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Definição 
A Política de Humanização da Saúde no Brasil: princípios e diretrizes, 
conceitos e estrutura, implementação no SUS e desafios presentes e futuros. 
Propósito 
Compreender a Política de Humanização da Saúde e a relação de sua 
implementação destacando principalmente as mudanças de gerir e cuidar que 
essa prática possibilita na assistência do SUS no cotidiano dos serviços de 
saúde. 
Objetivos 
Módulo 1 
Compreender o conceito e as razões da implementação da Política Nacional 
de Humanização 
Módulo 2 
Identificar as características da Política Nacional de Humanização e seu 
impacto nas mudanças assistenciais do SUS 
Módulo 3 
Reconhecer as diretrizes e os princípios da Política Nacional de 
Humanização 
Módulo 4 
Identificar os desafios presentes e futuros que a Política Nacional de 
Humanização 
Introdução 
O Sistema Único de Saúde (SUS) desde sua implementação vem sendo 
aperfeiçoado e a Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, 
criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão 
Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, foi um dispositivo de 
avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da 
atenção da saúde no Brasil. 
Entre os principais propósitos está o envolvimento dos trabalhadores, dos 
gestores e dos usuários do sistema nas práticas humanizadas de assistência. 
A política envolve o uso de tecnologias e de compartilhamento de práticas que 
auxiliem a gestão e a atenção, com intuído de aprimorar estratégias e 
metodologias que mudem de forma sustentáveis antigos modelos que não 
incluíam a humanização em suas realizações. A implementação de processos 
de acompanhamento e avaliação bem-sucedidas são partilhadas com outros 
gestores e resultam em saberes construídos e divulgados para que, por meio 
da comunicação destas práticas, virem referência. 
 
 
 
Atenção 
Ao longo dos módulos vamos entender como a 
implementação desta política se deu, seus conceitos, 
diretrizes e como é o funcionamento na prática. O 
objetivo principal é reconhecer as vantagens e ganhos 
que a PNH proporciona. Vamos compreender que 
essa política é o motor de mudanças para melhorias 
do SUS e entender como a comunicação passou a ser 
a engrenagem do HumanizaSUS. 
 
 
 
O reconhecimento da comunicação como um insumo de saúde na PNH 
permitiu a transversalidade na assistência que era rara e pouco utilizada antes 
das mudanças. 
Módulo 1 
Humanização da saúde no Brasil 
1.1 A humanização como componente de criação 
do SUS 
Para entender o processo de humanização e da necessidade de se ter uma 
política específica para o tema é importante lembrar da origem do Sistema 
Único de Saúde – SUS. Antes da existência do SUS, só tinha acesso ao 
sistema de tratamento de saúde os trabalhadores com carteira de trabalho 
assinada, que contribuíam para a previdência. O acesso ao sistema era restrito 
e a necessidade de assistência dos que não possuíam essa condição era feita 
pelo terceiro setor, pelas Santas Casas de Saúde ou pela igreja. 
A proposta da criação do SUS se pauta na humanização e no acesso. Essas 
eram as reivindicações do movimento de Reforma Sanitária, que desde o 
início mostrava a necessidade da construção de um sistema de saúde que não 
apenas garantisse acesso a todos, mas acesso de qualidade. 
A proposta era ofertar alternativa para o modelo vigente hospitalocêntrico, que 
apresentava inúmeros vícios. Alguns deles merecem ser evidenciados, mas 
não foram os motivos exclusivos para a necessidade da criação de um novo 
sistema. Havia antes a fragmentação dos processos de trabalho em saúde, a 
centralização do poder; o ensino médico não era associado a realidade 
sanitária da população e havia uma dependência da indústria farmacêutica. O 
sistema antigo padecia de longas e demoradas filas, não havia orçamento para 
a saúde e por esses e muitos outros problemas um movimento de reforma 
sanitária se formou para buscar formas alternativas para a assistência vigente 
que contemplasse as necessidades sanitárias da sociedade. 
 
Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público 
de saúde, sem discriminação. É importante entender que antes do SUS, o 
sistema não tinha sua porta de entrada aberta para qualquer cidadão, também 
não ofertava atenção integral à saúde. Foi com sua implementação que a 
saúde passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por 
toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e 
a promoção da saúde a saber: 
 
Gestão das ações e dos serviços de saúde 
 
A A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa 
entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede 
que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de 
saúde. Engloba a atenção primária, média e alta complexidades, os serviços 
urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das 
vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 
 
 
Se compreendermos que desde a sua estruturação o SUS já previa ações de 
humanização compreenderemos também que o PNH é uma das melhorias 
contínuas que o SUS enfrenta desde a sua criação. O SUS é um dos mais 
complexos sistemas de saúde do mundo. Toda estrutura é montada para 
romper com o sistema hospitalocêntrico de assistência e defender o lado do 
conceito ampliado de saúde. Para isso, o SUS traz dois outros conceitos 
importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema significa 
que não estamos falando de um novo serviço ou órgão público, mas de um 
conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado 
contratado e conveniado, que interagem para um fim comum, como explicamos 
na citação acima. E esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e 
a mesma forma de organização em todo país. 
Observe a figura abaixo que explica o funcionamento do SUS: 
 
Qualquer esfera de gestão Federal, Estadual ou Municipal deve ser regida 
pelos princípios doutrinários e organizativos. Os doutrinários são a 
universalidade o que significa que todos universalmente devem ter acesso ao 
sistema. A integralidade, que tange o cuidado integral com a saúde observa 
todas as necessidades do usuário e a equidade que evidencia atendimento de 
acordo com a necessidade de cada indivíduo oferecendo mais a quem mais 
precisa e menos a quem precisa de menos cuidado. 
Pautados pelos princípios organizatórios o atendimento deve ser 
descentralizado, regionalizado, hierarquizado e baseado na participação social, 
sem perder de vista a resolubilidade, ou seja que o problema de saúde seja 
cuidado e resolvido, com destaque para a possibilidade com 
complementaridade no setor privado, o que significa que, se, na estrutura do 
SUS, não tiver a disponibilidade de oferta de exames ou tratamentos, os 
mesmos podem ser comprados no segundo setor, desde que contratualizados 
pelos gestores. 
1.2 A inserção da humanização na assistência à 
saúde 
Como referenciamos no módulo anterior, o SUS, desde sua implementação, foi 
sofrendo mudanças quanto a necessidade de melhorias. O reconhecimento 
das falhas de humanização foi sendo percebido e em 2001, quando foi criado o 
Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH) 
que visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações 
que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente nas 
relações entre usuários e profissionais da área da saúde, com o objetivo de 
disseminar uma cultura nova de atendimento humanizado. Era um esforço 
coletivo para atingir melhoria na saúde pública no Brasil. 
Desde então, a humanização avançou muito em termos conceituais e também 
em outras instâncias do SUS, e o que era um programa se transformou, ao 
final de 2003, em uma Política: a Política Nacional de Humanização da 
Gestão e da Atenção no SUS (PNH). Com a PNH, as ações de humanização4. ed. 4. reimp. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. 72 p. : il. 
color. (Série B. Textos Básicos de Saúde) 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica; OLIVEIRA, Olga 
Vania Matoso de. Política Nacional de Humanização: o que é implementar: 
(uma síntese das diretrizes e dispositivos da PNH em perguntas e respostas). 
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. 
CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. Saúde Paidéia São Paulo: Hucitec, 2003. 
HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da 
Política Nacional de Humanização. – 4. ed. – Brasília : Editora do Ministério 
da Saúde, 2008. 
NAVARRO, Luisa Milano; PENA, Ricardo Sparapan. A Política Nacional de 
Humanização como estratégia de produção coletiva das práticas em saúde. 
Rev. Psicol. UNESP, Assis , v. 12, n. 1, p. 64-73, jun. 2013 . Disponível em 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
90442013000100007&lng=pt&nrm=iso. acessos em 05 out. 2021. 
PASCHE, Dário Frederico. Et al. Cinco anos da política nacional de 
humanização: trajetória de uma política pública. Ciência & Saúde Coletiva 
[online]. 2011, v. 16, n. 11 [Acessado 3 Outubro 2021] pp. 4541-4548. 
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027. Epub 02 
Dez 2011. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/S1413-
81232011001200027. 
PESSINI, L. Bertachini L (orgs.). Humanização e cuidados paliativos. 
EDUNISC-Edições Loyola, São Paulo, 2004, 319 p. 
PUCCINI, Paulo de Tarso; CECILIO, Luiz Carlos de Oliveira. A humanização 
dos serviços e o direito à saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 
20(5):1342-1353, set-out, 2004. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-90442013000100007&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-90442013000100007&lng=pt&nrm=iso
https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027
https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027
https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027
SANTOS FILHO, Serafim Barbosa. Pesquisa em Humanização: articulações 
metodológicas com o campo da Avaliação. Saúde Transform. Soc., 
Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 01-10, nov. 2014 . Disponível em 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-
70852014000200002&lng=pt&nrm=iso. acessos em 12 out. 2021. 
 
