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DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSO TRIBUTÁRIO Módulo: Responsabilidade Tributária TEMA 05 – Causas de Extinção do Crédito Tributário: Pagamento e Compensação Aula 01 – Causas de Extinção do Crédito Tributário: Pagamento e Compensação Causas de Extinção do Crédito Tributário Art. 141 do CTN Após disciplinar as hipóteses de suspensão do crédito tributário, o Código Tributário Nacional passa a tratar das causas que extinguem a exigibilidade do crédito (arts. 156 a 174). Logo, o art. 141 do Código Tributário Nacional (CTN) prescreve que o crédito tributário somente se extingue “nos casos previstos nesta lei” , vejamos: Art. 141 CTN. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Observa-se o referido artigo prevê a TAXATIVIDADE do rol de causas de EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Assim, conclui-se que o posicionamento adotado pela legislação infraconstitucional que trata sobre KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 matéria geral em direito tributário, qual seja o Código Tributário Nacional (CTN), é no sentido da TAXATIVIDADE deste rol. Todavia, temos que tomar um certo cuidado, uma vez que o STF já se debruçou sobre o tema na ADI 1917 e na ADI-MC 2045 apresentando visões diferentes em cada uma delas. Na primeira ele falava sobre a taxatividade do rol, já na segunda estatuía a não taxatividade. Vejamos: • STF, ADI 1917 = TAXATIVIDADE • STF, ADI-MC 2045 = NÃO TAXATIVIDADE Sobre esta discussão, o professor Eduardo Sabbag disciplinou: A maioria dos autores consideram a enumeração do art. 156 do CTN taxativa (ou exaustiva), e não meramente exemplificativa. Isso significa que em regra, apenas as modalidades expressamente nela elencadas podem dar ensejo à validade e legitima extinção do crédito tributário, e qualquer acréscimo de outras hipóteses à lista requerer lei complementar da União sobre normas gerais tributárias. Essa também tem sido a orientação disposta em julgados mais recentes do STF1. Já o doutrinador Luciano Amaro entende de forma diversa, acreditando que este rol não seria taxativo, mas EXEMPLIFICATIVO: O rol do art. 156 não é taxativo. Se a lei pode o mais ( que vai até o perdão da dívida tributária) pode também o menos, que é regular outros modos de extinção do dever de pagar o tributo. A dação em pagamento, por exemplo, não figurava naquele rol até ser acrescentado pela LC n. 104/2001; como essa lei só se refere à dação de bens imóveis, a dação de outros bens continua não listada, mas nem por isso se deve considerar banida. Outro exemplo que nem sequer necessita de disciplina específica na legislação tributária, é a confusão, que extingue a obrigação se, na mesma pessoa, se confundem a qualidade de credor e a de devedor (CC/2002, art. 381). Há ainda, a novação (CC/2002, art. 360)2. 1 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 13 ed., São Paulo: Saraiva Educação, p.1086. 2 AMARO, Luciano. Direito Tributário brasileiro, 14 ed, p. 390/391. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Hipóteses de Extinção do Crédito Tributário O art. 156 do CTN, apresenta as HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Para efeitos didáticos, podemos dividir as modalidades extintivas Passemos ao estudo de cada uma das modalidades de extinção do crédito tributário. Em resumo HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO • Pagamento; • Compensação; • Transação; • Remissão; • Prescrição e Decadência; • Pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 CTN; • Consignação em pagamento (art. 164, §2º, CTN); • Decisão administrativa irreformável (sem anulatória); • Decisão judicial passada em julgado; • Dação em pagamento de bens imóveis, na forma da lei. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Pagamento A primeira causa de extinção do crédito tributário que estudaremos é o PAGAMENTO, que se encontra presente nos arts. 157 a 164 do Código Tributário Nacional (CTN). O pagamento é a hipótese mais comum de extinção do crédito tributário, que de acordo com o art. 162 do CTN, pode ser efetuado em moeda corrente, cheque, vale postal e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado ou processo mecânico. Estas últimas hipóteses atualmente estão em desuso. Atente-se ao art. 162 do CTN: Art. 162 CTN. