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Eixo 03 M11 PMM PB (1)

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Programa Mais Médicos para o Brasil
2ª edição
EIXO 3 | CUIDADO A GRUPOS POPULACIONAIS ESPECÍFICOS 
E SITUAÇÕES ESPECIAIS
Saúde do 
idoso
MÓDULO 11
Programa Mais Médicos para o Brasil
EIXO 3 | CUIDADO A GRUPOS POPULACIONAIS ESPECÍFICOS 
E SITUAÇÕES ESPECIAIS
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
2023
Saúde do idoso
MÓDULO 11
2ª edição
Instituições patrocinadoras:
Ministério da Saúde
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Secretaria-Executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Núcleo de Educação em Saúde Coletiva - Nescon
Universidade Aberta do SUS da Universidade Federal de Minas Gerais - UNA-SUS/UFMG 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B823s
Brasil. Ministério da Saúde.
Saúde do idoso [módulo 11] / Ministério da Saúde, Universidade Federal de Minas Gerais. - 
2. ed. - Brasília : Fundação Oswaldo Cruz, 2023.
Inclui referências.
107 p. : il., tabs. (Projeto Mais Médicos para o Brasil. Cuidado a grupos populacionais 
específicos e situações especiais ; 3).
ISBN: 978-65-84901-41-4
1. Saúde do idoso. 2. Envelhecimento. 3. Atendimento clínico. 4. Sistema Único de Saúde. 5. 
UNA-SUS. I. Título II. Universidade Federal de Minais Gerais. III. Série.
CDU 610
Bibliotecária: Juliana Araujo Gomes de Sousa | CRB1 3349
Ficha Técnica
© 2023. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo 
Cruz. Universidade Federal de São Paulo.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, disseminação e utilização dessa 
obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos da licença para usuário final do Acervo de 
Recursos Educacionais em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada a sua utilização 
comercial.
 
Referência bibliográfica
MINISTÉRIO DA SAÚDE. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Saúde do idoso 
[módulo 11]. 2. ed. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Projeto Mais Médicos para o Brasil. Eixo 3: 
cuidado a grupos populacionais específicos e situações especiais. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2023. 107 p.
Ministério da Saúde
Nísia Trindade Lima | Ministra
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Nésio Fernandes de Medeiros Junior| Secretário
Departamento de Saúde da Família (DESF)
Ana Luiza Ferreira Rodrigues Caldas| Diretora
Coordenação Geral de Provimento Profissional (CGPROP)
Wellington Mendes Carvalho | Coordenador
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Mario Moreira | Presidente
Secretaria-executiva da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS)
Maria Fabiana Damásio Passos | Secretária-executiva
Coordenação de Monitoramento e Avaliação de Projetos e Programas (UNA-SUS)
Alysson Feliciano Lemos | Coordenador
Assessoria de Planejamento (UNA-SUS)
Aline Santos Jacob 
Assessoria Pedagógica (UNA-SUS)
Márcia Regina Luz
Sara Shirley Belo Lança
Soraya Medeiros Falqueiro
Adriana Alves de Almeida
Revisor Técnico-Científico UNA-SUS
Paula Zeni Miessa Lawall 
Rodrigo Luciano Bandeira de Lima
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Universidade Federal de Minas Gerais
Sandra Goulart Almeida | Reitora
Alessandro Fernandes Moreira | Vice – Reitor
Faculdade de Medicina
Humberto José Alves | Diretor
Alamanda Kfoury Pereira | Vice – Diretora
Núcleo de Educação em Saúde Coletiva – Nescon/UFMG
Francisco Eduardo de Campos| Diretor
Edison José Correa | Vice – Diretor
Coordenação da UNA-SUS/Universidade Federal de Minas Gerais (EAD-UFMG)
Edison José Correa | Coordenador
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Secretaria editorial / Núcleo de Educação em Saúde 
Coletiva Nescon / UNA-SUS/UFMG:
(http://www.nescon.medicina.ufmg.br)
Faculdade de Medicina /Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
Av. Alfredo Balena, 190 – 7º andar
CEP 30.130-100
Belo Horizonte – MG – Brasil
Tel.: (55 31) 3409-9673
Fax: (55 31) 3409-9675
Site: www.nescon.medicina.ufmg.br
Créditos
Revisor Técnico-Científico UNA-SUS
Fernanda Lazzari Freitas 
Paula Zeni Miessa Lawall
Rodrigo Pastor Alves Pereira
Rodrigo Luciano Bandeira de Lima
 
Designer Gráfico UNA-SUS
Claudia Schirmbeck
 
Apoio Técnico UNA-SUS
Acervo de Recursos Educacionais em Saúde (ARES) – UNA-SUS
Fhillipe de Freitas Campos 
Juliana Araújo Gomes de Sousa
Tainá Batista de Assis
 
Engenheiro de Software UNA-SUS
José Rodrigo Balzan
Onivaldo Rosa Júnior
 
Desenvolvedor de Moodle UNA-SUS
Claudio Monteiro
Rodrigo Mady da Silva
Jaqueline de Carvalho Queiroz
Josué de Lacerda
Luciana Dantas Soares Alves
Lino Vaz Moniz
Márcio Batista da Silva
 
Coordenador Geral da UNA-SUS/UFMG
Edison José Correa
 
Coordenador Acadêmico UNA-SUS/UFMG
Raphael Augusto Teixeira de Aguiar
 
Coordenador de Produção Pedagógica UNA-SUS/UFMG
Marcelo Pellizzaro Dias Afonso
Coordenadora Administrativa e Financeira UNA-SUS/UFMG
Mariana Aparecida de Lélis
 
Coordenadora de Design Educacional UNA-SUS/UFMG
Sara Shirley Belo Lança
 
Gerente de Tecnologias da Informação UNA-SUS/UFMG
Gustavo Storck
 
Gestora Acadêmica UNA-SUS/UFMG
Roberta de Paula Santos
Conteudistas UNA-SUS/UFMG
Érica Maria Ferreira de Oliveira
Álisson Oliveira dos Santos
Avaliador de Pertinência UNA-SUS/UFMG
Elisa Toffoli Rodrigues
Marília Faleiro Malaguth Mendonça
Ruth Borges Dias
Marcelo Pellizzaro Dias Afonso
Editoração UNA-SUS/UFMG
Soraya Falqueiro
Revisão Bibliográfica e Normalização UNA-SUS/UFMG
Gabriel Henrique Silva Teixeira
Soraya Falqueiro
Designer Gráfico UNA-SUS/UFMG
Giselle Belo Lança Antenor Barbosa
Designer Instrucional UNA-SUS/UFMG
Angela Moreira
Weder Hovadich Gonçalves
Ilustrador UNA-SUS/UFMG
Isabel Rodriguez
Leonardo Ribeiro Moore
Matheus Manso
 
Web Designer UNA-SUS/UFMG
Felipe Thadeu do Carmo Parreira
 
Desenvolvedor Moodle UNA-SUS/UFMG
Daniel Lopes Miranda Junior
Simone Myrrha
 
Apoio Técnico UNA-SUS/UFMG
Leonardo Aquim de Queiroz
Michel Bruno Pereira Guimarães
 
Roteirista de Audiovisual UNA-SUS/UFMG
Daniele Falci de Oliveira
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Edgard Antônio Alves de Paiva
 
Produtor de Audiovisual UNA-SUS/UFMG
Edgard Antônio Alves de Paiva
 
Objetivo geral de aprendizagem do 
módulo 
Realizar a Avaliação Multidimensional do Idoso, incorporando a promoção do envelheci-
mento saudável das pessoas idosas de sua comunidade, além de manejar as condições 
clínicas mais frequentes e relevantes nesta população. 
Objetivo de ensino do módulo 
Capacitar os profissionais estudantes para o reconhecimento dos principais riscos de per-
da funcional nos idosos, para além das doenças crônicas, sempre com o olhar voltado para 
a funcionalidade global, que engloba os conceitos de autonomia e independência.
Carga horária de estudo recomendada 
para este módulo 
Para estudar e apreender todas as informações e conceitos abordados, bem como trilhar 
todo o processo ativo de aprendizagem, estabelecemos uma carga horária de 15 horas 
para este módulo.
Sumário
Apresentação do módulo
Unidade 01. Promoção do envelhecimento saudável e 
direitos do idoso
Introdução
1.1 Políticas públicas e os direitos da pessoa idosa 
1.2 Promoção do envelhecimento saudável e prevenção de 
agravos
Encerramento da unidade
Unidade 02. Avaliação multidimensional do idoso e 
abordagem das grandes síndromes geriátricas
Introdução
2.1 Atividades de vida diária e funcionalidade global
2.2 Avaliação Multidimensional do Idoso (AMI) 
2.3 Abordagem geral das grandes síndromes geriátricas
Encerramento da unidade
Encerramento do módulo
Referências
Biografia dos conteudistas
11
12
12
14
20
45
46
46
48
66
82
97
98
99
106
Lista de figuras
Figura 01 Evolução da Pirâmide Etária no Brasil: 1980, 1991, 2000 
e 2010
Figura 02 Atividades de vida diária: AVDs básicas
Figura 03 Atividades Instrumentais de Vida Diária: AVDs 
instrumentais
Figura 04 Atividades Instrumentais de Vida Diária: AVDs 
avançadas
Figura 05 Funcionalidade Global
Figura 06 Recomendações de atividades físicas à idosos
Figura 07 Conceito relacional dos níveis de prevenção segundo 
Jamoulle (1986)
Figura 08 Etapas Teste Timed Up and Go
Figura 09 Funcionalidade global e domínios de saúde da pessoapouca aplicabilidade clínicae explicaremos o porquê ao longo desta unidade. A 
escala visual de fragilidade (descrita na figura a seguir) apresenta de modo gráfico 
os diferentes estratos da classificação clínico-funcional. Tal representação facilita 
sua visualização, aplicação, monitoramento longitudinal e planejamento das ações 
na prática clínica, ao mesmo tempo em que pode conciliar aspectos objetivos e 
subjetivos de avaliação. Acompanhe.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
52
Fonte: PARANÁ, 2018.
Figura 12a – Escala visual de fragilidade.
A definição do estrato clínico-funcional deve considerar o melhor 
desempenho atual nas atividades de vida diária. Assim, se o idoso 
é capaz de realizar algumas AVDs instrumentais, ele deve ser clas-
sificado no estrato 7, mesmo que tenha perdido alguma AVD básica. 
Para determinar o estrato funcional no qual a pessoa idosa se encontra, basta ve-
rificar na escala visual sua situação de ausência ou presença de declínio funcional. 
Por exemplo, uma pessoa idosa totalmente capaz de realizar suas AVDs, mesmo 
que com alguma doença diagnosticada em tratamento (como hipertensão ou dia-
betes), pode ser classificada como idoso robusto (estratos 1, 2 ou 3).
53
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Fonte: PARANÁ, 2018.
Figura 12b – Escala visual de fragilidade.
Já uma pessoa com declínio iminente, seja por presença de sarcopenia, múltiplas 
comorbidades ou comprometimento cognitivo leve (CCL), deve ser classificada 
como estando em risco de fragilização (estratos 4 ou 5).
Fonte: PARANÁ, 2018.
Figura 12c – Escala visual de fragilidade.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
54
Por fim, uma pessoa com alguma dependência para AVD deve ser considerada com 
declínio funcional estabelecido, sendo classificada como pessoa idosa frágil (estra-
tos 6, 7, 8, 9 ou 10). Seu acompanhamento longitudinal se dá, de forma crescente 
de fragilização, pela definição se a dependência para AVD é incompleta ou com-
pleta e se a pessoa tem dependência para AVDs instrumentais e/ou básicas.
Fonte: PARANÁ, 2018.
Figura 12d – Escala visual de fragilidade.
a) O Vulnerable Elders Surveys (VES-13) e o Índice de Vulnerabilidade Clínico 
Funcional (IVCF-20)
Para além da mera classificação funcional, isto é, definir se existe comprometimen-
to das AVDs básicas ou instrumentais, estudiosos têm feito esforços para desen-
volver índices que reconheçam o grau de vulnerabilidade de cada indivíduo, defi-
nindo quais são os frágeis e os mais frágeis, objetivando ainda um grande desafio 
de tentar predizer os riscos de queda funcional e de eventos desfavoráveis à saúde. 
Diversos são os instrumentos de triagem descritos na literatura para identificação 
de idosos em risco de declínio funcional, compreendido aqui como a perda da au-
tonomia e/ou da independência do indivíduo. Selecionamos dois dos principais 
deles, considerando sua adaptação para a língua portuguesa, facilidade de aplica-
ção e ampla adoção. São eles o Vulnerable Elders Survey (VES-13) e o Índice de Vul-
nerabilidade Clínico Funcional (IVCF-20).
55
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Os instrumentos VES-13 e IVCF-20 são sensíveis para a detecção 
de algum grau de vulnerabilidade e risco de fragilização nos 
idosos, e tem como importante vantagem o menor tempo de 
aplicação. Por outro lado, a avaliação completa é realizada por 
meio da Avaliação Multidimensional do Idoso (AMI), instrumen-
to mais completo de avaliação, mas que também demanda mais 
tempo para sua realização. Por ser considerada como um pro-
cedimento diagnóstico de alto custo, a AMI pode ser aplicada 
quando possível, a partir da identificação de alterações nos ins-
trumentos mais sensíveis e de aplicação mais fácil e menos 
custosa. 
Vulnerable Elders Survey (VES-13)
É um questionário de fácil aplicação, o qual pode ser respondido pelos profissio-
nais de saúde ou mesmo pelo próprio idoso ou familiares e cuidadores, sem a ne-
cessidade de avaliação direta da pessoa idosa. Está fundamentado na capacidade 
do idoso na realização de atividades do cotidiano. Baseia-se na idade, autopercep-
ção da saúde, presença de limitações físicas e incapacidades (SALIBA et al., 2001).
Cada resposta recebe uma determinada pontuação e o somatório final pode variar 
de 0 a 10 pontos. Quanto maior a pontuação, maior o risco de declínio funcional 
ou óbito em dois anos (BRASIL, 2018).
Pontuação:
que não a saúde
Máximo
4 pts
4. Por causa de sua saúde ou condição física, 
você deixou de controlar seu dinheiro, gastos ou 
pagar as contas de sua casa?
( )Sim4( )Não ou não controla o dinheiro por outros 
motivos que não a saúde
5. Por causa de sua saúde ou condição física, 
você deixou de realizar pequenos trabalhos do-
mésticos, como lavar louça, arrumar a casa ou 
fazer limpeza leve? 
( )Sim4 ( )Não ou não faz mais pequenos 
trabalhos domésticos por outros motivos que não a 
saúde
AVD Básica 6. Por causa de sua saúde ou condição física, 
você deixou de tomar banho sozinho?
( )Sim6 ( )Não
COGNIÇÃO
7. Algum familiar ou amigo falou que você está 
ficando esquecido? 
( )Sim1 ( )Não 
8. Este esquecimento está piorando nos últimos 
meses?
( )Sim1 ( )Não 
9. Este esquecimento está impedindo a realiza-
ção de alguma atividade do cotidiano?
( )Sim2 ( )Não 
HUMOR
10. No último mês, você ficou com desânimo, 
tristeza ou desesperança? 
( )Sim2 ( )Não 
11. No último mês, você perdeu o interesse ou 
prazer em atividades anteriormente 
prazerosas? 
( )Sim2 ( )Não 
Quadro 04 - Índice de vulnerabi l idade c l ín ico-funcional -20 . 
(continuação)
(continua)
59
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
M
O
BI
LI
D
AD
E
Alcance, pre-
ensão e pinça
12. Você é incapaz de elevar os braços acima do 
nível do ombro? 
( )Sim1 ( )Não 
13. Você é incapaz de manusear ou segurar pe-
quenos objetos?
( )Sim1 ( )Não 
Capacidade 
aeróbica e /ou 
muscular
14. Você tem alguma das quatro condições abai-
xo relacionadas?
• Perda de peso não intencional de 4,5 kg ou 5% 
do peso corporal no último ano ou 6 kg nos 
últimos 6 meses ou 3 kg no último mês ( );
• Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 22 
kg/m2 ( );
• Circunferência da panturrilha a 5 segundos ( ).
( ) Sim2 ( )Não 
Máximo
2 pts
Marcha 15. Você tem dificuldade para caminhar capaz 
de impedir a realização de alguma atividade do 
cotidiano?
( )Sim2 ( )Não 
16. Você teve duas ou mais quedas no último 
ano? 
( )Sim2 ( )Não 
Continência 
esfincteriana
17. Você perde urina ou fezes, sem querer, em 
algum momento? 
( )Sim2 ( )Não 
CO
M
U
N
IC
AÇ
ÃO
Visão 18. Você tem problemas de visão capazes de 
impedir a realização de alguma atividade do 
cotidiano? É permitido o uso de óculos ou lentes 
de contato.
( )Sim2 ( )Não 
Audição 19. Você tem problemas de audição capazes de 
impedir a realização de alguma atividade 
do cotidiano? É permitido o uso de aparelhos de 
audição.
( )Sim2 ( )Não 
Quadro 04 - Índice de vulnerabi l idade c l ín ico-funcional -20 . 
(continuação)
(continua)
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
60
CO
M
O
RB
ID
AD
ES
 M
Ú
LT
IP
LA
S
Polipatologia 20. Você tem alguma das três condições abaixo 
relacionadas?
• Cinco ou mais doenças crônicas ( );
• Uso regular de cinco ou mais medicamentos 
diferentes, todo dia ( );
• Internação recente, nos últimos 6 meses ( ).
( )Sim4 ( )Não 
Máximo
4 pts
Polifarmácia
Internação 
recente 
(o esquecimento é percebido pelas outras 
pessoas ou quando somente as outras pessoas o perce-
bem, deve-se ficar atento com a possibilidade de esqueci-
mento patológico (1 ponto). Outros dados relevantes são 
a piora progressiva do esquecimento (1 ponto) e, princi-
palmente, quando o esquecimento impede que a pessoa 
continue fazendo tarefas do cotidiano, que sempre fez (2 
pontos). O declínio funcional é o principal marcador de 
esquecimento sugestivo de incapacidade cognitiva.
HUMOR Esta seção avalia o humor e é composto por duas per-
guntas. Cada resposta positiva vale 2 pontos e sugere a 
presença de transtorno depressivo.
M
O
BI
LI
D
A
D
E
Alcance, pre-
ensão e pinça
Constituído de duas perguntas, tem por objetivo verificar 
a capacidade do idoso de executar tarefas diárias que de-
pendem dos membros superiores. Cada resposta positiva 
vale 1 ponto.
Capacidade 
aeróbica e/ou 
muscular
Esta seção avalia a presença de sarcopenia, que pode 
ocorrer na presença de qualquer uma das quatro condi-
ções: perda de peso não intencional de 4,5 kg ou 5% do 
peso corporal no último ano ou 6 kg nos últimos 6 meses 
ou 3 kg no último mês; Índice de Massa Corporal (IMC) 
menor que 22 kg/m2; velocidade da marcha menor que 
0,8m/s ou circunferência da panturrilha (CP) menor que 
31 cm. A presença de qualquer uma dessas quatro pos-
sibilidades recebe 2 pontos. Os pontos não são cumula-
tivos, de forma que o valor máximo da pontuação neste 
item é 2 pontos.
(continua)
63
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
MARCADORES ESPECÍFICOS
M
O
BI
LI
D
A
D
E
Marcha Esta seção avalia a capacidade de deambulação e a pre-
sença de instabilidade postural e de quedas de repetição. 
Cada resposta positiva vale 2 pontos. O diagnóstico de 
instabilidade postural deve ser feito na presença de difi-
culdade para caminhar que impeça a realização de algu-
ma atividade do cotidiano. Da mesma forma, a presença 
de duas ou mais quedas no último ano é um sinal de 
alerta de que algo não vai bem. Ambas as situações não 
são normais “da idade” e devem ser melhor investigadas.
Continência 
esfincteriana
A perda do controle da urina ou fezes nunca pode ser 
atribuída ao envelhecimento normal. Este item recebe 2 
pontos se a resposta for positiva. A presença de inconti-
nência urinária é frequente nos idosos, mas não é normal 
“da idade” e deve sempre ser investigada.
CO
M
U
N
IC
A
ÇÃ
O
Visão A visão e a audição são essenciais na manutenção da 
independência dos indivíduos, pois são essenciais na exe-
cução das atividades do cotidiano. Este item é constituído 
por duas perguntas, que avaliam problemas de visão e/
ou audição capazes de impedir a realização de alguma 
atividade do cotidiano. Cada resposta positiva vale 2 pon-
tos. A pontuação deverá ser zero se o problema auditivo 
ou visual estiver sendo corrigido pelo uso de óculos ou 
prótese auditiva. Assim, não basta ter problemas audi-
tivos ou visuais. Tais problemas devem trazer prejuízos 
significativos nas tarefas do cotidiano.
Audição
CO
M
O
RB
ID
A
D
ES
 M
Ú
LT
IP
LA
S
Polipatologia O termo comorbidades múltiplas engloba as condições 
de saúde relacionadas ao funcionamento adequado dos 
sistemas fisiológicos principais. Inclui a presença de poli-
patologia (cinco ou mais doenças crônicas), polifarmácia 
(uso regular de cinco ou mais medicamentos diferentes, 
diariamente) e a história de internação recente (há me-
nos de 6meses), sugestivas de maior vulnerabilidade. Na 
presença de qualquer resposta positiva, o item recebe 
4 pontos. A pontuação não é cumulativa. Desta forma, a 
pontuação máximado item é 4 pontos.
Polifarmácia
Internação 
recente 
(abordagem ampla e multidis-
ciplinar de diagnóstico, promovendo uma atenção coordenada e maximizando a 
saúde da pessoa idosa (DUNCAN et al., 2014).
Embora na sua abrangência a AMI possa ser bastante prolongada, ela pode inte-
grar a consulta normal e ser feita em várias etapas, respeitando o compromisso 
de responder às necessidades trazidas pelo paciente ou familiar naquele atendi-
mento e podendo ser priorizada quando se observa algum grau de dependência. 
O médico ainda pode contar com uma equipe de apoio ou de referência nesse pro-
cesso (como os integrantes da ESF e do NASF). A intenção deve ser fugir das con-
sultas orientadas por doenças e passar à avaliação de condições muito frequen-
tes, porém não habitualmente relatas ou investigadas, que afetam o bem-estar e 
o estado funcional. É interessante também revisar a classificação funcional even-
tualmente realizada, que já traz informações importantes sobre determinados do-
mínios da avaliação (AVD, cognição, humor, mobilidade, comunicação). 
67
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
REFLEXÃO
Muitas vezes, se não houver um questionamento dirigido para a 
perda de memória, pode não haver uma manifestação espontânea 
de um problema existente. Da parte do paciente, ele pode esquecer 
que está esquecendo; da parte do familiar, ele pode entender que 
seja algo “da idade”. 
Quadro 09 - Avaliação Multidimensional do Idoso (AMI) e posterior 
utilização em sua prática clínica.
Instrumento de avaliação funcional (AMI)
NOME: ________________________________________________________ PRONT. __ __ __ __
IDADE: ____ anos GÊNEROS: [1] Masc. {2} Fem.
VISÃO: Você tem dificuldades para dirigir, ver TV, ler, ou fazer qualquer outra atividade 
de vida diária devido a problemas de visão: 
[1] Sim [2] Não
Se sim: Aplicar o cartão de Snellen Olho dir: __ __ / __ __ __
 Olho esq: __ __ / __ __ __
AUDIÇÃO: Aplicar o teste de Whisper.
O paciente responde à pergunta? Ouvido D: [1] Sim [2] Não
 Ouvido E: [1] Sim [2] Não
Se não responder: Verificar a presença de cerume: Ouvindo D: [1] Sim [2] Não
 Ouvindo E: [1] Sim [2] Não
FUNÇÃO DOS MS SS: Verificar se o paciente é capaz de executar.
PROXIMAL: Tocar a nuca com ambas as mãos. 
[1] sim [2] Não
DISTAL: Apanhar um lápis sobre a mesa com cada uma das mãos e colocá-lo de volta. 
[1] Sim para ambas [2] Não
FUNÇÕES DOS MMII: Verificar se o paciente é capaz de executar.
Levanta da cadeira [1] Sim [2] Não 
Caminhar 3,5m [1] Sim [2] Não 
Voltar e sentar [1] Sim [2] Não
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
68
Fonte: GUSSO; LOPES; DIAS, 2019.
COGNIÇÃO / MEMÓRIA: Solicitar ao paciente que repita o nome dos objetos: 
MESA – MAÇÃ – DINHEIRO
Após alguns minutos (até 3 min.) Faça-o repetir [1] Sim Repetiu os 3nomes [2] Não*
*Se incapaz de repetir os três nomes, aplicar o teste metal para demência, ESCO-
RE ____ pontos
HUMOR: Você, frequentemente, se sente triste ou desanimado? [1] Sim* [2] Não
*Se sim, aplicar Teste para Depressão. ESCORE pontos
QUEDAS: Sofreu queda em casa nos últimos 12 meses? 
[1] sim. Quantas vezes? __ __ [2] Não
Na sua casa tem escadas? (nº) __ Tapetes soltos? [1] Sim [2] Não 
Corrimão no banheiro? [1] Sim [2] Não
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIAS: Sem auxílio, você é capaz de:
Sair da cama? [1] Sim [2] Não 
Vestir-se? [1] Sim [2] Não
Preparar suas refeições? [1] Sim [2] Não
Fazer compras? [1] Sim [2] Não
 
