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TÕ
ES
 G
AB
AR
ITA
DA
S
EXERCÍCIOS ............................................................................................................................1
GABARITO ..............................................................................................................................62
IDECAN
QUESTÕES GABARITADAS
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
1
LÍNGUA PORTUGUESA
1. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Texto IV
Pedocracia. A ditadura das crianças que mandam nos pais
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se ca-
racterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não 
aceitam ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A 
psicanalista Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em 
entrevista ao “Saia Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações.
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, 
por que se sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. 
Acima da dor dela, tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a 
especialista.
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma 
inversão total de valores”, reforça Neder.
“É mais fácil deixar a criança ser rei. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delas. Se você não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois 
fica complicado”, sugere.
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, che-
gou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se 
o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, 
tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de traba-
lho, mas não. é a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida 
a especialista.
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto 
se colocando absolutamente disponível para a criança”. E
¹ a criança de qualquer responsabilidade sobre o seu comportamento. “Um bebê não tem poder para determinar 
como será a dinâmica familiar. Se isso acontece, é porque os pais promovem”.
Ainda reforça. na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se reali-
zando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, 
acusará os pais de terem sido omissos”.
Disponível em. https.//www.revistapazes.com –Texto adaptado.
A correta ortografia do vocábulo suprimido no espaço 1(l. 44) do TEXTO IV é.
(A) Esime.
(B) Ezime
(C) Exime.
(D) Exsime.
(E) Ezimi.
2. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto IV
Pedocracia. A ditadura das crianças que mandam nos pais
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se ca-
racterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não 
aceitam ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A 
psicanalista Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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entrevista ao “Saia Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações.
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, 
por que se sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. 
Acima da dor dela, tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a 
especialista.
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma 
inversão total de valores”, reforça Neder.
“É mais fácil deixar a criança ser rei. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delas. Se você não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois 
fica complicado”, sugere.
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, che-
gou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se 
o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, 
tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de traba-
lho, mas não: é a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida 
a especialista.
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto 
se colocando absolutamente disponível para a criança”. E Exime ¹ a criança de qualquer responsabilidade so-
bre o seu comportamento: “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso
acontece, é porque os pais promovem”.
Ainda reforça: na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se reali-
zando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, 
acusará os pais de terem sido omissos”.
Considere as afirmativas a seguir.
Otávio Luíz foi na prova do ENEM. Hoje tive um presságio.
Antônio padece de um incurável.
Assinale a alternativa que preencha as respectivas lacunas de acordo com a grafia correta.
(A) mal – mau – mal
(B) mau – mal – mau
(C) mal – mal – mau
(D) mau – mau – mal
(E) mal – mal – mal
3. IDECAN - MED PLEG (PEFOCE)/PEFOCE/PATOLOGIA/2021
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Texto para a questão.
Uma escritora reconstrói o país: a Ruanda de Scholastique Mukasonga
Em A mulher de pés descalços, obra de Scholastique Mukasonga dedicada à memória de sua mãe, a narradora 
em certo momento reflete sobre a dificuldade de se manter a vaidade no vilarejo formado na região de Gitagata, 
campo de refugiados para onde sua família foi enviada quando ela ainda era criança. A mãe da escritora, Stefa-
nia, era uma pessoa a quem muitas garotas recorriam para descobrir se poderiam ser consideradas moças bo-
nitas. Ela tinha um histórico de sucesso na formação de casais. Nas tardes de domingo, geralmente guardadas 
para descanso ou alguma diversão, era comum que jovens fossem ao seu quintal para concorrer um pouco por 
sua atenção. A beleza é um dado social, definida na interação entre as pessoas, e seus critérios mudam com o 
tempo. No entanto, uma vez que as pessoas participam da vida social, todos passam a reproduzir uma noção 
culturalmente aceita do que é considerado bonito.“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos-
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
No período acima, há quantas ocorrências de preposição?
(A) Seis.
(B) Nove.
(C) Sete.
(D) Oito. 
21. IDECAN - PER CRIM (PEFOCE)/PEFOCE/FARMÁCIA/2021
Assunto: Conjunção
Os peixes que estão se viciando em drogas ilegais
Cerca de 269 milhões de pessoas em todo o mundo usam drogas a cada ano. E uma questão básica de biologia 
acaba, muitas vezes, sendo esquecida nesta história. tudo o que entra precisa sair.
Os esgotos estão inundados com drogas que são excretadas do corpo, junto aos componentes químicos frag-
mentados que têm efeitos semelhantes aos das próprias drogas. Uma grande quantidade de esgoto também 
chega aos rios e águas costeiras sem tratamento. Uma vez no meio ambiente, as drogas e seus subprodutos 
podem afetar a vida selvagem.
Em um estudo recente publicado no Journal of Experimental Biology, pesquisadores da República Tcheca in-
vestigaram como a metanfetamina um estimulante com cada vez mais usuários em todo o mundo - pode estar 
afetando a truta-marrom selvagem.
Eles examinaram se as concentrações de metanfetamina e um de seus subprodutos, a anfetamina, que foram 
estimadas a partir de outros estudos que mediram as concentrações de drogas ilícitas nos cursos de água, po-
deriam ser detectadas no cérebro da truta-marrom. Eles também analisaram se essas concentrações(a) eram 
suficientes para causar dependência nos animais.
As trutas foram expostas à droga em grandes tanques durante oito semanas e, em seguida, colocadas em abs-
tinência, ficando por dez dias em tanques que não continham a droga. Durante esse tempo, os pesquisadores 
testaram a preferência dos peixes por água limpa ou contendo metanfetamina e compararam com as respostas 
de peixes que nunca haviam sido expostos à droga.
As descobertas foram intrigantes. Os peixes expostos à metanfetamina preferiram a água contendo a droga, 
enquanto tal preferência não foi demonstrada pelos peixes do grupo de controle. Os pesquisadores também 
descobriram que, durante o período de abstinência, as trutas expostas à metanfetamina se moviam menos.(b) 
Eles interpretaram isso como um sinal de ansiedade ou estresse - típicos de abstinência de drogas em huma-
nos.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos - foram detectadas várias mudanças 
nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto em casos de dependência em huma-
nos. Mesmo depois que os efeitos comportamentais diminuíram após 10 dias de abstinência, esses marcado-
res no cérebro ainda estavam presentes.
Isso sugere que a exposição à metanfetamina pode ter efeitos duradouros, semelhantes aos que são observa-
dos nas pessoas.
Se as trutas estão “curtindo” as drogas,(c) como parecem estar no estudo recente, podem ficar inclinadas a 
rondar tubulações por onde o efluente é descarregado. Os peixes podem se comportar de forma parecida com 
a que observamos em humanos que sofrem de dependência, não apenas a partir deste experimento, mas de 
vários estudos com diferentes espécies de peixes.
Uma das características do vício em drogas é a perda de interesse por outras atividades - mesmo aquelas que 
geralmente são altamente motivadas, como comer ou se reproduzir. É possível que os peixes comecem a mu-
dar seu comportamento natural, causando problemas na sua alimentação, reprodução e, em última instância, 
na sua sobrevivência. Eles podem, por exemplo, ser menos propensos a escapar de predadores.
A exposição às drogas não afeta apenas os peixes em si, mas também seus descendentes. Nos peixes, o vício 
pode ser herdado ao longo de várias gerações. Isso poderia ter implicações duradouras para os ecossistemas, 
mesmo se o problema(d) fosse resolvido agora.
Este não é o primeiro estudo a descobrir drogas ilícitas na vida selvagem. Em 2019, cientistas do Reino Unido 
encontraram cocaína em camarões de água doce em todos os 15 rios em que coletaram amostras. Curiosa-
mente, eles detectaram drogas ilícitas com mais frequência do que alguns produtos farmacêuticos comuns.
Mas os efeitos mais amplos dessas drogas permanecem em grande parte desconhecidos. Há, no entanto, 
estudos abrangentes sobre os efeitos dos produtos farmacêuticos nos rios. Os medicamentos também não 
se fragmentam totalmente em nossos corpos e chegam às estações de tratamento de esgoto pelas fezes e a 
urina. A maior parte é eliminada com efluentes residuais, mas outra parte entra nos rios ao escoar de aterros 
sanitários ou campos agrícolas em que o esgoto humano é usado como fertilizante.
A vida selvagem presente em rios e águas costeiras, onde o efluente é despejado, está exposta a coquetéis 
de medicamentos - de analgésicos a antidepressivos. Peixes que viviam rio abaixo de algumas estações de 
tratamento de esgoto “mudaram” do sexo masculino para feminino em poucas semanas devido à exposição a 
produtos químicos desreguladores de hormônios encontrados em pílulas anticoncepcionais.
Estudos recentes mostram que os antidepressivos podem causar uma ampla variedade de mudanças compor-
tamentais em organismos aquáticos, desde agressão, atração pela luz e ousadia crescente.
O vício em drogas é um problema de saúde global que pode devastar comunidades, e lidar com suas conse-
quências ambientais vai sair caro. Um estudo estimou que custaria mais de US$ 50 bilhões para modernizar as 
estações de tratamento de esgoto da Inglaterra e do País de Gales para que sejam capazes de remover essas 
substâncias químicas.
Pode parecer óbvio que drogas receitadas e ilegais destinadas a mudar o comportamento humano também 
mudem o comportamento da vida selvagem. Mas esse problema é potencialmente muito mais difundido e com-
plexo.
Nem sequer sabemos se substâncias químicas sintéticas(e) presentes em artigos domésticos de uso diário, 
como cosméticos, roupas e produtos de limpeza, podem afetar o comportamento das pessoas e de outras es-
pécies. Um grupo internacional de cientistas fez um apelo às empresas e órgãos reguladores para verificar seus 
efeitos tóxicos no comportamento, como parte das avaliações de risco de novos produtos químicos.
Se quisermos controlar a quantidade de produtos farmacêuticos em nossos cursos de água, é preciso fazer 
mais para melhorar a filtragem nas estações de tratamento de esgoto, e forçar as empresas de água a assumir 
mais responsabilidade para garantir queo efluente não afete a vida selvagem.
(Matt Parker e Alex Ford. Matt Parker é professor de neurociência e psicofarmacologia na Universidade de Port-
smouth, no Reino Unido. Alex Ford é professor de biologia na mesma instituição. BBC Future
(The Conversation), 6 agosto 2021, com adaptações.)
Uma das grandes dificuldades no estudo da língua é a classificação da palavra SE.
Nesse contexto, assinale, entre suas ocorrências no texto, a alternativa em que essa palavra NÃO se classifi-
que como conjunção.
(A) ...se essas concentrações...
(B) ...se moviam menos.
(C) Se as trutas estão “curtindo” as drogas...
(D) ...mesmo se o problema...
(E) ...se substâncias químicas sintéticas...
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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22. IDECAN - PER CRIM (PEFOCE)/PEFOCE/FARMÁCIA/2021
Assunto: Conjunção
As trutas foram expostas à droga em grandes tanques durante oito semanas e, em seguida, colocadas em abs-
tinência, ficando por dez dias em tanques que não continham a droga. Durante esse tempo, os pesquisadores 
testaram a preferência dos peixes por água limpa ou contendo metanfetamina e compararam com as respostas 
de peixes que nunca haviam sido expostos à droga.
As descobertas foram intrigantes. Os peixes expostos à metanfetamina preferiram a água contendo a droga, 
enquanto tal preferência não foi demonstrada pelos peixes do grupo de controle. Os pesquisadores também 
descobriram que, durante o período de abstinência, as trutas expostas à metanfetamina se moviam menos. 
Eles interpretaram isso como um sinal de ansiedade ou estresse - típicos de abstinência de drogas em huma-
nos.
A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos - foram detectadas várias mudanças 
nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto em casos de dependência em huma-
nos. Mesmo depois que os efeitos comportamentais diminuíram após 10 dias de abstinência, esses marcado-
res no cérebro ainda estavam presentes.
Isso sugere que a exposição à metanfetamina pode ter efeitos duradouros, semelhantes aos que são observa-
dos nas pessoas.
Se as trutas estão “curtindo” as drogas, como parecem estar no estudo recente, podem ficar inclinadas a rondar 
tubulações por onde o efluente é descarregado. Os peixes podem se comportar de forma parecida com a que 
observamos em humanos que sofrem de dependência, não apenas a partir deste experimento, mas de vários 
estudos com diferentes espécies de peixes.
Uma das características do vício em drogas é a perda de interesse por outras atividades - mesmo aquelas que 
geralmente são altamente motivadas, como comer ou se reproduzir. É possível que os peixes comecem a mu-
dar seu comportamento natural, causando problemas na sua alimentação, reprodução e, em última instância, 
na sua sobrevivência. Eles podem, por exemplo, ser menos propensos a escapar de predadores.
A exposição às drogas não afeta apenas os peixes em si, mas também seus descendentes. Nos peixes, o vício 
pode ser herdado ao longo de várias gerações. Isso poderia ter implicações duradouras para os ecossistemas, 
mesmo se o problema fosse resolvido agora.
Este não é o primeiro estudo a descobrir drogas ilícitas na vida selvagem. Em 2019, cientistas do Reino Unido 
encontraram cocaína em camarões de água doce em todos os 15 rios em que coletaram amostras. Curiosa-
mente, eles detectaram drogas ilícitas com mais frequência do que alguns produtos farmacêuticos comuns.
Mas os efeitos mais amplos dessas drogas permanecem em grande parte desconhecidos. Há, no entanto, 
estudos abrangentes sobre os efeitos dos produtos farmacêuticos nos rios. Os medicamentos também não 
se fragmentam totalmente em nossos corpos e chegam às estações de tratamento de esgoto pelas fezes e a 
urina. A maior parte é eliminada com efluentes residuais, mas outra parte entra nos rios ao escoar de aterros 
sanitários ou campos agrícolas em que o esgoto humano é usado como fertilizante.
A vida selvagem presente em rios e águas costeiras, onde o efluente é despejado, está exposta a coquetéis 
de medicamentos - de analgésicos a antidepressivos. Peixes que viviam rio abaixo de algumas estações de 
tratamento de esgoto “mudaram” do sexo masculino para feminino em poucas semanas devido à exposição a 
produtos químicos desreguladores de hormônios encontrados em pílulas anticoncepcionais.
Estudos recentes mostram que os antidepressivos podem causar uma ampla variedade de mudanças compor-
tamentais em organismos aquáticos, desde agressão, atração pela luz e ousadia crescente.
O vício em drogas é um problema de saúde global que pode devastar comunidades, e lidar com suas conse-
quências ambientais vai sair caro. Um estudo estimou que custaria mais de US$ 50 bilhões para modernizar as 
estações de tratamento de esgoto da Inglaterra e do País de Gales para que sejam capazes de remover essas 
substâncias químicas.
Pode parecer óbvio que drogas receitadas e ilegais destinadas a mudar o comportamento humano também 
mudem o comportamento da vida selvagem. Mas esse problema é potencialmente muito mais difundido e com-
plexo.
Nem sequer sabemos se substâncias químicas sintéticas presentes em artigos domésticos de uso diário, como 
cosméticos, roupas e produtos de limpeza, podem afetar o comportamento das pessoas e de outras espécies. 
Um grupo internacional de cientistas fez um apelo às empresas e órgãos reguladores para verificar seus efeitos 
tóxicos no comportamento, como parte das avaliações de risco de novos produtos químicos.
Se quisermos controlar a quantidade de produtos farmacêuticos em nossos cursos de água, é preciso fazer 
mais para melhorar a filtragem nas estações de tratamento de esgoto, e forçar as empresas de água a assumir 
mais responsabilidade para garantir que o efluente não afete a vida selvagem.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(Matt Parker e Alex Ford. Matt Parker é professor de neurociência e psicofarmacologia na Universidade de Port-
smouth, no Reino Unido. Alex Ford é professor de biologia na mesma instituição. BBC Future
(The Conversation), 6 agosto 2021, com adaptações.)
A palavra enquanto introduz uma noção de
(A) tempo.
(B) conformidade.
(C) finalidade.
(D) oposição.
(E) proporcionalidade.
23. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Colocação pronominal
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentara constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substan-
tivo e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se 
expressab em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a 
história e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitossociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiuc como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê- la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retemperad e se regenerae a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
Assinale a alternativa em que o pronome átono, apresentado no texto em próclise, também poderia vir enclítico.
(A) se alimentar
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(B) se expressa
(C) a definiu
(D) se retempera
(E) se regenera
24. IDECAN - PEBTT (IF CE)/IF CE/ADMINISTRAÇÃO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2021
Assunto: Colocação pronominal
Texto para a questão.
Como fome vivida no útero e na infância prejudica o corpo por décadas
Uma tragédia humanitária vivida sob o nazismo, em um dos países atualmente com um dos melhores indicado-
res de desenvolvimento humano do mundo, tem desde então trazido lições ao mundo a respeito dos impactos 
da fome extrema sobre bebês que ainda nem tinham nascido.
Era o inverno de 1944 na Holanda, que na época estava parcialmente ocupada pela Alemanha nazista.
Durante meses, as tropas alemãs bloquearam o suprimento de comida para grandes partes do território holan-
dês, deixando 4,5 milhões de pessoas em situação de fome extrema.
“As pessoas comiam os cachorros, os gatos e os ratos. Era simplesmente desesperador”, disse um sobrevi-
vente à BBC em 2013. “Os padeiros não tinham trigo, então, faziam pães aguados, que grudavam na boca.”
Alguns estudos estimam que cada holandês dispunha de comida equivalente a 370 calorias por dia – lembran-
do que as normas de saúde vigentes hoje sugerem a ingestão diária de 2 mil calorias por dia para mulheres e 
2,5 mil para homens.
Foi um dos mais graves episódios de fome ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial, que deixou 20 mil 
mortos e só terminou com a derrota da Alemanha, em maio de 1945, e a libertação da Holanda.
É um desastre que permanece na memória coletiva dos holandeses até hoje, explica à BBC News Brasil a 
pesquisadora Tessa Roseboom, professora de Desenvolvimento e Saúde na Primeira Infância na Universidade 
de Amsterdã.
“A memória coletiva do povo holandês sobre a Segunda Guerra é dramática”, afirma. “Claro que os números de 
sobreviventes estão diminuindo, mas todos conhecemos histórias de pessoas que tiveram de comer bulbos de 
tulipa, que tiveram que andar centenas de quilômetros para achar comida.”
Ao mesmo tempo, o fato de a fome extrema ter ocorrido apenas durante um breve intervalo de tempo (a es-
cassez acabou quando o abastecimento de comida foi normalizado, e a Holanda caminhou para ser um país 
extremamente próspero) deu aos cientistas um cenário ideal para estudar o que a falta de nutrientes faz com o 
corpo de uma pessoa – em particular, uma pessoa ainda em formação, dentro do útero da mãe.
E as pesquisas sobre o “inverno da fome” (ou “hongerwinter”, no original) mostram que as consequências são 
sentidas até hoje por pessoas que estão na casa dos 70 e 80 anos, e provavelmente serão sentidas por seus 
descendentes.
Roseboom e seus colegas coletaram, em arquivos históricos, registros médicos detalhados sobre mulheres que 
estavam grávidas durante o período de escassez e, desde então, estão analisando a saúde física e mental dos 
filhos dessas mulheres, hoje idosos.
Essas pessoas apresentam maior incidência de obesidade, de colesterol alto, de diabetes tipo 2 e de problemas 
cardiovasculares do que a população holandesa em geral, “riscos que contribuem para menos bem-estar físico 
e mental e mais risco de mortalidade nesse grupo”, diz a pesquisadora.
Um motivo provável é que essas pessoas tiveram seus corpos “programados” desde o útero para sobreviver 
com muito pouca comida. Ao longo do tempo, isso se converteu em um problema de saúde.
“Encontramos diferenças claras em termos de estrutura e tamanho do corpo, e achamos que isso se deve à 
falta de ‘blocos de montar’ – ou seja, da má nutrição – de suas mães quando elas estavam construindo o corpo 
de seus bebês”, explica Roseboom.
Além disso, ela diz que exames de ressonância magnética feitos nessas pessoas indicam que seus cérebros 
são menores, o que pode explicar por que eles parecem ter um desempenho pior em tarefas cognitivas.
E de modo geral, o cérebro dessas pessoas parece “envelhecer mais rápido”, afirma a pesquisadora.
As consequências observadas na Holanda se referem a um período histórico único e extremo, mas servem de 
alerta quanto aos impactos que a falta de nutrientes tem na saúde de longo prazo das pessoas, em particular 
fetos e crianças – e de como isso pode prejudicar a força de trabalho futura de um país, explica Roseboom.
Isso vale inclusive para países como o Brasil, onde 19 milhões de pessoas estavam, no final de 2020, em si-
tuação de insegurança alimentar (quando o acesso e a disponibilidade de alimentos são escassos), segundo 
cálculos da Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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“Primeiro, o estresse da pandemia impacta crianças já no útero, e sabemos isso a partir de pandemias passa-
das. A gripe espanhola de 1918, por exemplo, deixou marcas duradouras nas crianças que ainda não haviam 
nascido. Sabemos que eles tiveram risco mais alto de doenças cardiovasculares e participação mais baixa no 
mercado de trabalho”, afirma Roseboom.
“A restrição ao acesso à comida no Brasil neste momento pode muito bem ter consequências negativas, prin-
cipalmente para crianças no útero. Vimos isso na Fome Holandesa, mas também foram observados efeitos 
similares em outros momentos nos quais houve restrição de comida”, como em períodos graves de fome na 
China, na Irlanda ou no continente africano como um todo, diz ela.
“Então, como isso não teria um efeito similar nas crianças brasileiras?”
Diante desse cenário, Roseboom argumenta que, quando se protege a infância e se garante que grávidas, 
bebês e crianças recebam nutrição saudável, produz-se um benefício para toda a sociedade, que contarácom 
adultos mais produtivos e com menos problemas de saúde. “É impressionante ver como os cérebros [de pesso-
as gestadas sob a fome] são menores, fazem menos conexões, têm profusão cerebral mais pobre para tarefas 
cognitivas. A escassez de comida não afeta só a saúde física futura, mas como essas crianças vão se sair na 
escola, como conseguirão contribuir para o mercado de trabalho.”
“Nesse sentido, há um importante efeito econômico a ser considerado. Se as crianças tiverem a pobreza in-
crustada em seus cérebros, quase literalmente, jamais conseguirão contribuir com seu [potencial] máximo. É 
um problema que a sociedade inteira vai enfrentar se uma geração ficar desprotegida. O legado é mais longo, 
com um preço mais alto a ser pago.”
(...)
No Brasil, havia, em 2019, segundo levantamento da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, ao menos 9,1 
milhões de crianças de até 14 anos em situação domiciliar de extrema pobreza, o que provavelmente significa 
que estavam sob insegurança alimentar – um problema que se agravou com a pandemia, o desemprego e a 
inflação.
Um relatório da Associação de Psicologia dos EUA aponta que a insuficiência de comida está associada, em 
crianças, a mais dores de estômago e de cabeça e a mais resfriados. “E a fome severa antecipa doenças crô-
nicas entre crianças em idade pré-escolar e escolar”, diz o texto.
Além disso, viver sob a insegurança alimentar pode causar estresse tóxico, que por sua vez “afeta o desenvol-
vimento cerebral, o aprendizado, o processamento de informações e os resultados acadêmicos das crianças”.
Ainda assim, é nos bebês no útero que os malefícios são piores, diz a pesquisadora holandesa. “É [durante a 
gravidez] que todos os órgãos estão sendo formados. Se eles forem construídos com blocos menores e mais 
pobres, não surpreende que haja consequências de longo prazo para a resistência aos estresses da vida coti-
diana.”
Os efeitos disso podem ser mitigados ao longo da vida, mas são persistentes, ela agrega.
