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1 CAPÍTULO 4 4. EFEITOS TERMICOS Em todos os processos químicos ocorre alguma forma de transferência de calor a qual depende dos efeitos térmicos associados às reações químicas, mudanças de fases, aquecimento e resfriamento. Os efeitos térmicos podem estar associados aos fenômenos físicos (calor sensível e calor latente) e aos fenômenos químicos (calores de reação). 4.1. EFEITOS TÉRMICOS SENSÍVEIS A transferência de calor para um sistema onde não haja mudança de fase, reações químicas e mudanças na composição, causa uma modificação em sua temperatura. Quando um sistema é uma substância homogênea a regra das fases indica que, fixando os valores de 2 propriedades intensivas o seu estado está definido. A energia interna molar ou específica (U) de uma substância pode ser representada em função de duas variáveis, por exemplo V e T, portanto para U=U(V,T) temos: dV V U dT T U dU TV ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ++++ ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ==== Sabe-se que V V C T U ≡≡≡≡ ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ Portanto dV V U dTCdU T V ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ++++==== a última parcela pode ser igualada a zero nas seguintes condições: • Em qualquer processo a volume constante, qualquer que seja a substância. • Sempre que U for independente do volume, qualquer que seja o processo, isso é essencialmente verdadeiro para gases ideais e fluidos incompressíveis. Assim: dTCdU V==== ∫∫∫∫====∆∆∆∆ 2 1 T T V dTCU (4.1) Sabe-se que para um processo a V=constante, mecanicamente reversível: ∫∫∫∫====∆∆∆∆==== 2 1 T T V dTCUQ Da mesma forma para a entalpia molar ou específica (H) em função da T e P, onde H=H(T,P) temos: 2 dP P H dT T H dH TP ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ++++ ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ==== Sabe-se que: P T C V U ≡≡≡≡ ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ Portanto: dP P H dTCdH T P ∂∂∂∂ ∂∂∂∂ ++++==== As circunstâncias em que a 2aparcela pode ser desprezada são: • Qualquer processo a P constante, qualquer que seja a substância. • E sempre que a H da substância for independente do pressão, qualquer que seja o processo, isto é essencialmente verdadeiro para gás ideal e pode ser considerado verdadeiro para gases reais a baixas pressões, sólidos e líquidos fora da região crítica. Então: dTCdH P==== ∫∫∫∫====∆∆∆∆ 2 1 T T PdTCH (4.2) Sabe-se que Q=∆H, em processos sem escoamento, à pressão constante e mecanicamente reversíveis e para transferência de calor em trocadores de calor com vazão constante onde ∆EP e ∆ECIN são desprezíveis e o Ws=0. Portanto: ∫∫∫∫====∆∆∆∆==== 2 1 T T PdTCHQ (4.3) Para avaliarmos a integral da equação (4.3) precisamos conhecer a dependêndia do Cp em relação à temperatura. Essa dependência, normalmente, é dada por equações empíricas, por exemplo: 22 −−−−++++++++++++==== DTCTBTA R CP (4.4a) Nessa equação as unidades do Cp dependem do R escolhido. 32 DTCTBTACP ++++++++++++==== (4.4b) Nessa equação os valores das constantes A,B,C e D já estão em determinada unidade. Para gases utiliza-se o Cp de gás ideal, ao invés do Cp real, na avaliação de propriedades termodinâmicas, como por exemplo a entalpia. A razão disso, é que a avaliação de propriedades termodinâmicas é efetuada de modo mais conveniente, em duas etapas: • Cálculo dos valores para o estado de gás ideal hipotético, no qual as capacidades caloríficas para gás ideal são utilizadas; • A correção dos valores de gás ideal para os valores reais utilizando as propriedades residuais. 