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Micronutrientes
Funções, alimentos fonte, formas de administração,
interação droga-nutriente e suplementação
M A N U A L D E S U P L E M E N T A Ç Ã O D E
D A N I E L A S E I X A S
J E S S I C A R E I S
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
1 
 
Autoras 
 
 
Daniela Seixas 
Graduada em nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestrado e doutorado em 
Bioquímica pela UFPR. Pós-doutorado pelo laboratório de Nutrição e Metabolismo da Escola de 
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorado pelo Scripps 
Research Institute – SD – CA – Estados Unidos. Pós-doutorado pelo Depto. de Alimentos e 
Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Autora do livro 
“Compostos bioativos dos alimentos”. 
 
Jessica Reis 
Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Oncologia pelo 
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e Mestre em Ciências pela Faculdade de 
Medicina da Universidade de São Paulo. Nutricionista da Oncologia D'or - Rede São Luiz de 
hospitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
2 
 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................... 15 
ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL ................................................................................................................. 15 
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS PELO NUTRICIONISTA ........................................................................ 16 
CAPÍTULO 2 - FORMULAÇÃO MAGISTRAL .................................................................... 18 
TIPOS DE EXCIPIENTES ......................................................................................................................... 19 
TIPOS DE FÓRMULA MAGISTRAL ......................................................................................................... 19 
CÁPSULAS ............................................................................................................................................ 20 
TAMANHO DAS CÁPSULAS ................................................................................................................... 21 
PÓ – sachê ........................................................................................................................................... 22 
FORMAS LÍQUIDAS .............................................................................................................................. 23 
CAPÍTULO 3 - BIOSDISPONIBILIDADE ........................................................................... 25 
BIOSDISPONIBILIDADE NA NUTRIÇÃO.................................................................................................. 25 
CAPÍTULO 4 - FORMAS QUÍMICAS ............................................................................... 27 
MINERAIS INORGÂNICOS ..................................................................................................................... 27 
MINERAL ELEMENTAR ......................................................................................................................... 27 
MINERAIS QUELATOS........................................................................................................................... 29 
CAPÍTULO 5 - INTERAÇÃO ENTRE NUTRIENTES NA FÓRMULA: PRINCÍPIOS QUÍMICOS DA 
INCOMPATIBILIDADE E SINERGISMOS.......................................................................... 31 
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 34 
CAPÍTULO 6 - VITAMINA A (RETINOL) .......................................................................... 35 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 35 
ALIMENTOS FONTE .............................................................................................................................. 36 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................... 36 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 36 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
3 
 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 37 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 37 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 38 
RECOMENDAÇÕES DE VITAMINA A ...................................................................................................... 38 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A ...................................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 40 
CAPÍTULO 7 - VITAMINA D (COLECALCIDEROL) ............................................................ 41 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 41 
ALIMENTOS FONTE .............................................................................................................................. 41 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 42 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 42 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 42 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 43 
RECOMENDAÇÕES DE VITAMINA D ..................................................................................................... 43 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D ...................................................................................................... 43 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINAD (600UI):
 ............................................................................................................................................................ 44 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 45 
CAPÍTULO 8 - VITAMINA E ........................................................................................... 47 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 47 
ALIMENTOS FONTES ............................................................................................................................ 47 
INTERAÇÃO COM NUTRIENTES ............................................................................................................ 48 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 49 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 49 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 49 
RECOMENDAÇÃODE VITAMINA E ....................................................................................................... 50 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA E ....................................................................................................... 50 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
4 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA E (15mg):
 ............................................................................................................................................................ 50 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 51 
CAPÍTULO 9 - VITAMINA K ........................................................................................... 52 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 52 
ALIMENTOS FONTE .............................................................................................................................. 53 
INTERAÇÕES COM NUTRIENTES ........................................................................................................... 53 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 54 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 55 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 55 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 55 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA K ....................................................................................................... 56 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA K ...................................................................................................... 56 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA K (90 – 120 mcg):
 ............................................................................................................................................................ 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 58 
CAPÍTULO 10 - INTERAÇÕES ENTRE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS .................................. 60 
RESUMO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ........................................................... 64 
CAPÍTULO 11 - VITAMINA C (ÁCIDO ASCORBICO) ......................................................... 65 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 65 
ALIMENTOS FONTES ............................................................................................................................ 66 
BIODISPONIBILIDADE ........................................................................................................................... 66 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 67 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 67 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 68 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 68 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA C ....................................................................................................... 69 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
5 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA C ....................................................................................................... 69 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA C (75 - 90mg): .. 70 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 71 
CAPÍTULO 12 - VITAMINA B1 (TIAMINA) ....................................................................... 73 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 73 
FONTES ALIMENTARES ......................................................................................................................... 73 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 74 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 75 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 75 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 76 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B1 ...................................................................................................... 76 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B1 ..................................................................................................... 76 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B1 (1,2 
mcg): .................................................................................................................................................... 77 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 78 
CAPÍTULO 13 - VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA) ................................................................ 80 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 80 
FONTES ALIMENTARES ......................................................................................................................... 80 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 81 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 82 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 82 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 82 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B2 ...................................................................................................... 82 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B2 ..................................................................................................... 83 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B2 (1,1- 
1,3 mg):................................................................................................................................................ 83 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 84 
CAPÍTULO 14 - VITAMINA B3 (NIACINA) ....................................................................... 86 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
6 
 
FUNÇÕES .............................................................................................................................................86 
FONTES ALIMENTARES ......................................................................................................................... 87 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 87 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 88 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 88 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 88 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B3 ...................................................................................................... 89 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B3 ..................................................................................................... 90 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B3 (14- 16 
mg): ..................................................................................................................................................... 91 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 92 
CAPÍTULO 15 - VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO) ................................................... 94 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 94 
FONTES ALIMENTARES ......................................................................................................................... 95 
BIODISPONIBILIDADE ........................................................................................................................... 95 
DEFICIÊNCIA ......................................................................................................................................... 95 
TOXICIDADE ......................................................................................................................................... 96 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL ................................................................................................................ 96 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................................................................... 96 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B5 ...................................................................................................... 96 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B5 ..................................................................................................... 97 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B3 (5mg - AI): ... 97 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 98 
CAPÍTULO 16 - VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) .................................................................. 99 
FUNÇÕES ............................................................................................................................................. 99 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 100 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 100 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 101 
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7 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 101 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 101 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B6 .................................................................................................... 102 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B6 ................................................................................................... 102 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B6 
(1,3mg): ............................................................................................................................................. 103 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 104 
CAPÍTULO 17 - VITAMINA B7 (BIOTINA) ...................................................................... 105 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 105 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 106 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 106 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 107 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 108 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 108 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 108 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B7 .................................................................................................... 109 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B7 ................................................................................................... 109 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B7 (30mcg): .... 110 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 111 
CAPÍTULO 18 - VITAMINA B9 (FOLATO) ...................................................................... 113 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 113 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 114 
BIODISPONIBILIDADE ......................................................................................................................... 114 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 114 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 115 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 116 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 116 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 117 
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8 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B9 .................................................................................................... 117 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B9 ................................................................................................... 117 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTEPARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B9 
(400mcg): ........................................................................................................................................... 118 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 119 
CAPÍTULO 19 - VITAMINA B12 (COBALAMINA) ............................................................ 121 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 121 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 121 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 122 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 123 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 124 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 124 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B12 ................................................................................................... 125 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B12 .................................................................................................. 125 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE VITAMINA B12 
(2,4mcg): ............................................................................................................................................ 126 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 127 
RESUMO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................... 129 
CAPÍTULO 20 - CÁLCIO ............................................................................................... 132 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 132 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 133 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 133 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 134 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 135 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 136 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 136 
RECOMENDAÇÃO DE CÁLCIO ............................................................................................................. 136 
SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO ............................................................................................................ 137 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
9 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE CÁLCIO (1000mg): 138 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 139 
CAPÍTULO 21 - COBRE ............................................................................................... 141 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 141 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 142 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 142 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 143 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 144 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 145 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 145 
RECOMENDAÇÃO DE COBRE .............................................................................................................. 146 
SUPLEMENTAÇÃO DE COBRE ............................................................................................................. 146 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE COBRE (900mg): .. 147 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 148 
CAPÍTULO 22 - CROMO .............................................................................................. 150 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 150 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 151 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 151 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 152 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 152 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 153 
RECOMENDAÇÃO DE CROMO ............................................................................................................ 153 
SUPLEMENTAÇÃO DE CROMO ........................................................................................................... 153 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE CROMO (25-35mg):
 .......................................................................................................................................................... 154 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 155 
CAPÍTULO 23 - FERRO ................................................................................................ 157 
Licenciado para - Camila - 08485489730 - Protegido por Eduzz.com
 
10 
 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 157 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 159 
INTERAÇÕES COM NUTRIENTES ......................................................................................................... 160 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 160 
TOXICIDADE .......................................................................................................................................163 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 164 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 164 
RECOMENDAÇÃO DE FERRO .............................................................................................................. 165 
SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO.............................................................................................................. 165 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE FERRO (8-18mg): . 168 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 169 
CAPÍTULO 24 - IODO .................................................................................................. 172 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 172 
ALIMENTOS FONTE ............................................................................................................................ 173 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 173 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 174 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 175 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 176 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 176 
RECOMENDAÇÃO DE IODO ................................................................................................................ 176 
SUPLEMENTAÇÃO DE IODO ............................................................................................................... 177 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE IODO (150mg): .... 177 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 178 
CAPÍTULO 25 - MAGNÉGIO ........................................................................................ 180 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 180 
ALIMENTOS FONTE ............................................................................................................................ 181 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 181 
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11 
 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 182 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 183 
AVALIAÇÃO LAOBORATORIAL ............................................................................................................ 183 
OUTRAS APLICABILIDADES CLÍNICAS .................................................................................................. 184 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 185 
RECOMENDAÇÃO DE MAGNÉSIO ....................................................................................................... 185 
SUPLEMENTAÇÃO DE MAGNÉSIO ...................................................................................................... 186 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE MAGNÉSIO (310 - 
400mg): ............................................................................................................................................. 187 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 188 
CAPÍTULO 26 - MANGANÊS ....................................................................................... 190 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 190 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 191 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 191 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 192 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 192 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 193 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 194 
RECOMENDAÇÃO DE MANGANÊS ...................................................................................................... 194 
SUPLEMENTAÇÃO DE MANGANÊS ..................................................................................................... 194 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE MANGANÊS (1,8mg):
 .......................................................................................................................................................... 195 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 196 
CAPÍTULO 27 - POTÁSSIO........................................................................................... 198 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 198 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 198 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 199 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 199 
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12 
 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 200 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 201 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 201 
RECOMENDAÇÃO DE POTÁSSIO ......................................................................................................... 204 
SUPLEMENTAÇÃO DE POTÁSSIO ........................................................................................................ 204 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE POTÁSSIO (2600-
3400mg):............................................................................................................................................ 204 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................206 
CAPÍTULO 28 - SELÊNIO ............................................................................................. 207 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 207 
FONTES ALIMENTARES ....................................................................................................................... 209 
BIOSDIPONIBILIDADE ......................................................................................................................... 209 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 209 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 210 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 210 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 211 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 211 
RECOMENDAÇÃO DE SELÊNIO ........................................................................................................... 211 
SUPLEMENTAÇÃO DE SELÊNIO ........................................................................................................... 211 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE SELÊNIO (55mcg): 212 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 213 
CAPÍTULO 29 - SILÍCIO ............................................................................................... 215 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 215 
ALIMENTOS FONTE ............................................................................................................................ 215 
BIODISPONIBILIDADE ......................................................................................................................... 216 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 216 
RECOMENDAÇÃO DE SILÍCIO .............................................................................................................. 217 
SUPLEMENTAÇÃO DE SILÍCIO ............................................................................................................. 217 
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13 
 
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 218 
CAPÍTULO 30 - ZINCO ................................................................................................ 219 
FUNÇÕES ........................................................................................................................................... 219 
ALIMENTOS FONTE ............................................................................................................................ 220 
BIODISPONIBILIDADE ......................................................................................................................... 220 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES ............................................................................................................. 221 
DEFICIÊNCIA ....................................................................................................................................... 222 
TOXICIDADE ....................................................................................................................................... 224 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL .............................................................................................................. 224 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ....................................................................................................... 224 
RECOMENDAÇÃO DE ZINCO ............................................................................................................... 225 
SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO .............................................................................................................. 225 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE ZINCO (8-11mg): .. 226 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 227 
RESUMO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ......................................................... 230 
CAPÍTULO 31 - FORMULAÇÃO MAGISTRAL: MANIPULANDO O SUPLEMENTO ............ 233 
O QUE COLOCAR NA PRESCRIÇÃO? .................................................................................................... 233 
DADOS ADICIONAIS NA PRESCRIÇÃO ................................................................................................. 235 
CAPÍTULO 32 - O QUE E QUANTO SUPLEMENTAR? .................................................... 236 
CAPÍTULO 33 - SUPLEMENTAÇÃO COMPLETA ............................................................ 238 
COMO SUPLEMENTAR COM TODAS AS VARIAÇÕES E INTERAÇÕES? .................................................. 239 
CAPÍTULO 34 - SUGESTÃO DE FÓRMULA ................................................................... 240 
PACIENTES PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.............................................................................................. 240 
IDOSOS .............................................................................................................................................. 241 
DEFICIÊNCIA DE FERRO ...................................................................................................................... 242 
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14 
 
CAPÍTULO 35 - OUTRAS FÓRMULAS ........................................................................... 243 
GESTAÇÃO ......................................................................................................................................... 243 
OSTEOPENIA/OSTEOPOROSE ............................................................................................................. 243 
POSSO MANIPULAR UMA FÓRMULA PARA 60 OU 90 DIAS EM VEZ DE 30? ........................................ 244 
CAPÍTULO 36 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 245 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
 
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 
 
ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL 
 
Na análise da qualidade nutricional da alimentação e na elaboração do plano alimentar, 
considera-se o atendimento às necessidades de nutrientes e energia, determinadas de acordo 
com diversas características como o sexo, estágio de vida, atividade física e composição corporal 
de indivíduos saudáveis. Tanto para a avaliação da dieta como para sua prescrição e eventual 
suplementação, há valores de referência estabelecidos para cada nutriente. 
Em 1941 as recomendações nutricionais (Recommended dietary allowances - RDAs) foram 
estabelecidas pela Food and Nutrition Board/National Research Council. As RDAs são 
conhecidas como níveis de ingestão de nutrientes essenciais e adequados para atingir as 
necessidades nutricionais de indivíduos saudáveis de uma determinada faixa etária e sexo. 
Para aperfeiçoar o uso do conceito das recomendações nutricionais, em 1997 O Institute of 
Medicine dos Estados Unidos, em conjunto com a agência Health Canada desenvolveram um 
conjunto de valores de referência para a ingestão de nutrientes (DietaryReference Intakes - 
DRIs), isto é, recomendações de “Ingestão Diária Recomendada”. Posteriormente, em 2001, as 
DRIs foram atualizadas. Vale destacar que, conforme a ciência evolui no campo da nutrição, 
essas referências podem sofrer alterações. As DRIs estão disponíveis gratuitamente para 
download através do link https://www.nap.edu/download/9956. 
A adequação nutricional se baseia em 4 níveis de ingestão: 
a) RDA (Recommended Dietary Allowance): mantém o seu conceito inicial da quantidade de 
nutrientes suficiente para atender às necessidades diárias da maioria da população (97 – 98%), 
obtida pela avaliação do consumo médio e geralmente acrescidas de dois desvios-padrão. A 
RDA de um nutriente é um valor a ser usado como meta de ingestão dietética para indivíduos 
saudáveis. 
 
b) EAR (Estimated Average Requirement): é o valor médio de ingestão diária, quantidade 
suficiente para suprir às necessidades de 50% da população. A EAR é usada na determinação da 
RDA e corresponde à mediana da distribuição de necessidades de um dado nutriente para um 
dado grupo de mesmo gênero e estágio de vida. 
 
c) AI (Adequate Intake): é também o valor médio de ingestão diária de um nutriente, mas que 
ainda não existem evidências científicas suficientes para o estabelecimento de uma RDA/EAR. 
“A AI representa uma ingestão (não uma recomendação), que provavelmente excede a atual 
(mas não conhecida) necessidade de quase todos os indivíduos saudáveis em um mesmo estágio 
de vida e sexo. Frequentemente é maior do que a RDA seria. Se a ingestão habitual de um 
indivíduo excede a AI provavelmente está adequada, se estiver abaixo não se pode estimar 
quantitativamente essa inadequação”. 
 
d) UL (Tolerable Upper Intake Level): é o limite máximo de ingestão diária total de um nutriente, 
pelo consumo de alimentos, alimentos fortificados, suplementos e a água. As ULs foram 
estabelecidas em função dos efeitos adversos à saúde dos indivíduos e referem-se à ingestão 
total de nutrientes ou à ingestão dietética conforme o caso. 
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16 
 
 
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS PELO NUTRICIONISTA 
 
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) publicou no Diário Oficial da União, a Resolução CFN 
nº 656, que trata sobre a prescrição dietética pelo nutricionista de suplementos alimentares e 
dá outras providências. 
 
Com a atualização do marco regulatório dos suplementos alimentares pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa), o CFN, no exercício das competências previstas em lei, verificou a 
necessidade de alinhamento de terminologia ao novo marco regulatório. A Anvisa adotou a 
denominação suplementos alimentares para enquadrar seis categorias de alimentos e uma de 
medicamento: suplementos de vitaminas e minerais; substâncias bioativas e probióticos; novos 
alimentos e novos ingredientes; alimentos com alegações de propriedades funcionais e de 
saúde; suplementos para atletas; complementos alimentares para gestantes e nutrizes e 
medicamentos específicos sem prescrição médica. 
 
A Resolução CFN nº 656 já está em vigor, revogando a Resolução CFN nº 390, de 27 de outubro 
de 2006 e a Recomendação CFN nº 004, de 21 de fevereiro de 2016. A prescrição elaborada 
pelo nutricionista pode incluir nutrientes, substâncias bioativas, enzimas, prebióticos e 
probióticos, produtos apícolas (mel, própolis, geleia real e pólen), novos alimentos e novos 
ingredientes autorizados pela Anvisa para comercialização. Podendo ser 
acabados/industrializados ou manipulados. Além disso, a administração deve ser feita 
exclusivamente por via oral e enteral (inclui mucosa, sublingual e sondas enterais) apresentados 
em formas farmacêuticas. 
 
Especificamente, no Art. 3º da Resolução CFN nº 656, da prescrição dietética de suplementos 
alimentares, o nutricionista deve: 
 
I. considerar o indivíduo na sua integralidade, respeitando suas condições clínicas, 
biopsicossociais, socioeconômicas, culturais e religiosas; 
 
II. realizar triagem e avaliação nutricional sistematizadas, envolvendo critérios objetivos e/ou 
subjetivos que permitam a identificação de deficiências ou riscos nutricionais; 
 
III. considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe 
multidisciplinar, definindo com estes, sempre que pertinente, a conduta a ser instituída; 
 
IV. considerar que a prescrição dietética de suplementos alimentares não pode ser realizada 
de forma isolada, devendo fazer parte da adequação do consumo alimentar e ser avaliada 
sistematicamente; 
 
V. considerar os nutrientes e não nutrientes que possam contribuir para a redução do risco 
e para o tratamento de doenças relacionadas à nutrição; 
 
VI. considerar as possíveis interações entre nutrientes, não nutrientes, fármacos e plantas 
medicinais, bem como reações adversas potenciais, toxicidade e contraindicações; 
 
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17 
 
VII. respeitar os limites de UL para nutrientes e, em casos não contemplados, considerar 
critérios de eficácia e segurança com alto grau de evidências científicas; 
 
Conforme descrito em resolução, os nutricionistas podem prescrever suplementos alimentares 
conforme sete categorias, são elas: 
1. Suplementos de vitaminas e minerais; 
2. Substâncias bioativas, enzimas, prebióticos, probióticos; 
3. produtos apícolas, como mel, própolis, geleia real e pólen; 
4. Novos alimentos e novos ingredientes; 
5. Alimentos com alegações de propriedades funcionais e de saúde; 
6. Suplementos para atletas; 
7. Complementos alimentares para gestantes e nutrizes; 
8. Medicamentos Isentos de Prescrição Médica (MIP) à base de vitaminas e/ou 
minerais e/ou aminoácidos e/ou proteínas 
 
Além disso, a resolução reforça que a prescrição de fitoterápicos deve ser feita somente por 
profissionais habilitados, isto é, nutricionistas com título de especialista em fitoterapia, 
conforme a resolução CFN nº 556, de 11 de abril de 2015. Portanto os fitoterápicos, 
apresentados na forma isolada ou na forma de extrato são de prescrição exclusiva de 
profissionais com título reconhecido pela Associação Brasileia de Nutrição (ASBRAN). 
 
Por fim, o profissional deve respeitar as listas de constituintes autorizados para uso em 
suplementos alimentares (anexos I e II da IN Anvisa nº 28/2018 e atualizações) e os insumos 
autorizados pela Anvisa para comercialização. Para prescrição de enzimas deve-se indicar a 
atividade enzimática em Unidades (Ui) e para probióticos deve-se indicar as Unidades 
Formadoras de Colônia (UFC). Também é importante considerar a biodisponibilidade e 
segurança na prescrição de substâncias que podem ser encontradas em diferentes formas 
químicas. 
 
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CAPÍTULO 2 - FORMULAÇÃO MAGISTRAL 
 
A formulação magistral diferencia-se do suplemento industrializado por ser preparado em uma 
farmácia de manipulação, além de ter um cunho personalizado, isto é, específico para atender 
às necessidades individuais do paciente, e devem atender as exigências de qualidade e pureza 
para a sua finalidade básica, que é destinado ao tratamento eficaz e seguro, segundo órgãos de 
regulamentação nacional. 
 
A grande vantagem de se prescrever uma formulação magistral é poder individualizar o 
suplemento conforme as necessidades e objetivos do paciente, levando em consideração: 
 
→ Estilo de vida 
→ Uso de medicamentos 
→ Patologias 
→ Genética (quando conhecida – polimorfismos) 
→ Preferências e restrições alimentares 
→ Exames laboratoriais 
→ Dieta atual/padrão alimentar 
→ Biodisponibilidade 
 
Conforme regulamentação do CFN, o nutricionista pode prescrever suplementos, como 
vitaminas e minerais, desde que administrador na forma oral. Pata isso, a formulação deve ser 
baseada em um composto ativo associado a um coadjuvante, que podeseguir dois aspectos: 
1. Coadjuvante terapêutico: auxilia na ação do princípio ativo, seja por sinergismo, reduzir os 
efeitos adversos ou aumentar a absorção ou tempo de meia vida do suplemento; 
2. Coadjuvante técnico: melhoramento dos aspectos químicos, físicos e físico-químicos 
permitindo maior estabilidade das formulações; 
Excipientes são substâncias presentes nos medicamentos e suplementos que completam a 
massa ou volume especificado. Um excipiente é uma sustância farmacologicamente inativa 
usada como veículo para o princípio ativo, ajudando na sua preparação ou estabilidade. 
Conhecer os excipientes é de extrema importância no momento de prescrever um suplemento. 
Quando o nutricionista não especifica nada, quem irá determinar qual o melhor excipiente é a 
farmácia de manipulação. Caso haja alguma restrição (ex: intolerância à lactose), o nutricionista 
deve informar à farmácia para que esta o substitua por outra substância. 
 
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TIPOS DE EXCIPIENTES 
Tabela 1: exemplos de excipientes usados na formulação magistral 
 
EXCIPIENTES 
 
 
CARACTERISTICA 
 
AMIDO 
• Concentração máxima: não há. 
• Incompatibilidade: não há 
• Contra indicação: não há 
LACTOSE 
• Concentração máxima: 90%. 
• Incompatibilidade: grupo amino (reação de Maillard) 
• Contra indicação: pacientes com intolerância à 
lactose 
MANITOL 
• Concentração máxima: 90%. 
• Incompatibilidade: ferro e cobre 
FOSFATO DE CÁLCIO 
DIBÁSICO 
• Concentração máxima: não definida. 
• Incompatibilidade: fármacos sensíveis a pH alcalino 
derivados da tetraciclina. 
 
Conforme mencionado na resolução CFN nº 656, o nutricionista está apto a prescrever formas 
farmacêuticas para administração via oral. Dentre as opções para essa categoria, incluem-se as 
formas sólidas, semissólidas e líquidas, conforme descrito na tabela abaixo: 
 
TIPOS DE FÓRMULA MAGISTRAL 
Tabela 2: t ipos de apresentação para formulações magistrais 
 
FORMA 
 
 
CARACTERISTICA 
SÓLIDAS 
Cápsulas 
Comprimidos 
Pó: sachês ou pote com dosador 
Pó efervescente 
SEMISSÓLIDAS 
Gomas 
Gel 
LÍQUIDAS 
Solução 
Suspensão 
Xarope 
 
Especificamente na categoria de formas sólidas, as cápsulas são as mais utilizadas na 
suplementação. 
 
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20 
 
 
CÁPSULAS 
 
As capsulas são formas farmacêuticas sólidas no qual o princípio ativo e os excipientes estão em 
um invólucro de diferentes tamanhos, que conforme a composição pode ser rígido ou mole. 
As cápsulas mais utilizadas são constituídas de gelatina, corantes, antioxidantes e agentes 
opacos: apresentam entre 8 a 16% de água. Atualmente existem diferentes tipos de como: 
cápsulas de gelatina, cápsulas vegetais, cápsulas gastro-resistentes e sprinkle caps (fácil 
abertura). 
Dentre as vantagens do uso de capsulas estão: 
→ Mascaramento de odor e sabor; 
→ Fácil liberação do princípio ativo; 
→ Possibilidade de revestimento; 
→ Boa estabilidade: proteção contra luz, ar e umidade; 
→ Ótima precisão e dosagem; 
→ Fácil administração e boa aceitação pelos pacientes; 
→ Rapidez na execução; 
→ Possibilidade de obtenção de pequenas quantidades; 
→ Baixo risco de contaminação cruzada. 
Dentre as desvantagens: 
→ Não são fracionáveis; 
→ Aderem com certa facilidade à parede de esôfago; 
→ Dificuldade de uso em crianças e idosos; 
→ Incompatibilidade com substâncias higroscópicas 
 
CÁPSULAS VEGETAIS: Vcaps 
Vcaps são cápsulas de origem vegetal, ideais para formulações que contenham extratos secos 
como fitoterápicos e aminoácidos. Possuem menor quantidade de água em sua composição (em 
comparação às cápsulas tradicionais de gelatina). 
Vale a pena destacar que a clorofila é um pigmento, se o prescritor colocar “cápsulas de 
clorofila” estas podem ser de gelatina ou vegetais. Se for um paciente vegano, por exemplo, 
deve-se especificar para a farmácia: “cápsulas vegetais de clorofila”. A principal desvantagem 
que as Vcaps oferecem é seu alto custo quando comparada a outros tipos de cápsula. 
 
TAPIOCAPS 
As Tapiocaps são fabricadas a partir da fermentação do amido da tapioca. Frequentemente são 
recomendadas para ativos altamente oxidáveis, como as vitaminas. Além disso, elas conferem 
maior proteção contra a permeabilidade do oxigênio em comparação às cápsulas de gelatina. 
Dentre as principais desvantagens estão uma maior susceptibilidade a quebra (as cápsulas são 
mais frágeis) e também seu alto custo. 
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DRCAPS 
As Drcaps são gastro-resistentes e portanto, seu conteúdo é liberado no intestino. Partindo 
desse princípio, pode-se selecionar de modo mais efetivo, os ativos que são melhor absorvidos 
pelo intestino e que necessitam de proteção ácido resistente. Comumente são indicadas para 
pacientes com refluxo ou que tem efeitos colaterais quando ingerem alguns suplementos 
específicos, como por exemplo, o cobre ou doses altas doses de magnésio, que podem ocasionar 
sintomas como náuseas. 
 
SPRINKLE CAPS 
Em sua tradução, Sprinkle Caps quer dizer “cápsulas de fácil abertura”. Esse tipo de cápsula é 
indicado especificamente para o mercado pediátrico, geriátrico ou pacientes com dificuldade de 
deglutição. A Sprinkle Caps é uma alternativa à formulação em sachê e estão disponíveis em 
polímeros de origem animal e vegetal. 
 
TAMANHO DAS CÁPSULAS 
 
Normalmente a farmácia escolhe o tamanho da cápsula para que o desdobramento não seja 
muito alto. Mas é possível informar à farmácia, caso o paciente tenha dificuldade com 
deglutição, que faça a escolha por cápsulas menores, mesmo que essa escolha implique em um 
número maior de cápsulas. 
 
 
Imagem 1: demonstração do tamanho das capsulas disponíveis para manipulação 
magistral 
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22 
 
 
Imagem 2: demonstração da capacidade média e volume médio das capsulas 
disponíveis para manipulação magistral 
 
PÓ – sachê 
 
A apresentação na forma de pó é ideal para volumes muito grandes, isto é, quando o 
desdobramento em cápsulas é muito alto. A principal desvantagem, dependendo do ativo de 
escolha, é a dificuldade em mascarar o sabor, como por exemplo os aminoácidos e alguns 
minerais. 
 
PÓS-EFERVESCENTES 
O pó efervescente normalmente é caracterizado por uma mistura de ácido tartárico ou ácido 
cítrico associado com bicarbonato de sódio. A efervescência se dá através da reação químicas 
dos componentes do pó onde o resultado é a formação de gás carbônico, que nada mais é do 
que a fuga do gás de uma solução líquida. 
Dentre as vantagens de se utilizar essa forma de apresentação, está a melhora do sabor, como 
por exemplo, pode-se adicionar um sabor limão à solução, mascarando possíveis sabores dos 
nutrientes usados. Além disso, o pó apresenta rápida absorção pois não é necessário a 
desagregação da forma farmacêutica e o gás carbônico no epitélio intestinal facilita a 
permeabilidade do princípio ativo devido à alteração causada nas junções paracelulares através 
do aumento da absorção. 
Além disso, com o pó efervescente é possível administrar altas de doses de um composto, pois 
nessa forma podem ser colocadas quantidades superiores as que seriam colocadas em cápsulas. 
O pó efervescente apresenta ainda uma característica que é a proteção de suplementos 
sensíveis à luz, oxigênio e/ou humidade. O suplemento efervescente deve apresentar menos de 
0,5% de humidade residual para ser estável. Adicionalmente, embalagens de alumínio também 
bloqueiam a entrada de luz e oxigênio, protegendo o suplemento. 
Interessantemente, quando há aumento do pH gástrico, especificamente em idosos e em 
paciente que fazem uso de inibidores da bomba de prótons (como Omeprazol), os comprimidos 
podem passar pelo estômago sem que hajaa dissolução completa da forma farmacêutica, 
comprometendo a absorção do fármaco. Já a matriz efervescente faz com que os suplementos 
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ingeridos já estejam na forma dissolvida e pronta para absorção, reduzindo a influência do pH 
na absorção dos compostos prescritos. 
Dentre suas desvantagens estão o custo mais elevado. Para manufatura do pó são necessárias 
quantidades elevadas de matéria prima e condições especiais de manipulação. Além disso, os 
materiais utilizados não podem ser os convencionais uma vez que estes são sensíveis à 
humidade, que conduz à degradação dos suplementos. 
Pacientes renais e/ou com restrições de sódio e potássio, não são indicados para receber essa 
forma de manipulação pois em sua composição há um elevado teor desses nutrientes. 
Por fim, o pó efervescente apresenta um grau instabilidade significativo: se o produto for 
exposto à humidade ao longo do seu armazenamento ele se degrada devido à reação e 
efervescência, portanto, o prazo de validade é reduzido. 
 
FORMAS LÍQUIDAS 
 
SOLUÇÃO 
A solução líquida apresenta um ou mais suplementos/nutrientes dissolvidos em um meio 
líquido. A grande vantagem dessa forma de apresentação se dá pela facilidade de administração, 
especialmente crianças e idosos. Além disso, sua absorção é mais rápida, uma vez que o 
composto já está dissolvido no meio, e isso facilita a absorção. 
Dentre as desvantagens das formas líquidas destacam-se uma menor estabilidade dos 
componentes da formulação, pois estes estão mais susceptíveis à hidrólise, influenciando 
diretamente na estabilidade de prateleira, e adicionalmente é um meio propício para a 
proliferação de micro-organismos. 
Quando falamos em formulações líquidas, devemos tomar alguns cuidados: 
→ Não colocar a dose total do suplemento em apenas 1 gota; 
→ Quanto menor o número de gotas, maior a chance de erro; 
→ Ideal que a dose seja distribuída em 5 gotas (especificar isto na suplementação) ou 
deixar a farmácia escolher; 
 
Um exemplo pode ser dado através da suplementação líquida de vitamina B12. Quando 
administrada na forma líquida, ocorre uma maior degradação da vitamina e dentre os fatores 
que favorecem essa degradação estão: tempo de armazenamento, exposição à luz, temperatura 
e vitamina C. 
 
SUSPENSÃO 
Já a suspensão é uma forma farmacêutica que apresenta duas fases: uma líquida e uma sólida, 
também chamada de dispersa ou descontínua. As partículas sólidas são insolúveis na fase 
líquida, tendendo a sedimentar. Esse sedimento formado deve ser facilmente redisperso com 
agitação vigorosa. 
A suspensão permite a viabilidade de um princípio ativo insolúvel na forma líquida, mascarar um 
sabor desagradável e uma maior velocidade de absorção quando compara à forma sólida, 
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apresentando seu maior benefício nesse cenário. Quando comparada às soluções, como o 
princípio ativo não está dissolvido, este apresenta maior resistência à hidrólise. A maior 
desvantagem dessa apresentação é o risco maior de erro no momento de administração. 
XAROPE 
A apresentação na forma de xarope consiste em preparação aquosa que contém um açúcar 
(geralmente sacarose) em concentração elevada. O açúcar confere ação conservante, 
edulcorante e viscosidade. A sacarose pode ser substituída por edulcorantes como o sorbitol, 
ciclamato de sódio ou sacarina. Os xaropes manipulados sempre têm um prazo de validade 
inferior ao industrializado, de aproximadamente 30 dias. 
Além disso, faz parte da conduta do profissional, avaliar ao prescrever um suplemento: 
i. A quantidade a ser a administrada deve seguir as recomendações nutricionais em 
vigência; 
ii. Considerar as características do paciente, bem como seus sinais e sintomas clínicos após 
avaliação nutricional; 
iii. O suplemento deve estar de acordo com as individualidades do paciente; 
iv. Deve-se levar em consideração na hora de elaborar ou sugerir uma formulação, as 
condições socioeconômicas do paciente, bem como respeitar suas características 
biopsicossociais, socioeconômicas, culturais e religiosas. 
 
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CAPÍTULO 3 - BIOSDISPONIBILIDADE 
 
O termo biodisponibilidade vem da farmacologia e representa a fração de uma droga ou 
composto terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de 
ação. Deve-se destacar que diferentes fatores influenciam na absorção dessas drogas e 
compostos, e por essa razão, apenas uma fração torna-se biodisponível. Portanto, um mesmo 
micronutriente (exemplo: ferro) pode ter diferente biodisponibilidade dependendo da forma 
química e características do paciente, como uso de medicamentos e estado nutricional. 
 