“O coração terá menos células musculares, os rins terão menos unidades de filtragem, o cérebro terá menos 
neurônios. (...) À medida que a idade avança, você fica mais suscetível a problemas. Claro que pode-se con-
sertar um pouco disso – um bebê desnutrido pode receber muita comida saudável, atividades e estímulos e 
minimizar os efeitos, mas reverter completamente não é possível, porque você não consegue construir seu 
coração do zero outra vez.”
(BBC News. 13.nov.2021. Disponível em. www.uol.com.br)
Diante desse cenário, Roseboom argumenta que, quando se protege a infância e se garante que grávidas, 
bebês e crianças recebam nutrição saudável, produz-se um benefício para toda a sociedade, que contará com 
adultos mais produtivos e com menos problemas de saúde.
A respeito da palavra SE, sua colocação e classificação no período acima, analise as afirmativas a seguir.
I. A primeira e a segunda ocorrências constituem caso de próclise obrigatória.
II. A terceira ocorrência, numa visão do português contemporâneo, pode atender à exigência de próclise obri-
gatória, independentemente da vírgula anterior.
III. Pelo menos uma das ocorrências do SE tem valor reflexivo.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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25. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto IV
Pedocracia. A ditadura das crianças que mandam nos pais
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se ca-
racterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não 
aceitam ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A 
psicanalista Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em 
entrevista ao “Saia Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações.
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, 
por que se sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. 
Acima da dor dela, tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a 
especialista.
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma 
inversão total de valores”, reforça Neder.
“É mais fácil deixar a criança ser rei. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delas. Se você não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois 
fica complicado”, sugere.
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, che-
gou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se 
o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, 
tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de traba-
lho, mas não. é a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida 
a especialista.
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto se 
colocando absolutamente disponível para a criança”. E Exime ¹ a criança de qualquer responsabilidade sobre o 
seu comportamento. “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso
acontece, é porque os pais promovem”.
Ainda reforça. na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se reali-
zando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, 
acusará os pais de terem sido omissos”.
Disponível em. https.//www.revistapazes.com –Texto adaptado.
Sobre sinônimos, correlacione as colunas abaixo.
1 Sinônimo Perfeito
2 Sinônimo Imperfeito
( ) Léxico - Vocabulário 
( ) Brado - Grito
( ) Trabalho - Emprego
Assinale a alternativa que apresente a sequência correta obtida no sentido de cima para baixo.
(A) 2 – 2 - 1
(B) 1 – 1 – 1
(C) 2 – 2 – 2
(D) 2 – 1 – 1
(E) 1 – 1 – 2
26. IDECAN - GDR (AGRAER MS)/AGRAER MS/ÁREA 3/ENGENHARIA CIVIL/2022
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Assinale a alternativa em que há palavras antônimas.
(A) Desrespeitar o semáforo é semelhante a desobedecer as leis.
(B) Ao chegar ao mercado, entre à direita, depois vire à esquerda.
(C) O profissional desejava progredir na carreira, enriquecer.
(D) Aquele supervisor ainda era servidor ativo e trabalhador.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(E) A carga de algodão era bastante leve, igual a uma pluma. 
27. IDECAN - GM (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Homônimos e Parônimos
Texto para a questão.
Paraíba registra queda no volume de vendas do comércio varejista, diz IBGE
O volume de vendas do comércio varejista paraibano apresentou a 3ª menor variação do país no acumulado 
em 12 meses (–0,7%), segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a setembro, divulgada nesta 
quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice estadual contrasta com a 
média nacional, que aponta para um saldo positivo (3,9%)
No mesmo período, a receita nominal do setor da Paraíba, embora tenha tido alta de 9,7%, registrou também a 
3ª menor variação do Brasil, inferior à média do país (15,1%). Em ambos oscasos, os indicadores paraibanos 
foram os menores do Nordeste.
Já frente aos resultados de agosto deste ano, o volume de vendas paraibano teve retração de 1,4% em setem-
bro, próxima à observada na média do Brasil (–1,3%). Por outro lado, foi verificado um crescimento de 0,6% na 
receita do estado, enquanto no cenário nacional houve redução de 0,2%.
Este ano, até o mês pesquisado, o volume brasileiro de vendas do comércio varejista apresentou expansão de 
3,8%, no comparativo com o mesmo período de 2020, ao passo que o paraibano teve queda de 1,1%. Contu-
do, nos dois recortes territoriais, o saldo da receita foi positivo, de 16,3% e 10,4%, respectivamente, embora o 
indicador da Paraíba tenha sido o 3º menor do Brasil.
No comércio varejista ampliado paraibano – que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de 
material de construção –, foram observadas variações positivas no acumulado de 12 meses, tanto no volume 
de vendas (6,1%), como na receita (16,9%). Em ambos os casos, porém, os resultados do estado foram infe-
riores às médias nacionais, de 7% e 19%, respectivamente.
Na comparação dos resultados de setembro com os de agosto, houve redução de 0,2% no volume estadual e 
de 1,1% no nacional. Entretanto, as receitas dos setores aumentaram 0,8% e 0,3%, respectivamente.
(Jornal da Paraíba, 11/11/2021. Disponível em: https://jornaldaparaiba.com.br/economia/2021/11/11/paraiba-re-
gistra-queda-no-volume-de-vendas-do-comercio-varejista-diz-ibge)
a palavra receita apresenta um sentido definido. Entretanto, em outros contextos pode trazer sentidos diversos. 
No caso, é correto afirmar que, com as diferentes palavras receita, ocorre exemplo de
(A) parônimos.
(B) homônimos homógrafos e homófonos.
(C) homônimos homógrafos não homófonos.
(D) homônimos homófonos não homógrafos. 
28. IDECAN - GDR (AGRAER MS)/AGRAER MS/ÁREA 3/ENGENHARIA CIVIL/2022
Assunto: Denotação e Conotação
Assinale a alternativa em que há palavras no sentido figurado.
(A) Os carros novos estão com preços exorbitantes agora.
(B) Em janeiro, os bancos oferecem aplicações rentáveis.
(C) Na primavera, eram abundantes as flores e os frutos.
(D) O filhote da onça pintada estava aprendendo a caçar.
(E) Houve um momento em que a bola tirou tinta da trave.
29. IDECAN - ESC PC CE/PC CE/2021
Assunto: Denotação e Conotação
O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de 
Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. Eles também não cravaram que era um 
sinal de vida, mas indicaram não conhecer mecanismo alternativo capaz de explicar as quantidades.
O novo estudo, liderado por Régis Ferrière, da Universidade do Arizona, nos EUA, e Stéphane Mazevet, da 
Universidade Paris Ciências & Letras, na França, foi publicado na revista Nature Astronomy e segue a trilha 
dos achados da sonda Cassini, que em 2017 causou furor ao cruzar as plumas e detectar nelas a presença de 
hidrogênio molecular e metano.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Sabe-se que, sob a crosta congelada de Encélado, há um oceano de água líquida, em contato direto com um 
leito rochoso. É de lá que partem as plumas, ejetadas a partir de fissuras no gelo. Na Terra, fumarolas no fundo 
do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas. elas consomem hidrogênio e despejam metano. 
Na lua saturnina, encontramos ambos, o que fez muitos evocarem o oceano subsuperficial como habitável. 
Mas daí a habitado são outros 500. Até porque há outros processos de geração de metano que não envolvem 
formas de vida, como a interação de água com certos minerais, no processo conhecido como serpentinização.
O trabalho de Ferrière e Mazevet consistiu em tentar determinar a origem do metano sem precisar ir até lá para 
checar.
Em vez disso, o grupo modelou matematicamente a probabilidade de que diferentes processos, dentre eles 
metanogênese biológica, ou seja, a produção de metano por formas de vida, pudessem explicar o resultado 
colhido pela Cassini.
A pergunta central era. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos? E a resposta dos 
pesquisadores é “não” – mas só até onde sabemos. Eles apontam que das duas uma. ou está rolando metano-
gênese por micróbios no interior de Encélado, ou há algum fenômeno desconhecido, sem igual na Terra, capaz 
de gerar a substância.
Na soma dos resultados, podemos olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Por um lado, é empolgante que te-
nhamos já detectado compostos que podem sinalizar a presença de vida em tantos astros (fosfina em Vênus, 
metano em Encélado e em Marte). Por outro lado, as conclusões são mais especulativas do que gostaríamos 
até o momento. Para todos os casos, ainda é inteiramente possível, quiçá provável, que a explicação dispense 
atividade biológica. Em todos, o que falta são mais observações. Será preciso enviar novas sondas até lá, se 
quisermos desfazer esses mistérios.
(Salvador Nogueira. Folha de S.Paulo, 18.jul.2021)
Um grupo de pesquisadores sugere que a presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de 
água que são ejetadas da lua de Saturno não pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo 
vida.
A palavra sublinhada no período acima se classifica como
(A) adjetivo.
(B) substantivo.
(C) partícula expletiva.
(D) verbo.
(E) palavra denotativa.
30. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Observe o diálogo abaixo.
Disponível em https.//domacedo.blogspot.com/2017/07/certas-palavras.html
Transcrição.
- Essas refeições alentadas me deixam esfalfado!
- Toda vez que a gente vem comer aqui, você fala como otário!
Assinale a alternativa correta que traga os respectivos significados das palavras grifadas.
(A) Demoradas – estufado.
(B) Saborosas – esgotado.
(C) Estimulantes – animado.
(D) Deliciosas – agraciado.
(E) Estimulantes – esgotado.
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31. IDECAN - PER CRIM (PEFOCE)/PEFOCE/FARMÁCIA/2021
Assunto: Significação de vocábulo e expressões
Os peixes que estão se viciando em drogas ilegais
Cerca de 269 milhões de pessoas em todo o mundo usam drogas a cada ano. E uma questão básica de biologia 
acaba, muitas vezes, sendo esquecida nesta história. tudo o que entra precisa sair.
Os esgotos estão inundados com drogas que são excretadas do corpo, junto aos componentes químicos frag-
mentados que têm efeitos semelhantes aos das próprias drogas. Uma grande quantidade de esgoto também 
chega aos rios e águas costeiras sem tratamento. Uma vez no meio ambiente, as drogas e seus subprodutos 
podem afetar a vida selvagem.
Em um estudo recente publicado no Journal of Experimental Biology, pesquisadores da República Tcheca in-
vestigaram como a metanfetamina um estimulante com cada vez mais usuários em todo o mundo - pode estar 
afetando a truta-marrom selvagem.
Eles examinaram se as concentrações de metanfetamina e um de seus subprodutos, a anfetamina, que foram 
estimadas a partir de outros estudos que mediram as concentrações de drogas ilícitas nos cursos de água, 
poderiam ser detectadas no cérebro da truta-marrom. Eles também analisaram se essas concentrações eram 
suficientes para causar dependência nos animais.
As trutas foram expostas à droga em grandes tanques durante oito semanas e, em seguida, colocadas em abs-
tinência, ficando por dez dias em tanques que não continham a droga. Durante esse tempo, os pesquisadores 
testaram a preferência dos peixes por água limpa ou contendo metanfetamina e compararam com as respostas 
de peixes que nunca haviam sido expostos à droga.
As descobertas foram intrigantes. Os peixes expostos à metanfetamina preferiram a água contendo a droga, 
enquanto tal preferência não foi demonstrada pelos peixes do grupo de controle. Os pesquisadores também 
descobriram que, durante o período de abstinência, as trutas expostas à metanfetamina se moviam menos. 
Eles interpretaram isso como um sinal de ansiedade ou estresse - típicos de abstinênciade drogas em huma-
nos.
A química cerebral dos peixes expostos também diferia dos não expostos - foram detectadas várias mudanças 
nas substâncias químicas do cérebro que correspondem ao que é visto em casos de dependência em huma-
nos. Mesmo depois que os efeitos comportamentais diminuíram após 10 dias de abstinência, esses marcado-
res no cérebro ainda estavam presentes.
Isso sugere que a exposição à metanfetamina pode ter efeitos duradouros, semelhantes aos que são observa-
dos nas pessoas.
Se as trutas estão “curtindo” as drogas, como parecem estar no estudo recente, podem ficar inclinadas a rondar 
tubulações por onde o efluente é descarregado. Os peixes podem se comportar de forma parecida com a que 
observamos em humanos que sofrem de dependência, não apenas a partir deste experimento, mas de vários 
estudos com diferentes espécies de peixes.
Uma das características do vício em drogas é a perda de interesse por outras atividades - mesmo aquelas que 
geralmente são altamente motivadas, como comer ou se reproduzir. É possível que os peixes comecem a mu-
dar seu comportamento natural, causando problemas na sua alimentação, reprodução e, em última instância, 
na sua sobrevivência. Eles podem, por exemplo, ser menos propensos a escapar de predadores.
A exposição às drogas não afeta apenas os peixes em si, mas também seus descendentes. Nos peixes, o vício 
pode ser herdado ao longo de várias gerações. Isso poderia ter implicações duradouras para os ecossistemas, 
mesmo se o problema fosse resolvido agora.
Este não é o primeiro estudo a descobrir drogas ilícitas na vida selvagem. Em 2019, cientistas do Reino Unido 
encontraram cocaína em camarões de água doce em todos os 15 rios em que coletaram amostras. Curiosa-
mente, eles detectaram drogas ilícitas com mais frequência do que alguns produtos farmacêuticos comuns.
Mas os efeitos mais amplos dessas drogas permanecem em grande parte desconhecidos. Há, no entanto, 
estudos abrangentes sobre os efeitos dos produtos farmacêuticos nos rios. Os medicamentos também não 
se fragmentam totalmente em nossos corpos e chegam às estações de tratamento de esgoto pelas fezes e a 
urina. A maior parte é eliminada com efluentes residuais, mas outra parte entra nos rios ao escoar de aterros 
sanitários ou campos agrícolas em que o esgoto humano é usado como fertilizante.
A vida selvagem presente em rios e águas costeiras, onde o efluente é despejado, está exposta a coquetéis 
de medicamentos - de analgésicos a antidepressivos. Peixes que viviam rio abaixo de algumas estações de 
tratamento de esgoto “mudaram” do sexo masculino para feminino em poucas semanas devido à exposição a 
produtos químicos desreguladores de hormônios encontrados em pílulas anticoncepcionais.
Estudos recentes mostram que os antidepressivos podem causar uma ampla variedade de mudanças compor-
tamentais em organismos aquáticos, desde agressão, atração pela luz e ousadia crescente.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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O vício em drogas é um problema de saúde global que pode devastar comunidades, e lidar com suas conse-
quências ambientais vai sair caro. Um estudo estimou que custaria mais de US$ 50 bilhões para modernizar as 
estações de tratamento de esgoto da Inglaterra e do País de Gales para que sejam capazes de remover essas 
substâncias químicas.
Pode parecer óbvio que drogas receitadas e ilegais destinadas a mudar o comportamento humano também 
mudem o comportamento da vida selvagem. Mas esse problema é potencialmente muito mais difundido e com-
plexo.
Nem sequer sabemos se substâncias químicas sintéticas presentes em artigos domésticos de uso diário, como 
cosméticos, roupas e produtos de limpeza, podem afetar o comportamento das pessoas e de outras espécies. 
Um grupo internacional de cientistas fez um apelo às empresas e órgãos reguladores para verificar seus efeitos 
tóxicos no comportamento, como parte das avaliações de risco de novos produtos químicos.
Se quisermos controlar a quantidade de produtos farmacêuticos em nossos cursos de água, é preciso fazer 
mais para melhorar a filtragem nas estações de tratamento de esgoto, e forçar as empresas de água a assumir 
mais responsabilidade para garantir que o efluente não afete a vida selvagem.
(Matt Parker e Alex Ford. Matt Parker é professor de neurociência e psicofarmacologia na Universidade de Port-
smouth, no Reino Unido. Alex Ford é professor de biologia na mesma instituição. BBC Future
(The Conversation), 6 agosto 2021, com adaptações.)
Uma vez no meio ambiente, as drogas e seus subprodutos podem afetar a vida selvagem.
O segmento sublinhado no período acima apresenta, em relação ao restante do período, noção
(A) causal.
(B) temporal.
(C) consecutiva.
(D) condicional.
(E) concessiva.
32. IDECAN - Sold (CBM ES)/CBM ES/Combatente/2022
Assunto: Termos integrantes (objeto direto e indireto, complemento nominal e agente da passiva)
AO SOM DA VALSA
1º§ A casa do coronel podia conter o triplo das pessoas convidadas para o sarau daquela noite; mas o coronel 
preferia convidar apenas as pessoas mais íntimas e familiares. Era homem pouco cerimonioso, gostava sobre-
tudo da intimidade.
2º§ Quando Félix entrou dançava-se uma quadrilha. O coronel foi ter com ele e levou-o para onde estava a 
mulher, que já o esperava com ansiedade, pela razão, dizia ela, de que era um dos poucos rapazes que ainda 
conversavam com velhas, estando entre moças. Félix sentou-se ao pé de D. Matilde. Estava então de bom 
humor e conversou alegremente até que a música parou.
3º§ A mulher do coronel era o tipo da mãe de família. Tinha quarenta anos, e ainda conservava na fronte, em-
bora secas, as rosas da mocidade. Era uma mistura de austeridade e meiguice, de extrema bondade e extrema 
rigidez. Gostava muito de conversar e rir, e tinha a particularidade de amar a discussão, exceto em dois pontos 
que para ela estavam acima das controvérsias humanas. a religião e o marido. A sua melhor esperança, afirma-
va, seria morrer nos braços de ambos. Dizia-lhe Félix às vezes que não era acertado julgar pelas aparências, 
e que o coronel, excelente marido em reputação, fora na realidade pecador impenitente. Ria-se a boa senhora 
destes inúteis esforços para abalar a boa fama do esposo. Reinava uma santa paz naquele casal, que soubera 
substituir os fogos da paixão pela reciprocidade da confiança e da estima.
4º§ A conversa com a dona da casa roubou algum tempo às moças, segundo a expressão do coronel. Era ne-
cessário que Félix se dividisse com as senhoras que ainda tinham amor aos exercícios coreográficos. Recusou, 
pretextando a presença de D. Matilde.
5º§ — Oh! por mim não! respondeu a boa senhora; o direito das velhas tem um limite no direito das moças. Vá, 
doutor, e mais tarde volte cá, se o não agarrarem por aí...
6º§ Valsava-se. Félix levantou-se e foi buscar um par. Não tendo preferência por nenhuma senhora, lembrou-
-lhe ir pedir a filha do coronel. Atravessava a sala para ir buscá-la defronte, quando foi abalroado por um par 
valsante. Conquanto fosse navegante prático daqueles mares, não pôde evitar o turbilhão. Susteve o equilíbrio 
com rara felicidade e foi procurar melhor caminho, costeando a parede. Nesse momento os valsantes pararam 
perto dele. Pareceu-lhe reconhecer Lívia, irmã de Viana. Com
Sobre a estrutura morfossintática de períodos, é correto o que se classifica em.
(A) De conversar no trecho “Gostava muito de conversar ...” (3º§) Objeto indireto
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(B) Alegremente no trecho “... conversou alegremente... (2º§) é classificada como adjunto adnominal.
(C) Sobretudo no trecho “... gostava sobretudo da intimidade.” (1º§) é classificado como objeto indireto.
(D) Com rara felicidade no trecho “Susteve o equilíbrio com rara felicidade...” (6º§) Objeto indireto
(E) As rosas da mocidade no trecho “... conservava na fronte as rosas da mocidade.” (3º§) Objeto indireto 
33. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Termos integrantes (objeto diretoe indireto, complemento nominal e agente da passiva)
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimentoa e na ação 
política. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai des-
de o surgimento da técnicab e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada 
à alimentação compartilhada por individuos de uma culturac. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, 
Contreras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, so-
mos guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morind; ao entendê- la como “memó-
ria generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e 
programas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiên-
cia humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre 
o ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comidae nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido.
Assinale a alternativa em que o termo exerça, no texto, função sintática igual ao do sublinhado no trecho acima.
(A) de conhecimento
(B) da técnica
(C) de uma cultura
(D) do pensador francês Edgar Morin
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(E) da comida
34. IDECAN - SOLD (CBM ES)/CBM ES/COMBATENTE/2022
Assunto: Termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto). Vocativo
AO SOM DA VALSA
1º§ A casa do coronel podia conter o triplo das pessoas convidadas para o sarau daquela noite; mas o coronel 
preferia convidar apenas as pessoas mais íntimas e familiares. Era homem pouco cerimonioso, gostava sobre-
tudo da intimidade.
2º§ Quando Félix entrou dançava-se uma quadrilha. O coronel foi ter com ele e levou-o para onde estava a 
mulher, que já o esperava com ansiedade, pela razão, dizia ela, de que era um dos poucos rapazes que ainda 
conversavam com velhas, estando entre moças. Félix sentou-se ao pé de D. Matilde. Estava então de bom 
humor e conversou alegremente até que a música parou.
3º§ A mulher do coronel era o tipo da mãe de família. Tinha quarenta anos, e ainda conservava na fronte, em-
bora secas, as rosas da mocidade. Era uma mistura de austeridade e meiguice, de extrema bondade e extrema 
rigidez. Gostava muito de conversar e rir, e tinha a particularidade de amar a discussão, exceto em dois pontos 
que para ela estavam acima das controvérsias humanas. a religião e o marido. A sua melhor esperança, afirma-
va, seria morrer nos braços de ambos. Dizia-lhe Félix às vezes que não era acertado julgar pelas aparências, 
e que o coronel, excelente marido em reputação, fora na realidade pecador impenitente. Ria-se a boa senhora 
destes inúteis esforços para abalar a boa fama do esposo. Reinava uma santa paz naquele casal, que soubera 
substituir os fogos da paixão pela reciprocidade da confiança e da estima.
4º§ A conversa com a dona da casa roubou algum tempo às moças, segundo a expressão do coronel. Era ne-
cessário que Félix se dividisse com as senhoras que ainda tinham amor aos exercícios coreográficos. Recusou, 
pretextando a presença de D. Matilde.
5º§ — Oh! por mim não! respondeu a boa senhora; o direito das velhas tem um limite no direito das moças. Vá, 
doutor, e mais tarde volte cá, se o não agarrarem por aí...
6º§ Valsava-se. Félix levantou-se e foi buscar um par. Não tendo preferência por nenhuma senhora, lembrou-
-lhe ir pedir a filha do coronel. Atravessava a sala para ir buscá-la defronte, quando foi abalroado por um par 
valsante. Conquanto fosse navegante prático daqueles mares, não pôde evitar o turbilhão. Susteve o equilíbrio 
com rara felicidade e foi procurar melhor caminho, costeando a parede. Nesse momento os valsantes pararam 
perto dele. Pareceu-lhe reconhecer Lívia, irmã de Viana. Com as faces avermelhadas e o seio ofegante, a moça 
pousava molemente o braço no braço do cavalheiro. Murmurou algumas palavras, que Félix não pôde ouvir, e 
depois de lançar um olhar em roda de si, continuou a valsar.
ASSIS, Machado. 1839 – 1908. Ressurreição. / - São Paulo. Globo, 1997. P. 12-13.
“Parece-lhe reconhecer Lívia, irmã de Viana.” (6º§), o termo destacado exerce a função de.
(A) Complemento Nominal.
(B) Adjunto adnominal.
(C) Vocativo.
(D) Aposto.
(E) Sujeito.
35. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Adjunto adnominal x Complemento Nominal
Texto I
Uma vez no meio ambiente, as drogas e seus subprodutos podem afetar a vida selvagem.
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior queem 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
...em relação à saúde mental (1) e à busca por ajuda (2) de psicólogos (3) e psiquiatras...
Os termos 1, 2 e 3 desempenham função sintática, respectivamente, de
(A) adjunto adnominal, complemento nominal e adjunto adnominal.
(B) complemento nominal, complemento nominal e complemento nominal.
(C) complemento nominal, complemento nominal e adjunto adnominal.
(D) adjunto adnominal, adjunto adnominal e adjunto adnominal. 
36. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Orações subordinadas adverbiais
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê- la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
A cultura, assim como a comida, por estar presenteem diferentes dimensões da vida e das práticas sociais, cor 
o risco de, muitas vezes, ser deslocada a reetocada na produção de conhecimento e na ação política.
Assinale a alternativa que apresente corretamente o valor semântico da oração sublinhada no trecho acima.
(A) consequência
(B) modo
(C) concessão
(D) causa
(E) tempo
37. IDECAN - MED PLEG (PEFOCE)/PEFOCE/PATOLOGIA/2021
Assunto: Orações subordinadas adverbiais
Texto para a questão.
Uma escritora reconstrói o país: a Ruanda de Scholastique Mukasonga
Em A mulher de pés descalços, obra de Scholastique Mukasonga dedicada à memória de sua mãe, a narradora 
em certo momento reflete sobre a dificuldade de se manter a vaidade no vilarejo formado na região de Gitagata, 
campo de refugiados para onde sua família foi enviada quando ela ainda era criança. A mãe da escritora, Stefa-
nia, era uma pessoa a quem muitas garotas recorriam para descobrir se poderiam ser consideradas moças bo-
nitas. Ela tinha um histórico de sucesso na formação de casais. Nas tardes de domingo, geralmente guardadas 
para descanso ou alguma diversão, era comum que jovens fossem ao seu quintal para concorrer um pouco por 
sua atenção. A beleza é um dado social, definida na interação entre as pessoas, e seus critérios mudam com o 
tempo. No entanto, uma vez que as pessoas participam
da vida social, todos passam a reproduzir uma noção culturalmente aceita do que é considerado bonito. Qual 
a dificuldade então? Por que o juízo de uma pessoa tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos.
Nos dias de sol forte, era possível correr a uma poça d’água para ver o próprio reflexo, mas o retrato era im-
perfeito e oscilante. A solução era saber de si pelos olhos de outros. Essa situação nos permite ver um pouco 
da matéria de que é feita a literatura de Mukasonga. relações comunitárias, precariedade material, busca de si. 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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O ritmo da prosa é balanceado por uma certa temporalidade rural. A experiência histórica que sombreia todos 
os acontecimentos narrativos, uma espécie de moldura instável que frequentemente invade a imagem central, 
manifesta-se como violência.
Muitos dos que moram em Gitagata foram enviados para lá por serem tutsis, a etnia que passou a ser perse-
guida após a subida dos hutus ao poder de Ruanda nos anos 1960. A escrita de Mukasonga é resultado dos 
conflitos que caracterizaram o país no século XX. Seu primeiro livro tem o título Baratas. Era dessa forma que 
os tutsis eram chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio. Essa persistente agressão 
contra a humanidade das pessoas enfim teve o resultado condizente com a desumanização. Ela explodiu no 
genocídio de 1994, no qual centenas de milhares de ruandeses foram assassinados. A estimativa mais baixa é 
de que 800 mil pessoas foram mortas, a maioria delas a golpes de facão.
A história da violência em Ruanda não pode ser compreendida sem considerar o colonialismo europeu. Em 
1931, autoridades belgas definiram que todos os indivíduos de Ruanda tivessem em seus documentos o regis-
tro de sua etnia. Esse marco é decisivo para se entender as tensões criadas no país, pois fixou o que não era 
rígido. Antes, a identidade étnica da região era mais fluida. Um hutu poderia se tornar um tutsi com o tempo, 
a depender do casamento e das relações estabelecidas ao longo da sua vida, e vice-versa. A administração 
colonial também manteve o privilégio de uma elite tutsi no acesso a postos de comando.
O processo de independência política do país teve início em 1959 e foi concluído em 1962, quando se formou 
o governo liderado por Grégoire Kayibanda, um político de origem hutu. Nas décadas seguintes, a tensão entre 
hutus e tutsis se intensificou. Muitos tutsis partiram para o exílio em países vizinhos como Burundi e Uganda, 
de onde organizaram movimentos de resistência. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões 
inóspitas dentro do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga.
A história da formação populacional de Ruanda é marcada por divergências. O jornalista Phillipe Gourevitch, 
autor de Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, admite que havia 
uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reconhece que não exis-
tia uma compreensão comum sobre o significado dela. Acredita-se que os hutus seriam povos mais ligados ao 
trabalho na agricultura. Os tutsis, por sua vez, se ocupariam majoritariamente da pecuária. No entanto, inde-
pendente do grupo étnico, todos falavam a mesma língua, compartilhavam práticas culturais, visões de mundo, 
casavam- se entre si, moravam próximos uns dos outros, enfim, viviam sem a distinção incontornável que se 
cristalizou posteriormente.
Scholastique Mukasonga tem consciência de como seu país foi afetado pelo projeto colonial. A despeito das 
nomenclaturas hutu, tutsi ou tuá, todos os nascidos em Ruanda são efetivamente ruandeses. Ela recusa a 
narrativa de que um grupo tenha chegado antes de outro, de que suas diferenças são ancestrais. Em A mulher 
de pés descalços, há um diálogo da narradora com a mãe no qual ela percebe a força da narrativa colonial, 
na qual a ascendência tutsi tinha origens bíblicas. A voz criada pela autora em seus livros pretende retomar 
para si a história do povo em que ela nasceu. Suas obras, portanto, têm vários alcances. É um projeto literário 
entrelaçado a uma forma de escrita da história. Em sua versão de sobrevivente, há intenção de recuperar uma 
memória coletiva destroçada na brutalidade do genocídio.
(...)
(João Carlos Ribeiro Jr. Le monde diplomatique. 25 de maio de 2021)
No entanto, uma vez que as pessoas participam da vida social, todos passam a reproduzir uma noção cultural-
mente aceita do que é considerado bonito.
Assinale a alternativa que apresente corretamente o valor semântico da oração sublinhada no período acima.
(A) explicação.
(B) condição.
(C) concessão
(D) causa.
(E) tempo.
38. IDECAN - ADM (IF CE)/IF CE/2021
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto
A commodity certa no momento errado: reflexões sobre a manteiga de tartaruga
Em termos didáticos, a história econômica brasileira até o início do século 20 é comumente fragmentada em 
grandes ciclos, ou ondas, que têm em uma commodity específica seu alicerce. Seguindo a economia extra-
tivista que marca os primeiros anos da colônia, surgem os ciclos do açúcar, do ouro, do algodão, do café, da 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
34
borracha. Tal generalização, como a grande maioria das generalizações, esconde nuances, contradições e uma 
gama de outras atividades que em contextos locais foram igualmente vitais. Caso da manteiga de tartaruga, 
quiçá a mais inusitada commodity amazonense.
Apesar de ser classificada pelo historiador Caio Prado Júnior no clássico Formação do Brasil Contemporâneo 
como “gênero de grande comércio” do vale do Amazonas durante o período colonial, a pobre manteiga de tar-
taruga é, quando muito, nota de rodapé de livros sobre a região. Na falta de documentos e estatísticas oficiais, 
reconstruir a história da iguaria depende de observações coletadas por viajantes e naturalistas europeus que 
passaram pelo vale, sobretudo durante o século 19. Ao invés de narrativas complexas, que levam em conside-
ração o ponto de vista das comunidades e suas nuances, nos restam fragmentos por vezes desencontrados de 
biólogos alemães sucumbindo ao calor dos trópicos.
A manteiga de tartaruga era um óleo, ou gordura, utilizado tanto na iluminação quanto na alimentação. Se levar-
mos em consideração a opinião dos colegas naturalistas, o gosto era um tanto quanto questionável. É possível, 
no entanto, que tendo acesso aos bastidores da produção eles foram incapazes de dissociar o processo do 
produto final. Difícil julgar…
A despeito do nome, a manteiga não era produzida fazendo uso das tartarugas em si, mas sim de seus ovos. 
Duranteo período de desova, membros das comunidades ribeirinhas se deslocavam em direção ao rio Soli-
mões, construindo abrigos temporários nas margens frequentemente utilizadas pelas tartarugas. Lá, de acordo 
com o número de indivíduos em cada família, pagavam tributos aos fiscais da coroa e esperavam a chegada 
das convidadas de honra. Após o retorno dos animais ao rio, o trabalho enfim começava.
Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar um metro e 
meio de altura. Apenas quando toda a área fosse devidamente escavada que a produção tinha início. Os ovos 
eram transportados para canoas, quebrados e batidos com água até a obtenção de uma pasta gelatinosa. 
Após horas de descanso sob o sol, a densidade da gordura, inferior à da água, fazia com que o óleo chegasse 
à superfície da canoa. Este óleo era então coletado em caldeirões de cobre, filtrado e cozido até obtenção do 
aspecto desejado. Todo o processo, da coleta ao envasamento em potes de barro, não passava de quatro dias.
A estimativa de um dos nossos exploradores alemães é que cada tartaruga desovasse por volta de cem ovos, 
e que para produzir um pote de manteiga era necessária a postura de trinta a quarenta tartarugas. Em um ano, 
segundo ele, eram enviados de 4.000 a 6.000 potes de manteiga para o Pará, chegando à vultosa conta de 
no mínimo 12 milhões de ovos usados anualmente na produção da manteiga. Estatísticas do ano de 1819, no 
entanto, indicam que foram exportados para o porto de Belém da capitania de São José do Rio Preto – atual 
Amazonas e Roraima – 8.034 potes, o que faz a conta ultrapassar 24 milhões de ovos. Não é de se surpreender 
que já no ano de 1860 a produção tenha caído para pouco mais de mil potes.
Coincidentemente, enquanto as consequências da prática predatória faziam desaparecer do Amazonas as 
tartarugas, seus ovos, e a manteiga, a commodity foi descoberta pela indústria cosmética. No início do século 
20, devido a suas propriedades hidratantes e adstringentes, a manteiga, então produzida no Caribe, passou a 
ser utilizada em cosméticos que prometiam aliviar linhas de expressão. Tivéssemos cuidado das tartarugas ou 
investido em ciência, quem sabe nossa lista não incluísse hoje o “ciclo da manteiga de tartaruga”.
(Hanna Manente Nunes. https.//ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/2021/02/26/a-commodity-certa-no-
-momento-errado-reflexoes-sobre-a-manteiga-de-tartaruga/, 26 fev 2021)
Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar um metro e 
meio de altura.
Assinale a alternativa em que uma nova pontuação para o período acima tenha sido feita de forma gramatical-
mente correta.
(A) Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que – segundo relatos –, chegavam a alcançar um 
metro e meio de altura.
(B) Os ovos, eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar, um 
metro e meio de altura.
(C) Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas, que – segundo relatos – chegavam a alcançar um 
metro e meio de altura.
(D) Os ovos eram desenterrados e depositados, em pilhas, que, segundo relatos, chegavam a alcançar, um 
metro e meio de altura.
39. IDECAN - ASS (IF CE)/IF CE/ADMINISTRAÇÃO/2021
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Epidemias e comportamentos: quem muda o quê?
Importantes vetores de nosso comportamento, os grandes desafios – como a pandemia da covid-19 – nos in-
citam a discutir o que provocou os cenários de conflagração e inspiram mudanças profundas, tanto em escala 
individual quanto social. Hoje, o que aplicamos na tentativa de contornar os impasses reflete um conjunto de 
conhecimentos e experiências de um tempo muitas vezes não tão remoto.
Resgatar medidas e enfrentamentos do passado pode favorecer estratégias mais eficazes no presente, daí a 
importância de relembrar crises sanitárias já enfrentadas – não só no Brasil, mas também no mundo.
Em 1910, um surto de uma doença misteriosa – que ficaria conhecida como praga da Manchúria – assolou 
o nordeste da China, somando 60 mil óbitos num período de quatro meses. Foi graças ao médico malaio Wu 
Lien-teh que uma ideia inovadora foi lançada, baseada em conclusões de que essa peste, causada pela bac-
téria Yersinia pestis (sim, você já ouviu falar dela na peste bubônica) poderia se transmitir de pessoa a pessoa, 
possivelmente por gotículas respiratórias. A partir de então, o médico aconselhou que se usassem máscaras 
para tratar pacientes infectados, protocolo que se estendeu a todos os profissionais de saúde, estivessem ou 
não às voltas com essa praga. E também recomendou a criação de centros de quarentena, bem como insistiu 
que as autoridades decretassem medidas de restrição da movimentação das pessoas. Lembra alguma coisa?
Logo depois, em 1918, o mundo conheceu a gripe espanhola, provocada pelo vírus influenza, responsável 
por cerca de 35 mil óbitos só no Brasil. Diante de todas as dificuldades e desafios para esse enfrentamento, 
a sociedade brasileira passou por uma transformação profunda e necessária envolvendo a saúde pública no 
país, uma vez que, em muitos lugares (no Brasil e no mundo), indivíduos de classe média ou alta detinham o 
privilégio de consultas médicas. Nossa história com os vírus influenza teve outros capítulos, um dos quais em 
2009, com a tal “gripe suína” que deve estar na memória de muita gente. Foi então que se disseminou o uso 
do álcool gel, não mais um alien oferecido na entrada de um restaurante ou local público. Ao longo da epidemia 
dessa gripe, fechamos escolas e reduzimos a circulação das pessoas para enfrentar esse agente infeccioso. 
De novo, lembra alguma coisa?
Grandes pandemias apresentam um fator em comum: a transmissão alta e generalizada de um agente infec-
cioso que passa a infectar nossa espécie, e para o qual ainda não temos alternativa terapêutica. Mas experiên-
cias anteriores nos revelam que medidas não farmacológicas, às quais podemos aderir tanto individual quanto 
socialmente, são críticas para conter a propagação. Por outro lado, modificações significativas na sociedade 
precisam ser um legado do pós-pandemia. Não devemos temê-las ou enxergá-las como uma tentativa de se-
questro do que costumávamos entender como “normal” antes desse evento. São, antes, uma oportunidade 
de trilhar novos caminhos capazes de driblar situações futuras passíveis de se transformarem em grandes 
desafios, evitando assim incorrer em erros do passado. É possível ainda que muitas das mudanças daqui para 
frente, no comportamento da sociedade, já estivessem sendo preparadas, e acabaram sendo antecipadas 
como resposta à crise.
Grandes pandemias apresentam um fator em comum: a transmissão alta e generalizada de um agente infec-
cioso que passa a infectar nossa espécie, e para o qual ainda não temos alternativa terapêutica. Mas experiên-
cias anteriores nos revelam que medidas não farmacológicas, às quais podemos aderir tanto individual quanto 
socialmente, são críticas para conter a propagação. Por outro lado, modificações significativas na sociedade 
precisam ser um legado do pós-pandemia. Não devemos temê-las ou enxergá-las como uma tentativa de se-
questro do que costumávamos entender como “normal” antes desse evento. São, antes, uma oportunidade 
de trilhar novos caminhos capazes de driblar situações futuras passíveis de se transformarem em grandes 
desafios, evitando assim incorrer em erros do passado. É possível ainda que muitas das mudanças daqui para 
frente, no comportamento da sociedade, já estivessem sendo preparadas, e acabaram sendo antecipadas 
como resposta à crise.
Foi graças ao médico malaio Wu Lien-teh que uma ideia inovadora foi lançada, baseada em conclusões de que 
essa peste, causada pela bactéria Yersinia pestis (sim, você já ouviu falar dela na peste bubônica) poderia se 
transmitir de pessoa a pessoa, possivelmente por gotículas respiratórias.
O trechoQual a dificuldade então? Por que o juízo de uma pessoa 
tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos.
Nos dias de sol forte, era possível correr a uma poça d’água para ver o próprio reflexo, mas o retrato era im-
perfeito e oscilante. A solução era saber de si pelos olhos de outros. Essa situação nos permite ver um pouco 
da matéria de que é feita a literatura de Mukasonga: relações comunitárias, precariedade material, busca de si. 
O ritmo da prosa é balanceado por uma certa temporalidade rural. A experiência histórica que sombreia todos 
os acontecimentos narrativos, uma espécie de moldura instável que frequentemente invade a imagem central, 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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manifesta-se como violência.
Muitos dos que moram em Gitagata foram enviados para lá por serem tutsis, a etnia que passou a ser perse-
guida após a subida dos hutus ao poder de Ruanda nos anos 1960. A escrita de Mukasonga é resultado dos 
conflitos que caracterizaram o país no século XX. Seu primeiro livro tem o título Baratas. Era dessa forma que 
os tutsis eram chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio. Essa persistente agressão 
contra a humanidade das pessoas enfim teve o resultado condizente com a desumanização. Ela explodiu no 
genocídio de 1994, no qual centenas de milhares de ruandeses foram assassinados. A estimativa mais baixa é 
de que 800 mil pessoas foram mortas, a maioria delas a golpes de facão.
A história da violência em Ruanda não pode ser compreendida sem considerar o colonialismo europeu. Em 
1931, autoridades belgas definiram que todos os indivíduos de Ruanda tivessem em seus documentos o regis-
tro de sua etnia. Esse marco é decisivo para se entender as tensões criadas no país, pois fixou o que não era 
rígido. Antes, a identidade étnica da região era mais fluida. Um hutu poderia se tornar um tutsi com o tempo, 
a depender do casamento e das relações estabelecidas ao longo da sua vida, e vice-versa. A administração 
colonial também manteve o privilégio de uma elite tutsi no acesso a postos de comando.
O processo de independência política do país teve início em 1959 e foi concluído em 1962, quando se formou 
o governo liderado por Grégoire Kayibanda, um político de origem hutu. Nas décadas seguintes, a tensão entre 
hutus e tutsis se intensificou. Muitos tutsis partiram para o exílio em países vizinhos como Burundi e Uganda, 
de onde organizaram movimentos de resistência. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões 
inóspitas dentro do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga.
A história da formação populacional de Ruanda é marcada por divergências. O jornalista Phillipe Gourevitch, 
autor de Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, admite que havia 
uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reconhece que não exis-
tia uma compreensão comum sobre o significado dela. Acredita-se que os hutus seriam povos mais ligados ao 
trabalho na agricultura. Os tutsis, por sua vez, se ocupariam majoritariamente da pecuária. No entanto, inde-
pendente do grupo étnico, todos falavam a mesma língua, compartilhavam práticas culturais, visões de mundo, 
casavam- se entre si, moravam próximos uns dos outros, enfim, viviam sem a distinção incontornável que se 
cristalizou posteriormente.
Scholastique Mukasonga tem consciência de como seu país foi afetado pelo projeto colonial. A despeito das 
nomenclaturas hutu, tutsi ou tuá, todos os nascidos em Ruanda são efetivamente ruandeses. Ela recusa a 
narrativa de que um grupo tenha chegado antes de outro, de que suas diferenças são ancestrais. Em A mulher 
de pés descalços, há um diálogo da narradora com a mãe no qual ela percebe a força da narrativa colonial, 
na qual a ascendência tutsi tinha origens bíblicas. A voz criada pela autora em seus livros pretende retomar 
para si a história do povo em que ela nasceu. Suas obras, portanto, têm vários alcances. É um projeto literário 
entrelaçado a uma forma de escrita da história. Em sua versão de sobrevivente, há intenção de recuperar uma 
memória coletiva destroçada na brutalidade do genocídio.
(...)
(João Carlos Ribeiro Jr. Le monde diplomatique. 25 de maio de 2021)
Por que o juízo de uma pessoa tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos.
No segmento acima, empregaram-se corretamente as formas do porquê.
No entanto, isso nem sempre acontece. Nesse sentido, assinale a alternativa em que o emprego do porquê 
esteja de acordo com as normas ortográficas.
(A) A intenção seria saber, naquele contexto, porque eles normalmente não entregariam as tarefas.
(B) Porque já estavam com as malas prontas, não desistiriam da viagem?
(C) Precisamos encontrar um por quê para a sua ausência.
(D) Antes de se encontrarem, queriam entender por quê ocorreu o acidente.
(E) Jamais revelaremos as dificuldades porque passamos.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
4
4. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Acentuação
Texto III
Disponível em https.//www.slideshare.net/Diliane/ict-fundamentos-dapropaganda- aula-2..
Transcrição.
Dê atenção à sua saúde
- Adote uma alimentação saudável
- Não fume e evite bebidas alcoólicas
- Pratique exercícios físicos
- Procure a unidade de saúde mais próxima
Assinale a opção que apresente palavras que recebem acentos pelos mesmos motivos que as palavras “sau-
dável”, “alcoólicas” e “saúde”.
(A) inútil – ilícito – recaída.
(B) repórter – êxtase – saída.
(C) viável – essência – álbum.
(D) amável – salário – hipnótico.
(E) água – avião – balão.
5. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Acentuação
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos(a) e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde(b) de Brumadinho, os casos de violência doméstica e 
familiar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de 
atenção para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
5
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos,(c) oficinas e cursos profissio-
nalizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é 
a união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público(d) e pelas pessoas, é 
a prevençãosublinhado no período acima foi colocado entre parênteses para marcar sua natureza
(A) metonímica.
(B) antitética.
(C) apostrófica.
(D) extratextual. 
40. IDECAN - SUP CENS PESQ (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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TEXTO II
Por que a educação na primeira infância é uma etapa fundamental
Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o ter-
ceiro setor, as famílias e toda a sociedade
Pedagogos e especialistas são unânimes em afirmar que a primeira infância, delimitada pelo período entre o 
nascimento e os seis anos de idade, é uma etapa fundamental para o aprendizado, formação do caráter e do 
universo cognitivo das crianças. Este é definido como o conjunto de referências com as quais o indivíduo per-
cebe, reconhece e interpreta o mundo.
Numerosos estudos científicos, de múltiplas áreas, dentre elas a neurociência e a psicologia, classificam esse 
primeiro ciclo como o que apresenta as maiores possibilidades para a constituição das competências humanas. 
A primeira delas é o desenvolvimento da interatividade social, fator de imensa importância para as pessoas ao 
longo de toda a vida. Nesse aspecto, a educação na primeira infância é crucial, pois a criança passa a se rela-
cionar com outras e com os professores, fora do ambiente de suas casas, percebendo que fazem parte de um 
universo mais amplo, com regras, direitos, deveres e necessidade de respeitar e ser respeitado.
Outra habilidade de alta relevância é a linguagem, em suas distintas expressões, como a oral, escrita, corporal, 
musical e em cada disciplina ou situação específica. O seu desenvolvimento é uma função primordial do ensino 
na infância. Todos esses indicadores evidenciam como é prioritário o atendimento das crianças em creches e 
no ensino maternal.
Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que investir no desenvolvimento da primeira infância, 
provendo saúde, nutrição, segurança e aprendizagem, contribui para a redução da pobreza, a um custo baixís-
simo para os governos. O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) também aponta que o estímulo e 
acompanhamento nessa etapa da vida podem quebrar ciclos de pobreza e vulnerabilidade.
Por que a educação na primeira infância é uma etapa fundamental
Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o ter-
ceiro setor, as famílias e toda a sociedade
Assinale a afirmativa incorreta quanto à regência verbal.
(A) Ter acesso à educação na primeira infância é um direito que assiste a todas as crianças.
(B) A autoridade informou aos pais a importância da educação na primeira infância.
(C) As crianças necessitam da educação para se desenvolver.
(D) A educação infantil implica maior desenvolvimento no futuro.
(E) Cabe a família priorizar a educação de suas crianças.
41. IDECAN - ADM (IF CE)/IF CE/2021
Assunto: Regência Nominal e Verbal (casos gerais)
Texto
A commodity certa no momento errado. reflexões sobre a manteiga de tartaruga
Em termos didáticos, a história econômica brasileira até o início do século 20 é comumente fragmentada em 
grandes ciclos, ou ondas, que têm em uma commodity específica seu alicerce. Seguindo a economia extra-
tivista que marca os primeiros anos da colônia, surgem os ciclos do açúcar, do ouro, do algodão, do café, da 
borracha. Tal generalização, como a grande maioria das generalizações, esconde nuances, contradições e uma 
gama de outras atividades que em contextos locais foram igualmente vitais. Caso da manteiga de tartaruga, 
quiçá a mais inusitada commodity amazonense.
