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DPC3_T21_Exibição

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 21.	EXIBIÇÃO. Conceito. Ação de Exibição e exibição de documentos ou coisa (art. 355). Exibição incidental. Eficácia da Exibição.
E X I B I Ç Ã O
 CONCEITO 
Toda vez que se expõe uma coisa, pode-se dizer que se está exibindo-a. Este conceito de exibição trazido para o linguajar jurídico, é traduzido com o sentido de “trazer a público, submeter a faculdade de ver e tocar”, por Ulpiano. No Digesto Romano, este conceito se aprofunda para concluir que exibir é “tirar a coisa do segredo em que se encontra, em mãos do possuidor”.
Modernamente, o conceito jurídico se resume em “constituição ou asseguração de prova”, ou no “exercício de um simples direito de conhecer e fiscalizar o objeto em poder de terceiro”, consoante os ensinamentos de Theodoro Júnior - Obr. cit., pág. 477.
O objetivo da ação de exibição não é o de privar o demandado de posse do bem, “mas apenas a propiciar ao promovente o contato físico direto, visual, sobre a coisa”. Todavia o documento poderá permanecer nos autos, por determinação do Juiz, o mesmo acontecendo com a coisa que poderá permanecer em poder do depositário judicial, por um certo tempo, suficiente para que se proceda a devida inspeção. Feito o exame restitui-se o documento ou a coisa ao exibido.
A matéria concernente à exibição é tratada pelo CPC, em “duas situações:
a) como incidente da fase probatória do processo de cognição (arts. 355 a 363 e 381, 382; e
b)	como medida cautelar preparatória (arts. 844 e 845)” 
												(idem)
Todavia, para o presente estudo, nos atemos à exibição por meio de medida cautelar, na conformidade com os artigos 844 e 845 do CPC.
AÇÃO DE EXIBIÇÃO E
 EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS
Para melhor clareza e estudo do texto em sala de aula, entendemos oportuno transcrever a lição do citado Mestre:
“Ação de exibição 
A ação de exibição, que é a que nos interessa, está regulada entre as medidas cautelares do Livro III, como procedimento preparatório, e compreende a pretensão de exigir a exibição em juízo (art. 844):
I. 	de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha interesse em conhecer;
II. 	de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios;
III.	de escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivos, nos casos expressos em lei.
A construção jurídica é a de ação de preceito cominatório, como adverte Pontes de Miranda. Isto é, o juiz determina a exibição do documento ou coisa, sob a cominação de serem admitidos como verdadeiros os fatos que por meio deles, a parte pretendia provar (art. 359).
Se o documento ou a coisa está em poder de um terceiro, não legitimado para a ação principal, o descumprimento da ordem de exibição dá ensejo a medida de busca e apreensão, sem prejuízo de responsabilidade por crime de desobediência (art. 362)”.
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“Ação cautelar exibitória
Há quem negue à ação de exibição a natureza cautelar
No entanto, fornecendo à ação exibitória elementos de fato que se destinam a instruir o futuro processo, sem se preocupar com a maior ou menor razão daquele que dela se vale, e sem ter um objetivo a exaurir em si mesma, realiza atividade tipicamente cautelar.
O locador ou o herdeiro que exigem, frente ao locatário ou ao inventariante, exibição do bem locado ou inventariado, são titulares de uma situação substancial, autônoma e definida que lhes assegura o direito à vistoria da coisa. Mas o interessado que obtém mandado de exibição da coisa para obter dados a respeito de suas características ou de sua posse, a fim de munir-se dos elementos necessários ao ajuizamento de uma reivindicatória, nenhum interesse material imediato apresenta. Sua pretensão é acautelar o processo principal para que ele seja proposto sem os riscos peculiares ao exercício desbaseado na pretensão reivindicatória.
A ação cautelar de exibição corresponde não à verificação da propriedade da coisa ou declaração de conteúdo ou falsidade do documento. Cuida apenas da ‘asseguração da pretensão a conhecer os dados de uma ação antes de propô-la. Mantê-la na classe das exibições que correspondem à pretensão, à asseguração da prova não é, certo, contra a natureza das coisas; pois a prova se destina ao convencimento do juiz e o autor está promovendo a formação de elementos que possam leva-lo ao cumprimento do seu ônus de afirmar e de provar’”
.................................................................................................................................