Explore + 
Quer saber um pouco mais sobre o Acolhimento na Atenção básica? Um artigo 
interessante é "ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA DE UM MUNICÍPIO 
DO SERTÃO CENTRAL DO CEARÁ NA PERSPECTIVA DA PNH” das 
autoras Antonia Jussara da Silva Lourenço, Silvia Fernanda de Sousa 
Araújo, Mariza Maria Barbosa Carvalho publicado na revista de Encontro de 
Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), em 2019. 
Já sobre o história da implantação da PNH o artigo PROCESSO DE 
IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO EM 
HOSPITAL GERAL PÚBLICO de Alessandra Barbosa Pereira e João Leite 
Ferreira Neto publicado em 2015 e disponível no google académico é de 
extrema importância. 
E sobre práticas?! Nove experiências bem sucedidas e inovadoras de 
humanização no SUS foram reconhecidas pelo Ministério da Saúde por meio 
do Prêmio #HumanizaSUS. E para mostrar esses casos de sucesso, cinco 
cineastas foram convidados para viajar pelo Brasil e contar essas histórias. 
Estão disponíveis no canal do Youtube do Ministério da Saúde, tendo sido 
publicado em 21 de dezembro de 2016. 
 
Conteudista 
Satina Priscila Marcondes Pimenta Mello 
Advogada, Psicóloga inscrita. Mestre em Administração com ênfase em Gestão 
de Pessoas, Pós-graduada em Direito Público e em Saúde e Intervenção 
Psicossocial. Experiência em trabalhos interdisciplinares na Rede de 
Assistência Social e na Rede de Assistência a Saúde em diferentes 
complexidades. Professora Universitária atuante na área de ciências humanas 
e da saúde há 18 anos. Pesquisadora bolsista nas áreas de afinidade com 
diversos trabalhos publicados nacional e internacionalmente. Produtora de 
material didático no âmbito das ciências humanas e da saúde. Idealizadora do 
Projeto Ressignificando com atendimento Clínico em Psicologia para pessoas 
em situação de vulnerabilidade. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-70852014000200002&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-70852014000200002&lng=pt&nrm=iso
https://www.youtube.com/hashtag/humanizasus
	Definição
	Propósito
	Objetivos
	Módulo 1
	Módulo 2
	Módulo 3
	Módulo 4
	Introdução
	Módulo 1
	Humanização da saúde no Brasil
	1.1 A humanização como componente de criação do SUS
	Gestão das ações e dos serviços de saúde A A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações qua...
	1.2 A inserção da humanização na assistência à saúde
	Papel do PNH diante das contradições do SUS Esta é uma sensível e radical diferença, um importante deslocamento para o enfrentamento das contradições do SUS, pois ali onde se anunciava o problema (os modos de gerir e de cuidar), onde se localizavam a...
	1.3 Razões para humanizar
	1.4 Rede HumanizaSUS
	Resumindo
	Vídeo
	Verificando o aprendizado
	Módulo 2
	A política nacional de humanização e conceitos e estrutura
	2.1 A política nacional de humanização da saúde (PNH)
	Definição de PNH segundo Pasche et. al.
	A PNH apresenta-se não mais como um programa, mas como uma política para se reinventar modos de gerir e modos de cuidar, tomando por diretrizes o acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão democrática, a valorização do trabalhador e a garantia dos ...
	Primeiro
	Segundo
	Terceiro
	2.2 Estrutura da saúde (PNH)
	2.2.1 Estrutura: Princípios
	2.2.2 Estrutura: Método
	2.2.3 Estrutura: Diretrizes
	Diretrizes do Política Nacional de Humanização
	2.2.4 Estrutura: Dispositivos
	2.2.5 Estrutura: Eixos
	Vídeo
	Verificando o aprendizado
	Módulo 3
	Aprofundamentos dos princípios e diretrizes da PNH
	3.1 Dos princípios da PNH da saúde
	Figura X
	Figura X
	3.2 Das diretrizes da PNH da saúde
	Vídeo
	Verificando o aprendizado
	Módulo 4
	Os desafios da Humanização
	4.1 A humanização como desafio constante
	4.1.1 A construção do pensamento de solução
	4.2 Humanização durante a pandemia de COVID-19
	4.2.1 Exemplos de práticas humanizadas durante a COVID-19
	Vídeo
	Verificando o aprendizado
	Considerações finais
	Bibliografia
	Explore +
	Conteudistavoltam-se também para as demais instâncias da saúde, pois a Política objetiva 
a garantia e efetivação do SUS, através da mudança dos modos de fazer, dos 
modelos de atenção e gestão da saúde. 
Então, vamos entender: 
Havia uma necessidade de humanização dos serviços de saúde 
Falhas foram sendo identificadas 
Foi criado um Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar 
A disseminação da cultura da Humanização se estabeleceu 
Foi criada uma Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção no 
SUS 
O PNH surge no sentido de mudar discurso e prática, considerando mudanças 
que podem ser feitas na clínica e na gestão ligados a reorganização de 
movimentos institucionais populares conectados com as mudanças sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
E que fique claro, que: 
Papel do PNH diante das contradições do SUS 
 
Esta é uma sensível e radical diferença, um importante deslocamento para o 
enfrentamento das contradições do SUS, pois ali onde se anunciava o 
problema (os modos de gerir e de cuidar), onde se localizavam as dificuldades 
mais radicais (ação autônoma dos sujeitos) e a impossibilidade da construção 
de planos de ação comum (relação entre sujeitos com interesses e 
necessidades não coincidentes) é que se vai buscar a força e a possibilidade 
da produção da mudança. Ação de contágio e afecção pelo SUS que dá certo, 
que “dá certo” como modo de fazer e como direção ético-política. Das 
experiências concretas nos serviços e práticas do SUS, da análise de sua 
construção, é que a PNH extrai, então, suas construções discursivas e práticas. 
(PASCHE, 2009) 
 
1.3 Razões para humanizar 
Os processos envoltos por humanização desenvolvem uma relação de maior 
qualidade com os pacientes. Vamos refletir! Entender o sofrimento de quem 
está sendo atendido, ouvir opiniões é um ponto-chave para um sistema mais 
eficiente, acolhedor e eficaz. 
É possível antes de mais nada elencar algumas razões para aplicar o PNH na 
assistência e vamos aqui enumerar 5 motivos para dar atenção para essa 
prática: 
1º motivo 
O atendimento humanizado dá conforto – um dos maiores temores da maioria 
dos indivíduos diz respeito ao desconforto das instalações de saúde, salas de 
espera mal higienizadas e atendimentos grosseiros e mal educados que 
refletem na sensação de insatisfação ao realizar um exame ou uma consulta. A 
porta de entrada necessita de um atendimento humanizado em saúde e a 
recepção e o acolhimento impactam diretamente na qualidade dos serviços 
prestados. Quando a estrutura está adequada e confortável a assistência tem 
melhor qualidade. 
2º motivo 
O atendimento humanizado oferece mais chances do paciente voltar. Evasões 
de tratamentos são frequentes e quando o atendimento é feito de forma 
satisfatória os pacientes voltam e indicam as instalações e isso influencia na 
qualidade da assistência. 
3º motivo 
A humanização hospitalar é boa para os profissionais. A integração dos 
colaboradores, a comunicação direta e a formação e capacitação dos 
funcionários que devem ser inseridos no processo de humanização tanto da 
assistência quanto das relações com os intra e intersetoriais. Canais de 
comunicação auxiliam a humanização. 
4º motivo 
A humanização reforça a autonomia e consentimento dos sujeitos. Ao estreitar 
o relacionamento entre os indivíduos, organizações de saúde cooperam para 
que eles ajam de forma horizontal e autônoma, que refletir em ferramentas de 
autoatendimento, de serviços de tira dúvidas, de flexibilização de visitas e 
principalmente na corresponsabilização dos atores. 
5º motivo 
A humanização gera resultados eficazes, quando o atendimento é humanizado 
e existe o acolhimento das necessidades desses sujeitos vulneráveis com uma 
postura acolhedora que eleva a confiança e aumenta a chance desse paciente 
aceitar e atender as solicitações médicas. 
Importante reconhecer as mudanças que a PNH proporcionou para a 
assistência em saúde no SUS ressaltar é que a implementação da PNH busca 
alcançar os seguintes resultados: 
Primeiro 
A redução das filas e o tempo de espera com ampliação do acesso, e 
atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco; 
Segundo 
Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua 
saúde e a rede de serviços que se responsabilizará por sua referência territorial 
e atenção integral; 
Terceiro 
As unidades de saúde garantirão os direitos dos usuários, orientando se pelas 
conquistas já asseguradas em lei e ampliando os mecanismos de sua 
participação ativa, e de sua rede sociofamiliar, nas propostas de plano 
terapêutico, acompanhamento e cuidados em geral; 
Quarto 
As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e 
usuários, com investimento na educação permanente em saúde dos 
trabalhadores, na adequação de ambiência e espaços saudáveis e acolhedores 
de trabalho, propiciando maior integração de trabalhadores e usuários em 
diferentes momentos (diferentes rodas e encontros); 
Quinto 
Serão implementadas atividades de valorização e cuidado aos trabalhadores 
da saúde. 
E que os processos de partilhamento de experiências favorece para que outros 
atores conheçam e reconheçam os processos adotados, bem como as 
dificuldades de atingir os objetivos o que culminará em um SUS melhor. 
1.4 Rede HumanizaSUS 
HumanizaSUS é uma rede colaborativa e social composta por pessoas 
envolvidas nos processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS. 
Objetiva produzir uma ágora, uma praça pública, um espaço que permita: o 
encontro, a troca, a afetação recíproca, o conhecimento, o afeto, o 
acolhimento, a arte da composição de uma multiplicidade de visões. A rede 
HumanizaSUS abre espaço para o protagonismo de seus participantes 
possibilitando o compartilhamento das vivências, desafios, atualidades e uma 
série de formas de conhecimento produzido em humanização por meio de 
textos, vídeos e fotos que constroem a história da PNH. 
No ar desde fevereiro de 2008, a Rede HumanizaSUS (RHS) representa a 
PNH na constituição de uma inteligência coletiva para apoiar a humanização do 
SUS e na garantia dos direitos de seus usuários e trabalhadores. O uso do 
ambiente virtual colaborativo em rede abre permite que os envolvidos possam 
se comunicar, expressar as insuficiências e potências do SUS, construir 
coletivamente possíveis alternativas. 
A rede possui um aplicativo para dispositivos móveis que oferta interação e 
troca de experiência, na plataforma mobile. 
 
