Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

O IMPACTO DO TERCEIRO SETOR NA EDUCAÇÃO
EDVANIA DOMINGOS COSTA NASCIMENTO[footnoteRef:0] [0: Aluna do curso de Pedagogia] 
ARISTON CARLOS DO NASCIMENTO JUNIOR[footnoteRef:1] [1: Aluno do Curso de Pedagogia] 
RAPHAEL DE MORAIS DANTAS[footnoteRef:2] [2: Assistente social e Administrador, especialista em gestão de projetos, gestão organizacional metodologia ativa e seguridade social] 
RESUMO
Este estudo enfatiza a relevância do terceiro setor na educação, destacando o papel crucial das Organizações Não Governamentais (ONGs) ao complementarem o sistema formal e abordarem deficiências estruturais, especialmente em áreas vulneráveis. As ONGs desempenham um papel significativo na promoção da educação em cidadania, inclusão social e aprimoramento das práticas pedagógicas, utilizando abordagens inovadoras, envolvendo a família e oferecendo horários flexíveis para tornar a educação mais atrativa e eficaz para os estudantes. Além disso, contribuem para a formação de professores por meio de parcerias estratégicas e capacitação prática, aspectos essenciais para garantir a qualidade educacional. Apesar dos benefícios, as ONGs enfrentam desafios como a falta de recursos, gestão, credibilidade e sustentabilidade. No entanto, a capacidade de adaptação e as abordagens criativas ressaltam a importância do terceiro setor na promoção do acesso à educação de qualidade. Destaca-se a colaboração entre ONGs, governo e comunidade como uma força motriz para a inclusão educacional e o desenvolvimento comunitário, evidenciando o impacto transformador do terceiro setor na educação. O estudo visa identificar o impacto das ONGs na educação, abordando conceitos, a importância da educação extracurricular e as propostas pedagógicas dessas organizações no processo educativo, justificando-se pela vital importância da educação na transformação da sociedade, e as ONGs desempenham um papel fundamental nesse contexto.
Palavras chave: Educação. ONG’s. Terceiro Setor
1. INTRODUÇÃO
A aprendizagem só se torna significativa quando a criança, o aluno, tem predisposição em aprender. Entretanto, há outros componentes sociais e afetivos que interferem no bom desempenho do aluno, tanto na escola quanto na vida. Se o processo educacional for deficiente surgem as carências afetivas, as inseguranças, o medo do desconhecido e do abandono, os quais permeiam os fortes indícios de problemas afetivos e que acabam refletindo em sala de aula. (COMIM, 2010)
O educador deve manter um diálogo afetivo constante com o aluno, para assim compreendê-lo melhor e se for o caso através do diálogo identificar alguma dificuldade de aprendizagem e direciona-lo a um especialista. E que através do diálogo pode se conduzir o aluno para uma vida de princípios e valores, principalmente atualmente, onde o individualismo está tão presente. E o educador tem papel fundamental na cena vivida pelos alunos na sua rotina escolar, no sentido de que os alunos se espelham nele, em sua postura, o andar, o estilo e a personalidade são atentamente observados, e isto pode provocar uma reação positiva ou negativa por parte do aluno, dificultando ou facilitando seu aprendizado. A sua conduta é um traço marcante na vida do educador.
E nem sempre o trabalho do educador se resume necessariamente à sala de aula, havendo diversos casos de ensino complementar, além do ensino dentro da sala de aula. E um destes tipos de ensino é desenvolvido por associações sem fins lucrativos, sobretudo no estilo de ONG’S (Organização Não Governamental), as quais desenvolvem um trabalho de suporte e complementação educacional, por meio de diversas atividades extracurriculares, tais como atividades culturais, de esportes, pedagógicas e etc.
O papel do Terceiro Setor, constituído por organizações não-governamentais, fundações e entidades filantrópicas, é crucial na sociedade contemporânea, especialmente no contexto educacional. O Terceiro Setor se destaca como um agente de transformação, buscando diminuir as lacunas educacionais presentes em diversos contextos, principalmente em comunidades carentes, onde o acesso à educação de qualidade é frequentemente limitado. 
Esta introdução objetiva esboçar a atuação do Terceiro Setor na promoção da educação, abordando suas diversas esferas de intervenção, sua relevância no panorama educacional atual e o impacto de suas ações na sociedade.
É vital perceber que o Terceiro Setor muitas vezes atua onde o Estado e o setor privado não alcançam ou não destinam recursos suficientes, desempenhando um papel fundamental no fornecimento de serviços educacionais. Muitas ONGs e fundações operam escolas e creches e implementam programas de ensino em regiões onde a educação é inacessível, atendendo, assim, a necessidades prementes de comunidades carentes e marginalizadas, e potencializando a promoção do desenvolvimento humano e social.
Além disso, estas organizações frequentemente se dedicam ao desenvolvimento de recursos educacionais inovadores. Eles inovam ao criar materiais educativos, currículos diferenciados e tecnologias educacionais que enriquecem o processo de aprendizagem, suprindo, em muitos casos, deficiências em sistemas educativos tradicionais. Esta atuação contribui para o enriquecimento do ambiente educacional e para a democratização do acesso a recursos de aprendizagem de qualidade.
No âmbito da advocacia, o Terceiro Setor desempenha um papel crucial na defesa dos direitos educacionais, influenciando mudanças sistêmicas. Organizações não-governamentais atuam como vozes ativas na luta por políticas educacionais equitativas e de qualidade, influenciando a criação e a implementação de políticas públicas educacionais mais justas e eficazes, e fomentando uma educação que seja, de fato, inclusiva e igualitária.
Outra função importante do Terceiro Setor na educação é a oferta de bolsas de estudo e assistência financeira a estudantes carentes. Muitas organizações contribuem com suporte financeiro que viabiliza o acesso e a permanência de estudantes em instituições de ensino, removendo barreiras financeiras que impedem a continuidade de seus estudos, e contribuindo assim para a construção de um futuro mais promissor para indivíduos e comunidades.
E neste contexto, a capacitação de professores é também uma ação vital realizada por entidades do Terceiro Setor. Organizações estão promovendo treinamento e desenvolvimento profissional para educadores, promovendo a excelência no ensino e a formação continuada de profissionais da educação. Este trabalho é indispensável para a elevação da qualidade educacional, uma vez que os professores bem preparados são peça-chave na promoção de um aprendizado eficaz e significativo.
Em suma, o Terceiro Setor surge como protagonista na promoção da educação, atuando em várias frentes como uma das possibilidades de acesso à educação de qualidade. A abrangência de suas ações reforça a importância deste setor como melhorias de mudanças e promotoras de equidade e justiça educacional, sendo essencial para o avanço da educação e para o desenvolvimento sustentável das sociedades.
Este estudo, que trata de uma revisão da literatura, tem como objetivo geral identificar a importância do trabalho das Organizações Não Governamentais (ONG’s), ou seja, entidades do Terceiro Setor, como ferramentas auxiliares no processo pedagógico, de forma que contribuam positivamente para a educação. 
Seus objetivos específicos são discorrer sobre as organizações não governamentais, conceituar organizações sem fins lucrativos, identificar a importância da educação extracurricular presente na ONG e analisar as propostas pedagógicas do trabalho das ONG’s na educação.
O problema de pesquisa a qual este trabalho se propõe a responder é acerca de qual é o impacto de ONG’s na Educação. Este tema se justifica pela sua importância, no sentido em que sem educação não há transformação no mundo, e que as entidades sem fins lucrativos, ou seja, ONG’s, e que consequentemente desenvolvem trabalhos sociais, têm uma conotação de mudar a sociedade, de forma que nada muda mais a sociedadedo que a Educação. 