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Observe que o pagamento é descrito no Código Tributário Nacional, como o adimplemento da obrigação pecúnia, em moeda nacional ou valor que nela se possa exprimir (como a estampilha, o selo, etc.) A acepção da palavra pagamento utilizada pelo CTN no art. 156 e nos arts. 157 a 164, é tida por restrita na teoria das obrigações, em contraste com acepção ampla, que indica adimplemento de qualquer tipo de obrigação, não só pecúnia3. Assim, em razão do conceito de tributo apresentado pelo art. 3o do CTN, não há o que se falar em pagamento: a) In Natura: prestação em bens. Ex: produtos ou animais; b) In Labore: prestação em serviços. Ex: serviço militar obrigatório, serviço eleitoral, serviço prestado ao ser jurado no Tribunal do júri. Todavia, com a inclusão da modalidade “dação em pagamento em bens imóveis” realizada pela Lei Complementar nº 101/2001, a acepção estrita originalmente empregada pelo Código perdeu o sentido4. Assim, não se esqueça que o pagamento É O METÓDO MAIS COMUM PARA EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO, sendo certo que tal pagamento poderá se dar através: 3 ROCHA, Roberval. Direito Tributário. Coleção Sinopses para Concursos, Editora Juspodivm, p. 319. 4 ROCHA, Roberval. Direito Tributário. Coleção Sinopses para Concursos, Editora Juspodivm, p. 319. Atenção MEIOS DE PAGAMENTO DE TRIBUTO admitidos pelo CTN: 1) MOEDA CORRENTE; 2) CHEQUE RESGATADO PELO SACADO; 3) VALE POSTAL; E nos casos previstos em lei 4) ESTAMPILHA; 5) PAPEL SELADO; 6)PROCESSO MECÂNICO. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 • DINHEIRO; • DAÇÃO EM PAGAMENTO DE BENS IMÓVEIS (Lei nº 13.259/16) Segundo o professor Eduardo Sabbag, O pagamento, disciplinado nos arts. 157 a 163 e 165 a 169 do CTN, é modalidade direta de extinção do crédito tributário, prescindindo autorização por lei. Em regra, o pagamento deve ser feito em pecúnia. Todavia, o art. 162 do CTN prece o pagamento por meios sucedâneos: cheque, dinheiro, vale-postal, estampilha, papel selado ou processo mecânico. (...) A bem da verdade, as formas de pagamento destacadas no inciso II do art. 162 do CTN são antiquadas e incomuns. De há muito, o pagamento por meio de vale postal deixou de ser utilizado. A estampilha, mencionada pelo legislador, é o selo. O pagamento por papel selado (papel em que o selo já se encontra presente) e por processo mecânico (impressão declarada mecanicamente no papel) praticamente não são mais utilizados, estando em franco desuso. A LC n. 104/2011 trouxe novidade ao CTN quando previu nova causa de extinção do crédito tributário: dação em pagamento, constante no inciso XI do art. 156 do CTN.5 Aula 02 – PAGAMENTO Pagamento A IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE não ilide o pagamento integral do crédito tributário, ou seja, a penalidade não absorve o pagamento do tributo. Vejamos: Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. Outra lição importante sobre pagamento depreende-se do art. 158 do Código Tributário Nacional (CTN): Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 5 SABBAG. Eduardo. (Manual de Direito Tributário, 13 ed., São Paulo: Saraiva Educação, p.1086. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. Verifica-se que o PAGAMENTO DE UM CRÉDITO não importa em presunção de pagamento quando PARCIAL, das prestações em que se decomponha; e quando TOTAL, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. Em regra, o CRÉDITO TRIBUTÁRIO deve ser adimplido na REPARTIÇÃO COMPETENTE DO DOMÍCILIO DO CREDOR. Vejamos: Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo. Observa- se que o artigo traz uma ressalva a esta regra : “ quando a legislação não dispuser a respeito”, ou seja, quando tivermos legislação tributária estatuindo de forma diversa o pagamento poderá ser realizado de outra forma. Não se esqueça que o Código Tributário Nacional (CTN) é uma lei da década de 606, sendo assim, temos que amoldar a lei à época. Ora, na época da promulgação do CTN o contribuinte pagava o tributo na repartição pública competente do domicílio do sujeito passivo. Com o passar dos anos, o pagamento passou a ser realizado nas agências bancárias. E atualmente, o pagamento pode ser realizado de várias formas: nas agências bancárias, pela internet, pelo celular, via PIX. Assim, conclui-se que apesar da previsão do art. 159 do CTN, o pagamento na repartição