Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ANTROPOCENO E AS
CRISES SOCIAL E
AMBIENTAL
Aula 1
ANTROPOCENO E AS
CRISES
CONTEMPORÂNEAS
Antropoceno e as crises
contemporâneas
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 1/65
https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/RESPONSABILIDADE_SOCIAL_E_AMBIENTAL/PPT/u1a1_res_soc_amb.pdf
Ponto de Partida
Caro estudante, boas-vindas à nossa aula sobre uma das temáticas
de extrema relevância atualmente, que está diretamente relacionada
ao futuro do nosso planeta: o Antropoceno.
De acordo com o ganhador do Prêmio Nobel de química em 1995,
Paul Crutzen, o Antropoceno significa uma nova época geológica
caracterizada pelo impacto do homem na Terra, na qual a
humanidade se transformou em uma força geológica capaz de
alterar as condições de sustentação da vida. Entretanto, esse termo
é ainda bastante questionado por muitos cientistas. De fato, nas
últimas décadas a economia e o comércio mundial, baseados em
uma sociedade de consumo, tiveram um forte crescimento, com
melhorias das condições de vida de milhões de pessoas pelo
mundo. Mas isso teve um preço: o aumento da poluição, a perda da
biodiversidade e o aquecimento global.
Você pode se perguntar: como isso afetará a minha vida?
As crises do Antropoceno vão alterar e desafiar as nossas
compreensões de economia e natureza?
Portanto, você, como futuro profissional, a partir desta aula, começa
a compreender, questionar e se preparar para os desafios desse
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 2/65
novo tempo, ou para muitos, “era geológica”, sobre as nossas
atividades econômicas e sociais.
Vamos juntos no estudo dessa instigante e importante temática!
Um grande abraço!
Vamos Começar!
O surgimento do conceito de Antropoceno
O Holoceno é a atual época do período Quaternário da Era
Cenozoica, que se iniciou há cerca de 11,65 mil anos antes do
presente, após o último período glacial. Tal período se caracterizou
por apresentar um clima razoavelmente estável. Esse fato permitiu
gradualmente a evolução das atividades humanas, como o
desenvolvimento da agricultura e a domesticação de animais, e,
consequentemente, mudou o estilo de vida nômade para o
sedentário em grande parte da população. Soma-se a isso as
migrações humanas, a constituição de sociedades complexas e a
criação dos aglomerados urbanos, como vilarejos, vilas e a cidades
(Veiga, 2019; Costa, 2022). Dessa forma, o Holoceno se constituiu
no período de desenvolvimento do homem e de seus atributos na
Terra.
Para um número significativo de cientistas, esse período se esgotou
e estamos vivendo o início de um novo período geológico: o
Antropoceno. Esse termo foi cunhado pelo biólogo Eugene F.
Stoermer, em 1980, e significa antropo (homem) + ceno (novo)
(Veiga, 2019). Já a hipótese de um novo tempo geológico foi
levantada originalmente pelo cientista Paul Crutzen, ganhador do
Prêmio Nobel de Química, em 1995, o qual, durante uma reunião do
Programa Internacional de Geosfera-Biosfera (IGBP), no ano de
2000, sugeriu o uso do termo para representar o atual tempo
geológico e explica: “Eu estava em uma conferência e alguém
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 3/65
mencionou o Holoceno. De repente, pensei que esse termo era
incorreto. O mundo tinha mudado muito. Eu disse não, estamos no
Antropoceno”. Para ambos os cientistas, o uso do termo
Antropoceno é o mais adequado para “[...] enfatizar o papel central
da humanidade na geologia e na ecologia” (Crutzen; Stoermer,
2000, p. 17).
O que identifica o Antropoceno são as profundas transformações
das atividades humanas sobre os processos de regulação biofísicos
do planeta. Isto é, o homem passou a ser uma força geológica
capaz de modificar as condições estruturantes do sistema terrestre.
Portanto, Antropoceno significa a época da dominação humana
sobre o planeta (Alves, 2020).
Não há consenso sobre o início do Antropoceno. Alguns artigos
abrangem desde o início da agricultura até os eventos relacionados
ao período histórico, informalmente reconhecido como a Grande
Aceleração, mas alguns especialistas escolheram uma data
simbólica como marco temporal: o ano de 1784, data do
aperfeiçoamento da máquina a vapor por James Watt. Esse é o
período que marca o início do uso intensivo de combustíveis fósseis
(no caso o carvão), o início da Revolução Industrial e do sistema de
produção capitalista.
Um exemplo imediato de todo o impacto ocasionado pela população
humana no planeta é a questão demográfica: em 1800, a população
mundial era de 1 bilhão de pessoas; hoje somos 8 bilhões e as
estimativas falam em 10 bilhões no ano de 2050. Esse aumento
esteve ligado à urbanização, que se intensificou nos últimos 200
anos, ou seja, o mundo se tornou urbano, com mais de 50% da
população mundial vivendo em cidades. No Brasil, por exemplo,
esses índices são superiores a 80% da população (Ipea, 2014). E
para atender essa crescente demanda, aumentou-se a pressão na
extração de recursos naturais, na ascensão de uma agricultura
industrial, no desmatamento de florestas tropicais e na consequente
perda de biodiversidade. Da mesma forma, entre os problemas
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 4/65
ocasionados estão a poluição em todos os sistemas planetários – ar,
oceanos, solo etc. –, e a configuração de sociedades com
desigualdades socioeconômicas em nível global.
A expressão Antropoceno é objeto de questionamentos. O geógrafo
norte-americano Jason Moore prefere o vocábulo Capitoloceno
porque, segundo ele, não é possível atribuir à espécie humana a
condição de força geológica, mas sim ao sistema capitalista que, por
seu caráter expansionista, é o causador da mudança de era
geológica (Moore, 2016). Outros usam o termo Ocidentaloceno,
porque a responsabilidade pelos desdobramentos atuais é dos
países ricos do Norte Global, e esses não podem ser atribuídos às
nações mais pobres (Unesco, 2018; Costa, 2022); ou ainda
Tecnoceno, porque as mudanças em curso e suas consequências
ocorreram a partir do desenvolvimento tecnológico e têm o poder de
alcançar todas as condições de vida para as gerações futuras
(Costa, 2021).
Apesar dos questionamentos, a expressão Antropoceno se
popularizou e tornou-se não só a designação de um novo tempo
geológico, mas também uma metáfora dos novos tempos em curso.
Em uma ou em outra perspectiva, o Antropoceno traz a discussão a
respeito dos limites de um planeta finito, tanto de espaço quanto de
recursos naturais. Além disso, se os sistemas econômicos e sociais
continuarem na mesma sistemática, passaremos de um cenário de
crise para uma provável e desafiadora emergência ecológica,
afetando a vida como um todo.
Siga em Frente...
O Antropoceno e as crises contemporâneas
Os problemas relacionados ao desequilíbrio no uso dos recursos
naturais e no aumento da poluição puderam ser facilmente
observados a partir de 1950, em que um novo e perigoso estágio
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 5/65
intensificou os efeitos antropogênicos sobre o sistema Terra, que os
cientistas têm denominado a Grande Aceleração. Com o fim da
Segunda Guerra Mundial, época de significativa expansão das
atividades econômicas, baseada em uma sociedade de consumo, o
uso de combustíveis fósseis foi responsável por recordes sucessivos
na emissão38/65
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=629955
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=629955
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793
https://media.ifrc.org/ifrc/wp-content/uploads/sites/5/2018/10/B-WDR-2018-EN-LR.pdf
https://media.ifrc.org/ifrc/wp-content/uploads/sites/5/2018/10/B-WDR-2018-EN-LR.pdf
 JACKSON, T. Prosperidade sem crescimento: vida boa em um
planeta finito. São Paulo: Abril, 2013. 
MATTEI, U.; NADER, L. Pilhagem: quando o estado de direito é
ilegal. São Paulo: Martins Fontes, 2013. 
MARGULIS, S. Mudança do clima: tudo que você queria e não
queria saber. Rio de Janeiro: Conrad Adenaur, 2020. 
ONU. Relatório do desenvolvimento humano 2020. Disponível
em: https://hdr.undp.org/system/files/documents//hdr2019ptpdf.pdf.
Acesso em: 22 ago. 2022. 
ONU. Acordo regional sobre acesso à informação, participação
pública e acesso à justiça em assuntos ambientais na América
Latina e no Caribe, adotado em Escazú (Costa Rica) em 4 de
março de 2018. Disponível em:
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/43611/S1800493
_pt.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em: 30 ago. 2023. 
ONU. Declaração do Rio de Janeiro sobre meio ambiente e
desenvolvimento. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-
40141992000200013. Acesso em: 30 ago. 2022. 
OST, F. A natureza à margem da lei: a ecologia à prova do direito.
Lisboa: Instituto Piaget. 
OXFAM. Uma economia para os 99%: sumário executivo. Londres:
Oxfam, 2017. Disponível em:
https://oxfamilibrary.openrepository.com/bitstream/handle/10546/620
170/bp-economy-for-99-percent-161017-summ-pt.pdf?
sequence=31&isAllowed=y. Acesso em: 30 jul. 2023. 
OXFAM. A distância que nos une. São Paulo: Oxfam Brasil, 2017.
Disponível em: https://www-cdn.oxfam.org/s3fs-
public/file_attachments/relatorio_a_distancia_que_nos_une_170925.
pdf Acesso em: 30 jul. 2023. 
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 39/65
https://hdr.undp.org/system/files/documents/hdr2019ptpdf.pdf
https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013
https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013
https://oxfamilibrary.openrepository.com/bitstream/handle/10546/620170/bp-economy-for-99-percent-161017-summ-pt.pdf?sequence=31&isAllowed=y
https://oxfamilibrary.openrepository.com/bitstream/handle/10546/620170/bp-economy-for-99-percent-161017-summ-pt.pdf?sequence=31&isAllowed=y
https://oxfamilibrary.openrepository.com/bitstream/handle/10546/620170/bp-economy-for-99-percent-161017-summ-pt.pdf?sequence=31&isAllowed=y
https://www-cdn.oxfam.org/s3fs-public/file_attachments/relatorio_a_distancia_que_nos_une_170925.pdf
https://www-cdn.oxfam.org/s3fs-public/file_attachments/relatorio_a_distancia_que_nos_une_170925.pdf
https://www-cdn.oxfam.org/s3fs-public/file_attachments/relatorio_a_distancia_que_nos_une_170925.pdf
OXFAM. Desigualdade social: um panorama completo da realidade
mundial. Publicado em 15.06.2021. Disponível em:
https://www.oxfam.org.br/blog/desigualdade-social-um-panorama-
completo-da-realidade-
mundial/#:~:text=A%20desigualdade%20social%20%C3%A9%20ori
unda,para%20a%20qualidade%20de%20vida. Acesso em: 20 jul.
2023.
PICKETT, R.; WILKINSON, K. O nível: porque uma sociedade mais
igualitária é melhor para todos. Rio: Civilização Brasileira, 2015.
Aula 4
MOVIMENTOS DE DEFESA
DO MEIO AMBIENTE
Movimentos de defesa do meio
ambiente
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 40/65
https://www.oxfam.org.br/blog/desigualdade-social-um-panorama-completo-da-realidade-mundial/#:~:text=A%20desigualdade%20social%20%C3%A9%20oriunda,para%20a%20qualidade%20de%20vida
https://www.oxfam.org.br/blog/desigualdade-social-um-panorama-completo-da-realidade-mundial/#:~:text=A%20desigualdade%20social%20%C3%A9%20oriunda,para%20a%20qualidade%20de%20vida
https://www.oxfam.org.br/blog/desigualdade-social-um-panorama-completo-da-realidade-mundial/#:~:text=A%20desigualdade%20social%20%C3%A9%20oriunda,para%20a%20qualidade%20de%20vida
https://www.oxfam.org.br/blog/desigualdade-social-um-panorama-completo-da-realidade-mundial/#:~:text=A%20desigualdade%20social%20%C3%A9%20oriunda,para%20a%20qualidade%20de%20vida
https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/RESPONSABILIDADE_SOCIAL_E_AMBIENTAL/PPT/u1a4_res_soc_amb.pdf
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Nesta aula vamos estudar a importância dos movimentos sociais na
promoção e proteção ao meio ambiente. Além de conhecer a
configuração das principais entidades ambientais em nível nacional
e internacional, o conteúdo da aula vai destacar a importância das
organizações não governamentais, conhecidas pela sigla ONGs,
para a agenda ambiental.
Para compreendermos melhor, vamos conhecer a história de João,
que trabalha em uma empresa, e questionou, junto ao amigo Daniel,
a imagem e a responsabilidade social e ambiental dela. Daniel é o
responsável por essa área, entretanto, a empresa está alinhada
apenas com os interesses econômicos e políticos, sem atenção ao
meio ambiente e a responsabilidade social.
Assim, Daniel buscou alternativas para tentar mudar essa
perspectiva na empresa e encontrou uma ONG, que tem um forte
papel de preservação do meio ambiente e responsabilidade social
ambiental empresarial, por promover projetos empresariais
sustentáveis. Daniel apresentou o projeto criado pela ONG para a
diretoria da empresa, foi questionado sobre qual seria o impacto no
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 41/65
lucro da empresa e contra-argumentou, dizendo que o projeto da
ONG pode ser um diálogo aberto, um passo importante para o
marketing da empresa e promoção para a expansão dos negócios,
além disso pode atrair novos investimentos.