O funcionamento dessa imensa “máquina expressiva” depende da articulação 
de um conjunto de fatores, dentre os quais destacaremos três: o 
desenvolvimento contínuo da plataforma segundo a lógica do design 
colaborativo, a constituição de um coletivo de editores/cuidadores da rede e o 
desenvolvimento de estratégias junto a outras redes sociais. 
Para isso faz-se necessário a divulgação deste espaço de princípio constitutivo 
do design colaborativo, automoderado e acessível. 
 
Resumindo 
HumanizaSUS é o documento base para gestores e trabalhadores do SUS, 
tanto no âmbito dos resultados esperados, quanto nos processos disparados, 
está-se procurando ajustar metodologias para monitoramento e avaliação 
(articulados aos planos de ação), cuidando para que o próprio processo 
avaliativo seja inovado à luz dos referenciais da PNH, em uma perspectiva 
formativa, participativa e emancipatória, de aprender-fazendo e fazer-
aprendendo. 
 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
 
Verificando o aprendizado 
1) O SUS possui princípios doutrinários e organizativos. Avalie e assinale a 
sequência correta dos princípios e sua tipologia. 
a) Universlidade – Doutrinário; Regionalização – Organizativo; 
Hierarquização – Organizativo. 
 
b) Integralidade – Doutrinário; Participação social – doutrinário; 
Descentralização – Doutrinário. 
 
c) Regionalização – Organizativo; Descentralização – Organizativo; 
Universalidade – Organizativo. 
 
d) Equidade – Organizativo; Resolubilidade- Organizativo; Universalidade 
– Organizativo. 
 
2) Visa melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações que 
davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente nas relações 
entre usuários e profissionais da área da saúde, com o objetivo de disseminar 
uma cultura nova de atendimento humanizado. Era um esforço coletivo para 
atingir melhoria na saúde pública no Brasil. Esse é o conceito de: 
a) Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar 
(PNHAH). 
 
b) Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção no SUS 
(PNH). 
 
c) HumanizaSUS. 
 
d) Sistema Único de Saúde. 
 
3) Sobre o eixo e suas atuações assinale a relação que está correta 
 
1. Gestão do Trabalho 
2. Financeiro 
3. Atenção 
4. Educação Permanente 
 
A. Incentivo e ações integrais inovadoras nos processos de trabalho que 
busquem o compartilhamento dos cuidados que resultem em autonomia e 
protagonismo dos sujeitos. 
B. Repassar recursos fundo a fundo ou vinculados a programas específicos 
para os gestores comprometidos com a PNH. 
 
C. Incluir conteúdo ou componentes curriculares de cursos de graduação, pós-
graduação e extensão em saúde, vinculando-se às instituições de formação e 
Orientar processos de educação permanente em saúde de trabalhadores nos 
próprios serviços de saúde; 
 
D. Promover ações que assegurem a participação dos trabalhadores nos 
processos de discussão e decisão, fortalecendo e valorizando os 
trabalhadores, sua motivação, seu desenvolvimento e seu crescimento 
profissional; 
a) 1B, 2C, 3D, 4A 
 
b) 1D , 2B , 3A, 4C 
 
c) 1A, 2D, 3B, 4C 
 
d) 1D, 2B, 3C, 4A 
 
Módulo 2 
A política nacional de humanização e 
conceitos e estrutura 
2.1 A política nacional de humanização da saúde 
(PNH) 
O Sistema Único de Saúde (SUS) desde sua implementação, pela lei pela Lei 
8080/1990, enfrentou dificuldades avanços e retrocessos. As necessidades de 
melhorias sempre foram consideradas e respeitadas e a Humanização era uma 
das áreas que necessitava de atenção. Havia uma série de iniciativas de 
humanização mas com baixa transversalidade entra os programas e setores do 
Ministério da Saúde. Um cenário de alerta e cuidado com o tema se formou e 
o caminho para solucionar alguns gargalos culminou na Política Nacional de 
Humanização - HumanizaSUS. 
Os principais desafios a serem superados se relacionavam com a qualidade e 
com a dignidade no cuidado em saúde. Havia a necessidade de se redesenhar 
e articular iniciativas de humanização do SUS que envolvesse os problemas no 
campo da gestão e da organização do trabalho em saúde, sem deixar de fora 
nenhum ator envolvido no processo. 
 
A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 2003 
pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e 
Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no que tange as 
ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. 
Pasche et. al; define a PNH, como: 
 
Definição de PNH segundo Pasche et. al. 
A PNH apresenta-se não mais como um programa, mas como uma política 
para se reinventar modos de gerir e modos de cuidar, tomando por diretrizes o 
acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão democrática, a valorização do 
trabalhador e a garantia dos direitos dos usuários. Estas diretrizes se apóiam 
em três princípios: a ampliação da transversalidade ou aumento do grau de 
abertura comunicacional intra e intergrupos, favorecendo a capacidade de 
interferência mútua entre sujeitos e a sua capacidade de deslocamento 
subjetivo; a inseparabilidade entre gestão e atenção e, finalmente, a aposta no 
protagonismo dos sujeitos em coletivos. A humanização se singulariza na 
experiência de cada serviço e equipe e, assim, não haveria uma só experiência 
de humanização igual à outra, senão naquilo que tomam por referência, ou 
seja, método e diretrizes ético-políticas, que ganham forma e expressão na 
singularidade da experiência. (PASCHE et.al., 2011, p.4542) 
 
É uma tentativa integrada com objetivos específicos e metas. A política possui 
um site no Ministério da Saúde no qual podemos encontrar os três macro-
objetivos do HumanizaSUS: 
 
Primeiro 
Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos 
conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, 
com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; 
Segundo 
Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos 
gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil; 
Terceiro 
Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de 
formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais 
e instituições. 
 
Sobre os resultados que a PNH busca para o sistema na prática são a redução 
de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; o atendimento 
acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; a Implantação de modelo 
de atenção com responsabilização e vínculo; a garantia dos direitos dos 
usuários; a valorização do trabalho na saúde e a Gestão participativa nos 
serviços. 
2.2 Estrutura da saúde (PNH) 
O Brasil é grande e tem uma diversidade e uma disparidade que não devem 
ser desconsideradas no momento de criação de uma política Pública. Para que 
a implementação acontecesse de modo a contemplar e atender toda rede foi 
estabelecida uma estrutura que define bem os princípios, o método, as 
diretrizes e os dispositivos que devem ser usados. 
Observe a figura abaixo que demonstra com essa alinhados esses conceitos: 
 
2.2.1 Estrutura: Princípios 
Vamos compreender então os princípios (BRASIL, 2010): 
Transversalidade 
Prima pelo aumento do grau de comunicação intra e intergrupos. Utiliza a 
comunicação entre os sujeitos nos processos de produção de saúde 
derrubando as fronteiras dos saberes, dos territórios e poderes instituídos, 
principalmente nas relações de trabalho. 
Indissociabilidade entre atenção e gestão 
Os modos de cuidar instituídos na prática passam a ser indissociáveis dos 
modos de gerir e de se apropriar do trabalho. Não se separa clínica e política, 
entre produção de saúde e produção de sujeitos. 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos 
Trabalhar implica na produção de si e na produção do mundo, das diferentes 
realidades sociais, ou seja, econômicas, políticas, institucionais e culturais. 
Esse princípio apresenta mudanças na gestão e na atenção ganham quando 
ofertam maior efetividade por serem produzidas pela afirmação da autonomia 
dos sujeitos envolvidos. Aumentam as responsabilidades compartilhadas nos 
processos de gerir e de cuidar. 
 
 
 
 
 
Atenção 
Mas afinal o que esta política tem que a difere 
das outras? 
 
