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FRUTICULTURA SUBTROPICAL 
E TEMPERADA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Francelize Chiarotti 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Fruticultura subtropical 
Conhecer as características gerais que classificam as frutíferas em 
subtropicais proporcionam ao profissional ter referências para tomadas de 
decisão independentemente da região onde esteja atuando, uma vez que assim 
ele poderá avaliar quais tecnologias e manejos devem ser realizados e/ou 
adaptados para a frutífera em questão. Nesta etapa, vamos entender a 
importância da fruticultura subtropical e de que forma podemos desenvolvê-la de 
maneira assertiva, por meio de tomadas de decisão iniciais que serão cruciais 
para o planejamento e sucesso da produção. 
Há uma grande variedade de frutíferas para as diferentes classificações 
segundo o clima, sendo exemplos do clima subtropical: citros, goiaba, abacate, 
caqui, jabuticaba, figo e lichia, entre outras. 
TEMA 1 – FRUTÍFERAS DE CLIMA SUBTROPICAL 
As frutíferas de clima subtropical apresentam como características gerais: 
nem sempre ter hábito caducifólio; efetivar mais de um surto de crescimento; 
exibir menor resistência a baixas temperaturas, pouca necessidade de frio no 
período de inverno e exigência de temperatura média anual de 15 °C a 22 °C. 
Exemplos: citros, abacateiro, caqui, jabuticaba, goiaba, figo, lichia, entre outras. 
A seguir, serão descritos características e manejos gerais de algumas 
frutíferas de clima subtropical que possuem representatividade no setor, em nível 
nacional. 
1.1 Citros 
Atualmente, o Brasil ocupa o primeiro lugar na produção mundial de frutos 
cítricos e de sucos processados, sendo responsável por mais de 30% da 
produção mundial. Isso se deve às condições favoráveis de clima e solo para a 
citricultura, sendo esse um mercado aberto e em expansão, com destaque para 
os frutos de mesa. A produção brasileira está bem distribuída por todo o país, 
com o Estado de São Paulo com maior participação. Outros estados vêm 
crescendo em importância no segmento. Na Associação Brasileira de Citros de 
Mesa (ABCM) há, atualmente, 90 associados, distribuídos em 6 estados: São 
 
 
3 
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso 
do Sul (Oliveira, 2022). 
Apesar dos ótimos resultados, a cadeia de citros de mesa tem enfrentado 
diversos desafios nos últimos anos, dentre eles a questão climática, por conta 
de que, em anos secos, houve prejuízos no volume e qualidade das laranjas e 
questões com doenças como o greening. Além disso, a cada ano os 
supermercados e os consumidores estão mais exigentes, tanto em relação à 
rastreabilidade e certificações, mas também quanto ao padrão das frutas, 
variedades e sabores, o que leva, por exemplo, a um maior descarte de laranjas, 
reduzindo o volume das que atingem os padrões do segmento de mesa 
(Simoneti, 2022). 
A laranja (Figura 1), além de ser uma fruta de grande aceitação, é a mais 
consumida depois da banana, sendo hoje o Brasil o maior exportador mundial 
de seu suco pasteurizado e concentrado congelado, dando à laranja o maior 
valor de produção no agronegócio da fruticultura brasileira, levando em conta 
que a cada dez copos de suco de laranja consumidos no mundo, oito são dos 
brasileiros. Além da laranja, entre os citros há também a lima-ácida-tahiti, de 
casca verde, e o limão-siciliano, o de casca amarela (Simoneti, 2022). 
Figura 1 – Laranja (Citrus sinensis) 
 
Crédito: ABCDstock/Adobe Stock. 
1.2 Goiaba 
A goiabeira (Figura 2), cientificamente conhecida como Psidium guajava, 
é uma árvore frutífera nativa das Américas Central e do Sul. É uma frutífera 
https://stock.adobe.com/contributor/203639713/abcdstock?load_type=author&prev_url=detail
 
 
4 
cultivada em praticamente todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo e 
que vem ganhando espaço em todo o território nacional, com predominância nas 
Regiões Sudeste e Nordeste, mas também na Região Sul, principalmente no Rio 
Grande do Sul. É uma fruta altamente valorizada devido ao seu sabor 
característico e benefícios nutricionais, sendo rica em ácido ascórbico, mais 
conhecido como vitamina C (que, em altitudes mais elevadas, se apresenta em 
menor quantidade nos frutos), fibras e antioxidantes; e consumida tanto in natura 
como em produtos processados, como sucos, geleias e doces (Vilar, 2023). 
Figura 2 – Goiabeira 
 
Crédito: Elis Cora/Adobe Stock. 
1.3 Abacate 
O abacate (Persea americana) (Figura 3) tem como origem o México e a 
América Central. No Brasil, a área plantada está em torno de 18 mil hectares, 
sendo São Paulo um dos principais produtores do país. Ser ele cultivado em 
quase todo o país propicia condições de produção o ano todo, tendo uma média 
de produtividade de 21 toneladas/hectare ao ano, de acordo, claro, com os 
manejos e condições edafoclimáticas. O Brasil ocupa a sexta colocação em 
produção mundial de abacate. Em 2019, o consumo per capita no país chegou 
a 900 g/ano. Em 2023, segundo informações da Associação Abacates do Brasil, 
de janeiro a maio de 2023, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de 
São Paulo (Ceagesp) comercializou 27,6 mil toneladas de abacate nacional e 
https://stock.adobe.com/contributor/210439944/elis-cora?load_type=author&prev_url=detail
 
 
5 
avocado, sendo os seus maiores produtores os Estados de São Paulo, Minas 
Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal (Avocado, 2024). 
A exportação do abacate vem rendendo bons lucros a produtores da 
Região Norte do Estado do Paraná. Atualmente, produtores de Nova América da 
Colina, Assaí e São Sebastião da Amoreira se dedicam ao plantio do avocado, 
também conhecido como abacate-hass. O avocado tem casca grossa e verde-
escura e seu peso fica entre 200 g e 350 g, com mercado certo no exterior e 
preços de 50% a 100% superiores aos valores do abacate tropical (Avocado, 
2024). 
O abacate apresenta caraterísticas benéficas à saúde, como presença de 
antioxidantes, vitaminas A, B e E, sendo ainda altamente energético e rico em 
lipídeos, com seu consumo in natura muito popularmente conhecido, sobretudo 
na culinária mexicana, vide o exemplo do guacamole. Além disso, além do fruto, 
as folhas são utilizadas de diversas formas, por exemplo, em produtos 
farmacêuticos, por causa de suas características diuréticas: a semente e a casca 
do abacate ostentam altos teores de compostos fenólicos e antioxidantes, e o 
óleo extraído da sua polpa é utilizado na indústria de cosméticos. Devido a todas 
essas características e sua alta aceitação nos mercados tanto nacional quanto 
internacional, a produção do abacate se tornou uma opção de cultivo valorizada 
em todo o país (Santarosa; Sant’Anna; Roussenq, 2023; Avocado, 2024). 
Figura 3 – Abacate 
 