Apesar de ser classificada pelo historiador Caio Prado Júnior no clássico Formação do Brasil Contemporâneo 
como “gênero de grande comércio” do vale do Amazonas durante o período colonial, a pobre manteiga de tar-
taruga é, quando muito, nota de rodapé de livros sobre a região. Na falta de documentos e estatísticas oficiais, 
reconstruir a história da iguaria depende de observações coletadas por viajantes e naturalistas europeus que 
passaram pelo vale, sobretudo durante o século 19. Ao invés de narrativas complexas, que levam em conside-
ração o ponto de vista das comunidades e suas nuances, nos restam fragmentos por vezes desencontrados de 
biólogos alemães sucumbindo ao calor dos trópicos.
A manteiga de tartaruga era um óleo, ou gordura, utilizado tanto na iluminação quanto na alimentação. Se levar-
mos em consideração a opinião dos colegas naturalistas, o gosto era um tanto quanto questionável. É possível, 
no entanto, que tendo acesso aos bastidores da produção eles foram incapazes de dissociar o processo do 
produto final. Difícil julgar…
A despeito do nome, a manteiga não era produzida fazendo uso das tartarugas em si, mas sim de seus ovos. 
Durante o período de desova, membros das comunidades ribeirinhas se deslocavam em direção ao rio Soli-
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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mões, construindo abrigos temporários nas margens frequentemente utilizadas pelas tartarugas. Lá, de acordo 
com o número de indivíduos em cada família, pagavam tributos aos fiscais da coroa e esperavam a chegada 
das convidadas de honra. Após o retorno dos animais ao rio, o trabalho enfim começava.
Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar um metro e 
meio de altura. Apenas quando toda a área fosse devidamente escavada que a produção tinha início. Os ovos 
eram transportados para canoas, quebrados e batidos com água até a obtenção de uma pasta gelatinosa. 
Após horas de descanso sob o sol, a densidade da gordura, inferior à da água, fazia com que o óleo chegasse 
à superfície da canoa. Este óleo era então coletado em caldeirões de cobre, filtrado e cozido até obtenção do 
aspecto desejado. Todo o processo, da coleta ao envasamento em potes de barro, não passava de quatro dias.
A estimativa de um dos nossos exploradores alemães é que cada tartaruga desovasse por volta de cem ovos, 
e que para produzir um pote de manteiga era necessária a postura de trinta a quarenta tartarugas. Em um ano, 
segundo ele, eram enviados de 4.000 a 6.000 potes de manteiga para o Pará, chegando à vultosa conta de 
no mínimo 12 milhões de ovos usados anualmente na produção da manteiga. Estatísticas do ano de 1819, no 
entanto, indicam que foram exportados para o porto de Belém da capitania de São José do Rio Preto – atual 
Amazonas e Roraima – 8.034 potes, o que faz a conta ultrapassar 24 milhões de ovos. Não é de se surpreender 
que já no ano de 1860 a produção tenha caído para pouco mais de mil potes.
Coincidentemente, enquanto as consequências da prática predatória faziam desaparecer do Amazonas as 
tartarugas, seus ovos, e a manteiga, a commodity foi descoberta pela indústria cosmética. No início do século 
20, devido a suas propriedades hidratantes e adstringentes, a manteiga, então produzida no Caribe, passou a 
ser utilizada em cosméticos que prometiam aliviar linhas de expressão. Tivéssemos cuidado das tartarugas ou 
investido em ciência, quem sabe nossa lista não incluísse hoje o “ciclo da manteiga de tartaruga”.
(Hanna Manente Nunes. https.//ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/2021/02/26/a-commodity-certa-no-
-momento-errado-reflexoes-sobre-a-manteiga-de-tartaruga/, 26 fev 2021)
...tendo acesso aos bastidores da produção...
Assinale a alternativa em que, independentemente da mudança de sentido, a alteração tenha sido feita em 
respeito às regras gramaticais.
(A) imiscuindo-se nos bastidores da produção
(B) chegando nos bastidores da produção
(C) lembrando dos bastidores da produção
(D) aludindo os bastidores da produção
42. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Crase
Texto I
‘Ser bom ou mau é escolha’. confira entrevista com o filósofo e professor Mario Sergio Cortella
Por Patrícia Santos Dumont - Em 05/12/2019
Quem é você? Justo, generoso ou intolerante e ganancioso? Tem mais vícios ou virtudes? Costumaser bom o 
tempo todo ou às vezes se pega fazendo pequenas maldades? Já parou para refletir sobre os próprios compor-
tamentos e o que o levou a tê-los. circunstâncias da vida ou escolhas que fez? Sobre isso e as possibilidades 
de sermos “anjos ou demônios” bati um papo – descontraído, apesar do tema – com o filósofo, professor e 
escritor Mario Sergio Cortella.
Patrícia - Como se deu a concepção de “Nem Anjos Nem Demônios”, seu livro com a Monja Coen? Cortella - Te-
nho outros livros, nessa coleção, sobre ética, política, sobre moral, esperança. Mas nunca tinha colocado num 
diálogo mais direto alguém com a marca da filosofia ocidental, da religiosidade ocidental, como eu, e alguém 
ligado à concepção oriental asiática, caso da Monja. Juntamos essas duas formas mais usuais de entendimento 
sobre essa temática para trazer um debate mais forte sobre o que acontece no cotidiano, a necessidade de 
pensar a vida como escolha. A noção do bem e do mal como resultado de decisões e não como fatalidades.
Ser bom ou ser mau, portanto, não tem a ver com as circunstâncias da vida? Não somos o que somos levados 
a ser? São escolhas?
Essa ideia de que as escolhas feitas são sem alternativa não é uma percepção que a gente possa ter. A ideia 
de liberdade de escolha que temos é o que se chama de livre arbítrio. Quando alguém é movido por circunstân-
cias opressivas e tem uma reação a isso, até o campo da legislação criminal ou penal admite como sendo um 
atenuante. Mas, no conjunto das vezes, não é a circunstância que gere. Para mim, não é a ocasião que faz o 
ladrão. A ocasião apenas o revela. A decisão de ser ladrão ou não é anterior à ocasião. Há milhares de pessoas 
que encontram ocasião todos os dias, de desviar, de ter uma conduta negativa, e não o são. Portanto, a ocasião 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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apenas permite que a pessoa se mostre naquilo que decidiu ser.
Patrícia - Na primeira página do livro, vocês falam sobre vícios e virtudes, que seriam qualidades negativas e 
positivas, certo?
Podemos, então, dizer que tudo bem ter vícios, já que também são qualidades?
Cortella - Sim. Eles existem na sua contraposição. Nós não elogiamos os vícios, apenas admitimos a existência 
deles. O fato de a gente ter doenças não significa que isso se sobreponha à nossa forma desejada de saúde. 
Por isso, a constatação da existência dos vícios apenas nos deixa em estado de alerta. Apenas sei que eles 
existem e que são possíveis em outras pessoas e também em mim. Neste sentido, admitir a presença de vícios 
é saber que nossa humanidade conta com essa condição, mas que não podemos, em nome da ideia de que 
errar é humano, justificar qualquer erro porque uma parte grande deles são escolhas.
Não está tudo bem, então, em ser “mau” de vez em quando? Isso não nos ajudaria a levar a vida com mais 
leveza, mantendo um certo equilíbrio?
Não, não está tudo bem. É preciso não se acomodar com a ideia porque quando se diz nem anjos nem demô-
nios não se está dizendo tanto faz, está se fazendo um alerta. O alerta é. nós podemos ser angelicais ou de-
moníacos. Cuidado! Ser angelical, isto é, ser alguém que se move pela bondade, é algo desejável. Ser alguém 
que se move pela maldade é uma possibilidade também. Ser anjo ou demônio é uma escolha.
Mas não traria mais leveza para nossa existência se a gente tivesse a permissão, talvez, de em alguns momen-
tos tender mais para um do que para outro extremo?
Olha, poderia até tornar a vida mais emocionada, mas não há necessidade disso. Nós, humanos, temos uma 
coisa, até um sinal de inteligência nas espécies, que são os jogos, nossa capacidade lúdica. Quando você vê 
uma partida de futebol, uma disputa dentro de quadra, quando você tem um grupo jogando truco, existe ali a 
possibilidade de vencer o outro, de brincar com ele. O jogo é exatamente essa possibilidade do exercício even-
tual de algumas coisas que não são só angelicais. Eu, por exemplo, sou jogador de truco, um jogo que tem 
por finalidade brincar com o adversário, tripudiar, fingir que se tem uma carta. Na vida, eu não faria isso. Mas 
no truco eu posso. Então, sim, há momentos em que essa permissão vem à tona. Onde pode? No teatro, no 
cinema, na música, no jogo. A gente sabe que a brincadeira é séria, mas é brincadeira.
Nem todo mundo é bom ou mau o tempo todo. Mas muitos de nós buscam ser mais bons do que maus. É da 
natureza humana?
Em grande medida, nós desejamos primeiro a ideia de bondade que supere a maldade. Quando ninguém es-
capa de fazê-lo e quando a pessoa não é alguém marcada por algum tipo de desvio psiquiátrico, em grande 
medida preferimos a bondade à maldade porque ela nos faz ser aceitos, há uma solidariedade maior em rela-
ção à convivência. Isso também nos leva a receber de volta mais situações de bondade. Há pessoas que ca-
minham numa trajetória da maldade como sendo sua escolha mais expressiva, mas são as que consideramos 
moralmente adoentadas, com algum tipo de desvio psiquiátrico ou com uma perspectiva de existência em que 
só consegue se glorificar na maldade. Ainda assim, o número de pessoas que têm essa perspectiva é muito 
reduzido, do contrário, nossa vida em comunidade já teria se rompido há muito tempo. O que não significa que 
a gente não tem em nós essa postura angelical como sendo uma escolha, e também a demoníaca como pos-
sibilidade. (...)
Disponível em https.//www.hojeemdia.com.br/plural/ser-bom-
ou-mau-%C3%A9-escolha-confira-com-o-fil%C3%B3sofo-e-professor-mario-sergio-cortella-1.760617.
No exemplo “A decisão de ser ladrão ou não é anterior à ocasião”, o sinal indicativo da crase foi usado correta-
mente devido às regras da regência nominal. Assinale a alternativa que apresente um exemplo de uso correto 
da crase pelo mesmo motivo em destaque.
(A) Os convidados chegarão daqui à uma hora na igreja.
(B) A defesa civil deu apoio à todas as famílias desabrigadas.
(C) Os médicos prestaram assistência às mulheres gestantes.
(D) Os documentos foram entregues à polícia imediatamente.
(E) Henrique vai deixar sua filha Sabrina à pé na parada de ônibus.
43. IDECAN - GDR (AGRAER MS)/AGRAER MS/ÁREA 3/ENGENHARIA CIVIL/2022
Assunto: Crase
Em qual alternativa há um caso de crase facultativa?
(A) Visitávamos às vezes à belíssima Fortaleza.
(B) Fizemos um passo à passo do projeto.
(C) Pedíamos à todos que viessem a pé.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(D) Chegaram cartas à minha mãe.
(E) Fez um gol à Pelé no jogo ontem, 
44. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Texto IV
Pedocracia. A ditadura das crianças que mandam nos pais
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se ca-
racterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não 
aceitam ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A 
psicanalista Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em 
entrevista ao “Saia Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações.
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, 
por que se sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. 
Acima da dor dela, tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a 
especialista.
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma 
inversão total de valores”, reforça Neder.
“É mais fácil deixar a criança ser rei. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delas. Sevocê não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois 
fica complicado”, sugere.
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, che-
gou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se 
o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, 
tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de traba-
lho, mas não. é a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida 
a especialista.
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filho e o adulto se 
colocando absolutamente disponível para a criança”. E Exime ¹ a criança de qualquer responsabilidade sobre o 
seu comportamento. “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar. Se isso
acontece, é porque os pais promovem”.
Ainda reforça. na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se reali-
zando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, 
acusará os pais de terem sido omissos”.
Disponível em. https.//www.revistapazes.com –Texto adaptado.
Considerando as regras de concordância verbal, marque a afirmativa incorreta quanto à forma verbal.
(A) Faz anos que muitas mães abrem mão da sua vida para se dedicarem a vida dos filhos.
(B) Haviam muitas crianças fazendo.
(C) Uma ou outra criança aceita um não como resposta.
(D) Nem as mães nem os pais sabem, muitas vezes, agir em relação às pirraças dos filhos pequenos.
(E) Bebês não têm o poder de determinar a dinâmica familiar.
45. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentara constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-seb a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associadac 
à alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, 
Contreras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, so-
mos guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truidod. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê- la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retemperae e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
Assinale a alternativa em que a estrutura NÃO tenha valor de voz passiva.
(A) se alimentar.
(B) desconsidera-se
(C) está associada
(D) sendo construído
(E) se retempera
46. IDECAN - MED PLEG (PEFOCE)/PEFOCE/PATOLOGIA/2021
Assunto: Vozes (voz passiva e voz ativa)
Texto para a questão.
da vida social, todos passam a reproduzir uma noção culturalmente aceita do que é considerado bonito. Qual 
a dificuldade então? Por que o juízo de uma pessoa tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos.
Nos dias de sol forte, era possível correr a uma poça d’água para ver o próprio reflexo, mas o retrato era im-
perfeito e oscilante. A solução era saber de si pelos olhos de outros. Essa situação nos permite ver um pouco 
da matéria de que é feita a literatura de Mukasonga. relações comunitárias, precariedade material, busca de si. 
O ritmo da prosa é balanceado por uma certa temporalidade rural. A experiência histórica que sombreia todos 
os acontecimentos narrativos, uma espécie de moldura instável que frequentemente invade a imagem central, 
manifesta-se como violência.
Muitos dos que moram em Gitagata foram enviados para lá por serem tutsis, a etnia que passou a ser perse-
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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guida após a subida dos hutus ao poder de Ruanda nos anos 1960. A escrita de Mukasonga é resultado dos 
conflitos que caracterizaram o país no século XX. Seu primeiro livro tem o título Baratas. Era dessa forma que 
os tutsis eram chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio. Essa persistente agressão 
contra a humanidade das pessoas enfim teve o resultado condizente com a desumanização. Ela explodiu no 
genocídio de 1994, no qual centenas de milhares de ruandeses foram assassinados. A estimativa mais baixa é 
de que 800 mil pessoas foram mortas, a maioria delas a golpes de facão.
A história da violência em Ruanda não pode ser compreendida sem considerar o colonialismo europeu. Em 
1931, autoridades belgas definiram que todos osindivíduos de Ruanda tivessem em seus documentos o regis-
tro de sua etnia. Esse marco é decisivo para se entender as tensões criadas no país, pois fixou o que não era 
rígido. Antes, a identidade étnica da região era mais fluida. Um hutu poderia se tornar um tutsi com o tempo, 
a depender do casamento e das relações estabelecidas ao longo da sua vida, e vice-versa. A administração 
colonial também manteve o privilégio de uma elite tutsi no acesso a postos de comando.
O processo de independência política do país teve início em 1959 e foi concluído em 1962, quando se formou 
o governo liderado por Grégoire Kayibanda, um político de origem hutu. Nas décadas seguintes, a tensão entre 
hutus e tutsis se intensificou. Muitos tutsis partiram para o exílio em países vizinhos como Burundi e Uganda, 
de onde organizaram movimentos de resistência. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões 
inóspitas dentro do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga.
A história da formação populacional de Ruanda é marcada por divergências. O jornalista Phillipe Gourevitch, 
autor de Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, admite que havia 
uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reconhece que não exis-
tia uma compreensão comum sobre o significado dela. Acredita-se que os hutus seriam povos mais ligados ao 
trabalho na agricultura. Os tutsis, por sua vez, se ocupariam majoritariamente da pecuária. No entanto, inde-
pendente do grupo étnico, todos falavam a mesma língua, compartilhavam práticas culturais, visões de mundo, 
casavam- se entre si, moravam próximos uns dos outros, enfim, viviam sem a distinção incontornável que se 
cristalizou posteriormente.
Scholastique Mukasonga tem consciência de como seu país foi afetado pelo projeto colonial. A despeito das 
nomenclaturas hutu, tutsi ou tuá, todos os nascidos em Ruanda são efetivamente ruandeses. Ela recusa a 
narrativa de que um grupo tenha chegado antes de outro, de que suas diferenças são ancestrais. Em A mulher 
de pés descalços, há um diálogo da narradora com a mãe no qual ela percebe a força da narrativa colonial, 
na qual a ascendência tutsi tinha origens bíblicas. A voz criada pela autora em seus livros pretende retomar 
para si a história do povo em que ela nasceu. Suas obras, portanto, têm vários alcances. É um projeto literário 
entrelaçado a uma forma de escrita da história. Em sua versão de sobrevivente, há intenção de recuperar uma 
memória coletiva destroçada na brutalidade do genocídio.
(...)
(João Carlos Ribeiro Jr. Le monde diplomatique. 25 de maio de 2021)
Era dessa forma que os tutsis eram chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio.
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir.
I. É possível compreender que somente os hutus que defendiam o extermínio dos tutsis os chamavam de “ba-
ratas”, conforme o texto.
II. Há uma estrutura de voz passiva no período.
III. Só há, no período, um pronome que exerce papel adjetivo.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.
47. IDECAN - ESC PC CE/PC CE/2021
Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc)
Estudo sugere que metano em lua de Saturno pode ser indicativo de vida
A pequena Encélado encontrou uma “fosfina” para chamar de sua. Um grupo de pesquisadores sugere que a 
presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de água que são ejetadas da lua de Saturno não 
pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo vida.
O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. Eles também não cravaram que era um 
sinal de vida, mas indicaram não conhecer mecanismo alternativo capaz de explicar as quantidades.
O novo estudo, liderado por Régis Ferrière, da Universidade do Arizona, nos EUA, e Stéphane Mazevet, da 
Universidade Paris Ciências & Letras, na França, foi publicado na revista Nature Astronomy e segue a trilha 
dos achados da sonda Cassini, que em 2017 causou furor ao cruzar as plumas e detectar nelas a presença de 
hidrogênio molecular e metano.
Sabe-se que, sob a crosta congelada de Encélado, há um oceano de água líquida, em contato direto com um 
leito rochoso. É de lá que partem as plumas, ejetadas a partir de fissuras no gelo. Na Terra, fumarolas no fundo 
do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas. elas consomem hidrogênio e despejam metano. 
Na lua saturnina, encontramos ambos, o que fez muitos evocarem o oceano subsuperficial como habitável. 
Mas daí a habitado são outros 500. Até porque há outros processos de geração de metano que não envolvem 
formas de vida, como a interação de água com certos minerais, no processo conhecido como serpentinização.
O trabalho de Ferrière e Mazevet consistiu em tentar determinar a origem do metano sem precisar ir até lá para 
checar.
Em vez disso, o grupo modelou matematicamente a probabilidade de que diferentes processos, dentre eles 
metanogênese biológica, ou seja, a produção de metano por formas de vida, pudessem explicar o resultado 
colhido pela Cassini.
A pergunta central era. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos? E a resposta dos 
pesquisadores é “não” – mas só até onde sabemos. Eles apontam que das duas uma. ou está rolando metano-
gênese por micróbios no interior de Encélado, ou há algum fenômeno desconhecido, sem igual na Terra, capaz 
de gerar a substância.
Na soma dos resultados, podemos olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Por um lado, é empolgante que te-
nhamos já detectado compostos que podem sinalizar a presença de vida em tantos astros (fosfina em Vênus, 
metano em Encélado e em Marte). Por outro lado, as conclusões são mais especulativas do que gostaríamos 
até o momento. Para todos os casos, ainda é inteiramente possível, quiçá provável, que a explicação dispense 
atividade biológica. Em todos, o que falta são mais observações. Será preciso enviar novas sondas até lá, se 
quisermos desfazer esses mistérios.
(Salvador Nogueira. Folha de S.Paulo, 18.jul.2021)
A pergunta central era. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
Assinale a alternativa em que, inserindo-se um pronome com valor catafórico, tenha-se mantido correção gra-
matical para o período acima.
(A) A pergunta central era essa. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
(B) A pergunta central era tal. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
(C) A pergunta central era aquela. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
(D) A pergunta central era esta. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
(E) A pergunta central era a mesma. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos?
48. IDECAN - ASS (IF CE)/IF CE/ADMINISTRAÇÃO/2021
Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos, Conjunções etc)
Texto
Epidemias e comportamentos: quem muda o quê?
Importantes vetores de nosso comportamento, os grandes desafios – como a pandemia da covid-19 – nos in-
citam a discutir o que provocou os cenários de conflagração e inspiram mudanças profundas, tanto em escala 
individual quanto social. Hoje, o que aplicamos na tentativa de contornar os impasses reflete um conjunto de 
conhecimentos e experiências de um tempo muitas vezes não tão remoto.
Resgatar medidas e enfrentamentos do passado pode favorecer estratégias mais eficazes no presente, daí a 
importância de relembrar crises sanitárias já enfrentadas – não só no Brasil, mas também no mundo.
Em 1910, um surtode uma doença misteriosa – que ficaria conhecida como praga da Manchúria – assolou o 
nordeste da China, somando 60 mil óbitos num período de quatro meses. Foi graças ao médico malaio Wu Lien-
-teh que uma ideia inovadora foi lançada, baseada em conclusões de que essa [A] peste, causada pela bactéria 
Yersinia pestis (sim, você já ouviu falar dela [B] na peste bubônica) poderia se transmitir de pessoa a pessoa, 
possivelmente por gotículas respiratórias. A partir de então, o médico aconselhou que se usassem máscaras 
para tratar pacientes infectados, protocolo que se estendeu a todos os profissionais de saúde, estivessem ou 
não às voltas com essa praga. E também recomendou a criação de centros de quarentena, bem como insistiu 
que as autoridades decretassem medidas de restrição da movimentação das pessoas. Lembra alguma coisa?
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Logo depois, em 1918, o mundo conheceu a gripe espanhola, provocada pelo vírus influenza, responsável 
por cerca de 35 mil óbitos só no Brasil. Diante de todas as dificuldades e desafios para esse enfrentamento, 
a sociedade brasileira passou por uma transformação profunda e necessária envolvendo a saúde pública no 
país, uma vez que, em muitos lugares (no Brasil e no mundo), indivíduos de classe média ou alta detinham o 
privilégio de consultas médicas. Nossa história com os vírus influenza teve outros capítulos, um dos quais em 
2009, com a tal “gripe suína” que deve estar na memória de muita gente. Foi então que se disseminou o uso 
do álcool gel, não mais um alien oferecido na entrada de um restaurante ou local público. Ao longo da epidemia 
dessa gripe, fechamos escolas e reduzimos a circulação das pessoas para enfrentar esse agente infeccioso. 
De novo, lembra alguma coisa?
Grandes pandemias apresentam um fator em comum. a transmissão alta e generalizada de um agente infec-
cioso que passa a infectar nossa espécie, e para o qual ainda não temos alternativa terapêutica. Mas experiên-
cias anteriores nos revelam que medidas não farmacológicas, às quais podemos aderir tanto individual quanto 
socialmente, são críticas para conter a propagação. Por outro lado, modificações significativas na sociedade 
precisam ser um legado do pós-pandemia. Não devemos temê-las ou enxergá-las como uma tentativa de se-
questro do que costumávamos entender como “normal” antes desse evento. São, antes, uma oportunidade 
de trilhar novos caminhos capazes de driblar situações futuras passíveis de se transformarem em grandes 
desafios, evitando assim incorrer em erros do passado. É possível ainda que muitas das mudanças daqui para 
frente, no comportamento da sociedade, já estivessem sendo preparadas, e acabaram sendo antecipadas 
como resposta à crise.