competente do sujeito passivo se tornou obsoleto em virtude das novas tecnologias e com a forma de viver do homem moderno. Caso a legislação tributária não fixe prazo para pagamento, o VENCIMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SERÁ 30 (TRINTA) DIAS após a data da notificação do lançamento. Vejamos: 6 A Lei nº 5.172/66 foi promulgada em 25 de outubro de 1966. Em sua certidão de batismo (o Ato Complementar 36, de 13/3/1967), ganhou o nome pelo qual atende até hoje: Código Tributário Nacional. Lembre-se que nesta época a Constituição Federal em vigor era a de 1946. Nesta época o CTN nasceu como uma lei ordinária. Com a promulgação da Constituição Cidadã (Constituição Federal de 1988) o CTN ganhou “status de lei complementar”. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça. Observa-se da leitura do parágrafo único do artigo supracitado que a LEGISLAÇÃO pode permitir DESCONTO para os adimplementos antecipados. Por exemplo, no caso do IPVA você paga antes da data de vencimento você paga com desconto, senão você paga sem desconto e de forma parcelada. O CRÉDITO NÃO INTEGRALMENTE PAGO NO VENCIMENTO é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição de penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas na lei tributária. Em regra, os juros de mora são calculados à taxa de 1% (um por cento ao mês). Exceção: lei dispuser de modo diverso. Todavia, não incidirão juros se o sujeito passivo tiver formulado consulta dentro do prazo legal para o pagamento do crédito tributário. Todavia, NÃO INCIDIRÃO JUROS se o sujeito passivo tiver FORMULADO CONSULTA dentro do prazo legal para PAGAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. As previsões supracitadas encontram-se presentes no art. 161 do CTN: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. §1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. §2ºO disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Como já vimos, na parte I desta aula, o art. 162 do CTN prevê as FORMAS DE PAGAMENTO DO TRIBUTO: KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Art. 162 CTN. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. Segundo o artigo supracitado crédito pago em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela. A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade não dão direito à restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas que o erro seja imputável à autoridade legislativa. O pagamento em papel selado, ou por processo mecânico, equipara-se ao pagamento por estampilha. Destarte estas previsões do CTN, atualmente, o pagamento ocorre em pecúnia, estas outras formas como cheque, vale-postal, estampilha estão em desuso. Normalmente esse pagamento se dá por meio de guias com um código de barras a ser pago na instituição bancária, pela internet, via Pix. Como exemplo destas guias que importam código de barras temos: GIA, DARF, DARE, DAS, etc. Estas guias ao mesmo tempo escrituram a obrigação acessória e impõe o pagamento de tributo, contemplando toda obrigação principal e uma obrigação acessória como nos vimos até aqui. Atente-se ao art. 163 do CTN: Art. 163 CTN. Existindo simultaneamente dois oumais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. Verifica-se que EXISTINDO SIMULTANEAMENTE 2 (dois) ou mais débitos vencidos do MESMO SUJEITO PASSIVO para com a MESMA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO, relativo ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniárias ou juros de mora, a AUTORIDADE ADMINISTRATIVA competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras: Destaca-se que a escolha do débito a ser quitado cabe ao Fisco. Todavia, trata-se de uma regra em desuso porque atualmente a maioria dos recolhimentos é feito eletronicamente, em rede bancária, sem nenhuma intervenção das autoridades tributárias. Ademais, nos dias de hoje o recebimento direto na repartição fiscal é até KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 evitado pelo Fisco, para elidir corrupção e problemas de segurança (em razão da violência urbana). Não se esqueça que a cobrança judicial do crédito tributário não se sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento, bem como que o concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: (i) União, (ii) Estado, Distrito Federal e Territórios, e (iii) Municípios. Destaca-se que quanto à preferência do