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Vestibulares Formação das Palavras GR0355 - (Uerj) A questão refere-se ao conto “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa. De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos – sem fazer conta do se-ir do viver. A expressão sublinhada é um exemplo das recriações linguís�cas do autor. Seu sen�do, com base no trecho citado, pode ser definido como: a) ação da natureza b) passagem do tempo c) presença de esperança d) necessidade de cuidados GR0045 - (Ifmt) No texto, a palavra “pauta-bomba” é composta a par�r do processo de composição por justaposição. Assinale a alterna�va em que esse processo não ocorre: a) Guarda-roupa; passatempo b) Amor-perfeito; girassol c) Planalto; fidalgo d) Paraquedas; segunda-feira e) Beija-flor; passatempo GR0305 - (Unesp) Leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, do escritor moçambicano Mia Couto (1955 - ). Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coração ba�a só de quando em enquantos. A mãe sabia que o sangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nas unhas. Se o coração estancava por demasia de tempo a menina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe, então, se afligia: roía o dedo e deixava a unha intacta. Até que o peito da filha voltava a dar sinal: — Mãe, venha ouvir: está a bater! A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peito estreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas, presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, o sangue dela voltava a calar, resina empurrando a arrastosa vida. Até que, certa noite, a mulher ganhou para o susto. Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na cama: não eram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas, brancos drapejos de plumas. A mãe se ergueu, pé descalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina e joelhou-se junto ao leito. Sen�u a transpiração, reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar na fronte a menina despertou: — Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonhar pássaros. A mãe sor�u-se de medo, aconchegou o lençol como se protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençol uma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando pelo ar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, de novo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãe tentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiu voando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite, na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, re�rou- 1@professorferretto @prof_ferretto se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássaros selou-se o segredo, só entre as duas.[...] Com o tempo, porém, cada vez menos o coração se fazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida. Até que essa imobilidade se prolongou por consecu�vas demoras. A menina falecera? Não se vislumbravam sinais dessa derradeiragem. Pois ela seguia pra�cando vivências, brincando, sempre cansadinha, resfriorenta. Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe não escutava os piares. — Agora não sonha, filha? — Ai mãe, está tão escuro no meu sonho! Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade: — Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber a saúde de minha única. É seu peito... nunca mais deu sinal. O médico corrigiu os óculos como se entendesse rec�ficar a própria visão. Clareou a voz, para melhor se autorizar. E disse: — Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu. — Morta, a minha menina? Mas, assim...? — Esta é a sua maneira de estar morta. A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todo seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro, duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, que nem se nota a re�rada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta: — Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade. A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem. Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexis�sse. A sua pele não desprendia calor. — Então, minha querida não escutou nada? Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhou recantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro. Mas nada não encontrou. E assim, ficou sendo, então e adiante. Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece na torreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontra flores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim da tarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e os velhos descobrem a cabeça em sinal de respeito. E o caso se vai seguindo, estória sem história. Uma única, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãe deixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda em serviço de escutar, a ver se regressam as vozearias das aves. (Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.) Cons�tui exemplo de neologismo formado pelo processo de sufixação a palavra a) “inexis�sse” (18º parágrafo). b) “derradeiragem” (7º parágrafo). c) “intacta” (1º parágrafo). d) “descobrem” (21º parágrafo). e) “imobilidade” (7º parágrafo). GR0036 - (Fgv) Barcos de Papel Quando a chuva cessava e um vento fino franzia a tarde �mida e lavada, eu saía a brincar pela calçada, nos meus tempos felizes de menino. Fazia de papel toda uma armada e, estendendo meu braço pequenino, eu soltava os barquinhos, sem des�no, ao longo das sarjetas, na enxurrada... Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles, que não são barcos de ouro os meus ideais: são feitos de papel, tal como aqueles, perfeitamente, exatamente iguais... - que os meus barquinhos, lá se foram eles! foram-se embora e não voltaram mais! Guilherme de Almeida Foram-se embora. EMBORA (em + boa + hora) - processo de formação de palavra: a) composição por justaposição b) composição por aglu�nação c) derivação prefixal d) derivação sufixal e) parassíntese GR0381 - (Unicamp) O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as no�cias boas ou ruins, ele precisa garan�r uma experiência este�camente agradável para o espectador. Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair pres�gio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, no�cias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversa�vas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más no�cias para garan�r o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa no�cia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa 2@professorferretto @prof_ferretto no�cia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más no�cias. (Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa no�cia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. Disponível em h�ps://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-no�cia-eque- para.html. Acessado em 01/03 /2019.) Para se referir a matérias jornalís�cas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de a) derivação prefixal. b) composição por justaposição. c) composição por aglu�nação. d) derivação imprópria. GR0041 - (Ufrgs) 1Hoje os conhecimentos se estruturam de modo 3fragmentado, 4separado, 5compar�mentado nas disciplinas. 8Essa situação impede uma visão global, uma visão fundamental e uma visão complexa. 13"Complexidade" vem da palavra la�na complexus, que significa a compreensão dos elementos no seu conjunto. As disciplinas costumam excluir tudo o que se encontra fora do 9seu campo de especialização. A literatura, no entanto, é uma área que se situa na inclusão de todas as dimensões humanas. Nada do humano 10lhe é estranho, 6estrangeiro. A literatura e o teatro são desenvolvidos como meios de expressão, meios de conhecimento, meios de compreensãoda 14complexidade humana. Assim, podemos ver o primeiro modo de inclusão da literatura: a inclusão da 15complexidade humana. E vamos ver ainda outras inclusões: a inclusão da personalidade humana, a inclusão da subje�vidade humana, e, também, muito importante, a inclusão; do estrangeiro, do marginalizado, do infeliz, de todos que ignoramos e desprezamos na vida co�diana. A inclusão da 16complexidade humana é necessária porque recebemos uma visão mu�lada do humano. 11Essa visão, a de homo sapiens, é uma 17definição do homem pela razão; de homo faber20, do homem como trabalhador; de homo economicus21, movido por lucros econômicos. Em resumo, trata-se de uma visão prosaica, mu�lada, 12que esquece o principal22: a relação do sapiens/demens, da razão com a demência, com a loucura. Na literatura, encontra-se a inclusão dos problemas humanos mais terríveis, coisas 18insuportáveis que nela se tornam suportáveis. Harold Bloom escreve: 24"Todas as 25grandes obras revelam a universalidade humana através de des�nos singulares, de situações singulares, de épocas singulares". É essa a razão por que as 19obras-primas atravessam 7séculos, sociedades e nações. 2Agora chegamos à parte mais humana da inclusão: a inclusão do outro para a compreensão humana. A compreensão nos torna mais generosos com relação ao outro23, e o criminoso não é unicamente mais visto como criminoso, 26como o Raskolnikov de Dostoievsky, como o Padrinho de Copolla. A literatura, o teatro e o cinema são os melhores meios de compreensão e de inclusão do outro. Mas a compreensão se torna provisória, esquecemo-nos depois da leitura, da peça e do filme. Então essa compreensão é que deveria ser introduzida e desenvolvida em nossa vida pessoal e social, porque serviria para melhorar as relações humanas, para melhorar a vida social. Adaptado de: MORIN, Edgar. A inclusão: verdade da literatura. In: RÕSING, Tânia et ai. Edgar Morin: religando fronteiras. Passo Fundo: UPF, 2004. p.13-18 Na coluna da esquerda, estão palavras re�radas do texto; na coluna da direita, descrições relacionadas à formação de palavras. Associe corretamente a coluna da esquerda com a da direita. (__) complexidade (refs. 13, 14, 15 e 16) (__) definição (ref. 17) (__) insuportáveis (ref. 18) (__) obras-primas (ref. 19) 1. Cons�tuída por composição através de justaposição. 2. Cons�tuída por prefixo com sen�do de negação e sufixo formador de adje�vos a par�r de verbos 3. Cons�tuída por sufixo formador de substan�vo a par�r de adje�vo. 4. Cons�tuída por sufixo formador de substan�vo a par�r de verbo. 5. Cons�tuída por aglu�nação, tendo em vista a mudança silábica de um dos elementos do vocábulo. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a) 4 - 3 - 2 - 1 b) 3 - 4 - 2 - 5 c) 4 - 3 - 1 - 5 d) 3 - 4 - 2 - 1 e) 3 - 2 - 1 - 5 GR0034 - (Pucsp) ATEMOYA É um híbrido da fruta-do-conde ('Annona squamosa') com outra variedade do mesmo gênero a cherimoya ('Annona cherimolia'), originária dos Andes. O primeiro 3@professorferretto @prof_ferretto cruzamento foi feito em 1908 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em Miami. As frutas resultantes receberam o nome de atemoya, uma combinação de "ate", nome mexicano da fruta-do-conde, e "moya" de cherimoya. Passado quase um século, a atemoya ainda é desconhecida da maioria dos brasileiros. No país, as primeiras mudas foram plantadas em Taubaté, nos anos 60. As variedades cul�vadas aqui são em especial a Thompson, a Genifer e a African Pride. É plantada em São Paulo, sul de Minas, norte do Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro. É cul�vada em grande escala no Chile. Também a produzem Estados Unidos, Israel, Austrália e Nova Zelândia. [...] Os frutos, cônicos ou em forma de coração, em geral têm 10 cen�metros de comprimento por 9,5 de largura. Sua casca con�nua verde mesmo depois de maduros. A polpa, dividida em segmentos e com poucas sementes, é branca, perfumada, cremosa, macia, com textura fina. [...] O sabor da atemoya lembra papaia, banana, manga, maracujá, limão e abacaxi, com consistência de sorvete, o que faz dela uma sobremesa pronta. Com sua polpa se preparam os mesmos pratos feitos com cherimoya: musses, sorvetes, recheios para tortas, salada de fruta. Pode ser ingrediente de bebidas como coquetel de frutas e drinques. (Neide Rigo, nutricionista. CARAS, 13 set. 2002). Recheio, fruta-do-conde e cruzamento - palavras re�radas do texto - passaram, respec�vamente, pelos seguintes processos de formação: a) hibridismo, derivação sufixal e composição. b) derivação prefixal, composição e derivação sufixal. c) derivação prefixal, hibridismo e derivação sufixal. d) hibridismo, derivação sufixal e derivação prefixal. e) derivação sufixal, hibridismo e composição. GR0384 - (Unicamp) Leia, a seguir, o �tulo e sub�tulo de uma reportagem. Ao longo da pandemia da Covid-19 tornou-se cada vez mais recorrente o uso da expressão de língua inglesa home office (em tradução literal, “escritório em casa”) para se referir a trabalho a distância ou a teletrabalho. Indique a alterna�va que descreve o processo de composição do neologismo “roça-office”, conforme empregado no �tulo da reportagem. a) A subs�tuição do vocábulo em inglês “home” por “roça” torna o uso desse estrangeirismo mais adequado à grafia do português. b) A justaposição de “roça” e “office” produz um efeito cômico pelo contraste entre os meios rural e urbano na formação do neologismo. c) A justaposição de “roça” e do neologismo “office” baseia-se na similaridade foné�co-fonológica entre os vocábulos “home” e “roça”. d) A aglu�nação dos radicais “roça” e “office” adapta o neologismo aos imóveis brasileiros e produz o efeito de humor na manchete. GR0376 - (Unicamp) O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inven�vidade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores “pra�camente intraduzíveis”. Mesmo sem ter lido os autores, é possível iden�ficar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao português e ao inglês. Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: I. Onomatopeia (formação de uma palavra a par�r de uma reprodução aproximada de um som natural, u�lizando-se os recursos da língua); e II. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na língua). Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (I) e (II) estão presentes: a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e ta�arra�at (JJ, Ulisses). b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). d) Ta�arra�at (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). GR0035 - (Ufsm) A lenda da mandioca (lenda dos índios Tupi) Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai tupis espantaram-se: 4@professorferretto @prof_ferretto – Como é 7branquinha 1esta criança! E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba, parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani. Mani era 2linda, 8silenciosa e 3quieta. Comia 4pouco e pouco bebia. Os pais preocupavam-se. – Vá brincar, Mani, dizia o pai. – Coma um 5pouco mais, dizia a mãe. Mas a menina con�nuava quieta, cheia de sonhos na cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi chamado. Deu ervas e bebidas a menina. Mas não a�nava com o que �nha Mani. Toda a tribo andava triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem doença e sem dor. E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro da própria oca. E regavam sua cova todos os dias, como era costume entre os índios Tupis. Regavam com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do túmulo de Mani rompia uma plan�nha verde e viçosa. – Que planta seráesta? Perguntaram, admirados. Ninguém a conhecia. – É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios. E con�nuaram a regar o 9bro�nho mimoso. A planta desconhecida crescia depressa. 6Poucas luas se passaram, e ela estava al�nha, com um caule forte, que até fazia a terra se rachar em torno. – A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani. – Vamos cavar? E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra, viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor dos curumins, nome que dão aos meninos índios. Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de Mani surgia uma nova planta! – Vamos chamá-la 10Mani-oca, resolveram os índios. – E, para não deixar que se perca, vamos transformar a planta em alimento! Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este um alimento muito importante. E, em todo Brasil, quem não gosta da plan�nha misteriosa que surgiu na casa de Mani? Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1977. (adaptado) Assinale V na(s) afirma�va(s) verdadeira(s) e F na(s) falsa(s). (__) O texto se estrutura em estágios �picos da narra�va, dentre os quais está a complicação, iniciada no momento em que Mani não se levantou da rede. (__) No estágio de orientação da narra�va, a personagem principal é representada por meio de um nome próprio e adje�vos que descrevem sua aparência, como “linda” (ref. 2) e “branquinha” (ref. 7), e seu comportamento, como “silenciosa” (ref. 8) e “quieta” (ref. 3). (__) Palavras como “bro�nho” (ref. 9) e “branquinha” (ref. 7) contribuem para estabelecer semelhanças entre a planta então desconhecida e Mani, ao mesmo tempo em que o emprego dos sufixos indicadores de diminu�vo corroboram a representação de delicadeza e sensibilidade. (__) Ao nomearem a nova planta de “Mani-oca” (ref. 10), os índios u�lizaram o processo de formação de palavras por derivação prefixal. A sequência correta é a) V – F – F – F b) V – V – V – F c) F – V – V – V d) V – F – F – V e) F – F – V – F GR0385 - (Unicamp) Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”. Agora, imagine uma língua diferente do português que tenha incorporado um conceito parecido na própria estrutura das palavras, criando o que foi apelidado de “sufixo frustra�vo”. Bom, é assim no ko�ria, um idioma da família linguís�ca tukano falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Para exprimir a função “frustra�va”, o ko�ria usa um sufixo com a forma - ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá? Basta pegar o verbo ir, que é wa’a em ko�ria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”. (Adaptado de: LOPES, R. J. L. A sofis�cação das línguas indígenas. Superinteressante, 18/11/2021.) O excerto, re�rado de uma revista de jornalismo cien�fico, exemplifica um processo de formação de palavras na língua indígena ko�ria e o compara com o uso da hashtag #sqn. É correto afirmar que essa comparação 5@professorferretto @prof_ferretto a) cria uma falsa equivalência, pois os processos morfológicos em ko�ria e em português são diferentes. b) enfa�za a construção de efeitos de sen�do parecidos por meio de processos dis�ntos em ko�ria e no português de internet. c) permite compreender processos idên�cos de formação de palavras nas línguas portuguesa e ko�ria. d) ressalta as diferenças no uso dos sufixos –ma, em ko�ria, e #sqn, no português usado na internet. GR0379 - (Unicamp) Texto I Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo “maratonar”, quando os telespectadores podem assis�r a vários ou a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que parece, a plataforma Ne�lix não quer mais estar associada à “maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo excessivo e melhorar a saúde dos usuários. (Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Ne�lix parece estar evitando o termo ‘maratonar’.”) Texto II (Disponível em h�p://www.will�rando.com.br/anesia- 417/. Acessado em 01/06/ 2019.) Embora os dois textos tratem do termo “maratonar” a par�r de perspec�vas dis�ntas, é possível afirmar que o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como esforço �sico exaus�vo, derivado de “maratona”. b) deprecia a definição de “maratona” como ação con�nua de superação de dificuldades e melhoria da saúde. c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios �sicos e a permanência em casa provocam na saúde. d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um es�lo de vida sedentário, antagônico a maratona. GR0291 - (Unesp) Cena inicial da comédia O noviço, de Mar�ns Pena. AMBRÓSIO: No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se a�nar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança e per�nácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o exemplo. Há oito anos, era eu pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo �ver de responder pelos meus atos, o ouro jus�ficar-me-á e serei limpo de culpa. As leis criminais fizeram-se para os pobres... (Mar�ns Pena. Comédias (1844-1845), 2007.) Um vocábulo também pode ser formado quando passa de uma classe grama�cal a outra, sem a modificação de sua forma. É o que se denomina derivação imprópria. Na fala de Ambrósio, cons�tui exemplo de derivação imprópria o vocábulo sublinhado em a) “O como não importa”. b) “Mas um dia pode tudo mudar”. c) “No mundo a fortuna é para quem sabe adquiri-la”. d) “Pintam-na cega”. e) “Em mim se vê o exemplo”. GR0373 - (Unicamp) Estrangeirismos são palavras e expressões de outras línguas usadas correntemente em nosso co�diano. Sobre o emprego de palavras estrangeiras no português, o linguista Sírio Possen� comenta: Tomamos alguns verbos do inglês e os adaptamos a nosso sistema verbal exclusivamente segundo regras do 6@professorferretto @prof_ferretto português. Se adotarmos start, logo teremos estartar (e todas as suas flexões), pois nossa língua não tem sílabas iniciais como st-, que imediatamente se tornam est-. A forma nunca será startar, nem ostartar ou ustartar, nem estarter ou estar�r, nem printer ou prin�r, nem atacher ou atachir etc., etc., etc. (Adaptado de Sírio Possen�, “A questão dos estrangeirismos”, em Carlos Alberto Faraco, Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001, p. 173-174.) As alterna�vas abaixo reproduzem trechos de um fórum de discussão na Internet sobre um jogo eletrônico. Nessa discussão, um jogador queixa-se por não ter conseguido se conectar a uma par�da e ter perdido pontos. Escolha a alterna�va que contém um exemplo do processo de adaptação de verbos do inglês para o sistema verbal do português, como descreve Sírio Possen�. a) “Aconteceu logo na manhã deste domingo, quando iniciei uma ranked.” b) “Ela não deu load e pensei que era um bug no site.” c) “Entrei no lolking para ver se a par�da estava sendo computada.” d) “Nem upei meu personagem de tanto problema no server.” GR0333 - (Fuvest) Terça é dia de Veneza revelar as atrações de seu fes�val anual, cuja 77.