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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO II DIREITO PROCESSUAL TRABALHISTA II 1 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................... 2 1. PROCESSO TRABALHISTA ..................................................................... 3 2. PARTES ..................................................................................................... 4 3. AÇÃO ........................................................................................................... 5 4. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS .......................................... 21 5. RESPOSTAS DO RÉU ............................................................................... 22 6. PROVAS ..................................................................................................... 25 7. SENTENÇA ................................................................................................ 25 8. RECURSOS ............................................................................................... 26 9. EXECUÇÃO ............................................................................................... 32 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 35 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 3 3 1. PROCESSO TRABALHISTA O Direito Processual do Trabalho corresponde ao conjunto de regras, princípios e instituições disciplinadoras do processo do trabalho, do instrumento por meio do qual são conciliados e julgados os conflitos individuais e coletivos pertinentes às relações de trabalho. Trata-se de ramo instrumental, pois suas regras não se bastam em si mesmas, mas constituem meio de realização do direito material. Compreende-se, hoje, como ramo autônomo do direito, vez que apresenta legislação, princípios, institutos, organização jurisdicional, didática e fins próprios. A índole “social” do direito do trabalho também se faz sentir no processo, vez que este também visa a corrigir desigualdades inerentes às partes da relação trabalhista mediante a proteção da parte mais fraca. Ademais, na maior parte de seus dissídios, lida com créditos de natureza alimentar – por isso, é mais célere, simples e eficaz do que o processo comum. Tanto é verdade que, por vezes, o processo civil abeberou-se do processo do trabalho em seus aspectos mais modernos, como veremos a seguir. 4 4 2. PARTES No processo trabalhista, chama-se o autor de reclamante e o réu de reclamado, conforme o art. 651 da CLT, mostrando assim autonomia em relação ao processo civil. Na representação atribui-se a outrem a qualidade para agir em nome de alguém, substituindo, é um terceiro, o trabalhador menor será representado em juízo. Há dois tipos de representação, a legal que decorre de lei, o sindicato representa uma categoria, as pessoas jurídicas são representadas; e a representação convencional, que é a faculdade de a parte se fazer representarem juízo, podendo ser preposto. A assistência ocorre quando há deficiência de vontade do assistido, não há substituição. O assistente não é a parte no processo, mas um terceiro que auxilia a parte. “Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. § 1º - Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º - Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. Art. 792 - Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um) anos e as mulheres casadas poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus pais, tutores ou maridos. 5 5 Art. 793 - A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em Juízo.” A assistência judiciária é tratada na Lei 5.584/70, a partir do art. 14, é devida a todo trabalhador pobre e normalmente tem sido prestada pelo sindicato da categoria a que pertencer o empregado, havendo necessidade de comprovação da situação de hipossuficiência por atestado fornecido pela autoridade local do Mistério do Trabalho ou por delegado de polícia, não haverá tal necessidade se o empregado estiver desempregado ou se apresentar declaração de pobreza. Não havendo Varas de trabalho na comarca ou não existir sindicato da categoria profissional do trabalhador, a assistência é atribuída ao Promotor Público ou Defensores Públicos. 3. AÇÃO A expressão usada pela Justiça do Trabalho para definir uma reclamação trabalhista ou ação trabalhista é dissídio, sejam elas individuais ou coletivas. Dissídio individual é o nome dado a reclamação trabalhista em que o empregado ajuíza uma ação contra seu empregador, pleiteando algum direito previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou na convenção coletiva da categoria do empregado (CCT), que, por qualquer motivo, não tenha sido garantido pelo empregador. O dissídio coletivo, por sua vez, possui três abrangências. O primeiro consiste no dissídio coletivo de direito, que pode ser definido como uma ação que, geralmente, é ajuizada pelo sindicato da categoria e que pretende dar uma interpretação a uma norma que já exista, mas que não foi colocada em prática por falta de orientação do legislador sobre como essa efetivação poderia ocorrer. O dissídio coletivo também pode ser uma ação que visa criar outra norma que dará uma regulamentação a alguns pontos dos contratos de trabalho. Conhecido como dissídio coletivo de natureza econômica, discute questões que envolvem condições salariais, horas extras, garantias trabalhistas, dentre outros pontos que, muitas vezes, são específicos a determinada categoria profissional. Há, http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.pdf 6 6 ainda, o dissídio que ocorre em situação de greve. Nessa situação, o Ministério Público do Trabalho ajuíza essa ação, em que caberá à Justiça do Trabalho decidir o conflito juntamente com o sindicato da categoria que paralisou as suas atividades. Em quase todas essas situações é cabível, e desejado pelos juízes, promotores,Legitimidade passiva Diz a CLT (880) que a responsabilidade é do executado. Na J.T comumente é da empresa. A execução contra sucessores somente ocorre quando o empregador for empresa individual. Objeto A CLT (883) é omissa e refere-se genericamente aos bens do executado. Mas o CPC em seu artigo 789 diz que são os bens presentes e os futuros, salvo as restrições legais. Quando a empresa não possuir bens, a J.T tem aplicado o princípio da despersonalização da pessoa jurídica. Em caso de fraude à execução há entendimento que os bens podem ser penhorados em mãos de quem se encontra (790, V, CPC), não necessitando de ação de nulidade, se ao tempo da alienação do bem já corria a demanda contra o devedor (792, II, CPC). Execução contra a fazenda pública A fazenda é citada para apresentar embargos no prazo de 30 dias e não para pagar (art. 910 CPC). Já a CLT no artigo 884 estabelece que os embargos são opostos no prazo de 5 dias. Os valores devidos deverão ser pagos por meio de precatórios – art. 100 CF/88 ou RPV (quando o débito for até 60 salários mínimos). O precatório, conforme art. 910, § 1º do CPC, deverá observar a ordem cronológica de apresentação. Contudo, o § 3º do art. 100 da CR/88 faculta ao Juiz, no caso de execução de pequenos valores, buscar o pagamento por meio de R.P.V., conforme Súmula 303 do TST e artigo 535, § 3º, I, do CPC 3 5 35 REFERÊNCIAS ALMEIDA, André Luiz Paes de. Prática trabalhista. 4.ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 248 p. (Prática forense - Revista dos Tribunais, v.7). BRASIL. Constituição (1988). Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Disponível em:procuradores e outros auxiliares da justiça, que as partes consigam chegar a um denominador comum para colocar um término em uma relação, que, muitas vezes, já causou um desgaste que não precisa ser mais prolongado. O acordo possui uma importância significativa no âmbito do direito do trabalho, pois as normas que regulamentam a relação de trabalho são, desde o início, impositivas. Proíbem que o empregado e o empregador possam chegar a um acordo para facilitar, até mesmo, a contratação do colaborador pelo empregador. O acordo nada mais é do que uma tentativa de colocar um fim à discussão iniciada mediante a assinatura, por todos os envolvidos, de um compromisso em que há a fixação de direitos e deveres por ambas as partes. Quanto à providência jurisdicional, as ações podem ser: de conhecimento, será apenas assegurado se o direito é ou não devido, sem exigência de cumprimento do que foi prolatado; executórias, será executado aquilo que já foi averiguado na fase de conhecimento, pretende-se que seja cumprida a obrigação imposta. Na Justiça do Trabalho será executadas as sentenças transitadas em julgado, os acordos não cumpridos, os termos de ajuste de conduta, a conciliação prévia, os créditos previdenciários de sentença; cautelares, que visa uma concessão antecipada, e em ação principal será discutido o mérito da questão. As cautelares a serem utilizadas na Justiça do trabalho são as mesmas previstas no CPC, principalmente arresto, protestos, justificações, sequestro, exibição e produção antecipada de prova etc. mandamentais, visa cumprimento de ordem pela autoridade. Pressupostos para existir o processo: Jurisdição, a Vara que será dirigida a ação deverá ser competente para julgar o caso concreto; Pedido, a petição inicial deverá conter a pretensão resistida, o pedido e exposto do mérito da questão; 7 7 Partes, pessoas que tem uma controvérsia e pretendem que a Justiça Trabalhista a resolva. Pressupostos para validade do processo: Competência, a Vara investida de poder para solucionar o conflito; Insuspeição, o juiz não pode ser amigo íntimo ou inimigo das partes e ser sempre imparcial; Inexistência de coisa julgada, não poderá ser discutido aquilo que já foi decidido por outro juiz, acontecerá quedo as partes forem as mesmas, o pedido e a causa de pedir forem iguais; Inexistência de litispendência, não poderá ingressar com mesma ação por duas vezes aos mesmos órgãos, se já houver uma ação em andamento, não poderá ser distribuído outra ação idêntica a primeira; Capacidade processual das partes, deverão ser maiores de 18 anos e os menores serão assistidos pelos pais ou procuradoria do trabalho; Regularidade da petição inicial, que deverá atender os requisitos estipulados, caso contrário será considerada inepta; Regularidade da citação, que seja feita a citação corretamente, sob pena de nulidade. Petição Inicial Poderá ser escrita ou verbal, sendo verbal será reduzida a termo. “Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo. Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731” Na Justiça do Trabalho, é utilizado o termo reclamação para se referir à petição inicial trabalhista. É o mesmo termo que consta na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Por isso, reclamação e petição trabalhista são usados praticamente como 8 8 sinônimos. Isso pode ser observado no próprio Art. 840 da CLT que informar como deve ser essa peça jurídica específica: Art. 840 – A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º – Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2º – Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. § 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. Com isso, já é possível perceber que há e quais são as diferenças nos requisitos da petição inicial que consta no Código de Processo Civil (CPC) para a petição trabalhista. Muitas dessas diferenças podem relacionar-se ao fato de que no processo do trabalho, há duas formas de elaborar a reclamação: escrita ou verbal. Talvez por isso, também, a CLT cunhou o termo reclamação para se referir à petição. Já que, na forma verbal, o trabalhador ou o contratante estará, de fato, reclamando de algo. Logicamente, isso precisa ser registrado de alguma forma. Por esse motivo, cada reclamação recebida pela Justiça do Trabalho é transcrita tal qual a descrição. Mas, embora essa possibilidade exista, o mais comum é o processo trabalhista ser iniciado por uma petição inicial escrita. Geralmente, a peça é redigida por um advogado e precisa atender às determinações do Art. 840 da CLT. A petição inicial é a peça mais importante da ação, deverá ser feita com cuidado, deve obedecer uma lógica cronológica dos fatos e fundamentos, para que se chegue a uma conclusão. Deverá ser feito o pedido com os cálculos dos valores pretendidos. Mesmo não existindo na CLT previsão quanto ao valor da causa, será 9 9 necessário indicá-lo, seguindo as determinações do CPC. Não será necessário declinar as provas que serão produzidas, pois deverá ser apresentadas na audiência, na forma do art. 845 da CLT. É prescindível que se peça a citação da outra parte na inicial, conforme o inciso VII do CPC, pois a citação é automática, a Vara deverá enviá- la em 48 horas, independente do despacho do Juiz. Procedimentos O procedimento comum trabalhista subdivide-se em sumário, sumaríssimo e ordinário, classificados pelo valor da causa e por outras especificidades que serão aqui tratadas. O procedimento sumário é o mais raro na Justiça do Trabalho e ocorre nas causas em que a alçada é igual ou inferior a dois salários mínimos (§§ 3º e 4º da Lei n. 5.584/70); por sua vez, se o valor da causa for superior a dois e inferior a 40 salários mínimos, o rito poderá ser o sumaríssimo; se o valor da causa for superior a 40 salários mínimos, teremos o procedimento mais utilizado, o rito ordinário. Por fim, têm-se os procedimentos especiais, dentre os quais serão analisados a reclamatória com pedido de liminar e com pedido de tutela de urgência e a ação de consignação em pagamento. Passaremos a análise das audiências no procedimento ordinário. Procedimento ordinário: audiências de conciliação, instrução e julgamento No processo do trabalho, o procedimento ordinário dos dissídios individuais está regulamentado, de forma esparsa, entre o art. 763 e o art. 852 da CLT. As reclamatórias trabalhistas que se submetem a tal rito são aquelas em que os valores ultrapassem a 40 (quarenta) salários mínimos, na data de seu ajuizamento. Desta feita, em respeito ao princípio da concentração dos atos processuais, a teor do disposto no art. 843 da CLT, as ações ajuizadas perante a Justiça do Trabalho deveriam ser resolvidas em uma única audiência, o que englobaria a conciliação, a instrução e o julgamento em uma única oportunidade. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103579/lei-5584-70 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653827/artigo-763-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644011/artigo-852-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645791/artigo-843-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 1 0 10 Entretanto, diante da impossibilidade fática de cumprir a regra, outro procedimento tem prevalecido na prática trabalhista e as audiências têm-se dividido em Conciliação, Instrução e Julgamento. A petição inicial, portanto, se encarrega de provocar o juízo trabalhista, que, após 48 horas da sua recepção pelo secretário da Vara, notificará a parte ré pela via postal ordinariamente ou por edital - para os casos de Reclamada em local incerto e não sabido, para comparecer à audiência, que acontecerá no prazo mínimo de 05 dias (art. 841 CLT). A propósito, segundo o art. 813, da CLT, as audiências trabalhistas são públicas e se realizam na sede do Juízo ou Tribunal, nos dias úteis entre 08 e 18 horas, não podendo se delongar por mais de cinco horas seguidas, salvo quando versarem sobre matéria urgente. Devidamente cientificadas, as partes – Reclamante e Reclamada - devem comparecer à audiência inicial, independentemente do comparecimento de seus representantes, na qual, não havendo conciliação, será concedido à parte ré o tempo de 20 minutos para que apresente oralmente sua resposta, que, em ato contínuo, será reduzida a termo (art. 847 da CLT). Vale esclarecer que, na prática, a resposta é sempre escrita, sendo possível, inclusive, inseri-la no processo judicial eletrônico, antes mesmo da audiência, novidade descrita pela reforma trabalhista, no parágrafo único, do art. 847, da CLT. Outro aspecto igualmente inovador se deu na representação do empregador em audiência, antes da reforma trabalhista, o preposto deveria ser necessariamente empregado da empresa, agora, as coisas mudaram, pois o empregador poderá ser representado em audiência por qualquer preposto, sem necessidade de vínculo empregatício com a reclamada, bastando que tenha conhecimento do fato (art. 843, § 3º da CLT). E as novidades não param por aí, a Lei 13.467/2017 – reforma trabalhista - também impôs algumas mudanças, quanto à consequência da ausência das partes em audiência. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645996/artigo-841-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10648049/artigo-813-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645275/artigo-847-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645341/par%C3%A1grafo-1-artigo-847-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645275/artigo-847-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645791/artigo-843-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999834/par%C3%A1grafo-3-artigo-843-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999834/par%C3%A1grafo-3-artigo-843-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17 1 1 11 A ausência do Reclamado ou de seu preposto na 1ª audiência gera, em regra, a revelia, por não ter comparecido à assentada e a confissão ficta, pela qual se presumirão verdadeiros os fatos alegados pelo autor na exordial. Contudo, a revelia pode ser afastada, pois, ainda que ausente à reclamada, presente o advogado na audiência, serão aceitas a contestação e os documentos eventualmente apresentados. É o que dita o novo art. 844, § 5º, CLT, alterando completamente a revelia trabalhista. Por sua vez, em caso de ausência do Reclamante à audiência inaugural, o processo será arquivado e o autor, a partir da reforma trabalhista, será condenado ao pagamento de custas, ainda que beneficiário da justiça gratuita. É de se notar que o pagamento das custas se tornou, a teor do § 3º, do art. 844 da CLT, condição para a propositura de nova demanda. Nesse caso, a Lei 13.467/2017 deixou uma oportunidade ao Reclamante de afastar o arquivamento, concedendo-lhe a o prazo de 15 dias, para comprovar que sua ausência ocorreu por motivo “legalmente justificável”, inteligência do § 2º, do art. 844 da CLT. Outrossim, considerando a presença das partes, aberta a audiência inaugural, o juiz deverá propor a conciliação (art. 846 da CLT), que se exitosa, será lavrada a termo, no qual constará o valor, o prazo de pagamento e todas as demais condições para seu o cumprimento. Ato contínuo, não sendo possível a conciliação, o Magistrado concederá prazo para o Reclamante se manifestar sobre a contestação, normalmente 10 dias, intimando as partes para a audiência de instrução, na qual serão ouvidos os depoimentos pessoais de autor e réu, inquiridas as testemunhas e produzidas eventuais provas necessárias ao deslinde da questão (art. 848 da CLT). Na ocasião da audiência de instrução, prestarão depoimento em primeiro lugar as partes – Reclamante e Reclamada, em seguida, as testemunhas, no máximo 03 (três) para cada parte, com exceção dos Inquéritos para Apuração de Falta Grave em que se admitem 06 (seis) testemunhas. Importante destacar que as partes não https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999818/par%C3%A1grafo-5-artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999830/par%C3%A1grafo-3-artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/478059431/lei-13467-17 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/172999832/par%C3%A1grafo-2-artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645658/artigo-844-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645477/artigo-846-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645207/artigo-848-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 1 2 12 necessitam apresentar com antecedência rol de testemunhas (art. 825 da CLT). Além disso, poderá haver a requisição de produção de prova pericial. A propósito, pode ocorrer de a audiência de instrução ser suspensa por motivos diversos, por exemplo, o cumprimento de carta precatória para oitiva de uma testemunha. Nessa hipótese será designada uma audiência chamada de encerramento de instrução. Encerrada a instrução, as partes poderão apresentar suas razões finais, pelo prazo máximo de 10 minutos cada um, para, em seguida, o juizrenovar a proposta de conciliação, e não sendo possível, será designada a data para a audiência de julgamento (art. 850 da CLT). Esclareça-se que na audiência de julgamento, em regra, as partes não comparecem, sendo apenas um prazo para que o juiz publique a sentença, a partir do qual as partes ficam intimadas e começa a fluir o prazo para eventual interposição de recursos (art. 849 da CLT). Por fim, os trâmites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, da qual constará, na íntegra, a decisão (art. 851 da CLT), ou seja, será a prolatada a sentença, a qual a partir da sua publicação inicia-se o prazo recursal. Em suma, as principais características do rito ordinário são: a possibilidade de oitiva de até três testemunhas de cada parte, a possibilidade de produção de prova pericial, a ocorrência, em regra, de audiência inicial e de audiência de prosseguimento, admissibilidade de citação por edital, em caso de reclamado em local incerto ou não sabido, e, por fim, permissão de figurar como partes as entidades públicas, situação vedada nos demais procedimentos trabalhistas. Procedimento Sumaríssimo: audiência única O rito sumaríssimo foi instituído com o intuito de impor maior celeridade ao processo trabalhista, dando efetividade à satisfação da verba de natureza alimentar pleiteadas pelo trabalhador, na Justiça do Trabalho. O procedimento apresenta peculiaridades, na petição inicial, na audiência e na sentença, são detalhes importantes que serão aqui abordados. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10647380/artigo-825-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645009/artigo-850-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645071/artigo-849-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644899/artigo-851-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 1 3 13 As ações submetidas ao procedimento sumaríssimo - aquelas em que o valor da causa é superior a dois e inferior a 40 salários mínimos -, são instruídas e julgadas em audiência única, ou seja, há uma única oportunidade para a realização de todos os atos processuais, em homenagem ao princípio da imediatidade e da concentração dos atos processuais. São pressupostos próprios do rito sumaríssimo: Audiência única para produção de provas, cuja ata registra, resumidamente, os atos importantes; Pedido: certo ou determinado e líquido (art. 852-B, I, da CLT); Valor: somatório de todos os pedidos (art. 852-B, I, da CLT); Número de testemunhas: no máximo, 02 testemunhas; Citação por edital: proibida no sumaríssimo. Deverão ser indicados pelo reclamante, o nome e o endereço completos e corretos da reclamada (art. 852-B, II, da