3 Um gás real se torna ideal no limite quando P� 0. Os gases, em seus estados de gás ideal, possuem propriedades que refletem as suas individualidades da mesma forma que os gases reais. Consequentemente, as capacidades caloríficas de gás ideal ( identificadas por Cpgi e Cvgi) são diferentes para diferentes gases, embora função da temperatura, são independentes do processo. As capacidades caloríficas do gás ideal aumentam linearmente com o aumento da T até um valor limite, que é atingido quando todas as formas do movimento molecular ( translacionais, rotacionais e vibracionais) estão completamente excitadas. A influência da T na Cpgi para alguns gases encontra-se na figura 4.1. Figura 4.1 Capacidades caloríficas de alguns gases no estado de gás ideal. A representação analítica dessa curvas pode ser dada pelas equações (4.4a) e (4.4b). Os valores das constantes são tabeladas, para inúmeros compostos orgânicos e inorgânicos. Esses valores foram obtidos, ou experimentalmente a partir de dados espectroscópicos e do conhecimento da estrutura molecular utilizando a mecânica estatística, ou preditos, através de vários métodos, conforme descritos por Reid, Prausnitz e Poling. Embora as capacidades caloríficas do gás ideal sejam corretas para o gás real somente na pressão igual a zero, os gases reais, raramente, se afastam significativamente da idealidade a pressões relativamente baixas, consequentemente, Cpgi e Cvgi são, normalmente, boas aproximações para as capacidades caloríficas de gases reais a baixas pressões. As misturas gasosas com composição constante podem ser tratadas exatamente da mesma forma que os gases puros. Um gás ideal, é o gás em que não há influência de uma molécula sobre a outra, isso significa que cada gás existe na mistura de forma independente dos outros e que suas propriedades não são afetadas pela presença de moléculas diferentes. 4 Assim, calcula-se a capacidade calorífica do gás ideal de uma mistura gasosa fazendo-se a média molar das capacidades caloríficas das espécies individuais. Considere 1 mol de uma mistura gasosa constituída das espécies A, B e C com yA, yB e yC representando as frações molares destas espécies. A capacidade calorífica molar da mistura no estado de gás ideal é dada por: gi PCC gi PBB gi PAA gi P CyCyCyC ++++++++==== (4.5) Onde gi PC gi PB gi PA CCC ,, são as capacidades caloríficas molares de A,B e C puras e no seu estado de gás ideal. Equações do tipo (4.4) também são utilizadas para avaliação das capacidades caloríficas de líquidos e sólidos com os valores das constantes, também, tabelados para líquidos e sólido.1 4.2. CALORES LATENTES DE SUBSTÂNCIAS PURAS Quando uma substância pura é liquefeita a partir do estado sólido ou vaporizada a partir do estado líquido, a pressão constante, não ocorre variação de temperatura, contudo o processo requer a transferência de uma quantidade finita de calor para a substância. Esses efeitos térmicos são chamados de calor latente de fusão e latente de vaporização. Analogamente, há calores de transição acompanhando a mudança de uma substância de um estado sólido para outro, por exemplo, o calor absorvido pelo enxofre cristalino rômbico quando este passa para a estrutura monoclínica a 95oC e 1 bar é de 360J por átomo-grama. A característica de todos esses processos é a coexistência de duas fases. De acordo com a regra das fases, um sistema bifásico de uma única espécie é univariante e o seu estado intensivo é determinado pela especificação de somente uma propriedade intensiva. Desta forma o calor latente acompanhado de uma mudança de fase é uma função somente da temperatura e está relacionado às propriedades do sistema por uma equação termodinâmica exata: dT dP VTH sat ∆∆∆∆====∆∆∆∆ (4.6) “Equação de Clausius-Clapeyron” Onde, para uma espécie pura: Psat é a pressão de vapor, ∆V é a variação de volume acompanhando a mudança de fase e ∆H o calor latente para uma determinada temperatura T. Quando a equação (4.6) é aplicada à vaporização de um líquido puro, dT dP sat é a inclinação da curva pressão de vapor vs temperatura, na temperatura de interesse, ∆V é a diferença entre os volumes molares do vapor saturado e o líquido saturadoe ∆H é o calor latente de vaporização. 