 
 
 
2.2.2 Estrutura: Método 
O que a difere principalmente é que tem como base uma diretriz da 
Organização Mundial de Saúde que destaca a importância de “cuidar do 
cuidador”, que era um foco muito importante na primeira década do milênio. 
Nessa vertente a estrutura do cuidar se estabelece em duas direções: uma 
delas está ligada aos processos de trabalho como o vínculo empregatício, a 
remuneração o acesso à tecnologia e produções que favoreçam a 
produtividade dignifiquem seu trabalho e ampliem o seu valor e nessa ordem 
também inclui-se a proteção com a vulnerabilidade a que o profissional de 
saúde está submetido ao exercer suas funções. 
A outra diz respeito as relações de poder que se estabelecem na prática diária 
das organizações e nesse sentido a PNH prima pela inclusão dos sujeitos 
ativos no planejamento, execução e avaliação das atividades da saúde. A 
participação deixa de ser exclusiva da esfera direta do campo do cuidado e 
passa a tomar outros espaços como os de gestão e decisão. O profissional 
passa a não dissociar mais a gestão e a tomada de decisão do cuidado sendo 
inserido nesse processo de forma integral. 
Essa é a diferença. É uma mudança metodológica que privilegia oMétodo da 
Tripla Inclusão que contempla: 
 
Mas como essa inclusão acontece na prática? O envolvimento dos atores se dá 
nas rodas de conversas, no incentivo às redes e movimentos sociais e na 
gestão dos conflitos gerados pela inclusão das diferenças. É um envolvimento 
diários em que o protagonismo e a corresponsabilidade permitem o reinventar 
dos processos de trabalho. Quando esse envolvimento se dá no âmbito sócio 
familiar nos processos de cuidado com o enfermo nota-se um poderoso recurso 
para ampliar a corresponsabilização e um empenho maior no processo de cura. 
Esse método depende das diretrizes que bem estabelecidas permeiam a 
prática. 
2.2.3 Estrutura: Diretrizes 
Para que a política funcione o estabelecimento das diretrizes com a definição 
do que é, e do que é preciso fazer para que a humanização se estabeleça de 
forma real é necessário. Observe o quadro abaixo que contempla diretrizes 
importantes que norteiam a PNH. 
 
 
Diretrizes do Política Nacional de Humanização 
 
 
 
Gestão Participativa e cogestão 
O que é? Como fazer? 
Cogestão significa a inclusão de novos 
sujeitos nos processos de gestão 
(análise de contexto e problemas; 
processo de tomada de decisão). 
Sendo exercida por um conjunto mais 
ampliado de sujeitos que compõem a 
organização.disorder 
 
Deverão ser organizados espaços 
coletivos de gestão para a produção 
de acordos e pactos entre usuários, 
trabalhadores e gestores. Ex.: 
Colegiados Gestores de Hospitais, de 
Distritos Sanitários e Secretarias de 
Saúde, Colegiado Gestor da Unidade 
de Saúde, Mesas de Negociação 
Permanente, Contratos de Gestão, 
Contratos Internos de Gestão, Câmara 
Técnica de Humanização (CTH), 
Gerência de Porta Aberta, entre 
outros, são arranjos de trabalho que 
permitem a experimentação da 
cogestão no cotidiano da saúde. 
 
 
Acolhimento 
O que é? Como fazer? 
 
Implica na responsabilização do 
trabalhador ou da equipe pelo usuário. 
Acontece desde a chegada até a saída 
ouvindo queixas, considerando 
angústicas, instituindo limites, buscando 
resolutividades com o acionamento de 
redes de internas e externas quando 
necessário. 
Prestar atendimento pautado na 
resolutividade e na responsabilização. 
Ter compromisso com a escuta e dar 
as respostas necessárias as 
necessidades do usuário, respeitando 
sua cultura, seus saberes e sua 
capacidade de avaliar riscos. Trazer 
para o paciente e para sua família 
alternativas em outros serviços de 
saúde para continuidade da 
assistência. 
 
Ambiência 
O que é? Como fazer? 
Organização de espaços saudáveis e 
acolhedores de trabalho. A Ambiência é 
a “Diretriz Espacial” para as demais 
diretrizes da PNH, apontando-se um 
duplo desafio que é o de sintonizar “o 
que fazer” com o “como fazer”, ou seja, 
o conceito de Ambiência e o método 
para a construção coletiva dos espaços 
de saúde.disorder 
Usando o método da tríplice inclusão 
da PNH (figura 1). Na produção do 
espaço de saúde devem interceder os 
saberes que potencializam mudanças. 
A intercessão de diferentes campos 
do saber e das profissões, tais como 
dos arquitetos, dos engenheiros, dos 
médicos, dos nutricionistas, dos 
enfermeiros, dos usuários, entre 
outros, embora muitas vezes 
provoque tensionamentos, valoriza o 
processo de construção coletiva a 
partir de diferentes olhares. Trata-se, 
assim, de um modo de fazer que 
afirme as especificidades do saber de 
cada um em uma relação de 
interferência para a produção de um 
objetivo comum. 
 
Clínica Ampliada e Compartilhada 
O que é? Como fazer? 
Prática interdisciplinar com a proposta 
de entender o significado do 
adoecimento e tratar a doença no 
contexto de vida propõe qualificar o 
modo de se fazer saúde. Ampliar a 
clínica é aumentar a autonomia do 
usuário do serviço de saúde, da família 
e da comunidade. É integrar a equipe 
de trabalhadores da saúde de 
diferentes áreas na busca de um 
cuidado e tratamento de acordo com 
cada caso, com a criação de vínculo 
com o usuário. A vulnerabilidade e o 
risco do indivíduo são considerados e o 
diagnóstico é feito não só pelo saber 
dos especialistas clínicos, mas também 
leva em conta a história de quem está 
sendo cuidado, de modo a possibilitar 
decisões compartilhadas e 
compromissadas. 
Utilizando recursos que permitam 
enriquecimento dos diagnósticos 
(outras variáveis além do enfoque 
orgânico, inclusive a percepção dos 
afetos produzidos nas relações 
clínicas) e a qualificação do diálogo 
(tanto entre os profissionais de saúde 
envolvidos no tratamento quanto 
destes com o usuário), de modo a 
compreender a doença e se 
responsabilizar na produção de sua 
saúde, possibilitando decisões 
compartilhadas e compromissadas 
com a autonomia e a saúde dos 
usuários do SUS. Para implantar essa 
diretriz da PNH é importante também 
que sejam discutidas outras 
orientações, como o Projeto 
Terapêutico Singular, Equipe de 
referência e apoio matricial, co-gestão 
e o acolhimento. 
 
Valorização do Trabalhador 
O que é? Como fazer? 
É importante dar visibilidade à 
experiência dos trabalhadores e incluí-
los na tomada de decisão, apostando 
na sua capacidade de analisar, definir e 
qualificar os processos de trabalho. 
O Programa de Formação em Saúde 
e Trabalho e a Comunidade Ampliada 
de Pesquisa são possibilidades que 
tornam possível o diálogo, intervenção 
e análise do que gera sofrimento e 
adoecimento, do que fortalece o grupo 
de trabalhadores e do que propicia os 
acordos de como agir no serviço de 
saúde. É importante também 
assegurar a participação dos 
trabalhadores nos espaços coletivos 
de gestão. 
 
 
Defesa dos Direitos dos Usuários 
O que é? Como fazer? 
Os usuários de saúde possuem direitos 
garantidos por lei e os serviços de 
saúde devem incentivar o 
conhecimento desses direitos e 
assegurar que eles sejam cumpridos 
em todas as fases do cuidado, desde a 
recepção até a alta. 
Todo cidadão tem direito a uma 
equipe que cuide dele, de ser 
informado sobre sua saúde e também 
de decidir sobre compartilhar ou não 
sua dor e alegria com sua rede social. 
 
 
Entendemos os princípios, os métodos utilizados pela PNH, as principais 
diretrizes compreendendo do que se trata cada uma e posteriormente como 
fazer para que as mesmas sejam implementas, agora vamos identificar que 
dispositivos existem para fazer tudo isso funcionar. 
2.2.4 Estrutura: Dispositivos 
Para que servem esses dispositivos e o que são eles? 
Na PNH foram desenvolvidos vários dispositivos que são postos a funcionar 
nas práticas de produção de saúde, envolvendo coletivos e visando promover 
mudanças nos modelos de atenção e de gestão o bom funcionamento destes 
dispositivos dependem do comprometimento dos atores em realizar as 
mudanças que o sistema necessita para funcionar adequadamente. 
Os dispositivos são (BRASIL, 2010): 
• Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de 
Humanização (CTH) - Colegiado Gestor; 
• Contrato de Gestão - Sistemas de escuta qualificada para usuários e 
trabalhadores da saúde: gerência de “porta aberta”; ouvidorias; grupos 
focais e pesquisas de satisfação, etc; 
• Visita aberta e direito à acompanhante; 
• Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e 
Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP) - Equipe Transdisciplinar 
de Referência e de Apoio Matricial; 
• Projetos co-geridos de ambiência; 
• Acolhimento com classificação de riscos; 
• Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva; 
• Projeto Memória do SUS que dá certo. 
 
 
 
 
 
Atenção 
Esses dispositivos encontram-se detalhados em 
cartilhas, textos, artigos e documentos específicos de 
referência, disponibilizados nas publicações e site 
da PNH. 
 
 
 
 
2.2.5 Estrutura: Eixos 
O que facilita a implementação a difusão e a institucionalização da PNH são os 
vários eixos de ação e a apropriação de seus resultados pela sociedade. 
 