Daniel ainda trouxe o caso de uma renomada empresa de
cosméticos como exemplo, que, após ter sido acusada de danos
ambientais, adotou a causa do meio ambiente e, hoje, é uma das
empresas mais respeitadas no segmento de cosméticos por conta
de sua conduta. Entretanto, mesmo com esse exemplo a empresa
que Daniel trabalha não aceitou a proposta da ONG.
Com base nessa situação, podemos nos questionar: a empresa,
pela resistência, demonstra-se contrária às ONGs e aos organismos
internacionais em favor do seu interesse? Há, efetivamente, uma
oposição entre as ONGs, organismos internacionais e interesses
econômicos e políticos do Estado? O desenvolvimento sustentável
depende do alinhamento entre ONGs, organismos internacionais e
interesses econômicos e políticos do Estado?
Um abraço!
Vamos Começar!
A preocupação da sociedade com o meio
ambiente
O movimento ambiental tem origem na segunda metade do século
XIX, com os grupos protecionistas criados na Europa, que estavam
preocupados com os efeitos das transformações advindas da
Revolução Industrial, como a perda de áreas selvagens e a poluição
em cidades, que se tornaram insalubres. Sob essa perspectiva, a
primeira sociedade ambientalista privada foi criada na Inglaterra em
1863, chamada de Commons, Foot-paths, and Open Spaces
Preservation Society (Mccormick, 1992).
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html42/65
Já nos Estados Unidos, os primeiros grupos ambientalistas são da
virada dos séculos XIX e XX, estabelecidos com base em duas
compreensões das relações do homem com a natureza: os
preservacionistas, que defendiam a manutenção de áreas virgens,
intocadas, sem a interferência de atividades humanas; e os
conservacionistas, centrados na racionalização e compatibilização
do uso dos recursos naturais com a proteção ao ambiente
(Mccormick, 1992). Essas leituras são reflexos das discussões da
época, assentadas ora na proteção da vida selvagem, ora nos
efeitos da industrialização e da urbanização.
No final da década de 1950 e início da década de 1960, começa a
surgir uma nova articulação de grupos e entidades de proteção ao
meio ambiente, influenciados pelos riscos da corrida nuclear, da
explosão demográfica e do aumento degradação ambiental, fatores
esses que foram exteriorizados por meio de denúncias formuladas
através da publicação de livros e artigos acadêmicos. Um caso
emblemático é a obra Primavera Silenciosa, de autoria da bióloga
Rachel Carson, em 1962, que demonstrou os efeitos nocivos da
contaminação por pesticidas na agricultura e as consequências para
o equilíbrio ecológico. Essa publicação teve enorme repercussão
nos meios acadêmicos e políticos, influenciando decisivamente o
movimento ambientalista e abrindo as discussões que levaram o
governo norte-americano a criar a sua agência de proteção ao meio
ambiente nos anos de 1970.
As décadas de 1970 e 1980 trouxeram uma nova configuração na
estrutura do movimento ambientalista. Se, em um primeiro
momento, os movimentos ambientalistas eram oriundos de pautas
convergentes de determinados setores da sociedade, o avanço das
questões ecológicas no tabuleiro político e econômico da
governança global impuseram uma nova estruturação. Eles
começam a se organizar, em nível institucional, por meio de pessoas
jurídicas de caráter não governamental, ora em organizações de
âmbito internacional, que traziam em seu bojo a premissa que os
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 43/65
problemas ecológicos não eram somente locais, mas conjugavam
aspectos transfronteiriços e globais, ora como entidades nacionais,
orientadas por pautas regionais e locais, focados nos projetos de
desenvolvimento sustentável de acordo com a realidade em cada
país. Em qualquer dessas perspectivas, teríamos doravante a
expansão de organizações de caráter não governamental,
estimuladas pelas Nações Unidas.
No início do século XXI, surgiram novas formas de atuação em face
dos problemas ambientais por meio de ativismos impulsionados
pelos avanços das novas tecnologias de informação e comunicação,
especialmente a internet e suas redes sociais. Uma das formas é o
ciberativismo, em que comunidades virtuais de pessoas com
propósitos e pautas convergentes estimulam determinadas práticas.
Um exemplo é o evento anual chamado Hora do Planeta, criado
pela organização WWF, que é responsável por conjugar centenas de
cidades e quase 1 bilhão de pessoas em defesa das pautas
patrocinadas pelo movimento, como a emergência climática e a
perda da biodiversidade.
 Um importante ativismo recente, que conjuga a atuação virtual e
real, é o movimento de jovens suecos, iniciado pela jovem Greta
Thunberg, que, em maio de 2018, iniciou um protesto escolar às
sextas-feiras, em frente ao Parlamento sueco, cobrando medidas
contra a mudança climática. A princípio, sozinha, e depois com a
companhia de milhares de jovens, que deixavam de participar das
aulas para protestar. Greta inspirou um movimento que se espalhou
pelo mundo com o nome de “sextas-feiras pelo clima”. O movimento
continua e é considerado um dos principais ativismos ambientais na
contemporaneidade.
Siga em Frente...
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 44/65
Os principais movimentos e organizações
não governamentais ambientais
A compreensão dos movimentos ambientalistas, como conhecemos
atualmente, está diretamente ligada às organizações não
governamentais (ONGs). O conceito de ONGs é para aquelas
pessoas que não se enquadram como governamentais ou
empresariais de fins lucrativos; portanto, em sentido amplo, estão
incluídos conceitualmente os sindicatos, as organizações
profissionais e as entidades com pautas específicas, como de
consumidores, de questões identitárias e outras de promoção social.
Mas o conceito de ONGs na área ambiental é mais restrito. Elas são
definidas como pessoas privadas, não governamentais, sem fins
lucrativos, com propósitos de intervenção acerca de questões
globais aos locais, em prol das iniciativas de proteção e promoção
do meio ambiente. Outras expressões são utilizadas como
equivalentes para caracterizar as ONGs ambientalistas, como
entidade do terceiro setor, ou ainda, organizações da sociedade
civil.
As ONGs ambientalistas tiveram um forte estímulo e articulação a
partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, em Estocolmo, no ano de 1972. Diante das dinâmicas dos
problemas ecológicos, que são transfronteiriços, algumas das
principais entidades ambientalistas estão organizadas em nível
internacional. Vamos destacar algumas das principais organizações
globais de proteção ambiental.
A primeira delas é o WWF, que é o Fundo Mundial para a Natureza,
criado em 1961, na cidade de Gland, Suíça. Com mais de 5 milhões
de associados em todo o mundo, o WWF tem “[...] como missão
global conter a degradação do meio ambiente e construir um
futuro no qual as pessoas vivam em harmonia com a natureza”
(WWF, 2020). Tem linha centrada em projetos que atuem na
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 45/65
conservação da biodiversidade mundial, na garantia da
sustentabilidade de recursos naturais renováveis e na redução da
poluição e do desperdício. O WWF-Brasil foi criado em 1996 e atua
por meio de projetos no contexto econômico e social brasileiro, em
especial nos biomas brasileiros, como a Amazônia, Cerrado, Mata
Atlântica, Pantanal e nos ecossistemas marinhos. Suas
iniciativas “[...] buscam proteger e restaurar
a biodiversidade, fortalecer a agricultura familiar e a produção
local, além de gerar estudos sobre o impacto do desmatamento e
das queimadas” (WWF, 2020).
A segunda organização é o Greenpeace, criado em Vancouver,
Canadá, em 1971. Trata-se de uma das mais combativas
organizações ambientalistas, que tem atuação por meio do ativismo
ambiental e de mecanismos de pressão sobre governos e
empresas. O Greenpeace é mantido exclusivamente por seus
associados, recusando financiamento público ou empresarial. Entre
as suas principais missões e valores estão (i) proteger os
ecossistemas e a biodiversidade em todas as suas formas; (ii)
promover a paz, o desarmamento global e a não violência; (iii)
enfrentar as mudanças climáticas: (iv) promover soluções
sustentáveis junto à sociedade (Greenpeace, 2022). O Greenpeace
possui escritório no Brasil desde 1992 e desenvolve ações ativistas
em defesa da Amazônia e contra o desmatamento; na luta contra os
agrotóxicos; e no combate aos efeitos danosos da mineração; entre
outras.
A terceira organização internacional é a União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais – conhecida
pela sigla em inglês IUCN –, criada na França, em 1948. Trata-se da
maior rede de sociedades ambientais em nível global, conjugando
mais de 1400 membros, entre órgãos governamentais e da
sociedade civil (IUCN, 2019).
No Brasil, temos algumas importantes organizações. Entre elas,
destaca-se a Fundação S.O.S Mata Atlântica, que é uma ONG
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html46/65
brasileira criada em 1986 e atua no fomento de políticas públicas
para a proteção e conservação da Mata Atlântica, um dos principais
biomas brasileiros. Sua atuação se dá por meio de estudos e
monitoramento das intervenções antrópicas sobre o bioma,
conscientização pública e o aprimoramento da legislação ambiental
(SOS Mata Atlântica, 2021). Outra organização importante é o
Instituto Socioambiental (ISA), organização criada em 1994, que
atua na defesa da diversidade socioambiental brasileira, em especial
por projetos e iniciativas em conjunto com comunidades indígenas,
quilombolas e extrativistas, de modo a preservar e fortalecer a
cultura e os saberes tradicionais (ISA, 2021). Por fim, o instituto O
Direito Por um Planeta Verde (IDPV), pessoa jurídica sem fins
lucrativos, criada em 2005, e que reúne os principais especialistas
na área do Direito Ambiental no Brasil. O IDPV, uma das entidades
filiadas à IUCN, é o responsável pela edição anual do Congresso
Brasileiro de Direito Ambiental, fórum de discussões com pesquisas
e debates acadêmicos dos principais desafios e proposições sobre
as demandas ecológicas em nível internacional e nacional.
A atuação das ONGs e seus efeitos na
agenda ambiental
As organizações não governamentais (ONGs) possuem um papel
fundamental nas instâncias deliberativas em nível internacional e
nacional, em contribuição direta acerca da sensibilização sobre os
problemas estruturais e no processo de formulação das políticas e
estratégias de promoção e proteção ao meio ambiente. Nesse
contexto, a participação da comunidade é de fundamental
importância. Para exemplificar, a Declaração do Rio de Janeiro,
elaborada em 1992 durante a Cúpula da Terra, destaca que “[...] o
melhor modo de tratar as questões ambientais é com a participação
de todos os cidadãos interessados, em vários níveis” (ONU, 1992).
Um dos níveis de participação é, sem dúvida, por meio das
organizações ambientalistas.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 47/65
No Brasil, a importância das ONGs ambientalistas está presente no
seu reconhecimento pelo poder público. No âmbito federal, temos o
Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas, com 673 delas
inscritas e distribuídas em todas as regiões do país (Brasil, 2019).
Outro ponto de destaque são os conselhos do meio ambiente,
constituindo uma das principais formas de participação e atuação na
formulação de políticas públicas ambientais. Esses conselhos de
meio ambiente são obrigatórios em todos os níveis federativos para
aqueles que pretendem efetuar o licenciamento ambiental de
atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, ou seja, se um
estado ou um município decidir licenciar atividades, além de órgão
ambiental capacitado, ele deverá possuir conselho de meio
ambiente com caráter deliberativo.
O mais relevante desses órgãos no país é o Conselho Nacional de
Meio Ambiente (Conama), vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente, que conjuga integrantes eleitos entre as ONGs
ambientalistas brasileiras inscritas no Cadastro Nacional de
Entidades Ambientalistas. A estrutura jurídica brasileira prevê,
também, a existência de conselhos com participação comunitária
e/ou de pessoas jurídicas ambientalistas em casos de unidades de
conservação e nos órgãos responsáveis pela gestão dos recursos
hídricos no Brasil, como os comitês de bacia hidrográfica, os
conselhos estaduais e o nacional, de recursos hídricos.
Outra forma de participação das ONGs ambientalistas em conjunto
com o poder público é por meio de parcerias em projetos e
programas para o desenvolvimento sustentável. Um dos exemplos
de financiamento é por meio dos fundos de meio ambiente, com
recursos financeiros destinados para projetos de soluções
sustentáveis e setores específicos, como biomas, populações
tradicionais, combate à poluição, dentre outros. O Fundo Nacional
do Meio Ambiente, criado pelo governo brasileiro por meio da Lei
7.797, em 1989, é o mais antigo da América Latina e tem apoiado
uma série de iniciativas nesse âmbito (Brasil, 1989). Há, ainda,
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 48/65
fundos ambientais nos estados e municípios, assim como aqueles
para áreas como a proteção da biodiversidade e das florestas
públicas brasileiras.
Em geral, as entidades ambientalistas exercem mecanismos
permanentes de acompanhamento e fiscalização das intervenções e
pressões que empresas e governos realizam no meio ambiente.
