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INTERDISCIPLINARIDADE NA PRÁTICA EDUCATIVA INTERDISCIPLINARIDADE NA PRÁTICA EDUCATIVA DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES editorafamart@famart.edu.br TUTORIA ONLINE Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30 Acesse a aba Tutoria EaD em seu portal do aluno. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3 2 A INTERDISCIPLINARIDADE ........................................................................ 4 3 PRÁTICAS ESCOLARES E A INTERDISCIPLINARIDADE ........................ 12 3.1 Disciplinaridade ........................................................................................ 13 3.2 Multidisciplinaridade ................................................................................ 17 4 INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA .................................................... 22 4.1 Transdisciplinaridades ............................................................................ 26 4.2 Didática e interdisciplinaridade .............................................................. 30 4.3 Contexto das salas de aula e a organização das condições de aprendizagem ................................................................................................. 31 5 PLANEJAMENTO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA CRÍTICA ............... 36 5.1 A importância do planejamento das aulas ............................................. 43 6 TIPOLOGIA E ETAPAS DO PLANEJAMENTO ........................................... 49 6.1 Planejamento interdisciplinar ................................................................. 54 6.2 Didática multireferencial .......................................................................... 59 7 DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE .................................................... 63 7.1 A Parábola do cavalo ............................................................................... 63 7.2 Socioconstrutivismo e didática .............................................................. 66 8 TEMAS TRANSVERSAIS DA EDUCAÇÃO ................................................. 71 ENCERRAMENTO ........................................................................................... 78 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79 3 1 INTRODUÇÃO Nosso objetivo primordial é possibilitar a compreensão da Interdisciplinaridade em seus fundamentos, possibilitando o conhecimento da sua existência no mundo dos educadores. Para conceituar Interdisciplinaridade é preciso definir algumas tarefas que são bastante complexas, uma vez que esta palavra envolve uma diversidade de equívocos e possibilidades. Para trabalharmos a compreensão da interdisciplinaridade, podemos recorrer a uma metáfora: o conhecimento é uma sinfonia. Para a sua execução será necessária a presença de muitos elementos: os instrumentos, as partituras, os aparelhos eletrônicos, etc. A orquestra está estabelecida. Todos os elementos são fundamentais, descaracterizando, com isso, a hierarquia de importância entre os membros. O primeiro ponto que deve ser considerado refere-se à questão da insegurança, pois ela faz parte do novo paradigma emergente do conhecimento. Tal como no caso da ciência moderna, em que se tinha exercido a dúvida em vez de sofrer, é preciso que se faça o mesmo na ciência pós- moderna, assumindo a insegurança em vez de postergá-la. Mas assumir a insegurança pressupõe o fato de exercê-la com responsabilidade. É necessário tomar conhecimento desses estudos, antes de empreender o caminho da ação interdisciplinar, pois uma reflexão epistemológica cuidadosa possibilita consideráveis avanços. E tais avanços poderão permitir a visualização de projetos concretos de investigação que em parte possam corresponder ao novo paradigma emergente de conhecimento, embora precise ficar claro que em termos de conhecimentos estamos ainda em fase de transição. Estamos bastante divididos entre um passado que negamos, um futuro que vislumbramos e um presente que está muito arraigado dentro de nós. Com o intuito de atender à questão da “Interdisciplinaridade na Escola”, acerca do desenvolvimento expressivo do seu desenvolvimento com o meio ambiente e suas relações com o mundo, pode-se compreender melhor os caminhos da sua manifestação. 4 2 A INTERDISCIPLINARIDADE “Ser mestre não é apenas lecionar. Ensinar não é apenas transmitir matérias. Ser mestre é ser instrutor, amigo, guia e companheiro. É caminhar com o aluno passo a passo, é transmitir a ele o segredo da caminhada” (Piaget). O processo vital de desenvolvimento é formador da personalidade. Assim, a Educação não se confunde com a mera adaptação do indivíduo ao meio. Antes disso, é atividade criadora e abrange o homem em todos os seus aspectos. Começa na família, continua na escola e se prolonga por toda a existência humana. A Educação é, pois, o processo pelo qual uma pessoa ou grupo adquirem conhecimentos gerais, científicos, artísticos, técnicos ou especializados com o objetivo de desenvolver sua capacidade ou aptidões. Na Grécia Antiga, a Educação visava preparar os jovens para as relações com a Cidade ou Estado. Cada Estado tinha suas características e os sistemas educacionais deviam adaptar-se a elas para preparar adequadamente a juventude. Quando os romanos conquistaram a Grécia, existia em Roma um sistema educacional decadente. O pai tinha poder ilimitado sobre os filhos e era publicamente censurado quando fracassava no ensino dos preceitos morais. Destacaram-se na Idade Média o trivium (gramática, dialética e retórica) e o quadrevirum (geometria, aritmética, música, astronomia). Além disso, tem- se a filosofia e, na dramaturgia, as doutrinas da igreja e das escrituras. Já durante o Humanismo – no século XI – o norte da Itália apresentava o maior progresso material cultural da Europa. A Educação nos séculos XVIII e XIX teve caráter marcadamente aristocrático. Com os movimentos intelectuais do século XX, a Educação contemporânea trouxe teorias educacionais destinadas a renovar os métodos da escola tradicional. A nova escola e a escola antiga abarcaram várias correntes pedagógicas. A Educação em liberdade aboliu a hierarquia professor/aluno e, 5 portanto, a relação de autoridade na experiência pedagógica é rompida, encaminhando a criança à autoeducação de acordo com seu ritmo e movimento. Além das referidas abordagens, tem-se, ainda, a Educação socialista, que no século XX elaborou uma doutrina marxista para a educação; a Educação libertadora, que, no Brasil, deveria estar pautada na liberação do oprimido, dando-lhe meios para transformar a realidade social a sua volta mediante a conscientização e o conhecimento crítico do mundo; e a Educação e tecnologia, enfatizando o desenvolvimento tecnológico no âmbito da educação. Nos tempos atuais, destacam-se alguns Ramos Especiais: Educação artística; Educação física; Educação para adultos; Educação especial; Ensino religioso; Ciências da educação; Filosofia da educação; Educação comparada; Biologia da educação; Economia da educação (psicologia da educação, sociologia da educação, didática). A Educação no Brasil, no período colonial, empregava o sistema de ensino dos jesuítas. No tempo de D. João VI passou-se por um período de decadência, desagregação e descentralização do ensino básico (1834), cuja organização passou a ser responsabilidade das assembléias provinciais. Na República Velha, após a primeira Guerra Mundial, a “Escola Nova“ penetrou no Brasil com algumas figuras centrais: Antônio Sampaio Dória, em São Paulo (1920); Lourenço Filho, no Ceará (1923); Anísio Teixeira, na Bahia(1925); Francisco Campos e Mário Casassanta, em Minas Gerais (1927); Fernando de Azevedo,que queremos alcançar? - O que faremos concretamente (em tal prazo para diminuir esta distância?). Há modelos e concepções dos homens e da sociedade em cada grupo. Por isso, pode-se variar seus efeitos, mas se não forem respondidas não se pode efetuar um planejamento. Deve-se, pois, analisar continuamente a ação e a buscar reflexão não apenas sobre a eficiência do trabalho como também do processo educativo humano mais fundamental. Dizer para que existe hoje a instituição que planeja é a parte mais importante de um plano e, mesmo, de um processo de planejamento. Os enfoques que buscam identidade devem levar em conta se estão apontados no plano compreendido a cultura que se integra à educação. No marco doutrinal é algo que se constitui como um ideal alcançável sempre em maior profundidade para o momento, contudo difícil de ser atingido plenamente. É necessário dentro do marco Operativo um posicionamento a respeito do que é adequado para que a instituição planejada aproxime a realidade existente à realidade idealmente descrita. Quando tentar alcançar a maioria dos objetivos nos planejamentos, que serão formados nos planos, supõe-se a melhoria das ações. Em função disso e em contraposição à visão funcionalista de planejamento, propomos uma nova forma de ação, cuja força reside na participação de muitas pessoas, politicamente agindo em função de necessidade, interesses e objetivos comuns. Um planejamento flexível adaptado a cada situação específica que envolva decisões comunitárias e que se constitui em processos políticos vinculados à decisão da maioria. Um planejamento que tenha por objetivo final a formação do brasileiro, individual ou socialmente considerado a partir do engajamento de maiorias para as 39 mudanças estruturais necessárias. O planejamento vem constituir uma estratégia de trabalho que se caracteriza pela integração de todos os setores da atividade humana social, num processo global para a solução de problemas. O conhecimento da realidade para se poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às necessidades do aluno. É preciso, antes de tudo saber para quem se vai planejar, por isso conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do processo de planejamento. É importante saber quais as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos. Fazendo isso, estará fazendo uma sondagem, isto, é buscando dados. Uma vez realizada a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco de propor o que é possível alcançar ou o que não interessa ou, ainda, o que já foi alcançado. Esquematizando essa primeira etapa, tem-se o seguinte: A elaboração do plano a partir dos dados fornecidos pela sondagem e interpretados pelo diagnóstico trará condições de estabelecer o que é possível ser alcançado, como fazer para alcançar o que julga possível e como avaliar os resultados: - O que venho fazer aqui? - E o que eles, todos e cada um individualmente, vêm fazer aqui? - Que espero deles? Conhecimento da realidade Aluno Aspirações Necessidades Frustrações Possibilidades Sondagem Diagnóstico Ambiente Escolar Comunitário 40 A elaboração de um plano de ensino é a forma de organizar todas as etapas de trabalho escolar. A sua execução consiste no desenvolvimento das atividades previstas. Sempre haverá o elemento não plenamente previsto. Às vezes, a reação dos alunos ou as circunstâncias do ambiente exigirão adaptações e alterações no planejamento. Isto é normal e não dispensa o planejamento, pois uma das características de um bom planejamento deve ser a flexibilidade. O planejamento passa a ter em seu bojo, então, o conjunto de instrumentos técnicos a serviço das decisões e técnicas participativas. É necessário, porém analisar os riscos dos planejamentos suplantados pelas vantagens que oferecem. Se o planejamento puder ser realizado a partir de um processo educativo permanente e renovado efetivará suas características. A complexidade da vida social gera a luta de classes, a busca constante de melhores condições de vida ou a ascensão a uma classe economicamente mais alta. O planejamento hoje é uma necessidade de todos os campos de atividades humanas. Quanto mais complexos forem os problemas, maior é a necessidade de um planejamento. O processo de planejamento procura responder às pendências adquiridas ao longo do desenvolvimento. Ele precisa consistir na tomada de decisão sobre a educação de um conjunto de desenvolvimento geral. A elaboração dos tipos de planejamento requer a proposição de objetivos ao longo do prazo que definam uma educação. O planejamento é fundamental à idéia de transformação da realidade, centrado em suas perspectivas visa aprimorar o desenvolvimento dos envolvidos na elaboração e com isso busca integrar para adquirir a eficiência e qualidade do trabalho que pretende desenvolver. Eis o enfoque decisivo do planejamento que parte de uma filosofia humanista, que propõe ao homem, juntamente com seus iguais, discutir problemas comuns e construir um processo de trocas e buscas do futuro de uma comunidade que se estuda. O planejamento precisa deixar de ser mero espectador, a platéia dirigida para se transformar no sujeito da história e autor da sua cultura e de seu tempo adquirido qu,e aos poucos, começa a ganhar o 41 destino de suas experiências relatadas. O planejamento vem servir como base de um trabalho que procura sair do palavreado e direciona-se para uma prática. É mesmo fundamental que o processo de planejamento sobre um determinado campo de atividade seja entendido como uma contribuição para que, na sociedade, diminuam as diferenças entre os mais e os menos favorecidos. O grande remédio é a participação porque ela é a mola para a conscientização. O enfoque que vem chamar atenção diz respeito às observações que podem ser feitas quando se elabora um planejamento que é a visão idealizadora da teoria para levar à adaptação da vida prática. Em qualquer segmento profissional, para se obter um trabalho de qualidade, vem primeiro o planejamento desenvolvido dentro do estudo. É nesta etapa que se procura relacionar: deficiência, tentativas, formas, qualidade e os resultados. Quantas vezes se planeja uma aula para, em contato com a realidade, aquela mesma aula precisar ser reformada imediatamente pela realidade encontrada na sala de aula (indisciplina). O professor precisa planejar além de suas próprias necessidades, porque ele nunca sabe o que vai encontrar na sala no dia seguinte. Tem-se uma perspectiva idealizada, porém muitas vezes difere do contexto atual no qual está inserida(o). Se diante dos percalços existir uma relação voltada para uma ligação participativa nos critérios administrativos, técnicos, docentes e discentes, tudo parece andar na mesma direção, mas se houver uma disposição (conflitos), parece ficar difícil, mesmo porque não está direcionado só para alguns, a direção vale para todos que vivem a realidade. Não supõe soluções independentes da necessidade da comunidade. Ao tratar a realidade teórica envolve-se uma série de problemas, que vão dar subsídios para o planejamento. Não se planeja o que está bem, mas o que precisa melhorar a visão do futuro, a chegada do novo, a receptividade. Costuma-se dizer que o planejamento é o cartão de visita de uma Empresa. O reflexo de um bom planejamento reflete em todos os setores e qualifica os profissionais que atuam direta ou indiretamente. Isso é realmente o que domina o planejamento como uma estrada de asfalto que se direciona rapidamente a qualquer lugar. 42 A estrada facilita o contato com as cachoeiras, rios, campos lindos diminuem os passos, pois o viajante permanece mais tempo atônito com tanta beleza e, com isso o caminho vai ficando longo, se arrastando, sem previsão. No entanto, se pretende chegar mais rápido e com liberdade deescolha precisa ir ao asfalto, que é o modo de ir mais longe e rápido pela qualidade da estrada que o veículo precisa percorrer (inteligência). Quando embaralham as ideias elas ficam confusas e a qualidade dos trabalhos reflete na pessoa que direciona. Mas se a essas mesmas ideias estiverem organizadas terá mais condição de desenvolver o planejamento com segurança e ainda sobrará tempo para auxiliar o outro. Ninguém trabalha voltado para si, todos os esforços analisados com calma direcionam para alguém. Em qualquer situação que venha a ser há sempre um setor esperando a execução de um trabalho. São essas direções que qualificam para procurar fazer cada vez melhor, com determinação, com segurança e buscar dentro dos esforços a perfeição. Sabese que ninguém é perfeito, mas deve-se procurar formá-la em benefício de uma educação melhor. A comunidade que será avaliada no planejamento fundamenta-se numa filosofia política de renovação. As decisões mais substantivas, importantes, deverão ser tomadas pelas pessoas que compõem a comunidade, que começarão por tomar consciência de seus problemas mais prementes e desenvolvem sua criatividade e capacidade de tomar decisões iniciativas, na busca de soluções próprias. Portanto, todo planejamento comporta um diagnóstico da realidade. Porém, um diagnóstico mais consciente e autêntico é pressuposto essencial para um trabalho produtivo. Este conhecimento da comunidade deverá decorrer do trabalho co- participado de todos. A comunidade precisa saber o que deseja e o que poderá ser num determinado tempo. Visto tudo isso, surge os planos que se integram ao trabalho desenvolvido para aprender e fazer a progressividade das atividades e técnicas dos conteúdos. É necessário considerar, porém, que tais riscos e dificuldades poderão se suplantar pelas vantagens que oferecem o Planejamento. Nota-se a transparência da realidade dos objetivos propondo-se soluções conscientes e 43 substantivas. Além disso, a união de todos, para um fim comum, imbui todo processo de uma força de atuação muito grande, ampliando o horizonte de decisões, a divisão de trabalho e as responsabilidades. O valor se deve ao desenvolvimento humano educativo que se encara como ator e não mero espectador de sua história. Uma das preocupações mencionadas pelos educadores a respeito do planejamento é a possibilidade legal de sua efetivação nos diferentes sistemas de ensino. Enquanto as atividades vêm renovando as estruturas, ainda trazem um pouco sobre o sistema de ensino retrógrado, tradicional e fechado. É necessário superar esses ideais passados e planejar para que se dê vida, que se desperte o tamanho da importância da organização e se alcance os objetivos da qualificação do trabalho educativo em todos os seus segmentos. 