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1. Conceito A ecotoxicologia compreende a caracterização, compreensão e o prognóstico dos efeitos deletérios de substâncias químicas de origem antropogênica (produzidas pelo homem) no meio ambiente e compreende também a avaliação das medidas necessárias para prevenir, conter ou tratar os danos causados. - Entre as classes dos poluentes de origem antropogênica, os mais comuns são os agrotóxicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas), íons inorgânicos (metais), solventes orgânicos, substâncias radioativas, produtos farmacêuticos e etc. - O conhecimento relacionados a ecotoxicologia é fundamental para a análise e compreensão dos efeitos de xenobióticos e a determinação de seus mecanismos de ação e do risco aos diferentes níveis organizacionais da Ecologia. Os estudos toxicológicos compreendem a avaliação da influência de fatores bióticos e abióticos sobre a resposta aos poluentes. - Os fatores bióticos incluem os tipos de organismos vivos envolvidos e suas características intrínsecas como tamanho, fase de desenvolvimento, sazonalidade, estado nutricional e as biotransformações decorrentes - Os fatores abióticos correspondem, além da transformação físico-quimicas, às características do ambiente (ar, agua, solo/sedimentos), como temperatura, pH e oxigenação. O que significa bióticos e abióticos? Bióticos: componentes vivos Abióticos: coisas sem vida no ambiente (luz, agua…) Os Poluentes Orgânicos Persistentes (POP’s) são produtos químicos artificiais resistentes no ambiente com estrutura molecular baseada no carbono As denúncias ambientais começaram após Rachel Carson em seu livro denunciar o uso indiscriminado dos DDT um pesticida extremamente utilizado nos anos 40, o DDT afeta o metabolismo do cálcio e isso ela percebeu apos uma diminuição da taxa reprodutiva das aves. Poluição é a degradação da qualidade ambiental resultantes de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas do meio ambiente e etc. Diferença de Poluição e Contaminação: Poluição- Níveis acima dos permitidos por lei e Presença causando efeitos prejudiciais ao ambiente. Contaminação- Niveis acima dos encontrados na natureza e presença não causa efeitos aparentes ao ambiente. Existe a cadeia de causalidade: 1- Emissões de contaminantes Fontes pontuais e não pontuais - As fontes pontuais são aquelas que sabe-se de onde vem como um cano de esgoto e as não pontuais são aquelas que não sabe de onde vem como a lixiviação que leva a agua da chuva para os rios e etc. 2- Destino e comportamento dos quimicos Depois que chega no ambiente precisa saber para onde vai podendo ir para Atmosfera; Hidrofesra; Litosfera podendo ser por processos fisicos, quimicos e biológicos 3- Efeitos sobre a biosfera Organismo; populações; comunidades e escossistemas. 2. Distribuição, bioacumulação e biomagnificação de poluentes no meio ambiente - O termo distribuição nessa ciência refere-se à concentração e à localização final de um determinado poluente, uma mistura de poluentes bem como seus derivados ou produtos de transformação nos organismos e no ambiente externo (água, solo e ar) após sua dispersão no meio. - Quando a bioacumulação ocorre de forma direta, ou seja, pelo ambiente em que ocorre os organismos é também denominada de bioconcentração qquando vai acumulando ao longo da vida ex: quando a água passa pelas brânquias do peixe, os compostos nela dissolvidos podem ter maior afinidade ao organismo em questão do que à água, tendendo a se acumular nos tecidos. - Quando ocorre bioacumulação de forma indireta, ou seja, pela alimentação pode ocorrer o fenômeno de biomagnificação vai passando ao longo da cadeia alimentar interespécie. - 3. Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos a poluentes e seus efeitos sobre as populações Mudanças significativas do ecossistema são as alterações genéticas disparadas por poluentes ambientais que provocam um processo denominado microevolução devido à poluição. As mudanças podem ser vistas no decorrer de algumas gerações e ocorre devido a danos genéticos diretos ou indiretos Os diretos estão relacionados ao dano que a substância exerce sobre o código genético, incluindo mutações pontuais, rearranjos nos cromossomos, inversões, depleções e etc e com uma serie de fatores, acontece a redução da viabilidade populacional. Os indiretos são resultantes de alterações na variabilidade genética de uma população, induzidos por poluição, pelo fato de a composição genética ser constantemente alterada por eventos naturais, torna-se difícil determina-la e correlaciona-la aos poluentes. Qualquer