Instituições do SUS 
No eixo das instituições do SUS – a PNH deve fazer parte dos planos 
estaduais e municipais dos governos,como já faz do Plano Nacional de Saúde 
e dos Termos de Compromisso do Pacto Pela Saúde; 
Gestão do trabalho 
No eixo da gestão do trabalho – promover ações que assegurem a 
participação dos trabalhadores nos processos de discussão e decisão, 
fortalecendo e valorizando os trabalhadores, sua motivação, seu 
desenvolvimento e seu crescimento profissional; 
Financiamento 
No eixo do financiamento – repassar recursos fundo a fundo ou vinculados a 
programas específicos para os gestores comprometidos com a PNH. 
Atenção 
No eixo da atenção – incentivas e ações integrais inovadoras nos processos 
de trabalho que busquem o compartilhamento dos cuidados que resultem em 
autonomia e protagonismo dos sujeitos. 
Educação permanente em saúde 
No eixo da educação permanente em saúde – incluir conteúdo ou 
componentes curriculares de cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
em saúde, vinculando-se às instituições de formação e orientar processos de 
educação permanente em saúde de trabalhadores nos próprios serviços de 
saúde; 
Informação/comunicação 
No eixo da informação/comunicação – incluir a PNH na mídia e nos debates 
de saúde. 
Gestão da PNH 
No eixo da gestão da PNH – planejar, monitorar e avaliar ações baseadas em 
seus princípios, diretrizes e dispositivos (aqueles que vimos no módulo 1) 
dimensionando seus resultados e gerando conhecimento específico na 
perspectiva da humanização do SUS. 
Se entendermos que cada um dos eixos tem uma proposta de aplicabilidade 
para que a humanização aconteça é possível transformar encontrando o eixo e 
aplicando a proposta de intervenção. 
 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada em 
método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos de atuação. As 
assertivas abaixo dizem respeito a diretrizes que compõem a PNH do SUS. 
Assim sendo, analise cada uma e indique a sequência correta: 
 
I. Prática interdisciplinar com a proposta de entender o significado do 
adoecimento e tratar a doença no contexto de vida propõe qualificar o modo de 
se fazer saúde. 
 
II. Implica na responsabilização do trabalhador ou da equipe pelo usuário. 
Acontece desde a chegada até a saída ouvindo queixas, considerando 
angústias, instituindo limites, buscando resolutividades com o acionamento de 
redes de internas e externas quando necessário. 
 
III. Organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho. É um duplo 
desafio que é o de sintonizar “o que fazer” com o “como fazer”. 
 
A relação correta de conceito e afirmativa na sequência é: 
a) Clínica Ampliada, Gestão Participativa e Acolhimento. 
 
b) Acolhimento, Ambiência, Gestão Participativa. 
 
c) Ambiência, Acolhimento, Gestão Participativa. 
 
d) Gestão Participativa, Acolhimento, Ambiência. 
 
e) Clínica Ampliada, Gestão Participativa e Ambiência. 
 
2) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada 
em método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos e atuação. 
Quanto ao método o mesmo é intitulado como de tríplice inclusão. Assim 
sendo, considere as afirmativas e complete as lacunas com a sequência 
correta 
 
I - __________________ (gestores, trabalhadores e usuários) no sentido da 
produção de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade. Modo de fazer: 
rodas; 
 
II - ___________________ que desestabilizam os modelos tradicionais de 
atenção e de gestão, acolhendo e potencializando os processos de mudança. 
Modo de fazer: análise coletiva dos conflitos, entendida como potencialização 
da força crítica das crises. 
 
III - ___________________seja como movimento social organizado, seja como 
experiência singular sensível (mudança dos perceptos e dos afetos) dos 
trabalhadores de saúde quando em trabalho grupal. Modo de fazer; fomento 
das redes. 
a) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; 
inclusão do coletivo. 
 
b) inclusão dos analisadores sociais; inclusão do coletivo; a exclusão dos 
diferentes sujeitos. 
 
c) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão do coletivo; inclusão dos 
analisadores sociais. 
 
d) a exclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; 
inclusão do coletivo. 
 
e) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; a 
exclusão do coletivo. 
3) O Brasil é país grande e tem uma diversidade e uma disparidade que não 
devem ser desconsideradas no momento de criação de uma política Pública. 
Esta observação foi realizada no momento da criação da Política Nacional e 
Humanização (PNH). Contudo, para que a implementação desta Política 
acontecesse de modo a contemplar e atender à todos foi estabelecida uma 
estrutura. É correto dizer que a estrutura do PNH contempla: 
a) Humanização, princípios, métodos e dispositivos. 
 
b) Métodos, Humanização, dispositivos e princípios. 
 
c) Princípios, métodos, diretrizes e dispositivos. 
 
d) Diretrizes, Humanização, princípios e métodos. 
 
 
 
 
 
Módulo 3 
Aprofundamentos dos princípios e 
diretrizes da PNH 
3.1 Dos princípios da PNH da saúde 
Nos últimos dois módulos compreendemos a importância da implementação da 
Política Nacional de Humanização. Vimos que a humanização está presente na 
construção do SUS e compreendemos que os processos de disseminação e 
propagação das estratégias dessa política são frutos de uma construção e que 
antes de se consolidar como uma política, inúmeras tentativas que inserir a 
humanização na assistência foram adotadas. Foi um caminho percorrido com 
cuidado e responsabilidade. Compreendemos os eixos que precisam ser 
contemplados e como ações práticas podem ser partilhadas nas redes para 
que sirvam de norteador para outros profissionais e outros gestores. 
A necessidade e implementar a humanização é inegável. Puccini e Cecilio 
destacam que “a humanização é um movimento com crescente e disseminada 
presença, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de intervenção 
eleita” (PUCCINI; CECILIO, 2004, p. 1.344). Os autores destacam ainda que 
que a prática desta política aumenta o grau de responsabilidade dos atores que 
constituem a rede do SUS e que essas mudanças implicam na transformação 
da cultura dos usuários e dos gestores em relação ao cuidado com a saúde. 
Mas essas mudanças são ordenadas porque a Política Nacional de 
Humanização se pauta em três princípios que vamos entender a seguir: 
Figura X 
 
Observando a figura acima vemos que a Política Nacional de Humanização – 
PNH se pauta em três princípios: inseparabilidade entre a atenção e a gestão 
dos processos de produção de saúde, transversalidade e autonomia e 
protagonismo dos sujeitos. 
“Os princípios da Política Nacional de Humanização se baseiam em 
orientações clínicas, éticas e políticas, procurando não apenas se restringirem 
ao campo biológico, mas também reconhecerem os direitos das pessoas de 
poder participar em todos os processos que dizem respeito a sua vida 
relacionada aos serviços de saúde”. 
(BRASIL, 2016) 
Vamos entender esses princípios e como eles funcionam na prática! 
Transversalidade 
Para entendermos como esse princípio funciona na prática é importante 
conhecer sua definição. Segundo o Dicionário Dicio on line a transversalidade 
“se característica da disciplina que possibilita compreender outras, tendo em 
conta as relações estabelecidas entre elas”, também pode significar colocar 
pontos em contato para que haja comunicação entre eles. 
Quando existe a transversalidade todas as áreas interagem e os usuários 
conversam permitindo que sua vivência faça parte do processo. O profissional 
preparado para colocar esse princípio em prática deve considerar os relatos de 
vida do usuário, antes de fazer uso exclusivo do seu conhecimento técnico-
científico. 
Entender a essência do princípio para aplica-lo na prática é importante. Se na 
vivência diária da assistência o grau de comunicação intra e intergrupos for 
maior há umatransformação dos modos de relação e de comunicação entre os 
sujeitos implicados nos processos de saúde. Assim vai se rompendo as 
barreiras dos saberes, em que todos os conhecimentos são valorizados. A 
transversalidade na prática, ocorre por exemplo, quando orientada pela Gestão 
Participativa e Cogestão. 
Indissociabilidade/ Inseparabilidade entre atenção e gestão 
Esse princípio defende que não sejam separados os modos de cuidar, do de 
gerir e da apropriação do trabalho. A defesa da inseparabilidade se dá porque 
quando existe a inclusão de todos os sujeitos nos processos de produção de 
saúde, há uma tendência, de mudanças na gestão. Todos se sentem capazes 
e se comunicam melhor. Nesse aspecto os gestores, usuários e trabalhadores 
passam a se corresponsabilizar e transformar seus espaços com 
pertencimento. Esse princípio tem uma relação bem intensa com a 
corresponsabilização já prevista na constituição e muito defendida na criação 
do SUS, na lei 8080. 
A participação dos coletivos e o envolvimento e atuação deles auxilia na 
produção e na articulação de arranjos, pactos e das ações concretas, que são 
capazes de viabilizar mudanças na gestão, indispensáveis para que haja 
também mudanças nos modos de atenção à saúde (CAMPOS, 2003). 
A essa participação que inclui gestores, usuários e trabalhadores, damos o 
nome de tríplice inclusão. Este método, esta forma de conduzir o processo de 
construção da PNH foi nomeado como tríplice inclusão. 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos coletivos 
Para entender esse princípio é importante definir alguns conceitos. Vamos 
entender o que é protagonismo e autonomia. Quem atua com protagonismo é o 
protagonista. Segundo o dicionário Michaeles: 
Protagonista é o participante ativo ou de destaque em um acontecimento. 
Agora vamos entender o que é autonomia. Segundo o dicionário Michaeles: 
Autonomia é a liberdade moral ou intelectual do indivíduo; 
independência pessoal; direito de tomar decisões livremente. 
Quando os envolvidos agem com autonomia e tem o direito de tomar decisões 
livremente ele começa a atuar como protagonista e ganha destaque diante dos 
acontecimentos. Consequentemente há uma valorização individual de cada 
cidadão, permitindo não só a presença em momentos decisivos das unidades 
de saúde, mas também permitindo a real participação nos momentos de 
definições de políticas para a comunidade. 
Desta forma ele se sente corresponsável e com a garantia de voz e voto. 
“Esses princípios permitem que a população se insira de forma a decidir quais 
os serviços que devem ser implantados a partir das suas necessidades e as 
áreas prioritárias, sem, contudo, deixar de valorizar o saber adquirido e 
especializado dos trabalhadores da saúde, bem como considerar as 
peculiaridades da gestão da rede de assistência à saúde.” 
(BRASIL, 2016) 
Não é apenas sobre opinar. Esse protagonismo gera mudanças na gestão e na 
atenção, ganham maior efetividade porque passam a ser construídos baseado 
na afirmação produzida pela autonomia dos sujeitos envolvidos. As 
responsabilidades nos processos de gerir e de cuidar passam a ser 
compartilhadas considerando e respeitando as realidades sociais, econômica, 
políticas, institucionais e culturais. Há uma interligação entre os princípios que 
se apoiam e complementam, cada um apoia e sustenta o outro, agem de forma 
interconectada e quando como podemos observar: 
 