5.1 A importância do planejamento das aulas O planejamento tem que ser algo flexível ao entendimento e não uma teoria que dificulte a prática e acabe sendo guardado na gaveta, ou que venha a ser repetida a mesma metodologia do exercício da prática sem nunca trazer uma forma que chame atenção para percepção do aluno. A elaboração de planos é muito importante num processo de planejamento. Convém repetir, contudo: mais importante que os planos são os processos que por meio deles se desencadeiam. É possível planejar as aulas dentro da realidade atual. Não convém idealizar uma teoria centrada numa prática que difere da cultura. Embora tenha que aprender os costumes e culturas diversas, não se deve esquecer o que se dispõe no momento. De fato o planejamento das aulas (planos) sob a forma escrita torna-se mais eficiente e mais eficaz. E, sobretudo, para dar consistência a um processo de planejamento alcançado como resultado adicional (não de menor importância) sendo o próprio processo educativo quando colocado em prática. O que qualifica a maneira de interagir diante dos planejamentos em sala de aula é a maneira na qual são expostos os conhecimentos adquiridos. Até 44 para que esses conhecimentos venham ao público é preciso conhecer a quem passar e o que passar, visto que eles estão na posição de receptor/transmissor. Para qualificar a importância de um planejamento para sala de aula precisa-se de demonstrações de conhecimentos que sejam vivenciados ao longo da formação educar e aprender. Fazer um planejamento é levar o seu objetivo para os planos de aula e estes se estenderem na sala de aula. Todavia, observe que elaborar um plano sem planejamento é tecer uma rede que não se liga entre si. Ter um processo de planejamento sem plano é correr o risco de que a rede desmanche por falta de pontos de ligação dos fios. Não são, contudo, todas as metodologias de elaboração de planos que são organizadoras de um processo de planejamento. Com muitas metodologias, mesmo que se queira ter um processo, fica-se num suceder de planos desligados entre si. É conhecido no planejamento uma tarefa que anda por uma estreita via entre dois desfiladeiros: entrada firme desde que se tome cuidado para não cair. A tendência que leva a esse conhecimento é a norma da visão imperativa de uma imposição que pode instalar-se com facilidade e produzir a manipulação. Por outro lado, o desejo de fugir permite a desorganização das aulas e mostra que o planejamento foi negado. Entretanto, o conhecimento leva a alertar para o compromisso. Conhecer as habilidades para executar um plano de aula dentro do que foi planejado é a maneira mais eficiente de dizer para si mesma que: a organização qualifica. Não criticando situações opostas, mas estar procurando esclarecer que um não anda sem o outro. A importância de planejar é procurar prever um prognóstico que chama a atenção para melhorar a qualidade da atuação. Os principais cuidados para se fazer um planejamento que virá atuar na sala de aula é organizar a sua equipe, não de planejadores, mas de coordenadores: Conhecimento da teoria de planejamento (o que se pretende diante do que se tem registrado); 45 A metodologia e a clareza do plano facilitam um entendimento e melhora a capacidade do outro; Ser parceiro e compreensivo: favorecer a explicação; Abrir espaço para que os outros participem; Propor etapas das atividades do processo educativo; Redigir os textos, respeitando o pensamento do outro; Favorecer a participação e demonstração de fatos vivenciados na teoria e prática; Encontrar soluções em conjunto; Ser comunicativo. Assim pode-se encontrar uma equipe que deslancha o processo do planejamento e que venha parecer uma interferência ética e cientificamente aceitável dentro do grupo, inclusive com o aval da “autoridade”, tendo em vista que não visa à manipulação e busca sair do espontaneísmo de deixar as coisas ficarem como estão. Nas reuniões de planejamento para elaboração de seus planos devese, porém, utilizar durante todo andamento um suporte de tempo necessário para implantação de um processo favorecendo a realidade de cada um. O fundamento se dá pelo resumo de tudo e assume diante dos esforços os limites que venham a ultrapassar a perspectiva do plano diante da realidade escolar. Quando foi frisado que o professor precisa planejar, além do que está programado para executar seu trabalho, estava avaliada a questão de desenvolvimento socioeconômico encontrado, que muitas vezes empurra o educador para aprimorar o seu conhecimento conforme as condições que lhe foram impostas. Será oportuno que o planejamento venha a ser implantado no processo de cooperativismo. As suas várias formas devem ser observadas no que se refere às características escolares como: motivação, mudanças, conhecimento dos esquemas mais amplos a metodologias de implantação do processo e, sobretudo, domínio dos pontos básicos. Não se trata de estabelecer com extremo rigor o nível de qualidade dos planejamentos, o que se pretendealcançar é a melhor qualidade na atuação enquanto programador de funções educativas. Diante dos processos do 46 planejamento, analisando várias metodologias e estudos diferenciados das escolas e posturas educadoras, vem uma observação que chama a atenção sempre. A qualidade da aprendizagem se dá pelo repasse, diante das metodologias trabalhadas em sala de aula. E porque existem tantos analfabetos? O que acontece quando se avaliam os alunos e encontram uma aprendizagem tão fraca? Por que os alunos não dominam a interpretação e não tem aptidão para matemática? Onde está o erro? Procura-se planejar diante dos labirintos que empurram para uma realidade que questiona tanto? Diante das realidades de ensino o que falta são os compromissos das funções tanto do educador como do educando. Não se questiona somente pela qualidade, mas pela quantidade que apresentam e exigem a nossa mudança diante das posturas apresentadas. Por isso o planejamento vem assumir um lugar de destaque nos dias atuais, não para alertar organização, mas para favorecer o desenvolvimento do processo melhor, de um crescimento contínuo de uma qualidade satisfatória. Se procurar investir nos planejamentos, certamente terá planos bem elaborados e alunos qualificados. Falar da teoria da aplicação simplifica dizer um conjunto de conhecimentos que explica a realidade dos fenômenos e suas causas. O teórico vem determinar uma realidade de conjunto de fatos compreendidos nos acontecimentos e por onde está acontecendo. Para compreender essa situação e solucionar o problema das necessidades em alcançar as qualidades efetivas do desenvolvimento educativo, deve-se procurar chegar às hipóteses de soluções e propostas de ação. A teoria vem utilizar o conhecimento da realidade ou sobre a qualidade da hipótese proposta. Não é certo de imediato, que a teoria não é consistente, porque a falha pode localizar-se em outro ponto. Quando se avalia essa forma entende-se que o ponto fraco da cadeia se deva pelos momentos que a teoria seja adotada nos resultados. É fundamental que haja uma ação. Tão fundamental como a existência de uma teoria e do conhecimento da realidade. É nesses quadros que uma proposta de ação tem sentido e, sobretudo, possibilidades de ser eficaz. Todo planejamento é um relacionamento adequado entre esses elementos: a 47 situação, a teoria, a realidade, a ação, o resultado dessa ação e a avaliação constante de tudo. O ser humano é responsável pela inovação dos seus planos fundamentais para o conhecimento do processo educativo em função de sua qualidade profissional. Não é somente a inovação da teoria, mas a maneira como ela vai ser trabalhada na prática diária. A receptividade vem mostrar conceitos de planejamentos dentro dos processos que convertem em processo educativo: repetir estas ideias sob diversas formas que parecem essenciais tendo em vista sua importância. O pensamento vem investigar o conceito de educação que sustenta uma aproximação conceitual. É muito prejudicial buscar compreender o ato de educar: dizer que ninguém educa ninguém, na conclusão de Paulo Freire, se todos nós educamos no relacionamento. Vale à pena compreender o ato de educar sendo a educação completamente como um conjunto de recursos, de situações e de ações para que mais facilmente aconteça o educar-se para integração do meio social, na perspectiva de formação do cidadão para vida. Educar é, em primeiro lugar, projetar a busca de sua própria identidade, seja ela pessoal ou em comunidade. Como se pretende educar se não trabalhar a socialização? Isso leva a acreditar que o entrosamento com o grupo busca uma intensidade motivada e uma capacidade de evolução construtiva. Planejar é justamente isso: propor uma identidade e agir para aproximar o que são, e para o que querem ser. Para que o processo de planejamento se estabeleça não é exagero insistir várias vezes na necessidade de que as pessoas tenham condições, capacidades e participação. De fato as pessoas só fazem aquilo para o que estejam capacitadas. O planejamento se contempla dentro de uma conceituação de educação que venha facilitar a compreensão de que se dá uma capacitação e participação na qual estabeleça um planejamento voltado para qualidade significativa renovada, participativa, enriquecendo os planos que ora vem sendo trabalhados nas salas de aula. A formação de ideias nos conjuntos educativos só vem engrandecer a qualidade de um planejamento voltado para a valorização dos seus educadores. A capacidade que cada um tem diante do seu compromisso é 48 aprimorar nos seus métodos as ideias renovadas e metodologias aplicadas. O plano de aula faz a organização das metas, planejamento e levantamento dos dados para um objetivo a ser alcançado. Planejar é encontrar a saída para atuar na capacidade que se tem e de acordo com determinados critérios adquiridos ao longo de suas próprias experiências. 49 6 TIPOLOGIA E ETAPAS DO PLANEJAMENTO O processo de busca que vem equilibrar entre meios e fins, recursos e objetivos, visa melhorar o funcionamento das instituições escolares em diversos setores grupais e outras atividades humanas. Se planejar é refletir, então podem tomar decisões sobre a ação; previsão/necessidades e racionalização. Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa a dar respostas a um problema, onde se estabelece medidas em que seja apontada a superação, atingindo seus objetivos ora previstos, no pensando que vem ser uma previsão necessária do futuro. A determinação do educador é prever os acontecimentos contraditórios aos seus objetivos. Então, dentro do planejamento ele estuda suas metodologias centradas em condições presentes, analisando as experiências passadas para encontrar a qualidade futura. Planejar é uma atividade que está dentro da educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, ao acompanhamento e a avaliação da própria ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas. Ninguém faz um planejamento voltado somente para si. Ele tem vários segmentos que formam as suas tipologias que virão a ser trabalhadas cotidianamente, sem nenhuma restrição de fatos ou causas: Planejamento Educacional é um processo contínuo que se preocupa com o ‘para onde ir’ e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente e as possibilidades futuras, para o desenvolvimento da educação; Planejamento Curricular é o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar”. “É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno; Planejamento de Ensino é o processo de decisão sobre atuações concretas bem informatizadas que visem às atividades dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico e do aluno, na situação de ensino- aprendizagem; 50 Planejamento Escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição; Planejamento (para quê, para quem, o quê), são essas as preocupações fundamentais que venham a responder a todas essas questões. Sejam a longo ou curto prazo, elas são analisadas de forma que venha favorecer a qualidade do aprendizado; Planejamento Operacional (o quê, como e com quê) trata prioritariamente dos meios. As técnicas e seus instrumentos vêm centralizados na eficiência e na busca da manutenção do funcionamento. Pode-se concluir que o planejamento é a união de dados que vem sendo trabalhados dentro das organizações sociais, em benefício de uma qualidade de seus profissionais e as funções exercidas. Mas ele não se resume somente em saber planejar, a extensão o leva para um patamar mais apropriado que vem ser distribuído em outros segmentospara que possam ser executados. O reflexo de um bom planejamento será percebido nos Planos de Aula – estes são documentos que vêm registrar os tipos de decisões tomadas no planejamento, ou seja, o que se pensa fazer, como, quando, com que fazer com quem fazer. Para o plano existir é necessária a discussão sobre fins e objetivos, culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse modo 51 é que se pode responder às questões indicadas acima. Convém ressaltar que dentro de um processo de planejamento a duração é indefinida os planos têm duração bem fixada. Este modelo tem em vista prazo médio, devendo sofrer adaptações. O plano diz respeito apenas às questões que chegam a chamar a atenção no planejamento. Isso não faz dele um plano incompleto, ele apenas trabalha por etapas. O sentido que vem propor direcionamento às bases das necessidades em excussão, pois ele tem a função de orientar uma prática para a própria prática e, portanto, não pode ser um documento rígido e absoluto. É, dessa forma, a direção de um estudo de metas: Plano Escolar é onde são registrados os resultados do planejamento da educação escolar; Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o período de duração de um curso; Plano de Ensino é o plano de disciplinas, de unidades e experiências propostas pela escola, professores, alunos ou pela comunidade. Os Planos, por sua vez, vêm ganhar uma determinação dentro do planejamento que facilita para o educador uma metodologia voltada para sua realidade, e que busque inovação e qualidade no processo de ensino- aprendizagem. Tais planos referem-se aos Projetos que, por sua vez, tratam de um documento, produto do planejamento nos quais são registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se de uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio nome indica, projetar é lançar para frente, dando sempre a idéia de mudança, de movimento. Trabalhar o projeto em si é viver uma realidade que foi planejada, discutida, e que traz um retorno muito positivo para o educador e educando. O projeto é algo muito conhecido nos planejamentos e visa a alcançar um objetivo específico. Não teria sentido, assim, um projeto desligado de um plano mais amplo. A verdadeira mania de projetos que tem predominado sobre a educação tem gerado ações esporádicas, até contraditórias entre si. O 52 projeto mantém uma ação determinada no espaço escolar. Os projetos pretendem ser amplos, tomar o lugar de plano. A clareza passa a ser muito simples por ser uma máxima aproximação junto à orientação da rotina, a elaboração (pensar) e a execução (agir): constam nele apenas as especificações para a ação, uma vez que a teoria e a doutrina que o embasam, já constaram antes. Dentro dessa simplicidade, além de algumas instruções suplementares eventualmente necessárias, as partes de um projeto são essencialmente: Objetivo (tomada do plano); Justificativa (breve); Localização (atividades do projeto); Cronograma (quando acontecerá cada atividade); Metodologia (descrição); Recursos humanos; Recursos físicos e financeiros; Critérios de eficiências. Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, é sair do comodismo e passar por uma aventura, só que ela favorece andar com os pés no chão. Descobrindo em cada passo aonde se pretende chegar. Fala-se de projeto educativo com muito entusiasmo porque muitas ações educativas partem de um projeto, que por sinal parecem ser simples e se estendem por um curto período, ganham espaço e modificam a consciência de muitos, diante do que venha a ser educação para educar. O projeto facilita o exercício da prática e o incentivo de buscar, em determinadas rupturas do decorrer do seu exercício. A qualidade da execução vem das idéias de quem o conduz. Ele precisa ser visto como peça importante de um grande quebra-cabeça que vai sendo descoberto passo a passo e que dentro do projeto pedagógico conhece várias características que dão base de sustentação futura: Participativo / decisivo; Organização; Autonomia escola/ solidariedade educativa; 53 Direção e opção dos problemas; Compromisso e formação; Não idealizar coisas / buscar a sua própria realidade; Condições de desenvolvimento e avaliação; Ação articulada. Construir, fazer do processo de criação, a ideia se transformar em realidade. Projeto Político-Pedagógico da escola (PPP) - este precisa ser entendido como uma maneira de situar-se num horizonte de possibilidades a serem adquiridas dentro de suas perspectivas estudadas. O que se escreve dentro do PPP – Projeto Político Pedagógico é uma demonstração teórica do que espera alcançar e para quê. Vista esta realidade teórica ao longo do seu exercício, ele precisa ser visto como bússola de informação a ser seguida e melhorada. A escola tem um corpo docente que participa da elaboração, registra suas dificuldades, relata suas perspectivas e espera o retorno. Mas a teoria não pode estar sozinha, por isso o PPP deve ser colocado em prática e trabalhado pela qualidade que representa dentro da instituição escolar. O projeto pedagógico é um contexto do planejamento de um processo participativo, em que o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas. O que fica claro diante das diversas formas de classificar a qualidade do planejamento para execução em sala de aula é que a educação que almeja alcançar um resultado deveria sair do seu comodismo. Então que resultados se podem ter diante dos planejamentos quando se vive uma realidade que difere da teoria escrita. A escola não se faz sozinha, o sistema são os educadores, e, por sua vez, os alunos andam na medida em que os educadores avançam suas pegadas. Acredito na educação , mas gostaria de ouvir sempre a conjugação do verbo - vamos, posso, acredito, realizo, aprendo e ensino. Não estou fantasiando uma realidade, não, estou comprovando as experiências vividas, relados registrados. O PROGRAMA é promover um estudo da realidade global e de propostas 54 sobre homem e sociedade a fim de gerar espírito crítico e participação. A estratégia cooperativa condizente à educação libertadora para favorecer ao aluno ser sujeito de seu desenvolvimento. Dinamiza-se a utilização de métodos ativos que venham promover a cidadania. O programa, dentro de um plano, é o espaço em que são registradas as propostas de ação do planejador, visando a aproximar a realidade existente da realidade desejada. Desse modo, na elaboração de um programa é necessário considerar duas dimensões: a das ações e atividades permanentes. No Conceito de Participação que leva a uma construção de melhorias da qualidade da Educação levanta-se a necessidade de descentralização e democratização da gestão escolar e, consequentemente, a participação como um conceito nuclear. De acordo com a etimologia da palavra, participação origina-se do latim "participatio" (pars + in + actio) que significa ter parte na ação. Para ter parte na ação é necessário ter acesso ao agir e às decisões que orientam o agir. Executar uma ação não significa ter parte, ou seja, responsabilidade sobre a ação. Mas fazer cumprir, interpretar e representar a capacidade de ação prática. 