que interferem e sofrem interferências dos outros tipos de códigos da comunicação humana (os de linguagem e os biofísicos) [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 4), ou seja, ele defende que a cor é um fenômeno semiótico e uma manifestação cultural, por isso é carregada de informação. Além disso, é um elemento da linguagem visual e, devido à sua complexidade, possibilita a criação de um vocabulário específico para compor sua sintaxe visual. A semiótica designa o campo de estudos que busca compreender a construção do sentido, abrangendo todos os elementos verbais e visuais, por meio do estudo do signo e do significado dado a ele. Conceituação de cor Com os inúmeros pesquisadores dedicados ao estudo das cores, era inevitável que surgissem várias conceituações para o mesmo termo. Guimarães (2000) apresenta essas conceituações desde os autores clássicos, como Aristóteles, passando pelos da Idade Média, como Newton, os do século XIX, como Go- ethe, até as visões modernas e contemporâneas sobre o tema. Por meio dessas conceituações, o autor estabelece que a pesquisa sobre cor se inicia na Grécia antiga, com a compreensão de propriedade ou qualidade de um objeto. Quem corrobora essa ideia é Aristóteles, descrevendo-a como propriedade dos corpos. Teoria da cor4 Um segundo conceito surgiu com Euclides, ainda na literatura clássica, que fez a primeira afirmação explícita sobre a relação da cor com a luz, definindo-a como qualidade da luz sobre os corpos. Porém, apenas com a consolidação dos estudos de Newton, na Idade Média, que se estabeleceu o alicerce sobre a cor como luz. Para Newton “[...] as cores não são qualificações da luz, derivadas das refrações ou reflexão dos corpos naturais, são propriedades originais e inatas que diferem em raios diferentes [...]” (NEWTON, 1704 apud GUIMARÃES, 2000, p. 9). Portanto, com os estudos sobre as propriedades da luz, Newton identifica que a cor não é um elemento pertencente a um objeto, mas sim a reflexão da luz por meio de ondas. Cada cor apresenta uma frequência dife- rente e será percebida por meio da absorção ou reflexão dos raios luminosos. Já Goethe, no século XIX, construiu sua teoria baseado na contestação das ideias de Newton. Para Goethe, a cor é uma ação da luz sobre a visão. “As cores são ações e paixões da luz. Nesse sentido, podemos esperar delas apenas alguma indicação sobre a luz. Na verdade, luz e cores se relacionam perfeitamente, embora devamos pensa-las como pertencendo a natureza em seu todo: é ela inteira que assim quer se revelar ao sentido da visão [...]” (GOETHE, 1810 apud GUIMARÃES, 2000, p. 9). Segundo essa teoria, a cor não é apenas um fenômeno físico, mas uma construção do sentido da visão, incluindo, assim, a questão da percepção visual. Schopenhauer vai além de seu mestre Goethe, definindo a cor como um fenômeno da percepção e da cognição, no qual o mundo sensível é a nossa representação, ou seja, a cor pertencer ao objeto ou não, interfere na forma como é percebida e interpretada, e esse processo só ocorre por meio do intelecto (GUIMARÃES, 2000). Para concluir, Guimarães (2000, p. 12) define uma visão contemporânea e moderna sobre a cor como “[...] uma informação visual, causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro [...]”. Desse modo, o autor explica que a cor é percebida ou como um estímulo físico, sendo esse o meio que carrega a materialidade das fontes, ou como causa da cor, sendo ela cor-luz ou cor-pigmento. Esse estímulo é processado pelo cérebro, que atua como o suporte responsável por decodificar o estímulo físico e transformar a informação da causa em sensação, resultando no efeito da cor. Além disso, o significado desse efeito será baseado nas concepções culturais de cada sujeito. 5Teoria da cor Diferença entre cor-luz e cor-pigmento Guimarães (2000) esclarece que quando uma cor tem como fonte de sua formação luzes coloridas, emitidas de forma natural ou produzidas pela filtragem ou decomposição da luz branca, o estímulo visual recebe o nome de cor-luz; já quando é formada por substâncias coloridas ou corantes que cobrem os corpos, e a luz que age como estímulo obtido por meio da refração, recebe o nome de cor-pigmento. Seguindo a vertente da semiótica, Guimarães (2000) estabelece que a cor é um conceito com poder de expressão, portanto, possui uma dimensão aplicativa. Assim, quando aplicada a algum objeto, desempenhará uma função específica com determinada intenção, ou seja, a cor atua como informação. A sua aplicação intencional possibilitará ao objeto que contém a informação cromática receber a denominação de signo. “Ao considerarmos uma aplicação intencional da cor, estaremos trabalhando com a informação latente, que será percebida e decifrada pelo sentido da visão, interpretada pela nossa cognição e transformada numa informação atualizada [...]” (GUIMARÃES, 2000, p. 15). Portanto, ao compreendermos a cor como informação, partimos do pres- suposto de que as cores são elementos da sintaxe da linguagem visual e, portanto, essenciais para o processo de comunicação, pois trata-se de um dos diversos códigos da comunicação humana. Nesse sentido, cabe destacar que a cor assume um papel fundamental na construção das imagens e impacta diretamente nas ações e nos processos da comunicação. Quando aplicada em determinado contexto, a informação fornecida pela cor assume sentidos distintos, que auxiliam no processo de emissão e recepção da mensagem. Cor como função Para Farina, Perez e Bastos (2006) a cor pode ser definida como uma sensação visual consciente de uma pessoa, cuja retina foi estimulada pelos raios de luz irra- diados. Segundo os autores, as cores influenciam o ser humano, tanto na questão fisiológica como psicológica, intervindo no cotidiano e despertando sensações como alegria, tristeza, calor, frieza, equilíbrio, ordem ou desordem, para eles, “As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriais de grande Teoria da cor6 importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos [...]” (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006, p. 16). Essa função da cor, como um elemento de percepção visual que necessita de interpretação física e psíquica, é denominada psicodinâmica das cores. Nesse sentido, as cores podem assumir diferentes significados, dependendo do contexto e da bagagem cultural de cada sujeito. A mesma cor pode repre- sentar sensações positivas em determinado contexto e, em outro, assumir uma interpretação de cunho negativo. Portanto, conforme destacam Farina, Perez e Bastos (2006), estudar a psicodinâmica das cores é mais complexo do que apa- renta, porque sua interpretação está relacionada aos aspectos psicológicos, ao mesmo tempo que sofre influência de fatores culturais e aspectos fisiológicos. Assim, a cor assume funções que extrapolam o ato de ilustrar ou colorir determinado objeto, pois possui a função de informar, sensibilizar e dar sentido aos elementos da linguagem visual. No campo da comunicação e do marketing, os conhecimentos acerca da psicodinâmica das cores interferem na recepção da mensagem e na mediação entre marca e público. De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006, p. 16): O estudo das coresna comunicação e no marketing permite conhecer sua potência psíquica e aplicá-la como poderoso fator de atração e sedução para identificar as mensagens publicitárias sob todas as formas: apresentação de produtos, embalagens, logotipos, anúncios, etc. [...]