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Primeiro princípio da termodinâmica- parte 2 Apresentação A entalpia (H) e o calor específico (Cp) constituem duas propriedades relacionadas a transformações que ocorrem sob pressão constante. Por isso, ocorrem frequentemente em fenômenos vinculados com a prática experimental e com o dia a dia. No caso das ciências biológicas e da saúde, a explicação dessa prevalência se encontra no fato de todo sistema vivo se desenvolver em ambientes sob pressão constante. Nessa condição, a variação da H (uma propriedade extensiva) equivale à quantidade de calor envolvida nas transformações biológicas e químicas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o que se entende por H de um sistema.• Reconhecer a capacidade calorífica à pressão constante.• Identificar a relação de H com reações químicas e calor de reação à pressão constante.• Desafio A uma pressão constante, a quantidade de H fornecida a um sistema se manifesta como uma variação da temperatura, e essa variação irá depender do valor da capacidade calorífica (Cp) de cada substância em particular. Ao se colocar 100 g de água (massa = m) a uma temperatura ambiente dentro de um copo de cerâmica, em seguida aquecendo-a dentro de um forno de micro-ondas, na potência média, durante 30 segundos, será possível constatar um aumento de temperatura perceptível pelo uso de um termômetro. Se o mesmo procedimento for repetido, colocando-se no mesmo copo, um de cada vez, uma massa equivalente de azeite vegetal, algodão, sal de cozinha ou areia seca (cuidado, não pode ser areia rica em mineral!), será possível verificar que as temperaturas resultantes não serão as mesmas. Ainda que a quantidade de energia fornecida tenha sido a mesma, por exemplo: X, as variações de temperatura serão diferentes. Logo, é possível trabalhar com a expressão Cp= X/T. O desafio consiste em criar uma escala relativa de valores crescentes de temperatura e, ao mesmo tempo, estabelecer qual desses materiais seria, comparativamente, o melhor isolante térmico. Infográfico A H e a Cp são duas propriedades cuja medição permite que se estude transformações à pressão constante em qualquer sistema fechado. Em transformações à pressão constante, a variação de H é proporcional ao calor absorvido ou transferido e se manifesta por uma variação de temperatura. Cp expressa a razão da variação de H pela temperatura, à pressão constante. Logo, é possível relacionar diretamente dT com dH na forma dH = Cp*dT, desde que não ocorram mudanças de fase ou reações químicas. O diagrama mostra essa abordagem sistemática que permite fazer uso prático de ambas as propriedades. Conteúdo do livro A H também é uma propriedade de estado, o que significa que existe por ser na matéria. Logo, se alguém inquirir se se come H, a resposta é afirmativa. Cada transformação metabólica de um alimento ou de um fármaco, assim como cada etapa na síntese de uma substância, envolve variação de H, e essa variação é acompanhada de uma variação da temperatura. A Cp expressa a razão da variação de H pela temperatura, à pressão constante. Para uma faixa estreita de alguns graus de temperatura, Cp é tida como valor único constante; para faixas mais amplas de temperatura, entretanto, é mais exato tratar Cp como uma função da temperatura. Acompanhe um trecho da obra Fundamentos de Físico-química, de Netz e Ortega. Boa leitura. �������� � ����� ������� ����������� ������������������ ������� � �� ���������� ��� ������� N472f Netz, Paulo A. Fundamentos de físico-química [recurso eletrônico] : uma abordagem conceitual para as ciências farmacêuticas / Paulo A. Netz, George Gonzáles Ortega. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014. Editado também como livro impresso em 2002. ISBN 978-85-363-1546-1 1. Farmácia – Físico-química – Fundamentos. I. Ortega, George Gonzáles. II. Título. CDU 615.011 Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023 00768_NETZ_Fundamentos de Fisico-Quimica_01 Eletronico.pmd 03/09/2014, 17:112 Fundamentos de físico-química 53 Entalpia A maior parte das transformações químicas usuais ocorre sob condições de pressão constante e não de volume constante. Para caracterizar o calor trocado à pressão constante, é necessária a definição de uma outra propriedade chamada de entalpia, H. H = U + PV (2.13). Desta definição segue que: Δ H = Δ U + Δ (PV) (2.14), de onde se pode mostrar11 que a variação de entalpia, em processos nos quais apenas há trabalho de expansão, equivale ao calor trocado à pressão constante: Δ H = qp (2.15). As mudanças de fase ocorrem usualmente em condições de temperatura e pres- são constantes, de modo que podemos identificar o calor envolvido em uma mudan- ça de fase com a entalpia. De forma análoga, também o calor envolvido em uma reação química a pressão constante é igual à variação de entalpia na reação. A entalpia também é uma função de estado, isto é, a variação de entalpia em um processo depende apenas dos estados final e inicial, e não do tipo de processo. ΔH e ΔU medem variações de propriedades do sistema, ao contrário de q e w, cujo valor depende do tipo de processo. A diferença entre Δ H e Δ U somente é mensurável