6.1 Planejamento interdisciplinar Nos últimos tempos, o mundo vem passando por uma série de transformações políticas, econômicas e tecnológicas. Nesse período a Educação merece destaque, pois, em 1988 a Constituição reafirmou como direito de todos e dever do Estado e da família os caminhos da promoção e incentivo da sociedade, objetivando três pontos relevantes: opleno desenvolvimento da pessoa, a preparação para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Dessa forma, estabeleceu-se a Educação inspirada nos princípios dos ideais de solidariedade humana, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento do educando, a desburocratização da educação e a descentralização do ensino, possibilitando maior autonomia aos estados e municípios, escolas e universidades. A LDB deixou clara a responsabilidade da escola em favorecer 55 largas condições e oportunidades de aprendizagem e o esforço quanto à necessidade e flexibilidade de uma formação básica dos componentes curriculares. Por isso o planejamento curricular bimestral deverá ser discutido e bem elaborado, pois é a base para criação de novas aulas. As metas do planejamento vêm sendo trabalhadas nos últimos anos em constantes modificações, seja nas suas tecnologias, seja como políticas econômicas. A educação merece um destaque que vem reafirmar um direito de todos e um dever que precisa ser cumprido. Para que as metas se concretizem, a escola precisa tratar de situações do dia- a-dia, abrangendo temas como a saúde, meio ambiente, orientação sexual, ética, pluralidade cultural, trabalho e consumo, que fazem parte da proposta da educação atual com a classificação dos temas transversais. Por isso o planejamento curricular bimestral deverá ser discutido e bem elaborado, pois é a base para a criação de boas aulas. As principais metas indicam conteúdos significativos e procedimentos adequados, assim como a avaliação que será utilizada. Integrar experiências variadas de aprendizagens inserindo exemplos que venham chamar a atenção para que se melhore o entendimento e se facilite a qualidade de aprendizagem trabalhada. O eixo temático é o tema gerador, ou seja, o nome do conteúdo que vai ser trabalhado na disciplina deve estar dentro do contexto e contribuir com um desenvolvimento intelectual do aluno. Conteúdo conceitual – o conteúdo que deve ser aprendido de forma sistêmica; Dados e conceitos – são diferentes tipos de conhecimento; Conteúdo procedimental – cabe ao educador apresentar suas atividades programadas dentro do planejamento, respeitando os níveis diferentes de dificuldades para que o aluno possa apossar-se de sua execução; Conteúdo atitudinal – inclui normas, valores e atitudes que permeiam todo o conhecimento escolar e envolve cognição, afeto e condutas; Avaliação – ela passa a ser contínua englobando os três conteúdos (conceitual, procedimental e atitudinal) por meio de atividades solicitadas e questionamentos no cotidiano que envolvam atividades práticas e exercícios que o aluno possa se expressar. 56 Nesse pequeno percurso transitar pelos estudos das disciplinas escolhendo tema e cidadania, enxergando-a de pontos diferentes que algumas vezes se encontram completando-se. E em outros momentos se amplia, questiona, negam ou se confiam, mas na maioria das vezes se iluminam. Quando é enfocada a cidadania sob a ótica diária das ciências humanas, por exemplo, deve-se estudar o conceito e escolher de que forma se deseja abordá-lo. Se cidadania tem a ver com os direitos e deveres dos cidadãos de um país e está diretamente ligada à Constituição Federal, Lei máxima de uma nação, pode-se começar pesquisando o porquê da necessidade da Constituição. O que vem a ser Constituição? Qual a data da última Constituição outorgada em nosso país? Também investigar a Declaração dos Direitos Humanos, correlacionar Cidadania e Direitos Humanos. Estudar o direito da cidadania como: igualdade, direito do consumidor, direito à moradia, direito à educação, etc. E avançar nos estudos dos princípios para uma prática democrática de participação efetiva. Pesquisando os modos de participação segundo a constituição vigente e, enfim, que cidadania e participação comunitária são conceitos diretamente proporcionais. Do ponto de vista da História, podem perguntar: qual foi a primeira constituição elaborada na História da humanidade e em que circunstância? O que levou uma nação a elaborá-la e por quê? Outra pergunta que podem fazer: qual foi a data e a circunstância da elaboração da primeira constituição do país, no caso o Brasil? Passando pela geografia aborda-se sob a ótica da geografia humana, isto é, o homem é um ser histórico capaz de atuar no seu meio para transformá-lo, podendo melhorá- lo, discutindo ideias como transformar o bairro por criar órgãos para defesa de seus direitos, lançar mão da matemática quando houver necessidade de transformar o espaço físico por meio de mutirões para constituição e reformas dos espaços físicos, fazendo cálculos, construindo maquetes etc. Tais iniciativas envolvem diferentes áreas, como ciências da natureza, Biologia, Física e Química, passando pelo tema transversal Meio Ambiente. Vejam que a interdisciplinaridade vem abraçar de forma contextualizada 57 todas as ideias trabalhadas em diversas disciplinas, e como não se podia deixar de fora nessa inovação, entra em cena também a área Código e Linguagem. Quando os alunos começam a trabalhar por meio de projetos percebem a importância prática de enviar mensagens de forma clara para o público-alvo. Seja a própria comunidade escolar, seja a comunidade local, por meio da elaboração de cartazes, faixas, murais, textos informativos que venham chamar a atenção para o que se deseja atingir; iniciativas assim encontram na Língua Portuguesa, aliada à arte e à informática, embasamento. As disciplinas Língua Portuguesa, Artes e Educação Física poderão trabalhar de forma integrada por meio de atividades como desempenho, teatro, números musicais, levando a mensagem desenvolvida durante o processo de trabalho interdisciplinar. Planejar o ano letivo pressupõe analisar a prática que virá a ser trabalhada durante todo o ano na escola, de maneira a encontrar respostas às questões orientadoras do aprimoramento do seu projeto político-pedagógico. Deve-se procurar sempre interrogar na questão da escola quem são e qual o perfil dos alunos, a comunidade que circunda, a qualidade da aprendizagem, na intenção do que é necessário aprender e o sucesso que será obtido diante dos valores e formação dos alunos, o que vem a retratar a qualidade do trabalho da escola. Na realidade deseja-se com isso fazer um replanejamento do ano que passou e tentar melhorar a qualidade do ensino de uma instituição escolar. Os desafios que irão conhecer e que cada escola deverá responder a partir de suas forças e experiências comprovadas. Porém, o objetivo é unificar a qualidade de ensino e tentar construir uma escola com qualidade social, capaz de ser um espaço de crescimento para alunos e todos que nela trabalham. Com gestão democrática e em sintonia com a produção que venha a fazer a socialização do conhecimento repassado e que este chegue à melhor forma possível em trazer a informação clara para fazer-se aprender. O planejamento do ano letivo constitui-se num momento privilegiado para a reflexão coletiva, na qual todos estão voltados para ações educativas que se integram nas equipes e formação dos trabalhos. A elaboração, o desenvolvimento e a avaliação de planos de ensino e o preparo 58 de aulas traduz-se numa atitude e vivência crítica permanente diante do trabalho pedagógico, possibilitando ao conjunto da equipe de profissionais da escola conhecer e se expandir numa construção participativa dos desenvolvimentos educativos. Ao falar em planejamento vêm logo a ideia de organizar o que se quer melhorar e apontar o que não o está fazendo evoluir enquanto profissional. Dentro do planejamento embasado no trabalho político-pedagógico vem a análise crítica dos resultados, que procuram novas formas de atuação e criam poderes para decidir. Quando procurar uma qualidade de atuação, procurar organizar-se dentro do perfil descritonos PPP, que é o fruto do planejamento e que vem representar uma escola/sociedade no qual quer fazer parte dessa construção, diante das experiências passadas e expectativas futuras. A visão que o planejamento traz é o reflexo que registra os diagnósticos analisados no processo ensino-aprendizagem. O planejamento escolar, da forma como vem sendo concebido no presente texto, não pode ficar circunscrito a apenas “semanas de planejamento.” Ele exige vários espaços garantidos no calendário do ano letivo, em que ora se registra encontros mais frequentes, mesmo porque a necessidade de estudar as possibilidades, cultura, forma crítica, possibilita ao professor uma reflexão prática do que se pode replanejar. É bom ter em mente várias interrogações, porque elas vão dando pistas por onde se pode tentar melhorar ou até excluir propostas que não deram certo. Para direcionar essa reflexão pode-se questionar: - Como tem sido a qualidade dos planejamentos? Quais as expectativas do planejamento para o trabalho deste ano? O que quero e preciso modificar? Como está sendo trabalhada a questão da interdisciplinaridade na escola? Como os alunos estão melhorando? É uma avaliação que durante todo o desenvolvimento dos trabalhos precisa ser revista. A qualidade do fazer se faz pela maneira como pode ser observado, qualificando avanços ou deficiências. 59 6.2 Didática multireferencial A proposta dessa alternativa pedagógica é facilitar o processo de ensino- aprendizagem, reunindo teoria e prática. Mas, como essa relação acontece? A disciplina explora o processo de ensino-aprendizagem a partir de uma série de tópicos presentes na pesquisa contemporânea da área. Estes incluem teorias cognitivas da aprendizagem e das teorias sociais. A disciplina aborda também a relação entre motivação, emoção, inteligência e aprendizagem. Finalmente, todos estes aspectos são revistos de modo integrado como processo que leva à expertise, área que também é trabalhada do ponto de vista conceitual e empírico. A disciplina tem por objetivo aprofundar as teorias em administração e seus diversos conceitos aplicados à gestão das instituições de ensino, públicas e particulares, nos diversos níveis de ensino. Pretende-se tratar o tema nas perspectivas institucional, do mercado educacional e do macroambiente educacional do país. Possibilitará, ainda, a análise e a crítica de distintos modelos de gestão. A disciplina irá oportunizar a análise, a pesquisa e o debate sobre as diversas áreas da gestão, com ênfase em processos, planejamento, pessoas, marketing educacional e gestão do conhecimento. O tema será considerado em uma abordagem multirreferencial e irá considerar as relações entre as distintas correntes filosóficas e sociológicas em educação e gestão de instituições de ensino. Imagine que durante suas explicações você mencione um fato ocorrido num país da Europa e, imediatamente, seus alunos visualizam onde ele se localiza. Indicadas para todas as disciplinas, as salas- ambiente estimulam a pesquisa e favorecem o seu trabalho com turmas heterogêneas. A integração que leva o professor a adaptar esta didática no seu dia a dia na sala de aula procura abrir uma janela do conteúdo a ser trabalhado e expor para seus alunos as amostras da própria realidade encontrada no conteúdo teórico. A Didática assume, nessa perspectiva, tanto quanto na Escola Tradicional e no Tecnicismo, o papel de "zeladora" do processo ensino- 60 aprendizagem que passa a ser estudado no espaço físico e temporal determinado pela sala de aula: Professor (Métodos e técnicas ), Aluno (avaliação) Conhecimento/Currículo (Planejamento e objetivos). A forma como vai se trabalhar a teoria e a prática ao mesmo tempo, em que se transforma o ambiente em que está inserida a sala de aula numa realidade do contexto trabalhado. É uma didática que leva o aluno a viajar no entendimento do saber. São estes os chamados "elementos didáticos" que se alternam e se dimensionam diferenciadamente, dependendo do referencial pedagógico: ora é o professor o centro do processo, ora é o aluno; ora o método se torna a garantia da aprendizagem, ora esta passa a ser decorrência de conteúdos bem estruturados; a avaliação, em determinado contexto pode ser formal, objetiva, subjetiva, informal ou até mesmo auto-avaliação; o planejamento é flexível, em determinada perspectiva, incidental em outra e até mesmo inexistente. Entretanto, o objetivo desta didática é transformar o conteúdo trabalhado teoricamente para uma apresentação real e prática. Imaginem se as aulas de geografia fossem trabalhadas em uma sala adaptada somente para geografia. História dentro do contexto de história que foi trabalhado no plano de aula em todos os bimestres, ciências diretamente no laboratório e matemática desenvolvida com todos os materiais necessários para trabalhar a geometria. Esta tarefa de integrar a macro e a microvisão da educação entende que a Didática não deve minimizar uma em desfavor da outra. Assim como entende que não se deve priorizar a prática em desfavor da teoria. Nem mesmo voltar as costas ao que de importante e significativo já se fez em educação ao longo de séculos. Acredita-se que a qualidade dos alunos que vivem naturalmente com uma didática diferenciada é percebida na qualidade do seu entendimento diante do mundo e com visão de mundo educativo melhor. Por exemplo, em uma escola rural existiam duas situações que trabalham didáticas diferenciadas da seguinte forma: A professora fecha a porta da sala e começa a explicar o conteúdo levando os alunos a compreender o contexto do livro didático, teoricamente. 61 Enquanto que a outra professora leciona ao ar livre. Neste ambiente a professora leva o aluno a entender as mudanças climáticas, trabalha a produção de textos com objetos que recolhidos nos arredores e a matemática é trabalhada a partir da encenação de um pequeno comércio. É muito interessante, pois ali todas as crianças sabem passar troco, criam histórias com objetos diversos, entre outras atividades. No intervalo o lanche oferecido utiliza o que está na sala de aula e serviu como embasamento para enriquecer o aprendizado. Não há apoio quanto à estrutura física, mas o método utilizado pela professora diferencia e qualifica. A qualidade do repasse da didática retrata a criatividade do professor. O que impede que o mesmo que esteja em sala de aula faça diferente? Afinal não é somente o prédio que significa escola. Com todos os exemplos e experiências pedagógicas conhecidas ao longo do tempo levam a acreditar que a escola vai aonde o educador pode estar, a didática diferenciada também vem mostrar o quanto a sua qualidade inovada por meio da figura do professor pode prender a atenção do aluno para aprender. Um exemplo disso são os cursos a distancia que, se não diferenciassem a didática, com várias inovações e criatividade, não seriam bem sucedidos. A cada dia surgem mais pessoas interessadas em se qualificar e por não disporem de tempo recorrem aos cursos a distancia, nos quais podem aprender se divertindo. A didática trabalhada com a tecnologia em sala de aula é uma viagem que cansa. Pelo contrário, quanto mais se acessa mais se evidencia a necessidade de conhecimento. Mesmo porque o mercado exige que o profissional vá atrás de uma qualificação a mais. O entendimento da capacidade didática passa a ser infinito, não existe um ponto final. Outro tópico muito importante da didática diferenciada é que o professor sai de seu casulo e começa a andar para a vida. É sabido, todavia, que muitos professores lecionam sempre a mesma disciplina durante vários anos e a cada ano repetem o que foi dado no ano anterior. Isso é preocupante em relação ao aprendizado do aluno. E quando chega uma professora que inova e exige do aluno trabalho e participação, automaticamentesurge à antipatia como consequência de fatos reais vistos ou vivenciados. 62 A didática exige do professor a preparação e do aluno a ação. O tempo em que ele permanece em sala de aula precisa interagir com as mudanças e passar a entender, compreendendo a postura do professor e percebendo que a atenção irá fazer muita diferença. A qualquer dispersão é como se o trem tivesse partido e a cada passagem ele tivesse que registrar as paisagens encontradas, se fechar os olhos não se aprende. É vergonhoso quando se percebe quanto tempo foi desperdiçado em escolas nas quais professores e alunos estavam somente preocupados com tempo e loucos que a sirene toque para irem embora. 63 7 DIDÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE 7.1 A Parábola do cavalo Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado. O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá. O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação, certificando-se que o animal não havia se machucado. Mas, pela dificuldade e alto custo para retirá- lo do fundo do poço, achou que não valia a pena investir na operação de resgate. Tomou, então, a difícil decisão: Determinou ao capataz que sacrificasse o animal jogando terra no poço até enterrá-lo, ali mesmo. E assim foi feito: os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo. Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando ao cavalo ir subindo. Logo, os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguiu sair! Autor desconhecido Inicialmente é preciso saber que a didática é exigida para qualificar o professor, e sua atitude deve tomar conhecimento da postura positivista que supera o parcelamento do saber em busca da objetividade. É preciso entender, também, que o conhecimento interdisciplinar não se restringe à sala de aula, mas ultrapassa os limites do saber escolar e se fortalece na medida em que ganha a amplitude da vida social. A observação relevante sobre a didática é um estudo que pretende pesquisar os tipos de condução de experiências rotineiras nas disciplinas que venham a ser experimentadas em sala de aula. O fato de saber construir o 64 conhecimento e procurar desenvolver dentro de um ritmo individual o que o professor não somente ensina, mas compartilha, irá estimular o educando a ser agente de sua própria aprendizagem. Isso leva a concluir que existe uma grande dificuldade por parte de muitos educadores em despertarem para trabalhar uma didática que formule um interesse maior no aluno. Hoje a escola exige do profissional a formação interdisciplinar que se evidencia na prática. O uso do conhecimento diferencia e as competências do professor são intuitivas, intelectivas, práticas e emocionais. Na sala de aula, o compromisso de educar passa a ser formado pela visão de mundo e exercício de sua própria cidadania. Baseia-se em um grande estudo da psicologia analítica. A visão do fazer educar é levar os educandos para integração das possibilidades que vão surgindo diante dos desafios encontrados na trajetória do seu aprendizado. Para que se possa trabalhar uma didática interdisciplinar é preciso que se veja a metodologia trabalhada como intermediária nas colocações do amplo conhecimento das experiências educativas e repassadas. Não se pode falar em estudar sem uma visão para o futuro. Quando se estuda de forma diferenciada do tradicional, a perspectiva é despertar no aluno o gosto pelas suas aptidões e conhecimento de casos. A interdisciplinaridade entra na sala de aula por meio das didáticas dos professores com o objetivo de levar o aluno a pensar, raciocinar, conhecer o mundo no qual está inserido com seus efeitos, causas e consequências. Que interesse teria estudar matemática sem saber interpretar a leitura dos números para executar um trabalho que exija a metragem geométrica de certa obra? Ou estudar geografia sem conhecer o local em que mora, seu clima, vegetação, ressaltando textos escritos e relatos apresentados? As ciências sem uso da aula de campo (laboratório)? Português sem a leitura que leva ao conhecimento de lugares e povos diferentes, por meio dos livros? Falar sobre História sem observar o que está acontecendo na sua região, as notícias que são escritas em cada época, no seu país e no mundo (na economia, na política, na educação, na saúde)? A diferença que se encontra em estudar a interdisciplinaridade nas 65 didáticas consiste em poder levar o aluno para viajar pelos conhecimentos do mundo. Entretanto, a cultura regionalizada e sua religião vêm enriquecer a origem dos fatos estudados e podem ser trabalhados dentro das didáticas do entendimento disciplinar. A abertura dada em sala de aula levará o estudante a se posicionar criticamente diante dos fatos. Aprender a se questionar exige mais de si diante do conhecimento trabalhado. O professor busca criar métodos inovadores, dando vida à didática interdisciplinar, tornando as aulas prazerosas pelo fato de alcançar os objetivos concretos. Entretanto o professor que não se enquadra a estas mudanças anda em passos lentos e vive num mundo de entendimento sem cor. A expressão “Idéia Viva” foi o tema trabalhado no projeto educativo da escola municipal aonde a transformação interdisciplinar veio ocupar o lugar de destaque na vida de cada componente que ali estava. A esta metodologia foi atribuído o sucesso do aprendizado, resolvendo questões como a indisciplina e a ausência da participação da família em acompanhar seus filhos nos deveres de casa. Quando comecei a notar o resultado foi gratificante, mesmo tendo sido uma experiência sofrida com muitos problemas, mesmo porque o ambiente não favorecia e tudo se tornava distante. Mas a determinação prosseguia e aos poucos foi abrindo novos horizontes. Não foi uma mudança imediata, levou certo tempo, mas hoje há resultados positivos. Tanto no aprendizado como na inclusão social dos alunos e integração da família na escola. Diante da didática interdisciplinar o aluno passa a ser o ponto chave da questão em todos os aspectos como: Adaptação dos conteúdos; Núcleo de pesquisas; Capacidade de raciocínio e criticidade do aluno; Participação e integração social; Novos horizontes e desprendimento; Conclusão dos fatos. A realidade trabalhada não exige uma fórmula própria, apenas vem mostrar que para cada efeito existe uma causa e todos podem comungar a mesma criatividade do entendimento no meio educativo e progredir. O progresso educativo vem das ideias centradas nos planejamentos realizados e nas metas 66 trabalhadas. O professor tem interesse em expor o seu objetivo em sala de aula com as ideias espalhadas dentro do conteúdo, enquanto que o aluno elabora, cria e aprende. 7.2 Socioconstrutivismo e didática A participação da didática e do socioconstrutivismo nas principais relações no processo de trabalho docente baseia-se nos fundamentos epistemológicos e sociopolíticos. Partindo dessa colocação, o trabalho é uma obra educativa que se limita apenas a dissolver as potencialidades do educando. O educador desperta e mantém-se em alerta para se tornar eficiente. Toda prática pedagógica exige uma metodologia. É a metodologia que orienta quando, com o que e como desenvolver o processo de ensino- aprendizagem dos alunos. A forma de iniciar a compreensão é aceitar que o professor possa optar pela prática, que, uma vez definida, deve ser coerente com a teoria que a suporta.Comece, pois, dentro de uma perspectiva construtivista, pelo nome que a criança tem, por ser este muito significativo para ela. A letra inicial do nome é trazida para ser trabalhada em sala de aula e, aos poucos, as crianças vão se apropriando das letras de que precisam para escrever. Cada letra trabalhada é colocada em destaque na sala para que chame atenção da criança. A forma como ela vem ser apresentada é muito significante porque o que prende a atenção da criança não é somente o formato da letra em si, mas os desenhos aos quais a letra está associada. Quando a letra vem ser apresentada em cores variadas, a criança logo começa a associar as cores, favorecendo o conhecimento dos desenhos dentro das artes, jogos e recortes com colagens. A didática vem resgatar da criança um trabalho de memorização e facilidade no manuseio que passa a ser exposto no mural ou varais da sala de aula. Paralelamente destaca-se como sendo muito interessante que se coloque ao lado da letra que está sendo trabalhada uma outra com formatos e cores 67 diferentes, deixando com que a criança se familiarize e possa destacar suas diferenças. As extensões dos métodos chegam às séries (anos) fundamental I e II e Ensino Médio, que passam por distinção de textos e desenhos variados. A formação dos conhecimentos vai se fazendo de acordo com a metodologia aplicada dentro da didática que consegue resgatar a inclusão do aluno (diversas idades). O desenvolvimento na sala de jovens e adultos também é curiosa, pois eles sentem a mesma dificuldade que os alunos da Educação Infantil, Fundamental I e II. Não é somente o registro de experiências vividas ao longo dos anos, mas a interação do conhecimento, que embora pareça simples e aparentemente sem nenhum significado faz uma diferença muito grande. A realidade escolar brasileira traz uma análise dos limites e alcances na relação entre o ensinar e o aprender. A Didática e seu objeto de estudo surgem das tendências pedagógicas ao longo dos tempos com teorias liberais e teorias críticas da educação. As atividades propiciam além de uma distinção entre textos e desenhos a leitura e interpretação. Como não poderia deixar de dizer que o construtivismo é uma teoria e não um método. É muito importante lembrar que o processo educativo não se exerce no abstrato, mas dentro de uma sociedade com características culturais próprias. Portanto, é um processo que não visa apenas ao indivíduo, mas ao grupo, à comunidade, estabelecendo os padrões de comportamentos para o próprio indivíduo. Não sendo possível desvincular tal processo da situação histórica e da ordem social em que ele atua. Quanto à comum condição dos conceitos de educar como desenvolvimento que provenha de dentro, entende-se educação como processo de formação por elementos que atuem de fora ou entre a idéia na qual educar é promover o desenvolvimento. A expansão das inclinações naturais ou que considerem como o processo de substituição de hábitos por inculcação externa. Nota-se que no fundo cai- se novamente num problema de métodos uma vez que não se admite o desenvolvimento de qualquer inclinação interna, mas somente daquelas consideradas válidas para o educador. O aluno não precisa usar um método específico, mas desenvolver uma 68 prática pedagógica dentro das perspectivas que iniciam um trabalho global do aprendizado em diversos segmentos da sala de aula e das relações fundamentais do processo de trabalho docente: conteúdo/forma; teoria/prática; professor/aluno; aluno/aluno; ensinar/aprender; sujeito/objeto de conhecimento; acesso à escola/ permanência; sucesso/fracasso escolar. As noções gerais de metodologia da pesquisa (escolha de objeto de estudo; problemática; técnicas de coleta e análise de dados) e um diagnóstico que vem fazer diante do ensino alternativo que acompanha de projetos elaborados para intervenção pedagógica sabem que, para se alcançar um objetivo maior na sala de aula, é necessário ter cuidado nas organizações das aprendizagens. O processo de planejamento é um ensino de perspectivas críticas que passam a observar diante das etapas do planejamento e execução do mesmo. A prática pedagógica aqui descrita faz referência às atividades espontâneas respeitando os limites de cada aluno, diante do seu próprio ritmo no que venha fazer e ter o gosto para aprender. O contato direto com o objeto do conhecimento desenvolve todas as suas potencialidades, levando-as às descobertas e construções do conhecimento de forma lúdica e construtiva. Conduz à autonomia e ao raciocínio, proporcionando avanços no nível conceitual. Sejam eles voltados para dentro do contexto da sala de aula. Tipologia e planejamento; Planejamento interdisciplinar; Dimensões e componentes didáticos; Formulação de objetivos; Seleção de conteúdos; Recursos didáticos; Avaliação e utilização. A educação passa de um estágio empírico para um científico ao valer-se da observação, da experimentação controlada, da reflexão, formando um conjunto sistemático de conhecimentos práticos e teóricos que guiam a ação. Sob esse enfoque pode-se considerar a ciência da arte em aprender. A educação de certo modo cria o modelo da sociedade na qual se desenvolve e é criada por ela. O sistema de valores juntamente com o conjunto dos juízos de valor que dominam num meio definido, específico de uma maneira mais próxima os componentes e as condutas. Os conhecimentos que se associam às qualidades desenvolvidas neste 69 contexto vêm socializar e efetivar os elementos básicos para fundamentação do estudo e aprendizado. A união dos conceitos vem fortalecer a didática com elementos básicos amplamente trabalhados. A transição se cultiva dentro da formação de palavras e da expressão na ação educativa do esforço, tanto do educador, quanto do educando. O aluno se sente com muita segurança diante da clareza que trata o assunto, transformando-se num processo evolutivo do crescimento humano social. Procurar entender o que a interdisciplinaridade vem fazer na arte de ensinar e na adaptação das formas coerentes abre perspectivas que facilitam o aprendizado do aluno e o trabalho do professor. O que se precisa observar é que ao trabalhar com a interdisciplinaridade é importante conhecer a adaptação do desenvolvimento do meio para que a sua construção não fique tão falha. O novo leva ao questionamento e melhora a qualidade de aceitação a partir do que foi para a subjetividade do que é trabalhado na sala de aula e o retorno no esperado pelos alunos e educador. A inspiração básica do processo de crescimento humano é o de ressaltar que uma visão correta sobre a compreensão de cada parte utiliza uma vivência de princípios didáticos aplicados. O imenso desafio que se constrói no uso da imaginação exigida pelo trabalho como modelo que permita migrar de mundos fantasticamente pequenos para universos fantasticamente grandes está na articulação do que já se conhece com as possibilidades de compreensão e ação que se anunciam. Essa perplexidade se tornou maior na medida em que foi se evidenciando um paradoxo merecedor de mais profundos esclarecimentos voltados para uma educação reprodutora. O contexto positivo traz uma grande reflexão cautelosa sobre o desenvolvimento interdisciplinar, salientando-se a qualidade promissora do trabalho desenvolvido durante a condição dos seus aspectos educacionais. Aborda-se nesta questão uma temática que leva a raciocinar sobre o que “somos” e “podemos” fazer para desenvolver uma didática de entendimento, em que se proponha a utilização de conceitos de contra- hegemonia e ante-hegemonia para a análise da instituição escolar. 70 Assim, o educador será capaz de entender a aptidão que tem em desenvolver um momento dialético, centrado na análise que vem contribuir com as práticas incumbidas nas determinações que totalizam relaçõesdinâmicas. 71 8 TEMAS TRANSVERSAIS DA EDUCAÇÃO O desempenho que se tem em forma de compromisso com a construção da cidadania leva necessariamente a uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal e coletiva e a afirmação do princípio da participação política. Sem os critérios citados todo o empenho passa a ser meramente uma ficção, pelo fato de não se firmar como alicerce de construção sólida. Nessa perspectiva acrescentam-se à educação os chamados Temas Transversais diante de questões que tratam da Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde, da Orientação Sexual, do Trabalho e do Consumo. As reflexões desenvolvidas na escola tornam-se amplas e bastante produtivas em saber traduzir as preocupações da sociedade nos últimos anos, às quais os Temas Transversais propõem um trabalho voltado a esses vários aspectos da vida cotidiana. O desafio que se apresenta para as escolas é disponibilizar-se aos debates, abrir sequência de dados informativos, em que a sua teoria venha fazer diferença no exercício da ação prática. O que isso significa? Uma perspectiva que faça criar dentro de uma nova área ou disciplinas a questão da qualidade educativa nos segmentos incorporados diante da aprendizagem do aluno e qualidade trabalhada de metodologias criadas pelo professor. Como se pode perceber os temas abordados dentro dos conceitos dos Temas Transversais vem mostrar que tudo se começa pela prática. É o ponto de vista metodológico de cada desempenho, que forma uma análise crítica das práticas educativas exercidas constituídas, como se formassem o carro chefe do movimento da renovação que aqui se expressa. As diferentes abordagens do processo consideram uma ação da educação e seus desdobramentos em sala de aula. Desse esforço coletivo de reflexão resultaram os pressupostos relacionados às contribuições de diversas áreas do conhecimento que iluminam o tema em pauta, submetendo-as ao crivo das demandas, lacunas e problemas propriamente pedagógicos enfrentados. Partindo da hipótese do educador, consciente ou não, apóia-se em teorias, 72 crenças que conseguem manter sua população preparada para o bom uso e proveito dos progressos alcançados. A definição sobre os Temas Transversais esclarece um contexto de documentos específicos no qual são aprofundados e apresentados seus objetivos, conteúdos e orientações didáticas. Apesar do exposto, sabe-se pela própria experiência do processo vem transparecer uma prática pedagógica assentada na vertente em foco, a qual compõe o cenário e registra as concepções educativas ou denomina uma ação tradicional substantiva das anteriores, assentando o conhecimento e participação social do aluno. Ao mesmo tempo, as áreas especializadas mostram uma questão central das preocupações das éticas entendidas como inspiradoras dos valores de igualdade e equidade. Dando um exemplo muito positivo desse tipo de trabalho aproxima-se mais do campo pedagógico em que se propõe encontrar terreno fértil dos educadores progressistas, com abordagens particularizadas e desconexas dos objetivos do saber. O que se percebe pela leitura deste documento são os objetivos e conteúdos dos Temas Transversais, que devem ser incorporados nas áreas já existentes e no trabalho educativo da escola. Sem essa conjunção de dados não é possível fazer uma conexão entre as formações básicas cognitivas da aprendizagem. É possível fazer educação sem o conhecimento da pluralidade cultural? Acredita-se que a base de estruturação está voltada para se pensar e realizar o respeito aos diferentes grupos e culturas que os constituem. A sociedade brasileira é formada não somente por diferentes etnias, mas por imigrantes de diferentes países. Essa mistura cultural leva a conviver entre grupos diferenciados nos planos socioculturais, muitas vezes marcados pelo preconceito e discriminação. A escola tem um papel fundamental quando está inserida diante de uma causa para superar esses conflitos e fazer conhecer a riqueza representada pela diversidade cultural, que vem compor um patrimônio brasileiro e valorizar as trajetórias dos diferentes grupos. Nesse sentido, a escola forma e organiza o trabalho didático que ora recebe o nome de Transversalidade. O que se apresenta é uma concepção de cidadania e princípios democráticos que a norteiam, discutindo a amplitude do trabalho com 73 questões sociais na escola e apresentando a proposta em sua globalidade: a relação de transversalidade entre os temas e as áreas curriculares, assim como sua presença em todo o convívio escolar. Para cada tema exposto há um documento que fundamenta as questões que o envolvem e são apontados objetivos e conteúdos para subsidiá-los na criação de seu planejamento de trabalho e de uma prática educativa coerente com seus objetivos mais amplos. São muitas as questões que levam a trabalhar o entendimento sobre os Temas Transversais, ressaltando-se uma questão educativa, uma vez que norteia a construção da cidadania e a democracia, que são questões que envolvem múltiplos aspectos e diferentes dimensões da vida social. Embora a transversalidade que implica os conceitos dos Temas Transversais seja contemplada pelas áreas e não configure um aprendizado à parte, todos os temas têm explicitado em seus documentos o conjunto de conceitos, procedimentos, atitudes e valores a serem ensinados e aprendidos. Com isso, buscou-se garantir que cada tema seja compreendido integralmente, isto é, desde sua fundamentação teórica até sua tradução em elementos curriculares. Isso ocorre por um lado para possibilitar que as equipes pedagógicas façam novas conexões entre eles e as áreas e/ou outros temas; por outro lado, porque o trabalho didático com as áreas não é suficiente para cobrir toda a demanda dos Temas Transversais. A força deste projeto que impulsiona para racionar sobre a sua grande importância é tentar responder diante do ponto de vista epistemológico a formulação das contribuições de diversas áreas. Há um sério trabalho educativo a ser feito no âmbito do convívio escolar e a especificação dos conteúdos de temas que favoreçam a reflexão e o planejamento deste trabalho. Além disso, o trabalho com questões sociais exige que os educadores estejam preparados para lidar com as ocorrências inesperadas do cotidiano. Não somente saber executar a teoria, mas principalmente a postura relacionada à prática educativa. O estudo dos Temas Transversais é a integração de um conjunto de critérios desenvolvidos e discutidos para elaboração da ação cidadã. 