ª edição começa no dia 2 de setembro, com a dramédia “Lacci”, do romano Daniele Luche�, seguindo até 12/9, com 50 produções internacionais e uma expecta�va (extraoficial) de colocar “West Side Story”, de Steven Spielberg, na ribalta.Rodrigo Fonseca. “À espera dos rugidos de Veneza”. O Estado de S. Paulo. Julho/2020. Adaptado. Um processo de formação de palavras em língua portuguesa é o cruzamento vocabular, em que são misturadas pelo menos duas palavras na formação de uma terceira. A força expressiva dessa nova palavra resulta da síntese de significados e do inesperado da combinação, como é o caso de “dramédia” no texto. Ocorre esse mesmo �po de formação em a) “deleitura” e “namorido”. b) “passatempo” e “microves�do”. c) “hidrelétrica” e “sabiamente”. d) “arenista” e “girassol”. e) “planalto” e “mul�cor”. GR0037 - (Unifesp) Pneumotórax Febre, hemop�se, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: - Diga trinta e três. - Trinta e três... trinta e três... trinta e três... - Respire. ........................................................................................... - O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. - Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argen�no. (Manuel Bandeira, Liber�nagem) "Pneumotórax", palavra que dá �tulo ao famoso poema de Manuel Bandeira, é vocábulo cons�tuído de dois radicais gregos (pneum[o]- + -tórax]. Significa o procedimento médico que consiste na introdução de ar na cavidade pleural, como forma de tratamento de molés�as pulmonares, par�cularmente a tuberculose. Tal enfermidade é referida no diálogo entre médico e paciente, quando o primeiro explica a seu cliente que ele tem "uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado". Esta úl�ma palavra é formada com base em um radical: "filtro". Quanto à formação vocabular, o �tulo do poema e o vocábulo "infiltrado" são cons�tuídos, respec�vamente, por a) composição, e derivação prefixal e sufixal b) derivação prefixal e sufixal, e composição c) composição por hibridismo, e composição prefixal e sufixal d) simples flexão, e derivação prefixal e sufixal e) simples derivação, e composição sufixal e prefixal GR0044 - (Unifor) A morte do jangadeiro Ao sopro do terral abrindo a vela Na esteira azul das águas arrastada, Segue veloz a intrépida jangada, 7@professorferretto @prof_ferretto Entre os uivos do mar que se encapela. Prudente, o jangadeiro se acautela Contra os mil acidentes da jornada; Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada O vento, a chuva, os raios, a procela. Súbito, um raio o prostra e, furioso, Da jangada o despeja na água escura E, em brancos véus de espuma, desdiloso Envolve e traga a onda intumescida, Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura O mesmo mar que o pão lhe dera em vida. Pe. Antônio Tomás Assinale, de acordo com o soneto do Pe. Antônio Tomás, a alterna�va em que o vocábulo onomatopaico traduz, no texto, o perigo, a traição e a ferocidade do mar diante da frágil embarcação: a) Raios. b) Uivos. c) Véus. d) Acidentes. e) Mortalha. GR0368 - (Uerj) Lugares de memória: para não esquecer O Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravizados das Américas, recebeu em 2017 o �tulo de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. A dis�nção define o Valongo, localizado na região portuária do Rio de Janeiro, como um “lugar de memória”, ao lado de outros, como o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, ou a cidade de Hiroshima, no Japão. Inaugurado em 1811, o cais logo se converteu no principal ponto de desembarque de africanos1 escravizados das três Américas. Localizado a poucos passos do Palácio Real, não era raro aos monarcas brasileiros ver os africanos, apressadamente desembarcados, sendo separados de suas famílias, limpos, ves�dos, pesados, tendo seus corpos marcados a ferro. Começava, então, uma nova viagem. Dessa vez, rumo à tenta�va de desterritorialização2 e de invisibilização dos africanos, de quem se procurava apagar a memória, qualquer laivo de iden�dade e orgulho que carregavam de suas nações. Vários viajantes passaram pelo Valongo e constataram o triste espetáculo que se apresentava naquele mercado, dentre eles o ar�sta Jean-Bap�ste Debret (1768-1848). Em sua aquarela, aparecem os mesmos “esqueletos” descritos em texto. À direita, o comerciante gorducho (cuja barriga simboliza a fartura) negocia com o proprietário de terras, com seu chapelão e bengala, os detalhes da venda do pequeno garoto postado à sua frente. O ar�sta francês fez questão de caprichar no vazio do ambiente, e nos africanos sem rosto, quase nus, que apenas aguardam pelo des�no nas Américas. Um desterro3 forçado nos campos tropicais do Brasil4. Em 1911, o Cais do Valongo foi aterrado, da mesma maneira como se tentou esconder e esquecer “os males e as lembranças dos tempos da escravidão”. Esse era o discurso civilizatório da Primeira República, que procurava jogar para o Império a conta da escravidão, cuja culpa é de todos nós. “Redescoberto” 100 anos depois, o Cais do Valongo é hoje um sí�o arqueológico que expõe na nossa atualidade as perversões do sistema escravocrata5, mas também testemunha a resistência dessas populações. Trata-se do mais importante acervo de ves�gios materiais e simbólicos localizado fora da África, com quase 500 mil itens. A expressão “lugar de memória” foi criada pelo historiador francês Pierre Nora. Seu obje�vo era