Figura X 
 
3.2 Das diretrizes da PNH da saúde 
Além dos princípios é importante reconhecer as diretrizes e orientações gerais. 
São diretrizes da PNH: 
 
 
 
Acolhimento 
Clínica Ampliada 
Cogestão 
Defesa dos Direitos dos usários 
Fomento de grupalidades, coletivos e redes 
Valorização do trabalho e do trabalhador 
Construção de memória do SUS que dá certo 
 
Nós vimos no módulo 2 um quadro com essas diretrizes o que vamos 
entender nessa aula é com a transversalidade permite o cruzamento dessas 
orientações. Utilizando o material do Ministério da Saúde produzido por Olga 
Vânia Matoso de Oliveira (2010) para compreender esses conceitos. 
 
 
 
 
 
Dica 
Vamos compreender cada uma das diretrizes? 
 
 
 
 
Acolhimento 
O acolhimento é responsabilidade de toda equipe e é importante destacar que 
quando dizemos toda equipe incluímos, servidores que atuam na segurança, 
na limpeza, na recepção. O acolhimento que deve existir em todas as práticas 
de assistência diárias está intimamente ligado aos aspectos éticos e também 
aso aspectos políticos porque a acesso aos tratamentos de saúde é um direito 
político do cidadão. 
E ai temos que compreender que a comunicação funciona como um insumo de 
saúde, no sentido de que a construção do vínculo se estabelece com a escuta 
e de desenvolve com a garantia do acesso, com a inclusão da 
responsabilização e com a resolutividade dos serviços. 
O acolhimento é uma resposta às necessidades dos usuários que buscam os 
serviços de saúde. Só com uma atitude acolhedora que respeite a diversidade 
racial, ética, cultural dos usuários é que as dificuldades serão minimizadas. 
Para a autora entre os principais objetivos do acolhimento estão: 
“Acolher, escutar a queixa, os medos e as expectativas do usuário, identificar 
os riscos e a vulnerabilidade, perceber a avaliação do próprio usuário em 
relação ao seu estado, além de responsabilizar à equipe para dar uma resposta 
ao problema/demanda/necessidade do usuário. Prestar um atendimento 
resolutivo, orientando/encaminhando, quando for o caso, o paciente e a sua 
família, para outros serviços de saúde, seja para atendimento ou continuidade 
da assistência”. 
(OLIVEIRA, 2010) 
Se reconhecermos que acolher significa transpor a individualidade e o 
verticalismo e que é uma atitude de inclusão, respeitando a relação com algo 
ou com alguém compreendemos sua transversalidade. Um acolhimento 
adequado pode significar uma entrada no sistema de assistência com 
tranquilidade e cuidado, pode significar uma não evasão de um tratamento, ou 
até mesmo uma vida salva. 
Clínica Ampliada 
A clínica ampliada significa ver as que as pessoas de forma ampliada e que 
não se limitam às expressões das doenças de que são portadoras. Vai além de 
um atendimento realizado por um profissional de saúde que receita um remédio 
ou pede um exame. 
Entender cada pessoa como única e fazer com que os serviços de saúde o 
percebam como tal. Reconhecer que cada pessoa possui suas singularidade, 
sentimentos e medos diferentes e um conjunto de sinais e sintomas que se 
expressam de forma diferente em cada um. 
A Clínica Ampliada propõe que o profissional de saúde desenvolva a 
capacidade de ajudar as pessoas, não só a combater as doenças, mas 
transformar-se, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não as 
impeça de vivenciar outras coisas na sua vida. 
Por meio da clínica ampliada é possível reconhecer as necessidades do 
paciente para que ele consiga aderir ao tratamento. Quando isso ocorre e se 
pratica a transversalidade é possível encontrar soluções para problemas que 
podem parecer simples mas que impedem a obtenção do cuidado pleno. Um 
exemplo que pode ser usado. Um paciente que tem todo tratamento de 
radioterapia custeado pelo sistema, mas não possui recursos financeiro para 
locomoção. A clínica ampliada é capaz de reconhecer essa necessidade e 
envolver a assistência social para que esse obstáculo seja vencido. 
Cogestão 
A cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos processos de gestão. 
Quando um gestor possui um problema e tenta analisar o contexto, processar o 
acontecimento e tomar decisão sozinho compreendemos que a gestão é 
centralizada, o que o PNH tem como diretriz é que é fundamental envolver um 
conjunto mais ampliado de sujeitos, que sejam componentes da organização 
nas avaliações e nas tomadas de decisão. Desta forma fica claro que todos são 
gestores de seus processos de trabalho posem ser avaliados por uma gestão 
compartilhada. 
Mas esse processo participativo é frutode um acordo com os sujeitos 
envolvidos, que, imbuídos de corresponsabilização com o cuidado, na forma da 
produção de tarefas, as mesmas deixam de se uma imposição sobre eles. A 
experiência do envolvimento compartilhado culmina em uma produção mais 
repleta de responsabilidades que resultará em mais e melhor produção de 
saúde. A vontade de fazer estará ampliada, os pressupostos éticos do fazer da 
saúde se dá por meio do aprender fazendo. 
Quando isso acontece a transversalidade se institui como uma forma de 
interação dos envolvidos. 
Alguns exemplos de como essa cogestão funciona são os colegiados de 
gestores de hospitais em que as trocas de experiência e as decisões são 
tomadas em espaços coletivos, as mesas de negociação permanentes, as 
câmaras técnicas de humanização (CTH) e as gerências as claras de porta 
aberta. Formas de interação de tomada de decisão nos processos de gestão. 
Defesa dos Direitos dos usuários 
A rede de atenção à saúde composta de serviços e equipamentos é um direito 
dos usuários. A prioridade são os serviços de atenção básica e estratégia da 
família que deve cobrir todo território nacional, mas que ainda não é uma 
realidade no país. Os ambulatórios de especialidade os centros de atenção 
psicossocial e o hospital, quem compõem essa rede, articulada pelo cuidado, 
leva em consideração os critérios de vulnerabilidade, risco e condição de 
sofrimento. Nas situações de urgência/emergência, qualquer serviço da rede 
de saúde deverá receber e cuidar da pessoa, bem como encaminhá-la para 
outro serviço no caso de necessidade. Todos esses direitos estão contidos na 
A 1ª “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” foi publicada em 2006 
(Portaria GM/MS nº 675, de 30 de março de 2006) e na A 2ª Carta, uma 
revisão da anterior, ainda se encontra em formato de Portaria (Portaria 
GM/MS nº 1820, de 13 de agosto de 2009), que pode ser acessada no Portal 
do MS: www.saude.gov.br. 
Fomento de grupalidades, de coletivos e de redes 
A proposta de fomentar grupos é importante, porque neles as pessoas 
reconhecem o igual e o diferente, as limitações e as possibilidades, as 
simpatias e as antipatias, os afetos e os desafetos, suportando frustrações, 
compartilhando sentimentos e comunicando-se. 
Valorização do trabalho e do trabalhador 
O profissional de saúde passa então a ter necessidade do seu reconhecimento 
e valorização. O Programa de Formação em saúde e o trabalho e a 
comunidade ampliada de pesquisa são excelentes caminhos para que o 
trabalhador tenha suas práticas respeitas, reconhecidas e valorizadas. A 
equipe também precisa de cuidado de atenção de busca ativa para 
necessidades. Quando isso acontece os espaços de trabalho e a interação da 
equipe fica mais harmônico. 
Portanto, o que é importante salientar é que nesse processo de estabelecer e 
de promover a PNH há diretrizes muito bem estabelecidas e definidas e que a 
transversalidade pode oportunizar experiências de interação com essas 
diretrizes e que soluções inteligentes e aplicáveis podem ser encontradas para 
problemas diários e resolvidas. Quando isso acontece é preciso em um 
primeiro momento identificar e registrar porque esses passam a ser os pontos 
positivos do SUS. 
Um vez registrados é fundamental que se promova a visibilidade das práticas 
assertivas para serem replicadas e adaptadas a cada situação imposta pelo 
sistema. Assim vai se construindo uma memória do SUS que dá certo. 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1) A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 
2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores 
Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no 
que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da 
saúde no Brasil. Política Nacional de Humanização se pauta em três 
princípios, são eles: 
a) Humanização, Indissociabilidade e Transversalidade. 
 
b) Protagonismo e autonomia, Indissociabilidade e Transversalidade. 
 
c) Protagonismo e autonomia, Humanização e Inseparabilidade. 
 
d) Inseparabilidade, Humanização e acessibilidade. 
 
