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Nutrição Funcional Prescritor AULA 04

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Nutrição Funcional Prescritor
DESCRIÇÃO
Apresentação das recomendações de micronutrientes, assim como das resoluções e portarias que regulamentam a prescrição deles, e orientação sobre a forma de prescrição de micronutrientes, fitoterápicos, compostos bioativos e óleos essenciais.
PROPÓSITO
Compreender a regulamentação para prescrição de suplementos nutricionais, a fim de identificar as necessidades individuais de compostos nutricionais e não nutricionais, contribuindo com o atendimento nutricional na prática clínica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as normas para a prescrição de suplementos e fatores que interferem em sua atividade
MÓDULO 2
Identificar os suplementos micronutrientes
MÓDULO 3
Descrever a suplementação de fitoterápicos, probióticos, prebióticos e óleos essenciais
INTRODUÇÃO
Na nutrição, o estudo da bioquímica dos nutrientes, assim como de suas funções, vem ganhando destaque. A partir do conhecimento da ação dos compostos nutricionais e não nutricionais sobre o organismo humano, pode-se elaborar uma conduta nutricional suplementar individualizada, a fim de promover a manutenção da saúde, assim como prevenir e tratar doenças. 
Segundo o Ministério da Saúde (MS), os suplementos nutricionais servem para complementar ou atender a uma necessidade aumentada de calorias e/ou nutrientes, quando a ingestão deles, por meio da alimentação, é insuficiente, ou quando há necessidade de uma ingestão maior que a recomendação-padrão.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na Instrução Normativa nº 76, de 5 de novembro de 2020, os suplementos alimentares não tratam, previnem ou curam doenças. Eles são destinados a pessoas saudáveis, com a finalidade de fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação. Porém, diante de vários estudos clínicos, cada vez mais percebemos a necessidade de atender a deficiências nutricionais ou de ativar vias bioquímicas por meio da suplementação de nutrientes, compostos bioativos, aminoácidos, entre outros.
MÓDULO 1
Reconhecer as normas para a prescrição de suplementos e fatores que interferem em sua atividade
REGRAS E NORMAS À PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS POR NUTRICIONISTA
De acordo com a Resolução nº 656 do Conselho Federal de Nutricionistas, de 15 de junho de 2020, que atua na regulamentação da prescrição dietética de suplementos alimentares pelo nutricionista, é fundamental destacar que a suplementação “inclui nutrientes, substâncias bioativas, enzimas, prebióticos, probióticos, produtos apícolas, como mel, própolis, geleia real e pólen, novos alimentos e novos ingredientes e outros autorizados pela Anvisa para comercialização, isolados ou combinados, bem como medicamentos isentos de prescrição à base de vitaminas e/ou minerais e/ou aminoácidos e/ou proteínas isolados ou associados entre si”. Essa resolução afirma ainda que a prescrição pode ser de produtos industrializados ou manipulados, e as vias de administração podem ser oral e enteral, incluindo-se mucosa, sublingual e sondas enterais. A via anorretal ou via tópica é proibida.
Para a prescrição de suplementos, o nutricionista necessita levar em consideração:
Fatores que interferem nos aspectos individuais (condições clínicas, biopsicossociais, socioeconômicas, culturais e religiosas).
A relação com a triagem e avaliação nutricional sistematizadas, envolvendo critérios objetivos e/ou subjetivos que permitam a identificação de deficiência ou de riscos nutricionais.
O diagnóstico, laudos e pareceres da equipe multidisciplinar.
A prescrição dietética de suplementos alimentares deve fazer parte da adequação do consumo alimentar e ser avaliada sistematicamente.
A prescrição dos nutrientes e não nutrientes somente quando contribuirem para a redução do risco e para o tratamento de doenças relacionadas à nutrição.
A avaliação das possíveis interações entre nutrientes, não nutrientes, fármacos e plantas medicinais, bem como reações adversas potenciais, toxicidade e contraindicações.
Os limites de UL para nutrientes e, em casos não contemplados, considerar critérios de eficácia e segurança com alto grau de evidências científicas.
As listas de constituintes autorizados para uso em suplementos alimentares, prevista nos anexos I e II da Intrução Normativa da Anvisa nº 28, de 26 de julho de 2018 e suas atualizações, e os insumos autorizados pela Anvisa, para comercialização, disponíveis nas farmácias de manipulação.
Na prescrição de enzimas, a indicação da atividade enzimática em Unidades (U) e, na prescrição de probiótico, em Unidades Formadoras de Colônias (UFC).
A biodisponibilidade e a segurança na prescrição de substâncias que podem ser encontradas em diferentes formas químicas, buscando entender e facilitar a absorção, metabolização e utilização desses compostos.
ATENÇÃO
É vedado ao nutricionista prescrever produtos que incluam em sua fórmula medicamentos isolados ou associados a nutrientes, além de suplementos nutricionais ou substâncias que não sejam controladas ou não atendam às exigências para produção e comercialização regulamentadas pela Anvisa.
Ao prescrever suplementos industrializados, o nutricionista não deverá manifestar preferência de marcas e produtos. Porém, havendo necessidade de mencioná-los, deverá indicar pelo menos três alternativas oferecidas pelo mercado que estejam em conformidade com as exigências da Anvisa.
O nutricionista deve estar atento à Instrução Normativa 76/2020 que estabelece as listas de constituintes, de limites de uso, de alegações e de rotulagem complementar para elaborar a prescrição dos suplementos alimentares.
Para a suplementação de plantas medicinais, porém, por meio da fitoterapia, é necessário atender às normas descritas na Resolução nº 680, de 19 de janeiro de 2021, que determina que o nutricionista poderá utilizar esse tipo de terapia somente quando os produtos prescritos tiverem indicações de uso relacionadas direta ou indiretamente aos objetivos da assistência nutricional e dietoterápica, com a justificativa de monitorar e avaliar os efeitos da prescrição com base em estudos científicos ou em uso tradicional reconhecido.
Ainda de acordo com a Resolução nº 680, a prescrição de plantas medicinais in natura e drogas vegetais, na forma de infusão, decocção e maceração em água, é permitida a todos os nutricionistas, ainda que sem certificado de pós-graduação em fitoterapia ou título de especialista nessa área. Porém, a prescrição de drogas vegetais em formas farmacêuticas, de medicamentos fitoterápicos, de produtos tradicionais fitoterápicos e de preparações magistrais de fitoterápicos é:“permitida ao nutricionista portador de certificado de curso de pós-graduação lato sensu em nível de especialização em fitoterapia, emitido por instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação, observados os requisitos legais, com, no mínimo, 200 horas de disciplinas específicas de fitoterapia, ou de título de especialista na área”. 
A prescrição do fitoterápico, seja isolado, seja combinado, deve ser realizada em receituário contendo:
Nomenclatura botânica, sendo opcional incluir a indicação do nome popular.
Parte utilizada.
Forma de utilização e modo de preparo, no caso de plantas medicinais in natura ou drogas vegetais, na forma de infusão, decocção ou maceração em água.
Forma ou meio de extração, a padronização do marcador da parte da planta prescrita (sempre que disponível na literatura científica) e a forma farmacêutica, no caso de drogas vegetais em formas farmacêuticas, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais fitoterápicos e de preparações magistrais.
Via de administração e posologia.
A prescrição, seja de suplementos nutricionais, seja de fitoterápicos, deve ser precrita em receituário contendo:
Nome do paciente/cliente/usuário
Via de administração, composição e posologia dos suplementos alimentares
Data de prescrição
Assinatura, carimbo do profissional com nome e número de seu registro no Conselho e respectiva jurisdição, telefone e endereço completo ou outromeio de contato profissional
RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS
É fundamental que o nutricionista registre em prontuário todos os suplementos prescritos, assim como via de administração, composição e posologia, a fim de controle e acompanhamento evolutivo (efeitos positivos e adversos).
Após conhecer todas as regras para a prescrição suplementar, o nutricionista se torna apto para prescrição de suplementos nutricionais, podendo atuar na atenção primária, considerando que possui ferramentas para manipular e adequar o consumo alimentar da população.
FATORES QUE INTERFEREM NA EFETIVIDADE DOS SUPLEMENTOS
Para assegurar a eficiência da suplementação, é necessário reforçar que o estado nutricional do indivíduo vai determinar a resposta e o efeito dos nutrientes ou compostos. Além disso, é importante ressaltar que a fonte primária de nutrientes deve ser o alimento, e uma dieta bem elaborada pode suprir algumas necessidades nutricionais. Ainda não se pode esquecer que uma alimentação rica em alimentos processados, aditivos químicos e de baixa qualidade nutricional interfere de forma direta no aproveitamento de nutrientes, e não é correto usar suplementos nutricionais quando a mudança necessária for nos hábitos alimentares. 
Entre os fatores que podem interferir nos efeitos dos suplementos, encontram-se:
BIODISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES
Biodisponibilidade é a fração de qualquer nutriente ingerido que tem o potencial para suprir demandas fisiológicas em tecidos-alvos. 
Para entender a biodisponibilidade, é necessário conhecer alguns conceitos, como o de “acessibilidade”, que é quando um composto ou nutriente está presente em um alimento.