Nosso estilo de vida nos levou a grandes avanços tecnológicos, bem como a uma forte expansão territorial da 
nossa [C] presença, todavia nos revelou o quanto precisamos amadurecer enquanto sociedade, entendendo 
nossa responsabilidade para com o planeta e todas as espécies que nele [D] habitam. Mostrou-nos que talvez 
precisemos revisitar os conceitos de “viver em sociedade” e refletir como a evolução dessa sociedade está in-
trinsecamente relacionada às maneiras como o grupo trabalha de forma cooperativa, na saúde ou na doença.
(Mellanie Fontes-Dutra. https.//cienciafundamental.blogfolha.uol.com.br/2021/10/30/epidemias-e-comporta-
mentos-quem-muda-o-que/. 30.out.2021)
Assinale a alternativa em que o termo indicado NÃO exerça, no texto, papel anafórico.
(A) essa
(B) dela
(C) nossa
(D) nele 
49. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Variações da linguagem. não verbal, regional, histórica, contextual. Neologismos e estrangeirismos
Texto II
Disponível em http.//portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38883.
A partir da análise crítica da charge, considerando as linguagens verbal e não-verbal, pode-se concluir que
(A) a desigualdade social é um problema que só afeta os mais pobres e os religiosos.
(B) a elite não reconhece sua responsabilidade na perpetuação da desigualdade.
(C) uma sociedade desigual também se torna uma sociedade violenta.
(D) as leis trabalhistas são desrespeitadas pelos patrões.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(E) Só tem pecado quem é pobre.
50. IDECAN - ADM (IF CE)/IF CE/2021
Assunto: Figuras de Linguagem
Texto
A commodity certa no momento errado. reflexões sobre a manteiga de tartaruga
Em termos didáticos, a história econômica brasileira até o início do século 20 é comumente fragmentada em 
grandes ciclos, ou ondas, que têm em uma commodity específica seu alicerce. Seguindo a economia extra-
tivista que marca os primeiros anos da colônia, surgem os ciclos do açúcar, do ouro, do algodão, do café, da 
borracha. Tal generalização, como a grande maioria das generalizações, esconde nuances, contradições e uma 
gama de outras atividades que em contextos locais foram igualmente vitais. Caso da manteiga de tartaruga, 
quiçá a mais inusitada commodity amazonense.
Apesar de ser classificada pelo historiador Caio Prado Júnior no clássico Formação do Brasil Contemporâneo 
como “gênero de grande comércio” do vale do Amazonas durante o período colonial, a pobre manteiga de tar-
taruga é, quando muito, nota de rodapé de livros sobre a região. Na falta de documentos e estatísticas oficiais, 
reconstruir a história da iguaria depende de observações coletadas por viajantes e naturalistas europeus que 
passaram pelo vale, sobretudo durante o século 19. Ao invés de narrativas complexas, que levam em conside-
ração o ponto de vista das comunidades e suas nuances, nos restam fragmentos por vezes desencontrados de 
biólogos alemães sucumbindo ao calor dos trópicos.
A manteiga de tartaruga era um óleo, ou gordura, utilizado tanto na iluminação quanto na alimentação. Se levar-
mos em consideração a opinião dos colegas naturalistas, o gosto era um tanto quanto questionável. É possível, 
no entanto, que tendo acesso aos bastidores da produção eles foram incapazes de dissociar o processo do 
produto final. Difícil julgar…
A despeito do nome, a manteiga não era produzida fazendo uso das tartarugas em si, mas sim de seus ovos. 
Durante o período de desova, membros das comunidades ribeirinhas se deslocavam em direção ao rio Soli-
mões, construindo abrigos temporários nas margens frequentemente utilizadas pelas tartarugas. Lá, de acordo 
com o número de indivíduos em cada família, pagavam tributos aos fiscais da coroa e esperavam a chegada 
das convidadas de honra. Após o retorno dos animais ao rio, o trabalho enfim começava.
Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar um metro e 
meio de altura. Apenas quando toda a área fosse devidamente escavada que a produção tinha início. Os ovos 
eram transportados para canoas, quebrados e batidos com água até a obtenção de uma pasta gelatinosa. 
Após horas de descanso sob o sol, a densidade da gordura, inferior à da água, fazia com que o óleo chegasse 
à superfície da canoa. Este óleo era então coletado em caldeirões de cobre, filtrado e cozido até obtenção do 
aspecto desejado. Todo o processo, da coleta ao envasamento em potes de barro, não passava de quatro dias.
A estimativa de um dos nossos exploradores alemães é que cada tartaruga desovasse por volta de cem ovos, 
e que para produzir um pote de manteiga era necessária a postura de trinta a quarenta tartarugas. Em um ano, 
segundo ele, eram enviados de 4.000 a 6.000 potes de manteiga para o Pará, chegando à vultosa conta de 
no mínimo 12 milhões de ovos usados anualmente na produção da manteiga. Estatísticas do ano de 1819, no 
entanto, indicam que foram exportados para o porto de Belém da capitania de São José do Rio Preto – atual 
Amazonas e Roraima – 8.034 potes, o que faz a conta ultrapassar 24 milhões de ovos. Não é de se surpreender 
que já no ano de 1860 a produção tenha caído para pouco mais de mil potes.
Coincidentemente, enquanto as consequências da prática predatóriafaziam desaparecer do Amazonas as 
tartarugas, seus ovos, e a manteiga, a commodity foi descoberta pela indústria cosmética. No início do século 
20, devido a suas propriedades hidratantes e adstringentes, a manteiga, então produzida no Caribe, passou a 
ser utilizada em cosméticos que prometiam aliviar linhas de expressão. Tivéssemos cuidado das tartarugas ou 
investido em ciência, quem sabe nossa lista não incluísse hoje o “ciclo da manteiga de tartaruga”.
(Hanna Manente Nunes. https.//ahistoriaeaseguinte.blogfolha.uol.com.br/2021/02/26/a-commodity-certa-no-
-momento-errado-reflexoes-sobre-a-manteiga-de-tartaruga/, 26 fev 2021)
No segundo parágrafo, a palavra “rodapé” é exemplo no texto de
(A) metonímia.
(B) sinestesia.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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(C) sinédoque.
(D) catacrese.
51. IDECAN - APO (PREF CAMPINA G)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Figuras de Linguagem
Brasil é laboratório do melhor e do pior em governança tecnológica
Na semana passada participei de um jantar oficial com o presidente francês, Emmanuel Macron, na sede do 
governo em Paris. Foram convidados 20 “pensadores” globais que trabalham com tecnologia. O objetivo era 
discutir o papel da França e da Europa de modo geral sobre questões tecnológicas. Dentre os convidados, 
estavam a escritora Shoshana Zuboff (autora do livro A Era do Capitalismo de Vigilância) e a baronesa Joanna 
Shields, ex-Ministra de Internet e Segurança da Inglaterra. Da América Latina, só este colunista.
Três perguntas foram levantadas nas conversas. É possível usar a tecnologia a favor da democracia? Como 
proteger direitos em face do avanço tecnológico? E, muito importante, como proteger as democracias dos ata-
ques coordenados por meios digitais?
A França está em posição favorável para levantar essas questões. O país está prestes a assumir a presidência 
do Conselho da Europa. Além disso, nos dias seguintes ao jantar, recebeu a vice-presidente dos EUA, Kamala 
Harris, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, além de outras lideranças globais que participaram do 
Fórum da Paz, a convite do país.
No jantar acabei conhecendo alguns dos ministros franceses. Dentre eles, a jovem ministra da transformação 
e reforma do Estado, Amélie de Montchalin, que se sentou ao meu lado. Amélie morou no Brasil na cidade de 
Campinas e fala português perfeitamente. Seu pai foi executivo de uma fábrica de produtos alimentícios na 
cidade. No dia do jantar ela havia acabado de lançar a política de software livre da França. Além disso, inclui 
uma estratégia para atrair programadores para trabalharem no governo francês. Tudo um luxo comparado com 
as políticas tecnológicas brasileiras no momento.
Vale lembrar que o Brasil já foi líder nessa área e pioneiro em políticas de software livre na administração pú-
blica. Hoje está à deriva. Aliás, esse foi o tema da minha fala para o presidente Macron. Enfatizei que nosso 
país é uma espécie de laboratório de tudo que existe de melhor e pior em termos de governança tecnológica. 
No lado bom, criamos no passado a Parceria Internacional de Governos Abertos (OGP), que foi citada várias 
vezes na reunião. Criamos também o Marco Civil da Internet, visto como modelo, e também citado. Fizemos 
iniciativas globais como a NetMundial, ou o próprio Comitê Gestor da Internet. Tudo permanece na memória de 
líderes globais.
Já sobre as experiências ruins relacionadas à tecnologia não é preciso citar. Vivemos dentro delas e de seus 
resultados todos os dias no país. Uma lição ficou clara no jantar: liderança importa. Diga-se o que se quiser do 
presidente francês, ele tem um plano e uma visão clara sobre o papel da França. Essa visão produz frutos. O 
país vai crescer 7% em 2021. A taxa de desemprego está baixa e decrescendo, com meio milhão de empregos 
formais criados neste ano. O país está construindo as bases para participar cada vez mais da economia digital 
e quer dialogar com pensadores do mundo inteiro para isso.
Como dizia um outro francês, Allan Kardec: “Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. O poder da cau-
sa está na grandeza do seu efeito.” Para refletirmos.
O objetivo era discutir o papel da França e da Europa de modo geral sobre questões tecnológicas.
Ao empregar “França” e “Europa” no lugar de “franceses” e “europeus”, ocorre um processo de figura de lingua-
gem, largamente empregada na comunicação cotidiana. Trata-se de
(A) hipálage.
(B) paronomásia.
(C) metonímia.
(D) antonomásia. 
52. IDECAN - GM (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Funções da linguagem (emotiva, apelativa, poética, denotativa etc)
Texto para a questão.
Paraíba registra queda no volume de vendas do comércio varejista, diz IBGE
O volume de vendas do comércio varejista paraibano apresentou a 3ª menor variação do país no acumulado 
em 12 meses (–0,7%), segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a setembro, divulgada nesta 
quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice estadual contrasta com a 
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média nacional, que aponta para um saldo positivo (3,9%)
No mesmo período, a receita nominal do setor da Paraíba, embora tenha tido alta de 9,7%, registrou também a 
3ª menor variação do Brasil, inferior à média do país (15,1%). Em ambos os casos, os indicadores paraibanos 
foram os menores do Nordeste.
Já frente aos resultados de agosto deste ano, o volume de vendas paraibano teve retração de 1,4% em setem-
bro, próxima à observada na média do Brasil (–1,3%). Por outro lado, foi verificado um crescimento de 0,6% na 
receita do estado, enquanto no cenário nacional houve redução de 0,2%.
Este ano, até o mês pesquisado, o volume brasileiro de vendas do comércio varejista apresentou expansão de 
3,8%, no comparativo com o mesmo período de 2020, ao passo que o paraibano teve queda de 1,1%. Contu-
do, nos dois recortes territoriais, o saldo da receita foi positivo, de 16,3% e 10,4%, respectivamente, embora o 
indicador da Paraíba tenha sido o 3º menor do Brasil.
No comércio varejista ampliado paraibano – que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de 
material de construção –, foram observadas variações positivas no acumulado de 12 meses, tanto no volume 
de vendas (6,1%), como na receita (16,9%). Em ambos os casos, porém, os resultados do estado foram infe-
riores às médias nacionais, de 7% e 19%, respectivamente.
Na comparação dos resultados de setembro com os de agosto, houve redução de 0,2% no volume estadual e 
de 1,1% no nacional. Entretanto, as receitas dos setores aumentaram 0,8% e 0,3%, respectivamente.
Em recortes, ocorre exemplo de linguagem
(A) denotativa.
(B) conotativa.
(C) hiperbólica.
(D) antitética. 
53. IDECAN - PROF (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/EDUCAÇÃO BÁSICA 3/LÍNGUA PORTU-
GUESA/2021
Assunto: Funções da linguagem (emotiva, apelativa, poética, denotativa etc)
Leia o enunciado e selecione a opção correta.
A atividade interna não consciente que pode ser representada por meio da atividade da linguagem - uma forma 
que sustenta as formas linguísticas, os enunciados, os textos, uma forma apreendida em termos de esquemas 
de operação é uma atividade
(A) gramatical
(B) metalinguística.
(C) interacional.
(D) epilinguística. 
54. IDECAN - AAD (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Partícula “se”
EM OUTROS SISTEMAS SOLARES, ESTRELAS SEMELHANTES AO SOL “ENGOLEM” PLANETAS QUE AS 
ORBITAM
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Astronomy, nesta segunda-feira, 30, pelo 
menos um quarto das estrelas semelhantes ao Sol canibalizam os planetas que as orbitam, segundo o portal 
de notícias G1.
A nossa Galáxia tem muitos sistemas planetários e os cientistas já haviam descoberto que muitos deles são 
diferentes do nosso Sistema Solar. Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a razão. não há tan-
tos sistemas planetários vizinhos semelhantes ao nosso, em que os planetas orbitam o Sol em uma ordenação 
bem estruturada.Na verdade, em pelo menos 25% dos casos, a estrela central pode ter “consumido” alguns 
planetas que a orbitavam.
O estudo observou a composição química de estrelas de tipo solar em mais de 100 sistemas binários, que são 
compostos por duas estrelas gêmeas com a mesma composição química.
A pesquisa foi elaborada pela Universidade de São Paulo (USP) e centros da Itália, Austrália e Estados Unidos. 
Foi usado o telescópio do Observatório La Silla, administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e loca-
lizado no Deserto do Atacama, Chile.
Algumas estrelas irmãs não tinham a mesma composição química, pois uma delas possuía uma quantidade 
maior de lítio e ferro, abundantes nos planetas rochosos.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Para Jorge Meléndez, professor do Departamento de Astronomia da USP e um dos autores da pesquisa, as 
estrelas que apresentavam abundância destes elementos haviam dissolvido, em sua parte mais externa, os 
planetas do seu próprio sistema solar. Sendo assim, foram apelidadas de “estrelas canibais”.
A publicação enfatizou que as estrelas binárias quimicamente não homogêneas são exemplos contraditórios na 
astrofísica estelar e que ainda estudam a causa das diferentes composições.
“Ainda não está claro se as variações de abundância química são o resultado de não homogeneidades nas 
nuvens de gases protoestelares [da formação estrelar] ou são devidas a eventos de engolfamento de planetas 
(...) O primeiro cenário abala a crença geral de que a composição química das estrelas fornece as informações 
fósseis do ambiente em que se formaram, enquanto o segundo cenário lança luz sobre os possíveis caminhos 
evolutivos dos sistemas planetários”, afirma o estudo.
(Luíza Feniar Migliosi. Aventuras na História. https.//aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/em-
-outros-sistemas-solares-estrelas-semelhantes-ao-sol-engolem-planetas-que-as-
orbitam.phtml. 31/8/2021)
Ainda não está claro se as variações de abundância química
No segmento acima, retirado do texto, a palavra grifada se classifica como
(A) conjunção integrante.
(B) conjunção subordinativa condicional.
(C) pronome oblíquo.
(D) partícula apassivadora.
55. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Vocábulo “que”
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, quea vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substan-
tivo e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se 
expressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações queb mostram as visões sobre a 
história e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais quec o sentido político da cultura vem sendo 
construido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê-la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em qued se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do quee entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
Assinale a alternativa em que o QUE seja classificado de forma distinta da das demais.
(A) que vai
(B) que mostram
(C) que o sentido político
(D) em que se retempera
(E) do que entendem
56. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Por Patrícia Santos Dumont - Em 05/12/2019
Quem é você? Justo, generoso ou intolerante e ganancioso? Tem mais vícios ou virtudes? Costuma ser bom o 
tempo todo ou às vezes se pega fazendo pequenas maldades? Já parou para refletir sobre os próprios compor-
tamentos e o que o levou a tê-los. circunstâncias da vida ou escolhas que fez? Sobre isso e as possibilidades 
de sermos “anjos ou demônios” bati um papo – descontraído, apesar do tema – com o filósofo, professor e 
escritor Mario Sergio Cortella.
Patrícia - Como se deu a concepção de “Nem Anjos Nem Demônios”, seu livro com a Monja Coen?
Cortella - Tenho outros livros, nessa coleção, sobre ética, política, sobre moral, esperança. Mas nunca tinha 
colocado num diálogo mais direto alguém com a marca da filosofia ocidental, da religiosidade ocidental, como 
eu, e alguém ligado à concepção oriental asiática, caso da Monja. Juntamos essas duas formas mais usuais 
de entendimento sobre essa temática para trazer um debate mais forte sobre o que acontece no cotidiano, a 
necessidade de pensar a vida como escolha. A noção do bem e do mal como resultado de decisões e não como 
fatalidades.
Ser bom ou ser mau, portanto, não tem a ver com as circunstâncias da vida? Não somos o que somos levados 
a ser? São escolhas?
Essa ideia de que as escolhas feitas são sem alternativa não é uma percepção que a gente possa ter. A ideia 
de liberdade de escolha que temos é oque se chama de livre arbítrio. Quando alguém é movido por circunstân-
cias opressivas e tem uma reação a isso, até o campo da legislação criminal ou penal admite como sendo um 
atenuante. Mas, no conjunto das vezes, não é a circunstância que gere. Para mim, não é a ocasião que faz o 
ladrão. A ocasião apenas o revela. A decisão de ser ladrão ou não é anterior à ocasião. Há milhares de pessoas 
que encontram ocasião todos os dias, de desviar, de ter uma conduta negativa, e não o são. Portanto, a ocasião 
apenas permite que a pessoa se mostre naquilo que decidiu ser.
Patrícia - Na primeira página do livro, vocês falam sobre vícios e virtudes, que seriam qualidades negativas e 
positivas, certo? Podemos, então, dizer que tudo bem ter vícios, já que também são qualidades?
Cortella - Sim. Eles existem na sua contraposição. Nós não elogiamos os vícios, apenas admitimos a existência 
deles. O fato de a gente ter doenças não significa que
isso se sobreponha à nossa forma desejada de saúde. Por isso, a constatação da existência dos vícios apenas 
nos deixa em estado de alerta. Apenas sei que eles existem e que são possíveis em outras pessoas e também 
em mim. Neste sentido, admitir a presença de vícios é saber que nossa humanidade conta com essa condição, 
mas que não podemos, em nome da ideia de que errar é humano, justificar qualquer erro porque uma parte 
grande deles são escolhas.
Não está tudo bem, então, em ser “mau” de vez em quando? Isso não nos ajudaria a levar a vida com mais 
leveza, mantendo um certo equilíbrio?
Não, não está tudo bem. É preciso não se acomodar com a ideia porque quando se diz nem anjos nem demô-
nios não se está dizendo tanto faz, está se fazendo um alerta. O alerta é. nós podemos ser angelicais ou de-
moníacos. Cuidado! Ser angelical, isto é, ser alguém que se move pela bondade, é algo desejável. Ser alguém 
que se move pela maldade é uma possibilidade também. Ser anjo ou demônio é uma escolha.
Mas não traria mais leveza para nossa existência se a gente tivesse a permissão, talvez, de em alguns momen-
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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tos tender mais para um do que para outro extremo?
Olha, poderia até tornar a vida mais emocionada, mas não há necessidade disso. Nós, humanos, temos uma 
coisa, até um sinal de inteligência nas espécies, que são os jogos, nossa capacidade lúdica. Quando você vê 
uma partida de futebol, uma disputa dentro de quadra, quando você tem um grupo jogando truco, existe ali a 
possibilidade de vencer o outro, de brincar com ele. O jogo é exatamente essa possibilidade do exercício even-
tual de algumas coisas que não são só angelicais. Eu, por exemplo, sou jogador de truco, um jogo que tem 
por finalidade brincar com o adversário, tripudiar, fingir que se tem uma carta. Na vida, eu não faria isso. Mas 
no truco eu posso. Então, sim, há momentos em que essa permissão vem à tona. Onde pode? No teatro, no 
cinema, na música, no jogo. A gente sabe que a brincadeira é séria, mas é brincadeira.
Nem todo mundo é bom ou mau o tempo todo. Mas muitos de nós buscam ser mais bons do que maus. É da 
natureza humana?
Em grande medida, nós desejamos primeiro a ideia de bondade que supere a maldade. Quando ninguém es-
capa de fazê-lo e quando a
pessoa não é alguém marcada por algum tipo de desvio psiquiátrico, em grande medida preferimos a bondade 
à maldade porque ela nos faz ser aceitos, há uma solidariedade maior em relação à convivência. Isso também 
nos leva a receber de volta mais situações de bondade. Há pessoas que caminham numa trajetória da maldade 
como sendo sua escolha mais expressiva, mas são as que consideramos moralmente adoentadas, com algum 
tipo de desvio psiquiátrico ou com uma perspectiva de existência em que só consegue se glorificar na maldade. 
Ainda assim, o número de pessoas que têm essa perspectiva é muito reduzido, do contrário, nossa vida em 
comunidade já teria se rompido há muito tempo. O que não significa que a gente não tem em nós essa postura 
angelical como sendo uma escolha, e também a demoníaca como possibilidade. (...)
Disponível em https.//www.hojeemdia.com.br/plural/ser-bom-
ou-mau-%C3%A9-escolha-confira-com-o-fil%C3%B3sofo-e-professor-mario-sergio-cortella-1.760617.
De acordo com as ideias defendidas pelo professor e filósofo Mário Sérgio Cortella, considere as afirmativas a 
seguir.
I. A ocasião determina o comportamento das pessoas que, muitas vezes, não são más, mas assim se tornam 
devido ao calor do momento.
II. Há milhares de pessoas que encontram ocasião todos os dias, de desviar, de ter uma conduta negativa, e 
não o são mesmo assim, porque escolheram agir corretamente.
III. Admitir a existência de vícios é saber que nossa humanidade conta com essa condição, mas não podemos 
justificar todo tipo de erro porque uma grande parte deles são oriundos de nossas escolhas.
IV. Cortella acredita que a maldade é inerente ao homem e que devemos lutar para que ela não se aflore em 
nossa personalidade.
Assinale
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(E) se todos as afirmativas estiverem corretas.
57. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto IV
Pedocracia. A ditadura das crianças que mandam nos pais
As birras, as pirraças, os gritos, os gestos agressivos, as palavras ofensivas são o que normalmente se ca-
racterizam como as crianças ‘donas da casa’. A infantolatria foi o nome dado à ‘ditadura’ de crianças que não 
aceitam ouvir ‘não’, querem tudo do jeito e na hora delas. Mas em que momento isso passou a ser normal? A 
psicanalista Marcia Neder, autora de “Déspotas Mirins, o poder nas novas famílias”, da Zagodoni Editora, em 
entrevista ao “Saia Justa”, chama o fenômeno de pedocracia e nos dá algumas orientações.
“A pedocracia é alimentada pela idealização da maternidade. Qual é o ideal que temos da maternidade? O de 
uma mãe que abre a mão da sua vida para se dedicar ao filho. Por que as mães embarcam na idealização, 
por que se sentem santas mães proibidas de ter raiva, de perder a paciência? Aí vem uma culpa fenomenal. 
Acima da dor dela, tem o que ela aprendeu, que é a suprema felicidade e bem-estar do seu filho”, explica a 
especialista.
Segundo ela, na atual cultura de idolatração dos filhos, eles precisam se sentir amados pelos pais. “E eles 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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dizem que ‘se não dermos alguma coisa a eles, eles ficam chateados e dizem que não amam a gente’. É uma 
inversão total de valores”, reforça Neder.
“É mais fácil deixar a criança ser reie. É mais fácil do que aguentar o chilique. Dá trabalho educar. Para evitar 
isso, querem tudo do jeito e na hora delasd. Se você não estabelece desde o início, tentar estabelecer depois 
fica complicado”, sugere.
