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Articulação da Perícia Psicológica com a
Política de Assistência Social
A Perícia Psicológica e a Política de Assistência Social se interligam de maneira crucial na proteção de
crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A Política de Assistência Social, amparada
pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), busca garantir os direitos sociais básicos, incluindo a
proteção integral à criança e ao adolescente. A Perícia Psicológica, por sua vez, fornece subsídios
técnicos e científicos para a tomada de decisões e ações que garantem a efetividade dessa proteção.
Esta integração tem se mostrado cada vez mais relevante, especialmente considerando o aumento
significativo de casos que requerem intervenção conjunta nos últimos anos.
A articulação entre essas duas áreas se manifesta em diversos aspectos. O Conselho Tutelar, órgão do
SUAS, frequentemente solicita a Perícia Psicológica para subsidiar ações de proteção, como o
acolhimento institucional, o acompanhamento familiar, a investigação de denúncias de violência, entre
outras. A análise do perito psicólogo sobre o desenvolvimento psicológico, o ambiente familiar, a
dinâmica relacional e a capacidade de cuidado dos responsáveis fornece elementos importantes para o
Conselho Tutelar tomar decisões assertivas e garantir o bem-estar da criança ou adolescente. Esta
colaboração tem se mostrado especialmente eficaz em casos complexos que envolvem múltiplos
fatores de risco.
Além disso, a Perícia Psicológica pode auxiliar na identificação de fatores de risco e proteção,
permitindo que o Conselho Tutelar direcione o trabalho social para as necessidades específicas de cada
caso. O perito psicólogo pode, por exemplo, identificar situações de negligência, abuso, exploração,
violência intrafamiliar, além de mapear as condições socioeconômicas e os recursos disponíveis para a
família. A partir dessa análise, o Conselho Tutelar pode elaborar e implementar planos de atendimento
individualizados, com o objetivo de fortalecer os vínculos familiares, prevenir a violência e promover o
desenvolvimento integral da criança ou adolescente. É importante ressaltar que este trabalho conjunto
tem apresentado resultados significativos na redução de reincidências e no fortalecimento das redes de
apoio familiar.
A Perícia Psicológica também pode contribuir para a construção de um diálogo mais eficaz entre o
Conselho Tutelar e as famílias, promovendo uma comunicação mais aberta e transparente. O perito
psicólogo, por meio de sua escuta qualificada e de sua capacidade de interpretar as dinâmicas
familiares, pode mediar o diálogo entre os envolvidos, facilitando a compreensão das necessidades e
dos desafios de cada parte. Esta mediação tem se mostrado fundamental para a construção de relações
de confiança e para o sucesso das intervenções propostas.
Os desafios desta articulação também merecem atenção especial. Entre eles, destacam-se a
necessidade de maior integração entre os sistemas de informação, a padronização de procedimentos e
protocolos, e a capacitação continuada dos profissionais envolvidos. A superação destes desafios
requer um esforço conjunto das instituições e o desenvolvimento de estratégias inovadoras de gestão e
comunicação.
As perspectivas futuras desta articulação são promissoras. Com o avanço das tecnologias e o
desenvolvimento de novas metodologias de trabalho, espera-se uma integração ainda maior entre a
Perícia Psicológica e a Política de Assistência Social. A implementação de sistemas informatizados
integrados, a realização de capacitações conjuntas e o desenvolvimento de protocolos específicos são
algumas das iniciativas que podem fortalecer ainda mais esta parceria.
Em suma, a Perícia Psicológica desempenha um papel fundamental na articulação com a Política de
Assistência Social, fornecendo subsídios técnicos para a proteção integral de crianças e adolescentes.
A atuação do perito psicólogo, em conjunto com o trabalho social do Conselho Tutelar, é essencial para
a garantia de direitos, a promoção do desenvolvimento e o combate à vulnerabilidade social. Esta
articulação representa um avanço significativo na proteção social brasileira e continua evoluindo para
atender às demandas crescentes da sociedade contemporânea.

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