. Os autores revelam, portanto, que a linguagem da cor pode ser entendida como um meio atrativo que atua no subconsciente do público-alvo, favorecendo o alinhamento entre as estratégias de comunicação e os objetivos dos produtos e da marca. Quando nos deparamos com cores positivas ou harmônicas, temos uma tendência natural de atração e de reagir favoravelmente a mensagem transmitida, porque elas carregam uma carga simbólica importante. Estamos vivendo em uma iconosfera cada vez mais tomada pelas imagens e, nesse contexto, a linguagem imagética se constrói na ideia de que os elementos visuais são forças psíquicas e simbólicas, que podem ser mais fortes que as experiências reais (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006). Assim, as mutações psicológicas que a formação visual promove irão ter um impacto direto no campo sociológico, resultando em uma nova forma de viver e estar no mundo. É exatamente na captação desse fenômeno que a publicidade se baseia para atingir sua função principal: contribuir para a venda, construir uma imagem e instigar o interesse no consumo. 7Teoria da cor Sintaxe da cor A cor é uma linguagem individual, visto que o homem reage a ela de acordo com suas condições físicas e suas influências culturais, por isso, possui uma sintaxe que pode ser transmitida. O domínio da cor abre inúmeras possibili- dades de estudo para aqueles que se dedicam a compreender os processos de comunicação visual. Essa sintaxe é composta por elementos que compõem a mensagem visual, como luz, o movimento, o peso, o equilíbrio, o espaço e as leis que definem sua utilização (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006). De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006), a cor, além de possuir a capacidade de movimento, ao se relacionar com outras cores dentro de um espaço bidimensional, provoca o fenômeno do contraste, que pode influenciar dentro desse espaço. Esse aspecto é essencial no campo da publicidade, pois envolve a questão da legibilidade e da visibilidade. O uso da cor complementar produz esses efeitos contrastantes e resulta em um efeito plástico, que pode aumentar a beleza e o efeito de um projeto gráfico. O contraste entre os tons quentes e frios resulta em sensações de calor e frio, percebidas pelo indivíduo que recebe o estímulo visual. Essas relações de calor e frio são afetadas pela composição das cores em relação aos demais elementos. Em geral, as quentes são classificadas quando derivam do vermelho ou laranja; já as frias, vêm do azul-esverdeado. Portanto, a cor é uma realidade sensorial que atua sobre a emoção humana, pois produz sensação de movimento, uma dinâmica envolvente e compulsiva, por isso, suas propriedades são utilizadas para diversos fins. Percepção cromática Silveira (2015) apresenta uma visão semelhante a de Farina, Perez e Bastos (2006) ao destacar que a cor se constitui por meio de uma percepção cromá- tica, que é constituída com base na construção de significados históricos e culturais atrelados às cores. Para estudar a construção simbólica da cor e seus efeitos perceptivos, a autora afirma que precisamos nos atentar a três aspectos fundamentais sendo: � a construção cultural simbólica social e coletiva; � a materialização dos significados em dicionários de cor; � os efeitos psicológicos da construção, ou seja, como a cor afeta a per- cepção humana. Teoria da cor8 A construção de sentido está diretamente ligada a questões culturais, como tradições e outros elementos de percepção, auxiliando na interpretação ou na construção de novos significados. “Cada cor tem a sua história, marcada por hábitos e significados, e é isto o que a torna passível de classificação. Podem- -se tomar as cores como instrumentos ativos de uma determinada cultura e, no caso da cultura ocidental, tem-se as cores culturalmente atreladas aos significados [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 122). Com base nesses estudos, estabeleceu-se uma relação de significados para as cores, assim como o efeito que cada uma tende a causar, dependendo do contexto em que são aplicadas. Conheça os principais significados das cores atribuídos por Pastoreau (1997 apud SILVEIRA, 2015) a seguir. � Vermelho: transmite a sensação de calor e pode ser interpretado como calor, fogo, perigo, sangue, alerta, proibição, mas, também, pode reme- ter a amor, paixão, erotismo, sensualidade ou significar dinamismo e criatividade. Como efeito, o vermelho tende a despertar os sentimentos de alegria, felicidade intensa, beleza, raridade, além das sensações de apreensão, aviso, atenção, prazer proibido, amor sem consequências, energia, movimento e sabedoria. � Amarelo: é normalmente associado à luz e ao calor, remete a qualidades como prosperidade, riqueza, alegria, energia, mas, também, pode ser relacionado a doenças, loucura, mentira, traição, melancolia e outono. Seus efeitos, segundo Silveira (2015), podem estar atrelados à sensação de calor e verão, alegria e energia (devido ao calor do sol), tensão, ao estímulo à busca por poder e riqueza material, além de ser interpretado como excitação e atenção, auxiliando na retenção de informações na memória. � Azul: é a cor preferida pela maior parte da população ocidental, segundo Pastoreau (1997 apud SILVEIRA, 2015), pois está associada a infinito, longínquo, sonho, fidelidade e fé, mas, também, está atrelada à sensação de frio, frescura e água. É a cor real e aristocrática. Seus efeitos estão associados aos sentimentos de paz e tranquilidade, infinito espacial, expansão de superfícies, segurança e conforto da família, frio, pureza, transparência, luxo, requinte e realeza. � Verde: é conhecido como a cor do destino, da fortuna e do dinheiro, tam- bém está associada à esperança, ao meio ambiente e à ecologia. Remete à higiene, à saúde e à juventude, mas, também pode ser interpretada como a cor da libertinagem, do que é estranho, cor ácida, que pica e envenena (PASTOREAU, 1997 apud SILVEIRA, 2015). Seus efeitos 9Teoria da cor estão associados à sensação de esperança, controle do próprio destino, completude, modéstia, refrescância, jardim, ambiente naturalmente saudável, jovialidade e energia, saciedade. � Branco: é ligado ao significado de pureza, castidade, virgindade, ino- cência. É a cor de higiene, limpeza, frio, estéril, simplicidade, paz, sabedoria e velhice, bem como da aristocracia, da monarquia e do divino. Seus efeitos estão atrelados ao sentimento de harmonia, paz, sinceridade e ingenuidade, além de transmitir a sensação de limpeza, realeza, suporte a espiritualidade, harmonia estética, ainda, pode ser interpretada como gelada e inverno. � Preto: é atribuída ao sentido de morte, falta, pecado, desonestidade, tristeza, solidão e melancolia, mas, também, está associada a qualidades como austeridade, renúncia e religião, além de ser interpretada como a cor da elegância, da modernidade e da autoridade. Seus efeitos podem causar sensação de perda, introspecção, escuridão, bem como estimular o sentimento de precisão científica e tecnológica e poder de julgamento. Análise de mercado em função da cor A cor é uma ferramenta mercadológica muito importante. De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006), as cores podem ser definidas como um código linguístico visual de fácil entendimento e assimilação e, por isso, podem ser usadas estrategicamente como um instrumento didático. Portanto, as cores formam uma linguagem visual que tem a vantagem de superar as barrei- ras impostas pelos idiomas e seus problemas de decodificação, afinal, não é necessário ser alfabetizado ou poliglota para compreender as sensações transmitidas pelas cores. Essa psicodinâmica das cores, revelada por meio das sensações e percepções a elas atribuídas, é um elemento essencial parao campo da comunicação, principalmente para a publicidade. Desse modo, conforme apresentam Farina, Perez e Bastos (2006), a cor deve ser um elemento crucial no planejamento das ações de comunicação, por exemplo, na escolha para uma embalagem de produto. Para os autores, essa seleção da cor deve ir ao encontro do perfil do consumidor, da região, da classe social e muitos outros fatores. Além disso, é importante atentar à questão do equilíbrio entre forma e cor, uma vez que eles são elementos básicos da comunicação visual “Alguns dos efeitos da cor são: dar impacto ao receptor, criar ilusões óticas, melhorar a legibilidade, identificar uma determinada categoria de produto, entre outros [...]” (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2006, p. 136). Teoria da cor10 Segundo Farina, Perez e Bastos (2006), a cor pode ser considerada a alma do design e está, particularmente, arraigada às emoções humanas. Ao assumir sua função prática, tem o papel de distinguir, identificar e designar o status de um produto. Já em sua função simbólica, pode refletir e instigar sensações e percepções cognitivas, como amor, perigo, paz e energia. Quando assume a função indicial e sinalética, ou seja, enquanto índice e símbolo, a cor pode resultar em sinais informativos, como proibição ou advertência. De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006), os profissionais de comunicação utilizam das cores de forma estratégica, com o intuito de criar construções visuais de unidade, diferenciação e sequência, ou, até mesmo, com o objetivo de instigar sentimentos, sugerir ações e criar efeitos. Um exemplo prático de como ocorre essa aplicação no mercado é a relação das cores por segmento de negócios. O amarelo, por exemplo, por ser associado à energia, ao calor e ao otimismo, pois representa o sol e o verão e tem como efeito o estímulo às atividades intelectuais e ao raciocínio. Por isso, em geral, está atrelado às empresas dos segmentos jornalísticos, professores, animadores e palhaços. Já o laranja, por estar relacionado ao significado de entusiasmo, vitalidade, prosperidade e sucesso, reflete a ideia de negócios criativos e ousados. Assim, é comum observarmos a aplicação dessa cor em identidades visuais ou colorindo espaços de ginásios, segmentos de aventura e marketing. O vermelho, por sua vez, é uma das cores mais simbólicas do mercado, com muitas significações, desde paixão até fome. Por ser uma cor quente, estimula o sistema nervoso e dá energia ao corpo, por isso, empresas do segmento de fast-food ou negócios que envolvam velocidade e ação a utilizam como elemento identificador. O azul é bastante utilizado nos segmentos de empresas corporativas, além de empresas do ramo financeiro, pois está atrelado à questão da tranquilidade, da serenidade, da harmonia e transmite as sensações de confiança, de força e seriedade. Já o verde, é mais aplicado ao segmento da saúde e do meio ambiente, afinal, sugere a sensação de equilíbrio emocional, harmonia, esperança, saúde e liberdade, além de estar associado à natureza, ao meio ambiente e ao carinho. Em empresas do segmento de limpeza ou de cunho religioso é comum encontrar o branco. Essa associação acontece por se tratar de uma cor que transmite pureza, tranquilidade, paz, além de limpeza e organização. Dessa forma, você pode notar como a escolha das cores não deve ser aleatória, pois sua psicodinâmica apresenta um raciocínio lógico por trás das escolhas, focadas em como elas impactam na recepção e na decodificação das mensagens. 11Teoria da cor McDonald’s e o significado do amarelo e do vermelho inconfundíveis Em qualquer lugar do mundo, ao avistar a letra “M” em amarelo, com um fundo vermelho, haverá a associação inconsciente com a rede de fast-food McDonald’s. Os estudos da psicologia das cores demonstraram que o amarelo é relacionado à energia e ao conforto, desse modo, ver o logo da rede faz o corpo liberar substâncias que estimulam a sensação de felicidade e bem-estar; já a cor vermelha, além de chamar a atenção, está ligada ao sentimento de fome. Portanto, é comum associar as sensações de fome e bem-estar às cores da marca McDonald’s. Um estudo realizado em 2006, pelo periódico Management Decision, revelou que a maioria das pessoas decide comprar algo em apenas 90 segundos. Sobre os fatores que interferem na decisão de compra, 62 a 90% das pessoas entrevistadas responde- ram que fazem a escolha com base nas cores que vêm, ainda que seja uma resposta inconsciente (ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE, 2018). Consciente ou não, as cores possuem um papel estratégico na comunicação, pois são carregadas de significados e conotações, afinal, influenciarão a maneira como as pessoas processam a informação. Por isso, sua combinação, no mundo da publicidade e do marketing, pode gerar um caso de extremo sucesso, ou de desastres visuais que afetam a sobrevivência do negócio. 