1.1 METODOLOGIA
Esta pesquisa se caracteriza como uma pesquisa teórica, mais precisamente uma revisão da literatura, de natureza qualitativa, seguida de uma entrevista com a aplicação de questionário, com profissionais experientes atuantes em ONG’s.
A metodologia utilizada para este trabalho será a de pesquisa bibliográfica exploratória, a qual busca conhecer um contexto de um assunto, se caracterizando por buscar todas as evidências relacionadas ao mesmo. Lakatos e Marconi (1996, p. 15) definem que “Pesquisar não é apenas procurar a verdade; é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos” através desta ótica é possível notar que a pesquisa é algo mais amplo do que se imagina em um primeiro momento. A pesquisa não se identifica apenas como um processo de investigação, sua finalidade é possuir uma compreensão mais profunda sobre o tema levantado e sobre a questão que direciona a pesquisa. 
Segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória consiste na familiarização do problema proposto, podendo assim encontrar maneiras de explicitá-lo de modo que pode ser feito o levantamento bibliográfico ou por meio de entrevistas. Para este artigo, elegeu-se o levantamento bibliográfico, que ainda de acordo com autor, consiste no desenvolvimento de uma pesquisa embasada em material já existente, especialmente livros e artigos científicos.
A pesquisa se delimitou a artigos científicos publicados na língua portuguesa, tendo como descritores: organizações, entidades sem fins lucrativos, ONG’S e educação extracurricular. Por se tratar de uma pesquisa de revisão da literatura, os dados coletados foram os descritos na revisão da literatura, ou seja, os dados qualitativos. Por se tratar de uma pesquisa de revisão da literatura, os dados a serem analisados são de natureza qualitativa.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 AS ORGANIZAÇÕES E SUAS FUNÇÕES
A constituição de uma organização advém de pessoas e procedimentos, conforme bem lembram Sobral e Pecci (2008): “O desenvolvimento de uma estrutura organizacional envolve a definição de regras e procedimentos internos, a divisão do trabalho, a descrição de funções, o estabelecimento de relações de autoridade entre seus membros, entre outros.” (SOBRAL; PECCI, 2008, p.4). Para Chiavenato (2014), as organizações são a força motriz da sociedade:
Todas as atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas por organizações. Todas as organizações são constituídas por pessoas e por recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos, etc). A vida das pessoas depende intimamente das organizações e estas dependem da atividade e do trabalho daquelas. Na sociedade moderna, as pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, se divertem, são tratadas e morrem dentro de organizações. (CHIAVENATO, 2014, p.2)
De acordo com Milani, Mosquin e Michel (2008) uma organização é um sistema estabelecido pelos valores dos indivíduos que fazem parte dela, de forma que o conhecimento é a sua base e sua função é tornar produtivos os conhecimentos acumulados pelas pessoas que a compõe, e quanto mais especializados forem, mais eficaz a organização será. 
2.2 A FUNÇÃO SOCIAL DA ORGANIZAÇÃO
Quando pensamos em empresas como entidades corporativas dentro da sociedade, e consideramos a rápida disseminação de informações e o conhecimento dos direitos e deveres atuais, fica claro que as empresas devem proporcionar benefícios à comunidade. As empresas modernas são cruciais na sociedade e estão sob constante observação e julgamento público. (NETO; PASSARELI, 2016)
A relação entre empresas e sociedade é de interdependência, mas com expectativas distintas. Enquanto as empresas buscam lucros e resultados maximizados, utilizando recursos intensivamente, a sociedade exige que suas necessidades sejam atendidas e monitora de perto as práticas empresariais, não aceitando maus-tratos aos empregados, negligência na qualidade de produtos e serviços, ou a desconsideração dos princípios da ordem econômica descritos no artigo 170 da Constituição. (NETO; PASSARELI, 2016)
A evolução do papel das empresas não se deve a uma única legislação, mas a um conjunto de princípios de direito privado que promovem uma nova visão sobre o papel das empresas, argumentando que propriedade e função social estão intrinsecamente ligadas no Direito. Isso inclui a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas, ou seja, a horizontalização desses direitos, em oposição à sua aplicação vertical tradicional. (NETO; PASSARELI, 2016)
A missão social de uma empresa é um conceito que expande e reformula as metas e interesses das corporações. Este conceito está interligado à ideia de que a propriedade privada, que inclui as empresas, deve cumprir um papel social, conforme estabelecido pelo artigo 170, inciso IIl, da Constituição Brasileira. (RODRIGUES, 2022)
É importante destacar que o papel social de uma empresa é diferente de sua responsabilidade social. A responsabilidade social é adotada voluntariamente pelo empresário, enquanto a função social é imposta por lei, tornando-se um dever. Os efeitos de uma empresa cumprindo sua missão social são vastos e incluem a criação de empregos, o pagamento de impostos, a geração de riqueza e a contribuição para o crescimento econômico, social e cultural da comunidade. Incluem também a prática de ações sustentáveis e o respeito aos direitos dos consumidores. (RODRIGUES, 2022)
Nas organizações, dependendo de seu tipo, se pública, privada ou do terceiro setor, do seu porte, se pequena, média ou grande, e do seu nível de Administração, se profissional ou familiar, podem existir várias funções a serem desempenhadas, como por exemplo projetos educacionais. (RODRIGUES, 2022)
A questão que se impõe é qual a extensão da função social de uma empresa e até onde essa função pode ser exigida. Uma empresa, sendo uma entidade econômica organizada para produzir ou comercializar bens e serviços, comprometida com o progresso tecnológico, econômico e social, precisa investir em novas tecnologias, criar empregos e gerar renda. Sua função social vai além, abrangendo a manutenção desses fatores. Embora a atividade empresarial tenha seus interesses protegidos pela Constituição, o modelo capitalista que transforma bens para produção e consumo, reflete a vontade de empresários e acionistas e está alinhado à função social da propriedade. (NETO; PASSARELI, 2016)
Esta função social vai além do mero direito individual, valorizando o desenvolvimento sustentável e o bem-estar coletivo, o que reflete uma expansão da atividade empresarial em linha com a mudança de paradigma já discutida. No uso comum, "empresa" significa uma organização produtiva. Para legisladores, doutrinadores e na jurisprudência, também envolve a organização dos fatores de produção, que se tornaram extremamente relevantes na vida moderna desde a Revolução Industrial, solidificando sua importância econômica no cenário atual. (NETO; PASSARELI, 2016)
2.3 CARACTERÍSTICAS DE ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS
Na sociedade há 3 setores, o primeiro setor, composto pelo Estado e pelas organizações públicas, que através de seus órgãos e entidades, exerce múltiplas atividades, como as políticas, administrativas, econômicas e financeiras, com o objetivo de cumprir suas finalidades básicas, desempenhando as suas funções, o Segundo Setor, representado pelo mercado, ou seja, pelas empresas privadas, que possuem fins lucrativos em seus objetivos empresariais, e o terceiro setor, que é inclusive uma nomenclatura mais recente, datando mais especificamente da década de 1980, sendo caracterizado pelas organizações privadas, mas sem fins lucrativos e que têm como objetivos as soluções de problemas sociais. (FARIA; REGO, 2014)
Inclusive, conforme Faria e Rego (2014) o terceiro setor preenche lacunas deixadas pelo primeiro setor, e é por isto que cresce tanto na sociedade. “Estas entidadespassaram a ter maior respaldo quando a população e o Estado tomaram consciência da ineficiência do Estado para atender às necessidades sociais.” (FARIA; REGO, 2014, p. 271)
 “A necessidade de formação do Terceiro Setor ocorre pela falta de responsabilidade social das empresas privadas e da incapacidade de o Estado solucionar os problemas sociais.” (FARIA; REGO, 2014, p. 271) Nas palavras dos autores, o terceiro setor vem para contornar mazelas sociais, tendo sua realização feita por empresas privadas, mas que não possuem fins lucrativos, ou seja, vivem para o bem social, preenchendo deficiências do Estado. 