INCONTINÊNCIA: Você já perdeu urina, ficou molhado ou perdeu fezes sem querer?
*Se sim, perguntar: [1] Dia
Quantas vez(es) _____ por [2] Semana 
 [3] Mês
Isso provoca algum incômodo ou embaraço? [1] Sim [2] Não
NUTRIÇÃO: Você perdeu mais que 4kg no último ano? [1] sim [2] não
Peso usual __ __ __ kg Altura __ __ __ cm
SUPORTE SOCIAL: Alguém poderia ajudá-lo caso você fique doente ou incapacitado? 
[1] Sim [2] Não
ATIVIDADE SEXUAL: Você tem algum problema na capacidade de desfrutar do prazer 
nas relações sexuais? 
[1] Sim [2] Não
Quem poderia ajudá-lo? (Cite o grau de parentesco)
__________________________________________________________________________________________
__
Quem seria capaz de tomar decisões de saúde por você caso não seja capaz de fazê-lo? 
(Cite o grau de parentesco)
__________________________________________________________________________________________
__
DATA: _____ / ______ / ________
69
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
2.2.1.PARA QUEM, EM QUE LUGAR REALIZAR E POR QUE REALIZAR?
Como discutido previamente, a AMI é indicada para os indivíduos idosos em fragi-
lidade ou sob risco de fragilização. De modo prático, deve ser aplicada naqueles 
em que se identificam alterações aos instrumentos de rastreio apresentados pre-
viamente, como o VES-13 e o IVCF-20. Possíveis “gatilhos” para uma avaliação po-
deriam incluir: multimorbidade, mudanças na cognição, alterações no estado fun-
cional, fragilidade, risco de quedas, não adesão à medicação, polifarmácia, transições 
entre locais de cuidado, perda de peso inexplicada e preocupações da família com 
relação à segurança do idoso. Em geral, a AMI não é tão útil em pacientes com 
doença terminal, demência avançada ou dependência funcional completa (TATUM 
III; TALEBREZA; ROSS, 2018). Pode ser realizada no contexto das unidades de saúde 
ou mesmo no domicílio, visto que dependem de baixa densidade tecnológica. Por 
fim, é um importante meio de se identificar funções-chave capazes de determinar 
a qualidade de vida e saúde da pessoa idosa (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). 
Você poderá observar, em diversos momentos, que algumas per-
guntas e avaliações de domínio presentes na AMI já são feitas pelo 
IVCF-20 ou VES-13. Caso tenha aplicado algum instrumento de 
triagem previamente, recomenda-se verificar se algum procedi-
mento já tenha sido realizado, dinamizando a avaliação. 
b) Revisão dos fármacos e desprescrição
A maior prescrição de medicamentos acompanha o envelhecimento, resultado 
também do aumento das comorbidades. Associado a isso, as alterações da senes-
cência (envelhecimento fisiológico) produzem modificações no perfil farmacodinâ-
mico e farmacocinético das drogas no idoso que, especialmente diante de condi-
ções patológicas (senilidade) em órgãos relacionados à metabolização e eliminação 
das substâncias, tornam o idoso muito mais susceptível, quanto mais frágil for, a 
efeitos adversos, interações medicamentosas e intoxicações. Como regra geral, o 
envelhecimento está associado a uma maior imprevisibilidade na resposta aos fár-
macos e, usualmente, a dose necessária para se obter o efeito terapêutico deseja-
do deve ser menor do que no jovem, tentando-se reduzir, assim, o risco de eventos 
adversos. Contudo, com o envelhecimento a resposta aos fármacos pode ser re-
duzida, aumentada ou inalterada.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
70
Fonte: MORAES, 2018. 
Figura 14– Alterações na farmacocinética e farmacodinâmica no 
idoso conforme o grau de fragilidade.
REFLEXÃO
Nos idosos frágeis, toda dúvida teórica em relação ao efeito de qual-
quer medicamento é uma certeza na prática clínica: não prescreva. 
E não tenha medo de fazer sua desprescrição. 
A prescrição é toda intervenção indicada para melhorar a saúde atual (tratamen-
to) ou futura (prevenção) do indivíduo. As intervenções propostas podem ser me-
dicamentosas ou não. A desprescrição, por sua vez, é a intervenção reversa, ou 
seja, consiste na suspensão de medicamentos quepodem estar causando danos 
atuais (medicamentos inapropriados) ou danos futuros (medicamentos potencial-
mente inapropriados) ou que não oferecem benefícios (medicamentos fúteis). A 
redução da dose de medicamentos para ajustar a relação risco-benefício-custo e 
a suspensão de intervenções não medicamentosas inapropriadas também podem 
ser consideradas estratégias de desprescrição (MORAES, 2018, p. 257).
71
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
É bom você ter por hábito revisar as medicações solicitando que o paciente ou cui-
dador mostre as cartelas disponíveis e questionar um por um, se está em uso atual 
ou não, posologia, uso regular ou não. Tendo feito isso, ainda é aconselhável per-
guntar se não estaria em uso de algum outro que não esteja dentre esses e, pela 
segunda vez, voltar a questionar. Objetiva-se reduzir as incertezas sobre o uso real, 
as inconsistências entre a receita médica prescrita e a prática diária, além da elu-
cidação de medicamentos tomados por conta própria.
Uma das principais intervenções em relação à prevenção quaternária (P4) na pessoa 
idosa se refere à boa indicação de tratamentos farmacológicos ou a uma prescri-
ção médica prudente. Assim, foram atualizados pela Sociedade Americana de Ge-
riatria (AGS) os critérios de Beers (COMELATO; SERRANO, 2019). Esses critérios nada 
mais são que uma lista de medicamentos potencialmente inapropriados para 
pessoas idosas, devendo sempre ser levada em consideração durante a prescrição 
ou reavaliação das medicações dessa população. A versão mais recente, em inglês, 
foi desenvolvida em 2019 e a tradução mais recente para a língua portuguesa em 
2016, a qual se encontra disponível nos materiais complementares.
A tradução mais recente para a língua portuguesa foi feita pela Socie-
dade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) em 2016. Você 
pode acessá-la e saber mais no link a seguir. 
https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/v10n4a02.pdf
Passo a passo para desprescrição de medicamentos em idosos 
Quando a desprescrição deve ser considerada?
Surgimento de um novo sintoma ou síndrome clínica, compatíveis com 
um evento adverso.
Estágios finais de doenças terminais, fragilidade extrema, grave prejuí-
zo da funcionalidade.
Uso de medicamentos com alto potencial para complicações.
Situações em que a interrupção do medicamento não levará a agrava-
mento da doença em questão.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
72
Fonte: Adaptado de SCOTT et al., 2015.
Figura 15 - Fluxograma de desprescrição.
c) Rastreamento e prevenção quaternária (P4) do idoso 
Prevenção quaternária (P4) é definida como a identificação de indivíduos em risco 
de intervenções desnecessárias em saúde, considerando a prática baseada em evi-
dências e prevenindo o dano (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). A prevenção quaterná-
ria é particularmente importante nos idosos, atendendo à redução fisiológica da 
sua reserva funcional e consequente risco acrescido de iatrogenia – nomeadamen-
te farmacológica. Nessa fase do ciclo de vida, medidas preventivas que seguem o 
modelo de doença única podem apenas estar selecionando uma causa concorren-
te de morte em vez de ter um impacto sobre a mortalidade global, isto é, de real-
mente prolongar e melhorar a vida, visto que nos idosos a probabilidade de doenças 
compostas aumenta, e isto nos força a repensar as medidas preventivas neles 
(NORMAN; TESSER, 2009).
73
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
REFLEXÃO
Passe a questionar se, no diaadia de exercício da profissão, você está 
contribuindo efetivamente para a saúde e bem-estar daquele indi-
víduo ao solicitar os vários exames de rastreamento para os muitos 
e variados problemas de saúde, às vezes, muito exaltados e estimu-
lados pelas especialidades focais, pela mídia e até mesmo sob 
demanda e solicitação expressa do paciente sem, entretanto, chegar 
a discutir seus prós e contras. 
d) Avaliação da acuidade visual e auditiva
Visão
Nesta seção, o foco será em como identificar alterações no escopo da AMI.Para 
avaliar essa função, deve-se perguntar se, devido a problemas para enxergar, o 
idoso apresenta dificuldades para ler, assistir à televisão, dirigir ou fazer suas ati-
vidades comuns da vida diária devido a problemas para enxergar. Aqueles que res-
ponderem afirmativamente terão sua acuidade visual examinada usando a escala 
de Snellen ou algum cartão equivalente (DUNCAN et al., 2013).
O teste é realizado em cada olho separadamente. Deve-se pedir que o idoso cubra 
o olho não examinado com a mão em formato de concha, sem pressionar a visão. 
Caso a pessoa use lentes corretivas, deverá fazer o teste utilizando as mesmas. 
Deve ser registrada a última linha que o paciente consiga ler. Em caso de alteração 
no exame, expressa pela incapacidade de ler além de 20/40 (ou seja, deverá ler 
pelo menos até 20/40) na tabela, o idoso deverá ser encaminhado para avaliação 
oftalmológica especializada. 
Faça o download do teste de Snellen para aplicação em sua prática 
clínica.
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/arquivos/teste-snellen3.png
Teste de Snellen para pessoas não alfabetizadas: 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/teste-snel-
len_2.pdf
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
74
Audição
Nesta seção, o foco será em como identificar 
alterações no escopo da AMI.O teste dessa al-
teração é bastante simples e consiste no teste 
do sussurro (whisper). O examinador deve ficar 
fora do campo visual do idoso (conforme des-
crito na imagem a seguir) a uma distância de 
33 cm da orelha do mesmo e deverá sussurrar 
uma pergunta breve e simples (“Qual é o seu 
nome?”) em cada uma das orelhas e o pacien-
te deverá responder à pergunta. 
Fonte: Adaptado de DUNCAN et 
al.,2013. 
Figura 16 – Teste do Sussurro.
Em caso de alteração em qualquer uma das orelhas, você deverá realizar a otos-
copia, pois a presença de cerúmen é uma causa comum de redução de acuidade 
auditiva. Caso encontre obstáculos, deverá proceder a lavagem otológica. Não 
sendo encontradas alterações, uma audiometria deverá ser solicitada.
e) Função dos membros superiores e inferiores
Membros superiores
A limitação no movimento dos ombros pode aparecer de forma insidiosa e, muitas 
vezes, indolor. Casos de longa evolução podem determinar fraqueza muscular, di-
minuição da resistência, dor crônica, distúrbios do sono e severas limitações nas 
AVDs. 
75
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Para testar a função proximal dos membros su-
periores, solicita-se ao idoso que posicione ambas 
as mãos na parte posterior do pescoço, obser-
vando a presença de dor e limitação durante a 
execução do teste. 
A capacidade de empunhar objetos e realizar a 
Fonte: Adaptado de DUNCAN 
et al.,2013.
Figura 17– Teste de função proximal dos membros superiores.
função de pinça com os dedos é essencial na 
manutenção de diversas atividades importan-
tes do cotidiano. 
O teste de função distal dos membros superio-
res é realizado solicitando que o idoso pegue 
um objeto (um lápis, por exemplo) sobre uma 
mesa com ambas as mãos (uma de cada vez) 
e recoloque o objeto de volta. 
Em caso de alterações nos testes, deve-se rea- Fonte: Adaptado de DUNCAN 
et al.,2013. 
Figura 18– Teste de função distal dos membros superiores.
lizar uma avaliação completa dos membros superiores, em busca de alterações e 
suas possíveis causas. A avaliação e o seguimento conjunto com o fisioterapeuta e 
terapeuta ocupacional tornam-se fundamentais. 
Membros inferiores
Os problemas de mobilidade em idosos podem ser decorrentes de um conjunto 
de disfunções que podem incluir desde problemas de sensopercepção e déficit 
cognitivo até problemas próprios dos membros inferiores. Quando o paciente tem 
história de queda, ele deve ser questionado sobre a frequência, as circunstâncias 
e as particularidades da queda, com o objetivo de esclarecer aspectos relaciona-
dos tanto ao meio quanto às disfunções específicas. Essa função pode ser testada 
por meio do teste Timed Up and Go (TUG).
O TUG consiste em instruiro idoso a levantar-se da posição sentada, caminhar 10 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
76
passos ou 3 metros, virar-se e retornar à cadeira para sentar novamente. O teste 
é considerado alterado quando a pessoa levar mais do que 20 segundos para fi-
nalizar ou caso apresente instabilidade postural ou déficit na marcha.
Nesses casos, é indicada avaliação musculoesquelética completa e atenção para a 
amplitude e presença de dor aos movimentos. Deve-se considerar a possibilidade 
de acompanhamento conjunto com fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
f) Avaliação da cognição
A avaliação da memória recente é um dos melhores testes disponíveis no que se 
refere às funções cognitivas. Pode ser testada a partir da solicitação da repetição 
de três palavras diferentes por parte do idoso imediatamente e cerca de três minutos 
após serem citadas. 
Essa é a primeira etapa de uma ferramenta de rastreamento de déficit 
cognitivo conhecida como Mini-Cog, que possui a capacidade de au-
mentar a detecção de comprometimento cognitivo leve e demência de 
maneira significativa (TATUM III; TALEBREZA; ROSS, 2018). Esse instru-
mento é complementado com a aplicação do teste do relógio, faça o 
download no link a seguir: https://www.mini-cog.com/wp-content/
uploads/2022/09/PORTUGUESE-Mini-Cog-in-Portuguese.pdf
Resultados positivos no Mini-Cog (nenhuma palavra recordada OU 1 ou 2 pala-
vras recordadas e teste do relógio alterado) não são suficientes para o diagnósti-
co de demência, mas deveriam levar ao prosseguimento de investigação por meio 
de uma avaliação mais ampliada das funções cognitivas (memória, mas também 
função executiva, linguagem, gnosia, função visuoespacial). Testes como o Mini-
-exame do Estado Mental (Questionário de Folstein) e o MoCA (Montreal Cogniti-
ve Assessment) são exemplos dessas ferramentas que avaliam tais funções em 
maior profundidade. Para chegar a um diagnóstico, ainda assim poderiam ser ne-
cessários revisão da história, exames clínicos e realização de exames complemen-
tares na tentativa de diferenciar as síndromes demenciais, bem como seria neces-
sária a confirmação de que tais déficits e alterações eventualmente encontrados 
repercutam de maneira negativa nas AVDs, não se podendo descartar a necessi-
dade de avaliação especializada.
77
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Faça o download do teste completo de função cognitiva para aplicação 
em sua prática clínica nos links:
- Mini-exame do Estado Mental (MINIMENTAL): https://aps.bvs.br/
apps/calculadoras/?page=11
- MoCa (versão em português)
https://neurologiahu.ufsc.br/files/2012/09/MoCA-Test-Portuguese_Brazil.pdf
g) Avaliação do humor/comportamento
A depressão é um dos transtornos mentais mais comuns no idoso, costuma se ma-
nifestar de maneira atípica e pode comprometer de maneira muito impactante a 
funcionalidade do indivíduo. 
Para o rastreio de alterações do humor e comportamento, deve-se perguntar: “Você 
se sente triste ou desanimado frequentemente?”.
Em caso positivo, enfatizando-se a palavra frequentemente, deve-se investigar de-
talhadamente a depressão por meio da Escala de Depressão Geriátrica 15 
(EDG-15).
Faça o download da Escala de Depressão Geriátrica 15 (EDG-15) para 
aplicação em sua prática clínica http://www.eerp.usp.br/ebooks/Escala_
de_Depress_Geriatrica_ebook_dezembo%5B1%5D.pdf 
Deve-se lembrar que a depressão associada a outras doenças é comum, dificultan-
do o diagnóstico. Dessa forma, faz-se necessária a distinção entre condições neu-
ropsiquiátricas preexistentes, mimetização de doenças psiquiátricas e outras 
doenças ou tratamentos. O quadro a seguirauxilia nessa distinção.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
78
Quadro 10– Condições associadas a sintomas de ansiedade e 
depressão.
CONDIÇÃO DEPRESSÃO ANSIEDADE
Medicamentos e ou-
tras drogas
Corticosteroide, cimetidina, 
AINEs*, anti-hipertensivos, 
sedativos, digitálicos, álco-
ol, opiáceos
Broncodilatadores, xanti-
nas, simpaticomiméticos, 
antidepressivos, psicoesti-
mulantes
Doenças do sistema 
nervoso central
Doenças neurodegenerati-
vas (doenças de Parkinson, 
Alzheimer, Huntington), 
acidente vascular cerebral
Doenças neurodegenera-
tivas, esclerose múltipla
Doenças cardíacas Pós-infarto do miocárdio, 
insuficiência cardíaca con-
gestiva
Prolapso de válvula mitral, 
arritmias
Doenças endócrinas Doença de Cushing, hipoti-
reoidismo
Hipertireoidismo, hipera-
drenalismo
Neoplasias Pâncreas, pulmão, mama Carcinoide, feocromocito-
ma
Doença colágeno-vas-
culares
Artrite reumatoide, lúpus 
eritematoso
Doença respiratória Asma, DPOC**, embolia 
pulmonar
Doença renal Diálise
Estado de abstinência Depressão do sistema 
nervoso central
Estado de abstinência Depressores do sistema 
nervoso central
 *AINEs = anti-inflamatórios não esteroides; **DPOC = doença pulmonar obstrutiva crônica