2 Classificação das cores Existem duas diferenciações básicas entre a origem das cores. Como men- cionado por Guimarães (2000) e corroborado por Silveira (2015), que destaca os principais fundamentos da percepção física da cor, os primeiros aspectos que devem ser consideramos nos estudos são os físicos. Eles envolvem o conhecimento sobre a trajetória luminosa da luz e sua refração em raios luminosos. Além disso, há também a percepção cromática dos sólidos de cor, que indicam a construção dos círculos cromáticos que irão proporcionar a primeira organização do universo visual e as perspectivas sobre as cores saturadas e suas diversas possibilidades de valor. Esses aspectos são essenciais para a compreensão da cor e suas funções em projetos visuais, seja no campo do design ou da publicidade. Segundo Silveira (2015), os sólidos de cor são importantes porque apresentam a primeira noção de construção da identidade. Teoria da cor12 Cor pigmento A cor pigmento, segundo Silveira (2015), pode ser definida como a substância material constituinte do objeto, sendo caracterizada de acordo com a natureza química. As cores pigmentos possuem a propriedade de se fixar, em maior ou menor grau, e se exaltar em determinados objetos. Desse modo, o objeto pode absorver, refratar ou refletir os raios luminosos. Por isso, quando um elemento é chamado de vermelho, ele se caracteriza por possuir a capacidade de absorver quase todos os raios da luz branca incidente, refletindo apenas os raios vermelhos. Esse processo recebe o nome de síntese subtrativa, pois subtrai todos os raios até restar apenas um. De acordo com Silveira (2015), a classificação das cores ocorre segundo suas características e formas de manifestação, além da percepção cromática. Assim, um dos conceitos mais importantes na classificação cromática são as cores primárias. “A cor primária é assim denominada por ser cada uma das três cores indecomponíveis. Quando misturadas em proporções variáveis produzem todas as cores do espectro visível. Existem dois conjuntos de cores- -pigmento com suas respectivas cores primárias ou geradoras, e o processo de obtenção da mistura desses dois conjuntos de cores é o mesmo já́ definido como síntese subtrativa [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 47). Na classificação das cores-pigmento, é culturalmente definido que as primárias, indecomponíveis desse conjunto, seriam o vermelho, o amarelo e o azul, sendo o preto resultado da síntese subtrativa entre as três cores primárias. Porém, como esclarece Silveira (2015), esse conjunto de cores foi uma construção cultural, que tem, até hoje, grande força de construção simbólica. No entanto, essa tríade de cores primárias não funciona como cores primárias químicas, ou seja, desse ponto de vista, o vermelho, por exemplo, não é uma cor indecomponível, pois sua decomposição resulta em outras duas cores: o amarelo e o magenta. Do mesmo modo, a síntese das três cores primárias não resulta em preto, mas sim em um cinza neutro, pois não é possível, quimicamente, obter o preto nesse processo. Portanto, na teoria das cores, o conjunto de cores-pigmentoprimárias é composto por magenta, amarelo e ciano. “A mistura destas três cores, assim como a sobreposição destes três filtros coloridos interceptando a luz branca, produz igualmente o cinza-neutro por síntese subtrativa [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 48). 13Teoria da cor A partir dessa perspectiva, foi estabelecido no mercado a implementação das cores CMYK (Figura 1) para peças gráficas, ou seja, qualquer projeto que seja impresso em papel ou utilizando tinta e pigmento, deve se basear nessa classificação. A sigla CMYK é a abreviação de ciano (C), magenta (M), amarelo (Y) e preto (K). Embora as cores primárias sejam apenas ciano, magenta e amarelo, como explicado por Silveira (2015), a obtenção do preto é inviável quimicamente, por isso, a indústria incluiu o preto na composição básica. Este é o modelo mais indicado para qualquer tipo de impressão. Figura 1. Sistemas de cores subtrativas. Fonte: Andrade (2016, documento on-line). Cor-luz Além da classificação das cores segundo os aspectos químicos, há também sua classificação de acordo com o espectro eletromagnético. Silveira (2015) define a cor-luz como o intervalo visível do espectro eletromagnético, em que sua principal propriedade consiste na síntese das três cores primárias resultarem na luz branca. Portanto, diferente do sistema de cores-pigmento, no qual a adição das cores primárias vai diminuindo a reflexão dos raios luminosos e, consequentemente, escurecendo-as até atingir, em tese, o preto, na classificação de cores luz o resultado é o inverso, a adição de todas as cores resulta no branco. Segundo Silveira (2015), o estímulo da cor-luz é obtido de duas formas: por meio de uma fonte de luz monocromática ou por meio da dispersão dos raios luminosos não monocromáticos. Teoria da cor14 As cores-luz primárias são formadas pelo vermelho (red), o verde (green) e o azul-violeta (blue), conhecido como sistema RGB. A partir da mistura dessas três cores, em proporções distintas, é possível criar outras cores do espectro cromático. Esse processo, que acompanha as cores-luz, é chamado de síntese aditiva. Conforme descreve Silveira (2015), as cores secundárias do sistema RGB são o magenta, o amarelo e o ciano, que resultam da soma de duas cores-luz primárias. Por exemplo, quando o vermelho (primária) e o verde (primária) estão sobrepostos, haverá́ como resultado o amarelo (secundária). Do mesmo modo, o azul adicionado ao verde resultará em ciano. Esse processo de produção das cores é denominado cores complementares, por exemplo, o vermelho é complementar ao ciano, o verde é complementar ao magenta e o azul complementar ao amarelo. Assim como acontece com as cores-pigmento, a síntese das cores-luz primárias, em tese, deveria resultar no branco, mas isso não ocorre na prática. Segundo Silveira (2015), o branco puro não pode ser reproduzido, pois não se conseguem fontes de luz primárias (R, G e B) absolutamente puras. O sistema RGB (Figura 2) é utilizado em objetos que emitem luz, como computadores, televisão, câmeras e celulares. As cores obtidas nesse sistema seguem uma escala que varia entre 0 e 255, quando todas estão no máximo (255, 255, 255), o resultado é a cor branca (máxima presença de luz); e, quando todos estão no menor valor (0, 0, 0), o resultado é a cor preta (máxima ausência de luz). Portanto, o sistema RGB é indicado para utilização em projetos digitais. Figura 2. Sistemas de cores aditivas. Fonte: Andrade (2016, documento on-line). 