Duas formas podem ser destacadas: a atuação administrativa e a
judicial. Na primeira delas, a administrativa, as ONGs costumam
acionar e cobrar a fiscalização dos órgãos governamentais de
proteção ao meio ambiente – como o IBAMA, na esfera federal –,
em caso de infrações ambientais praticadas por empresas privadas
e pelo próprio poder público. A segunda forma é a intervenção na
esfera judicial, em que as pessoas jurídicas ambientalistas criadas
há mais de um ano e com finalidades institucionais ambientais
possuem legitimidade processual para ajuizar ação civil pública para
a defesa do meio ambiente, inclusive em casos de ocorrência de
danos ambientais, conforme dispõe a Lei Federal 7.347/1985 (Brasil,
1985). Por fim, podem acionar Ministério Público, em caso de crimes
ambientais cometidos por pessoas físicas ou jurídicas, para que ele
faça a proposição da competente ação penal de responsabilização.
Além desse contexto de atuação em face das instituições públicas e
setor empresarial, é importante destacar que muitas ONGs são
criadas para projetos na escala da proximidade, ou seja, nos lugares
em que vivem comunidades e pessoas que são beneficiadas ou
atendidas pelas suas iniciativas, além de estratégias de melhoria
das condições de vida e de preservação e conservação dos
recursos naturais. Outras ONGs atuam na produção de dados,
estudos e pesquisas que irão subsidiar um conjunto de proposições
públicas e privadas em suas áreas institucionais, muitas vezes
realizado em parceria com instituições de ensino. Da mesma forma,
algumas ONGs estabelecem projetos de educação ambiental, para
a formação de uma consciência pública sobre a importância da
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 49/65
proteção ambiental, estimulando a participação comunitária e dos
setores organizados da sociedade civil. 
Vamos Exercitar?
Vamos retomar o projeto de Daniel e a ONG, para a empresa em
que Daniel trabalha. Visando uma mudança de perspectiva da
empresa em atuar somente considerando os lucros, sem
preocupações sustentáveis, ele propôs alterações nos processos
produtivo. Daniel justificou que o projeto seria no sentido de
promover o marketing da empresa, a sua expansão, atrair novos
negócios e investimentos, a fim de modificar no mercado a imagem
da empresa pela postura antiética no contexto social-ambiental. 
Agora, respondendo aos questionamentos da nossa situação-
problema inicial, essa empresa, pela resistência à proposta de
Daniel, demonstrou ser contrária ao projeto, pois vê a ONG em
desfavor ao seu interesse.
Esse interesse pode ser considerado escuso, por parecer ter como
único e exclusivo objetivo o lucro da empresa em detrimento do
meio ambiente. Tal fato não caracteriza interesses econômicos,
porque lucro não deve ser confundido com a economia que a
integra, uma vez que a economia não despreza o respeito ao meio
ambiente e tampouco à responsabilidade social.
Por fim, é importante considerar que as ONGs, organismos
internacionais e interesses econômicos e políticos do Estado não
são opostos. Assim, para que o desenvolvimento sustentável seja
alcançado, deve ocorrer, inevitavelmente, o alinhamento entre eles.
Saiba Mais
As organizações da sociedade civil desempenham um papel
fundamental na agenda de nossas sociedades,com projetos e
iniciativas com impacto social, em benefício de grupos,
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 50/65
comunidades e cidades. Seja conhecendo, se beneficiando ou
mesmo atuando profissionalmente em uma delas, as organizações
da sociedade civil estão na linha de frente dos desafios do nosso
tempo. Portanto, como profissional, é importante conhecer os
trabalhos dessas entidades. 
Como sugestão, conheça o trabalho do Observatório do Terceiro
Setor, uma agência brasileira de conteúdo multimídia com foco nas
temáticas sociais e nos direitos humanos.
Nesta aula, abordamos questões que envolvem o conceito de
ambientalismo. Para saber mais como surgiu o ambientalismo,
acesse Raízes do ambientalismo.
As ONGs são organizações formadas pela sociedade civil sem fins
lucrativos, cuja missão é a resolução de algum problema da
sociedade. Atuam em áreas nas quais há falhas com relação à
assistência por parte do governo, como as ambientais, econômicas
e sociais. Elas são chamadas de Terceiro Setor. Para saber mais
sobre o assunto, acesse a página A importância das ONGs
ambientais na luta pela conservação do meio ambiente.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil
pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF. Disponível em:
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?
tipo=LEI&numero=7347&ano=1985&ato=955oXR65keBpWTffb.
Acesso em: 20 out. 2023.
BRASIL. Lei 7.797, de 11 de julho de 1989. Cria o Fundo Nacional
do Meio Ambiente. Diário Oficial da União, Brasília, DF. Disponível
em: https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?
tipo=LEI&numero=7797&ano=1989&ato=e40cXR61EeFpWT814. 
Acesso em: 20 out. 2023.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 51/65
https://observatorio3setor.org.br/
https://observatorio3setor.org.br/
https://revistapesquisa.fapesp.br/raizes-do-ambientalismo/
https://dialogoshistoricos.wordpress.com/ambiente/a-importancia-das-ongs-ambientais-na-luta-pela-conservacao-do-meio-ambiente/
https://dialogoshistoricos.wordpress.com/ambiente/a-importancia-das-ongs-ambientais-na-luta-pela-conservacao-do-meio-ambiente/
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=7347&ano=1985&ato=955oXR65keBpWTffb
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=7347&ano=1985&ato=955oXR65keBpWTffb
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=7797&ano=1989&ato=e40cXR61EeFpWT814
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=LEI&numero=7797&ano=1989&ato=e40cXR61EeFpWT814
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cadastro nacional de
entidades ambientalistas 2019. Disponível em:
http://cnea.mma.gov.br/entidades-cadastradas. Acesso em: 10 ago.
2023.
GREENPEACE. Quem somos. Disponível em:
https://www.greenpeace.org/brasil/quem-somos/ Acesso em: 20 out.
2023.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. Relatório anual de atividades
2021. Disponível em:
https://www.socioambiental.org/sites/default/files/2022-06/Relatorio-
2021-F11.pdf Acesso em: 11 out. 2023.
MCCORMICK, J. Rumo ao paraíso: a história do movimento
ambientalista. Rio de Janeiro: Relume-Durnarã, 1992.
SOS MATA ATLANTICA. Relatório anual 2021. Disponível em:
https://cms.sosma.org.br/wp-
content/uploads/2022/07/Relatorio_21_julho.pdf Acesso em: 20 out.
2023.
UNIÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
E DOS RECURSOS NATURAIS. Relatório anual 2019. Disponível
em: https://portals.iucn.org/library/sites/library/files/documents/2020-
012-Pt.pdf. Acesso em: 22 out. 2023.
WWF. Relatório de parcerias corporativas 2020. Disponível em:
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-
do-Brasil-
2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%2
0a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%
ADcio. Acesso em: 10 ago. 2023. 
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 52/65
http://cnea.mma.gov.br/entidades-cadastradas.%20Acesso%20em:%2010%20ago.%202023
http://cnea.mma.gov.br/entidades-cadastradas.%20Acesso%20em:%2010%20ago.%202023
https://www.greenpeace.org/brasil/quem-somos/
https://www.socioambiental.org/sites/default/files/2022-06/Relatorio-2021-F11.pdf
https://www.socioambiental.org/sites/default/files/2022-06/Relatorio-2021-F11.pdf
https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/07/Relatorio_21_julho.pdf
https://cms.sosma.org.br/wp-content/uploads/2022/07/Relatorio_21_julho.pdf
https://portals.iucn.org/library/sites/library/files/documents/2020-012-Pt.pdf
https://portals.iucn.org/library/sites/library/files/documents/2020-012-Pt.pdf
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-do-Brasil-2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%20a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%ADcio
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-do-Brasil-2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%20a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%ADcio
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-do-Brasil-2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%20a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%ADcio
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-do-Brasil-2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%20a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%ADcio
https://www.wwf.org.br/?79328/Relatorio-de-Parcerias-Corporativas-do-Brasil-2020#:~:text=Nossa%20miss%C3%A3o%20%C3%A9%20conter%20a,da%20polui%C3%A7%C3%A3o%20e%20do%20desperd%C3%ADcio
Encerramento da Unidade
ANTROPOCENO E AS
CRISES SOCIAL E
AMBIENTAL
Antropoceno e as crises social e
ambiental
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Chegada
Olá, estudante!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 53/65
https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/RESPONSABILIDADE_SOCIAL_E_AMBIENTAL/PPT/u1enc_res_soc_amb.pdf
Para desenvolver a competência desta unidade, que é conhecer e
refletir sobre os desafios sistêmicos no contexto do antropoceno,
identificando os principais problemas e articulando os valores
necessários para a sustentabilidade, você deverá, primeiramente,
conhecer os conceitos fundamentais dos seguintes pontos:
Antropoceno, mudanças climáticas, desigualdades socioambientais
e movimentos ambientais.
Primeiramente, você observou que o conceito de Antropoceno é
bastante questionado por parte da comunidade cientifica, isso
porque, a época geológica que vivemos atualmente é chamada de
Holoceno, e, de acordo com a Comissão Internacional sobre
Estratigrafia (ramo da geologia que estuda, descreve e classifica
camadas rochosas, os estratos, e as correlacionam espacialmente e
temporalmente), o Holoceno começou há, aproximadamente, 11.650
anos (Wicander; Reed; Monroe, 2017).
Na escala de tempo geológico, o Holoceno faz parte do Período
Quaternário, que começou há cerca de 12 mil anos e segue até os
dias atuais. Seu nome significa totalmente recente, e é a época mais
recente da história da Terra. Iniciou-se após o fim do último período
glacial do planeta e, por isso, ele também é chamado de período
pós-glacial. Entre suas características climáticas, destaca-se por
apresentar uma razoável estabilidade, fator que favoreceu o avanço
das populações humanas em diversas regiões do planeta
(Wicander; Reed; Monroe, 2017). A estabilidade climática propiciouo desenvolvimento econômico e social, e o ser humano expandiu as
atividades agrícolas e a domesticação dos animais, construiu
cidades e montou uma máquina de produção e consumo de bens e
serviços (Alves, 2020). Assim, a população humana pôde estruturar-
se e expandir-se, de cerca de 5 milhões, no início do Holoceno, para
cerca de 8 bilhões, em 2023 (ONU, 2023).
Diante desse cenário, você pode compreender que toda essa
expansão trouxe mudança expressivas no meio ambiente, gerando
uma série de impactos ambientais, como o aumento drástico nos
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 54/65
níveis dos GGE (gases do efeito estufa), extinção em massa de
espécies animais e vegetais, desenvolvimento de novas doenças e
novos vírus, poluição do ar. A análise dos dados da Angus
Maddison, Historical Statistics of the World Economy e FMI 2022
demonstram que a economia global cresceu 135 vezes em 250
anos, a renda per capita cresceu 15 vezes, enquanto a população
mundial cresceu 9,2 vezes (Global Footprint Network, 2022).
Figura 1 | Crescimento da economia, da população e da renda per capita mundial: 1722:2022.
Fonte: Angus, Maddison, Historical Statistics of the Worl Economy e FMI 2022.
Entretanto, você pode perceber que todo esse crescimento e
enriquecimento humano ocorreu às custas do encolhimento e
empobrecimento do meio ambiente. As atividades antrópicas
ultrapassaram vários indicadores de sustentabilidade, como a
capacidade de carga da Terra e a Pegada Ecológica da
humanidade, que extrapolaram a biocapacidade do planeta. Esse
panorama só parece piorar: a cada dia a nossa dívida com a
natureza cresce e, junto com ela, também cresce o processo de
degradação ambiental, que pode destruir a base ecológica que
sustenta a economia e a sobrevivência humana (Alves, 2020). Como
exemplo disso, as análises dos resultados em 2013 demostraram
que a Pegada Ecológica global estava 68% acima da
biocapacidade. Ou seja, a população mundial está utilizando cerca
de 1,7 do planeta e caminha para o uso de dois planetas até 2030.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 55/65
Figura 2 | Pegada Ecológica e biocapacidade global: 1961-2013. Fonte: adaptado de York University,
FoDaFo, Global Footprint Network, 2023.
O mundo vive um período de transformações inéditas, no que tem
sido denominado por cientistas e pensadores como a era do
Antropoceno, que significa época da dominação humana, período
em que a humanidade se tornou a força impulsionadora da
degradação ambiental e o vetor de ações que são catalisadoras de
uma provável catástrofe ecológica. Se, por um lado, as últimas
décadas registraram um forte crescimento da economia e do
consumo com a globalização, por outro lado, a explosão
demográfica, a urbanização e o aumento da poluição estão
provocando uma série de crises em nível global.
Nesse contexto, um dos principais desafios é a questão da mudança
do clima, em que os efeitos adversos do aquecimento global,
potencializados pela emissão de gases de efeito estufa, são
sentidos em todo o planeta. É importante frisar que o efeito estufa é
fundamental para a manutenção da vida no nosso planeta,
responsável pela regulação da temperatura média global. Esse
aquecimento ocorre pela radiação solar. Parte dessa energia emitida
pelo Sol à Terra é refletida para o espaço, outra parte é absorvida
pela superfície terrestre e pelos oceanos. Uma parcela do calor
irradiado de volta ao espaço é retida pelos gases de efeito estufa
(dióxido de carbono (CO2), o gás metano (CH4), o óxido nitroso
(N2O), o ozônio (O3) e o vapor d’agua), de tal modo que o equilíbrio
energético é mantido, fazendo com que não haja grandes
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 56/65
amplitudes térmicas e as temperaturas fiquem estáveis (Xavier; Kerr,
2008).