74 Em nível da saúde brasileira que hoje se enfrenta, reflete a maneira como se vive numa interação dinâmica entre potencialidades de indivíduos e condição de vida. Para trabalhar este tema em sala de aula é necessário que se discuta a qualidade de vida que o brasileiro leva atualmente. O cidadão brasileiro passa por transformações difíceis diante da saúde, das mudanças em suas dificuldades como o ar que se respira, o consumismo, a miséria, a degradação social, a desnutrição, entre outros. Essas diferenças, entretanto, vêm refletir na educação que se pretende repassar para obter resultados positivos. O que favorece o objetivo do que se está refletindo é que é preciso sonhar acordado, não ficar imaginando os fatos e criar perspectivas. Porém, a realidade mostra um retrato preto e branco que preocupa. As sociedades cresceram e se desenvolveram, esse crescimento envaideceu o homem fazendo-o modificar o meio ambiente conforme sua vontade, não se preocupando com modificações que poderiam criar um desentendimento entre homem e natureza. É preciso refletir sobre como devem ser essas relações socioeconômicas e ambientais para se tomar decisões adequadas a cada direção e se alcançar as metas desejadaspor todos. Existem situações escolares não programáveis, emergentes, que devem ser respondidas e, para tanto, necessitam ter clareza e articular sua ação pontual ao que é sistematicamente desenvolvido com os alunos. Além dessa apresentação, os Temas Transversais fazem parte dos conteúdos das áreas. Buscou-se contemplar a amplitude de cada tema mediante sua inserção no conjunto das artes: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Arte e Educação Física. Foram transversalizados com a preocupação de respeitar as especificidades de cada tema e de cada área. Quanto à divisão dos conteúdos por ciclo, considerou-se que nos temas transversais não há nada que a priori justifique uma sequência dos conteúdos. Ao contrário, os conteúdos podem ser abordados em qualquer ciclo, variando apenas o grau de profundidade e abrangência com que serão trabalhados. A relação pedagógica que tem lugar na sala de aula decorre de visões 75 de mundo, de homens e de conceitos diferenciados, concretizados à medida que os professores estabelecem objetivos, selecionam conteúdos, preparam e desenvolvem suas aulas, realizam suas avaliações e posicionam políticas e éticas ideologicamente diante dos alunos. Por isso, é de suma importância a opção clara por linhas de pensamento que sedimentem as ações educacionais, de acordo com os propósitos estabelecidos. No que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem, a reflexão coletiva do exercício profissional demonstrou a força da concepção de base empirista, segundo a qual o homem, ao nascer, é uma tabula rasa, e o conhecimento produto do registro imediato de dados, fatos, informações fim das percepções providas pela experiência. Tem-se então, uma supervalorização das pressões do ambiente sobre o sujeito que se constitui como ser cognoscente por meio das impressões do mundo que recebe o fornecimento por meio dos órgãos dos sentidos. Deve-se ressalta que essa concepção hoje não é mais condizente com as necessidades da realidade escolar. Falando-se de sexualidade, como exemplo de um tema transversal que possa ser abordado, parte-se da mesma trilha e define-se a aprendizagem como mudanças de posturas diante das orientações sexuais. A escola deve ser entendida como processo de intervenção pedagógica e tem como objetivo transmitir conhecimentos diante das questões relacionadas. A abordagem dos fatos propicia ao aluno o conhecimento de seu próprio corpo, entendimento dos cuidados que necessitam dos serviços de saúde. A função do treino ou da experiência conduz à justificação técnica para se considerar o aprendiz como ser passivo, como uma espécie de disco para armazenamento de dados, nos quais serão inseridos os conteúdos desejados, e que o aluno virá a acumular conhecimentos e reconhecimentos das manifestações de sexualidade possíveis de serem expressas na escola. Nesses termos acredita-se que uma boa aprendizagem vem resgatar temas sociais na escola, por tratar de um conhecimento diretamente vinculado à realidade e que considera a qualidade do professor como transmissor das suas qualidades administradas nas sequências temporais de estímulos e reforços, sob a forma 76 de premiação e punição. Essa forma de pensar em relação aos Temas Transversais e a importância deles no processo educativo levam a pensar o quanto a sua influência vem modificar os fatos de entendimento do meio, sejam eles diretos ou indiretamente prepostos ao raciocínio da ação pela ação educativa. A Transversalidade vem mostrar uma roupagem diferenciada das áreas convencionais. A complexidade não deixa existir áreas isoladas. O campo do conhecimento torna-se amplamente claro para sequência de dados, conteúdos e registros diferenciados e que venham em função de um tema que pode ser desenvolvido na sala de aula durante todo o ano sem especificação de disciplina e professor. Nesse sentido que define a participação dos profissionais ativos, veja o exemplo de uma situação: se a professora de Geografia trabalha um projeto sobre o Meio Ambiente, isso não significa dizer que somente essa professora deva estar comprometida com o desenvolvimento do projeto. O referido projeto precisa de dados e conhecimento das Ciências Naturais, da Sociologia, da economia, visto que todas essas áreas educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e dos valores aos quais se vinculam. Não tem sentido falar da aprendizagem e do conhecimento científico sem falar em prática (pedagógica) que vem fazer diferença. O conhecimento procura compreender os processos educativos, sendo uma formação relativa do desenvolvimento histórico no seio de uma sociedade e a transmissão de estruturas operatórias elementares, que vem se constituir no curso da socialização do aluno. Como se pode ver, suas características são muito interessantes e vem fazer um trabalho interdisciplinar por força da complexidade dos problemas levantados. Nota-se, pois, a importância sobre as perspectivas de uma integração e profundidade de trabalho que faz a diferença em diversos níveis, segundo o domínio que prioriza diferentes realidades. Os desafios são constantes e precisamos enfrentá-los como peças de um quebra-cabeça que, tendo ou não domínio, é necessário que se domine e faça o equilíbrio dos fatos. As perspectivas dentro da educação direcionam para 77 uma análise centrada nas observações que se quer ensinar, o perfil que está inserido neste processo e as modalidades equilibradas para compor a demanda que observam. A escola vem participar na vida da criança desde muito cedo. A constituição do saber informativo libera uma chave que abre a riqueza da grandeza do ser humano que está preso aos aspectos burocráticos e limitado dentro do sistema de ensino e a partir da prática orientada pelo senso comum ou hábitos estão sendo avaliados. Baseados em bom senso e delegação de autoridades àqueles que estão envolvidos na realização do serviço educacional, constitui-se um modelo de líderes compartilhados e compartilhando ao redor do mundo. O conhecimento se estende formando uma corrente humana procurando não aprisionar ninguém, mas esclarecer e mostrar o tamanho de seus esforços nas mediações que desempenham propostas apresentadas nas sequências didáticas. 78 ENCERRAMENTO Parabéns por ter concluído os estudos desta matéria da sua especialização! A Editora Famart e seus parceiros (a) conteudistas, prepararam esta apostila baseando-se em temas e discussões relativas à esta disciplina. Reunimos conteúdos de autores e pesquisadores que são referência na temática apresentada, concebendo um compilado desta abordagem de forma didática visando melhor aproveitamento no seu processo de conhecimento e aprendizagem. Na presente apostila, foram utilizados materiais que estão devidamente referenciados ao final em conjunto com as demais referências de todas as citações, viabilizando, desta forma, a identificação e eventual consulta às fontes. Busque materiais auxiliares de estudo para que possam agregar ainda mais no seu conhecimento. Dúvidas, elogios, questionamentos ou orientações quanto ao conteúdo estudado, disponibilizamos para esta finalidade a opção de abertura de requerimento através de sua área de estudo. Nossos tutores estarão disponíveis para te atender! 79 REFERÊNCIAS ARAUJO, F. J. D. Interdisciplinaridade na Escola. Milagres/CE, 2007. BUSQUET, M. D. et al. Temas Transversais em Educação. São Paulo: Ática, 2003. DEMO, P. Educar pela Pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996. FAZENDA, I.C.A. Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro: efetividade ou ideologia. São Paulo: Loyola, 1979. FAZENDA, I. C. A. Práticas Interdisciplinares na Escola. São Paulo: Cortez, 1999. HARTNOLL, P. The Theatre: A Concise History. Londres: Thames and Hudson, 1987.no Distrito Federal (1928); todos tentaram reorganizar 6 os sistemas educacionais. Foi nesse período que a escola passou a viver o principal objetivo dos centros de formação escolar e transmitir conhecimento especialmente aos jovens, como forma de perpetuar a cultura, desenvolver a personalidade individual e estimular a sociabilidade. Assim, a educação escolar deve por em prática a concepção de vida como um dos principais mecanismos de socialização. Nesse contexto, a escola tem a função de desempenhar e transmitir conhecimentos, estimular a aprendizagem e preparar para o convívio social. A escola, na estrutura geral da sociedade, funciona simultaneamente como órgão de socialização e mecanismos de controles sociais. Quando a escola surgiu entre os povos da antiguidade oriental (Egito, China e Índia) tinha cunho religioso. Privilegiava-se a formação de pessoas letradas, que seriam responsáveis pela manutenção dos cultos. Na antiguidade clássica (Grécia e Roma) a escola adotou duas linhas opostas, mas complementares: a pedagogia da personalidade, que visava à formação individual, e a pedagogia dos humanistas, que procurava desenvolver o indivíduo dentro de um sistema educacional representativo da realidade social. No século XX a escola pública passou a ser gratuita e seus regimes diferenciados: Quanto ao sexo Masculino /Feminino /MISTA; Quanto a Idade Pré-Escola, primária, média ou secundária / pré- Universitária, / Superior/ Supletivo normal; Quanto ao tipo de educação especialização (deficientes físicos ou mentais); Quanto ao caráter religioso; Confessional; Multiconfessional. A nova concepção de escola ministrava ensinamentos de caráter memorizado, intelectualista e literário. Posteriormente, evoluiu para chegar a incluir, na atualidade, grande diversidade de matérias: ciências, línguas, artes, 7 técnicas, etc. Cada vez mais a escola procura tornar-se integradora, isto é, constitui uma comunidade em que se busca a interação entre alunos e professores. Chama-se escola nova as instituições educativas nas quais se promove a renovação educacional por meio de internato para pequenos grupos que ficam a cargo dos professores e de suas famílias. Na psicologia aplicada à educação mostra-se o conceito de disciplinar ou interdisciplinar, e não há punição dentro dessa nova perspectiva. O que se procura é o incentivo à liberdade das forças produtivas que constituem o potencial do ser humano. Analisando a questão de disciplina destacam-se: 1. Possibilidade de punição injusta, com a imediata instalação de cargos de hostilidade no punido; 2. O excessivo relevo concedido a um aspecto indesejável da conduta do punido quando mais bem se justificaria a concessão de destaque a um aspecto positivo; 3. A eventual conexão entre a medida punitiva e uma outra atividade qualquer, totalmente diferente da que se pretendeu inibir; 4. A preocupação com o bloqueio de certo padrão de conduta, ao invés de se estimular a resposta positiva. Para entender como a Interdisciplinaridade pode ser desenvolvida na escola é preciso que se conheça a formação e a estrutura escolar, o avanço da educação e suas dificuldades. Não seria possível, portanto, trabalhar sem conhecimento da causa, sem visão adequada em sua formação. Para qualquer posicionamento que precise alcançar, busque o conhecimento enraizado, assim conseguirá efeitos positivos, e caso o negativo persista em aparecer, será mais fácil detectar os problemas encontrados. Percebe-se que ninguém sobe uma escada começando pelo meio, o primeiro degrau é sempre o contato direto com a realidade. A interdisciplinaridade surgiu da necessidade de se desenvolver estudos que relacionem as temáticas estudadas, buscando um bom resultado no mercado de trabalho, mostrando-se a produção do conhecimento escolar pautada na inter- relação das diversas áreas do conhecimento. 8 O conhecimento da interdisciplinaridade não parece um processo assim tão simples. Diante da multiplicidade de formas e conteúdos, podemos avaliar por quantos caminhos, critérios e métodos tivemos que passar para chegarmos a acreditar que as inovações seriam necessárias, quando voltamos para um estudo de pesquisas em que se conhece a formação de estrutura educacional desde a sua formação física até o desenvolvimento pedagógico. Retomando os caminhos que foram percorridos para se chegar a todas as mudanças, podemos entender a importância de considerar que tem sido incidente na bibliografia específica sobre interdisciplinaridade o emprego, a indicação e a citação do termo em inúmeras produções científicas exclusivas da área de educação. Quando nos dedicamos à tarefa da educação não é possível precisar exatamente há quanto tempo estamos nela. Aqueles que se dedicam à tarefa da educação, desde há muito, estão na escola (qualquer que seja ) bem antes de virem a se tornar profissionais dela. Por isso é difícil, senão impossível, precisar exatamente quando deixamos de ser “alunos” para nos tornarmos “professores” ou, por outro lado, quando e por quantas vezes, já no exercício do magistério e/ou nas funções técnicas e administrativas da escola continuamos sendo “alunos”. A experiência prática e profissional de que se dispõe, acrescida do fato de ser pedagogo, representa necessariamente grande compromisso diante de tal circunstância, em especial pelo fato de representar exatamente uma prioridade ou como diriam alguns, uma efetiva necessidade: a atitude interdisciplinar que, uma vez percebida, acaba por nos conduzir à percepção de outras tantas contradições da visão fragmentária enraizada em nossa prática. Finalmente, então, queremos registrar aqui estudos sobre a Interdisciplinaridade que demonstrem tanto a visão fragmentada do cotidiano escolar, como a produção de uma perspectiva que melhore o processo de educação interdisciplinar nas formas concebidas de sua existência de conhecer para novamente se comunicar. Nessa perspectiva, a educação tem sido considerada em dois níveis: o nível do esclarecimento sobre a compreensão das totalidades sociais, e da educação econômica; e o nível específico das 9 discussões de temas e problemas educacionais. O desafio parece configurar-se diante da impossibilidade e inconveniência de serem alterados componentes da infraestrutura. As impossibilidades dificultam o processo, numa análise mais aprofundada, que acaba sendo entendida como elemento típico na maioria das situações em que o educador atua e, portanto, acaba por se constituir um dos maiores motivos de termos aceito os desafios. O trabalho participativo e interdisciplinar seria a grande preocupação dos professores que pretendiam no currículo do curso (Pedagogia) estabelecer nos primeiros anos um elenco muito variado de disciplinas, o que nos parece fragmentar o repasse ao aluno. Na verdade, o que vem a ser preocupante é a posição do pedagogo quanto a sua especialidade, em comparação com os outros professores que têm áreas específicas. Segundo essa concepção, procura-se encontrar meios que superem essa fragmentação encontrada