Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Para os psicólogos operantes, comportamento verbal é, antes de mais nada, comportamento. O comportamento não-verbal altera o meio, através de uma ação mecânica direta. A maior parte das vezes, entretanto, o ser humano age apenas indiretamente sobre o meio no qual vive. Frequentemente o efeito de seus comportamentos ocorre sobre outros homens. O caráter especial do CV deriva- se do fato de que ele é afetado pelos seus efeitos nas pessoas – primeiramente em outras pessoas, mas eventualmente na própria que o emite. É livre das relações espaciais, temporais e mecânicas que prevalecem em outros comportamentos operantes Comportamento verbal - comportamento como outro qualquer. Adquirido e mantido por reforço mediacional. Provido pelo ouvinte pertencente à mesma comunidade verbal do falante. Estimulação Aversiva: Musica do Creu tocando no rádio Estímulo discriminativo: Amigo com o controle remoto do som Resposta não verbal: Pegar o controle e mudar a estacao Resposta verbal: “Meu irmao, muda essa porcaria aí” Reforço mediacional: Mudança da estação pelo amigo. Reforço direto do ambiente: Mudança da estacao Reforço mediacional – aquele provido por outra pessoa. A modificação no ambiente é indireta O que individualiza o comportamento verbal frente aos outros operantes é que, em seu caso, as relações entre a conseqüência provida pelo ambiente e a resposta são reguladas por práticas culturais Ex: operação estabelecedora (comida sem sal); estímulo discriminativo (sal perto do amigo); 1- resposta não verbal (pegar o saleiro) -> reforço direto do ambiente (sal na mão); 2 – resposta verbal (“Passa o sal aí?”) -> reforço mediacional (sal na mão) Comunidade verbal – Indivíduos que reforçam o comportamento verbal dos outros e se comportam verbalmente com as mesmas topografias de respostas Práticas de reforço da comunidade verbal �Os ouvintes reforçam as respostas verbais quando emitidas na presença de determinadas circunstancias. �São as práticas de reforçamento que estabelecem a conformidade dos usos dos termos �Essa conformidade passa a ilusão de que o significada das palavras seriam os mesmos para todos os membros da comunidade verbal (significado por referente) Principais categorias funcionais: Operantes verbais �Mando �Tato �Ecóico �Intraverbal Mando: Resposta verbal que especifica o reforço, precedida por uma operação estabelecedora e vem em benefício do falante. É o operante verbal pelo qual a comunidade verbal é capaz de dar ordens (- Fale baixo!), fazer pedidos (- Você me emprestaria um livro?), identificar reforços necessitados pelas pessoas (- Quer que ligue o ar refrigerado?), fazer perguntas, dar conselhos e avisos, pedir a atenção de alguém, etc. Mando �Ex: OEC (oper. Est condici) Questão difícil da prova; Sd (colega CDF); Mando (Me dá a 5 aí – sussurro); reforço (cola do colega) �OEI (oper. Est incond) Privação sexual; sd (belo exemplar do sexo oposto); mando (beije-me); reforço (beijo) �Geralmente envolve pedidos, súplicas, ordens, instruções, conselhos etc. Tato Resposta verbal controlada pelo Sd não verbal, reforçada por reforço generalizado e vem em benefício do ouvinte: � Tato, nada mais é que todo o ambiente físico – o mundo das coisas e eventos das quais o falante “fala a respeito”. � Permite que a comunidade verbal tome contato, indiretamente, através do comportamento verbal do falante, com vários aspectos do ambiente físico e cultural, inclusive com os presentes em contextos geográficos e históricos diferentes daqueles em que ela vive. É por meio do tato que nomeamos os estímulos ou algumas de suas propriedades, descrevendo vários dos aspectos dos ambientes externo e interno à nossa pele. � Ex: dada a presença da mãe, uma criança emitir a resposta verbal “mãe”, e não “pai”. � A resposta refere-se a, ou