crédito tributário federal em detrimento do municipal, fere o pacto federativo, pois ao conceder vantagens ao ente federativo com maior disponibilidade de recursos ocorre uma desvantagem excessiva aos Municípios. Ora, os Municípios são os entes que menos possuem recursos e mesmo assim encontram-se na última posição para rever seus créditos tributários em juízo. Atente-se ao art. 164 do CTN: Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. ➢ PAGAMENTO INDEVIDO O PAGAMENTO INDEVIDO gera o DIREITO DE RESTITUIÇÃO para (i) o contribuinte; (ii) o responsável e (iii) o substituto ou (iv) o Estado. Este KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 PAGAMENTO INDEVIDO pode ter ocorrido (i) em razão de pagamento a maior do tributo; (ii) de pagamento realizado de forma indevida. O Estado não pode enriquecer de forma ilícita, ou seja, não pode ocorrer um enriquecimento sem causa do Estado. Em razão disso nasce o DIREITO DE RESTITUIÇÃO para (i) o contribuinte; (ii) o responsável e (iii) o substituto ou (iv) o Estado. Lembre-se que o Estado não paga impostos em virtude da imunidade recíproca, mas paga taxas, contribuições. O DIREITO DE RESTITUIÇÃO encontra-se previsto no art. 165 do CTN: Art. 165 CTN. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. A RESTITIÇÃO - ADMINISTRATIVA - JUDICIAL Destaca-se que O PRAZO para exercer o DIREITO DE RESTITUIÇÃO (tanto pela via Administrativa como pela via Judicial) é de 5 (cinco) anos contados da data do pagamento indevido. Vejamos: Art. 168 CTN. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. P ode ser KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Lembre-se que tribunal administrativo não faz coisa julgada. Vamos imaginar que o CONTRIBUINTE pleiteia a RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO PELA VIA ADMINISTRATIVA, mas perde, então ele ingressa com RECURSO ADMINISTRATIVO no grau recursal da via administrativa (que seria uma espécie de 2ª instância) e também perde. Neste caso, ele terá uma DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL. Diante disso, o CONTRIBUINTE munido dessa DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL (que é desfavorável) terá o prazo de 2 (dois) anos ingressar com a AÇÃO JUDICIAL, a qual é denominada AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA. Ou seja, pretende-se anular a decisão administrativa que denegou o direito de restituição com base no art. 169 do CTN. Assim, o contribuinte possui o PRAZO de 2 ANOS para propositura da AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA (art. 169 CTN), a contar da decisão administrativa irreformável que a denegou. Vejamos: Art. 169 CTN. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.” Aula 03 – PAGAMENTO Pagamento Lembre-se que O PRAZO para exercer o DIREITO DE RESTITUIÇÃO (tanto pela via Administrativa como pela via Judicial) é de 5 (cinco) anos contados da data do pagamento indevido(art. 168 CTN). Vamos imaginar que o CONTRIBUINTE pleiteia a RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO PELA VIA ADMINISTRATIVA, mas perde, então ele ingressa com RECURSO ADMINISTRATIVO no grau recursal da via administrativa (que seria uma KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 espécie de 2ª instância) e também perde. Neste caso, ele terá uma DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL. Diante disso, o CONTRIBUINTE munido dessa DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL (que é desfavorável) terá o prazo de 2 (dois) anos ingressar com a AÇÃO JUDICIAL, a qual é denominada AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA. Ou seja, pretende-se anular a decisão administrativa que denegou o direito de restituição com base no art. 169 do CTN. Assim, o contribuinte possui o PRAZO de 2 ANOS para propositura da AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA (art. 169 CTN), a contar da decisão administrativairreformável que a denegou. ➢ RESTITUIÇÃO DOS TRIBUTOS INDIRETOS: Atente-se para o art. 166 do CTN: Art. 166 CTN. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. Para compreendermos a RESTITUIÇÃO DOS TRIBUTOS INDIRETOS primeiramente se faz necessário diferenciar o tributo direto do tributo indireto. Essa é uma classificação dos tributos que indicam quem são os responsáveis pelo pagamento efetivo de determinado imposto. Não se esqueça: PRAZO: 5 ANOS para exercer o DIREITO DE RESTITUIÇÃO (tanto pela via Administrativa como pela via Judicial) contados da data do pagamento indevido. PRAZO: 2 ANOS para propositura da AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO ADMINISTRATIVA (art. 169 CTN), a contar da decisão administrativa irreformável que a denegou. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Os IMPOSTOS DIRETOS são os pagos de diretamente ao governo pelo contribuinte, não dependem de intermediação de consumidores e incidem sobre um rendimento apurado. Nestes tributos a mesma pessoa que pratica o fato gerador é quem paga o tributo. Exemplos: IRPF, IPVA, IPTU. Já os IMPOSTOS INDIRETOS Incidem sobre as transações de mercadorias e serviços e são repassados ao consumidor inserindo a quantia no valor da mercadoria ou serviço. Pode-se dizer que eles incidem sobre as mercadorias de consumo, como comida, roupas etc. Estes tributos denotam uma repercussão econômica, ou seja, geram uma cadeia. Nestes tributos quem suporta o encargo econômico na cadeia não é aquele pratica o fato gerador. Exemplos: ICMS, PIS, COFINS, IPI. Lembre-se que os IMPOSTOS INDIRETOS são NÃO CUMULATIVOS. Diante desses esclarecimentos, destaca-se que quando se PAGA UM TRIBUTO DE FORMA INDEVIDA, entende o STF que quem pode se valer da restituição deste tributo é o CONTRIBUINTE DE DIREITO, que é aquele contribuinte que pratica o fato gerador e deflagra a obrigação de pagar. Ou seja, o STF admite repercussão econômica. Nesse sentido, o STF promulgou a Súmula nº 546 do STF: Súmula nº 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo. Existe uma única divergência no STJ em que nas ações que envolvem energia elétrica perante a concessionária de energia seria legitimado o consumidor final para fins de restituição. É a única divergência que há na jurisprudência, no mais, é o contribuinte de direito que pode e de restituir o valor do tributo. Atenção: Cabe a RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 No direito tributário, possuímos 2 (duas) espécies de contribuinte: (i) o contribuinte de direito e o (ii) o contribuinte de fato. O CONTRIBUINTE DE DIREITO é o contribuinte que pratica o fato gerador da obrigação tributária. Já o CONTRIBUINTE DE FATO não pratica o fato gerador, mas ele suporta o encargo econômico. Como exemplos de tributos que possuem contribuinte de direito e de fato temos os casos do IPI e do ICMS. Afinal, esses tributos são diretos e não cumulativos. Exemplo de caso concreto: Nós temos uma Refinaria de Petróleo, uma Distribuidora, um Posto de Gasolina e o consumidor final. Quem incialmente circulou a mercadoria foi a Refinaria de Petróleo para a Distribuidora, depois a Distribuidora para o Posto de Gasolina e dele para o consumidor final. Ou seja, quem pagou o tributo lá atrás e presumiu o preço na bomba de combustível foi a Refinaria de Petróleo. Ela agregou o valor, presumiu o valor de venda e recolheu o tributo. Os demais, só suportaram o valor financeiro. Da Distribuidora para a Refinaria de Petróleo houve um creditamento deste valor (pagou-creditou-pagou- creditou). Isto é o que chamamos de não cumulatividade eu deduzo na consequente o que eu paguei na antecedente (é como se fosse um círculo), isso ocorre para que não ocorra a tributação em cascata e que o consumidor final suporte um encargo impossível de se pagar. Logo, para o STF caso haja um pagamento errado é a Refinaria de Petróleo que possui direito a restituição do tributo e não o consumidor final (que apenas suporta os encargos da operação financeira). Afinal, quem de fato foi contribuinte, circulou a mercadoria, industrializou a mercadoria foi a Refinaria de Petróleo lá no começo. Atente-se as Súmulas do STJ apresentadas pelo professor em aula que tratam dos encargos na Repetição de Indébito: ➢ Súmula nº 162 STJ : Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Ou seja, a correção monetária observa o pagamento indevido. ➢ Súmula nº 188 STJ : Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença. Esta súmula pode ser interpretada direto pelo art. 165,§ ú, do CTN, prevê que os juros moratórios, isto é, os juros não capitalizáveis observam o trânsito em julgado da sentença, ou seja, eles correm a partir do transito em julgado da sentença. A Súmulas nº 162 e 188 do STJ valiam para quase todos os tributos até que Lei 9.250/95 no art. 39,§ 4º institui a TAXA SELIC para ser