EXEMPLO
Quando dizemos que o tomate tem o carotenoide licopeno, ou seja, esse composto está presente no tomate. Porém, somente parte do licopeno do tomate é “bioacessível”, ou seja, pronto para ser absorvido pelo organismo Para aumentar a bioacessibilidade do licopeno, são necessárias modificações dietéticas que envolvem técnicas de preparo. A bioacessibilidade do licopeno no tomate é aumentada quando se adiciona gordura e/ou se rompem as paredes celulares por meio do fracionamento e cocção. Assim, disponibiliza-se melhor o licopeno para a absorção.
A biodisponibilidade depende: 
· Da acessibilidade.
· Da bioacessibilidade.
· Do tipo de nutriente.
· Do tipo de ligação molecular.
· Da quantidade consumida.
· Da matriz onde ele é incorporado.
· De fatores que atenuam ou favorecem a absorção e bioconversão.
· Do estado nutricional do hospedeiro.
· De fatores genéticos e interações entre nutrientes e entre nutrientes e medicamentos. 
A saúde do trato gastrintestinal (TGI), portanto, é fundamental para a melhora desse fator. A capacidade absortiva é influenciada diretamente pela saúde do TGI, assim como qualidade e quantidade da microbiota.
MANTER A SAÚDE NO TGI É IMPORTANTE, POIS A LIBERAÇÃO/PRODUÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO NO ESTÔMAGO FAVORECE O CRESCIMENTO DE BACTÉRIAS SAUDÁVEIS E REDUZ A PROLIFERAÇÃO DE BACTÉRIAS NOCIVAS. ALÉM DISSO, PARTICIPA DA DIGESTÃO DE NUTRIENTES, COMO PROTEÍNAS, E FACILITA A ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES, COMO VITAMINA B12, ENTRE OUTROS, QUE DEPENDEM DA ACIDEZ PARA A IONIZAÇÃO DAS SUAS FORMAS.
Com isso, quadros de hipocloridria, gastrite ou infecção por Helicobacter pylori, indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica ou em uso de medicamentos que reduzem a liberação de ácido, como os inibidores de bombas de prótons, além de pacientes idosos, que apresentam atrofia das células parietais do estômago, podem apresentar comprometimento na biodisponibilidade de nutrientes e aproveitamento.
Alterações na função intestinal, seja constipação ou diarreia, ou qualquer comprometimento no trânsito intestinal, também podem alterar a absorção. A disbiose intestinal é uma condição que altera a biodisponibilidade, pois pode aumentar a permeabilidade intestinal, aumentando o risco de inflamação e, além de alterar a absorção, pode prejudicar a atividade dos nutrientes nas células alvo.
Sendo assim, garantir a saúde do TGI é fundamental antes de indicar qualquer suplementação.
COMPONENTES DA FÓRMULA
Conhecer a composição do produto que será prescrito é fundamental. O nutricionista deve conhecer a composição dos suplementos que está indicando, a fim de evitar prescrever fórmulas que possam apresentar nutrientes em sua forma química que não seja eficaz ou que não tenha boa disponibilidade.
ATENÇÃO
É importante que os produtos prescritos sejam os mais “limpos” possíveis, ou seja, isentos de aditivos químicos que possam comprometer o estado de saúde, a absorção dos nutrientes e até piorar a saúde do TGI.
Os nutrientes e compostos ativos podem estar nas mais diversas formas químicas. Os minerais, por exemplo, são encontrados como sais inorgânicos, sais orgânicos e como minerais quelados, normalmente, quelados com aminoácidos. Essa forma química está diretamente relacionada com a biodisponibilidade, sendo os minerais quelados mais biodisponíveis que os sais, uma vez que não dependem de ácido clorídrico no estômago para fazer a dissociação ou ionização e não competem com outros minerais por receptores no intestino. 
Alguns estudos mostram que minerais na forma de sais inorgânicos aumentam a oxidação de compostos antioxidantes. Sendo assim, a suplementação de polivitamínicos, principalmente os que estão nesta forma, pode apresentar menos biodisponibilidade e ainda aumentar a oxidação e formação de radicais livres. Neste contexto, é importante ainda ressaltar que, dificilmente, um indivíduo necessita complementar ou suplementar todos as vitaminas e minerais, podendo inclusive aumentar o risco da sobrecarga desses nutrientes. 
Os aditivos alimentares presentes em alguns suplementos, como corantes, edulcorantes, aromatizantes, emulsificantes, conservantes, entre outros, também podem impactar negativamente a eficácia de um produto. Além disso, esses componentes são considerados xenobióticos, e seu impacto na saúde hepática e no processo de biotrasnformação pode aumentar a geração de radicais livres, aumentando a oxidação celular e inflamação. Os xenobióticos podem comprometer o funcionamento intestinal, o sistema imunológico e prejudicar também a cascata de hormônios, por serem considerados desruptores endócrinos.
RISCO DE CONTAMINAÇÃO E ADULTERAÇÃO
A busca por marcas e empresas comprometidas com a qualidade é fundamental na hora de escolher o melhor suplemento, seja indústrias que vendam o produto acabado, seja farmácias que fazem fórmulas manipuladas.
O risco de contaminação em suplementos pode reduzir seu efeito e ainda induzir consequências graves na saúde dos pacientes.
As principais adulterações são: 
· A presença de drogas não declaradas.
· Formulações incompletas.
· Ausência de ingredientes ativos (declarados na formulação) e troca de uma substância declarada por substâncias estruturalmente semelhantes, porém de menor valor de mercado.
Vale ressaltar que, de acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), o nutricionista deve indicar sempre três marcas ou farmácias, a fim de deixar a critério do paciente escolher de qual irá adiquirir o produto.
DOSE NÃO INDICADA OU EXCESSIVA
Para a prescrição de suplementos, principalmente os que possuem uma ingestão máxima (UL), o nutricionista deve ficar atento para não ultrapassar esse valor. 
Quanto aos suplementos que não possuem essa recomendação, o profissional deve se basear em estudos clínicos com alto grau de evidência para a indicação das doses utilizadas e prescritas. 
Alguns produtos podem ter doses muito baixas, em função do registro em órgãos reguladores, como a Anvisa, e com isso a eficiência da suplementação fica comprometida. Nesse caso, é recomendado que o nutricionista fique atento à dose e faça a prescrição na forma manipulada para conseguir atender melhor à necessidade de recomendação. 
O contrário também pode acontecer, alguns produtos prontos para uso podem apresentar doses elevadas que podem ultrapassar a necessidade do paciente ou o valor máximo permitido para a prescrição do nutricionista. Sendo assim,é importante o nutricionista analisar e avaliar os produtos prontos, quantidades de cepas e indicação e, quando não atender às necessidades do paciente, utilizar a forma manipulada.
FORMA FARMACÊUTICA
Forma farmacêutica é o estado final que os medicamentos apresentam depois de serem submetidos às operações farmacêuticas necessárias. A forma farmacêutica deve ser escolhida de modo a facilitar a sua administração, garantir a precisão da dose, proteger a substância durante o percurso pelo trato gastrointestinal, garantir a presença no local de ação e obter o maior efeito terapêutico desejado.
AS FORMAS FARMACÊUTICAS QUE PODEM SER PRESCRITAS PELO NUTRICIONISTA SÃO: COMPRIMIDOS, CÁPSULAS, DRÁGEAS, PÍLULAS, SOLUÇÕES, SUSPENSÃO, EMULSÃO, SACHÊS (PÓ). A FORMA DEVE SER ESCOLHIDA DE ACORDO COM OS ATIVOS OU NUTRIENTES QUE QUEIRA SUPLEMENTAR. ELES PODEM SOFRER INTERFERÊNCIA DO AMBIENTE COMO TEMPERATURA, LUZ E UMIDADE. BASEADO NISSO, É IMPORTANTE ENTENDER QUAL NUTRIENTE ESTÁ PRESENTE EM UM SUPLEMENTO E COMO DEVE SER A FORMA FARMACÊUTICA A SER ADMINISTRADA.
Conhecer todos esses fatores, os nutrientes e compostos ativos, sua indicação e a legislação é de suma importância para a prática clínica do nutricionista a fim de atender melhor as necessidades nutricionais dos pacientes.
ATENÇÃO
É importante reforçar que o alimento é a fonte primária dos nutrientes, e uma dieta bem elaborada pelo profissional nutricionista já pode suprir várias demandas do organismo, usando os suplementos apenas para complementar o que a dieta não supriu.
O NUTRICIONISTA FUNCIONAL PRESCRITOR: A VISÃO DAS NORMAS PARA A PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS
A especialista Aline Cardozo Monteiro fala sobre as normas para a prescrição de suplementos e fatores que interferem na atividade dos suplementos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Identificar os suplementos micronutrientes
VALORES DE REFERÊNCIA E ELEMENTOS A CONSIDERAR NA PRESCRIÇÃO
No Brasil, os produtos à base de vitaminas e minerais são divididos em duas categorias:
Suplementos vitamínicos e/ou minerais
Medicamentos à base de vitaminas e minerais
O que os diferencia são os níveis de micronutrientes oferecidos na dosagem diária recomendada. Segundo a Portaria 32, de 13 de janeiro de 1998, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), “suplementos vitamínicos são alimentos que servem para complementar com estes nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão, a partir da alimentação, seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação”.
De acordo com a Resolução CFN nº 656, de 15 de junho de 2020, o nutricionista deve utilizar os valores atualizados da Dietary Reference Intakes (DRI) e “respeitar os limites de UL para nutrientes e, em casos não contemplados, considerar critérios de eficácia e segurança com alto grau de evidências científicas”.
AS DRIS SÃO VALORES DE REFERÊNCIA DE INGESTÃO DE NUTRIENTES QUE DEVEM SER UTILIZADOS PARA PLANEJAR E AVALIAR DIETAS PARA PESSOAS SAUDÁVEIS. ELAS INCLUEM, TANTO AS RECOMENDAÇÕES DE INGESTÃO COMO OS LIMITES SUPERIORES QUE DEVEM SER CONSIDERADOS COMO VALORES DE REFERÊNCIA, SENDO NECESSÁRIO O JULGAMENTO CIENTÍFICO PARA FIXAR OS VALORES DE REFERÊNCIA.
