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Definição A Política de Humanização da Saúde no Brasil: princípios e diretrizes, conceitos e estrutura, implementação no SUS e desafios presentes e futuros. Propósito Compreender a Política de Humanização da Saúde e a relação de sua implementação destacando principalmente as mudanças de gerir e cuidar que essa prática possibilita na assistência do SUS no cotidiano dos serviços de saúde. Objetivos Módulo 1 Compreender o conceito e as razões da implementação da Política Nacional de Humanização Módulo 2 Identificar as características da Política Nacional de Humanização e seu impacto nas mudanças assistenciais do SUS Módulo 3 Reconhecer as diretrizes e os princípios da Política Nacional de Humanização Módulo 4 Identificar os desafios presentes e futuros que a Política Nacional de Humanização Introdução O Sistema Único de Saúde (SUS) desde sua implementação vem sendo aperfeiçoado e a Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, foi um dispositivo de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. Entre os principais propósitos está o envolvimento dos trabalhadores, dos gestores e dos usuários do sistema nas práticas humanizadas de assistência. A política envolve o uso de tecnologias e de compartilhamento de práticas que auxiliem a gestão e a atenção, com intuído de aprimorar estratégias e metodologias que mudem de forma sustentáveis antigos modelos que não incluíam a humanização em suas realizações. A implementação de processos de acompanhamento e avaliação bem-sucedidas são partilhadas com outros gestores e resultam em saberes construídos e divulgados para que, por meio da comunicação destas práticas, virem referência. Atenção Ao longo dos módulos vamos entender como a implementação desta política se deu, seus conceitos, diretrizes e como é o funcionamento na prática. O objetivo principal é reconhecer as vantagens e ganhos que a PNH proporciona. Vamos compreender que essa política é o motor de mudanças para melhorias do SUS e entender como a comunicação passou a ser a engrenagem do HumanizaSUS. O reconhecimento da comunicação como um insumo de saúde na PNH permitiu a transversalidade na assistência que era rara e pouco utilizada antes das mudanças. Módulo 1 Humanização da saúde no Brasil 1.1 A humanização como componente de criação do SUS Para entender o processo de humanização e da necessidade de se ter uma política específica para o tema é importante lembrar da origem do Sistema Único de Saúde – SUS. Antes da existência do SUS, só tinha acesso ao sistema de tratamento de saúde os trabalhadores com carteira de trabalho assinada, que contribuíam para a previdência. O acesso ao sistema era restrito e a necessidade de assistência dos que não possuíam essa condição era feita pelo terceiro setor, pelas Santas Casas de Saúde ou pela igreja. A proposta da criação do SUS se pauta na humanização e no acesso. Essas eram as reivindicações do movimento de Reforma Sanitária, que desde o início mostrava a necessidade da construção de um sistema de saúde que não apenas garantisse acesso a todos, mas acesso de qualidade. A proposta era ofertar alternativa para o modelo vigente hospitalocêntrico, que apresentava inúmeros vícios. Alguns deles merecem ser evidenciados, mas não foram os motivos exclusivos para a necessidade da criação de um novo sistema. Havia antes a fragmentação dos processos de trabalho em saúde, a centralização do poder; o ensino médico não era associado a realidade sanitária da população e havia uma dependência da indústria farmacêutica. O sistema antigo padecia de longas e demoradas filas, não havia orçamento para a saúde e por esses e muitos outros problemas um movimento de reforma sanitária se formou para buscar formas alternativas para a assistência vigente que contemplasse as necessidades sanitárias da sociedade. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. É importante entender que antes do SUS, o sistema não tinha sua porta de entrada aberta para qualquer cidadão, também não ofertava atenção integral à saúde. Foi com sua implementação que a saúde passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde a saber: Gestão das ações e dos serviços de saúde A A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Se compreendermos que desde a sua estruturação o SUS já previa ações de humanização compreenderemos também que o PNH é uma das melhorias contínuas que o SUS enfrenta desde a sua criação. O SUS é um dos mais complexos sistemas de saúde do mundo. Toda estrutura é montada para romper com o sistema hospitalocêntrico de assistência e defender o lado do conceito ampliado de saúde. Para isso, o SUS traz dois outros conceitos importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema significa que não estamos falando de um novo serviço ou órgão público, mas de um conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum, como explicamos na citação acima. E esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo país. Observe a figura abaixo que explica o funcionamento do SUS: Qualquer esfera de gestão Federal, Estadual ou Municipal deve ser regida pelos princípios doutrinários e organizativos. Os doutrinários são a universalidade o que significa que todos universalmente devem ter acesso ao sistema. A integralidade, que tange o cuidado integral com a saúde observa todas as necessidades do usuário e a equidade que evidencia atendimento de acordo com a necessidade de cada indivíduo oferecendo mais a quem mais precisa e menos a quem precisa de menos cuidado. Pautados pelos princípios organizatórios o atendimento deve ser descentralizado, regionalizado, hierarquizado e baseado na participação social, sem perder de vista a resolubilidade, ou seja que o problema de saúde seja cuidado e resolvido, com destaque para a possibilidade com complementaridade no setor privado, o que significa que, se, na estrutura do SUS, não tiver a disponibilidade de oferta de exames ou tratamentos, os mesmos podem ser comprados no segundo setor, desde que contratualizados pelos gestores. 1.2 A inserção da humanização na assistência à saúde Como referenciamos no módulo anterior, o SUS, desde sua implementação, foi sofrendo mudanças quanto a necessidade de melhorias. O reconhecimento das falhas de humanização foi sendo percebido e em 2001, quando foi criado o Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH) que visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente nas relações entre usuários e profissionais da área da saúde, com o objetivo de disseminar uma cultura nova de atendimento humanizado. Era um esforço coletivo para atingir melhoria na saúde pública no Brasil. Desde então, a humanização avançou muito em termos conceituais e também em outras instâncias do SUS, e o que era um programa se transformou, ao final de 2003, em uma Política: a Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção no SUS (PNH). Com a PNH, as ações de humanização4. ed. 4. reimp. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010. 72 p. : il. color. (Série B. Textos Básicos de Saúde) BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica; OLIVEIRA, Olga Vania Matoso de. Política Nacional de Humanização: o que é implementar: (uma síntese das diretrizes e dispositivos da PNH em perguntas e respostas). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa. Saúde Paidéia São Paulo: Hucitec, 2003. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. NAVARRO, Luisa Milano; PENA, Ricardo Sparapan. A Política Nacional de Humanização como estratégia de produção coletiva das práticas em saúde. Rev. Psicol. UNESP, Assis , v. 12, n. 1, p. 64-73, jun. 2013 . Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984- 90442013000100007&lng=pt&nrm=iso. acessos em 05 out. 2021. PASCHE, Dário Frederico. Et al. Cinco anos da política nacional de humanização: trajetória de uma política pública. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2011, v. 16, n. 11 [Acessado 3 Outubro 2021] pp. 4541-4548. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027. Epub 02 Dez 2011. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/S1413- 81232011001200027. PESSINI, L. Bertachini L (orgs.). Humanização e cuidados paliativos. EDUNISC-Edições Loyola, São Paulo, 2004, 319 p. PUCCINI, Paulo de Tarso; CECILIO, Luiz Carlos de Oliveira. A humanização dos serviços e o direito à saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(5):1342-1353, set-out, 2004. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-90442013000100007&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-90442013000100007&lng=pt&nrm=iso https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027 https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027 https://doi.org/10.1590/S1413-81232011001200027 SANTOS FILHO, Serafim Barbosa. Pesquisa em Humanização: articulações metodológicas com o campo da Avaliação. Saúde Transform. Soc., Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 01-10, nov. 2014 . Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178- 70852014000200002&lng=pt&nrm=iso. acessos em 12 out. 2021. Explore + Quer saber um pouco mais sobre o Acolhimento na Atenção básica? Um artigo interessante é "ACOLHIMENTO NA ATENÇÃO BÁSICA DE UM MUNICÍPIO DO SERTÃO CENTRAL DO CEARÁ NA PERSPECTIVA DA PNH” das autoras Antonia Jussara da Silva Lourenço, Silvia Fernanda de Sousa Araújo, Mariza Maria Barbosa Carvalho publicado na revista de Encontro de Extensão, Docência e Iniciação Científica (EEDIC), em 2019. Já sobre o história da implantação da PNH o artigo PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO EM HOSPITAL GERAL PÚBLICO de Alessandra Barbosa Pereira e João Leite Ferreira Neto publicado em 2015 e disponível no google académico é de extrema importância. E sobre práticas?! Nove experiências bem sucedidas e inovadoras de humanização no SUS foram reconhecidas pelo Ministério da Saúde por meio do Prêmio #HumanizaSUS. E para mostrar esses casos de sucesso, cinco cineastas foram convidados para viajar pelo Brasil e contar essas histórias. Estão disponíveis no canal do Youtube do Ministério da Saúde, tendo sido publicado em 21 de dezembro de 2016. Conteudista Satina Priscila Marcondes Pimenta Mello Advogada, Psicóloga inscrita. Mestre em Administração com ênfase em Gestão de Pessoas, Pós-graduada em Direito Público e em Saúde e Intervenção Psicossocial. Experiência em trabalhos interdisciplinares na Rede de Assistência Social e na Rede de Assistência a Saúde em diferentes complexidades. Professora Universitária atuante na área de ciências humanas e da saúde há 18 anos. Pesquisadora bolsista nas áreas de afinidade com diversos trabalhos publicados nacional e internacionalmente. Produtora de material didático no âmbito das ciências humanas e da saúde. Idealizadora do Projeto Ressignificando com atendimento Clínico em Psicologia para pessoas em situação de vulnerabilidade. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-70852014000200002&lng=pt&nrm=iso http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-70852014000200002&lng=pt&nrm=iso https://www.youtube.com/hashtag/humanizasus Definição Propósito Objetivos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Introdução Módulo 1 Humanização da saúde no Brasil 1.1 A humanização como componente de criação do SUS Gestão das ações e dos serviços de saúde A A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações qua... 1.2 A inserção da humanização na assistência à saúde Papel do PNH diante das contradições do SUS Esta é uma sensível e radical diferença, um importante deslocamento para o enfrentamento das contradições do SUS, pois ali onde se anunciava o problema (os modos de gerir e de cuidar), onde se localizavam a... 1.3 Razões para humanizar 1.4 Rede HumanizaSUS Resumindo Vídeo Verificando o aprendizado Módulo 2 A política nacional de humanização e conceitos e estrutura 2.1 A política nacional de humanização da saúde (PNH) Definição de PNH segundo Pasche et. al. A PNH apresenta-se não mais como um programa, mas como uma política para se reinventar modos de gerir e modos de cuidar, tomando por diretrizes o acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão democrática, a valorização do trabalhador e a garantia dos ... Primeiro Segundo Terceiro 2.2 Estrutura da saúde (PNH) 2.2.1 Estrutura: Princípios 2.2.2 Estrutura: Método 2.2.3 Estrutura: Diretrizes Diretrizes do Política Nacional de Humanização 2.2.4 Estrutura: Dispositivos 2.2.5 Estrutura: Eixos Vídeo Verificando o aprendizado Módulo 3 Aprofundamentos dos princípios e diretrizes da PNH 3.1 Dos princípios da PNH da saúde Figura X Figura X 3.2 Das diretrizes da PNH da saúde Vídeo Verificando o aprendizado Módulo 4 Os desafios da Humanização 4.1 A humanização como desafio constante 4.1.1 A construção do pensamento de solução 4.2 Humanização durante a pandemia de COVID-19 4.2.1 Exemplos de práticas humanizadas durante a COVID-19 Vídeo Verificando o aprendizado Considerações finais Bibliografia Explore + Conteudistavoltam-se também para as demais instâncias da saúde, pois a Política objetiva a garantia e efetivação do SUS, através da mudança dos modos de fazer, dos modelos de atenção e gestão da saúde. Então, vamos entender: Havia uma necessidade de humanização dos serviços de saúde Falhas foram sendo identificadas Foi criado um Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar A disseminação da cultura da Humanização se estabeleceu Foi criada uma Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção no SUS O PNH surge no sentido de mudar discurso e prática, considerando mudanças que podem ser feitas na clínica e na gestão ligados a reorganização de movimentos institucionais populares conectados com as mudanças sociais. E que fique claro, que: Papel do PNH diante das contradições do SUS Esta é uma sensível e radical diferença, um importante deslocamento para o enfrentamento das contradições do SUS, pois ali onde se anunciava o problema (os modos de gerir e de cuidar), onde se localizavam as dificuldades mais radicais (ação autônoma dos sujeitos) e a impossibilidade da construção de planos de ação comum (relação entre sujeitos com interesses e necessidades não coincidentes) é que se vai buscar a força e a possibilidade da produção da mudança. Ação de contágio e afecção pelo SUS que dá certo, que “dá certo” como modo de fazer e como direção ético-política. Das experiências concretas nos serviços e práticas do SUS, da análise de sua construção, é que a PNH extrai, então, suas construções discursivas e práticas. (PASCHE, 2009) 1.3 Razões para humanizar Os processos envoltos por humanização desenvolvem uma relação de maior qualidade com os pacientes. Vamos refletir! Entender o sofrimento de quem está sendo atendido, ouvir opiniões é um ponto-chave para um sistema mais eficiente, acolhedor e eficaz. É possível antes de mais nada elencar algumas razões para aplicar o PNH na assistência e vamos aqui enumerar 5 motivos para dar atenção para essa prática: 1º motivo O atendimento humanizado dá conforto – um dos maiores temores da maioria dos indivíduos diz respeito ao desconforto das instalações de saúde, salas de espera mal higienizadas e atendimentos grosseiros e mal educados que refletem na sensação de insatisfação ao realizar um exame ou uma consulta. A porta de entrada necessita de um atendimento humanizado em saúde e a recepção e o acolhimento impactam diretamente na qualidade dos serviços prestados. Quando a estrutura está adequada e confortável a assistência tem melhor qualidade. 2º motivo O atendimento humanizado oferece mais chances do paciente voltar. Evasões de tratamentos são frequentes e quando o atendimento é feito de forma satisfatória os pacientes voltam e indicam as instalações e isso influencia na qualidade da assistência. 3º motivo A humanização hospitalar é boa para os profissionais. A integração dos colaboradores, a comunicação direta e a formação e capacitação dos funcionários que devem ser inseridos no processo de humanização tanto da assistência quanto das relações com os intra e intersetoriais. Canais de comunicação auxiliam a humanização. 4º motivo A humanização reforça a autonomia e consentimento dos sujeitos. Ao estreitar o relacionamento entre os indivíduos, organizações de saúde cooperam para que eles ajam de forma horizontal e autônoma, que refletir em ferramentas de autoatendimento, de serviços de tira dúvidas, de flexibilização de visitas e principalmente na corresponsabilização dos atores. 5º motivo A humanização gera resultados eficazes, quando o atendimento é humanizado e existe o acolhimento das necessidades desses sujeitos vulneráveis com uma postura acolhedora que eleva a confiança e aumenta a chance desse paciente aceitar e atender as solicitações médicas. Importante reconhecer as mudanças que a PNH proporcionou para a assistência em saúde no SUS ressaltar é que a implementação da PNH busca alcançar os seguintes resultados: Primeiro A redução das filas e o tempo de espera com ampliação do acesso, e atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco; Segundo Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua saúde e a rede de serviços que se responsabilizará por sua referência territorial e atenção integral; Terceiro As unidades de saúde garantirão os direitos dos usuários, orientando se pelas conquistas já asseguradas em lei e ampliando os mecanismos de sua participação ativa, e de sua rede sociofamiliar, nas propostas de plano terapêutico, acompanhamento e cuidados em geral; Quarto As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários, com investimento na educação permanente em saúde dos trabalhadores, na adequação de ambiência e espaços saudáveis e acolhedores de trabalho, propiciando maior integração de trabalhadores e usuários em diferentes momentos (diferentes rodas e encontros); Quinto Serão implementadas atividades de valorização e cuidado aos trabalhadores da saúde. E que os processos de partilhamento de experiências favorece para que outros atores conheçam e reconheçam os processos adotados, bem como as dificuldades de atingir os objetivos o que culminará em um SUS melhor. 