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O Que É O Microbioma 
Humano? 
 
 
❖ Em indivíduos saudáveis, a maioria dos 
microrganismos que habitam no corpo humano 
não provocam doenças → Tem funções 
importantes para o hospedeiro: 
o favorecer a digestão dos alimentos 
o induzir a produção de vitaminas 
o proteger o hospedeiro contra 
microrganismos patogénicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunidade ecológica de microrganismos comensal, simbiótica e 
patogénica que partilha o nosso corpo e que funciona como um 
determinante da saúde e da doença (Consortium HMP, 2012)
O microbioma normal humano desenvolve-se desde o
nascimento até as diversas fases da vida adulta,
originando comunidades bacterianas estáveis.
Estima-se que o corpo humano contenha cerca de 10 triliões de
células e que seja portador de aproximadamente 100 triliões de
bactérias, fungos e vírus.
Cada microbioma é específico.
Pode variar com a alteração dos fatores que o determinam.
Exemplos:
•microbioma da nasofaringe em crianças é sazonal
•microbioma do trato vaginal varia ao longo do ciclo menstrual
•microbioma gástrico pode variar ao longo do tempo: no caso da atrofia
gástrica que aparece com a idade
A necessidade de entender a diversidade 
microbiana nos diferentes ambientes do corpo 
humano e sua relação com a saúde originou o 
Projeto Microbioma Humano.
O objetivo é estudar o microbioma humano 
em diferentes ambientes para, no futuro, 
utilizá-lo como ferramenta de diagnóstico e 
terapia, promovendo a saúde individual
Projeto criado pelo Instituto Nacional de Saúde 
Americano (National Health Institute), em parceria 
com quatro centros de sequenciação, o Instituto de 
Broad (Cambridge, EUA), a Faculdade de Medicina de 
Baylor (Texas, EUA), a Faculdade de Medicina de 
Washington (Washington, EUA) e o Instituto J. Craig 
Venter (Maryland, EUA), para além de inúmeros 
investigadores. Engloba também a Ásia e a União 
Europeia e tem como missão, gerar recursos que 
permitam a caracterização global do microbioma 
humano. 
 Tipos de microbioma: 
▪ Microbioma da conjuntiva e ocular 
▪ Microbioma do esófago 
▪ Microbioma da cavidade oral (Placa 
bacteriana) 
▪ Microbioma da nasofaringe 
▪ Microbioma da pele 
▪ Microbioma do trato vaginal (Efeito protetor 
do microbioma do trato vaginal) 
▪ Microbioma do trato gastro intestinal (Efeito 
protetor do microbioma intestinal) 
▪ Microbioma do trato urinário 
 
1. MICROBIOMA DA 
CONJUNTIVA E OCULAR 
 
 
 
2. MICROBIOMA DO ESÓFAGO 
 
 
 
3. MICROBIOMA DA 
CAVIDADE ORAL 
 
Na sua maioria, estas bactérias também são 
espécies comensais, contudo, podem tornar-se 
patogénicas em resposta às mudanças do ambiente da 
cavidade oral, nomeadamente com a deficitária higiene 
oral do indivíduo. Por outro lado, muitas destas 
espécies podem associar-se e formar biofilmes 
resistentes à tensão mecânica ou tratamento 
antibiótico 
 
 
4. MICROBIOMA DA 
NASOFARINGE 
 
 
A conjuntiva é 
praticamente estéril.
Algumas bactérias 
fazem parte do 
microbioma transitório 
da conjuntiva.
O microbioma da conjuntiva 
apresenta uma baixa densidade 
populacional, constituída por um 
númeroreduzido de espécies. 
Órgão praticamente 
estéril.
As bactérias quando 
presentes, são apenas 
transitórias.
As patologias do esófago podem 
alterar a sua anatomia e predispor o 
órgão a um microbioma residente, 
constituído por microrganismos 
potencialmente patogénicos
A composição do microbioma oral varia conforme idade, dieta, função 
hormonal, fluxo salivar, imunidade, higiene e alcoolismo. 
Dentes, gengiva, língua e mucosa oferecem superfícies para biofilmes 
microbianos.
A saliva e nutrientes alimentares favorecem o crescimento 
bacteriano, e fatores como umidade, temperatura (34-36 °C) e pH 
neutro sustentam um microbioma diversificado, com cerca de 700 
grupos bacterianos.
A faringe aprisiona o maior 
número das bactérias que são 
inaladas
O microbioma da nasofaringe 
contêm primariamente os 
mesmos géneros bacterianos 
encontrados no microbioma oral.
Acrescem os géneros 
Staphylococcus, Neisseria e 
Corynebacterium
As vias aéreas superiores são 
protegidas por um microbioma 
residente
Evita a colonização destas vias 
áreas por agentes patogénicos.
Os cocos Gram positivo são os 
mais comuns nesta zona 
anatómica.
5. MICROBIOMA DA PELE 
 