Fonte: DUNCAN et al., 2013.
Apesar de todas essas condições mencionadas, as quais podem estar relacionadas 
à diminuição de humor na pessoa idosa, sempre deve-se levar em consideração o 
contexto individual, familiar e comunitário do mesmo e sua relação direta com essa 
alteração. 
79
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Idosos vivenciando situações como 
perda de autonomia e consequente re-
arranjo de sua estrutura familiar focada 
no cuidado, solidão em situações de 
abandono ou negligência, luto, situa-
ções de violência, entre outras, podem 
fazer parte do processo de alteração do 
humor e sempre devem ser levadas em 
consideração no contexto de atenção. 
Fonte: Freepik.com
Considerando aspectos de prevenção quaternária e em busca de se evitar a medi-
calização do sofrimento social dessas pessoas, você deve estar atento a essas ques-
tões durante sua prática e lançando mão de ferramentas de abordagem familiar e 
comunitária.
h) Quedas
Você pode revisar o conteúdo sobre avaliação de quedas na primeira unidade desse 
módulo.
i) Atividades de Vida Diária (AVDs)
Em conformidade com o que já foi discutido previamente nesta unidade, sabemos 
que a redução das AVDs está diretamente relacionada à queda da qualidade de 
vida e da funcionalidade da pessoa idosa.
O teste das AVDs é realizado perguntando ao idoso sobre quatro atividades (sair 
da cama, vestir-se, preparar suas refeições e fazer compras). As perguntas devem 
deixar claro que se trata da habilidade recente de realizar as atividades. Caso a 
pessoa tenha algum déficit cognitivo, o teste deve ser verificado com familiar ou 
cuidador. Se alguma alteração for encontrada no rastreio, os testes completos para 
verificação das AVDs básicas (Escala de Katz) e AVDs instrumentais (Escala de Law-
ton-Brody) poderão ser aplicados.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
80
Faça o download das escalas de Katz e Lawton-Brody para uso em sua 
prática clínica.
- Escala de Katz (AVDb): https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
abcad19.pdf (Para acessar o FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DAS ATIVIDA-
DES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA, KATZ, veja as páginas 151 e 152).
- Escala de Lawton e Brody (AVDi): https://edisciplinas.usp.br/pluginfi-
le.php/143486/mod_folder/content/0/Lawton%20e%20Brody.pdf 
Em caso de alterações em relação a qualquer AVD, deve-se investigar a causa da 
disfunção e o potencial de intervenção para reversibilidade. Problemas agudos ou 
subagudos geralmente estão associados a alguma doença, podendo ser revertida 
a partir de tratamento adequado. Identificando-se os problemas e as causas pro-
váveis, pode-se atuar em cada um deles, envolvendo sempre a equipe 
multidisciplinar.
j) Avaliação da continência esfincteriana
Frequentemente, a incontinência urinária e/ou fecal não é diagnosticada. Em geral 
os pacientes não relatam incontinência, a menos que perguntados. Seu questio-
namento deve ser realizado de maneira direta e neutra por meio de uma simples 
questão: “Você já perdeu urina, sentiu-se molhado ou perdeu fezes sem querer?”, 
é a pergunta que deve ser feita.
Deve-se relacionar a resposta positiva à repercussão emocional e social. Causas 
como delirium, restriçãoda mobilidade, retenção urinária, infecção e efeitos de 
medicação devem ser investigadas (DUNCAN et al., 2013).
k) Avaliação do risco e do estado nutricional
A desnutrição está relacionada ao aumento de morbidade e mortalidade. Quase 
todas as doenças sistêmicas ou cirurgias recentes podem provocar diminuição 
da alimentação e consequente perda de peso. O peso corporal é um sinal vital 
na avaliação da saúde do idoso. O indicador do estado nutricional mais útil na 
pessoa idosa é a variação de peso ou a presença de anorexia. Uma perda de 
peso de mais de 5% em 1 mês ou mais de 10% em 6 meses é importante 
(DUNCAN et al., 2013).
81
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Em caso de resposta afirmativa ou alterações percebidas no IVCF-20, os idosos 
deverão ser submetidos a uma avaliação médica completa nessa direção, em busca 
das possíveis causas. As avaliações do IMC e da CP (já mencionados previamente 
neste módulo) são necessárias. Além disso, a avaliação da dieta no sentido de iden-
tificar situações de hiper ou hipoingestão calórica, dieta pobre em frutas, verduras 
e legumes, baixa ingestão hídrica, consumo excessivo de alimentos industrializa-
dos e outras situações devem ser identificadas e contraindicadas. 
A partir da identificação de problemas nesse sentido, o apoio do nutricionista nessa 
avaliação será fundamental. 
l) Suporte social
Identificar, especialmente em idosos frágeis ou sob risco de fragilização, a rede de 
cuidadores atuais ou potenciais faz-se necessário. Em caso de dificuldades a partir 
da entrevista, instrumentos de abordagem familiar e comunitária como genogra-
ma e ecomapa podem auxiliar na identificação da rede social do idoso, bem como 
na identificação de potenciais cuidadores que podem tomar decisões sobre a saúde 
da pessoa em caso de incapacidades (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
m) Atividade sexual
Problemas relacionados à atividade sexual são frequentes em idosos, além de 
pouco relatados ou investigados, principalmente por preconceito e/ou tabu. Sempre 
deverá ser investigada, a partir de pergunta simples: “O(a) Sr(a). tem algum proble-
Caso tenha realizado a aplicação do 
IVCF-20, qualquer resposta positiva 
ao item 14 será indicativa de risco 
do estado nutricional. Caso não 
tenha realizado o IVCF-20, o rastreio 
é simples e pode ser feito a partir da 
seguinte pergunta: “Você perdeu 4 
kg ou mais no último mês?”. 
SCOFANO, 2017b | Acervo Fiocruz Imagens.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
82
ma na capacidade de desfrutar do prazer nas relações sexuais?”.
Se positivo, deve-se buscar eventuais causas a partir de anamnese e exame físico 
direcionados ao problema. Os principais diferenciais são transtornos do desejo, 
disfunção erétil, dificuldade de ejaculação, dispareunia e inibição cultural. Muitos 
problemas podem ser tratados com informação e educação adequada acerca da 
sexualidade no idoso (DUNCAN et al., 2013). 
A disfunção sexual também pode ser secundária a outros problemas comuns. Exem-
plos são artrite, diabetes, fadiga, medo de “problema no coração” e efeitos de me-
dicamentos podem agravar ou mesmo causar a disfunção sexual (DUNCAN et al., 
2013).
n) Lista de problemas e plano de cuidados
Após proceder à realização da AMI completa, você deverá listar todos os proble-
mas, não somente os diagnósticos nosológicos encontrados. Posteriormente, é im-
portante trabalhar no plano de ação para cada um dos problemas listados. Uma 
forma interessante é a partir do desenvolvimento de um Projeto Terapêutico Sin-
gular (PTS).
O PTS deve ser construído em conjunto com a pessoa idosa, familiares e/ou cuida-
dores. Além disso, o envolvimento e apoio da equipe multiprofissional também é 
fundamental para o sucesso da ação. 
2.3 ABORDAGEM GERAL DAS GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS
De acordo com o que já foi abordado até aqui, sabe-se que a perda da funcionali-
dade pode levar ao que é conhecido como as “grandes síndromes geriátricas”, ou 
também chamado de “gigantes da geriatria”. As principais síndromes, as quais serão 
abordadas nesta unidade são: incapacidade cognitiva, incapacidade comunicativa, 
instabilidade postural, imobilidade, incontinência e iatrogenia. 
As grandes síndromes geriátricas têm o envelhecimento como principal fator de 
risco e apresentam características bem peculiares como múltipla etiologia, neces-
sidade de cuidados de longa duração, não constituem risco de vida iminente, au-
sência de resposta a intervenções terapêuticas simples, alta prevalência nos idosos 
frágeis, coexistência simultânea (poli-incapacidade), necessidade de abordagem 
multidisciplinar (MORAES, 2016). 
83
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Fonte: Adaptado de MORAES; MARINO; SANTOS, 2010.
Figura19– Grandes síndromes geriátricas.
a) Incapacidade cognitiva
Nós já apresentamos como a cognição do idoso pode ser avaliada, bem como os 
principais instrumentos para tal. A alteração nos testes de triagem cognitiva discu-
tidos previamente na seção sobre a avaliação multidimensional do idoso, somada 
ao comprometimento de AVDs (avaliadas pelas escalas de Katz, para as atividades 
básicas de vida diária, e de Lawton-Brody, para as instrumentais), aponta para a 
incapacidade cognitiva.
A partir da identificação da incapacidade cognitiva, deve-se pensar nos principais 
diagnósticos diferenciais, os 4 Ds: demência, depressão, delirium e “doenças mentais” 
(transtornos psiquiátricos como a esquizofrenia, deficiências intelectuais, transtor-
no de personalidade, transtorno bipolar, dentre vários outros).
Apesar dessa divisão, não é simples a distinção e determinação etiológica da inca-
pacidade cognitiva. Além disso, diversos problemas podem coexistir. Você deve se 
lembrar também de outras duas coisas: a apresentação das doenças nos idosos é 
comumente atípica, ou seja, normalmente apresenta características diferentes do 
quadro habitual observado em jovens e adultos, e uma mesma manifestação pode 
ser dividida entre esses quatro grupos de doenças referidos acima. Assim, conhe-
cer bem a história da pessoa idosa e a evolução sintomática faz-se necessário 
porque o diagnóstico diferencial entre as causas de incapacidade cognitiva é emi-
nentemente clínico já que a realização de exames complementares comumente 
acrescenta pouco nessa pesquisa etiológica. 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
84
REFLEXÃO
As apresentações de doenças comuns no idoso são, frequentemen-
te, atípicas comparativamente àquelas observadas em adultos. No 
idoso, especialmente nos mais frágeis, a manifestação das doenças 
não segue a regra observada em pessoas mais jovens. Sendo assim, 
você deve estar consciente disso para aumentar sua acurácia 
diagnóstica.
Sinais e sintomas semelhantes podem ter origem e tratamento bem 
diferentes. Potencializado pelo aumento da prevalência de determi-
nadas doenças com o envelhecimento, no idoso, elas tanto podem 
coexistir, se sobrepor e se confundir: uma depressão pode abrir um 
quadro demencial da mesma forma que uma depressão pode com-
prometer a memória (“pseudo-demência”). 
Fonte: MORAES, 2016.
Figura 20 – Diagnóstico sindrômico da incapacidade cognitiva.
O diagnóstico sindrômico da incapacidade cognitiva é didático e facilita a abordagem 
do paciente com declínio cognitivo e funcional. Dessa forma, as causas de incapacidade 
cognitiva podem ser resultantes do comprometimento das suas funções, representadas 
mais específica e comumente pela memória (demência), pelo humor (depressão), pela 
consciência (delirium) ou por alterações no estado mental (doenças psiquiátricas).
85
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
O diagnóstico da síndrome demencial baseia-se, quando falamos da causa mais 
comum, na instalação lenta (meses a anos) do comprometimento da memória 
recente associada à de algum outro domínio cognitivo (afasia, apraxia, agnosia ou 
disfunção executiva). Sintomas como agitação, psicose com delírios e/ou alucina-
ções, depressão, apatia e transtornos do sono, os chamados sintomas psicológi-
cos e comportamentais na demência(SPCD), estão frequentemente presentes. 
Embora a demência de Alzheimer seja o tipo mais comum, as causas de demência 
são variadas e as apresentações diversas. Pelos conhecimentos atualmente dispo-
níveis, podem ter origem em condições “irreversíveis” (doenças neurodegenerati-
vas) ou “reversíveis” (bem mais raras e que podem estar relacionadas a origens 
tóxicas – como no álcool, infecciosas – como na neurossífilis e na síndrome da imu-
nodeficiência adquirida, metabólicas – como no hipotireoidismo, encefalopatia he-
pática, uremia, deficiência de vitamina B12, e estruturais – como no hematoma 
subdural, hidrocefalia de pressão normal e tumor cerebral). 
Diferente da demência, no delirium, o início do quadro é agudo (horas a dias ou 
semanas), ocorrem alterações no nível de consciência habitual (mais sonolento ou, 
do contrário, hipervigil), o mesmo acontecendo com o seu estado psicomotor (len-
tidão ou agitação), havendo períodos de piora e melhora em um mesmo dia. O de-
lirium caracteriza-se mais por uma alteração funcional do que estrutural em um 
cérebro susceptível e é uma urgência médica. É comum no paciente com demên-
cia e, inclusive, pode ser sua primeira manifestação. Sua causa é multifatorial, mas, 
em geral, é desencadeado por condições médicas agudas como infecções, distúr-
bios metabólicos e hidroeletrolíticos, doenças que levam à hipóxia, cirurgias, além 
do uso de medicações e até mesmo por uma hospitalização. 
A depressão, apesar de muito prevalente na terceira idade, é pouco diagnosti-
cada e valorizada pelos profissionais de saúde, que podem considerar os sinto-
mas como parte do processo normal de en-
velhecimento. Além do humor deprimido, 
caracteriza-se pela perda de prazer ou do in-
teresse nas atividades, o que pode resultar 
em grande declínio funcional. Pode abrir um 
quadro demencial ainda não diagnosticado, 
associa-se frequentemente à demência em 
seu curso, pode resultar em declínio cogniti-
vo significativo (pseudodemência depressiva), 
além de poder desencadear delírios e aluci-
nações (depressão psicótica). Fonte: Freepik.com
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
86
A partir da identificação das possíveis causas da incapacidade cog-
nitiva, você deverá seguir com a avaliação e o tratamento adequa-
dos, estando focado nas causas específicas identificadas. 
b) Incapacidade comunicativa
Problemas de comunicação na pessoa idosa podem resultar em perda de indepen-
dência e consequente piora na qualidade de vida. Aproximadamente um quinto 
das pessoas idosas apresenta problemas de comunicação (MORAES; MARINO; 
SANTOS, 2010). 
A capacidade comunicativa se divide em quatro subdomínios: linguagem, audição, 
motricidade oral e voz/fala. A visão pode ser considerada um quinto subdomínio, 
compensando deficiências em outros domínios (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
Nesse sentido, parte da avaliação da incapacidade comunicativa é contempla-
da na avaliação geriátrica ampla pela AMI, já discutida anteriormente. Sabemos 
como a baixa visão e a perda auditiva podem impactar negativamente na fun-
cionalidade do idoso e, para completar o sistema comunicativo, é necessário 
estar atento aos órgãos eferentes da 
comunicação, isso é, a produção e mo-
tricidade oral, meio pelo qual se dá a 
comunicação objetiva com o meio 
(MORAES, 2016, p. 108). Assim, você 
ainda deve estar atento às possíveis 
presenças da disfonia (alterações, em 
última análise, na laringe), disartria (al-
terações neuromusculares na articu-
lação da fala) e afasia (comprometi-
mento central, nas áreas de linguagem 
ligadas à compreensão e expressão). Fonte: Freepik.com
A “doença mental” é caracterizada por alterações primárias do pensamento e/ou 
sensopercepção, geralmente manifestas por compulsões, obsessões, fobias, sen-
sação de irrealidade, despersonalização, delírios e alucinações. Embora esquizo-
frenia seja muito incomum no idoso, algumas doenças e condições podem ter seu 
diagnóstico não realizado até chegar a idades avançadas, bem como podem só se 
manifestar de maneira mais clara ou chamar a atenção do médico na velhice. 
87
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
O tratamento para as alterações da capacidade comunicativa também deve estar 
direcionado à causa identificada. Além disso, alguns dos tratamentos específicos 
já foram discutidos previamente. O auxílio de especialistas focais, como o oftalmo-
logista e otorrinolaringologista, pode se fazer necessário. Além disso, profissionais 
da equipe multiprofissional, como o fonoaudiólogo, são importantes.
c) Instabilidade postural
O comprometimento da mobilidade é causa importante de declínio nas atividades 
de vida diária em idosos. O subsistema funcional composto pela postura, marcha 
e transferência, responsável pelo deslocamento do indivíduo, é fundamental para 
a capacidade de realizar algo com os próprios meios (execução). 
A instabilidade postural é a perda da capacidade individual para o deslocamento 
no ambiente, de forma eficiente e segura. 
Essa síndrome, em geral, é revelada quando o paciente se queixa de ter apresen-
tado uma queda ou quase queda (item 15 do IVCF-20), quando refere ter medo de 
cair ou quando já apresenta algum declínio funcional em razão da dificuldade de 
caminhar (item 16 do IVCF-20). Mesmo sem essas queixas, a avaliação da capaci-
dade aeróbica e muscular do indivíduo (item 14 do IVCF-20) pode fornecer infor-
mações valiosas do risco de quedas e de sua segurança para se movimentar de 
um lugar para outro (que pode ser complementada pelos itens 12 e 13 do IVCF-20). 
Da mesma forma, o Timed Up and Go Test, além de fornecer informações sobre a 