1.4 Rede HumanizaSUS HumanizaSUS é uma rede colaborativa e social composta por pessoas envolvidas nos processos de humanização da gestão e do cuidado no SUS. Objetiva produzir uma ágora, uma praça pública, um espaço que permita: o encontro, a troca, a afetação recíproca, o conhecimento, o afeto, o acolhimento, a arte da composição de uma multiplicidade de visões. A rede HumanizaSUS abre espaço para o protagonismo de seus participantes possibilitando o compartilhamento das vivências, desafios, atualidades e uma série de formas de conhecimento produzido em humanização por meio de textos, vídeos e fotos que constroem a história da PNH. No ar desde fevereiro de 2008, a Rede HumanizaSUS (RHS) representa a PNH na constituição de uma inteligência coletiva para apoiar a humanização do SUS e na garantia dos direitos de seus usuários e trabalhadores. O uso do ambiente virtual colaborativo em rede abre permite que os envolvidos possam se comunicar, expressar as insuficiências e potências do SUS, construir coletivamente possíveis alternativas. A rede possui um aplicativo para dispositivos móveis que oferta interação e troca de experiência, na plataforma mobile. O funcionamento dessa imensa “máquina expressiva” depende da articulação de um conjunto de fatores, dentre os quais destacaremos três: o desenvolvimento contínuo da plataforma segundo a lógica do design colaborativo, a constituição de um coletivo de editores/cuidadores da rede e o desenvolvimento de estratégias junto a outras redes sociais. Para isso faz-se necessário a divulgação deste espaço de princípio constitutivo do design colaborativo, automoderado e acessível. Resumindo HumanizaSUS é o documento base para gestores e trabalhadores do SUS, tanto no âmbito dos resultados esperados, quanto nos processos disparados, está-se procurando ajustar metodologias para monitoramento e avaliação (articulados aos planos de ação), cuidando para que o próprio processo avaliativo seja inovado à luz dos referenciais da PNH, em uma perspectiva formativa, participativa e emancipatória, de aprender-fazendo e fazer- aprendendo. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1) O SUS possui princípios doutrinários e organizativos. Avalie e assinale a sequência correta dos princípios e sua tipologia. a) Universlidade – Doutrinário; Regionalização – Organizativo; Hierarquização – Organizativo. b) Integralidade – Doutrinário; Participação social – doutrinário; Descentralização – Doutrinário. c) Regionalização – Organizativo; Descentralização – Organizativo; Universalidade – Organizativo. d) Equidade – Organizativo; Resolubilidade- Organizativo; Universalidade – Organizativo. 2) Visa melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente nas relações entre usuários e profissionais da área da saúde, com o objetivo de disseminar uma cultura nova de atendimento humanizado. Era um esforço coletivo para atingir melhoria na saúde pública no Brasil. Esse é o conceito de: a) Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH). b) Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção no SUS (PNH). c) HumanizaSUS. d) Sistema Único de Saúde. 3) Sobre o eixo e suas atuações assinale a relação que está correta 1. Gestão do Trabalho 2. Financeiro 3. Atenção 4. Educação Permanente A. Incentivo e ações integrais inovadoras nos processos de trabalho que busquem o compartilhamento dos cuidados que resultem em autonomia e protagonismo dos sujeitos. B. Repassar recursos fundo a fundo ou vinculados a programas específicos para os gestores comprometidos com a PNH. C. Incluir conteúdo ou componentes curriculares de cursos de graduação, pós- graduação e extensão em saúde, vinculando-se às instituições de formação e Orientar processos de educação permanente em saúde de trabalhadores nos próprios serviços de saúde; D. Promover ações que assegurem a participação dos trabalhadores nos processos de discussão e decisão, fortalecendo e valorizando os trabalhadores, sua motivação, seu desenvolvimento e seu crescimento profissional; a) 1B, 2C, 3D, 4A b) 1D , 2B , 3A, 4C c) 1A, 2D, 3B, 4C d) 1D, 2B, 3C, 4A Módulo 2 A política nacional de humanização e conceitos e estrutura 2.1 A política nacional de humanização da saúde (PNH) O Sistema Único de Saúde (SUS) desde sua implementação, pela lei pela Lei 8080/1990, enfrentou dificuldades avanços e retrocessos. As necessidades de melhorias sempre foram consideradas e respeitadas e a Humanização era uma das áreas que necessitava de atenção. Havia uma série de iniciativas de humanização mas com baixa transversalidade entra os programas e setores do Ministério da Saúde. Um cenário de alerta e cuidado com o tema se formou e o caminho para solucionar alguns gargalos culminou na Política Nacional de Humanização - HumanizaSUS. Os principais desafios a serem superados se relacionavam com a qualidade e com a dignidade no cuidado em saúde. Havia a necessidade de se redesenhar e articular iniciativas de humanização do SUS que envolvesse os problemas no campo da gestão e da organização do trabalho em saúde, sem deixar de fora nenhum ator envolvido no processo. A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. Pasche et. al; define a PNH, como: Definição de PNH segundo Pasche et. al. A PNH apresenta-se não mais como um programa, mas como uma política para se reinventar modos de gerir e modos de cuidar, tomando por diretrizes o acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão democrática, a valorização do trabalhador e a garantia dos direitos dos usuários. Estas diretrizes se apóiam em três princípios: a ampliação da transversalidade ou aumento do grau de abertura comunicacional intra e intergrupos, favorecendo a capacidade de interferência mútua entre sujeitos e a sua capacidade de deslocamento subjetivo; a inseparabilidade entre gestão e atenção e, finalmente, a aposta no protagonismo dos sujeitos em coletivos. A humanização se singulariza na experiência de cada serviço e equipe e, assim, não haveria uma só experiência de humanização igual à outra, senão naquilo que tomam por referência, ou seja, método e diretrizes ético-políticas, que ganham forma e expressão na singularidade da experiência. (PASCHE et.al., 2011, p.4542) É uma tentativa integrada com objetivos específicos e metas. A política possui um site no Ministério da Saúde no qual podemos encontrar os três macro- objetivos do HumanizaSUS: Primeiro Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários; Segundo Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil; Terceiro Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições. Sobre os resultados que a PNH busca para o sistema na prática são a redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; o atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; a Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; a garantia dos direitos dos usuários; a valorização do trabalho na saúde e a Gestão participativa nos serviços. 2.2 Estrutura da saúde (PNH) O Brasil é grande e tem uma diversidade e uma disparidade que não devem ser desconsideradas no momento de criação de uma política Pública. Para que a implementação acontecesse de modo a contemplar e atender toda rede foi estabelecida uma estrutura que define bem os princípios, o método, as diretrizes e os dispositivos que devem ser usados. Observe a figura abaixo que demonstra com essa alinhados esses conceitos: 2.2.1 Estrutura: Princípios Vamos compreender então os princípios (BRASIL, 2010): Transversalidade Prima pelo aumento do grau de comunicação intra e intergrupos. Utiliza a comunicação entre os sujeitos nos processos de produção de saúde derrubando as fronteiras dos saberes, dos territórios e poderes instituídos, principalmente nas relações de trabalho. Indissociabilidade entre atenção e gestão Os modos de cuidar instituídos na prática passam a ser indissociáveis dos modos de gerir e de se apropriar do trabalho. Não se separa clínica e política, entre produção de saúde e produção de sujeitos. Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos Trabalhar implica na produção de si e na produção do mundo, das diferentes realidades sociais, ou seja, econômicas, políticas, institucionais e culturais. Esse princípio apresenta mudanças na gestão e na atenção ganham quando ofertam maior efetividade por serem produzidas pela afirmação da autonomia dos sujeitos envolvidos. Aumentam as responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de cuidar. Atenção Mas afinal o que esta política tem que a difere das outras? 