na formação do educador para desenvolver um trabalho para o educando. Daí aquele grupo composto por professores de tendências e posturas diversas frente à educação, que se conhece e procura definir suas diferenças, traduzindo suas preocupações pelo desenvolvimento em nível de curso. No entanto, o lema deveria emergir da análise cotidiana escolar por parte do docente para os discentes, buscando a coerência entre a teoria e a prática procurando entender e transformar a concepção encontrada numa escola melhor. O trabalho interdisciplinar é um trabalho participativo, ainda que realizado em diferentes posturas e visões educacionais, no qual se encontra hesitação e consequentes críticas a uma concepção única na formação do pedagogo. Sobre o assunto,LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico- social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 2003. MORIN, E. Ciência com Consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. PIMENTEL, M. da G. O professor em construção. Campinas: Papirus, 1993. VASCONCELLOS, M. J. E. de. Pensamento Sistêmico: o novo paradigma da ciência. Campinas, SP: Papirus, 2002.Ivani Fazenda (1999, p. 70) comenta: Hoje, diríamos trabalho interdisciplinar porque participativo. Trabalho interdisciplinar porque realizado por grupo heterogêneo de professores bastante heterogêneos e por grupo também heterogêneo de alunos, diríamos hoje, com muita convicção. A visão fragmentada do conhecimento, no curso de Pedagogia, com currículo que apresentava elenco bastante variado de disciplina. E ainda acrescentávamos até com certa insegurança: trabalho interdisciplinar porque 10 preocupado com um “tipo” de interdisciplinaridade a interdisciplinaridade interna daquele currículo. Já presenciamos nos dias de hoje um trabalho disposto a superar essa fragmentação, muito mais disposto a enfrentar barreiras entre a teoria e a prática, que parecia ser diferente do exercício para aplicação da prática. Nesses casos, o trabalho interdisciplinar, sem qualquer tipificação interna ou externa, especifica-se no desenvolvimento entre as áreas do conhecimento trabalhado. Para a escola, o esboço do entendimento pedagógico é o trabalho diversificado em áreas de profissionais atuantes capazes de desenvolver uma metodologia dentro do seu contexto de experiências adquiridas ao longo de sua formação. É viável que se pense dessa forma, mas que se olhe também por outro ângulo, analisando caminhos e direções. Acredita-se que o pedagogo não tenha somente uma direção, mas direções para serem desenvolvidas e as experiências irão conduzi-los para isto. Para se integrar a um trabalho conjunto é preciso se utilizar de uma ferramenta muito comum: o “entendimento” para uma atuação participativa. Na visão que se pretende formar diante da problemática encontrada, pode-se vislumbrar a experiência vivida como educação travada em direção da aprendizagem. É necessário que se olhe não somente para o que encontramos, mas para o que vamos encontrar. A prática parece um pouco árdua, mas nada que não possa ser especificamente moldado. A especialidade generaliza e contribui para a ampliação dos conhecimentos existentes que, muitas vezes, a escola não gosta de conhecer senão na teoria, pois na sua prática cotidiana só sabe se ocupar com a reprodução do conhecimento existente. Os exercícios levam a questionar e avaliar a postura da teoria e prática, cujos grupos de estudo sobre a Interdisciplinaridade, mais que tudo, demonstram a perspectiva de substituição. No cotidiano da escola, das visões fragmentadas e/ou dicotômicas pelo que se chama de convergência em termos, denominados de saber, alegria, participação, aspectos que, combinados, formam a Interdisciplinaridade. 11 Para os educadores a Educação seria impotente e ideológica se ignorasse o objetivo de adaptação e não preparasse os homens para se orientarem no mundo. Porém, ela seria igualmente questionável se ficasse nisto, produzindo pessoas ajustadas, em consequência do que a situação existente se impõe precisamente no que tem de pior. Nestes termos, desde o início existe no conceito de Educação uma ambiguidade para a consciência e para a racionalidade. Talvez não seja possível superá-la, mas certamente não é possível desviar dela. Anteriormente fez-se referência à posição encontrada no profissional que atua e que também analisa a posição da Educação em uma relação dialética. Evidentemente, a aptidão para se orientar no mundo é impensável sem adaptações. Mas ao mesmo tempo impõe-se equipar o indivíduo de um modo tal que mantenha suas qualidades pessoais. E essa tarefa de reunir na educação princípios individuais e sociais simultaneamente, adaptando a resistência particular, é difícil para o pedagogo no estilo vigente. Procura-se mostrar que quem deseja educar para a democracia precisa esclarecer com muita precisão as debilidades da mesma. A educação constitui necessariamente um procedimento dialético, porque só podemos viver na democracia quando se dá conta igualmente de seus defeitos e de suas vantagens. Para que se firme confiante no processo ensino-aprendizagem em perspectiva da interdisciplinaridade (paradigmas emergentes da educação); exige-se que esse “paradigma”, como melhor pode ser denominado, possa ser profundamente conhecido pelo homem e que se faça vivido pelos educadores. Pode ser comunicado, reproduzido e produzido para, por meio de outras formas, ser concebido em sua sempre nova existência. Dar-se-ia, novamente, conhecer e, novamente, comunicar, para formação de uma escola que favoreça um ambiente de aprendizagem voltado para a qualidade. 12 3 PRÁTICAS ESCOLARES E A INTERDISCIPLINARIDADE Antes do trabalho do aluno com atividades propostas, ou seja, com atividades escritas, faz-se necessário um amplo trabalho do professor com material concreto e vivências de experiências. Os estudos das práticas escolares e a interdisciplinaridade nos levam a conhecer conceitos e informações importantes que levam o professor a desenvolver suas habilidades de formas coerentes e modos satisfatórios. A sala de aula é o lugar intermediário entre a teoria e a prática que surgem com suas mudanças e conceitos de práticas pedagógicas estabelecidas pelo professor no exercício de sua didática. É preciso uma mudança total na concepção do objetivo da aprendizagem, do sujeito que aprende e, forçosamente, do professor. Trata-se de compreender o processo que se está vivendo a cada momento, o conhecimento de uma série de fatos vinculados à evolução psicológica, que será preciso pensar em outros termos de intervenção pedagógica ligada às ideias do processo evolutivo. A prática tradicional leva o aluno a saber ou não saber, poder ou não poder, equivocar-se ou acertar. Isso torna muito difícil compreender que está sendo apresentada uma evolução e que certas coisas são normais dentro da evolução, ainda que se cometam “erros” em relação ao desenvolvimento do aluno em sua prática aprendiz (disciplinas). A interpretação do professor faz a produção interpretativa do aprender respeitar o produtor (aluno), mostrando por meio de seus esforços o que está sendo feito para se compreender o sistema de uma didática de entendimento. 13 Procure retratar fatos que povoam momentos importantes no caminho de formação da caminhada do professor para o seu desenvolvimento. 3.1 Disciplinaridade A luta pelo direito à escolarização é a luta pelo acesso ao conhecimento e faz-se uma estratégia global da luta das classes e da construção de uma nova sociedade. Mas não é suficiente nesta luta que se tenha uma renovação de conteúdos e métodos sem que se permita a apropriação do verdadeiro conhecimento. Coloca-se, pois, o problema de continuidade de transformação do saber recebido e transmitido. O saber não pode ser simplesmente transmitido, com todas as distorções ideológicas, que apresenta um saber fechado histórico e crítico. A seleção desses conteúdos devem ser reveladoras e não mascarem a realidade, revelando o seu caráter contraditório e transitório. A verdade não deve ser apresentada como universal e atemporal dissociada do problema de classe. A verdade de hoje é superada pela verdade de amanhã. A verdade de hoje traz o conhecimento dos problemas apresentados que se colocam numa educação que procura transformar-se em termos de apropriação, redefinida a criação do ponto de vista da educação. Apossa-se desse saber e cria-se um novo saber, que recupera a relatividade histórica do domínio das condições por meio de uma sociedade educativa que vem criar o novo. O ponto de partida vem trazendo um conceito real de experiências de vida e observações de funções educativas para modificação de como e aonde foram repassados. A ideologia global necessita de um sentido novo que venha destacar uma qualidade das expressões que surgem com a formação humana global e que se produz em uma integração básica destacada nas inclinações, das barreiras encontradas naeducação. Compreendemos que a sociedade ensina e ao mesmo tempo se contradiz quanto à postura educativa. Isso ocorre quando tal sociedade se reflete nos problemas da escola que não são técnicos e pedagógicos para apoiar-se em 14 conteúdos e critérios de avaliação que relacionam um conceito afirmativo na construção de identidade e personalidade integral. Avista-se um futuro aparentemente sem saída e se evidencia a necessidade de buscar um caminho a trilhar. A educação hoje vive e respira a atmosfera do questionamento e jamais deve esquecer que as dúvidas metódicas fazem parte da vida de cada educador e educando. O questionamento muitas vezes afasta o fantasma que mostra as verdades feitas que apenas começam a ser assimiladas pelos espíritos superficiais de uma consistência intelectual na qual se pressupõe a contínua busca do sentido que sempre foge do olhar mediador de uma educação atribuída ao ensino. Passando pelas transformações cotidianas, não é de hoje que se procuram respostas sobre o futuro da educação. Analisa-se a burocracia pedagógica e nota-se um aspecto de trabalho que implica uma ação direta e individualizada, ou seja, a atuação centrada no aluno. A esta perspectiva temos uma atuação que assenta a visão basicamente corretiva na linha de atendimento aos problemas educacionais. A esta perspectiva espera-se direcionamento e controle das interferências que outros agentes educacionais, como a família, vem desenvolvendo no sentido de modificar o contexto que se espera alcançar diante das possibilidades. As influências podem ser reconhecidas diante das articulações geométricas dos currículos e programas, na repetição de erros metodológicos que sempre recebem novas roupagens. A colocação aqui é descrever o que inevitavelmente se afirma sobre as competências educacionais em um linguajar espesso que se baseia na pobreza de conteúdo e mesmo de expressões vistas como esclarecedoras (colocar onde e em que termos?). Mas não é somente a teoria que as relações educacionais disciplinares vêm mostrar em uma realidade social enfocada. A compreensão crítica da relação disciplinar é preocupante. Sobre isso, um grupo de pesquisadores de escolas, em colaboração com a UNESCO, buscou estruturar o Centro Internacional de Pesquisas e Estudos Transdisciplinares em 1995. De lá para cá prosseguiram os encontros de que daremos alguma 15 notícia para clarear o que nos desafia. A discussão coletiva dos pensamentos complexos é um imperativo do avanço significativo que evidencia as demais questões específicas da escola e procuram ampliar a relação escola e sociedade. A disciplinaridade supõe uma clara definição dos contornos dos diversos saberes. Respira a tranquilidade e a coragem de um saber com fronteiras definitivas, e em obediência a uma metodologia com limites igualmente demarcados. É a física, a química, a matemática, o português, a literatura, etc. A verdade se revela bem na medida em que o aprofundamento de uma questão prevalece sobre outra área do saber e, com isso, se vê significativamente iluminada. A complexidade emergente gera o fenecimento da hierarquia. Em decorrência disso, surge a era em que não há autoridade investida, imposta por si mesmo, mas terá de competir com a autoridade de quem sabe mais. E quem sabe muito? A resposta é: ninguém. Assim, é visto surgir um inédito capítulo da história humana, que implica na fragilidade do centro decisório que definia e separava as áreas do saber. Não mais se podem deter os conhecimentos amplos e variados que o processo decisório exige para que surjam os autoconceitos nas estratégias globais da capacidade do aprender. Dar voz ao mundo do aluno, porém, não significa calar-se. É do confronto que a disciplinaridade vem professar mudanças para o entendimento da realidade de vivenciar. Quando procuram adequar, buscam-se meios que ampliem as experiências imediatas e profundas aos conhecimentos possuídos e encorajados na realidade do saber. O acúmulo da história da educação que preocupa quanto a sua transparência atual leva às condições de construção de novos conhecimentos. E estes buscam aprimorar os nossos enfoques acumulados que vêm ser transmitidos pelos alunos, buscando uma transformação para o novo saber. Não que mude os conteúdos, mas a maneira como vão ser repassados a partir do entendimento disciplinar. As compreensões da realidade, por sua vez, provocam novas necessidades de compreender. As respostas dadas aos desafios suscitam novos desafios e, portanto, novas respostas. Daí que o conhecimento não pode 16 ser e nem é absoluto. Conhece- se perfeitamente, e quanto mais se conhece, mais aumenta a necessidade de conhecer melhor. Esta permanência do conhecimento vai tornando durável a educação. Nenhuma educação autêntica pode estar presa a um tempo, um espaço, um programa, por causa do ir e vir também permanente dos tempos, dos espaços, dos programas, das coisas etc. Compete a cada articulador a sua responsabilidade de entender as relações fundamentais de formas claras nas relações de transmissão e criação de transformação do saber para o saber do aluno. Essa responsabilidade de mudança aspira uma segurança e um estudo centrado no conteúdo repassado em sala de aula. Poder-se-ia imaginar que a pluridiscipinaridade estaria à disposição, mas ela não se afasta inteiramente da disciplinaridade, uma vez que se trata de um estudo que envolve várias ciências a partir de uma única direção do processo. É um enriquecimento do estudo, mas não uma abertura plena à sua compreensão. Já a interdisciplinaridade vai mais longe. Ela concerne à transferência de métodos. Exemplo: os métodos da física nuclear podem beneficiar o tratamento do câncer, que, como duas ciências, ao se aproximarem, geram uma nova. A educação para a libertação tem como fundamento a problematização. Essa, por sua vez, tem seu instrumento na criticidade, levando os educandos a aprofundarem seus conhecimentos na realidade em que estão inseridos. E na medida em que se conhecem e se descobrem, mas capazes se tornam para darem respostas transformadoras mediante seus fazeres transformadores. E quanto mais respondem, tanto mais irão modificando, criando e recriando, transformando a realidade conhecida numa nova realidade. A isso se adiciona o condimento da complexidade e estarão ante um novo universo cognitivo à espera da luminosidade do homem a lhe decifrar os enigmas. Cabe ao homem contemporâneo acreditar que se impõe, gradativamente, o itinerário fecundo do aprender, do fazer e do conviver. É por esta razão que a emergência da indisciplinaridade precisa se ajustar aos mecanismos capazes de fazer desembocar nos altiplanos da paz, da convivência e do respeito mútuo entre homens, instituições e povos. Longe de tais pensadores estabelecerem compartimentos estanques entre a 17 pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade podem e devem conviver pacificamente e abrir espaços à compreensão de sentido do real. Sem prejuízo da densidade criativa do ideal, do ficcional, do imaginário que tanto opulentam o olhar perplexo do homem ante a magnitude do desafio de simplesmente captar os sinais vitais de tudo o que o envolve, sobre ele atua e lhe oferece um mundo para se conviver – vivendo. 3.2 Multidisciplinaridade A especificação do tema pretende desvendar, no universo da sala de aula, o processo de uma prática pedagógica que introduz a construção do conhecimento significativo no qual o lúdico favoreça a apreensão de novos conceitos. A desenvoltura do contexto vem sintetizar uma dinâmica que possa atuar um processo construtivo e informativo na educação. Entretanto, a orientação leva à formação do espírito consciente, crítico, que toma as decisões rápidas e eficazes no convívio social. A multidisciplinaridade corresponde à estruturatradicional de currículo nas escolas, o qual se encontra fragmentado em várias disciplinas. De acordo com o conceito de multidisciplinaridade recorre-se a informações de várias matérias para estudar um determinado elemento, sem a preocupação de interligar as disciplinas entre si. Assim, cada matéria contribuiu com informações próprias do seu campo de conhecimento, sem considerar que existe uma integração entre elas. Essa forma de relacionamento entre as disciplinas é considerada pouco eficaz para a transferência de conhecimentos, 18 já que impede uma relação entre os vários conhecimentos. A qualidade do trabalho se dá pela experiência vivida e por isso, procurei desenvolver ao longo de minha carreira como educadora a origem e formação do que se pretende estudar e repassar. Portanto, comecei pela realidade interiorana do sertão semiárido nordestino. Uma cidadezinha pequena, mas que traz consigo o retrato de uma história de luta e determinação. A fé católica que conduz o contexto da história de sua fundação povoa o cenário inspirador da religiosidade que, envolvem seguimentos da cidade, desde comércio varejista, ambulantes, até as andas com suas músicas regionais. Quanta beleza se retrata diante de uma paisagem climática preocupante, que vem mostrar um cartão-postal de seu povo. Porém, as atividades escolares transcorrem normalmente e revendo a sua cultura procuramos seus principais fatos históricos que trazem estudos entre disciplinas aparentemente distantes como a Educação Física e Português, História e Matemática. A multidisciplinaridade tornou-se muito importante quando começamos a desenvolver na escola trabalho com projetos, nos quais conseguíamos integrar as disciplinas. A multidisciplinaridade foi considerada importante para acabar com um ensino extremamente especializado, concentrado em uma única disciplina. A origem da multidisciplinaridade encontra-se na ideia de que o conhecimento pode ser dividido em partes (disciplinas). Resultado da visão cartesiana e depois cientificista na qual a disciplina é um tipo de saber específico e possui um objeto determinado e reconhecido, bem como conhecimentos e saberes relativos a este objeto e métodos próprios. Ao apresentar as pesquisas que ora vinham sendo trabalhadas em sala de aula, sugerimos que os alunos fizessem uma exposição oral a partir do que foi explicado e levassem seus entendimentos para o pátio da escola. No pátio da escola os alunos começavam a registrar suas ideias por meio de confecção de cartazes e faixas, para uma grande caminhada pela comunidade de seu bairro. O resultado foi acima do esperado. O trabalho ia ganhando corpo e formas que começaram a levar o conhecimento até suas casas. Com o projeto “Cuidado com o Lixo” as famílias começaram a se integrar na escola. 