15Teoria da cor Tabela Pantone A marca PANTONE, criada em 1963, pela Pantone Inc. de Lawrence Herbert, desenvolveu um sistema inovador de identificação, combinação e comunicação de cores, com o intuito de resolver problemas associados à reprodução precisa de suas combinações na comunidade de artes gráficas. A visão de que o espectro de cores é visto e interpretado diferentemente por cada indivíduo conduziu à invenção do Pantone Matching System, um manual de cores padrão, em formato de leque ou chip (PANTONE, 2020a). O sistema Pantone é passível de aplicação têxtil, digital, impressa ou plástica. A empresa com sede em Carlstadt, Nova Jersey, nos Estados Unidos, tornou- -se, então, autoridade mundial em cores, principalmente por seus sistemas e tecnologias de ponta criados para reproduzi-las com precisão (PANTONE, 2020a). A marca estabelece padrões nas etapas de seleção, comunicação e controle das cores para garantir a exatidão. O nome PANTONE tornou-se referência como a linguagem padrão para a comunicação em todas as fases do processo de gerenciamento de cores, desde o designer até o fabricante. Outro segmento da companhia é o Pantone Color Institute, criado em 1989, que é, atualmente, o setor responsável pelas pesquisas de tendências e busca as fundamentações para a escolha da cor do ano. A metodologia utilizada pelo Instituto Pantone é mantida em segredo, mas a companhia assegura que as premissas básicas de sua metodologia envolvem as etapas de pesquisa. Além disso, o Pantone Color Institute presta consultoria para marcas que querem efetuar melhorias para estar em conformidade com as tendências de consumo por meio do uso de cores (PANTONE, 2020a). Cor do ano Pantone Além de ser conhecida por sua exatidão no processo de obtenção das cores, a Pantone Inc., desde 2000, indica a cor que será tendência no ano e servirá como inspiração para diversas áreas. Segundo a empresa, o processo de seleção da cor do ano é resultado de uma profunda análise e pesquisa do mercado em tendências. Para chegar à seleção, os especialistas em cores do Pantone Color Institute acompa- nham diversos movimentos ao redor do mundo em busca de influências. Isso pode incluir a indústria do entretenimento, com o cinema, as galerias de arte, os novos artistas e os desfiles de moda; as áreas de design gráfico e de produto; e os destinos mais procurados para viagens, incluindo estilos de vida, estilos de jogos e condições Teoria da cor16 socioeconômicas diversas. As influências também podem resultar de novas tecnologias, materiais, texturas e efeitos que afetam a cor, plataformas relevantes de mídia social e até eventos esportivos que capturam a atenção mundial. Ao longo desses vinte anos, a escolha da cor do ano vem influenciando as decisões de desenvolvimento e compra de produtos em vários setores, incluindo moda, decoração e design industrial, além de embalagens de produtos e design gráfico. Veja, na figura a seguir, as seleções de cor do ano dos últimos anos. Fonte: Pantone (2020b, documento on-line). Atualmente, a marca Pantone tornou-se uma grande influenciadora do mercado mundial, ditando tendências por meio da escolha da cor do ano. A iniciativa surgiu em 2000, quando foi anunciada pela primeira vez, desde então, anualmente, uma cor é escolhida para ser a cor do ano, com base nos estudos desenvolvidos pelo Instituto Pantone. Em 2020, a cor escolhida foi a 19-4052 Classic Blue. Segundo a Pantone (2020a), sua escolha inspira calma, confiança e conectividade, para eles, o azul resiliente aumenta a inspiração, por ser uma base sólida e estável, além de representar uma escolha para en- trar no limiar de uma nova era. Logo após o anúncio da cor do ano, surge no mercado mundial uma série de produtos inspirados nela, desde smartphones, computadores, esmaltes, roupas e diversos outros itens. A Pantone, em seu site, define a escolha como uma seleção simbólica de cores, uma representação do que tem sido demonstrado em nossa cultura, uma expressão de atitude e estado de espírito (PANTONE, 2020a). 17Teoria da cor Figura 3. Cor do ano de 2020. Fonte: Pantone (2020b, documento on-line). As cores produzidas pela Pantone são caracterizadas pela exatidão, por isso são bastante utilizadas na indústria gráfica. Diferente dos sistemas CMYK e RGB, apresenta as cores em seu catálogo por meio de uma numeração espe- cífica. Um exemplo é o vermelho da marca Coca-Cola, que nem sempre, por meio da especificação em RBG ou CMYK, é possívelconseguir; já com o uso da tabela Pantone, essa precisão é mais garantida. O vermelho Coca-Cola é representado pela cor Pantone 185. Um outro exemplo para representar a importância dessa tabela no dia a dia do profissional é comunicação, como no caso de uma impressão que utiliza cores fluorescentes, tanto o sistema RGB como o sistema CMYK são incapazes de reproduzir essa cor, pois esse tipo de coloração é resultado da síntese de quatro cores. Desse modo, a tabela Pantone é eficaz para reproduzir cores fluorescentes e garantir que a impressão do material sairá conforme o projeto inicial. Teoria da cor18 Azul Tiffany, exclusividade da Pantone Em 2001, a Pantone fez uma parceria com a famosa joalheria americana Tiffany & Co. para transformar a icônica cor azul Tiffany em uma cor exclusiva, registrada e secreta, com o intuito de que fosse instantaneamente reconhecida, independentemente do seu meio de reprodução. Assim, foi criado o Pantone Azul 1837, numeração que representa o ano de inauguração da primeira loja da grife. Embora a cor tenha ganhado a codificação da tabela Pantone, ela não está disponível na tabela, porque, de acordo com a parceria entre as marcas, não seria disponibilizada para comercialização. Afinal, é um dos valores intangíveis mais valiosos da grife, repre- senta seu branding e se transformou em um verdadeiro caso de sucesso sobre a força de uma cor para a solidificação de uma marca. O sucesso da cor tem um começo peculiar, quando o criador da joalheria Tiffany, Charles Lewis Tiffany, escolheu o azul turquesa para ilustrar a capa do catálogo anual da coleção de joias da marca, em 1845, e teria feito essa opção devido à popularidade das joias de cor turquesa na época. Desse modo, a cor ficou associada à marca e passou a representar luxo e sofisticação. A consolidação da marca foi ainda mais enfática com a criação das famosas embalagens, que consistem em uma caixa azul com laço branco, feitas especialmente para o lançamento das alianças de diamante feitas à mão, em 1886. A aliança era entregue na delicada caixa de presente, que, após sua associação com o anel, tornou-se tão cobiçada quanto à joia, independente do seu conteúdo. ANDRADE, F. Falando sobre cores: entenda o que é CMYK, RGB e Pantone. 