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A União Ibérica A União Ibérica foi o período da história em que os reinos de Portugal e Espanha, que até então eram soberanos e independentes, foram governados pelo mesmo monarca. Esse acontecimento foi o resultado da crise dinástica que afetou a monarquia portuguesa no final do século XVI, mais especificamente a morte de Dom Sebastião, o rei de Portugal, sem deixar herdeiros diretos. O Contexto Histórico da União Ibérica Dom Sebastião de Portugal, que governou o país de 1557 até sua morte em 1578, era jovem e impulsivo. Em 1578, ele partiu para uma desastrosa campanha militar no norte da África contra o Império Otomano e os mouros em Marrocos. A batalha de Alcáçquivir, onde o rei português foi derrotado e desapareceu, marcou o fim da dinastia de Avis. Como ele não tinha herdeiros, Portugal entrou em um período de crise dinástica, onde vários pretendentes ao trono surgiram, mas nenhum deles conseguiu manter a estabilidade política do reino. Enquanto isso, na Espanha, o rei Filipe II, da dinastia dos Habsburgo, também se via como um legítimo herdeiro ao trono de Portugal devido a um casamento anterior entre sua mãe, Isabel de Portugal, e o rei Manuel I de Portugal. Filipe II, que já era monarca de vastos territórios da Europa, América, Ásia e África, viu a oportunidade de anexar Portugal ao seu império. Em 1580, após um período de disputas internas e ameaças externas, ele conquistou o trono português e uniu as coroas de Espanha e Portugal sob seu domínio, dando início à União Ibérica. Consequências Políticas da União Ibérica A União Ibérica, que durou de 1580 a 1640, teve um grande impacto tanto em Portugal quanto na Espanha. Para a Espanha, a incorporação de Portugal ao seu império foi uma ampliação territorial significativa, mas também trouxe diversos problemas. O império espanhol, já imenso e sobrecarregado com a administração de vastas colônias, agora precisava também lidar com os assuntos e interesses de Portugal, o que enfraqueceu a capacidade do reino em manter sua hegemonia. Por outro lado, para Portugal, a União Ibérica foi vista por muitos como uma perda de independência. A monarquia portuguesa passou a ser governada por um monarca espanhol, o que gerou grande descontentamento entre a nobreza e o povo português. Além disso, a política externa de Filipe II, voltada para os interesses da Espanha, nem sempre coincidiu com os interesses portugueses, principalmente nas questões envolvendo as colônias e o comércio ultramarino. A Economia Portuguesa Durante a União Ibérica A economia portuguesa foi fortemente afetada durante o período da União Ibérica. Sob o domínio espanhol, Portugal perdeu boa parte da autonomia que possuía, especialmente no que diz respeito ao comércio com suas colônias. Durante o século XVI, Portugal se destacava no comércio de especiarias, especialmente com a Ásia e o Brasil, e nas rotas comerciais com a África. No entanto, com a anexação à Espanha, muitas dessas rotas foram prejudicadas. A Espanha, envolvida com suas próprias questões internas e externas, não conseguia garantir a proteção das rotas comerciais portuguesas. Além disso, o foco da Espanha estava mais voltado para a guerra com potências como a Inglaterra e os Países Baixos, o que resultou na falta de defesa das colônias portuguesas, permitindo que piratas ingleses e holandeses atacassem livremente os navios portugueses. O maior prejuízo para Portugal foi a perda de sua supremacia no comércio de especiarias, que acabou sendo disputada por outros países europeus, como a Holanda e a Inglaterra. A Resistência Portuguesa e a Restauração Apesar da união com a Espanha, muitos portugueses não aceitavam a perda da independência. A nobreza, os comerciantes e a população em geral estavam descontentes com o domínio espanhol. A situação piorou quando Filipe II impôs pesados impostos e determinou que muitos recursos naturais de Portugal fossem