A suplementação também pode ser baseada na Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance – RDA), que é o nível de ingestão dietética diária suficiente para atender às necessidades de um nutriente de praticamente todos (97% a 98%) os indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo gênero e estágio de vida.
Já o Limite Superior Tolerável de Ingestão (Tolerable Upper Intake Level/UL), conforme descrito pelo CFN, é o valor mais alto de ingestão diária continuada de um nutriente que, aparentemente, não oferece nenhum efeito adverso à saúde, e é o máximo que o nutricionista pode prescrever para a suplementação; porém, não é descrito o UL para todos os nutrientes.
Outro fator importante, além de saber a recomendação específica, é ficar atento para tudo que envolve a biodisponibilidade dos nutrientes. Como descrito no módulo anterior, a biodisponibilidade influencia no efeito do nutriente e como ele vai se comportar no meio biológico. Por isso, todos os fatores que podem alterar a resposta de um nutriente devem ser considerados.
ATENÇÃO
As interações entre nutrientes ou entre compostos e nutrientes também devem ser observadas quando for elaborar a prescrição. Alguns nutrientes “competem” entre si pelo mesmo sítio de absorção e/ou podem precisar do mesmo transportador para conseguirem entrar na célula e/ou um nutriente pode aumentar a excreção de outro.
O risco de interações aumenta quando existe um desequilíbrio na ingestão de dois ou mais nutrientes ou a ingestão excessiva de um nutriente pode interferir com a absorção, excreção, transporte, armazenamento, função ou metabolismo de um segundo nutriente. Um exemplo são os fitatos, fosfatos e taninos, que estão entre os mais potentes depressores da biodisponibilidade, assim como os ácidos orgânicos (ácido cítrico e ascórbico) potencializam a absorção de alguns minerais. Ou seja, as interações nem sempre são negativas e devem sempre ser consideradas na hora de elaborar uma formulação. 
Cabe ressaltar ainda que, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiar – POF (BRASIL, 2020), a população não atinge a recomendação de alguns micronutrientes, que apresentam um percentual de inadequação mais alto comparado aos úlimos anos, principalmente cálcio, vitamina A, piridoxina, magnésio, tiamina, vitamina C, riboflavina, zinco, folato, cobalamina e ferro, sendo necessária muitas vezes a suplementação, após avaliação das necessidades individuais dos pacientes, para prevenir ou tratar deficiências nutricionais.
SUPLEMENTAÇÃO DE MINERAIS
Os minerais são essenciais para a saúde, porém, não são produzidos de forma endógena pelo organismo, portanto, sua ingestão é fundamental para prevenção e tratamento de doenças. Porém, na maioria das vezes, a alimentação, ainda que adequada, não consegue contemplar todos os minerais, podendo ser necessária a suplementação.
Pensando em biodisponibilidade, a melhor forma química descrita para a suplementação de minerais é a forma “quelato”. O mineral quelato é um composto químico formado por um íon metálico ligado por várias ligações covalentes a uma estrutura heterocíclica de compostos orgânicos, como aminoácidos, peptídeos ou polissacarídeos. Uma vez que o intestino apresenta mais facilidade em absorver aminoácidos e pequenos peptídeos que proteínas ou minerais, associar o mineral a esses nutrientes facilita sua absorção.
Os minerais quelatos, contudo, são produtos que envolvem maior tecnologia e complexo processo de produção, o que os torna, consequentemente, mais onerosos. Ao longo do texto, será possível observar outras formas químicas também utilizadas pela indústria farmacêutica.
CÁLCIO
Baixas concentrações de cálcio no sangue podem estimular a ativação do calcitriol e, assim, aumentar a absorção de cálcio proveniente da dieta. Isso acontece na tentativa de aumentar os níveis séricos.
Além disso, em situações mais graves de depleção de cálcio, há um aumento do paratormônio (PTH), hormônio que favorece a reabsorção óssea e, além disso, ocorre o aumento do hormônio antidiurético, com o intuito de manter os níveis adequados de cálcio.
A diminuição da ingestão de cálcio pode levar a alterações ósseas e a várias consequências metabólicas. Porém, mesmo consumindo alimentos ricos em cálcio, dependendo da deficiência, faz-se necessária a suplementação. 
Quando se avalia a fonte de cálcio, a quantidade presente é mais importante que a biodisponibilidade em si. A eficiência da absorção é praticamente similar na maioria dos alimentos.
COMENTÁRIO
Quando presente em alimentos ou refeições ricos em ácido oxálico (espinafre, batata doce, feijão), ácido fítico (sementes, castanhas, cereias) e fibras solúveis, o cálcio é menos absorvido.
A absorção de cálcio na forma de sais de cálcio é em torno de 25% a 40%, enquanto, na forma de cálcio elementar e carbonato de cálcio, o grau deabsorção é de cerca de 40%. Já o citrato possui 21% de capacidade absortiva.
COBRE
O cobre desempenha papel importante na maturação dos tecidos linfoides e atua também como cofator para a enzima superóxido dismutase (SOD), enzima-chave na defesa antioxidante. É absorvido por mecanismo mediado por carreador, ligando-se à metalotioneína dentro das células da mucosa do duodeno. Cerca de 30% do cobre presente nos alimentos é absorvido pelo organismo.
As formas suplementares mais comuns incluem:
· glucotano de cobre
· Óxido de cobre
· Sulfato de cobre
O glucotano de cobre possui baixa biodisponibilidade.
CROMO
A absorção de cromo e seu metabolismo dependem do seu estado de oxidação, da forma e do conteúdo intestinal. O excesso de ferro impede a ligação do cromo à transferrina, porém, a suplementação de cromo não afeta o metabolismo do ferro.
Pode-se suplementar cromo com:
· Picolinato
· Nicotinato
· Cloreto
· Fenilalaninato
· Propionato
Dos compostos, os mais bem absorvidos são o nicotinato de cromo e o picolinato de cromo, sendo este o mais usado em suplemento. 
Como a taxa de absorção do cromo é inversamente proporcional à quantidade ingerida, fracionar a quantidade durante o dia aumenta a absorção.
FERRO
O ferro é encontrado nos alimentos em duas formas:
1 – FERRO HEME
2 – FERRO NÃO HEME
A absorção do ferro heme é mais fácil, sendo pouco afetada por fatores facilitadores e/ou inibidores da alimentação e também pelo estado nutricional do indivíduo. Em dietas equilibradas, a absorção de ferro heme é em cerca de 15 a 20%. Já a absorção do ferro não heme pode ser influenciada por fatores ligados ao indivíduo e à dieta.
ATENÇÃO
A suplementação de ferro, mesmo em caso de deficiência, deve ser cautelosa, pois o excesso desse mineral pode resultar em alterações decorrentes de sua participação em reações oxidativas, promovendo dano celular.
As formas químicas de apresentação do ferro são várias. O sulfato ferroso é a mais utilizada para suplmentação, como em fórmulas infantis e para gestante, por exemplo, pois possui 100% de biodisponibilidade, porém, gera efeitos gastrointestinais adversos, sendo pouco tolerado. Já o fumarato ferroso e succinato ferroso são insolúveis em água e solúveis em ácidos diluídos e possuem de 90% a 100% de biodisponibilidade.
MAGNÉSIO
O magnésio atua como cofator no metabolismo energético e proteico, glicólise e síntese de adenosina trifosfato. Atua, ainda, na estabilidade da membrana neuromuscular e cardiovascular e como regulador fisiológico da função hormonal e imunológica. Além disso, é fundamental para a formação óssea, melhorando a atividade do cálcio e fósforo. A deficiência desse mineral está associada ao dano vascular, aterosclerose, doença cardíaca isquêmica, hipertensão, diabetes e doenças da tireoide. 
A suplementação de magnésio tem sido utilizada no tratamento complementar no diabetes mellitus, por trazer possíveis benefícios ao estimular a secreção de insulina e melhorar sua sensibilidade. Além disso, também atua na contração muscular, formação óssea, metabolismo energético, regulação do humor e do sono e ainda como cofator para absorção de nutrientes, tal como a vitamina D. 
O citrato de magnésio é a forma química mais absorvível após o magnésio quelato. O óxido de magnésio apresenta alta estabilidade e pouca solubilidade em água, o que reduz sua absorção intestinal, por isso, é usado somente para o controle da acidez.
Outras formas químicas do magnésio são:
· L-treonato de magnésio, uma forma de alta absorção, capaz de atravessar a barreira hematoencefálica.
· Magnésio dimalato, que possui o mineral magnésio ligado ao ácido málico.
O magnésio dimalato é uma combinação de ácido málico e magnésio, capaz de reduzir a dor muscular associada à fibromialgia.
MANGANÊS
A taxa de absorção desse mineral pela dieta é muito baixa, de 2% a 5%. A ligação com zinco ou cobre pode aumentar a absorção intestinal desse mineral.
O manganês é cofator de metaloenzimas como a arginase, glutamina sintetase, manganês superóxido dismutase e piruvato carboxilase, sendo, de forma indireta, necessário para manutenção da resposta imunológica, saúde do TGI, crescimento ósseo, metabolismo celular e defesa antioxidante.
Não há estudos que atestam a disponibilidade quando em suas formas mais comuns, como sulfato, citrato, glucotano e ascorbato. Recomenda-se o manganês quelato.
SELÊNIO
O selênio participa da defesa antioxidante, da regulação da ação do hormônio da tireoide, da destoxificação hepática, principalmente na eliminação de metais pesados e xenobióticos, aumenta a resposta imunológica, favorece a síntese da metionina a partir da homocisteína, diminuindo o risco para doença cardiovascular (DCV).
Castanha do Pará
A biodisponibilidade do selênio por meio da alimentação é bem alta. Além disso, o solo brasileiro é rico em selênio, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste. As principais fontes são as oleaginosas, cuja biodisponibilidade do mineral varia entre 85 a 100%.
Os suplementos de selênio com maior bioacessibilidade (95% a 98%) estão sob a forma de selenocisteína e selenometionina. Já os suplementos disponíveis na forma de selenito e selenato possuem absorção de 80% e 90%, respectivamente.