2) A necessidade e implementar a humanização é inegável. Puccini e Cecilio 
destacam que “a humanização é um movimento com crescente e disseminada 
presença, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de intervenção 
eleita” (PUCCINI; CECILIO, 2004, p. 1.344). Os autores destacam ainda que 
que a prática desta política aumenta o grau de responsabilidade dos atores que 
constituem a rede do SUS e que essas mudanças implicam na transformação 
da cultura dos usuários e dos gestores em relação ao cuidado com a saúde. 
Sobre o Protagonismo é possível dizer que: 
a) Quem atua com o Protagonismo é o protagonista, porém ele depende de 
outras pessoas para atuar, principalmente dos gestores. 
 
b) A Autonomia é importante para o Protagonismo, mas ela não pode ser 
exercida sempre porque prejudica as tomadas de decisão. 
 
c) Protagonismo é opinar sem trazer necessariamente mudanças para a 
situação. 
 
d) O Protagonismo depende da Autonomia que é a liberdade moral ou 
intelectual do indivíduo que tem o direito de tomar decisões livremente. 
 
3) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada em 
método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos e atuação. Quanto 
ao método o mesmo é intitulado como de tríplice inclusão. Leia a definição 
abaixo: 
Entender cada pessoa como única e fazer com que os serviços de saúde o 
percebam como tal. Reconhecer que cada pessoa possui suas singularidade, 
sentimentos e medos diferentes e um conjunto de sinais e sintomas que se 
expressam de forma diferente em cada um. 
Marque o conceito a qual ela se relaciona: 
a) Clínica Ampliada. 
 
b) Cogestão. 
 
c) Valorização do trabalho e do trabalhador. 
 
d) Fomento de grupalidades, de coletivos e de redes. 
 
Módulo 4 
Os desafios da Humanização 
4.1 A humanização como desafio constante 
A PNH surgiu como resposta à insatisfação dos usuários do SUS no que diz 
respeito, sobretudo, aos aspectos de relacionamento com os profissionais da 
saúde. Segundo Pessini e Bertachini (2004) o Ministério da Saúde realizou 
em 2000 uma pesquisa junto aos usuários do SUS, havia uma satisfação 
grande com a utilização de aparelhos para o diagnóstico, as técnicas cirúrgicas 
eram bem avaliadas e havia destaque para as ações preventivas do sistema, 
mas quanto ao atendimento dos profissionais os usuários alegavam a ausência 
da humanização. 
A relação com o acolhimento e a criação de vínculo estavam fracas e era 
notória a necessidade de investimento nessa área para que o equilíbrio 
acontecesse. Ressaltava-se a falta de comunicação adequada para 
acompanhar o atendimento tecnicista. Quando o Ministério da Saúde decidiu 
fazer uma avaliação específica identificou contradições entre os direitos 
garantidos por lei e a realidade da assistência. 
Os principais problemas vindos dos cidadãos era a avaliação do SUS e a 
pergunta: Quem cuida de quem? 
A falta de humanização trazia para o usuário uma instabilidade sobre o cuidar e 
a continuidade do cuidado. A ausência do vínculo e da referência fazia com 
que a adesão e interesse pela continuidade do tratamento não existisse e esse 
é um problema para o sistema porque onera e impacta financeiramente a 
assistência. Mudanças eram necessárias e discutir o assunto, primordial. 
 
Os debates ganharam destaque na 11ª Conferência Nacional de Saúde título 
“Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social”. 
As discussões sobre humanização se intensificaram. 
Os profissionais, por sua vez também demonstravam suas insatisfações com a 
estrutura do sistema. Precisou-se ouvir os relatos de dificuldades enfrentadas 
por esses atores, atuantes para que as discussões não girassem apenas sob a 
ótica do usuário. A linha de pensamento adotada foi tentar enxergar esse 
problema como algo que tivesse o devido cuidado. Foi então incluídono âmbito 
das discussões essa problemática que também suscitou outra questão. 
Os principais problemas relatados pelos profissionais era de condições 
concretas de trabalho, ausência de plano de cargos e salários, ausência de 
acesso à tecnologia e educação continuada e muitas reclamações relacionadas 
a gestão do trabalho. 
As fragilidades da gestão também foram reconhecidas pelos gestores que 
destacaram a necessidade reformular algumas questões. 
 
 
Segundo o Ministério da Saúde (2010), o processo de humanização busca 
reverter um quadro de mecanismos, automatismos ou tecnicismos, inerente às 
relações de trabalho, em determinados setores ou grupos de trabalhadores, 
fruto do processo histórico de condução desta política. 
O reconhecimento da necessidade de investir na construção de um novo tipo 
de interação entre os atores que envolva de forma corresponsável, com o 
profissional da saúde, gestores e usuários que passa a ser sujeitos de um 
processo e não objeto dele, priorizando a comunicação entre eles. 
4.1.1 A construção do pensamento de solução 
Nas aulas anteriores compreendemos os princípios, as diretrizes e os 
dispositivos que compõem a PNH. Toda estrutura foi pensada no sentido de 
solucionar problemas, sempre levando em consideração o princípio de 
identificar as diretrizes que precisam ser adequadas e que dispositivos 
precisam ser acionados para resolução do problema. 
Observando a figura abaixo conseguimos compreender o funcionamento: 
 
Vamos dar um exemplo para compreender a dinâmica de como resolver um 
problema do SUS. 
 
 
 
Exemplo 
Dividimos em etapas para ficar mais fácil a 
compreensão: 
1. Iniciamos identificando o problema. 
Problema: fila no pronto socorro e espera longa. 
 
2. É preciso reconhecer a diretriz afetada. 
Diretriz: Acolhimento. 
 
3. Que dispositivos podem ser utilizados para 
apoiar a mudança na gestão. 
 
Dispositivo: Acolhimento com classificação de 
risco. 
 
 
A estratégia é entender o processo com a transversalidade da ambivalência. 
Reconhecer que algumas pessoas podem esperar menos do que as outras. 
Para resolver o problema de pessoas precisando de ser atendidas com mais 
rapidez, passam então por uma classificação e entram no sistema de acordo 
com a necessidade. 
Para construir as alternativas é preciso envolver os sujeitos convidando para 
rodas de conversa e entender os problemas, envolver os coletivos para 
fomentar redes e mobilizar a sociedade e trazer para a gestão alternativas para 
administrar conflitos e fazer mudanças no acesso ao sistema. 
As diretrizes permitem estabelecer novos rumos com a experimentação de 
novos dispositivos, diante disso criar novas realidades e novas formas de 
cuidar, melhorando a assistência e a humanização. 
Uma vez esse ciclo feito, implementado é necessário que se inicie o processo 
de visibilização da nova prática para que outras esferas e outros espaços 
conheçam a dinâmica de criar processos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos observar a figura abaixo que reforça o que estamos tratando aqui: 
 