quando, no processo, hou- ver uma significativa variação de volume do sistema. Em reações envolvendo apenas fases condensadas (líquidos e sólidos), por exemplo, reações em solução, a variação de volume que acompanha o processo é muito pequena, podendo a diferença entre ΔH e ΔU ser desprezada, de forma que o calor medido a volume constante é pratica- mente igual ao calor medido à pressão constante. Δ H ≈ Δ U (sól, líq) (2.16). Se considerarmos uma transformação isotérmica, seja uma mudança de fase seja uma reação química, envolvendo reatantes ou produtos gasosos, a variação do volume (que propicia um trabalho de expansão) será devida à variação do número de móis gasosos no sistema. Se, além do mais, considerarmos como aproximação que os gases comportam-se como gases ideais, teremos que a diferença entre Δ U e Δ H pode ser expressa como: Δ H = Δ U + Δ (PV) ⇒ Δ H ≈ Δ U + RT Δng (2.17), onde o índice g salienta que se trata da variação do número de móis dos componentes gasosos. Se considerarmos uma transformação envolvendo apenas gases ideais, sem 11 A pressão constante, Δ(PV) = PΔV, logo ΔH = ΔU + PΔV. Substituindo a expressão de ΔU do primeiro princípio para transformações isobáricas, ΔH = q – PΔV + PΔV = q. Outro modo de visuali- zarmos isto é escrevendo q = ΔU + PΔV (primeiro princípio), de onde se identifica logo que q = ΔH. 02-fisico-035-093.pmd 06/08/2014, 07:4453 54 Netz e González Ortega reações químicas ou mudanças de fase, teremos simplesmente que a diferença entre a variação de entalpia e a variação da energia interna depende da variação de temperatura: Δ H = Δ U + Δ (PV) ⇒ Δ H = Δ U + nRΔT (2.18). Entalpia A expressão matemática da entalpia permite-nos deduzir mais rigorosamente a relação entre a entalpia e o calor e contextualizar a aplicação das fórmulas expostas. A partir da expressão genérica do primeiro princípio (incluindo a possibilidade do trabalho útil): Combinada com a definição de entalpia (H = U + PV), teremos Se a pressão for constante e não houver trabalho útil, a variação da entalpia é idêntica ao calor trocado (dH = dq). Caso haja trabalho útil, porém, como no caso de sistemas eletro- químicos, a entalpia não mede o calor à pressão constante. EM DETALHE Capacidades caloríficas Quando o sistema troca calor com o meio externo, não havendo reações químicas ou mudanças de fase, a variação de temperatura ΔT em um sistema pode ser relacionada ao calor sensível pela capacidade calorífica C do sistema: C = q / ΔT (2.19). Uma capacidade calorífica elevada significa que uma determinada quantidade de calor fluindo para o sistema provocará uma pequena elevação da temperatura, enquanto que, se a capacidade calorífica for baixa, a mesma quantidade da calor provocaria uma grande elevação detemperatura. Do mesmo modo, em sistemas com grande capacidade calorífica é possível a perda ou a absorção de grandes quan- tidades de energia para o (ou do) meio externo sob forma de calor, sem que haja grandes variações de temperatura. Grosso modo, podemos pensar a capacidade calorí- fica como uma capacidade que o sistema tem de “amortecer” uma variação de tempe- ratura quando ele troca uma determinada quantidade de calor com o meio externo. A capacidade calorífica é uma propriedade extensiva, isto é, depende da quan- tidade de substância, do tamanho do sistema. Por isso, para evitar ambigüidades, usualmente indicamos a capacidade calorífica de uma massa fixa de substância – capacidade calorífica por grama (c), também chamada de calor específico ou, então, a 02-fisico-035-093.pmd 06/08/2014, 07:4454 Fundamentos de físico-química 55 capacidade calorífica por um mol de substância c, a chamada capacidade calorífica molar. Como o calor envolvido em um processo depende da natureza deste, é necessário identificar o tipo de processo ao se indicar a capacidade calorífica. Podemos, assim, ter, por exemplo, uma capacidade calorífica a volume constante ou a pressão constante. Para a água, a capacidade calorífica a pressão constante é de 1 cal g–1K –1, ou seja, por 75,3 J K–1mol–1. Comparando esta capacidade com a calorífica do ferro, 0,107 cal K–1g–1, ou seja, 25,1 J K–1mol–1, podemos entender por que, caso transfe- rirmos uma quantidade igual de calor a 100 g de água e a 100 g de ferro, a água aquece menos que o ferro. Pode ficar como um rápido exercício para o leitor mostrar que a transferência de 1 kJ de calor a 100 g de água irá provocar uma elevação de temperatura de 2,39 °C, ao passo que a mesma quantidade de calor transferido a 100 g de ferro provocaria uma elevação de temperatura de 22,33 °C. Para processos que não envolvam reações químicas ou mudanças de fase, mas somente transformações do tipo expansão, compressão ou aquecimento, em gases ideais,12 é possível mostrar que tanto Δ U quanto Δ H dependem apenas da diferen- ça de temperatura, Δ T e das capacidades caloríficas: Δ U = n c–v Δ T (2.21)e Δ H = n c–p Δ T (2.22), onde c–v e c – p são as capacidades caloríficas molares a volume constante e pressão constante, respectivamente. Isto significa que, em tais processos, quando a tempera- tura não varia ou quando Tfinal = Tinicial, tanto Δ U quanto Δ H são zero. O valor das capacidades caloríficas para gases ideais depende do gás ser mono- atômico ou diatômico: Gases monoatômicos c–v = 3/2 R, c – p = 5/2 R Gases diatômicos c–v = 5/2 R, c – p = 7/2 R Gases triatômicos c–v = 7/2 R, c – p = 9/2 R Os gases reais possuem valores das capacidades caloríficas próximas aos dos gases ideais, como se pode conferir na Tabela 2.1. TABELA 2.1 Capacidades caloríficas a volume e a pressão constantes Gás c – v (J K –1mol–1) c – p (J K –1mol–1) Gás ideal monoatômico 12,47 20,79 He 12,47 20,79 Gás ideal diatômico 20,79 29,10 H2 20,54 28,87 O2 21,13 29,50 N2 20,71 29,04 12 Como em gases ideais não há forças de interação, portanto, não há energia potencial, tanto a energia interna quanto a entalpia são funções somente da temperatura. 