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Como o enfermeiro deve abordar o
tabagismo em pacientes cardíacos?
A abordagem do tabagismo em pacientes cardíacos é crucial para a recuperação e prevenção de
complicações, sendo uma intervenção que pode literalmente salvar vidas. O enfermeiro, como
profissional de saúde na linha de frente do cuidado, desempenha um papel fundamental nesse
processo, atuando como educador, conselheiro e suporte contínuo. O primeiro passo é estabelecer uma
relação de confiança com o paciente, ouvindo atentamente suas preocupações, compreendendo sua
história com o tabagismo, identificando tentativas anteriores de cessação e reconhecendo os gatilhos
que levam ao comportamento tabagista.
É fundamental usar uma linguagem clara e respeitosa, evitando julgamentos e condenações, pois o
tabagismo é reconhecido como uma dependência química com componentes comportamentais e
psicológicos complexos. O foco deve ser na educação e no apoio para que o paciente entenda os riscos
específicos do tabagismo para sua saúde cardiovascular, como o aumento do risco de infarto, acidente
vascular cerebral e agravamento da insuficiência cardíaca. É igualmente importante destacar os
benefícios imediatos e a longo prazo de parar de fumar, como a melhora da circulação sanguínea nas
primeiras 24 horas e a redução significativa do risco cardiovascular após um ano.
O enfermeiro pode utilizar diversas ferramentas de avaliação, como o Teste de Fagerström para avaliar o
grau de dependência à nicotina, o questionário de estágios de mudança de Prochaska e DiClemente
para identificar a prontidão para mudança, e diários de tabagismo para mapear padrões de consumo.
Estas avaliações são cruciais para definir estratégias personalizadas de cessação que considerem as
particularidades de cada paciente.
A informação sobre os recursos disponíveis para auxiliar na cessação deve ser abrangente e detalhada.
Isso inclui explicações sobre as opções de terapia de reposição de nicotina (adesivos, gomas, pastilhas),
medicamentos de primeira linha como a vareniclina e bupropiona, técnicas de terapia comportamental
cognitiva, grupos de apoio presenciais e online, e linhas telefônicas de suporte como o Disque Saúde
136. O enfermeiro deve explicar os prós e contras de cada método, ajudando o paciente a escolher a
abordagem mais adequada ao seu caso.
O monitoramento dos efeitos da abstinência é crucial, pois sintomas como irritabilidade, ansiedade,
alterações do sono e aumento do apetite são comuns e podem comprometer a adesão ao tratamento. O
enfermeiro deve orientar sobre estratégias práticas para lidar com estes sintomas, como técnicas de
respiração profunda, exercícios físicos leves (após liberação médica), atividades de distração e
mudanças na rotina alimentar.
A manutenção da motivação é um aspecto crítico do processo. O enfermeiro deve estabelecer metas
realistas junto com o paciente, celebrar cada conquista (mesmo as pequenas), e ajudar a desenvolver
um plano de prevenção de recaídas. É importante também envolver a família e outros significativos no
processo, criando uma rede de apoio sólida que contribua para o sucesso da cessação do tabagismo.
Em casos de recaída, o enfermeiro deve manter uma postura acolhedora e encorajadora, lembrando que
tentativas múltiplas são comuns antes do sucesso definitivo. Cada tentativa deve ser vista como uma
oportunidade de aprendizado, identificando os gatilhos que levaram à recaída e fortalecendo as
estratégias de enfrentamento para futuras situações de risco.

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