BIOSDISPONIBILIDADE NA NUTRIÇÃO 
 
O termo biodisponibilidade voltando ao campo da nutrição ainda não é um consenso, no 
entanto, dentre as descrições destacam-se: 
1984: “Proporção do nutriente nos alimentos que é absorvida e utilizada, por meio de processos 
de transporte, assimilação e conversão para a forma biologicamente ativa”. 
1997: “Fração de qualquer nutriente ingerido que tem o potencial para suprir demandas 
fisiológicas em tecidos-alvo”. 
2006: “Proporção do nutriente que realmente é utilizado pelo organismo”. 
Para melhor compreendermos, o ferro se faz um bom exemplo: ao observamos que a DRI para 
o ferro é de 8mg para homens com mais de 18 anos; dentro dessas 8mg já está considerada a 
sua biodisponibilidade, ou seja, dos 8mg, considera-se que o total absorvido seja de 
aproximadamente 2mg. Dessa forma, quando respeitamos essas recomendações, podemos 
assegurar que, pela alimentação, esse homem receberá o ferro suficiente para manutenção de 
sua saúde. 
Vale destacar que, quando falamos de suplementação, deve-se levar em consideração a 
biodisponibilidade do composto a ser administrado para garantir a efetividade e o objetivo da 
suplementação. 
Alguns fatores que interferem na biodisponibilidade dos nutrientes: 
→ Genética, como a presença de polimorfismos 
→ Fatores ambientais e hormonais 
→ Estado nutricional 
→ Uso de medicamentos como os inibidores da bomba de prótons, que atuam na 
diminuição da biodisponibilidade de nutrientes como vitamina C, vitamina B12, cálcio, 
ferro e magnésio 
 
Suplementos nutricionais comercialmente disponíveis: 
O uso de suplementos comercialmente disponíveis contendo todos os micronutrientes que 
precisamos e na dose certa é uma proposta comercial atrativa, porém ilusória. Apesar de ser 
possível colocar todas as vitaminas e minerais em um único comprimido, sua presença no rótulo 
não é sinônimo de biodisponibilidade. 
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26 
 
Estudos mostram que muitos nutrientes presentes em suplementos prontos nem sequer são 
absorvidos, devido à sua forma química (normalmente na forma de um sal inorgânico que é a 
forma mais barata e que ocupa menor volume). Além disso, as informações apresentadas no 
rótulo atestam apenas a presença do nutriente, o que, de fato, não garante sua 
biodisponibilidade. 
Nesse cenário, alguns pontos podem ser mais bem explorados, como a interação que ocorre 
entre os próprios nutrientes. Algumas interações, especificamente entre os micronutrientes são 
bem discutidas, como por exemplo, a presença de cálcio é capaz de diminuir a biodisponibilidade 
do ferro, cobre e zinco; e o magnésio diminui biodisponibilidade do ferro. 
Além disso, a forma química como esses nutrientes são administrados, também é de extrema 
importância; um bom exemplo é o zinco. O zinco quando administrado na forma óxido é menos 
biodisponível quando comparado a forma de citrato de zinco, que apresenta maior 
biodisponibilidade. Ocorre que, o zinco na forma óxido apresenta massa molar pequena, isto é, 
sua massa correspondea 81,38g/mol, quando comparada a massa do citrato (574,338g/mol). 
Nesse cenário, ao utilizar o zinco na forma óxido, a indústria consegue otimizar sua presença 
dentro do suplemento, garantindo assim, a presença de praticamente todos os micronutrientes 
em apenas uma cápsula. 
 
Figura 1: Estrutura de diferentes formas de zinco 
 
 
 
 
 
 
O zinco possui diferente massa dependendo da forma química: a) zinco na forma citrato; b) 
zinco na forma óxido de zinco. O zinco na forma óxido é mais barato e ocupa um menor 
volume, entretanto possui biodisponibilidade menor quando comparado à forma citrato. 
 
Por essa razão, se faz importante conhecer e aprender a manipular um suplemento da maneira 
correta, levando em consideração a biodisponibilidade dos nutrientes e a forma química a ser 
administrada, para garantir assim, o sucesso da suplementação conforme as necessidades e 
particularidades do paciente. 
 
a. b. 
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CAPÍTULO 4 - FORMAS QUÍMICAS 
 
Outro ponto muito importante é compreender as diferenças entre as formas químicas pelas 
quais os nutrientes podem ser administrados, uma vez que sua forma de apresentação implica 
diretamente em sua biodisponibilidade. 
 
MINERAIS INORGÂNICOS 
 
A forma inorgânica são os minerais na forma de sais metálicos como por exemplo: sulfato (SO4), 
óxido (O2), carbonato (CO3) e cloreto (Cl-). Os minerais apresentados nessa forma não estão 
ligados a intermediários do ciclo do ácido tricarboxílico (ciclo de Krebs), ou acoplados à 
aminoácidos. 
A forma inorgânica é mais barata, além de ocupar um volume menor devido a sua massa. Em 
contrapartida, essa forma também apresenta menor biodisponibilidade. Vale destacar que, 
conforme objetivo a ser alcançado, a forma inorgânica pode ser administrada em maior 
quantidade ao paciente, uma vez que sua biodisponibilidade pode ser menor. 
Quando na forma inorgânica os minerais devem aparecer como: cloreto de magnésio, sulfato 
ferroso, carbonato de cálcio, óxido de zinco etc. Nota-se que em suplementos prontos, a 
informação da forma química, em sua maioria, não consta no rótulo. Muitas vezes, é possível 
observar que o suplemento apresenta uma boa quantidade do nutriente, no entanto, a forma 
química pode apresentar menor biodisponibilidade, o que torna o suplemento pouco 
biodisponível. 
 
MINERAL ELEMENTAR 
 
Essa forma consiste em demonstrar quanto há de mineral na massa total do suplemento. Isso 
está intimamente ligado a forma química pela qual o nutriente/mineral se apresenta, como por 
exemplo o cloreto de magnésio (MgCl2). Essa forma apresenta um átomo de magnésio associada 
a dois átomos de cloro. Através da tabela periódica, conseguimos ver a massa de cada elemento 
químico. Quando somada as massas dos minerais, é possível obter o valor final do cloreto de 
magnésio (MgCl2 = 95,2g/mol). A partir desse cenário pode-se determinar a porcentagem real 
de magnésio elementar no composto. 
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28 
 
 
 
O prescritor deve ter em mente no momento da elaboração da sua suplementação que, de fato, 
o benefício a ser conquistado está presente na porção de magnésio elementar. Além disso, o 
magnésio pode ser encontrado nos suplementos industrializados na forma de “cloreto de 
magnésio hexahidratado”, isto é, MgCl2 + 6H2O. Isso quer dizer que o cloreto de magnésio ainda 
vem acompanhado por 6 moléculas de água. Nesse cenário, é preciso incluir na conta a massa a 
massa molecular da água (H20): 
 
 
Quando avaliamos essa forma, pode-se observar que a porcentagem presente de magnésio 
elementar é ainda menor, quando apresentado na forma de cloreto de magnésio hexahidratado. 
Deve-se observar ainda que, suplementos administrados na forma de sais/sachês (por exemplo 
33g de cloreto de magnésio hexahidratado em um sachê), a quantidade real de magnésio 
elementar seria de 3,96g. Desta forma, ao diluir todo o conteúdo do sachê em 1 litro de água 
(1000mL), teremos uma concentração final de 3,96mg de Mg elementar/mL 
Por essa razão, caso seja necessário a suplementação na forma de sal, é necessário especificar 
de maneira adequada a farmácia de manipulação. 
Para manipular 150mg de Mg na forma cloreto: 
→ Mg (cloreto) ----------------------------- 150mg 
OU 
→ Cloreto de Mg (Mg elementar = 150mg) 
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Dessa forma, a farmácia irá calcular a quantidade de sal necessária para fornecer a dose de 
magnésio elementar especificada pelo prescritor. 
 
MINERAIS QUELATOS 
 
Essa forma de apresentação geralmente possui maior biodisponibilidade. Também chamados 
minerais quelatados ou mineral aminoácido quelato. Nessa forma os minerais estão ligados a 
um ou mais aminoácidos e possuem maior capacidade de serem absorvidos pelo organismo. 
Dentre as vantagens da forma quelato, encontramos sua maior absorção e, eventualmente, 
menor competição com outros nutrientes. Entretanto, a desvantagem se dá pelo tamanho final 
da massa que é maior, além de apresentar maior custo. 
 Podem ser de três tipos: 
i. Mineral aminoácido quelato: quando uma molécula de mineral está ligada a um 
aminoácido específico. É de fácil assimilação pelo organismo; 
ii. Mineral aminoácido complexo: (específico e inespecífico) quando uma molécula de 
mineral está ligada a um aminoácido complexo. É menos absorvida que o anterior; 
iii. Mineral proteinato: quando uma molécula mineral está ligada a um complexo 
polipeptídico. Tem menor biodisponibilidade quando comparada ao aminoácido 
quelato. 
 
Figura 2: Absorção de minerais inorgânico e minerais quelatos 
 
A absorção de minerais inorgânicos se dá por meio de transportadores específicos e sua absorção 
pode ser prejudicada ou aumentada por outros fatores presentes na luz intestinal (fibras, 
agentes redutores). A absorção dos minerais quelatos se dá por meio de transportadores de 
aminoácidos e não sofre tanta interferência de outros fatores presentes na luz intestinal. 
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30 
 
FATOR DE CORREÇÃO 
O fator de correção deve ser aplicado pois, ao prescrever um composto quelato, deve-se 
considerar a presença do aminoácido a qual o composto será associado (formando assim a 
forma quelato). Cada mineral tem um fator de correção e este pode variar também dependendo 
do fornecedor. Quando o prescritor coloca a quantidade de mineral elementar que ele quer 
prescrever, a farmácia deve aplicar o fator de correção, conforme sugerido pela tabela abaixo: 
O ferro pode ser usado como exemplo para este caso: 
→ Fe (quelato) --------------------- 40mg 
Ao prescrever dessa forma, a farmácia irá aplicar o fator de correção de 5%. Dessa forma a 
fórmula irá apresentar 200mg do quelato correspondentes à 40mg de ferro. Quando prescrito 
da forma a seguir: 
→ Ferro quelato ------------------- 40mg 
A farmácia pode interpretar que o profissional está solicitando 40mg de quelato. Nesse cenário, 
em 40mg de ferro quelato o paciente receberia apenas 8mg de ferro. Para evitar erros, caso 
não se conheça a farmácia ou a diferença de preço entre farmácias seja muito grande, conversar 
com o farmacêutico responsável para esclarecer que a dose prescrita é do mineral elementar. 
Tabela 3: demonstração dos fatores de correção aplicado pela f armácia de 
manipulação 
 
MINERAL 
TEOR 
ELEMENTAR 
FATOR DE 
CORREÇÃO 
Ferro 20% 5 
Magnésio 30% 3,33 
Manganês 10% 10 
Boro 5% 20 
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31 
 
CAPÍTULO 5 - INTERAÇÃO ENTRE NUTRIENTES NA 
FÓRMULA: PRINCÍPIOS QUÍMICOS DA 
INCOMPATIBILIDADE E SINERGISMOS 
 
Nos alimentos, as vitaminas estão em contato com antioxidantes naturais que as estabilizam, 
tais como bioflavonóides e outras vitaminas. As vitaminas sintéticas são muito instáveisquando 
incorporadas em preparações farmacêuticas, principalmente nas formas líquidas como 
suspensões e soluções. 
 
A degradação das vitaminas é acelerada pela presença de oxigênio, luz, pelo aumento da 
temperatura, presença de água e metais catalisadores de reações de oxidação e redução, como 
por exemplo o ferro e cobre. Além disso, também ocorre interação química entre algumas 
vitaminas quando associadas entre si, levando à sua degradação. Na tabela 4 estão descritas as 
principais instabilidades e incompatibilidades entre os nutrientes. 
 
Se faz de extrema importância o conhecimento dessas reações para que a prescrição seja feita 
da maneira correta, e consequentemente, seja capaz de suprir as necessidades do paciente. Vale 
destacar que as interações podem ser (1) positivas, onde um nutriente aumenta a 
biodisponibilidade do outro; ou (2) negativas, quando um nutriente diminui a biodisponibilidade 
do outro. Essas interações, podem ocorrer ainda, (a) dentro do suplemento, quando 
administradas em conjunto em uma mesma cápsula, por exemplo; (b) Durante o processo de 
absorção, como por exemplo, o cálcio reduz a absorção de nutrientes como ferro, cobre e zinco; 
(c) durante o metabolismo, como em pacientes com níveis adequados de vitamina D, há uma 
melhor absorção do cálcio. 
 
Interações entre nutrientes podem ser comuns como por exemplo, altas doses de zinco 
(superiores a 50mg/dia), aumenta a síntese da metalotioneína. As metaloproteínas tem a 
capacidade de “segurar” o cobre nas células intestinais, consequentemente, diminuindo sua 
absorção. Isto não significa que sempre que for feita a suplementação de zinco é necessário 
suplementar o cobre também. O mais importante é avaliar o estado nutricional: em pacientes 
com cobre alto, a redução dos níveis via suplementação de zinco pode ser um efeito colateral 
benéfico. Adicionalmente, a interação é dose-dependente: em doses baixas, o zinco não 
interfere com o estado nutricional do cobre. 
 
Interação entre agentes redutores e metais de transição 
 
A interação entre vitaminas antioxidantes (agentes redutores) e metais de transição (como ferro 
e cobre) é potencialmente prejudicial. O ideal é separar vitaminas com potencial antioxidante, 
como a vitaminas C e a vitamina E, dos metais de transição, como o ferro e o cobre. Nesse 
cenário, deve-se administrar esses compostos em cápsulas separadas e administração deve ser 
feita em horários diferentes, evitando assim, interações negativas no trato gastrointestinal, 
como aumento do estresse oxidativo. 
 
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32 
 
Tabela 4: Incompatibilidade e estabilidade de vi taminas 
INCOMPATIBILIDADES E ESTABILIDADE DE VITAMINAS 
Vitaminas 
Faixa de pH 
de maior 
estabilidade 
Termolabilidade 
Sensibilidade ao O2 e à 
luz 
Incompatibilidade 
Vitamina A NR 
Sensível a 
temperaturas > 
40°C e ao 
congelamento 
Muito oxidável: o retinol 
é menos estável que os 
outros ésteres; 
Inativada pelos raios UV 
Metais traço (ferro, 
cobre); 
PVC 
Vitamina D2 
(Ergocalciferol) 
NR 
Sensível a 
temperaturas > 
100°C 
Oxidável Metais traço 
Vitamina D3 
(Colecalciferol) 
NR 
Sensível ao calor a 
temperaturas 
>40°C 
Sensível ao oxigênio, luz 
e umidade 
Metais traço 
Vitamina E Meio ácido 
Sensível a 
temperaturas 
elevadas 
Oxidável, sobretudo em 
meio básico; 
Sensível aos raios UV; 
Os ésteres são muito 
estáveis 
-- 
Vitamina K1 
(Filoquinona) 
Meio ácido Estável ao calor 
Sensível ao oxigênio e a 
luz 
Álcalis, sais alcalinos e 
carboidratos alcalinos; 
Substâncias redutoras 
em geral; 
Vitamina K3 
(Menaquinona) 
Meio ácido Estável ao calor 
Sensível ao oxigênio e a 
luz 
Álcalis e sais alcalinos; 
Substâncias redutoras; 
Vitamina C 
(Ácido 
ascórbico) 
3,5 a 4,5 Termolábil 
Muito oxidável: 
trabalhar em atmosfera 
inerte; 
Sensível a luz 
Ferro, cobre: catalisam o 
ácido ascórbico 
promovendo sua 
oxidação; 
Vitamina B12: o ácido 
ascórbico degrada a 
vitamina B12 por 
redução; 
Açúcar, lactose e outras 
substâncias orgânicas: 
redução lenta; 
Sais metálicos em geral 
(sais de ferro e cobre); 
Álcalis e sais alcalinos. 
 
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Ação pró-oxidante de metais de transição com agentes redutores 
 
A vitamina C (ascorbato) cede elétrons para o ferro ou para o cobre, reduzindo o ferro de férrico 
(Fe3+) para ferroso (Fe2+) ou o cobre de cúprico (Cu2+) para cuproso (Cu1+). Na forma reduzida, 
esses minerais catalisam reações como as reações de Fenton e de Haber-Weiss, formando assim, 
radicais livres, como o peroxido de hidrogênio (H2O2) e o radical superóxido (O2
-), levando a uma 
ação pró-oxidante. A formação de radicais livres é extremamente negativa uma vez que facilita 
danos teciduais e celulares, podendo em longo prazo, favorecer o aparecimento de doenças 
como o câncer. 
 
 
Imagem 3: mecanismo pró-oxidante dos metais de transição 
 
Se por um lado a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro não heme, por outro lado, 
esse mesmo mecanismo também aumenta o estresse oxidativo. Para evitar esse efeito adverso, 
o ideal é suplementar uma forma de ferro que não necessite da ação da vitamina C, como por 
exemplo o ferro aminoácido quelato (bisglicinato). Se for necessário suplementar a vitamina C, 
esta deve ser feita em outro horário. 
 
Em relação à associação de ferro não heme (exemplo: feijão) com fonte de vitamina C (exemplo: 
suco de laranja), apesar da falta de estudos, a interação provavelmente não é prejudicial tendo 
em vista que no alimento fonte (suco de laranja por exemplo) também estão disponíveis outros 
antioxidantes como os polifenóis, com efeito na redução do estresse oxidativo. 
 
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34 
 
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Radiat Res. 1996 May;145(5):532-41. 
2. Capsugel — now a Lonza company. Disponível em: https://www.capsugel.com/ 
3. Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 
4. Dordio HCP. Mestrado em farmacotécnica avançado. Lisboa, 2012. 
5. Dr. Bergman D.C. Disponível, em: https://www.drjohnbergman.com/mineral-synergism-and-
antagonism/ 
6. FERREIRA & BRANDÃO. Guia prático da farmácia magistral. 4ª ed, volume 2. Capítulo 8: 
Incompatibilidades 
7. Ferreira, Aderson de Oliveira. Guia prático da farmácia magistral. 2ª ed. São Paulo: Pharmabooks, 
2002. 
8. Fisher AEO. Nutr J, 2:2, 2004. 
9. Gordon Fell, R. (1991). Biological trace element research. Clinic Chimica Acta, 200(2-3), 234. 
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10. Padovani, R. M.; Amaya-Farfan, J.; Colugnati, F. A. B.; Domene, S. M. A. Dietary reference intakes: 
aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.6, pp. 741-760. 
ISSN 1415-5273. 
11. Resolução CFN nº 556, de 11 de abril de 2015. Disponível em: https://www.cfn.org.br/wp-
content/uploads/resolucoes/Res_556_2015.htm 
12. Resolução CFN nº 656, de 15 de junho de 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-
/resolucao-n-656-de-15-de-junho-de-2020-262145306 
13. Sakhaee, K., & Pak, C. (2013). Superior calcium bioavailability of effervescent potassium calcium citrate 
over tablet formulation of calcium citrate after Roux-en-Y gastric bypass. Surgery for Obesity and 
Related Diseases, 9(5), 743–748. doi:10.1016/j.soard.2011.11.011 
14. southgate, D.A.T. Conceptual issues concerning the assessment of nutrient availability. In: southgate, 
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Research, 1989, p.10-2 
15. The National Academies Press (NAP). Disponível em: https://www.nap.edu/download/9956. 
16. Walker AF, Marakis G, Christie S, Byng M. Mg citrate found more bioavailable than other Mg 
preparationsin a randomised, double-blind study. Magnes Res. 2003 Sep;16(3):183-91. 
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Degradation of Vitamin B12 in Dietary Supplements. International Journal for Vitamin and Nutrition 
Research, 78(45), 195–203. doi:10.1024/0300-9831.78.45.195 
 
 
 
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35 
 
CAPÍTULO 6 - VITAMINA A (RETINOL) 
 
Vitamina A é um termo genérico que se refere a compostos solúveis em gordura encontrados 
como vitamina A pré-formada (retinol) em produtos de origem animal e como carotenóides pró-
vitamina A em frutas e vegetais. As três formas ativas de vitamina A são retinol, retinal e ácido 
retinóico. 
O retinol e os ésteres de retinol são frequentemente referidos como vitamina A pré-formada. O 
retinol pode ser convertido em retinal, que por sua vez pode ser oxidado em ácido retinóico, a 
forma de vitamina A conhecida por regular a transcrição gênica. Retinol, retinal, ácido retinóico 
e compostos relacionados são conhecidos como retinóides. O β-caroteno e outros carotenóides 
alimentares que podem ser convertidos pelo corpo em retinol são referidos como carotenóides 
pró-vitamina A. Centenas de diferentes carotenóides são sintetizados pelas plantas, mas apenas 
cerca de 10% deles são capazes de ser convertidos em retinol. A discussão a seguir se 
concentrará principalmente em compostos de vitamina A pré-formados e ácido retinóico. 
 
FUNÇÕES 
 
A vitamina A está envolvida na regulação do crescimento e diferenciação de todas as células do 
corpo humano. A vitamina A tem papel no desenvolvimento embrionário, formação de órgãos 
durante o desenvolvimento fetal, funções imunológicas normais e desenvolvimento e visão. 
Inicialmente, a vitamina A era conhecida como “a vitamina anti-infecciosa” devido à sua 
importância no funcionamento normal do sistema imunológico. As células da pele e da mucosa, 
que revestem as vias aéreas, o trato digestivo e o trato urinário, funcionam como uma barreira 
e formam a primeira linha de defesa contra infecções. O ácido retinóico (RA) é produzido por 
células apresentadoras de antígenos (APCs), incluindo macrófagos e células dendríticas, 
encontradas nessas interfaces mucosas e nódulos linfáticos associados. O RA parece agir nas 
próprias células dendríticas para regular sua diferenciação, migração e capacidade de 
apresentação de antígenos. Além disso, a produção de AR por APCs é necessária para a 
diferenciação de linfócitos T CD4 virgens em linfócitos T reguladores induzidos (Tregs). Crítica 
para a manutenção da integridade da mucosa, a diferenciação de Tregs é conduzida pelo retinol 
todo trans por meio da regulação da expressão gênica mediada por RARα. Além disso, durante 
a inflamação, a via de sinalização do retinol todo trans / RARα promove a conversão de linfócitos 
T CD4 virgens em linfócitos T efetores - células T auxiliares tipo 1 (Th1) - (em vez de em Tregs) e 
induz a produção de citocinas pró-inflamatórias por linfócitos T efetores em resposta à infecção. 
Os glóbulos vermelhos (eritrócitos), como todas as células do sangue, são derivados de células-
tronco pluripotentes na medula óssea. A vitamina A parece facilitar a mobilização de ferro dos 
locais de armazenamento para os glóbulos vermelhos em desenvolvimento para incorporação 
na hemoglobina. 
 
 
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36 
 
ALIMENTOS FONTE 
 
As fontes de alimentos de origem animal ricas em vitamina A pré-formada incluem laticínios, 
cereais fortificados, fígado e óleo de peixe. Fontes ricas de carotenóides pró-vitamina A incluem 
vegetais verdes e laranja, como batata-doce e espinafre. 
 
Descrição dos alimentos Vitamina A (ER) 
Fígado cozido (100g) 10.700 
Óleo de fígado de bacalhau (13,6g) 4.900 
Cenoura crua (72g) 2.025 – 3.800 
Batata doce assada (60g) 1.310 
Beterraba cozida (72g) 367 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Zinco: acredita-se que a deficiência de zinco interfira no metabolismo da vitamina A de várias 
maneiras: 
(1) a deficiência de zinco resulta na diminuição da síntese da proteína de ligação ao retinol (RBP), 
que transporta o retinol através da circulação para os tecidos periféricos e protege o organismo 
contra o potencial toxicidade do retinol; (2) a deficiência de zinco resulta na diminuição da 
atividade da enzima que libera retinol de sua forma de armazenamento, palmitato de retinila, 
no fígado; (3) o zinco é necessário para a enzima que converte o retinol em retinal. 
As consequências para a saúde da deficiência de zinco no estado nutricional de vitamina A em 
humanos ainda não foram definidas. 
Ferro: a deficiência de vitamina A frequentemente coexiste com a deficiência de ferro e pode 
exacerbar a anemia por deficiência de ferro, alterando o metabolismo do ferro. A 
suplementação de vitamina A tem efeitos benéficos na anemia por deficiência de ferro e 
melhora o estado nutricional de ferro entre crianças e mulheres grávidas. A combinação de 
suplementação de vitamina A e ferro parece reduzir a anemia de forma mais eficaz do que a 
suplementação de ferro ou vitamina A isolada. Além disso, estudos em ratos mostraram que a 
deficiência de ferro altera os níveis de vitamina A no plasma e no fígado. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de vitamina A é uma das principais causas de cegueira evitável no mundo. É mais 
prevalente entre crianças e mulheres em idade reprodutiva. A deficiência de vitamina A está 
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associada a um aumento da suscetibilidade a infecções, bem como a distúrbios da tireoide e da 
pele. 
A deficiência de vitamina A geralmente resulta da ingestão inadequada de vitamina A de 
produtos de origem animal (como a vitamina A pré-formada) e frutas e vegetais (como 
carotenóides pró-vitamina A). 
Nos países em desenvolvimento, a deficiência de vitamina A e distúrbios associados afetam 
predominantemente crianças e mulheres em idade reprodutiva. Outros indivíduos com risco de 
deficiência de vitamina A são aqueles com má absorção de lipídios devido ao comprometimento 
da secreção pancreática ou biliar e aqueles com doenças inflamatórias intestinais, como doença 
de Crohn e doença celíaca. 
A deficiência subclínica de vitamina A é frequentemente definida por concentrações de retinol 
sérico inferiores a 0,70 μmol/L (20 μg/dL). Na deficiência grave de vitamina A, os estoques 
corporais são reduzidos e as concentrações de retinol sérico caem abaixo de 0,35 μmol/L (10 
μg/dL). A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a deficiência de vitamina A um 
problema de saúde pública quando a prevalência de retinol sérico baixo (< 0,70 μmol/L) atinge 
15% ou mais de uma determinada população. 
 
Vitamina 
A 
Sinais e sintomas de deficiência 
Precoce: aumento da 
susceptibilidade a 
infecções, crescimento 
prejudicado 
Tardia: cegueira noturna 
Excesso: náuseas, fadiga, 
dor de cabeça, 
descamação da pele, dores 
nas articulações 
 
TOXICIDADE 
 
O consumo excessivo de vitamina A pré-formada pode ser altamente tóxico e é especialmente 
contraindicado antes e durante a gravidez, pois pode resultar em defeitos congênitos graves. O 
nível de ingestão superior tolerável (UL) de vitamina A em adultos é estabelecido em 3.000 μg 
RAE / dia. A UL não se aplica à pró vitamina A derivada de carotenóides. 
O consumo crônico de álcool resulta na depleção das reservas hepáticas de vitamina A e pode 
contribuir para danos hepáticos induzidos pelo álcool (cirrose). No entanto, a toxicidade 
hepática da vitamina A pré-formada (retinol) é aumentada pelo consumo crônico de álcool, 
estreitando assim a janela terapêutica para a suplementação de vitamina A em alcoólatras. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: retinol plasmático 
Deficiência severa: < 0,35 μmol / L Deficiência: <0,7 μmol/L Excesso: > 3,5 μmol / L 
 
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O retinol plasmático reflete o status da vitamina A somente quando os estoques hepáticos estão 
gravemente depletados ou quando em excesso. A proteína de ligação ao retinol (RBP) pode ser 
usada como marcador do estado nutricional, mas os níveis são influenciados pela inflamação e 
desnutrição. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Os contraceptivos orais que contêm estrogênio e progesterona aumentam a síntese da proteína 
de ligação ao retinol (RBP) pelo fígado, aumentando a exportação do complexo todo-trans-
retinol / RBP para a circulação. Não se sabe se isso aumenta a necessidade alimentar de vitamina 
A. Além disso, o uso de medicamentos hipocolesterolemiantes (como colestiramina e 
colestipol), bem como orlistat, óleo mineral e o substituto da gordura, olestra, que interfere na 
absorção de gordura, podem afetar a absorção das vitaminas lipossolúveis, incluindo a vitamina 
A. 
Por outro lado, a ingestão de grandes doses de vitamina A pode diminuir a absorção de vitamina 
K. Retinóides ou análogos de retinóides, incluindo acitretina, ácido trans-retinóico, bexaroteno, 
etretinato e isotretinoína, não devem ser usados em combinação com suplementos de vitamina 
A, pois podem levar à toxicidade. 
 
RECOMENDAÇÕES DE VITAMINA A 
 
Vitamina A 
(mcg)* 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
300 300 400 400 600 600 700 750 1200 
*1mcg retinol = 12 mcg de β-caroteno = 24 mcg de outros carotenóides 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A 
 
A suplementação de altas doses de vitamina A, principalmente na forma de retinol, pode 
apresentar efeito tóxico. Por essa razão, quando há necessidade de suplementar vitamina A, 
recomenda-se que ela seja feita na forma de precursor de carotenóides, tornando-a assim mais 
segura. Vale destacar que o β-caroteno na forma de suplemento é tão eficaz quanto a vitamina 
A (palmitato de retinol) para corrigir deficiência de vitamina A. 
A vitamina A, apresenta característica lipossolúvel, o que torna o uso de óleos, o veículo mais 
adequado para sua suplementação. Além disso, uma matriz oleosa protege contra a oxidação 
da vitamina A durante o armazenamento, melhora a estabilidade do retinol e facilita a absorção 
da vitamina pelo corpo. Embora a vitamina A pré-formada seja altamente instável, as técnicas 
de esterificação usando ácido palmítico e acético produzem ésteres mais estáveis na forma de 
palmitato de retinol e acetato de retinol, respectivamente. 
 
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Vitamina A 
(Retinol) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
3000 mcg (10.000 UI) 400 a 900 mcg 
1. β -caroteno 
2. Acetato de retinol 
 3. Palmitato de retinol 
- Devido ao efeito potencialmente tóxico de altas doses de vitamina A, quando for 
necessário, suplementar apenas 1 RDA e aumentar a ingestão de alimentos fonte de 
carotenoides (cenoura, damasco seco, acerola); 
- Pode também suplementar 50% na forma retinóide e 50% na forma de carotenóides: 
fazer ajuste pela conversão. Exemplo: 900 mcg de β-caroteno = 450 mcg de retinol. 
 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA A (600mcg): 
 
Alimento Quantidade mcg 
Mamão papaya ½ unidade (155g) 68.2 
Abóbora cozida 2 colheres sopa cheias (72g) 178.56 
Ovo cozido 2 unidades pequena (100g) 191 
Brócolis cozido 3 ramos médios (60g) 78.6 
Espinafre cozido 2 colheres sopa (50g) 94.0 
 Total: 610,36 
 
 
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40 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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41 
 
CAPÍTULO 7 - VITAMINA D (COLECALCIDEROL) 
 
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que regula a homeostase do cálcio e é vital para a 
saúde óssea. Embora também possa ser obtida a partir de fontes dietéticas ou suplementos, a 
vitamina D3 (colecalciferol) é sintetizada na pele humana a partir do 7-dehidrocolesterol após a 
exposição à radiação ultravioleta-B (UVB) da luz solar. 
 
FUNÇÕES 
 
A vitamina D2 (ergocalciferol) é um análogo da vitamina D, fotossintetizado em plantas, 
cogumelos e leveduras; eventualmente também é usada na fortificação de alimentos com 
vitamina D. Quando a vitamina D é inadequada devido à exposição insuficiente à radiação UVB, 
a ingestão oral de vitamina D é necessária para atender às necessidades de vitamina D. 
O colecalciferol (D3) e a D2 são precursores biologicamente inativos da vitamina D e devem ser 
convertidos em formas biologicamente ativas no fígado e nos rins. Após a ingestão alimentar 
ou síntese na epidermeda pele através dos raios UVB, ambas as formas de vitamina D entram 
na circulação e são transportadas para o fígado pela proteína de ligação da vitamina D, e em 
menor extensão pela albumina. 
Nos hepatócitos a vitamina D é hidroxilada no carbono 25 para formar 25-hidroxivitamina D 
(calcidiol; calcifediol). A enzima 25-hidroxivitamina D-1α-hidroxilase renal (também conhecida 
como CYP27B1) eventualmente catalisa uma segunda hidroxilação que converte a 25-
hidroxivitamina D em 1α, 25-di-hidroxivitamina D (calcitriol). A produção de 1α, 25-di-
hidroxivitamina D nos rins é regulada por vários fatores, incluindo fósforo sérico, cálcio, 
hormônio da paratireóide (PTH), fator de crescimento de fibroblastos-23 (FGF-23) e a própria 
1α, 25-di-hidroxivitamina D. 
 
ALIMENTOS FONTE 
 
A vitamina D é encontrada naturalmente em apenas alguns alimentos, como alguns peixes do 
tipo cavala, salmão e sardinha; óleo de fígado de peixe, ovos de galinhas que receberam 
vitamina D e cogumelos expostos à luz solar ou ultravioleta. Alguns cereais, pães e sucos de 
frutas também podem ser fortificados com vitamina D. 
Descrição dos alimentos Vit D (mcg) 
Óleo de fígado de bacalhau (13,5g)* 1360 
Óleo de salmão (13,5g) 544 
Ostras cruas (100g) 320 
*Não é seguro usar o óleo de fígado de bacalhau como fonte de vitamina D devido às altas 
concentrações de vitamina A, que tem efeitos potencialmente tóxicos. 
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42 
 
DEFICIÊNCIA 
 
Na deficiência de vitamina D, a absorção de cálcio fica prejudicada. Consequentemente, a 
produção de paratormônio (PTH) pelas glândulas paratireoides é aumentada e o cálcio é 
mobilizado do esqueleto para manter as concentrações séricas de cálcio. Essa condição é 
conhecida como hiperparatireoidismo secundário. 
Embora se saiba há muito tempo que a deficiência grave de vitamina D tem consequências 
graves para a saúde óssea, pesquisas sugerem que estados menos óbvios de deficiência de 
vitamina D são comuns e aumentam o risco de osteoporose e vários outros problemas de saúde. 
 
Vitamina D 
Sinais e sintomas de deficiência 
Falta: Fraqueza e dores musculares 
inexplicáveis, dores nas articulações, dor 
indevida no esterno e pressão da tíbia, 
arqueamento das pernas 
Excesso: hipercalcemia, fadiga, 
constipação, náuseas, vômitos, dores 
nas costas, dores de cabeça, 
esquecimento 
 
TOXICIDADE 
 
A toxicidade da vitamina D induz concentrações anormalmente altas de cálcio sérico 
(hipercalcemia), o que pode resultar em perda óssea, cálculos renais e calcificação de órgãos 
como o coração e os rins se permanecer por um longo período sem tratamento. Casos de 
hipercalcemia foram observados após doses diárias superiores a 50.000 UI de vitamina D. Até o 
momento não há relatos de toxicidade da vitamina D resultante da exposição ao sol. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida avaliação no soro: 25 (OH) D 
Conversão: 1 ng/mL = 2,5 nmol/L 
Deficiência grave: 
< 10 ng/mL 
(< 25 nmol/L) 
Deficiência moderada: 
10 – 25 ng/mL 
(25 e 50 nmol/L) 
Desejável: 
30 - 40 ng/mL 
* Pontos de corte para insuficiência / suficiência e ótimo um tanto controversos; mais pesquisas 
são necessárias. 
 
 
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43 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Alguns medicamentos podem diminuir a absorção intestinal da vitamina D, como colestiramina 
(Questran), colestipol (Colestid), orlistat (Xenical) e óleo mineral. O uso de fenitoína (Dilantin), 
fosfenitoína (Cerebyx), fenobarbital (Luminal), carbamazepina (Tegretol) e rifampicina 
(Rimactane) aumentam o metabolismo da vitamina D e podem diminuir as concentrações 
séricas de 25-hidroxivitamina D. 
A cimetidina, um antagonista H2 que suprime a secreção de ácido clorídrico, inibe a hidroxilação 
da vitamina D no fígado. Por outro lado, o tratamento de refluxo ácido, doença do refluxo 
gastroesofágico (DRGE) ou úlceras com inibidores da bomba de prótons (omeprazol, 
lansoprazol), pode interferir na absorção de cálcio e aumentar o risco de fratura, de modo que 
os pacientes são aconselhados a tomar suplementos de cálcio e vitamina D. 
 