força das pernas, oferece dados relevantes sobre a capacidade de equilíbrio e o 
desempenho para as AVDs, e pode indicar, se alterado, a necessidade de investi-
gação para instabilidade postural. 
Na constatação ou na iminência da instabilidade postural, a pesquisa abaixo 
deveria ser realizada:
• circunstância na qual ocorreu a queda;
• uso de medicações;
• problemas médicos agudos ou crônicos;
• nível de mobilidade;
• exame de visão;
• marcha e equilíbrio;
• função de membros inferiores;
• avaliação neurológica básica (estado mental, força muscular, nervos peri-
féricos, propriocepção, reflexos, funções cortical, extrapiramidal e cerebe-
lar); e
• avaliação cardiovascular (ritmo e frequência cárdica, pulso, pressão 
arterial).
Fonte: BRASIL, 2016.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
88
REFLEXÃO
É comum que a instabilidade postural seja o resultado da associa-
ção entre diversos fatores patológicos e até mesmo de outros de-
correntes do envelhecimento normal, como a perda da massa e da 
força muscular e a lentificação dos reflexos. Assim, equipe multidis-
ciplinar costuma ser a regra para abordar esses pacientes e para 
promover a atividade física regular. 
Hipotensão ortostática é uma das grandes causas de instabilidade postural e quedas. 
A avaliação da pressão arterial nas três posições, deitada, sentada e de pé, deve 
fazer parte da rotina do médico que atende idosos, em razão de sua prevalência e 
riscos inerentes. 
As manifestações do delirium e os SPCDs são, de forma indiscriminada, tratados 
com psicóticos e medicações sedativas, frequentemente em doses elevadas, o que, 
de maneira bem direta, podem contribuir para a queda da funcionalidade, insta-
bilidade postural e quedas. 
d) Imobilidade
A imobilidade é a perda total ou parcial da capacidade individual de deslocamen-
to e de manipulação do meio. Habitualmente, é consequência final das outras 
grandes síndromes geriátricas. A redução da mobilidade jamais deve ser conside-
rada inerente ao envelhecimento normal. Uma vez constatada, deve-se sempre 
buscar a causa, que, boa parte das vezes, é multifatorial. 
É sempre consequência de problemas 
graves de saúde. Todavia, “imobilidade 
gera imobilidade”, levando à cascata da 
dependência. Na atenção à saúde do 
idoso, é bom ter em mente que se deve 
sempre buscar ganho funcional, ainda 
que pequeno, entendendo que a recu-
peração da capacidadede mudança de 
decúbito ou transferência já pode fazer 
grande diferença para a qualidade de 
vida daquele indivíduo (MORAES; 
MARINO; SANTOS, 2010). Fonte: Freepik.com
89
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Nesse sentido, a imobilidade está associada à cascata da dependência, pois é au-
toperpetuante, na medida em que traz profundas alterações em praticamente 
todos os sistemas fisiológicos, em que se destacam: 
• risco de trombose venosa profunda e, consequentemente, de embolia 
pulmonar; 
• mais tendência à hipotensão ortostática; 
• redução da capacidade aeróbica, da massa e da força muscular, com diminui-
ção da tolerância ao exercício e dispneia de esforço; 
• aumento da produção e retenção de secreção respiratória; 
• risco de aspiração pulmonar e pneumonia; 
• constipação intestinal e fecaloma; 
• lesões por pressão (ou “úlceras” por pressão). 
O custo associado à imobilidade é bem elevado e as suas complicações podem ser 
adiadas pela atuação integrada da equipe multidisciplinar. 
Essa atuação integrada deve envolver mobilização constante para minimizar o risco 
de lesões por pressão (intervalos mínimos de 2 horas). Além disso, cuidados na 
hora da alimentação, como elevar a cabeceira ou manter a posição sentado (o 
auxílio do fonoaudiólogo é substancialmente importante em determinados casos 
de imobilidade). Cuidados no âmbito da alimentação, como dieta rica em fibras e 
ingestão hídrica (contar com o apoio do nutricionista). Cuidado com as medicações 
hipotensoras também é fundamental, devido ao risco de hipotensão ortostática. 
Exercícios específicos, inclusive respiratórios, e atuação do fisioterapeuta também 
devem ser considerados.
e) Incontinência esfincteriana
A continência esfincteriana é essencial para a independência do indivíduo, sendo 
um subsistema da mobilidade, como já mostrado. 
A incontinência esfincteriana é a queixa de perda involuntária da urina ou de fezes 
ou de ambos. A incontinência urinária (IU) é mais frequente do que a fecal, mas 
ambas podem trazer profundas repercussões na mobilidade, restringindo a parti-
cipação social do indivíduo.
O envelhecimento por si só não é causa de IU, mas leva a alterações que podem 
predispor à incontinência. 
A IU apresenta causas multifatoriais, resultante da interação de fatores associados 
ao envelhecimento com doenças do sistema nervoso e do trato urinário, uso de 
medicamentos, dentre outras. No homem, o aumento da próstata é o principal 
responsável pelas alterações do fluxo urinário. Na mulher, a principal alteração é 
a fraqueza da musculatura pélvica e da musculatura da uretra, facilitando o extra-
vasamento de urina. Outras alterações que ocorrem em ambos os sexos incluem 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
90
a redução da contratilidade da bexiga, o aumento do volume de urina residual, di-
ficuldade de retardar a micção e aparecimento de contrações na bexiga que não 
podem ser inibidas. 
A IU afeta de forma negativa a qualidade de vida, com consequências diretas nos 
aspectos físicos, sociais e psicológicos. Predispõe a infecções do trato urinário e 
genital, provoca maceração da pele, facilita formação de lesões por pressão, con-
tribui para a disfunção sexual, altera a qualidade do sono, aumenta o risco de 
quedas e fraturas e pode causar isolamento social e depressão. 
A classificação da IU pode ser feita por meio de sua sintomatologia clínica e traz 
subsídios para o subsequente tratamento, sendo dividida conforme disposto a 
seguir, acompanhe.
Divisão da 
Classificação 
da IU 
01
02
04
Transbordamento 
Manifesta-se por gotejamento e/ou perda contínua de urina 
associados ao esvaziamento vesical incompleto, devido à 
contração deficiente do detrusor (por distúrbio neurológico) 
e/ou obstrução na via de saída vesical (aumento da próstata 
ou cistocele grande). A bexiga, normalmente, está palpável 
e o volume residual é grande (bexigoma). 
De urgência (bexiga hiperativa)
Caracteriza-se por intenso desejo de urinar, seguido pela perda 
involuntária de volume de urina que pode ser moderado a intenso. 
Causas: Contrações não inibidas da bexiga (hiperatividade do 
detrusor); esse mecanismo pode ser causado por condições locais 
ou por alterações no sistema nervoso central. 
De estresse ou esforço
Perda involuntária de urina a partir de um esforço, espirro ou tosse. 
Causas: Em mulheres, pela fraqueza do assoalho pélvico e, em homens, 
após prostatectomia. 
Mista
Etiologia multifatorial. A etiologia mista deve ser considerada 
na definição de necessidade de melhora da terapêutica.
03
05
Funcional
Não há comprometimento dos mecanismos controladores da 
micção. A perda involuntária da urina ocorre por incapacidade 
de chegar ao banheiro, devido a limitações físicas, déficit 
cognitivo, alterações psicológicas ou barreiras ambientais. 
Fonte: MORAES; MARINO; SANTOS, 2010.
Para diagnóstico e terapêutica corretos, a IU exige uma atuação multifatorial. Iden-
tificar se há alguma doença do trato urinário faz-se necessário.
Do ponto de vista de medidas nãofarmacológicas, deve-se orientar a ingestão de 
quantidade adequada de líquidos, evitando excessos; evitar o consumo de álcool, 
91
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
tabaco e cafeína; reduzir a ingestão hídrica à noite; tratar a constipação e os pro-
blemas respiratórios quando a IU é exacerbada pela tosse. Essas devem ser a base 
do tratamento e sempre indicadas em um primeiro momento (MORAES; MARINO; 
SANTOS, 2010).
Os métodos comportamentais de tratamento são o treinamento vesical, os exer-
cícios para fortalecimento da musculatura pélvica e o biofeedback. 
Fonte: MORAES; MARINO; SANTOS, 2010.
O tratamento farmacológico da IU é baseado na identificação de uma causa base. 
Essa abordagem, no entanto, não é a mais utilizada na IU de estresse. Na IU de ur-
gência e mista, os medicamentos podem ser associados à terapia não farmacoló-
gica. As medicações, em geral, não eliminam a hiperatividade detrusora, entretan-
to, melhoram a IU. Os medicamentos anticolinérgicos constituem o tratamento 
principal na IU, apesar dos seus efeitos adversos (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
O tratamento cirúrgico é indicado para a IU de estresse quando o tratamento con-
servador não cursa com melhora clínica. Pode ser útil na IU de estresse ou por 
transbordamento. A cirurgia na IU por transbordamento corrige a obstrução, por 
exemplo, na hipertrofia prostática. Apesar de ser invasiva e poder causar compli-
cações, apresenta altas taxas de cura (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
Sobre a incontinência fecal (IF), é digno de nota de que existe a IF por sobrefluxo, 
principal causa entre os idosos frágeis, especialmente os acamados, que está as-
sociada com constipação intestinal crônica e fecaloma. O paciente tem desconfor-
to pélvico e eliminação de fezes semilíquidas, várias vezes ao dia, podendo simular 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
92
um quadro de diarreia (diarreia paradoxal). O mecanismo dessa diarreia parado-
xal é a irritação da mucosa retal pelo acúmulo prolongado de fezes endurecidas, 
provocando inflamação das paredes intestinais; com isso, as fezes escapam pela 
parede mais externa do bolo fecal endurecido e a pessoa evacua fezes de consis-
tência líquido-pastosa e sem controle, em pequenas quantidades. 
f) Iatrogenia
Iatrogenia refere-se a uma condição de dano (inclusive psicológico), efeitos adver-
sos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento de saúde. Não é 
difícil de compreender que intervenções realizadas por profissionais de saúde, 
mesmo entre aqueles que conhecem as particularidades do processo de envelhe-
cimento, podem agravar a saúde do idoso. 
A iatrogenia está associada a todas as “grandes síndromes geriátricas”, de várias 
formas: como causa principal, como fator precipitante, como fator agravante ou 
como comorbidade (MORAES, 2018, p. 341).Didaticamente, podemos enumerar 
vários tipos de iatrogenia, acompanhe a seguir.
Iatrofarmacogenia: o malefício decorre do uso de 
medicamentos, de polifarmácia,da interação me-
dicamentosa e do desconhecimento das alterações 
farmacocinéticas e farmacodinâmicas associadas ao 
envelhecimento.
Caso clínico: João, 70 anos, vai à UBS com queixa 
de “tontura”. A UBS estava em um dia bastante mo-
vimentado e, com dificuldade de realizar o exame 
completo, o médico da unidade prescreve Cinarizina 
para avaliar melhora sintomática. João, que já fazia 
uso de álcool e antidepressivo tricíclico, acorda à 
noite com muita sonolência, sofrendo uma queda. 
Sofre uma fratura de fêmur.
Fonte: SANTANA, 2009a | Acervo Fiocruz Imagens.
93
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Internação hospitalar sem indicação bem defi-
nida: a hospitalização pode potencializar os riscos 
decorrentes do declínio funcional, da subnutrição, 
da imobilidade, da lesão por pressão e da infecção 
hospitalar.
Caso clínico: Pedro, 61 anos, atendido na UBS com 
quadro de pneumonia adquirida na comunidade. 
Não apresenta sinais ou sintomas de gravidade (PSI 
risco Classe I), nem tampouco comorbidades ou fa-
tores sociais relevantes. O médico da unidade, com 
receio de complicações, opta pela internação hospi-
talar de Pedro.
Fonte: LARA, 2020 | Acervo Fiocruz Imagens.
Iatrogenia da palavra: associada ao desconheci-
mento de técnicas de comunicação de más notícias.
Caso clínico: Antônio Sávio, 70 anos, vai à UBS para 
avaliação de uma lesão de pele. O médico da uni-
dade observa algumas características suspeitas de 
malignidade e diz ao Antônio:“Pode ser um câncer 
de pele, vou ter que fazer uma biópsia”. Com muito 
medo, Antônio sai do consultório desolado, já que 
seu pai havia falecido de câncer há alguns anos. Em 
casa, se trancou no quarto naquele dia e chorou 
copiosamente. Tomado pelo medo do diagnóstico, 
nunca foi buscar o resultado do exame. 
Fonte: ILICCIEV, 2007 | Acervo Fundação Oswaldo Cruz.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
94
Iatrogenia do silêncio: decorre da dificuldade de 
ouvir adequadamente o paciente e sua família.
Caso clínico: Mauro, 85 anos, chega à UBS acom-
panhado de sua esposa, a qual relata que o idoso 
vem apresentando dificuldade para dormir. Logo 
no início da consulta, Lourdes, a esposa de Mauro, 
mostra uma receita com os medicamentos do seu 
marido, dizendo que o farmacêutico passou um 
remédio “natural” novo, diferente daqueles que ali 
estavam. Preocupado com o seguimento da anam-
nese e do exame físico, o médico da unidade não 
pergunta qual medicamento novo seria esse. Sem 
melhorar, a pessoa idosa e sua esposa retornam. 
Perguntado sobre qual medicamento novo seria 
aquele, se tratava do fitoterápico Ginseng. 
Fonte: ILICCIEV, 2004a | Acervo Fundação Oswaldo Cruz.
Subdiagnóstico: tendência em atribuir todas as 
queixas apresentadas pelo idoso como fenômeno 
“da idade”, o que pode resultar em grave erro.
Caso clínico: Ao final de uma consulta para acom-
panhamento de hipertensão arterial, Marta, 70 
anos, informa à sua médica que vem notando 
uma diminuição gradativa de sua audição. A mé-
dica então diz que um pouco de redução da audi-
ção é “tolerável com o passar dos anos” e Marta 
deixa o consultório. Após ver em um programa 
de televisão que cerume no ouvido pode reduzir 
a acuidade auditiva, Marta retorna à sua médica. À 
otoscopia, rolha de cerume bilateral é observada. 
Após a lavagem, a audição de Marta melhora subs-
tancialmente.
Fonte: ILICCIEV, 2004b | Acervo Fundação Oswaldo Cruz.
95
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Cascata propedêutica: a solicitação de exames é 
feita de forma desnecessária, extensiva e sem in-
dicação precisa.
Caso clínico: Ramon, 78 anos, chega à UBS com 
resultado elevado de PSA feito “de rotina”. Ramon 
diz ser assintomático e nega fatores de risco. A 
partir do resultado, o médico da unidade realiza 
toque retal, notando próstata aumentada. Uma 
biópsia e ressonância magnética são realizadas. 
Como consequência, uma prostatectomia foi feita 
e o paciente cursou com incontinência urinária e 
disfunção erétil.
Reflexão: a despeito de qualquer crítica às con-
dutas, o caso acima serve para refletir sobre a ne-
cessidade de sempre informar à pessoa idosa os 
riscos e benefícios de cada intervenção. Da mesma 
forma que o idoso poderia ter sua vida salva, ele 
poderia também ter sido submetido a um proce-
dimento desnecessário e com consequências, sen-
do que esse procedimento não necessariamente 
afetaria sua sobrevida. Particularmente na pessoa 
idosa, cada etapa da cascata propedêutica deve 
ser discutida com calma.
Fonte: SANTANA, 2009b | Acervo Fiocruz Imagens.
Distanásia: caracterizada pelo prolongamento ar-
tificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, 
com sofrimento para o paciente e sua família.
Caso clínico: Carmen, 70 anos, encontra-se em 
cuidados paliativos devido a um câncer gástrico 
metastático, em situação de irreversibilidade clí-
nica. Devido a uma dificuldade de comunicação 
entre equipe de saúde da família e seus familia-
res, sua filha judicializa o caso e consegue uma in-
ternação para Carmen (não indicada para o caso 
do ponto de vista médico). No hospital, apesar de 
todo o cuidado, a paciente adquire uma pneumo-
nia hospitalar, agravando sua sintomatologia.
Fonte: MARINHO, 2008a | Acervo Fiocruz Imagens.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
96
Prescrição de intervenções fúteis: que impõem 
ao paciente riscos desnecessários.
Caso clínico: Diagnosticado com Covid-19, Márcio, 
63 anos, procura a UBS mais próxima. Seu médico 
prescreve Hidroxicloroquina, Azitromicina e Iver-
mectina. 
Fonte: MARINHO, 2008b | Acervo Fiocruz Imagens.
Iatrogenia do excesso de intervenções reabi-
litadoras: o “excesso de equipe interdisciplinar” 
pode trazerconsequências desfavoráveis para o 
paciente, assim como a polifarmácia. 
Caso clínico: Maria José, 68 anos, recém egressa 
hospitalar após um quadro de AVC isquêmico. A 
neurologista que a acompanhou no hospital fez os 
seguintes encaminhamentos: ao médico de família 
e comunidade para seguimento; ao fisioterapeu-
ta para reabilitação motora; ao nutricionista para 
acompanhamento nutricional; ao fonoaudiólogo 
para avaliação de deglutição. Preocupado com a 
gravidade do caso de Maria, o atendente da UBS 
consegue então agendar todas as consultas para 
ela de forma sucessiva e no intervalo de apenas 
duas semanas. Com o excesso de informação, Ma-
ria não consegue absorver de forma adequada as 
orientações, deixando de segui-las.
Fonte: ILICCIEV, 2004c | Acervo Fundação Oswaldo Cruz.
97
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Encerramento da unidade 