1 SMITH, J.M; VAN NESS, H.C; ABOTT, M.M. Introdução à Termodinâmica da EQ. 5 ed. 5 Portanto, os valores de ∆H podem ser calculados a partir de dados volumétricos e de pressão de vapor. Os valores experimentais para muitas substâncias, obtidas por calorimetria, estão disponíveis para muitas temperaturas, mas nem sempre encontramos os valores para a temperatura de interesse, neste caso precisamos utilizar métodos para a predição dos calores latentes. Os métodos encontrados na literatura permitem avaliar: • Calor de vaporização no ponto normal de ebulição TB, ou seja na pressão de 1 atmosfera padrão definida como 101325 Pa. • Calor de vaporização para qualquer temperatura a partir de um valor conhecido em uma única temperatura. 4.2.1. MÉTODO PARA PREDIÇÃO DO CALOR LATENTE DE VAPORIZAÇÃO NO PONTO NORMAL DE EBULIÇÃO Um método útil foi proposto por Riedel em 1954: (((( )))) rB c BB T P RTH −−−− −−−− ====∆∆∆∆ 930,0 013,1ln092,1 (4.7) Onde: TB: temperatura normal de ebulição ∆HB: calor latente de vaporização molar na TB PC: pressão crítica em bar TrB: temperatura reduzida na TB R: constante dos gases A equação (4.7) apresenta uma boa precisão, os erros raramente excedem 5%. Para a água na TB o erro é de 3,4%. 4.2.2. MÉTODO PARA PREDIÇÃO DO CALOR LATENTE DE VAPORIZAÇÃO EM QUALQUER TEMPERATURA A estimativa do calor latente de vaporização de um líquido puro em qualquer temperatura T a partir de um valor conhecido em uma determinada temperatura pode ser feita através da equação proposta por Watson em 19432 e possui grande aceitação. 38,0 1 2 1 2 1 1 −−−− −−−− ==== ∆∆∆∆ ∆∆∆∆ r r T T H H (4.8) 2 WATSON, K.M. Ind.Eng.Chem. v35, p.398-406, 1943. 6 4.2.3. CALOR LATENTE DE FUSÃO O calor de fusão para muitos elementos e compostos pode ser expresso por: K T H f f ==== ∆∆∆∆ Onde ∆Hf é o calor molar de fusão, cal. gmol-1 Tf é a temperatura de fusão, K K é uma constante que varia de 2-3 para elementos, de 5-7 para compostos inorgânicos e de 9-11 para compostos orgânicos. 4.3. CALOR PADRÃO DE REAÇÃO ou ENTALPIA PADRÃO DE REAÇÃO Reações químicas também são acompanhadas de transformações de calor e/ou de variações de T durante o curso reação. Esses efeitos são manifestações das diferenças na estrutura e, consequentemente, na energia dos produtos e dos reagentes. Por exemplo, os reagentes em uma combustão possuem mais energia, em função de suas estruturas, que os produtos, e essa energia pode ser transferida para as vizinhanças ou elevar a temperatura dos produtos. As reações químicas podem ser conduzidas de diversas formas e cada uma delas é acompanhada por um efeito térmico específico. A organização e apresentação de todos os efeitos térmicos possíveis em todas as reações possíveis são praticamente impossíveis. Consequentemente, calculamos os efeitos térmicos das reações conduzidas de diversas formas a partir de dados para as reações realizadas de uma forma padrão. Isso reduz os dados necessários a um mínimo. A quantidade de calor necessária para uma reação específica depende da temperatura, dos produtos da reação e dos reagentes. Uma base consistente para tratamento dos efeitos térmicos em reações aparece quando os produtos e os reagentes estão na mesma temperatura. Considere o método do calorímetro de fluxo ( visto no capítulo 2) para medir os calores de combustão de gases combustíveis. O combustível é misturado com ar na temperatura ambiente e é feita a ignição. A combustão ocorre em uma câmara com uma camisa de resfriamento através da qual escoa água. Além disso, existe uma seção encamisada, resfriada com água, onde os produtos da combustão são resfriados igualando a sua temperatura com a temperatura dos reagentes. Como não há produção de trabalho de eixo e o calorímetro é construído de tal forma que as variações de Ecin e Ep são desprezíveis, a partir da equação do balanço de energia para processo com escoamento temos: 7 s cc WQz g g g v H ++++====∆∆∆∆++++ ∆∆∆∆ ++++∆∆∆∆ 2 2 � QH ====∆∆∆∆ Assim, o calor absorvido, Q, pela água é idêntico à variação de entalpia causada pela reação de combustão e a essa variação de entalpia chamamos calor padrão de reação. Na figura 4.2 observamos uma simplificação de um calorímetro. FIGURA 4.2 Calorímetro Com o objetivo de organizar a apresentação dos dados, definimos o calor padrão da reação aA + bB � cC + dD como a variação de entalpia quando a moles de A reagem com b moles de B nos