VANÁDIO
Fundamental para a formação da insulina. Sua deficiência pode gerar distúrbios no metabolismo dos carboidratos e dos lipídios. A suplementação de vanádio em pacientes diabéticos pode diminuir a necessidade dos medicamentos hipoglicemiantes e até da insulina exógena. A forma recomendada é o sulfato de vanádio, por se bem absorvido e possuir baixa toxicidade.
SILÍCIO
O silício é um mineral fundamental para as articulações, melhorando os quadros de dor e inflamação. A forma com maior bioacessibilidade é o monometilsilanetriol ou silano, usado pela indústria como silício orgânico.
O silício orgânico facilita a síntese de colágeno e tem sido muito usado na estética como nutracêutico, associado com pepitídeos de colágeno para melhorar a saúde da pele, ou também associado com outros nutrientes para fortalecer cabelos e unhas.
ZINCO
A deficiência de zinco está relacionada a inúmeras anormalidades no metabolismo, tendo como causas a ingestão dietética inadequada, diminuição na absorção ou aumento na excreção urinária, presença de agentes na dieta que comprometem sua absorção, cirurgias do intestino, síndromes de má-absorção, doenças renais, doença crônica do fígado, abuso do álcool, entre outras. 
A regulação de zinco é obtida por meio do controle feito pela absorção intestinal do mineral e perda endógena por meio de secreção pancreática e outras secreções intestinais. Quando a dieta de zinco é deficiente, observa-se aumento marcante da sua absorção intestinal, bem como reduções nas perdas intestinais e urinárias.
Nos suplementos, o mineral é encontrado na forma de sulfato de zinco, glucotano de zinco, óxido de zinco ou glucotano de zinco. Estudos mostram que todos apresentam bioacessibilidade similar, porém o glucotano, por ter menor quantidade de zinco elementar, apresenta alto custo, sendo o óxido de zinco com maior quantidade e baixo custo.
Deve-se levar em consideração o sinergismo entre zinco e cobre, devendo ser suplementados com a relação 15 a 20:1. 
A Tabela 1 resume os principais minerais e sua recomendação para suplementação na forma de metal quelato.
	Cálcio
	500 a 1500 mg
	Cobre
	0,5 a 5 mg
	Cromo
	100 a 200 mcg
	Ferro
	10 a 60 mg
	Magnésio
	50 a 500 mg
	Manganês
	2 a 20mg
	Selênio
	50 a 200 mcg
	Silício
	2 a 10 mg
	Vanádio
	50 a 500 mcg
	Zinco
	10 a 60 mg
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Tabela 1: Recomendações de suplementação dos minerais quelatos
Extraído de: SOUZA, BAPTISTELA E PASCHOAL, 2018.
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS
Com a vida moderna, cada vez mais faz-se necessária a suplementação nutricional. No Brasil, o perfil alimentar da população é deficiente em frutas e vegetais e isso implica diretamente na ingestão de vitaminas, o que torna ainda mais importante a necessidade de avaliar possíveis carências (BRASIL,2020). 
Apesar de a suplementação de vitaminas ser fundamental em caso de deficiências, sua utilização tem sido cada vez mais comum por pessoas saudáveis que precisam adequar esses micronutrientes na alimentação, pois, mesmo com uma alimentação saudável, podem não atingir a recomendação adequada.
Sendo assim, cabe ao nutricionista ou médico identificar possíveis deficiências alimentares a fim de adequar a ingestão e prevenir complicações causadas pela deficiência de vitaminas.
As vitaminas são divididas em lipossolúveis (A, D, E, K) e hidrossolúveis (complexo B e vitamina C), conforme apresentado a seguir.
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS
VITAMINA A (RETINOL)
Pode ser encontrada de 3 formas: retinol, retinal e ácido retinoico, porém somente o retinol é biologicamente ativo, e é a forma absorvida pelo intestino por meio da alimentação e a armazenada no fígado. A partir do retinol, é possível formar o retinal e o ácido retinoico.
ATENÇÃO
Como toda vitamina lipossolúvel, sua absorção necessita de gordura, por isso as formulações devem estar em formas oleosas, pois são absorvidas pelos quilomícrons.
A vitamina A é fundamental para a saúde ocular, integridade epitelial e resposta imunológica. Sua deficiência está relacionada com a ingestão inadequada e a presença de processos infecciosos. Quando há diminuição do retinol circulante, os bastonetes da retina se reconstituem de maneira mais lenta, ocasionando a cegueira noturna (nictalopia), que é a forma mais precoce de hipovitaminose A.
Fatores relacionados ao indivíduo, como estado nutricional, genética, metabolismo, uso de álcool, tabagismo, idade e doenças podem alterar a absorção da vitamina A. Além disso, a concentração de retinol circulante diminui quando há deficiência de zinco, e a deficiência de vitamina A diminui a atividade do ferro.
VITAMINA D
A vitamina D é fundamental para o metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico. Sua deficiência tem sido associada com várias doenças autoimunes, incluindo diabetes tipo 1, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide. O consumo adequado de vitamina D atua na prevenção do raquitismo em crianças e da osteomalácia em adultos.
A vitamina D ativa está na forma de 1,25 (OH)2D3 (calcitriol), forma responsável por todas as funções metabólicas. A concentração de 25(OH)D no plasma é o melhor indicador do estado nutricional do indivíduo em relação à vitamina D. A concentração <30mmol/L é considerada insuficiente a deficiente.
Recomendações de vitamina D podem ser expressas em microgramas ou em Unidades Internacionais: 1 mcg de vitamina D = 40UI de vitamina D.
O limite máximo (UL) ou a dose máxima diária de ingestão, que possivelmente não ocasiona risco, é de 1000UI/dia (0 a 6 meses), 1500UI/dia (6 a 12 meses), 2500UI/dia (1 a 3 anos), 3000UI/dia (4 a 8 anos) e 4000UI/dia (> 9 anos).
VITAMINA E
A vitamina E tem como principal função no organismo a sua forte ação antioxidante, por prevenir o dano oxidativo, principalmente a peroxidação dos lipídios de membrana, protegendo a célula
.
A absorção é aumentada por triglicerídeos de cadeia média e inibida por ácidos graxos poli-insaturados. A absorção de vitamina E por humanos tem variado de 20% a 86%. A absorção do alfa-tocoferol é superior ao gama-tocoferol.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu ingestão diária aceitável de 0,15 a 2,0mg de alfa-tocoferol/kg e suplementos de até 720mg/dia, sem relato de toxicidade.
VITAMINA K
A vitamina K presente em alimentos vegetais verdes escuros possui biodisponibilidade de 20%, enquanto suplementos possuem disponibilidade de 80%.
A deficiência de vitamina K está associada à menor agregação plaquetária e risco de hemorragia. Indivíduos submetidos a tratamentos com anticoagulantes cumarínicos visando à prevenção de trombose devem ser monitorados quanto à ingestão de vitamina K, pois ela pode diminuir a eficácia do tratamento.
Assim como cálcio, magnésio e vitamina D, a vitamina K é essencial para a manutenção da integridade e formação óssea e a forma mais utilizada para a suplementação é a vitamina K2 (menaquinona).
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS
VITAMINA B1 (TIAMINA)
A forma ativa da vitamina B1 é a tiamina pirofosfato (TPP). Trata-se de uma coenzima que atua como uma cocarboxilase na descarboxilação oxidativa de alfacetoácidos, como o piruvato e o alfa-cetoglutarato, favorecendo o metabolismo dos carboidratos. Participa da via da pentose fosfato, fornecendo ribose para a síntese.
Sua suplementação tem sido associada a melhor atividade do sistema nervoso e circulatório, previne o envelhecimento de neurônios e pode prevenir a depressão e a fadiga. Sua deficiência pode causar inapetência, confusão mental e fraqueza muscular. Em casos mais graves pode alterar a função cardíaca. 
A presença de tiaminases e antagonistas da tiamina podem diminuir a biodisponibilidade da vitamina. Essas enzimas são encontradas em uma variedade de microrganismos e alimentos. Compostos termoestáveis presentes nos alimentos (polifenóis) provocam quebra oxidativa da tiamina e também podem diminuir sua absorção.
VITAMINA B2 (RIBOFLAVINA)
As formas fisiologicamente ativas, flavina adenina dinucleotídeo (FAD) e flavina mononucleotídeo (FMN), têm papel vital no metabolismo energético, sendo essencial para a geração de trifosfato de adenosina (ATP). Sua absorção depende de boa secreção ácida.
A deficiência de riboflavina pode ser comum em idosos, mulheres em uso crônico de contraceptivos orais, em caso de alcoolismo, e em pacientes com doenças graves, que podem ocasionar um estresse metabólico como: queimaduras, pós-operatório de grandes cirurgias, infecções agudas e HIV, tuberculose, além da má-absorção intestinal. Ocasionalmente, a deficiência da riboflavina pode associar-se à anemia hipocrômica e microcítica, como resultado da menor conversão do ferro ativo para a síntese de hemoglobina.
VITAMINA B3 (NIACINA)
A vitamina B3 engloba o ácido nicotínico e a nicotinamida, dois nucleotídeos piridínicos que atuam como precursores da coenzima nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NAD, coenzima I) e de sua forma fosforilada (NADP, coenzima II), que participam do ciclo de Krebs, favorecendo a geração de ATP, por meio da liberação de 3 elétrons para a cadeia de transporte de elétrons. O ácido nicotínico em doses farmacológicas (1-3g/dia) possui efeito hipolipidemiante. 
A leucina bloqueia a síntese de ácido nicotínico e pode diminuir a ação dessa vitamina. O alcoolismo crônico também é uma causa de deficiência de niacina.
A niacina age como agonista de receptores de ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central (SNC), sendo eficaz em pacientes que apresentam hiperatividade e déficit de atenção, além de auxiliar no relaxamento em casos de insônia. 