Prezado profissional estudante,
Encerramos aqui a segunda unidade do módulo de saúde do idoso. Nesta etapa, 
discutimos os principais instrumentos para classificação funcional e para avaliação 
multidimensional do idoso. Aprofundamos aqui também conhecimentos impor-
tantes sobre a abordagem das grandes síndromes geriátricas e o manejo recomen-
dado para essas situações na realidade da APS. 
Aplique na sua prática o instrumento Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional 
(IVCF-20) e realize sempre que necessário a Avaliação Multidimensional do Idoso 
(AMI) na população idosa sob o seu cuidado. 
Desejamos que esses conceitos tragam ainda mais qualidade para o acompanha-
mento dos seus pacientes. Muito sucesso!
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
98
Encerramento do módulo 
A abordagem integral à saúde da pessoa idosa é indispensável na Atenção Primá-
ria à Saúde. Devido à sua complexidade, muitas ferramentas foram desenvolvidas 
e são utilizadas na prática clínica.
Tivemos a oportunidade de conversar sobre vários assuntos, desde conceitos em 
saúde do idoso até abordagens práticas e sistematizadas de diagnóstico e aborda-
gem. Lembre-se sempre de contar com o apoio da equipe da qual faz parte e de 
toda rede de atenção à saúde.
O conhecimento e a discussão sobre o tema não se encerram por aqui. Aconse-
lhamos que sempre volte aqui para relembrar e tirar dúvidas. Além disso, faça o 
download e utilize amplamente todas as ferramentas disponibilizadas em sua 
prática.idosa
Figura 10 Atividades de vida diária
Figura 11 Classificação clínico-funcional dos idosos
Figura 12a Escala visual de fragilidade
Figura 12b Escala visual de fragilidade
Figura 12c Escala visual de fragilidade
Figura 12d Escala visual de fragilidade
Figura 13 Sugestão de aplicação dos instrumentos de avaliação 
da pessoa idosa
Figura 14 Alterações na farmacocinética e farmacodinâmica no 
idoso conforme o grau de fragilidade
Figura 15 Fluxograma de desprescrição
Figura 16 Teste do Sussurro
Figura 17 Teste de função proximal dos membros superiores
Figura 18 Teste de função distal dos membros superiores
Figura 19 Grandes síndromes geriátricas
Figura 20 Diagnóstico sindrômico da incapacidade cognitiva
13
22
22
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33
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Apresentação do módulo
Olá, caro profissional!
Seja bem-vindo ao módulo Saúde do Idoso.
Este módulo foi elaborado especialmente para você, pensando nos desafios encon-
trados no seu cotidiano de trabalho no que diz respeito ao complexo processo de 
adoecimento do idoso e às estratégias necessárias para a promoção da saúde e o 
cuidado integral a essa população. 
Nesta etapa de estudo, você conhecerá os principais riscos de perda funcional nos 
idosos para além das doenças crônicas, sempre com o olhar voltado para a funcio-
nalidade global, que incorpora os conceitos de autonomia e independência, base 
do conceito de saúde no idoso.
Esperamos que você tenha um bom estudo!
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
12
Promoção do 
envelhecimento 
saudável e direitos 
do idoso
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Capacitar o profissional estudante para a realização de estratégias de promo-
ção da saúde e prevenção de doenças nos idosos, enfatizando o conceito de 
saúde na pessoa idosa.
• Capacitar o profissional estudante para reconhecer os direitos dos idosos de 
acordo com o Estatuto do Idoso. 
INTRODUÇÃO 
As últimas décadas se caracterizaram por um franco processo de envelhecimento 
populacional como resultado do aumento da expectativa de vida. Estima-se que, 
no Brasil, a população com 60 anos ou mais seja de 30 milhões de pessoas, repre-
sentando aproximadamente 14% da população geral, apresentando a maior taxa 
de crescimento, passando de 14,2 milhões, em 2000, para 19,6 milhões, em 2010, 
e devendo atingir 41,5 milhões, em 2030 (MORAES et al., 2019). 
UNIDADE 01
13
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Fonte: IBGE, 2021.
Figura 01 Evolução da Pirâmide Etária no Brasil: 1980, 1991, 2000
e 2010
O envelhecimento é um processo natural de diminuição progressiva da reserva 
funcional dos indivíduos, que pode cursar com o aumento de doenças crônicas; 
porém, o propósito da manutenção da saúde do idoso vai além de tentar retardar 
ou prevenir doenças, mas sim otimizar a qualidade de vida.
REFLEXÃO
O foco na saúde do idoso deve ser o aumento do tempo de vida 
saudável, e não apenas o prolongamento da vida em anos. É im-
portante viver muito, mas é fundamental viver bem! 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
14
O conceito de saúde no idoso é capacidade individual de satis-
fazer suas necessidades biopsicossociais, independentemente 
da presença ou ausência de doenças, com foco na funcionalida-
de global (MORAES et al., 2019).
Dessa forma, a funcionalidade global é definida como a capaci-
dade de gerir a própria vida ecuidar de si mesmo de forma in-
dependente (capacidade de realizar algo com os próprios meios) 
e autônoma (capacidade individual de decisão) (MORAES, 2012).
Perceba, nesse contexto, que a autonomia está relacionada à 
cognição e ao humor e independência está relacionada à mobi-
lidade e à comunicação. 
Portanto, no cuidado com o idoso, as ações de promoção do envelhecimento sau-
dável e a prevenção de agravos devem ser direcionadas para a redução das inca-
pacidades e da dependência. 
Assim, ao final da unidade, você deverá ser capaz de:
• Compreender o conceito de saúde integral do idoso.
• Conhecer a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
• Conhecer o Estatuto do Idoso.
• Indicar oportunamente atividades de promoção à saúde e de prevenção de 
doenças.
• Realizar orientações para prevenção de quedas.
• Indicar adequadamente rotinas de rastreamento para os idosos.
• Utilizar a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
1.1. POLÍTICAS PÚBLICAS E OS DIREITOS DA PESSOA IDOSA
Diretrizes nacionais para o envelhecimento saudável
Desde 1999, o governo brasileiro tem iniciativas de promoção e proteção à saúde 
do idoso com o lançamento da Políticas Nacional de Saúde do Idoso, em 2006, e 
do Estatuto do Idoso, em 2003, porém, com práticas ainda insatisfatórias. 
Em 2006, foi publicado o Pacto pela Saúde, que contempla o Pacto pela Vida (BRASIL, 
2006). Neste, a saúde do idoso aparece como uma das seis prioridades pactuadas 
entre as esferas de governo, sendo promulgada a Política Nacional de Saúde da 
15
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Pessoa Idosa (PNSPI) com a finalidade de recuperar, manter e promover a autono-
mia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e in-
dividuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e as diretrizes 
do SUS, voltada a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros com 60 anos ou mais de 
idade.
Neste link você pode acessar o texto integral da política e aprofundar 
seus conhecimentos sobre o tema sempre que necessário: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html. 
REFLEXÃO
Agora, convidamos você a fazer algumas reflexões. Quais os desa-
fios que a PNSPI ainda enfrenta? Como é a realidade da atenção à 
pessoa idosa nos serviços de saúde que você conhece? 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
16
É fundamental que os profissionais de saúde o conheçam, para que cada vez 
mais tenhamos a certeza de que esses direitos sejam respeitados por todos.
A seguir, apresentaremos os principais pontos trazidos pelo Estatuto do Idoso 
para que você seja fonte de disseminação do es-
tatuto em seu ambiente de trabalho e na 
sociedade. 
O estatuto reforça, inicialmente, o gozo do idoso 
por todos os direitos fundamentais inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção inte-
gral de que trata a Lei, assegurando-se-lhe a pre-
servação de sua saúde física e mental e seu aper-
feiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, 
em condições de liberdade e dignidade.
Reforça, ainda, a obrigação da família, da comu-
nidade, da sociedade e do poder público de as-
segurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efe-
tivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao tra-
balho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao 
respeito e à convivência familiar e comunitária. 
Fonte: ILICCIEV, 2006 | Acervo 
Fiocruz Imagens.
Traz a garantia de prioridade, que compreende atendimento preferencial junto aos 
órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população, sendo assegura-
da prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se às suas neces-
sidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.
Trata, ainda, da prioridade no recebimento da restituição do imposto de renda, 
dentre outros.
Alguns outros pontos relevantes por sua interface com o nosso diaadia na assis-
tência à saúde são descritos a seguir, confira. 
Do direito à saúde: “É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por inter-
Estatuto do Idoso
Vocês sabiam que a nossa constituição diz que é dever do estado garantir aos idosos 
a proteção à vida e à saúde, permitindo envelhecimento saudável e em condições 
e dignidade? E que a garantia desses direitos foi determinada com a publicação do 
Estatuto do idoso? O estudo do idoso foi publicado através da lei nº 10.741, de 1 
de outubro de 2003 –, considerada uma das maiores conquistas da população idosa 
brasileira.
17
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
médio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igua-
litário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção,Desejamos que você continue firme e motivado para o próximo módulo. Despedi-
mo-nos enquanto autores, mas você continua, com foco em ser sempre um médico 
ou médica de família e comunidade verdadeiramente comprometido com as pessoas, 
as famílias e as comunidades.
Ande de braços dados com a população. Abraços!
99
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
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Idoso, para reservar aos idosos pelo menos 3% (três por cento) das unidades 
residenciais em programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos 
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EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
106
Biografia dos conteudistas 
ÁLISSON OLIVEIRA DOS SANTOSMédico pela Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Residên-
cia Médica em Medicina de Família e Comunidade pela UFOP. Mestre em Telemedicina 
e Telessaúde pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Pre-
ceptoria de Medicina de Família e Comunidade pela Universidade Federal de Ciências 
da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Atualmente é professor e coordenador do Núcleo 
de Atenção à Saúde da FAMINAS-BH e doutorando em Ciências da Saúde na Universida-
de Federal de São João Del-Rei / Campus Centro-Oeste (UFSJ/CCO). Realiza atividades de 
ensino, pesquisa, extensão e desenvolvimento nas áreas de Saúde Digital, Telemedicina 
e Telessaúde, Informática em Saúde, Medicina de Família e Comunidade, Educação em 
Saúde e Saúde Coletiva.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/3573794331882726
ÉRICA MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (2004). Especialista em 
Saúde da Família pela Universidade Federal de Uberlândia (2007). Mestre em Ciências da 
Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia (2018). Atualmente é médica de família - 
Unimed Uberlândia e docente do Departamento de Saúde Coletiva do curso de Medicina 
da Universidade Federal de Uberlândia, atuando como Coordenadora do Internato de 
Saúde Coletiva.
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/0161086172220262 
107
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Programa Mais Médicos para o Brasil
EIXO 3 | CUIDADO A GRUPOS POPULACIONAIS ESPECÍFICOS 
E SITUAÇÕES ESPECIAIS
REALIZAÇÃO
Saúde do idoso
MÓDULO 11
2ª edição
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças 
que afetam preferencialmente os idosos” (BRASIL, 2003).
Dentre as diversas ações para prevenção e manutenção da saúde do idoso, estão 
incluídos o atendimento e a internação domiciliar para a população que os neces-
site e que esteja impossibilitada de se locomover; reabilitação para redução dese-
quelas decorrentes do agravo da saúde e fornecimento aos idosos, gratuitamente, 
de medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, 
órteses e outros recursos relativos a tratamento, habilitação ou reabilitação.
Ao idoso internado ou em observação, é assegurado o direito à 
acompanhante, com permanência em tempo integral, cabendo 
ao profissional de saúde conceder autorização para o acompa-
nhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la 
por escrito. 
Outro ponto de atenção trazido pelo Estatuto do Idoso no Capítulo IV, Parágrafo 
3º, é que é vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de 
valores diferenciados em razão da idade (BRASIL, 2003).
Já os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão 
objeto de notificação compulsória, que deve ser realizada por qualquer profissio-
nal de saúde dos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem 
como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes 
órgãos:
 I – Autoridade Policial; 
 II – Ministério Público; 
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso; 
 V – Conselho Nacional do Idoso. 
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer: O idoso tem direito à educação, cultura, 
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua pe-
culiar condição de idade, criando oportunidades de acesso do idoso à educação, 
adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacio-
nais a ele destinados.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
18
É direito do idoso desconto de, pelo menos, 50% nos ingressos para eventos artís-
ticos, culturais, esportivos e de lazer (BRASIL, 2003).
Da Profissionalização e do Trabalho: O idoso tem direito ao exercício de ativida-
de profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se pre-
ferência ao de idade mais elevada.
Da habitação: “O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou 
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, 
ainda, em instituição pública ou privada.” (BRASIL, 2003).
Reforça a importância da manutenção do idoso em sua própria família, em detri-
mento da institucionalização em Instituições de Longa Permanência, exceto quando 
houver inexistência de grupo familiar, abandono ou carência de recursos financei-
ros próprios ou da família.
O Estatuto do Idoso estabelece no Cap. IX, Art. 38 que, nos programas habitacio-
nais públicos ou subsidiados com recursos públicos, deve-se reservar pelo menos 
3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para atendimento aos 
idosos, redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011 (BRASIL, 2011), contando ainda 
com eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de aces-
sibilidade ao idoso.
Do transporte: Aos maiores de 65 anos, fica assegurada a gratuidade no trans-
porte coletivo público urbano e semiurbano, com reserva de 10% dos assentos, 
que deverão ser identificados com placa de reserva. Para ter acesso à gratuidade, 
basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua 
idade. Na faixa etária entre 60 e 65 anos, ficará a critério da legislação local dispor 
deste benefício. 
• Reserva de duas vagas gratuitas no transporte interestadual para idosos com 
renda igual ou inferior a dois salários mínimos e desconto de 50% para os 
idosos que excedam as vagas garantidas.
• Reserva de 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados.
Direitos previdenciários: Direito de requerer o Benefício de Prestação Continua-
da (BPC), a partir dos 65 anos de idade, desde que não possua meios para prover 
sua própria subsistência ou de tê-la provida pela família.
Direito de 25% de acréscimo na aposentadoria por invalidez para portadores das 
seguintes condições, conforme descrito no anexo I do Decreto nº 3.048, de 6 de 
maio de 1999 (BRASIL, 1999): 
19
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para expedição do laudo de saúde ne-
cessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. 
Assistência social: Aos idosos, a partir de 65 anos, que não possuam meios para 
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o be-
nefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistên-
cia Social (LOAS). 
No caso de entidades filantrópicas, ou Instituições de Longa Permanência, é facul-
tada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade, não podendo 
exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de as-
sistência social percebido pelo idoso. 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
20
Agora vamos aplicar os conceitos até aqui trabalhados?
Fonte: Freepik.com
1- Você é o Médico de Família da UBS Campo Belo e, ao 
chegar na unidade no início da manhã, se depara com 
as seguintes pessoas acolhidas, com necessidade de 