02-fisico-035-093.pmd 06/08/2014, 07:4455 56 Netz e González Ortega Transformações reversíveis envolvendo gases ideais Considerando as expressões já mostradas para calor, trabalho, variação de energia interna e variação de entalpia, podemos calcular os valores dessas quantidades para quaisquer transformações reversíveis isotérmicas, isométricas (isocóricas) e isobári- cas envolvendo gases ideais (e para algumas transformações envolvendo sólidos e líquidos). Em quaisquer transformações envolvendo gases ideais, ΔU pode sempre ser calculado pela Equação 2.21 e ΔH pela Equação 2.22, uma vez que a energia interna e a entalpia dependem, nessas condições, apenas da temperatura. Portanto, o que depende do tipo de processo é a forma do cálculo de calor e trabalho. As transformações reversíveis isotérmicas (ΔT = 0, T constante) envolvendo gases ideais têm, portanto, ΔU = 0 e ΔH = 0. O calor é o negativo do trabalho, o qual é calculado pela Equação 2.7. As transformações isométricas reversíveis envolvendo gases ideais têm trabalho de expansão nulo, e o calor é simplesmente igual à energia interna (Equação 2.12). Finalmente, em transformações isobáricas, o trabalho é cal- culado de acordo com a Equação 2.5 e o calor trocado é igual à variação de entalpia (Equação 2.15). Além das restrições já discutidas na temperatura, volume e pressão, podemos também impedir a troca de calor entre o sistema e o meio externo, realizando uma transformação adiabática. Constata-se que gases, quando comprimidos adiabatica- mente, experimentam aumento de temperatura e, quando submetidos a uma expan- são, apresentam queda de temperatura. É o caso de aerossóis, sistemas de refrigera- ção e produtos farmacêuticos e cosméticos pressurizados, que provocam uma sensa- ção de frio no dedo quando acionada a válvula de escape, embora as condições não sejam completamente adiabáticas. Em transformações adiabáticas, a única variável a ser calculada realmente é a temperatura final, a partir da temperatura inicial, pois q = 0 e w, ΔU e ΔH podem ser calculadas a partir das temperaturas inicial e final. Diferentes relações possibilitam este cálculo. Em tais relações, um parâme- tro importante é o quociente entre as capacidades caloríficas γ = c–P /c – V, o qual assume valores diferentes, dependendo se o gás for monoatômico, diatômico, triatômico, etc. A Tabela 2.2 mostra um resumo dos valores de w, q, ΔU e ΔH para diferentes transformações reversíveis envolvendo gases ideais. TABELA 2.2 Valores de trabalho, calor, energia interna e entalpia para transformações reversíveis envolvendo gases ideais Transformação w q ΔΔΔΔΔU ΔΔΔΔΔH Isotérmica – nRTln(Vf/Vi) nRTln(Vf/Vi) Zero Zero Isobárica – PΔV = – nRΔT n c–pΔT n c – vΔT n c – pΔT Isométrica Zero n c–vΔT n c – vΔT n c – pΔT Adiabática n c–vΔT Zero n c – vΔT n c – pΔT 02-fisico-035-093.pmd 06/08/2014, 07:4456 00768_NETZ_Fundamentos de Fisico-Quimica_01.pmd 29/08/2014, 13:526 Esta página foi deixada em branco intencionalmente. Fundamentos de físico-química 101 diz-se que é um processo físico. Uma vez que os efeitos térmicos envolvidos em trans- formações físicas já foram abordados nos Capítulos 2 e 3, agora nos deteremos na análise dos processos químicos. A termoquímica ocupa-se essencialmente com o estudo do calor absorvido ou liberado em uma reação química. O calor envolvido em tranformações químicas cumpre um papel essencial do ponto de vista tecnológico (produção de energia me- diante consumo de combustíveis), do ponto de vista metabólico (o balanço energéti- co do organismo, a energia necessária para a biossíntese de substâncias), do ponto de vista químico-sintético (o controle termodinâmico de reações), do ponto de vista químico-analítico (análise térmica), etc. Ao escrever uma equação termoquímica é necessário especificar, para cada rea- tante ou produto, a forma na qual ele se encontra. Por exemplo: 2 C (graf ) + 2 H2 (g) → C2H4 (g) Δ H = + 52,3 kJ mol -1 Esta equação informa-nos que, quando 2 móis de carbono na forma grafite (e não na forma diamante, por exemplo) reagem com 2 móis de hidrogênio gasoso, 1 mol de eteno gasoso é produzido com a absorção (reação endotérmica) de 52,3 kJ de calor por mol de eteno formado. A reação inversa terá o efeito térmico inverso, ou seja, a variação de entalpia de uma reação inversa será o negativo da variação de entalpia da reação no sentido direto: C2H4 (g) → 2 C (graf ) + 2 H2 (g) Δ H = – 52,3 kJ mol -1 O ΔH da reação é a diferença ou desnível