2.2.2 Estrutura: Método O que a difere principalmente é que tem como base uma diretriz da Organização Mundial de Saúde que destaca a importância de “cuidar do cuidador”, que era um foco muito importante na primeira década do milênio. Nessa vertente a estrutura do cuidar se estabelece em duas direções: uma delas está ligada aos processos de trabalho como o vínculo empregatício, a remuneração o acesso à tecnologia e produções que favoreçam a produtividade dignifiquem seu trabalho e ampliem o seu valor e nessa ordem também inclui-se a proteção com a vulnerabilidade a que o profissional de saúde está submetido ao exercer suas funções. A outra diz respeito as relações de poder que se estabelecem na prática diária das organizações e nesse sentido a PNH prima pela inclusão dos sujeitos ativos no planejamento, execução e avaliação das atividades da saúde. A participação deixa de ser exclusiva da esfera direta do campo do cuidado e passa a tomar outros espaços como os de gestão e decisão. O profissional passa a não dissociar mais a gestão e a tomada de decisão do cuidado sendo inserido nesse processo de forma integral. Essa é a diferença. É uma mudança metodológica que privilegia oMétodo da Tripla Inclusão que contempla: Mas como essa inclusão acontece na prática? O envolvimento dos atores se dá nas rodas de conversas, no incentivo às redes e movimentos sociais e na gestão dos conflitos gerados pela inclusão das diferenças. É um envolvimento diários em que o protagonismo e a corresponsabilidade permitem o reinventar dos processos de trabalho. Quando esse envolvimento se dá no âmbito sócio familiar nos processos de cuidado com o enfermo nota-se um poderoso recurso para ampliar a corresponsabilização e um empenho maior no processo de cura. Esse método depende das diretrizes que bem estabelecidas permeiam a prática. 2.2.3 Estrutura: Diretrizes Para que a política funcione o estabelecimento das diretrizes com a definição do que é, e do que é preciso fazer para que a humanização se estabeleça de forma real é necessário. Observe o quadro abaixo que contempla diretrizes importantes que norteiam a PNH. Diretrizes do Política Nacional de Humanização Gestão Participativa e cogestão O que é? Como fazer? Cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos processos de gestão (análise de contexto e problemas; processo de tomada de decisão). Sendo exercida por um conjunto mais ampliado de sujeitos que compõem a organização.disorder Deverão ser organizados espaços coletivos de gestão para a produção de acordos e pactos entre usuários, trabalhadores e gestores. Ex.: Colegiados Gestores de Hospitais, de Distritos Sanitários e Secretarias de Saúde, Colegiado Gestor da Unidade de Saúde, Mesas de Negociação Permanente, Contratos de Gestão, Contratos Internos de Gestão, Câmara Técnica de Humanização (CTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a experimentação da cogestão no cotidiano da saúde. Acolhimento O que é? Como fazer? Implica na responsabilização do trabalhador ou da equipe pelo usuário. Acontece desde a chegada até a saída ouvindo queixas, considerando angústicas, instituindo limites, buscando resolutividades com o acionamento de redes de internas e externas quando necessário. Prestar atendimento pautado na resolutividade e na responsabilização. Ter compromisso com a escuta e dar as respostas necessárias as necessidades do usuário, respeitando sua cultura, seus saberes e sua capacidade de avaliar riscos. Trazer para o paciente e para sua família alternativas em outros serviços de saúde para continuidade da assistência. Ambiência O que é? Como fazer? Organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho. A Ambiência é a “Diretriz Espacial” para as demais diretrizes da PNH, apontando-se um duplo desafio que é o de sintonizar “o que fazer” com o “como fazer”, ou seja, o conceito de Ambiência e o método para a construção coletiva dos espaços de saúde.disorder Usando o método da tríplice inclusão da PNH (figura 1). Na produção do espaço de saúde devem interceder os saberes que potencializam mudanças. A intercessão de diferentes campos do saber e das profissões, tais como dos arquitetos, dos engenheiros, dos médicos, dos nutricionistas, dos enfermeiros, dos usuários, entre outros, embora muitas vezes provoque tensionamentos, valoriza o processo de construção coletiva a partir de diferentes olhares. Trata-se, assim, de um modo de fazer que afirme as especificidades do saber de cada um em uma relação de interferência para a produção de um objetivo comum. Clínica Ampliada e Compartilhada O que é? Como fazer? Prática interdisciplinar com a proposta de entender o significado do adoecimento e tratar a doença no contexto de vida propõe qualificar o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar a equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas na busca de um cuidado e tratamento de acordo com cada caso, com a criação de vínculo com o usuário. A vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especialistas clínicos, mas também leva em conta a história de quem está sendo cuidado, de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas. Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes com o usuário), de modo a compreender a doença e se responsabilizar na produção de sua saúde, possibilitando decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. Para implantar essa diretriz da PNH é importante também que sejam discutidas outras orientações, como o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e apoio matricial, co-gestão e o acolhimento. Valorização do Trabalhador O que é? Como fazer? É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e incluí- los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada de Pesquisa são possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de como agir no serviço de saúde. É importante também assegurar a participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. Defesa dos Direitos dos Usuários O que é? Como fazer? Os usuários de saúde possuem direitos garantidos por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com sua rede social. Entendemos os princípios, os métodos utilizados pela PNH, as principais diretrizes compreendendo do que se trata cada uma e posteriormente como fazer para que as mesmas sejam implementas, agora vamos identificar que dispositivos existem para fazer tudo isso funcionar. 2.2.4 Estrutura: Dispositivos Para que servem esses dispositivos e o que são eles? Na PNH foram desenvolvidos vários dispositivos que são postos a funcionar nas práticas de produção de saúde, envolvendo coletivos e visando promover mudanças nos modelos de atenção e de gestão o bom funcionamento destes dispositivos dependem do comprometimento dos atores em realizar as mudanças que o sistema necessita para funcionar adequadamente. Os dispositivos são (BRASIL, 2010): • Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de Humanização (CTH) - Colegiado Gestor; • Contrato de Gestão - Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de “porta aberta”; ouvidorias; grupos focais e pesquisas de satisfação, etc; • Visita aberta e direito à acompanhante; • Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP) - Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio Matricial; • Projetos co-geridos de ambiência; • Acolhimento com classificação de riscos; • Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva; • Projeto Memória do SUS que dá certo. Atenção Esses dispositivos encontram-se detalhados em cartilhas, textos, artigos e documentos específicos de referência, disponibilizados nas publicações e site da PNH. 2.2.5 Estrutura: Eixos O que facilita a implementação a difusão e a institucionalização da PNH são os vários eixos de ação e a apropriação de seus resultados pela sociedade. Instituições do SUS No eixo das instituições do SUS – a PNH deve fazer parte dos planos estaduais e municipais dos governos,como já faz do Plano Nacional de Saúde e dos Termos de Compromisso do Pacto Pela Saúde; Gestão do trabalho No eixo da gestão do trabalho – promover ações que assegurem a participação dos trabalhadores nos processos de discussão e decisão, fortalecendo e valorizando os trabalhadores, sua motivação, seu desenvolvimento e seu crescimento profissional; Financiamento No eixo do financiamento – repassar recursos fundo a fundo ou vinculados a programas específicos para os gestores comprometidos com a PNH. Atenção No eixo da atenção – incentivas e ações integrais inovadoras nos processos de trabalho que busquem o compartilhamento dos cuidados que resultem em autonomia e protagonismo dos sujeitos. Educação permanente em saúde No eixo da educação permanente em saúde – incluir conteúdo ou componentes curriculares de cursos de graduação, pós-graduação e extensão em saúde, vinculando-se às instituições de formação e orientar processos de educação permanente em saúde de trabalhadores nos próprios serviços de saúde; Informação/comunicação No eixo da informação/comunicação – incluir a PNH na mídia e nos debates de saúde. Gestão da PNH No eixo da gestão da PNH – planejar, monitorar e avaliar ações baseadas em seus princípios, diretrizes e dispositivos (aqueles que vimos no módulo 1) dimensionando seus resultados e gerando conhecimento específico na perspectiva da humanização do SUS. Se entendermos que cada um dos eixos tem uma proposta de aplicabilidade para que a humanização aconteça é possível transformar encontrando o eixo e aplicando a proposta de intervenção. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada em método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos de atuação. As assertivas abaixo dizem respeito a diretrizes que compõem a PNH do SUS. Assim sendo, analise cada uma e indique a sequência correta: I. Prática interdisciplinar com a proposta de entender o significado do adoecimento e tratar a doença no contexto de vida propõe qualificar o modo de se fazer saúde. II. Implica na responsabilização do trabalhador ou da equipe pelo usuário. Acontece desde a chegada até a saída ouvindo queixas, considerando angústias, instituindo limites, buscando resolutividades com o acionamento de redes de internas e externas quando necessário. III. Organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho. É um duplo desafio que é o de sintonizar “o que fazer” com o “como fazer”. A relação correta de conceito e afirmativa na sequência é: a) Clínica Ampliada, Gestão Participativa e Acolhimento. b) Acolhimento, Ambiência, Gestão Participativa. c) Ambiência, Acolhimento, Gestão Participativa. d) Gestão Participativa, Acolhimento, Ambiência. e) Clínica Ampliada, Gestão Participativa e Ambiência. 2) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada em método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos e atuação. Quanto ao método o mesmo é intitulado como de tríplice inclusão. Assim sendo, considere as afirmativas e complete as lacunas com a sequência correta I - __________________ (gestores, trabalhadores e usuários) no sentido da produção de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade. Modo de fazer: rodas; II - ___________________ que desestabilizam os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencializando os processos de mudança. Modo de fazer: análise coletiva dos conflitos, entendida como potencialização da força crítica das crises. III - ___________________seja como movimento social organizado, seja como experiência singular sensível (mudança dos perceptos e dos afetos) dos trabalhadores de saúde quando em trabalho grupal. Modo de fazer; fomento das redes. a) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; inclusão do coletivo. b) inclusão dos analisadores sociais; inclusão do coletivo; a exclusão dos diferentes sujeitos. c) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão do coletivo; inclusão dos analisadores sociais. d) a exclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; inclusão do coletivo. e) inclusão dos diferentes sujeitos; inclusão dos analisadores sociais; a exclusão do coletivo. 3) O Brasil é país grande e tem uma diversidade e uma disparidade que não devem ser desconsideradas no momento de criação de uma política Pública. Esta observação foi realizada no momento da criação da Política Nacional e Humanização (PNH). Contudo, para que a implementação desta Política acontecesse de modo a contemplar e atender à todos foi estabelecida uma estrutura. É correto dizer que a estrutura do PNH contempla: a) Humanização, princípios, métodos e dispositivos. b) Métodos, Humanização, dispositivos e princípios. c) Princípios, métodos, diretrizes e dispositivos. d) Diretrizes, Humanização, princípios e métodos. Módulo 3 Aprofundamentos dos princípios e diretrizes da PNH 3.1 Dos princípios da PNH da saúde Nos últimos dois módulos compreendemos a importância da implementação da Política Nacional de Humanização. Vimos que a humanização está presente na construção do SUS e compreendemos que os processos de disseminação e propagação das estratégias dessa política são frutos de uma construção e que antes de se consolidar como uma política, inúmeras tentativas que inserir a humanização na assistência foram adotadas. Foi um caminho percorrido com cuidado e responsabilidade. Compreendemos os eixos que precisam ser contemplados e como ações práticas podem ser partilhadas nas redes para que sirvam de norteador para outros profissionais e outros gestores. A necessidade e implementar a humanização é inegável. Puccini e Cecilio destacam que “a humanização é um movimento com crescente e disseminada presença, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de intervenção eleita” (PUCCINI; CECILIO, 2004, p. 1.344). Os autores destacam ainda que que a prática desta política aumenta o grau de responsabilidade dos atores que constituem a rede do SUS e que essas mudanças implicam na transformação da cultura dos usuários e dos gestores em relação ao cuidado com a saúde. Mas essas mudanças são ordenadas porque a Política Nacional de Humanização se pauta em três princípios que vamos entender a seguir: Figura X Observando a figura acima vemos que a Política Nacional de Humanização – PNH se pauta em três princípios: inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde, transversalidade e autonomia e protagonismo dos sujeitos. “Os princípios da Política Nacional de Humanização se baseiam em orientações clínicas, éticas e políticas, procurando não apenas se restringirem ao campo biológico, mas também reconhecerem os direitos das pessoas de poder participar em todos os processos que dizem respeito a sua vida relacionada aos serviços de saúde”. (BRASIL, 2016) Vamos entender esses princípios e como eles funcionam na prática! Transversalidade Para entendermos como esse princípio funciona na prática é importante conhecer sua definição. Segundo o Dicionário Dicio on line a transversalidade “se característica da disciplina que possibilita compreender outras, tendo em conta as relações estabelecidas entre elas”, também pode significar colocar pontos em contato para que haja comunicação entre eles. Quando existe a transversalidade todas as áreas interagem e os usuários conversam permitindo que sua vivência faça parte do processo. O profissional preparado para colocar esse princípio em prática deve considerar os relatos de vida do usuário, antes de fazer uso exclusivo do seu conhecimento técnico- científico. Entender a essência do princípio para aplica-lo na prática é importante. Se na vivência diária da assistência o grau de comunicação intra e intergrupos for maior há umatransformação dos modos de relação e de comunicação entre os sujeitos implicados nos processos de saúde. Assim vai se rompendo as barreiras dos saberes, em que todos os conhecimentos são valorizados. A transversalidade na prática, ocorre por exemplo, quando orientada pela Gestão Participativa e Cogestão. Indissociabilidade/ Inseparabilidade entre atenção e gestão Esse princípio defende que não sejam separados os modos de cuidar, do de gerir e da apropriação do trabalho. A defesa da inseparabilidade se dá porque quando existe a inclusão de todos os sujeitos nos processos de produção de saúde, há uma tendência, de mudanças na gestão. Todos se sentem capazes e se comunicam melhor. Nesse aspecto os gestores, usuários e trabalhadores passam a se corresponsabilizar e transformar seus espaços com pertencimento. Esse princípio tem uma relação bem intensa com a corresponsabilização já prevista na constituição e muito defendida na criação do SUS, na lei 8080. A participação dos coletivos e o envolvimento e atuação deles auxilia na produção e na articulação de arranjos, pactos e das ações concretas, que são capazes de viabilizar mudanças na gestão, indispensáveis para que haja também mudanças nos modos de atenção à saúde (CAMPOS, 2003). A essa participação que inclui gestores, usuários e trabalhadores, damos o nome de tríplice inclusão. Este método, esta forma de conduzir o processo de construção da PNH foi nomeado como tríplice inclusão. Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos coletivos Para entender esse princípio é importante definir alguns conceitos. Vamos entender o que é protagonismo e autonomia. Quem atua com protagonismo é o protagonista. Segundo o dicionário Michaeles: Protagonista é o participante ativo ou de destaque em um acontecimento. Agora vamos entender o que é autonomia. Segundo o dicionário Michaeles: Autonomia é a liberdade moral ou intelectual do indivíduo; independência pessoal; direito de tomar decisões livremente. Quando os envolvidos agem com autonomia e tem o direito de tomar decisões livremente ele começa a atuar como protagonista e ganha destaque diante dos acontecimentos. Consequentemente há uma valorização individual de cada cidadão, permitindo não só a presença em momentos decisivos das unidades de saúde, mas também permitindo a real participação nos momentos de definições de políticas para a comunidade. Desta forma ele se sente corresponsável e com a garantia de voz e voto. “Esses princípios permitem que a população se insira de forma a decidir quais os serviços que devem ser implantados a partir das suas necessidades e as áreas prioritárias, sem, contudo, deixar de valorizar o saber adquirido e especializado dos trabalhadores da saúde, bem como considerar as peculiaridades da gestão da rede de assistência à saúde.” (BRASIL, 2016) Não é apenas sobre opinar. Esse protagonismo gera mudanças na gestão e na atenção, ganham maior efetividade porque passam a ser construídos baseado na afirmação produzida pela autonomia dos sujeitos envolvidos. As responsabilidades nos processos de gerir e de cuidar passam a ser compartilhadas considerando e respeitando