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Centro Universitário da Amazônia Curso: Bacharelado em Direito Aula: Fatos Jurídicos Disciplina: Teoria Geral do Direito Civil Fato Fato = acontecimento + Jure=direito + Geno=criar = fato que cria, que produz direito. Fato: significa qualquer ocorrência que interessa ou não ao direito, ao âmbito jurídico. Artigos 104 a 114 do Código Civil FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICOS Fato jurídico: É todo acontecimento de origem natural ou humana capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir um direito. Segundo a Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale, ao lado da norma e do valor, o fato é elemento constitutivo do próprio direito. Ato jurídico: É uma conduta ou um comportamento adotado por uma pessoa, é uma manifestação da vontade humana que produz efeitos jurídicos, causando a obtenção, modificação ou extinção de um direito, assim como no fato jurídico, mas dependente da manifestação da vontade humana. Negócio jurídico: É qualquer estipulação de consequências jurídicas, realizada por sujeitos de direito no âmbito do exercício da autonomia da vontade. Seu fundamento é a manifestação de vontade das partes. FATO, ATO E NEGÓCIO JURÍDICOS FATOS JURÍDICOS Natural ou Stricto Sensu: Ocorrem segundo a lei da causalidade natural, sem interferência da vontade humana. Ordinário – Ex: morte natural, decurso do tempo. Extraordinário – Ex: terremoto, furacão. Humano ou Ato Jurídico: A vontade humana é seu elemento constitutivo essencial. Lícito Ilícito (art. 186 e 187, CC.) REQUISITOS PARA A VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO O negócio jurídico é uma emissão volitiva dirigida a um determinado fim. Para que produza todos os efeitos, é necessário que se revista de certos requisitos referentes à pessoa do agente, ao objeto da relação e à forma da emissão da vontade. “A validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei” (CC, art . 104). Agente capaz Para que o negócio jurídico ganhe plena eficácia produzindo todos os seus efeitos, exige a lei que ele seja praticado por agente capaz. Por agente capaz há que se entender a pessoa capaz ou emancipada para os atos da vida civil. A Licitude A licitude está inserida no conceito. É necessário que o alcance visado pelo ato não seja ofensivo à ordem jurídica. A sua licitude é condição essencial à eficácia do negócio jurídico, que sempre tem por finalidade produzir efeitos jurídicos através da manifestação de vontade. Esta tem que ser sempre voltada para fins legítimos, possíveis, determinados ou determináveis. Quando o efeito não for legítimo ou possível, apesar de existir a vontade, caracteriza-se um ato ilegítimo, ilícito. Forma prescrita ou não defesa em lei Todo negócio jurídico tem uma forma. A vontade, manifestada pelas pessoas, pode ser verbal, por escrito, ou através de gestos. Em numerosos casos a lei exige das partes uma forma especial. A regra geral é a forma livre. “A validade da declaração de vontade – diz o art. 107 do CC – não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. Isto significa que todas as exceções devem ser respeitadas, ou seja, se a lei impuser forma especial, esta deverá ser atendida. Por exemplo, a compra de uma casa à vista, deve ser através da escritura pública. Se realizada por instrumento particular, não tem validade, porque a lei impõe uma forma (CC, artigo 108). Atos Ilícitos São os que emanam direta ou indiretamente da vontade, são os que ocasionam efeitos jurídicos, mas contrários ao ordenamento. No campo civil, importa conhecer os atos contrários ao Direito, à medida que ocasionam dano a outrem. Só nesse sentido o ato ilícito interessa ao direito privado. INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Nulidade: o vício atinge um interesse social ou do Estado (art. 166, CC.); Anulabilidade: o vício do negócio jurídico atinge somente o interesse das partes. (art. 171, CC). NULIDADE “absoluta” Art. 166, CC. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. ANULABILIDADE “nulidade relativa” Art. 171,CC. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. DEFEITOS NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Para o Código, há defeito no negócio jurídico quando este padece de deficiência nos elementos constitutivos capaz de permitir sua anulação, seja por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (arts. 138 a 166). Da mesma deficiência ressente-se o negócio praticado por agente relativamente incapaz (art. 171, I), embora a hipótese não venha elencada no capítulo em que o Código reúne e descreve os “defeitos do negócio jurídico” (Cap. IV do Título I, Livro III, art. 138 a 165). O defeito se passa do terreno da validade do negócio jurídico, ou seja, na sua aptidão, ou não , para produzir os efeitos jurídicos visados pelo agente. Quando o negócio se acha completamente despido de força para gerar tais efeitos diz-se que ocorre nulidade (art. 166); Quando os efeitos são produzidos, mas com risco de serem inviabilizados por provocação de quem se viu prejudicado pela prática viciada, o que se dá é a sua anulabilidade (art. 171). DEFEITOS NOS NEGÓCIOS JURÍDICOS CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo. b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação. Defeitos Vício Efeito Erro vontade Anulável Dolo vontade Anulável Coação vontade Anulável Lesão vontade Anulável Estado de Perigo vontade Anulável Fraude contra Credores Social Anulável Simulação Social Nulo CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO DIVISÃO DOS GRUPOS Defeitos Vício Efeito Erro vontade Anulável Dolo vontade Anulável Coação vontade Anulável Lesão vontade Anulável Estado de Perigo vontade Anulável Fraude contra Credores Social Anulável Simulação Social Nulo image1.emf image2.png image3.png