de entalpia entre produtos e reatantes e pode ser expressa, sinteticamente, como a soma das entalpias dos produtos menos a soma das entalpias dos reatantes: ΔH reação = ∑ νi Hi – ∑ νi Hi (4.4), PROD REAT onde os índices νi indicam os coeficientes estequiométricos da reação balanceada, ou seja, para cadaespécie i deve-se ter o cuidado de multiplicar as entalpias molares pelos seus respectivos coeficientes estequiométricos. No caso da reação de formação do eteno, teríamos: Δ H reação = H (C2H4 (g)) – [2 H (C(graf )) + 2 H (H2 (g))] Pode-se intepretar essa equação do seguinte modo: a variação de entalpia envolvida na reação do carbono grafite com hidrogênio gasoso para formar eteno é igual à diferença entre o conteúdo de entalpia total dos produtos e o conteúdo de entalpia total dos reatantes. Podemos visualizar graficamente esta interpreta- ção da variação de entalpia de reação como um desnível energético entre reatantes e produtos na Figura 4.3. Δ H depende, via de regra, da temperatura, da pressão, do estado de agregação em que se encontram reatantes e produtos e das suas concentrações relativas. Impor- tante, para efeitos de comparação, é expressar Δ H de uma forma padronizada, na qual as espécies são tomadas isoladamente umas das outras. As chamadas condições- padrão, simbolizadas por um superescrito (°) significam: a) Temperatura de 25 οC (ou alguma outra especificada2) 2 É importante ressaltar que a definição de condições-padrão não implica uma temperatura fixa. 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29101 102 Netz e González Ortega Entalpia de reação e propriedades molares parciais Ao iniciar o estudo de sistemas de mais de um componente, incluindo transformações entre os componentes, como no caso de reações químicas estudadas pela termoquímica, ampliamos o estudo da massa ou número de móis como variável termodinâmica. A entalpia de um sistema, por exemplo, não depende apenas da temperatura e da pressão, mas do núme- ro de móis de cada substância constituinte do sistema. A expressão diferencial de H deve ser, portanto: EM DETALHE b) Sólidos e líquidos: substância pura no estado de agregação em questão, sob pressão de 1 bar.3 c) Gases: comportando-se idealmen- te a 1 bar de pressão. d) Soluções: solutos com atividade unitária.4 e) As substâncias são consideradas isoladamente, não interagindo entre si. No estado-padrão, as substâncias devem ser sempre consideradas nas for- mas mais estáveis sob as condições consideradas, por exemplo: Hidrogênio, nitrogênio, flúor, oxigênio, cloro gás Bromo, mercúrio líquido Elementos metálicos com exceção do mercúrio sólido Carbono sólido: grafite Enxofre sólido: rômbico Fósforo sólido: branco ΔH°reação ou entalpia-padrão de reação considera reatantes e produtos no estado padrão. É uma quantidade formal, uma vez que as substâncias são consideradas iso- ladamente umas das outras. Δ H°reação = ∑ νi Hi° – ∑ νi Hi° (4.5). PROD REAT CH 4 (g) + 2O 2 (g) ΔH = –890,36 kJ/mol CO 2 (g) + 2H 2 O(l) Figura 4.3 Entalpia de reação com desnível de entalpia en- tre reatantes e produtos. 3 A definição antiga de estado-padrão usava a pressão-padrão como 1 atm. Em 1982 a IUPAC passou a adotar 1 bar = 105 Pa como a pressão-padrão, devido ao crescente uso do sistema internacional (SI). As mudanças são muito pequenas, contudo, o leitor mais interessado pode conferir, por exemplo, em How Thermodynamic Data and Equilibrium Constants Changed When the Standard-State Pressure Beca- me 1 Bar. R. S. Treptow, Journal of Chemical Education, 76, 212 (1982). 4 Atividade pode ser entendida como uma forma de se expressar concentrações e será vista com mais detalhes no estudo do potencial químico. 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29102 Fundamentos de físico-química 103 Ou, de modo mais compacto: A derivada parcial da entalpia em relação ao número de móis do componente i, manti- das constantes a pressão, a temperatura e a composição (isto é, o número de móis de todos os outros componentes, excetuando i) mede a variação de entalpia do sistema devida exclusiva- mente à variação do número de móis de i e é chamada de “entalpia molar parcial” do compo- nente i. A expressão da diferencial total da entalpia passa a ser então: Da mesma forma como definimos a entalpia molar parcial, podemos definir pro- priedades molares parciais para outras propriedades extensivas, como a energia interna molar parcial, a entropia molar parcial, a energia livre molar parcial ou o volume molar parcial. Uma característica importante das propriedades molares parciais é que uma dada propriedade extensiva pode ser expressa como a soma das propriedades molares parciais dos componentes. Uma propriedade molar parcial é semelhante a uma propriedade molar. A única dife- rença é que a propriedade molar parcial é uma propriedade molar para o caso de um sistema de vários componentes. O volume molar parcial, por exemplo, é semelhante ao volume mo- lar. Ambos medem o aumento do volume total do sistema devido ao aumento da quantidade da substância em 1 mol. O volume molar da água líquida é 18 mL, uma vez que a adição de 1 mol de água líquida a um recipiente contendo água líquida pura irá aumentar