RECOMENDAÇÕES DE VITAMINA D 
 
Vitamina D 
(UI)* 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
400 600 600 600 600 600 600 600 600 
* 1mcg = 40UI 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D 
 
A suplementação de vitamina D é amplamente estudada. Nas bases de dados científicos é 
possível encontrar mais de 30.000 publicações acerca do tema. A vitamina D é o suplemento 
com melhor custo-benefício para a melhora da saúde humana. 
A forma mais disponível de vitamina D para tratamento e suplementação é o colecalciferol (ou 
vitamina D3). O ergocalciferol (vitamina D2) também pode ser usado como suplemento, 
entretanto os estudos mostram que, por sua meia-vida ser um pouco inferior à D3, 
principalmente quando avaliamos a suplementação por um período maior de tempo (30 dias).. 
A diferença principal entre ambas as formas é a fonte, como descrito no início do capitulo. 
Quanto à estrutura química, as formas D2 e D3 diferem apenas pela presença de uma ligação 
dupla adicional e um grupo metil incorporados à longa cadeia lateral da forma biológica 
denominada D2. As duas formas possuem potências biológicas equivalentes e são ativadas de 
modo igualmente eficientes pelas hidroxilases em seres humanos. 
 
Vitamina D 
(Calciferol) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
4000 1000 a 5000 UI 
1. Colecalciferol – D3 
2. Ergocalciferol (vegano) - D2 
- Suplementar em veículo lipídico (exemplo: colecalciferol gotas) - ingerir junto 
com a refeição principal do dia ou refeição que contenha lipídeo. 
 
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CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINAD (600UI): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (UI) 
Leite integral 1 copo 78 
Queijo Minas Frescal 1 fatia pequena (30 g) 25 
Sardinha conserva em óleo (125g) 476 
Cogumelos shitake 1 colher de sopa cheia 10 
Gema de ovo 1 unidade 112 
 Total: 701 
Importante ressaltar que em muitos casos, 600UI/dia não são suficientes para manter o estado 
nutricional. 
 
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45 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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47 
 
CAPÍTULO 8 - VITAMINA E 
 
A vitamina E é composta por oito isoformas lipossolúveis: α-, β-, γ- e δ-tocoferol e α-, β-, γ- e δ-
tocotrienol. No fígado, o α-tocoferol é a forma de vitamina E que se liga preferencialmente à 
proteína de transferência do α-tocoferol (α-TTP) e é incorporada às lipoproteínas que 
transportam o α-tocoferol no sangue para entrega aos tecidos extra-hepáticos. Nesse cenário, 
é a forma predominante de vitamina E encontrada no sangue e nos tecidos. 
 
FUNÇÕES 
 
O α-tocoferol atua como antioxidante, evitando a propagação de radicais livres nas membranas 
e nas lipoproteínas plasmáticas. O α-tocoferol também está envolvido no fortalecimento de 
certos aspectos da imunidade mediada por células, ou seja, desempenha papel na proteção do 
sistema imunológico contra os radicais livres. 
O α-tocoferol é preferencialmente retido no fígado pela ligação à proteína de transferência do 
α-tocoferol (α-TTP), que incorpora o α-tocoferol em lipoproteínas para entrega aos tecidos 
extra-hepáticos; e (2) outras formas de vitamina E que não o α-tocoferol são ativamente 
metabolizadas e excretadas. 
As gorduras, que são parte integrante de todas as membranas celulares, são vulneráveis a danos 
por peroxidação lipídica ocasionada pelos radicais livres. O α-tocoferol é capaz de interceptar 
radicais peroxila e, assim, prevenir a oxidação lipídica. Quando uma molécula de α-tocoferol 
neutraliza um radical livre, ele é oxidado e sua capacidade antioxidante é perdida. 
Interessantemente, outros antioxidantes, como a vitamina C, são capazes de regenerar a 
capacidade antioxidante do α-tocoferol. 
Além de manter a integridade das membranas celulares, o α-tocoferol protege as lipoproteínas 
de baixa densidade (LDLs) da oxidação. A presença de LDLs oxidadas têm sido implicados no 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 
Outras formas de vitamina E, além do α-tocoferol, também são conhecidas por serem potentes 
antioxidantes. Acredita-se que os tocotrienóis e o γ-tocoferol sejam melhores neutralizadores 
de radicais peroxila e espécies reativas de nitrogênio. 
 
ALIMENTOS FONTES 
 
As principais fontes de α-tocoferol na dieta incluem óleos vegetais (azeite de oliva, girassol e 
óleo de cártamo), nozes, grãos integrais e vegetais de folhas verdes. Diferentes formas de 
vitamina E ocorrem naturalmente na maioria dos alimentos vegetais, mas em quantidades 
variáveis. 
 
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Descrição dos alimentos Vit E (mg) 
Óleo de gérmen de trigo (13,6g) 26 
Semente de girassol (33g) 17 
Avelã (68g) 16 
Óleo de girassol (13,6g) 7,0 
Amendoim (72g) 5,0 
Castanha do Brasil (70g) 5,0 
Amêndoas (78g) 4,3 
Pistache (64g) 3,3 
 
INTERAÇÃO COM NUTRIENTES 
 
Ácidos graxos: o mecanismo de digestão e absorção da vitamina E pelos enterócitos não está 
claro, mas sabe-se que requer ácidos biliares, enzimas pancreáticas e interagem com os 
quilomícrons. Por ser uma vitamina lipossolúvel, a eficiência da absorção da vitamina E aumenta 
quando consumido com alimentos ricos em gordura. Na circulação, todas as lipoproteínas (isto 
é, VLDLs, LDLs e HDLs) estão envolvidas no transporte e distribuição do α-tocoferol aos tecidos. 
Concentrações aumentadas de lipídios (colesterol e triglicerídeos) no sangue foram 
correlacionadas a concentrações séricas de α-tocoferol mais elevadas. No entanto, se uma alta 
concentração de lipídios no sangue estiver associada a um turnover mais lento de lipoproteínas, 
então a distribuição de α-tocoferol aos tecidos pode ser substancialmente alterada. 
Vitamina C: alguns estudos em humanos usando condições de estresse oxidativo 
demonstraram a importância da vitamina C (ácido ascórbico) na reciclagem do α-tocoferol 
oxidado de volta ao seu estado reduzido. 
Um exemplo desse mecanismo se dá pelo estresse oxidativo causado pelo tabagismo que 
acelera a depleção de α-tocoferol plasmático em fumantes em comparação com não fumantes. 
Em um estudo duplo-cego controlado por placebo em 11 fumantes e 13 não fumantes que 
receberam α-tocoferol e γ-tocoferol marcado com deutério, a suplementação com vitamina C 
reduziu a taxa de perda de vitamina E no plasma, muito provavelmente regenerando os radicais 
tocoferil de volta às formas não oxidadas (tocoferol). 
Vitamina K: altas doses de vitamina E podem inibir a atividade da carboxilase dependente da 
vitamina K e interferir na cascata de coagulação. Além disso, indivíduos com deficiência de 
vitamina K, devido à insuficiência hepática, úlceras pépticas, distúrbios hemorrágicos 
hereditários (por exemplo, hemofilia) ou ainda, com história de acidente vascular cerebral 
hemorrágico, não devem fazer uso da suplementação de α-tocoferol sem supervisão médica 
rigorosa devido ao risco aumentado de hemorragia. 
Um estudo em adultos com estado normal de coagulação verificou que a suplementação diária 
com 1.000 UI (670 mg) de RRR-α-tocoferol por 12 semanas diminuiu a γ-carboxilação da 
protrombina, um fator dependente da vitamina K na cascata de coagulação. 
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49 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de vitamina E pode ser causada por distúrbios de má absorção ou por 
anormalidades genéticas que afetam o transporte de vitamina E. Os sintomas de deficiência 
grave incluem ataxia induzida por deficiência de vitamina E, neuropatia periférica, fraqueza 
muscular e danos à retina. 
Poucos estudos avaliam a toxicidade associada a suplementação da vitamina E. A possibilidade 
mais preocupante é a de coagulação sanguínea prejudicada, o que aumenta a probabilidade de 
hemorragia em alguns indivíduos. 
 
Vitamina E 
Sinais e sintomas de deficiência 
Deficiência: 
- Aumento da hemólise 
- Miopatia esquelética 
- Disfunção neurológica (neuropatia 
periférica, ataxia espinocerebelar) 
Excesso: 
- Dores de cabeça 
- Fadiga 
- Diarreia 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: alfa-tocoferol 
Deficiência: < 11,6 μmol / L Adequado: 12-42 mol / L Excesso: > 464 μmol / L 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O uso de suplementos de vitamina E pode aumentar o risco de sangramento em indivíduos que 
tomam medicamentos anticoagulantes, como a heparina e o antagonista da vitamina K, 
varfarina (Coumadin); fármacos antiplaquetários, tais como clopidogrel (Plavix), ticlopidina 
(Ticlid), tirofiban (Aggrastat) e dipiridamole (Aggrenox); e fármacos anti-inflamatórios não 
esteroidais (AINEs), incluindo aspirina, ibuprofeno e outros. 
Diferentes hipocolesterolemiantes, como a colestiramina e colestipol, bem como orlistat, 
sucralfato, óleo mineral e o olestra, que interferem na absorção de gordura, podem diminuir a 
absorção de vitaminas lipossolúveis, incluindo a vitamina E. Os anticonvulsivantes fenobarbitais, 
fenitoína (Dilantin) e carbamazepina (Tegretol) também podem reduzir as concentrações 
plasmáticas de vitamina E em indivíduos com epilepsia. 
 
 
 
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RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA E 
 
Vitamina E 
(mg)* 
RDA (anos) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
6 7 11 15 15 15 15 15 19 
*1mg vit E = 1,5 UI 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA E 
 
A forma sintética da vitamina E (α-D-tocoferol) apresenta 50% da biodisponibilidade em relação 
à forma natural, no entanto, sua indicação não é segura, especificamente para prevenção de 
patologias, devido aos riscos envolvidos na suplementação de altas doses. 
Um estudo que avaliou a suplementação de 500mg de α-versus 500mg de um mix de tocoferóis 
(tocoferol + γ tocoferol: 60%) durante 6 semanas. Em ambos os grupos houve aumento nas 
concentrações séricas de α-tocoferol, no entanto, especificamente no grupo α-tocoferol as 
concentrações séricas de α-tocoferol aumentaram, mas as concentrações eritrocitárias de γ 
tocoferol diminuíram. Interessantemente, no grupo suplementado com mix de tocoferóis, as 
concentrações séricas de α-tocoferol e γ-tocoferol eritrocitário aumentaram. 
Vale destacar que, caso não seja possível chegar à recomendação por meio do uso de alimentos 
fonte, sugere-se optar por baixas doses de vitamina E, e se possível, como mistura de tocoferóis 
e não α-tocoferol isolado. 
 
Vitamina E 
(Tocoferol) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
1000 400 – 800 UI 
1. Tocotrimax 
(mix de tocoferóis) 
- A forma α-tocoferol pode reduzir a biodisponibilidade de outros 
tocoferóis e ter efeitos prejudiciais como o aumento do estresse 
oxidativo - utilizar mix de tocoferóis e tocotrienóis, em dose baixa. 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA E (15mg): 
 
Alimento Quantidade mg 
Semente de girassol 33g Total: 17 
Castanha do Brasil 35g 2,5 
Amêndoas 39g 2,15 
Azeite de oliva extra virgem 50mL 13 
 Total: 19 
 
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51 
 
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52 
 
CAPÍTULO 9 - VITAMINA K 
 
A vitamina K é uma vitamina solúvel em gordura e foi identificada originalmente por seu papel 
no processo de coagulação, por essa razão, ela se tornou essencial para o funcionamento de 
várias proteínas envolvidas em processos fisiológicos que abrangem a regulação nesse processo. 
A vitamina K1 ou filoquinona é sintetizada pelas plantas e é a forma predominante na dieta 
alimentar. A vitamina K2 inclui uma variedade de formas de vitamina K denominadas 
coletivamente como menaquinonas. A maioria das menaquinonas é sintetizada pela microbiota 
intestinal humana e encontrada em alimentos fermentados e em produtos de origemanimal. 
As menaquinonas diferem em comprimento de 1 a 14 repetições de unidades de 5 carbonos na 
cadeia lateral das moléculas. Essas formas de vitamina K são designadas menaquinona-n (MK-
n), onde n representa o número de unidades de 5 carbonos (MK-2 a MK-14). 
Embora a vitamina K seja uma vitamina lipossolúvel, o corpo armazena quantidades muito 
pequenas que são rapidamente esgotadas sem uma ingestão alimentar regular. Em decorrência 
de capacidade limitada de armazenamento, o corpo a recicla a vitamina K por meio de um 
processo chamado ciclo da vitamina K. O ciclo da vitamina K permite que uma pequena 
quantidade de vitamina K seja reutilizada várias vezes para a carboxilação de proteínas, 
diminuindo assim as necessidades dietéticas. 
 
FUNÇÕES 
 
A vitamina K funciona como um cofator da enzima γ-glutamilcarboxilase (GGCX), que catalisa a 
carboxilação do aminoácido ácido glutâmico em ácido γ-carboxiglutâmico. A γ-carboxilação 
dependente da vitamina K ocorre apenas em resíduos específicos de ácido glutâmico em 
proteínas dependentes da vitamina K (VKDP), como por exemplo o cálcio. 
O papel mais conhecido da vitamina K, está relacionado com a sua ação no processo de 
coagulação sanguínea. Ela é fundamental para síntese hepática de proteínas envolvidas neste 
processo, como os fatores II (pró-trombina), VII, IX e X (fatores de coagulação) e as proteínas C, 
S e Z (inibidoras da coagulação). A hidroquinona, forma reduzida e ativa da vitamina, atua como 
cofator para uma enzima carboxilase, responsável pela reação de carboxilação de resíduos de 
ácido glutâmico (Glu) presentes em proteínas dependentes de vitamina K. A carboxilação do 
Glu, por sua vez, leva à formação do ácido γ-carboxiglutâmico (Gla), tornando as proteínas 
biologicamente ativas. 
Uma parte importante do metabolismo de vitamina K está relacionada a sua via de recuperação, 
denominada de ciclo da vitamina K. Quando um resíduo de glutamato é carboxilado, a vitamina 
K sofre oxidação, gerando 2,3-epoxi vitamina K. Esse metabólito é convertido novamente à sua 
forma ativa, pela ação da enzima microssomal, epoxi redutase de vitamina K e uma ou mais 
quinona redutases de vitamina K. Alguns anticoagulantes, como a warfarina e o dicumarol 
atuam bloqueando a redução do epóxido de vitamina K, impedindo o processo de reutilização 
da vitamina. 
Outra função da vitamina k está relacionada com a regulação do íon cálcio na matriz óssea como 
parte da osteocalcina (proteína do osso), uma vez que aminoácido Gla também se apresenta 
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ligado ao mineral. Portanto, a vitamina é importante no desenvolvimento precoce do esqueleto 
e na manutenção do osso maduro sadio. Além dessas funções, a vitamina K também é 
importante para o crescimento celular, pois está envolvida na síntese de proteínas presentes no 
plasma, rins e outros tecidos. 
 
ALIMENTOS FONTE 
 
A filoquinona (vitamina K1) é a principal forma dietética de vitamina K na maioria das dietas. 
Vegetais com folhas verdes, como couve de Bruxelas e brócolis, e em alguns óleos vegetais (soja, 
canola, oliva). Além disso, o conteúdo de filoquinona de vegetais verdes depende de seu 
conteúdo em clorofila (pigmento verde), de modo que as folhas externas têm mais filoquinona 
do que as internas. A eficiência da absorção intestinal da filoquinona varia entre as fontes 
vegetais e é aumentada com a adição de uma fonte de gordura à refeição. 
As menaquinonas (vitamina K2) são principalmente de origem microbiana e, portanto, 
comumente encontradas em alimentos fermentados, como queijo, coalhada e natto (soja 
fermentada). Outra fonte de menaquinonas de cadeia longa (MK-7 a MK-13) é o fígado. As 
bactérias que normalmente colonizam o intestino grosso (cólon) podem sintetizar 
menaquinonas. Pensou-se inicialmente que até 50% das necessidades de vitamina K humana 
poderiam ser satisfeitas pela síntese bacteriana. No entanto, todas as formas de vitamina K são 
absorvidas no intestino delgado por meio de um mecanismo que requer sais biliares, enquanto 
a maior parte da produção de menaquinona ocorre no cólon, onde os sais biliares estão 
ausentes. Desta forma, a real contribuição da síntese bacteriana ainda é um assunto 
controverso. 
 
Forma Descrição dos alimentos Vit K (mcg) 
K1 - Filoquinona: 
Couve-de-Bruxelas cozida (78g) 460 
Brócolis cozido (85g) 248 
Couve-flor crua (50g) 150 
Acelga cozida (88g) 123 
Espinafre cru (30g) 120 
Cenoura crua (72g) 104 
Aspargos (60g) 34 
K2: Menaquinona 
Leite integral (244) 9,8 
Leite desnatado (245) 8,6 
 
INTERAÇÕES COM NUTRIENTES 
 
VITAMINA A E VITAMINA E: grandes doses de vitamina A e vitamina E são capazes de 
antagonizar a vitamina K. O excesso de vitamina A parece interferir na absorção da vitamina K, 
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enquanto a vitamina E pode inibir a atividade da carboxilase dependente da vitamina K e 
interferir na cascata de coagulação. 
Um estudo em adultos com estado de coagulação normal descobriu que a suplementação com 
1.000 UI / dia de vitamina E por 12 semanas diminuiu a γ-carboxilação da protrombina, uma 
proteína dependente da vitamina K. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de vitamina K resulta em coagulação sanguínea prejudicada, geralmente 
demonstrada por testes laboratoriais que medem o tempo de coagulação. Os sintomas incluem 
hematomas e sangramento fáceis que podem se manifestar como sangramento nasal, 
sangramento nas gengivas, sangue na urina, sangue nas fezes, fezes pretas como alcatrão ou 
sangramento menstrual extremamente intenso. Em bebês, a deficiência de vitamina K pode 
resultar em sangramento intracranial com risco de vida. 
Adultos: a deficiência de vitamina K é incomum em adultos saudáveis por uma série de razões: 
(1) a vitamina K é amplamente difundida nos alimentos; (2) o ciclo da vitamina K conserva a 
vitamina K; e (3) bactérias que normalmente habitam o intestino grosso sintetizam 
menaquinonas (vitamina K2), embora não esteja claro se quantidades significativas são 
absorvidas e utilizadas. 
Os adultos em risco de deficiência de vitamina K incluem aqueles que tomam antagonistas da 
vitamina K e indivíduos com doença ou lesão hepática significativa. Além disso, indivíduos com 
distúrbios de má absorção incluindo doença inflamatória intestinal, disbiose intestinal e fibrose 
cística, podem ter risco aumentado de deficiência de vitamina K. 
Bebês: os recém-nascidos, em geral, apresentam baixo teor de vitamina K pelos seguintes 
motivos: (1) o transporte de vitamina K através da barreira placentária é limitado; (2) o 
armazenamento de vitamina K no fígado é muito baixo; (3) o ciclo da vitamina K pode não ser 
totalmente funcional em recém-nascidos, especialmente em prematuros; e (4) o teor de 
vitamina K do leite materno é baixo. Bebês cujas mães estão tomando medicamentos 
anticonvulsivantes também correm o risco de deficiência de vitamina K. 
A deficiência de vitamina K em recém-nascidos pode resultar em um distúrbio hemorrágico 
denominado sangramento por deficiência de vitamina K (VKDB) do recém-nascido. Como o 
VKDB é fatal e pode ser facilmente prevenida, a Academia Americana de Pediatria e várias 
organizações internacionais semelhantes recomendam que uma dose intramuscular de 
filoquinona (vitamina K1) seja administrada a todos os recém-nascidos. Embora a reação alérgica 
seja possível, não há toxicidade conhecida associada a altas doses (dietéticas ou suplementares) 
das formas de filoquinona (vitamina K1) ou menaquinona (vitamina K2) da vitamina K. O mesmo 
não acontece com a menadiona sintética (vitamina K3) e seus derivados. 
 
 
 
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55 
 
 
Vitamina 
K 
 
Sinais e sintomas de deficiência 
Deficiência severa é rara mas pode 
ser provocada pelo uso de 
antibióticos em longoprazo: 
coagulação sanguínea prejudicada, 
hematomas fáceis, sangramento fácil 
(por exemplo, sangramento nasal, 
sangramento nas gengivas, sangue na 
urina / fezes, sangramento menstrual 
intenso) 
Excesso: nenhuma toxicidade 
conhecida 
 
TOXICIDADE 
 
A menadiona (forma sintética) pode interferir na função da glutationa, um dos principais 
antioxidantes celulares, resultando em danos oxidativos às membranas celulares. A menadiona 
administrada por injeção induziu toxicidade hepática, icterícia e anemia hemolítica devido à 
ruptura das hemácias em bebês; portanto, a menadiona não é mais usada para o tratamento da 
deficiência de vitamina K. Nenhum nível de ingestão superior tolerável (UL) foi estabelecido para 
a vitamina K. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: tempo de protrombina plasmática 
Adequado: tempo de protrombina plasmática 
10,5-12,5 s 
Inadequado: tempo de coagulação > 12,5 s 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O efeito anticoagulante dos antagonistas da vitamina K, como a varfarina, pode ser 
comprometido por uma ingestão muito elevada de vitamina K na dieta ou em suplementos. 
Além disso, os suplementos diários de filoquinona de até 100 μg são considerados seguros para 
pacientes em uso de varfarina, mas a estabilidade do anticoagulante terapêutico pode ser 
prejudicada por doses diárias de MK-7 tão baixas quanto 10 a 20 μg. 
Em geral, é recomendado que indivíduos em uso de varfarina tentem consumir a ingestão 
adequada (AI) para vitamina K (90-120 μg/dia) e evitem grandes flutuações na ingestão de 
vitamina K que possam interferir no ajuste da dose de anticoagulante. A prescrição de 
anticoagulantes anti-vitamina K, anticonvulsivantes (por exemplo, fenitoína) e medicamentos 
anti-tuberculose (por exemplo, rifampicina e isoniazida) para mulheres grávidas ou 
amamentando pode colocar o recém-nascido em risco aumentado de deficiência de vitamina K. 
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56 
 
O uso prolongado de antibióticos de amplo espectro, como cefalosporinas e salicilatos, pode 
interferir na síntese de vitamina K pelas bactérias intestinais e diminuir a absorção de vitamina 
K. O medicamento amiodarona, usado no tratamento de certas arritmias cardíacas, incluindo 
fibrilação atrial, pode aumentar o efeito anticoagulante da varfarina e, assim, aumentar o risco 
de hemorragia. 
Além disso, o uso de medicamentos hipocolesterolemiantes (como colestiramina e colestipol), 
bem como orlistat, óleo mineral e olestra, pode afetar a absorção de vitaminas lipossolúveis, 
incluindo a vitamina K. 
Indivíduos que tomam medicamentos anticoagulantes como a varfarina e aqueles com 
deficiência de vitamina K não devem tomar suplementos de vitamina E sem supervisão médica 
rigorosa devido ao risco aumentado de hemorragia. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA K 
 
Vitamina K 
(mcg) 
AI (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
30 55 60 75 90 120 90 90 90 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA K 
 
Em sua maioria, a suplementação de vitamina K ocorre pela sua forma sintética, conhecida como 
MK-1, no entanto, essa forma química apresenta baixa biodisponibilidade, tornando sua 
suplementação ineficiente. Em suplementos alimentares, podem ser encontradas 3 formas de 
vitamina K: 
a) MK-4 - Obtida por síntese orgânica e quase exclusivamente usada no Japão 
b) K1 - Obtida sinteticamente, é a forma predominante usada no resto do mundo 
c) MK-7 - Forma natural preparada pela extração de alimentos como o natto 
Quando avaliamos suas estruturas moleculares, a forma K1 e MK-4 são comparáveis (ambas 
contêm 4 resíduos isoprenóides, 3 dos quais são saturados em K1, mas contêm uma ligação 
dupla em MK-4), suas características físico-químicas são muito semelhantes. Já as 
menaquinonas, como a MK-7, são muito mais hidrofóbicas. Interessantemente, em estudos in 
vivo a forma MK-7 apresenta meia-vida mais longo, e na circulação são incorporadas a 
lipoproteínas de baixa densidade (LDL). 
Suplementos contendo vitamina K1 estão disponíveis comercialmente há muitos anos, no 
entanto, o MK-7 só entrou no mercado recentemente. A fim de comparar a efetividade de 
ambas as formas, um estudo comparou a suplementação de vitamina K1 com a suplementação 
de vitamina K na forma MK-7; tanto o K1 quanto o MK-7 foram bem absorvidos, com pico de 
concentração sérica 4 horas após a ingestão. A principal diferença entre as 2 espécies de 
vitamina K é o tempo de meia-vida muito longo de MK-7, resultando em níveis séricos muito 
mais estáveis e acúmulo de MK-7 em níveis mais elevados (7 a 8 vezes) durante a ingestão 
prolongada. 
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Vitamina K 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 50 - 100 mcg 1. MK-7 
- A vitamina K1 tem muito baixa biodisponibilidade, mesmo em altas 
doses. 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE 
VITAMINA K (90 – 120 mcg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mcg) 
Leite integral 1 copo 9,8 
Brócolis cozido 85g 248 
 Total: 257,8 
 
 
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60 
 
CAPÍTULO 10 - INTERAÇÕES ENTRE VITAMINAS 
LIPOSSOLÚVEIS 
 
As vitaminas lipossolúveis competem, muitas vezes, pelo mesmo transportador celular, pois são 
absorvidas em regiões muito próximas no intestino. Por essa razão, quando há uma dose muito 
alta de alguma dessas vitaminas, isto é, vitamina A, D, E K, isso pode prejudicar a absorção das 
demais. 
Para melhor ilustrar essas interações, seja na forma de alimento, suplemento ou até mesmo, 
em dose farmacológica (acima da UL), vejamos abaixo: 
 
 
Observa-se que, a linha correspondente ao 100%, se dá pela quantidade de vitamina D que é 
um indivíduo consegue absorver, quando administrada isoladamente. Na sequência, foram 
adicionadas fontes de vitamina A, E e K, ou então suplementadas em suas respectivas doses 
(dose suplemento ou dose farmacológica), avaliando assim, o que iria ocorrer com a vitamina D, 
isto é, se houve interação e o quão significativa essa interação poderia ser. 
Vitamina A: não houve interação significativas entre o alimento e a dose de suplemento. Ou 
seja, pode-se administrar a vitamina D junto com a vitamina A. No entanto, quando observamos 
a dose farmacológica, há redução significativa (~ 30%) da absorção de vitamina D. 
Vitamina E: não foram observadas diferenças importantes na absorção de vitamina D quando 
consumido alimentos fontes de vitamina E. Em contrapartida, a partir da dose de suplementação 
já foi possível observar redução na absorção da vitamina em ~10%. 
Vitamina K: a forma filoquinona não interferiu na absorção de vitamina D em nenhuma das 
doses estudadas. 
 
 
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Vitamina D: independente da dose, a vitamina D não interferiu na absorção de vitamina A. 
Vitamina E: interessantemente, a vitamina E, mostrou uma interação positiva com a vitamina A, 
isto é, quando em combinação, a vitamina E aumenta a absorção da vitamina A. No entanto, é 
necessário destacar que, o excesso pode levar a toxicidade. 
Vitamina K: a vitamina K (na forma filoquinona), não interferiu na absorção da vitamina A em 
nenhuma das doses estudadas. 
 
 
 
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Vitamina A: quando administrada em conjunto com a vitamina E, ocorre uma redução da 
absorção das formas alimentar ou suplemento. Quando a vit A é administrada em dose 
farmacológica o efeito inibitório é ainda mais significativo. 
Vitamina D: de modo semelhante à vitamina A, quando combinadas em suplementos, vitamina 
D e vitamina E, há uma redução nos níveis absorvidos na forma de suplemento ou na dose 
farmacológica. Não houve interferência na dose alimentar. 
Vitamina K: quando administrada em doses farmacológicas, a vitamina K diminui de modo 
significativa a absorção da vitamina E. 
 
 
De modo distinto, a vitamina K mostrou-se prejudicada em todos os cenários avaliados, 
independente da vitamina lipossolúvel administrada ou consumida em associação. A vitamina K 
apresentou uma redução de no mínimo 20% entre as mensurações. 
 
Resumindo: 
→ As vitaminas A e D podem ser administradas em conjunto; 
→ O ideal é oferecer a vitamina K isolada; ou em associação com as vitaminas 
hidrossolúveis ou com minerais; 
→ A vitamina E pode ser menos absorvida se estiver junto com as vitaminas A ou D; 
Para garantir absorção ótima de todas as vitaminas a partir da suplementação para um paciente 
que vai receber diversos suplementos, uma abordagem possível seria: 
→ Vitamina D (colecalciferol) gotas junto com a vitamina A e β-caroteno 
→ Vitamina E junto com os minerais 
→ Vitamina K junto com as vitaminas hidrossolúveis 
Vale lembrar que estas recomendações são para otimizar a biodisponibilidade! Caso não seja 
possível separar devido ao custo ou mesmo à organização do paciente, a administração conjunta 
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dos nutrientes pode ser uma estratégia desde que com um aumentou na dose dos nutrientes, 
respeitando o limite da UL. 
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RESUMO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Vitaminas Lipossolúveis 
Nutriente Medicamentos Consequência 
Vitamina A 
Contraceptivo oral 
(estrogênio) 
↑ Vit. A 
Hipocolesterolemiantes 
(colestiramina e colestipol) 
↓ Vit. A 
Vitamina D 
Hipocolesterolemiantes 
(questran, colestid, orlistat) 
↓ Vit. D 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ Vit. D 
Bloqueador H2 
(cimetidina) 
↓ Vit. D 
Inibidores da bomba de prótons 
(omeprazol, lansoprazol) 
↓ Vit. D 
Vitamina E 
Anticoagulantes 
(heparina, varfarina) 
Risco de sangramento 
Antiplaquetários: 
(plavix, ticlid, aggrastat, aggrenox) 
Risco de sangramento 
Anti-inflamatórios não esteroides 
(aspirina, ibuprofeno) 
Risco de sangramento 
Hipocolesterolemiantes 
(colestiramina e colestipol) 
↓Vit. E 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ Vit. E 
Vitamina K 
Anticoagulante 
(varfarina) 
↓ fármaco 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
Risco em 
grávidas/lactantes = 
↓feto/bebê 
Antituberculoso 
(rifampicina e isoniazida) 
Risco em 
grávidas/lactantes = 
↓feto/bebê 
Antibióticos de amplo espectro 
(cefalosporinas e salicilatos) 
↓ Vit. K 
Arritmias cardíacas 
(ancoron, atenolol, digoxina, 
cimetidina) 
↑ hemorragia 
Hipocolesterolemiantes 
(colestiramina e colestipol) 
↓ Vit. K 
 
 
 
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CAPÍTULO 11 - VITAMINA C (ÁCIDO ASCORBICO) 
 
 
A vitamina C é representada em sua forma ativa pelo ácido ascórbico. O ácidoascórbico é um 
agente redutor, o que significa que doa elétrons para as moléculas receptoras (normalmente 
radicais livres). Suas principais funções são como antioxidante e cofator enzimático. 
 
FUNÇÕES 
 
O papel da vitamina C como cofator está relacionado ao seu potencial redox. Ao manter os 
metais ligados às enzimas em suas formas reduzidas, a vitamina C auxilia as oxidases de função 
mista na síntese de várias biomoléculas, como as monooxigenases e/ou dioxigenases, 
apresentados na Tabela 5. Várias dioxigenases estão envolvidas na regulação da expressão 
gênica e na manutenção da integridade do genoma, mecanismos estes que requerem vitamina 
C como cofator. Pesquisas recentemente descobriram o papel desempenhado por enzimas, 
como as dioxigenases e as histonas demetilases contendo o domínio de Jumonji, para a 
regulação epigenética da expressão gênica catalisando reações envolvidas na desmetilação do 
DNA e histonas. 
 
Tabela 5: Enzimas que possuem vitamina C como cofator 
Enzimas 
Monooxigenases: 
1. Dopamina β-monooxigenase 
2. Monoxigenase de peptidilglicina α-amidante 
Função: 
1. Biossíntese de norepinefrina (noradrenalina) 
2. Amidação de hormônios peptídicos 
Dioxigenases: 
1. isoenzimas de prolil 4-hidroxilase 
2. isoenzimas de prolil 3-hidroxilase 
3. Isoenzimas de lisil hidroxilase 
4. isoenzimas de fator indutível por hipóxia (HIF) 
5. Trimetilisina hidroxilase 
6. γ-butirobetaína hidroxilase 
7. 4-hidroxifenilpiruvato dioxigenase 
8. Família dez-onze translocação (TET) de dioxigenases 
9. Demetilases de histona contendo domínio de Jumonji 
Função: 
1. Hidroxilação do colágeno 
2. Hidroxilação do colágeno 
3. Hidroxilação do colágeno 
4. Hidroxilação de HIF 
5. Biossíntese de carnitina 
6. Biossíntese de carnitina 
7. Metabolismo de tirosina 
8. Desmetilação do DNA 
9. Desmetilação de histonas 
 
Além disso, a vitamina C afeta vários componentes do sistema imunológico através do estímulo 
para produção e a função de leucócitos (glóbulos brancos), especialmente neutrófilos, linfócitos 
e fagócitos. Medidas específicas de funções estimuladas pela vitamina C incluem motilidade 
celular, quimiotaxia e fagocitose. Neutrófilos, fagócitos mononucleares e linfócitos acumulam 
vitamina C em altas concentrações, o que pode proteger esses tipos de células do dano 
oxidativo. Em resposta aos microorganismos invasores, os leucócitos fagocíticos liberam toxinas 
não específicas, como radicais superóxido, ácido hipocloroso e peroxinitrito; essas espécies 
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reativas de oxigênio matam os patógenos e, no processo, podem danificar os próprios 
leucócitos. A vitamina C, por meio de suas funções antioxidantes, tem demonstrado proteger os 
leucócitos do dano oxidativo auto infligido. Os leucócitos fagocíticos também produzem e 
liberam citocinas, incluindo interferons, que possuem atividade antiviral. 
No estômago, o ácido ascórbico pode prevenir a formação de nitrosaminas por meio de reações 
com diversos compostos nitrosos. A vitamina C reage com esses compostos, que são 
potencialmente carcinogênicos, e os converte em oxido nítrico e dióxido de nitrogênio. 
 