O que vale ressaltar é que toda e qualquer intervenção proposta pela PNH tem 
como finalidade promover o protagonismo e aumentar o coeficiente de 
autonomia dos sujeitos/equipes/serviços envolvidos no problema estimulando o 
aumentando da capacidade de análise e as possibilidades de intervenção. Isso 
posto é possível encontrar formas de melhorar as práticas de atenção e 
respostas para os usuários porque esse foco é o principal. 
Uma coisa importante é que é preciso desestimular a crítica pela crítica e a 
prática de atitudes repletas de desumanização no SUS. 
Quando as alternativas são criadas, testadas, analisadas e melhoram 
efetivamente o sistema passa-se então a se buscar a divulgação dessas 
mudanças. 
O lugar mais adequado para a troca de experiências do SUS é a Rede 
HumanizaSUS. É uma rede social de atores interessados e envolvidos nos 
processos de Humanização do SUS. Trata-se de uma arena, um espaço livre 
que defende abertamente a Política Nacional de Humanização. A proposta 
do espaço é ampliar o diálogo em torno dos princípios, métodos e diretrizes da 
política. 
Mais conhecida com RHS, atua cotidianamente para fazer um sistema único de 
saúde com equidade, acesso universal e cuidado integral a saúde. O objetivo é 
ter um espaço de colaboração em que é realizado o encontro, a troca, o 
conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, o acolhimento. 
Nesse espaço de escuta sensível e multiplicidade de visão todos podem 
apresentar experiências que permitam o entendimento do que pode ser feito 
para melhorar os processos de trabalho no SUS. 
A proposta é construir a memória do SUS e ampliar o diálogo. A rede tem 
caráter público e é democrática. Também atua como um espaço de apoio 
mútuo que permite o enfrentamento de desafios que a humanização da gestão 
e dos processos de cuidado do SUS. 
Existe desde 2008 como um dos dispositivos oferecidos pela PNH. Mas 
quando pensamos em: O que motiva a criação de uma rede de 
compartilhamentos de experiências no SUS? 
A resposta é clara: Sempre haverá um novo desafio a ser enfrentado no SUS. 
4.2 Humanização durante a pandemia de COVID-
19 
Em 2020 o mundo enfrentou um cenário nunca antes vivenciado na saúde. 
Uma pandemia de COVID-19 (novo coronavírus) de escala global com um 
cenário de restrições e medidas de proteção que atingiram severamente o 
âmbito hospitalar. A pandemia impôs às pessoas medidas restritivas de contato 
e uma superlotação no sistema hospitalar. As consequências impactaram a 
assistência que precisou criar medidas de controle e contenção com adaptação 
de pronto-atendimentos específicos e áreas de isolamento. 
A necessidade de dar suporte aos pacientes internados sem possibilidade de 
ter acompanhantes e o alto índices de pacientes necessitados de UTI´s, além 
do índice alto de mortes fez com que muitas medidas de humanização fossem 
adotadas nos hospitais. 
O novo coronavírus que matou milhões de pessoas em todo mundo e deixou o 
planeta em isolamento marcou profundamente a humanidade e transformou, 
com ensinamentos, comportamentos dentro e fora dos ambientes hospitalares. 
A complicação maior foi o medo do desconhecido. Não saber ao certo como a 
doença atingiria as pessoas e os profissionais da linha de frente da assistência 
trouxe para o ambiente de cuidado muita insegurança. 
Um número alto de pacientes em condições graves de saúde, com um nível de 
complexidade alto de cuidados sobrecarregou as equipes de saúde 
significativamente. As equipes trabalhando incansavelmente, em plantões com 
exaustão mental, um nível alto de óbitos e uma fila grande de pacientes 
necessitados de UTI. 
Protocolos de cuidados e muitos profissionais da saúde que não puderam 
retornar para seus lares, preocupados em contaminar a família. Um alto índice 
de profissionais infectados e no início da pandemia a falta de equipamentos de 
proteção. 
As equipes passaram a se empenhar e se comprometer em criar protocolos 
que pudessem suprir algumas ausências. Um procedimento que tinha sido uma 
conquista para os pacientes, que é o direito a acompanhante foi suprimido. Os 
pacientes eram entregues e suas famílias passavam a receber boletins fonados 
de suas condições diárias de saúde. 
A equipe, além de cuidar de um quantitativo enorme de enfermos, se 
comprometia em ofertar informações para as famílias. Alguns procedimentos 
de contato virtual foram se estabelecendo e falaremos deles mais adiante. 
Nunca foi tão clara a importância de um trabalho multidisciplinar em equipe. 
Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, técnicos 
de enfermagem, profissionais de limpeza, todos unidos para assistir aos 
infectados. As práticas humanizadas sendo pensadas e colocadas em prática 
durante a pandemia para minimizar alguns impactos. 
No Brasil o SUS teve e vem tendo um papel significativo no controle da 
pandemia. Atuando não só no âmbito hospitalar mas no planejamentoe na 
contenção da pandemia, em pesquisas de desenvolvimento de vacinas e na 
gestão de controle e na oferta de imunização. O SUS foi o protagonista desse 
embate. 
Algumas práticas assistenciais humanizadas realizadas no Brasil tiveram um 
impacto tão forte na assistência que ganharam visibilidade e reconhecimento 
fora do país. 
4.2.1 Exemplos de práticas humanizadas durante 
a COVID-19 
As práticas humanizadas servem de exemplo e de norte para que outras 
pessoas repliquem processos. 
Vamos mostrar aqui três exemplos de práticas adotadas na assistência durante 
a pandemia. Veja a seguir! 
Primero exemplo 
A. Técnica da mãozinha 
A enfermeira Lidiane Melo teve dificuldades de medir a saturação de um 
paciente e colocou duas luvas cheias de água quente envolvendo a mão do 
paciente internado para que o mesmo tivesse a sensação de estar com alguém 
segurando a sua mão. A enfermeira relatou que foi um ato de desespero que a 
levou a pensar em uma forma de aquecer o paciente e ofertar acalento. Ao 
realizar o procedimento, a enfermeira conseguiu medir a saturação do interno e 
percebeu que o mesmo se sentiu mais tranquilo. 
Registrou o momento e colocou nas redes sociais. 
O procedimento viralizou e foi elogiado em muitos lugares fora do país e 
inclusive pelo Diretor da OMS, Thedros Adhnom Ghebreyesus que repostou 
o procedimento e elogiou os profissionais que buscaram técnicas para aliviar o 
sofrimento dos infectados. 
 
Segundo exemplo 
B. Prontuário Afetivo 
A técnica trás a humanização através da realização de prontuários criativos, 
visualmente e clinicamente, de pessoas que encontram-se ou encontravam-se 
internadas nas UTIs. A ideia é fornecer informações que vão além do quadro 
clínico do paciente aos trabalhadores da saúde, como por exemplo o gosto 
musical, atividades de lazer, apelido que prefere ser chamado e até fotos dos 
amores da vida de cada um. Imagine o enfermeiro chegar na maca e dizer ao 
invés do nome do paciente, aquele apelido carinhoso que só seus entes 
queridos sabem! Ou ainda colocar a musica dos Titãs a sua banda favorita 
para tocar como forma de surpresa. 
Pensar em estratégias como esta é trazer a diferenciação do Ser humano para 
dentro da saúde, mostrando ao mesmo que a construção de sua vida é 
também importante para aqueles que lá se encontram. 
 
Terceiro exemplo 
C. Visitas virtuais 
A técnica consiste em poder ver o paciente acamado no isolamento hospitalar 
por meio de uma vídeo chamada. A família consegue ver o paciente interagir 
com ele de forma virtual. 
Sabemos que as relações nesta pandemia foram mediadas pela tecnologia e 
utilizá-la a favor da humanização é muito importante. A manutenção dos 
vínculos familiares através de contatos remotos, fazem com o que paciente 
sinta-se participante do núcleo familiar, sendo inclusive tratado de forma 
significativa o sentimento de solidão que acometem diversas pessoas que 
encontram-se hospitalizadas. 
Vídeo 
Acesse o material digital para assistir ao vídeo. 
Verificando o aprendizado 
1) Sempre haverão problemas! Isto é um fato para vida de todos e como a 
saúde trabalha com vidas também possuirá esta questão. Nenhum de nós 
imaginávamos por exemplo que viveríamos uma pandemia como o COVID-19. 
Mas, problemas devem ser resolvidos. Assim sendo, marque a alternativa 
correta quanto a construção cronológica da para uma resolução de problema a 
partir da lógica da humanização em saúde. 
a) Identificar a diretriz, entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, 
Definir o problema, criar a alternativa, testa-la, dar visibilidade. 
 
b) Dar visibilidade, definir o problema, identificar a diretriz, entender que 
dispositivo é capaz de resolvê-la, criar a alternativa, testa-la. 
 
c) Definir o problema, identificar a diretriz, entender que dispositivo é capaz 
de resolvê-la, criar a alternativa, testá-la, dar visibilidade. 
 
d) Definir o problema, identificar a diretriz, criar a alternativa, testa-la, 
entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, dar visibilidade. 
 
2) Atua cotidianamente para fazer um sistema único de saúde com equidade, 
acesso universal e cuidado integral a saúde. O objetivo é ter um espaço de 
colaboração em que é realizado o encontro, a troca, o conhecimento, o 
aprendizado, a expressão livre, o acolhimento. Nesse espaço de escuta 
sensível e multiplicidade de visão todos podem apresentar experiências que 
permitam o entendimento do que pode ser feito para melhorar os processos de 
trabalho no SUS. Essa é a definição de qual conceito inerente ao Política 
Nacional de Humanização (PNH)? 
a) Rede HumanizaSUS. 
 
b) Política Nacional de Humanização. 
 
c) Diretrizes da PNH. 
 
d) Dispositivos da PNH. 
3) A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 
2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores 
Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no 
que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da 
saúde no Brasil. Sobre a criação da Política Nacional de Humanização é 
possível afirmar que: 
a) Surgiu de uma decisão exclusiva do Ministério da Saúde. 
 
b) Surgiu da insatisfação dos usuários com a falta de humanização do 
sistema, da insatisfação dos profissionais e dos gestores que 
enfrentavam problemas de gestão. 
 
c) Surgiu da insatisfação exclusiva dos usuários do sistema que não 
avaliaram bem o SUS. 
 
d) Surgiu exclusivamente dos interesses dos profissionais atuantes no 
sistema que estavam insatisfeitos com o plano de cargos e salários. 
Conclusão 
Considerações finais 
Para entender o processo de humanização e da necessidade de se ter uma 
política específica para o tema foi importante lembrarmos da origem do 
Sistema Único de Saúde – SUS, seus princípios organizativos e doutrinários. 
O reconhecimento das falhas de humanização foi sendo percebido e em 2001, 
quando foi criado o Programa Nacional de Humanização do Atendimento 
Hospitalar (PNHAH) que visava melhorar a qualidade do atendimento 
hospitalar, através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, 
focando principalmente nas relações entre usuários e profissionais da área da 
saúde, com o objetivo de disseminar uma cultura nova de atendimento 
humanizado. 
Logo após o mesmo é substituído pela Política Nacional e Humanização (PNH) 
criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão 
Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo 
de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da 
atenção da saúde no Brasil. A mesma possui uma estrutura baseada em 
método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos de atuação. 
Sendo os princípios a Transversalidade, a Indissociabilidade entre atenção e 
gestão e Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos 
coletivos. As diretrizes o acolhimento, gestão participativa e cogestão, 
ambiência, clínica ampliada, valorização do trabalhador e a defesa do direito 
dos usuários. E os dispositivos como instrumentos de efetivação para que 
todos estes conteúdos se alinhem. 
Todavia, é necessário se deixar claro que não há uma solução eterna a partir 
da política, é importante que saibamos que problemas sempre surgirão e novos 
desafios serão apresentados na rede de saúde e por isto a HumanizaSUS e a 
troca oportunizará mais soluções. 
Bibliografia 
AMORIM, Annibal Coelho de. A Política Nacional de Humanização - PNH: o 
método da tríplice inclusão e a participação social de gestores, trabalhadores 
da saúde e usuários do/no SUS. 2014. 296 f. Tese (Doutorado em Saúde 
Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação 
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo 
Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento 
base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 
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