Sendo assim, para Faria e Rego (2014) o terceiro setor é, em suma, um setor privado não voltado para o lucro, com atuação no âmbito público, mas sem ser vinculado ao Estado. Por entidade sem fins lucrativos pode-se entender que essas organizações não possuem objetivos econômicos em suas atividades, mas o fato de não ter objetivos econômicos não impede que essas entidades busquem um resultado positivo (superávit). E tal resultado é importantíssimo, na realidade, é essencial para sua sobrevivência. O que não se tem, nestas organizações, em essência, é distribuição de lucro, devendo o lucro ser reinvestido nas operações das organizações. 
As organizações sem fins lucrativos estão no terceiro setor da Economia, ou seja, fazem parte do setor que possui uma ligação direta com o primeiro e com o segundo setor, pois as entidades sem fins lucrativos têm como principal característica o fato de serem organizações privadas, embora sem objetivo de lucro, mas sim com o objetivo de proporcionar qualidade de vida social em vários âmbitos da sociedade, fazendo frente à diversas mazelas sociais que afrontam cotidianamente a população. (COLOMBO, 2019)
Dentre os tipos de organizações do terceiro setor, podem-se destacar as seguintes, conforme destaca Colombo (2019):Entidades; Associações; ONG´s; OSCIP’s; Fundações
Toda e qualquer organização do terceiro setor têm como objetivo a manutenção da vida social em amparo dos direitos difusos ou emergente, e de certa forma, tais ações vêm para suprir as lacunas deixadas pelo setor público. Desta forma, tais organizações possuem isenção ou imunidade perante a Constituição Federal Brasileira, sendo dispensadas do pagamento de determinados tributos, conforme consta no código Tributário Nacional, Artigo 150, parágrafo VI, alínea “d”. Tais isenções e imunidades são descritas da seguinte forma (BRASIL, 1996): Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; Escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. Desta forma, tais organizações precisam seguir expressa e continuamente tais itens descritos acima, e caso não o façam, perdem o caráter de entidades sem fins lucrativos. 
2.4 A ATUAÇÃO DE ONG’s NO ÂMBITO EDUCACIONAL
A Constituição Federal de 1988 marcou um momento crucial na educação brasileira ao considerar a educação pública de qualidade como um direito. No entanto, décadas após essa afirmação, o Brasil ainda luta para fornecer educação de qualidade para todos. Uma pesquisa recente realizada pelo Ipec e divulgada pela UNICEF revelou que dois milhões de jovens entre 11 e 19 anos não frequentam a escola, com muitos desafios como a necessidade de trabalhar ou a dificuldade em acompanhar o ritmo escolar. (JOURNAL48, 2022)
A discrepância na evasão escolar é mais acentuada entre as classes sociais, com as classes sociais menos favorecidas tendo uma taxa de evasão escolar quatro vezes maior que as classes mais favorecidas. Em áreas menos favorecidas, as condições adversas como falta de infraestrutura básica e isolamento social exacerbam os desafios educacionais. Em cenários como esse, as ONGs desempenham um papel vital ao oferecer apoio educacional. (JOURNAL48, 2022)
As ONGs desempenham diversos papéis na educação escolar. Um desses papéis é o paliativo, onde as ONGs preenchem as lacunas deixadas pelo poder público, seja mantendo serviços escolares ou ocasionais como instituições de ensino, em áreas onde o quantitativo de vagas não são suficientes. Outro aspecto da atuação das ONGs é inovação. Elas desafiam práticas educacionais ineficazes e experimentam alternativas, fornecidas por inspiração para outros grupos e até influenciando programas governamentais. No entanto, o impacto dessas inovações depende da capacidade de investimento em políticas públicas ou de obter apoio do Estado. (GHANEM, 2012)
Há também uma perspectiva de mudança, onde as ONGs buscam inovações com reformas educacionais mais amplas. No entanto, essa convergência é desafiadora, já que muitos projetos inovadores têm recursos limitados e não são bem sistematizados, enquanto as reformas educacionais tendem a ter uma abordagem mais uniforme e ampla. O papel de pressão política das ONGs foca em garantir que o direito à educação seja respeitado, atuando na promoção de legislações e assegurando sua implementação. Apesar da Constituição Brasileira de 1988 afirmar que a educação é um direito de todos, muitas crianças e adolescentes ainda estão fora das escolas. (GHANEM, 2012)
Segundo Ghanem (2012) ao longo dos anos, a escolarização aumentou no Brasil. Porém, o trabalho infantil ainda compete com a educação, e muitos jovens precisam trabalhar para complementar a renda familiar. Esse cenário destaca a relevância do trabalho paliativo das ONGs, principalmente em áreas rurais ou periféricas urbanas. No contexto da educação profissional, houve crescimento nas matrículas, tanto em escolas públicas quanto privadas. O governo federal buscou parcerias com o setor privado e ONGs para ampliar a oferta de cursos técnicos, atendendo à necessidade de mais profissionais envolvidos no mercado. 
A atuação das ONGs também é evidente na educação especial. Em muitos estados, o governo termina por mobilizar ONGs para atender pessoas com necessidades especiais mais graves, como deficiência física, mental e pessoas em situação de extrema pobreza, enquanto outras são integradas em escolas públicas. O financiamento para creches e pré-escolas também passou por mudanças ao longo dos anos, e as ONGs se tornaram um pilar essencial, especialmente para as comunidades mais vulneráveis. Como as ONGs desempenham papéis cruciais no cenário educacional brasileiro. Seja complementando a ação do Estado, inovando práticas, ou instruídas por mudanças políticas, elas são indispensáveis ​​na luta para garantir que uma educação de qualidade seja acessível a todos.
Uma dessas ONGs, chamada Pequeninos do Acaraú, tem feito uma diferença notável na vida dos jovens da Zona Rural de São Vicente. Graças à sua intervenção, muitos jovens, como Mirian, conseguiram alcançar objetivos educacionais simples, como aprender a ler. Além disso, a ONG também proporciona experiências que permitem que crianças, como Pedro, desfrutem de momentos de infância, ao mesmo tempo em que sonham com um futuro melhor. (JOURNAL48, 2022)
PEQUENAS MÃOS, GRANDES TRABALHOS E UM FUTURO BRILHANTE. Esse é o lema da Pequeninos do Acaraú, criada em 2013, por Wilian Pereira, motivado pela vontade de auxiliar o próximo. A ONG, atualmente, atende 32 crianças e adolescentes e tem como objetivo “criar oportunidades para as famílias que estão em situação de vulnerabilidade social, através da educação, cultura, esporte, saúde e sustentabilidade.” Aulas de culinária e reforço escolar de biologia, ciências, matemática, português, inglês e espanhol são algumas das oferecidas pelo projeto. Por um tempo, inclusive, a ONG fez além de seu papel, suprindo a falta de educação básica na região, causada pela instabilidade do transporte escolar, resolvida apenas este ano. Desde 2018 os moradores já reclamavam da falta de acesso à escola, localizada a 4 km do ponto mais próximo da Zona Rural e 6 km do bairro Humaitá, o mais distante. (JOURNAL48, 2022, p. 1)
O desenvolvimento de currículos por essas entidades geralmenteenfoca a formação holística do indivíduo, abordando habilidades socioemocionais e competências do século 21 que vão além do conteúdo programático tradicional. Este movimento é uma resposta direta às lacunas observadas no ensino convencional, preparando os alunos para um mundo dinâmico e digital (MENDES & ROCHA, 2019).
Uma característica marcante das organizações do terceiro setor é a incorporação de tecnologias educacionais inovadoras. Em uma era dominada pela tecnologia, estas organizações reconhecem o potencial das ferramentas digitais em facilitar o aprendizado, oferecer soluções personalizadas e democratizar o acesso à educação (BARBOSA & LIMA, 2020).