CLT); Não se aplica aos dissídios coletivos (art. 852-A, da CLT); Estão excluídas do procedimento as demandas em que é parte a administração pública direta, autárquica e fundacional (art. 852-A, da CLT); Estão incluídas no procedimento sumaríssimo as demandas em que são parte as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade econômica (inciso II do § 1º do art. 173 da CR/88); Apreciação da reclamação deverá ocorrer em 15 dias contados do ajuizamento da ação; A sentença é proferida na própria audiência e não há necessidade da emissão de relatório. A petição inicial no procedimento sumaríssimo exige cuidado, pois, além dos requisitos ordinários, deve apresentar o pedido certo e quantitativamente https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981103/artigo-852b-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981103/artigo-852b-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981103/artigo-852b-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981107/artigo-852a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981107/artigo-852a-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10660176/artigo-173-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 1 4 14 determinado, sob pena de arquivamento da reclamação e condenação de custas sobre o valor da causa (art. 852-B, § 1º, da CLT). Outro aspecto relevante é que como nas demandas sujeitas ao rito sumaríssimo não há citação por edital, o Reclamante deve indicar o nome e endereço do reclamado, sob pena de arquivamento da Reclamação. Cientificadas as partes, a Reclamação sujeita ao rito sumaríssimo será instruída e julgada em audiência una (art. 852-C, da CLT), podendo ser sugerida a conciliação pelo Juiz a qualquer tempo. As partes poderão levar no máximo duas testemunhas, as quais comparecerão à audiência de instrução e julgamento, independentemente de terem sido intimadas (art. 852-H, § 2º, da CLT). O processo trabalhista permite que as provas sejam produzidas em audiência, independentemente de requerimento antecipado, inclusive, a parte deverá se manifestar sobre os documentos, na própria audiência, exceto se provada a absoluta impossibilidade, por exemplo: um grande volume de documentos. A prova pericial é permitida no procedimento sumaríssimo e é chamada de prova técnica, podendo ser determinada de ofício ou por requerimento (art. 852-H, § 2º, da CLT). Apresentado o laudo técnico, as partes serão intimadas a se manifestar no prazo comum de cinco dias, ficando vedada a retirada dos autos da secretaria. Vale destacar que não obstante a audiência seja única, será permitida a interrupção e o seu prosseguimento dar-se-ão no prazo de trinta dias, salvo por motivo relevante (art. 852-H, § 7º, da CLT). Enfim, a sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. Procedimentos Especiais As ações especiais são importantes para o direito processual do trabalho, cada uma dispondo de características e finalidades próprias, concedendo aos demandantes meios de impugnar assuntos especiais relacionados ao trabalho, por meio de ações específicas. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981103/artigo-852b-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981091/artigo-852c-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981081/artigo-852h-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981081/artigo-852h-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27981081/artigo-852h-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 1 5 15 Você sabia? Quais são os procedimentos especiais aplicáveis ao processo do trabalho? A Ação de Consignação em Pagamento, as Medidas Cautelares; a Tutela Antecipada; Ação Rescisória; o Mandado de Segurança; a Ação Civil Pública; a Ação Monitória; as Ações Possessórias, o Dissídio Coletivo; a Anulação de Cláusulas Convencionais e a Ação de Cumprimento. Reclamatória trabalhista com pedido de concessão de liminar No curso do processo de conhecimento, o Magistrado poderá conceder medida liminar nas hipóteses previstas nos incisos IX e X do art. 659 do texto consolidado, ou seja, em regra, pode ser requerida a liminar que vise tornar sem efeito a transferência abusiva de empregado, em que não foram observadas as previsões contidas nos parágrafos do art. 469 da CLT, bem como objetive a reintegração de empregado dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. Para a sua concessão, o autor deverá apontar, na petição inicial, os seguintes pressupostos: fumus boni iuris - a provável existência de um direito, demonstrando, de forma clara e objetiva o direito do empregado de não ser transferido e do dirigente sindical de não ser afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador. periculum in mora - o perigo de dano irreparável que a demora na prestação jurisdicional trará ao autor; Vamos praticar? Assim, requer o Reclamante à concessão de liminar, nos termos do art. 659, inciso X, da CLT, para o reconhecimento da nulidade de sua dispensa arbitrária e a reintegração no emprego, a teor do inciso VIII do art. 8º da CR/88 e no § 3º do art. 543 da CLT”. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673472/inciso-ix-do-artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673420/inciso-x-do-artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673758/artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10711795/artigo-469-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10711795/artigo-469-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673758/artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10673420/inciso-x-do-artigo-659-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725294/inciso-viii-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698691/par%C3%A1grafo-3-artigo-543-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10698825/artigo-543-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 1 6 16 Não se confunde o pedido liminar em Reclamação Trabalhista com a medida cautelar, a liminar é uma pretensão de caráter eminentemente satisfativo, que visa assegurar o direito em si, mesmo que de modo provisório, podendo ser modificada ou revogada de ofício pelo juiz, ou seja, deve estar vinculada à existência da Reclamação Trabalhista. A medida cautelar, por sua vez, objetiva providências urgentes e provisórias para assegurar os efeitos de outro processo, denominado principal, matéria a ser tratada a seguir. A peça em questão pode ser nominada de Reclamação Trabalhista com pedido de Concessão de Medida Liminar. Reclamatória Trabalhista com pedido de concessão de tutela provisória de urgência Importa destacar, inicialmente, que a CLT não trata especificamente da tutela provisória, mencionando, apenas, a medida liminar nos casos já estudados. Diante de tal omissão, a teor do art. 769 da CLT, aplica-se o direito processual civil ao processo do trabalho, desde que compatível com as normas do texto consolidado. Logo, sendo a tutela provisória informada pela garantia de uma prestação jurisdicional célere, que objetiva evitar o perigo dos males que o tempo pode gerar ao processo, mostra-se plenamente compatível ao processo do trabalho. É o que diz o inciso VI do art. 3º da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST. A tutela provisória jurisdicional é fundada em cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa, razão pela qual se exige apenas um juízo de probabilidade e não de certeza. O Código de Processo Civil de 2015 subdividiu a tutela provisória em tutela provisória de urgência: cautela e antecipatória, e de evidência. A tutela de urgência se subdivide em tutela antecipada e tutela cautelar, ambas possuem os mesmos requisitos, apenas com uma diferença fundamental, a primeira tem natureza satisfativa e a segunda meramente protetiva e/ou assecuratória. Contudo, as duas tutelas visam proteger ou resguardar um direito de um risco imediato, iminente ou futuro, antes do provimento final. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653444/artigo-769-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 1 7 17 Portanto, a concessão de tutela provisória de urgência busca inibir qualquer dano que a demora na prestação da tutela jurisdicional possa gerar, seja por via asseguratória da tutela cautelar ou antecipatória, desde que cumpridos os requisitos o fumus boni iuris e o periculum in mora na tutela cautelar, e na tutela antecipada, além destes, necessária à verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano ou abuso de direito de defesa. A natureza satisfativa da tutela de urgência antecipada é observada quanto ao momento de sua concessão, podendo ocorrer mesmo antes de ser ouvida a parte contrária, de forma liminar (inaudita altera pars), ou no curso do processo de conhecimento (incidental), contudo, antes da prolação da sentença. Nesse sentido, Alexandre Nery Oliveira afirma que o processo civil mudou: “ao invés de adotar veículo próprio, os pedidos cautelares, assim como antecipatórios, servem-se dos autos onde deduzida a demanda principal, quando requeridos contemporaneamente ao pedido principal ou incidentalmente à causa já instaurada, ou, na situação de apresentação em caráter antecedente (os anteriores requerimentos preparatórios), o veículo cautelar ou material que busca a tutela provisória correspondente depois se converte, por aditamento, na petição da própria demanda principal acautelada ou antecipada em momento antecedente (NERY, 2017, p. 1)” Assim, ainda que fundada em análise perfunctória do juízo, a tutela antecipatória é satisfativa sumária, pois, além de assegurar, antecipa um direito, para evitar o seu perecimento, podendo ocorrer antecipadamente ou incidentalmente no curso do processo. A tutela provisória de urgência cautelar, a seu turno, não antecipada um provimento jurisdicional, mas sim asseguraum direito de uma parte, conforme disposto no art. 301 do CPC, “a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894047/artigo-301-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 1 8 18 contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para assegurar um direito” (BRASIL, 2015). Em suma, a tutela cautelar não tem fim em si mesma, há sempre uma referência a um direito acautelado, ou seja, assegura bens, pessoas e produção de provas relacionados a um direito específico. Pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental no processo, sendo, nesta última hipótese, necessário o pagamento de custas para sua interposição. O caráter precário da tutela restou mantido, podendo, nos termos do art. 296 do CPC, ser revogada ou modificada a qualquer tempo no processo, desde que constante a fundamentação do juízo. Os pressupostos para concessão da tutela antecipada e cautelar, antecedente ou incidental, encontram-se descritos no art. 300 do CPC, quais sejam: a) probabilidade do direito, b) perigo de dano, para as tutelas antecipadas e c) risco ao resultado útil do processo, para as tutelas cautelares. Em razão da similaridade dos requisitos, optou o legislador por reconhecer a possibilidade de aplicação da fungibilidade, pela qual o juízo poderá conceder aquela mais adequada ao caso concreto (parágrafo único do art. 305 do CPC). A tutela provisória de evidência, a seu turno, requer a concessão de um direito incontroverso da parte, em sede de cognição sumária, independente do periculum in mora e do risco ao resultado útil do processo. O art. 311 do CPC elencou quatro hipóteses de concessão da tutela de evidência, quais sejam: a) abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório; b) quando as alegações de fato puderem ser comprovadas por meio de prova documental e tese firmada em precedentes repetitivos ou súmula vinculante; c) pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito; d) inicial instruída com prova documental incontestável (BRASIL, 2015) Pela análise do dispositivo supramencionado, pode-se concluir que a tutela de evidência é pautada na incontestabilidade do direito do autor, ou seja, o juiz poderá conceder, de forma provisória, a tutela de evidência se restar incontroverso o direito https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894076/artigo-296-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893965/par%C3%A1grafo-1-artigo-305-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893970/artigo-305-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893917/artigo-311-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 1 9 19 disputado, reduzindo-se, com isso, os efeitos do tempo no trâmite normal de um processo, em razão de o autor, antecipadamente, ter se desincumbido a contento do seu ônus probatório. A tutela de evidência inova ao permitir que o Magistrado conceda parcialmente o mérito do pedido antes da prolação da sentença, isto é, em caráter definitivo, fazendo coisa julgada material, impugnável através de agravo de instrumento, a teor do art. 356, § 5º do CPC. Vale dizer que, nos casos em que a tutela é concedida liminarmente, a sua concessão normalmente ocorrerá após a contestação. Feitos tais esclarecimentos, passa-se a análise da aplicação do instituto tutela provisória. No processo do trabalho, para a concessão da tutela provisória, a parte deverá demonstrar, na petição inicial, a evidência da probabilidade do direito, e, ainda, que há fundado perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (caput do art. 300 do CPC). Em suma, para a concessão da tutela provisória, a parte deve apresentar, de forma clara e inequívoca, a presença: a probabilidade do direito; a relevância do fundamento da demanda (fumus boni iuris); e o receio de ineficácia do provimento final em razão da demora jurisdicional (periculum in mora), para as tutelas antecipadas; o risco ao resultado útil do processo, para as tutelas cautelares. Além disso, no tocante à tutela de urgência antecipada de natureza satisfativa, o legislador estabeleceu também a necessidade de análise da reversibilidade jurídica da tutela para sua concessão, nos termos do § 3º do art. 300 do CPC. Portanto, cabe à parte demonstrar a urgência nas alegações do direito, apontar as provas com os elementos dos autos, para que o Magistrado possa concluir, perfunctoriamente, que a demora jurisdicional poderá comprometer o direito provável da parte, imediatamente ou futuramente. A tutela de urgência tem sido utilizada, no processo do trabalho, nos casos em que o Reclamante requer a entrega das guias de levantamento dos depósitos do FGTS; anotação ou retificação das anotações da Carteira de Trabalho do empregado; https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893256/artigo-356-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893237/par%C3%A1grafo-5-artigo-356-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894049/par%C3%A1grafo-3-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 2 0 20 reintegração do empregado dispensado por motivo discriminatório (gênero, raça, origem, etc.); para impedir que o empregador exija atestados de gravidez ou esterilização; para determinar a entrega de equipamentos de proteção individual a empregado e, também, para assegurar o emprego do trabalhador que estiver às vésperas de aposentar-se, dentre outras hipóteses. Assim, a tutela de urgência, no processo do trabalho, pode ser concedida, liminarmente, no início do processo e sem a oitiva prévia da parte contrária, ou após justificação prévia (art. 300, § 2º, do CPC), ou no curso do processo, em caráter