aplicada tributos federais. Com isso veio o questionamento: e para tributos não federais eu posso aplicar a taxa SELIC? A resposta veio na Súmula nº 523 STJ. ➢ Súmula nº 523 STJ : A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices. Pela Súmula entendemos que depende, se houver lei que preveja a utilização da SELIC para aqueles tributos pode utilizar, se não houver uma lei local que preveja será aplicado os índices regulares (Súmulas nº 162 e 188 do STJ). Lembre-se que a TAXA SELIC não pode ser cumulada com nenhum outro índice, uma vez que ela num só tempo engloba: (i) o período de inflação e (ii) a taxa real de juros. Atualmente, quase todos os tributos são atualizados pela TAXA SELIC. Atente-se também aos artigos 167 do CTN: KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Art. 167 CTN. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. Observa-se que a RESTITUIÇÃO DO TRIBUTO independe de prévio protesto, ou seja, o contribuinte não precisa pleitear a restituição do tributo na via administrativa (é uma opção dada ele). Se ele preferir ele pode iniciar o PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DIRETO NA VIA JUDICIAL, sem nunca passar pelo processo administrativo. Nesse sentido, Eduardo Sabbag disciplinou: É de destacar, ainda, que o particular não está obrigado a primeiro postular na órbita administrativa, para, após, recorrer à via judicial. Aliás para o STJ o prazo prescricional para a repetição do indébito não se interrompe e/ou se suspende em face de pedido formulado na esfera administrativa.7 Observe um julgado nesse sentido: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. FINSOCIAL. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL DO PRAZO. PEDIDO ADMINISTRATIVO. INTERRUPÇÃO/SUSPENSÃO. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES (...).5. O prazo prescricional, para fins de restituição de indébito de tributo indevidamente recolhido, não se interrompe e/ou suspende em face de pedido formulado na esfera administrativa 6. Precedentes desta Corte Superior. 7. Agravo regimental não provido.”(AgRg no 629.189/MG, 1ª turma, rel. Min, José Delgado, j. em 03/05/2005) 7 SABBAG. Eduardo. Manual de Direito Tributário, 13 ed., São Paulo: Saraiva Educação, p.1086 KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Aula 04 – COMPENSAÇÃO Compensação A COMPENSAÇÃO é uma das hipóteses de extinção do crédito tributário prevista no inciso II do art. 156 do Código Tributário Nacional (CTN). Vejamos: Art. 156 CTN. Extinguem o crédito tributário: (...) II - a compensação; (...) Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Esta hipótese de extinção do crédito tributário encontra-se prevista nos arts. 170 e 170-A do CTN, os quais estudaremos adiante. Observa-se que a COMPENSAÇÃO poderá ser utilizada para que se opere a extinção do crédito tributário quando o CONTRIBUINTE for ao mesmo tempo devedor e credor do Fisco. No entanto, tratando-se de matéria tributária não basta a existência de dívida recíproca, sendo também necessária a EXISTÊNCIA DE LEI que AUTORIZE A COMPENSAÇÃO. Ainda assim, o CRÉDITO do sujeito passivo contra a Fazenda Pública deve ser líquido quanto ao seu valor; certo quanto à sua existência; vencidos ou vincendos. Ou seja, o OBJETO DA COMPENSAÇÃO são créditos (i) líquidos, (ii) certos, (iii) vincendos e vencidos, desde que haja lei específica (AgRg REsp 862.572/CE). Assim, conclui-se que a COMPENSAÇÃO nada mais é que um encontro de contas, ao mesmo tempo o CONTRIBUINTE é CREDOR e DEVEDOR da Fazenda. Ou seja, há uma situação em que há crédito x débito com o Fisco, onde existirá uma amortização. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Para o professor Eduardo Sabbag: A definição de compensação pode ser extraída do Direito Privado, conforme os arts. 368 a 380 do Código Civil (Lei nº 10.406/2002), segundo o qual a compensação é modalidade extintiva da obrigação, quando se é devedor e credor, concomitantemente. Ocorre, portanto ‘extinção de obrigações recíprocas entre as mesas pessoas que se reputam pagas (totalmente ou parcialmente). Trata-se de modalidade indireta (por lei) de extinção do crédito tributário, por meio de confronto entre créditos e débitos, evitando-se a desnecessária (...) ‘ multiplicação de providências administrativas e demandas judiciais”. Notória a vantagem da compensação na medida em que inúmeras transações