o volume total em 18 mL. Quando temos uma mistura, contudo, devemos levar em conta também a composição dessa mistura. Como é bem conhecido da experiência, a adição de 18 mL de água em uma mistura de água e álcool etílico não elevará o volume do sistema necessariamen- te em 18 mL. O volume molar parcial da água então não é 18 mL. Como conseqüência disso, teremos que a diferença entre a propriedade molar parcial de um componente e a sua pro- priedade molar (enquanto substância pura) mede precisamente o efeito da mistura, isto é, da interação com os demais componentes. Se, por exemplo, considerássemos primeiramente várias substâncias de modo isolado e, após, colocássemos todas em contato entre si (formando uma mistura), teríamos Relações análogas valem também para outras propriedades extensivas, como volume, entropia e energia livre. A diferença entre a entalpia molar e a entalpia molar parcial usual- mente é pequena, podendo muitas vezes ser desprezada, mas no caso da entropia e, especial- mente da energia livre, a diferença entre as propriedades molares e molares parciais cumpre um papel fundamental. Em uma reação química qualquer, aA + bB eE + fF 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29103 104 Netz e González Ortega à medida que a reação avança, o número de móis de reatantes e produtos altera-se e, portan- to, também se alteram as suas propriedades molares parciais. Devido à estequiometria de uma reação química, contudo, a variação dos números de móis das espécies não é arbitrária e independente. Essa variação depende de apenas uma variável comum chamada de “avanço da reação” (ξ), a qual vincula todas as variações de números de móis entre si: De modo genérico, podemos escrever uma expressão geral para a variação de número de móis de qualquer espécie, desde que definamos os coeficientes estequiométricos νi como sendo negativos para os reatantes e positivos para os produtos: Por meio desta definição e da expressão da entalpia do sistema em função da tempera- tura, da pressão e do avanço da reação (H = H(T, P, ξ)) chegamos, finalmente, à expressão da variação de entalpia do sistema devido ao avanço da reação, mantidas constantes a pressão e a temperatura. Esta é precisamente a entalpia de reação e pode ser expressa em função das entalpias molares parciais dos reatantes e produtos, por exemplo, para a reação genérica men- cionada: Calor ou entalpia padrão de formação O calor envolvido na chamada reação de formação de uma substância, isto é, na forma- ção de um composto a partir de seus elementos constituintes nas condições-padrão é cha- mado entalpia de formação, simbolizado com um subscrito (f ): Δ H°f . Anteriormen- te, mostramos a reação de formação do eteno a partir dos elementos constituintes em condições-padrão, a 25 °C: 2 C (graf ) + 2 H2 (g) → C2H4 (g) Δ H°298K = + 52,3 kJ · mol -1 de modo que podemos escrever: ΔHreação = ΔH°f, 298K (C2H4 (g)) = + 52,3 kJ · mol -1. Outros exemplos de reações de formação são: H2 (g) + 1/2 O2 (g) → H2O (l) ΔH°f, 298K = –285,84 kJ · mol-1 H2 (g) + 1/2 O2 (g) → H2O (g) ΔH°f, 298K = –241,79 kJ · mol-1 As entalpias deformação são bastante práticas porque podemos escrever facil- mente a reação de formação para qualquer substância. Para o benzeno gasoso tere- mos, por exemplo, 6 C (graf ) + 3 H2 (g) → C6H6 (g) ΔH°f, 298K = – 82,93 kJ · mol -1. Embora essa reação não ocorra do modo como está escrita, pelo menos não direta- mente, o seu valor pode ser calculado a partir de outras reações, como veremos adiante. Os valores de entalpias de formação são facilmente encontráveis em tabelas. 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29104 Fundamentos de físico-química 105 Uma particularidade das entalpias de formação deve ser ressaltada. Sendo a reação de formação definida como a reação que leva os elementos constituintes em condições-padrão à substância que está sendo considerada, decorre que a entalpia de formação dos próprios elementos constituintes nas condições-padrão deve ser forço- samente igual a zero, de modo que não é preciso sequer procurar nas tabelas a ental- pia-padrão de formação do oxigênio ou hidrogênio gasoso ou do carbono grafite, dentre outros. A reação de formação do hidrogênio, por exemplo, deveria considerar como reatante o hidrogênio gasoso5 e como produto também hidrogênio gasoso, de modo que a variação de entalpia é obviamente nula: H2 (g) H2 (g) ΔH°f ,298K = 0,00 Calor ou entalpia-padrão de combustão As reações de combustão envolvem, via de regra, um efeito exotérmico muito acen- tuado, sendo, portanto, facilmente mensuráveis em calorímetros e têm grande utili- dade prática, sobretudo quando a substância queima facilmente. Compostos orgâni- cos contendo apenas carbono, hidrogênio e oxigênio produzem gás carbônico e água como produtos da combustão: CH4 (g) + 2 O2 (g) → CO2 (g) + 2 H2O (l) ΔH°comb, 298K = –890,36 kJ mol-1 Lei de Hess A entalpia de um sistema é uma função de estado, de acordo com o primeiro princí- pio da termodinâmica. Assim, a diferença de entalpia em qualquer transformação de- pende apenas dos estados inicial e final. Se uma dada reação química – partindo de reatantes dados e chegando a produ- tos bem determinados – processar-se em uma etapa (diretamente) ou em mais de uma etapa, quaisquer que sejam elas, a diferença de entalpia entre produtos e reatantes – portanto, a entalpia da rea- ção, será a mesma. Esta constatação re- cebe o nome de lei de Hess e correspon- de à Figura 4.4. Ou seja, a reação de combustão (oxidação) do carbono grafite a gás car- bônico C(grafite) + O2(g) → CO2(g) 5 Porque esta é a forma mais estável e não, por exemplo, hidrogênio atômico H (g). CO (g) ΔH1 ΔH2 ΔH3 C (graf.) CO2 (g) + O2(g) +1/2 O2(g) +1/2 O2(g) Figura 4.4 Lei de Hess: a entalpia de reação não depende do caminho. 