2016. Disponível em: https://sala7design.com.br/2016/06/falando-sobre-cores-entenda-o-que-e-cmyk- -rgb-e-pantone.html. Acesso em: 9 mar. 2020. ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE. Porque empresas de fast food têm logos com cores vibrantes. 2018. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/09/ por-que-empresas-de-fast-food-tem-logos-com-cores-vibrantes.html. Acesso em: 9 mar. 2020. FARINA, M.; PEREZ, C.; BASTOS, D. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. GUIMARÃES, L. A cor como informação: a construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000. PANTONE. Pantone 19-4052 classic blue. 2020b. Disponível em: https://www.pantone. com.br/inteligencia-da-cor/cor-do-ano-2020-classic-blue/. Acesso em: 9 mar. 2020. 19Teoria da cor PANTONE. Sobre a Pantone. 2020a. Disponível em: https://www.pantone.com.br/sobre- -a-pantone/. Acesso em: 9 mar. 2020. SILVEIRA, L. M. Introdução à teoria da cor. Curitiba: UTFPR, 2015. Leituras recomendadas CUTE DROP. A história da cor que virou uma marca. Ou da marca que virou uma cor. 2016. Disponível em: https://www.cutedrop.com.br/2016/03/a-historia-da-cor-que-virou- -uma-marca-ou-da-marca-que-virou-uma-cor/. Acesso em: 9 mar. 2020. GOETHE, J. W. Doutrina das cores. São Paulo: Nova Alexandria, 2013. GUIMARÃES, L. As cores na mídia: a organização da cor-informação no jornalismo. São Paulo: Annablume, 2003. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Teoria da cor20 TEORIA E PRÁTICA DA COR Derli Kraemer Influência das cores nas artes Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o histórico da cor no campo das artes. � Identificar os aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes. � Aplicar as composições cromáticas utilizadas no campo das artes. Introdução As cores sempre estiveram presentes. No começo da história do homem, as cores faziam parte mais das necessidades psicológicas do que das estéticas, como, por exemplo, na história dos egípcios, que sentiam na cor um profundo sentido psicológico, tendo cada cor uma simbologia. Nas artes, Vincent van Gogh (1853-1890) conferiu às suas pinturas sensa- ções cromáticas que traduzem intensas cargas emotivas e psicológicas. Também foi no século XIX que houve um interesse maior em estudar cientificamente a cor, com a participação de filósofos e escritores. Neste capítulo, você vai conhecer o histórico da cor no campo das artes, identificando os aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes e vendo como aplicar as composições cromáticas utilizadas no campo das artes. Histórico da cor no campo das artes Entre as possibilidades de ferramentas para a expressão artística, a cor está pre- sente desde a Pré-História, nas pinturas rupestres, como a mostrada na Figura 1, encontrada no nordeste brasileiro. Com muita criatividade, os hominídeos criaram cores a partir de diversos materiais, como carvão e ossos queimados para obter o preto; óxido de ferro, cera de abelha e substâncias líquidas como clara de ovo para obter o amarelo; sangue e argila para obter o vermelho; cálcio, giz e outras substâncias para obter o branco. Sua arte representava o cotidiano, com cenas de caça e pessoas, e também tinha características religiosas. Leitores do material impresso, para visualizar as figuras deste capítulo em cores, acessem o link ou o código QR a seguir. https://goo.gl/ogk12E Figura 1. Pintura rupestre encontrada no nordeste do Brasil. Fonte: Arte Brasileira UTFPR (2012, documento on-line). Influência das cores nas artes84 Durante toda a história humana, as cores estiveram presentes nas artes. A técnica e a tecnologia foram aprimoradas, acompanhando sua própria época; por exemplo, as cores estavam presentes em brasões e bandeiras. Expressões representadas por cores, que dependendo da cultura são diferentes, simbolizam religiosidade, paz, guerra, luto e outras situações. Segundo Fraser e Banks (2007), na Idade Média, os artistas, sobretudo europeus, tinham ao seu dispor uma grande quantidade de pigmentos diferen- tes, extraídos de plantas e minerais, assim como pigmentos manufaturados. O vermelho, que inicialmente era extraído de insetos, também podia ser extraído do enxofre e do mercúrio (altamente tóxicos). Tais pigmentos eram difíceis para aplicar, pois alguns reagiam quimicamente com outros, causando efeitos adversos. O pintor italiano Cennino Cennini (1370-1440) escreveu sobre os pigmentos em um trabalho bastante detalhado, que incluía receitas químicas para a ma- nufatura de pigmentos especiais. Seu trabalho explicou regras de proporção, perspectiva e cores. Durante o Renascimento, as técnicas antigas foram modifi- cadas pela presença das tintas a óleo. Algumas cores nem são mais fabricadas, como o ultramarino, que é um azul extremamente escuro, sendo diluído com pigmento branco para sua utilização. Acompanhe exemplos nas Figuras 2 e 3. Figura 2. Madona Cigana, de Ticiano, 1512. Fonte: Dias (2018, documento on-line). 85Influência das cores nas artes Figura 3. Madonna Benois, de Leonardo Da Vinci, 1478. Fonte: Virgem Benois (2017, documento on-line). Observe que na pintura de Ticiano temos uma paleta mais expansiva, enquanto na pintura de Da Vinci temos um efeito extremamente rico, com uma paleta de coresestreita e não saturada. Influência das cores nas artes86 Já Piero Della Francesca (1416-1492) utiliza a pintura como suporte para a construção geométrica da imagem. Na pintura Ressurreição de Jesus, de 1450, pode-se observar a disposição piramidal da obra, na qual o ponto mais alto é justamente a cabeça de Jesus. Observe as cores com ênfase nas cores mais suaves e luminosas para representar o Cristo (Figura 4). Figura 4. A Ressureição de Jesus, de Piero Della Francesca, 1450. Fonte: Della Francesca (2018, documento on-line). Caravaggio (1573-1610) já é um artista que não se interessou pela estética do Renascimento, buscando modelos entre músicos e pessoas comuns, do povo. Não havia, para Caravaggio, beleza apenas na aristocracia. Com grande conhecimento sobre a perspectiva e os efeitos de luz e sombra, o artista explorou espaços amplos em suas obras. 