ecossistema pode ser influenciado pelo ser humano ao causar: - poluição aquática, que chega aos rios pela descarga de efluentes, atividade agropecuária, residencial e industrial; - poluição atmosférica ; - mudanças no relevo, que podem mudar o transporte de substância de uma região para outra, esteja ela suspensa em água, poeira ou no ar; - mudanças quantitativas e qualitativas de espécies, pela exposição a determinado poluente; - mudanças quantitativas e qualitativas pela exploração indiscriminada de uma delas, provocada, por exemplo, pelo extrativismo. A toxicidade dos poluentes varia em função do tempo e de suas concentrações podendo ser dividida em efeitos agudos ou crônicos: - Os agudos são causados por rápidas exposição a altas concentrações de poluentes, são os mais perigosos podendo causar graves desordens fisiológicas e até a morte de organismos. - A crônica estão relacionados a exposição prolongada de concentrações baixas, o que resulta em efeitos por acumulação, esses são os principais focos de estudos em Ecotoxicologia. As substâncias denominadas desreguladores endócrinos (DE) que são caracterizados por interferir nas funções do sistema endócrino. Eles são encontrados no meio ambiente e podem interferir na funcionalidade do sistema endócrino mediante pelo menos três mecanismos: mimetizando a ação de hormônios naturalmente encontrados no organismo; bloqueando os receptores hormonais; ou afetando a síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dessas moléculas naturais. 5. Avaliação de risco ecotoxicológico O gerenciamento do risco estuda as soluções para o problema detectado e trata da elaboração de um plano de comunicação e das medidas regulatórias baseadas na avaliação do risco. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recusos naturais renováveis) estabelece o seu potencial de Periculosidade Ambiental (PPA) esses estudos incluem avaliações como: - Características físico-químicas - Comportamento ambiental - toxicidade do poluente em organismos-modelo - genotoxicidade, embriofetoxicidade, carcinogenicidade e entre outros ensaios Os testes de toxicidade podem ser realizados em espécies isoladas em laboratório, no próprio ambiente, ou em sistemas controlados que simulam as condições do ambiente, denominados mesocosmos. O CL50 (causar letalidade) e CE50 (causar efeito) representando a concentração minima para causar letalidade em 50% ou efeito em 50%, eles estão presentes apenas em teste de toxicidade aguda. A CEO (concentração de efeito observado) é a maior concentração que NÃO causa efeitos deletérios nos organismos-teste Mesocosmos- é criar um ambiente artificial sendo ele terrestre ou marinho, com todos os elementos que o ser vivo irá precisar para sobreviver. 6. Biomarcadores de ambientes poluídos Biomarcadores são definidos como uma resposta biológica a um ou vários compostos químicos que fornecem dados sobre exposição e sobre efeitos tóxicos em nivel de suborganismos ou organismos. - Um biomarcador pode ser classificado desde altamente específico a não específico, os Biomarcadores Altamente Específicos servem para detecção a exposição e o possivel efeito adverso de um determinado componente quimico mas não fornecem informações sobre quaisquer outro poluente presentes no meio. Já os Biomarcadores Não Especificos mostram que o ambiente em questãofoi exposto a poluentes, sem identificar os compostos responsáveis. - Os biomarcadores podem constituir ferramentas valiosas para o alerta precoce de danos ecológicos e geralmente oferecem respostas em nível orgânico, fisiológico e molecular. 7. Gerenciamento de resíduos tóxicos Os resíduos tóxicos podem ser considerados como um subgrupo de resíduos perigosos. Há alguns destinos para alguns tipos de residuos e um deles é a sua reciclagem, que colabora para diminuição do lixo gerado, reduzindo o impacto ambiental. Os materiais mais coletados para reciclagem são papel, alumínio, aço e vidro. Resíduos orgânicos também podem ser reciclados pela compostagem, um processo biológico que transforma esse material para a utilização na agricultura. As tecnologias de remediação de áreas contaminadas atualmente pertencem a três categorias: retenção e imobilização, mobilização e destruição. Essas tecnologias podem ser aplicas In Situ no lugar da contaminação ou Ex Situ removendo a matéria contaminada para outro local. ex: in situ esta cobertura do local contaminado, especialmente com argila, e/ou a colocação de muros de retenção de baixa permeabilidade que impeçam o espalhamento dos contaminantes. Um exemplo da retenção ex situ seria a colocação do solo escavado em um aterro especial.