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Texto 01 A NEOLIBERAL REFORMA TRABALHISTA 2017 NO BRASIL: INSTRUMENTO DE DESMANTELAMENTO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL- NÃO CULPE A TECNOLOGIA A questão social no Brasil reflete uma divisão da mão de obra em duas categorias: a "auto programável", que inclui trabalhadores instruídos e especializados, e a "genérica", que trata os empregados como meros executores de tarefas. A reforma trabalhista de 2017, com a Lei nº 13.467, alterou drasticamente a ordem econômica constitucional, desconsiderando a valorização do trabalho humano e os princípios da justiça social previstos na Constituição. A reforma foi aprovada rapidamente, sem um debate adequado com representantes de trabalhadores e empregadores, evidenciando a marginalização de suas vozes. Além disso, a prioridade dada à reforma trabalhista antes de outras reformas essenciais (política, administrativa e tributária) comprometeu sua legitimidade e eficácia. Os defensores da reforma usaram argumentos falaciosos, culpando a Justiça do Trabalho pela crise das empresas e prometendo um aumento no emprego que não se concretizou. A inversão de prioridades em relação às reformas necessárias levou à desproteção dos trabalhadores, criando um ambiente de insegurança e desigualdade. O espírito de solidariedade social, fundamental na Constituição, foi afetado, revertendo avanços conquistados historicamente. Em vez de promover justiça social, a reforma promoveu a precarização do trabalho e o fortalecimento de relações de poder desiguais. A história mostra que a proteção dos direitos trabalhistas é resultado de uma evolução social e jurídica, que deve ser respeitada para garantir o equilíbrio nas relações de trabalho. A reforma trabalhista, ao invés de modernizar, retrocedeu na proteção social, ignorando a função social dos contratos e a necessidade de um Estado que assegure a dignidade e a igualdade de oportunidades para todos os trabalhadores.