Várias enzimas dependem de NAD e NADP para atuarem no metabolismo dos carboidratos, dos aminoácidos e dos lipídios, além de participarem na síntese de hormônios adrenocorticais a partir da acetil coenzima A (CoA) e na conversão de ácido láctico em ácido pirúvico. 
O NAD participa do reparo do DNA e na transcrição, e o NADH, forma reduzida de NAD, é substrato para a NADH desidrogenase da cadeia respiratória mitocondrial. Sendo assim, a riboflavina é fundamental para a atividade e biogênese mitocondrial.
VITAMINA B5 (ÁCIDO PANTOTÊNICO)
O ácido pantotênico é um componente da coenzima A (CoA), possuindo um papel central nas reações de liberação de energia a partir dos carboidratos.
A vitamina B5 auxilia ainda na formação de células vermelhas do sangue e na destoxificação, previne a degeneração de cartilagens e ajuda na construção de anticorpos.
A absorção intestinal pode ocorrer por transporte ativo dependente do sódio ou por difusão simples, no intestino delgado, sendo assim, sua deficiência é rara quando a ingestão está adequada.
Pacientes com doença renal e tratamento dialítico fazem parte do grupo de risco para deficiência de vitamina B5,assim como os indivíduos alcoolistas, idosos e mulheres que usam contraceptivos orais.  
VITAMINA B6 (PIRIDOXINA)
A vitamina B6 é encontrada nas formas de piridoxina, piridoxal e piridoxamina, piridoxal 5-fosfato (PLP) e piridoxamina-5-fosfato (PMP), sendo as duas últimas as formas ativas, envolvidas no metabolismo dos aminoácidos.
A pridoxina participa na gliconeogênese, na conversão de triptofano em niacina, na síntese de diversos neurotransmissores, como histamina, dopamina, norepinefrina e ácido delta-aminobutírico (GABA) e na função imunológica. As transaminases dependentes de piridoxina são importantes também na ligação do oxigênio à hemoglobina, de forma que deficiências graves dessa vitamina resultam em anemia.
A vitamina B6, assim como B9 e B12, participam do metabolismo da homocisteína. A deficiência dessas vitaminas aumenta os níveis séricos desse aminoácido.
O consumo abusivo de álcool aumenta as necessidades da vitamina, pois o acetaldeído (metabólito ativo do etanol) favorece a degradação da piridoxina. Os grupos de risco para essa deficiência são os portadores de síndrome disabsortiva, alcoolistas, idosos com baixa ingestão alimentar e pessoas que fazem uso crônico de drogas com efeito antagonista à piridoxina. 
Por difusão passiva, as três formas de vitamina B6 são rapidamente absorvidas pelo intestino delgado, especialmente no jejuno. É sintetizada pelos microorganismos da flora intestinal, mas não há evidência de absorção efetiva por essa fonte.
VITAMINA B7 (BIOTINA)
A biotina age como um cofator essencial para acetil-CoA, propionil-CoA, beta-metilcrotonil-Coa e enzimas piruvato carboxilase, importantes na síntese de ácidos graxos, no catabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada e na via gliconeogênica. A biotina também tem papel na regulação da expressão gênica.
A absorção ocorre por difusão passiva lenta e por transporte ativo dependente de sódio nas porções mais proximais do intestino delgado. Os relatos da deficiência primária de biotina são escassos, porém indivíduos que usam anticonvulsivantes por longos períodos ou bebida alcoólica de forma crônica podem estar predispostos à deficiência de biotina pela inibição da absorção intestinal e pelo aumento do catabolismo tecidual dessa vitamina.
VITAMINA B9 (FOLATO)
O ácido fólico é um nutriente essencial para a saúde celular. A deficiência dessa vitamina leva à anemia macrocítica ou megaloblástica, cujas manifestações clínicas são muito semelhantes às da anemia induzida por vitamina B12, inclusive a deficiência do folato pode estar associada à deficiência dessa vitamina.
A biodisponibilidade do folato é, em grande parte, controlada pela absorção intestinal; o poliglutamil folato (forma predominante nos alimentos) deve ser desconjugado no intestino delgado. A absorção deve ocorrer em pH ótimo e é saturável. A estabilidade é dependente do pH gástrico, sendo assim associar sua suplementação com o ácido ascórbico melhora a bioacessibilidade. 
Além de prevenir anemia, níveis séricos adequados de folato favorecem a saúde da pele e do cabelo, são essenciais para a síntese de DNA, além de garantir a manutenção dos sistemas imunológico, circulatório e nervoso.
VITAMINA B12 (COBALAMINA)
A vitamina B12 é sintetizada exclusivamente por microorganismos, como as bactérias, na forma de cianocobalamina, molécula estável que precisa ser convertida em coenzimas ativas no organismo. Essas coenzimas ativas são a metil-cobalamina e a desoxiadenosil-cobalamina, essenciais para o crescimento celular e a replicação. 
A bioacessibilidade da cobalamina vai depender de a sua forma livre se ligar à uma cobalofilina, proteína secretada na saliva, nos sucos gástricos e intestinal e no soro. Essa proteína é degradada pelas enzimas pancreáticas; assim, a vitamina B12 se liga ao fator intrínseco (FI), secretado pelas células parietais do estômago, na presença de pH baixo, e é absorvida no íleo por fagocitose.
A cobalamina participa como cofator das enzimas metilmalonil-Coa redutase e a metionina sintetase. A primeira está envolvida no metabolismo dos aminoácidos, do colesterol, da timina e dos ácidos graxos, já a segunda participa da remetilação da homocisteína a metionina, etapa em que há a ligação entre o metabolismo do folato e da cobalamina, regenerando o tetra-hidrofolato por meio de reação de desmetilação. 
As duas coenzimas ativas são necessárias para a conversão do metilmalonil-CoA a succinil-CoA, que é essencial para o metabolismo de lipídeos e carboidratos, assim como para a síntese de metionina, favorecendo a síntese de DNA e RNA.
INOSITOL
O inositol é considerado um dos componentes do complexo B. A principal função é estimular a captação de glicose nas células musculares esqueléticas, o que favorece a melhora da glicemia e também prevenine ou melhora a resistência à insulina.
O inositol, na forma de “Mio-inositol”, ainda parece estar envolvido fisiologicamente no metabolismo de lipídios e auxilia na quebra de gorduras e colesterol. No SNC, é nutriente para os neurônios, auxilia na transmissão de impulsos nervosos e melhora a sensibilidade do receptor de serotonina, o que aumenta a liberação de GABA, proporcionando alívio nos sintomas de ansiedade, melhora da comunicação cerebral e memória. A recomendação de uso é de doses diárias de 500 a 1000mg.
VITAMINA C (ÁCIDO ASCÓRBICO)
O principal papel do ácido ascórbico no organismo humano é participar como antioxidante por meio da capacidade de ceder e receber elétrons e inativar radicais livres. A vitamina C ainda participa da renovação da vitamina E e aumenta a absorção intestinal de ferro não heme.
O ascorbato, como também é conhecido, é cofator para duas enzimas essenciais na biossíntese do colágeno, a lisil e a prolil hidroxilases, que catalisam a hidroxilação dos resíduos prolil e lisil nos polipeptídeos de colágenos, e essas modificações pós-translacionais permitem a formação e estabilização do colágeno de tripla hélice, e sua subsequente secreção no espaço extracelular como procolágeno, que é transformado em tropocolágeno, e finalmente fibras colágenas são formadas por um rearranjo espacial espontâneo das moléculas tropocolágenas.
A deficiência grave de vitamina C causa o escorbuto, caracterizado por fenômenos hemorrágicos causados por aumento da permeabilidade da parede de pequenos vasos sanguíneos. 
Vale lembrar que toda suplementação deve ser baseada na ingestão diária recomendada e não deve ultrapassar a ingestão máxima (UL). Além disso, avaliar possíveis deficiências por meio de sinais e sintomas e também de exames bioquímicos é fundamental para que seja prescrito o suplemento correto, evitando assim alguma toxidade.
SUPLEMENTOS MICRONUTRIENTES, A IMPORTÂNCIA NA NUTRIÇÃO FUNCIONAL
A especialista Aline Cardozo Monteiro fala sobre os suplementos micronutrientes utilizados na prescrição do nutricionista especialista em Nutrição Funcional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Descrever a suplementação de fitoterápicos, probióticos, prebióticos e óleos essenciais
SUPLEMENTAÇÃO DE FITOTERÁPICOS
A palavra fitoterapia vem do grego phytos (planta) + therapeía (terapia). Os termos fitoterapia e fitoterápicos foram concebidos pelo médico francês Henri Leclerc (1870-1955), que os definiu como drogas exclusivamente derivadas de plantas, a planta inteira ou seus extratos.
PODE SER CHAMADO DE MEDICAMENTO FITOTERÁPICO O MEDICAMENTO FARMACÊUTICO OBTIDO POR PROCESSOS TECNOLOGICAMENTE ADEQUADOS, EMPREGANDO-SE EXCLUSIVAMENTE MATÉRIAS-PRIMAS VEGETAIS, COM FINALIDADE PROFILÁTICA, CURATIVA, PALIATIVA OU PARA FINS DE DIAGNÓSTICO.
O medicamento fitoterápico é caracterizado pela eficácia e pelos riscos de seu uso, assim como pela reprodutividade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais ou medicamento fitoterápico tradicional, aquele elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências, conhecidas ouinformadas, de risco à saúde do usuário, cuja eficácia é validada através de levantamentos etnofarmacológicos e de utilização, documentações tecnocientíficas ou publicações indexadas.
No século passado, graças a estudos científicos, notadamente na Química, foi permitido analisar, identificar e separar os princípios ativos da planta, que podem ser chamados também de TOTUM. Assim foi possível extrair alguns princípios ativos de plantas e testar sua ação. Quando o princípio ativo é separado de seu TOTUM, porém, deixa-se o princípio fitoterápico e transforma-se, em nível de ação, em medicamento. O princípio ativo isolado é mais potente, eficaz, seletivo, mas pode causar efeitos colaterais não desejáveis.