Crédito: BlazingDesigns/Adobe Stock. 
https://stock.adobe.com/contributor/210819248/blazingdesigns?load_type=author&prev_url=detail
 
 
6 
TEMA 2 – MANEJOS CULTURAIS 
No geral, os preparos de solo para as diferentes frutíferas englobam 
limpeza da área, subsolagem, gradagem, abertura de sulcos ou berços, correção 
de potencial hidrogeniônico (pH) e adubação de acordo com a análise de solo e 
a frutífera a ser implantada. 
Para as frutíferas de clima tropical as podas utilizadas são as de formação 
e de limpeza e/ou manutenção, além de desbrotas e desfolhas para melhorar a 
aeração entre ramos e aumentar a incidência de luz solar, o que vai afetar 
diretamente a qualidade final do fruto. Além disso, cada cultura poderá demandar 
manejos específicos. Dessa forma, é de suma importância averiguar o que há 
de mais atualizado em termos de desenvolvimento de tecnologias para a cultura 
escolhida. 
2.1 Citros 
Na formação do pomar, a muda é um dos insumos mais importantes, 
sendo seu custo considerado baixo quando comparado à demanda de recursos 
necessários ao empreendimento. Ela está completamente relacionada ao 
sucesso da atividade.O custo da muda cítrica representa em torno de 17% do 
investimento de implantação, lembrando que mudas contaminadas por vírus, 
viroides, micoplasmas, gomoses e alguns nematoides manifestam-se, por vezes, 
apenas em plantas com mais de sete anos, ressaltando-se a importância da 
garantia da sanidade das mudas. Portanto, mudas certificadas, que estão dentro 
dos padrões da produção integrada de citros, irão garantir a genética e a 
qualidade fitossanitária (Oliveira et al., 2017). 
Quando falamos de mudas, buscam-se como características mais 
importantes: adequada combinação cultivar-copa e porta-enxerto, origem da 
semente do porta-enxerto e da borbulha da cultivar-copa, sanidade vegetal, 
morfologia da muda formada e qualidade do sistema radicular (Oliveira et al., 
2017). 
Dentre as condições para a produção de mudas, estão: serem produzidas 
sobre bancadas, em ambiente protegido contra vetores de doenças (viveiros 
telados), em recipientes contendo substrato isento de patógenos e de 
propágulos de plantas daninhas, com sementes de porta-enxertos e de 
borbulhas de cultivares copa também certificados. O ambiente protegido é 
 
 
7 
exigido em função dos riscos elevados de clorose variegada dos citros (CVC), 
causada pela bactéria Xylella fastidiosa Wells et al., cancro cítrico (Xanthomonas 
axonopodis pv. citri), pinta-preta (Guignardia citricarpa Kiely), gomose 
(Phytophthora spp.) e, mais recentemente, huanglongbing (HLB, ex-greening), 
doença associada às bactérias Candidatus liberibacter spp. e a fitoplasmas do 
grupo IX (Oliveira et al., 2017). 
Devido à grande importância socioeconômica da citricultura, para garantir 
a segurança das mudas em todo o território nacional, atualmente, existem 
normas de produção e de comercialização de material de propagação de citros, 
para todas as espécies Citrus spp., Fortunella spp., Poncirus spp. e seus 
híbridos, assim como definições de padrões de identidade e de qualidade, tudo 
isso regido pela Instrução Normativa n. 48/2013 do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento – Mapa (Brasil, 2013). Por tal instrumento legal, não 
foi proibida a produção de mudas a campo, mas foi proibida a produção de 
mudas utilizando solo, o que, praticamente, inviabiliza o sistema de produção a 
céu aberto. No âmbito estadual, notadamente em estados onde a cultura dos 
citros é expressiva, como em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do 
Sul, também existem legislações locais (portarias, resoluções etc.) com critérios 
mais rigorosos do que a federal, objetivando uma qualificação ainda maior dos 
sistemas de produção de mudas. Além disso, o viveirista deve estar registrado 
como produtor de mudas no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) 
e o viveiro, no Mapa. E, para o transporte das mudas, deve ser emitido o 
Certificado de Origem Fitossanitária (CFO) e uma permissão de trânsito (Leite 
Júnior et al., 2022). 
A propagação é realizada por enxertia, na qual os porta-enxertos devem 
ser enxertados quando apresentarem diâmetro mínimo de 5 mm na região da 
enxertia. A enxertia deve ser feita por borbulhia em T invertido, sendo fixada com 
fita plástica normal ou degradável. Essa fita degradável apresenta as vantagens 
de permitir a respiração do enxerto durante o pegamento, ser de fácil colocação 
e não necessitar ser removida, uma vez que se rompe com o desenvolvimento 
do enxerto (Oliveira, 2022). 
Dentre as cultivares copa comerciais no Brasil, temos: laranjas-doces 
(Citrus × sinensis (L.) Osbeck); tangerinas (C. reticulata Blanco); mexericas (C. 
deliciosa Tenore); tangores (C. sinensis (L.) Osbeck x C. reticulata Blanco); 
limões (C. × limon (L.) Burm. f.); e limas-ácidas como a tahiti (C. × latifolia 
 