demandas sem queixas, como consulta de acompanha-
mento e renovação de receita, idade e horário de 
chegada ao serviço.
- Maria do Socorro Ferreira – 45 anos – 7:01
- Joaquim Silvério – 67 anos – 7:03
- Maria Flor Braga – 13 anos – 7:09
- José da Silva – 82 anos – 7:15
Porém, a enfermeira da equipe lhe informou que acolheu 
um jovem de 25 anos, Mateus Souza, com forte dor 
lombar e vômitos e o incluiu em sua agenda.
Neste contexto, como você priorizaria os atendi-
mentos nesse momento? 
2- Você atende a Sra. Maria Rosária da Silva, 66 anos, 
relatando que mora sozinha, não tem filhos, estava 
trabalhando como passadeira, mas que está sentindo 
muitas dores nas pernas e edema e não tem consegui-
do mais trabalhar e, por isso, tem passado necessida-
des inclusive com dificuldades de comprar alimentos 
adequados à sua subsistência. Quando questionada, 
refere nunca ter contribuído com a Previdência Social. 
Qual a orientação você deve dar a ela?
3- D. Valdete, 69 anos, portadora de esquizofrenia,em 
uso de antipsicótico e ansiolítico, é sua paciente há 
anos, porém vêm apresentando piora gradativa nos 
últimos anos, não conseguindo mais usar a medicação 
adequadamente. Há um mês fez uma cirurgia de ca-
tarata que foi mal sucedida, levando à cegueira fun-
cional. Sua família, composta por quatro filhos, então 
procura a equipe de saúde solicitando que a mesma 
assuma o cuidado da paciente, ou seja, que diariamen-
te uma enfermeira vá à casa dela lhe dar banho e ad-
ministrar todas as medicações nos horários, pois eles 
(os quatro filhos D. Valdete), não poderiam fazer isso, 
pois trabalham e não sentem afeto por ela, já que a 
consideravam ter sido uma mãe ruim. Você faz então 
uma reunião com sua equipe de saúde e os filhos de D.
Valdete. Diante dessa solicitação, baseado no Estatuto 
do Idoso, como você organizaria o plano de cuidados 
de D. Valdete com a equipe? Sugira quais seriam os 
papéis da equipe e quais seriam da família. 
21
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
1.2 PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E PREVENÇÃO DE 
AGRAVOS
O envelhecimento fisiológico, ou senescên-
cia, reduz a vitalidade da pessoa idosa, defi-
nida como a capacidade de defesa contra as 
agressões dos meios interno e externo, o 
que os tornam mais vulneráveis. Essa 
redução fisiológica da vitalidade atribuída ao 
envelhecimento normal, por si só, é insufi-
ciente para gerar incapacidades ou depen-
dência funcional. No entanto, o envelheci-
mento patológico, consequência de umaou 
mais doenças, e agravado por fatores rela-
cionados aos fatores ambientais e contex-
tuais, compromete, de forma mais intensa, 
a vitalidade da pessoa idosa, associando-se 
ao declínio funcional (MORAES et al., 2019). 
Fonte: SCOFANO, 2007a | Acervo 
Fiocruz Imagens.
Este conceito torna clara a definição do que é saúde do idoso, 
que não significa somente ausência de doenças. As doenças são 
mais frequentes nesta faixa etária, mas nem sempre estão as-
sociadas à dependência funcional. Portanto, o propósito da ma-
nutenção da saúde vai além de tentar retardar ou prevenir 
doenças, mas sim em otimizar a qualidade de vida, mantendo a 
independência e a autonomia do idoso. 
Assim, mesmo com doenças, o idoso pode continuar desempenhando seus papéis 
sociais. O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade global do 
indivíduo. definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo.
Funcionalidade da pessoa idosa
A funcionalidade global é o ponto de partida para a avaliação da saúde do idoso e 
é definida como a capacidade de gerir a própria vida ecuidar de si mesmo. O idoso 
é considerado saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinho, de 
forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças (MORAES, 2012).
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
22
Capacidade funcional é a “capacidade individual de satisfação 
de suas necessidades biopsicossociais, independentemente da 
idade ou da presença de doenças” e resulta da combinação entre 
fatores intrínsecos (capacidade física e mental,incluindo o com-
ponente psicológico) e extrínsecos (ambientais e contextuais) 
(MORAES et al., 2019, p. 12). 
As necessidades biopsicossociais se referem àquelas tarefas fundamentais para 
gerir a própria vida e cuidar de si, denominadas atividades de vida diária (AVDs), 
que podem ser básicas (ABVD), instrumentais (AIVD) ou avançadas (AAVD).
As AVDs básicas são fundamentais para 
a autopreservação e sobrevivência da 
pessoa. Referem-se às tarefas do coti-
diano necessárias para o cuidado de si, 
como tomar banho, vestir-se, higiene 
pessoal (uso do banheiro), transferên-
cia, continência esfincteriana e alimen-
tar-se sozinho (MORAES, 2012). 
Figura 02 - Atividades de vida diária: AVDs básicas.
As AVDs instrumentais são indicado-
ras da capacidade do idoso de viver 
sozinho na comunidade. Incluem as ati-
vidades relacionadas ao cuidado do-
méstico, como preparo de alimentos, 
fazer compras, ter controle do dinhei-
ro, uso do telefone, realizar trabalhos 
domésticos, lavar e passar roupa, uso 
correto dos medicamentos e sair de 
casa sozinho (MORAES, 2012). 
Figura 03 - Atividades Instrumentais de Vida Diária: AVDs 
instrumentais.
a) Capacidade funcional:
23
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
As AVDs avançadas referem-se às ati-
vidades relacionadas à integração social, 
dentre as quais as atividades produtivas, 
recreativas e sociais, como trabalho, 
gestão financeira, direção veicular, par-
ticipação em atividades religiosas, uso 
de tecnologias, dentre outras; porém, 
são atividades individualizadas, daí a im-
portância do conhecimento da funcio-
nalidade prévia para comparar o indiví-
duo com ele mesmo e reconhecer perda 
de funcionalidade (MORAES, 2012). 
Figura 04 - Atividades Instrumentais de Vida Diária: AVDs 
avançadas.
A capacidade funcional da pessoa idosa para realização das AVDs está relaciona-
da à sua autonomia e à sua independência.
a) Autonomia: “Capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, es-
tabelecendo e seguindo as próprias convicções. Depende dos domínios funcionais 
da cognição e humor/comportamento” (MORAES et al., 2019, p. 13).
b) Independência: “Capacidade de executar a decisão com os próprios meios. 
Depende dos domínios funcionais da mobilidade e comunicação” (MORAES et al., 
2019, p. 13).
Podemos observar que a autonomia e independência estão relacionadas direta-
mente ao funcionamento integrado dos principais sistemas funcionais, conforme 
ilustrado na figura a seguir.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
24
Fonte: Adaptado de MORAES, 2012. 
Figura 05 – Funcionalidade Global.
Dessa forma, a perda das AVDs recebe o nome de declínio funcional, traduzindo a 
perda da autonomia e independência do indivíduo. O declínio funcional inicia-se 
por tarefas mais complexas e progride hierarquicamente até chegar ao nível de 
dependência completa, quando o paciente necessita de ajuda até para 
alimentar-se. 
A gravidade do declínio funcional nas AVDs básicas pode ser classificada conforme 
demonstrado a seguir, acompanhe. 
25
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Fonte: Adaptado de MORAES et al., 2012. 
REFLEXÃO
Portanto, o declínio funcional não pode ser atribuído ao envelheci-
mento normal e sim às incapacidades mais frequentes no idoso, e é 
importante ficar atento, pois é um sinal precoce do surgimento de 
doenças, com maior risco de hospitalização, institucionalização e morte. 
1.2.1. PROMOÇÃO À SAÚDE E PREVENÇÃO DE AGRAVOS NO IDOSO 
A promoção da saúde no idoso deve dirigir-se para a preservação da saúde mental 
e física, amparo social e para a prevenção de doenças e incapacidades, objetivan-
do a redução da morbimortalidade, das incapacidades e da dependência, a melho-
ria da qualidade de vida e o prolongamento dos anos de vida saudáveis, o que con-
tribui para a prevenção da ruptura familiar e manutenção do idoso em seu lar.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
26
A aferição rotineira do peso deve ser feita regularmente a cada consulta ou, no 
máximo, a cada 12 meses (SIRENA; MORIGUCHI, 2013).
É essencial que o profissional de saúde esteja atento também à vulnerabilidade 
social, ao contexto socioambiental e à dependência funcional da pessoa idosa para 
uma orientação alimentar mais adequada. Ressalta-se a importância da avaliação 
da capacidade funcional por parte dos profissionais de saúde e da rede de apoio 
do idoso, para que seja possível fazer orientações mais próximas das necessida-
des de cada idoso e compreender qual o suporte disponível para as tarefas que 
envolvem a alimentação, como planejamento, compras e preparo, e que alguns 
idosos podem não contar com familiares ou cuidador para auxiliar nas atividades 
diárias, o que pode tornar sua alimentação negligenciada (BRASIL, 2021).
O idoso deve ter uma dieta balanceada, constituída por alimentos in natura ou mi-
nimamente processados, garantindo o aporte calórico adequado (carboidrato, 
gordura e proteína), além de micronutrientes, distribuída em três refeições princi-
pais e dois lanches saudáveis ao dia. Deve, ainda, fazer ingestão adequada de pro-
A nutrição adequada do idoso é funda-
mental na prevenção de doenças e do de-
clínio funcional, uma vez que a desnutri-
ção está claramente relacionada com o 
aumento de morbidade e mortalidade e 
o peso corporal é um sinal vital (SIRENA; 
MORIGUCHI, 2013).
Devido à sua inserção em unidades de 
saúde próximas aos idosos, ou mesmo por 
meio de visitas domiciliares, o médico da 
Atenção Primária à Saúde (APS) deve 
acompanhar, juntamente com a equipe 
de saúde, o estado nutricional do idoso, 
via de alimentação e as disfunções fisiológicas (condições odontológicas, capa-
cidade de deglutir os alimentos, indicação de dispositivos para alimentação, como 
sonda enteral, por exemplo),a qualidade e a quantidade dos alimentos ingeri-
dos, bem como o seu peso corporal, uma vez que é essencial manter o peso 
adequado, evitar obesidade ou perda de peso excessiva. 
Fonte: SCOFANO, 2017b | Acervo Fiocruz 
Imagens.
Promoção à saúde da pessoa idosa: aconselhamentos do estilo de vida 
saudável
a) Alimentação e suplementação
27
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
teínas de origem animal (leite, carne e ovo), com ingestão diária de 1 a 1,2g por qui-
lograma de peso, harmonicamente distribuídos nas principais refeições do dia (20g 
a 30g por refeição). Em idoso com sarcopenia (perda de massa muscular), reco-
menda-se a ingestão diária de até 1,5g por quilograma de peso. Além disso, é im-
portantetambém garantir a ingestão adequada de líquidos (MORAES et al., 2019).
O Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas 
em Nutrição e Saúde, Universidade de São Paulo (Nupens/USP) e com a Organiza-
ção Pan-Americana da Saúde (OPAS), lançou um fascículo em que são apresenta-
das as seis recomendações para a alimentação de idosos (BRASIL, 2021). São elas:
Além de ser um alimento típico brasileiro, fi-
nanceiramente acessível e que promove a 
saciedade, o feijão é rico em fibras, proteínas 
e diversas vitaminas e minerais essenciais 
para a prevenção de carências nutricionais e 
distúrbios gastrointestinais, além da manu-
tenção da massa magra. 
Na preparação, a publicação orienta a 
redução no uso de sal, temperos industriali-
zados e embutidos (como linguiça, carne de 
sol e toucinho) e a priorização do uso de tem-
peros naturais (como cheiro-verde, alho, 
cebola, manjericão, pimenta do reino, 
cominho, louro, hortelã, jambu, orégano, 
coentro, alecrim, pimentão e tomate). 
RECOMENDAÇÃO 1: 
consumir feijão 
diariamente
Fonte: SCOFANO, 2017b | Acervo Fiocruz Imagens.
RECOMENDAÇÃO 2: 
evitar bebidas 
adoçadas
Fonte: PORTUGAL, 2018 | Acervo Fiocruz Imagens.
Refrigerante, suco de caixinha, suco em pó 
e refrescos constituem o grupo de bebidas 
adoçadas, também chamadas de ultrapro-
cessadas. Elas possuem, em geral, muito 
açúcar, além de aromatizantes, corantes e 
outros aditivos cosméticos.
A publicação destaca a importância no 
consumo de água pura ou, para estimular o 
paladar, “temperada” com rodelas de limão, 
folhas de hortelã e casca de abacaxi ao longo 
de todo o dia. 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
28
RECOMENDAÇÃO 3: 
diminuir o consumo de 
alimentos 
ultraprocessados
Fonte: SCOFANO, 2009 | Acervo Fiocruz Imagens.
Hambúrguer, embutidos (linguiça, salsicha, pre-
sunto, mortadela e salame), macarrão instan-
tâneo, salgadinhos de pacote, biscoitos ou bo-
lachas salgadas ou recheadas, doces e 
guloseimas são alguns alimentos ultraproces-
sados que devem ser evitados por serem nu-
tricionalmente desbalanceados — ricos em gor-
duras, açúcares e sódio, e muito pobres em 
fibras, vitaminas e minerais.
Para evitar o seu consumo, a orientação da pu-
blicação oficial é a realização das três princi-
pais refeições do dia com alimentos frescos e, 
no caso de lanches, consumir leite ou iogurte 
natural, acompanhados de alimentos in natura 
ou minimamente processados, como frutas 
frescas ou secas, castanhas, tapioca e pamonha.
Para aqueles que preferem refeições leves no 
jantar, a sugestão é o consumo de sopas feitas 
com alimentos in natura, que além de ajudar 
no balanço hídrico por conta da quantidade de 
água pode ser uma excelente oportunidade de 
incluir diferentes grupos de alimentos na ali-
mentação do idoso, como legumes, verduras, 
feijão, ervilha e carnes. 
RECOMENDAÇÃO 4: 
consumir legumes e 
verduras todos os dias
Fonte: SCOFANO, 2017d | Acervo Fiocruz Imagens.
Legumes e verduras são ótimas fontes de 
vitaminas, minerais, fibras, antioxidantes e 
possuem poucas calorias. Conferem prote-
ção para obesidade e outras doenças crôni-
cas, incluindo alguns tipos de câncer. Além 
disso, as fibras presentes nesses alimentos 
contribuem para o bom funcionamento do 
intestino, ajudando a evitar a constipação 
intestinal.
O consumo de legumes e verduras pode ser 
facilitado por meio do cultivo de hortas em 
casa, compras em sacolões e varejões (onde 
geralmente há mais variedade, qualidade e 
menor custo), além de diversificação das 
formas de preparo e armazenamento. 
29
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Frutas são excelentes fontes de fibras, vita-
minas, minerais e de vários compostos com 
atividades biológicas (como antioxidantes) 
que contribuem para a prevenção de muitas 
doenças. Podem ser excelentes saídas para 
lanches, inclusive fora de casa, e inclusões 
em receitas como bolos, tortas, iogurtes, leite, 
cremes e saladas.
Os sucos naturais, apesar de saudáveis, nem 
sempre proporcionam a mesma saciedade e 
benefícios da fruta inteira, pois a fruta com 
todas suas partes — casca, bagaço, fibras — 
tem muitos nutrientes que podem ser perdi-
dos durante o preparo. 
RECOMENDAÇÃO 5: 
consumir frutas 
(inteiras) diariamente
Fonte: MARINHO, 2007 | Acervo Fiocruz Imagens.
RECOMENDAÇÃO 6: 
comer em ambientes 
apropriados e com 
atenção
Fonte: MÉXAS, 2015 | Acervo Fiocruz Imagens.
O ambiente das refeições pode influenciar a 
quantidade de alimentos ingerida e o prazer 
que se pode desfrutar da alimentação. Locais 
limpos, tranquilos e agradáveis ajudam a con-
centração no ato de comer e convidam a que 
se coma devagar e se aprecie as preparações 
culinárias.
Sugestões:
• Organizar um local especial para as 
refeições.
• Mastigar o suficiente.
• Fazer as refeições em horários semelhan-
tes todos os dias. 
Outro ponto a ser discutido é a suplementação de vitaminas, que é bastante comum 
entre os idosos e os suplementos são frequentemente usados para prevenir doenças 
e melhorar a saúde; mas, apesar de o envelhecimento estar associado à redução 
da ingestão calórica, aumentando o risco de deficiência de micronutrientes, corre-
-se o risco de toxicidade devido a doses excessivas de suplementos vitamínicos e 
tornando a pessoa idosa vulnerável a interações medicamentosas com nutrientes 
e polifarmácia (JOSHI, 2015).
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
30
Estudos demonstram que uma dieta rica 
em frutas e vegetais tem um efeito prote-
tor sobre a saúde e não apoiam o uso de 
suplementos vitamínicos para promover 
a saúde ou prevenir o envelhecimento, 
exceção feita ao uso de suplementos de 
vitamina D em idosos com risco de quedas 
e que necessitem de suplementação por 
carência desta e de suplementos vitamí-
nicos entre aqueles com risco de deficiên-
cia de micronutrientes (JOSHI, 2015). Fonte: SCOFANO, 2017d| Acervo Fiocruz 
Imagens.
Concentrações séricas de 25 (OH)D abaixo de 20 ng/ml são consideradas deficien-
tes para a população geral, mas valores entre 20 e 29 ng/ml são ainda considera-
dos insuficientes para indivíduos com risco para osteoporose. As concentrações 
ideais estão entre 30 e 100 ng/ml. Recomenda-se avaliar as concentrações plasmá-
ticas da 25 (OH)D antes de se iniciar o tratamento. Em pacientes deficientes de vi-
tamina D, a reposição deve ser iniciada com 50.000 UI por semana durante oito 
semanas e, então, reavaliar. Como dose de manutenção, recomendam-se doses 