Entretanto, as atividades humanas, como aquelas ligadas à
indústria, atividades agropecuárias, uso de transportes e
desmatamento estão potencializando o efeito estufa, pois são
grandes geradores dos gases do efeito estufa. Consequentemente,
mais calor é aprisionado no sistema, gerando o processo de
aquecimento global. E, como resultado, temos a recorrência de
eventos climáticos e meteorológicos: chuvas, enchentes,
tempestades, ciclones e secas são cada vez mais intensos,
afetando as atividades agropecuárias e os ecossistemas, com a
perda da biodiversidade e a extinção de componentes da flora e da
fauna.
Esse quadro é reconhecido não somente pela ciência, mas também
pelo conjunto de atores do tabuleiro institucional, como organismos
multilaterais, governos, setor empresarial e sociedade civil. Tendo
como referência o Acordo de Paris, que é um tratado global, os
Estados têm se comprometido a reduzir a emissão dos seus gases
de efeito estufa, causadores do aquecimento global, além do
compromisso com um conjunto de medidas para reduzir as
vulnerabilidades de países, regiões e cidades em face da mudança
do clima.
Enquanto o mundo se depara com as exigências da mudança do
clima, um antigo problema estrutural está de volta: o aumento da
desigualdade econômica e social no mundo. Além de impactar
negativamente a economia e as relações sociais, a desigualdade
tem se manifestado em diversas dimensões, e uma delas é a
ambiental. Ou seja, temos agora a desigualdade ambiental, que se
configura ora com as disparidades no acesso e consumo dos
recursos naturais entre países, ora com a alocação de riscos
ambientais para regiões e populações mais vulneráveis, afetadas
desfavoravelmente pela poluição e danos ambientais. Além disso,
mais recentemente, em decorrência da emergência climática, temos
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 57/65
o surgimento dos deslocados ambientais, pessoas e grupos que são
obrigados a deixar seus lares e países por conta de desastres e
eventos climáticos.
Sob essas circunstâncias, a sociedade civil, por meio das
organizações não governamentais, conhecidas pela sigla ONGs,
tem se organizado e proposto medidas de combate às principais
crises na proteção do meio ambiente, seja por atuação em nível
internacional, como o enfrentamento da mudança do clima e da
perda da biodiversidade, seja por atuação nacional e regional,
diretamente em projetos e iniciativas com povos tradicionais,
pessoas e cidades.
Por tudo que se relacionou, constata-se que estamos em um
período de problemas sistêmicos, com consequências diretas nas
atividades econômicas e sociais. Portanto, a importância do
conhecimento e compreensão dessas questões é um elemento
agregador na formação profissional, justamente para se preparar
para o manejo dos instrumentos e mecanismos de superação das
crises.
É Hora de Praticar!
Em uma localidade no interior do Brasil, a notícia da possível
implantação de uma fábrica potencialmente causadora de
significativa degradação ambiental está causando intensos debates
entre poder público e moradores. De um lado, o poder público, em
defesa da nova atividade econômica, argumentando, em síntese, a
oferta de novos empregos para a cidade. De outro lado, moradores
mais antigos, preocupados com os impactos da possível instalação
da fábrica para o meio ambiente, em especial porque a cidade tem
sofrido com eventos climáticos, como a ausência de chuvas e a falta
de água para as atividades produtivas. Entre essas leituras,
encontra-se uma parcela substancial da população, que está
apreensiva e não dispõe de um conjunto de informações para uma
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 58/65
opinião favorávelou contrária sobre a implementação do novo
empreendimento.
Nesse contexto, você, consultor na área ambiental, é contratado por
uma organização não governamental (ONG) com atuação na
localidade para conferir as orientações dos processos de análise e
decisão sobre a possível instalação da fábrica. A ONG pretende
solicitar uma audiência pública e usar as informações que você,
enquanto consultor, produziu para a compreensão da dinâmica do
processo de decisão para possível aprovação ou não da fábrica.
Reflita
Você acredita que o aquecimento global esteja acontecendo no
nosso planeta em decorrência das atividades humanas ou é um
apenas um processo natural?
Na sua opinião, está correto o uso do termo Antropoceno para
descrever a época mais recente da história do planeta Terra?
Para você, o mundo, no atual momento, passa por um período com
aumento da desigualdade econômica e social?
Resolução do estudo de caso
Em primeiro lugar, ao ser contratado como consultor, é importante
destacar a legitimidade de todos os envolvidos – população, ONGs
e poder público – no processo de consciência e participação sobre a
possível instalação dessa nova fábrica. Isso porque a legislação
brasileira e os instrumentos internacionais de proteção ao meio
ambiente destacam a centralidade do princípio da participação
comunitária, ou seja, que todos os afetados e interessados direta e
indiretamente sejam ouvidos no processo de tomada de decisão. No
caso, de um lado há o interesse do poder público, justificado pela
possibilidade de geração de novos empregos na cidade; de outro
lado, uma parcela dos moradores preocupados com os impactos
dessa nova fábrica no ambiente e nas suas atividades.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 59/65
De forma a conferir respaldo técnico às informações de sua
consultoria, é importante enumerar alguns dos principais diplomas
da participação comunitária, como a Declaração do Rio de Janeiro
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, que dispõe em
seu art. 10 que “[...] o melhor modo de tratar as questões ambientais
é com a participação de todos os cidadãos interessados [...]”; e isso
inclui “[...] a informação sobre os materiais e as atividades que
oferecem perigo a suas comunidades, assim como a oportunidade
de participar dos processos de adoção de decisões” (ONU, 1992).
Outro importante diploma nesse sentido é o Acordo de Escazú, que
garante os “direitos de acesso”, compreendendo o direito à
informação, à participação pública nos processos de tomada de
decisões em questões ambientais e o direito de acesso à justiça
(ONU, 2018).
No que se refere à legislação brasileira, ela estabelece a
participação em vários diplomas legais, prevendo a audiência e a
consulta pública no licenciamento ambiental de atividades
potencialmente causadoras de significativa degradação ou poluição,
situação correspondente ao caso em discussão (Conama, 1986;
1987; 2020). Ou seja, todas vezes que se configurar uma obra ou
atividade causadora de poluição ou degradação de forma
significativa, haverá a possibilidade de uma audiência pública para
ouvir a população. E, nesse caso, o órgão ambiental responsável
deverá trazer as informações dos impactos positivos e negativos do
empreendimento. É pertinente destacar que nessa audiência pública
a população poderá fazer perguntas, esclarecer dúvidas e ter
acesso às informações que julgar necessárias para compreender as
implicações de uma fábrica. Portanto, esse conjunto de dados
deverá ser evidenciado em sua consultoria. Por esses elementos,
ressalta-se que as políticas públicas que afetam pessoas,
populações, cidades e regiões devem ser fruto de uma construção
dialógica entre os atores envolvidos, e não a sobreposição de uma
única interpretação.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 60/65
Dê o play!
Assimile
Para fixar seu aprendizado, veja no infográfico a seguir os principais
tópicos estudados nesta unidade:
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 61/65
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 62/65
Figura 1 | Antropoceno e as crises social e ambiental: conceitos importantes. Fonte: elaborado pelo
autor.
Referências
ALVES, J. E. D. Antropoceno: a era do colapso ambiental.
Disponível em: https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106. Acesso em: 27
ago. 2022.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 001/1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a
avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 17 fev. 1986, p. 2548-2549. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745. Acesso
em: 30 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 009/1987. Dispõe sobre a questão de audiências públicas. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 5 jul. 1990, p. 12945. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60. Acesso em:
30 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 424/2020. Estabelece, em caráter excepcional e temporário, nos
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 63/65
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60
casos de licenciamento ambiental, a possibilidade de realização de
audiência pública de forma remota, por meio da Rede Mundial de
Computadores, durante o período da pandemia do Novo
Coronavírus (COVID-19). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12
ago. 2020, seção 1, p. 154. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793. Acesso
em: 30 ago. 2023.
COSTA, A. Antropoceno: desmandamentos gravados em rocha. In:
Os mil nomes de Gaia: do Antropoceno à idade da terra, v. 1. Rio:
Machado, 2023.
GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Crescimento da economia, da
população e da renda per capita mundial: 1722:2022. Disponível
em: http://data.footprintnetwork.org/. Acesso em: 19 out. 2023.
ONU. Acordo regional sobre acesso à informação, participação
pública e acesso à justiça em assuntos ambientais na América
Latina e no Caribe, adotado em Escazú (Costa Rica) em 4 de
março de 2018. Disponível em:
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/43611/S1800493
_pt.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em: 30 ago. 2023.
ONU. Declaração do Rio de Janeiro sobre meio ambiente e
desenvolvimento. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-
40141992000200013. Acesso em: 30 ago. 2022. 
ONU. População mundial deve ultrapassar marca de 8 bilhões ainda
este ano. ONU News. Disponível em: https://curtlink.com/qjDY.
Acesso em: 19 out. 2023. 
York University, FoDaFo, Global Footprint Network, 2023. Disponível
em: https://data.footprintnetwork.org/#/countryTrends?
cn=5001&type=BCpc,EFCpc. Acesso em: 21 mar. 2024. 
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 64/65
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793
http://conama.mma.gov.br/?option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793
http://data.footprintnetwork.org/
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/43611/S1800493_pt.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/43611/S1800493_pt.pdf?sequence=1&isAllowed=yhttps://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013
https://doi.org/10.1590/S0103-40141992000200013
https://curtlink.com/qjDY
https://data.footprintnetwork.org/#/countryTrends?cn=5001&type=BCpc,EFCpc
https://data.footprintnetwork.org/#/countryTrends?cn=5001&type=BCpc,EFCpc
WICANDER, R.; MONROE, J. Geologia. 2. ed. São Paulo: Cengage
Learning Brasil, 2017.
XAVIER, M. E. R.; KERR, A. A. F. S. O efeito estufa e as mudanças
climáticas globais. USP Repositório, 2008. Disponível em:
http://www.fap.if.usp.br/~akerr/efeito_estufa.pdf. Acesso em: 19 out.
2023.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 65/65
http://www.fap.if.usp.br/~akerr/efeito_estufa.pdfde gases antropogênicos. Para exemplificar, nos últimos
50 (cinquenta) anos, a economia mundial multiplicou-se por quase
quatro vezes, enquanto o comércio global aumentou em 10 (dez)
vezes (IPBES, 2019). Para contemplar as demandas desse
crescimento econômico, nós, seres humanos, passamos a exercer
uma pressão excessiva sobre os ciclos de regulação do planeta com
o aumento da poluição, os desmatamentos, a perda de
biodiversidade e a acidificação de oceanos, dentre outros fatores.
Alguns estudos científicos nos ajudam a compreender os desafios
impostos pela Grande Aceleração das últimas décadas. O relatório A
Avaliação Global da Natureza, lançado em 2019 pela Plataforma
Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
(IPBES, na sigla em inglês), é a mais extensa análise da perda da
biodiversidade no planeta e afirma que “[...] o ritmo das mudanças
globais na natureza nos últimos 50 (cinquenta) anos não tem
precedentes na história” (IPBES, 2019, p. 12). Além disso, o
documento apresenta outros dados alarmantes, alguns destacados
na sequência: a) 75% da superfície da Terra já sofreu alterações
consideráveis e já se perdeu mais de 85% de áreas de zonas
úmidas; b) 66% da superfície dos oceanos estão experimentando
efeitos crescentes de deterioração; c) Em média, cerca de 25% das
espécies em grupos de animais e plantas estão ameaçados, o que
sugere que cerca de um milhão de espécies já estão em perigo de
extinção, muitas em apenas algumas décadas; d) Em 2016, 559 das
6.190 raças de mamíferos domesticados usados para alimentação e
agricultura (mais de 9%) foram extintas e pelo menos 1.000 outras
foram ameaçadas de extinção.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 6/65
O relatório Planeta Vivo, do ano de 2020, elaborado pela entidade
WWF, traz os mesmos dados sobre a perda da biodiversidade, e
indica que os fatores responsáveis por essa perda são: o uso da
terra, com a conversão de áreas intocadas em setores agrícolas, e,
no caso dos oceanos, o aumento excessivo da pesca. O ponto
fundamental do relatório é que “a perda de biodiversidade não é
apenas um problema ambiental. Ela também afeta o
desenvolvimento, a economia, a segurança global, a ética e a moral”
(WWF, 2020). Recentemente um novo relatório do IPBES (2022)
alertou que cerca de um milhão de espécies da fauna e da flora
estão ameaçadas de extinção.
Esse conjunto de dados traz uma constatação fundamental: a
necessidade de estabelecer limites planetários, em uma perspectiva
que permita conjugar as atividades socioeconômicas de nossas
sociedades com a capacidade suporte do planeta. Para tanto, será
necessário compreender quais são os limites planetários.
Diante disso, um estudo liderado pela equipe do cientista sueco
Johan Rockström, do Centro de Resiliência de Estocolmo,
caracterizou os nove processos que regulam a estabilidade e a
resiliência do planeta, estabelecendo os limites para o que é
denominado “espaço operacional seguro para a humanidade”, isto é,
em que é possível a manutenção das atividades sem colocar em
risco a vida terrestre (Veiga, 2019; Costa, 2022).