 
8 
Tanaka). As laranjas-doces compreendem o grupo mais importante e são 
classificadas em quatro subgrupos, conforme suas características: comuns – 
iapar 73, pera, valência, natal, rubi, hamlin, westin, folha-murcha e outras; de 
umbigo – baia, baianinha, navelina e navelate; sanguíneas – moro, tarocco, 
sanguínea e outras; e de baixa acidez – lima, piralima e lima-verde (Leite Júnior 
et al., 2022). 
Assim como outras frutíferas, a citricultura é uma atividade de longo prazo 
e que pode ter uma vida útil de 15 a 25 anos, o que será determinado pela 
tecnologia adotada na implantação dos pomares e no manejo de solo, que possui 
grande influência sobre o potencial produtivo das plantas, sendo fundamental 
para o nível de lucratividade do empreendimento. Além das condições químicas, 
as condições físicas do solo, como a presença de compactação e adensamento, 
podem limitar o desenvolvimento normal das raízes, reduzindo a infiltração e o 
armazenamento de água no solo, causando aumento da erosão e redução da 
disponibilidade de água para as plantas cítricas. Portanto, na implantação dos 
pomares é preciso se atentar e se cuidar da cobertura vegetal do terreno, 
principalmente em áreas mais declivosas (Leite Júnior et al., 2022). 
Os manejos de poda de formação e de limpeza, condução, adubação, 
espaçamento, irrigação e adubação vão variar de acordo com a cultivar e a 
região onde será implantada a frutíferas e, ao receber as informações do local, 
o profissional deve averiguar quais as particularidades de manejo da cultivar a 
ser produzida e as condições de que o produtor dispõe. O manejo do solo 
utilizando práticas conservacionistas oferece benefícios químicos, físicos, 
biológicos e redução de custos. Com o pomar implantado, recomenda-se o uso 
de plantas de cobertura nas entrelinhas das plantas cítricas, que, juntamente 
com o terraceamento, quando necessário (de acordo com o declive), são as 
principais práticas conservacionistas para o controle da erosão e a melhoria da 
fertilidade do solo. Como opção de cobertura, pode-se utilizar a vegetação 
espontânea ou espécies com características desejáveis para a região a ser 
implantada – no Vale do Ribeira, no Paraná, usa-se, por exemplo, o calopogônio 
(Calopogonium mucunoides), o amendoim-forrageiro (Arachis pintoi) (Figura 3) 
e Brachiaria ruziziensis (Figura 4) (Leite Júnior et al., 2022). 
 
 
 
 
9 
Figura 3 – Amendoim-forrageiro 
 
Créditos: ฟ้า ใส/Adobe Stock. 
Figura 4 – Brachiaria 
 
Crédito: Thegot/Adobe Stock. 
2.2 Goiaba 
Como para outras frutíferas, é essencial a realização de análise de solo 
da área para que se possa avaliar a necessidade de correção do pH, que, para 
a goiabeira, seria entre 5,5 e 6,5; e para que possa ser realizada a 
recomendação de adubação, de acordo com a cultivar e a produtividade 
esperadas. Quanto aos manejos de espaçamento, irrigação e podas, é 
https://stock.adobe.com/contributor/210407273/%E0%B8%9F%E0%B9%89%E0%B8%B2-%E0%B9%83%E0%B8%AA?load_type=author&prev_url=detail
https://stock.adobe.com/contributor/206026097/thegot?load_type=author&prev_url=detail
 
 
10 
necessário averiguar as particularidades, conforme a cultivar e o objetivo da 
produção (se in natura, de processamento, exportação etc.), uma vez que há 
muitas variedades de goiaba, algumas conhecidas por frutos grandes e 
suculentos e outras por seu sabor doce e aroma marcante (Vilar, 2023). 
É importante se adquirir as mudas de locais idôneos, para garantir o 
sucesso do plantio. As principais variedades de goiabas cultivadas no Brasil são 
de polpa vermelha: paluma, rica, cortibel, século XXI, pedro-sato, tailandesa. As 
de polpa branca compreendem o grupo cortibel, kumagai, branca-seleção-da- 
flórida e ogawa-branca. No Quadro 1 estão as principais características das 
variedades de goiaba cultivadas no Brasil (Vilar, 2023). 
Quadro 1 – Principais características das variedades de goiaba cultivadas no 
Brasil 
Variedade Cor da Polpa Tamanho Forma 
Paluma Vermelha Grande Periforme 
Pedro-sato Vermelha Grande Oblonga 
Ogawa 1 Branca Grande Oblonga 
Ogawa 2 Vermelha Grande Oblonga 
Ogawa 3 Rosada Grande Arredondada 
Rica Vermelha Média PeriformeSéculo XXI Vermelha Grande Arredondada 
Cortibel RG Vermelha Grande Oblonga 
Cortibel SLG Vermelha Grande Oblonga 
Fonte: Chiarotti, 2024. 
Como método de propagação, a propagação via semente é a mais comum 
à goiabeira. São obtidas, com isso, sementes de frutos maduros, saudáveis e de 
plantas produtivas. Outra forma é por estacas, que é uma técnica que permite a 
reprodução de plantas geneticamente idênticas à planta-mãe. Para isso, são 
coletadas estacas lenhosas de ramos saudáveis da goiabeira, com 20 a 30 
centímetros de comprimento, e que são plantadas em substrato e umidade 
adequados. Também há uma técnica parecida com a de estacas, que é a 
estaquia, que consiste em se utilizar estacas mais jovens e flexíveis e que 
mantenham as características desejadas da planta-mãe. Quando as estacas 
desenvolvem raízes suficientes, elas se tornam mudas e estão aptas para serem 
plantadas. E ainda há a opção da enxertia, que combina um porta-enxerto 
 
 
11 
resistente a doenças e pragas com um enxerto de uma variedade desejada 
(Vilar, 2023). 
Como recomendação de adubação de plantio, recomenda-se aplicar 20 
litros de esterco de curral, ou 4 litros de esterco de galinha bem curtidos, ou 1 kg 
de torta de mamona por cova, em mistura com 200 g de P20s e 3 g de Zn, 
misturando com a terra da superfície, 20 dias antes do plantio. São assim 
realizadas as podas de formação, manutenção e produção da goiabeira. 
A poda de formação é realizada nas fases iniciais, para estabelecer uma 
estrutura e copa adequadas. Para tanto, retiram-se ramos laterais inferiores e 
mantêm-se apenas os mais vigorosos e bem-posicionados. Nessa fase também 
se recomenda tutorar a planta, com amarrações dos ramos, para que não 
quebrem e também se direcione o seu desenvolvimento. 
A poda de manutenção é realizada ao longo do ciclo de vida das 
goiabeiras, visando à remoção de ramos mortos, doentes, danificados ou mal 
posicionados, contribuindo para manter o tamanho da copa (desponte dos 
ramos) e os impedimentos para penetração da luz solar. 
Já a poda de produção é realizada com o objetivo de estimular a 
frutificação e melhorar a qualidade dos frutos. Removem-se os ramos mais 
antigos e menos produtivos, favorecendo-se o surgimento de novos ramos 
vigorosos. Outro manejo cultural importante é o desbaste de frutos, que tem o 
intuito de remover os excessos de frutos para garantir um melhor 
desenvolvimento dos restantes (Vilar, 2023). 
No florescimento, as goiabeiras requerem clima ameno, com temperatura 
entre 20 °C e 30 °C, e exposição à luz solar por pelo menos 6 horas de luz direta 
por dia. Para a polinização, apesar de elas serem autopolinizadoras, a presença 
de abelhas e outros insetos é benéfica para aumentar a taxa de polinização. 
Tanto na fase de floração quanto na de frutificação a irrigação adequada é de 
suma importância (Vilar, 2023). 
2.3 Abacate 
No caso do abacateiro, as cultivares são divididas em grupos de acordo 
com o horário de abertura dos estigmas e anteras. No grupo A, as flores abrem 
seus estigmas de manhã e suas anteras, apenas de tarde, no dia seguinte. Já 
nas cultivares do grupo B, os estigmas abrem após o meio-dia e se fecham ao 
 