se entrecruzam em sentidos diversos. Dessa forma, poupam-se várias complicações e ônus, em razão da simples amortização dos créditos recíprocos, eliminando-se repetidas transferências ou movimentações de dinheiro e os naturais riscos de atraso, perdas8. A REGRA da COMPENSAÇÃO era de que sempre fossem compensados tributos da mesma natureza. Sendo assim, impostos eram compensados com impostos, taxas com taxas, contribuições com contribuições. Entretanto, a Lei nº 11.457/2007 que unificou a chamada Supra Receita (Receita Federal + Receita Previdenciária) permitiu a compensação de tributos que fossem administrados pela Secretária Receita Federal do Brasil, ou seja, impostos federais e contribuições sociais. Logo, hoje é plenamente possível se compensar Impostos Federais com as Contribuições Sociais. Atente-se a um julgado apresentado pelo professor em aula: 10. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo 156, CTN), exsurge quando o sujeito passivo da obrigação tributária é , ao mesmo tempo, credor e devedor do erário público, senão mister, para sua concretização, autorização por lei específicas e créditos certos, vencidos e vincendos do contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170, do CTN). (STJ, 1ª AgRg no Resp 862.572/CE, Rel. Min. Luiz Fux, maio de 2008) 8 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 13 ed., São Paulo: Saraiva Educação, p.1109. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 ➢ Regime da Lei nº 8.383/91: Compensação de contribuições previdenciárias, a terceiros e outros tributos Além da compensação de impostos, taxas e outras contribuições, existe a possibilidade também de compensação de Contribuições Previdenciárias. Afinal, os valores pagos a previdência tem natureza tributária. A Lei nº 8.383/91 disciplina a Compensação de Contribuições Previdenciárias, a terceiros e outros tributos. ➢ Contribuições Previdenciárias e terceiros: regidas pelo art. 66 da Lei nº 8.383/91 e art. 89 da Lei nº 8.212/91. Lei nº 8.383/91: Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subsequente. §1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. §2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. §3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido monetariamente com base na variação da UFIR. §4º As Secretarias da Receita Federal e do Patrimônio da União e o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo. Lei nº 8.212/91: Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; (...) § 4o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (...) KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 § 8o Verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante compensação. § 9o Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei. § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. § 11. Aplica-se aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de salário-família e salário- maternidade o rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. § 11. Aplica-se aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de salário-família e salário- maternidade o rito previsto no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. § 12. O disposto no § 10 deste artigo não se aplica à compensação efetuada nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. ➢ Demais tributos administrados pela RFB: art. 74 da Lei nº 9.430/96Quem regula a compensação dos demais tributos da Receita Federal do Brasil é o art. 74 da Lei nº 9.430/96. Vejamos: Lei nº 9.430/96: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal - SRF; V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VII - o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração de compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal IX - os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º desta Lei. § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pela sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. § 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. § 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o. § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a não- homologação da compensação. § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: I - previstas no § 3o deste artigo; II - em que o crédito: a) seja de terceiros; b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pela art. 1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março