seus estados padrões e temperatura T produzindo c moles de C e d moles de D nos seus estados padrões e também na temperatura T. Um estado padrão é um estado particular de uma espécie a uma temperatura T e em condições específicas de pressão, composição e estado físico. Um estado padrão de pressão de 1 atmosfera padrão (101325 Pa) esteve em uso por muitos anos e as tabelas antigas estão nessa pressão. O padrão atual é 1 bar (105Pa). Com relação à composição os estados padrões utilizados são os estados das espécies puras. Para gases, o estado físico é o estado de gás ideal e para líquidos e sólidos, o estado real na pressão do estado padrão e na temperatura do sistema, resumindo: • Gases: substância pura, gás ideal a 1 bar • Líquidos: líquido real, puro a 1 bar • Sólidos: sólido real, puro a 1 bar Os valores das propriedades no estado padrão são identificados por um símbolo de grau (o). Por exemplo, Cp o é a capacidade calorífica no estado padrão, como o estado padrão para gás é o de gás ideal, Cp o é idêntico a Cp gi e os valores das constantes tabeladas podem ser utilizadas. Todas as condições do estado padrão são fixas, com exceção da temperatura que é sempre a temperatura de operação. Consequentemente, as propriedades no estado padrão são funções somente da temperatura. O estado padrão escolhido para os gases é hipotético, 8 pois a 1 bar os gases reais não são ideais, contudo, raramente se desviam muito da idealidade e em muitos casos as entalpia no estado real do gás a 1 bar e no estado de gás ideal apresentam pequena diferença. Quando o calor de reação é fornecido para uma reação em particular, ele se aplica para os coeficientes estequiométricos conforme apresentados. Se cada coeficiente estequiométrico é dobrado o calor de reação é dobrado. Por exemplo, a síntese da NH3; ½ N2 + 3/2H2 � NH3 ∆Ho 298K = -46.110 J N2 + 3H2 � 2NH3 ∆Ho 298K = -92.220 J É praticamente impossível tabularmos todos os calores de reação, mesmo que seja para a condição padrão. Entretanto a entalpia padrão de reação pode ser calculada através do calor padrão de formação ou do calor padrão de combustão, que encontram-se tabelados. 4.4. CALOR PADRÃO DE FORMAÇÃO ou ENTALPIA PADRÃO DE FORMAÇÃO A entalpia padrão de reação pode ser calculada para qualquer reação a partir da entalpia padrão de formação dos compostos que fazem parte da reação. Uma reação de formação de um composto é definida como a reação em que o composto é formado a partir dos elementos químicos que o constituem, na forma em que eles normalmente ocorrem na natureza. Por exemplo, as reações (1) e (2) são reações de formação, já a reação (3) não é. C(s) + ½ O2(g) � CO (1) C(s) + ½ O2(g) + 2H2(g) � CH3OH(g) (2) H2O(l) + SO3(g) � H2SO4(aq) (3) A reação de formação não representa, necessariamente, uma reação real que ocorreria à pressão e temperatura constante, mas pode ser um processo fictício. O calor padrão de formação (∆Ho f298) é o calor envolvido na formação de 1 mol de um determinado composto a partir dos seus elementos, avaliado na temperatura de 298,15K ena pressão de 101,325 kPa. Por convenção a entalpia padrão de formação de qualquer elemento químico é zero.3 Quando as reações químicas de formação são combinadas, os calores de formação também podem ser somados e fornecer o calor de reação resultante. 4.5. CALOR PADRÃO DE COMBUSTÃO ou ENTALPIA PADRÃO DE COMBUSTÃO 3 BRASIL, N.I. Introdução à Engenharia Química. p257 9 Somente um que pequeno número de reações de formação pode ser realizado na prática, e, portanto é normal que os dados para estas reações sejam determinados de forma indireta. A reação de combustão é uma reação que é adequada para se realizar experimentalmente através do uso de um calorímetro. Os valores da entalpia padrão de combustão são normalmente tabelados. Quando os calores de formação não são conhecidos utiliza-se os calores padrão de combustão para determinação da entalpia padrão de reação. A entalpia padrão de combustão não tem o mesmo estado-padrão usado para entalpia padrão de formação. Por convenção temos: • Todo carbono é oxidado