ALIMENTOS FONTES 
 
A vitamina C está presente em quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, 
incluindo frutas e vegetais. 
Descrição dos alimentos (100g) Vit C (mg) 
Acerola, crua 941,4 
Acerola, polpa, congelada 623,2 
Caju, cru 219,3 
Pimentão, amarelo, cru 201,4 
Pimentão, vermelho, cru 158,2 
Caju, suco concentrado, envasado 138,7 
Kiwi 140,0 
Caju, polpa, congelada 119,7 
Mexerica 112,0 
Pimentão, verde, cru 100,2 
Goiaba, branca, com casca, crua 99,2 
Couve, manteiga, crua 96,7 
Suco de laranja 94,5 
Mamão papaia 82,2 
 
BIODISPONIBILIDADE 
 
Experimentos farmacocinéticos de depleção/repleção demonstraram que a concentração 
plasmática de vitamina C é rigidamente controlada por três mecanismos primários: absorção 
intestinal, transporte de tecido e reabsorção renal. Em resposta ao aumento das doses orais de 
vitamina C, a concentração plasmática de vitamina C aumenta acentuadamente com a ingestão 
de 30 a 100 mg/dia. Quando as concentrações plasmáticas de vitamina C atingem a saturação, 
a vitamina C adicional é amplamente excretada na urina. Notavelmente, a administração 
intravenosa de vitamina C ignora o controle da absorção no intestino, de modo que 
concentrações muito altas de vitamina C podem ser alcançadas no plasma; dentro de algumas 
horas, a excreção renal restaura a vitamina C às concentrações plasmáticas basais. 
Embora a concentração de vitamina C no plasma reflita a ingestão alimentar recente, acredita-
se que a vitamina C dos leucócitos seja um indicador mais fidedigno das reservas corporais. No 
entanto, a concentração leucocitária de vitamina C não reflete com precisão a vitamina C em 
vários tecidos e pode subestimar especificamente a captação de vitamina C para o músculo 
esquelético, por exemplo. 
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Há também algumas evidências limitadas sugerindo que os indivíduos que carregam certos 
polimorfismos em genes envolvidos no transporte da vitamina C e nos mecanismos de 
desintoxicação podem ter concentrações plasmáticas de vitamina C mais baixas, mesmo com 
ingestão elevada de vitamina C. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência grave de vitamina C é conhecida há muitos séculos como uma doença 
potencialmente fatal, o escorbuto. No final dos anos 1700, a marinha britânica estava ciente de 
que o escorbuto podia ser curado comendo laranjas ou limões, embora a vitamina C não fosse 
isolada até o início dos anos 1930. 
 
O oxalato é um metabólito da vitamina C que está relacionado a cálculos renais. Por essa razão, 
existe a preocupação de que a ingestão elevada de vitamina C possa aumentar a formação de 
oxalato de cálcio. Estudos relataram que a doses de vitamina C acima > 1000mg/dia, podem 
favorecer o aparecimento de cálculos renais. 
 
A suplementação de altas doses é contraindicada também no exercício físico. Altas doses de 
vitamina C (doses > 500mg/dia) podem reduzir a biogênese mitocondrial, que é uma reposta 
adaptativa ao exercício de endurance. Alguns estudos com dose alta no exercício de força 
também sugerem um efeito potencialmente prejudicial. Caso seja necessário suplementar, 
recomenda-se trabalhar com doses baixas (< 300mg/dia), por precaução. 
 
 
Vitamina C 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Sangramento subcutâneo 
- Má cicatrização 
- Hematomas 
- Perda de cabelo e dentes 
- Dores e inchaço nas articulações 
 
TOXICIDADE 
 
Uma série de possíveis efeitos adversos à saúde de doses muito altas de vitamina C (> 10g/dia) 
foram identificados, principalmente com base em experimentos in vitro ou relatos de casos 
isolados, e incluem mutações genéticas, defeitos de nascença, câncer, aterosclerose, cálculos 
renais, "escorbuto de rebote", aumento estresse oxidativo, excesso de absorção de ferro, 
deficiência de vitamina B12 e erosão do esmalte dentário. No entanto, nenhum desses efeitos 
adversos à saúde foi confirmado em estudos subsequentes. 
 
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AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Ascorbato sanguíneo* 
Medida de avaliação confiável: 
Teste de saturação 
 
Insuficiência: níveis plasmáticos < 50µmol/L 
Hipovitaminose C: níveis plasmáticos < 23µmol/L 
 
Quantificação de retenção ou excreção 
de vitamina C após 500mg/dose 
*Essa medida reflete mais a ingestão recente do que as reservas corporais 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O uso crônico de alguns medicamentos, como a aspirina, pode prejudicar o status de vitamina 
C. Além disso, anticoncepcionais contendo estrogênio podem reduzir as concentrações 
plasmáticas da vitamina C. 
Além disso, a vitamina C é secretada pela mucosa gástrica no estômago saudávele suas 
concentrações no suco gástrico são superiores à plasmática. Especificamente na saliva, há uma 
concentração significativa de nitrito, que quando engolido, entra em contato com o suco 
gástrico, e através do pH ácido do estômago, é convertido em uma variedade de compostos 
nitrosados, alguns potencialmente carcinogênicos. O ácido ascórbico (forma ativa), em 
concentrações normais, compete como esses compostos convertendo-os em óxido nítrico (ON). 
Dessa forma, a vitamina C presente no suco gástrico apresenta efeito protetor contra o câncer 
gástrico e em indivíduos saudáveis há muito pouco nitrito no suco gástrico. Essa propriedade 
da vitamina C é dependente do pH do estômago. Quando o pH do estômago apresenta-se maior 
que 4 grande parte do nitrito engolido pela saliva não sofre modificações, aumentando suas 
concentrações tornando o meio potencialmente carcinogênicos. Importante ressaltar que em 
pacientes que utilizam antiácidos o pH do estômago pode ficar > que 7,0. 
Por essa razão, o uso de inibidores da bomba de prótons (antiácidos), como o omeprazol, têm a 
capacidade de aumentar o pH do estômago, consequentemente há uma menor da concentração 
de íons H+. Consequentemente ao seu uso, o aumento do pH modifica a absorção de 
micronutrientes essenciais, levando a uma interferência no estado nutricional de diversos 
micronutrientes como a vitamina C, ferro e vitamina B12. 
Por outro lado, há relatos de casos sugerindo que a vitamina C (> 1000mg/dia) pode reduzir as 
concentrações sanguíneas de alguns medicamentos, como a flufenazina, um antipsicótico 
(Prolixin), e o indinavir, um o antirretroviral (Crixivan). Existem algumas evidências, embora 
controversas, de que a vitamina C interage com medicamentos anticoagulantes como a 
varfarina (Coumadin). Altas doses de vitamina C podem bloquear a ação da varfarina e, assim, 
diminuir sua eficácia. Indivíduos em uso de anticoagulantes devem limitar sua ingestão de 
vitamina C a < 1 g / dia e ter seu tempo de protrombina monitorado após a terapia 
anticoagulante. 
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Além disso, altas doses de vitamina C também parecem interferem na interpretação de certos 
testes laboratoriais (por exemplo, bilirrubina sérica, creatinina sérica e teste de guaiaco nas 
fezes para sangue oculto), é importante informar o médico sobre qualquer uso de suplemento. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA C 
 
Vitamina C 
(mcg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
15 25 45 75 65 90 75 85 120 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA C 
 
A vitamina C apresenta uma variedade de formas químicas disponíveis para suplementação, no 
entanto, há pouco conteúdo científicos elucidando acerca da biodisponibilidade. 
O ácido ascórbico, é a forma reduzida da vitamina C; essa forma química deve ser priorizada 
para pacientes sem queixas gastrointestinais ou uso de medicamentos. 
Já a apresentação na forma de ácido ascórbico associada à bioflavonóides, é uma apresentação 
mais refinada (mais cara) e os resultados de estudos são ainda contraditórios quanto sua 
biodisponibilidade. Há um estudo em que o ácido ascórbico associada à bioflavonóides foi mais 
biodisponível em comparação com o ácido ascórbico; um segundo estudo, não apresentou 
diferenças quanto a biodisponibilidade. Vale ressaltar que há poucos estudos com humanos, no 
entanto, estudos com animais sugerem, curiosamente, que a forma associada a bioflavonóides 
apresenta menor biodisponibilidade. 
Ester C é uma mistura de ascorbato de cálcio com metabólicos da vitamina C (ácido 
dehidroascórbico + treonato de cálcio + quantidades traço de xilonato; essa forma faz um 
convite de apresentação mais biodisponível. No entanto, há somente um estudo que avaliou 
sua biodisponibilidade cujo resultado mostrou menor absorção dessa forma quanto compara ao 
ácido ascórbico, além de apresentar custo mais elevado. 
Vitamina C revestida, cuja dissolução ocorre no intestino, e não no estômago. Esse fato, pode 
favorecer sua indicação para pacientes com hipocloridria ou que fazem uso de inibidores de 
bomba de prótons, uma vez que alteração do pH estomacal inviabiliza a biodisponibilidade da 
vitamina C. Em sua forma revestida, há a possibilidade de que ela passe pelo estômago sem 
sofrer alterações significativas e chegue ao seu principal sítio de absorção. 
Há outras formas disponíveis de vitamina C para suplementação como os minerais ascorbato, 
que são tamponados e menos acídicos que o ácido ascórbico, cuja indicação pode ser ideal para 
pacientes que tem queixas gástricas, dores abdominais ou diarreia, pois são menos irritantes 
para o trato gastrointestinal. 
Nesse cenário, a suplementação de vitamina C nas formas de ácido ascórbico e vitamina C 
revestida, tornam-se a melhor opção tanto para biodisponibilidade quanto para evitar 
desconfortos gastrointestinais. 
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Vitamina C 
(Ácido 
ascórbico) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
2.000 150mg – 350mg 
1. Ácido ascórbico 
2. Vitamina C revestida 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE 
VITAMINA C (75 - 90mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Suco de Acerola (polpa, 
congelada) + Laranja 
1 copo 623,2 + 94,5 
 Total: 717,7 
Mamão papaia 100g 82,2 
Pimentão, amarelo, cru 100g 219,3 
 Total: 301,5 
 
 
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73 
 
CAPÍTULO 12 - VITAMINA B1 (TIAMINA) 
 
A tiamina é uma vitamina do complexo B, hidrossolúvel, também conhecida como vitamina B1 
ou aneurina. Isolada e caracterizada na década de 1930, a tiamina foi um dos primeiros 
compostos orgânicos a ser reconhecido como vitamina. A tiamina ocorre no organismo como 
tiamina livre e como várias formas fosforiladas: tiamina monofosfato (TMP), tiamina trifosfato 
(TTP) e tiamina pirofosfato (TPP). 
 
A síntese de TPP ocorre no fígado a partir da tiamina livre, magnésio e adenosina trifosfato (ATP) 
através da enzima tiamina fosfoquinase. A TPP está envolvida em várias funções enzimáticas e 
desempenha papel como coenzima em quatro complexos enzimáticos multicomponentes 
associados ao metabolismo de carboidratos, aminoácidos de cadeia ramificada e ácidos graxos. 
 
FUNÇÕES 
 
A principal função da vitamina B1 é como cofator no metabolismo energético. A piruvato 
desidrogenase em conjunto com o α-cetoglutarato desidrogenase e o α-cetoácido 
desidrogenase de cadeia ramificada (BCKDH) compreendem, cada uma, um complexo 
enzimático diferente localizados nas mitocôndrias. Elas catalisam a descarboxilação de piruvato, 
α-cetoglutarato e aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) para formar acetil-coenzima A 
(Acetil-CoA), succinil-CoA e outros intermediários, respectivamente. Todos esses intermediários 
desempenham papéis importantes na produção de energia por meio de sua conexão com o ciclo 
do ácido cítrico, também conhecido como ciclo de Krebs ou ciclo do ácido tricarboxílico (TCA). 
Os BCAAs (i. e., leucina, isoleucina e valina), são eventualmente degradados em acetil-CoA e 
succinil-CoA para alimentar o ciclo do ácido cítrico. Além disso, os intermediários produzidos 
pela degradação de BCAAs, também contribuem para a produção de colesterol e doação de 
moléculas de nitrogênio para a síntese dos neurotransmissores, como o GABA. Além da 
coenzima tiamina (TPP), cada complexo de desidrogenase requer uma coenzima contendo 
niacina-NAD (vitamina B3), uma coenzima contendo riboflavina-FAD (vitamina B2) e ácido lipóico. 
 
Além disso, a vitamina B1 também desempenha papel na atividade antioxidante em conjunto 
com o magnésio na via das pentoses fosfato (VPP), pela sua ação indireta na síntese de NADPH. 
Dentre seus papeis no nosso metabolismo, o NADPH auxilia na redução da glutationa, um 
importante antioxidante endógeno. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
Dentre as inúmeras fontes de vitamina B1 estão a levedura de cerveja seca, a carne (porco, 
cordeiro, vaca), aves, cereais de grãos integrais e leguminosas. Nos grãos de cereais, a tiamina 
é removida durante a produção da farinha branca e do arroz integral para produzir o arroz 
branco. 
 
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74 
 
Descrição dos alimentos (100g) B
1
(mg) 
Semente de gergelim 0,95 
Bisteca de porco grelhada 0,77 
Pernil de porco assado 0,77 
Aveia em flocos 0,55 
Linguiça de porco grelhada 0,4 
Castanha-do-brasil 0,3 
Castanha de caju torrada 0,3 
Chocolate meio amargo 0,2 
Gema de ovo de galinha cozida 0,18 
Amendoim cru 0,1 
Suco de laranja 0,1 
Frango cozido 0,1 
 
DEFICIÊNCIA 
 
As reservas de tiamina duram de 2 a 3 meses e sua meia-vida é em torno de 9 a 18 dias. A 
deficiência de tiamina pode resultar da ingestão alimentar insuficiente, fornecimento 
inadequado em casos de nutrição parenteral, cirurgia bariátrica e síndromes de má absorção 
(redução da absorção gastrointestinal), aumento das necessidades metabólicas ou perda 
excessiva de tiamina. Quadros de hipomagnesemia e processamento térmico dos alimentos 
podem diminuir a biodisponibilidade da tiamina. Além disso, o aumento no consumo de chá e 
café, fontes de polifenóis, também podem destruir/inativar a tiamina. 
Como consequência da baixa disponibilidade de vitamina B1, o paciente pode desenvolver 3 
síndromes distintas: 
1) Neurite crônica periférica associada ou não à insuficiência cardíaca e edema; 
2) Beriberi úmido: predomínio de insuficiência cardíaca e anormalidades metabólicas; 
3) Beriberi seco: relacionado com uma deficiência mais prolongada e menos grave 
A deficiência de tiamina em indivíduos com dieta rica em carboidratos altera as concentrações 
de lactato e piruvato levando a acidose lática que é potencialmente fatal. Além disso em 
pacientes obesos, pré-bariátricos, há uma prevalência de deficiência de 15% até 50%. Essa 
deficiência está associada ao aumento no consumo de carboidratos refinados. Os carboidratos 
refinados normalmente não possuem tiamina em sua composição, em contra partida, a tiamina 
é usada no metabolismo energético, ou seja, na quebra da glicose para obtenção de energia, 
aumentando assim a depleção de tiamina nesses pacientes. 
A excreçãode tiamina induzida por diuréticos, como a furosemida, também pode levar a 
deficiência. Além disso, o consumo crônico de álcool é a principal causa da deficiência de tiamina 
nos países industrializados em decorrência do prejuízo da absorção e metabolismo da tiamina 
pela inibição do transportador de membrana THTR-1. 
Um outro cenário é encefalopatia de Wernicke, que se refere a um distúrbio neurológico agudo 
secundário à deficiência de tiamina. A síndrome de Wernicke-Korsakoff resulta em alterações 
persistentes na formação da memória, juntamente com os sintomas relacionados à 
encefalopatia. 
 
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75 
 
Vitamina B1 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Acúmulo de piruvato e lactato 
- Anorexia 
- Náuseas e vômitos 
- Disfagia 
- Desconforto abdominal 
- Constipação 
- Irritabilidade 
- Instabilidade emocional 
- Fadiga 
- Fraqueza generalizada 
- Mialgias 
- Câimbras 
- Neuropatia periférica 
- Confusão 
- Agitação 
- Perda de memória 
- Dores no peito 
- Taquicardia 
- Cardiomegalia 
- Hipotensão 
 
 
TOXICIDADE 
 
Até o momento não há efeitos tóxicos bem estabelecidos do consumo de tiamina em excesso 
por meio dietético ou por meio de suplementação oral de longo prazo (até 200 mg / dia). Um 
pequeno número de reações anafiláticas com risco de vida foi observado com grandes doses 
intravenosas de tiamina. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
atividade da transcetolase eritrocitária 
Deficiente > 1,25* Normal = ∼1,0 
* quanto maiores os níveis, maior a deficiência 
 
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76 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Redução nos níveis sanguíneos de tiamina foram relatados em indivíduos com distúrbios 
convulsivos (epilepsia) em uso de medicamentos anticonvulsivantes, fenitoína, por longos 
períodos. 
O uso de 5-Fluorouracil, medicamento usado na terapia do câncer, inibe a fosforilação da 
tiamina em TPP e os diuréticos, especialmente furosemida, podem aumentar o risco de 
deficiência de tiamina em indivíduos com ingestão marginal de tiamina devido ao aumento da 
excreção urinária de tiamina. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B1 
 
Vitamina B1 
(mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
0,5 0,6 0,9 1,2 1 1,2 1,1 1,4 1,4 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B1 
 
Atualmente, há três formas de suplementação disponíveis para vitamina B1, são elas: 
a) cloridrato de tiamina 
b) tiamina mono ou pirofosfato 
c) benfotiamina 
As formas cloridrato de tiamina e tiamina mono ou pirofosfato, são formas hidrossolúveis; já a 
benfotiamina é a forma lipossolúvel da vitamina B1. 
A tiamina monofosfato e pirofosfato são formas naturais da vitamina B1. Apesar da tiamina 
pirofosfato ser a forma ativa, não há vantagem em utilizar essa forma pois seu grupo fosfato é 
clivado no intestino por fosfatases, e sua forma ativa não é, de fato, absorvida; a 
biodisponibilidade da tiamina cloridrato, monofosfato ou pirofosfato é igual. Curiosamente, a 
tiamina pirofosfato, produzida pela microbiota (no cólon), é absorvida em sua forma ativa por 
transportadores TPPT-1, expressos na membrana apical dos colonócitos. 
Já a forma lipossolúvel apresenta maior biodisponibilidade quando comparada as demais 
formas. A benfotiamina tem biodisponibilidade de 3,6 vezes superior; quando avaliamos os 
níveis plasmáticos, a benfotiamina está 5x mais presente em comparação à tiamina 
hidrossolúvel. Além disso, a maior biodisponibilidade relativa da benfotiamina é maior no 
músculo (5x) e cérebro (25x), e por essa razão, a quantidade deve ser priorizada no momento 
da prescrição. 
 
 
 
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77 
 
Vitamina B1 
(Tiamina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 5 - 20mg 
1. Benfotiamina 
(lipossolúvel) 
2. Cloridrato de 
tiamina (hidrossolúvel) 
 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B1 (1,2 mcg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mcg) 
Aveia, flocos, crua 50g 0,08 
Bisteca de porco grelhada 100g 0,77 
Chocolate meio amargo 50g 0,1 
Chá, erva-doce, infusão 5% 100mL 1,23 
 Total: 2,18 
 
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78 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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80 
 
CAPÍTULO 13 - VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA) 
 
A riboflavina, conhecida como vitamina B2, é precursora de mononucleotídeo flavina (FMN) e 
de flavina adenina dinucleotídeo, conhecida como FAD, que está envolvido em reações de óxido-
redução na cadeia respiratória, fundamental no metabolismo energético. A vitamina B2 faz parte 
da constituição química da molécula de FAD, sem a riboflavina, não há formação de FAD. 
Os organismos vivos obtêm a maior parte de sua energia de reações redox, que são processos 
que envolvem a transferência de elétrons. O FAD faz parte da cadeia transportadora de elétrons 
(cadeia respiratória), que é fundamental para a produção de energia. Além disso, a riboflavina 
atua como cofator em diversas reações catalisadas pela família do citocromo P450, envolvida 
no processo de detoxificação de xenobióticos. 
 
FUNÇÕES 
 
Dentre suas diversas funções, a vitamina B2 também participa do metabolismo e absorção da 
vitamina B6, atuando na conversão da piridoxina em piridoxal-5-fosfato, que ocorre 
principalmente no fígado. A riboflavina também é necessária para a ativação do ácido fólico e 
vitamina A, além de desempenhar papel vital no metabolismo de carboidratos e lipídios, 
promovendo oxidação de succinato em fumarato e na oxidação de acetil-CoA. 
O FAD ainda atua como cofator para enzima glutationa redutase que participa do ciclo redox da 
glutationa. O ciclo redox da glutationa desempenha um papel importante na proteção de 
organismos de espécies reativas de oxigênio, como os hidroperóxidos. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A vitamina B2 é encontrada em vegetais folhosos (couve, brócolis, espinafre, repolho, agrião, 
entre outros), ovos, carne, semente de girassol, ervilha, e em maior quantidade, na soja, no leite 
e em frutos do mar. 
Descrição dos alimentos (100g) B
2
(mg) 
Fígado de boi cozido 4,1 
Levedo de cerveja 4,4 
Pistache 0,2 
Farinha de aveia 0,2 
Fígado de vitela cozido 3,4 
Fígado de galinha cozido 1,8 
Farelo de aveia 1,2 
Amêndoa 1,0 
Queijo cottage 0,7 
Ovo cozido 0,5 
Leite 0,2 
Fígado de boi cozido 4,1 
 
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81 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A riboflavinose é o nome médico para a deficiência clínica de riboflavina. A deficiência de 
riboflavina raramente é encontrada isolada; ocorre frequentemente em combinação com 
deficiências de outras vitaminas hidrossolúveis do complexo B. A conversão da vitamina B6 em 
sua forma ativa, a piridoxal 5'-fosfato (PLP), que requer a enzima dependente de FMN, portanto 
na deficiência de B2, o metabolismo da B6 também fica comprometido. 
A deficiência de vitamina B2 diminui a conversão do ácido fólico em 5-metil-tetrahidrofolato 
(forma ativa), uma vez que a enzima 5, 10-Metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), 
responsável por essa reação é dependente de FAD. Além disso, a síntese das coenzimas 
contendo niacina, NAD e NADP, a partir do aminoácido triptofano, requer a enzima dependente 
de FAD, quinurenina 3-monooxigenase. A deficiência severa de riboflavina pode diminuir a 
conversão de triptofano em NAD e NADP, aumentando o risco de deficiência de niacina. Outro 
ponto importante é a alteração do metabolismo do ferro em decorrência da deficiência de 
riboflavina. 
Junto com outras vitaminas do complexo B, uma maior ingestão de riboflavina tem sido 
associada a níveis diminuídos de homocisteína no plasma. Níveis elevados de riboflavina 
plasmática também foram associados com níveis diminuídos de homocisteína no plasma, 
principalmente em indivíduos homozigotos para o polimorfismo C677T no gene MTHFR e em 
indivíduos com baixa ingestão de folato. 
A homeostase redox também é comprometida no cenário da deficiência de riboflavina, através 
da redução da atividade enzimática de glutationa redutase, com consequente diminuição de 
glutationa reduzida (GSH) e aumento da glutationa oxidada (GSSG). 
Na falta de B2, o metabolismo e absorção do ferro também é afetado. O ferro, para ser 
transportado pela transferrina, necessita estar na forma de ferro férrico (Fe3+). Para que essa 
mobilização ocorra, isto é, biotransformação do ferro de ferroso (Fe2+) para férrico (Fe3+), é 
necessária uma enzima dependente de flavina e na falta de B2 o ferro fica retido na ferritina e 
acaba sendo eliminado pelas fezes ao invés de ser transportado para os tecidos via transferrina 
(deficiência funcional). 
Além disso, o consumo crônico de álcool foi associado à deficiência de riboflavina. Em ratos 
alimentados cronicamente com álcool, a inibição dos transportadores de riboflavina causou 
prejuízo na absorção intestinal e recaptação renal da vitamina. 
 
Vitamina B2 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Dores de garganta 
- Estomatite angular 
- Inflamação e vermelhidão na língua 
- Dermatite 
- Vascularização da córnea 
- ↓ na contagem de hemácias 
 
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82 
 
TOXICIDADE 
 
Nenhum efeito tóxico ou adverso da alta ingestão de riboflavina em humanos é conhecido. 
Estudos em cultura de células indicam que o excesso de riboflavina pode aumentar o risco de 
quebras de fita de DNA na presença de cromo (VI), um conhecido carcinógeno. Isso pode ser 
preocupante para os trabalhadoresexpostos ao cromo, mas não há dados disponíveis em 
humanos. 
Verificou-se que a terapia com altas doses de riboflavina intensifica a cor da urina para um 
amarelo brilhante (flavinúria), mas este é um efeito colateral inofensivo. Doses farmacológicas 
(> 100mg) tem o potencial de reagir com a luz e se transformar em poderoso pró-oxidante 
formando peróxidos potencialmente tóxicos e outras espécies reativas com efeitos citotóxicos 
e hepatotóxicos. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Coeficiente de atividade da glutationa redutase (EGRAC) 
Deficiente ≥ 1,2 Normal 1,0 – 1,2 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Vários relatórios iniciais indicaram que as mulheres que tomavam anticoncepcionais orais em 
altas doses diminuíram o estado nutricional da riboflavina. 
O uso de antipsicóticos (clorpromazina) e antidepressivos tricíclicos também podem inibir a 
incorporação da B2 no FAD e FMN, assim como os medicamentos antimaláricos, antibióticos 
(quinacrina), e o agente quimioterápico adriamicina. Além disso, o uso prolongado do 
anticonvulsivante, como o fenobarbital, pode aumentar a destruição da riboflavina pelas 
enzimas hepáticas, aumentando o risco de deficiência. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B2 
 
Vitamina B2 
(mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 14 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
0,5 0,6 0,9 1,3 1 1,3 1,1 1,4 1,6 
 
 
 
 
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83 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B2 
 
A B2 está presente para suplementação através de sua forma química, isto é, na forma de 
riboflavina. Sua suplementação se apresenta bem eficaz mesmo em baixas doses. Um estudo 
em 124 indivíduos saudáveis com idade de média de 69 anos e em indivíduos com EGRAC ≥ 1,20 
(coeficiente de ativação da glutationa redutase eritrocitária), foram suplementados com 
1,6mg/dia de riboflavina ou placebo; a suplementação levou a um aumento da riboflavina tanto 
no plasma quanto nos eritrócitos. 
No entanto, alguns cuidados são necessários na hora de suplementar a riboflavina, como por 
exemplo, utilizar capsulas vegetais, pois a vitamina B2 é fotossensível, havendo a necessidade 
de armazenamento em local escuro. As capsulas vegetais irão conferir maior proteção à 
vitamina. 
 
Vitamina B2 
(Riboflavina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 10 - 35mg 1. Riboflavina 
- Evitar a suplementação na forma líquida (xarope ou solução), caso seja 
necessário, manipular por períodos de no máximo 30 dias, em vidro escuro. 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B2 (1,1- 1,3 mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Queijo cottage 50g 0,35 
Farelo de aveia 50g 1,2 
Ovo cozido 45g 0,25 
Cupuaçu 50g 0,18 
 Total: 1,98 
 
 
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CAPÍTULO 14 - VITAMINA B3 (NIACINA) 
 
A Niacina, ou vitamina B3, é uma vitamina hidrossolúvel, importante precursora de nicotinamida 
adenina dinucleotídeo (NAD) e fosfato de dinucleotídeo de nicotinamida e adenina (NADP), que 
é que uma molécula de NAD fosforilada. Mais de 400 enzimas requerem as coenzimas niacina, 
NAD e NADP, principalmente para aceitar ou doar elétrons para reações redox. 
Essencial para todas as formas de vida, a nicotinamida é sintetizada a partir de quatro 
precursores que são fornecidos na dieta: ácido nicotínico, nicotinamida, ribosídeo de 
nicotinamida e triptofano. 
O termo niacina é frequentemente usado para se referir ao ácido nicotínico (ácido piridina-3-
carboxílico) apenas, embora outras vitaminas com um anel de piridina, incluindo nicotinamida 
(piridina-3-carboxamida) e ribosídeo de nicotinamida, também contribuam para a formação de 
NAD. 
 
FUNÇÕES 
 
O NAD funciona mais frequentemente em reações produtoras de energia envolvendo o 
catabolismo de carboidratos, gorduras, proteínas e álcool. Já o NADP geralmente participa de 
reações biossintéticas, ou seja, reações anabólicas, como na síntese de ácidos graxos, esteroides 
(por exemplo, colesterol, ácidos biliares e hormônios) e na síntese de componentes celulares 
(macromoléculas). O NADP também é essencial para a regeneração de componentes dos 
sistemas de desintoxicação e antioxidantes. Para apoiar essas funções, a célula mantém o NAD 
em um estado amplamente oxidado (NAD+) para servir como agente oxidante para reações 
catabólicas, enquanto o NADP é mantido em grande parte em um estado reduzido (NADPH) para 
doar elétrons prontamente para processos celulares redutores. 
O NAD é substrato para pelo menos quatro classes de enzimas: duas classes de enzimas com 
atividades de mono adenosina difosfato (ADP), ribosiltransferase e/ou polimerases que 
catalisam reações de transferência de ADP e está envolvida na regulação da sinalização do cálcio 
intracelular. 
A NAD quinase catalisa a fosforilação de NAD em NADP usando adenosil trifosfato (ATP) como 
doador de fosforil. As propriedades de oxidação-redução do dinucleotídeo não são afetadas 
pela fosforilação, de modo que os pares redox NAD+/NADH e NADP+/NADPH apresentam 
potenciais redox semelhantes. A oxidação e a redução da posição C-4 da porção nicotinamida 
do NAD e sua forma fosforilada são essenciais para as reações de transferência de elétrons que 
dão suporte às funções metabólicas e bioenergéticas vitais em todas as células. Assim, NAD e 
NADP são reciclados para frente e para trás entre as formas oxidadas (NAD+ e NADP+) e reduzidas 
(NADH e NADPH). 
Enzimas específicas, conhecidas como fosforibosiltransferases, catalisam a adição de uma 
porção fosforibose ao ácido nicotínico ou ácido quinolínico para produzir mononucleotídeo de 
ácido nicotínico ou à nicotinamida para gerar mononucleotídeo de nicotinamida. O 
mononucleotídeo de nicotinamida também é gerado pela fosforilação do ribosídeo de 
nicotinamida, catalisado por ribosídeo quinases de nicotinamida (NRKs). Além disso, as 
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adenililtransferases catalisam a adenilação destes mononucleotídeos para formar o 
dinucleotídeo adenina do ácido nicotínico ou NAD+. O ácido nicotínico adenina dinucleotídeo é 
então convertido em NAD+ pela sintetase NAD+ dependente de glutamina (NADSYN), que usa a 
glutamina como um doador do grupo amina. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
Boas fontes de niacina incluem carne, aves, peixes vermelhos (por exemplo, atum, salmão), 
cereais (especialmente cereais fortificados), legumes e sementes. Leite, vegetais de folhas 
verdes, café e chá também fornecem um pouco de niacina. Em plantas, especialmente grãos de 
cereais maduros como milho e trigo, a niacina pode ser ligada a moléculas de açúcar na forma 
de glicosídeos, o que diminui significativamente sua biodisponibilidade. 
Descrição dos alimentos (100g) B
3
(mg) NE* 
Levedo de cerveja 38,1 38,1 
Fígado de vitela cozido 16,9 16,9 
Amendoim 14,6 18,8 
Frango cozido 13,4 19,8 
Gérmen de trigo 5,7 12,1 
Semente de girassol 5 5 
Amêndoa 3,5 8,8 
Abacate 1,9 2,3 
Ovo cozido - 2,7 
Tofu - 2,1 
* NE = niacina + triptofano (60mg de triptofano = 1mg de niacina) 
 
DEFICIÊNCIA 
 
O estágio final da deficiência grave de niacina é conhecido como pelagra. Os primeiros registros 
da pelagra seguiram-se ao cultivo generalizado de milho na Europa nos anos 1700. A doença 
geralmente está associada às classes sociais mais pobres, cujo principal alimento básico consistia 
em cereais como milho ou sorgo. 
Indivíduos em diálise, pacientes com câncer e pessoas com HIV, encontram-se em populações 
de risco para deficiência de niacina. 
A deficiência de niacina pode ser resultado da ingestão inadequada de precursores de NAD, 
incluindo o triptofano. Sua deficiência também é frequentemente associada à desnutrição 
calórico-proteica. Além disso, a deficiências de outras vitaminas do complexo B e de alguns 
minerais podem agravar a deficiência de niacina. Em pacientes com doença de Crohn e 
megaduodeno e deficiência de niacina pode se tornar comum. Além disso, a ingestão crônica de 
álcool pode levar à deficiência grave de niacina por meio da redução da ingestão de niacina na 
dieta e interferindo na conversão de triptofano em NAD. 
Existem também síndromes genéticas relacionadas a má absorção do triptofano e 
consequentemente menor síntese de niacina, como a doença de Hartnup. A síndrome 
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carcinóide, uma condição de secreção aumentada de serotonina e outras catecolaminas por 
tumores carcinoides, também pode resultar em pelagra devido ao aumento da utilização de 
triptofano dietético para serotonina em vez da síntese de niacina. 
 
Vitamina B3 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Dermatite 
- Diarreia 
- Depressão 
- Apatia 
- Cefaleia 
- Fadiga 
 
TOXICIDADE 
 
Nicotinamida: A nicotinamida é geralmente mais bem tolerada do que o ácido nicotínico; 
geralmente não causa rubor. No entanto, náuseas, vômitos e sinais de toxicidade hepática 
(enzimas hepáticas elevadas, icterícia) foram observados em doses muito altas (≥ 10 g / dia). 
Ácido nicotínico: Os efeitos colaterais comuns do ácido nicotínico incluem rubor, prurido 
(coceira intensa na pele), erupções cutâneas e distúrbios gastrointestinais, como náuseas e 
vômitos. Episódios transitórios de pressão arterial baixa (hipotensão) e dor de cabeça também 
foram relatados. Hepatotoxicidade, incluindo enzimas hepáticas elevadas e icterícia, foi 
observada com ingestões tão baixasquanto 750 mg / dia de ácido nicotínico. 
Foi observado que grandes doses de ácido nicotínico prejudicam a tolerância à glicose, 
provavelmente por causa de uma diminuição na sensibilidade à insulina. A tolerância diminuída 
à glicose em indivíduos suscetíveis (pré-diabéticos) pode resultar em concentrações elevadas de 
glicose no sangue e diabetes mellitus tipo 2. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Excreção urinária de N1-metilnicotinamida 
Deficiente: N1-metilnicotinamida ≤ 1,3 
µmol/ mmol de creatinina 
Deficiente: N-metil-2-piridona-5-carboxamida 
≤ 3,0 µmol/mmol de creatinina 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
A ocorrência de rabdomiólise é aumentada em pacientes tratados com estatinas (inibidores da 
HMG-CoA redutase). Rabdomiólise é uma condição relativamente incomum em que as células 
musculares são quebradas, liberando enzimas e eletrólitos no sangue, e às vezes resultando em 
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insuficiência renal. A co-administração de ácido nicotínico com uma estatina parece aumentar 
o risco de rabdomiólise. 
O risco de miopatia pode aumentar naqueles que tomam ácido nicotínico e sequestrantes do 
ácido biliar (por exemplo, colestiramina, colestipol) ou medicamentos antilipêmicos 
(hipocolesterolemiante) como o gemfibrozil (Lopid). 
O risco de hepatotoxicidade observado com ácido nicotínico pode ser aumentado por 
medicamentos como paracetamol (analgésico e antipirético), amiodarona um 
antiarrítmico/vasodilatador (Cordarone) ou carbamazepina, um antiepilético (Tegretol). Além 
disso, grandes doses de ácido nicotínico podem reduzir a excreção de ácido úrico, opondo-se à 
ação de agentes uricosúricos como a probenecida (Probalan). 
Vários outros medicamentos podem interagir com a terapia com niacina ou com a absorção e o 
metabolismo da vitamina. Estrogênio e contraceptivos orais contendo estrogênio aumentam a 
eficiência da síntese de niacina a partir do triptofano, resultando em uma diminuição da 
necessidade dietética de niacina. 
Além disso, tratamentos prolongados com o medicamento antituberculose podem resultar em 
deficiência de niacina. Agentes imunossupressores como azatioprina (Imuran) e 6-
mercaptopurina, o agente quimioterápico 5-fluorouracil, são conhecidos por aumentar a 
necessidade da niacina na dieta, interferindo na via do triptofano-quinurenina-niacina. 
Pessoas com função hepática anormal ou história de doença hepática, diabetes, úlcera péptica 
ativa, gota, arritmias cardíacas, doença inflamatória intestinal, enxaqueca ou alcoolismo podem 
ser mais suscetíveis aos efeitos adversos da ingestão excessiva de niacina do que a população 
em geral. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B3 
 
Vitamina B3 
(mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 15 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
6 8 12 16 14 16 14 18 17 
 
 
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SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B3 
 
A niacina (vitamina B3) está disponível como suplemento na forma de ácido nicotínico, 
nicotinamida e na forma de hexanicotinato de inositol. Para otimizar a suplementação de 
niacina, é importante estabelecer de modo claro, qual objetivo queremos atingir. 
O ácido nicotínico, quando administrado em doses altas leva à vasodilatação e consequente 
efeitos colaterais como vermelhidão, prurido e efeitos no trato adversos no gastrointestinal 
incluindo náuseas e vômito. Além disso, outro efeito observado se dá no aumento dos níveis das 
enzimas hepáticas em doses > 750mg/dia. 
É importante ressaltar que doses entre 1 e 3g de de ácido nicotínico, são usadas como agente 
hipolipemiantes, isto é, doses consideras farmacológicas que atuam no tratamento das 
dislipidemias e nutricionistas não podem prescrever doses farmacológicas. 
Outra forma de administração da vitamina B3 é na forma de nicotinamida (NAD). O NAD é uma 
coenzima essencial do corpo humano e participa de diversos processos biológicos, conforme 
mostrado acima. Quando suplementada é mais bem tolerada e não causa rubor (do inglês, 
flushing) em decorrência do processo de vasodilatação; no entanto, a nicotinamida não 
apresenta efeito sob perfil lipídico, torando-a assim, ineficaz para esse objetivo. 
Já a forma química hexanicotinato de Inositol, corresponde a um composto químico estruturado 
em seis moléculas de ácido nicotínico (niacina) com uma molécula de inositol ao centro da 
estrutura. Quando suplementada nessa forma, não causa flushing pois sua liberação ocorre de 
modo gradual. Além disso, essa forma pode ser administrada em doses maiores que na forma 
ácido nicotínico. 
Vale destacar que indivíduos com boa ingestão proteica raramente irão apresentar déficits nos 
níveis de vitamina B3. Em contra partida, pacientes idosos, desnutridos ou em dialise, por 
exemplo, podem se beneficiar de sua suplementação. 
 