87Influência das cores nas artes Figura 5. O tocador de alaúde, de Caravaggio, 1596. Fonte: Dias (2013, documento on-line). É muito difícil falar sobre o histórico da cor nas artes sem falar de Vincent Van Gogh. Segundo Proença (2014): [...] conhecer Vincent Van Gogh é entrar em contato com um artista apai- xonante. Alguém que se empenhou profundamente em recriar a beleza dos seres humanos e da natureza por meio da cor, que para ele era o elemento fundamental da pintura. Em 1888, Van Gogh libertou-se do naturalismo no emprego das cores. Passou a colorir como sentia e percebia os assuntos de maneira arbitrária. Tinha paixão por cores intensas. Influência das cores nas artes88 Figura 6. Jardim de Maraíchers, de Van Gogh, 1888. Fonte: Beaux-Arts (2012, documento on-line). Nas próprias palavras do artista, citadas por Proença (2014): [...] agora nós temos aqui um glorioso e forte calor sem vento, o que é bom para o meu trabalho. Um sol, uma luz, que por falta de nome melhor, eu chamo de amarelo, amarelo-limão-claro, limão-claro-ouro. Como é bonito o amarelo! (Extraído de Tout l’ouvre peintde Van Gogh, Paris. Flammarion, 1971. V.2, p. 126. Les classiques de l’art Flammarion.). Em sua última fase, após sair de uma profunda crise nervosa e internação, instalou-se em Anvers, uma pequena cidade ao norte da França, e, em um período de três meses, pintou aproximadamente 80 telas, com pinceladas cada vez mais visíveis e cores intensas como suas emoções. Em julho de 1890, suicidou-se, deixando 879 pinturas. Foi reconhecido, apenas após sua morte, como o pintor que deu os primeiros passos no que seria a arte moderna. Como diz Proença (2014), morreu sem que fosse compreendido o seu esforço para libertar a beleza dos seres por meio de uma explosão de cores. Mas a cor não é uma exclusividade da pintura. Observe a Figura 7, um exemplo do uso da cor arquitetura e no design de interiores. A casa Tassel, de 1893, é uma edificação do arquiteto Victor Horta, que fica em Bruxelas. A casa foi projetada completamente estilo Art Noveau, com muitos detalhes em ferro e vidro uso abundante de formas orgânicas. 89Influência das cores nas artes Figura 7. A Casa Tassel, de Victor Horta, 1893. Fonte: Bastos (2017, documento on-line). Na Figura 8, você pode ver a obra Harmonia em vermelho, de Henri Matisse, pintor francês que participou dos movimentos Expressionista e Pós-impres- sionista e foi o expoente máximo do Fauvismo. Nessa obra, o artista fez uma combinação de cor tríade, usando na maior parte o vermelho, complementando com o amarelo e o azul. Influência das cores nas artes90 Figura 8. Harmonia em vermelho, de Matisse, 1908. Fonte: Pacheco (2017, documento on-line). O Fauvismo tem algumas características marcantes, como a aplicação de cores vivas e puras, com pinceladas justapostas e irregulares. As formas são reproduzidas de maneira simplificada, sem preocupação com a forma exata. Há também uma ruptura com o rigor da anatomia, resultando em algo mais espontâneo. A emoção do artista é mais relevante, sendo a impressão sobre a natureza mais importante do que a forma perfeita. Há uma perspectiva exagerada, por vezes. Segundo Müller (1976), o crítico de arte Camille Mouclar, do jornal Le Figaro, disse certa vez que, nas obras fauvistas, parecia que tinham jogaram uma lata de tinta no rosto do público. Sendo um movimento vanguardista do século XX, o Fauvismo gerou comentários pela novidade. Os artistas que compuseram esse movimento eram conhecidos pelo uso da cor, que, na arte medieval, era usada principalmente para detalhar e trazer mais realidade para a forma, enquanto os fauves buscavam um equilíbrio estético, independente da busca que os acadêmicos estavam acostumados. 91Influência das cores nas artes Nos primeiros anos do século XX, havia muita incerteza sobre o futuro, com o avanço tecnológico e econômico em largos saltos. Apesar de Matisse declarar sua busca por “paz e serenidade” (CHIPP, 1999), as telas dos fauvistas causaram grande impacto. Segundo Janson e Janson (2009), os principais representantes desse movimento foram Henri Matisse, André Derain, Maurice Vlaminck e Raoul Dufy. As cores falam. Transmitem uma mensagem que é emoldurada pela forma. Por meio da cor podemos despertar memórias, influenciar comportamentos diversos. Existem cores que são, por exemplo, sagradas em diversas culturas. Segundo Heller (2013), o amarelo é divino para os chineses, já o verde é sagrado para os islâmicos. O azul é a cor da pele dos deuses indianos, para justamente diferenciar dos mortais. Ao escolher uma cor para uma peça, é necessário ter responsabilidade para com a cultura em que está inserida. Aspectos conceituais e simbólicos da cor nas artes Segundo Fernand Léger (1989, p. 93): A cor é uma necessidade vital. É uma matéria-prima indispensável à vida, como a água e o fogo. Não é possível conceber a existência dos homens sem um ambiente colorido. As plantas, os animais se colorem naturalmente; o homem se veste com cores. Sua ação não é só decorativa, é psicológica. Ligada à luz, ela se torna intensidade, se torna necessidade social e humana. O sentimento de alegria, de emulação, de força, de ação se acha fortalecido, ampliado pela cor. Nessa citação, o autor identifica a cor como um elemento vital indispensável à própria vida. Por meio da cor é possível demonstrar além da forma. Nas artes, a cor é, sobretudo, sentimento, como preconizou Van Gogh. Influência das cores nas artes92 Harmonia e contraste Segundo Fraser e Banks (2007), harmonia de cores é o efeito obtido por uma cor cuja tonalidade muda, controlada pela variação da saturação e luminosi- dade. Esse controle é obtido por meio da adição de branco ou preto. O objetivo pode ser a ênfase de um elemento específico. Veja um exemplo de harmonia na Figura 9. Figura 9. Escala harmônica do vermelho. Existem várias formas de se utilizar a harmonia. Por exemplo, a saturação é quando há soma de uma única cor às demais. Já a harmonia monocromática utiliza-se de um matiz e de sua variação de luminosidade. O contraste ou, a harmonia complementar, ocorre ao observarmos o círculo cromático, escolhendo uma cor e seguindo na direção oposta para encontrar a cor complementar — a cor que está do outro lado do disco cro- mático. A isso chama-se díade de complementares. E também há a harmonia triádica: três cores que se ligam por um tri- ângulo equilátero imaginário, inserido no círculo cromático. A harmonia quadrática é formada por tétrades, que definem um quadrado formado pela união de duas díades perpendiculares entre si. E apenas para complementar: as cores se análogas têm uma sequência de cores adjacentes. A Figura 10 ilustra esses exemplos. 