 
12 
entardecer. Logo, ocorre a polinização cruzada, com a alternância dos dois 
grupos (Santarosa; Sant’Anna; Roussenq, 2023; Duarte, 1998). 
Como cultivares para o mercado interno têm-se: Simmonds (grupo A), 
Barbieri (B), Collinson (A), Quintal (B), Fortuna (A), Breda (A), Reis (B), Solano 
(B), Imperador (B), Ouro Verde (A) e Campinas (B). Já para o mercado externo 
e para a industrialização, existem as cultivares Tatuí (grupo B), Hass (A) e 
Wagner (A). Além disso, as cultivares Hass e Fuerte, por serem diferenciadas e, 
consequentemente, mais valorizadas, vêm sendo comercializadas, no mercado 
nacional, sob a denominação avocado (Santarosa; Sant’Anna; Roussenq, 2023; 
Duarte, 1998). 
A propagação pode ser realizada tanto via semente quanto na forma 
vegetativa, nos métodos de estaquia, enxertia, alporquia e cultivo de tecidos. 
Dentre esses, o mais utilizado é o da enxertia (Duarte, 1998). A partir da escolha 
da área, fazem-se os manejos de solo e a correção de pH, conforme a 
necessidade. Os berços para o plantio devem ser feitos nos espaçamentos 
recomendados, variando de 7 m x 9 m a 10 m x 12 m, sendo o espaçamento de 
10 m x 10 m o mais empregado. Lembramos que se deve intercalar variedades 
do grupo A com variedades do grupo floral B, para garantia da polinização efetiva 
(Santarosa; Sant’Anna; Roussenq, 2023; Duarte, 1998). 
O abacateiro não precisa de poda de formação nem de produção, apenas 
é essencial se realizar podas e limpezas com o intuito de manter a condução e 
a arquitetura da planta mais equilibradas, além da retirada de ramos doentes e 
excessos de vegetação, para que a luz possa entrar. Nos primeiros dois, três 
anos, recomenda-se retirar as inflorescências para não estressarem as plantas, 
já que o foco, nessa fase, é o enraizamento e formação da copa (Santarosa; 
Sant’Anna; Roussenq, 2023; Duarte, 1998). 
TEMA 3 – DOENÇAS 
3.1 Citros 
A cultura de citros tem grande relevância tanto em nível nacional quanto 
internacional. Dessa maneira, é de extrema importância se estar atento a 
sintomas e sinais de doenças que possam prejudicar desde uma safra até 
mesmo as exportações, visto que existem exigências mais rígidas para se poder 
comercializá-los para fora do país. 
 
 
13 
Dentre as doenças mais relevantes que afligem os citros, estão: 
[...] as causadas por fungos, incluindo a gomose (Phytophthora 
parasitica e Phytophthora citrophthora), rubelose (Corticium 
salmonicolor), verrugose (Sphaceloma fawceti e Sphaceloma 
australis), melanose (Diaporthe citri), pinta-preta (Guignardia 
citricarpa), estrelinha ou queda de frutos jovens (Colletotrichum 
acutatum), podridão negra (Alternaria citri), e por vírus e viróides como 
a leprose (Citrus leprosis virus C), tristeza (Citrus tristeza vírus), sorose 
(complexo de vírus), exocorte (Citrus exocortis viroid, CEVd) e a 
cachexia ou xiloporose (Hop stunt viroid, HSVd). Da mesma maneira 
que as pragas, as doenças também exigem medidas específicas de 
monitoramento, prevenção e controle para cada uma delas. Como 
exemplo: 
Pinta-preta, causada pelo fungo G. citricarpa, que se dissemina com 
muita facilidade dentro e entre os pomares. É considerada uma das 
doenças mais importantes para a citricultura brasileira e mundial. Os 
maiores prejuízos ocorrem em pomares mais velhos de cultivares de 
maturação tardia, principalmente em plantas malnutridas. Além disso, 
é considerada uma praga quarentenária A2, havendo restrições para 
comercialização de frutos. 
Como medidas preventivas de controle são recomendadas a remoção 
de frutos temporões infectados, recobrimento das folhas infectadas 
caídas ao solo com mato existente no pomar, para impedir a 
disseminação de esporos do fungo e evitar a utilização de material de 
colheita de propriedades onde há ocorrência da doença. O controle 
químico deve ser feito por meio de pulverizações com fungicidas a 
partir da queda das pétalas das flores até o final do período chuvoso 
(março/abril), totalizando de quatro a seis pulverizações por ano. 
As espécies de nematoides patogênicas aos citros Tylenchulus 
semipenetrans e Pratylenchus jaheni também estão presentes em 
pomares no Vale do Ribeira paranaense. Estes nematoides parasitam 
o sistema radicular das plantas cítricas, diminuindo a produtividade e a 
vida útil dos pomares. A produção de mudas a partir de substrato 
esterilizado, sem contato com o solo, é uma das principais medidas 
para conter a sua disseminação. As áreas positivas para a ocorrência 
destes nematoides devem ser devidamente manejadas previamente à 
implantação dos pomares com o uso de plantas de cobertura não 
suscetíveis, como a Crotalaria spectabilis. 
A clorose variegada dos citros (CVC), também conhecida como 
“amarelinho”, é uma doençacausada pela bactéria Xylella fastidiosa 
subsp. pauca, que afeta todas as variedades comerciais de citros, 
sendo que as laranjas são as mais suscetíveis. A bactéria obstrui os 
vasos do xilema, que são responsáveis pelo transporte de água e 
nutrientes da raiz para a copa das plantas. A bactéria da CVC é 
transmitida por diversas cigarrinhas que se alimentam no xilema das 
plantas cítricas. Como ainda não há um método de controlar a Xylella 
fastidiosa subsp. pauca, a principal medida de controle da CVC é o 
manejo da doença, baseado em três estratégias: Utilização de mudas 
sadias; Poda de ramos com sintomas iniciais em plantas com mais de 
dois anos e erradicação de plantas mais novas; e, Controle das 
cigarrinhas por meio da aplicação periódica de inseticidas. (Leite Júnior 
et al., 2022) 
O cancro cítrico já dizimou diversos hectares de produção no país; logo, 
é uma doença que exige atenção, pelo seu grau de severidade e pelos enormes 
prejuízos que causa. 
O cancro cítrico, causado pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, 
pode afetar todas as espécies e variedades de citros de importância 
 