transferidos para o império espanhol. Esse descontentamento culminou na Revolução de 1640, um movimento de resistência contra o domínio espanhol. Em 1º de dezembro de 1640, um golpe de estado levou à deposição do duque de Bragança, que era o representante da monarquia espanhola em Portugal, e à proclamada independência do Reino de Portugal. A Restauração foi um marco na história portuguesa, pois a independência foi finalmente restaurada e a monarquia portuguesa foi reinstituída sob o domínio da Casa de Bragança, com Dom João IV assumindo o trono. A União Ibérica e Seus Legados A União Ibérica, embora tenha durado apenas 60 anos, deixou legados importantes para a história dos dois países. Para Portugal, a restauração de sua independência significou a preservação de sua identidade política e cultural, que, embora ameaçada, sobreviveu ao longo do tempo. O período de união também trouxe mudanças nas suas relações com outras potências europeias e com as suas colônias. No caso da Espanha, a união, apesar de ter ampliado seu império, acabou revelando as limitações e fragilidades de um império já sobrecarregado. O impacto econômico da União Ibérica foi profundo para Portugal. A perda de algumas das suas rotas comerciais, especialmente com as especiarias, enfraqueceu a economia portuguesa e contribuiu para o declínio da sua importância no comércio mundial. Além disso, a União Ibérica também teve um impacto na política interna de Portugal, uma vez que a autoridade do monarca espanhol interferiu diretamente nas questões internas do reino, muitas vezes prejudicando os interesses da nobreza e do povo português. A União Ibérica foi um dos períodos mais turbulentos e complexos da história ibérica, marcando uma mudança significativa na dinâmica entre os dois reinos. A fusão das coroas portuguesa e espanhola, embora tenha proporcionado à Espanha uma expansão territorial, também gerou sérias dificuldades econômicas e políticas. Para Portugal, a união significou uma perda temporária da independência, mas, ao mesmo tempo, fortaleceu o sentimento de unidade nacional que culminaria na Revolução de 1640 e na restauração da independência. O legado desse período ainda é um tema relevante para estudiosos que buscam entender a evolução das relações entre as duas nações e os efeitos dessa união no mundo colonial e no comércio global. 1. Quem foi o rei de Portugal que morreu sem herdeiros diretos, levando à crise dinástica e à União Ibérica? a) Dom João VI b) Dom Sebastião c) Dom Henrique d) Dom Pedro II Resposta: b) Dom Sebastião 2. Qual foi o principal motivo para a União Ibérica entre Portugal e Espanha em 1580? a) Expansão do império português b) A morte de Dom Sebastião sem herdeiros diretos c) Conquista das colônias africanas d) A ameaça de invasão inglesa Resposta: b) A morte de Dom Sebastião sem herdeiros diretos 3. Durante a União Ibérica, qual monarca espanhol assumiu também o trono de Portugal? a) Filipe IV b) Filipe II c) Carlos I d) João III Resposta: b) Filipe II 4. O que foi a Revolução de 1640 em Portugal? a) A tentativa de anexação das colônias portuguesas por parte da Espanha b) A restauração da independência portuguesa após 60 anos de domínio espanhol c) O início da guerra entre Portugal e França d) A ascensão de Dom Sebastião ao trono de Portugal Resposta: b) A restauração da independência portuguesa após 60 anos de domínio espanhol 5. Quais foram os principais efeitos econômicos para Portugal durante a União Ibérica? a) Aumento do comércio de especiarias com os Países Baixos b) O enfraquecimento do comércio com as colônias devido a ataques de piratas c) Expansão das rotas comerciais com a Ásia e África d) O aumento da produção agrícola no Brasil Resposta: b) O enfraquecimento do comércio com as colônias devido a ataques de piratas 6. Quem assumiu o trono de Portugal após a Revolução de 1640? a) Dom João VI b) Dom João IV c) Dom Pedro I d) Dom Henrique Resposta: b) Dom João IV