Os nove processos que precisam ser regulados para a garantia da
estabilidade planetária podem ser observados na Figura 1 (Veiga,
2019; Costa, 2022):
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 7/65
Figura 1 | Os 9 limites planetários. Fonte: BBC News Brasil.
Na Figura 1, podemos visualizar que a parte em verde são as
chamadas zonas seguras, em que temos o espaço operacional
seguro; em laranja, as zonas de risco crescente, com alto potencial
de efeitos prejudiciais; e em vermelho, as zonas de risco alto, nas
quais os limites foram ultrapassados e estamos sujeitos a
consequências imprevisíveis. Percebemos que a humanidade já
ultrapassou quatro dos limites estabelecidos: mudanças climáticas;
integridade da biosfera (perda de biodiversidade); fluxos bioquímicos
de nitrogênio e fósforo; e, mais recentemente, as mudanças no uso
da terra (solo). Esses são desafios que estão postos no tabuleiro
global, a demandar a atuação de todas as instituições internacionais
e nacionais. Nota-se, assim, que a observância dos limites
planetários é uma das exigências para que as crises provocadas
pela Grande Aceleração não conduzam o sistema Terra a uma
situação de irreversibilidade.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 8/65
Os principais efeitos do Antropoceno nas
dinâmicas econômica e social
Diante desse cenário, para o enfrentamento das questões que se
apresentam no Antropoceno, é imprescindível repensar os meios de
produção e os padrões de consumo em sociedade, que afetam
decisivamente os processos ambientais e, por consequência, as
dinâmicas de regulação do sistema Terra. Se, em sentido amplo, é
essencial uma conjugação de políticas e estratégias por diversos
atores globais – instituições governamentais, setores empresariais e
organismos multilaterais –, na escala da proximidade (quotidiano) é
preciso destacar o exercício de uma ética da responsabilidade, por
meio da conscientização ecológica para a compreensão da finitude
dos recursos naturais e o repensar das relações de consumo. Não
há dúvidas de que dispomos de tecnologias cada vez mais
avançadas e que podem ser muito importantes no contexto das
crises. Mas as tecnologias, sem a mudança de consciência pública e
individual, e sem a percepção do próprio ser humano de que ele e
natureza constituem um todo, podem não ser suficientes para lidar
com a questão demográfica e o aumento da poluição (Odum, 2001).
Um dos intentos que contribui no processo de tomada de
consciência é um indicador criado que nos permite conhecer os
impactos das nossas atividades sobre o planeta. Trata-se do
conceito de pegada ecológica – elaborado pela entidade Global
Footprint Network – que é uma unidade métrica que estabelece uma
equação entre a demanda de recursos utilizados por pessoas,
empresas e governos e a capacidade de regeneração biológica do
planeta. A pegada ecológica mede o quanto de área de terra
(hectares) e água são requeridos para o consumo e para a absorção
dos resíduos sólidos gerados (WWF, 2020).
Muitos países estão em situação de déficit ecológico, isto é, usam
mais recursos naturais – pegada ecológica – que seus ecossistemas
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 9/65
podem regenerar – biocapacidade – como é o caso dos Estados
Unidos, China, Índia, Israel, Japão e a União Europeia. Com o
aumento desse déficit em nível global, temos o que é chamado de
“capacidade de carga” do planeta, que é a sobrecarga no consumo
de seus recursos. Desde a década de 1970, a capacidade de carga
do planeta tem sido ultrapassada com sérios riscos para a dinâmica
ambiental. Uma das representações usadas para demonstrar o
limite da capacidade de carga do planeta é determinar o dia em que
ele ocorre em cada ano. No ano de 2022, ela foi atingida no dia 28
de julho (WWF, 2022). A partir de então, estamos em déficit. Em
uma analogia, entramos no “vermelho”, consumindo mais do que o
planeta pode suportar. Por esse parâmetro, para atender aos níveis
de utilização dos recursos ambientais atuais, é demandado o
equivalente a 1,75 do planeta (WWF, 2022). No caso do Brasil, a
capacidade de carga foi atingida em 12 de agosto de 2022 (WWF,
2022). Isso se dá, em boa medida, pelo aumento do desmatamento
na Floresta Amazônica e das queimadas nesse e em outros biomas
brasileiros, como o Cerrado e o Pantanal.
De tudo que foi estudado, é necessário compreender que a era do
Antropoceno é uma realidade e que devemos estar preparados para
o enfrentamento de seus efeitos em nossas atividadeseconômicas
e cotidianas. Ainda que a atuação no nível individual ou de
pequenos grupos seja restrita, isso não é um obstáculo para que
possamos compreender o imperativo do exercício da ética da
responsabilidade em todos os campos da atividade humana, tanto
profissional quanto cidadã, porque não há dissociação entre eles.
Afinal, o que está em risco é a construção da sociedade e dos
predicados da vida. Esse é o desafio do nosso tempo.
Vamos Exercitar?
Conforme discutido anteriormente, o termo Antropoceno, refere-se a
uma nova época geológica caracterizada pelo impacto do homem na
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 10/65
Terra, em que a humanidade se transformou em uma força
geológica capaz de alterar as condições de sustentação da vida.
E agora, você, como futuro profissional, começa a compreender,
questionar e se preparar para os desafios desse novo tempo. Para
auxiliar esse avanço, vamos elucidar algumas questões importantes
sobre essa temática:
Qual foi o preço do Antropoceno e como isso afetará a
minha vida?
O Antropoceno ocorre atrelado à modernidade urbano-industrial.
Temos um ponto-chave da expansão do Antropoceno, a Revolução
Industrial e energética, a qual deu início ao uso generalizado de
combustíveis fósseis (carvão mineral) e à produção em massa de
mercadorias e meios de subsistência. Como consequência, houve
uma rápida expansão das atividades antrópicas. Todo esse processo
expansionista gerou efeitos incomparáveis: em 250 anos, a
economia global cresceu 135 vezes, a população mundial cresceu
9,2 vezes e a renda per capita cresceu 15 vezes. Esse crescimento
demoeconômico foi maior do que o de todo o período dos 200 mil
anos anteriores, desde o surgimento do Homo sapiens.
Entretanto, todo esse avanço gerou consequências extremamente
negativas ao meio ambiente. Nossas atividades ultrapassaram a
capacidade de carga da Terra, e a Pegada Ecológica da
humanidade extrapolou a biocapacidade do planeta. Tal cenário
ainda não parece mudar. A cada dia, a dívida do ser humano com a
natureza continuação a crescer e a degradação ambiental pode, no
limite, destruir a base ecológica que sustenta a economia e a
sobrevivência humana. 
Saiba Mais
Nesta aula discutimos a hipótese do Antropoceno. Sob esse
contexto, é proposto que as atividades humanas alteraram
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 11/65
consideravelmente a dinâmica do planeta, configurando uma nova
época geológica. Para auxiliar na compreensão das definições do
Antropoceno, leia o artigo O que é o Antropoceno e por que esta
teoria científica responsabiliza a humanidade. 
Além disso, podemos compreender que o avanço das atividades
humanas está alterando drasticamente a dinâmica no planeta. Entre
os pontos destacados, está o aquecimento global, aumento da
temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à
superfície da Terra, que pode ser consequência de causas naturais e
atividades humanas. Para saber mais sobre essa temática, leia a
matéria As Mudanças Climáticas, e Antropoceno: a era do colapso
ambiental, e entenda quais os principais fatores associados às
mudanças climáticas e ao aquecimento global.
Outro ponto de relevância que abordamos nesta aula é uma das
principais métricas para conhecer e compreender o impacto das
nossas atividades no planeta, a Pegada Ecológica. Mas será que
você sabe qual é a sua pegada? Para conhecê-la, acesse Pegada
Ecológica e faça o teste usando a calculadora da contabilidade
ambiental, que reflete as nossas condutas sobre o planeta. Além de
interessante, o resultado nos ajudará a compreender a nossa
responsabilidade no Antropoceno. 
Referências Bibliográficas
ALVES, J. E. D. Antropoceno: a era do colapso ambiental.
Disponível em: https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106. Acesso em: 17
out. 2023.
COSTA, A. Antropoceno: desmandamentos gravados em rocha. In:
Os mil nomes de Gaia: do Antropoceno à idade da terra, v. 1. Rio:
Machado, 2023.
COSTA, F. Tecnoceno: algoritmos, biohackers y nuevas formas de
vida. Buenos Aires: Taurus, 2021.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 12/65
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/clima/mudancas_climaticas2/
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106#:~:text=O%20aquecimento%20global%2C%20a%20extin%C3%A7%C3%A3o,um%20colapso%20ambiental%20e%20social,%20e
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106#:~:text=O%20aquecimento%20global%2C%20a%20extin%C3%A7%C3%A3o,um%20colapso%20ambiental%20e%20social,%20e
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/www.pegadaecologica.org.br
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/www.pegadaecologica.org.br
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1106
CRUTZEN, P.; STOERMER, E. The “Anthropocene”. Global
Change Newsletter, v. 41, 2000, p. 17-18.
DIA de sobrecarga da terra. WWF. Disponível em:
https://www.wwf.org.br/overshootday/. Acesso em: 17 out. 2023.
IPBES. Resumo para formuladores de políticas do relatório de
avaliação global sobre biodiversidade e serviços
ecossistêmicos da plataforma intergovernamental de políticas
científicas sobre biodiversidade e serviços
ecossistêmicos. Bonn: IPBES Secretariat, 2019. Disponível em:
https://ipbes.net/assessment-reports/americas. Acesso em: 17 out.
2023.
IPEA. Um exame dos padrões de crescimento das cidades
brasileiras. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1155.pdf.
Acesso em: 17 out. 2023.
GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Ecological footprint per person.
In: National footprint and biocapacity accounts 2022 edition.
Disponível em: https://data.footprintnetwork.org/#/. Acesso em: 17
out. 2023.
MOORE, J. W. Anthropocene or capitalocene? Nature, History,
and the Crisis of Capitalism. Los Angeles: Kairos, 2016.
ODUM, E. P. Fundamentos de ecologia. 6. ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 2001.
O QUE é o Antropoceno e por que esta teoria científica
responsabiliza a humanidade? National Geographic Brasil, jan.
2023. Disponível em:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-
o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-
humanidade
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 13/65
https://www.wwf.org.br/overshootday/
https://ipbes.net/assessment-reports/americas
https://data.footprintnetwork.org/#/
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/01/o-que-e-o-antropoceno-e-por-que-esta-teoria-cientifica-responsabiliza-a-humanidade
UNESCO. Correio da Unesco: um glossário para o antropoceno. In:
Bem-vindo ao Antropoceno, v. 2, abr.-jun., 2018. Disponível em:
https://pt.unesco.org/courier/2018- 2/um-glossario-o-antropoceno.
Acesso em: 17 out. 2023.
VEIGA, J. E. da. O Antropoceno e a ciência do sistema terra. São
Paulo: Editora 34, 2019.
WWF. Índice planeta vivo 2020: reversão da curva de perda de
biodiversidade. In: Almond, R. E.; Grooten, M.; Petersen, T. (eds.)
Gland: WWF, 2020. Disponível em:
https://f.hubspotusercontent20.net/hubfs/4783129/LPR/PDFs/Brazil
%20FINAL%20summary.pdf.Acesso em: 17 out. 2023.
Aula 2
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Mudanças climáticas
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 14/65
https://f.hubspotusercontent20.net/hubfs/4783129/LPR/PDFs/Brazil%20FINAL%20summary.pdf
https://f.hubspotusercontent20.net/hubfs/4783129/LPR/PDFs/Brazil%20FINAL%20summary.pdf
https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/RESPONSABILIDADE_SOCIAL_E_AMBIENTAL/PPT/u1a2_res_soc_amb.pdf
Ponto de Partida
Olá, estudante!
É uma alegria tê-lo conosco em uma nova aula sobre um tema
fundamental para a sua formação profissional e social: as mudanças
climáticas.
Sabemos, hoje, que a mudança do clima é uma realidade com
impactos diretos nas relações econômicas e sociais. Agora, você,
como um recém-contratado de uma multinacional do ramo
alimentício, será o responsável pela implantação de projetos que
visam diminuir o impacto da empresa na emissão dos gases do
efeito estufa (GEE). Diante do desafio, você decide realizar uma
palestra para sua equipe sobre o que é o aquecimento global, as
mudanças climáticas, seus impactos, quais são os principais GEE e
o que é o efeito estufa.
Vamos juntos no estudo desse tema fundamental para a
manutenção dos recursos do nosso planeta e para as gerações
atuais e futuras!
Um grande abraço!
Vamos Começar!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 15/65
O conceito de mudanças climáticas
A mudança do clima é o maior desafio do mundo contemporâneo.
Nenhuma política ou perspectiva de desenvolvimento social e
econômico prescinde dessa temática, e sua compreensão é
fundamental e indispensável para o futuro de nossas sociedades. A
mudança do clima amplifica a vulnerabilidade de populações e de
ecossistemas frágeis.
Há um conjunto de conceitos ligados às questões climáticas como
mudança do clima, aquecimento global, gases de efeito estufa e
outros. Conhecê-los permitirá o entendimento do contexto e dos
desafios que as alterações climáticas impõem nos sistemas naturais
e humanos.