Vitamina B3 
(Niacina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
500 16 - 35mg 
1- Hexanicotinato de inositol 
2- Nicotinamida 
3- Ácido nicotínico 
- Pode usar as formas nicotinamida e hexanicotinato de inositol quando for prescrever 
doses farmacológicas, para doses nutricionais (< 35mg) normalmente não ocorrem efeitos 
colaterais. 
 
 
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CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B3 (14- 16 mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Abacate 100g 1,9 
Frango cozido 100g 13,4 
Cenoura cozida 50g 1,34 
Amêndoas 30g 1,16 
 Total: 17,8 
 
 
 
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CAPÍTULO 15 - VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO) 
 
O ácido pantotênico, conhecido como vitamina B5, é um precursor na biossíntese da coenzima 
A (CoA), essencial em uma variedade de reações bioquímicas essenciais. 
 
FUNÇÕES 
 
A coenzima A reage com grupos acil, dando origem a derivados tioéster, como acetil-CoA, 
succinil-CoA, malonil-CoA e 3-hidroxi-3-metilglutaril (HMG – CoA). A coenzima A e seus 
derivados acil são necessários para reações que geram energia a partir da degradação da 
gordura, isto é, via β- oxidação, carboidratos e proteínas da dieta. Além disso, a coenzima A na 
forma de acetil-CoA e succinil-CoA está envolvida no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs), na 
síntese de gorduras e colesterol, hormônios esteroides, vitaminas A e D, e do neurotransmissor 
acetilcolina. Os derivados da coenzima A também são necessários para a síntese do hormônio 
melatonina e para um componente da hemoglobina, chamado heme. Além disso, o 
metabolismo de uma série de drogas e toxinas pelo fígado requer a coenzima A. 
A coenzima A foi nomeada por seu papel nas reações de acetilação. A acetilação de proteínas 
altera a carga geral das proteínas, modificando sua estrutura tridimensional e, potencialmente, 
sua função. Por exemplo, a acetilação é um mecanismo que regula a atividade de hormônios 
peptídicos, incluindo aqueles produzidos pela glândula pituitária. Além disso, a acetilação de 
proteínas, como outras modificações pós-traducionais, demonstrou regular a localização 
subcelular, a função e a meia-vida de muitas moléculas de sinalização, fatores de transcrição e 
enzimas. 
Especificamente associado ao bom funcionamento do DNA, o ácido pantotênico está envolvido 
na acetilação das histonas, desempenhando papel na regulação da expressão gênica, facilitando 
processos de transcrição, enquanto as histonas desacetiladas estão geralmente associadas à 
compactação da cromatina e ao silenciamento do gene. A acetilação das histonas resultou em 
alterações estruturais da cromatina, que afetam as interações DNA-proteína e proteína-
proteína. O crosstalk entre as marcas de acetilação e outras modificações pós-transcricionais 
das histonas também facilita o recrutamento de reguladores transcricionais para o promotor de 
genes que são posteriormente transcritos. 
As bactérias que normalmente colonizam o cólon são capazes de sintetizar ácido pantotênico. 
Um transportador especializado para a absorção de biotina e ácido pantotênico foi identificado 
em células cultivadas derivadas do revestimento do cólon, sugerindo que os humanos podem 
ser capazes de absorver o ácido pantotênico e a biotina produzida por bactérias intestinais. No 
entanto, não se conhece até que ponto a síntese bacteriana contribui para o estado nutricional 
de ácido pantotênico em humanos. 
 
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FONTES ALIMENTARES 
 
O ácido pantotênico está disponível em uma variedade de alimentos, geralmente como um 
componente da coenzima A (CoA). Após a ingestão, a coenzima A e a fosfopanteteína dietéticas 
são hidrolisadas em ácido pantotênico antes da absorção intestinal. Fígado e rins de animais, 
peixes, crustáceos, carne de porco, frango, gema de ovo, leite, iogurte, legumes, cogumelos, 
abacate, brócolis e batata-doce são boas fontes de ácido pantotênico. 
Descrição dos alimentos (100g) B5 (mg) 
Bife de fígado 6,5 
Semente de girassol 6,6 
Ovo 2,8 
Peixe (truta) 2,3 
Iogurte 0,8 
Brócolis 0,9 
Amendoim 1,6 
Laranja 0,9 
 
BIODISPONIBILIDADE 
 
Os grãos integrais também são boas fontes de ácido pantotênico, mas o processamento e o 
refino dos grãos podem resultar em uma perda de 35 a 75%. O congelamento e o enlatamento 
de alimentos resultam em perdas semelhantes. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
Ácido pantotênico está amplamente distribuído nos alimentos, recebeu esse nome porque 
“pantothen” significa “de todo lugar”. Por essa razão, a deficiência de ácido pantotênico é muito 
rara e foi observada apenas em casos de desnutrição grave. 
Para que os pesquisadores pudessem observar os sinais e sintomas desenvolvidos pela 
deficiência da vitamina B5, foram necessários estudos clínicos onde os a deficiência foi induzida. 
Prisioneiros da Segunda Guerra Mundial nas Filipinas, Birmânia e Japão experimentaram 
dormência, queimação dolorosae formigamento nos pés; esses sintomas foram aliviados 
especificamente pela suplementação de ácido pantotênico. 
 
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Vitamina B5 
Sinais e sintomas de deficiência 
- dores de cabeça 
- distúrbios gastrointestinais 
- formigamento de mãos e pés 
 
TOXICIDADE 
 
O ácido pantotênico não é conhecido por ser tóxico em humanos. O único efeito adverso 
observado foi diarreia resultante de uma ingestão muito elevada de 10 a 20 g/dia de D-
pantotenato de cálcio. 
A vitamina B5 é geralmente bem tolerada em doses de até 1.200 mg/dia. No entanto, efeitos 
colaterais gastrointestinais, como náuseas e azia, foram relatados. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Excreção urinária de ácido pantotênico 
Deficiente: < 1mg em 24h 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Contraceptivos orais contendo estrogênio e progesterona podem aumentar a necessidade de 
ácido pantotênico. O uso de pantetina em combinação com medicamentos para baixar o 
colesterol chamados estatinas (inibidores da HMG-CoA redutase) ou com ácido nicotínico pode 
produzir efeitos aditivos sobre os lipídios do sangue. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B5 
 
Vitamina B5 
(mg) 
AI (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 17 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
2 3 4 5 5 5 5 6 7 
 
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SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B5 
 
O pantotenato de cálcio é a forma química disponível atualmente para suplementação de 
vitamina B5. O pantotenato de cálcio corresponde ao sal cálcico de 
diidroxidimetiloxobutilalamina (ácido pantotênico), precursor da coenzima A, importante no 
metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. É usado igualmente na biossíntese de 
esteróides, porfirinas, acetilcolina e outras substâncias. Pode também ser necessário para a 
função epitelial normal, como destacado no início do capítulo. 
No entanto, não há indicação para o ácido pantotênico isolado. Devido a sua ampla distribuição 
nos alimentos e aos pouquíssimos estudos clínicos, não há justificativa para a suplementação 
isolada de B5. Nesse cenário, a suplementação do ácido pantotênico em associação à outras 
vitaminas do complexo B, com objetivo de garantir estado nutricional adequado, como em pós 
cirurgia bariátrica, dietas muito restritivas, diarreia crônica etc., não há contraindicações. 
 
Vitamina B5 
(Ácido 
Pantotênico) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 15 a 30mg/dia 1- Pantotenato de cálcio 
 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE 
VITAMINA B3 (5mg - AI): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Iogurte 100g 0,8 
Laranja 100g 0,9 
Peixe (truta) 100g 2,3 
Brócolis 100g 0,9 
 Total: 4,9 
 
 
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CAPÍTULO 16 - VITAMINA B6 (PIRIDOXINA) 
 
A vitamina B6 apresenta-se na forma de piridoxina, piridoxal, piridoxamina e piridoxal fosfato 
(forma ativa), participando de diversas reações bioquímicas. Essas reações são catalisadas por 
enzimas dependentes de piridoxina e envolvidas em processos biológicos essenciais, como a 
biossíntese de hemoglobina e aminoácidos, bem como no metabolismo de ácidos graxos. A 
vitamina B6 é essencial como coenzima para a glicogênio fosforilase, responsável pela liberação 
de glicose a partir do glicogênio armazenado. 
 
FUNÇÕES 
 
Devido sua atividade como cofator, a vitamina B6 apresenta um conjunto de enzimas que 
dependem de sua presença para desempenhar suas funções, são elas: 
Tipo I - família aspartato aminotransferase 
Tipo II - família da triptofano sintase 
Tipo III - família alanina racemase 
Tipo IV - família de D-aminoácido aminotransferase 
Tipo V - família da glicogênio fosforilase 
A piridoxina também é fundamental em outros processos, como por exemplo no sistema 
nervoso. No cérebro, a enzima L-aminoácido descarboxilase aromática (AADC ou AAAD) 
dependente de piridoxina catalisa a síntese de dois neurotransmissores principais: (1) 
serotonina a partir do aminoácido triptofano e (2) dopamina em decorrência da L-3,4-
dihidroxifenilalanina (L-Dopa). Outros neurotransmissores, incluindo glicina, D-serina, 
glutamato, histamina e ácido γ-aminobutírico (GABA) também são sintetizados em reações 
catalisadas por enzimas dependentes de piridoxina. 
No metabolismo do triptofano: as principais reações que ocorrem na via triptofano-quinurenina 
são dependentes de vitamina B6; em particular, a piridoxina é cofator para a enzima 
quinureninase, que catalisa a conversão de 3-hidroxiquinurenina em ácido 3-hidroxiantranílico. 
Uma redução na disponibilidade de vitamina B6 parece afetar principalmente a atividade da 
quinureninase, limitando a produção de NAD e levando a maiores concentrações de 
quinurenina, 3-hidroxiquinurenina e ácido xanturênico no sangue e na urina. Assim, embora a 
restrição dietética de vitamina B6 prejudique a síntese de NAD a partir do triptofano, os níveis 
adequados de piridoxal 5'-fosfato (PLP) ajudam a manter a formação de NAD a partir do 
triptofano. 
Síntese e função de hemoglobina: a vitamina B6 funciona como uma coenzima da sintase do 
ácido 5-aminolevulínico, que está envolvida na síntese de heme, um componente da 
hemoglobina que contém ferro. A vitamina B6 é capaz de se ligar à molécula de hemoglobina e 
afetar sua capacidade de captar e liberar oxigênio. 
Síntese de ácido nucléico: a síntese de ácidos nucléicos a partir de precursores timidina e 
purinas é dependente de coenzimas de folato. A via de biossíntese de novo do timidilato (dTMP) 
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envolve três enzimas: diidrofolato redutase (DHFR), serina hidroximetiltransferase (SHMT) e 
timidilato sintase (TYMS). A piridoxina atua como uma coenzima para serina 
hidroximetiltransferase (SHMT), que catalisa as conversõessimultâneas de serina em glicina e 
tetrahidrofolato (THF) em 5,10-metileno THF. A última molécula é o doador de um carbono para 
a geração de dTMP a partir de monofosfato de desoxiuridina (dUMP) por TYMS. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A vitamina B6 é encontrada com maior frequência em alimentos de origem animal, como carnes, 
de porco principalmente, leite e ovos. Entre os alimentos de origem vegetal, as principais fontes 
são: batata inglesa, aveia, banana, gérmen de trigo, abacate, levedo de cerveja, cereais, 
sementes e nozes. 
Descrição dos alimentos (100g) B6 (mg) 
Bife de fígado 1,43 
Banana 0,70 
Salmão cozido 0,65 
Frango cozido 0,63 
Castanhas 0,50 
Batata assada com casca 0,42 
Camarão cozido 0,40 
Carne de boi 0,40 
Abacate 0,28 
Avelã 0,21 
Suco de ameixa 0,21 
Manga 0,14 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência grave de vitamina B6 é incomum. Acredita-se que os alcoólatras correm maior risco 
de deficiência devido à baixa ingestão alimentar e ao metabolismo prejudicado da vitamina. 
Além disso, a deficiência de B6 é comum em pacientes com artrite reumatoide e outras doenças 
inflamatórias. O quadro inflamatório desenvolvido em decorrência da doença, causa depleção 
de B6. 
 
Há evidências que sugerem que a ingestão adequada de vitamina B6 é importante para o 
funcionamento ideal do sistema imunológico. No entanto, a inflamação crônica que 
desencadeia a degradação do triptofano e está subjacente a muitas doenças (por exemplo, 
doença cardiovascular e câncer) pode precipitar a perda de piridoxal 5'-fosfato e aumentar as 
necessidades de B6. Pesquisas adicionais são necessárias para avaliar se a ingestão de vitamina 
B6 acima da RDA atual pode prevenir e/ou reverter deficiências do sistema imunológico. 
 
Padrões anormais de eletroencefalograma também foram relatados em adultos com deficiência 
de B6. Outros sintomas neurológicos observados na deficiência grave de vitamina B6 incluem 
irritabilidade, depressão e confusão; os sintomas adicionais incluem inflamação da língua, 
feridas ou úlceras da boca e úlceras da pele nos cantos da boca. 
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O uso de contraceptivos orais parece diminuir as concentrações plasmáticas de piridoxal fosfato. 
Mulheres grávidas com pré-eclampsia ou eclampsia também tem menores concentrações de 
piridoxal fosfato. Via fundamental ativada durante as respostas imunes pró-inflamatórias na 
tolerância imunológica do feto durante a gravidez, a via do triptofano-quinurenina é 
dependente da coenzima da vitamina B6, piridoxal 5'-fosfato, para realizar suas funções. 
 
 
Vitamina B6 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Dermatite seborreica 
- Anemia microcítica (diminuição de HCM e VCM) 
- Convulsões (provavelmente devido aos aumentos 
níveis de metabólitos do triptofano que se acumulam 
no cérebro de animais deficientes em B6) 
- Depressão e confusão 
- Aumento de homocisteína 
 
TOXICIDADE 
 
Embora a vitamina B6 seja uma vitamina hidrossolúvel, excretada na urina, a suplementação em 
longo prazo com doses muito altas pode resultar em sintomas neurológicos dolorosos 
conhecidos como neuropatia sensorial. Os sintomas incluem dor e dormência nas extremidades 
e, em casos graves, dificuldade para caminhar. A neuropatia sensorial geralmente se desenvolve 
com doses de piridoxina superiores a 1.000mg por dia. No entanto, houve alguns relatos de 
casos de indivíduos que desenvolveram neuropatias sensoriais com doses inferiores a 500mg 
por dia durante um período de meses. Nenhum dos estudos em que um exame neurológico 
objetivo foi realizado relatou evidências de danos nos nervos sensoriais com ingestões abaixo 
de 200mg de piridoxina por dia. 
 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Vitamina B6 total no plasma 
Adequado: > 40 nmol (10µg/L) 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Certos medicamentos interferem no metabolismo da vitamina B6 tornando essas populações 
vulneráveis à deficiência, como por exemplo, mulheres que usam anticoncepcionais orais 
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apresentam níveis plasmáticos de piridoxal fosfato baixos em comparação com mulheres que 
nunca usaram esse tipo de contraceptivo, sugerindo que o conteúdo de estrogênio dos 
anticoncepcionais pode interferir no metabolismo da B6. 
Medicamentos anti-tuberculose (por exemplo, isoniazida e cicloserina), o quelante de metal 
penicilamina e drogas anti-parkinsonianas, como L-Dopa, podem formar complexos com a 
vitamina B6 e limitar sua biodisponibilidade, criando assim uma deficiência funcional. A teofilina, 
usada para tratamento da asma, também pode diminuir a biodisponibilidade de vitamina B6, 
levando a uma deficiência funcional. 
A biodisponibilidade de piridoxal fosfato também pode ser reduzida por metilxantinas, como a 
teofilina usada para tratar certas doenças respiratórias. O uso de longo prazo de 
antiinflamatórios não esteroidais (AINEs; por exemplo, celecoxibe e naproxeno) também pode 
prejudicar o metabolismo da vitamina B6. Por outro lado, descobriu-se que altas doses de 
vitamina B6 diminuem a eficácia de dois anticonvulsivantes, fenobarbital e fenitoína, e de L-
Dopa. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B6 
 
Vitamina B6 
(mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
0,5 0,6 1 1,3 1,2 1,3 1,3 1,9 2 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B6 
 
Quando falamos em formas químicas disponíveis para suplementação da vitamina B6, a forma 
mais eficiente parece ser a forma ativa da piridoxina, na forma piridoxal fosfato (ou piridoxal 5'-
fosfato). No entanto, é preciso destacar que quando administrada nessa forma, o grupamento 
fosfato da molécula é clivado no intestino, isto é, há uma conversão da piridoxal fosfato em 
piridoxina. Nesse cenário, a forma mais efetiva e com melhor custo-benefício para vitamina B6 
é na forma de piridoxina. 
 
Vitamina B6 
(Piridoxina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
100 20 a 98mg 
1- Piridoxina 
2- Piridoxal-fosfato (piridoxal 5'-
fosfato) 
- UL considera a ingestão alimentar + dose de suplementação. Isso deve ser 
considerado na hora de definir uma dose de suplementação de acordo com as 
necessidades do paciente; 
 
 
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CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B6 (1,3mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Banana 100g 0,70 
Salmão cozido 100g 0,65 
Batata assada com casca 100g 0,42 
 Total: 1,77 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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CAPÍTULO 17 - VITAMINA B7 (BIOTINA) 
 
A biotina é uma vitamina hidrossolúvel da família do complexo B. A bBiotina, também conhecida 
como vitamina B7, é uma vitamina essencial que funciona como coenzima no metabolismo das 
purinas e dos carboidratos. Atua na formação da pele, unhas e cabelo, na utilização dos hidratos 
de carbono e na síntese de ácidos graxos. 
FUNÇÕES 
 
A biotina atua como coenzima para quatro enzimas da família das carboxilases: 
a) Piruvato carboxilase: forma o oxaloacetato, precursor para gliconeogênese; 
Piruvato carboxilase é uma enzima crítica na gliconeogênese - a formação de glicose a partir de 
outras fontes que não carboidratos, como piruvato, lactato, glicerol e os aminoácidos 
glicogênicos. A piruvato carboxilase catalisa a incorporação dependente de ATP de bicarbonato 
no piruvato, produzindo oxaloacetato; portanto, a piruvato carboxilase é anaplerótica para o 
ciclo do ácido cítrico. O oxaloacetato pode então ser convertido em fosfoenolpiruvato e, 
eventualmente, em glicose. 
 
b) Acetil-CoA carboxilases (I e II): formação do malonil-CoA, precursor para a síntese de 
ácidos graxo; 
Tanto a acetil-Coenzima A carboxilase 1 (ACC1) quanto a acetil-CoA carboxilase 2 (ACC2), 
catalisam a conversão de acetil-CoA em malonil-CoA usando bicarbonato e ATP; o malonil-CoA 
gerado via ACC1 é um substrato limitante da taxa para a síntese de ácidos graxos no citosol, e 
malonil-CoA gerado via ACC2 inibe CPT1, uma enzima da membrana mitocondrial externa 
importante na oxidação de ácidos graxos. ACC1 é encontrado em todos os tecidos e é 
particularmente ativo em tecidos lipogênicos (isto é, fígado, tecido adiposo branco e glândula 
mamária), coração e ilhotas pancreáticas. ACC2 é especialmente abundante no músculo 
esquelético e no coração. 
 
c) Propionil-CoA carboxilase: participação na oxidação de ácidos graxos e degradação de 
aminoácidos; 
A propionil-CoA carboxilase produz D-malonil-CoA a partir de propionil-CoA, um subproduto da 
β-oxidação de ácidos graxos com um número ímpar de átomos de carbono. A conversão de 
propionil-CoA em D-malonil-CoA também é necessária nas vias catabólicas de dois aminoácidos 
de cadeia ramificada (isoleucina e valina), metionina, treonina e a cadeia lateral do colesterol. 
 
d) Metil-crotonil carboxilase: atua na degradação da leucina 
Metil-crotonil-CoA carboxilase catalisa uma etapa essencial no catabolismo da leucina, um 
aminoácido essencial de cadeia ramificada (BCAA). Esta enzima contendo biotina catalisa a 
produção de 3-metilglutaconil-CoA a partir de metilcrotonil-CoA. 
 
Biotinilação 
 
A biotinilação é o processo de ligação covalente da biotina a uma proteína, ácido nucleico ou 
outra molécula. Quando a biotina é abundante, a holocarboxilase sintetase (HCS) pode biotinilar 
as histonas H4 no promotor SLC5A6, que interrompe a síntese do transportador multivitamínico 
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dependente de sódio humano (hSMVT) e reduz a absorção de biotina. Por outro lado, em células 
com deficiência de biotina, as marcas de biotinilação no promotor SLC5A6 são removidas de 
forma que a expressão gênica possa ocorrer, possibilitando a síntese de hSMVT e, 
posteriormente, aumentando a captação de biotina. 
 
A biotina participa ainda da regulação da estrutura da cromatina e em processos de expressão 
gênica. Nos núcleos eucarióticos, o DNA é empacotado em estruturas compactas para formar 
nucleossomos - unidades fundamentais da cromatina. Cada nucleossomo é composto por 147 
pares de bases de DNA envolvidos em oito histonas (histonas emparelhadas: H2A, H2B, H3 e 
H4). Outra histona, chamada ligante H1, está localizada na superfície externa de cada 
nucleossomo e serve como uma âncora para fixar o DNA ao redor do núcleo da histona. O 
empacotamento compacto da cromatina deve ser relaxado de tempos em tempos para permitir 
que processos biológicos, como replicação e transcrição de DNA ocorram. As modificações 
químicas do DNA e das histonas afetam o dobramento da cromatina, aumentando ou reduzindo 
a acessibilidade do DNA aos fatores envolvidos nos processos mencionados. 
 
Além disso, a maioria das bactérias que normalmente colonizam o intestino delgado e o cólon 
sintetizam biotina. Se a biotina é liberada e absorvida por humanos em quantidades 
significativas permanece desconhecido. A captação de biotina livre nas células intestinais 
através do transportador multivitamínico dependente de sódio humano (hSMVT) foi 
identificada em células cultivadas derivadas do revestimento do intestino delgado e cólon, 
sugerindo que os humanos podem ser capazes de absorver biotina produzida por bactérias. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A biotina é encontrada em muitos alimentos, seja como a forma livre diretamente absorvida 
pelos enterócitos ou como biotina ligada às proteínas da dieta. Gema de ovo e fígado são fontes 
ricas em biotina. 
Descrição dos alimentos (100g) B7 (mcg) 
Levedura de cerveja 14 – 200mcg 
Fígado de boi 27 – 35 
Ovo 16 - 50 
Queijo 1,2 – 3,0 
Avocado 1 – 3,0 
Couve-flor 0,2 – 4,0 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Vitamina B5: grandes doses de ácido pantotênico têm potencial de competir com a biotina pela 
captação intestinal e celular pelo transportador multivitamínico dependente de sódio humano 
(hSMVT). 
A biotina também compartilha o hSMVT com o ácido α-lipóico. Descobriu-se que doses 
farmacológicas de ácido α-lipóico diminuem a atividade de carboxilases dependentes de biotina 
em ratos, mas tal efeito não foi demonstrado em humanos. 
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DEFICIÊNCIA 
 
Embora a deficiência severa de biotina seja muito rara, ela pode ser encontrada em (1) 
indivíduos com nutrição parenteral sem suplementação de biotina em sua composição; (2) em 
bebês alimentados com uma fórmula elementar desprovida de biotina; e(3) consumo de altas 
quantidades de clara de ovo crua por um período prolongado. 
A clara de ovo crua contém uma proteína antimicrobiana conhecida como avidina, que pode se 
ligar à biotina e impedir sua absorção. Cozinhar a clara de ovo desnatura a avidina, tornando-a 
suscetível à digestão e, portanto, incapaz de prevenir a absorção da biotina da dieta. Além disso, 
a deficiência de vitamina B7 pode ocorrem em indivíduos com desnutrição proteico-energética 
severa. 
Outro cenário de deficiência se dá na gestação. A gestação aumenta o requerimento de biotina 
e por essa razão, é comum o aparecimento de deficiência marginal de biotina durante esse 
período. 
Deficiência de biotina também pode ocorrer em consequência de erros inatos do metabolismo 
pela perda da ação da biotinidase - transportador de biotina, o que leva a uma menor a utilização 
de biotina. Além disso, a deficiência da biotina em decorrências dos erros inatos do metabolismo 
pode se dar pela: 
i. Deficiência de biotinidase que leva à deficiência secundária de biotina. A absorção 
intestinal é diminuída porque a falta de biotinidase impede a liberação de biotina da 
proteína dietética. A reciclagem da própria biotina ligada a carboxilases e histonas 
também é prejudicada e a perda urinária de biocitina (N-biotinil-lisina) e biotina é 
aumentada. 
 
ii. Deficiência de holocarboxilase sintetase (HCS): algumas formas de deficiência de HCS 
respondem à suplementação com doses farmacológicas de biotina. A deficiência de HCS 
resulta na formação diminuída de todas as holocarboxilases em concentrações 
fisiológicas de biotina no sangue. 
 
iii. Fenilcetonúria (PKU): concentrações anormalmente elevadas do aminoácido 
fenilalanina no sangue de indivíduos afetados pela PKU podem inibir a atividade da 
biotinidase. 
 
Além disso, outros fatores como o tabagismo, tem sido associado ao aumento do catabolismo 
da biotina, levando a deficiência. Certos tipos de doença hepática podem diminuir a atividade 
da biotinidase e, teoricamente, aumentar a necessidade de biotina. E por fim, o uso de 
anticonvulsivantes aumentam o risco de depleção de biotina. 
 
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Vitamina B7 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Queda de cabelo 
- Vermelhidão ao redor dos olhos, nariz, 
boca e genitais 
- Depressão, letargia, alucinações 
 
TOXICIDADE 
 
Não é conhecida toxicidade por biotina. Em pessoas sem distúrbios do metabolismo da biotina, 
doses de até 5 mg/dia por dois anos não foram associadas a efeitos adversos. 
A suplementação oral de biotina foi bem tolerada em doses de até 200mg/dia (quase 7.000 
vezes a AI) em pessoas com distúrbios hereditários do metabolismo da biotina. A suplementação 
diária com uma formulação altamente concentrada de biotina (100-600mg) por vários meses 
também foi considerada bem tolerada em indivíduos com esclerose múltipla progressiva. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Excreção urinária do ácido hidroxiisovalérico (3HIA) 
Quando em deficiência, corre um aumento no ácido 
hidroxiisovalérico na urina devido à redução na atividade 
da enzima dependente de biotina, a β-metilcrotonil-CoA 
carboxilase. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Indivíduos em terapia anticonvulsivante de longo prazo apresentam concentrações de biotina 
no sangue reduzidas, bem como um aumento da excreção urinária de ácidos orgânicos (por 
exemplo, ácido 3-hidroxiisovalérico), que indicam atividade de carboxilase diminuída. Os 
mecanismos potenciais de depleção de biotina pelos anticonvulsivantes, primidona (Mysoline), 
fenitoína (Dilantin) e carbamazepina (Carbatrol, Tegretol), incluem a inibição da absorção 
intestinal de biotina e reabsorção renal, bem como aumento do catabolismo de biotina. 
O tratamento de longo prazo com medicamentos antibacterianos com sulfonamida ou outros 
antibióticos pode diminuir a síntese bacteriana de biotina. No entanto, dado que não se sabe 
até que ponto a síntese bacteriana contribui para a ingestão de biotina em humanos, os efeitos 
dos antimicrobianos sobre o estado nutricional da biotina permanecem incertos. 
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RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B7 
 
Vitamina B7 
(mcg) 
AI (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
8 12 20 25 25 30 30 30 35 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B7 
 
A biotina é um cofator essencial para as vias metabólicas em humanos; no entanto, a 
suplementação geralmente é desnecessária para a maioria dos pacientes, uma vez que a dieta 
ocidental média contém quantidades suficientes. 
Enquanto a suplementação de biotina é elogiada pelo público em geral por sua contribuição 
para o cabelo crescimento, crescimento das unhas e pele, há uma escassez da literatura que 
apoia a eficácia da biotina para esses fins. No entanto, sabe-se que sua administração é segura, 
onde não foram relatados efeito adversos para doses de até 5mg/dia durante 2 anos. 
Interessantemente, durante a gestação, parece ocorrer uma deficiência marginal de biotina 
através de um aumento na excreção ácido 3-hidroxiisovalérico (3-HIA), um subproduto da via 
de degradação da leucina. 
A produção de ácido 3-hidroxiisovalérico começa com a conversão de 3-metilcrotonil-CoA em 3-
metilglutaconil-CoA na mitocôndria pela enzima dependente de biotina, a metilcrotonil-CoA 
carboxilase. Deficiências de biotina, alta demanda metabólica, como na gestação, certos hábitos 
de vida (tabagismo) ou condições genéticas específicas podem reduzir a atividade da 
metilcrotonil-CoA carboxilase. 
 
Vitamina B7 
(Biotina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 2 – 5mcg/dia - Biotina 
- 
 
 
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CONSUMO DE ALIMENTOS PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE 
VITAMINA B7 (30mcg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mcg) 
Ovo 100g 16,5 
Queijo 100g 2 
Nozes 18g (4 nozes) 6,6 
Avocado 100g 1,5 
Aveia 50g 12 
 Total: 38,6 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
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CAPÍTULO 18 - VITAMINA B9 (FOLATO) 
 
A vitamina B9 pertence à família das vitaminas hidrossolúveis do complexo B. Folato é um termo 
genérico para designar diferentes compostos que têm atividade similar ao ácido 
pteroilglutâmico. O termo ácido fólico é designado para a forma sintética da vitamina B9. Além 
disso, ácido fólico é a forma que a indústria usa para fortificar os alimentos, como por exemplo, 
as farinhas, principalmente nas dietas ocidentais. 
• 5-metil-tetrahidrofolato (5-MTHF) 
• 5-formiltetrahidrofolato (5-FTHF ou folínico) 
• 10-formil-THF 
• 5,10-metileno-THF 
• Tetrahidrofolato (THF) 
 
FUNÇÕES 
 
A principal função das coenzimas de folato estão envolvidas na transferência de unidades de 
carbono para que diferentes reações bioquímicas ocorram. De forma mais pontual, as 
coenzimas de folato atuam como receptores e doadores de unidades de carbono em uma rede 
complexa de reações críticas para o metabolismo de ácidos nucleicos e aminoácidos, bem como 
nas reações de metilação. 
As coenzimas de folato desempenham um papel vital no metabolismo do DNA por meio de duas 
vias diferentes: (1) A síntese de DNA a partir de seus precursores, timidina e purinas; (2) uma 
coenzima de folato é necessária para a síntese de metionina a partir da homocisteína, e a 
metionina é necessária para a síntese de S-adenosilmetionina (SAME). O SAME é um doador de 
grupo metil usado na maioria das reações de metilação, incluindo a metilação de uma série de 
locais no DNA, RNA, proteínas e fosfolipídios. A metilação do DNA desempenha um papel no 
controle da expressão gênica e é crítica durante a diferenciação celular. Aberrações na metilação 
do DNA têm sido associadas ao desenvolvimento de câncer, por exemplo. 
 