para CO2(g) • Todo hidrogênio é oxidado para H2O(l) • Todo enxofre é oxidado para SO2(g) • Todo nitrogênio forma N2(g) • As condições padrão de referência são: T=298,15K P=101,325 kPa. Como a combustão é uma reação exotérmica a entalpia padrão de combustão é sempre negativa.3 4.6. DEPENDÊNCIA DA ENTALPIA DE REAÇÃO (∆HO) COM A TEMPERATURA Discutimos até agora os calores padrão de reação na temperatura de referência (298,15K). Podemos calcular o calor de reação em várias temperaturas conhecendo os valores na temperatura de referência. Uma reação química geral pode ser escrita da seguinte forma: ν1A1 + ν2A2 + ......→ ν3A3 + ν4A4 + .... Onde νi são os coeficientes estequiométricos e Ai representam as fórmulas químicas. A convenção de sinais para os coeficientes estequiométricos é: • Positivo (+) para produtos • Negativo (-) para reagentes Exemplos: N2 + 3H2 � 2NH3 νN2= -1 νH2= -3 νNH3= +2 Esta definição permite expressar matematicamente a definição de calor padrão de reação pela equação: ∑∑∑∑====∆∆∆∆ i o ii o HH νννν (4.9) Onde Hi o é a entalpia da espécie i no seu estado padrão e o somatório abrange todos os produtos e reagentes. A entalpia no estado padrão de um composto é igual ao seu calor de formação portanto Hi o = ∆Ho fi portanto 10 ∑∑∑∑ ∆∆∆∆====∆∆∆∆ i o fii o HH νννν (4.10) Para reações padrão os produtos e reagentes estão sempre na pressão de 1bar ( 101,325 kPa). Consequentemente, as entalpias do estado padrão são somente função da temperatura e portanto: dTCdH o Pi o i ==== Onde o subscrito i indica o produto ou reagente, se multiplicarmos por νi e o somatório sobre todos os produtos e reagentes fornece: dTCdH i o Pii i o fii ∑∑∑∑∑∑∑∑ ==== νννννννν ou (((( )))) dTCHdHd i o Pii i o ii i o fii ∑∑∑∑∑∑∑∑∑∑∑∑ ======== νννννννννννν O termo∑∑∑∑ i o ii Hνννν é o calor padrão de reação , definido pela equação (4.9). Analogamente definimos a variação da capacidade calorífica padrão da reação como: ∑∑∑∑≡≡≡≡∆∆∆∆ i o Pii o P CC νννν (4.11) Portanto: dTCHd o P o ∆∆∆∆====∆∆∆∆ (4.12) A integração da equação (4.12) fornece ∫∫∫∫ ∆∆∆∆++++∆∆∆∆====∆∆∆∆ T T o P oo dTCHH 0 0 (4.13) EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. Calcule o calor necessário para elevar a temperatura de 1 mol de metano de 260 a 600oc em um processo com escoamento a uma pressão suficientemente pequena de tal forma que o metano possa ser considerado um gás ideal. 2. Qual é a temperatura final quando uma quantidade de calor igual a 0,4 x 106(Btu) é adicionado a 25 (lbmol) de amônia, inicialmente a 500 oF, em um processo a pressão de aproximadamente 1 atm com escoamento em regime em estado estacionário. 3. Deseja-se aquecer 50kmol/h de ar em um trocador de calor. Calcule a quantidade de energia necessária para aquecê-lo de 20-150oC Dados: Cp (cal/gmolK) A B C D Oxigênio 6,713 -0,879x10-6 4,17x10-6 -2,544x10-9 11 Nitrogênio 7,44 -0,324x10-2 6,4x10-6 -2,79x10-9 4. Repetir o exemplo 3 utilizando o Cp na T média. 5. Etanol utilizado em um reator precisa ser aquecido de 25oC a temperatura de vaporização. O Trocador de Calor opera a 760 mmHg. Calcule a entalpia de aquecimento do etanol. 6. Em um processo de hidrogenação catalítica do benzeno, H2 e N2 que saem do reator e são resfriados em um TC de 300 para 100oC. Sabendo-se que a vazão de mistura é de 20kmol/h e a composição é: H2=0,3 N2=0,7, determine a quantidade de calor que deverá ser retirada no TC Dados: CpH2= 6,483 + 2,215x10-3T - 3,298x10-6T2 + 1,826x10-9T3 cal/gmolK CpN2= 7,44-0,324x10-2T + 6,4x10-6T2 – 2,79x10-9T3 cal/gmolK 7. Sabendo-se que o calor latente de vaporização da água a 100oC é igual a 2257 J.g-1, estime o calor latente a 300oC. 8. Calcule o calor padrão a 298,15K da seguinte reação: 4HCl(g)+O2(g) � 2H2O(g) + 2Cl2(g). 9. Calcule o calor padrão de reação para a síntese do metanol a 800oC. 10. Qual a temperatura máxima que pode ser alcançada pela combustão do metano com 20% de excesso de ar. O metano e o ar são alimentados a 25oC. 11. Butano no estado vapor é convertido, isotermicamente, a i-butano em um reator que opera a 425K. Calcule a entalpia da reação a 425 K.