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De acordo com Siqueira (2005), quando analisamos o contexto
organizacional, o esquema mental de reciprocidade pode ser ampliado para
abarcar conceitos que descrevam possíveis papéis sociais, os quais podem
ser intercambiáveis entre o empregado e a organização. Além disso, a
natureza da interação ou o tipo de relação de troca também pode mudar,
dependendo da situação que se analisa. SIQUEIRA, M. M. M. Esquema mental
de reciprocidade e influências sobre afetividade no trabalho. Estudos de
Psicologia, Natal, v. 10, n. 1, p. 83-93, 2005. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n1/28011.pdf. Acesso em: 16 set. 2020.
Quais são os papéis sociais e os tipos de interação possíveis dentro do
esquema mental de reciprocidade? Explique cada um e apresente um exemplo
de como se apresentariam em uma situação cotidiana do contexto organizacional.
Vivemos em sociedade e, como tal, seguimos leis e códigos morais que orientam nossos
comportamentos individuais, com o objetivo de tornar a convivência mais harmoniosa e
minimizar conflitos. O maior propósito, enquanto cidadãos, é construir uma convivência
gratificante. Para alcançar a tão desejada estabilidade e harmonia nos sistemas sociais, a
reciprocidade desponta como um dos componentes fundamentais. Alvin Gouldner
(1920-1980) define reciprocidade como "[...] um princípio moral, aceito universalmente e não
padronizado, que define como obrigação o ato de retribuir um favor recebido" (GOULDNER,
1960 apud SIQUEIRA; GOMIDE, 2014, p. 326).
O princípio da reciprocidade baseia-se em duas regras sociais fundamentais: apoiar
aqueles que nos auxiliam e evitar prejudicar quem nos favorece. Tal conceito regula,
principalmente, a conduta de quem recebe um benefício, sem necessariamente impor ao
outro a obrigação de uma retribuição imediata ou específica. Nesse contexto, a
reciprocidade cria uma sensação de dívida para quem recebe o favor (o receptor) e,
simultaneamente, permite que quem o concede (o doador) desenvolva uma expectativa de
retorno. Essa dinâmica pode ser compreendida como um esquema mental que envolve os
papéis sociais de receptor, doador, credor e devedor, cruzados com os conceitos de
retribuição e obrigatoriedade, configurando a essência das interações sociais.
Com base nesse esquema, Siqueira e Gomide (2014) apontam que a reciprocidade permite
compreender as relações sociais em diferentes contextos, como nas interações entre
indivíduos e organizações, nas quais os participantes assumem papéis diversos e
estabelecem relações de distintas naturezas. Além da reciprocidade, princípios como
relacionalidade, complementariedade e solidariedade entre indivíduos e comunidades são
fundamentais para a construção do bem viver, promovendo novas possibilidades de
convivência.
A relacionalidade refere-se à interdependência entre os elementos naturais e sociais da
realidade, que se encontram conectados e se autorregulam. A solidariedade, por sua vez,
enfatiza a harmonia nas relações entre todos os elementos existentes, reconhecendo uma
matriz comum que sustenta essas interações. Já a complementariedade implica a
coexistência de diferenças que, ao mesmo tempo, são essenciais para o equilíbrio e a
continuidade da vida.
Dessa forma, em uma sociedade contemporânea marcada por sensações de provocação e
concorrência entre indivíduos, valorizar a reciprocidade no contexto do bem viver permite
reconhecer que ações e sentimentos recíprocos são capazes de gerar respostas positivas
nas interações humanas. Se considerarmos as organizações como espaços sociais nos
quais compartilhamos grande parte de nossas vidas, podemos aplicar o princípio da
reciprocidade para promover ambientes de trabalho mais harmoniosos e saudáveis, levando
em conta a interdependência dos participantes e fortalecendo as relações interpessoais.

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