93Influência das cores nas artes Figura 10. Exemplos de círculos cromáticos. Fonte: Bastos (2017, documento on-line). Concluímos então que as cores harmônicas não disputam a atenção do observador, enquanto o esquema contrastante deve ser testado com esmero, pois essas cores tendem a competir pela atenção. Essa competição, metodicamente escolhida por pintores como VanGogh, tem uma ligação tanto com as descobertas iniciais de Isaac Newton quanto com os primeiros passos para o estudo da psicologia das cores de Johann Wolfgang von Goethe. Sir Isaac Newton explicou, no século XVII, com o uso de um prisma, como a luz branca é separada em diferentes cores, enquanto, em 1810, Goethe publicou seu trabalho A Teoria das Cores, no qual discorda de Newton sobre a divisão do espectro, pela visão da ciência de dividir algo para estudá-lo, pois achava que isso era nocivo, pois rompendo em pedaços, acabava-se o sentido da unidade. Sob este olhar, Goethe abordou o tema da cor por um olhar mais humano. Esse estudo, aprofundado por Heller (2013), explica as sensações que as cores transmitem, podendo ser usadas também de forma absolutamente consciente na criação de peças, tanto quanto um artista pode escolhe-las de Influência das cores nas artes94 acordo com sua vontade criativa. No caso do uso consciente, artistas, diretores de arte em agências de publicidade, designers gráficos, designers de produto, designers de interiores e outros especialistas podem usar esse conhecimento para obter melhores resultados em seus trabalhos. Acompanhe o Quadro 1. Fonte: Adaptado de Heller (2013). Azul Frio e passivo, tranquilo e confiável. Azul está para virtudes intelectuais como o seu oposto, o vermelho, está para paixão. Vermelho Quente, próximo, atraente e sensível. Amarelo Lúdico com laranja e vermelho, amável com azul e rosa. Combinado ao cinza e ao preto, atua negativamente. Lembra inveja e ciúme. Verde Tranquilizador ao lado do azul e do branco. Esperança com azul e amarelo. Salutar ao lado do vermelho. Venenoso ao lado do violeta. Branco Ideal e nobre com ouro e azul. Objetivo com cinza. Leve com amarelo. Delicado com o rosa. Preto Ríspido e duro com cinza e azul. Elegante ao lado do prata e do branco, poderoso acompanhado de ouro e vermelho. Rosa Terno e feminino com vermelho, infantil com amarelo e branco, doce e barato com laranja. Laranja Divertido com amarelo e vermelho. Com dourado, prazer. Com violeta, intruso. Com verde e marrom, aromático. Marrom Aconchegante com cores ensolaradas e luminosas. Fora de moda com todas as cores inexpressivas. Careta e insuportável com cinza e cor de rosa. Com branco, efeito não erótico. Com verde e violeta, efeito acre e intragável. Quadro 1. Cores comumente citadas como relacionadas a conceitos Essa tabela é mínima, na verdade. Uma pequena amostra de um estudo maior sobre a influência das cores em outras atividades, para demonstrar que as cores estão presentes e são essenciais para as artes. 95Influência das cores nas artes 1. As cores por si só, usadas de forma uniforme, seriam limitadas, porém elas podem ser combinadas, aumentando suas variações. Qual é a classificação dessas combinações de cores nas composições de ambientes? a) Primárias e secundárias. b) Harmônicas e contrastantes. c) Opostas e semelhantes. d) Consonantes e dissonantes. e) Terciárias e opostas. 2. Henri Matisse foi o expoente máximo do movimento artístico que floresceu na França entre 1901 e 1908. O trabalho de Henri Matisse foi influenciado por qual estilo artístico? a) Fauvismo. b) Modernismo tardio. c) Renascimento. d) Pop Arte americana e) Regionalismo. 3. Há 40 mil anos foram criados os primeiros pigmentos, que combinavam carvão queimado, gordura animal e solo, assim os artistas criaram uma paleta básica de quatro cores, quais são elas? a) Amarelo, vermelho, preto e branco. b) Amarelo, vermelho, roxo e branco. c) Vermelho, preto, verde e branco. d) Azul, vermelho, preto e branco. e) Amarelo, vermelho, azul e branco. 4. A oposição entre luz e sombra se desenvolve entre dois polos: preto e branco. O contraste entre as cores dos corpos e do cenário substitui as linhas de contorno na pintura. Essa utilização de luz e sombras ficou conhecida como? a) Chiaroscuro (claro- escuro em italiano). b) Oposição de cores. c) Cor pigmento. d) Cores frias e quentes. e) Luz e cor. 5. Harmonia cromática é o resultado do equilíbrio entre cor dominante (que possui a maior extensão na composição), cor tônica (coloração vibrante que dá tom ao conjunto) e cor intermediária (meio termo entre a dominante e a tônica). Com base no estudo de harmonias, podemos dizer que a imagem a baixo é uma: Fonte: Pierre-Auguste Renoir (documento on- -line, 2012). a) harmonia monocromática. b) harmonia complementar ou de contraste. c) harmonia triádica. d) harmonia quadrática. e) harmonia por saturação. Influência das cores nas artes96 ARTE BRASILEIRA UTFPR. Arte rupestre no Brasil. 1 jun. 2012. Disponível em: <https:// artebrasileirautfpr.wordpress.com/2012/06/01/arte-rupestre-no-brasil/>. Acesso em: 13 jan. 2019. BARROS, L. R. M. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2006. BASTOS, T. R. Círculo cromático: aprenda a combinar cores na decoração. Casa e Jardim, 9 mar. 2017. Disponível em: <https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/ Dicas/noticia/2017/03/circulo-cromatico-aprenda-combinar-cores-na-decoracao. html>. Acesso em: 13 jan. 2019. BEAUX-ARTS. Vincent VAN GOGH: JARDIN DE MARAÎCHERS. 25 out. 2012. Disponível em: <https://www.devoir-de-philosophie.com/dissertation-vincent-van-gogh-jardin- -maraichers-195616.html>. Acesso em: 13 jan. 2019. CHIPP, H. B. Fauvismo e expressionismo: a intuição criadora. In: SELZ, P.; TAYLOR, J. C. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 121-142. DELLA FRANCESCA, P. Ressurreição (detalhe) — Resurrection (detail). Warburg: banco comparativo de imagens, 2018. Disponível em: <http://warburg.chaa-unicamp.com.br/ obras/view/10691>. Acesso em: 13 jan. 2018. DIAS, L. Ticiano — Madona Cigana. VÍRUS DA ARTE & CIA, 27 nov. 2018. Disponível em: <http://virusdaarte.net/ticiano-madona-cigana/>. Acesso em: 13 jan. 2019. DIAS, L. Caravaggio — O TOCADOR DE ALAÚDE. VÍRUS DA ARTE & CIA, 31 mar. 2013. 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Acesso em: 13 jan. 2019. 97Influência das cores nas artes PIERRE AUGUSTE RENOIR, (French — Albert Cahen d’Anvers — Google Art Project. jpg. Wikimedia Commons, the free media repositor, 19 out. 2012. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pierre-Auguste_Renoir_(French_-_Al- bert_Cahen_d%27Anvers_-_Google_Art_Project.jpg>. Acesso em: 17 jan. 2019. PROENÇA, G. História da arte. 17. ed. São Paulo: Ática, 2014. VIRGEM BENOIS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Virgem_Benois>. Acesso em: 13 jan. 2019. Leituras recomendadas BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H. S. História da arte. Porto Alegre: Sagah, 2018. GOETHE, J. W. Zur Farbenlehre. Berlin: Createspace, 2014. Influência das cores nas artes98 Conteúdo: TEORIA E PRÁTICA DA COR Derli Kraemer Sensações visuais acromáticas e cromáticas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Conceituar as sensações visuais acromáticas e cromáticas. � Identificar as composições formadas por cores acromáticas e cromáticas.
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