diárias entre 1000 e 2000 UI (RADOMINSKI et al., 2017).
Outro nutriente que merece atenção no idoso é o 
cálcio, sendo recomendado o consumo de até 
1.200mg de cálcio ao dia, preferencialmente por 
meio da dieta, especialmente com o consumo de 
leite e derivados. Quando há impossibilidade de 
fazê-lo por meio de fontes nutricionais, é recomen-
dável a administração de suplementos de cálcio, 
com avaliação de riscos e benefícios, sempre as-
sociado à indicação de atividade física para que o 
cálcio seja aproveitável na manutenção da quali-
dade óssea (RADOMINSKI et al., 2017). 
Fonte: SCOFANO, 2017d| Acervo 
Fiocruz Imagens.
No entanto, a USPSTF (2021) menciona que faltam evidências sobre o benefício da 
suplementação diária com doses superiores a 400UI de vitamina D e superiores a 
1000mg de cálcio para a prevenção primária de fraturas em mulheres que vivem 
na comunidade, na pós-menopausa e o equilíbrio dos benefícios e danos não 
podem ser determinados.
31
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Link de acesso ao Questionário de Prontidão para Atividade Física:
https://www.cepe.usp.br/wp-content/uploads/PARQ-site-CEPE.pdf 
Nesse sentido, é fundamental que o médico da APS seja capaz de avaliar as reco-
mendações de suplementação de micronutrientes e adequar às condições de vida 
de cada idoso, bem como às suas necessidades. 
b) Atividade física
Os idosos frequentemente apresentam diminuição da atividade física, o que con-
tribui para a perda da independência funcional. Em idosos, os benefícios da ativi-
dade física incluem, além damelhora do condicionamento físico, da flexibilidade 
e da mobilidade, a redução do risco de doenças crônicas ou seu melhor controle. 
A maioria dos idosos podem iniciar com segurança um programa moderado de 
exercícios físicos sem realizar um teste de esforço cardíaco, desde que iniciado de 
forma branda com aumento gradativo da atividade física e não apresentem sinto-
mas ou sinais de alerta. Porém, idosos sedentários que desejam iniciar um progra-
ma de exercícios de maior intensidade devem ser submetidos a um teste de esforço 
cardíaco (SIRENA; MORIGUCHI, 2013).
No entanto, deve-se recomendar que todos os idosos façam a avaliação para início 
de atividades físicas por meio do instrumento PAR-Q (Questionário de Prontidão 
para Atividade Física). Este questionário tem objetivo de identificar a necessida-
de de avaliação por um médico antes do início da atividade física. 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
32
Fonte: MORAES et al., 2019
Figura 06 - Recomendações de atividades físicas à idosos.
1.2.2. PREVENÇÃO DE AGRAVOS NO IDOSO 
Prevenção é definida como uma ação para evitar a ocorrência ou o desenvolvimen-
to de um problema de saúde e/ou as suas complicações. Leavelle Clark (1976) de-
finiram três níveis de prevenção, baseados no saber médico clínico-epidemiológi-
co e orientados pela história natural das doenças:
33
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Utilizando-se como base a teoria de Leavell e Clark (1976), Marc Jamoulle (1986) 
propôs o conceito de prevenção quaternária, que pode ser entendida como a “ação 
feita para identificar uma pessoa ou população em risco de supermedicalização, 
para protegê-los de uma intervenção médica invasiva e sugerir procedimentos 
científica e eticamente aceitáveis.” (JAMOULLE; GUSSO, 2012, p.208). Sua propos-
ta pode ser esquematizada em quatro nebulosas, ou seja, quatro regiões de limites 
imprecisos, representados abaixo, nos quais se encontrariam os diferentes níveis 
de ações preventivas a partir do cruzamento das visões de pacientes e de médicos 
(ou profissionais da saúde).
Fonte: JAMOULLE, 1986.
Figura 07 – Conceito relacional dos níveis de prevenção segundo 
Jamoulle (1986).
A seguir, serão abordadas diversas medidas de prevenção fundamentais para a 
preservação da saúde do idoso e passíveis de serem realizadas em todas as uni-
dades da APS. Acompanhe.
1.2.3. VACINAÇÃO PARA O IDOSO
A situação vacinal do idoso deve ser verificada sistematicamente. Segundo o Pro-
grama Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (MS), de 2020, o ca-
lendário vacinal recomendado para o idoso é (BRASIL, 2020):
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
34
Influenza (gripe): 
No Brasil, as vacinas disponíveis são constituídas por vírus inativados e fragmen-
tados, portanto, sem risco de infectar o paciente. As vacinas são trivalentes ou te-
travalentes, compostas de três ou quatro cepas influenza: dois subtipos de A (H1N1 
e H3N2) e um ou dois subtipos de B, conforme orientação da Organização Mundial 
de Saúde (OMS), cuja eficácia é de cerca de 70% a 90%. Todas as vacinas influen-
zas contém traços de ovos (SBGG; SBIm, 2016).
Esquema de dose: dose única anual, de preferência antes do início do outono.
Hepatite B:
Em decorrência da mudança do padrão sexual dos homens com mais de 60 anos,-
devido aos medicamentos para tratamento de disfunção erétil, e da manutenção 
da vida sexual ativa das mulheres, o que é desejável para os idosos, é necessário 
que os profissionais de saúde estejam atentos à prevenção das doenças sexual-
mente transmissíveis na população idosa. 
A vacina contra hepatite B é composta por antígeno de superfície do vírus e deve 
ser administrada de rotina a todos os idosos. 
Esquema de doses: 3 doses no esquema 0, 1 e 6 meses, sendo que dependendo 
da situação vacinal prévia apenas completar esquema.
A soroconversão pode ser identificada através do Anti-HBS para definir a necessi-
dade da indicação dessa vacina.
Difteria e tétano: 
O número de casos de tétano diminuiu acentuadamente nos últimos anos no Brasil, 
bem como a difteria foi praticamente erradicada graças, sobretudo, à vacinação. 
Entretanto, alguns casos continuam ocorrendo, predominando em idosos não ade-
quadamente vacinados. 
As vacinas disponíveis, hoje, são: dT (dupla bacteriana do tipo adulto), apenas na 
rede pública, e dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto), na rede privada.
Esquema de dose: 3 doses e reforço a cada 10 anos no esquema 0, 2 e 4 meses, 
sendo que dependendo da situação vacinal prévia, apenas completar esquema.
Vacina antipneumocócica: 
As doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (Pneumococo) são as 
principais causas de morbimortalidade no mundo, em todas as faixas etárias, prin-
cipalmente nos extremos de idade e os idosos são conhecidamente grupo de risco 
para complicações e mortalidade por doença pneumocócica. Existem duas vacinas 
seguras e eficazes para proteger adultos da doença pneumocócica: VPP2 3 (vacina 
polissacarídica 23 valente) e VPC13 (vacina pneumocócica conjugada 13 valente). 
35
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Embora persistam algumas controvérsias, a VPP23 fornece proteção para a infec-
ção pneumocócica de 50% a 80% em adultos, porém, com base em evidências de 
que a VPC13 proporciona níveis de anticorpo melhores e possível melhor persis-
tência de anticorpos em adultos, bem como sobre a sugestão de que o uso de 
vacina conjugada permite uma resposta de reforço quando seguida da aplicação 
de vacina polissacarídica (SBGG; SBIm, 2016).
Esquema de dose: uma dose da VPC13 seguida de uma dose de VPP23 de 6 a 12 
meses depois, e uma segunda dose de VPP23 5 anos após a primeira (SBIm, 2020).
O MS disponibiliza uma dose da VPP23, e, se necessário, reforço 5 anos após a pri-
meira dose, para pessoas a partir dos 60 anos de idade em condições clínicas es-
peciais (acamados, hospitalizados ou institucionalizados) e, nos Centros de Refe-
rência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), nas seguintes situações: trissomias, 
pneumopatias crônicas, dentre as quais o DPOC, asma persistente moderada ou 
grave, cardiopatias crônicas, fístula liquórica, derivação ventrículo peritoneal, he-
patopatia crônica, doenças de depósito, diabetes mellitus, nefropatia crônica, doença 
neurológica crônica incapacitante e implante coclear (BRASIL, 2019).
Febre amarela: 
A febre amarela nas formas mais severas oferece letalidade ao redor de 50%, sendo 
mais grave entre crianças de baixa idade e idosos. A vacina é de alta imunogenici-
dade (ao redor de 97%) e oferece proteção prolongada. No entanto, desde 2001 
têm ocorrido relatos de evento adverso fatal resultante da visceralização do vírus 
vacinal. Nos Estados Unidos observou-se maior risco em idosos (1,8/100.000), fato 
esse não verificado no Brasil. Todos os casos relatados ocorreram após a primei-
ra dose da vacina (SBGG; SBIm, 2016).
Dessa forma, o PNI recomenda que o serviço de saúde deverá avaliar a pertinên-
cia da vacinação de acordo com o cenário epidemiológico da doença, vacinando 
os idosos de áreas endêmicas, bem como habitantes de outras regiões que se 
dirijam para áreas endêmicas, após o esclarecimento do mesmo sobre os riscos 
para permitir-lhe embasamento de sua decisão. Nesse caso, a vacina deve ser ad-
ministrada 10 dias antes da viagem.
Esquema de dose: dose única. Reforço, caso a pessoa tenha recebido uma dose da 
vacina antes de completar 5 anos de idade.
Vacina anti-herpes-zoster (não contemplada no rol de imunobiológicos disponi-
bilizados pelo PNI no calendário de vacinação para idosos, encontrada apenas em 
clínicas privadas):
O herpes-zóster é uma doença às vezes grave, sempre desagradável, que acomete 
cerca de 10% a 20% da população global, chegando a 50% entre os que atingem 
os 85 anos de idade, sendo que boa parte desenvolve a neuralgia pós-herpética, 
em que a dor pode persistir por meses ou até anos. A vacina para a prevenção do 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
36
herpes-zóster e suas complicações contém vírusvivos atenuados e é licenciada 
para pessoas acima de 50 anos de idade (SBGG; SBIm, 2016).
Essa vacina é recomendada mesmo para aqueles que já desenvolveram a doença. 
Nesses casos, aguardar intervalo mínimo de um ano, entre o quadro agudo e a 
aplicação da vacina (SBIm, 2020).
Esquema de dose: dose única. 
1.2.4. ATIVIDADES PREVENTIVAS
Além da vacinação, os profissionais de saúde da APS devem abordar outras medidas 
de prevenção de doenças, de acordo com cada sistema funcional do idoso, rela-
cionadas ao declínio funcional. Essas medidas devem fazer parte da rotina de orien-
tação e investigação na consulta médica ao idoso. 
De acordo com Moraese colaboradores (2019), o médico da APS deve abordar os 
seguintes sistemas, descritos abaixo, acompanhe.
a) Cognição: 
Fonte: ILICCIEV, 2002 | Acervo Fiocruz 
Imagens.
- Estimular a reserva cognitiva, por meio de esco-
larização, leitura, jogos cognitivos ou qualquer 
atividade que exija aprendizado e resolução de 
problemas (desafios cognitivos como palavras 
cruzadas).
- Controlar os fatores de risco, como tabagismo, 
obesidade e inatividade física, bem comoas 
doenças cardiovasculares, como diabetes melli-
tus e hipertensão arterial.
- Prevenir e tratar adequadamente a depressão, 
o delirium, os distúrbios do sono, doenças com 
alto potencial de dano cerebral (sífilis, infecção 
pelo HIV, hipotireoidismo, deficiência de vitami-
na B12 e doença renal crônica);
- Evitar traumatismo craniencefálico e traumas re-
petitivos associados a esportes violentos e o uso 
abusivo de álcool e outras drogas (benzodiazepí-
nicos e drogas com ação anticolinérgica). 
37
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
b) Humor/
comportamento:
Fonte: MÉXAS, 2012 | Acervo Fiocruz Imagens.
- Diagnosticar precocemente e tratar 
doenças psiquiátricas, como transtornos 
depressivos no idoso. 
- Abordar adequadamente os idosos em 
uso prolongado de psicotrópicos, com 
reavaliação periódica da indicação e da 
dose da medicação.
- Evitar o isolamento social e estimular as 
atividades de lazer, socialização e parti-
cipação em redes sociais. 
c) Mobilidade:
Fonte: BRASIL, 2010b.
- Prevenir traumas e sobrecarga no ombro, 
evitando-se movimentos repetitivos e ina-
dequados, com o uso da mão acima da 
linha axilar.
- Diagnosticar e tratar adequadamente o 
ombro doloroso e as doenças que cursam 
com limitação de movimentos.
- Fazer exercícios de fortalecimento do 
ombro e da postura adequada, que faci-
litam o alcance.
- Identificar os fatores de risco de quedas 
e fazer adaptação ambiental (“Avaliação 
do risco de quedas e sua prevenção”). 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
38
d) Continência 
esfincteriana:
Fonte: ILICCIEV, 2007 | Acervo 
Fundação Oswaldo Cruz
- Evitar trauma da musculatura pélvica as-
sociada à multiparidade e ao cuidado ina-
dequado no parto.
- Realizar exercícios uroginecológicos para 
fortalecimento do assoalho pélvico.
- Diagnosticar precocemente e tratar de 
maneira adequada as doenças do trato 
urinário, incluindo as doenças da 
próstata.
- Evitar drogas associadas à urgência ou à 
incontinência urinária, como diuréticos 
e drogas anticolinérgicas.
- Fazer avaliação da saúde da mulher 
regularmente. 
e) Comunicação:
Fonte: BRASIL, 2010c.
Visão:
- Fazer avaliação oftalmológica regular e ga-
rantir o acesso às lentes corretivas quando 
necessárias.
- Diagnosticar e tratar adequadamente as 
doenças associadas à retinopatia, como dia-
betes mellitus, glaucoma e catarata. 
Audição:
- Evitar exposição auditiva prolongada em 
ambientes ruidosos, música alta, abuso no 
uso de fones de ouvido e outros traumas 
acústicos.
- Evitar uso de drogas associadas à ototoxi-
cidade (aminoglicosídeos, diuréticos, etc.).
- Avaliar a função auditiva regularmente e 
garantir o acesso a prótese auditiva quando 
necessária. 
- Avaliar e remover rolha de cerúmen 
 quando indicado na APS. 
39
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
a) Osteoporose: as orientações são conflitantes sobre o rastreio para osteoporo-
se no Brasil. O United States Preventive Service Task Force (Força Tarefa de Servi-
ços Preventivos dos Estados Unidos da América) recomenda realização de densi-
tometria a cada 1 ou 2 anos para mulheres entre 65 e 85 anos, e para homens entre 
75 e 85 anos (RADOMINSKI et al., 2017). No entanto, não há recomendações em 
documentos do Ministério da Saúde para essa conduta. A maior exposição solar 
da população brasileira, a baixa disponibilidade da propedêutica indicada no SUS 
e as dúvidas quanto à real efetividade das ações preventivas medicamentosas jus-
tificam esse conflito de recomendações. O Ministério da Saúde entende que, até 
que se tenham estudos mais fundamentados sobre a mortalidade e os riscos as-
sociados à intervenção medicamentosa de longo prazo, não é indicado o rastrea-
mento universal da osteoporose em mulheres de qualquer idade (BRASIL, 2010a).
b) Rastreamento de câncer de intestino: novamente, há recomendações confli-
tantes nesse tópico. Entidades internacionais e consensos de especialistas reco-
mendam rastreamento por meio de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF) 
anual ou colonoscopia a cada 10 anos, realizadas dos 50 aos 75 anos, sendo que 
o início tardio do rastreamento de câncer de intestino, após os 65 anos, justifica 
considerar a colonoscopia (MORAES, 2019). No entanto, a baixa disponibilidade de 
propedêutica, insuficiente até mesmo para investigação de casos suspeitos em 
muitas realidades, torna questionável a viabilidade e custo-efetividade da imple-
mentação de programas desse rastreamento na realidade brasileira.
c) Rastreamento de câncer de mama: mamografia a cada 2 anos, dos 50 aos 69 
anos (MORAES, 2019; INCA, 2015).
Exames de rastreamento na pessoa idosa
A criação de uma lista de exames que deveriam 
ser solicitados de rotina para todos os idosos 
não é possível, visto que as condições que devem 
ser rastreadas no idoso precisa ser avaliada com 
base na funcionalidade de cada pessoa idosa. 
Portanto, vamos apresentar algumas condições 
de saúde com maior prevalência ou grande 
impacto na saúde do idoso e as atuais recomen-
dações para o seu rastreamento. Fonte: Freepik.com
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
40
d) Rastreamento de câncer de colo de útero: realização do exame citopatológi-
co em mulheres de 25 a 64 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames 
anuais consecutivos negativos, a cada três anos. Os exames periódicos devem 
seguir até os 64 anos de idade e, naquelas mulheres sem história prévia de doença 
neoplásica pré-invasiva, interrompidos quando essas mulheres tiverem pelo menos 
dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Para mulheres com 
mais 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame citopatológico, deve-se 
realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos os exames forem 
negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais. Não 
indicar esse exame em mulheres que não tiveram sexarca (início da vida sexual), 
independentemente da idade (INCA, 2016).
e) Infecção pelo vírus HIV: solicitação de sorologia para HIV em pessoas entre os 
15 e 65 anos (USPSTF, 2021).
Por fim, é importante lembrar que, em grande parte das vezes, 
a solicitação excessiva de exames desnecessários nos idosos 
levará aiatrogenia e ao aumento de gastos na saúde. 
1.2.5. AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDAS E SUA PREVENÇÃO