Considera-se mudança do clima as transformações nos padrões
de temperatura e clima ao longo do tempo. Embora possa ser de
origem natural, o fator decisivo para a mudança do clima é atribuído,
direta ou indiretamente, às atividades humanas, já que elas induzem
à alteração da composição da atmosfera. O principal efeito humano
que desencadeou a mudança do clima foi e ainda é o uso dos
combustíveis fósseis, desde o início da modernidade, com o advento
da Revolução Industrial. Nesse contexto, temos a emissão dos
gases de efeito estufa (GEE), que são aqueles “[...] constituintes
gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e
reemitem radiação infravermelha” (Brasil, 2009). São exemplos
desses GEE: o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, que
são utilizados ou resultantes de atividades da indústria, transporte,
agricultura, pecuária etc. Além disso, o desmatamento de florestas
tropicais, a substituição no uso do solo, agricultura, descarte de
resíduos sólidos (lixo) e outras atividades contribuem para a
emissão desses gases. Os principais emissores de dióxido de
carbono são: a China, os Estados Unidos e a União Europeia, que
contribuem com 42,6% das emissões globais.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 16/65
A emissão de gases de efeito estufa é diretamente responsável pelo
aumento da temperatura planetária. Desde 1880, quando se
iniciaram as medições globais, até o ano de 2020, a temperatura da
Terra aumentou mais de 1,2º C acima do nível pré-industrial (1850-
1900) e a última década foi a mais quente da história (OMM, 2022).
Temos aqui o que é chamado de aquecimento global. Esse aumento
da temperatura global afeta diretamente os sistemas de sustentação
da vida no planeta, que são interconectados às mais variadas
atividades humanas.
Dessa forma, há estudos dos impactos do aquecimento global sobre
o Ártico, a Antártica e o permafrost (que é o material orgânico
congelado). Com o derretimento das geleiras e calotas polares, há o
aumento no nível do mar. Pesquisas indicam que, caso as emissões
de gases do efeito estufa continuem no patamar atual, o gelo do
Ártico terá virado água em 2050 (IPBES, 2019). Ademais, nota-se o
aumento dos extremos climáticos e meteorológicos, com oscilações
significativas de calor e frio em todo o planeta. Chuvas, enchentes,
tempestades, ciclones e secas são cada vez mais comuns e
intensos, prejudicando as atividades agropecuárias, em especial a
segurança alimentar das populações mundiais. Os ecossistemas,
por sua vez, são afetados pelo aquecimento global com a perda da
biodiversidade, com ameaças e a extinção de componentes da flora
e da fauna. Nos oceanos, os recifes de corais são atingidos com a
acidificação, que ocorre pela dissolução do dióxido de carbono
atmosférico na água dos oceanos, diminuindo o seu pH.
Todos os elementos delineados possuem impacto imediato para os
seres humanos com efeitos na saúde, na disseminação de vetores
de transmissão de doenças, e, em última análise, na própria
existência da vida como conhecemos. Para exemplificar, a
pandemia da covid-19 e outras questões epidemiológicas estão
associadas às consequências da perda da biodiversidade causada
pelos desmatamentos e queimadas das florestas tropicais em todo o
mundo.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 17/65
As principais iniciativas em face das
mudanças climáticas
Por esse conjunto, nota-se que será necessário um compromisso
global para enfrentar os efeitos negativos da mudança do clima. É
importante destacar que há um conjunto de negociações e
proposições em nível global – envolvendo países, entidades
internacionais, cientistas e sociedade civil – para o enfrentamento da
mudança do clima. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem
um papel central nesse processo. Ela é uma das responsáveis pela
criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(em inglês IPCC), em 1988. Formado por cientistas de todo o
planeta, o IPCC é a principal autoridade mundial no que tange ao
aquecimento global e produz periodicamente relatórios científicos
sobre a mudança do clima, com a formulação de estratégicas de
enfrentamento e respostas aos impactos. Até o ano de 2022, o IPCC
tinha produzido seis relatórios de avaliação e estratégias de
enfrentamento à mudança do clima.
No que se refere à arquitetura normativa internacional, o principal
documento sobre a mudança climática é a Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (em inglês UNFCCC). A
Convenção-Quadro tem como principal objetivo a “[...] estabilização
das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível
que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema
climático” (Brasil, 1998). Ela pretende evitar os chamados efeitos
negativos da mudança do clima, que são:
[...] as mudanças no meio ambiente físico ou biota resultantes
da mudança do clima que tenham efeitos deletérios
significativos sobre a composição, resiliência ou produtividade
de ecossistemas naturais e administrados, sobre o
funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a
saúde e o bem-estar humanos (Brasil, 1998). 
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 18/65
Portanto, a Convenção-Quadro tem como foco o compromisso dos
países no processo de estabilização daemissão de gases de efeito
estufa no sistema climático decorrente de atividades antrópicas,
para que não se potencializem os efeitos do aquecimento global
(Brasil, 1998).
Com a adoção da Convenção-Quadro, e como forma de manter a
discussão sobre o clima, as partes (países) se reúnem
periodicamente para discutir as questões climáticas. Essas reuniões
são chamadas de COP (conferência das partes), órgão supremo da
Convenção-Quadro. A primeira COP ocorreu no ano de 1995, em
Berlim, Alemanha (Melo, 2017).
Uma das principais deliberações desse órgão ocorreu durante a
COP 3, em 1997, com a aprovação do Protocolo de Kyoto, que
estabeleceu metas de redução de emissões para os países
desenvolvidos. Após oito anos de negociações, o protocolo entrou
em vigor em 16 de fevereiro de 2005, com a ratificação por, no
mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção-Quadro
sobre Mudança do Clima. Esses deveriam ser responsáveis por,
pelo menos, 55% do total das emissões de gases de efeito estufa,
tendo como referência o ano de 1990 (Melo, 2017). Mesmo com o
Protocolo de Kyoto, as emissões de gases de efeito estufa não
cessaram. Pelo contrário, registraram sensível aumento, e um dos
fatores foi a crise econômica de 2008. 
Para substituir o Protocolo de Kyoto durante a 21ª Conferência das
Partes (COP 21), realizada em Paris, em dezembro de 2015,
celebrou-se um novo acordo para enfrentar as ameaças da
mudança climática, denominado Acordo de Paris. Este contou com a
assinatura dos representantes de 196 países da Convenção-Quadro
sobre Mudança do Clima. O Acordo de Paris entrou em vigor
oficialmente em novembro de 2016 e visa reforçar a resposta
mundial à ameaça da mudança climática no contexto do
desenvolvimento sustentável, além de erradicar a pobreza (Brasil,
2017).
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 19/65
Após a entrada em vigor, realizou-se em Marrakesh, Marrocos, em
2016, a 22ª Conferência das Partes (COP 22), em que as
discussões se centraram no estabelecimento de um plano para
implementar e monitorar o Acordo de Paris até dezembro de 2018. A
24ª Conferência das Partes (COP 24), ocorrida em Katowice,
Polônia, em 2018, adotou um manual de instruções (livro de regras)
para os países implementarem os seus esforços nacionais no
Acordo de Paris, chamado de Contribuição Nacionalmente
Determinada (NDC), que é a contribuição voluntária de cada país
para a redução de suas emissões de gases de efeito estufa.
Siga em Frente...
Os efeitos das mudanças climáticas nas
relações sociais e econômicas
Para o enfrentamento do cenário da mudança do clima, é
necessário um conjunto de compromissos e obrigações por todos os
atores do tabuleiro global, governos, setor empresarial e sociedade
civil.
De imediato, é preciso reconhecer que vivemos em um cenário de
vulnerabilidades, conceito que está associado ao grau de
suscetibilidade de uma sociedade, de acordo com suas capacidades
para enfrentar os efeitos adversos da mudança do clima (Bursztyn;
Bursztyn, 2012). Isso significa que todos seremos impactados pela
mudança do clima. Reconhecer as vulnerabilidades é identificar os
possíveis impactos negativos da mudança do clima sobre as
atividades econômicas, a segurança alimentar e a vida das pessoas
em um país ou região. Há países mais e outros menos vulneráveis.
No nosso caso, o Brasil, com um território de dimensão continental,
as vulnerabilidades são distintas, a depender da região. Vamos
exemplificar: fenômenos meteorológicos extremos, como secas e
enchentes, podem ter efeitos distintos na região Sul ou no Nordeste
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 20/65
brasileiro. Por isso, conhecer as nossas vulnerabilidades enseja a
adoção de medidas para conter os efeitos adversos da mudança
climática e, com isso, fortalecer os mecanismos para a resiliência.
Desse modo, duas estratégias são fundamentais: a mitigação e a
adaptação aos efeitos adversos da mudança do clima. Ambas
devem ser conjugadas, sendo que a mitigação se preocupa com a
redução das causas e a adaptação assenta-se em lidar com as
consequências da mudança do clima (Pfeiffer, [s. d.]). Em um
primeiro momento, o objetivo é mitigação por meio da imediata
redução das emissões de gases de efeito estufa. Esse compromisso
foi assumido em documentos oficiais no âmbito internacional e
nacional.
Em nível internacional, ao ratificar o Acordo de Paris, cada país
assumiu o que é denominado Contribuição Nacionalmente
Determinada (NDC), que é o compromisso internacional para a
redução das emissões de gases de efeito estufa. A NDC brasileira,
revista no ano de 2020, tem os seguintes compromissos: (i) reduzir
as emissões líquidas totais de gases de efeito estufa em 37% em
2025; (ii) assumir o compromisso de reduzir em 43% as emissões
brasileiras até 2030 (Brasil, 2020).
O compromisso internacional assumido pelo Brasil no Acordo de
Paris dialoga diretamente como a Política Nacional de Mudanças do
Clima (PNMC), aprovada pela Lei Federal 12.187/2009, que
estabelece, entre outros pontos, que “[...] todos têm o dever de
atuar, em benefício das presentes e futuras gerações, para a
redução dos impactos decorrentes das interferências antrópicas
sobre o sistema climático” (Brasil, 2009). Ademais, na execução de
políticas públicas relativas à mudança do clima, a PNMC estimula o
apoio e participação “[...] dos governos federal, estadual, distrital e
municipal, assim como do setor produtivo, do meio acadêmico e da
sociedade civil organizada” (Brasil, 2009). No que se refere à
mitigação, a PNMC visa à redução das emissões antrópicas de
gases de efeito estufa em relação às suas diferentes fontes e
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 21/65
prescreve que as ações de mitigação devem estar em consonância
com o desenvolvimento sustentável (Brasil, 2009).
Além da mitigação das emissões de gases de efeito estufa, há a
necessidade da adaptação, que consiste em iniciativas e medidas
para reduzir os impactos adversos da mudança climática. As
medidas de adaptação são necessárias porque as mudanças já
estão em curso. Nesse ponto, é importante a adaptação das
economias nacionais, isto é, ter “[...] iniciativas e medidas para
reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente
aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima” (Brasil, 2009).
É por meio das iniciativas de adaptação que se tem a proteção de
vidas em face dos efeitos adversos. Entre os exemplos de medidas
de adaptação, temos: (i) reflorestamento de florestas e a
recuperação de ecossistemas afetados; (ii) desenvolvimento do
cultivo de plantas e culturas mais adaptáveis à mudança do clima;
(iii) adoção de sistemas de prevenção, monitoramento e preparação
em caso de catástrofes naturais e eventos climáticos; (iv) garantia
de infraestruturas e políticas públicas urbanas para enfrentar as
dinâmicas do clima sobre as cidades.
Em qualquer perspectiva, é preciso atentar que, tanto em nível
global quanto local, o que está subjacente a esses compromissos é
reduzir a emissão de carbono o mais próximo de zero. Uma
economia de baixo carbono permitirá o que o IPCC chama de
desenvolvimento resiliente: “[...] viabilizado quando os governos, a
sociedade civil e o setor privado fazem escolhas de
desenvolvimento inclusivas que priorizam a redução de riscos, a
equidade e a justiça [...] (IPCC, 2022).
De modo mais imediato, no contexto corporativo e individual, será
preciso a tomada de consciência da nossa atuação no mundo no
contexto atual. Para tanto, um elemento que pode auxiliar é o uso de
métricas que nos auxiliam a compreender o papel de cada um de
nós no contexto climático. Uma delas é a chamada pegada de
carbono, ou seja, o cálculo dos impactos das atividadeshumanas
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 22/65
sobre o ambiente. A pegada de carbono é, hoje, um indicador que
contribui no cálculo dos impactos de pessoas, empresas e países
nas emissões dos gases de efeito estufa. Por esse cálculo,
podemos conhecer e identificar quanto cada ação ou como o nosso
modo de vida impacta na emissão de gases de efeito estufa. Por
evidente, reduzir a pegada de carbono é uma medida essencial para
todos, governos, setor corporativo e sociedade civil.
Em qualquer das perspectivas enumeradas, de governos a cada um
de nós, será preciso não só a tomada de consciência, mas o
compromisso político e ético com as estratégias para a redução das
vulnerabilidades no contexto climático.
Vamos Exercitar?
Podemos citar o aquecimento global como, possivelmente, o maior
desafio da contemporaneidade. Diante desse cenário, a adoção de
medidas de combate aos fatores relacionados ao aumento da
temperatura global é fundamental. Relacionado a essa temática,
você, como o responsável pela implantação de projetos que visam
atenuar os impactos de uma empresa do ramo alimentício na
emissão dos gases do efeito estufa, tem a importante demanda de
esclarecer os seguintes pontos, em uma palestra, para os
colaboradores dessa empresa:
O que é o aquecimento global, as mudanças climáticas,
seus impactos e quais são os principais gases do efeito
estufa (GEE)?