“Exibição de coisas móveis
O art. 844, em seu primeiro inciso, admite a exibição de coisa móvel, em poder de outrem, nos casos em que o autor:
a) a repute sua; ou
b) tenha interesse em conhece-la.
Apenas as coisas móveis são objeto de exibição. Sobre os imóveis, que não podem ser ocultados ou mantidos em segredo, a pretensão de antecipação de prova é realizada normalmente pelas vistorias ad perpetuam rei memoriam.
Não apenas as pretensões de direito real autorizam a exibição de coisa, mas também as de direito pessoal e até as de interesse puramente probatório, como, por exemplo, o pedido de exibição do veículo alheio para comprovar os vestígios da colisão que causou prejuízo ao promovente da ação exibitória”.
.................................................................................................................................
“Exibição de documentos
Conforme o inciso II do art. 844, a exibição de documento subordina-se aos seguintes requisitos:
a) o documento deve ser próprio ou comum;
b) deve estar em poder de co-interessado, sócio, condômino, credor ou devedor; ou de terceiro, que tenha em sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens alheios.
Diante dos requisitos do art. 844, nº II, não é todo e qualquer documento que se pode pretender seja exibido: o documento há de ser próprio, isto é, pertencente ao autor, ou comum, ou seja, ligado a uma relação jurídica de que participe o autor.
Documento comum não é, assim, apenas o que pertence indistintamente a ambas as partes, mas também o que se refere a uma situação jurídica que envolva ambas as partes, ou uma das partes e terceiro. É o caso, por exemplo, do recibo em poder do que pagou, mas que interessa também ao que recebeu; o da via do contrato em poder de um contraente quando o outro perdeu a sua; ou das correspondências em poder do destinatário nos contratos ajustados por via epistolar.
Em face da exigência do texto legal de que o documento seja próprio ou comum, não me parece viável pretender de terceiro a exibição de documento particular dele, obtido sem intervenção do promovente e sem relacionamento direto com o negócio jurídico invocado pelo requerente, ainda que possa ser útil à defesa dos interesses da parte. ”
								(idem, págs. 478/479/480/481)
EXIBIÇÃO INCIDENTAL
No mesmo passo, transcrevemos trecho da obra do insigne Mestre, quanto ao tópico: 
“Exibição incidental
Não se trata de medida cautelar, mas de atividade instrutória no curso do processo principal. Pode ser promovida contra uma das partes ou contra terceiro, pois que o Código atribui também ao terceiro o ônus de cooperar para a distribuição da justiça e consequentemente para a descoberta da verdade. Nessa ordem de idéias, o art. 341 do novo CPC atribui ao terceiro, isto é, àquele que não é parte na relação processual, o dever de:
‘I. informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, de que tenha conhecimento;
 II. exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder’.
A actio incidental exibitória contra a parte segue o rito dos arts. 355-359, e contra o terceiro, o dos arts. 360-362.
Ao dever de exibição incidentalnão escapam, os livros e documentos mercantis, como se vê dos arts. 381 e 382”.
										(idem, pág. 479)
EFICÁCIA DA EXIBIÇÃO
A Exibição tem eficácia peculiar à sua natureza tanto mais quando pode-se registrar que:
a)	não se subordina ao prazo de 30 dias para propor a ação principal, conforme o preceito do art. 808 do CPC, tanto que se trata de medida antecipatória de prova , e por isso não há que falar em cessação de eficácia de medida cautelar, para o caso;
b)	pelas mesmas razões, não há a ocorrência de prescrição ou de decadência; e
c)	os autos permanecem em cartório.
QUANTO À LIMINAR NA AÇÃO DE EXIBIÇÃO 
É oportuno, por todos os títulos, lembrar que a ação exibitória não comporta concessão de liminar. “O procedimento tende, por sua própria índole, a produzir a eficácia após uma sentença que condene o requerido à exibição. (arts. 359 e 361)”.
					 			(idem, pág. 486/487)
O procedimento, a critério do autor, poderá ser substituído, com vantagem, pelo de busca e apreensão quando conhecer.
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APOSTILA ELABORADA PELO PROF. MÁRIO MARQUES DE SOUZA E REESCRITA PELO PROF. LUIZ SOUZA CUNHA
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques - Manual de Direito Processual Civil
 4º Volume - 7ª Edição - 1987.
Humberto Theodoro Júnior - Curso de Direito Processual Civil
 Volume II - 17ª Edição - 1996.
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em julho/ 2008
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