A necessidade de organizações do terceiro setor no cenário educacional é uma resposta à necessidade constante de inovação e adaptabilidade na educação. Essas organizações, muitas vezes ágeis e menos burocráticas que as instituições estatais, têm se destacado na criação de recursos educacionais ajustados às demandas contemporâneas (SILVA et al., 2018).
A emergência de entidades não governamentais no setor educativo reflete a busca por constante inovação e flexibilidade na educação. Essas entidades muitas vezes superam as instituições governamentais em agilidade e eficiência ao desenvolver materiais educacionais que atendem às exigências atuais.
Essas organizações focam em uma educação que desenvolve o aluno de forma integral, incluindo habilidades emocionais e competências modernas que extrapolam o currículo padrão. Elas visam preencher as deficiências do ensino tradicional, preparando os estudantes para um mundo em constante evolução e cada vez mais digital. Um traço distintivo dessas entidades é a sua utilização de tecnologias educacionais avançadas. Elas utilizam ferramentas digitais para tornar a aprendizagem mais acessível e customizada, democratizando a educação.
Além disso, o envolvimento da comunidade e das partes interessadas é um componente chave na abordagem dessas organizações. A cocriação de materiais didáticos, com contribuição direta dos usuários finais, como professores e alunos, muitas vezes resulta em recursos mais relevantes e eficazes (OLIVEIRA & MARTINS, 2017).
No entanto, é essencial mencionar os desafios. Apesar das inovações, muitas dessas organizações enfrentam obstáculos para implementar seus recursos em sistemas educacionais tradicionais, dada a resistência às mudanças e às dinâmicas institucionais arraigadas (FERREIRA & SAMPAIO, 2018).
Outra preocupação é a sustentabilidade. Embora o desenvolvimento de novos recursos educacionais exija investimento, a dependência de doações ou financiamento externo pode ameaçar a continuidade e a expansão dessas iniciativas inovadoras (CASTRO & SOARES, 2019).
Além disso, a participação ativa da comunidade e dos stakeholders é crucial para elas, envolvendo professores e estudantes na criação de materiais didáticos que se mostram mais pertinentes e eficazes.
Contudo, existem desafios, como a dificuldade de integrar esses recursos inovadores nos sistemas de ensino convencionais, que frequentemente resistem a mudanças. A sustentabilidade financeira também é uma preocupação, pois o desenvolvimento desses materiais depende de fundos externos, o que pode colocar em risco a continuidade desses projetos.
Apesar disso, as perspectivas são otimistas. Com a evolução tecnológica e o reconhecimento da importância de práticas educativas atualizadas, espera-se que a contribuição dessas organizações se torne cada vez mais relevante e integrada globalmente.
Portanto, enquanto o ensino tradicional se esforça para se modernizar, as entidades do terceiro setor estão preenchendo as lacunas e propondo novos paradigmas que podem transformar a educação. A colaboração entre os diversos setores é vital para a implementação e manutenção dessas inovações.
E as perspectivas são promissoras. Com o avanço da tecnologia e o reconhecimento da necessidade de práticas educacionais adaptadas ao nosso tempo, é provável que as contribuições do terceiro setor ganhem cada vez mais destaque e integração no cenário educacional global (MELO & DIAS, 2020).
Neste sentido, enquanto o sistema educacional tradicional busca se adaptar às demandas contemporâneas, as organizações do terceiro setor estão preenchendo lacunas e apresentando novos paradigmas que prometem revolucionar o ensino e a aprendizagem. Contudo, a colaboração entre diferentes setores será crucial para garantir a implementação e a sustentabilidade destas inovações (COSTA & GOMES, 2021).
2.5 EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E NÃO FORMAL
A educação é um fenômeno complexo compreendido por diferentes formas e práticas. Dentre essas, destacam-se a educação formal, não-formal e informal, cada uma com suas características, objetivos e espaços específicos de atuação. A educação formal é caracterizada por sua estruturação, ocorrendo em instituições regulamentadas, como escolas e universidades, seguindo currículos e normativas estabelecidas em âmbito nacional. Esta forma de educação visa ao desenvolvimento de competências e habilidades específicas, com métodos de ensino e avaliação bem definidos. Já a educação não-formal e a informal apresentam-se de maneira mais flexível, ocorrendo, respectivamente, em ambientes comunitários e no cotidiano, sem a rigidez estrutural da educação formal. (DELORENZI, 2019)
Na segunda metade do século XX, precisamente na década de 1960, surgiram os conceitos de educação formal, não formal e informal, influenciados principalmente pelas consequências educacionais da Segunda Guerra Mundial nos países desenvolvidos. Estes enfrentavam desafios significativos em seus sistemas educacionais, que não conseguiam atender a crescente demanda por educação, nem cumprir seu papel em promover a mobilidade social e a formação de recursos humanos necessários para as novas demandas industriais. Isso gerou a necessidade de reavaliar e replanejar o sistema educacional, dando valor não só à educação formal, mas também reconhecendo a importância das experiências e aprendizados que ocorrem fora do ambiente escolar. (FÁVERO et al, 2007)
A educação formal é caracterizada por ser uma modalidade de ensino sistematizado, ocorrendo em instituições educacionais, seguindo currículos e programas de ensino previamente estabelecidos. Essa forma de educação é dividida em níveis e faixas etárias, sendo regida por leis e normativas específicas. O objetivo principal da educação formal é preparar o indivíduo para atuar de maneira eficaz na sociedade, promovendo a aprendizagem de conteúdos sistematizados e contribuindo para a formação cidadã. (CASCAIS, TERÁN, 2014)
A educação formal é marcada pela sua intencionalidade, estrutura e planejamento. Ela ocorre em ambientes específicos destinados à educação, envolvendo professores capacitados e alunos em processos de ensino-aprendizagem bem definidos. Esta forma de educação segue um currículo estabelecido, possui uma hierarquia e uma burocracia próprias, sendo monitorada e avaliada por órgãos competentes. O objetivo principal da educação formal é promover a aprendizagem de conteúdos sistematizados, desenvolver habilidades e competências diversas, além de formar cidadãos ativos e participativos na sociedade. (DELORENZI, 2019)
A educação formal tem como principal finalidade a transmissão de conhecimentos sistematizados, buscando o desenvolvimento integral do indivíduo. Os métodos de ensino são planejados e seguem padrões estabelecidos, visando à eficácia no processo de aprendizagem. Os professores, neste contexto, desempenham um papel central, sendo responsáveis por guiar os alunos no processo educativo, promovendo um ambiente propício para o aprendizado. A avaliação, nesse âmbito, é um componente crucial, pois estabelece critérios normativos para verificar o progresso do aluno e certificar sua aprendizagem. (DELORENZI, 2019)
A educação formal é caracterizada por sua natureza deliberada e organizada, acontecendo em locais dedicados à instrução com professores qualificados e estudantes engajados em uma dinâmica clara de ensino e aprendizado. Essa modalidadede educação segue um programa predeterminado, é estruturada hierarquicamente e operacionalizada por meio de processos burocráticos, com supervisão e avaliação por entidades apropriadas. O propósito central é fornecer conhecimento estruturado, cultivar habilidades e capacidades variadas e preparar cidadãos para uma participação ativa na sociedade.
O objetivo principal da educação formal é disseminar conhecimento de maneira organizada, visando o crescimento completo do ser humano. As técnicas de ensino utilizadas são cuidadosamente planejadas e seguem normas definidas para garantir que a aprendizagem seja eficiente. No cenário educacional formal, o professor tem um papel vital, orientando os alunos ao longo do percurso educacional e fomentando um ambiente adequado para a aprendizagem. A avaliação é um aspecto fundamental nesse processo, pois fornece parâmetros para medir o progresso dos estudantes e validar sua educação.