O que é o efeito estufa?
As mudanças climáticas são transformações de longo prazo nos
padrões de temperatura e clima. Decorrentes dessas
transformações, podemos ter o evento do aquecimento global, que é
o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar
próxima à superfície da Terra. Um dos principais potencializadores
desse aquecimento é o efeito estufa, que corresponde a uma
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 23/65
camada de gases que cobre a superfície da terra, composta,
principalmente, por gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido
nitroso) e vapor d’água (principais GEE), é um fenômeno natural
fundamental para manutenção da vida na Terra, pois sem ela o
planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência
de diversas espécies. Entretanto, parte da radiação solar que chega
ao nosso planeta é refletida e retorna diretamente para o espaço.
Outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre, e
uma parte é retida por essa camada de gases que causa o chamado
efeito estufa. Mas as emissões elevadas dos GEE espessam essa
camada que, consequentemente, retém mais calor na Terra,
aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos, e
ocasionando o aquecimento global.
Como consequências, podemos observar o aumento da temperatura
média do planeta, elevando o nível do mar, devido ao derretimento
das calotas polares, e ainda previsão de uma frequência maior de
eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações,
ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis),
com graves consequências para populações humanas e
ecossistemas naturais. 
Saiba Mais
Percebemos, com o entendimento desta unidade, que o avanço das
atividades humanas está alterando drasticamente a dinâmica no
planeta. O recorrente aumento da emissão dos gases do efeito
estufa está potencializando o processo de aquecimento do planeta,
o que gera consequências negativas para a manutenção da vida do
homem e das processos ecológicos. Para saber mais sobre essa
temática, leia a matéria O que são as mudanças climáticas?.
Apesar dos números relacionados à emissão dos gases do efeito
estufa serem extremamente preocupantes nos dias atuais, existem
uma série de esforços visando à diminuição dessas emissões. Por
exemplo, a 21ª Conferência das Partes (COP21), da UNFCCC, em
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 24/65
https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas
Paris, em que foi adotado um novo acordo com o objetivo central de
fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de
reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos
decorrentes dessas mudanças. Para saber mais sobre a COP21,
acesse a página do Ministério do Meio Ambiente, e leia a matéria
Acordo de Paris. 
Um ponto importante abordado nesta aula é a pegada do carbono,
medida que calcula a emissão de carbono equivalente na atmosfera
por uma pessoa, atividade, evento, empresa, organização ou
governo. Para saber mais sobre o assunto e calcular a sua pegada
de carbono, acesse o site Calcule as suas emissões. 
Referências Bibliográficas
BRASIL. Decreto 2.652, de 1 de julho de 1998. Promulga a
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima,
assinada em Nova York, em 9 de maio de 1992. Diário Oficial da
União, Brasília, DF. Disponível em: 
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?
tipo=DEC&numero=2652&ano=1998&ato=163ITTE50dNpWT810.
Acesso em: 20 ago. 2023.
BRASIL. Decreto 9.173, de 07 de maio de 2017. Promulga o Acordo
de Paris sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
mudança do clima, celebrado em Paris, em 12 de dezembro de
2015, e firmado em Nova Iorque, em 22 de abril de 2016. Diário
Oficial da União, Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2017/Decreto/D9073.htm. Acesso em: 28 ago. 2023.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Nota à Imprensa nº
157/2020. Apresentação da Contribuição Nacionalmente
Determinada do Brasil perante o Acordo de Paris. Brasília, DF:
Ministério das Relações Exteriores. Disponível em:
https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 25/65
https://antigo.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris.html
https://calculator.moss.earth/
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=2652&ano=1998&ato=163ITTE50dNpWT810
https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=2652&ano=1998&ato=163ITTE50dNpWT810
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9073.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9073.htm
https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/2020/apresentacao-da-contribuicao-nacionalmente-determinada-do-brasil-perante-o-acordo-de-paris
imprensa/2020/apresentacao-da-contribuicao-nacionalmente-
determinada-do-brasil-perante-o-acordo-de-paris. Acesso em: 25
ago. 2023.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Acordo de Paris. Ministério
do Meio Ambiente. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente.
Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/clima/convencao-das-
nacoes-unidas/acordo-de-paris.html. Acesso em 16 out. 2023.
BURSZTYN, M.; BURSZTYN, M. A. Fundamentos de política e
gestão ambiental: caminhos para a sustentabilidade. Rio:
Garamond, 2013.
CALCULE as suas emissões. Moss. Disponível em:
https://calculator.moss.earth/. Acesso em: 16 out. 2023.
IPBES. Resumo para formuladores de políticas do relatório de
avaliação global sobre biodiversidade e serviços
ecossistêmicos da plataforma intergovernamental de políticas
científicas sobre biodiversidade e serviços
ecossistêmicos. Bonn: IPBES Secretariat, 2019. Disponível em:
https://ipbes.net/assessment-reports/americas. Acesso em: 22 ago.
2023.
IPCC. Sixth assessment report: headline statements from the
summary for policymakers.
MELO, F. Direito ambiental. 2. ed. São Paulo: Método, 2017.
O QUE são as mudanças climáticas? Nações Unidas Brasil.
Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-
mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas. Acesso em: 13 out. 2023.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE METERIOLOGIA (OMM). 2020 wasone of three warmest years on record. Disponível em:
https://public.wmo.int/en/media/press-release/2020-was-one-of-
three-warmest-years-record. Acesso em 28 ago. 2023.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 26/65
https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/2020/apresentacao-da-contribuicao-nacionalmente-determinada-do-brasil-perante-o-acordo-de-paris
https://www.gov.br/mre/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/2020/apresentacao-da-contribuicao-nacionalmente-determinada-do-brasil-perante-o-acordo-de-paris
https://antigo.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris.html
https://antigo.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/acordo-de-paris.html
https://calculator.moss.earth/
https://ipbes.net/assessment-reports/americas
https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas
https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas
PFEIFFER, C. Mitigação das mudanças climáticas. In: Enciclopédia
discursiva da cidade. Disponível em:
https://www.labeurb.unicamp.br/endici/index.php?
r=verbete/view&id=231. Acesso em: 21 ago. 2023. 
Aula 3
DESIGUALDADES
SOCIOAMBIENTAIS
Desigualdades socioambientais
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você.
Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação
profissional. Vamos assisti-la? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 27/65
https://www.labeurb.unicamp.br/endici/index.php?r=verbete/view&id=231
https://www.labeurb.unicamp.br/endici/index.php?r=verbete/view&id=231
https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/RESPONSABILIDADE_SOCIAL_E_AMBIENTAL/PPT/u1a3_res_soc_amb.pdf
Ponto de Partida
Olá, estudante!
Nesta aula vamos estudar a questão da desigualdade em nossas
sociedades, em especial a ambiental.
Hoje, organismos como o Banco Mundial e o Fundo Monetário
Internacional têm manifestado preocupação com o avanço da
desigualdade em nível global, porque ela gera impactos imediatos
na competitividade econômica e na estabilidade social. Além disso,
a desigualdade tem uma dimensão ambiental, que revela as
disparidades de consumo entre países ricos e pobres, e demonstra
que os efeitos negativos da poluição e dos danos ambientais afetam
mais desfavoravelmente os grupos e populações vulneráveis.
Para melhor compreensão, tomemos o caso de Arnaldo, o qual se
opõe à construção de um grande empreendimento em sua cidade,
Santa Cruz da Serra, local em que será construído um grande
reservatório pela empresa, para atender uma usina hidrelétrica.
Diante desse cenário, a empresa responsável, município e o estado
informam que a construção gerará inúmeros benefícios, dentre eles:
energia elétrica; reservatório d´água; prática de esportes; pesca e
criação de peixes; servirá como controle de enchentes; lazer e
entretenimento, além da geração de muitos empregos.
Pergunta-se: É possível compreender a oposição de Arnaldo
analisando as justificativas do município, do governo do estado e da
empresa?
Qual seriam os possíveis impactos diretos na população residente
da região afetada e por que esse fato deve ser considerado como
uma fonte de desigualdade?
Agora vamos conhecer os principais fundamentos dessa discussão
e nos preparar para o exercício ético e responsável de suas
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 28/65
atividades profissionais em respeito aos processos democráticos de
proteção ao meio ambiente.
Um abraço!
Vamos Começar!
O contexto das desigualdades na
contemporaneidade
Nos últimos anos, a desigualdade tornou-se uma temática prioritária
em qualquer discussão de instituições governamentais, em nível
global ou nacional. Isso porque estamos acompanhando a escalada
da desigualdade em todo o planeta e, como tal, reduzi-la é um
pressuposto fundamental para mitigar os impactos deletérios que ela
causa em nossas sociedades. Esse é um objetivo compartilhado por
governos e por organismos multilaterais, como o Fundo Monetário
Internacional e o Banco Mundial. Mas como compreender a
desigualdade e as suas variações?
Com efeito, a desigualdade se estabelece a partir dos processos
estruturais em sociedade, em que ela “[...] condiciona, limita ou
prejudica o status e a classe social de uma pessoa ou um grupo e,
consequentemente, interfere em requisitos primários para a
qualidade de vida” (Oxfam, 2021). A desigualdade é
multidimensional, mas vamos nos concentrar em duas delas: a
econômica e a social. A desigualdade econômica se dá por meio da
concentração de renda em um número reduzido de pessoas em
uma sociedade, ou seja, a maior parte da riqueza produzida e
acumulada encontra-se nas mãos de poucos. A desigualdade social,
por sua vez, está diretamente ligada à estratificação de pessoas em
uma sociedade por critérios, como gênero, raça, origem social, entre
outras variantes, identificando-se, geralmente, com os grupos mais
vulneráveis de uma sociedade. Tanto a desigualdade econômica
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 29/65
quanto a social caminham associadas. Esse é caso do Brasil, com
suas desigualdades múltiplas, colocando o país como um dos mais
desiguais do mundo e o 84º no índice de desenvolvimento humano
global, entre 189 países (ONU, 2020).
Apesar da relevância e do compromisso dos atores com a redução
da desigualdade, os estudos e as estatísticas sinalizam em sentido
contrário, tanto na concentração de renda quanto no aumento da
pobreza. Segundo o relatório da Oxfam, a questão da concentração
de renda é um problema mundial. A plutocracia, o segmento que
inclui o 1% mais rico, detém a riqueza dos outros 99% da população
mundial; apenas oito bilionários possuem a riqueza da metade mais
pobre do planeta (Oxfam, 2017). Um nível alto de desigualdade
reduz a competitividade e afeta a economia de um país, por gerar
uma estagnação na dinâmica social. Os resultados desses dados
são preocupantes, porque a desigualdade “[...] aumenta a
criminalidade e a insegurança e gera mais pessoas vivendo com
medo do que com esperança” (Oxfam Brasil, 2017).
Com os níveis de concentração de renda, temos o efeito imediato do
aumento da pobreza, agora agravada pelas implicações da covid-19
em nível global. No caso do Brasil, em especial, após ter saído do
mapa da fome em 2014, os índices de pobreza cresceram nos
últimos anos (Oxfam, 2017; Oliveira, 2019). Trata-se do retorno de
uma questão estrutural da sociedade brasileira aos debates políticos
e econômicos. E não podemos nos esquecer de que o compromisso
de não retroceder no combate à fome não é somente político, mas
um objetivo expresso no art. 3º, III, da Constituição Federal de 1988,
de “[...] de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais” (Brasil, 1988, [s. p.]).
É por meio do combate e da superação dos altos índices de
desigualdade, em qualquer de seus enfoques, que podemos traçar
um compromisso efetivo para a construção de uma sociedade
igualitária e democrática, requisito fundamental para o
enfrentamento das crises contemporâneas.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 30/65
As desigualdades e os efeitos sobre a
proteção ambiental
De imediato, uma pergunta fundamental: qual a relação entre a
desigualdade – econômica e social – com as questões ambientais?
A resposta é: são faces de um mesmo problema. Isso porque, como
alertou o filósofo francês François Ost(1997, p. 390), “a injustiça das
relações sociais gera a injustiça das relações com a natureza”. Sob
essa perspectiva, a desigualdade econômica e a social resultam na
desigualdade ambiental que, por sua vez, pode se manifestar em
duas dimensões: no acesso e no uso privilegiado dos recursos
naturais, a partir de um padrão de consumo privilegiado para
poucos; na ausência de participação e proteção ambiental para os
grupos mais vulneráveis, que sofrem com a distribuição desigual dos
efeitos deletérios no meio em que vivem e estão inseridos.
Os dados atuais das emissões dos gases do efeito estufa
demonstram que, em um mundo com cerca de 8 bilhões de
pessoas, metade das emissões globais provém dos 500 milhões de
habitantes mais ricos do planeta (Abramovay, 2012). Além disso,
esses dados mostram que, se de um lado os países ricos
conseguiram atingir os benefícios do crescimento econômico, de
outro lado, a maioria dos países em desenvolvimento não conseguiu
os padrões mínimos de uma existência digna.