justamente evitar o desaparecimento dos registros históricos, como arquivos, monumentos, museus e certos espaços específicos. Podem ser desde objetos materiais e concretos até ves�gios imateriais e orais. O importante, porém, é que eles só se convertem, efe�vamente, em “lugares de memória”, se a imaginação cole�va inves�-los como lugares simbólicos. Conforme define Alberto da Costa e Silva: “O Brasil é um país extraordinariamente africanizado6. E só a quem não conhece a África pode escapar o quanto há de africano nos gestos, nas maneiras de ser e de viver e no sen�mento esté�co do brasileiro7. Por sua vez, em toda a costa atlân�ca da África, podem-se facilmente reconhecer os brasileirismos. O escravo8 ficou dentro de nós, qualquer que seja nossa origem.” LILIA MORITZ SCHWARCZ. Adaptado de nexojornal.com.br, 31/07/2017. Palavras de um mesmo campo de significados podem indicar diferentes valores, como o de definição de um elemento e o de resultado de um processo. Esses dois valores estão exemplificados, respec�vamente, no seguinte par de palavras: a) africanos (1º itálico) − africanizado (6º itálico) b) desterritorialização (2º itálico) − desterro (3º itálico) c) escravocrata (5º itálico) − escravo (8º itálico) d) Brasil (4º itálico) − brasileiro (7º itálico) GR0287 - (Unesp) 8@professorferretto @prof_ferretto Leia o poema “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade. Por muito tempo achei que a ausência é falta. E las�mava, ignorante, a falta. Hoje não a las�mo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus [braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim. (Corpo, 2015.) As palavras podem mudar de classe grama�cal sem sofrer modificação na forma. A este processo de enriquecimento vocabular pela mudança de classe das palavras dá-se o nome de “derivação imprópria”. (Celso Cunha. Gramá�ca do português contemporâneo, 2013. Adaptado.) No contexto do poema “Ausência”, observa-se um exemplo de derivação imprópria no verso a) “Hoje não a las�mo.” b) “A ausência é um estar em mim.” c) “que rio e danço e invento exclamações alegres,” d) “ninguém a rouba mais de mim.” e) “Por muito tempo achei que a ausência é falta.” GR0397 - (Fuvest) Evidentemente, não se pode esperar que Dostoiévski seja traduzido por outro Dostoiévski, mas desde que o tradutor procure penetrar nas peculiaridades da linguagem primeira, aplique-se com afinco e faça com que sua cria�vidade orientada pelo original permita, paradoxalmente, afastar-se do texto para ficar mais próximo deste, um passo importante será dado. Deixando de lado a fidelidade mecânica, frase por frase, tratandoo original como um conjunto de blocos a serem transpostos, e transgredindo sem receio, quando necessário, as normas do “escrever bem”, o tradutor poderá trazê-lo com boa margem de fidelidade para a língua com a qual está trabalhando. Boris Schnaiderman, Dostoiévski Prosa Poesia. O prefixo presente na palavra “transpostos” tem o mesmo sen�do do prefixo que ocorre em a) ultrapassado. b) retrocedido. c) infracolocado. d) percorrido. e) introver�do. GR0038 - (Ufc) Sobre o trecho "As PRÓPRIAS plantas venenosas são úteis: a CIÊNCIA faz do veneno mais violento um meio destruidor de MOLÉSTIAS, regenerador da saúde, conservador da vida.", é correto afirmar que: I – o período é composto por duas orações. II – há somente três palavras formadas por sufixação. III – a acentuação gráfica das palavras grifadas se jus�fica pela mesma regra. a) Apenas I é correta. b) Apenas II é correta. c) Apenas I e II é correta. d) Apenas I e III é correta. e) Apenas II e III é correta. GR0033 - (Fuvest) Assinale a alterna�va em que uma das palavras não é formada por prefixação: a) readquirir, predes�nado, propor. b) irregular, amoral, demover. c) remeter, conter, antegozar. d) irrestrito, an�poda, prever. e) dever, deter, antever. GR0401 - (Unicamp) 9@professorferretto @prof_ferretto Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é a) uma palavra resultante da atribuição do sen�do conota�vo de um verbo qualquer ao substan�vo “coisaˮ. b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substan�vo “coisaˮ no verbo “coisarˮ. c) uma palavra que, graças a seu sen�do universal, pode ser usada em subs�tuição a todo e qualquer verbo não lembrado. d) uma palavra que resulta da transformação do substan�vo “coisaˮ em verbo “coisarˮ, reiterando um esquecimento. GR0032 - (Pucsp) Ethos – é�ca em grego – designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-A ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A é�ca, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para SI. É�co significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma morada saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda. Na é�ca há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser humano de ter uma moradia: uma maloca indígena, uma casa no campo e um apartamento na cidade. TODOS estão envolvidos com a é�ca, porque todos buscam uma morada permanente. O mutável é o es�lo com que cada grupo constrói sua morada. É sempre diferente: rús�co, colonial, moderno, de palha, de pedra... Embora diferente e mutável, o es�lo está a serviço do permanente: a necessidade de ter casa. A casa, nos seus mais diferentes es�los, deverá ser habitável. (BOFF, Leonardo. In: A ÁGUIA E A GALINHA. Petrópolis: Vozes, 1997, pp. 90-91.) Está presente, no texto, o processo de formação de palavras por derivação imprópria. Assinale a alterna�va em que ocorre tal processo. a) A é�ca, como morada humana, não é algo pronto e