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29105 106 Netz e González Ortega Lei de Hess e combinação de reações É possível mostrar que o cálculo da entalpia de uma reação, seja em função das entalpi- as de formação seja em função das entalpias de combustão é uma mesma aplicação da lei de Hess. Vamos considerar a seguinte reação: C2H2 (g) + H2 (g) → C2H4 (g) Podemos escrevê-la como a combinação de duas reações de formação: 2 C (graf ) + H2 (g) → C2H2 (g) ΔH°f (C2H2 (g)) e 2 C (graf ) + 2 H2 (g) → C2H4 (g) ΔH°f (C2H4 (g)) EM DETALHE cujo efeito térmico é Δ H3 pode ser escrita como a soma das seguintes reações: C(grafite) + 1/2 O2 (g) → CO (g) ou seja, a oxidação do carbono grafite a monóxido de carbono (Δ H1) e CO (g) + 1/2 O2 (g) → CO2 (g) oxidação do monóxido de carbono resultando dióxido de carbono (Δ H2). Δ H3 = Δ H1 + Δ H2 A lei de Hess permite o cálculo da entalpia de qualquer reação química que possamos expressar como uma combinação adequada de reações cujas entalpias de reação sejam conhecidas. Podemos empregar valores conhecidos provenientes de ta- belas ou de dados de reações que já tenhamos medido experimentalmente. As reações químicas podem ser adicionadas diretamente, ou invertendo-se algumas reações ou multiplicando algumas delas com coeficientes adequados, de modo que a reação procurada resulte no final. O mesmo procedimento que foi feito com as reações químicas (soma, subtração, multiplicação com coeficientes) deve ser feito com as entalpias de reação. Como para qualquer substância é possível escrever a reação de formação e de- terminar o calor de formação (diretamente ou indiretamente mediante combinação de outras reações), tabelas com os valores de calor de formação podem ser feitas. Tais valores tabelados podem ser usados, aplicando a lei de Hess, para calcular a entalpia de qualquer reação. De fato, é possível mostrar que para qualquer reação química a entalpia de reação será a soma das entalpias molares de formação dos produtos multipli- cadas pelos seus respectivos coeficientes estequiométricos menos a soma das entalpias de forma- ção dos reatantes, também multiplicadas pelos seus respectivos coeficientes estequiométricos: Δ H°reação = ∑ νi ΔH°f,i – ∑ νi ΔH°f,i (4.6). PROD REAT Uma relação bastante semelhante pode ser obtida em função das entalpias de combustão. Porém, em contraste com o caso anterior, a soma das entalpias de com- bustão dos produtos deve ser subtraída da soma de entalpias de combustão dos rea- tantes (portanto, usando entalpias de combustão, reatantes menos produtos). Δ H°reação = ∑ νi ΔH°c,i – ∑ νi ΔH°c,i (4.7). REAT PROD 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29106 Fundamentos de físico-química 107 De fato, somando a segunda equação (formação do produto) com o inverso da primei- ra (formação do reatante) obteremos: 2 C (graf ) + 2 H2 (g) → C2H4 (g) ΔH°f (C2H4 (g)) C2H2 (g) → 2 C (graf ) + H2 (g) – ΔH°f (C2H2 (g)) C2H2 (g) + H2 (g) → C2H4 (g) ΔH°reação = ΔH°f (C2H4 (g)) – ΔH°f (C2H2 (g)) Na verdade, para qualquer reação, a entalpia de reação é a soma das entalpias de formação dos produtos menos a soma das entalpias de formação dos reatantes. Isto se deve ao fato de que, em uma reação de formação de uma dada substância, a mesma deve aparecer como um produto. Também poderíamos escrever esta reação como a combinação de três reações de combustão. C2H2 (g) + 5/2 O2 (g) → 2 CO2 (g) + H2O(l) ΔH°c (C2H2 (g)) C2H4 (g) + 3 O2 (g) → 2 CO2 (g) + 2H2O(l) ΔH°c (C2H4 (g)) H2 (g) + 1/2 O2 (g) → H2O(l) ΔH°c (H2 (g)) Somando a primeira equação com a terceira e subtraindo a segunda equação, chegare- mos exatamente ao mesmo resultado anterior. C2H2 (g) + 5/2 O2 (g) → 2 CO2 (g) + H2O(l) ΔH°c (C2H2 (g)) H2 (g) + 1/2 O2 (g) → H2O(l) ΔH°c (H2 (g)) 2 CO2 (g) + 2H2O(l) → C2H4 (g) + 3 O2 (g) – ΔH°c (C2H4 (g)) C2H2 (g) + H2 (g) → C2H4 (g) ΔH°reação = ΔH°c (C2H2 (g))+ ΔH°c (H2 (g)) – ΔH°c (C2H4 (g)) Para qualquer reação, a entalpia de reação é a soma das entalpias de combustão dos reatan- tes menos a soma das entalpias de combustão dos produtos. Isto se deve ao fato de que, em uma reação de combustão de uma dada substância, a mesma deve aparecer como um reatante. Entalpias de ligação Os efeitos térmicos envolvidos nas reações químicas devem-se a vários aspectos, como, por exemplo, às diferenças nas interações intermoleculares entre as moléculas de produtos e reatantes. O principal fator, contudo, é a diferença no “conteúdo energé- tico” de produtos e reatantes, devido a distintas interações intramoleculares. Tais diferenças de conteúdo energético se expressam, por exemplo, nas diferentes entalpi- as de ligação. Considerando uma reação química como um processo no qual ligações são desfeitas e refeitas, podemos calcular a variação de entalpia de uma reação calcu- lando as entalpias necessárias para romper ou refazer as ligações envolvidas6. Defi- nindo entalpia de ligação como a variação de entalpia que acompanha a dissociação de uma ligação química (sendo que o composto de partida, a ser dissociado, deve estar em fase gasosa!), podemos calcular a entalpia da reação química pela aplicação da lei de Hess. 6 A entalpia de ligação é, portanto, uma quantidade sempre endotérmica. Para se romper uma ligação química, sempre é necessário fornecer calor. 