incidental, quando houve risco ao resultado útil do processo. Especiais: Inquérito judicial para apuração de falta grave – de acordo com Carlos Henrique Bezerra Leite é “uma ação constitutiva (negativa) necessária para apuração de falta grave que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável por iniciativa do empregador”, seu procedimento está previsto nos arts. 494 a 499 e 853 a 855 da CLT, a reclamação deverá ser escrita, dentro de trinta dias após a suspensão do empregado, este prazo é decadencial (S. 62 do TST). As custas serão pagar pelo vencido após o trânsito em julgada da sentença e para recurso deverão ser comprovadas dentro do prazo recursal. Dissídio coletivo – previsto nos arts. 856 a 871 e 873 a 875 da CLT. Amauri Mascaro Nascimento conceitua como “um processo destinado à solução de conflitos coletivos de trabalho, por meio de pronunciamentos normativos constitutivos de novas condições de trabalhos, equivalente a uma regulamentação para os grupos conflitantes”. Ação de cumprimento: a sentença ou a decisão normativa do processo trabalhista não é executada e sim cumprida, podendo ser espontâneo ou por coerção mediante a ação de cumprimento, conforme art. 872 da CLT. È permitida a ação imediata de cumprimento da sentença, independente do trânsito em julgado,salvo se for dado efeito suspensivo ao recurso interposto contra tal sentença. A petição deverá https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894051/par%C3%A1grafo-2-artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 2 1 21 ser escrita e deverá constar cópia da sentença (acórdão). Sua prescrição foi pacificada pela S. 350 do TST, inicia-se da data do trânsito em julgado da decisão. 4. ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS A CLT trata dos atos, termos e prazos processuais nos artigos 770 a 782. O atos trabalhistas devem ser realizados em dias úteis, das 6 às 20h. Notificação (abrange citação e a intimação): poderá ser feita pelos correios (mais usual) ver súmula 16 do TST, pessoalmente pelo oficial de justiça, publicação do edital no diário oficial ou no órgão que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, por afixação do edital na Vara do trabalho, Juízo do Trabalho ou Tribunal do Trabalho. A lei 9.800/99 permite a transmissão de dados e imagens por fax, todavia, os originais deverão ser protocolados até cinco dias do prazo para a prática do referido ato ou do envio do fax. A Resolução Normativa 132/2005 editou a instrução normativa 28/2005, que permite a prática dos atos processuais por e-mail, criando assim o e-doc, que disponibiliza nas páginas da internet do TST e dos TRTs o envio de documentos via eletrônica. Os termos estão previstos na CLT nos artigos 771 a 773, e permite a aplicação subsidiária dos artigos 166ª 171 do CPC. Os prazos no processos trabalhistas são contados de acordo com os artigos 774 e 775 da CLT, podendo aplicar subsidiariamente o art. 177ss dos CPC. Os prazos são contados a partir do conhecimento do notificado, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. 2 2 22 5. RESPOSTAS DO RÉU Exceções O art. 799 dispõe que nos processos trabalhista somente poderão ser opostas, as exceções de suspeição ou incompetência. As hipóteses de suspeição e impedimento estão reguladas pelo CPC nos arts. 134 a 138, que são aplicáveis ao órgão do MP, ao serventuário da justiça e ao perito. O procedimento da exceção de incompetência está regulado pelo artigo 800, e da suspeição no artigo 802 §§ 1º e 2º, ambos da CLT. Nos Tribunais, será observado o regimento interno. O réu pode oferecer mais de uma exceção ao mesmo tempo. Não se aplica ao processo trabalhista parte final do art. 299 do CPC, uma vez que a exceção será processada nos próprios autos da reclamação trabalhista, assim sua decisão será interlocutória, não caberá recurso. Contestação A CLT não define contestação e emprega genericamente o vocábulo “defesa”, sendo compatível a aplicação subsidiária do art. 300 do CPC. A contestação contra o processo está prevista no artigo 301 do CPC, que no entendimento do Carlos Henrique Bezerra Leite é aplicável com algumas adaptações ao processo trabalhista, assim, o réu, antes de discutir o mérito, alegar todos os incisos do artigo 301 do CPC, salvo o inciso IV a perempção e o XI a falta de caução. O réu pode também se opor ao pedido formulado pelo autor, neste caso a contestação poderá ser direta ou indireta: indireta, o réu reconhece o fato constitutivo do direito do autor, mas, opõe outro fato impeditivo, modificativo ou extintivo do pedido formulado na petição inicial; direta, é quando o réu ataca o fato constitutivo do direito alegado pelo autor seja pela negativa de sua existência, seja pela negativa de seus efeitos jurídicos. Reconvenção Disposta no artigo 315 do CPC, a doutrina majoritária admite que a reconvenção é perfeitamente compatível com o processo trabalhista, desde que sejam observadas algumas peculiaridades. Deverá ser feita na audiência de conciliação, 2 3 23 durante vinte minutos, não sendo obrigatório, mas recomenda-se que sua apresentação seja em peça distinta da contestação. Segundo Nelson Nery Júnior seus pressupostos são: que o juiz da causa principal não seja absolutamente incompetente para julgar a reconvenção; haver compatibilidade entre os ritos procedimentais da ação principal e da ação reconvencional; haver processo pendente e haver conexão. Inexistência ou nulidade de citação A citação é denominada notificação no processo do trabalho, sempre será feita via correios. Deverá sempre haver um prazo de cinco dias entre o recebimento da notificação e a audiência, para entes de direito público este prazo é de 20 dias. Art. 841 da CLT: “Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. Prazo este que servirá para a elaboração da defesa e procura de documentos para contraprova, a súmula 16 do TST declara que o não recebimento da notificação ou se sua entrega tenha sido após o prazo, importa na nulidade do processo. Inépcia da inicial A petição inicial será considerada inepta quando houver alguma das hipóteses contidas no art. 295 e 296 do CPC: faltar o pedido ou a causa de pedir, narração dos sem lógica a concluir, o pedido for juridicamente impossível e contiver pedidos incompatíveis entre, não haver pedido, pedido não ser certo ou determinado. Litispendência Repetição de ação, contendo mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo objeto, impedindo assim que ações idênticas sejam julgadas em Varas diferentes, o pedido de existência da litispendência pede que uma delas seja extinta. A litispendência pode ser parcial, quando pertinente apenas a um ou alguns pedidos. 2 4 24 Coisa Julgada Quando a ação ingressada já foi julgada por sentença da qual não caiba mais nenhum recurso, neste caso o processo será extinto sem julgamento do mérito. Art. 836 da CLT: “É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor.” Conexão e continência Conexão: quando uma ação tem o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir de outra; Continência: ocorrerá quando entre duas ou mais ações haja identidade de partes e de causa de pedir, e o objeto de uma abrange as demais; Nestes casos não haverá extinção e sem a prevenção do juízo que conheceu um dos casos em primeiro lugar, sendo assim remetidos para este as demais ações. Havendo alguns destes casos, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, ordenará a reunião de todas as ações que foram propostas, salvo se ainda não houver sido instruído aguardando sentença. Carência da ação Haverá carência da ação quando inexiste possibilidade jurídica do pedido, legitimidade de parte e falta de interesse processual. A decisão que examinar estas questões será de mérito, não sendo o autor carecedor da ação. Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização. Nestes casos o Juiz dará um prazo para regularização do processo sob pena de extinção sem julgamento de mérito. 2 5 25 Incapacidade de parte: menor de 18 anos sem representante legal, ou na sua falta, pela procuradoria; Defeito de representação: sem procuração nos autos ou sem o contrato social da empresa; Falta de autorização: outorga do cônjuge para ajuizamentoda ação, ou preposto sem a carta de preposição. 6. PROVAS É válido também no processo trabalhista, o princípio da livre convicção do juiz, ou da persuasão racional da prova ou livre convicção motivada, sendo o Juiz livre para apreciar a prova, porém deverá indicar na sentença quais foram os motivos que lhe levaram a chegar a sentença. Conforme o art. 451 do CPC, ao iniciar a instrução processual, o Juiz, ouvidas as partes, deverá fixar os pontos controvertidos, sobre os quais serão feitas as provas em juízo. Todos os meios legais, de acordo com o art. 332 do CPC, são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa: depoimento pessoal, documentos, testemunhas, perícia, inspeção judicial e usos e costumes. 7. SENTENÇA Conceitua Sergio Pinto Martins como “o ato pelo qual o Juiz põe fim ao processo, decidindo ou não o mérito da postulação”. A CLT emprega o termo “decisão” em vez de sentença, arts. 831, 832 e 850, a doutrina majoritária defende o uso do vocábulo “sentença” que melhor define a conclusão do Juiz num processo. No procedimento sumaríssimo a sentença deverá conter os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos importantes ocorridos na audiência, e é 2 6 26 dispensado o relatório, portanto a sentença deverá conter a fundamentação e o dispositivo. Art. 852-I “A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.” O prazo improrrogável para o Juiz publicar a sentença é de 48 horas, contado da audiência de julgamento. 8. RECURSOS FUNDAMENTOS É sabido que falha humana existe, e que ninguém está isento, nem mesmo o magistrado. Por isso, ele pode errar, pode julgar mal. Por isso, as sentenças de primeiro grau, comumente, são submetidas a reexame por um colegiado composto por julgadores que se presume mais capacitado, mais experiente. SISTEMA SIMPLIFICADO DA CLT Tendo em vista a recepção do jus postulandi, o sistema celetista é apresentado de forma bastante simplificada. Isso acaba beneficiando, também, a celeridade processual. Interposição por simples petição É o que dispõe o artigo 899 da CLT, bastando que na petição esteja demonstrada a vontade do reexame da matéria, ainda que despido de fundamentação. É claro, no entanto, que estando o reclamante acompanhado de advogado, sendo este um técnico, deve ser observada a boa técnica no manejo dos recursos. Recurso adesivo Este recurso é previsto pelo artigo 997 § 2º do CPC e recepcionado pela CLT. É interposto em face de recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista e embargos de divergência ou infringentes. É apresentado no prazo da contra razão, em petição apartada. A súmula 283 do TST prevê sua admissibilidade no processo trabalhista. 2 7 27 Admissibilidade de outros recursos É o artigo 893 da CLT que aponta o rol taxativo dos recursos de natureza trabalhista. Contudo, também são acolhidos outros, originados do direito comum. Recurso extraordinário – art. 102, III, CR/88; Embargos declaratórios – art. 897 – A CLT; Pedido de revisão – Rito sumário – Lei 5584/70; Correição – anual cf. art. 682, XI da CLT e ordem processual cf. art. 709, II CLT. PRINCIPIOS Vigência imediata da lei processual nova Isto ocorre tendo em vista o direito intertemporal. A lei processual tem aplicabilidade imediata apanhando todos os processos em andamento e alterando o procedimento dos mesmos a partir da sua vigência. Unirrecorribilidade Embora os recursos arrolados pela CLT e outros previstos pelo CPC sejam acolhidos, é certo, contudo, que não podem ser manejados mais de um recurso ao mesmo tempo, mas apenas sucessivamente. Variabilidade e fungibilidade São princípios acolhidos. O primeiro, diz respeito ao fato de que, sendo movido um determinado recurso, se observados os pressupostos legais, pode-se postular outro recurso, e ter-se-á quanto ao anterior, sua desistência presumida. Ex. Prolatada a sentença, a parte maneja embargos de declaração, mas logo em seguida, interpõe o recurso ordinário, que é o principal. Tem-se que houve desistência quanto aos embargos aviados. Já quanto à fungibilidade, se interposto um recurso quando deveria ter sido outro, se observados os pressupostos legais, será recebido o recurso aviado como se o outro fosse. Ex. interponho recurso de revista quando deveria ser agravo de petição. ORIENTAÇÕES GERAIS Não se admite no processo trabalhista o recurso das decisões interlocutórias – 893 § 1º CLT. 2 8 28 Não é admitida a reformatio in pejus, exceto se a outra parte também houver recorrido. A parte poderá a qualquer tempo, mesmo sem anuência da parte contrária, desistir do recurso que tiver aviado ( 998 CPC) ou renunciar ao direito de recorrer (999 CPC). REGRAS GERAIS Efeito meramente devolutivo – 899 CLT Acolhimento da execução provisória em face ao efeito devolutivo. Pressuposto subjetivo Trata da legitimidade para recorrer: recte, recda, 3º interessado, sindicato – 857 CLT, Presidente do TRT ou MPT – 898 CLT. Pressupostos objetivos adequação, prazo, regularidade de poder do subscritor, depósito recursal, custas, prazo. ATENÇÃO alterado o artigo 775, prazos contados em dias úteis. Com relação ao depósito recursal houve sensível modificação trazida pela Lei 13.467/2017, que alterou o artigo 899, da CLT, sendo que agora o depósito será feito em conta vinculada ao juízo e não mais na conta vinculada em trabalhador junto ao FGTS. O depósito recursal foi reduzido pela metade conforme § 9º, do artigo 899 da CLT, para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos e microempresa e empresas de pequeno porte. Alterado o rol da isenção para aqueles beneficiários de justiça gratuita, entidades filantrópicas e empresas em recuperação judicial. E a outra mudança foi no sentido de que o depósito recursal pode ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. Para o recurso de revista serão acrescentados mais dois: prequestionamento e a transcendência (política, jurídica, social e econômica) (art 896 A da CLT). Processo de execução: artigo 789 – A 2 9 29 Emolumentos: artigo 789 – B RECURSO ORDINÁRIO art. 895 CLT O ser humano é falível, e com o magistrado não é diferente. Assim, na esperança de que a revisão do julgado por um tribunal composto por magistrados mais experientes, a parte entende que o direito almejado poderá ser melhor analisado por juízes mais vividos, com uma experiência jurídica maior, e pela experiência vivida na magistratura. É o mais amplo e genérico dos recursos. Tem a mesma natureza que o recurso de apelação da Justiça Comum. É voluntário. Contudo, tratando-se de ação onde se discute direito coletivo, que afetarem empresa de serviço público, deverá haver o recurso denominado de “ex-offício”, por parte do presidente do tribunal ou do Ministério Público do Trabalho. Este recurso devolve ao tribunal a reapreciação de toda matéria – 515 § 1º do CPC. É cabível de todas as decisões proferidas a nível de primeiro grau, nos dissídios individuais nas Varas, e nos dissídios individuais ou coletivos, a nível de competência originária dos TRT’s – 895, ‘a’, da CLT. Este recurso será utilizado por qualquer das partes, quando a sentença for definitiva, com ou sem exame de mérito. Ex. decisão que ordenar o arquivamento do processo. As decisões proferidas contra a fazenda pública, somente serão objeto de recurso “ex-offício” quando a condenação for superior a 60 salários mínimos – Súmula 303 TST. O efeito é meramente devolutivo – artigo 899 da CLT. Questões relativas a compensação e retenção somente poderão ser discutidas na defesa. Também areconvenção deverá ser apresentada quando da apresentação da defesa. O recurso é interposto por simples petição ou por fax, no prazo de 8 dias. O prazo para contra arrazoar é o mesmo. 