as realidades sociais, econômica, políticas, institucionais e culturais. Há uma interligação entre os princípios que se apoiam e complementam, cada um apoia e sustenta o outro, agem de forma interconectada e quando como podemos observar: Figura X 3.2 Das diretrizes da PNH da saúde Além dos princípios é importante reconhecer as diretrizes e orientações gerais. São diretrizes da PNH: Acolhimento Clínica Ampliada Cogestão Defesa dos Direitos dos usários Fomento de grupalidades, coletivos e redes Valorização do trabalho e do trabalhador Construção de memória do SUS que dá certo Nós vimos no módulo 2 um quadro com essas diretrizes o que vamos entender nessa aula é com a transversalidade permite o cruzamento dessas orientações. Utilizando o material do Ministério da Saúde produzido por Olga Vânia Matoso de Oliveira (2010) para compreender esses conceitos. Dica Vamos compreender cada uma das diretrizes? Acolhimento O acolhimento é responsabilidade de toda equipe e é importante destacar que quando dizemos toda equipe incluímos, servidores que atuam na segurança, na limpeza, na recepção. O acolhimento que deve existir em todas as práticas de assistência diárias está intimamente ligado aos aspectos éticos e também aso aspectos políticos porque a acesso aos tratamentos de saúde é um direito político do cidadão. E ai temos que compreender que a comunicação funciona como um insumo de saúde, no sentido de que a construção do vínculo se estabelece com a escuta e de desenvolve com a garantia do acesso, com a inclusão da responsabilização e com a resolutividade dos serviços. O acolhimento é uma resposta às necessidades dos usuários que buscam os serviços de saúde. Só com uma atitude acolhedora que respeite a diversidade racial, ética, cultural dos usuários é que as dificuldades serão minimizadas. Para a autora entre os principais objetivos do acolhimento estão: “Acolher, escutar a queixa, os medos e as expectativas do usuário, identificar os riscos e a vulnerabilidade, perceber a avaliação do próprio usuário em relação ao seu estado, além de responsabilizar à equipe para dar uma resposta ao problema/demanda/necessidade do usuário. Prestar um atendimento resolutivo, orientando/encaminhando, quando for o caso, o paciente e a sua família, para outros serviços de saúde, seja para atendimento ou continuidade da assistência”. (OLIVEIRA, 2010) Se reconhecermos que acolher significa transpor a individualidade e o verticalismo e que é uma atitude de inclusão, respeitando a relação com algo ou com alguém compreendemos sua transversalidade. Um acolhimento adequado pode significar uma entrada no sistema de assistência com tranquilidade e cuidado, pode significar uma não evasão de um tratamento, ou até mesmo uma vida salva. Clínica Ampliada A clínica ampliada significa ver as que as pessoas de forma ampliada e que não se limitam às expressões das doenças de que são portadoras. Vai além de um atendimento realizado por um profissional de saúde que receita um remédio ou pede um exame. Entender cada pessoa como única e fazer com que os serviços de saúde o percebam como tal. Reconhecer que cada pessoa possui suas singularidade, sentimentos e medos diferentes e um conjunto de sinais e sintomas que se expressam de forma diferente em cada um. A Clínica Ampliada propõe que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de ajudar as pessoas, não só a combater as doenças, mas transformar-se, de forma que a doença, mesmo sendo um limite, não as impeça de vivenciar outras coisas na sua vida. Por meio da clínica ampliada é possível reconhecer as necessidades do paciente para que ele consiga aderir ao tratamento. Quando isso ocorre e se pratica a transversalidade é possível encontrar soluções para problemas que podem parecer simples mas que impedem a obtenção do cuidado pleno. Um exemplo que pode ser usado. Um paciente que tem todo tratamento de radioterapia custeado pelo sistema, mas não possui recursos financeiro para locomoção. A clínica ampliada é capaz de reconhecer essa necessidade e envolver a assistência social para que esse obstáculo seja vencido. Cogestão A cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos processos de gestão. Quando um gestor possui um problema e tenta analisar o contexto, processar o acontecimento e tomar decisão sozinho compreendemos que a gestão é centralizada, o que o PNH tem como diretriz é que é fundamental envolver um conjunto mais ampliado de sujeitos, que sejam componentes da organização nas avaliações e nas tomadas de decisão. Desta forma fica claro que todos são gestores de seus processos de trabalho posem ser avaliados por uma gestão compartilhada. Mas esse processo participativo é frutode um acordo com os sujeitos envolvidos, que, imbuídos de corresponsabilização com o cuidado, na forma da produção de tarefas, as mesmas deixam de se uma imposição sobre eles. A experiência do envolvimento compartilhado culmina em uma produção mais repleta de responsabilidades que resultará em mais e melhor produção de saúde. A vontade de fazer estará ampliada, os pressupostos éticos do fazer da saúde se dá por meio do aprender fazendo. Quando isso acontece a transversalidade se institui como uma forma de interação dos envolvidos. Alguns exemplos de como essa cogestão funciona são os colegiados de gestores de hospitais em que as trocas de experiência e as decisões são tomadas em espaços coletivos, as mesas de negociação permanentes, as câmaras técnicas de humanização (CTH) e as gerências as claras de porta aberta. Formas de interação de tomada de decisão nos processos de gestão. Defesa dos Direitos dos usuários A rede de atenção à saúde composta de serviços e equipamentos é um direito dos usuários. A prioridade são os serviços de atenção básica e estratégia da família que deve cobrir todo território nacional, mas que ainda não é uma realidade no país. Os ambulatórios de especialidade os centros de atenção psicossocial e o hospital, quem compõem essa rede, articulada pelo cuidado, leva em consideração os critérios de vulnerabilidade, risco e condição de sofrimento. Nas situações de urgência/emergência, qualquer serviço da rede de saúde deverá receber e cuidar da pessoa, bem como encaminhá-la para outro serviço no caso de necessidade. Todos esses direitos estão contidos na A 1ª “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” foi publicada em 2006 (Portaria GM/MS nº 675, de 30 de março de 2006) e na A 2ª Carta, uma revisão da anterior, ainda se encontra em formato de Portaria (Portaria GM/MS nº 1820, de 13 de agosto de 2009), que pode ser acessada no Portal do MS: www.saude.gov.br. Fomento de grupalidades, de coletivos e de redes A proposta de fomentar grupos é importante, porque neles as pessoas reconhecem o igual e o diferente, as limitações e as possibilidades, as simpatias e as antipatias, os afetos e os desafetos, suportando frustrações, compartilhando sentimentos e comunicando-se. Valorização do trabalho e do trabalhador O profissional de saúde passa então a ter necessidade do seu reconhecimento e valorização. O Programa de Formação em saúde e o trabalho e a comunidade ampliada de pesquisa são excelentes caminhos para que o trabalhador tenha suas práticas respeitas, reconhecidas e valorizadas. A equipe também precisa de cuidado de atenção de busca ativa para necessidades. Quando isso acontece os espaços de trabalho e a interação da equipe fica mais harmônico. Portanto, o que é importante salientar é que nesse processo de estabelecer e de promover a PNH há diretrizes muito bem estabelecidas e definidas e que a transversalidade pode oportunizar experiências de interação com essas diretrizes e que soluções inteligentes e aplicáveis podem ser encontradas para problemas diários e resolvidas. Quando isso acontece é preciso em um primeiro momento identificar e registrar porque esses passam a ser os pontos positivos do SUS. Um vez registrados é fundamental que se promova a visibilidade das práticas assertivas para serem replicadas e adaptadas a cada situação imposta pelo sistema. Assim vai se construindo uma memória do SUS que dá certo. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1) A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. Política Nacional de Humanização se pauta em três princípios, são eles: a) Humanização, Indissociabilidade e Transversalidade. b) Protagonismo e autonomia, Indissociabilidade e Transversalidade. c) Protagonismo e autonomia, Humanização e Inseparabilidade. d) Inseparabilidade, Humanização e acessibilidade. 2) A necessidade e implementar a humanização é inegável. Puccini e Cecilio destacam que “a humanização é um movimento com crescente e disseminada presença, assumindo diferentes sentidos segundo a proposta de intervenção eleita” (PUCCINI; CECILIO, 2004, p. 1.344). Os autores destacam ainda que que a prática desta política aumenta o grau de responsabilidade dos atores que constituem a rede do SUS e que essas mudanças implicam na transformação da cultura dos usuários e dos gestores em relação ao cuidado com a saúde. Sobre o Protagonismo é possível dizer que: a) Quem atua com o Protagonismo é o protagonista, porém ele depende de outras pessoas para atuar, principalmente dos gestores. b) A Autonomia é importante para o Protagonismo, mas ela não pode ser exercida sempre porque prejudica as tomadas de decisão. c) Protagonismo é opinar sem trazer necessariamente mudanças para a situação. d) O Protagonismo depende da Autonomia que é a liberdade moral ou intelectual do indivíduo que tem o direito de tomar decisões livremente. 