Aproximadamente 30% dos idosos caem a cada ano e a incidência anual aumenta 
para 50% para idosos acima dos 80 anos de idade (LEMOS; SIRENA, 2019).
As quedas representam impacto importante sobre a qualidade de vida dos idosos 
resultando em graves consequências, dentre elas, fraturas (24,3%), o medo de 
cair (88,5%), o abandono de atividades (26,9%), a modificação de hábitos (23,1%) 
e a imobilização (19%) (JUNIOR; HECKMAN, 2013).
As mortes por queda representam dois terços das 
mortes acidentais em idosos, sendo que os aciden-
tes são a quinta causa de morte nesta população. 
Quase todas as mortes são decorrentes da fraturade colo do fêmur. Aproximadamente, dois em cada 
1.000 indivíduos com mais de 65 anos morrem por 
ano devido a consequências de queda, e a propor-
ção tende a aumentar com a idade (JUNIOR; 
HECKMAN, 2013). Fonte: BRASIL, 2010b.
41
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
As taxas de mortalidade por quedas no Brasil, em 2011, foram de 2,75 por 10.000 
entre os idosos de 60 a 69 anos, 4,29 por 10.000 entre os idosos de 70 a 79 anos, 
chegando a 8,01 por 10.000 entre aqueles de 80 anos ou mais (CORDEIRO, 2014).
A etiologia das quedas é normalmente multifatorial e inclui mudanças posturais 
relacionadas à idade, déficit visual, uso de medicações, especialmente anticolinér-
gicos, sedativos e anti-hipertensivos, doença que afeta a força muscular e coorde-
nação motora, além de condições do ambiente residencial. 
Fatores de risco para queda (MORAES, 2016):
• história pregressa de queda;
• fraqueza muscular em membros inferiores;
• idade maior que 80 anos;
• sexo feminino;
• déficit cognitivo;
• problemas de equilíbrio;
• uso de psicotrópicos (particularmente os benzodiazepínicos e neurolépticos 
típicos e atípicos);
• osteoartrose;
• história pregressa de AVC;
• hipotensão ortostática;
• queixas de tontura;
• anemia.
O grande problema é que habitualmente os idosos não mencionam ao médico que 
sofreu quedas, especialmente quando não houve lesões e, da mesma forma, os 
profissionais de saúde não têm o hábito de inquirir sobre a ocorrência de quedas, 
e ambos erroneamente às vezes acreditam que cair é um processo inevitável do 
envelhecimento.
Portanto, é fundamental perguntar ao paciente se sofreu queda em casa nos últimos 
12 meses. Se sim, quantas vezes. E identificar riscos potenciais, perguntando ao 
paciente sobre dificuldade com escadas, presença de tapetes soltos e adequação 
da luminosidade interna e externa da casa, incluindo uma avaliação sobre a pres-
crição e avaliação da possibilidade de medicações alternativas de menor risco, 
exame da visão, marcha, equilíbrio, força e flexibilidade dos membros inferiores e 
revisão de outros problemas de saúde que podem influenciar. É importante também 
inquirir sobre a presença de equipamentos de segurança, como corrimão no ba-
nheiro e escadas.
No exame físico, há um teste chamado Teste Timed Up and Go (TUG), conforme ilus-
tração a seguir, no qual o paciente é instruído a levantar-se da posição sentada, ca-
minhar 10 passos ou 3 metros, virar-se e retornar à cadeira para sentar novamen-
te, e mostrou-se válido para avaliar a função dos membros inferiores, bem como 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
42
o equilíbrio durante a marcha. Se o paciente levar mais de 30 segundos para com-
pletar a manobra, apresentar instabilidade postural ou déficit na marcha sugere 
aumento no risco de quedas e deve indicar encaminhamento para um fisiotera-
peuta para avaliação completa.
Figura 08 – Etapas Teste Timed Up and Go.
Além deste teste, é fundamental um exame físico com atenção aos sistemas car-
diovascular, neurológico e musculoesquelético. A pressão arterial deve ser aferida 
nas posições deitada, sentada e de pé. Aguarda-se de 5 a 10 minutos com o pa-
ciente em repouso para aferir a PA na posição supina. Em seguida, afere-se em 
posição sentada, 1 minuto e 5 minutos após o paciente ter assumido a postura 
ereta, pois alguns pacientes mais velhos têm sintomas lentos de hipotensão pos-
tural, que é definida como uma queda de 20mmHg ou mais na PA sistólica ou de 
10mmHg ou mais na PA diastólica na transferência da posição supina para ereta 
(JUNIOR; HECKMAN, 2013).
Prevenção de quedas
A prevenção inclui a prática de exercícios físicos regulares, treinamento de equilí-
brio, da marcha e de força, retirada ou redução de psicoativos ou outras medica-
ções e modificações na segurança domiciliar, conforme orientações descritas no 
43
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
quadro a seguir. Essas atividades e orientações podem ser potencializadas por 
meio de grupos na Unidade Básica de Saúde (UBS), incluindo o apoio das equipes 
do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), por meio do circuito multissenso-
rial de prevenção de quedas. Este circuito conta com algumas estações, como por 
exemplo de equilíbrio estático, equilíbrio dinâmico, fortalecimento dos músculos 
dos membros superiores, fortalecimento dos músculos dos membros inferiores, 
alcance e apoio unipodal, durando cerca de 40 a 50 minutos de atividade a cada 
sessão.
É fundamental também a orientação quanto ao de calçados apropriados, pois saltos 
altos, chinelos, sapatos com solas escorregadias, calçados malajustados, sem ade-
rência suficiente ou com muita fricção e/ou sem fixação adequada (desamarrados) 
contribuem para o aumento do risco de quedas.
Quadro 01 – Segurança ambiental para o idoso.
Escala ambiental do risco de quedas
Áreas de locomoção Desimpedidas, com barras de apoio, revestimentos 
uniformes, sem tapetes ou com tapetes bem fixos
Iluminação Suficiente para clarear todo o interior de cada cômodo, 
incluindo degraus;interruptores acessíveis na entrada 
dos cômodos
Quarto de dormir Guarda-roupa com cabides facilmente acessíveis; 
cadeira permitindo sentar para se vestir; cama de boa 
altura (45cm)
Banheiro Área do chuveiro com antiderrapante; box com abertu-
ra fácil ou cortina firme; presença de barras de apoio; 
altura adequada do vaso sanitário
Cozinha Armários baixos, sem necessidade de uso de escadas; 
piso seco
Escadas Revestimento antiderrapante, com marcação com faixa 
amarela no primeiro e no últimodegraus, corrimão bi-
lateral sólido que se prolongue além do primeiro e do 
último degraus;
uniformidade dos degraus, com altura e profundidade 
constantes dos espelhos
Áreas externas Irregularidades e obstáculos nos calçamentos; vasos 
de plantas em altura acessível, sem necessidades de se 
abaixar
Fonte: Adaptado de MORAES; LANNA ,2016.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
44
1.2.6. CADERNETA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
A caderneta é um instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a 
saúde da pessoa idosa, possibilitando a identificação de situações de risco para a 
sua saúde, que traz ao profissional de saúde a possibilidade de planejar e organi-
zar ações de prevenção, promoção e recuperação, objetivando a manutenção da 
capacidade funcional das pessoas assistidas pelas equipes de saúde.
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa integra um conjunto de iniciativas que tem 
por objetivo qualificar a atenção ofertada às pessoas idosas no SUS. É um instru-
mento proposto para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo 
usada tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos idosos e por seus familiares e 
cuidadores (BRASIL; 2018).
É muito importante que seu preenchimento se dê por meio de informações cedidas 
pela pessoa idosa, por seus familiares e/ou cuidadores, para compor o plano de 
cuidado, a ser construído em conjunto com os profissionais de saúde. 
A caderneta permitirá o registro e o acompanhamento, pelo período de cinco anos, 
de informações sobre dados pessoais, sociais e familiares, sobre suas condições 
de saúde e seus hábitos de vida, identificando vulnerabilidades, além de ofertar 
orientações para o autocuidado.
Conheça a Caderneta de Saúde da 
Pessoa Idosa e utilize-a no seu serviço 
de saúde. Disponível no link: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ca-
derneta_saude_pessoa_idosa.pdf
Fonte: BRASIL, 2017b
45
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Encerramento da unidade 
Os profissionais que atuam na APS precisam estar preparados para prestar 
cuidado adequado ao idoso, com o entendimento de que envelhecer deve ser 
com saúde, de forma ativa, livre quando possível de qualquer tipo de dependên-
cia funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades e que as ações 
de prevenção no idoso devem ser direcionadas para a redução das incapacida-
des e da dependência. 
Para tal, vale relembrar o quão importante é conhecer o conceito de saúde no 
idoso, voltado para a manutenção da funcionalidade global,com foco no 
aumento do tempo de vida saudável, e não apenas no prolongamento da vida 
em anos.
Outra questão crucial trabalhada nesta unidade foram os Direitos dos Idosos, 
por meio do Estatuto do Idoso, que deve ser defendido e largamente difundido 
nos serviços de saúde para toda a população, para que possamos tê-los 
respeitados. 
Nesta unidade tivemos, ainda, a oportunidade conhecer atividades de promoção 
à saúde do idoso, como alimentação saudável, indicação de suplementos, estí-
mulo à atividade física orientada, imunização, rotinas de rastreamento para 
prevenção de doenças e, principalmente, entender como abordar quedas nos 
idosos e realizar orientações para sua prevenção, uma vez que as quedas repre-
sentam um sério problema para os idosos e estão associadas a elevados índices 
de morbimortalidade, redução da capacidade funcional e institucionalizações 
precoces. 
Vamos em frente! Ainda temos muito o que discutir no cuidado da saúde da 
pessoa idosa!
OBJETIVO DA UNIDADE
Desenvolver os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para a avalia-
ção em saúde da pessoa idosa em seus múltiplos domínios, com ênfase em sua 
capacidade funcional e qualidade de vida.
INTRODUÇÃO 
Sabemos que o conceito de saúde na pessoa idosa se relaciona diretamente com 
sua capacidade funcional. Nesse sentido, os métodos tradicionais de prevenção 
em saúde, focados na redução da morbidade e da mortalidade dão lugar a ações 
voltadas para preservação da funcionalidade e da independência do idoso (GUSSO; 
LOPES; DIAS, 2019). De forma semelhante, condutas terapêuticas e propedêuticas 
e informações prognósticas sofrem influência da capacidade funcional, que molda 
a conduta clínica e que pode transformar ações rotineiras em desnecessárias, des-
proporcionais ou mesmo maléficas para determinado indivíduo com incapacida-
des mais evidentes. 
No contexto da APS, diversos instrumentos podem ser utilizados para a avaliação 
da capacidade funcional do indivíduo idoso. Considerando as particularidades da 
saúde dessa população, tais instrumentos devem ter caráter multidimensional, 
Avaliação 
multidimensional do 
idoso e abordagem 
das grandes 
síndromes geriátricas
UNIDADE 02
47
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Existem instrumentos desenvolvidos para complementar a con-
sulta médica e que podem ser utilizados na APS de maneira opor-
tunística e global. Sua aplicação é importante para identificar 
problemas que não são usualmente rastreados ou que são tra-
tados como “normais da idade”. 
com o objetivo de detectar os principais problemas de saúde que afetam a quali-
dade de vida do idoso (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019; CARMO, 2014).
Nesta unidade, discutiremos alguns instrumentos para classificação funcional e 
para avaliação multidimensional do idoso, as grandes síndromes geriátricas (con-
dições comuns especialmente nos idosos mais frágeis, de etiologia múltipla e que 
têm o envelhecimento como principal fator de risco) e passaremos orientações 
gerais em como manejar adequadamente indivíduos nesse grupo etário mais he-
terogêneo que a população geral.
REFLEXÃO
Reflita sobre o seguinte caso: uma paciente idosa que você acompa-
nha há vários anos parou de fazer as compras no mercado (em um 
contexto fora de pandemia!). Se você aceitar que isso é esperado para 
uma senhora dessa idade, sem considerar os motivos e as causas para 
tal prejuízo no seu funcionamento habitual, pode deixar de reconhe-
cer algumas limitações nela desenvolvidas que são pesquisadas por 
determinados instrumentos e que podem, sim, estar relacionadas a 
determinadas doenças ou às grandes síndromes geriátricas. 
Ao final da unidade, é esperado que você seja capaz de:
• Reconhecer a especificidade de cuidados requeridos pela pessoa idosa.
• Aplicar o instrumento Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional (IVCF-20).
• Realizar a Avaliação Multidimensional do Idoso (AMI).
• Tratar adequadamente a pessoa idosa a partir da identificação de declínio 
funcional.
• Abordar as grandes síndromes geriátricas num contexto de integralidade do 
cuidado.
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
48
A funcionalidade, a autonomia e a independência no idoso são 
avaliadas por sua capacidade ou não de realização das Ativida-
des de Vida Diária (AVDs). 
O diagrama a seguir resume a funcionalidade global e cada um dos domínios de 
saúde do idoso. Confira cada uma das caixinhas para saber mais sobre cada um 
dos componentes (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
Fonte: Adaptado de MORAES; MARINO; SANTOS, 2010.
Figura 09 – Funcionalidade global e domínios de saúde da pessoa 
idosa.
2.1 ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E FUNCIONALIDADE GLOBAL
A funcionalidade global, base do conceito de saúde neste grupo, é o ponto inicial 
de toda a avaliação do idoso. Nada mais é que a aptidão desse indivíduo em ge-
renciar a sua vida e de satisfazer suas necessidades biopsicossociais. Por extensão, 
a saúde da pessoa idosa está associada à sua independência e autonomia, inde-
pendentemente da presença ou não de doenças (MORAES; MARINO; SANTOS, 2010).
Principais tarefas do dia a dia do idoso, sendo divididas em básicas, instrumentais 
e avançadas.
49
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Figura 10 - Atividades de vida diária.
REFLEXÃO
Independência e autonomia estão intimamente relacionadas, mas são 
conceitos diferentes. Uma pessoa que sofreu um acidente vascular 
encefálico pode ter como sequela uma hemiplegia que a impede de 
deambular, mas sem necessariamente perder a capacidade de admi-
nistrar sua vida com total autonomia. 
EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
50
2.1.1.CLASSIFICAÇÃO CLÍNICO-FUNCIONAL DO IDOSO E ESCALA VISUAL 
DE FRAGILIDADE
Conforme já discutido previamente neste curso, a saúde da pessoa idosa se mani-
festa de maneira completamente heterogênea, ou seja, indivíduos com a mesma 
idade e até com as mesmas doenças podem apresentar funcionalidades comple-
tamente distintas. Portanto, idade e doenças, embora importantes, associados à 
constatação de que envelhecer sem adquirir alguma doença crônica é muito 
incomum, não agrega subsídios para a tomada de decisão para a melhoria do bem-
-estar e para a saúde do idoso, visto que são, frequentemente, imutáveis (não dá 
para mudar a idade de ninguém ou fazer a pessoa deixar de ter uma doença crônica, 
embora possamos controlá-la!). 
Assim, somente a presença de diagnósticos nosológicos não 
traduz com confiabilidade como está a saúde daquele indivíduo 
e nem como poderemos atuar como profissionais de saúde para 
agir efetivamente na sua promoção e restauração se necessá-
ria. Por isso, a classificação funcional é considerada fundamen-
tal para o idoso. 
O declínio funcional, isto é, deixar de fazer algo por imposição de uma doença ou 
condição alheia à vontade do indivíduo, é considerado a principal manifestação de 
fragilidade, esta última entendida como uma redução da capacidade de fazer frente 
às agressões biopsicossociais, representando o grau de vulnerabilidade do idoso 
para desfechos adversos como institucionalização, dependência ou morte.
O declínio da funcionalidade, habitualmente, inicia-se pela perda das AVDs mais 
complexas (avançadas) até comprometer o autocuidado (AVDs básicas). Com o ob-
jetivo de agrupar os idosos em grupos mais similares, considerando sua heteroge-
neidade e suas diferentes necessidades em saúde, propôs-se a classificação clíni-
co-funcional do idoso, baseada nas definições da funcionalidade e na presença ou 
não de fatores de risco, doenças e comorbidades múltiplas, fundamental para a 
compreensão dos problemas e o planejamento de ações voltadas ao cuidado. 
Confira a seguir.
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EIXO 03 | MÓDULO 11 Saúde do Idoso
Fonte: Adaptado de PARANÁ, 2018.
Figura 11– Classificação clínico-funcional dos idosos.
A subdivisão da avaliação dos idosos em estratos, variando de 1 a 10, é útil princi-
palmente para acompanhamento longitudinal do declínio funcional. Dessa forma, 
se ater com muita exatidão de qual estrato no qual a pessoa idosa se encaixa tem

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