 
 
 
6. MICROBIOMA DO TRATO 
VAGINAL 
 
 
 
 
 
7. MICROBIOMA DO TRATO 
GASTROINTESTINAL 
 
 
Composição do microbioma do trato 
gastrointestinal humano 
 
O microbioma intestinal é diverso, dinâmico e um 
dos ecossistemas mais complexos. Ele pode ser 
alterado por patologias, dieta e distúrbios 
gastrointestinais. 
A pele é um ecossistema com 
microambientes variados, ricos 
em dobras, invaginações e 
nichos, que sustentam a 
colonização por bactérias, 
fungos e vírus. 
Fatores do hospedeiro, como 
idade, sexo, imunidade, além 
de fatores externos, como 
clima e localização geográfica, 
influenciam a composição e a 
diversidade do microbioma da 
pele humana.
O microbioma vaginal em 
idade fértil (mulher saudável)
Domínio bactérias género 
Lactobacillus: L. crispatus, L. 
gasseri, L. iners e L. jensenii. 
1/5 das mulheres apresenta 
um microbioma vaginal não 
dominado por Lactobacillus
Constituido por bactérias anaeróbias: 
géneros Atopobium, Dialister, 
Gardnerella, Megasphaera, Prevotella 
e Peptoniphilus
Os Lactobacillus reduzem o pH vaginal através da produção de ácido
lático e competem com microrganismos nocivos, limitando sua
proliferação.
Alterações nesse microbioma estão ligadas a parto pré-termo,
doenças inflamatórias pélvicas, ISTs e infertilidade. O microbioma
do colo do útero é similar ao vaginal, com predominância de
Gardnerella vaginalis e Lactobacillus.
Nos ovários e trompas, predominam Propionibacterium,
Streptococcus e Lactobacillus.
A população bacteriana vaginal é predominantemente de
Lactobacillus, variando conforme a pessoa, idade, pH vaginal e
níveis hormonais.
Durante a puberdade até a menopausa, o estrogénio estimula a
secreção de glicogénio no trato reprodutivo, alterando o
microbioma vaginal e reduzindo o pH para cerca de 5.
Após a menopausa, com a queda do estrogénio e glicogénio, o
pH aumenta para 7, e o microbioma retorna à composição da
pré-puberdade.
O útero e trompas de Falópio geralmente não apresentam bactérias,
sendo estéreis devido ao tampão de muco cervical. Aborto ou trabalho
de parto prolongado aumentam o risco de infeções uterinas.
Microbioma do intestino é constituída por cerca de 1800 
géneros (mín.) e aprox. 15000 a 36000 espécies bacterianas 
diferentes.
•7 filos bacterianos predominantes: Firmicutes, Bacteroidetes, Proteobacteria,
Fusobacteria, Verrucomicrobia, Cyanobacteria e Actinobacteria.
•As espécies mais abundantes são membros do filo Firmicutes (64%) e
Bacteroidetes (23%).
•Filo Firmicutes, inclui géneros como Streptococcus, Lactobacillus,
Ruminococcus, Enterococcus, Clostridium, Mycoplasma, entre outros.
•Filo Bacteroidetes incluem géneros como o Bacteroides, Prevotella e
Porphyromonas.
Funções do microbioma e o seu 
impacto na saúde humana 
 
 
 
 
 
 
 
 O tratamento da infcção por Clostridium difficile foi 
um caso de sucesso no estudo do microbioma. A 
 pós a destruição do microbioma intestinal por 
antibióticos, C. difficile prolifera, causando infcção. 
As alternativas eram mais antibióticos, mas com 
pouco sucesso. Com o avanço nos estudos, o 
transplante fecal surgiu como uma terapia eficaz, 
restaurando rapidamente o microbioma e 
apresentando melhores resultados. 
 
O trato urinário era considerado 
estéril, mas a descoberta do 
urobioma – comunidade 
microbiana no trato urinário –
mudou essa visão. 
Avanços tecnológicos, como a 
sequenciação de DNA 
independente de cultura, 
permitiram identificar essas 
comunidades e mostrar que seus 
desequilíbrios podem contribuir 
para infecções e doenças.
Nos últimos anos, o conhecimento sobre o 
microbioma aumentou consideravelmente.
Favorecido pelo aparecimentode novas técnicas 
permitiu compreender quais as características e a 
composição do microbioma de cada local 
anatómico.
Possível associar certas doenças a alterações do 
microbioma. Compreender melhor a 
fisiopatologia de certas doenças associadas a 
modificações no microbioma e desenvolvernovas 
terapêuticas. 
❖ A urina é normalmente composta por bactérias 
de quatro filos: Firmicutes, Bacteroidetes, 
Proteobacteria e Actinobacteria. Urobioma 
masculino e feminino são dominados pelo filo 
Firmicutes, enquanto Actinobacteria e 
Bacteroidetes estão ausentes no urobioma 
masculino.

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