3) A Política Nacional e Humanização (PNH) possui uma estrutura baseada em método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos e atuação. Quanto ao método o mesmo é intitulado como de tríplice inclusão. Leia a definição abaixo: Entender cada pessoa como única e fazer com que os serviços de saúde o percebam como tal. Reconhecer que cada pessoa possui suas singularidade, sentimentos e medos diferentes e um conjunto de sinais e sintomas que se expressam de forma diferente em cada um. Marque o conceito a qual ela se relaciona: a) Clínica Ampliada. b) Cogestão. c) Valorização do trabalho e do trabalhador. d) Fomento de grupalidades, de coletivos e de redes. Módulo 4 Os desafios da Humanização 4.1 A humanização como desafio constante A PNH surgiu como resposta à insatisfação dos usuários do SUS no que diz respeito, sobretudo, aos aspectos de relacionamento com os profissionais da saúde. Segundo Pessini e Bertachini (2004) o Ministério da Saúde realizou em 2000 uma pesquisa junto aos usuários do SUS, havia uma satisfação grande com a utilização de aparelhos para o diagnóstico, as técnicas cirúrgicas eram bem avaliadas e havia destaque para as ações preventivas do sistema, mas quanto ao atendimento dos profissionais os usuários alegavam a ausência da humanização. A relação com o acolhimento e a criação de vínculo estavam fracas e era notória a necessidade de investimento nessa área para que o equilíbrio acontecesse. Ressaltava-se a falta de comunicação adequada para acompanhar o atendimento tecnicista. Quando o Ministério da Saúde decidiu fazer uma avaliação específica identificou contradições entre os direitos garantidos por lei e a realidade da assistência. Os principais problemas vindos dos cidadãos era a avaliação do SUS e a pergunta: Quem cuida de quem? A falta de humanização trazia para o usuário uma instabilidade sobre o cuidar e a continuidade do cuidado. A ausência do vínculo e da referência fazia com que a adesão e interesse pela continuidade do tratamento não existisse e esse é um problema para o sistema porque onera e impacta financeiramente a assistência. Mudanças eram necessárias e discutir o assunto, primordial. Os debates ganharam destaque na 11ª Conferência Nacional de Saúde título “Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social”. As discussões sobre humanização se intensificaram. Os profissionais, por sua vez também demonstravam suas insatisfações com a estrutura do sistema. Precisou-se ouvir os relatos de dificuldades enfrentadas por esses atores, atuantes para que as discussões não girassem apenas sob a ótica do usuário. A linha de pensamento adotada foi tentar enxergar esse problema como algo que tivesse o devido cuidado. Foi então incluídono âmbito das discussões essa problemática que também suscitou outra questão. Os principais problemas relatados pelos profissionais era de condições concretas de trabalho, ausência de plano de cargos e salários, ausência de acesso à tecnologia e educação continuada e muitas reclamações relacionadas a gestão do trabalho. As fragilidades da gestão também foram reconhecidas pelos gestores que destacaram a necessidade reformular algumas questões. Segundo o Ministério da Saúde (2010), o processo de humanização busca reverter um quadro de mecanismos, automatismos ou tecnicismos, inerente às relações de trabalho, em determinados setores ou grupos de trabalhadores, fruto do processo histórico de condução desta política. O reconhecimento da necessidade de investir na construção de um novo tipo de interação entre os atores que envolva de forma corresponsável, com o profissional da saúde, gestores e usuários que passa a ser sujeitos de um processo e não objeto dele, priorizando a comunicação entre eles. 4.1.1 A construção do pensamento de solução Nas aulas anteriores compreendemos os princípios, as diretrizes e os dispositivos que compõem a PNH. Toda estrutura foi pensada no sentido de solucionar problemas, sempre levando em consideração o princípio de identificar as diretrizes que precisam ser adequadas e que dispositivos precisam ser acionados para resolução do problema. Observando a figura abaixo conseguimos compreender o funcionamento: Vamos dar um exemplo para compreender a dinâmica de como resolver um problema do SUS. Exemplo Dividimos em etapas para ficar mais fácil a compreensão: 1. Iniciamos identificando o problema. Problema: fila no pronto socorro e espera longa. 2. É preciso reconhecer a diretriz afetada. Diretriz: Acolhimento. 3. Que dispositivos podem ser utilizados para apoiar a mudança na gestão. Dispositivo: Acolhimento com classificação de risco. A estratégia é entender o processo com a transversalidade da ambivalência. Reconhecer que algumas pessoas podem esperar menos do que as outras. Para resolver o problema de pessoas precisando de ser atendidas com mais rapidez, passam então por uma classificação e entram no sistema de acordo com a necessidade. Para construir as alternativas é preciso envolver os sujeitos convidando para rodas de conversa e entender os problemas, envolver os coletivos para fomentar redes e mobilizar a sociedade e trazer para a gestão alternativas para administrar conflitos e fazer mudanças no acesso ao sistema. As diretrizes permitem estabelecer novos rumos com a experimentação de novos dispositivos, diante disso criar novas realidades e novas formas de cuidar, melhorando a assistência e a humanização. Uma vez esse ciclo feito, implementado é necessário que se inicie o processo de visibilização da nova prática para que outras esferas e outros espaços conheçam a dinâmica de criar processos. Vamos observar a figura abaixo que reforça o que estamos tratando aqui: O que vale ressaltar é que toda e qualquer intervenção proposta pela PNH tem como finalidade promover o protagonismo e aumentar o coeficiente de autonomia dos sujeitos/equipes/serviços envolvidos no problema estimulando o aumentando da capacidade de análise e as possibilidades de intervenção. Isso posto é possível encontrar formas de melhorar as práticas de atenção e respostas para os usuários porque esse foco é o principal. Uma coisa importante é que é preciso desestimular a crítica pela crítica e a prática de atitudes repletas de desumanização no SUS. Quando as alternativas são criadas, testadas, analisadas e melhoram efetivamente o sistema passa-se então a se buscar a divulgação dessas mudanças. O lugar mais adequado para a troca de experiências do SUS é a Rede HumanizaSUS. É uma rede social de atores interessados e envolvidos nos processos de Humanização do SUS. Trata-se de uma arena, um espaço livre que defende abertamente a Política Nacional de Humanização. A proposta do espaço é ampliar o diálogo em torno dos princípios, métodos e diretrizes da política. Mais conhecida com RHS, atua cotidianamente para fazer um sistema único de saúde com equidade, acesso universal e cuidado integral a saúde. O objetivo é ter um espaço de colaboração em que é realizado o encontro, a troca, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, o acolhimento. Nesse espaço de escuta sensível e multiplicidade de visão todos podem apresentar experiências que permitam o entendimento do que pode ser feito para melhorar os processos de trabalho no SUS. A proposta é construir a memória do SUS e ampliar o diálogo. A rede tem caráter público e é democrática. Também atua como um espaço de apoio mútuo que permite o enfrentamento de desafios que a humanização da gestão e dos processos de cuidado do SUS. Existe desde 2008 como um dos dispositivos oferecidos pela PNH. Mas quando pensamos em: O que motiva a criação de uma rede de compartilhamentos de experiências no SUS? A resposta é clara: Sempre haverá um novo desafio a ser enfrentado no SUS. 4.2 Humanização durante a pandemia de COVID- 19 Em 2020 o mundo enfrentou um cenário nunca antes vivenciado na saúde. Uma pandemia de COVID-19 (novo coronavírus) de escala global com um cenário de restrições e medidas de proteção que atingiram severamente o âmbito hospitalar. A pandemia impôs às pessoas medidas restritivas de contato e uma superlotação no sistema hospitalar. As consequências impactaram a assistência que precisou criar medidas de controle e contenção com adaptação de pronto-atendimentos específicos e áreas de isolamento. A necessidade de dar suporte aos pacientes internados sem possibilidade de ter acompanhantes e o alto índices de pacientes necessitados de UTI´s, além do índice alto de mortes fez com que muitas medidas de humanização fossem adotadas nos hospitais. O novo coronavírus que matou milhões de pessoas em todo mundo e deixou o planeta em