Para elaborar um fitoterápico de qualidade é fundamental dar atenção à matéria-prima que será utilizada. Sendo assim, foram selecionados critérios essenciais para determinar a escolha da espécie, a forma como deve ser preparada, além de quais avaliações de qualidade podem ser empregadas sobre o princípio ativo vegetal.
OS “PRINCÍPIOS ATIVOS VEGETAIS” SÃO OS PRINCÍPIOS ATIVOS DE UM MEDICAMENTO FITOTERÁPICO ― SUBSTÂNCIA, OU CLASSES QUÍMICAS, QUIMICAMENTE CARACTERIZADA, CUJA AÇÃO FARMACOLÓGICA É CONHECIDA E RESPONSÁVEL, DE FORMA TOTAL OU PARCIAL, PELOS EFEITOS TERAPÊUTICOS DO MEDICAMENTO FITOTERÁPICO. A ATIVIDADE DE UMA PLANTA PODE ESTAR ASSOCIADA A UMA MOLÉCULA PURA OU AO CONJUNTO DE MOLÉCULAS QUE ESTA CONTÉM EM SEU ESTADO NATURAL (FITOCOMPLEXO).
De acordo com a Anvisa, Resolução-RDC nº 14, de 14 de março de 2013, as plantas medicinais “podem ser regulamentadas na área de alimentos, principalmente como chás, que são produtos constituídos de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação, tostada(s) ou não”.
A Anvisa, com o intuito de devolver à população a forma tradicional de uso das plantas medicinais, publicou uma norma para melhor regulamentar sua produção e uso, que é a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 10, de 10 de março de 2010. Foram descritas 66 espécies, definidas sua padronização e alegações terapêuticas, forma(s) de uso, quantidade a ser ingerida e os cuidados e restrições a serem observados no seu uso, conforme informações de uso tradicional disponíveis. Por meio da RDC nº 225, de 11 de abril de 2018, a agência promoveu a atualização do formulário de fitoterápicos da farmacopeia brasileira, incluindo cápsulas com derivados vegetais e algumas atualizações sobre tinturas.
ATENÇÃO
A manipulação de medicamentos fitoterápicos para uso humano é feita em farmácias com autorização da Vigilância Sanitária local (Visa). A Anvisa não faz fiscalização direta nesses estabelecimentos, exceto quando há alguma denúncia ou solicitação das Visas do estado ou município.
Medicamentos manipulados não precisam ser registrados na Anvisa, sendo o controle da sua produção feito no estabelecimento produtor. As farmácias devem adquirir, e não produzir, as matérias-primas a serem utilizadas na manipulação de medicamentos de fornecedores de insumos qualificados. A manipulação pode ser magistral, quando formulada por profissional habilitado a prescrevê-la, ou oficinal, quando constante do formulário nacional.
FÓRMULAS MAGISTRAIS
São personalizadas, de acordo com a prescrição e as necessidades individuais do paciente. Podem ser apresentadas em diversas formas farmacêuticas, como pós (sachês, envelopes, saquinhos), cápsulas, pomadas, cremes, suspensões, xaropes etc. As formulações magistrais, além de atenderem necessidades particulares do paciente, também propiciam o uso de medicamentos não produzidos industrialmente, aumentando consideravelmente as alternativas de tratamentos disponíveis.
FÓRMULA OFICINAL
São os medicamentos elaborados e garantidos por um farmacêutico responsável, dispensados na farmácia, enumerados e descritos na farmacopeia, destinados à administração direta a paciente individualizado, mediante prescrição médica ou conteúdo anódino. A formulação já é pronta.
ASPECTOS RELACIONADOS À EXTRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DAS PLANTAS MEDICINAIS
Para obter o princípio ativo de uma planta é necessário o processo extrativo, que visa à retirada desses compostos dentro de determinada planta, por meio de um solvente, obtendo-se formas terapêuticas mais convenientes ao manuseio e à manipulação. Inicialmente, a planta passa por um processamento que envolve:
SECAGEM
ESTABILIZAÇÃO
MOAGEM
O processo de extração depende de fenômenos de difusão e da renovação do solvente em contato com as substâncias solúveis que permitem a dissolução dessas substâncias. De acordo com a Resolução-RDC nº 14, de 14 de março de 2013 (Anvisa), “devem-se considerar as características do material vegetal, o seu grau de divisão, o meio extrator (solvente) e a metodologia de extração”. 
O solvente extrator escolhido deve ser o mais seletivo possível. Essa seletividade depende do grau de polaridade das substâncias presentes na planta da qual se deseja extrai-las. Quando não se conhece as características das substâncias presentes em determinada espécie estudada, utiliza-se normalmente extração com solventes de diferentes polaridades, a fim de agrupar, em cada solvente utilizado, diferentes grupos de constituintes químicos. Em geral, todas as substâncias de interesse fitoquímico possuem razoável solubilidade em misturas etanólicas ou metanólicas a 80%, sendo essas usualmente utilizadas na extração de constituintes presentes em espécies medicinais.
A extração de algumas substâncias é influenciada pelo pH do líquido extrator. Exemplo disso é a extração de compostos alcaloidicos de natureza alcalina com soluções ácidas. Alguns métodos de extração assemelham-se aos métodos utilizados na medicina popular para utilização de espécies vegetais terapêuticas, como exemplos temos os métodos de maceração, decocção e infusão, como descritos anteriormente. Outros métodos, pela necessidade de aparelhagens, são realizados em laboratórios, como:
DIGESTÃO
Extração, à temperatura ambiente, por meio do contato da droga vegetal com o solvente mantido em uma temperatura de 40 a 60 °C.
PERCOLAÇÃO
Técnica em que o solvente à temperatura ambiente fica em contato estático ou dinâmico com a planta em recipiente adequado, o percolador.
TURBÓLISE
Emprego de um equipamento específico, um liquidificador industrial, que pulveriza as partes vegetais à temperatura ambiente e lava os conteúdos celulares, extraindo os princípios ativos.
A extração correta do princípio ativo da planta, a forma farmacêutica e a via de acesso são fundamentais para definir a eficácia dos medicamentos fitoterápicos. A utilização adequada de plantas medicinais na atenção à saúde representa um passo importante e mais uma opção medicamentosa a ser destinada à população na tentativa de melhorar sua saúde e qualidade de vida.
ATENÇÃO
Vale ressaltar a importância de seguir o conselho do seu estado, assim como o federal, e promover o uso adequado e individual destes compostos fitoquímicos ou plantas medicinais (BRASIL, 2012).
SUPLEMENTAÇÃO DE PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS
PROBIÓTICOS
Os probióticos são microorganismos vivos que podem ser incluídos na preparação de uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos, medicamentos e suplementos dietéticos.
As espécies mais comuns usadas como probiótico são os lactobacillus e bifidobactérias. As bactérias ácido-lácticas, entre as quais se encontra a espécie lactobacillus, são muito utilizadas para fermentação alimentar.  
O íleo terminal e o cólon são o local de preferência para colonização intestinal dos lactobacilllus e bifidobactérias. Entretanto, deve ser salientado que o efeito de uma bactéria é específico para cada cepa.
A microbiota saudável é definida como uma proliferação equilibrada em qualidade e quantidade das bactérias presentes no TGI, promovendo bem-estar e ausência de doenças. A correção das propriedades da microbiota e o seu equilíbrio constituem a terapia por probióticos.
Os probióticos são capazes de modular algumas características da fisiologia digestiva, como a imunidade da mucosa e a permeabilidadeintestinal. O conhecimento da microbiota intestinal e de suas interações permite o desenvolvimento de estratégias alimentares, que objetivam a melhora da saúde, mediante a utilização de alimentos fermentados ou de suplementos.
Três possíveis mecanismos de atuação são atribuídos aos probióticos:
1
A supressão do número de células viáveis por meio da produção de compostos com atividade antimicrobiana, a competição por nutrientes e a competição por sítios de adesão.
2
A alteração do metabolismo microbiano, por meio do aumento ou da diminuição da atividade enzimática.
3
O estímulo da imunidade do hospedeiro, por meio do aumento dos níveis de anticorpos e do aumento da atividade dos macrófagos.
A dose de probióticos necessária varia muito em função da cepa e do produto.
De acordo com a World Gastroenterology organization (WGO, 2012), muitos produtos de venda livre oferecem entre 1-10 bilhões de UDC/dose. Porém essa quantidade é relativa e deve-se avaliar a condição clínica individual.
Os critérios mínimos exigidos são que os probióticos devem: 
· Estar especificados por gênero e cepa.
· Conter as bactérias vivas.
· Ser administrados em dose adequada até o fim de sua vida útil (com variabilidade mínima de um lote para o outro).
· Ter demonstrado eficácia em estudos controlados em humanos.
Os probióticos afetam as bactérias intestinais aumentando o número de bactérias benéficas e diminuindo a população de microorganismos potencialmente patogênicos. Os benefícios são divididos em imunológicos e não imunológicos. 
Dentre os imunológicos estão: 
· Ativar os macrófagos locais para aumentar a apresentação dos antígenos para os linfócitos B e aumentar a produção de imunoglobulina A secretória (IgA), tanto local como sistemicamente.
· Modular os perfis das citocinas.
· Induzir a hiporresposta aos antígenos alimentares. 
Já os não imunológicos são:
· Reduzir o pH local para criar um ambiente local desfavorável aos patógenos.
· Produzir bacteriocinas para inibir os patógenos.
· Fagocitar os radicais superóxidos.
· Estimular a produção epitelial de mucina.
· Aumentar a função da barreira intestinal.
· Concorrer por aderência com os patógenos.
· Modificar as toxinas de origem patogênica.
Dentre as cepas mais utilizadas em suplementos probióticos, estão as listadas no quadro a seguir.
	Lactobacilus spp.
	Bifidobactérium spp.
	Outros
	L. acidophilus
	B. adolescentis
	E. faecalis
	L. casei
	B. animalis
	E. faecium
	L. amylovorus
	B. bifidum
	Lactococcus lactis
	L. crispatus
	B. breve
	Leuconostoc
	L. gallinarum
	B. infantis
	Mesenteroides Sporolactobacillus
	L. gasseri
	B. lactis
	