cons�tuído de uma só vez. b) O ser humano está sempre tornando habitável a casa que cons�tuiu para si. c) Tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente. d) Na é�ca, há o permanente e o mutável. e) A casa, nos seus mais diferentes es�los, deverá ser habitável. GR0282 - (Unesp) Leia o trecho do romance Grande sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas não é por disfarçar, não pense. De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. Não crio receio. O senhor é homem de pensar o dos outros como sendo o seu, não é criatura de pôr denúncia. E meus feitos já revogaram, prescrição dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida pouco me resta — só o deo-gra�as; e o troco. Bobeia. Na feira de São João Branco, um homem andava falando: — “A pátria não pode nada com a velhice...” Discordo. A pátria é dos velhos, mais. Era um homem maluco, os dedos cheios de anéis velhos sem valor, as pedras re�radas — ele dizia: aqueles todos anéis davam até choque elétrico... Não. Eu estou contando assim, porque é o meu jeito de contar. Guerras e batalhas? Isso é como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados de Prestes, vinham de Goiás, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na barra do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, são outras coisas. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sen�mento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu 10@professorferretto @prof_ferretto real �ve, de alegria forte ou pesar, cada vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu acho, assim é que eu conto. [...] Tem horas an�gas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. (Grande sertão: veredas, 2015.) Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de formação de palavras observado em a) “desemendo”. b) “velhice”. c) “denúncia”. d) “reverte”. e) “adiante”. GR0031 - (Mackenzie) De acordo com os conceitos e regras propostos pelo menino, é correto afirmar que: a) formas nominais passam a ser usadas como formas verbais e vice-versa; daí a sua esquisi�ce. b) "esquisita" e "foi verbado" mostram que as formas verbais criadas obedecem ao paradigma da primeira conjugação, a dos verbos terminados em "-ar". c) do nome "substan�vo" pode ser formado o verbo "substan�var" e do nome "adje�vo", o verbo "adje�vizar". d) o processo de formação de palavras citado é o de derivação parassinté�ca, que corresponde ao acréscimo simultâneo de prefixos e sufixos aos nomes. e) "Verbar esquisita o idioma" é uma frase com predicado nominal, cujo núcleo é um adje�vo. GR0637 - (Unifor) Nunca imaginara o acontecimento daquilo, que se inventava de repente - iô Liodoro, ele, tão verdadeiro e gratamente enleado no real. E ela. Suspirou, por querer. Admirava-o. Numa criatura humana, quase sempre há tão pouca coisa. Tanto se desperdiçam, incompletos, bulhentos, na vãidade de viver. ROSA, Guimarães. Buri�. In: Noites do Sertão (Corpo de Baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. Guimarães Rosa, ao explorar as virtualidades lexicais da língua portuguesa, revitalizando, assim, a linguagem, u�liza vários e conhecidos recursos linguís�cos. Considerando o processo de formação do neologismo “vãidade”, no texto, é correto afirmar que se trata de a) nasalização da vogal a, em oposição de sen�do à palavra vaidade. b) composição por justaposição de um adje�vo mais substan�vo. c) composição por aglu�nação de um adje�vo mais substan�vo. d) composição por justaposição de substan�vo mais substan�vo. e) composição por aglu�nação de substan�vo mais adje�vo. GR0648 - (Uece) Conheça 5 a�tudes simples para preservar o meio ambiente É possível mudar muito fazendo a�tudes simples em seu co�diano. Não é mais nenhum segredo que as mudanças climá�cas e agressão ao meio ambiente estão entre as ameaças mais graves à humanidade e, se nada for feito, em poucos séculos, a Terra como conhecemos pode deixar de exis�r. Mas [...] pouca gente parece perceber ou compreender o que pode fazer de fato para mudar a situação. Não é preciso muito: a�tudes simples no dia a dia podem ajudar a minimizar os danos causados no meio ambiente. Economize energia Comece trocando as lâmpadas por modelos eficientes. [...]. Em seguida, preste atenção para não deixar luzes acesas em cômodos que não estão sendo u�lizados e desligue o computador durante a noite(18). Nas tarefas domés�cas, busque ser mais eficiente, por exemplo, esperando acumular roupas o suficientepara encher uma máquina antes de lavá-las. Economize papel Evite impressões desnecessárias: ingressos (quando há a opção de e-�cket), extratos(21) de banco, via da compra no cartão, contas que podem ser pagas online… 11@professorferretto @prof_ferretto [...] Ao usar papel para anotações, cer�fique-se de usá- lo por completo antes de reciclar. E, na hora de dar presentes, experimente reu�lizar(20) papéis an�gos ou buscar novas formas cria�vas de embrulhá-los. Tenha um dia vegetariano Você não precisa parar de comer carne, mas experimente deixar de consumir carne por somente um dia. São necessários 9,5 mil litros de água para produzir cada meio quilo de carne, e cada hambúrguer que vem de animais que pastam em áreas desmatadas causou a destruição de cinco metros quadrados de floresta. Desligue a torneira Só de desligar(20) a torneira ao escovar os dentes, por exemplo, é possível economizar 18 litros de água por dia. Experimente fazer o mesmo quando for ensaboar as mãos ou as louças na pia na hora de lavá-las para economizar ainda mais. Reduza o consumo de plás�co Você já deve ter ouvido falar da ilha de plás�co no Pacífico. Ela é formada por 4 milhões de toneladas de plás�co [...]