03-fisico-094-202.pmd07/08/2014, 07:29107 108 Netz e González Ortega Δ H°reação = ∑ Ligações rompidas – ∑ Ligações formadas (4.8). REAT PROD Este cálculo é possível utilizando valores tabelados de entalpias de ligação, como mostra a Figura 4.5. 4H(g) + 2O(g) ΔH 1 ΔH 2 ΔH 3 2H 2 (g) + O 2 (g) 2H 2 O(g) Figura 4.5 Lei de Hess e entalpias de ligação. Com base nos valores tabelados de entalpia de ligação: Ligação ΔH (kJ mol -1) H–H 436,0 O=O 495,4 O–H 462,7 É possível aplicar a lei de Hess: Δ H3 = Δ H1 + Δ H2 = (2 × 436,0 + 1 × 495,4) – (4 × 462,7) = –483,4 kJ. Neste exemplo, a entalpia envolvida na formação de água vapor a partir de hidrogênio e de oxigênio gasosos foi decomposta na entalpia necessária para romper duas ligações H–H (2 × 436,0 kJ/mol) e uma ligação O=O (495,4 kJ/mol) forman- do átomos no estado gasoso (uma contribuição endotérmica de Δ H1 = 1367,4 kJ) e na variação de entalpia – calor liberado – na formação de 4 quatro ligações O–H (4 × 462,7 kJ/mol) a partir dos átomos gasosos (uma contribuição exotérmica de Δ H2 = –1850,8kJ). O rompimento das ligações é sempre endotérmico e a formação de ligações, também. O saldo global de uma reação pode, contudo, ser endotérmico ou exotérmico. O cálculo da entalpia de uma reação usando a Equação 4.8 não é muito preciso, pois as tabelas de entalpias de ligação normalmente fornecem valores médios. Por exemplo, o valor da entalpia de rompimento de uma ligação C–H é computado como uma média para vários tipos diferentes de moléculas. Isto leva a uma estimati- va errônea, contudo, pois uma ligação C–H no metano ou no formaldeído, por exemplo, tem valor diferente de entalpia de ligação. Os diferentes métodos de aplicação da lei de Hess O fato de a entalpia ser uma função de estado, permite que possamos calcular a entalpia de uma reação a despeito de ela ocorrer diretamente ou não. A lei de Hess assegura-nos que, partindo dos reatantes considerados e chegando nos produtos em questão, a entalpia da reação terá um valor unívoco, que não depende do mecanismo ou das etapas interme- diárias que se precisa percorrer. Podemos combinar, portanto, várias reações, como vimos anteriormente, para obter aquela que queremos. A metodologia que usamos para combinar leva a quatro “estratégias” diferentes na aplicação da lei de Hess: 03-fisico-094-202.pmd 07/08/2014, 07:29108 00768_NETZ_Fundamentos de Fisico-Quimica_01.pmd 29/08/2014, 13:526 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor No seguinte vídeo, são apresentados os conceitos referentes à H e à Cp à pressão constante, assim como aspectos sobre a entalpia de reação. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/8ca06c55ee45071bd36da8332f721f34 Exercícios 1) Considere uma sala vazia, perfeitamente adiabática e isolada, medindo 225 m3, a uma temperatura inicial de 10 °C e pressão de 1 atm. Cp à pressão constante do ar é igual a (7/ R. Nessa sala, é instalado um pequeno aquecedor com potência igual a 60 BTU/s (1 BTU = 1055,06 J). Pergunta-se: I - Qual é a massa de ar contida nessa sala? II - Qual é a quantidade de calor emanado pelo aquecedor? III - Quanto será o tempo teórico para que essa sala alcance uma temperatura de 25 °C? IV - Quanto tempo é necessário para obter o mesmo aumento de temperatura, se, retirado o aquecedor, fossem colocadas 30 pessoas (com peso médio de 70 kg) que emanam, em média, 45 W (1 W= 1 J/s)? A) Massa de ar (n) = 9,7 mol; calor do aquecedor (qP) = 4229,8 J; tempo = 0,07 s; tempo (para 30 pessoas) = 0,2 s. B) Massa de ar (n) = 981903,3 mol; calor do aquecedor (qP) = 4227094 J; tempo = 66,8 s; tempo (para 30 pessoas) = 58,1 h. C) Massa de ar (n) = 9683,8 mol; calor do aquecedor (qP) = 4227094 J; tempo = 66,8 s; tempo (para 30 pessoas) = 58,1 h. D) Massa de ar (n) = 9683,8 mol; calor do aquecedor (qP) = 436,5 J; tempo = 6,7 milissegundos; tempo (para 30 pessoas) = 0,2 milissegundos. E) Outros valores. Considere a queima de uma amostra de uma barra de cereal industrializada em uma bomba calorimétrica adiabática. A queima é realizada por combustão em atmosfera saturada de oxigênio e disparada por uma descarga elétrica por meio da amostra colocada em um recipiente especial. A bomba contém 500 g de água (cágua= 1 cal/g°C) e o arcabouço metálico da bomba calorimétrica pesa 7.500 g (cmetal= 0,17 cal/g°C). A combustão de uma amostra de 1,5 g de amostra provoca um aumento da temperatura de 20,0 para 23,3 °C cal/g°C. Considerando essas condições experimentais, responda: I - Qual é a variação de H na água? II - Qual é a variação de H no arcabouço metálico? 