“O processo de mudança nos conceitos de família, iniciado no século XVIII por Jean-Jacques Rousseau, che-
gou ao século XX com a ‘religião da maternidade’, em que o bebê é um deus e a mãe, uma santa. Instituiu-se 
o que é uma boa mãe sob a crença de que ela é responsável e culpada por tudo que acontece na vida do filho, 
tudo que ele faz e fará. Muitos afirmam que a mulher venceu, pois emancipou-se e foi para o mercado de traba-
lho, mas não. é a criança que entra no século XXI como a vitoriosa. Esta é a semente da infantolatria”, elucida 
a especialista.
A definição de infantolatria por Marcia Neder consiste em “a instituição da mãe como súdita do filhob e o adulto 
se colocando absolutamente disponível para a criançaa”. E ¹ a criança de qualquer responsabilidade sobre o 
seu comportamento. “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiarc. Se isso aconte-
ce, é porque os pais promovem”.
Ainda reforça. na fase adulta, esse filho cobrará dos pais. “Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se reali-
zando independentementedele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue 
imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a menor das frustrações. Em algum ponto, 
acusará os pais de terem sido omissos”.
Disponível em. https.//www.revistapazes.com –Texto adaptado.
De acordo com o TEXTO IV, no fenômeno da pedocracia ocorre uma inversão total de valores. Assinale a alter-
nativa que não transmita essa ideia de inversão.
(A) “... e o adulto se colocando absolutamente disponível para a criança. ”
(B) “... mãe como súdita do filho ...”
(C) “Um bebê não tem poder para determinar como será a dinâmica familiar.”
(D) “... querem tudo do jeito e na hora delas.”
(E) “É mais fácil deixar a criança ser rei.”
58. IDECAN - SUP CENS PESQ (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto I
Dostoiévski 200 anos: mergulhado na essência desvalida da alma humana
“Chamam-me de psicólogo. não é verdade. Sou apenas realista no sentido mais elevado. Ou seja, retrato todas 
as profundezas da alma humana”. O pensamento do escritor russo Fiódor Dostoiévski (nascido em 11 de no-
vembro de 1821), encontrado em seu caderno de notas de 1880, traduz as buscas desse que é considerado um 
dos principais autores e pensadores do século 19. Ele morreu em 1881.Pesquisadores consideram que o autor 
continua atual em 2021 ao tratar de temas como compaixão, ética e empatia. Tratou dos pobres, humilhados e 
desvalidos.
Entre as obras mais conhecidas de Dostoiévski, há clássicos da literatura mundial, como Crime e Castigo, O 
Idiota, Os Demônios e Os Irmãos Karamázov. “Ele é um intérprete da alma humana. Ele percebia as contradi-
ções do mundo, o individualismo e perguntava se existia um princípio moral que, de alguma forma, possa se 
estruturar a vida”, explica o professor Leonardo Guelman, do Centro de Artes da Universidade Federal Flumi-
nense (UFF).
O pesquisador explica que o autor russo pode ser considerado atemporal por tratar dos principais sentimentos 
humanos, confrontando o leitor. “Qualquer um de nós que for lê-lo daqui a 50 anos ou que leu no século pas-
sado vai se deparar com essa experiência do confronto sobre o que nós somos. Também daquilo que nós não 
efetivamos e talvez pudéssemos ser”. Guelman esclarece que existe uma teatralidade muito forte na obra de 
Dostoiévski que trata de questões e dilemas éticos. “Duzentos anos após o nascimento dele, vivemos hoje um 
momento muito conturbado no mundo. Ele é absolutamente atual porque trata desse teatro humano”.
O romance Crime e Castigo, de 1866, é o livro mais emblemático de Dostoiévski, considerado pelos críticos 
como a sua obraprima. Neste romance o autor desperta a expectativa de seus leitores fascinados com o des-
tino de Raskólnikov, estudante e homicida perseguido pela memória de seu crime. As dúvidas o atormentam 
e as conversas com o comissário de polícia são infernais e, por fim, ele confessa o crime a uma prostituta que 
lhe mostra o caminho do arrependimento por intermédio da fé cristã. O autor consegue delimitar os intrincados 
problemas de liberdade da ação humana. E sugere a possibilidade de redenção pelo crime. Neste livro, Dostoi-
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évski, com base em dados reais, constrói uma inquietante parábola de culpa e punição. Separamos algumas 
frases comentadas desse fenomenal
romance.
Na obra Crime e Castigo, algumas frases se tornaram célebres como “o erro é uma coisa positiva porque, por 
intermédio dele, é que se descobre como ajustar as coisas”.
Desde cedo somos programados para achar que o erro é ruim. Toda criança descobre que admitir o erro sig-
nifica pagar por ele. É por isso que poucas culturas aceitam o erro como benefício para aprender com ele e 
revelar a verdade. Mas, o que é a verdade? O conceito de verdade como revelação pode ser encontrado entre 
os empiristas e teólogos. Os empiristas defendem que a verdade representa aquilo que, imediatamente, se 
revela ao homem. Os teólogos, que a verdade é a evidência manifestada nas coisas e que o princípio de todas 
as coisas é Deus.
A Filosofia procura, desde suas origens, a verdade diante do erro. Um exemplo de que o erro não é, necessaria-
mente, negativo é contado pela insistência de Thomas Edison, o inventor da lâmpada. Sua principal descoberta 
lhe deu muito trabalho e de erro em erro descobriu, finalmente, o fio de algodão carbonizado que sublimou os 
erros cometidos antes com a ideia luminosa, acesa em 21 de outubro de 1879, há 136 anos.
Outra frase conhecida é “aquilo que mais tememos é o que nos faz sair dos nossos hábitos”.
Ninguém nasce com um manual de instruções para a vida. Apesar de todos os conselhos úteis dos pais, profes-
sores e pessoas mais velhas e mais experientes, cada um de nós deve fazer o seu próprio caminho no mundo, 
fazendo o melhor que pode e muitas vezes fazer algumas coisas erradas. Bagunçar algumas vezes não é peca-
do. Mas, se você ficar com receio de mudar hábitos com comportamentos tipo “deixa ver se consigo”, você vai 
perder muitas oportunidades pelo receio de sair dos hábitos convencionais. Você ficou aborrecido e frustrado 
porque as suas escolhas causaram tristezas? Vá em frente, porque aquilo que tememos pode mudar o rumo 
da estrada que você está habituado. E sair da estrada habitual pode ser o caminho de luz que necessita para 
ser feliz. (...)
De acordo com pesquisadores, Dostoiévski continua atual após 200 anos do seu nascimento. Isso se dá porque
(A) ele aprendeu com os próprios erros e mudou sua vida.
(B) ele enfrentou os seus medos e desafiou os seus inimigos.
(C) ele analisou e compreendeu a essência da alma humana.
(D) ele revelou os desejos mais íntimos dos indivíduos marginalizados
(E) ele estudou os pobres, humilhados e desvalidos.
59. IDECAN - GDR (AGRAER MS)/AGRAER MS/ÁREA 3/ENGENHARIA CIVIL/2022
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto abaixo para responder a questão.
CEARÁ PREPARA IMPLANTAÇÃO DE USINA ELÉTRICA MARÍTIMA
“A Eco Wave Power tem uma tecnologia simples e viável, que pode utilizar as estruturas marítimas existentes 
do porto para produzir eletricidade limpa a partir das ondas. Isso está totalmente alinhado com os objetivos do 
nosso porto em se tornar o primeiro terminal portuário do mundo a realizar um teste de energia oceânica em 
águas tropicais”, afirma Danilo Serpa, Presidente do Complexo do Pecém.
De acordo com um estudo realizado pela UFRJ em 2019, o Brasil tem um potencial de energia das ondas esti-
mado em 91,8 GW, considerando os 7.491 km da costa brasileira. O estudo aponta que a conversão de apenas 
um quinto desse potencial seria suficiente para abastecer cerca de 35% da demanda de eletricidade do país.
Outro estudo, da Universidade Federal do ABC, de 2020, calcula que somente a região nordeste, onde está 
localizado o Porto do Pecém, teria um potencial de energia oceânica estimado em 22 GW.
COMO FUNCIONA
O diferencial da tecnologia brasileira é o uso de um sistema de alta pressão para movimentar a turbina e o 
gerador, conceito desenvolvido e patenteado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa 
de Engenharia.
O conjunto completo do sistema é formado por um flutuador e um braço mecânico que, ao serem movimenta-
dos pelas ondas, acionam uma bomba para pressurizar água doce e armazená-la num acumulador conectado 
à uma câmara hiperbárica.
A pressão na câmara equivale à das colunas de água das usinas hidrelétricas. Altamente pressurizada, a água 
forma um jato responsável pela movimentação da turbina, que, por sua vez, aciona o gerador de energia elé-
trica.
“Estamos extremamente entusiasmados em colaborar com o Porto de Pecém, que busca liderança e inovação 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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na produção de energia limpa das ondas”, afirma Inna Braverman, fundadora e CEO da Eco Wave Power.
Texto produzido em. 21/06/2021. Disponível em. .A respeito do funcionamento da Usina Elétrica Marítima, assinale a alternativa correta.
(A) Para a Usina Elétrica Marítima, a tecnologia brasileira diferencia-se pela utilização de um sistema de alta 
pressão para movimentar a turbina e o gerador.
(B) O Instituto Alberto Luiz Coimbra desenvolveu e patenteou a tecnologia brasileira igual à tecnologia da em-
presa sueco-israelense Eco Wave Power.
(C) O sistema completo tem um flutuador e um braço mecânico, movimentados pelos ventos, acionam uma 
bomba para prosseguir demais etapas até gerar energia elétrica.
(D) A pressão na câmara hiperbárica, onde se encontra o acumulador, difere-se completamente da que ocorre 
nas colunas de água das usinas hidrelétricas.
(E) A água doce armazenada, antes da pressurização, forma um jato responsável pela movimentação da turbi-
na, que aciona o gerador de energia elétrica. 
60. IDECAN - SOLD (CBM ES)/CBM ES/COMBATENTE/2022
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Há trecho que comprova que o coronel era homem pouco cerimonioso em.
(A) “...o triplo das pessoas convidadas para o sarau daquela noite...” (1º§)
(B) “... gostava sobretudo do triplo das pessoas.” (1º§)
(C) “... conversavam com as velhas, estando entre as moças ...” (2º§)
(D) “O coronel foi ter com ele e o levou-o para onde estava a mulher ...” (2º§)
(E) “... convidar apenas as pessoas mais íntimas e familiares.” (1º§) 
61. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada indivíduo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
alimentação compartilhada por indivíduos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê-la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
A respeito das inferências possíveis com a leitura do texto, analise as afirmativas a seguir.
I. Ao se compartilhar uma cultura, a tendência do ser humano é se guiar por suas preferências pelo que é “au-
torizado”, como ocorre com a comida.
II. As preferências alimentares possibilitam realizar uma leitura de como o homem vê o seu mundo e sua his-
tória.
IlI. A estratégia de colocar a cultura e a comida no centro das políticas públicas representa um viés de libertação 
da história de segregação dos povos via alimentação.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e IIl estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver cometa.
62. IDECAN - ESC PC CE/PC CE/2021
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Estudo sugere que metano em lua de Saturno pode ser indicativo de vida
A pequena Encélado encontrou uma “fosfina” para chamar de sua. Um grupo de pesquisadores sugere que a 
presença de metano nas quantidades observadas nas plumas de água que são ejetadas da lua de Saturno não 
pode ser explicada por qualquer mecanismo conhecido, salvo vida.
O resultado lembra muito as conclusões dos pesquisadores liderados por Jane Greaves, da Universidade de 
Cardiff, no Reino Unido, que detectaram fosfina nas nuvens de Vênus. Eles também não cravaram que era um 
sinal de vida, mas indicaram não conhecer mecanismo alternativo capaz de explicar as quantidades.
O novo estudo, liderado por Régis Ferrière, da Universidade do Arizona, nos EUA, e Stéphane Mazevet, da 
Universidade Paris Ciências & Letras, na França, foi publicado na revista Nature Astronomy e segue a trilha 
dos achados da sonda Cassini, que em 2017 causou furor ao cruzar as plumas e detectar nelas a presença de 
hidrogênio molecular e metano.
Sabe-se que, sob a crosta congelada de Encélado, há um oceano de água líquida, em contato direto com um 
leito rochoso. É de lá que partem as plumas, ejetadas a partir de fissuras no gelo. Na Terra, fumarolas no fundo 
do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas. elas consomem hidrogênio e despejam metano. 
Na lua saturnina, encontramos ambos, o que fez muitos evocarem o oceano subsuperficial como habitável. 
Mas daí a habitado são outros 500. Até porque há outros processos de geração de metano que não envolvem 
formas de vida, como a interação de água com certos minerais, no processo conhecidoda saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
Assinale a alternativa em que a palavra indicada tenha recebido acento gráfico seguindo regra DISTINTA da 
de álcool.
(A) ansiolíticos
(B) saúde
(C) terapêuticos
(D) público 
6. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Uso do Hifen
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
6
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
Em automutilação, grafou-se corretamente o vocábulo com a união ao prefixo “auto-”.
Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha acontecido.
(A) autorregulatório
(B) auto-ônibus
(C) auto-escola
(D) auto-higienizável 
7. IDECAN - AAD (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Uso do Hifen
EM OUTROS SISTEMAS SOLARES, ESTRELAS SEMELHANTES AO SOL “ENGOLEM” PLANETAS QUE AS 
ORBITAM
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Astronomy, nesta segunda-feira, 30, pelo 
menos um quarto das estrelas semelhantes ao Sol canibalizam os planetas que as orbitam, segundo o portal 
de notícias G1.
A nossa Galáxia tem muitos sistemas planetários e os cientistas já haviam descoberto que muitos deles são 
diferentes do nosso Sistema Solar. Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a razão. não há tan-
tos sistemas planetários vizinhos semelhantes ao nosso, em que os planetas orbitam o Sol em uma ordenação 
bem estruturada. Na verdade, em pelo menos 25% dos casos, a estrela central pode ter “consumido” alguns 
planetas que a orbitavam.
O estudo observou a composição química de estrelas de tipo solar em mais de 100 sistemas binários, que são 
compostos por duas estrelas gêmeas com a mesma composição química.
A pesquisa foi elaborada pela Universidade de São Paulo (USP) e centros da Itália, Austrália e Estados Unidos. 
Foi usado o telescópio do Observatório La Silla, administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e loca-
lizado no Deserto do Atacama, Chile.
Algumas estrelas irmãs não tinham a mesma composição química, pois uma delas possuía uma quantidade 
maior de lítio e ferro, abundantes nos planetas rochosos.
Para Jorge Meléndez, professor do Departamento de Astronomia da USP e um dos autores da pesquisa, as 
estrelas que apresentavam abundância destes elementos haviam dissolvido, em sua parte mais externa, os 
planetas do seu próprio sistema solar. Sendo assim, foram apelidadas de “estrelas canibais”.
A publicação enfatizou que as estrelas binárias quimicamente não homogêneas são exemplos contraditórios na 
astrofísica estelar e que ainda estudam a causa das diferentes composições.
“Ainda não está claro se as variações de abundância química são o resultado de não homogeneidades nas 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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nuvens de gases protoestelares [da formação estrelar] ou são devidas a eventos de engolfamento de planetas 
(...) O primeiro cenário abala a crença geral de que a composição química das estrelas fornececomo serpentinização.
O trabalho de Ferrière e Mazevet consistiu em tentar determinar a origem do metano sem precisar ir até lá para 
checar.
Em vez disso, o grupo modelou matematicamente a probabilidade de que diferentes processos, dentre eles 
metanogênese biológica, ou seja, a produção de metano por formas de vida, pudessem explicar o resultado 
colhido pela Cassini.
A pergunta central era. a quantidade seria compatível com processos puramente geológicos? E a resposta dos 
pesquisadores é “não” – mas só até onde sabemos. Eles apontam que das duas uma. ou está rolando metano-
gênese por micróbios no interior de Encélado, ou há algum fenômeno desconhecido, sem igual na Terra, capaz 
de gerar a substância.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Na soma dos resultados, podemos olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Por um lado, é empolgante que te-
nhamos já detectado compostos que podem sinalizar a presença de vida em tantos astros (fosfina em Vênus, 
metano em Encélado e em Marte). Por outro lado, as conclusões são mais especulativas do que gostaríamos 
até o momento. Para todos os casos, ainda é inteiramente possível, quiçá provável, que a explicação dispense 
atividade biológica. Em todos, o que falta são mais observações. Será preciso enviar novas sondas até lá, se 
quisermos desfazer esses mistérios.
(Salvador Nogueira. Folha de S.Paulo, 18.jul.2021)
Na Terra, fumarolas no fundo do oceano são o lar de muitas formas de vida metanogênicas. elas consomem 
hidrogênio e despejam metano.
O segmento sublinhado, em relação ao trecho anterior do período, tem a função de
(A) explicação.
(B) explicitação.
(C) exemplificação.
(D) enumeração.
(E) especificação.
63. IDECAN - TEC (IF CE)/IF CE/ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2021
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto
Grupo encontra sistema que reflete futuro do Sistema Solar após a morte do Sol
Usando um telescópio no Havaí, um grupo internacional de astrônomos encontrou um planeta similar a Júpiter 
que é um sobrevivente da morte de sua estrela mãe, compondo um retrato similar ao que tende a ser o destino 
do Sistema Solar em mais uns 6 bilhões de anos.
Tudo começou com o registro de um evento de microlente gravitacional, em 2 de agosto de 2010. Trata-se de 
um efeito que surge quando um objeto com massa, ainda que discreto, transita à frente de outro mais distante 
e luminoso. A gravidade então distorce os raios de luz que vêm do fundo, como uma lente. Ao analisarem o 
padrão, os pesquisadores podem estimar o objeto que causou o efeito. No caso em questão, dois objetos. uma 
estrela com massa um pouco menor que a do Sol acompanhada por um planeta do porte de Júpiter.
Após o registro do evento, catalogado como MOA-2010-BLG-477Lb, o grupo liderado por Joshua Blackman, da 
Universidade da Tasmânia, na Austrália, fez observações subsequentes no Observatório Keck, em 2015, 2016 
e 2018. O objetivo. encontrar a estrela responsável pela microlente. O planeta, muito menos brilhante, não seria 
visível. Mas a estrela sim – se fosse um astro ativo, como o Sol.
As imagens colhidas no infravermelho próximo de início indicaram uma possível candidata, mas com o passar 
do tempo ela mostrou ter movimento inconsistente com o visto na microlente. Em suma, não era ela. Nem havia 
qualquer outra possível candidata. Aí o grupo aplicou o clássico raciocínio sherlockiano, segundo o qual quando 
se elimina tudo que é impossível, o que quer que reste, por improvável que seja, tem de ser a verdade.
Já que não era possível que fosse uma estrela viva e ativa (inconsistente com as imagens), nem um cadáver 
de estrela de alta massa, como uma estrela de nêutrons ou um buraco negro (inconsistente com as imagens e 
a microlente), restou apenas uma alternativa. era uma anã branca, com um planeta joviano ao seu redor.
É o destino final do Sol. quando seu combustível nuclear se esgotar, ele inchará como uma gigante vermelha, 
depois perderá suas camadas superiores e tudo que restará é um núcleo em processo de resfriamento. Quando 
o Sistema Solar passar por essa fase, será um barata-voa danado nas regiões mais internas. Mercúrio, Vênus 
e possivelmente a Terra serão engolidos pela fase gigante vermelha do Sol. Porém, simulações sugerem que 
Júpiter, em sua órbita mais afastada, tem boa chance de resistir ao cataclismo. Só que um sistema análogo com 
sobreviventes nunca havia sido observado. Até agora.
Esse parece ter aberto a porteira, trazendo um retrato triste e sombrio do futuro longínquo de nosso pequeno 
quintal na vastidão do cosmos. A anã branca deve ter cerca de 53% da massa do Sol, e o planeta aproximada-
mente 40% mais massa que Júpiter. A descoberta foi divulgada em artigo publicado na revista Nature.
(Salvador Nogueira. Folha de S.Paulo, 24.out.2021)
A respeito das ideias do texto e suas corretas inferências, analise as afirmativas a seguir.
I. A inferência de que o planeta similar a Júpiter era uma anã branca se deu segundo o clássico raciocínio sher-
lokiano.
II. Proporcionalmente, o evento descoberto, similar ao que pode acontecer com a Terra e com Júpiter daqui a 
bilhões de anos, mantém as dimensões e as razões que a nossa estrela e o nosso astro estabelecem entre si 
no Sistema Solar.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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III. O futuro do nosso Sol é previsto por haver um aumento de tamanho, com posterior diminuição, reduzindo-se 
a seu núcleo em resfriamento.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
64. IDECAN - AAD (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Astronomy, nesta segunda-feira, 30, pelo 
menos um quarto das estrelas semelhantes ao Sol canibalizam os planetas que as orbitam, segundo o portal 
de notícias G1.
A nossa Galáxia tem muitos sistemas planetários e os cientistas já haviam descoberto que muitos deles são 
diferentes do nosso Sistema Solar. Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a razão. não há tan-
tos sistemas planetários vizinhos semelhantes ao nosso, em que os planetas orbitam o Sol em uma ordenação 
bem estruturada. Na verdade, em pelo menos 25% dos casos, a estrela central pode ter “consumido” alguns 
planetas que a orbitavam.
O estudo observou a composição química de estrelas de tipo solar em mais de 100 sistemas binários, que são 
compostos por duas estrelas gêmeas com a mesma composição química.
A pesquisa foi elaborada pela Universidade de São Paulo (USP) e centros da Itália, Austrália e Estados Unidos. 
Foi usado o telescópio do Observatório La Silla, administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e loca-
lizado no Deserto do Atacama, Chile.
Algumas estrelas irmãs não tinham a mesma composição química, pois uma delas possuía uma quantidade 
maior de lítio e ferro, abundantes nos planetas rochosos.
Para Jorge Meléndez, professor do Departamento de Astronomia da USP e um dos autores da pesquisa, as 
estrelas que apresentavam abundância destes elementos haviam dissolvido, em sua parte mais externa, os 
planetas do seu próprio sistema solar. Sendo assim, foram apelidadas de “estrelas canibais”.
A publicação enfatizou que as estrelas binárias quimicamente não homogêneas são exemplos contraditórios na 
astrofísica estelar e que ainda estudam a causa das diferentes composições.
“Ainda não está claro se as variações de abundância química são o resultado de não homogeneidades nas 
nuvens de gases protoestelares [da formação estrelar] ou são devidas a eventos de engolfamento de planetas 
(...) O primeiro cenário abala a crença geral de que a composição química das estrelas fornece as informações 
fósseis do ambiente em que se formaram, enquanto o segundo cenário lança luz sobre os possíveis caminhos 
evolutivos dos sistemas planetários”, afirma o estudo.
(Luíza FeniarMigliosi. Aventuras na História. https.//aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/em-
-outros-sistemas-solares-estrelas-semelhantes-ao-sol-engolem-planetas-que-as-
orbitam.phtml. 31/8/2021)
Em relação ao que informa o texto e suas possíveis inferências, analise as afirmativas a seguir.
I. Em sistemas binários, em que há estrelas gêmeas, o natural e esperado é que elas tivessem a mesma com-
posição química.
II. Quando se encontra lítio na composição de uma estrela, é a prova de que ela agiu como uma “estrela cani-
bal”.
III. Embora o estudo tenha apontado para a possibilidade de “canibalismo estelar”, há outra hipótese, em que a 
variação química já estaria na gênese da própria estrela.
Assinale
(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas. 65. IDECAN - APO (PREF CAMPINA G)/PREF CAMPINA 
GDE/2021
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Em relação às ideias do texto e as possíveis inferências que podem ser feitas com inferência, analise as afir-
mativas a seguir.