 
14 
comercial. Originária da Ásia, onde está presente endemicamente em 
todos os países produtores de citros, foi constatado pela primeira vez 
no Brasil em 1957, nos Estados de São Paulo e Paraná. A importância 
da doença está relacionada à desfolha de plantas, à depreciação da 
qualidade dos frutos pela presença de lesões, à redução na produção 
pela queda prematura de frutos e à restrição na comercialização da 
produção para áreas livres da doença, pois é uma praga quarentenária. 
O controle do cancro cítrico envolve diversas medidas como: Produção 
e plantio de mudas sadias; Saneamento da área de plantio; Utilização 
de quebra-vento; Adoção de cultivares menos suscetíveis; Controle da 
larva minadora dos citros; Pulverizações com bactericidas desde a 
queda das pétalas até o final das chuvas (março/abril); e, Utilização de 
indutores de resistência. 
O Huanglongbing (HLB) ou “greening”, causado por ‘Candidatus 
Liberibacter spp.’, foi relatado pela primeira vez na Ásia há mais de 100 
anos. No Brasil, foi identificado em 2004 nas regiões Centro e Leste do 
Estado de São Paulo. Atualmente, está presente em todas as regiões 
citrícolas paulistas e pomares de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e 
Paraná, além de Argentina e Paraguai, na América do Sul, em quase 
todos os países da América Central e Caribe, e no México e Estados 
Unidos, na América do Norte. Todas as espécies e variedades cítricas 
são suscetíveis ao HLB, sendo que as tangerinas, como a Ponkan, são 
altamente suscetíveis. Os pomares com alta incidência da doença e 
sem o adequado controle do inseto vetor representam uma séria 
ameaça aos pomares vizinhos, porque as plantas doentes servem 
como fonte da bactéria, que será adquirida pelo psilídeo (pulgão) ao se 
alimentar ou se reproduzir nelas. Ao se alimentarem em plantas sadias, 
os insetos disseminam a bactéria pelo próprio pomar e para outras 
propriedades da região. As bactérias do HLB são transmitidas pelo 
psilídeo Diaphorina citri, muito frequente nos pomares nas épocas de 
brotação das plantas. O controle do HLB exige o plantio de mudas 
sadias, a eliminação das plantas doentes e o controle do psilídeo por 
meio da aplicação de inseticidas sistêmicos e de contato, em intervalos 
de 14 a 28 dias. O manejo regional do HLB tem sido feito de forma 
coordenada e simultânea por produtores de uma mesma região 
geográfica, seguindo alertas fitossanitários. O controle biológico do 
psilídeo também tem sido implementado por meio da liberação massal 
de Tamarixia radiata. (Leite Júnior et al., 2022) 
3.2 Goiaba 
As goiabeiras estão sujeitas a diversas doenças que comprometem seu 
desenvolvimento e reduzem a produção. Algumas das doenças mais comuns 
são: 
• Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides): afeta os frutos das 
goiabeiras, causando manchas escuras e podridão. Para seu controle, é 
preciso realizar uma poda adequada, para garantir uma boa circulação de 
ar entre os ramos e frutos, além de aplicar fungicidas específicos, 
seguindo as recomendações dos fabricantes (Vilar, 2023). 
• Murcha-de-fusarium (Fusarium spp.): doença causada por fungos que 
afetam o sistema vascular. Para prevenir sua disseminação, é importante 
utilizar sementes e mudas certificadas, provenientes de fontes confiáveis. 
 
 
15 
Além disso, o manejo adequado da irrigação e a rotação de culturas 
também são medidas preventivas eficazes (Vilar, 2023). 
• Verrugose (Pseudocercospora psidii): é uma doença causada por um 
fungo que afeta as folhas, causando manchas esbranquiçadas e 
deformações. Para o seu controle, é recomendado o uso de fungicidas 
específicos, aplicados de acordo com as recomendações dos fabricantes, 
além de eliminação de folhas infectadas e a limpeza da área ao redor das 
goiabeiras, que são de extrema importância (Vilar, 2023). 
3.3 Abacate 
Apesar de não ser alvo de um grande número de doenças severas, a 
cultura do abacateiro sofre com algumas doenças que são comuns também a 
outras culturas, como podridão de raízes, verrugose, antracnose, oídio e 
cercosporiose. 
Entre as características dessas doenças e de seu controle estão: 
Podridão das raízes – provocada pelo fungo Phytophthora cinnamomi 
Rand, que destrói o sistema radicular matando o abacateiro. A planta 
atacada exibe uma exsudação branca cristalina na casca do tronco, 
próxima às fendas enegrecidas. A única medida preventiva é a de 
evitar os solos pesados e mal drenados, ou seja, realizando técnicas 
de manejo de solo que favoreçam aeração e drenagem vão ajudar 
muito na prevenção. 
Antracnose – provocada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, 
ataca frutos, folhas e ramos, aparecendo sob a forma de manchas 
pardas e escuras, prejudica a polinização e provoca a queda dos frutos. 
O controle é feito com calda bordalesa ou fungicidas à base de cobre. 
Verrugose – causada pelo fungo Sphaceloma persea, é numa das 
principais doenças do abacateiro, atacando, folhas e frutos novos. As 
variedades pertencentes à raça Antilhana são mais resistentes. Os 
sintomas surgem no limbo ou na nervura. As manchas são de cor parda 
e quando em grande número, deformam e causam rompimentos do 
limbo foliar, daí constitui-se uma doença importante nos viveiros por 
afetar o desenvolvimento inicial da planta. As lesões que se formam 
nos frutinhos durante o seu desenvolvimento, resultam em cicatrizes 
de cor parda que se distribuem no sentido longitudinal. O controle é 
feito com calda bordalesa ou fungicidas cúpricos. A primeira aplicação 
deve ser feita no início do período de vegetação, devendo ser seguida 
de duas ou três outras durante o ano. 
Oídio – causado pelo fungo Oídium perseae Noack, que ataca 
preferencialmente flores e folhas. Nas flores provoca redução da 
polinização e queda dos frutos. Nas folhas os sintomas são 
reconhecidos por manchas arredondadas, cloróticas, com pequenas 
áreas pardas na face superior e manchas escuras mal definidas na 
inferior. Em folhas novas verifica-se na superfície inferior manchas com 
leve massa branca constituindo as frutificações do fungo. O controle é 
feito com enxofre pó molhável, calda sulfo-cálcica ou outros produtos 
registrados. 
Cercosporiose – tem como agente causal o fungo Cercospora 
purpurea, cujo fungo provoca danos nos frutos, folhas e ramos. Os 
 