Por outro lado, a educação informal acontece de maneira espontânea e contínua ao longo da vida do indivíduo. Este tipo de educação ocorre em diferentes contextos sociais como a família, o bairro e o círculo de amigos, sendo carregada de valores culturais, sentimentos e senso de pertencimento. A educação informal tem um papel crucial na socialização dos indivíduos, desenvolvendo hábitos, atitudes e uma visão de mundo influenciada pelo senso comum e pelas experiências vividas. (CASCAIS, TERÁN, 2014)
Delorenzi (2019) afirma que a educação informal é um processo contínuo que ocorre ao longo da vida, sendo parte integrante do processo de socialização do indivíduo. Ela não é planejada ou intencional, ocorrendo de forma espontânea nas interações cotidianas e nos diversos ambientes sociais. Esta forma de educação é marcada pela transmissão de valores, hábitos, crenças e comportamentos, influenciando diretamente na formação da identidade e na maneira como o indivíduo se relaciona com o mundo.
A educação informal destaca-se por sua natureza difusa, ocorrendo em espaços como a família, o bairro, os grupos de amigos, entre outros. Ela é rica em emoções e experiências, sendo fundamentada nas tradições e nas vivências passadas de geração para geração. Apesar de sua falta de estrutura formal, a educação informal tem um impacto significativo no desenvolvimento pessoal e social, influenciando a maneira como o indivíduo pensa, age e se relaciona com o meio em que está inserido. (DELORENZI, 2019)
A educação informal surge naturalmente e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Esse tipo de aprendizado ocorre em ambientes sociais diversos como no lar, na comunidade ou entre amigos. Ela é profundamente enraizada em valores culturais e emoções, e contribui significativamente para o processo de socialização, moldando comportamentos, hábitos e perspectivas de mundo, baseadas em conhecimentos populares e experiências pessoais.
Educação informal é um processo perpétuo de aprendizado que não é predeterminado nem formalmente estruturado, mas que flui através das interações diárias e nos diferentes espaços sociais. Ela é caracterizada pela transmissão de valores e práticas culturais, influenciando diretamente na identidade do indivíduo e em sua interação com o mundo.
Esta forma de educação é marcada por sua abrangência e fluidez, presente em cenários variados como a família e o círculo social, rica em emoção e experiência. Mesmo sem uma estrutura formalizada, a educação informal tem um papel importante no desenvolvimento pessoal e social, afetando como as pessoas pensam, agem e interagem com seu entorno. 
A educação não formal, por sua vez, ocorre fora do ambiente escolar tradicional, mas ainda assim possui um caráter educativo intencional. Ela se manifesta em espaços coletivos, como museus, centros culturais e organizações não governamentais, contribuindo para a troca de experiências e para a construção identitária dos indivíduos. Este tipo de educação valoriza a subjetividade do grupo e promove o conhecimento sobre o mundo e as relações sociais, destacando-se pela sua flexibilidade e capacidade de adaptação às necessidades dos aprendizes. (CASCAIS, TERÁN, 2014)
A educação não-formal ocorre fora dos ambientes tradicionais de ensino, não seguindo um currículo pré-estabelecido. Esta forma de educação é marcada pela sua flexibilidade, adaptabilidade e por ser centrada nas necessidades e interesses do grupo. Ela tem ganhado espaço e importância devido a fatores sociais, econômicos e tecnológicos, atendendo a uma diversidade de públicos, incluindo adultos, idosos, mulheres e minorias étnicas. Organizações Não-Governamentais (ONGs) têm um papel significativo neste contexto, promovendo a educação comunitária e contribuindo para o desenvolvimento de habilidades e competências diversas. (DELORENZI, 2019)
O termo educação não formal ganha popularidade a partir do final da década de 60 no Brasil, o seu surgimento teve contribuições tanto nacionais como internacionais, possuindo aqui relação direta com a Pedagogia Social. A educação não formal é conceituada nesse campo da Pedagogia, uma vez que ela trabalha com coletivos e se preocupa com os processos de construção de aprendizagens e saberes coletivos. A Pedagogia Social pode possuir diferentes enfoques de acordo com cada país, e apesar de não haver consenso, em alguns países o profissional é denominado de Educador Social e em outros de Pedagogo Social. Atualmente, o campo de educação não formal passou a ser valorizado por também dar importância aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Certamente este termo já não nos causa tanto estranhamento, no entanto é um campo que está em construção e precisamos conhecê-lo melhor. Muitas vezes, propostas educativas de educação não formal se voltam aos grupos sociais excluídos com uma lógica assistencialista ou de prevenção, visam apenas inserir ou incluir determinado grupo ou indivíduo na sociedade de acordo com seus moldes, como se o sujeito fosse objeto da Educação. A educação não formal vai além dessa lógica, pois a experiência com esse outro sujeito ganha sentido novo para o educador. Por vezes, preso ao processo de escolarização que ocorre dentro da lógica formal de educação, o educador vai se distanciando do educando e não se envolve mais com a necessidade daquele aluno. Sabemos que existem outros campos educativos além da escola que demandam o Pedagogo, entretanto, é importante sabermos que a educação não formal não acontece apenas em espaços considerados como “não escolares”. É sabido que o sistema escolar, ou o processo de escolarização, mantém um controle social através das desigualdades, no entanto, acreditamos que onde há a educação, em qualquer lugar que ela esteja, existe a possibilidade de transformação entre educador e educando, e assim a educação não formal poderá ocorrer tanto fora do espaço escolar como nele próprio, dependendo da prática do educador. (TAVARES et al, 2015, p. 5)
A educação não-formal, conforme Delorenzi (2019), contribui significativamente para a formação do indivíduo como cidadão, proporcionando espaços de aprendizagem coletiva e experiencial. Ela ocorre em ambientes diversos, como comunidades, entidades de trabalho e espaços culturais, promovendo a troca de conhecimentos e a construção coletiva. As ONGs, nesse cenário, desempenham um papel fundamental, oferecendo metodologias, estratégias e programas de ação educativa, respeitando e valorizando as culturas locais e os conhecimentos existentes nas comunidades.