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FONTES ALIMENTARES 
 
Os folatos são encontrados numa grande variedade de alimentos. As fontes mais ricas são o 
fígado, os vegetais de folha verde escura, os feijões, o gérmen de trigo e a levedura. Outras 
fontes são a gema de ovo, a linhaça, o suco de laranja e o pão de trigo integral. 
Descrição dos alimentos (100g) B9 (mcg) 
Levedo de cerveja 3912 
Fígado de galinha 770 
Lentilha 179 
Feijão preto 148 
Espinafre 100 
Abacate 62 
Brócolis cozido 61 
Aspargos 140 
BIODISPONIBILIDADE 
 
Os folatos dietéticos existem predominantemente na forma de poliglutamil (contendo vários 
resíduos de glutamato), enquanto o ácido fólico - a forma sintética - é um monoglutamato, 
contendo apenas uma porção de glutamato. Além disso, os folatos naturais são moléculas 
reduzidas, enquanto o ácido fólico é totalmente oxidado. Essas diferenças químicas têm 
implicações importantes para a biodisponibilidade da vitamina, de modo que o ácido fólico é 
consideravelmente mais biodisponível do que os folatos alimentares naturais em níveis 
equivalentes de ingestão. 
A absorção intestinal de folatos dietéticos é um processo de duas etapas que envolve a hidrólise 
de folato-poliglutamatos em derivados monoglutamil, seguida de seu transporte para as células 
intestinais. Lá, o ácido fólico é convertido em um 5-metiltetrahidrofolato (5-MTHF), a principal 
forma de folato em circulação no corpo humano. 
A biodisponibilidade dos folatos de ocorrência natural é inerentemente limitada e variável. Há 
muita variabilidade na facilidade com que os folatos são liberados de diferentes matrizes 
alimentares, e a "cauda" de poliglutamil é removida por desconjugação antes da absorção pelas 
células intestinais. Além disso, outros constituintes da dieta podem contribuir para a 
instabilidade dos folatos durante o processo de digestão. Como resultado, os folatos da dieta 
apresentam biodisponibilidade incompleta em comparação com o ácido fólico. 
A biodisponibilidade do ácido fólico, em contraste, é assumida como 100% quando ingerido 
como suplemento, enquanto o ácido fólico em alimentos fortificados tem cerca de 85% da 
biodisponibilidade do ácido fólico suplementar. 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Aminoácidos: as coenzimas de folato são necessárias para o metabolismo de vários aminoácidos 
importantes, como a metionina, cisteína, serina, glicina e histidina. A síntese da metionina a 
partir da homocisteína é catalisada pela metionina sintase, uma enzima que requer nãoapenas 
folato (como o 5-metiltetraidrofolato), mas também vitamina B12. Assim, a deficiência de folato 
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e/ou vitamina B12 pode resultar na diminuição da síntese de metionina e no acúmulo de 
homocisteína. 
Homocisteína: o metabolismo da homocisteína, um intermediário no metabolismo dos 
aminoácidos contendo enxofre, fornece um exemplo das inter-relações entre os nutrientes. 
Indivíduos saudáveis utilizam duas vias diferentes para metabolizar a homocisteína: (1) uma via 
sintetiza metionina a partir da homocisteína e é dependente tanto do folato quanto da vitamina 
B12 como cofatores; (2) a outra via converte a homocisteína em cisteína, e requer duas enzimas 
dependentes da vitamina B6. Assim, a concentração de homocisteína no sangue é regulada por 
três vitaminas do complexo B: folato, vitamina B12 e vitamina B6. Em alguns indivíduos, a 
riboflavina (vitamina B2) também está envolvida na regulação das concentrações de 
homocisteína. 
Riboflavina: embora menos conhecido, o folato tem uma importante interação metabólica com 
a riboflavina. A riboflavina é um precursor do dinucleotídeo de flavina e adenina (FAD), uma 
coenzima necessária para a atividade da enzima metabolizadora do folato, 5,10-metilenotetra-
hidrofolato redutase (MTHFR). O MTHFR dependente de FAD, por sua vez, catalisa a reação que 
gera 5-metiltetrahidrofolato. Esta forma ativa de folato é necessária para formar metionina a 
partir da homocisteína. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de folato é frequentemente causada por uma insuficiência alimentar; no entanto, 
a deficiência de folato também pode ocorrer em várias outras situações. Por exemplo, o 
consumo crônico de álcool está associado à diminuição da absorção de folato, que além da baixa 
ingestão alimentar, pode levar à deficiência de folato. A deficiência de zinco também pode levar 
a deficiência de folato, uma vez que, interfere na absorção do folato dos alimentos. Sua 
deficiência ocorre também em indivíduos que fazem uso de diuréticos, antidepressivos, 
contraceptivos orais, TRH, corticosteroides, alguns antibióticos, aspirina e anti-inflamatórios 
também pode levar a deficiência de folato. 
 
O tabagismo também está associado ao baixo teor de folato. Em um estudo, as concentrações 
de folato no sangue foram cerca de 15% mais baixas em fumantes do que em não fumantes. 
Além disso, a deficiência de folato pode resultar de algumas condições de má absorção, 
incluindo doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn e colite ulcerosa) e doença celíaca. 
Finalmente, uma série de doenças genéticas que afetam a absorção, transporte ou metabolismo 
de folato podem causar deficiência de folato ou impedir suas funções metabólicas. 
 
A gravidez é uma época em que a necessidade de folato é muito aumentada para sustentar a 
demanda por rápida replicação celular e crescimento do tecido fetal, placentário e materno. 
Condições como câncer ou inflamação crônica também podem resultar em taxas aumentadas 
de divisão celular e metabólica, causando um aumento na demanda corporal por folato. 
 
Curiosamente, um sintoma da deficiência de vitamina B12 é a anemia megaloblástica, que é 
indistinguível daquela associada à deficiência de folato. Grandes doses de ácido fólico 
administradas a um indivíduo com deficiência de vitamina B12 não diagnosticada podem corrigir 
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a anemia megaloblástica sem corrigir a deficiência de vitamina B12 subjacente, deixando o 
indivíduo em risco de desenvolver danos neurológicos irreversíveis. 
 
A saturação metabólica da enzima dihidrofolato redutase (DHFR) por doses orais de ácido fólico 
vindas dos alimentos enriquecidos, foi associada ao aparecimento de ácido fólico não 
metabolizado no sangue. Um estudo conduzido no Brasil com 144 indivíduos, identificou a 
presença ácido fólico não metabolizado em todos os participantes através da dosagem 
sanguínea de UMFA (Unmetabolized Folic Acid). Acredita-se que o padrão alimentar ocidental 
e o consequente aumento no consumo de alimentos fortificados com ácido fólico é o principal 
responsável por esse excesso. No entanto, ainda não se sabe até que ponto esse excesso é 
potencialmente prejudicial, o que reforça o cuidado com suplementação adicional de ácido 
fólico sintético. 
 
Polimorfismos no gene da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR), também podem 
levar a deficiência de folato. A MTHFR é responsável pela forma ativa do folato, o 5-
metiltetrahidrofolato. Quando há polimorfismos (especialmente de C677T) nessa enzima, a 
conversão de 5, 10 metiltenotetrahidrofolato em 5-metiltetrahidrofolato (5-MTHF) fica 
prejudicada. O alelo T causa termolabilidade da enzima, diminuindo assim, sua atividade 
inibindo a formação de 5-MTHF. Além disso, indivíduos que apresentam polimorfismos no alelo 
T, apresentam maiores níveis de homocisteína. Além desse polimorfismo, uma substituição de 
uma citosina (C) por uma timina (T) no nucleotídeo 677 no exon 4 do gene MTHFR leva a uma 
transição de alanina para valina no domínio catalítico da enzima, também pode ocorrer. 
Polimorfismos em outros alelos também apresentam sua importância, como por exemplo, 
indivíduos com o genótipo TT, na maioria dos estudos, estão associados com maior risco de 
hipertensão e estenose de carótida. 
 
 
Vitamina B9 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Anemia megaloblástica (macrocítica) 
- Malformação congênita do SN de bebês 
- Depressão 
- Sonolência 
- Insônia 
- Irritabilidade 
- Acúmulo de homocisteína 
 
TOXICIDADE 
 
Nenhum efeito adverso foi associado ao consumo de folato em excesso nos alimentos. As 
preocupações com a segurança limitam-se à ingestão de ácido fólico sintético. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
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117 
 
Medida mais comum de avaliação: 
Folato sérico 
Medida de avaliação indireta: 
Homocisteína plasmática 
Deficiente: < 7nmol/L (3µg/L) Deficiente: > 15 nmol/L 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como aspirina ou ibuprofeno, usado em 
doses terapêuticas muito grandes, como no tratamento de artrite grave, eles podem interferir 
com o metabolismo do folato. 
O metotrexato é um antagonista do folato usado para tratar várias doenças, incluindo câncer, 
artrite reumatoide e psoríase. Alguns dos efeitos colaterais do metotrexato são semelhantes aos 
da deficiência grave de folato. Além disso, vários outros medicamentos mostraram ter atividade 
antifolato, incluindo trimetoprim (um antibiótico), pirimetamina (um antimalárico), triamtereno 
(um medicamento para pressão sanguínea) e sulfassalazina (um tratamento para colite 
ulcerosa). 
O anticonvulsivante, fenitoína, demonstrou inibir a absorção intestinal de folato, e vários 
estudos associaram a diminuição do status do folato com o uso de longo prazo de 
anticonvulsivantes, fenitoína, fenobarbital e primidona. No entanto, poucos estudos 
controlaram as diferenças na ingestão de folato na dieta entre usuários e não usuários de 
anticonvulsivantes. 
A suplementação de ácido fólico administrada em conjunto com agentes redutores do 
colesterol, como a colestiramina e colestipol, também podem diminuir a absorção de ácido 
fólico. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B9 
 
Vitamina B9 
(mcg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 5 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
150 200 300 400 400 400 400 600 500 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B9 
 
O folato é umas das vitaminas mais versáteis quando a tematica é forma química para 
suplementação. No entanto, ter uma variedade de formas disponíveis para apresentação não 
garante que elas apresentem o mesmo papel, tampouco o mesmo efeito. 
A vitamina B9 na forma de ácido fólico, ou ácido pteroilglutâmico, é a mais utilizada,tanto na 
forma de suplemento, quanto na forma de suplemento alimentar, especificamente às farinhas, 
conforme elucidado anteriormente. Quando opta-se pela suplementação na forma de ácido 
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118 
 
fólico, é necessário lembrar que essa é sua apresentação sintética, e portanto, há a necessidade 
de que ela seja convertida para sua forma ativa, torando-a menos eficaz. Além disso, vale 
destacar que há poliformíssimos que podem dificultar sua metabolização. 
A forma química apresentada como ácido folínico é um derivado da 5-formil da tetrahidrofolato, 
e é encontrado naturalmente em alguns alimentos sem precisar da ação enzimática dada 
dihidrofolato redutase (DHFR), favorecendo assim, sua absorção. 
A 5-metiltetrahidrofolato é a forma biologicamente ativa da vitamina B9; e a principal forma 
encontrada no plasma, o que representa mais de 90% do total de folato. A administração do 
folato a partir da 5-metiltetrahidrofolato, se torna uma vantagem pois não há formação de ácido 
fólico não metabolizado, além de não exigir atividade enzimática, uma vez que já se apresenta 
em sua forma ativa. 
 
Além disso, vale destacar que é necessário observar se indivíduo candidato à suplementação 
consome alimentos fortificados com ácido fólico e alimentos fonte de folato em excesso, pois 
muitas vezes não será necessário suplementá-lo, salva exceções como aumento nos níveis de 
homocisteína, indivíduos diagnosticados com artrite reumatóide, e em uso de antidepressivos, 
por exemplo. 
 
Vitamina B9 
(Folato) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
1000 100 a 800mcg 
1- Metiltetrahidrofolato 
2- Ácido folínico 
- Lembre-se que 1000 mcg é a somatória do consumo alimentar com a 
suplementação; 
- Não suplementar mais de 200mcg/dose para não aumentar a quantidade de 
ácido fólico não metabolizado circulante, que pode ter efeito prejudicial; 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B9 (400mcg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mcg) 
Lentilha 100g 179 
Aspargos 100g 140 
Espinafre 100g 100 
Abacate 100g 62 
 Total: 481 
 
 
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121 
 
CAPÍTULO 19 - VITAMINA B12 (COBALAMINA) 
 
A cobalamina, também conhecida como vitamina B12, apresenta uma molécula de cobalto no 
centro de sua estrutura, conferindo assim, propriedades singulares, quando comparada a outras 
vitaminas do complexo B. 
FUNÇÕES 
 
Dentre suas funções, está sua participação como cofator da enzima dependente do folato, a 
metionina sintase (MS). Esta enzima é necessária para a síntese do aminoácido metionina a 
partir da homocisteína. A metionina, por sua vez, é necessária para a síntese de S-
adenosilmetionina, um doador de grupo metil usado em muitas reações de metilação, incluindo 
a metilação de DNA, RNA e proteínas. Padrões aberrantes de metilação causam alteração da 
cromatina e alteram a expressão gênica, além de que, quando desempenha uma função 
inadequada, a MS pode levar ao acúmulo de homocisteína, associada ao aumento do risco de 
doenças cardiovasculares. 
 
Além disso, a vitamina B12 em sua forma 5-desoxiadenosilcobalamina, é necessária para a 
enzima L-metilmalonil-CoA mutase, que catalisa a conversão de L-metilmalonil-CoA em succinil-
coenzima A (succinil-CoA), que então entra no ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs). O succinil-
CoA desempenha um papel importante na produção de energia de lipídios e proteínas e é 
necessária para a síntese de hemoglobina. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A vitamina B12 está presente em boas quantidades nos alimentos de origem animal, 
especialmente nos peixes de águas frias e profundas, como salmão, truta e atum, fígado, carne 
de porco, leite e derivados, ovos e ostras. 
Descrição dos alimentos (100g) B12 (mcg) 
Salmão cozido 2,8 
Carne bovina cozida 2,5 
Queijo cottage 2,8 
Carneiro cozido 2,4 
Atum cozido 1,8 
Camarão cozido 1,5 
Ovo cozido* 1,0 
Iogurte desnatado 0,6 
Leite desnatado 0,4 
Leite integral 0,3 
Frango cozido 0,3 
* A vitamina B12 dos ovos apresenta menor absorção, equivalente a 9%. Em contrapartida, nas 
carnes a absorção é de 40 a 66%. 
 
 
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DEFICIÊNCIA 
 
Dentre as causas da deficiência de vitamina B12 está a má absorção intestinal. A má absorção 
intestinal, ao invés da ingestão alimentar inadequada, pode explicar a maioria dos casos de 
deficiência de B12. A absorção de B12 dos alimentos requer o funcionamento normal do 
estômago, pâncreas e intestino delgado. O ácido clorídrico e as enzimas liberam a vitamina B12 
dos alimentos, permitindo que ela se ligue à proteína R (também conhecida como 
transcobalamina-1 ou haptocorrina), encontrada na saliva e nos fluidos gástricos. No ambiente 
alcalino do intestino delgado, as proteínas R são degradadas por enzimas pancreáticas, 
liberando a vitamina B12 para se ligar ao fator intrínseco (FI), uma proteína secretada por células 
especializadas no estômago. Os receptores na superfície do íleo (parte final do intestino 
delgado) captam o complexo IF-B12 apenas na presença de cálcio, que é fornecido pelo pâncreas. 
 
A vitamina B12 também pode ser absorvida por difusão passiva, mas esse processo é muito 
ineficiente - apenas cerca de 1% da absorção da dose de vitamina B12. As causas prevalentes da 
deficiência de vitamina B12 são condições autoimunes, como por exemplo a anemia perniciosa 
e distúrbios de má absorção. 
 
Acredita-se que a gastrite atrófica é uma causa comum de deficiência de B12. A função gástrica 
diminuída em indivíduos com gastrite atrófica pode resultar em crescimento excessivo de 
bactérias no intestino delgado e causar má absorção de vitamina B12, como por exemplo, os 
níveis de vitamina B12 no soro, plasma e fluidos gástricos são significativamente diminuídos em 
indivíduos com infecção por H. pylori, e a erradicação da bactéria demonstrou melhorar 
significativamente as concentrações séricas de cobalamina. 
 
Anemia perniciosa: embora a anemia seja frequentemente um sintoma, a condição é na 
verdade o estágio final de uma inflamação autoimune do estômago conhecida como gastrite 
atrófica autoimune, resultando na destruição das células do estômago pelos próprios anticorpos 
(autoanticorpos). A destruição progressiva das células que revestem o estômago causa 
diminuição da secreção de ácido e enzimas necessárias para liberar a vitamina B12 ligada aos 
alimentos. Os anticorpos contra o fator intrínseco (FI) se ligam ao FI, evitando a formação do 
complexo IF-B12, inibindo ainda mais a absorção da vitamina B12. Cerca de 20% dos familiares de 
pacientes com anemia perniciosa também apresentam a doença, sugerindo uma predisposição 
genética. O tratamento da anemia perniciosa geralmente requer injeções de vitamina B12 , tendo 
em vista que a absorção intestinal está comprometida. Acredita-se ainda que a infecção por H. 
pylori pode estar envolvida no início da resposta autoimune em um subconjunto de indivíduos. 
Além disso, a coocorrência de gastrite atrófica autoimune com outras condições autoimunes, 
especialmente tireoidite autoimune e diabetes mellitus tipo 1, foi relatada. 
 
Má absorção: a má absorção da vitamina B12 ligada a alimentos é definida como uma capacidade 
prejudicada de absorver B12 ligada a alimentos ou proteínas; indivíduos com essa condição 
podem absorver a forma livre. Embora a condição seja a principal causa do baixo status de 
vitamina, geralmente ela está associada à gastrite atrófica, uma inflamação crônica do 
revestimento do estômago que acaba resultando na perda de glândulas do estômago (atrofia) 
e diminuição produção de ácido estomacal. Como o ácido do estômago é necessário para a 
liberação da vitamina B12 das proteínas dos alimentos, a absorção da vitamina B12 é prejudicada. 
 
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123 
 
Distúrbios hereditários de absorção de vitamina B12: casos raros de erros inatos do 
metabolismo da vitamina B12 foram relatados na literatura. A síndrome de Imerslund-Gräsbeck 
é uma síndrome hereditária de má absorção de vitamina B12 que causa anemia megaloblástica 
e distúrbios neurológicos de gravidade variável em indivíduos afetados. Sintomas clínicos 
semelhantes são encontrados em indivíduos com deficiência hereditária de FI (também 
chamada de anemia perniciosa congênita), nos quais a falta de FI resulta na absorção deficiente 
de vitamina B12. Além disso, foram identificadas mutações que afetam o transporte da vitamina 
B12 no organismo. 
 
Outras causas da deficiência de vitamina B12 incluem a ressecção cirúrgica do estômago ou de 
partes do intestino delgado, onde os receptores do complexo IF-B12 estão localizados. Condições 
que afetam o intestino delgado, como síndromes de má absorção (como a doença celíaca), 
também podem resultar em deficiência de vitamina B12. Como o pâncreas fornece enzimas 
essenciais, bem como o cálcio necessário para a absorção de vitamina B12, a insuficiência 
pancreática pode contribuir para a deficiência de B12. 
 
Além disso, a vitamina B12 é encontrada em alimentos de origem animal, uma dieta vegetariana 
estrita (vegana) pode resultar em casos de deficiência de vitamina B12. Os alcoólatras também 
podem experimentar redução da absorção intestinal de vitamina B12, e os indivíduos com 
síndrome da imunodeficiência adquirida(AIDS) parecem estar em maior risco de deficiência, 
possivelmente relacionado a uma falha do receptor IF-B12 em captar o IF- Complexo B12. 
 
Vitamina B12 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Anemia macrocítica (megaloblástica) 
- Glossite 
- Cansaço, perda de apetite, obstipação 
- Neuropatia periférica 
- Adormecimento de mãos e pés 
- Perda de memória 
- Desorientação 
- Demência 
- Dificuldade para andar 
 
TOXICIDADE 
 
Nenhum efeito tóxico ou adverso foi associado à grande ingestão de vitamina B12 em alimentos 
ou suplementos em pessoas saudáveis. Doses de até 2mg (2.000μg) por dia por via oral ou 1mg 
por mês por injeção intramuscular têm sido usadas para tratar a anemia perniciosa sem efeitos 
colaterais significativos. Quando altas doses de vitamina B12 são administradas por via oral, 
apenas uma pequena porcentagem pode ser absorvida, o que pode explicar a baixa toxicidade. 
 
 
 
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AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medida mais comum de 
avaliação: 
Cobalamina sérica total 
Medida de avaliação: 
Ácido metilmalônico (MMA): 
soro ou urina 
Medida de avaliação 
indireta: 
Homocisteína plasmática 
Deficiente: < 200 Deficiente: < 0,4 µmol/L Deficiente: < 10 µmol/L 
 
O exame de cobalamina sérica representa um total de 3 frações da vitamina B12, são elas: 
• Haptocorrina (HC) representa a maior fração de vitamina B12, mas apresenta-se de 
forma inerte; 
• Holotranscobalamina (HoloTC) representa de 10 a 30% e é considerada a forma ativa 
da vitamina B12; 
• TC3 uma fração minoritária. 
A dosagem sérica de vitamina B12 sofre algumas restrições pelos problemas de sensibilidade e 
especificidade, podendo ocorrer sintomas de deficiência mesmo com vitamina B12 sérica dentro 
dos níveis normais ou, de outro modo, ocorrendo baixos níveis de vitamina B12 sérica sem, 
contudo, apresentar baixos níveis da fração de vitamina realmente disponível para as células 
(transcobalamina) e sem apresentar sintomatologia. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Vários medicamentos reduzem a absorção da vitamina B12. Os inibidores da bomba de prótons 
(por exemplo, omeprazol e pantoprazol), diminuem significativamente a secreção de ácido 
clorídrico necessária para a liberação da B12 dos alimentos. O uso prolongado de inibidores da 
bomba de prótons reduz os níveis de vitamina B12 no sangue. Outra classe de inibidores do ácido 
gástrico conhecida como antagonistas do receptor de histamina 2 (H2) (por exemplo, cimetidina, 
famotidina e ranitidina), frequentemente usados para tratar úlcera péptica, também diminuiu a 
absorção de vitamina B12 dos alimentos. 
Outros medicamentos que inibem a absorção de vitamina B12 dos alimentos incluem 
colestiramina (uma resina de ligação aos ácidos biliares usada no tratamento do colesterol alto), 
cloranfenicol e neomicina (antibióticos) e colchicina (medicamento para o tratamento da gota). 
A metformina, um medicamento para indivíduos com diabetes tipo 2 também diminuiu a 
absorção de vitamina B12 ao reduzir a disponibilidade de cálcio para a absorção do complexo IF-
B12. No entanto, o significado clínico disso não é claro. Não se sabe se a suplementação de cálcio 
de forma crônica pode reverter a má absorção de vitamina B12; portanto, a suplementação de 
cálcio não é atualmente prescrita para a prevenção ou tratamento da deficiência de vitamina 
B12 induzida por metformina. 
O óxido nitroso, um anestésico é capaz de oxidar e inativar a vitamina B12, inibindo assim ambas 
as enzimas dependentes de B12 e pode produzir muitas das características clínicas da deficiência, 
como anemia megaloblástica ou neuropatia. 
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Grandes doses de ácido fólico administradas a um indivíduo com deficiência de vitamina B12 não 
diagnosticada poderiam corrigir a anemia megaloblástica sem corrigir a deficiência de vitamina 
B12 subjacente, deixando o indivíduo em risco de desenvolver danos neurológicos irreversíveis. 
 
RECOMENDAÇÃO DE VITAMINA B12 
 
Vitamina B12 
(mcg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 6 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
0,9 1,2 1,8 2,4 2,4 2,4 2,4 2,6 2,8 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA B12 
 
Quando avaliamos as formas quimicamente disponíveis para vitamina B12, encontramos 
basicamente dois tipos, a cianocobalamina, apresentada pela forma sintética da vitamina B12 e 
as formas naturais da cobalamina, isto é, e a metilcobalamina, adenosilcobalmina e 
hidroxicobalamina. 
A cianocobalamina, que é a forma sintética, é mais utilizada para suplementação da vitamina 
B12. A biodisponibilidade de cada forma é influenciada por diversos fatores como patologias 
gastrointestinais, idade e genética. Apesar de alguns estudos de biodisponibilidade serem ainda 
contraditórios, a maior parte dos estudos clínicos mostrou que a forma cianocobalamina tem 
menor biodisponibilidade. Adicionalmente, esta libera cianeto em sua metabolização e o 
consumo em longo prazo pode resultar em acúmulo deste metabólito tóxico nos tecidos. 
Devido à presença de diversos polimorfismos, a resposta à suplementação de uma ou outra 
forma química pode ser diferente, e caso não sejam conhecidos os polimorfismos do paciente, 
muitas vezes será necessário testar diferentes formas químicas e avaliar a resposta terapêutica. 
Dentre as formas naturais disponíveis para suplementação (hidroxi, metil ou 
adenosilcobalamina), a metilcobalamina e adenosilcobalmina são formas biologicamente ativas, 
no entanto, não são absorvidas nesta forma, isto é, precisam ser formadas endogenamente. No 
processo de metabolização, tanto a metilcobalamina, quanto as demais formas naturais, serão 
convertidas em cobalamina para que de fato, ela exerce sua função. 
 
Vitamina B12 
(Cobalamina) 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 100 a 500mcg 
1- Metilcobalamina 
2- Adenosilcobalamina 
- Idosos geralmente necessitam doses maiores de suplementação, usar pelo menos 
500mcg - importante avaliar o estado nutricional; 
- Na dose de 500mcg o resultado da suplementação via oral ou sublingual, é a 
mesma. 
 
 
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CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE VITAMINA B12 (2,4mcg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mcg) 
Iogurte desnatado 100g 0,6 
Queijo cottage 100g 2,8 
Carne bovina cozida 100g 2,5 
 Total: 5,9 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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129 
 
RESUMO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS 
Nutriente Medicamentos Consequência 
Vitamina C 
Anti-inflamatórios não esteroides 
(aspirina, ibuprofeno) 
↓ Vit. C 
Contraceptivo oral 
(estrogênio) 
↓ Vit. C 
Inibidores da bomba de prótons 
(omeprazol, lansoprazol) 
↓ Vit. C 
Antipsicótico 
(prolixin) 
↓ fármaco 
Antirretroviral 
(crixivan) 
↓ fármaco 
Anticoagulantes 
(varfarina) 
↓ fármaco 
Vitamina B1 
Diuréticos 
(furosemida) 
↓ Vit. B1 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ Vit. B1 
5-Fluorouracil 
(antimetabólico) 
↓ Vit. B1 
Diuréticos 
(furosemida) 
↓ Vit. B1 
Vitamina B2 
Contraceptivo oral 
(estrogênio) 
↓ Vit. B1 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ Vit. B1 
Antipsicóticos 
(clorpromazina) 
inibe a incorporação da B2 no 
FAD 
Antidepressivos tricíclicos 
inibe a incorporação da B2 no 
FAD 
Antimaláricos 
inibe a incorporação da B2 no 
FAD 
Antibióticos 
(quinacrina) 
inibe a incorporação da B2 no 
FAD 
Adriaminicina 
(quimiot) 
inibe a incorporação da B2 no 
FAD 
Vitamina B3 
Estatinas 
(lipitor, zocor, lovasterol, pravacol) 
risco de rabdomiólise 
Sequestradores de ácido biliar 
(colestiramina, colestipol) 
risco de miopatia 
Antilipêmico 
(lopid) 
risco de miopatia 
Analgésicos e antipiréticos 
(paracetamol) 
risco de hepatotoxicidade 
Antiarrítmico/vasodilatador risco de hepatotoxicidade 
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(cordarone) 
Antiepilético 
(tegretol) 
risco de hepatotoxicidade 
Agentes uricosúricos 
(probalan) 
reduz a excreção de ácido 
úrico 
Contraceptivo oral 
(estrogênio) 
↑ Vit. B3 
Antituberculosos 
(isoniazida e cicloserina) 
↓ Vit. B3 
Agentes imunossupressores 
(imuran) 
↑ necessidade de B3 dieta 
6-Mercaptopurina 
(quimioterápico) 
↑ necessidade de B3 dieta 
5’Fluoracil 
(antimetabólico) 
↑ necessidade de B3 dieta 
Vitamina B5 
Contraceptivos orais 
(estrogênio) 
↑ necessidade de B5 
Vitamina B6 
Contraceptivos orais 
(estrogênio) 
↓ Vit. B6 
Antituberculosos 
(isoniazida e cicloserina) 
↓ Vit. B6 
Quelante de metal 
(penicilamina) 
↓ Vit. B6 
Anti-parkinsonianos ↓ Vit. B6 
Antiasmáticos 
(teofilina) 
↓ Vit. B6 
Anti-inflamatórios não esteroides 
(aspirina, ibuprofeno) 
↓ Vit. B6 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ fármaco 
Vitamina B7 
Anticonvulsivante 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
↓ Vit. B7 
Antimicrobiano 
(sulfassalazina) 
↓ síntese bacteriana 
Antibióticos ↓ síntese bacteriana 
Vitamina B9 
Anti-inflamatórios não esteroides 
(aspirina, ibuprofeno) 
↓ Vit. B9 
Antimetabólitos 
(metotrexato) 
antagonista do folato 
Antibiótico 
(trimetoprim) 
antagonista do folato 
Antimalárico 
(pirimetamina) 
antagonista do folato 
Diuréticos 
(triamtereno) 
antagonista do folato 
Antimicrobiano 
(sulfassalazina) 
antagonista do folato 
Anticonvulsivante ↓ Vit. B9 
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131 
 
(dilantin, cerebyx, luminal, tegretol e 
rimactane) 
Hipocolesterolemiantes 
(colestiramina e colestipol) 
↓ Vit. B9 
Vitamina B12 
Inibidores da bomba de prótons 
(Omeprazol, Lansoprazol) 
↓ Vit. B9 
Antagonistas do receptor de histamina2 (H2) 
(cimetidina, famotidina e ranitidina) 
↓ Vit. B9 
Sequestradores de ácido biliar 
(colestiramina, colestipol) 
↓ Vit. B9 
Hipoglicemiantes 
(glifage e metformina) 
↓ Vit. B9 
 
 
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CAPÍTULO 20 - CÁLCIO 
 
O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano. Cerca de 99% do cálcio do corpo é 
encontrado nos ossos e dentes, enquanto o outro 1% é encontrado no sangue e nos tecidos 
moles. As concentrações de cálcio no sangue e no fluido extracelular devem ser mantidas dentro 
de uma faixa estreita para o funcionamento fisiológico normal. 
 
FUNÇÕES 
 
As funções fisiológicas do cálcio (Ca) são tão vitais para a sobrevivência que o corpo estimula a 
reabsorção óssea (desmineralização) para manter as concentrações normais de cálcio no sangue 
quando a ingestão é inadequada. Assim, a ingestão adequada de cálcio é um fator crítico na 
manutenção de um esqueleto saudável. 
As concentrações de cálcio no sangue e nos fluidos que circundam as células são rigidamente 
controladas para preservar a função fisiológica normal. Uma ligeira queda na concentração de 
cálcio no sangue (por exemplo, no caso de ingestão inadequada de cálcio) é detectada pelas 
glândulas paratireoides, resultando na secreção aumentada de paratormônio (PTH). Nos rins, o 
PTH estimula a conversão da vitamina D em sua formaativa, a 1,25-di-hidroxivitamina D, que 
diminui rapidamente a excreção urinária de cálcio, e aumenta a excreção urinária de fósforo. 
Elevações do PTH também estimulam a reabsorção óssea, resultando na liberação de mineral 
ósseo (cálcio e fosfato) - ações que também contribuem para restaurar as concentrações séricas 
de cálcio. 
O aumento da 1,25-di-hidroxivitamina D circulante também desencadeia a absorção intestinal 
de cálcio e fósforo. Assim como o PTH, a 1,25-di-hidroxivitamina D estimula a liberação de cálcio 
dos ossos, ativando os osteoclastos (células de reabsorção óssea). Quando o cálcio no sangue 
atinge níveis normais, as glândulas paratireoides param de secretar PTH. Um ligeiro aumento na 
concentração de cálcio no sangue estimula a produção e secreção do hormônio peptídico, 
calcitonina (CT), pela glândula tireoide. A CT inibe a secreção de PTH, diminui a reabsorção óssea 
e a absorção intestinal de cálcio e aumenta a excreção urinária de cálcio. Em contrapartida, 
mudanças agudas nas concentrações de cálcio no sangue não parecem provocar a secreção do 
fator de crescimento de fibroblasto 23 (FGF-23), um hormônio fosfatúrico, que é produzido por 
osteoblastos e osteócitos em resposta a aumentos na ingestão de fósforo. Embora este sistema 
complexo permita um controle rápido e rígido das concentrações de cálcio no sangue, há uma 
perda óssea significativa. 
O cálcio também desempenha papel indispensável na mediação da constrição e relaxamento 
dos vasos sanguíneos, ou seja, no mecanismo de vasoconstrição e vasodilatação, e na 
transmissão de impulsos nervosos, contração muscular e secreção de hormônios como a 
insulina. 
Células excitáveis, como o músculo esquelético e as células nervosas, contêm canais de cálcio 
dependentes de voltagem em suas membranas celulares que permitem mudanças rápidas nas 
concentrações de cálcio. Por exemplo, quando um impulso nervoso estimula a contração de 
uma fibra muscular, os canais de cálcio na membrana celular se abrem para permitir que os íons 
de cálcio entrem na célula muscular. Dentro da célula, esses íons de cálcio se ligam a proteínas 
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ativadoras, que ajudam a liberar uma enxurrada de íons de cálcio do retículo endoplasmático 
(RE). A ligação do cálcio à proteína troponina-C inicia uma série de etapas que levam à contração 
muscular. A ligação do cálcio à proteína calmodulina, por sua vez, ativa enzimas que quebram o 
glicogênio muscular para fornecer energia em prol da contração muscular. Após a conclusão da 
ação, o cálcio é bombeado para fora da célula ou para o RE até a próxima ativação. 
Além disso, o cálcio é necessário ainda para estabilizar diversas proteínas otimizando suas 
atividades. A ligação dos íons de cálcio é necessária para a ativação dos sete fatores de 
coagulação dependentes da vitamina K na cascata de coagulação. O termo "cascata de 
coagulação" refere-se a uma série de eventos, cada um dependente do outro, que para o 
sangramento por meio da formação do coágulo. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
Dentre suas fontes, o cálcio apresenta-se em sua maioria, disponível em alimentos de origem 
láctea, como leite e iogurtes. Além disso, podemos encontrá-lo em algumas oleaginosas, e em 
menor quantidade em peixes. 
Descrição dos alimentos (100g) Ca (mg) 
Iogurte desnatado (245g) 488 
Leite desnatado (245g) 300 
Leite integral (244g) 290 
Amêndoas (78g) 183 
Espinafre cozido (95g)* 140 
Avelãs (68g) 127 
Melado (41g) 84 
* baixa disponibilidade pela presença de oxalato 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Vitamina D: a vitamina D é necessária para a absorção de cálcio, influenciando a retenção de 
cálcio e seu estado nutricional. Os trabalhos de suplementação isolada de cálcio (ou cálcio + 
vitamina D) são controversos, mas existe um risco de aumento da mortalidade, que é 
dependente da dose e principalmente magnitude de aumento do cálcio sérico (por isso 
provavelmente os estudos são contraditórios): um estudo mostrou que a suplementação aguda 
de cálcio, aumenta os níveis séricos de cálcio e consequentemente pode aumentar também a 
espessura da carótida, calcificação aórtica e o risco de morte por doenças cardiovasculares. 
Desta forma, por precaução o ideal é suplementar baixas doses de maneira escalonada, evitando 
o aparecimento de consequências indesejáveis. 
Vitamina K: a vitamina K interage com o cálcio através da proteína GLA de matriz (forma 
carboxilada). Na presença de níveis adequados de vitamina K não há calcificação de tecidos 
moles, protegendo assim, tecidos como o miocárdio. 
Sódio: o sódio dietético é o principal determinante da perda urinária de cálcio, conhecida como 
calciúria. A ingestão elevada de sódio resulta em maior perda de cálcio na urina, possivelmente 
devido à competição entre o sódio e o cálcio pela reabsorção renal ou por um efeito do sódio 
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na secreção de PTH. Para cada grama de sódio (2,5g de cloreto de sódio; sal NaCl) excretado 
pelos rins, cerca de 26,3mg de cálcio são excretados pela urina. 
Lactose: outro nutriente importante no metabolismo no cálcio é a lactose. A lactose pode 
aumentar a absorção de cálcio de 22 para 36%. Nesse cenário, pacientes com intolerância a 
lactose podem apresentar uma redução da absorção de cálcio em cerca de 5%. Além disso, um 
alto consumo de fibras (> 10g/refeição), reduz a absorção do cálcio de 25 para 19%. 
Proteínas: outro ponto importante a ser avaliado é o teor proteico da alimentação. O consumo 
excessivo de proteínas está associado à acidose metabólica e consequente aumento da calciúria 
(ocorre retirada de carbonato de cálcio dos ossos para tamponar o sangue). No entanto, dados 
mais recentes, sugerem um efeito neutro, uma vez que o consumo de proteínas também 
aumenta a expressão de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), que 
apresenta efeito benéfico na massa óssea. Portanto, o ideal é equilibrar um consumo proteico 
adequado com alimentos fonte de precursores alcalinizantes como frutas e vegetais, evitando 
assim, a calciúria. 
Fósforo: normalmente encontrado em alimentos ricos em proteínas, o fósforo também pode 
influenciar no aumento da excreção de cálcio na urina. Foi constatado que dietas com baixas 
razões cálcio-fósforo (Ca: P ≤ 0,5) aumentam a secreção de PTH e a excreção urinária de cálcio. 
Além disso, a absorção intestinal e a excreção fecal de cálcio e fósforo são influenciadas pelas 
proporções cálcio-fósforo dos alimentos ingeridos. 
De fato, no lúmen intestinal, os sais de cálcio podem se ligar ao fósforo para formar complexos 
que são excretados nas fezes. Isso forma a base para o uso de sais de cálcio como ligantes de 
fósforo para diminuir a absorção de fósforo em indivíduos com insuficiência renal. Além disso, 
o aumento da ingestão de fósforo em refrigerantes à base de cola (alto teor de ácido fosfórico) 
e aditivos alimentares (alto teor de fosfatos) pode ter efeitos adversos na saúde óssea. 
Ferro: a presença de cálcio diminui a absorção de ferro de fontes não-heme. No entanto, a 
suplementação de cálcio por até 12 semanas não alterou o estado nutricional de ferro, 
provavelmente devido a um aumento compensatório na absorção de ferro. Indivíduos que 
tomam suplementos de ferro devem tomá-los com duas horas de intervalo de alimentos ricos 
em cálcio ou suplementos para maximizar a absorção de ferro. 
Zinco: embora a alta ingestão de cálcio não tenha sido associada à absorção reduzida de zinco, 
ou ao estado nutricional do zinco, um estudo inicial em 10 homens e mulheres demonstrou que 
600mg de cálcio consumidos com uma refeição reduziram pela metade a absorção de zinco 
daquela refeição. Adicionalmente, o cálcio suplementar (500mg na forma de carbonato de 
cálcio), preveniu a absorção de licopeno da pasta de tomate em 10 adultos saudáveis 
randomizadosem um estudo cruzado. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A hipocalcemia, isto é, baixo nível de cálcio no sangue, geralmente implica em função anormal 
da paratireoide, uma vez que o esqueleto fornece uma grande reserva de cálcio para manter os 
níveis sanguíneos normais. 
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Outras causas de concentrações anormalmente baixas de cálcio no sangue incluem insuficiência 
renal crônica, deficiência de vitamina D e níveis baixos de magnésio no sangue, frequentemente 
observados em casos de alcoolismo grave. A deficiência de magnésio pode prejudicar a secreção 
do PTH pelas glândulas paratireoides e diminuir a capacidade de resposta dos osteoclastos ao 
hormônio. Portanto, a suplementação de magnésio é necessária para corrigir a hipocalcemia em 
pessoas com baixas concentrações de magnésio sérico. 
A ingestão cronicamente baixa de cálcio em indivíduos em crescimento pode impedir a obtenção 
do pico de massa óssea ideal. Uma vez que o pico de massa óssea é alcançado, uma ingestão 
inadequada de cálcio pode contribuir para a perda óssea acelerada e, em última instância, para 
o desenvolvimento de osteoporose. 
 