Uma outra dimensão da desigualdade ambiental é que as políticas e
os problemas ecológicos não são democráticos. Os projetos e as
iniciativas dos processos produtivos são decididos e alocados em
países e/ou em territórios de grupos vulneráveis que, além de não
participarem dos efeitos positivos desses investimentos, estão mais
sujeitos aos efeitos nocivos da poluição e dos danos ambientais.
Como exemplo, temos a situação dos povos originários e
tradicionais, que são expulsos ou têm os seus territórios diretamente
afetados pela implementação de grandes projetos de infraestrutura –
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 31/65
barragens, mineração etc. –, sem terem benefícios diretos e arcando
com o passivo dessas iniciativas. Esses projetos, na maioria das
vezes apoiados pelo poder público, são geradores de externalidades
negativas, tanto nos efeitos sobre os grupos afetados quanto no
meio ambiente comum, ou seja, prejudicam outras atividades
econômicas existentes. No mesmo sentido, nas cidades, essas
populações vivem em áreas frágeis ambientalmente (morros,
encostas, beiras de rios etc.) ou próximas de lixões e terrenos
poluídos, e sofrem as mazelas da segregação socioespacial, isto é,
a ausência de políticas públicas que conjuguem uma existência
digna.
Além das dimensões principais, há uma nova faceta da
desigualdade ambiental, que se constitui pela intensificação dos
efeitos adversos do clima, em que milhões de pessoas deverão
deixar seus lares e países e se mudarem para outros lugares,
configurando o que tem sido denominado deslocados ambientais ou,
como tem sido utilizado por alguns, refugiados ambientais. O
relatório World Disaster Report, do ano de 2018, elaborado pela
Cruz Vermelha Internacional (2018), consignou que, entre os anos
de 2006-2016, mais de 771 mil mortes foram atribuídas a desastres,
com quase dois bilhões de pessoas afetadas por eventos dessa
natureza, das quais cerca de 95% delas em ocorrências por
questões climáticas. Ainda que as questões sobre clima sejam
produzidas pelos setores mais ricos da sociedade, os seus efeitos
são sentidos, sobretudo, pelos povos mais vulneráveis no mundo.
Afinal, como expõe Sergio Margulis (2020, p. 120), são as pessoas
de baixa renda as mais afetadas pela mudança do clima, porque
“[...] tendem a viver e trabalhar em locais mais expostos a riscos
climáticos, sem infraestrutura que os reduzam, em casas e bairros
que enfrentam os maiores problemas quando impactados [...]”.
Por essa conjugação de variantes da desigualdade ambiental, é
possível constatar a imbricada e correspondente relação entre
desigualdade e o futuro da vida no planeta. Afinal, a persistência da
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 32/65
desigualdade ambiental é um fator desagregador de toda a
construção moderna de Estado e sociedade. Lutar por uma maior
igualdade, ao reverso, pode nos ajudar a um compromisso comum
dos problemas que ameaçam a todos nós (Pickett; Wilkinson, 2015).
Siga em Frente...
A justiça ambiental
Diante do contexto da desigualdade ambiental, uma das principais
proposições para o enfrentamento em sentido crítico é o movimento
de Justiça Ambiental. Trata-se de um movimento que surgiu
originalmente nos Estados Unidos, na década de 1980, e procura
demonstrar que os efeitos prejudiciais recaem, sobretudo, em
grupos mais vulneráveis da sociedade, em demonstração do
racismo ambiental naquele país. As pautas e os princípios
norteadores do movimento de Justiça Ambiental daquele país se
espalharam pelo mundo e chegaram ao Brasil no final da década de
1990, conjugando as especificidades das lutas e pautas ambientais
em nosso país.
Segundo Acselrad, Mello e Bezerra (2009), o movimento de Justiça
Ambiental articula suas proposições em duas dimensões de
atuação: (i) a discussão dos processos decisórios de participação na
formulação das políticas ambientais, em especial por parte das
populações afetadas; (ii) os efeitos na distribuição dos benefícios e
encargos das intervenções sobre o ambiente.
Em primeiro lugar, os processos decisórios são, invariavelmente,
estabelecidos numa relação de verticalização imposta por empresas
e governos, de cima para baixo, sem os protocolos de consulta, ou,
quando ocorrem, são realizados com mecanismos de pressão sobre
as comunidades e os grupos do entorno, impedindo a livre
manifestação pelo peso de retaliações econômicas, sociais, físicas e
políticas no âmbito local. Isso é particularmente sensível pela
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 33/65
conjugação de fatores ou justificativas de que a falta de empregos e
investimentos em um local justificaria a aceitação de projetos e
empreendimentos que causam danos ambientais e sanitários,
prejudicando a qualidade de vida das populações para um objetivo
imediato que, na maioria das vezes, tem uma proposição
exclusivamente econômica.
Esses processos decisórios estão em uma dinâmica dissonante dos
mais elementares princípios estruturantes do Direito Ambiental, pois
os documentos internacionais de proteção ao meio ambiente
destacam a necessidade de participação comunitária na formulação
e execução de políticas ambientais. A Declaração do Rio de Janeiro
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992, consigna, em
seu art. 10, que “[...] o melhor modo de tratar as questões
ambientais é com a participação de todos os cidadãos interessados
[...]” (ONU, 1992). E continua deixando claro que o acesso
adequado à informação sobre o meio ambiente “[...] inclui a
informação sobre os materiais e as atividades que oferecem perigo
a suas comunidades, assim como a oportunidade de participar dos
processos de adoção de decisões” (ONU, 1992). No mesmo sentido,
o Acordo de Escazú (ONU, 2018), garante os “direitos de acesso”,
compreendendo o direito à informação, à participação pública nos
processos de tomada de decisões em questões ambientais e o
direito de acesso à justiça. A legislação brasileira estabelece essa
participação, prevendo a audiência pública no licenciamento
ambiental de atividades efetiva ou potencialmente causadoras de
significativa degradação ambiental (Conama, 1986; 1987; 2020). Por
esses elementos, evidencia-se que as políticas públicas que afetam
pessoas, populações, cidades e regiões devem ser fruto de uma
construção dialógica entre os atores envolvidos, e não a
sobreposição de uma única interpretação.
Uma outra dimensão da Justiça Ambiental envolve a distribuição dos
encargos das intervenções sobre o meio ambiente, que recairão
justamente nas populações, nos grupos e nas pessoas mais
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html34/65
vulneráveis em sociedades desiguais – como é o caso do Brasil.
Portanto, são esses grupos que ora são privados do acesso aos
recursos naturais para viverem, ora “são expulsos de seus locais de
moradia para a instalação de grandes projetos hidroviários,
agropecuários ou de exploração madeireira ou mineral” (Acselrad;
Mello; Bezerra, 2009, p. 42). Esse é o caso dos projetos de
desenvolvimento que são impostos e implicam a expulsão de grupos
e populações. Dois são os exemplos: o primeiro são expulsões
ligadas ao mercado global de terras, com aquisição de grandes
áreas produtivas por corporações para a produção de
biocombustíveis ou para o extrativismo, forçando milhares de
agricultores a venderem ou deixarem suas terras; o segundo
exemplo são os projetos de infraestrutura, como o caso da Usina de
Belo Monte, no Pará, em que milhares de pessoas foram expulsas
de suas casas com o alagamento de amplas faixas de terras, com a
perda dos laços sociais e de pertencimento ancestrais, além dos
impactos ambientais, em que o mais evidente foi o a perda da
biodiversidade da região.
Nessa conjugação, nota-se que o movimento de Justiça Ambiental é
fundamentalmente uma rede que estabelece um contraponto e uma
resistência aos mecanismos de imposição e verticalização dos
processos decisórios que saem prontos de gabinetes
governamentais, sem interface ou diálogo com a realidade dos
territórios e lugares. O que está em pautas nessas reivindicações é,
sobretudo, o compromisso com a participação comunitária em uma
sociedade democrática e dialógica, princípio e condição fundamental
para um combate efetivo ao crescimento da desigualdade ambiental
e suas consequências.
Vamos Exercitar?
Vamos retomar o caso de oposição de Arnaldo à construção de um
grande reservatório de água para atender à demanda de uma usina
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 35/65
hidrelétrica em sua cidade. Para auxiliar nessa discussão, vamos
trabalhar as seguintes questões:
É possível compreender a oposição de Arnaldo analisando
as justificativas para a construção do reservatório (atender
a demanda energética)?
Quais seriam os possíveis impactos diretos na população
residente da região afetada e por que esse fato deve ser
considerado como uma fonte de desigualdade?
Primeiramente, Arnaldo traz uma série de pontos importantes, como
o fato de que os moradores perderão uma expressiva porção de
terra produtiva. Os que residem na área de inundação perderão os
seus lares, forçando muitos ao êxodo rural, além de se perder uma
importante parte da história desse povo. Pensando no contexto
ambiental, haverá interrupção da piracema, impacto direto nos
ecossistemas, que sofrerão inundação, entre outros.
Na dimensão da Justiça Ambiental, nota-se que os impactos
recairão justamente nas populações, mais vulneráveis, privando do
acesso aos recursos naturais e sendo ‘expulsos’ de seus locais de
moradia, gerando perda dos laços sociais e de pertencimento
ancestrais, além dos impactos ambientais, em que o mais evidente
foi o a perda da biodiversidade da região.
Diante disso, o estudo da desigualdade ambiental é uma importante
ferramenta que visa conhecer e reconhecer os padrões de justiça
ambiental, ou seja, o contexto, as pessoas e as dinâmicas de
decisão sobre os projetos e iniciativas que impactam o ambiente,
como no caso da construção do reservatório. Assim, é necessária a
avaliação do contexto, compreendendo como o empreendimento
realmente será benéfico, mesmo com os impactos destacados.
Saiba Mais
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 36/65
De forma recorrente, relatórios são editados para a divulgação de
estudos e pesquisas sobre as dimensões e implicações da
desigualdade no âmbito global e brasileiro. Eles têm sido utilizados
para sensibilizar e contribuir na formulação de políticas públicas de
combate à desigualdade. Um dos mais importantes estudos foi
editado pelas Nações Unidas em 2019 e trouxe um panorama global
da desigualdade econômica, social, racial e ambiental no século
XXI. Você pode acessar o Relatório do Desenvolvimento Humano
2019 diretamente no site da ONU.
Outro relatório, também das Nações Unidas, editado em 2021,
trouxe os dados da desigualdade na América Latina - Relatório de
Desenvolvimento Humano Regional 2021 | Presos: alta
desigualdade e baixo crescimento na América Latina e no Caribe. 
A Justiça Ambiental refere-se “aos princípios que asseguram que
nenhum grupo de pessoas, sejam grupos étnicos, raciais ou de
classe, suporte uma parcela desproporcional de degradação do
espaço coletivo. Para saber mais sobre Justiça Ambiental, leia o
artigo Por mais Justiça Ambiental.
Referências Bibliográficas
ABRAMOVAY, R. Muito além da economia verde. São Paulo:
Planeta Sustentável, 2012. 
ACSELRAD, H.; MELLO, C. C. A.; BEZERRA, G. N. O que é justiça
ambiental? Rio: Garamond, 2009. 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, [2021]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm.
Acesso em: 1 ago. 2023. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Argüição de Descumprimento
de Preceito Fundamental 101 Distrito Federal. Relatora: Min.
Carmen Lúcia, 24 de junho de 2009. Disponível em:
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html 37/65
https://www.undp.org/pt/brazil/publications/relatorio-do-desenvolvimento-humano-2019
https://www.undp.org/pt/brazil/publications/relatorio-do-desenvolvimento-humano-2019
https://www.undp.org/latin-america/publications/regional-human-development-report-2021-trapped-high-inequality-and-low-growth-latin-america-and-caribbean
https://www.undp.org/latin-america/publications/regional-human-development-report-2021-trapped-high-inequality-and-low-growth-latin-america-and-caribbean
https://www.undp.org/latin-america/publications/regional-human-development-report-2021-trapped-high-inequality-and-low-growth-latin-america-and-caribbean
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/por-mais-justica-ambiental/381650476
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?
docTP=AC&docID=629955. Acesso em: 2 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 001/1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a
avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 17 fev. 1986, p. 2548-2549. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=745. Acesso
em: 30 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 009/1987. Dispõe sobre a questão de audiências públicas. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 5 jul. 1990, p. 12945. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=60. Acesso em:
30 ago. 2023.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução Conama
nº 424/2020. Estabelece, em caráter excepcional e temporário, nos
casos de licenciamento ambiental, a possibilidade de realização de
audiência pública de forma remota, por meio da Rede Mundial de
Computadores, durante o período da pandemia do Novo
Coronavírus (COVID-19). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12
ago. 2020, seção 1, p. 154. Disponível em:
http://conama.mma.gov.br/?
option=com_sisconama&task=arquivo.download&id=793. Acesso
em: 30 ago. 2023.
CRUZ VERMELHA INTERNACIONAL. World Disaster Report
2018: Leaving No One Behind. Geneva: International Federation of
Red Cross and Red Crescent Societies, 2018, p. 168. Disponível
em: https://media.ifrc.org/ifrc/wp-content/uploads/sites/5/2018/10/B-
WDR-2018-EN-LR.pdf Acesso em: fev. 2023.
27/11/24, 21:44 Antropoceno e as crises social e ambiental
https://alexandria-html-published.platosedu.io/4600857f-8627-4d9a-bb7a-a1708cfec21d/v1/index.html

Mais conteúdos dessa disciplina