19 Acompanhei cada passo. E a cada organização ocupávamos a sala de aula com investimento do conhecimento diferenciado para promover as diferenças. Resgatamos a história do passado dessa comunidade, relacionando a disciplina de história com a matemática, numa teoria e prática do estudo da história e formação econômica (desenvolvimento dos trabalhos que sustentam a comunidade, como a Agricultura, com participação e depoimentos dos pais). A transformação sobre a trajetória realizada aproximou duas disciplinas que costumam caminhar separadamente – Matemática e História. Nos trabalhos confeccionados em sala os alunos montaram um painel das profissões com sua história e quanto se ganhava. Nessas comparações observávamos as roupas de épocas, estilo de vida, alimentação, etc. Quando conhecíamos a história e sua economia (fonte de renda), voltamos para a questão da saúde pública, unindo Ciências com Geografia. Abordamos os problemas de saúde pública desde o início do século. Em mapas e gráficos observamos a distribuição e as formas de prevenção das epidemias como: sarampo, hanseníase, doenças de chagas, etc. O objetivo do projeto desenvolvido era mostrar o cenário da saúde pública no passado e no presente. Para entender melhor os temas estudados, os alunos fizeram uma pesquisa na comunidade e juntaram dados da Secretaria Municipal de Saúde sobre as condições de higiene das crianças da mesma idade (zona rural e zona urbana). A estatística sobre a incidência das doenças mais comuns nessa faixa tornou-se gráficos informativos regionalizados, o que facilitava a informação dos casos, conseqüências, cuidados e prevenção. As aulas de Educação Física ganharam uma nova vida. O jornal do estudante criado nas aulas de português deu oportunidade para despertar o gosto pelos assuntos esportivos. Os alunos pesquisavam histórias do futebol, escreviam textos relatando fatos ocorridos, de vitórias até a questão dos óbitos ocorridos nos últimos meses. A eles era dada uma atenção maior porque os mesmos textos produzidos pelos alunos voltavam para a sala de aula para serem estudados em uma visão explicativa ( gramática / produção textual). Quanto aos exercícios físicos aplicados, buscávamos retratar as 20 modalidades quanto aos conceitos e utilidades para fins específicos dentro do limite de cada um, com conhecimento de cultura e ritmos musicais. A cada música trabalhada valorizavam-se suas letras e as mesmas voltavam para sala de aula como paródias, poemas, e frases. Sem fugir do contexto das aulas de Educação Física, mas voltados para união dos saberes do fazer acontecer para crescer. Como toda experiência narrada aconteceu no eixo semi-árido, buscamos parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura para entendermos a evolução teórica da agricultura e fracasso da prática, e os impactos ambientais (queimadas). As informações foram chegando, trazidas pelo interesse despertado nos alunos, que preocupados com a poluição e o meio Ambiente se voltavam sobre a teoria estudada e o conhecimento da prática. Foi quando lançamos a campanha de conservação e cuidados (casas, ruas e bairros). Os alunos sentiam-se muito envolvidos e nas aulas de artes confeccionavam maquetes que retratavam sua experiência e sua visão de futuro. Essa comparação determinava a subdivisão de um domínio específico do conhecimento. Surgiu a tentativa de estabelecer relações entre as disciplinas, o que daria origem à chamada interdisciplinaridade. A multidisciplinaridade difere-se da pluridisciplinaridade porque essa, apesar de também considerar um sistema de disciplinas de um só nível, possui disciplinas justapostas situadas geralmente ao mesmo nível hierárquico e agrupadas de modo a fazer aparecer às relações existentes entre elas. A interdisciplinaridade, tão falada, mas tão pouco praticada, não apenas leva à formação mais completa do estudante e do cidadão, preparando-o para interagir com as informações esparsas e construir seu conhecimento, como também permite uma compreensão mais profunda das próprias questões especializadas. Já se definiu inteligência como a capacidade de formular analogias; compete à escola ser o ambiente que forme tais competências, criando projetos de estudo multidisciplinares. Em todo este trabalho aplicado é possível entender que a educação é uma mistura de conhecimentos trabalhados. Suas conquistas levam imediatamente ao mundo prático da vida cotidiana não só porque daí se deriva e se impulsiona, mas, sobretudo, porque 21 para o imediato reflui com suas múltiplas incidências nos processos de produção do conhecimento inovado. Com as rápidas transformações nos meios e nos modos de produção, resultado da revolução tecnológica e científica, está entrando em uma nova era da humanidade. A natureza do trabalho e a relação econômica entre as pessoas e as nações sofreram enormes transformações, mudando a natureza do que hoje se entende por profissão. Neste quadro a educação não apenas tem que se adaptar às novas necessidades como, principalmente, tem que assumirum papel de ponta nesse processo. O mérito abordado traz a comprovação de um imenso desafio que, por sua vez, se constitui em um trabalho no qual se permite um mundo fantástico articulado no conhecimento que vem possibilitar a compreensão. É abrir oportunidades para criar, fazer o aluno pensar, entender e viver o seu conhecimento na teoria e vivencia prática. 22 4 INTERDISCIPLINARIDADE NA ESCOLA Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (Paulo Freire). A interdisciplinaridade é um conceito novo e tem como objetivo principal manter um diálogo permanente entre os conhecimentos, que pode ser de questionamentos, de ampliação, negociação, iluminação e de confirmação. Desta maneira fica fácil constatar que algumas disciplinas se identificam e se aproximam, outras se diferenciam e se distanciam como, por exemplo, pelo tipo de habilidades que mobilizam naqueles que a investigam, conhece, ensina ou aprende. A cidadania é um assunto bastante rico e uma necessidade dos nossos dias. Num projeto pedagógico interdisciplinar, ela poderá ser enfocada por todas as disciplinas sob vários pontos de vista. O importante é que os alunos aprendam a olhar o mesmo objeto de estudo sob perspectivas diferentes. Nesse desafio a escola e professor têm um eixo integrador que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto de investigação que vai surgindo diante da necessidade da comunidade escolar. A interdisciplinaridade é um tesouro didático a espera do futuro. Para desenvolver o tema é preciso conhecer a cápsula do tempo. Ela vem surgindo muito lentamente e suas pesquisas vão dando as coordenadas do que se vai precisar. Essa triagem do conhecimento histórico, a posição especial, vem refletindo sobre a interdisciplinaridade como categoria indispensável para se repensar o processo da educação na sociedade atual. O nosso ensino tem se mostrado útil, mantendo ainda mais a dominação que exemplifica o crepúsculo que descreve a análise do discurso das práticas escolares. Quando se dedicar à tarefa educação procure entender que esta 23 abordagem possibilita a percepção dos valores individuais (sentimentos próprios) dos outros (seres humanos) grupos (ali valorizados). Torna-se possível que o ser que está sendo educado entenda primeiramente a importância de seus valores gerados; que representam o vínculo entre o individual e o social, ao serem projetados na cultura mediante o fazer pessoal. A compreensão deste processo, por sua vez, permite que a realidade “valor” seja desvendada. Com isto, pode-se perceber que os valores podem expressar as experiências da pessoa (suas vivências, as necessidades do contexto social e cultural), como também na estrutura da personalidade. Para isso, precisa transitar por todas as disciplinas, escolhendo temas que diferenciem e que, algumas vezes, ampliam e questionem muitas vezes a qualidade e a habilidade de cada um. O caminho da interdisciplinaridade é longo e amplo no contexto que revela um quadro que precisa de atenção voltada para a redefinição e ampliação dos conhecimentos educativos. A interdisciplinaridade perpassa os elementos do conhecimento pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela apenas se resume a isso. Ela está marcada por um movimento ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para discussão. Já na integração, apesar do valor, trabalha-se sempre com os mesmos pontos sem a possibilidade de que sejam reinventados. Quem trabalha na apreensão da atitude interdisciplinar garante uma prática elevada de maturidade. É preciso ter segurança, adquirir ao longo de sua experiência a vontade de querer mudar, fazer do pensamento a sua realidade, e da realidade o seu caminho para descobrir o novo e nele permanecer. Não se faz com mágica, mas com magia e encantamento pelos projetos adaptados na conquista dos alunos. A interdisciplinaridade mexe, arruma, exige e reconhece o envolvimento do exercício, na forma de encarar e de pensar os acontecimentos, que são diversos. Aprende-se com a interdisciplinaridade que um fato ou uma solução nunca está isolado, mas é consequência da relação entre muitos e muitos outros. 24 A interdisciplinaridade é sinônimo de desafio. A sua função tem interdependência entre educação e o mundo do trabalho, é clara a necessidade de reconstrução de paradigmas e sabido que o modelo de escola que se conhece está inserido na crença de que o conhecimento é algo pronto, acabado e perfeito. Para muitos estudiosos, a interdisciplinaridade é um caminho rumo à busca de soluções, pois ela convida os educadores, os psicólogos, enfim todos os profissionais da educação a navegarem no oceano de elementos teóricos e práticos. Levamos um século para construir a maneira pela qual concebemos a vida, a ciência a educação e essas crenças são frutos da construção coletiva dos cérebros do passado. Em função da alta tecnologia, essas crenças, essas verdades, foram e serão constantemente revistas e muitas vezes superadas. A interdisciplinaridade quebra todas as crenças e deixa claro que todas as disciplinas podem desenvolver competências e habilidades. Certamente, a interdisciplinaridade é uma proposta que permite o adeus ao ensino tradicional, a educação conteudista. Abre a partir de agora os braços para uma educação que permite a criação, a articulação de conhecimentos, sentimentos, ideias e ideais. A essa temática propõe-se anunciar que os educadores estão sendo desafiados a mudar e inovar. Inovar com o intuito de atender às expectativas da atual sociedade. Mudanças para adquirir novas técnicas metodológicas capazes de transformar o espaço – escola do aprendiz em algo dinâmico, significativo e participativo, aproximando a teoria da prática com uma postura interdisciplinar e permitindo assim, a criação de destrezas para uma vida. Hoje o educador vivencia muitas mudanças e a cada dia a exigência do sistema educativo coloca à prova a capacidade de atuação do educador em suas novas metodologias. Os recursos e meios disponíveis de tempo destinam-se à educação. Mas, infelizmente, a realidade demonstra educadores com suas cargas- horárias dobradas e isso vai dificultando a sua atualização. Não foi por acaso que a Interdisciplinaridade surgiu, procurando frisar o seu maior objetivo que é unir as ideias disciplinares, repassar os conteúdos para o aluno de forma que o professor possa repensar seus conceitos e posturas 25 educativas quanto educando. A dificuldade encontrada nas salas de aulas na questão “interesse do aluno” levou os educadores a introduzir um sabor a mais no seu contexto didático metodológico, em benefício da aprendizagem. Mas ela não vem centrada somente no aluno, muito mais que isso, ela procura resgatar do professor a capacidade de ampliar suas habilidades pedagógicas de modo geral. Trabalhar a interdisciplinaridade na sala de aula é encontrar, por exemplo, uma sala indisciplinada e levar para eles a palavra educação, e transformá-la nos conceitos da linguagem escrita, matemática, ciências, geografia, história e artes. Quando a sala de aula está envolvida com as transformações educativas, surgidas a partir das ideias do educando, o aluno sente e se envolve. A forma como a turma se adapta aos projetos educativos leva o educando a trabalhar sua teoria, levando-o para a prática, motivando-se em suas disciplinas. O aluno se sente integrante e participativo. A interdisciplinaridade prepara a socialização, melhora a autoestima do educando e do educador, exige o pensamentológico e a postura determinante no que se pretende realizar. Não é só uma ideia, é a realidade que encontram hoje. Existem realidades escolares em que a evasão acontece em massa e se o professor não se preparar para criar nesses alunos o gosto pela escola, pela leitura, pelos livros, o que se poderá esperar da educação? Pense no compromisso como educador, desde a origem da formação profissional até a história da comunidade escolar na qual foi preparado, para moldar diante dos termos educativos a formação do aluno egresso para a sociedade que o espera. A interdisciplinaridade vem preparar o professor para adaptação no seu cronograma, para a criação e execução de projetos, favorecendo subsídios centrados nas necessidades do educando e em conformidade com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Considera-se, pois, que esta prática possa transformar o educador em um comunicador arrojado, inovador, com fundamentos teóricos sólidos, capaz de unir teoria e prática com autonomia eautodeterminação. 26 4.1 Transdisciplinaridades “Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido” (Rubens Alves). A transdisciplinaridade é um modelo de organização do conhecimento que procura entender-se às diferenças culturais formadas pela solidariedade e integração à natureza humana. Em 1970, no “I seminário Internacional sobre pluri e interdisciplinaridade”, realizado na Universidade de Nice, Jean Piaget disse que a transdisciplinaridade tratava de uma etapa sucedida. Entendemos que o prefixo faz a diferença: ‘além das’ disciplinas. Por se tratar de um conhecimento, a proposta do rompimento entre o sujeito e o objeto vem diferir os níveis de percepção correspondentes. A transdisciplinaridade vem propor uma alternância sobre a razão sensível, a razão experiencial e razão prática. Entretanto, o paradigma da transdisciplinaridade surge numa proporção do universo fechado da ciência em trazer à tona conhecimentos e reconhecimentos produzidos dentro das velhas e novas experiências. A transdisciplinaridade não procura construir um sistema filosófico que combina princípios de diversos sistemas entre a ciência e tradição prática radicalmente diferente das metodologias das ciências modernas, mas formar uma concepção que venha gerar uma civilização em escala planetária na integridade do ser. No final do século XX, a expressão “direitos humanos” assumiu o significado exato de direitos do homem, de acordo com a formulação nas últimas décadas. Os direitos humanos são a designação genérica dos direitos que dizem respeito diretamente ao indivíduo em decorrência de sua condição humana e em consonância com a lei natural. As fronteiras disciplinares começam por se cruzarem permitindo uma ponte por meio da qual se estuda os fenômenos que se situam fora e além das disciplinas que existem. A transdisciplinaridade não é uma prova de domínio sobre várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as 27 ultrapassa para o conhecimento real. Seguimos valores que precisam ser preservados e resgatados, estando eles a procura de uma contribuição para um mundo melhor. Diante da valorização humana o ser humano se doa pela solidariedade e o vínculo aos outros indivíduos. O homem tem direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Mas o que encontramos atualmente? As inúmeras obras sucessivas e mutações educacionais dos últimos anos nos levam a pensar sobre tal questionamento. A discussão sobre a nova concepção de educação, de educador e de educando, delineados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), inclui a interdisciplinaridade, a contextualização, a transdisciplinaridade, os distúrbios de aprendizagens. Os educadores de forma geral navegam sem bússola e estão sendo confrontados com a realidade atual, automatizados, sendo diagnosticados como defasados, pois temem dar passos além da dúvida. A discussão do ponto de vista conceitual, como, por exemplo, a da sua relação com a concepção de interdisciplinaridade, está bastante difundida no campo discursivo. Deve-se analisar como estão sendo destinados momentos da escolaridade de possibilidades delineadas pela forma de pensamentos no que se dispõe de um desenvolvimento construtivo. O conhecimento é o resultado de um complexo e intricado processo de modificação da reorganização e construção utilizado pelos que assimilam e interpretam os conteúdos escolares (alunos). No conhecimento da Carta da transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO com fundamento do CIRET, em 1994, temos uma definição do conceito transdisciplinar: Artigo 1: "qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma mera definição e de dissolvê-lo nas estruturas formais, sejam elas quais forem, é incompatível com a visão transdisciplinar"; Artigo 2: "(...) qualquer tentativa de reduzir a realidade de um único nível regido por uma única lógica não se situa no campo da transdisciplinaridade"; Artigo 3: "(...) a transdisciplinaridade não procura o domínio sobre várias outras disciplinas, mas a abertura de todas elas àquilo que as atravessa e as ultrapassa (...)"; 28 Artigo 4: "(...) ela pressupõe uma racionalidade aberta por um novo olhar sobre a relativa definição das noções de definição e objetividade (...)"; Artigo 5: "(...) a visão disciplinar é deliberadamente aberta, na medida em que ela ultrapassa o domínio das ciências exatas (...)"; Artigo 7: “A transdisciplinaridade não constitui nem uma nova religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova metafísica, nem uma ciência das ciências”. O que se pode observar é que tanto na educação quanto no mundo do trabalho a transdiciplinaridade pode ajudar educadores e líderes a reverem suas posições sobre os seres humanos. Na escola busca-se uma profunda mudança nas relações sociais e políticas lá experimentadas. Essa estrutura que divide o tempo em aulas de 50 minutos e que utiliza os professores horistas está caduca. A escola precisa aprender a movimentar-se em outros espaços, não fazendo da sala aula o único caminho do conhecimento. A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-los. Fatores e processos afetivos motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Os conhecimentos gerados na história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, a motivação do professor em seu autoconceito e em sua autoestima. Nesse processo de interação com o objeto a ser conhecido, o sujeito constrói representações que funcionam como verdadeiras explicações e se orientam por uma lógica interna que por mais que possa parecer incoerente aos olhos de outros, faz sentido para o sujeito. O entendimento da transdisciplinariade no âmbito acadêmico, já no século XX, tem o intuito de unir o mundo "não universitário" ao universitário, cuja separação se dá primordialmente pela hiperespecialização profissional. Com grande número de disciplinas que não acompanham todo o desenvolvimento, principalmente na área tecnológica, tem-se um aprofundamento na utilização deste conceito, visando formar profissionais cada vez mais completos, compatíveis com as exigências do mercado de trabalho que encontrarão. 