 
16 
frutos atacados caem, principalmente quando a infecção atinge o 
pedúnculo. As variedades mais tardias são mais susceptíveis e entre 
estas, a variedade Wagner. O controle é o mesmo indicado para a 
verrugose. 
Podridão dos frutos – os agentes responsáveis pelo apodrecimento dos 
frutos são os fungos Diplodia natalensis, Hendersonia sp, Rhizopus 
nigricans, causadores de podridões pretas, verdes e vermelhas dos 
frutos. A infecção ocorre normalmente quando os frutos se encontram 
ainda em estágio de desenvolvimento. (Duarte, 1998) 
TEMA 4 – PRAGAS 
4.1 Citros 
Da mesmaforma que em relação às doenças, o controle de pragas, na 
citricultura, tem grande relevância, já que ela envolve produtos feitos para 
exportação, que devem seguir regras fitossanitárias para segurança tanto do 
Brasil quanto dos países que irão receber os frutos e/ou produtos. 
Dentre as pragas mais relevantes, estão: 
Ácaros da falsa ferrugem (Plyllocoptruta oleivora) e da leprose 
(Brevipalpus phoenicis), cochonilhas escama farinha (Unaspis citri e 
Pinnaspis aspiditrae), cabeça de prego (Crysomphalus fícus), 
cochonilha verde (Coccus viridis) e ortézia dos citros (Orthezia 
praelonga); o minador asiático dos citros (Phyllocnistis citrela), brocas 
(Cratossomus flavofasciatus, por exemplo), moscas das frutas 
(Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata), mosca branca 
(Aleurothrixus floccosus), pulgões (Toxoptera citricidus, por exemplo), 
diversas espécies de cigarrinhas de xilema associadas à CVC (superior 
a 11 espécies) e o bicho furão dos citros (Ecdytolopha aurantiana), 
entre outras pragas de menor expressão. Cada uma dessas pragas 
exige medidas específicas de monitoramento, prevenção e controle. 
Por exemplo, o ácaro da leprose transmite o vírus Citrus leprosis virus 
C (CiLV-C) agente causal da leprose e ataca folhas, ramos e frutos, 
principalmente em laranjas, provocando lesões extensas e profundas. 
Atualmente, essa praga não traz maiores preocupações para a região 
devido ao predomínio de cultivo de tangerinas, que tem boa tolerância 
à leprose. Os maiores prejuízos relacionados às pragas no cultivo de 
tangerinas devem-se ao ataque de moscas das frutas, que além de 
provocarem danos diretos à produção, também provocam prejuízos à 
imagem do produto da região no mercado consumidor e sua 
consequente depreciação. 
A mosca negra (Aleurocanthus woglum) é originária da Ásia e causa 
danos diretos e indiretos aos citros, prejudicando o desenvolvimento e 
a produção das plantas. Pode infestar mais de 300 espécies de plantas 
e atualmente está disseminada em vários estados brasileiros. 
(Simoneti, 2022) 
Conforme Instrução Normativa n. 38/2018, do Mapa, contra pragas 
quarentenárias que afetam a citricultura, tais como HLB, pinta preta, cancro 
cítrico e ácaro hindustânico, existem o controle de trânsito de vegetais e seus 
produtos; a exigência de atestados de sanidade vegetal, como CFO ou 
Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (Cfoc) e Exigência de 
 
 
17 
Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), documento fitossanitário emitido para 
se acompanhar o trânsito de partida de plantas, partes de vegetais ou produtos 
de origem vegetal, de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal, e, para 
subsidiá-lo, conforme o caso, a emissão do Certificado Fitossanitário (CF) e do 
Certificado Fitossanitário de Reexportação (CFR), com declaração adicional do 
Mapa (Simoneti, 2022). 
Além disso, a legislação fitossanitária relacionada às pragas 
quarentenárias de citros é composta pelos seguintes documentos: 
1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Instrução Normativa nº 21, de 25 de abril de 2018. Institui, em todo o 
território nacional, os critérios e procedimentos para o estabelecimento 
e manutenção do status fitossanitário relativo à praga denominada 
Cancro Cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri). 
2. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Instrução Normativa nº 3, de 8 jan. 2008. Aprova os critérios e 
procedimentos para aplicação das medidas integradas em um enfoque 
de sistemas para o manejo de risco – SMR da praga Mancha Preta ou 
Pinta-Preta dos Citros (MPC) Guignardia citricarpa Kiely (Phyllosticta 
citricarpa Van der Aa) em espécies do gênero Citrus. 
3. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Instrução Normativa nº 38, de 1 de outubro de 2018. Pragas 
Quarentenárias Presentes – PQP. Diário Oficial da União: Seção 1, 
Brasília, DF, n. 190, p. 14, 2 out. 2018. 
4. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Portaria nº 317, de 21 de maio de 2021. Institui o Programa Nacional 
de Prevenção e Controle à doença denominada Huanglongbing (HLB) 
– PNCHLB, e dá outras providências. Diário Oficial da União: Seção 1, 
Brasília, DF, n. 97, p. 17, 21 maio 2021. 
5. PARANÁ. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Portaria n. 
359, de 21 de novembro de 2019. Dispõe sobre o estabelecimento de 
procedimentos para a produção e a comercialização de mudas e de 
material de propagação de citros no estado do Paraná. Curitiba: 
ADAPAR, 2019. 
6. PARANÁ. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Portaria nº 
139, de 23 de junho de 2022. Estabelece as cultivares de citros 
permitidas para a produção, comércio, plantio e cultivo no Estado do 
Paraná. Diário Oficial Paraná, Curitiba, PR, n. 11207, p. 85, maio 2022. 
(Simoneti, 2022) 
A mosca-das-frutas é uma das principais pragas, na fruticultura mundial. 
No Brasil, as mais importantes compreendem várias espécies do gênero 
Anastrepha e Ceratitis capitata (Figura 6). Essas pragas causam danos diretos 
à produção de frutos, já que suas larvas se alimentam da polpa desses frutos, 
deixando-os inviáveis tanto para consumo in natura quanto para industrialização; 
e danos indiretos, dadas às barreiras quarentenárias impostas por países 
importadores de frutos frescos quando as descobrem. Seu controle pode ser 
realizado com auxílio de produtos químicos, porém a realização do 
monitoramento por meio de armadilhas mais elaboradas ou feitas com garrafa 
 