Na década de 1970 as organizações não governamentais estavam associadas aos movimentos sociais e agiam como centros de assessoria, tinham sentido político de formação. Entretanto, mudam o seu propósito a partir dos anos 10 90, quando passaram a fazer parceria com o Estado. O numeroso aumento de ONGs, surgidas como fruto de demandas no contexto das políticas sociais do Terceiro Setor, pode ter contribuído para a expansão da educação não formal no Brasil. As ONGs são consideradas espaços de educação não formal, geralmente se constituem em espaço de luta em prol da democracia,agem como forma de conscientização política. Para a educação não formal, não existe instrução prévia das ações que deverão ser realizadas por um pedagogo, até porque estamos lidando com o acontecimento de experiências entre sujeitos distintos, seja ele educador ou educando, e as experiências acontecem em tempos distintos para cada um. Ter um padrão de ações é prever algo que ainda não aconteceu, é estar tomando para si um resultado que ainda não se tem na prática. Desse modo estaríamos tratando a educação não formal através da lógica formal da educação. No entanto, apesar de não ter uma “receita” de sua atuação nesses espaços, os pedagogos precisam conhecer a fundo a instituição em que trabalham, como missão, valores, projetos etc. e ainda saber os fins da educação não formal. Seu foco é a formação social e crítica do sujeito e não apenas a qualificação. O processo de ensino-aprendizagem ocorre em comunhão entre educador e educando, a tarefa pedagógica se mistura com a vida do outro, o educador social vai se reinventando ao mesmo tempo em que vai construído esse processo, juntos constroem o conhecimento. TAVARES et al, 2015, p. 10)
Cada modalidade de educação possui objetivos específicos. A educação formal visa o ensino e a aprendizagem de conteúdos sistematizados, preparando o indivíduo para exercer sua cidadania. A educação informal foca na socialização e no desenvolvimento de hábitos e atitudes, enquanto a educação não formal busca proporcionar conhecimento sobre o mundo, promovendo o desenvolvimento de várias habilidades e competências. Os resultados esperados para a educação formal incluem a aprendizagem e a obtenção de títulos, enquanto na educação informal, os resultados são moldados pela visão do senso comum e na educação não formal, o desenvolvimento ocorre em múltiplos processos. (FÁVERO et al, 2007)
Apesar de suas diferenças, as três modalidades de educação são complementares e essenciais para um desenvolvimento integral dos indivíduos. A educação formal, com sua estrutura organizada e conteúdos sistematizados, proporciona uma base sólida de conhecimentos. A educação informal, permeando diversos contextos da vida cotidiana, enriquece esse aprendizado com valores e perspectivas culturais. Já a educação não formal, através de suas práticas flexíveis e adaptadas, oferece oportunidades de aprendizado práticas e significativas, contribuindo para a construção da identidade e do senso de pertencimento dos indivíduos. (FÁVERO et al, 2007)
Um exemplo ilustre de educação não formal pode ser observado na pedagogia de Paulo Freire, na qual os educandos, através dos círculos de cultura, engajam-se em discussões críticas sobre sua própria realidade. Esse método fomenta não só a leitura textual, mas também a "leitura de mundo", incentivando uma compreensão crítica e reflexiva da sociedade. Isso evidencia o potencial da educação não formal em promover uma aprendizagem significativa e engajada, que transcende os limites da sala de aula. (GOHN, 2006)
A educação não formal destaca-se por sua abordagem holística, considerando o ser humano em sua totalidade. Apesar de possuir objetivos e métodos distintos, ela não busca substituir a educação formal, mas sim complementá-la. A articulação entre educação formal e não formal, através de programações específicas e integração com a comunidade educativa, potencializa os benefícios de ambas, contribuindo para um aprendizado mais rico e diversificado. (GOHN, 2006)
É interessante notar que as percepções e usos dos termos "não formal" e "informal" variam geograficamente. Enquanto nos países de língua inglesa o termo "não formal" é pouco utilizado, privilegiando-se a noção de educação informal para atividades fora do ambiente escolar, nos países latinos e lusófonos ambos os termos são empregados. Isso ressalta a importância de considerar as especificidades culturais e regionais ao discutir esses conceitos educacionais. (GOHN, 2006)
As três formas de educação – formal, não-formal e informal – não atuam de maneira isolada, havendo uma interação constante entre elas. A educação formal é complementada e enriquecida pelas experiências e aprendizados proporcionados pela educação não-formal e informal. Da mesma forma, as aprendizagens ocorridas em ambientes não-formais e informais podem ser potencializadas e sistematizadas no contexto da educação formal. (DELORENZI, 2019)
Os desafios para a educação contemporânea envolvem o reconhecimento e a valorização das diferentes formas de educação, buscando estratégias para integrá-las de maneira harmoniosa e complementar. É necessário promover práticas educativas que respeitem a diversidade, sejam inclusivas e atendam às necessidades e aos interesses dos diferentes grupos sociais. A educação, em suas diversas manifestações, é um direito fundamental e um pilar essencial para o desenvolvimento sustentável e para a construção de uma sociedade mais justa, crítica e participativa. (DELORENZI, 2019)
Em síntese, a educação formal, não-formal e informal são partes integrantes do processo educativo, cada uma com suas características, espaços e objetivos específicos. A compreensão e valorização de todas essas formas são essenciais para promover uma educação integral, capaz de atender às diferentes demandas e desafios da sociedade contemporânea. É imperativo que haja uma integração efetiva entre essas modalidades educativas, visando ao desenvolvimento pleno do indivíduo e à construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável. (DELORENZI, 2019)
Desta forma, as modalidades de educação formal, não formal e informal são fundamentais para um desenvolvimento educacional completo, cada uma contribuindo de maneira única para a formação dos indivíduos. A educação formal fornece a base estruturada de conhecimentos, a educação informal enriquece esse aprendizado com valores culturais, e a educação não formal oferece espaços de aprendizado flexíveis e significativos. A compreensão e valorização de todas essas formas de educação são essenciais para promover uma sociedade mais educada, crítica e reflexiva. (CASCAIS, TERÁN, 2014)
3. RESULTADOS E ANÁLISES DOS DADOS
Foram realizadas entrevistas, conforme descrito a seguir, nos resultados das respostas das mesmas. Foram usados nomes fictícios e, o perfil dos entrevistados é o seguinte:
Anderson Soares
Pedagogo, atuante a mais de 20 anos, ele é o presidente e administra 7 unidades além da filial onde desenvolve atividades voltada para cultura, cursos de capacitação, empreendedorismo e escolas formais, sua ONG tem mais de 35 anos de experiência e atuação.
Jéssica Maria 
Ela assumiu a presidência desde 2018, onde a mesma cursa serviço social, sua ONGs oferta cursos de capacitação, Empreendedorismo, assistência social, cultura e a partir de 2024 estará funcionando também como creche em parceria com a prefeitura da cidade, sua ONG tem mais de 40 anos de atuação.
André Borba
Ele é o presidente, sua formação é em Serviço Social, sua ONG se deu início em 2020, onde o mesmo fornece curso de capacitação, cultura, assistência médica e social.
Aos sujeitos lhe foram feitas algumas perguntas, tais como, na sua concepção, qual é a importância do terceiro setor (ONG) na educação?
Anderson afirmou que “Atua de forma complementar na educação e estimula o ensino aprendizagem por ser temáticas diferenciadas, em sua maioria.” Jéssica afirmou que: “a ong tem um papel fundamental na construção da cidadania dentro das escolas, através de ações de sensibilização e conscientização dos direitos básicos e vem contribuindo na garantia desses direitos” e André informou que: “tem o papel de acolher as crianças, adolescentes, jovens e familiares em situações de vulnerabilidade social”
Uma outra questão foi como as ONGs podem ajudar a preencher lacunas educacionais deixadas pelo sistema formal de ensino, a parti da pergunta tivemos as seguintes respostas. 
A resposta de Anderson foi que: As ONGs trabalham diretamente com as famílias e investigam a situação física, psíquica e emocional de crianças que se tornam uma ferramenta paraaplicar os métodos pedagógicos baseado nas dificuldades apresentadas pelos alunos. Trazer as famílias para dentro da escola, o acompanhamento desses pais e ou responsável são fundamentais para melhor desenvolvimentos das crianças.” Jéssica disse que: “as ONG’s conseguem preencher as lacunas com? Justamente desenvolvendo ações de apoio ao. No contraturno escolar, né? Desenvolvendo atividades educativas culturais que complementam a ação da escola no seu desenvolvimento em todo o seu programa educativo, né? As ONGs também realizam trabalhos importantes com a. O exercer da educação, né?” Já André afirmou que: “com escolas comunitárias, principalmente na parte da educação infantil, que é o maior défice que existe dentro do estado brasileiro. Poucas creches para muitas crianças e as ONGs têm desenvolvido esse papel, criando creches e lugares que OA, que o estado não tem acesso, não consegue desenvolver, não consegue é penetrar dentro de comunidades e as ONGs estão lá desenvolvendo o seu bom papel.”
Uma outra questão foi, de que maneira as ONGs estão promovendo a formação de professores e aprimorando as práticas pedagógicas, a partir da pergunta tivemos as seguintes respostas. 