3 0 30 Se houver indeferimento do recebimento do recurso, a parte poderá apresentar agravo de instrumento, no prazo de 8 dias. Há que ser observado todos os pressupostos exigidos, sob pena de indeferimento. RECURSO DE REVISTA art. 896 da CLT. As decisões proferidas pelos tribunais sobre questões idênticas são às vezes são diferentes. Assim, o recurso de revista visa exatamente eliminar as divergências de interpretação das leis, padronizando o entendimento, bem como a uniformização jurisprudencial. O cabimento deste recurso obedece ao disposto das alíneas ‘a’ a ‘c’ do artigo 896, da CLT. Além daqueles pressupostos exigidos para o recurso ordinário, há ainda que ser observado o prequestionamento, que se faz por meio dos Embargos de Declaração (896, § 1 A), e a Transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza: política (desrespeito ao princípio federativo ou harmonia dos poderes), jurídica (em face a desrespeito aos direitos humanos fundamentais ou interesses coletivos indisponíveis), social (em razão de comprometimento do mercado de trabalho) e econômica (que atinja entidades de direito público ou economia mista ou fato gerador de grave repercussão nacional), art 896-A CLT. O efeito é meramente devolutivo. O prazo para interposição e contrarrazões é de oito dias. O indeferimento sugere a interposição de agravo de instrumento. É dirigido ao TST e será apreciado por uma das suas Turmas. Não cabe recurso de revista em processo de rito sumaríssimo, com a exceção prevista no art 896, § 9º. Cabe lembrar que a Lei 13.467/2017 trouxe mudanças para o artigo 896, sendo revogados os §§ 3º, 4º, 5º e 6º, e acrescentado o § 14º. E com relação a transcendência foi alterado o artigo 896 A, com a inclusão os §§ 1º ao 6º. 3 1 31 RECURSO DE EMBARGOS art. 893 da CLT. A doutrina aponta para os embargos duas óticas distintas: como uma defesa que são os recursos infringentes e de divergência; como uma ação que são os embargos do devedor, embargos de terceiros, embargos à arrematação e os embargos à adjudicação. Os embargos infringentes e de divergência são utilizados apenas perante o TST. Portanto, são dois os tipos de embargos existentes: infringentes e divergência. O primeiro tem a mesma natureza que o recurso ordinário e será utilizado para recorrer das decisões proferidas pelo TST, em competência originária, e sempre que a decisão não for unânime. Já a divergência apresenta a mesma natureza que o recurso de revista e será utilizada quando dos acórdãos proferidos pelas Turmas do TST, em decisão não unânime, em apreciação aos recursos de revistas que subirem dos TRT’s. Há que se observar os pressupostos exigidos para os demais recursos. O prazo será de 8 dias. O efeito é meramente devolutivo. Ambos serão enviados à SDI-I. RECURSO DE AGRAVO DE PETIÇÃO art. 897, ‘a’, da CLT. Este é o único recurso utilizado contra as decisões proferidas nos embargos à execução movidos na fase de execução. Há que obedecer aos pressupostos de admissibilidade. Contudo, estando o juízo assegurado não há necessidade do depósito recursal – I.N. 3/93 DO TST. Não se admite de forma protelatória, daí porque há que se delimitar justificadamente a matéria hostilizada - § 1º 897 CLT. As custas serão pagas ao final da execução. O seu efeito é meramente devolutivo. O prazo para interpor e contraminutar é de oito dias. RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 897, ‘b’, da CLT. Tal recurso no processo trabalhista é utilizado apenas quando houver indeferimento ao seguimento de outro recurso apresentado. Não pode ser negado seguimento ao agravo de instrumento. O prazo para apresentação é de 8 dias. Tratando- se de decisão proferida na Vara este recurso será apresentado diretamente no TRT. Tratando-se de acórdão proferido no TRT, este recurso será protocolizado no próprio 3 2 32 TRT que o remeterá, posteriormente, ao TST. Pode a decisão ser retratada, e nesse caso o agravo perderia seu objeto. Não há depósito recursal e à custa serão pagas ao final da execução. Seu efeito é meramente devolutivo. Compete à própria parte a formação do instrumento, observando, necessariamente, a juntada das peças exigidas§ 5º do art. 897da CLT. Como pressuposto de admissibilidade a empresa deverá proceder ao depósito no correspondente a 50% do respectivo valor do depósito recursal, conforme determinado pelo § 7º do artigo 899 da CLT. Atenção – O rol dos recursos específicos do processo civil, no CPC, está apresentado no artigo 994. Os recursos específicos no processo civil são os seguintes: Apelação – art. 1009 a 1014 Agravo de instrumento – art 1015 a 1020 Agravo interno – art 1021 Embargos de declaração – art 1022 a 1026 Recurso ordinário – STF e STJ – art 1027 a 1028 Recurso extraordinário/especial – art 1029 a 1041 Agravo em recurso especial/extraordinário – art 1042 Embargos de divergência – art 1043 e 1044 Obs. O art 997, § 2º, do CPC, faz referência ao recurso adesivo. 9. EXECUÇÃO A execução visa assegurar aquilo que garantido na sentença. A CLT tem poucos artigos sobre execução, são os arts. 876 a 892, só poderão ser executadas as sentenças transitadas em julgado, ou que ainda haja recurso com efeito suspensivo. 3 3 33 Contendo a sentença parte líquida e parte ilíquida, poderá ser executado a parte líquida, e a liquidação da ilíquida. Será chamada execução provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, pela parte, de ofício pelo juiz e pela Procuradoria do Trabalho. Os bens sujeitos à execução são todos aqueles que bastam para satisfazer a condenação, a penhora consistirá na apreensão dos bens do executado, acrescido de juros e despesas processuais. Caso a condenação estipule condição para o seu cumprimento, a execução somente será iniciada depois de cumprida a condição. Ex. Para reintegrar o empregado, este terá que primeiro devolver o valor recebido a título de rescisão de contrato que foi anulada. Caso haja na condenação parte líquida e parte ilíquida, pode-se executar a líquida e liquidar a outra parte. (783, CPC). E a competência para a execução é do Juiz que julgou a causa ou homologou o acordo. (877 CLT). Prescrição intercorrente Com a recente alteração da CLT pela Lei 13.467/2017, acrescentando o artigo 11 A, foi autorizada a aplicação da prescrição intercorrente. Com esta alteração foram revogadas as Súmulas 114 do TST e 327 do STF. O prazo inicial da referida prescrição é de 2 anos e tem seu inicio a partir da execução quando o exequente deixar de cumprir determinação judicial no curso da execução, sendo que a prescrição pode ser requerida pela parte interessada, como também pode ser declarada de ofício pelo Juiz, em qualquer grau de jurisdição. Execução provisória É permitida por meio de carta de sentença (520 CPC). E a CLT (899) faculta a execução provisória, devendo ir até a penhora. 3 4 34 Legitimidade ativa Está prevista pela CLT (878),cuja redação foi alterada pela Lei 13.467/2017, que a execução poderá ser proposta por qualquer interessado, ou ex officio pelo juiz. Para o juiz o seu poder na execução é limitado apenas quando as partes não tiverem advogado (jus postulandi), e ainda, não pode apresentar artigos e nem pode iniciar execução que tenha condição a ser cumprida pela parte e nem as de obrigações alternativas, pois a escolhe pertence sempre ao credor.