2) III - Qual é a quantidade total de H liberada pela amostra? IV - Qual é a variação de energia interna da amostra? A) qP=-DΔHágua= 1650 cal;- qP=-DΔHmetal 4207,5 cal; =DΔHtotal = 4484 cal; DU= 4484 cal B) qP=-DΔHágua= 1650 cal;- qP=-DΔHmetal 4207,5 cal; =DΔHtotal = 5857,5 cal; DU= 5857,5 cal C) qP=DΔHágua= 1650 cal; qP=DΔHmetal 4207,5 cal; =DΔHtotal = -5857,5 cal; ΔU= negativo, porém maior do que ΔHtotal -5857,5 cal. D) qP=DΔHágua= 1650 cal; qP=DΔHmetal 4207,5 cal; =DΔHtotal = -5857,5 cal; U= -5857,5 cal. E) Outras respostas. 3) A glicose possui uma entalpia de combustão molar padrão (ΔH°) de 2801,8 kJ mol-1 e uma massa molecular de 180,16 g mol-1. Se uma amostra de 2,0 g de glicose é queimada, a 20°C, em uma bomba calorimétrica adiabática, contendo 500 g de água (cágua = 1 cal/g°C) e cujo arcabouço metálico da bomba calorimétrica pesa 7500 g (cmetal = 0,17 cal/g°C), qual é a temperatura final esperada? A) 20,004 °C B) 22,1 °C C) 24,2 °C D) 20,01 °C E) Outras respostas. A queima metabólica de glicose é uma das principais reações que dão suporte à vida. Pode ocorrer aerobiamente em organismos superiores: C6H12O6(s)+6O2(g)→6H2O(l)+6CO2(g) ou em laboratório, em uma bomba calorimétrica adiabática: C6H12O6(s)+6O2(g)→6H2O(g)+6CO2(g) Calcule, para uma temperatura de 298,15 K: 4) a) H de reação para a glicose dentro de uma célula; b) H de vaporização da água a 25 K. A) ΔH0reação =-2801,54; DΔH0vapor= 44 kJ mol-1 B) ΔH0reação = 2801,54 e ΔH0vapor = -44 kJ mol-1. C) ΔH0reação = 595,16; ΔH0vapor = 44,02 kJ mol-1 D) ΔH0reação = -2.537,38 kJ mol-1; 44,02 kJ mol-1 E) Outras respostas Uma das estratégias, desenvolvidas no Brasil no sentido de encontrar substitutos aos combustíveis fósseis, é a introdução de etanol anidro como combustível de fontes naturais renováveis. Entretanto, a combustão da gasolina (basicamente octano, C8H18) na presença de oxigênio possui uma eficiência energética maior que a do etanol (C2H5OH). A partir dos dados incluídos a seguir, I. Ajuste estequiometricamente as reações de combustão para um mol de etanol e de octano. II. Calcule quanto mais energético é o octano em relação ao etanol. III. Calcule qual é a massa e o volume de CO2 liberado por ambos combustíveis a 298,15 K e 1,0 atm. 5) A) I - 1 mol de etanol reage com 2 O2 e libera 2 CO2 e 3 H2O; 1 mol de octano reage com 12,5 O2 e libera 8 CO2 e 9H2O. II - a proporção energética etanol:octano é 1.368,2:5.470,2 kJ mol-1, ou seja, 1:4; III - 1 mol de etanol libera 49 L ou 88,02 g de CO2; 1 mol de octano libera 196 L ou 352,1 g de CO2. B) I - 1 mol de etanol reage com 2 O2 e libera 2 CO2 e 3 H2O. II - 1 mol de octano reage com 12,5 O2 e libera 8 CO2 e 9H2O. III - A proporção energética = 1:14 etanol:octanol. C) I - 1 mol de etanol reage com 2 O2 e libera 2 CO2 e 3 H2O. II - 1 mol de octano reage com 12,5 O2 e libera 8 CO2 e 9H2O. III - A proporção energética = 3,2:1 etanol:octanol. D) I - 1 mol de etanol reage com 2 O2 e libera 2 CO2 e 3 H2O; 1 mol de octano reage com 12,5 O2 e libera 8 CO2 e 9H2O. II - a proporção energética etanol:octano é 1368,2:5470,2 kJ mol-1, ou seja, 1:4.III - Os volumes de CO2 iguais a 4,1 L e 16,4 L. E) Outras respostas. Na prática Uma das maiores preocupações da moderna sociedade é o sobrepeso. Cada alimento, entre outros valores nutricionais, tem declarado quantas calorias cada grama contém. Na realidade, esse número de calorias não engorda nem mata ninguém, pois se trata de meras unidades de energia. O que essas calorias expressam é a quantidade de calor liberado, a uma pressão constante, pela combustão desse material em bombas calorimétricas adiabáticas. Uma vez que calor à pressão constante é equivalente à quantidade de H, o que se está avaliando na hora de comer ou não um chocolate é quanta H será adicionada ao organismo. Segundo o Primeiro Princípio da termodinâmica, nenhuma energia é criada, apenas é transformada. Isso quer dizer que a quantidade de chocolate ingerido será metabolizada e, como a H é uma propriedade de estado, os mecanismos e as etapas implícitos na metabolização não importam, uma vez que a quantidade de H fornecida pelo chocolate será a mesma. Observe-se, entretanto, que a quantidade de calor varia de acordo com o processo, por ser uma propriedade de trajetória. O mesmo princípio se aplica a qualquer reação de combustão, oxidação, hidrólise celular ou síntese, desde que realizados a uma pressão constante. O inverso do exemplo do chocolate ocorre quando se avalia quantas calorias são queimadas na academia ou ao se praticar esporte. Caloria é uma unidade de energia; não se queima. O que há, sim, é liberação de calor e perda de H pela queima das gordurinhas a mais. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Processos a pressão constante, calor latente e entalpia. Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar. CHANG, R. Físico-química para as ciências químicas e biológicas - Vol. 01. 3a edição. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2009. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! https://www.youtube.com/watch?v=2CkJ1iJ3nBI
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