 
18 
de plietileno tereftalato (PET), como nas Figuras 7 e 8, respectivamente, tem 
resultados excelentes, uma vez que acabam por fazer um controle massal da 
praga. 
Figura 6 – Mosca-das-frutas: Ceratitis capitata 
 
Crédito: Tomasz Kle/Shutterstock. 
Figura 7 – Exemplo de armadilha de monitoramento e controle massal de mosca-
das-frutas 
 
Crédito: Laura Primo/Adobe Stock. 
https://stock.adobe.com/contributor/207352520/tomasz?load_type=author&prev_url=detail
https://stock.adobe.com/contributor/203473526/laura-primo?load_type=author&prev_url=detail
 
 
19 
 
Figura 8 – Exemplo de armadilha de monitoramento e controle massal de mosca-
das-frutas feita com garrafa PET 
 
Crédito: Laura Primo/Adobe Stock. 
4.2 Goiaba 
Como pragas que atingem essa cultura, podemos listar: 
• Mosca-das-frutas (Anastrepha spp.) – é uma praga que afeta os frutos 
das goiabeiras, causando danos na forma de oviposição e infestação. 
Para o seu controle, são recomendadas medidas preventivas como a 
instalação de armadilhas atrativas e a realização de monitoramento 
constante. Além disso, o uso de iscas tóxicas e a aplicação de inseticidas 
específicos podem ser necessários, em casos de infestações severas. 
• Cochonilha (Planococcus citri) – é uma praga sugadora que afeta os 
ramos e frutos das goiabeiras, causando enfraquecimento das plantas e 
https://stock.adobe.com/contributor/203473526/laura-primo?load_type=author&prev_url=detail
 
 
20 
deformações nos frutos. Para o seu controle, é importante se realizar uma 
inspeção regular das plantas e, em caso de infestação, se utilizar 
inseticidas específicos ou se adotar medidas de controle biológico como 
a introdução de predadores naturais. 
• Broca-dos-ramos (Phycita spp.) – é uma praga que causa danos nos 
ramos das goiabeiras, comprometendo seu desenvolvimento e afetando 
a produção de frutos. Para o seu controle, é recomendado se realizar 
podas sanitárias, removendo-se e destruindo-se os ramos infestados. 
Além disso, a aplicação de inseticidas específicos pode ser necessária, 
seguindo as recomendações dos fabricantes (Vilar, 2023). 
4.3 Abacate 
Como pragas que assolam essa cultura, podemos citar: 
• Vaquinha (Costalimaita ferruginea): pequeno besouro amarelado que 
devora as folhas, deixando-as perfuradas ou rendilhadas quando o ataque 
é intenso, prejudicando o desenvolvimento das plantas. O seu controle 
pode ser feito por polvilhamento ou pulverização, quando houver 
incidênciada praga, utilizando-se inseticidas fosforados ou carbamatos 
(Duarte, 1998). 
• Lagarta-do-fruto (Stenoma catenifer): praga específica do abacateiro. A 
mariposa possui asas de cor palha, com pontos cinzentos escuros. A 
lagarta é branca, com cabeça preta, e ataca a polpa e as sementes. Os 
frutos atacados caem. O combate é feito com produtos registrados 
(Duarte, 1998). 
• Lagarta-das-folhas (Papilio scamander scamander): o adulto é uma 
borboleta de coloração preta, que tem nas asas anteriores uma faixa 
amarela e, nas asas posteriores, uma mancha amarelada. A lagarta 
inicialmente é branca e posteriormente verde, com duas listras pardas no 
abdômen. O ciclo larval é de 30 dias. O seu controle é semelhante ao 
indicado para a lagarta-do-fruto (Duarte, 1998). 
• Coleobrocas (Apate terebrans): besouro de cor preta, que mede 2,5 cm 
de comprimento. Suas larvas são de cor branca e abrem galerias nos 
ramos e troncos; e, dentro das galerias, permanecem as larvas e os 
adultos. Os ramos atacados secam (Duarte, 1998). 
 
 
21 
• Acanthoderes jaspidae: da família Cerambicidae, besouro de cor 
acinzentada com pontuações pardas sobre os élitros, mede 2,5 cm de 
comprimento. O ramo, onde a fêmea deposita os ovos, sofre uma incisão 
anelar logo abaixo da postura. Essa incisão precipita a seca e a queda do 
ramo e, sobre o ramo seco, as larvas completam o seu desenvolvimento. 
O seu combate é feito eliminando-se e queimando-se os ramos secos 
e/ou pulverizando-se previamente os ramos com produtos registrados 
(Duarte, 1998). 
• Cochonilhas (Protopulvinaria longivalvata): da família Coccidae, é uma 
cochonilha desprovida de carapaça e de coloração vermelho-castanha, 
que se encontra na página inferior da folha. 
• Aspidiotus destructor: da família Diaspididae, essa cochonilha é provida 
de carapaça de coloração amarela e ataca folhas e frutos. As cochonilhas 
causam danos às plantas pela inoculação de substâncias tóxicas e pela 
sucção de seivas das folhas. Elas excretam substâncias açucaradas que 
atraem as formigas e servem de meio de cultura para a propagação do 
fungo da fumagina (Capnodium spp.). O seu controle é feito com produtos 
registrados, pulverização com óleo mineral emulsionável ou miscível a 
1%, juntamente com um inseticida fosforado ou não. Deve-se fazer duas 
aplicações espaçadas de 20 dias, quando se emprega apenas óleo 
(Duarte, 1998). 
É de suma importância se verificar as legislações da região onde está 
sendo realizada a produção e se adequar o uso de controle químico, biológico 
e/ou massal de acordo com as condições apresentadas, tanto do produtor como 
da região. 
TEMA 5 – COLHEITA E PÓS-COLHEITA 
Para determinar o ponto de colheita, deve-se levar em consideração a 
distância e a que mercado se destina a fruta. Considera-se de maneira 
generalizada que os frutos devam ser colhidos mais imaturos quanto mais 
distante estiver o mercado consumidor, mas, de preferência, após se atingir a 
maturidade fisiológica. Por sua vez, é a comercialização o canal que, em seus 
vários níveis, levará o produto até o consumidor, e esse produto terá o seu valor 
baseado no estado em que se encontrar, quanto ao aspecto e à qualidade. É 
 