Cálcio 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Baixa densidade óssea 
- Hipertensão 
- Contração muscular prejudicada 
- Cãibras musculares 
- Tetania 
- Convulsões 
 
TOXICIDADE 
 
Interessantemente, a hipercalcemia foi relatada com o consumo de grandes quantidades de 
suplementos de cálcio em combinação com antiácidos, principalmente no tempo em que úlceras 
pépticas eram tratadas com grandes quantidades de leite, carbonato de cálcio (antiácido) e 
bicarbonato de sódio. Essa condição é chamada de síndrome do cálcio-álcali e foi associada a 
níveis de suplemento de cálcio de 1,5 a 16,5 g/dia por 2 dias a 30 anos. Desde que o tratamento 
para úlceras pépticas evoluiu e devido ao uso generalizado de suplementos de cálcio sem 
prescrição, a demografia desta síndrome mudou, visto que aqueles com maior risco agora são 
mulheres na pós-menopausa, mulheres grávidas, receptores de transplantes, pacientes com 
bulimia e pacientes em diálise, ao invés de homens com úlceras pépticas. 
A suplementação com cálcio, de 0,6 -2 g/dia por dois a cinco anos, foi associada a um maior risco 
de eventos gastrointestinais adversos como constipação, cólicas, distensão abdominal, dor, 
diarreia. 
A hipercalcemia leve pode ser sem sintomas ou pode resultar em perda de apetite, náuseas, 
vômitos, constipação, dor abdominal, fadiga, micção frequente (poliúria) e hipertensão. A 
hipercalcemia mais grave pode resultar em confusão, delírio, coma e, se não tratada, morte. 
 
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AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medidas de avaliação: 
• Cálcio iônico 
• Cálcio total sanguíneo 
• Cálcio urinário 
• PTH 
- Do ponto de vista nutricional, o melhor é avaliar o 
consumo dietético de cálcio e outros minerais 
importantes para o metabolismo ósseo, como 
magnésio e vitamina K. 
 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O uso de bloqueadores H2 (por exemplo, Cimetidina) e inibidores da bomba de prótons (por 
exemplo, Omeprazol) pode diminuir a absorção de carbonato de cálcio e fosfato de cálcio, 
enquanto o lítio pode aumentar o risco de hipercalcemia em pacientes. A hipocloridria em 
decorrência do uso desses medicamentos, diminui a absorção do cálcio quando suplementado 
em jejum. Quando a suplementação é feita junto com a refeição, a absorção é igual. 
Tomar suplementos de cálcio em combinação com diuréticos tiazídicos (por exemplo, 
hidroclorotiazida) aumenta o risco de desenvolver hipercalcemia devido ao aumento da 
reabsorção de cálcio nos rins. 
A suplementação também pode diminuir a absorção de tetraciclina, antibióticos da classe das 
quinolonas, bifosfonatos para osteoporose, sotalol (um β-bloqueador) e L-tiroxina (hormônio 
sintético) conhecido como Syntroid; portanto, é aconselhável separar as doses desses 
medicamentos e os alimentos ou suplementos ricos em cálcio duas horas antes do cálcio ou 
quatro a seis horas após o cálcio. Além disso, altas doses de cálcio podem aumentar a 
probabilidade de ritmos cardíacos anormais em pessoas que tomam digoxina (Lanoxin) para 
insuficiência cardíaca. 
A suplementação de cálcio também pode diminuir a concentração de dolutegravir (Tivicay), 
elvitegravir (Vitekta) e raltegravir (Isentress), três medicamentos antirretrovirais, no sangue, de 
modo que os pacientes são aconselhados a tomá-los duas horas antes ou depois dos 
suplementos de cálcio. 
 
RECOMENDAÇÃO DE CÁLCIO 
 
Cálcio (mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 4 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
700 1000 1300 1000 1000 1000 1000 1000 1000 
 
 
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SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO 
 
O consumo adequado de cálcio na infância e adolescência tem efeito positivo no pico de massa 
óssea, que é atingido em torno dos 18 anos nas mulheres e aproximadamente 20 anos nos 
homens. Do mesmo modo, a perda de massa óssea com o envelhecimento é em média de 0,5-
1,0% ao ano. Nesse cenário, em idosos com redução ingestão de cálcio, a suplementação 
associada de cálcio com vitamina D, é capaz de prevenir a redução de massa óssea, torando 
assim, a suplementação desse mineral, uma estratégia importante nessa faixa etária. 
Interessantemente, entre os primeiros 5 a 10 anos após a menopausa as mulheres 
apresentaram uma queda significativa da massa óssea entre 2 a 3% ano em decorrência da 
redução nos níveis de estrogênio menor absorção intestinal de cálcio, o que leva ao aumento do 
PTH e, consequentemente, da reabsorção óssea. Portanto, a suplementação de cálcio em 
associação à suplementação de vitamina D, apresentam efeito benéfico na prevenção do risco 
de faturas em mulheres idosas. 
Atualmente, há diferentes formas de administração do cálcio para fins de suplementação, no 
entanto, apenas algumas formas apresentam vasta literatura cientifica demonstrando seus 
efeitos. A forma carbonato de cálcio é a mais utilizada em suplementos prontos, no entanto, 
essa forma não apresenta boa biodisponibilidade. As formas dimalato, citrato e quelato, 
parecem apresentar melhores resultados. 
Uma metanálise dos estudos clínicos que compararam a biodisponibilidade do cálcio carbonato 
com o cálcio na forma citrato em 184 indivíduos (15 estudos clínicos), observou que a maior 
biodisponibilidade (de 22 a 27% superior) é encontrada no cálcio citrato, quando administrado 
com estômago vazio ou junto com as refeições. 
Outro estudo comparou a biodisponibilidade do cálcio na forma quelato e na forma dimalato de 
cálcio. Vale destacar que o dimalato de cálcio é composto de duas moléculas de cálcio ligados a 
uma molécula de ácido málico. A meia-vida do dimalato de cálcio se destaca quando comparado 
ao carbonato de cálcio. 
Ainda não há na literatura, um estudo que compare todas as formas de administração do cálcio 
suplementar, por essa razão, vale observar a necessidade individual (condições clínicas) e o 
objetivo da suplementação. Por exemplo, pacientes gastrectomizados pela técnica Y de Roux, 
absorvem menos cálcio nas formas carbonato ou citrato. Um estudo ofereceu 400mg de cálcio 
elementar na forma citrato de cálcio (PCC) efervescente ou citrato de cálcio na forma tablete 
(Citracal Petite). De modo interessante, a forma efervescente na forma de citrato de cálcio (PCC) 
parece ser a melhor opção pois apresento maior biodisponibilidade e maior redução dos níveis 
de PTH. Infelizmente até o momento não foram encontrados trabalhos avaliando a 
biodisponibilidade do Ca quelato em pacientes gastrectomizados. 
 
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138 
 
 
Cálcio 
UL Sugestão de dose Suplemento 
2500 100 a 500mg 
1. Dimalato de cálcio 
2. Citrato de cálcio 
3. Calcio quelato- A avaliação dietética deve ser parte importante no momento de determinar a 
suplementação de cálcio, pois as concentrações sanguíneas de cálcio podem 
permanecer normais em decorrência da função hormonal envolvida em seu 
mecanismo; 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE CÁLCIO (1000mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Leite 250ml 300 
Aveia 100g 300 
Iogurte natural 245g 488 
Brócolis 90g 62 
Sardinha 100g 240 
 Total: 1390 
 
 
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139 
 
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141 
 
CAPÍTULO 21 - COBRE 
 
O cobre (Cu) é um oligoelemento essencial para humanos. No corpo, o cobre se desloca entre 
as formas cuproso (Cu1+) e cúprico (Cu2+), embora a maioria do cobre do corpo esteja na forma 
Cu2+. A capacidade do cobre de aceitar e doar elétrons facilmente explica seu importante papel 
nas reações de oxidação-redução (redox) e na eliminação de radicais livres. O cobre é um 
componente funcional crítico de várias enzimas essenciais conhecidas como cuproenzimas que 
desempenham diferentes funções. 
 
FUNÇÕES 
 
A enzima dependente de cobre, citocromo C oxidase (ou complexo IV), desempenha um papel 
crítico na produção de energia celular. Ao catalisar a redução do oxigênio molecular (O2) em 
água (H2O), a citocromo c oxidase gera um gradiente elétrico usado pela mitocôndria para criar 
ATP. 
Outra cuproenzima, a lisil oxidase (LOX), é necessária para a reticulação de colágeno e elastina, 
que são essenciais para a formação de tecido conjuntivo. A ação da LOX ajuda a manter a 
integridade do tecido conjuntivo do coração e dos vasos sanguíneos e desempenha um papel na 
formação óssea. 
Especificamente no metabolismo de ferro, quatro enzimas contendo cobre, conhecidas como 
oxidases multi-cobre (MCO) ou ferroxidases, têm a capacidade de oxidar ferro ferroso (Fe2+) em 
ferro férrico (Fe3+), a forma de ferro que pode ser carregada na proteína transferrina para 
transporte para o local de formação de glóbulos vermelhos. A família MCO compreende a 
ceruloplasmina circulante (que representa ~ 90% do cobre plasmático), a ceruloplasmina ligada 
à membrana (GPI-ceruloplasmina) e duas proteínas chamadas hefastina e zyklopen encontradas 
no intestino e na placenta, respectivamente. 
A ceruloplasmina pode funcionar como antioxidante de duas maneiras diferentes: (1) Os íons de 
cobre e ferro livres são catalisadores poderosos dos danos dos radicais livres. Ao se ligar ao 
cobre, a ceruloplasmina impede que os íons de cobre livres catalisem o dano oxidativo; (2) a 
atividade da ferroxidase da ceruloplasmina (oxidação do ferro ferroso) facilita o carregamento 
de ferro em sua proteína de transporte, a transferrina, e pode impedir que íons ferrosos livres 
(Fe2+) participem de reações geradoras de radicais livres prejudiciais. Além disso, a superóxido 
dismutase (SOD) atua como um antioxidante catalisando a conversão de radicais superóxido 
(radicais livres ou ROS) em peróxido de hidrogênio (H2O2), que pode ser posteriormente 
reduzido a água por outras enzimas antioxidantes. 
No sistema nervoso central, uma série de reações essenciais ao funcionamento normal do 
cérebro e do sistema nervoso são catalisadas por cuproenzimas, como por exemplo a dopamina 
β-hidroxilase (DBH) que catalisa a conversão da dopamina no neurotransmissor norepinefrina. 
Além disso, o cobre tem papel importante na formação e manutenção de mielina. A bainha de 
mielina é composta por fosfolipídios cuja síntese depende da atividade do citocromo C oxidase. 
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142 
 
Dentre as cuproenzima, a tirosinase é necessária para a formação do pigmento melanina. A 
melanina é formada em células chamadas melanócitos e desempenha um papel na pigmentação 
do cabelo, pele e olhos. 
Por fim, os níveis de cobre celular podem afetar a síntese de proteínas, aumentando ou inibindo 
a transcrição de genes específicos. O cobre pode regular a expressãode genes, aumentando o 
nível de estresse oxidativo intracelular. Diversas vias de transdução de sinal são ativadas em 
resposta ao estresse oxidativo e podem levar a um aumento na expressão de genes envolvidos 
na desintoxicação de espécies reativas de oxigênio. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
O cobre é encontrado em uma ampla variedade de alimentos e é mais abundante em carnes 
orgânicas, frutos do mar, nozes e sementes. Grãos integrais também são boas fontes de cobre. 
 Descrição dos alimentos Cu (mcg) 
Bife de fígado (28g) 4128 
Ostras (6 unidades médias) 2397 
Castanhas de caju (28g) 622 
Sementes de girassol (28g) 519 
Avelã (28g) 496 
Lentilha (1 xícara) 497 
Amêndoas (28g) 292 
Melado (41g) 840 
Nozes (60g) 800 
Semente de abóbora (57g) 780 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Ferro: o estado nutricional adequado de cobre é necessário para o metabolismo normal do ferro 
e formação de glóbulos vermelhos. A anemia, por exemplo, pode ser um sinal clínico de 
deficiência de cobre. A deficiência de cobre pode levar à deficiência secundária de 
ceruloplasmina e sobrecarga hepática de ferro, consequentemente. A suplementação oral de 
cobre restaurou os níveis normais de ceruloplasmina e a atividade da ferroxidase plasmática e 
corrigiu o distúrbio do metabolismo do ferro em um sujeito com deficiência de cobre. Além 
disso, bebês alimentados com uma fórmula com alto teor de ferro absorveram menos cobre do 
que bebês alimentados com uma fórmula com baixo teor de ferro, sugerindo que a alta ingestão 
de ferro pode interferir na absorção de cobre em bebês. 
Zinco: a alta ingestão de suplementos de zinco (50 mg/dia ou mais por longos períodos) pode 
resultar em deficiência de cobre. Além disso, a alta ingestão de zinco na dieta aumenta a síntese 
de uma proteína celular intestinal chamada metalotioneína, que se liga a certos metais e evita 
sua absorção, prendendo-os nas células intestinais. A metalotioneína tem uma afinidade mais 
forte com o cobre do que com o zinco, então altos níveis de metalotioneína induzidos pelo 
excesso de zinco causam uma diminuição na absorção do cobre. Em contraste, a alta ingestão 
de cobre não afetou o estado nutricional do zinco. 
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143 
 
Vitamina C: dois pequenos estudos clínicos em jovens-adultos saudáveis indicam que a 
atividade da oxidase da ceruloplasmina pode ser prejudicada por doses relativamente altas de 
vitamina C. Em um estudo, a suplementação de vitamina C de 1.500mg/dia por dois meses 
resultou em um declínio significativo na ceruloplasmina-cobre-oxidase. Em outro estudo, 
suplementos de 605mg/dia de vitamina C por três semanas resultaram na diminuição da 
atividade da ceruloplasmina-oxidase, embora a absorção de cobre não tenha diminuído. 
Portanto, é possível que altas doses de vitamina C tenha efeito negativo no estado nutricional 
de cobre (doses ≥ 1500mg/dia) 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de cobre na dieta é relativamente incomum. Os níveis séricos de cobre e 
ceruloplasmina podem cair para 30% do normal em casos de deficiência grave de cobre. A 
hipocupremia, isto é, baixo teor de cobre no sangue, também é observada em distúrbios 
genéticos do metabolismo do cobre, como aceruloplasminemia e, paradoxalmente, na doença 
de Wilson, que não estão ligados à deficiência de cobre na dieta. 
Um dos sinais clínicos mais comuns de deficiência de cobre é uma anemia que não responde à 
terapia com ferro, mas que é corrigida com a suplementação de cobre. Embora se acredite que 
a anemia resulte da mobilização deficiente de ferro devido à atividade diminuída da 
ceruloplasmina, a ausência da glicoproteína em indivíduos com aceruloplasminemia hereditária 
nem sempre está associada à anemia evidente. 
 A deficiência de cobre também pode levar a um número anormalmente baixo neutrófilos 
(neutropenia), uma condição que pode ser acompanhada por aumento da suscetibilidade a 
infecções. Estudos de depleção de cobre sugeriram que a disponibilidade reduzida de cobre 
pode afetar a linhagem de células eritróides e mieloides, apoiando um papel do cobre na 
regulação da renovação das células sanguíneas. Mais pesquisas são claramente necessárias para 
descobrir os mecanismos subjacentes à anemia e neutropenia induzidas por deficiência de 
cobre. 
A osteoporose e outras anormalidades do desenvolvimento ósseo relacionadas à deficiência de 
cobre são mais comuns em bebês e crianças pequenas com baixo peso ao nascer. Características 
menos comuns da deficiência de cobre podem incluir perda de pigmentação, sintomas 
neurológicos e crescimento prejudicado. Além disso, o leite de vaca é relativamente baixo em 
cobre, e casos de deficiência de cobre foram relatados em bebês de alto risco e crianças 
alimentadas apenas com fórmula de leite de vaca. 
Indivíduos de alto risco incluem bebês prematuros, especialmente aqueles com baixo peso ao 
nascer, bebês com diarreia prolongada; bebês e crianças em recuperação de desnutrição; e 
indivíduos com síndromes de má absorção, incluindo doença celíaca e síndrome do intestino 
curto devido à remoção cirúrgica de grandes porções do intestino. 
Indivíduos recebendo nutrição parenteral total intravenosa sem cobre ou outras dietas restritas 
também podem precisar de suplementação com cobre e outros oligoelementos. A deficiência 
de cobre em bebês com colestase foi associada à nutrição parenteral de longo prazo com falta 
de cobre. Relatos de casos indicam que pacientes com fibrose cística também podem apresentar 
risco aumentado de insuficiência de cobre. Finalmente, a ingestão excessiva de zinco levou à 
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deficiência secundária de cobre em indivíduos que usam suplementos de zinco ou cremes 
dentais enriquecidos com zinco. 
Uma síndrome neurológica foi descrita em adultos com deficiência de cobre adquirida. Os 
sintomas incluem desmielinização do sistema nervoso central, polineuropatia, mielopatia e 
inflamação do nervo óptico. A etiologia é desconhecida na ausência de fatores de risco 
proeminentes; relatos de casos descrevem aumento no conteúdo de cobre intestinal sugerindo 
uma síndrome de má absorção como a doença de Menkes, mas as mutações no gene ATP7A não 
foram associadas à doença. A reposição oral de cobre (2mg/dia de cobre elementar) normaliza 
as concentrações séricas de cobre e ceruloplasmina, estabiliza a condição e melhora 
significativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados. No entanto, a duração da 
suplementação de cobre ainda não foi estabelecida, e incrementos de dosagem podem ser 
necessários em casos de recidiva. 
A doença de Menkes é uma deficiência de cobre herdada. Nesses casos, o tráfego de cobre 
dentro da maioria das células, exceto hepatócitos, é facilitado por uma ATPase de transporte de 
Cu1+, chamada de ATP7A. Mutações no gene ATP7A prejudicam o transporte de cobre 
intracelular, que se acumula no citosol de enterócitos e células endoteliais vasculares. Isso 
resulta em deficiência sistêmica de cobre e diminuição da atividade da cuproenzima. O 
transporte do cobre para o cérebro também é afetado, levando ao acúmulo de cobre na barreira 
hematoencefálica e à redução da atividade da cuproenzima nos neurônios. 
Nesse cenário, ainda é muito complexo identificar parâmetros objetivos para justificar a 
suplementação do cobre, principalmente pela falta de marcadores bioquímicos e falta de sinais 
e sintomas na deficiência moderada. 
 
Cobre 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Neutropenia 
- Osteoporose e outros problemas ósseos 
- Sintomas neurológicos 
- Prejuízo do crescimento 
- Perda da pigmentação da pele 
 
 
TOXICIDADE 
 
A toxicidade do cobre é rara na população em geral. Os sintomas de toxicidade aguda do cobre 
incluem dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia; esses sintomas ajudam a prevenir a 
ingestão e absorção adicionais de cobre. Os sinaismais graves de toxicidade aguda do cobre 
incluem lesão hepática grave, insuficiência renal, coma e morte. 
Mais preocupante do ponto de vista nutricional é a possibilidade de danos ao fígado resultantes 
da exposição de longo prazo a doses mais baixas de cobre. Em indivíduos saudáveis, doses de 
até 10.000μg (10mg) por dia não resultaram em danos ao fígado. Deve-se notar que os 
indivíduos com distúrbios genéticos que afetam o metabolismo do cobre, como por exemplo, 
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doença de Wilson, cirrose infantil indiana e toxicose idiopática do cobre, podem estar em risco 
de efeitos adversos da toxicidade crônica do cobre em níveis de ingestão significativamente mais 
baixos. 
Existe alguma preocupação de que a UL de 10mg/dia possa ser muito alta. Um estudo 
demonstrou que indivíduos adultos que consumiram 7,8mg/dia de cobre por 147 dias 
acumularam cobre durante esse tempo, e alguns índices de função imunológica e status 
antioxidante sugeriram que essas funções foram adversamente afetadas pela alta ingestão de 
cobre. No entanto, outro estudo não relatou quaisquer efeitos adversos em indivíduos 
suplementados com 8 mg/dia de cobre por seis meses. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medidas de avaliação: 
• Cobre eritrocitário 
- Ceruloplasmina não é um marcador específico pois pode 
↑ de 2 a 3 vezes na doença crônica inflamatória e nas 
infecções aguda e crônica; 
- Cobre eritrocitário teoricamente reflete melhor os 
estoques corporais (mas há pouquíssimos estudos com este 
marcador). 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Pouco se sabe sobre a interação do cobre com drogas. A penicilamina, um quelante, é usada 
para ligar o cobre e aumentar sua eliminação na doença de Wilson, uma doença genética que 
resulta em sobrecarga hepática de cobre. 
Como a penicilamina aumenta drasticamente a excreção urinária de cobre, os indivíduos que 
tomam o medicamento por outras razões que não a sobrecarga de cobre pode ter uma 
necessidade maior de cobre. 
Além disso, há relatos de variações séricas de cobre durante o ciclo menstrual, especificamente 
há um aumento nos níveis séricos durante a menstruação e uma diminuição nos níveis durante 
o período ovulatório. Não se conhece exatamente o mecanismo, mas os anticoncepcionais 
parecem aumentar os níveis de cobre através de seus transportadores ATP7A e ATP7B. Uma 
metanálise com 26 estudos clínicos mostrou que mulheres que usam anticoncepcional 
apresentavam níveis séricos de cobre entre 1,5 e 2mg/L, que são níveis acima dos valores de 
referência. Esse nível acima da referência pode indicar um aumento do estresse oxidativo nessas 
mulheres. Por essa razão é necessário observar realmente se há uma necessidade de 
suplementação ou não. 
 
 
 
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RECOMENDAÇÃO DE COBRE 
 
Cobre (mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 7 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
340 440 700 890 890 900 900 1000 1300 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE COBRE 
 
O Cobre é ainda é um mineral pouco estudado, apesar da recomendação para adultos ser 900 
mcg/dia a fim de se evitar a deficiência. Em conta partida, ainda não se sabe a quantidade 
necessária para otimizar o estado nutricional desse mineral devido à falta de biomarcadores 
confiáveis na prática clínica. 
Atualmente a forma de óxido cúprico é a mais utilizada em suplementos comerciais, no 
entanto, estudos pré-clínicos e clínicos demonstraram de forma conclusiva que o cobre na 
forma óxido não está biodisponível para absorção no intestino, isto é, sua biodisponibilidade 
é zero. 
Estudo in vitro com fatias de jejuno de ratos comparou a biodisponibilidade do cobre quelato 
com as formas sulfato e carbonato, cujas formas apresentam mesma quantidade de cobre 
elementar. De modo significativo, o cobre na forma quelato apresentou maior 
biodisponibilidade nesses animais de 35 mg/kg, quando comparada as outras formas 8 mg/kg 
e 12 mg/kg, respectivamente. 
Um estudo clínico avaliou a suplementação de cobre quelato em 2mg/dia durante 4 semanas 
na atividade da enzima superóxido desmutase (SOD) em pacientes com artrite reumatoide. 
Acredita-se que indivíduos com artrite possuem atividade da SOD menor quando comparada 
a pessoas saudáveis. 
Após a suplementação houve um aumento (média 21%) na atividade da SOD em 18 dos 23 
pacientes suplementados com cobre na forma quelato (bisglicinato). Os autores concluíram 
que a suplementação de cobre quelato foi eficaz no aumento da atividade da SOD e pode ser 
uma estratégia interessantes em pacientes com artrite reumatoide. 
Nesse cenário, nos casos em que a suplementação se faz necessária, como por exemplo, pós 
cirurgia bariátrica ou no caso de pacientes com dietas muito restritivas, pacientes com 
suplementos com altas doses de zinco e/ou ferro, anemia não responsiva à suplementação de 
ferro, é interessante optar por doses baixas, tendo em vista que altas doses podem 
potencialmente aumentam o estresse oxidativo, além da ausência de evidencia cientificas de 
biomarcadores clínicos. 
 
Cobre 
UL Sugestão de dose Suplemento 
10 0,5 a 2mg 
1. Cobre quelato 
2. Cobre bisglicinato 
- Não suplementar para pacientes com doenças genéticas que alteram o 
metabolismo do cobre, como por exemplo, doença de Wilson. 
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CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE COBRE (900mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Castanhas de caju 28g 622 
Lentilha 180g 497 
 Total: 1.119 
 
 
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150 
 
CAPÍTULO 22 - CROMO 
 
Cromo (Cr) foi descoberto em 1797. No ambiente encontramos o cromo em sua forma 
hexavalente (Cr6+). O cromo hexavalente é derivado do cromo trivalente por aquecimento em 
pH alcalino e é usado como fonte de cromo para fins industriais. O cromo hexavalente é 
altamente tóxico e é classificado como carcinógeno humano quando inalado. No ambiente ácido 
do estômago, o cromo hexavalente pode ser prontamente reduzido a cromo trivalente pela 
redução de substâncias presentes nos alimentos, o que limita a ingestão de cromo hexavalente. 
 
Em sistemas biológicos, a forma mais comum e estável de cromo é o cromo trivalente (Cr3+), que 
forma complexos relativamente inertes com proteínas e ácidos nucléicos. A forma trivalente 
está presente nos alimentos e suplementos, é a mais estável e com menor risco de toxicidade, 
além de inibir o estresse oxidativo e a secreção de citocinas inflamatórias. 
FUNÇÕES 
 
Foi proposto que o cromo trivalente seja o cofator de uma molécula biologicamente ativa que 
pode potencializar os efeitos da insulina nos tecidos-alvo. A insulina é secretada por células 
especializadas do pâncreas em resposta ao aumento dos níveis de glicose no sangue, como após 
uma refeição. A insulina se liga aos seus receptores na superfície das células, ativando-os e 
estimulando a captação de glicose pelas células. 
 
Para que o cromo participe de forma efetiva desse processo, postula-se que o cromo trivalente 
atue como cofator da cromodulina (ou LMWCr), e encontra-se nas formas apocromodulina (sem 
cromo) e cromodulina (ligada a 4 íons de Cr3+). Acredita-se que a cromodulina aumente a cascata 
de eventos de sinalização induzidos pela ligação da insulina à subunidade α extracelular do 
receptor de insulina (RI). Após a ligação à insulina, o domínio tirosina quinase da subunidade β 
intracelular do IR torna-se ativado e causa a fosforilação de resíduos de tirosina na própria 
subunidade β. Posteriormente, a ativação de RI desencadeia uma série de reações de 
fosforilação rápidas resultando, eventualmente, em um aumento na captação e 
armazenamento de glicose. 
 
Em relação ao efeito do cromo trivalente na sinalização da insulina, um modelo inicial sugeriu 
que a ligação da insulina ao receptor poderia estimular o movimento do cromo para dentro da 
célula e resultar na ligação do cromo à apocromodulina, uma forma de cromodulina que carece 
de cromo. A cromodulina poderia então se ligar ao RI e regular positivamente as moléculas de 
sinalização da insulina, aumentando, em última análise, a translocação dos transportadores de 
glicose (GLUT-4) das vesículas citosólicas para a membrana celular. 
 
Além disso, o cromo estimula a captação de carboidratos através do fator de tolerância à glicose 
(GTF), que possui Cr3+ em sua composição, além de ácido nicotínico, glicina, cisteína e ácido 
glutâmico. Quando a insulina se liga ao receptor associado a presença e biodisponibilidade do 
cromo, nosso corpo amplifica os sinais dos receptores localizados na membrana, otimizando a 
translação de GLUT4 do citoplasma para a membrana celular, com a consequente entrada de 
glicose na célula. 
 
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151 
 
Além de seus efeitos no metabolismo de carboidratos, especificamente na homeostase 
glicêmica, a insulina também influencia o metabolismo de proteínas e lipídios. No metabolismo 
proteico, o cromo atua estimulando a captação de aminoácidos, uma vez que está diretamente 
ligado à atividade da insulina, promovendo a entrada de aminoácidos no citoplasma. Já no 
metabolismo lipídico, ele pode contribuir para o aumento do HDL e diminuição do colesterol 
total, LDL e VLDL. Especificamente na redução do colesterol, o cromo parece desempenhar ação 
inibitória na HMG-CoA redutase (síntese endógena). Entretanto, a maior parte dos trabalhos 
não mostra efeito significativo da suplementação de cromo na redução do colesterol. 
 
Por outro lado, o cromo também se liga à transferrina, atuando no metabolismo do ferro. O 
excesso de ferro, por exemplo a hemocromatose, pode interferir no transporte do cromo, por 
competição, deixando assim, o cromo “livre”. No entanto, os dados em relação à suplementação 
de cromo e estado nutricional do ferro são controversos. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A quantidade de cromo nos alimentos é variável e foi medida com precisão em relativamente 
poucos alimentos. Atualmente, não existe um grande banco de dados para o conteúdo de cromo 
dos alimentos. Carnes processadas, produtos de grãos integrais, cereais com alto teor de farelo, 
feijão verde, brócolis, nozes e gema de ovo são boas fontes de cromo. Alimentos ricos em 
açúcares simples, como sacarose e frutose, geralmente são pobres em cromo e podem 
promover a excreção de cromo. 
Descrição dos alimentos Cr (mcg) 
Brócolis (1/2 xícara) 11 
Suco de uva (235mL) 7,5 
Purêde batata (1 xícara) 2,7 
Suco de laranja (235mL) 2,2 
Bife (100g) 2,0 
Peru 1,7 
Maçã (1 unidade) 1,4 
Ervilha (1/2 xícara) 1,1 
Banana (1 unidade) 1,0 
 
INTERAÇÕES DE NUTRIENTES 
 
Ferro: o cromo compete por sítio de ligação na proteína de transporte do ferro, a transferrina. 
No entanto, a suplementação de homens mais velhos com 925 mcg/dia de cromo por 12 
semanas não afetou significativamente as medidas do estado nutricional de ferro. Um estudo 
com homens mais jovens encontrou uma diminuição insignificante na saturação da transferrina 
com ferro após a suplementação de 200 mcg/dia de cromo por oito semanas, mas nenhum 
estudo de longo prazo abordou essa questão. Em um ensaio clínico randomizado e controlado 
de 12 semanas, a suplementação com picolinato de cromo (200 mcg/dia) não afetou o estado 
nutricional de ferro em mulheres na pré-menopausa quando comparada ao ácido picolínico ou 
ao placebo. A sobrecarga de ferro na hemocromatose hereditária pode interferir no transporte 
de cromo ao competir pela ligação da transferrina. 
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152 
 
Carboidratos: em comparação com dietas ricas em carboidratos complexos, as dietas ricas em 
açúcares simples, como por exemplo, a sacarose, resultam em aumento da excreção urinária de 
cromo em adultos. Esse efeito pode estar relacionado ao aumento da secreção de insulina em 
resposta ao consumo de açúcares simples em comparação aos carboidratos complexos. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
Casos potenciais de deficiência de cromo foram descritos em alguns pacientes com nutrição 
parenteral por longos períodos. No entanto, como as soluções intravenosas fornecem cromo 
em doses bem acima dos níveis dietéticos, tem sido sugerido que o cromo pode produzir efeitos 
biológicos apenas em doses farmacológicas. 
Exercício aeróbico e de força parecem favorecer a eliminação de cromo pela urina. No entanto, 
estudos com exercício não mostram efeitos benéficos da suplementação em indivíduos 
eutróficos e saudáveis quando comparado a indivíduos com resistência à insulina ou diabetes 
tipo II. A perda de cromo urinário foi supostamente aumentada por exercícios de resistência em 
corredores do sexo masculino, sugerindo que as necessidades de cromo podem ser maiores em 
indivíduos que se exercitam regularmente. Em um estudo, o levantamento de peso (exercícios 
resistidos) aumentou a excreção urinária de cromo em homens mais velhos. No entanto, a 
absorção de cromo também aumentou, levando a pouca ou nenhuma perda líquida de cromo 
como resultado do exercício resistido. 
Atualmente, a pesquisa sobre os efeitos da ingestão potencialmente inadequada de cromo e os 
fatores de risco para a insuficiência de cromo são limitados pela falta de ferramentas analíticas 
para determinar o estado nutricional do cromo. 
 