	L. johnsonii
	B. longum
	
	L. plantarum
	B. thermophilum
	
	L. rhamnosus
	
	
	L. salivarius
	
	
	L. fermentum
	
	
	L. reuteri
	
	
	L. helveticus
	
	
	L. brevis
	
	
	L. cellobiosus
	
	
	L. curvatus
	
	
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Quadro 1: Espécies principais de microorganismos usados como probiótico.
Extraído de: PIMENTEL, 2011, p. 102.
A microbiota intestinal em desequilíbrio causa alterações como a diarreia e/ou constipação associada a infecções ou ao tratamento por antibióticos, a alergia alimentar, o eczema atópico, doenças inflamatórias intestinais e artrite. Assim sendo, a correção das propriedades de uma microbiota em desequilíbrio constitui-se a base da terapia por probióticos, e sua aplicação clínica vai depender da ação de cada cepa específica.
As espécies autorizadas para o uso em suplementação descritas na Instrução Normativa nº 76, de 5 de novembro de 2020, são as apresentadas no Quadro 2.
	
	Bifidobacterium animalis subsp. lactis BB12 (DSM 15954) -
	Bifidobacterium animalis subsp. lactis HN019 (ATCC SD5674) -
	Lactobacillus acidophilus NCFM (ATCC SD5221) -
	Lactobacillus gasseri BNR17 (KCTC 10902BP) -
	Lactobacillus rhamnosus HN001 (ATCC SD5675) -
	Lactobacillus rhamnosus GG (ATCC 53103) -
	Lactobacillus rhamnosus GG (DSM 33156) -
	Limosilactobacillus reuteri DSM 17938 -
	Associação de Lactobacillus rhamnosus R0011 (CNCM I-1720) e de Lactobacillus helveticus R0052 (CNCM I-1722)
	Associação de Lactobacillus helveticus R0052 (CNCM I-1722) e de Bifidobacterium longum R0175 (CNCM I-3470)
	Associação de Bifidobacterium lactis BI – 07 (ATCC SD5221), de Bifidobacterium lactis BI-04 (ATCC SD5219) e de Lactobacillus paracasei Lpc37 (ATCC SD5275)
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Quadro 2: Espécies bacterianas autorizadas para a utilização em suplementos.
Adaptado de: Instrução Normativa 76/2020.
Ainda de acordo com a Instrução Normativa 76/2020, as indicações de cada cepa devem ter respaldo científico e atender às alegações publicadas nessa norma. Dentre as principais aplicações, destacam-se as descritas no Quadro 3.
	CEPA BACTERIANA
	APLICAÇÃO
	Lactobacillus casei
	Envolvido na inibição de bactérias nocivas, tratamento de diarreia, alergia, imunomodulação, redução do colesterol e glicemia, doença inflamatória intestinal. Há estudos que mostram efeito anti-hipertensivo e antiobesidade, como adjuvante para erradicação da H. pylori e também para a prevenção de infecções comuns em atletas
	Lactobacillus acidophilus
	Tratamento e prevenção de diarreia associada a antibiótico, síndrome de intestino irritável, redução do colesterol total, e de triglicerídeo e aumento do HDL
	Lactobacillus plantarum
	Reduz colesterol, glicose e peso corporal
	Lactobacillus rhamnosus
	Tratamento de diarreia causada por Clostridium e por antibióticos, terapia adjuvante para erradicação da H. pylori, redução dos sintomas de ansiedade e depressão, aumento da sensibilidade à insulina, redução de peso corporal
	Bifidobacterium lactis
	Aumenta a resposta imune
	Bifidobacterium bifidum
	Reduz a frequência de episódios de diarreia
	Bifidobacterium infantis
	Alivia alguns sintomas da síndrome de intestino irritável
	Bifidobacterium animalis
	Alivia a constipação intestinal
	