I. A narrativa do colunista, que estava acompanhando o jantar para compor sua coluna, apresentou o que os 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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pensadores mundiais discutiram no evento promovido pela Comunidade Europeia.
II. A jovem ministra citada pelo colunista se inspirou no modelo brasileiro de software livre, que conheceu duran-
te o tempo em que morou em Campinas, e o lançou naquele mesmo dia na França.
III. Houve criação de quinhentos mil empregos formais na França no âmbito da tecnologia, por conta de medi-
das da Administração que fortaleceram o setor.
Assinale
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
66. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Tipologia e Gênero Textual
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
Para compor o texto, o autor fez uso de diversos recursos, como os listados nas alternativas a seguir, À EXCE-
ÇÃO DE UMA.
Assinale-a.
(A) argumentos de autoridade
(B) exemplificação com ações efetivas
(C) citações de atores sociais
(D) referências a órgãos de credibilidade nacional 
67. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Tipologia e Gênero Textual
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
populaçãode Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
O texto, jornalístico, se classifica eminentemente como
(A) narrativo.
(B) descritivo.
(C) argumentativo.
(D) dissertativo. 
68. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Paralelismo
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogo Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada cultura.
Em diálogo com essa perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivo. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê- la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberes, competências e pro-
gramas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiência 
humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre o 
ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
Considera que a alimentação se expressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
59
mostram as visões sobre a história as tradições alimentares.
A respeito do período acima, analisa as afirmativas a seguir.
l Em “as visões sobre a história e as tradições alimentares”, se se entender “tradições alimentares” como termo 
vinculado a “visão”, há ambiguidade.
Il. Em “envolve escolhas, símbolos e classificações”, ocorre falta de paralelismo sintático.
III. Em “que mostram as visões sobre a história e as tradições alimentares”, por questões de paralelismo, a pre-
sença de uma segunda ocorrência da conjunção “sobre” antes de “as tradições alimentares” garante que esta 
seja termo vinculado à palavra “visões”.
Assinale
(A) se apenas afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se apenas afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se todas afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.
69. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Reescrita de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, anoanterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
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situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
...a prefeitura também ampliou os atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade.
Sem levar em conta alterações de sentido, ao se reescrever o trecho acima, alterando-se o verbo, manteve-se 
correção gramatical em
(A) a prefeitura também almejou aos atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade.
(B) a prefeitura também visou aos atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade.
(C) a prefeitura também assistiu nos atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade.
(D) a prefeitura também lembrou dos atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade. 
70. IDECAN - MED PLEG (PEFOCE)/PEFOCE/PATOLOGIA/2021
Assunto: Reescrita de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Texto para a questão.
Uma escritora reconstrói o país. a Ruanda de Scholastique Mukasonga
Em A mulher de pés descalços, obra de Scholastique Mukasonga dedicada à memória de sua mãe, a narradora 
em certo momento reflete sobre a dificuldade de se manter a vaidade no vilarejo formado na região de Gitagata, 
campo de refugiados para onde sua família foi enviada quando ela ainda era criança. A mãe da escritora, Stefa-
nia, era uma pessoa a quem muitas garotas recorriam para descobrir se poderiam ser consideradas moças bo-
nitas. Ela tinha um histórico de sucesso na formação de casais. Nas tardes de domingo, geralmente guardadas 
para descanso ou alguma diversão, era comum que jovens fossem ao seu quintal para concorrer um pouco por 
sua atenção. A beleza é um dado social, definida na interação entre as pessoas, e seus critérios mudam com o 
tempo. No entanto, uma vez que as pessoas participam da vida social, todos passam a reproduzir uma noção 
culturalmente aceita do que é considerado bonito. Qual a dificuldade então? Por que o juízo de uma pessoa 
tinha tanta importância? Porque lá não havia espelhos.
Nos dias de sol forte, era possível correr a uma poça d’água para ver o próprio reflexo, mas o retrato era im-
perfeito e oscilante. A solução era saber de si pelos olhos de outros. Essa situação nos permite ver um pouco 
da matéria de que é feita a literatura de Mukasonga. relações comunitárias, precariedade material, busca de si. 
O ritmo da prosa é balanceado por uma certa temporalidade rural. A experiência histórica que sombreia todos 
os acontecimentos narrativos, uma espécie de moldura instável que frequentemente invade a imagem central, 
manifesta-se como violência.
Muitos dos que moram em Gitagata foram enviados para lá por serem tutsis, a etnia que passou a ser perse-
guida após a subida dos hutus ao poder de Ruanda nos anos 1960. A escrita de Mukasonga é resultado dos 
conflitos que caracterizaram o país no século XX. Seu primeiro livro tem o título Baratas. Era dessa forma que 
os tutsis eram chamados pelos hutus que defendiam abertamente seu extermínio. Essa persistente agressão 
contra a humanidade das pessoas enfim teve o resultado condizente com a desumanização. Ela explodiu no 
genocídio de 1994, no qual centenas de milhares de ruandeses foram assassinados. A estimativa mais baixa é 
de que 800 mil pessoas foram mortas, a maioria delas a golpes de facão.
A história da violência em Ruanda não pode ser compreendida sem considerar o colonialismo europeu. Em 
1931, autoridades belgas definiram que todos os indivíduos de Ruanda tivessem em seus documentos o regis-
tro de sua etnia. Esse marco é decisivo para se entender as tensões criadas no país, pois fixou o que não era 
rígido. Antes, a identidade étnica da região era mais fluida. Um hutu poderia se tornar um tutsi com o tempo, 
a depender do casamento e das relações estabelecidas ao longo da sua vida, e vice-versa. A administração 
colonial também manteve o privilégio de uma elite tutsi no acesso a postos de comando.
O processo de independência política do país teve início em 1959 e foi concluído em 1962, quando se formou 
o governo liderado por Grégoire Kayibanda, um político de origem hutu. Nas décadas seguintes, a tensão entre 
hutus e tutsis se intensificou. Muitos tutsis partiram para o exílio em países vizinhos como Burundi e Uganda, 
de onde organizaram movimentos de resistência. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões 
inóspitas dentro do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga.
A história da formação populacional de Ruanda é marcada por divergências. O jornalista Phillipe Gourevitch, 
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autor de Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias, admite que havia 
uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reconhece quenão exis-
tia uma compreensão comum sobre o significado dela. Acredita-se que os hutus seriam povos mais ligados ao 
trabalho na agricultura. Os tutsis, por sua vez, se ocupariam majoritariamente da pecuária. No entanto, inde-
pendente do grupo étnico, todos falavam a mesma língua, compartilhavam práticas culturais, visões de mundo, 
casavam- se entre si, moravam próximos uns dos outros, enfim, viviam sem a distinção incontornável que se 
cristalizou posteriormente.
Scholastique Mukasonga tem consciência de como seu país foi afetado pelo projeto colonial. A despeito das 
nomenclaturas hutu, tutsi ou tuá, todos os nascidos em Ruanda são efetivamente ruandeses. Ela recusa a 
narrativa de que um grupo tenha chegado antes de outro, de que suas diferenças são ancestrais. Em A mulher 
de pés descalços, há um diálogo da narradora com a mãe no qual ela percebe a força da narrativa colonial, 
na qual a ascendência tutsi tinha origens bíblicas. A voz criada pela autora em seus livros pretende retomar 
para si a história do povo em que ela nasceu. Suas obras, portanto, têm vários alcances. É um projeto literário 
entrelaçado a uma forma de escrita da história. Em sua versão de sobrevivente, há intenção de recuperar uma 
memória coletiva destroçada na brutalidade do genocídio.
(...)
(João Carlos Ribeiro Jr. Le monde diplomatique. 25 de maio de 2021)
...admite que havia uma divisão étnica antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas reco-
nhece que não existia uma compreensão comum sobre o significado dela.
No trecho acima, há ocorrência dos verbos “haver” e “existir”. Assinale a alternativa em que, alterando-se a 
composição dessas formas verbais, tenha havido adequação à norma culta. Não leve em conta alterações de 
sentido.
(A) admite que podiam haver divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas 
reconhece que não podia existir compreensões comuns sobre o significado dela.
(B) admite que haviam de haver divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, 
mas reconhece que não haviam de existir compreensões comuns sobre o significado dela.
(C) admite que deviam existir divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, 
mas reconhece que não haviam compreensões comuns sobre o significado dela.
(D) admite que haviam divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, mas re-
conhece que não existiam compreensões comum sobre o significado dela.
(E) admite que haviam de existir divisões étnicas antes da chegada dos brancos à região no fim do século XIX, 
mas reconhece que não havia de haver compreensões comuns sobre o significado dela.
 
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GABARITO
1 C 36 D
2 A 37 D
3 B 38 C
4 A 39 D
5 B 40 E
6 C 41 A
7 D 42 C
8 B 43 D
9 A 44 B
10 B 45 A
11 B 46 A
12 C 47 D
13 B 48 C
14 C 49 B
15 B 50 D
16 C 51 C
17 D 52 A
18 C 53 D
19 C 54 A
20 B 55 C
21 B 56 B
22 D 57 D
23 A 58 C
24 A 59 A
25 E 60 E
26 B 61 A
27 B 62 A
28 E 63 B
29 E 64 B
30 E 65 D
31 B 66 D
32 A 67 A
33 A 68 E
34 D 69 B
35 C 70 E
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27as informações 
fósseis do
Dependendo de como se forme a palavra com o elemento “proto”, presente em protoestelares, é necessário, 
segundo as regras de ortografia, que se empregue o hífen. No caso, não ocorreu em protoestelares, mas teria 
acontecido em outras palavras. Assinale a alternativa em que a grafia da palavra esteja seguindo corretamente 
as regras ortográficas.
(A) proto-organismo
(B) proto-arquiteto
(C) protoistórico
(D) proto-religião 
8. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Assinale a alternativa correta que indique o elemento básico de uma palavra.
(A) desinência.
(B) radical.
(C) sufixo.
(D) afixo.
(E) prefixo.
9. IDECAN - ADM (IF CE)/IF CE/2021
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Texto
A commodity certa no momento errado. reflexões sobre a manteiga de tartaruga
Em termos didáticos, a história econômica brasileira até o início do século 20 é comumente fragmentada em 
grandes ciclos, ou ondas, que têm em uma commodity específica seu alicerce. Seguindo a economia extra-
tivista que marca os primeiros anos da colônia, surgem os ciclos do açúcar, do ouro, do algodão, do café, da 
borracha. Tal generalização, como a grande maioria das generalizações, esconde nuances, contradições e uma 
gama de outras atividades que em contextos locais foram igualmente vitais. Caso da manteiga de tartaruga, 
quiçá a mais inusitada commodity amazonense.
Apesar de ser classificada pelo historiador Caio Prado Júnior no clássico Formação do Brasil Contemporâneo 
como “gênero de grande comércio” do vale do Amazonas durante o período colonial, a pobre manteiga de tar-
taruga é, quando muito, nota de rodapé de livros sobre a região. Na falta de documentos e estatísticas oficiais, 
reconstruir a história da iguaria depende de observações coletadas por viajantes e naturalistas europeus que 
passaram pelo vale, sobretudo durante o século 19. Ao invés de narrativas complexas, que levam em conside-
ração o ponto de vista das comunidades e suas nuances, nos restam fragmentos por vezes desencontrados de 
biólogos alemães sucumbindo ao calor dos trópicos.
A manteiga de tartaruga era um óleo, ou gordura, utilizado tanto na iluminação quanto na alimentação. Se levar-
mos em consideração a opinião dos colegas naturalistas, o gosto era um tanto quanto questionável. É possível, 
no entanto, que tendo acesso aos bastidores da produção eles foram incapazes de dissociar o processo do 
produto final. Difícil julgar…
A despeito do nome, a manteiga não era produzida fazendo uso das tartarugas em si, mas sim de seus ovos. 
Durante o período de desova, membros das comunidades ribeirinhas se deslocavam em direção ao rio Soli-
mões, construindo abrigos temporários nas margens frequentemente utilizadas pelas tartarugas. Lá, de acordo 
com o número de indivíduos em cada família, pagavam tributos aos fiscais da coroa e esperavam a chegada 
das convidadas de honra. Após o retorno dos animais ao rio, o trabalho enfim começava.
Os ovos eram desenterrados e depositados em pilhas que, segundo relatos, chegavam a alcançar um metro e 
meio de altura. Apenas quando toda a área fosse devidamente escavada que a produção tinha início. Os ovos 
eram transportados para canoas, quebrados e batidos com água até a obtenção de uma pasta gelatinosa. 
Após horas de descanso sob o sol, a densidade da gordura, inferior à da água, fazia com que o óleo chegasse 
à superfície da canoa. Este óleo era então coletado em caldeirões de cobre, filtrado e cozido até obtenção do 
aspecto desejado. Todo o processo, da coleta ao envasamento em potes de barro, não passava de quatro dias.
A estimativa de um dos nossos exploradores alemães é que cada tartaruga desovasse por volta de cem ovos, 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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e que para produzir um pote de manteiga era necessária a postura de trinta a quarenta tartarugas. Em um ano, 
segundo ele, eram enviados de 4.000 a 6.000 potes de manteiga para o Pará, chegando à vultosa conta de 
no mínimo 12 milhões de ovos usados anualmente na produção da manteiga. Estatísticas do ano de 1819, no 
entanto, indicam que foram exportados para o porto de Belém da capitania de São José do Rio Preto – atual 
Amazonas e Roraima – 8.034 potes, o que faz a conta ultrapassar 24 milhões de ovos. Não é de se surpreender 
que já no ano de 1860 a produção tenha caído para pouco mais de mil potes.
Coincidentemente, enquanto as consequências da prática predatória faziam desaparecer do Amazonas as 
tartarugas, seus ovos, e a manteiga, a commodity foi descoberta pela indústria cosmética. No início do século 
20, devido a suas propriedades hidratantes e adstringentes, a manteiga, então produzida no Caribe, passou a
No penúltimo parágrafo, a palavra “alemães” forma corretamente qual diminutivo?
(A) Alemãezinhos.
(B) Alemãesinhos.
(C) Alemãozinhos.
(D) Alemãosinhos.
10. IDECAN - GM (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Artigo
Texto para a questão.
Paraíba registra queda no volume de vendas do comércio varejista, diz IBGE
O volume de vendas do comércio varejista paraibano apresentou a 3ª menor variação do país no acumulado 
em 12 meses (–0,7%), segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a setembro, divulgada nesta 
quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice estadual contrasta com a 
média nacional, que aponta para um saldo positivo (3,9%)
No mesmo período, a receita nominal do setor da Paraíba, embora tenha tido alta de 9,7%, registrou também a 
3ª menor variação do Brasil, inferior à média do país (15,1%). Em ambos os casos, os indicadores paraibanos 
foram os menores do Nordeste.
Já frente aos resultados de agosto deste ano, o volume de vendas paraibano teve retração de 1,4% em setem-
bro, próxima à observada na média do Brasil (–1,3%). Por outro lado, foi verificado um crescimento de 0,6% na 
receita do estado, enquanto no cenário nacional houve redução de 0,2%.
Este ano, até o mês pesquisado, o volume brasileiro de vendas do comércio varejista apresentou expansão de 
3,8%, no comparativo com o mesmo período de 2020, ao passo que o paraibano teve queda de 1,1%. Contu-
do, nos dois recortes territoriais, o saldo da receita foi positivo, de 16,3% e 10,4%, respectivamente, embora o 
indicador da Paraíba tenha sido o 3º menor do Brasil.
No comércio varejista ampliado paraibano – que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de 
material de construção –, foram observadas variações positivas no acumulado de 12 meses, tanto no volume 
de vendas (6,1%), como na receita (16,9%). Em ambos os casos, porém, os resultados do estado foram infe-
riores às médias nacionais, de 7% e 19%, respectivamente.
Na comparação dos resultados de setembro com os de agosto, houve redução de 0,2% no volume estadual e 
de 1,1% no nacional. Entretanto, as receitas dos setores aumentaram 0,8% e 0,3%, respectivamente.
(Jornal da Paraíba, 11/11/2021. Disponível em: https://jornaldaparaiba.com.br/economia/2021/11/11/paraiba-re-
gistra-queda-no-volume-de-vendas-do-comercio-varejista-diz-ibge)
Na comparação dos resultados de setembro com os de agosto, houve redução de 0,2% no volume estadual e 
de 1,1% no nacional.
No período acima, há quantos artigos?
(A) Três.
(B) Quatro.
(C) Cinco.
(D) Seis.
11. IDECAN - INSP PC CE/PC CE/2021
Assunto: Substantivo
Policiais assassinados no Brasil são negros na maioria No ano passado, 194 policiais foram assassinados no 
país, e 63% deles eram negros.
Para Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a ideia de que policiais são 
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heróis os deixa mais vulneráveis e contribui para o aumento no número de mortes.
“Eles tendem a reagir a qualquer situação por causa da ideia fantasiosa de que se é policial 24 horas por dia.”
Mesmo em um ano com menor circulação de pessoas nas ruas, devido à pandemia, a quantidade de mortes de 
agentes de segurança pública cresceu 13% no país em relaçãoa 2019.
Segundo o último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 7 a cada 10 mortes ocorreram fora do 
horário de trabalho dos policiais. Eles foram mortos em passeios, no trajeto de ida e volta da corporação ou 
quando faziam serviços paralelos, os ‘‘bicos’’, ilegais, mas realizados para complementar a renda.
A reportagem ouviu um policial militar que atua no Rio de Janeiro há 20 anos.
“Entrei por querer estabilidade, depois me apaixonei pela profissão”, diz ele, que pediu para não ser identificado.
O PM criticou o treinamento dado pela corporação. ‘‘O policial acaba aprendendo na rua’’, diz. E reclamou da 
falta de apoio jurídico, do Estado, da sociedade e dos superiores ao trabalho do policial.
Sobre o fato de negros serem as maiores vítimas da violência, ele descarta preconceito. Na sua visão, ocorre 
porque a maioria da população é de pessoas negras. “Policial não escolhe criminoso.”
Para a socióloga Paula Poncioni, pesquisadora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), falhas de 
formação são um dos fatores que explicam o desempenho policial. “Muitas vezes, há um currículo ajustado à 
matriz nacional, mas não há professores qualificados, as aulas são recheadas de preconceitos”, diz a autora de 
“Tornar-se Policial’’ (Editora Appris).
A letalidade policial, para Poncioni, decorre de uma sociedade “muito violenta e muito hierárquica”. Ela afirma 
que a polícia mata mais no Brasil por representar o pensamento geral da sociedade, refletido na composição 
dos governos que administram as polícias.
“A formação profissional está eivada de crenças, valores e preconceitos de um sistema de representação sobre 
o que é polícia, o que é criminoso, o que é mulher, o que é o menor e o que é o negro”, aponta.
O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, diz considerar a formação da polícia muito 
boa, mas ressalva que é preciso reforço. “Insistimos na necessidade de ações formativas em direitos humanos. 
A qualificação e a requalificação permanente dos quadros da polícia são fundamentais, seja ela civil, militar ou 
técnico-científica.”
Hoje, a matriz curricular que define as regras para a formação de policiais no Brasil está em sua segunda 
versão, editada em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT). Nela, o Ministério da Justiça orienta as ações for-
mativas dos profissionais. Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham 
acesso a um módulo de 14 horas de aulas sobre diversidade étnico-racial.
Procurado, o Ministério da Justiça não respondeu.
(Anelise Gonçalves, Marcelo Azevedo, Matheus Rocha, Paulo Eduardo Dias, Paulo Ricardo Martins e Vitor 
Soares.
Folha de S.Paulo, 1º ago.2021.)
Na grade dos cursos há, por exemplo, determinação para que os aspirantes tenham acesso a um módulo de 14 
horas de aulas sobre diversidade étnico-racial.
Assinale a alternativa em que o termo sublinhado no período acima esteja corretamente flexionado no plural.
(A) étnicos-raciais
(B) étnico-raciais
(C) étnicorraciais
(D) etnicorraciais
(E) étnicos-racial
12. IDECAN - AUX PER (PEFOCE)/PEFOCE/2021
Assunto: Adjetivo
Texto para a questão.
Cultura alimentar nas políticas culturais do Brasil
Ao ideia de que “comida é cultura” talvez seja facilmente compreendida, pois o ato de se alimentar constrói 
sentidos, significados, memórias, silenciamentos, violência, opressões apagamentos em cada individuo e na 
coletividade. A cultura, assim como a comida, por estar presente em diferentes dimensões da vida e das prática 
sociais, corre o risco de, muitas vezes, ser deslocada e realocada na produção de conhecimento e na ação po-
lítica. Com Isso, desconsidera-se a centralidade da cultura no desenvolvimento da humanidade, que vai desde 
o surgimento da técnica e da linguagem à sua Inclusão nas poIíticas públicas.
O antropólogoa Jesus Contreras e antropóloga Mabel Gracia. compreendem a cultura alimentar como um con-
junto de representações, crenças, conhecimentos e práticas. Pode ser herdada ou aprendida esta associada à 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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alimentação compartilhada por individuos de uma cultura. De Igual forma, a compartilharmos uma cultura, Con-
treras e Gracia afirmam que tendemos a atuar de forma similar como fazemos com a comida, ou seja, somos 
guiados por orientações, preferências e sanções autorizadas por determinada culturab.
Em diálogo com essac perspectiva, a antropóloga Maria Emília Pacheco, assessora da ONG Fase a integrante 
do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), enfatiza o papel substantivo 
e político da cultura nos sistemas alimentares, e não como um adjetivod. Considera que a alimentação se ex-
pressa em representações, envolve escolhas, símbolos e classificações que mostram as visões sobre a história 
e as tradições alimentares.
É também no contexto histórico de lutas por direitos sociais que o sentido político da cultura vem sendo cons-
truido. Em 2016, a carta política do II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia, organizado pela 
Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), destacou a cultura como “elemento político de diálogo com os 
territórios, uma vez que é a representação da diversidade e dos saberes populares” e a definiu como memória 
por denotar a necessidade de reconhecer os saberes ancestrais, aprender com eles e renová-los.
Essas ideias sobre a cultura dialogam com as do pensador francês Edgar Morin; ao entendê- la como “memória 
generativa depositária das regras de organização social, ela É fonte produtora de saberese, competências e 
programas de comportamento”. Morin a considera como um patrimônio informacional, pois organiza a experiên-
cia humana. De acordo com esse autor, a cultura abrange os conhecimentos acumulados por gerações sobre 
o ambiente, o clima, as plantas, os animais, as técnicas do corpo, as técnicas de fabricação e de manejo dos 
artefatos, as crenças, a visão de mundo etc., em que se retempera e se regenera a comunidade.
Morin afirma que a cultura fornece ao pensamento suas condições de formação e concepção. Para esse pensa-
dor, à cultura e a sociedade, via cultura, estão no interior do conhecimento humano e produz conhecimento. A 
comida é uma prática cultural que contribui para enxergar a complexidade da vida é a condição humana no seu 
conjunto - ecossistema é biosfera. Alimenta todo o complexo vivo do nosso organismo, das células às molécu-
las. Nutre a mente, as redes neuronais, psíquicas, sociais e espirituais. É uma via concreta - é comestível - para 
compreender o mundo é nos auxiliar na criação da estratégias para intervir em realidades.
Ao longo dos últimos 20 anos, diferentes povos e organizações da sociedade civil têm forjado coletivamente a 
compreensão do que entendem por cultura alimentar, bem como têm criado estratégias para sua inserção nas 
políticas públicas. À essas concepções de cultura, geradas nas lutas sociais e com pensadores da complexida-
de e das ciências sociais, trazemos a reflexão sobre o lugar da comida nas políticas culturais no Brasil.
(...)
(Juliana Dias e André Luza. Le Monde Diplomafique, 30 de novembro de 2020, com alterações)
Assinala a alternativa em que o termo exerça, no texto, papel adjetivo.