Cromo 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Intolerância à glicose 
- ↑ de ácidos graxos livres circulantes 
- Perda de peso 
- Neuropatia periférica 
 
 
TOXICIDADE 
 
Quando avaliamos a toxicidade, há poucas evidências de que o cromo trivalente (Cr3+) seja tóxico 
para os humanos. A toxicidade da ingestão oral é considerada baixa porque o cromo ingerido é 
mal absorvido e a maior parte do cromo absorvido é rapidamente excretado na urina. 
Em contraste, o cromo hexavalente (Cr6+) é um carcinógeno reconhecido. A exposição ao cromo 
hexavalente na poeira foi associada a um aumento na incidência de câncer de pulmão e é 
conhecido por causar dermatite. 
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153 
 
Muitos estudos demonstraram a segurança de doses diárias de até 1.000 mcg de cromo por 
vários meses. No entanto, houve alguns relatos isolados de reações adversas graves ao 
picolinato de cromo. 
A insuficiência renal foi relatada cinco meses após um curso de seis semanas de 600 mcg/dia de 
cromo na forma de picolinato de cromo, enquanto a insuficiência renal e a função hepática 
prejudicada foram relatadas após o uso de 1.200-2.400 mcg/dia por um período de quatro a 
cinco meses. Indivíduos com doença renal ou hepática preexistente podem ter maior risco de 
efeitos adversos e devem limitar a ingestão de cromo suplementar. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medidas de avaliação: 
• Cromo sérico (estado nutricional) 
• Cromo eritrocitário (intoxicação) 
- Cromo sérico pode ser usado como indicativo do estado 
nutricional (os níveis séricos se modificam em resposta 
à suplementação); 
- Cromo eritrocitário não é indicativo do estado 
nutricional do cromo, mas sim um marcador de 
exposição tóxica ao Cr, tendo em vista que o Cr que se 
acumula no eritrócito é o cromo hexavalente (Cr6+) 
(geralmente resultante da exposição a resíduos 
industriais); 
- O Cr3+ (de alimentos e suplementos) não se acumula nos 
eritrócitos; 
 
RECOMENDAÇÃO DE CROMO 
 
Cromo (mcg) 
AI (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 8 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
11 15 21 24 25 35 25 30 45 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE CROMO 
 
O cromo é um mineral que não apresenta UL não determinada e por essa razão, deve-se ter um 
cuidado ao ser suplementada. 
De modo geral, em suplementos comerciais a forma mais usada se dá na forma de cloreto de 
cromo. Interessantemente, quando avaliamos os estudos disponíveis a picolinato de cromo é a 
mais avaliada em estudos clínicos. 
Recentemente um estudo clínico comparou a biodisponibilidade do cromo nas formas: cloreto, 
picolinato e quelato, onde foi possível observar um aumento em relação ao basal de 40% para 
a forma cloreto, 183% para a forma quelato e 270% para a forma picolinato de cromo*. Nesse 
cenário, a forma picolinato de cormo parece ser a forma química com maior biodisponibilidade. 
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154 
 
Vale destacar que o uso indiscriminado da suplementação de cromo pode levar a efeitos 
adversos significativos como anemia, insuficiência renal e disfunção hepática. Estudos ainda 
mostram efeitos prejudiciais como dores de cabeça, distúrbios do sono e alterações de humor. 
 
Cromo 
UL Sugestão de dose Suplemento 
ND 200 – 1000 mcg 
1. Picolinato de cromo 
2. Cromo quelado 
 - Evitar suplementar indivíduos estróficos e saudáveis, principalmente altas doses; 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE CROMO (25-35mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Suco de uva 235mL 7,5 
Purê de batata 140g 2,7 
Brócolis 90g 22 
Ervilha 160g 2,2 
Maça 130g 1,4 
 Total: 35,8 
 
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157 
 
CAPÍTULO 23 - FERRO 
 
O ferro (Fe) é o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre e um dos micronutrientes 
mais bem estudados na ciência da nutrição. É um elemento-chave no metabolismo de todos os 
organismos vivos. O ferro existe em dois estados de oxidação biologicamente relevantes: a 
forma ferrosa (Fe2+) e a forma férrica (Fe3+). O ferro é um componente essencial de centenas de 
proteínas e enzimas que suportam funções biológicas essenciais, como transporte de oxigênio, 
produção de energia, síntese de DNA e crescimento e replicação celular. 
FUNÇÕES 
 
O ferro-heme é um composto contendo ferro encontrado em várias moléculas biologicamente 
importantes. Muitas proteínas são dependentes de ferro. Essas proteínas que contêm heme, 
são chamadas de hemoproteínas. Proteínas dependentes de ferro que realizam uma ampla 
gama de atividades biológicas podem ser classificadas da seguinte forma: 
 
A) Globina-heme: proteínas não enzimáticas envolvidas no transporte e armazenamento 
de oxigênio (por exemplo, hemoglobina, mioglobina, neuroglobina); 
 
B) Enzimas heme envolvidas na transferência de elétrons (por exemplo, citocromos A, B, 
F; citocromo C oxidase) e/ou com atividade de oxidase como a sulfito oxidase, citocromo 
P450 oxidases, mieloperoxidase, peroxidases, catalase, óxido nítrico sintase endotelial, 
ciclooxigenase; 
 
C) Proteínas de cluster ferro-enxofre (Fe-S) com atividades de oxidoredutase envolvidas 
na produção de energia (por exemplo, succinato desidrogenase, isocitrato 
desidrogenase, NADH desidrogenase, aconitase, xantina oxidase, ferredoxina-1) ou 
envolvidas na replicação e reparo de DNA (DNA polimerases, DNA helicases); 
 
D) Enzimas não heme que requerem ferro como cofator para suas atividades catalíticas, 
como a fenilalanina, tirosina, triptofano e lisina hidroxilases; Fator induzível por hipóxia 
(HIF) prolil e asparaginil hidroxilases; ribonucleotídeo redutase; 
 
E) Proteínas não heme responsáveis pelo transporte e armazenamento de ferro, por 
exemplo, ferritina, transferrina, haptoglobina, hemopexina, lactoferrina; 
 
Transporte e armazenamento de oxigênio 
 
Globina-heme são proteínas que apresentam um heme em sua estrutura e estão envolvidas no 
transporte e armazenamento de oxigênio e, em menor grau, podem atuar como eliminadores 
de radicais livres: (1) hemoglobina é a proteína primária encontrada nas hemácias e representa 
cerca de dois terços do ferro do corpo. O papel vital da hemoglobina no transporte de oxigênio 
dos pulmões para o resto do corpo é derivado de sua capacidade única de adquirir oxigênio 
rapidamente durante o curto tempo que passa em contato com os pulmões e de liberar oxigênio 
conforme necessário durante sua circulação através dos tecidos; (2) A mioglobina atua no 
transporte e armazenamento de curto prazo de oxigênio nas células musculares, ajudando a 
adequar o suprimento de oxigênio à demanda dos músculos em atividade; (3) Uma terceira 
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158 
 
globina, denominada neuroglobina, é expressa preferencialmente no sistema nervoso central, 
mas sua função não é bem compreendida. 
 
Transporte de elétrons e metabolismo de energia 
Citocromos são enzimas contendo heme que têm papéis importantes no transporte de elétrons 
mitocondrial necessário para a produção de energia celular. Especificamente, os citocromos 
servem como transportadores de elétrons durante a síntese de ATP. O citocromo P450 (CYP) é 
uma família de enzimas envolvidas no metabolismo de uma série de moléculas biológicas 
importantes (incluindo ácidos orgânicos; ácidos graxos; prostaglandinas; esteróides; esteróis; e 
vitaminas A, D e K), bem como na desintoxicação e metabolismo de drogas e poluentes. As 
enzimas que contêm ferro não heme no ciclo do ácido cítrico, como a NADH desidrogenase e a 
succinato desidrogenase, também são críticas para o metabolismo energético. 
 
Funções antioxidantes e pró-oxidantes benéficas 
 
Catalase e algumas peroxidases são enzimas contendo heme que protegem as células contra o 
acúmulo de peróxido de hidrogênio, uma espécie reativa de oxigênio (ROS) potencialmente 
prejudicial, catalisando uma reação que converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. 
Como parte da resposta imune, alguns glóbulos brancos engolem bactérias e as expõem a ROS 
para matá-las. A síntese de uma dessas ROS, o ácido hipocloroso, pelos neutrófilos é catalisada 
pela enzima mieloperoxidase contendo heme. Além disso, na glândula tireoide, a peroxidase 
contendo heme catalisa a iodação da tireoglobulinapara a produção de hormônios da tireoide, 
de modo que o metabolismo tireoideano pode ser prejudicado na deficiência de ferro. 
 
Sensor de oxigênio 
 
Em condições de hipóxia há indução de respostas fisiológicas compensatórias, incluindo 
aumento da formação de glóbulos vermelhos (eritropoiese), aumento do crescimento dos vasos 
sanguíneos (angiogênese) e aumento da produção de enzimas utilizadas no metabolismo 
anaeróbico. 
 
A hipóxia também é observada em condições patológicas como isquemia/acidente vascular 
cerebral e distúrbios inflamatórios. Em condições de hipóxia, os fatores de transcrição 
conhecidos como HIF, se ligam a elementos de resposta em genes que codificam várias proteínas 
envolvidas nas respostas compensatórias à hipóxia e aumentam sua síntese. As enzimas 
dependentes de ferro da família das dioxigenases, prolil-hidroxilases e asparaginil-hidroxilase, 
foram implicadas na regulação do HIF. Quando a tensão de oxigênio celular é adequada, as 
subunidades HIF-α recentemente sintetizadas (HIF-1α, HIF-2α, HIF-3α) são modificadas por 
prolil-hidroxilases em um processo dependente de ferro/2-oxoglutarato que visa HIF-α para 
degradação rápida. A hidroxilação de asparaginil induzida por HIF-1 de HIF-α prejudica o 
recrutamento de coativadores para o complexo de transcrição de HIF-α e, portanto, impede a 
atividade de transcrição de HIF-α. Quando a tensão de oxigênio celular cai abaixo de um limite 
crítico, a prolil-hidroxilase não pode mais ter como alvo HIF-α para degradação, permitindo que 
HIF-α se ligue a HIF-1β e forme um complexo de transcrição que entra no núcleo e se liga a 
elementos específicos de resposta à hipóxia (HRE) em genes alvo como o gene da eritropoietina 
(EPO). 
 
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Replicação e reparo de DNA 
 
Ribonucleotídeos redutases (RNRs) são enzimas dependentes de ferro que catalisam a síntese 
de desoxirribonucleotídeos necessários para a replicação do DNA. Os RNRs também facilitam o 
reparo do DNA em resposta a danos no DNA. Outras enzimas essenciais para a síntese e reparo 
de DNA, como DNA polimerases e DNA helicases, são proteínas de cluster Fe-S. Embora os 
mecanismos subjacentes ainda não sejam claros, a depleção de ferro intracelular inibiu a 
progressão, o crescimento e a divisão do ciclo celular. A inibição da síntese de heme também 
induziu a parada do ciclo celular em células de câncer de mama. 
 
Além disso, o ferro é necessário para uma série de funções vitais adicionais, incluindo 
crescimento, reprodução e função imunológica. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
A quantidade de ferro nos alimentos ou suplementos que é absorvida e utilizada pelo organismo 
é influenciada pelo estado nutricional de ferro do indivíduo e se o ferro está ou não na forma de 
heme. Por ser absorvido por um mecanismo diferente do ferro não heme, o ferro heme é mais 
prontamente absorvido e sua absorção é menos afetada por outros fatores dietéticos. 
 
Ferro heme 
 
O ferro heme vem principalmente da hemoglobina e mioglobina da carne, aves e peixes. Embora 
o ferro heme seja responsável por apenas 10% -15% do ferro encontrado na dieta, ele pode 
fornecer até um terço do ferro dietético total absorvido. A absorção do ferro heme é menos 
influenciada por outros fatores dietéticos do que a do ferro não heme. 
 
Ferro não heme 
 
Vegetais, laticínios, carne e sais de ferro adicionados aos alimentos e suplementos são fontes de 
ferro não heme. A absorção do ferro não heme é fortemente influenciada por intensificadores 
e inibidores presentes na mesma refeição. 
 
Descrição dos alimentos (100g) Fe (mg) 
Mariscos no vapor 22 
Semente de abóbora 17 
Ostra cozida 8,5 
Fígado de galinha cozido 8,5 
Fígado de peru cozido 7,8 
Fígado de boi cozido 6,3 
Pistache 6,8 
Melado 8,7 
Semente de girassol 5,2 
 
 
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INTERAÇÕES COM NUTRIENTES 
 
Vitamina A: a deficiência de vitamina A frequentemente coexiste com a deficiência de ferro e 
pode exacerbar a anemia por deficiência de ferro, alterando assim, seu metabolismo. A 
suplementação de vitamina A demonstrou ter efeitos benéficos na anemia por deficiência de 
ferro e melhorar o estado nutricional em crianças e mulheres grávidas. 
A combinação de vitamina A e ferro parece reduzir a anemia de forma mais eficaz do que o ferro 
suplementar ou a vitamina A isolada. A vitamina A pode facilitar a mobilização de ferro dos locais 
de armazenamento para o desenvolvimento de glóbulos vermelhos para incorporação na 
hemoglobina. 
Cobre: o estado nutricional adequado de cobre é necessário para o metabolismo normal do 
ferro e a formação de glóbulos vermelhos. A anemia é um sinal clínico de deficiência de cobre; 
a deficiência de cobre pode levar à deficiência secundária de ceruloplasmina e sobrecarga 
hepática de ferro. 
Zinco: o zinco é essencial para manter a eritropoiese adequada. Quando a deficiência de zinco 
coexiste com a deficiência de ferro, pode exacerbar a anemia por deficiência de ferro. Por outro 
lado, altas doses de suplementos de ferro em associação ao suplemento de zinco, em indivíduos 
com o estômago vazio, podem inibir a absorção do zinco. Quando ingeridos com alimentos, o 
ferro suplementar não parece inibir a absorção de zinco. No entanto, alimentos fortificados com 
ferro não apresentam esse comportamento. 
Cálcio: a presença de cálcio diminui a absorção de ferro de fontes alimentares. A suplementação 
de cálcio (CaCO3, CaCl2, lactato de Ca, fosfato de Ca) também diminui a absorção do ferro, 
quando administrados simultaneamente. No entanto, esse efeito inibitório é dose-dependente: 
doses de cálcio entre 300 e 500mg (na forma de suplemento ou leite) inibem de forma 
significativa a absorção do ferro ( < 50 a 60% de absorção do Fe não heme). Doses menores (127 
mg de Ca) junto com refeição fonte de ferro heme não tem efeito significativo. Por essa razão, 
indivíduos que tomam suplementos de ferro devem tomá-los com duas horas de intervalo de 
alimentos ricos em cálcio ou suplementos para maximizar a absorção de ferro, o mesmo deve 
ser feito no planejamento alimentar ao longo do dia. 
Iodo: a anemia por deficiência de ferro grave pode prejudicar o metabolismo da tireoide de três 
maneiras: (1) alterando a resposta do hormônio estimulador da tireoide da glândula pituitária; 
(2) reduzindo a atividade da peroxidase tireoidiana que catalisa a iodação da tireoglobulina para 
a produção de hormônios tireoidianos; e (3) no fígado, limitando a conversão de T4 em T3, 
aumentando o turnover de T3 e diminuindo a ligação de T3 aos receptores nucleares. 
 
DEFICIÊNCIA 
 
A deficiência de ferro é comum e ocorre por meio de 3 estágios: 
1) Depleção de ferro de armazenamento: os estoques de ferro estão esgotados, mas o 
suprimento funcional de ferro não é limitado. 
 
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2) Deficiência funcional de ferro: antes do desenvolvimento da anemia, o fornecimento de ferro 
funcional aos tecidos, incluindo a medula óssea, é inadequado, a ponto de prejudicar a 
eritropoiese. 
 
3) Anemia ferropriva: por definição, a anemia está presente quando as concentrações de 
hemoglobina caem abaixo de dois desvios-padrão da média de distribuição da hemoglobina 
em uma população saudável. Em 2013, a anemia por deficiência de ferro foi a principal causa 
de deficiência em crianças e adolescentes em 50 países. 
 
A anemia por deficiência de ferro ocorre quando há ferro insuficiente para dar suporte a 
formação normal de glóbulos vermelhos, e é geralmente caracterizada como microcítica e 
hipocrômica, ou seja, os glóbulos vermelhos são menores do que o normal e seu conteúdo de 
hemoglobina é diminuído de modo que eles são mais “pálidos” do que o normal. Nesse estágio 
da deficiência os sintomas podem ser resultado de fornecimento inadequadode oxigênio devido 
à anemia e/ou função subótima de enzimas dependentes de ferro. 
As alterações nos parâmetros hematológicos são usadas no diagnóstico clínico da anemia por 
deficiência de ferro. É importante lembrar que a deficiência de ferro não é a única causa da 
anemia, e que o diagnóstico ou tratamento da deficiência de ferro apenas com base na anemia 
pode levar a diagnósticos equivocados ou tratamento inadequado da causa subjacente. No 
entanto, a deficiência também pode ocorrer por outros fatores, como em indivíduos com perdas 
crônicas ou agudas de sangue, por exemplo, 1mL de sangue com uma concentração de 
hemoglobina de 150g/L contém 0,5mg de ferro. Portanto, a perda, mesmo que em pequenas 
quantidades, de sangue pode resultar em deficiência de ferro. 
Praticantes de exercícios regulares intensos apresentam perdas diárias de ferro, 
especificamente atletas envolvidos em treinamento intenso de endurance. Isso pode ser devido 
à expansão da massa de células sanguíneas e massa muscular, aumento do sangramento 
microscópico do trato gastrointestinal ou aumento da fragilidade e hemólise dos glóbulos 
vermelhos. O Food and Nutrition Board estima que a necessidade média de ferro pode ser 30% 
maior para aqueles que praticam exercícios regulares intensos. 
Em indivíduos com diminuição da absorção de ferro, como a doença celíaca. Quando esses 
indivíduos consomem alimentos ou produtos que contenham glúten, a resposta do sistema 
imunológico danifica a mucosa intestinal, podendo resultar em má absorção de nutrientes e 
consequentemente uma anemia por deficiência de ferro. Nesse cenário, também observamos a 
deficiência de ferro nos indivíduos com doenças inflamatórias intestinais (DII) como por 
exemplo, colite ulcerativa e doença de Crohn, provavelmente devido à absorção intestinal 
prejudicada de ferro e perda de sangue da mucosa ulcerada. 
Além disso, indivíduos com gastrite atrófica apresentam anticorpos direcionados às células do 
estômago. Esse fator tem sido associado ao desenvolvimento da anemia perniciosa. A gastrite 
atrófica prejudica simultaneamente a absorção da vitamina B12 e do ferro. A infecção por 
Helicobacter pylori também está associada à anemia por deficiência de ferro. O sangramento 
gastrointestinal oculto e a competição pelo ferro da dieta por bactérias podem explicar a 
deficiência de ferro nesses indivíduos. A infecção por H. pylori pode ainda desempenhar um 
papel na patogênese da gastrite atrófica. 
Nos últimos anos vêm sendo desenvolvida uma associação inversa entre o peso corporal e o 
nível de ferro em diversos estudos observacionais. A expressão de hepcidina mais alta em 
pessoas obesas pode prejudicar a absorção de ferro, apesar da ingestão adequada de ferro. A 
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perda de peso pode diminuir a concentração sérica de hepcidina e melhorar o estado de ferro 
em indivíduos obesos. Além disso, a cirurgia de bypass gástrico aumenta o risco de deficiência 
de ferro e de outros nutrientes por levar a má absorção. 
Outro cenário que reflete a deficiência de ferro é a inflamação aguda e crônica. Quadros de 
inflamação podem levar a concentrações baixas de ferro em circulação e ao desenvolvimento 
subsequente de anemia. Esse tipo de anemia inflamatória, também conhecida como anemia de 
doença crônica, é comumente observada em distúrbios inflamatórios como o câncer, trauma, 
infecção crônica e infestação parasitária. Pensa-se que a anemia se desenvolve, pois, a absorção 
de ferro na dieta e a mobilização dos estoques corporais são inibidas pela hiper-regulação da 
hepcidina induzida pelo quadro inflamatório. 
 
Figura 3: Efeitos da hepcidina no metabolismo de ferro 
 
Quando há excesso de ferro ou um quadro de infecção/inflamação, ocorre um aumento da 
hepcidina. Quando elevada, a hepcidina reduz a absorção do ferro pelos transportadores de 
metais divalentes (DMT) e promove a internalização da ferroportina, presente na membrana 
basolateral do enterócito e nos macrófagos, reduzindo, portanto, a absorção do ferro e 
reciclagem deste. Já em quadros nos quais há anemia/hipóxia, os níveis de hepcidina diminuem 
e a absorção e reciclagem do ferro ocorrem normalmente. 
 
Encontramos ainda, outras causas de deficiência de ferro, como a dieta vegetariana. Esse padrão 
alimentar pode apresentar fontes inadequadas de ferro, especialmente pela presença do ferro 
não heme, encontrado nos alimentos de origem vegetal, que se apresenta menos eficiente em 
termos de absorção quando comparado as fontes animais. No entanto, uma dieta vegetariana 
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não parece estar associada a um risco aumentado de deficiência de ferro quando inclui grãos 
integrais, legumes, nozes, sementes, frutas secas, cereais fortificados com ferro e vegetais de 
folhas verdes. 
Por fim, pacientes com doença renal crônica (DRC) apresentam perdas de aproximadamente 
1,2L de perda de sangue/ano correspondendo em média a 400 mg de ferro/ano, em comparação 
com indivíduos com função renal normal, que corresponde a 0,83mL de perda de sangue/dia 
correspondente a aproximadamente 100 mg de ferro/ano. As perdas de sangue estimadas são 
ainda maiores em pacientes em hemodiálise, e as perdas de ferro podem ser de 1.000 a 
2.000mg/ano ou mais. Além disso, a inflamação persistente em pacientes com DRC também 
pode contribuir para o fornecimento inadequado de ferro para a formação de glóbulos 
vermelhos, apesar dos estoques corporais adequados de ferro. Por isso deve-se observar esse 
público com cautela. 
 
FERRO 
Sinais e sintomas de deficiência 
- Fadiga 
- Indisposição 
- Cansaço fácil 
- Falta de ar/ desmaios 
- Dificuldade de concentração 
- Memória fraca 
- Palidez cutâneo-mucosa 
- Queda de cabelo 
- Unhas fracas e quebradiças 
- Pele seca 
- Palpitações e taquicardia 
- Distúrbio do comportamento alimentar 
(vontade de comer terra, gelo, tijolo) 
 
TOXICIDADE 
 
Sintomas de toxicidade aguda podem ocorrer com doses de ferro elementar entre 20 a 60 mg/kg 
de peso corporal. A overdose de ferro é uma emergência porque a gravidade da toxicidade do 
ferro está relacionada à quantidade de ferro elementar absorvido. O envenenamento agudo por 
ferro produz sintomas em diferentes estágios: (1) Dentro de uma a seis horas após a ingestão, 
os sintomas podem incluir náuseas, vômitos, dor abdominal, letargia, pulso fraco e rápido, 
pressão arterial baixa, febre, dificuldade para respirar e coma; Se não for imediatamente fatal, 
os sintomas podem diminuir por cerca de 24 horas; (2) Os sintomas podem retornar de 12 a 48 
horas após a ingestão de ferro e incluem sinais graves de falha nos sistemas cardiovascular, 
renal, hepático, hematológico e no sistema nervoso central (SNC); (3) Danos de longo prazo ao 
sistema nervoso central, fígado e estômago podem ocorrer duas a seis semanas após a ingestão. 
Em níveis terapêuticos usados para tratar a deficiência de ferro podem causar irritação 
gastrointestinal, náuseas, vômitos, diarreia ou constipação. As fezes costumam ter uma cor mais 
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escura. Líquidos contendo ferro podem manchar temporariamente os dentes, mas diluir o 
líquido ajuda a prevenir esse efeito. Tomar suplementos de ferro com alimentos em vez de com 
o estômago vazio pode aliviar os efeitos gastrointestinais. Indivíduos com hemocromatose 
hereditária ou outras condições de sobrecarga de ferro, assim como indivíduos com cirrose 
alcoólica e outras doenças hepáticas, podem experimentar efeitos adversos em níveis de 
ingestão de ferro abaixo da UL. 
A desregulação da absorção intestinal de ferro pode resultar na sobrecarga de ferro uma vez 
que o corpo não pode excretar seu excesso. Por outro lado, a sobrecarga de ferro devido à 
suplementação prolongada é muito rara em indivíduos saudáveissem predisposição genética. 
Vale destacar que diferentes distúrbios genéticos podem levar ao acúmulo patológico de ferro, 
mesmo com uma ingestão normal desse nutriente. A suplementação de indivíduos sem 
deficiência de ferro deve ser evitada devido à frequência de doenças hereditárias não 
detectadas e às preocupações recentes sobre os efeitos mais sutis da ingestão crônica de ferro 
em excesso. 
A hemocromatose hereditária (HH) refere-se a distúrbios autossômicos recessivos de início 
tardio do metabolismo do ferro que resultam no acúmulo de ferro no fígado, coração e outros 
tecidos. O distúrbio pode levar ao desenvolvimento de cirrose, diabetes mellitus, 
cardiomiopatia, hipogonadismo, artropatias e hiperpigmentação da pele. Existem quatro tipos 
principais de HH classificados de acordo com o gene que sofre mutação. Indivíduos com HH são 
aconselhados a evitar suplementação de ferro, mas geralmente não são aconselhados a evitar 
alimentos ricos em ferro. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
Medidas de avaliação: 
• Ferritina sérica 
• Ferro sérico (FeS) 
• Capacidade de ligação do 
ferro 
• Saturação da transferrina 
 
- Ferritina baixa pode indicar deficiência de ferro, no entanto, a 
ferritina alta pode ser tanto sobrecarga de ferro quanto 
indicativo de inflamação (proteína de fase aguda); 
- O FeS está alterado em processos infecciosos, podendo 
diminuir em poucas horas após o desencadeamento da 
infecção, por essa razão não é um indicador muito confiável de 
estado nutricional; 
- Capacidade de ligação do ferro mede a quantidade de Fe que 
a transferrina pode ligar; em cenários de deficiência, aumenta 
a capacidade de ligação. 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
Medicamentos que diminuem a acidez do estômago, como antiácidos, antagonistas do receptor 
de histamina (H2) (por exemplo, Cimetidina e Ranitidina) e inibidores da bomba de prótons (por 
exemplo, Omeprazol e Lansoprazol), podem prejudicar a absorção de ferro, em decorrência da 
alteração local de pH. 
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A associação da suplementação de ferro com alguns medicamentos, pode resultar na diminuição 
da absorção e eficácia das drogas usadas no tratamento de Parkinson, como carbidopa e 
levodopa (Sinemet); levotiroxina para hipotereodismo (Synthroid); anti-hipertensivo como 
metildopa (Aldomet); penicilamina (Cuprimine) quelante antirreumático e antiurolítico; 
antibióticos como as quinolonas, tetraciclinas; e no tratamento de osteoporose como o 
bisfosfonato. Portanto, é melhor tomar esses medicamentos com intervalo de duas horas dos 
suplementos de ferro. 
A colestiramina (Questran) e o colestipol (Colestid), usados para diminuir as concentrações de 
colesterol no sangue, também devem ser tomados com pelo menos quatro horas de intervalo 
dos suplementos de ferro, porque podem interferir na absorção do ferro. 
 
RECOMENDAÇÃO DE FERRO 
 
Ferro (mg) 
RDA (idade) Homem Mulher Homem Mulher 
1 a 3 201 a 8 9 a 13 17 a 18 14 a 18 >19 >19 Gravidez Lactação 
7 10 8 11 15 8 18** 27 10 
** após a menopausa = 8mg 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO 
 
O ferro é um dos minerais mais utilizados quando se fala em suplementação, especialmente 
devido sua relação direta com o desenvolvimento da anemia ferropriva. Nesse sentido, a dose 
terapêutica para tratamento da anemia é de 3 a 5mg de ferro elementar/kg/dia, por período 
suficiente para normalizar os valores de hemoglobina (1 a 2 meses) e restaurar os estoques de 
ferro normais do organismo (2 a 6 meses); ou então até que o biomarcadore chegue a 15 ng/mL 
de ferritina para crianças e 30 ng/mL para adultos, no mínimo. Pontualmente, o ferro apresenta 
diferentes distribuições ao longo da vida. 
Além disso, nutricionistas devem respeitar a UL de 40mg para crianças e 45mg para adultos. 
Importante destacar que não se deve ultrapassar doses superiores a 200mg, pois a mucosa 
intestinal irá atuar como barreira, impedindo assim, a interiorização e absorção do ferro. 
Ao avaliarmos as opções disponíveis para suplementação os sais ferros (ferro inorgânico) na 
forma de sulfato ferroso, fumarato ferroso, gliconato ferroso, ferrocarbonila, são os mais 
utilizados. 
Outras formas químicas disponíveis para suplementação são o ferro aminoquelado (bisglicinato; 
ferro acoplado a 2 moléculas de glicina) e o ferro polimaltosado encontrado comercialmente 
como hidróxido de ferro férrico polimatosado. Nessa forma, o ferro está protegido por uma 
matriz de carboidrato modificado, isso confere uma segurança ao suplemento. 
 
Interessantemente, apesar de ter boa biodisponibilidade, o sulfato ferroso (discutido abaixo) é 
o que mais causa efeitos colaterais e, portanto, deve ser utilizado apenas quando não for 
possível trabalhar com outras formas de ferro como o ferro polimaltosado ou bisglicinato. 
 
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SAIS FERROSOS 
Os sais ferrosos são rapidamente absorvidos e eficazes em corrigir deficiências de hemoglobina 
e estoques de ferro no organismo. No entanto, essa apresentação está associada a presença de 
efeitos colaterais. Além disso, os sais podem interagir com fitatos, polifenóis e outros compostos 
bioativos, formando complexo insolúveis. 
A conta da dose de ferro necessária sempre considera o ferro elementar. O percentual de ferro 
elementar em cada suplemento com sais ferrosos, está demostrando abaixo: 
▪ Sulfato ferroso (20%) 
▪ Fumarato (20%) 
▪ Gluconato (12%) 
Recomenda-se que o ferro ferroso seja ingerido com o estômago vazio, ou seja, 1h antes das 
refeições, entre as refeições ou antes de dormir. Dessa forma a quantidade de ferro absorvida 
de 1 comprimido de sulfato ferroso administrado antes das refeições corresponde a 3 
comprimidos administrados após as refeições. 
O Fe+2 (ferroso) pode ser oxidado a Fe3+ (férrico) na luz intestinal aumentando a produção de 
radicais livres, levando a peroxidação lipídica e de proteínas na membrana causando lesões 
inflamatórias: esofagite, gastrite, duodenite e úlceras. O ferro férrico é absorvido por 
mecanismo de absorção ativa pelos transportadores de metais divalentes (DMT1) e em 
situações de deficiência grave pode ocorrer também a absorção passiva (via paracelular). 
Condições passivas podem causar toxicidade, principalmente em grandes doses. 
A elevada frequência e intensidade dos efeitos adversos determinam menor tolerância, pior 
adesão ao tratamento e consequentemente piores resultados. Apesar disso, o sulfato ferroso é 
o composto disponível para o tratamento e prevenção da deficiência de ferro em quase a 
totalidade dos pacientes atendidos pelo SUS do Brasil. 
Nesse sentido, pode-se fracionar a dose diária em duas ou três tomadas. Outra opção é 
administrar o suplemento junto com as refeições. Nessa opção há uma redução na absorção, no 
entanto, pode-se aumentar a adesão ao tratamento, prolongando assim, o tempo de 
tratamento para correção da deficiência. 
Alguns estudos mostram que a suplementação com sulfato ferroso leva a um aumento mais 
rápido nos níveis de hemoglobina quando comparado ao ferro aminoquelado ou ao 
ferripolmaltose. Esse fato se dá uma vez que na deficiência de ferro moderada ou grave, sua 
absorção ocorre por difusão passiva, dessa forma cerca 20% do ferro pode ser absorvido por 
este mecanismo, aumento a efetividade da suplementação. 
Ferro 
UL Sugestão de dose Suplemento 
45 5 a 30mg* 
1. Ferro polimaltosado (MIP) 
2. Ferro bisglicinato 
3. Sais ferrosos 
- MIP = Produtos Isentos de Prescrição Médica 
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Por outro lado, o excesso de ferro pode saturar a capacidade de saturação da transferrina, 
aumentando as concentrações de ferro livre no plasma. Ocorre que, essa fração - ferro livre -
apresenta-se de forma toxica, levando ao risco de intoxicação aguda em casos de 
superdosagem. Dentreos efeitos dessa toxicidade estão pirose, epigastralgia, náuseas, vômito, 
gosto metálico na boca, escurecimento do esmalte dentário, dispepsia, plenitude ou 
desconforto abdominal, diarreia e obstipação. 
 
FERROCARBONILA 
O ferro elementar é proveniente da decomposição da ferrocarbonila, uma micropartícula de 
ferro purificada de ferro metálico. O nome “carbonila” descreve o processo de manufatura e 
não a composição do ferro. 
Um estudo conduzido no Brasil comparou sulfato ferroso (SF) x ferro carbonila (CI) na dose de 
5mg de ferro elementar/kg peso, para correção da anemia em 73 crianças. Como resultado: 
A) Após 30 dias houve aumento de 1,3g/dL no grupo CI e 1,2g/dL no grupo FS quando 
avaliado perfil de hemoglobina; 
B) Após 90 dias, o grupo CI apresentou resultados melhores para: hematócrito, VCM, HCM 
e ferritina; 
C) Grupo CI também teve melhor aceitação ao tratamento e menos efeitos colaterais. 
Nesse sentido, comprimidos mastigáveis de ferro carbonila poderiam ser considerados uma 
importante opção terapêutica para tratamento da anemia ferropriva de crianças menores de 
seis anos de idade. 
 
FERRO AMINOÁCIDO QUELATO 
Essa forma se dá pela união covalente do ferro com um ligante orgânico. Dessa forma, átomos 
de ferro ficam protegidos, diminuindo a exposição direta das células da mucosa intestinal, 
reduzindo a toxicidade local. 
Dezenas de compostos foram desenvolvidos, e o mais estudado é o ferro bisglicinato (ferro 
ligado a dois átomos de glicina), que tem aproximadamente 20% de ferro elementar em sua 
composição. Quando são comparadas as mesmas quantidades de ferro elementar, o sulfato 
ferroso e ferro bisglicinato tem eficácia terapêutica semelhante, no entanto a forma quelato 
tem menos efeitos colaterais. 
Os compostos aminoquelados tem menos incidência de efeitos secundários quando comparado 
aos não quelados entretanto são menos eficientes que os complexos de ferro polimaltosado 
(Fe3+), principalmente em relação à incidência de efeitos adversos gastrointestinais. 
 
COMPLEXO DE FERRO POLIMALTOSADO (Fe+3) 
O hidróxido de ferro férrico polimaltosado, apresenta o ferro no centro de sua estrutura cercado 
por dextrina parcialmente hidrolisada, formando assim um complexo hidrossolúvel. Esse 
complexo formado em volta do ferro é capaz de protegê-lo devido ao tamanho da molécula. Em 
decorrência de seu tamanho, sua absorção não ocorre por difusão passiva. Nesse cenário, a 
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chance de absorção por difusão passiva é 40x menor quando compara a forma sulfato ferroso, 
com isso, o risco de toxicidade também é menor, tornando-o assim, a forma mais segura de 
administração de ferro. 
Tabela 6: Resumo das formas de administração de ferro 
PARÂMETRO SAIS FERROSOS FERRIPOLIMALTOSE 
Absorção 
Mais rápida, difusão 
ativa e passiva, não 
controlada 
Mais lenta, disfunção ativa, 
fisiologicamente controlada 
Administração Jejum Durante ou após a refeição 
Eficácia Elevada Elevada 
Frequência de efeitos adversos Elevada (5 – 45%) Baixa (0 – 15%) 
Estresse oxidativo nas células 
da mucosa do trato 
gastrointestinal 
Presente Ausente 
Mancha nos dentes Sim Não 
Tolerância e adesão ao 
tratamento 
Menor Maior 
 
CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE PARA ATINGIR A RECOMENDAÇÃO 
DIÁRIA DE FERRO (8-18mg): 
 
Alimento Quantidade Quantidade (mg) 
Castanha-de-caju torrada e 
salgada 
30g 2,0 
Semente de girassol 37g 2,0 
Agrião cru 100g 3,1 
Purê de tomate 100g 1,3 
Carne, bovina, patinho, sem 
gordura, grelhado 
100g 3,0 
Chocolate, meio amargo 100g 3,6 
 Total: 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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