	Aumenta a sensibilidade à insulina
	Bifidobacterium longum
	Redução dos sintomas de ansiedade
	Lactobacillus gasseri
	Perda de peso
	Lactobacillus reuteri
	Prevenção da perda óssea, redução de cólicas do recém-nascido, terapia adjuvante para erradicação da H. pylori, redução da glicose
	Lactobacillus paracasei
	Tratamento de diarreia aguda e rinite alérgica
	Lactobacillus helveticus
	Redução dos sintomas de ansiedade
	Saccharomyces boulardi
	Tratamento de diarreia causada por Clostridium e por antibióticos; terapia adjuvante para erradicação da H. pylori
	Streptococcus thermophilus
	Reduz a frequência de episódios de diarreia e os sinais associados com a má digestão da lactose. Alivia alguns sintomas da síndrome de intestino irritável
	Enterococcus faecium
	Tratamento de diarreia aguda e causada por antibiótico
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Quadro 3: Descrição de aplicação de acordo com a cepa bacteriana.
Adaptado de: Instrução Normativa 76/2020.
Os benefícios dos probióticos para a saúde podem ser resumidos da seguinte maneira:
FUNÇÃO NUTRICIONAL
Síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K.
FUNÇÃO DIGESTÓRIA
Síntese de enzimas digestivas, sobretudo lactase, mas também proteases e peptidases; regula o trânsito intestinal e a absorção de nutrientes.
FUNÇÃO CARDIOVASCULAR
Atua na redução do colesterol plasmático.
FUNÇÃO METABÓLICA
As bactérias probióticas produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que são substratos metabólicos para os colonócitos, e acidificam o meio, deixando o ambiente inóspito à presença de patógenos que, normalmente, sobrevivem em pH alcalino. Além disso, produzem enzimas citocromo P450-like que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado, favorecendo a detoxificação hepática, auxiliando a metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e outros xenobióticos.
FUNÇÃO IMUNOMODULADORA
Essas bactérias são essenciais para o desenvolvimento e a maturação do sistema imune entérico e sistêmico (GAL e MALT), visto que:
· Estimulam a expansão de linfócitose evitam sua apoptose.
· Produzem substâncias antimicrobianas que agem sobre microrganismos patogênicos.
· Previnem a adesão de patógenos por meio da competição por sítios receptores.
· Contribuem para a promoção da tolerância oral, mecanismo pelo qual nosso organismo passa a não reagir a determinados antígenos.
· Atuam na manutenção da barreira mucosa intestinal, assim como na produção de anticorpos (IgA intestinal e sérica), na atividade de fagócitos e na dos linfócitos matadores naturais (NK).
· Modulam os mecanismos de atuação do fator nuclear kappa B (NF-kB).
· Reduzem a produção intestinal de citocinas pró-inflamatórias.
· Aumentam a produção de citocinas anti-inflamatórias.
PREBIÓTICOS
Da mesma forma que os probióticos, os prebióticos supostamente agem modulando a resposta imunológica. Pelo fato de serem substâncias não-digeríveis, a ação dos prebióticos se dá por meio da estimulação do crescimento ou atividade das bactérias intestinais. A promoção do “efeito bifidogênico” relacionado à ação das bifidobactérias levaria a efeito semelhante ao descrito para os probióticos.
Os prebióticos são substâncias alimentares (consistem fundamentalmente em polissacarídeos não-amido e oligossacarídeos mal digeridos pelas enzimas humanas) que nutrem um grupo seleto de microrganismos que povoam o intestino. Favorecem mais a multiplicação das bactérias benéficas do que das prejudiciais.
Os prebióticos mais conhecidos são:
· Oligofrutose ou fruto-oligossacarídeos (FOS)
· Insulina
· Galactooligossacarídeos
· Lactulose
· Oligossacarídeos do leite de peito
A lactulose é um dissacarídeo sintético utilizado como medicamento para o tratamento da constipação e a encefalopatia de causa hepática. Já o FOS está presente naturalmente em muitos alimentos, como trigo, cebolas, bananas, mel, alho, e alho-poró.
A maioria dos efeitos à saúde atribuídos aos prebióticos estão relacionados aos FOS e à inulina, que pertencem a uma classe de carboidratos denominados frutanos e são considerados ingredientes funcionais, uma vez que exercem influência sobre processos fisiológicos e bioquímicos no organismo, resultando em melhoria da saúde e em redução no risco de aparecimento de diversas doenças.
Seus principais benefícios incluem: 
· Aumento do número das bifidobactérias no cólon.
· Aumento da absorção do cálcio.
· Aumento do peso fecal.
· Encurtamento da duração do trânsito gastrointestinal.
· Possivelmente, redução dos níveis de lipídios no sangue.
Os simbióticos são combinações apropriadas de prebióticos e probióticos. Um produto simbiótico exerce um efeito, tanto prebiótico como probiótico. Essa associação melhora ainda mais a microbiota intestinal e promove benefícios ainda mais efetivos.
UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS
A aromaterapia é a utilização de óleos essenciais para fins terapêuticos. O termo foi usado pela primeira vez por René-Maurice Gatefossé em 1937, que relacionou o bom funcionamento físico e o estado emocional, conectando-os.
ÓLEOS ESSENCIAIS (OE) SÃO EXTRAÍDOS DE PLANTAS, POR MEIO DA TÉCNICA DE ARRASTE A VAPOR (TÉCNICA MAIS USADA) OU PRENSAGEM À FRIO DO PERICARPO DE FRUTOS CÍTRICOS. SÃO COMPOSTOS PRINCIPALMENTE DE MONO E SESQUITERPENOS E DE FENILPROPANOIDES, METABÓLITOS QUE CONFEREM SUAS CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS.
Os OE podem ser extraídos de flores, folhas, cascas, rizomas e frutos. Possuem grande aplicação na perfumaria, cosmética, alimentos; são coadjuvantes em medicamentos e são empregados principalmente como aromas, fragrâncias, fixadores de fragrâncias, em composições farmacêuticas e orais. 
O Brasil tem lugar de destaque na produção de OE, ao lado da Índia, China e Indonésia, que são considerados os 4 grandes produtores mundiais. 
A aromacologia, ciência que estuda a influência dos aromas sobre o bem-estar físico, mental e emocional, e a aromatologia, dedicada aos efeitos e às características físico-químicas e botânicas dos óleos essenciais com interesse no uso terapêutico (BRASIL, 2018a), foram inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2018, por meio da Portaria nº 702, de 21 de março de 2018, e faz parte das 29 modalidades terapêuticas institucionalizadas com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC, que colocou o Brasil como um país de destaque na prática das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI).
O aroma é uma das principais características dos óleos essenciais. Por meio do olfato, é possível perceber e produzir sensação de bem-estar, tonificando, harmonizando e relaxando, estimulando memórias e emoções, além de ativar centros de relaxamento, inclusive no caso de dor (BUCKLE, 2019).
De acordo com Nascimento e Prade (2020), a diluição vai depender do óleo essencial utilizado, da idade do paciente e da finalidade terapêutica.
	GRUPO ETÁRIO
	DILUIÇÃO
	Bebês prematuros
	Hidrolatos (água extraída a partir da destilação dos óleos essenciais)
	Recém-nascido a 6 meses
	A 0,25% (cinco gotas em 100ml)
	6 meses a 2 anos
	A 0,5% (dez gotas em 100ml)
	2 a 5 anos
	A 1% (20 gotas em 100ml)
	A partir de 10 anos
	A 1% ou proporção até 5%
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Tabela 2: Parâmetros de diluição dos óleos essenciais.
Extraído de: NASCIMENTO E PRADE, 2020, p. 14.
A forma de utilização dos óleos essenciais vai depender se o uso é individual ou coletivo. Para o uso individual aconselha-se pingar de uma a três gotas na palma das mãos, ou em um lenço, ou no travesseiro, ou na roupa, ou em um colar aromático, ou em inalador pessoal (tipo nebulizador) por vaporização úmida com água quente. Deve-se realizar inalações profundas com o auxílio das musculaturas diafragmática e abdominal, retendo o ar por alguns segundos, expirando bem lentamente, exalando pela boca.
Já para o uso coletivo, deve-se difundir os óleos por meio de sprays ou difusores ambientais. No spray, diluir 20 a 100 gotas (dependendo do óleo essencial ou sinergia na concentração de 1 a 5%), em 60 ml de álcool de cerais e 40 ml de água. No difusor elétrico de cerâmica, utilize de sete a dez gotas do óleo essencial sem misturas. No difusor ultrassônico ambiental, a quantidade de gotas do óleo essencial pode variar de acordo com a de água utilizada no aparelho. Pode-se pingar uma média de seis a dez gotas do óleo para cada 150 ml de água. Repita o procedimento duas ou três vezes ao dia (AMARAL, 2015).
Os óleos artificiais não possuem o mesmo efeito terapêutico dos naturais, por isso, ao indicar ou adquirir um óleo, deve-se ficar atento aos seguintes pontos: 
· Certificar-se de que o óleo essencial é puro, 100% natural/vegetal. 
· Verificar na rotulagem ou catálogo informações como: nome comum; nome científico; origem do produto (país); parte da planta empregada na extração; prazo de validade; teor em princípio ativo; e método de extração (outro fator de interferência na variação química dos óleos essenciais). 
· Adquirir somente se estiverem em frascos de coloração escura (âmbar), azul ou verde, para garantir que todas as características do óleo serão mantidas.
Dentre as principais indicações descritas na literatura estão:
· Febre
· Dor de cabeça
· Tosse
· Cansaço físico e mental
· Obstrução nasal
· Cólicas menstruais
· Dor de garganta
· Dor muscular
· Diarreia
· Ansiedade
· Insônia
Nascimento e Prade (2020) listam os óleos mais indicados confome os sintomas, como você pode conferir no Quadro 4.
	SINTOMATOLOGIAS
	SINTOMAS
	ÓLEOS ESSENCIAIS
	PROCEDIMENTO
	Febre
	Óleo essencial de limão
	Compressas nas panturrilhas
	Cefaleia
	Óleo essencial de hortelã, pimenta, lavanda ou gengibre
	Fricção nas têmporas com escalda pés
	Tosse seca
	Lavandim grosso, Anis
	Inalação úmida e compressas no tórax
	Fadiga
	Alecrim, pinheiro, hortelã pimenta
	Fricção local ou massagem
	Obstrução nasal
	Hortelã, eucaliptos
	Inalação úmida
	Dor na garganta
	Louro, cravo, limão
	Compressa no pescoço
	Mialgia
	Alecrim
	Fricção local ou massagem
	Diarreia
	Camomila
	Compressão abdominal ou massagem
	Anosmia e hiposmia
	Alecrim
	Inalação
	Ansiedade e insônia
	Lavanda,Laranja
	Inalação, massagem no peito ou compressa cardíaca
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Quadro 4: Óleos essenciais e utilização indicada.
Adaptado de: NASCIMENTO E PRADE, 2020, p. 20.
O nutricionista pode utilizar a aromaterapia como técnica complementar, não em substituição ao alimento e respeitando às necessidades individuais do paciente, atendendo, assim, ao que determina a Resolução do CFN nº 679, de 19 de janeiro de 2021, que regulamenta o exercício das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) pelo nutricionista e dá outras providências.
SUPLEMENTAÇÃO COM FITOTERÁPICOS
A especialista Aline Cardozo Monteiro fala sobre a importância da suplementação com fitoterápicos na conduta do nutricionista especialista em Nutrição Funcional.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você viu a suplementação de minerais e vitaminas, e pôde observar os problemas decorrentes da deficiência de ambos. Chamamos sua atenção ao fato de que o excesso desses micronutrientes também pode ser prejudicial. Comentamos, ainda, sobre o uso de fitoterápicos, probióticos e prebióticos, além da prática de aromaterapia, como forma alternativa para alguns tratamentos, ressaltando os cuidados na produção e na adminitração desses produtos. 
O nutricionista prescritor precisa conhecer a legislação e ficar atento às mudanças das resoluções, assim como às indicações descritas na literatura científica para conseguir planejar uma suplementação adequada, que atenda às necessidades individuais e consiga prevenir ou tratar deficiências nutricionais, sinais e sintomas e até mesmo doenças.
PODCAST
Agora, a especialista Aline Cardozo Monteiro encerra abordando os principais assuntos estudados neste conteúdo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMARAL, F. Técnica de aplicação de óleos essenciais. São Paulo: Cengage Learning, 256 p. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Farmacopeia Brasileira. Brasília: Anvisa, 2010. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Política Vigente para a Regulamentação de Medicamentos no Brasil. Brasília, 2004. 
BRASIL. Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. 120 p. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 156 p. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Glossário temático: práticas integrativas e complementares em saúde. Brasília, 2018. 
BLUMBERG, J. B. et al. Vitamin and Mineral Intake Is Inadequate for Most Americans: What Should We Advise Patients About Supplements? J Fam Pract, 2016. 
BRUNTON L. L.;‎ CHABNER B. A.;‎ KNOLLMANN B. C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990. 
BUCKLE, J. Aromaterapia clínica: Óleos essenciais no cuidado da saúde. Belo Horizonte: Laszlo, 2019. 
COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 5. ed. Barueri: Manole, 2016. 
NASCIMENTO A.; PRADE A. C. K. Aromaterapia: o poder das plantas e dos óleos essenciais. Fiocruz - Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde. Recife, 2020. 
PIMENTEL, T. Probióticos e benefícios à saúde. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 101-107, 2011. 
REIS, N. T. Nutrição clínica: Interações. Rio de Janeiro: Rubio, 2004. 
SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. v. 42, n. 1, 2006. 
SENA, K. C. M; PEDROSA, L. F. C. Efeitos da suplementação com zinco sobre o crescimento, sistema imunológico e diabetes. Rev. Nutr., Campinas, 2005. 
SOUZA, M. L. R.; BAPTISTELA, A. B.; PASCHOAL, V. Nutrição funcional: nutrientes aplicados à prática clínica. São Paulo: Valeria Paschoal Editora, p. 576, 2018. 
WALLACE, T. C.; McBURNEY, M.; FULGONI, V. L. Multivitamin/mineral supplement contribution to micronutrient intakes in the United States, 2007-2010. J Am Coll Nutr., 2014.
WHALEN, K.; FINKEL R.; PANAVELIL T. A. Farmacologia Ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2016.
WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANIZATION (WGO). Diretriz de prática da Organização Mundial de Gastroenterologia: probióticos e prebióticos - maio de 2008. J Clin Gastroenterol, v. 46, n. 6, 2012.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo: 
Leia os artigos: 
· BASILE, A. C. Implicações clínicas das interferências alimento-medicamento-alimento na geriatria. Folha Médica, Rio de Janeiro, v. 97, n. 3, p. 187-193, 1988. 
· GOIS, M. A. F. et al., Etnobotânica de espécies vegetais medicinais no tratamento de transtornos do sistema gastrointestinal. Bras. Pl. Med., Campinas, v. 18, n. 2, p. 547-557, 2016.
CONTEUDISTA
Giselle França da Costa
CURRÍCULO LATTES

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