Para Anderson, “as que ele conhece estimulam os cursos, palestras e oficinas, disponibilizando dentro da carga horária de trabalho ou em contra turnos.” De acordo com Jéssica, “a ONG trabalha a formação social dos educandos com intuito de formar cidadãos capazes de contribuir para conciliar as ações educativas pedagógicas com a realidade vivida para melhorar a formação docente é necessário realizar ações que contribuam na construção de uma boa comunicação, desenvolver a escuta ativa, trabalhar as habilidades sócio emocionais, promover a interdisciplinaridade, utilizar os benefícios das tecnologias, tornando se um mediador da informação, utilizar métodos ágeis e ativos.” André afirmou que “as ONG’s conseguem se relacionar com as universidades e conseguem é trazer o poder de formação das universidades, dos profissionais que estão ali desenvolvendo o papel de formação de educadores para dentro das comunidades aonde elas estão inseridas, aprimorando os professores que estão ali atuando na formação, incentivando os educadores que. Atuam sem formação a se formar. Trazendo o universo de conhecimento para dentro, principalmente das comunidades carentes, e empoderando esses educadores que na base são mulheres, mãe de família que estão ali desenvolvendo um papel fundamental para melhorar aquele ambiente para as suas crianças e os demais membros da comunidade.”
Uma outra pergunta foi, de que maneira as instituições sem fins lucrativos estão abordando os desafios educacionais, a partir da qual obtivemos as seguintes respostas:
Anderson afirmou “crer que ainda de forma inicial, pois a dinâmica e formas de ensino - aprendizado estão se modernizando em várias pluralidades. As ONG,s hoje enfrentam muitos desafios como falta de gestão eficiente, escassez de recursos, falta de credibilidade, aumento do interesse do público, transparência na prestação de contas, envolvimento com a sustentabilidade e falta de estrutura interna e manutenção dessa estrutura”. Jéssica, por sua vez informou que “as instituições sem fins lucrativos a elas conseguem alcançar tecnologias educacionais. É de forma mais práticas, porque eles conseguem fazer uma leitura da deficiência educacional que aquela comunidade apresenta, que é aquele aluno apresenta e por meio de parcerias com órgãos do primeiro setor do segundo setor e até mesmo do terceiro setor. Elas conseguem criar pontes que trazem a soluções para dentro daquele espaço que estava abandonado pelo estado.” André assim respondeu: “Então, se hoje o Brasil consegue desenvolver, são graças às instituições de sem fins lucrativos que per. Comunidades que trazem novas soluções e novas tecnologias para fazer com que os déficits educacionais e a evasão escolar e todas as outras misérias que acontecem dentro do processo educacional sejam solucionadas.”
Também lhes foi perguntado sobre como as organizações do terceiro setor contribuem para o acesso à educação em comunidades carentes, a partir da qual houve as seguintes respostas:
Anderson afirmou ser “ofertando educadores com experiências em territórios e local de fácil acesso e de horários mais flexíveis.” Jéssica afirmou que “o terceiro setor oferece serviços educacionais diretamente mediante parcerias e convênios e, ou substituem funções técnica de órgãos públicos na formação do povo carente da comunidade” e André disse que “as ONGs contribuem nas comunidades carentes, é criando possibilidades e oportunidades. Porque uma garagem de uma casa se transforma num centro de um centro de ações complementares à escola, né? Se transformam numa biblioteca, se transformam numa num momento de contações de histórias. Então ela vai conseguindo permear enraizar e penetrar dentro das comunidades, levando oportunidades educativas para essas crianças, trazendo o diagnóstico de quem está fora da escola, permeando os conselhos tutelares e caminhando junto com outros entes que acreditam e que defendem a educação para todos e trazem para junto desses territórios. O que o estado oferece? O que as outras ONGs podem oferecer visando que a cidadania alcance todos os usuários desse serviço?”
Por fim, foi feita uma pergunta sobre os principais desafios na promoção dos serviços oferecidos por uma ONG.
Conforme Anderson, “o capital humano é o maior desafio em minha opinião. Suas questões centrais são a pobreza, exclusão e desigualdade social. Seu nível de atuação é o comunitário e de bases, nas quais suas ações praticadas são de caráter público e privado, associativas e voluntaristas e as entidades que participam são empresas privadas, Estado, ONGs e sociedade civil.” De acordo com Jéssica, “os principais desafios, ao meu ver são a falta de recursos, a falta de capital de capital humano é treinado, né? A falta de estrutura são muitos os desafios que permeiam essa ação. Então, para há uma ONG que consegue desenvolver um trabalho, ela precisa de planejamento.” Para André, “ela precisa de apoiadores, de pessoas que amem a comunidade, que pensem em soluções que que pensem em com. Superar as Barreiras e os desafios que aparecem. Então, essa é uma das maiores dificuldades. Desafios, né? Desafios que as ONGs têm e que elas conseguem superar com o empenho de toda a comunidade que se envolve nessa ação.”
A partir das respostas, pode-se fazer a seguinte análise:
As respostas indicam uma visão unânime sobre a relevância das ONGs na educação, destacando seu papel complementar e inovador. Eles sublinham o papel das ONGs na construção da cidadania, no preenchimento de lacunas deixadas pelo sistema educacional formal, e na oferta de educação em áreas onde o Estado tem menor presença. O foco está em oferecer educação diferenciada, apoiar crianças e famílias em situações de vulnerabilidade, e criar creches e escolas comunitárias, especialmente em comunidades carentes.
Os respondentes concordam que as ONGs desempenham um papel crucial no preenchimento de lacunas educacionais. Eles mencionam a importância de atividades educativas e culturais complementares, a integração com as famílias dos alunos, e a criação de infraestruturas educacionais em comunidades carentes. A ênfase está na personalização do ensino, baseada nas necessidades específicas dos alunos e comunidades.
Há um consenso sobre o papel das ONGs na capacitação de educadores. As respostas destacam a promoção de cursos, palestras, e oficinas, além da formação social dos educadores. As ONGs colaboram com universidades para trazer conhecimentos e práticas atualizadas para as comunidades, focando no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e na utilização de tecnologias educacionais.
Os entrevistados reconhecem que as ONGs enfrentam vários desafios, incluindo gestão ineficiente, escassez de recursos, e falta de credibilidade. Apesar disso, as ONGs são vistas como agentes chave na introdução de tecnologias educacionais e soluções práticas, adaptando-se às necessidadeslocais e criando pontes entre diferentes setores para melhorar a educação.
As respostas enfatizam a importância das ONGs em oferecer educação acessível em comunidades carentes. Elas criam oportunidades educacionais através de iniciativas locais, transformando espaços comunitários em centros educacionais e incentivando a inclusão de todos na educação.
Os principais desafios identificados incluem a falta de recursos financeiros e humanos qualificados, além de questões estruturais e de planejamento. Os profissionais destacam a necessidade de envolvimento comunitário e apoio externo para superar esses obstáculos.
4. DISCUSSÕES
A análise das respostas revela que, apesar dos desafios, as ONGs desempenham um papel vital na educação, especialmente em contextos onde o Estado é menos presente ou eficiente. Elas não apenas complementam a educação formal, mas também introduzem inovações pedagógicas, apoiam a formação de professores, e promovem a educação inclusiva. A ênfase na educação personalizada e na parceria com as comunidades locais é particularmente significativa, pois mostra como as ONGs estão adaptadas para atender às necessidades específicas das populações que servem.
Contudo, as ONGs enfrentam desafios significativos, como limitações de recursos e necessidades de gestão eficaz. A superação desses desafios requer um esforço coletivo, envolvendo não apenas as próprias ONGs, mas também parcerias com o setor público, empresas privadas, e a sociedade civil. A continuidade e o sucesso dos esforços das ONGs dependem fortemente da sua capacidade de se adaptar às mudanças, inovar em suas práticas e manter a sustentabilidade de suas operações.