de 1969; c) refira-se a título público; d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF. f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: 1 – tenha sido declarada inconstitucional pela Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; 2 – tenha tido sua execução suspensa pela Senado Federal; 3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou 4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pela Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103-A da Constituição Federal. § 13. O disposto nos §§ 2o e 5o a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. § 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. § 17. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do débito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pela sujeito passivo. § 18. No caso de apresentação de manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, fica suspensa a exigibilidade da multa de ofício de que trata o § 17, ainda que não impugnada essa exigência, enquadrando-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. O art. 170 do CTN disciplina a compensação: Art. 170 CTN. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. Observa-se que caso o contribuinte se utilize do Poder Judiciário (ação tributária) ele fica vinculado ao transito em julgado da respectiva decisão judicial. Podendo demorar 20 anos , 30 anos, pouco importa, terá de esperar a decisão. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 ➢ Compensação de créditos tributários x precatórios??? Não. Inexiste lei específica autorizadora. ➢ Compensação exige o trânsito em julgado da sentença De acordo com o art. 170-A do CTN, os TRIBUTOS objeto da CONTESTAÇÃO JUDICIAL somente podem ser utilizados para fins de COMPENSAÇÃO após o TRÂNSITO EM JULGADO da respectiva decisão judicial. Vejamos: Art. 170-A CTN. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Nesse sentido, o professor apresentou em aula o seguinte julgado: COMPENSAÇÃO. ART. 170-A DO CTN. REQUISITO DO TRÂNSITO EM JULGADO. APLICABILIDADE A HIPÓTESES DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO RECOLHIDO. 1. Nos termosdo art. 170-A do CTN, é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, vedação que se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido. (STJ, 1a Seção, Resp 1167039/DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, ago. 2010) Atente-se a Súmulas do STJ apresentadas em aula pelo professor: ➢ Súmula nº 460 STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. Ou seja , não se compensa através de MANDADO DE SEGURANÇA. No Mandado de Segurança você pleiteia o direito de compensação que não quer dizer compensação. Isto é, você pleiteia a declaração do direito de compensar. Com a declaração do direito de compensar em decisão judicial transitada em julgado o contribuinte vai para via própria, a via administrativa, o valor será quantificado e KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 haverá a compensação do débito através de uma DCOMP, de um PERDCOMP9 (pedidos de compensação). ➢ Súmula nº 212 STJ: A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória. Ou seja, não se compensa através de MEDIDA LIMINAR ou TUTELA ANTECIPADA. ➢ Súmula nº 461 STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado. Assim, o CONTRIBUINTE poderá optar pelo RECEBIMENTO DO INDÉBITO através de COMPENSAÇÃO ou PRECATÓRIO JUDICIAL. 9 PER/DCOMP - Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação Em resumo: COMPENSAÇÃO CONCEITO: Há, de forma simultânea, uma situação de crédito x débito perante a Fazenda Pública que gerará uma amortização. PREVISÃO: art. 156,II, CTN e arts. 170 e 170-A CTN OBJETO: CRÉDITOS (i) créditos líquidos; (ii) certos; (iii)vincendos OU vencidos. NECESSÁRIO: a EXISTÊNCIA DE LEI que AUTORIZE A COMPENSAÇÃO. REGRA: TRIBUTOS de MESMA NATUREZA. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956 Bibliografia AMARO, Luciano. Direito Tributário brasileiro, 14 ed. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19 ed. Ver. São Paulo, Saraiva, 2007. COSTA, Regina Helena. Direito Tributário Brasileiro. 1 ed., São Paulo: Saraiva, 2009. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 36. ed. São Paulo: Malheiros, 2015. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, 13 ed., São Paulo: Saraiva Educação, 2021. KELVIN CARLOS JONASSON - 06536528956