descreve diretamente o seu evento controlador. Extensões do comp.verbal �Extensões do comportamento verbal �Mandos disfarçados: Mandos com topografias de tatos, mas controlados por uma operação estabeledora: �Sd não verbal: Clima. �OEC: Estar branca �Mando disfarçado: Que dia mais lindo de sol, é um pecado ficar em casa. �Reforço: Você quer ir ao clube? �Tatos distorcidos: Tatos que não estão sob o controle preciso do Sd não verbal, e sim pelo reforço generalizado do ouvinte: �Sd não verbal: Sinuca com os amigos. �OEC: Probabilidade de discutir com a esposa. �Tato distorcido: Tive uma reunião até tarde. �Reforço Negativo: Tadinho. (surra da mulher) O ecóico, o textual e a transcrição: A modelagem destes comportamentos cria no falante um repertório de unidades mínimas da fala e da escrita importantes, pois são condição prévia necessária para o estabelecimento de outros tipos de operantes verbais como mandos e tatos. São controlados por estímulos discriminativos verbais apresentados por outros falantes e por reforço generalizado. A natureza do estímulo verbal (auditivo ou visual), a modalidade da resposta (vocal ou escrita), além da maneira como se correspondem estímulo e resposta, diferenciam estes operantes entre si Quando o sd e o produto da resposta verbal correspondem a um padrão físico semelhante, dizemos que há correspondência formal entre eles. Ecóico � O estímulo antecedente é um estímulo verbal vocal (sonoro) e a resposta verbal, também vocal, reproduz o estímulo. – Diante do som “au-au”, repetir “au-au”. – Correspondência ponto-a-ponto – correspondência formal Textual � O estímulo antecedente é um estímulo verbal impresso ou escrito e a resposta é uma resposta vocal. Há entre o estímulo e a resposta uma correspondência ponto-a-ponto – não há correspondência formal. Ex – Diante da palavra escrita “carro”, dizer “carro” Transcrição � É um operante verbal no qual o estímulo antecedente é vocal ou escrito e a resposta verbal é sempre escrita. Há uma correspondência formal. Ex: Copia e ditado. �Cópia: O estímulo discriminativo verbal é visual, a resposta é escrita e há correspondência ponto a ponto entre os dois. Pode ou não haver correspondência formal. �No ditado, o estímulo discriminativo é auditivo e a resposta é escrita, havendo correspondência ponto a ponto entre eles, mas não Formal Intraverbal O intraverbal: A comunidade verbal instala no falante respostas verbais conectadas entre si, correspondendo a conexões que aquela cultura particular faz entre os fenômenos físicos e/ou culturais. Por exemplo, ao estímulo verbal D. Pedro I, pode ser conveniente para a comunidade que se conectem operantes verbais relativos ao papel que esta pessoa representou na história daquela comunidade. Assim, podem ser conectados, entre outros: Primeiro imperador do Brasil, Proclamou a independência do Brasil, etc. É controlado por um estímulo discriminativo verbal auditivo ou visual e estabelecido por reforço generalizado, não havendo correspondência formal nem ponto a ponto entre o estímulo discriminativo e a resposta verbal. Assim ensinamos tabuada às crianças: o estímulo verbal (auditivo ou visual) três vezes dois é ocasião na qual reforçamos a emissão do intraverbal seis. Da mesma forma, reforçamos os intraverbais Brasil, Colômbia, Chile em seguida ao estímulo verbal Países da América do Sul. O intraverbal diferencia-se do tato basicamente por causa dos estímulos discriminativos que controlam cada um dos dois: no caso do primeiro, o discriminativo é verbal e, no do segundo, é não-verbal. A principal diferença entre intraverbal, por um lado, e ecóico, textual e transcrição, por outro, reside em que entre estes três últimos e seus respectivos estímulos discriminativos há correspondência formal e/ou ponto a ponto, o que não ocorre no caso do intraverbal.
Compartilhar