. Reduzir o consumo de plás�co no dia a dia é fundamental para reverter este cenário. Muitas cidades brasileiras já aboliram a sacola plás�ca no supermercado [...]. Tenha a própria garrafinha(19) para quando precisar tomar água: cerca de 90% das garrafas de plás�co não são recicladas e acabam em aterros. E, se for usar copos plás�cos, [...] adote a técnica de marcar o nome com uma caneta em vez de jogá-lo no lixo cada vez que for tomar algo. Adaptado de MARASCIULO, Marília. Conheça 5 a�tudes simples para preservar o meio ambiente. Revista Galileu. Disponível em: h�ps://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio- Ambiente/no�cia/2019/01/conheca-5-a�tudes-simples- para-preservar-o-meio-ambiente.html. 2019. Acesso em: 20 de maio de 2019. Algumas palavras da língua portuguesa são formadas a par�r da combinação de morfemas. Sobre esse aspecto, atente para as seguintes afirmações: I. O sufixo inha do vocábulo garrafinha (19) indica diminu�vo e o processo de formação dessa palavra se chama derivação sufixal. II. Os prefixos re e des dos vocábulos reu�lizar e desligar (20) indicam, respec�vamente, repe�ção de uma ação e negação, e o processo de formação dessas palavras se chama derivação prefixal. III. O prefixo ex do vocábulo extratos (21) significa que algo está fora e o processo de formação dessa palavra é denominado derivação prefixal. a) I e II apenas. b) I e III apenas. c) II e III apenas. d) I, II e III. GR0706 - (Unifenas) ‘Ninguém está imune aos efeitos psicológicos provocados pelo isolamento social’, alerta psicanalista Para a psicanalista, cada indivíduo é impactado de maneira diferente com a situação em que o mundo vive, por conta da Covid-19 (Marcelo Camargo/Agência Brasil) 08 de abril de 2021 - 19:43 Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium MANAUS – O isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus tem afetado psicologicamente até mesmo quem nunca apresentou transtornos mentais, segundo a avaliação da terapeuta e psicanalista Samiza Soares. De acordo com a especialista, ninguém está imune aos sintomas caracterís�cos desses transtornos, como irritabilidade, alterações repen�nas de humor e fobias, por exemplo. À REVISTA CENARIUM, a especialista destacou que o indivíduo é impactado de maneira diferente com a situação em que o mundo vive, por conta da Covid-19, e tudo depende do estado emocional de cada pessoa, além também do modo como a pandemia tem lhe (sic) afetado. “Por exemplo, para profissionais da linha de frente, pessoas que perderam entes queridos ou até que se infectaram e ficaram muito doentes, os efeitos são de um jeito. Eu, inclusive, tenho pacientes que são da área médica, infectologistas, enfermeiras etc. e estão na linha de frente do combate à Covid19. Eles estão exaustos com tristezas no coração, pois não conseguiram salvar todos os seus pacientes e vejo o impacto que a luta diária contra a doença causa a eles”, salientou. (...) Em meio ao agravamento da pandemia no país, onde mais de 340 mil vidas foram perdidas, a terapeuta e psicanalista Samiza Soares ressalta que o acompanhamento de um profissional da saúde mental é de extrema importância para auxiliar no enfrentamento aos transtornos da mente. Segundo ela, os pacientes com transtorno apresentam sintomas caracterís�cos que vão desde pesadelos, 12@professorferretto @prof_ferretto terrores noturnos, medo de sair de casa, irritabilidade, hipersensibilidade emocional, nervosismo e dificuldade de concentração, além de alterações repen�nas do humor, choro e depressão. “Nosso desafio é cuidar da saúde, do corpo e da mente. Infelizmente, hoje não podemos nos relacionar presencialmente como antes, o risco de nos infectarmos é iminente, além, é claro, de ser irresponsabilidade contrariar as medidas de segurança para conter o avanço da doença. Sendo assim, nossa alterna�va é usar a tecnologia a favor da ciência e apostar em alterna�vas, como as terapias on-line”, concluiu. (Disponível em: h�ps://revistacenarium.com.br/ninguem-esta-imune- aos-efeitos-psicologicos-provocados-peloisolamento- social-na-pandemia-alerta-psicanalista/) Leia o trecho: “Segundo ela, os pacientes com transtorno apresentam sintomas caracterís�cos que vão desde pesadelos, terrores noturnos, medo de sair de casa, irritabilidade, hipersensibilidade emocional, nervosismo e dificuldade de concentração, além de alterações repen�nas do humor, choro e depressão.” As palavras podem ser formadas a par�r de vários processos. Os termos destacados são exemplos de derivação a) parassinté�ca e imprópria, respec�vamente. b) sufixal e imprópria, respec�vamente. c) sufixal e regressiva, respec�vamente. d) sufixal e parassinté�ca, respec�vamente. e) imprópria e regressiva, respec�vamente. GR0724 - (Fgvsp) Pastora de nuvens, fui posta a serviço por uma campina tão desamparada que não principia nem também termina, e onde nunca é noite e nunca madrugada. (Pastores da terra, vós tendes sossego, que olhais para o sol e encontrais direção. Sabeis quando é tarde, sabeis quando é cedo. Eu, não.) Cecilia Meireles. Esse trecho faz parte de um poema de Cecília Meireles, in�tulado Des�no, uma espécie de profissão de fé da autora. A palavra desamparada é formada por: a) derivação prefixal e sufixal. b) derivação prefixal. c) derivação parassinté�ca. d) composição por aglu�nação. e) composição por justaposição. 13@professorferretto @prof_ferretto