29 A transdisciplinaridade resgata um conceito que em muitas realidades parece ter caído no esquecimento humano. Ao longo da experiência, o estudo dos casos foi me convencendo de que a aprendizagem significativa provoca uma modificação no comportamento do indivíduo, na orientação da ação futura que escolherá, na sua atitude e na sua personalidade. Na formação da história da educação a presença avassaladora e impertinente do positivismono geral, chegou a fazer uma divisão e classificação da ciência que só serviu para elitizar a escola. Com isso, tornaram-se elite também aqueles que a procuravam e a vivenciavam. Hierarquizou-se a sociedade. Mas não se trata apenas de uma visão passageira do contexto em si. O que leva a entender a transdisciplinaridade educativa é adentrar às suas teorias, que vêm centradas ao conhecimento, conduzindo às alterações, visto que ela é muito mais que uma teoria. Nela retrata-se uma postura aplicativa do ser de dentro para fora, na adaptação do contexto disciplinar e desenvolvimento sociocultural próprio do ser humano. O complexo tem- se mostrado na transdisciplinaridade, que por ser tão sutil, sobrepõe-se como uma linha tênue que une e serve de limite entre o comprometimento e o individualismo de cada disciplina. Não há uma definição exata, e ao mesmo tempo é um dos mais necessários conceitos quando se trata de formação e educação. Quando se trabalha a educação volta-se para a disciplina do desenvolvimento escrito e falado, assim como para a postura do ser na integração da sociedade. O ser humano vive dentro de uma contribuição de conceitos de uma nova construção de conhecimentos, e nessas misturas de saberes surge a importância dos métodos transferidos diante das várias disciplinas que ora se apresentam em sala de aula. A transdisciplinaridade faz parte da construção do conhecimento cognitivo íntimo do ser humano. Quando se trabalham em uma disciplina contextos que se misturam às outras, mostra-se para os alunos que o ser humano é composto por grupos que se unem conforme objetivos diversos. E essas metodologias buscam despertar dentro do conhecimento repassado a solidariedade e valorização do ser humano diante do que vai se desenvolvendo. 30 Busca-se dentro da realidade mostrar nas ações diárias das escolas a contribuição proveniente da capacidade que cada ser humano tem em participar da integração dos seus valores reais diante da sua postura e da vivencia no meio em que está inserido. 4.2 Didática e interdisciplinaridade A opção que tem sido adotada da inclusão de novas disciplinas nas informações do conhecimento disciplinar vem trazer uma transformação dos conceitos tradicionais, resultando em inovações abertas, nas quais se questiona e participa, nas quais a colocação do aluno dentro da interdisciplinaridade vai exigir uma nova postura dele e do professor que está conduzindo os estudos. Estudar para associar, estudar para questionar e formar opinião conjunta. A palavra in-ter-dis-cipli-na-ri-da-de parece ser tão grande e complexa quando vista em sua extensão, de forma separada, e tão familiar quando se trabalha com ela. No início da formação da história da educação foram vividos conceitos que priorizavam conhecer o que vem de fora. Era uma programação voltada para o período colonial e que na época era determinada pela tradição dos Jesuítas, porque eles estruturavam o sistema de ensino. Deu-se início às escolas e o principal objetivo era a formação e transmissão do conhecimento, especialmente dos jovens. Com a chegada da nova concepção escolar o ensinamento se dava pelo 31 caráter de memorização. Conversando com pessoas que estudavam nessa época, pode-se perceber que a lição era tratada como ponto decorativo. Eles estudavam principalmente na disciplina de história tinham que decorar toda História Geral e do Brasil, toda a Tabuada – acreditava-se que só sabia matemática quem a tivesse decorado. Alguns não tinham condição de comprar materiais e aprendiam a contar nos dedos os números de 1 a 10, e na mão fechada as décadas. Em português o que mais se fazia era cópia de textos, para se desenvolver a caligrafia e aprender a soletrar (be a ba). Uma nova visão pautada no conhecimento científico pode ser a origem de uma nova racionalidade. Um pensar nesta direção exige um trabalho aprofundado das relações conscientes entre as pessoas e entre as pessoas e as coisas. A interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende: vive-se para exercer as responsabilidades em que está inserida. O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir. 4.3 Contexto das salas de aula e a organização das condições de aprendizagem “Se a aula é dada apenas de acordo com as regras fixas, e por processos já comprovados, comportamonos como os operários em frente a uma máquina cujo funcionamento não compreende” (Hans Aebli). 32 O conceito de aprendizagens significativas, centrado numa perspectiva construtivista, implica a necessidade de um trabalho simbólico dentro de um significado cuja parcela da realidade é o que se conhece. As aprendizagens que os alunos realizam na sala de aula serão significativas à medida que conseguirem estabelecer relações substantivas e não- arbitrárias entre os conteúdos escolares desenvolvidos por eles, em processos da articulação de novos significados. A aprendizagem significativa implica sempre em alguma ousadia: diante do problema posto o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-las. Fatores e processos efetivos motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Se a aprendizagem for uma experiência de fracasso, o ato de aprender tenderá a se transformar em ameaça, e a ousadia necessária se transformará em medo, para qual a defesa possível é a manifestação de desinteresse. A aprendizagem se dá pelo condicionamento de um lado pelas possibilidades do aluno, que englobam tanto os níveis de organização do pensamento como o conhecimento e experiência prévia, e, de outro, pela interação com os outros agentes. Para a estruturação da intervenção educativa é fundamental distinguir o nível de desenvolvimento real do potencial. O nível de desenvolvimento real se determina como aquilo que o aluno pode fazer sozinho em uma situação determinada, sem a ajuda de ninguém. De acordo com essa concepção, pode-se falar dos mecanismos interativos pelos quais professores e colegas conseguem ajustar sua ajuda ao processo de construção de significados realizados pelos alunos no decorrer das atividades escolares de ensino e aprendizagens (Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs). Procura-se destacar duas situações que levam a raciocinar sobre as mudanças e aperfeiçoamentos de conhecimento: - Professor tradicional – trata-se de um profissional que não tem o problema de escolher entre as várias atividades possíveis para ensinar um assunto. Como para ele a única atividade válida é a exposição oral ou preleção, não perde tempo procurando alternativas. - Professor moderno – vai escolher adequadamente as atividades de ensino numa etapa importante de sua profissão. Por meio dele manifesta-se a 33 verdadeira contribuição das atividades dos seus conteúdos e materiais dos alunos. Experiências didáticas do professor; Etapas do processo de ensino; Tempo disponível; Tipos de aprendizagens; Contribuições; Tipos de alunos; Aceitação e experiências dos alunos. A necessidade que o aluno tem de participar ativamente do processo de aprendizagem vem se realizar por meio da conduta do aluno que aprende mediante a sua participação ativa no fazer e não apenas pela observação do que faz o professor. Os critérios de escolha das atividades estão ligados a diversos pontos pedagogicamente importantes, sabe-se que o potencial didático é diferente das limitações específicas. Junto a isso, as possibilidades de combinar atividades de forma que se contemplem umas com as outras, o potencial de uma, compensando as limitações de outras. O processo de ensino-aprendizagem, apesar de variar conforme a personalidade do professor e as características dos alunos, pode formar uma receita de diversos procedimentos nas atividades docentes. O queé aprender e o que ensinar? A discussão teórica e prática permite analisar bases que venham resumir uma atividade experiente nos objetivos educacionais. Atividades são os veículos usados pelos professores para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para sua própria transformação. Suponham que o objetivo desenvolvido pelo professor venha extrapolar as habilidades de seus alunos. Como por exemplo: o milho hibrida tem uma fórmula X de fertilizantes usados na lavoura, a ela extrapola a resposta dada pelos alunos porque nem todos sabem a quantidade de potássio. Logicamente o professor precisa trabalhar atividades que permitam ao aluno desenvolver suas habilidades. Outro exemplo: supõe-se que o professor adquira a atitude e 34 o hábito da cooperação e trabalho em equipe na aula de português. O reforço é o modo estimulado em internalizar e fixar o aprendizado. A essa dependência o objetivo direcionado estabelece ao professor as atividades de ensino que serão realizadas. Para se atingir objetivos educacionais, o aluno é exposto a assuntos ou conteúdos de uma matéria de natureza diversa. Suas fórmulas, teorias, princípios e conceitos isolados são uma forma de conjunto que se faz à parte. A essas estruturas deve-se almejar o tipo de aprendizagem necessária para o aluno que procura entender, fixá-lo em diferentes casos que levam a interpretar a metodologia que está sendo repassada para ele. A situação de aprendizagem em sala de aula vem mostrar as atividades trabalhadas, seja em exposição oral ou escrita, na transmissão das informações exercitadas e nas habilidades quem venham a ser avaliadas diante de soluções que foram apresentadas dentro dos problemas surgidos. O desenvolvimento da postura do conhecimento para que o aluno se interesse em debruçar-se sobre as dificuldades que desafiam seus saberes exigem dele um maior desempenho. A educação tem uma distinção que é fundamental, pois não há máquina que substitua o professor – e quando isso ocorre é porque o professor o merece. Tecnologia educacional é, por exemplo, usar uma lata de água, um pedaço de madeira e uma pedra para explicar a flutuação dos corpos; apertar a tecla de um vídeo sobre o assunto e deixar os alunos o assistirem passivamente, em contrapartida, nada tem de tecnologia. O que se vai fazer diante da aprendizagem é mostrar ao aluno a capacidade que cada um tem em desenvolver sua metodologia sem que precise de muitos equipamentos. Basta a força de vontade e a segurança do conteúdo para explicar uma aula de geometria sem que se possua um esquadro. O desenho de sua mão, por exemplo, mostra o que ela representa. Aberta ela forma um ângulo de 90º. E isso faz a diferença na aprendizagem e ensino apontando para a formação de um novo educador. Por mais que pensem em utilizar a tecnologia ou mesmo o velho e bom quadro-negro, é na formação do professor que se desenvolve a tecnologia educacional, preparando líderes, mediadores e estimuladores, mais do que detentores de 35 determinados conhecimentos. Mesmo porque se pensa na clientela e em suas diferentes culturas e condições econômicas. E nem por isso, deve-se deixar de fora a informação globalizada. O professor do final do século deve saber orientar os educandos sobre onde colher a informação, como tratar essa informação, como utilizar a informação obtida. Esse educador será o encaminhador da autoformação e o conselheiro da aprendizagem dos alunos, ora estimulando o trabalho individual, ora apoiando o trabalho de pequenos grupos reunidos por área de interesses. Levam os esforços e pensamentos voltados para a geração que se forma nas realidades encontradas por diversas escolas, que chamam a atenção em diversos critérios. E um deles relaciona-se à questão das tecnologias e da aprendizagem. Até onde vai o compromisso como educador diante do aluno que não tem acesso a tecnologia avançada? Que compromisso tem o professor diante da sua formação como cidadão/sociedade? Essas metodologias desenvolvidas distribuem-se em quatros critérios: pensar, sentir, trocar e fazer de modo crítico, criativo, significativo, solidário e prazeroso. 36 5 PLANEJAMENTO DE ENSINO NUMA PERSPECTIVA CRÍTICA No planejamento é fundamental a idéia de transformação da realidade. Isto quer dizer que uma instituição se transforma a si mesma tendo em vista influir na transformação da realidade global. A primeira coisa que nos vem à mente quando perguntamos sobre a importância do planejamento é a eficiência. O planejamento é um plano que ajuda a alcançar a eficiência. Isto é implanta-se um processo de planejamento a fim de que seja bem feito aquilo que se faz dentro dos limites de tempo previsto para aquela execução. O planejamento visa também à eficácia. O planejamento deve alcançar não só que se façam bem as coisas que se fazem, mas que se façam as coisas que realmente importam ser feitas porque são socialmente desejáveis. Assim, o planejamento segue etapas que visam facilitar o ensino: - Conhecimento da realidade; - Elaboração do plano; - Execução do plano; - Avaliação e aperfeiçoamento do plano. Podemos visualizar as etapas do planejamento de ensino por meio do seguinte gráfico: 37 O termo planejamento é normalmente utilizado para definir uma ação educativa para elaboração de um orçamento, passando por relatórios extensos para assumir, nos dias atuais, uma característica especial: um macroplanejamento, em que todos os planos de desenvolvimento de um país se entrelaçam, num dinamismo contínuo e progressivo. Um planejamento educacional tornou-se, então, uma atividade multidisciplinar, exigindo trabalho em conjunto e integrado de administradores, educadores, pedagogos, economistas, sociólogos estatísticos e outros especialistas. Seu êxito, valor e realismo dependem, em grande parte, das equipes que o preparam e que deverão discutir e procurar conciliar seus pontos de vista, dando a cada aspecto o real valor que possui dentro do contexto e não preferindo uns em detrimento de outros. O objetivo do planejamento educacional é tornar a educação mais efetiva e eficiente para atender às necessidades e metas dos estudantes e da sociedade. Em sua afirmação a caracterização dos planejamentos que encontramos nos dias atuais mostra uma planificação do trabalho educativo que vem exigir uma postura inicial diante de uma determinada visão ideológica. A efetivação terá princípios que se mantêm em um aspecto planejado em função de várias concepções. O planejamento educacional reveste-se de uma especificidade tal que não pode ser encarado apenas como uma função de retorno puramente econômico. No processo educativo os resultados têm um retorno puramente na classificação e qualidade do ensino repassado. O verdadeiro trabalho dentro do planejamento é unir a participação consciente de situações organizacionais que vem exemplificar problemas adquiridos e solucionados, cuja eficiência está na razão direta dessa sua ação globalizadora. Dentro da realidade de um planejamento procura-se estudar os objetivos que venham superar as dificuldades encontradas ao longo do trabalho educativo. Planejam-se encontrar dentro de um posicionamento individual e social das situações problemas a serem estudadas e resolvidas e das atividades propostas para efetivar sua mudança ou reestruturação. Mas como olhar a Educação num contexto de Igualdade para todos? 38 A descrição que segue não é uma descrição do que existe, mas do que deveria existir ou, dito de outra forma, daquilo que se pode colocar como ponto de referência para ser perseguido na tarefa do planejamento. Quando planejamos buscamos centrar em três critérios que levam a interrogar os retornos do processo de planejamento. - O que queremos alcançar? - A que distância estamos daquilo