isolamento marcou profundamente a humanidade e transformou, com ensinamentos, comportamentos dentro e fora dos ambientes hospitalares. A complicação maior foi o medo do desconhecido. Não saber ao certo como a doença atingiria as pessoas e os profissionais da linha de frente da assistência trouxe para o ambiente de cuidado muita insegurança. Um número alto de pacientes em condições graves de saúde, com um nível de complexidade alto de cuidados sobrecarregou as equipes de saúde significativamente. As equipes trabalhando incansavelmente, em plantões com exaustão mental, um nível alto de óbitos e uma fila grande de pacientes necessitados de UTI. Protocolos de cuidados e muitos profissionais da saúde que não puderam retornar para seus lares, preocupados em contaminar a família. Um alto índice de profissionais infectados e no início da pandemia a falta de equipamentos de proteção. As equipes passaram a se empenhar e se comprometer em criar protocolos que pudessem suprir algumas ausências. Um procedimento que tinha sido uma conquista para os pacientes, que é o direito a acompanhante foi suprimido. Os pacientes eram entregues e suas famílias passavam a receber boletins fonados de suas condições diárias de saúde. A equipe, além de cuidar de um quantitativo enorme de enfermos, se comprometia em ofertar informações para as famílias. Alguns procedimentos de contato virtual foram se estabelecendo e falaremos deles mais adiante. Nunca foi tão clara a importância de um trabalho multidisciplinar em equipe. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, profissionais de limpeza, todos unidos para assistir aos infectados. As práticas humanizadas sendo pensadas e colocadas em prática durante a pandemia para minimizar alguns impactos. No Brasil o SUS teve e vem tendo um papel significativo no controle da pandemia. Atuando não só no âmbito hospitalar mas no planejamentoe na contenção da pandemia, em pesquisas de desenvolvimento de vacinas e na gestão de controle e na oferta de imunização. O SUS foi o protagonista desse embate. Algumas práticas assistenciais humanizadas realizadas no Brasil tiveram um impacto tão forte na assistência que ganharam visibilidade e reconhecimento fora do país. 4.2.1 Exemplos de práticas humanizadas durante a COVID-19 As práticas humanizadas servem de exemplo e de norte para que outras pessoas repliquem processos. Vamos mostrar aqui três exemplos de práticas adotadas na assistência durante a pandemia. Veja a seguir! Primero exemplo A. Técnica da mãozinha A enfermeira Lidiane Melo teve dificuldades de medir a saturação de um paciente e colocou duas luvas cheias de água quente envolvendo a mão do paciente internado para que o mesmo tivesse a sensação de estar com alguém segurando a sua mão. A enfermeira relatou que foi um ato de desespero que a levou a pensar em uma forma de aquecer o paciente e ofertar acalento. Ao realizar o procedimento, a enfermeira conseguiu medir a saturação do interno e percebeu que o mesmo se sentiu mais tranquilo. Registrou o momento e colocou nas redes sociais. O procedimento viralizou e foi elogiado em muitos lugares fora do país e inclusive pelo Diretor da OMS, Thedros Adhnom Ghebreyesus que repostou o procedimento e elogiou os profissionais que buscaram técnicas para aliviar o sofrimento dos infectados. Segundo exemplo B. Prontuário Afetivo A técnica trás a humanização através da realização de prontuários criativos, visualmente e clinicamente, de pessoas que encontram-se ou encontravam-se internadas nas UTIs. A ideia é fornecer informações que vão além do quadro clínico do paciente aos trabalhadores da saúde, como por exemplo o gosto musical, atividades de lazer, apelido que prefere ser chamado e até fotos dos amores da vida de cada um. Imagine o enfermeiro chegar na maca e dizer ao invés do nome do paciente, aquele apelido carinhoso que só seus entes queridos sabem! Ou ainda colocar a musica dos Titãs a sua banda favorita para tocar como forma de surpresa. Pensar em estratégias como esta é trazer a diferenciação do Ser humano para dentro da saúde, mostrando ao mesmo que a construção de sua vida é também importante para aqueles que lá se encontram. Terceiro exemplo C. Visitas virtuais A técnica consiste em poder ver o paciente acamado no isolamento hospitalar por meio de uma vídeo chamada. A família consegue ver o paciente interagir com ele de forma virtual. Sabemos que as relações nesta pandemia foram mediadas pela tecnologia e utilizá-la a favor da humanização é muito importante. A manutenção dos vínculos familiares através de contatos remotos, fazem com o que paciente sinta-se participante do núcleo familiar, sendo inclusive tratado de forma significativa o sentimento de solidão que acometem diversas pessoas que encontram-se hospitalizadas. Vídeo Acesse o material digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado 1) Sempre haverão problemas! Isto é um fato para vida de todos e como a saúde trabalha com vidas também possuirá esta questão. Nenhum de nós imaginávamos por exemplo que viveríamos uma pandemia como o COVID-19. Mas, problemas devem ser resolvidos. Assim sendo, marque a alternativa correta quanto a construção cronológica da para uma resolução de problema a partir da lógica da humanização em saúde. a) Identificar a diretriz, entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, Definir o problema, criar a alternativa, testa-la, dar visibilidade. b) Dar visibilidade, definir o problema, identificar a diretriz, entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, criar a alternativa, testa-la. c) Definir o problema, identificar a diretriz, entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, criar a alternativa, testá-la, dar visibilidade. d) Definir o problema, identificar a diretriz, criar a alternativa, testa-la, entender que dispositivo é capaz de resolvê-la, dar visibilidade. 2) Atua cotidianamente para fazer um sistema único de saúde com equidade, acesso universal e cuidado integral a saúde. O objetivo é ter um espaço de colaboração em que é realizado o encontro, a troca, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, o acolhimento. Nesse espaço de escuta sensível e multiplicidade de visão todos podem apresentar experiências que permitam o entendimento do que pode ser feito para melhorar os processos de trabalho no SUS. Essa é a definição de qual conceito inerente ao Política Nacional de Humanização (PNH)? a) Rede HumanizaSUS. b) Política Nacional de Humanização. c) Diretrizes da PNH. d) Dispositivos da PNH. 3) A Política Nacional de Humanização, chamada de PNH, foi criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. Sobre a criação da Política Nacional de Humanização é possível afirmar que: a) Surgiu de uma decisão exclusiva do Ministério da Saúde. b) Surgiu da insatisfação dos usuários com a falta de humanização do sistema, da insatisfação dos profissionais e dos gestores que enfrentavam problemas de gestão. c) Surgiu da insatisfação exclusiva dos usuários do sistema que não avaliaram bem o SUS. d) Surgiu exclusivamente dos interesses dos profissionais atuantes no sistema que estavam insatisfeitos com o plano de cargos e salários. Conclusão Considerações finais Para entender o processo de humanização e da necessidade de se ter uma política específica para o tema foi importante lembrarmos da origem do Sistema Único de Saúde – SUS, seus princípios organizativos e doutrinários. O reconhecimento das falhas de humanização foi sendo percebido e em 2001, quando foi criado o Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH) que visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente nas relações entre usuários e profissionais da área da saúde, com o objetivo de disseminar uma cultura nova de atendimento humanizado. Logo após o mesmo é substituído pela Política Nacional e Humanização (PNH) criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e Conselho Nacional de Saúde, e é um dispositivo de avanço no que tange as ações de humanização no âmbito da gestão e da atenção da saúde no Brasil. A mesma possui uma estrutura baseada em método inclusivo, princípios, diretrizes, dispositivos e eixos de atuação. Sendo os princípios a Transversalidade, a Indissociabilidade entre atenção e gestão e Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos. As diretrizes o acolhimento, gestão participativa e cogestão, ambiência, clínica ampliada, valorização do trabalhador e a defesa do direito dos usuários. E os dispositivos como instrumentos de efetivação para que todos estes conteúdos se alinhem. Todavia, é necessário se deixar claro que não há uma solução eterna a partir da política, é importante que saibamos que problemas sempre surgirão e novos desafios serão apresentados na rede de saúde e por isto a HumanizaSUS e a troca oportunizará mais soluções. Bibliografia AMORIM, Annibal Coelho de. A Política Nacional de Humanização - PNH: o método da tríplice inclusão e a participação social de gestores, trabalhadores da saúde e usuários do/no SUS. 2014. 296 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. –