Em suma, as ONGs desempenham um papel insubstituível na educação, oferecendo serviços essenciais e inovadores, especialmente para as comunidades mais carentes. Seus esforços na educação são um reflexo da necessidade de modelos educacionais mais inclusivos e adaptativos, que possam atender às diversas necessidades de aprendizagem das populações.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O terceiro setor age como um complemento essencial ao sistema formal de ensino, preenchendo lacunas significativas, particularmente em comunidades carentes e em contextos de vulnerabilidade social. As organizações não governamentais estão na vanguarda da inovação educacional, oferecendo metodologias alternativas que reforçam a aprendizagem, promovendo a educação em direitos e cidadania, e estimulando a participação familiar no processo educativo.
As entrevistas revelaram que as ONGs têm um papel fundamental na construção de uma cidadania ativa e consciente, criando ambientes de aprendizagem estimulantes e acolhedores, que muitas vezes transcendem as fronteiras físicas das escolas, alcançando espaços comunitários e até residenciais. Além disso, a capacidade dessas organizações de operar com flexibilidade, adaptando-se às necessidades locais e oferecendo horários mais versáteis, é fundamental para atender às demandas de educação infantil, onde o déficit é mais agudo.
As ONGs também desempenham um papel crítico na formação de professores e no aprimoramento das práticas pedagógicas. Por meio de parcerias com instituições de ensino superior e outras entidades, as ONGs oferecem treinamento e desenvolvimento profissional que são diretamente relevantes para as necessidades das comunidades que servem. Além disso, elas atuam como mediadoras da informação e da tecnologia educacional, capacitando educadores, muitos dos quais são mulheres e mães, que se tornam agentes de transformação em seus próprios bairros.
No entanto, os desafios são substanciais. As organizações do terceiro setor enfrentam a escassez de recursos financeiros e humanos, falta de gestão eficiente, desafios de credibilidade e sustentabilidade, e a necessidade de manter a transparência. Apesar destes obstáculos, as ONGs demonstram resiliência e inovação, utilizando estratégias criativas para superar tais dificuldades e promover o acesso à educação.
Em resumo, as ONGs são parceiros indispensáveis na busca por uma educação inclusiva e de qualidade, operando frequentemente em circunstâncias desafiadoras e com recursos limitados. Seu trabalho é um testemunho da capacidade do terceiro setor de não apenas complementar, mas muitas vezes liderar o caminho para reformas educacionais que são sensíveis às necessidades locais e globais. A colaboração entre o terceiro setor, o estado e a sociedade civil é, portanto, crucial para alcançar o objetivo comum de uma educação acessível e equitativa para todos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, FN E LIMA, RS Tecnologia e educação: As iniciativas do terceiro setor na era digital. Revista de Tecnologia e Sociedade , 16(1), 45-60. 2020
BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: . Acesso em: 25 abr. 2016. 
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Brasília, DF, 1966. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5172.htm. Acesso em: 12 ago. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. Brasília, DF, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm. Acesso em: 12 ago. 2021
CASCAIS, M.GA; TERÁN, A.F. Educação formal, informal e não formal na educação em ciências. Ciência em Tela. Volume 7, n. 2. 2014
CASTRO, ML E SOARES, VP Financiamento e sustentabilidade em organizações do terceiro setor. Revista de Administração Pública , 53(1), 45-60. 2019
CHIAVENATO, I.. Introdução À Teoria Geral Da Administração. Rio De Janeiro: Elsevier, (2014)
COLOMBO, F.N. GOVERNANÇA NO TERCEIRO SETOR: UMA PROPOSTA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E TRANSPARÊNCIA PARA UMA ENTIDADE FILANTRÓPICA DE CRICIÚMA. Criciúma, 2019
COMIM, Márcia Tereza Sacon. Problemas afetivos e de condutas em sala de aula. Revista de Educação do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai – IDEAU v.5 - n.10 - Janeiro - Junho 2010 Semestral  
COSTA, HG, & GOMES, RL (2021). Colaboração e inovação no contexto educacional brasileiro. Revista de Estudos Educacionais , 32(1), 24-41. 2021
COSTA CARVALHO NETO, FREDERICO; PEREIRA PASSARELI, ROSANA. A FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA. PRISMA JURÍDICO, VOL. 15, NÚM. 2, JULIO-DICIEMBRE, 2016, PP. 175-199 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO SÃO PAULO, BRASIL 
DELORENZI, K.A.P. FORMAÇÃO DISCENTE: EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL. Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Fabíola Larissa Tavares – Vol. 2, n. 5 (jul. 2019) -. São Caetano do Sul: Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, 2019
FARIA, J.A.; REGO, A.L.S. TRANSPARÊNCIA NAS ENTIDADES RELIGIOSAS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A APLICAÇÃO DE FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A TRANSPARÊNCIA FINANCEIRA NA PARÓQUIA SENHOR DO BONFIM. Revista de teologia e ciências da religião. V. 4 • n. 1 • dezembro/2014 - 267
FÁVERO, Osmar. Educação Não Formal: contextos, percursos e sujeitos. Educ. Soc., Campinas, v.28, n.99, p. 614-617, maio/ago. 2007. 
FERREIRA, AM, & SAMPAIO, PL Desafios de implementação de inovações educacionais. Revista Educação e Sociedade , 39(143), 299-317. 2018
GHANEM, E. As ONGs e a responsabilidade governamental com a escola básica no Brasil. Pro-Posições, Campinas, v. 23, n. 2 (68), p. 51-65, maio/ago. 2012
GIL, A. L. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, jan./mar. 2006.
JOUNAL48. O PAPEL DAS ONGS NA EDUCAÇÃOBRASILEIRA: UMA LUTA POR LEGITIMIDADE. Disponível em: https://journal48.com/educacao-e-familia/o-papel-das-ongs-na-educacao-brasileira/ Acesso em 03 Out 2023
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MENDES, BP E ROCHA, LH. Currículos do futuro: A resposta das organizações não-governamentais. Jornal de Pesquisa Educacional , 34(2), 115-130. 2019
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. 2012. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. - 7. ed. - São Paulo: Atlas, 2012.
MELO, AB E DIAS, SM. Perspectivas para a educação do futuro: O papel das ONGs. Revista de Educação e Cultura Contemporânea , 17(43), 320-340. 2020
MILANI, N. C., MOSQUIN, E. S., MICHEL, M. Uma breve análise sobre os conceitos de organização e cultura organizacional, Revista Científica Eletrônica de Administração, São Paulo, 2008.
OLIVEIRA, MP, & MARTINS, LF Co-criação em educação: Uma análise das práticas colaborativas. Jornal de Inovação em Educação , 21(3), 210-223. 2017
PINTO, M.C.F; SILVA, F. M.; Gestão de Pessoas na Administração Pública Brasileira: uma análise sobre sua evolução histórica e o atual contexto em transformação, Revista Eletrônica do TCE-RS, Porto Alegre, 2015
RODRIGUES, D.B. CONCEITO DE FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA. Disponível em: https://bvalaw.com.br/funcao-social-empresa/#:~:text=A%20fun%C3%A7%C3%A3o%20social%20da%20empresa%20consiste%20em%20um%20princ%C3%ADpio%20importante,(as)%2C%20entre%20outros. Acesso em 02 Nov 2023
SILVA, AL, et al.Inovação educacional e o papel do terceiro setor. Revista Brasileira de Inovação Pedagógica . 2018
SOBRAL, F.; PECCI. A. Administração, Teoria E Prática No Contexto Brasileiro. São Paulo: Pearce Prenticce Hall, 2008
TAVARES, M.C. et al. A atuação do pedagogo em espaços não formais de educação: um estudo a partir de Organizações Não Governamentais do Recife. UFPE. 2015

Mais conteúdos dessa disciplina