(A) antropólogo
(B) cultura
(C) essa
(D) adjetivo
(E) saberes
13. IDECAN - AG PT (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
‘Ser bom ou mau é escolha’: confira entrevista com o filósofo e professor Mario Sergio Cortella
Quem é você? Justo, generoso ou intolerante e ganancioso? Tem mais vícios ou virtudes? Costuma ser bom o 
tempo todo ou às vezes se pega fazendo pequenas maldades? Já parou para refletir sobre os próprios compor-
tamentos e o que o levou a tê-los: circunstâncias da vida ou escolhas que fez? Sobre isso e as possibilidades 
de sermos “anjos ou demônios” bati um papo – descontraído, apesar do tema – com o filósofo, professor e 
escritor Mario Sergio Cortella.
Patrícia - Como se deu a concepção de “Nem Anjos Nem Demônios”,seu livro com a Monja Coen? Cortella - Te-
nho outros livros, nessa coleção, sobre ética, política, sobre moral, esperança. Mas nunca tinha colocado num 
diálogo mais direto alguém com a marca da filosofia ocidental, da religiosidade ocidental, como eu, e alguém 
ligado à concepção oriental asiática, caso da Monja. Juntamos essas duas formas mais usuais de entendimento 
sobre essa temática para trazer um debate mais forte sobre o que acontece no cotidiano, a necessidade de 
pensar a vida como escolha. A noção do bem e do mal como resultado de decisões e não como fatalidades.
Ser bom ou ser mau, portanto, não tem a ver com as circunstâncias da vida? Não somos o que somos levados 
a ser? São escolhas?
Essa ideia de que as escolhas feitas são sem alternativa não é uma percepção que a gente possa ter. A ideia 
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de liberdade de escolha que temos é o que se chama de livre arbítrio. Quando alguém é movido por circunstân-
cias opressivas e tem uma reação a isso, até o campo da legislação criminal ou penal admite como sendo um 
atenuante. Mas, no conjunto das vezes, não é a circunstância que gere. Para mim, não é a ocasião que faz o 
ladrão. A ocasião apenas o revela. A decisão de ser ladrão ou não é anterior à ocasião. Há milhares de pessoas 
que encontram ocasião todos os dias, de desviar, de ter uma conduta negativa, e não o são. Portanto, a ocasião 
apenas permite que a pessoa se mostre naquilo que decidiu ser.
Patrícia - Na primeira página do livro, vocês falam sobre vícios e virtudes, que seriam qualidades negativas e 
positivas, certo?
Podemos, então, dizer que tudo bem ter vícios, já que também são qualidades?
Cortella - Sim. Eles existem na sua contraposição. Nós não elogiamos os vícios, apenas admitimos a existência 
deles. O fato de a gente ter doenças não significa que isso se sobreponha à nossa forma desejada de saúde. 
Por isso, a constatação da existência dos vícios apenas nos deixa em estado de alerta. Apenas sei que eles 
existem e que são possíveis em outras pessoas e também em mim. Neste sentido, admitir a presença de vícios 
é saber que nossa humanidade conta com essa condição, mas que não podemos, em nome da ideia de que 
errar é humano, justificar qualquer erro porque uma parte grande deles são escolhas.
Não está tudo bem, então, em ser “mau” de vez em quando? Isso não nos ajudaria a levar a vida com mais 
leveza, mantendo um certo equilíbrio?
Não, não está tudo bem. É preciso não se acomodar com a ideia porque quando se diz nem anjos nem demô-
nios não se está dizendo tanto faz, está se fazendo um alerta. O alerta é. nós podemos ser angelicais ou de-
moníacos. Cuidado! Ser angelical, isto é, ser alguém que se move pela bondade, é algo desejável. Ser alguém 
que se move pela maldade é uma possibilidade também. Ser anjo ou demônio é uma escolha.
Mas não traria mais leveza para nossa existência se a gente tivesse a permissão, talvez, de em alguns momen-
tos tender mais para um do que para outro extremo?
Olha, poderia até tornar a vida mais emocionada, mas não há necessidade disso. Nós, humanos, temos uma 
coisa, até um sinal de inteligência nas espécies, que são os jogos, nossa capacidade lúdica. Quando você vê 
uma partida de futebol, uma disputa dentro de quadra, quando você tem um grupo jogando truco, existe ali a 
possibilidade de vencer o outro, de brincar com ele. O jogo é exatamente essa possibilidade do exercício even-
tual de algumas coisas que não são só angelicais. Eu, por exemplo, sou jogador de truco, um jogo que tem 
por finalidade brincar com o adversário, tripudiar, fingir que se tem uma carta. Na vida, eu não faria isso. Mas 
no truco eu posso. Então, sim, há momentos em que essa permissão vem à tona. Onde pode? No teatro, no 
cinema, na música, no jogo. A gente sabe que a brincadeira é séria, mas é brincadeira.
Nem todo mundo é bom ou mau o tempo todo. Mas muitos de nós buscam ser mais bons do que maus. É da 
natureza humana?
Em grande medida, nós desejamos primeiro a ideia de bondade que supere a maldade. Quando ninguém es-
capa de fazê-lo e quando a pessoa não é alguém marcada por algum tipo de desvio psiquiátrico, em grande 
medida preferimos a bondade à maldade porque ela nos faz ser aceitos, há uma solidariedade maior em rela-
ção à convivência. Isso também nos leva a receber de volta mais situações de bondade. Há pessoas que ca-
minham numa trajetória da maldade como sendo sua escolha mais expressiva, mas são as que consideramos 
moralmente adoentadas, com algum tipo de desvio psiquiátrico ou com uma perspectiva de existência em que 
só consegue se glorificar na maldade. Ainda assim, o número de pessoas que têm essa perspectiva é muito 
reduzido, do contrário, nossa vida em comunidade já teria se rompido há muito tempo. O que não significa que 
a gente não tem em nós essa postura angelical como sendo uma escolha, e também a demoníaca como pos-
sibilidade. (...)
Disponível em https.//www.hojeemdia.com.br/plural/ser-bom-
ou-mau-%C3%A9-escolha-confira-com-o-fil%C3%B3sofo-e-professor-mario-sergio-cortella-1.760617.
“Então, sim, há momentos em que essa permissão vem à tona”. Se trocarmos o verbo haver pelo verbo existir 
na oração em destaque, teríamos, fazendo a devida correlação, a seguinte conjugação verbal.
(A) “Então, sim, existe momentos em que essa permissão vem à tona”.
(B) “Então, sim, existem momentos em que essa permissão vem à tona”.
(C) “Então, sim, existiu momentos em que essa permissão vem à tona”.
(D) “Então, sim, existiram momentos em que essa permissão vem à tona”.
(E) “Então, sim, existirá momentos em que essa permissão vem à tona”.
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14. IDECAN - GM (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Pronomes demonstrativos
Texto para a questão.
Paraíba registra queda no volume de vendas do comércio varejista, diz IBGE
O volume de vendas do comércio varejista paraibano apresentou a 3ª menor variação do país no acumulado 
em 12 meses (–0,7%), segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) referente a setembro, divulgada nesta 
quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índicea estadual contrasta com a 
média nacional, que aponta para um saldo positivo (3,9%)
No mesmo períodob, a receita nominal do setor da Paraíba, embora tenha tido alta de 9,7%, registrou também 
a 3ª menor variação do Brasil, inferior à média do país (15,1%). Em ambos os casos, os indicadores paraibanos 
foram os menores do Nordeste.
Já frente aos resultados de agosto deste ano, o volume de vendas paraibano teve retração de 1,4% em setem-
bro, próxima à observada na média do Brasil (–1,3%). Por outro lado, foi verificado um crescimento de 0,6% na 
receita do estado, enquanto no cenário nacional houve redução de 0,2%.
Estec ano, até o mês pesquisado, o volume brasileiro de vendas do comércio varejista apresentou expansão 
de 3,8%, no comparativo com o mesmo período de 2020, ao passo que o paraibano teve queda de 1,1%. Con-
tudo, nos dois recortes territoriais, o saldo da receita foi positivo, de 16,3% e 10,4%, respectivamente, embora 
o indicador da Paraíba tenha sido o 3º menor do Brasil.
No comércio varejista ampliado paraibano – que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de 
material de construção –, foram observadas variações positivas no acumulado de 12 meses, tanto no volume 
de vendas (6,1%), como na receita (16,9%). Em ambosd os casos, porém, os resultados do estado foram infe-
riores às médias nacionais, de 7% e 19%, respectivamente.
Na comparação dos resultados de setembro com os de agosto, houve redução de 0,2% no volume estadual e 
de 1,1% no nacional. Entretanto, as receitas dos setores aumentaram 0,8% e 0,3%, respectivamente.
(Jornal da Paraíba, 11/11/2021. Disponível em. https.//jornaldaparaiba.com.br/economia/2021/11/11/paraiba-re-
gistra-queda-no-volume-de-vendas-do-comercio-varejista-diz-ibge)
Assinale a alternativa em que o palavra indicada desempenhe, no texto, papeldêitico.
(A) índice
(B) período
(C) Este
(D) ambos 
15. IDECAN - AAD (CAMPINA GDE)/PREF CAMPINA GDE/2021
Assunto: Pronomes demonstrativos
EM OUTROS SISTEMAS SOLARES, ESTRELAS SEMELHANTES AO SOL “ENGOLEM” PLANETAS QUE AS 
ORBITAM
De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Nature Astronomy, nesta segunda-feira, 30, pelo 
menos um quarto das estrelas semelhantes ao Sol canibalizam os planetas que as orbitam, segundo o portal 
de notícias G1.
A nossa Galáxia tem muitos sistemas planetários e os cientistas já haviam descoberto que muitos deles são 
diferentes do nosso Sistema Solar. Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a razão. não há tan-
tos sistemas planetários vizinhos semelhantes ao nosso, em que os planetas orbitam o Sol em uma ordenação 
bem estruturada. Na verdade, em pelo menos 25% dos casos, a estrela central pode ter “consumido” alguns 
planetas que a orbitavam.
O estudo observou a composição química de estrelas de tipo solar em mais de 100 sistemas binários, que são 
compostos por duas estrelas gêmeas com a mesma composição química.
A pesquisa foi elaborada pela Universidade de São Paulo (USP) e centros da Itália, Austrália e Estados Unidos. 
Foi usado o telescópio do Observatório La Silla, administrado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e loca-
lizado no Deserto do Atacama, Chile.
Algumas estrelas irmãs não tinham a mesma composição química, pois uma delas possuía uma quantidade 
maior de lítio e ferro, abundantes nos planetas rochosos.
Para Jorge Meléndez, professor do Departamento de Astronomia da USP e um dos autores da pesquisa, as 
estrelas que apresentavam abundância destes elementos haviam dissolvido, em sua parte mais externa, os 
planetas do seu próprio sistema solar. Sendo assim, foram apelidadas de “estrelas canibais”.
A publicação enfatizou que as estrelas binárias quimicamente não homogêneas são exemplos contraditórios na 
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astrofísica estelar e que ainda estudam a causa das diferentes composições.
“Ainda não está claro se as variações de abundância química são o resultado de não homogeneidades nas 
nuvens de gases protoestelares [da formação estrelar] ou são devidas a eventos de engolfamento de planetas 
(...) O primeiro cenário abala a crença geral de que a composição química das estrelas fornece as informações 
fósseis do ambiente em que se formaram, enquanto o segundo cenário lança luz sobre os possíveis caminhos 
evolutivos dos sistemas planetários”, afirma o estudo.
Mas, com essa recente pesquisa, é possível entender a razão.
O pronome sublinhado no segmento acima se classifica corretamente como
(A) demonstrativo com valor catafórico.
(B) demonstrativo com valor anafórico.
(C) indefinido com valor dêitico.
(D) indefinido com valor exofórico. 
16. IDECAN - SUP CENS PESQ (IBGE)/IBGE/2022
Assunto: Pronomes relativos
TEXTO II
Por que a educação na primeira infância é uma etapa fundamental
Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o ter-
ceiro setor, as famílias e toda a sociedade
Pedagogos e especialistas são unânimes em afirmar que a primeira infância, delimitada pelo período entre o 
nascimento e os seis anos de idade, é uma etapa fundamental para o aprendizado, formação do caráter e do 
universo cognitivo das crianças. Este é definido como o conjunto de referências com as quais o indivíduo per-
cebe, reconhece e interpreta o mundo.
Numerosos estudos científicos, de múltiplas áreas, dentre elas a neurociência e a psicologia, classificam esse 
primeiro ciclo como o que apresenta as maiores possibilidades para a constituição das competências humanas. 
A primeira delas é o desenvolvimento da interatividade social, fator de imensa importância para as pessoas ao 
longo de toda a vida. Nesse aspecto, a educação na primeira infância é crucial, pois a criança passa a se rela-
cionar com outras e com os professores, fora do ambiente de suas casas, percebendo que fazem parte de um 
universo mais amplo, com regras, direitos, deveres e necessidade de respeitar e ser respeitado.
Outra habilidade de alta relevância é a linguagem, em suas distintas expressões, como a oral, escrita, corporal, 
musical e em cada disciplina ou situação específica. O seu desenvolvimento é uma função primordial do ensino 
na infância. Todos esses indicadores evidenciam como é prioritário o atendimento das crianças em creches e 
no ensino maternal.
Estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que investir no desenvolvimento da primeira infância, 
provendo saúde, nutrição, segurança e aprendizagem, contribui para a redução da pobreza, a um custo baixís-
simo para os governos. O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) também aponta que o estímulo e 
acompanhamento nessa etapa da vida podem quebrar ciclos de pobreza e vulnerabilidade.
Investir na formação dos brasileiros desde o nascimento é uma prioridade que deve mobilizar o governo, o 
terceiro setor, as famílias e toda a sociedade. Cuidar das crianças e de seu futuro é uma ação decisiva para 
mitigarmos as desigualdades, promovermos a inclusão 
A trecho destacado em “Este é definido como o conjunto de referências com as quais o indivíduo percebe, re-
conhece e interpreta o mundo.” É morfologicamente classificada como
(A) Artigo.
(B) Preposição.
(C) Pronome.
(D) Advérbio.
(E) Substantivo.
17. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Advérbio
Texto I
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda(a) lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
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cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior(d) que em 2018, 
ano anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais(c) amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito 
muito(b) grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019, a prefeituratambém ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
Assinale a alternativa em que, no texto, a palavra NÃO seja advérbio.
(A) ainda
(B) muito
(C) mais
(D) maior 
18. IDECAN - PEBTT (IF CE)/IF CE/ADMINISTRAÇÃO/CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2021
Assunto: Advérbio
Texto para a questão.
Como fome vivida no útero e na infância prejudica o corpo por décadas
Uma tragédia humanitária vivida sob o nazismo, em um dos países atualmente com um dos melhores indicado-
res de desenvolvimento humano do mundo, tem desde então trazido lições ao mundo a respeito dos impactos 
da fome extrema sobre bebês que ainda nem tinham nascido.
Era o inverno de 1944 na Holanda, que na época estava parcialmente ocupada pela Alemanha nazista.
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Durante meses, as tropas alemãs bloquearam o suprimento de comida para grandes partes do território holan-
dês, deixando 4,5 milhões de pessoas em situação de fome extrema.
“As pessoas comiam os cachorros, os gatos e os ratos. Era simplesmente desesperador”, disse um sobrevi-
vente à BBC em 2013. “Os padeiros não tinham trigo, então, faziam pães aguados, que grudavam na boca.”
Alguns estudos estimam que cada holandês dispunha de comida equivalente a 370 calorias por dia – lembran-
do que as normas de saúde vigentes hoje sugerem a ingestão diária de 2 mil calorias por dia para mulheres e 
2,5 mil para homens.
Foi um dos mais graves episódios de fome ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial, que deixou 20 mil 
mortos e só terminou com a derrota da Alemanha, em maio de 1945, e a libertação da Holanda.
É um desastre que permanece na memória coletiva dos holandeses até hoje, explica à BBC News Brasil a 
pesquisadora Tessa Roseboom, professora de Desenvolvimento e Saúde na Primeira Infância na Universidade 
de Amsterdã.
“A memória coletiva do povo holandês sobre a Segunda Guerra é dramática”, afirma. “Claro que os números de 
sobreviventes estão diminuindo, mas todos conhecemos histórias de pessoas que tiveram de comer bulbos de 
tulipa, que tiveram que andar centenas de quilômetros para achar comida.”
Ao mesmo tempo, o fato de a fome extrema ter ocorrido apenas durante um breve intervalo de tempo (a es-
cassez acabou quando o abastecimento de comida foi normalizado, e a Holanda caminhou para ser um país 
extremamente próspero) deu aos cientistas um cenário ideal para estudar o que a falta de nutrientes faz com o 
corpo de uma pessoa – em particular, uma pessoa ainda em formação, dentro do útero da mãe.
E as pesquisas sobre o “inverno da fome” (ou “hongerwinter”, no original) mostram que as consequências são 
sentidas até hoje por pessoas que estão na casa dos 70 e 80 anos, e provavelmente serão sentidas por seus 
descendentes.
Roseboom e seus colegas coletaram, em arquivos históricos, registros médicos detalhados sobre mulheres que 
estavam grávidas durante o período de escassez e, desde então, estão analisando a saúde física e mental dos 
filhos dessas mulheres, hoje idosos.
Essas pessoas apresentam maior incidência de obesidade, de colesterol alto, de diabetes tipo 2 e de problemas 
cardiovasculares do que a população holandesa em geral, “riscos que contribuem para menos bem-estar físico 
e mental e mais risco de mortalidade nesse grupo”, diz a pesquisadora.
Um motivo provável é que essas pessoas tiveram seus corpos “programados” desde o útero para sobreviver 
com muito pouca comida. Ao longo do tempo, isso se converteu em um problema de saúde.
“Encontramos diferenças claras em termos de estrutura e tamanho do corpo, e achamos que isso se deve à 
falta de ‘blocos de montar’ – ou seja, da má nutrição – de suas mães quando elas estavam construindo o corpo 
de seus bebês”, explica Roseboom.
Além disso, ela diz que exames de ressonância magnética feitos nessas pessoas indicam que seus cérebros 
são menores, o que pode explicar por que eles parecem ter um desempenho pior em tarefas cognitivas.
E de modo geral, o cérebro dessas pessoas parece “envelhecer mais rápido”, afirma a pesquisadora.
As consequências observadas na Holanda se referem a um período histórico único e extremo, mas servem de 
alerta quanto aos impactos que a falta de nutrientes tem na saúde de longo prazo das pessoas, em particular 
fetos e crianças – e de como isso pode prejudicar a força de trabalho futura de um país, explica Roseboom.
Isso vale inclusive para países como o Brasil, onde 19 milhões de pessoas estavam, no final de 2020, em si-
tuação de insegurança alimentar (quando o acesso e a disponibilidade de alimentos são escassos), segundo 
cálculos da Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
“Primeiro, o estresse da pandemia impacta crianças já no útero, e sabemos isso a partir de pandemias passa-
das. A gripe espanhola de 1918, por exemplo, deixou marcas duradouras nas crianças que ainda não haviam 
nascido. Sabemos que eles tiveram risco mais alto de doenças cardiovasculares e participação mais baixaA) 
no mercado de trabalho”, afirma Roseboom.
“A restrição ao acesso à comida no Brasil neste momento pode muito bem ter consequências negativas, prin-
cipalmente para crianças no útero. Vimos isso na Fome Holandesa, mas também foram observados efeitos 
similares em outros momentos nos quais houve restrição de comida”, como em períodos graves de fome na 
China, na Irlanda ou no continente africano como um todo, diz ela.
“Então, como isso não teria um efeito similar nas crianças brasileiras?”
Diante desse cenário, Roseboom argumenta que, quando se protege a infância e se garante que grávidas, 
bebês e crianças recebam nutrição saudável, produz-se um benefício para toda a sociedade, que contará com 
adultos mais produtivos e com menos problemas de saúde. “É impressionante ver como os cérebros [de pesso-
as gestadas sob a fome] são menores, fazem menos conexões, têm profusão cerebral mais pobre para tarefas 
cognitivas. A escassez de comida não afeta só a saúde física futura, mas como essas crianças vão se sair na 
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escola, como conseguirão contribuir para o mercado de trabalho.”
“Nesse sentido, há um importante efeito econômico a ser considerado. Se as crianças tiverem a pobreza incrus-
tada em seus cérebros, quase literalmente, jamais conseguirão contribuir com seu [potencial] máximo. É um 
problema que a sociedade inteira vai enfrentar se uma geração ficar desprotegida. O legado é mais longoB), 
com um preço mais alto a ser pago.”
(...)
No Brasil, havia, em 2019, segundo levantamento da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, ao menos 9,1 
milhões de crianças de até 14 anos em situação domiciliar de extrema pobreza, o que provavelmente significa 
que estavam sob insegurança alimentar – um problema que se agravou com a pandemia, o desemprego e a 
inflação.Um relatório da Associação de Psicologia dos EUA aponta que a insuficiência de comida está associada, em 
crianças, a mais doresC) de estômago e de cabeça e a mais resfriados. “E a fome severa antecipa doenças 
crônicas entre crianças em idade pré-escolar e escolar”, diz o texto.
Além disso, viver sob a insegurança alimentar pode causar estresse tóxico, que por sua vez “afeta o desenvol-
vimento cerebral, o aprendizado, o processamento de informações e os resultados acadêmicos das crianças”.
Ainda assim, é nos bebês no útero que os malefícios são piores, diz a pesquisadora holandesa. “É [durante a 
gravidez] que todos os órgãos estão sendo formados. Se eles forem construídos com blocos menores e mais 
pobres, não surpreende que haja consequências de longo prazo para a resistência aos estresses da vida coti-
diana.”
Os efeitos disso podem ser mitigados ao longo da vida, mas são persistentes, ela agrega.
“O coração terá menos células musculares, os rins terão menos unidades de filtragem, o cérebro terá menos 
neurônios. (...) À medida que a idade avança, você fica mais suscetível(D) a problemas. Claro que pode-se 
consertar um pouco disso – um bebê desnutrido pode receber muita comida saudável, atividades e estímulos 
e minimizar os efeitos, mas reverter completamente não é possível, porque você não consegue construir seu 
coração do zero outra vez.”
(BBC News. 13.nov.2021. Disponível em. www.uol.com.br)
Assinale a alternativa em que, no texto, a palavra NÃO desempenhe papel adverbial.
(A) mais (baixa)
(B) mais (longo)
(C) mais (dores)
(D) mais (suscetível)
19. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Numeral
Texto I
Três(a) anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27(b) casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo(c) ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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ser lento devido ao luto envolvido.
A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.
“Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito 
grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras”, afirma Aline.
Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019,(d) a prefeitura também ampliou os atendimentos psico-
lógicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, 
bem como nos centros de atenção psicossocial.
“Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não 
tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sen-
tem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um 
todo”, afirma o secretário de saúde.
O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da 
situação.
Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do 
aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos pró-
prios.
Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis 
anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população.
(Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https.//www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-a-
doecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.)
Assinale a alternativa em que a palavra indicada NÃO se classifique, no texto, como numeral.
(A) Três
(B) 27
(C) Segundo
(D) 2019 
20. IDECAN - ASST (IF PA)/IF PA/ADMINISTRAÇÃO/2022
Assunto: Preposição
Texto I
Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG)
Três anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de 
Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia.
Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos 
cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano 
anterior ao rompimento da barragem.
Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um 
aumento de 103% em 2021, em relação a 2018.
Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 
27 casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 
casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021.
De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e fami-
liar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção 
para a administração da cidade.
“O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam”, afirma Callegari.
De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia 
pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados.
Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. 
Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da 
população de Brumadinho.
Segundo ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode 
ser lento devido ao luto envolvido.
Apostila gerada especialmente para: Kevyn Brito Silva 157.854.457-27
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A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissiona-
lizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a 
união da comunidade em um sentimento de retomada.
Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a 
prevenção da saúde mental.

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