 
22 
devido às condições precárias de colheita, transporte e embalagens das 
bananas que a produção nacional sofre pesadas perdas. 
As causas das perdas pós-colheita podem ser assim classificadas, de 
acordo com Chitarra e Chitarra (1990): 
a. fisiológicas – perdas consideradas inevitáveis e decorrentes de fatores 
endógenos; 
b. mecânicas – ferimentos ou amassamentos, ocorridos nos frutos, que irão 
provocar aumento nas taxas de respiração e de transpiração, 
incrementando as perdas fisiológicas; 
c. microbiológicas – ataques por microrganismos; no caso dos citros, fungos 
que atuam na pré e pós-colheita são, certamente, uma das maiores 
causas de perdas; também injúrias mecânicas e ataques de pragas 
aumentam a predisposição dos frutos aos microrganismos. 
5.1 Citros 
No caso dos frutos cítricos e da grande maioria das espécies frutíferas, a 
qualidade depende de uma série de fatores relacionados às suas condições 
intrínsecas e às manipulações que tenham sofrido. Dentre elas, a qualidade dos 
frutos no momento da colheita representa sua qualidade potencial, com base 
em que tal qualidade poderá ser mantida ou deteriorada, dependendo, em 
grande parte, dos tratamentos que eles venham a receber (Simoneti, 2022). 
Cuidados básicos no ato da colheita em si devem também ser levados 
em conta, como os seguintes: condições climáticas – a colheita em dias 
de chuva ou ambiente com alta umidade relativa deve ser evitada, uma 
vez que o fruto estará em estado de turgescência, o que poderá 
provocar danos em sua casca, deixando-o suscetível a ataques 
fúngicos; material de colheita – as sacolas ou caixas de colheita devem 
estar em bom estado de conservação e limpas, de modo a evitar que 
saliências possam machucar os frutos; métodos de colheita – na 
colheita com tesoura, o corte deve ser rente ao fruto, para evitar que o 
excesso de pedúnculo danifique outros frutos; na colheita por torção, 
devem ser evitados os golpes ou pressões excessivas; 
acondicionamento dos frutos – devem-se evitar golpes durante o 
acondicionamento nas caixas ou amassamentos por pressão das 
camadas superiores; não se recomenda o enchimento excessivo das 
caixas; treinamento dos colhedores – somente colhedores bem 
treinados sabem tomar os devidos cuidados durante as fases de 
colheita e acondicionamento, sendo, portanto, necessário oferecer 
constante treinamento sobre os métodos de colheita. É no 
processamento no packing house que o fruto recebe a maior parte dos 
tratamentos, objetivando sua homogeneização e melhoria na 
aparência, tornando-o mais atrativo ao consumidor. Para minimizar tais 
danos, as máquinas do packing house devem ser bem dimensionadas, 
para os diferentes tipos de frutos a serem processados. É sabido que 
 
 
23 
tangerinas, laranjas e limões possuem diferentes sensibilidades aos 
processos usuais. A higiene do packing house é um tema muitas vezes 
desprezado pelos empresários do setor, mas fundamental na redução 
das perdas no processo de comercialização. O local deve ser 
planejado para que a “área suja”, ou seja, recepção, lavagem, seleção 
e descarte dos frutos seja fisicamente separada das demais áreas, 
principalmente da embalagem e da expedição. O local do processo 
deve também ser protegido de insetos, pássaros, poeira e qualquer 
outro tipo de contaminante. Eliminação dos frutos podres e fora de 
especificação deve ser feita constantemente, para evitar a 
contaminação dos frutos sadios. Maquinários, os equipamentos e o 
piso do local de trabalho devem ser constantemente limpos e 
desinfetados. Uso de uniformes pelos funcionários também deve ser 
adotado. (Simoneti, 2022) 
A maturidade das laranjas ocorre cerca de 6-12 ou 14 meses após a 
floração, a depender da cultivar e das condições, e podem ser colhidas num 
período de 2-3 meses. Para as empresas produtoras de suco, há características 
específicas como açúcares ácidos e essências para comprar as frutas. Isso faz 
com que os produtores utilizem equipamentos para medir esses parâmetros 
(Simoneti, 2022). 
A tangerina-ponkan necessita ser colhida em estágio adequado de 
maturação, que ocorre quando o conteúdo de açúcares e ácidos, bem como o 
volume de suco, apresentam composição desejável, sendo o ponto de colheita 
ideal aquele com teores de sólidos solúveis de 9º Brix, ratio (relação entre sólidos 
solúveis e acidez titulável) igual a 9,5 e mínimo de 35% de suco. No aspecto 
visual, o início da colheita deve ser efetuado quando o fruto começa a mudar de 
cor, passando do verde para a cor amarelo-alaranjada. No Quadro 2 estão as 
características de ponto de colheita de laranjeiras, tangerinas e lima-ácida 
(Simoneti, 2022). 
Quadro 2 – Características de ponto de colheita de laranjeiras, tangerinas e 
limas-ácidasLaranjeiras e tangerinas Lima-ácida-tahiti (limão) 
Mínimo de suco: 35%-45% sólido Mínimo de suco: 40% 
Solúveis (SST): 9-10 ºBrix Perda da rugosidade da casca 
Relação SST/ATT – ratio: 8,5 - 10 Cor verde-escura > verde-clara 
Fonte: Chiarotti, 2024. 
Como sequência de atividades no pós-colheita, temos: recepção e 
lavagem, seleção, classificação, transporte, embalagem e armazenamento: 
 
 
24 
Recepção e Lavagem – Identificar e registrar os frutos conforme a 
origem (rastreabilidade do produto); Equipamentos: É obrigatório a 
higienização antes e depois do manuseio; Lavar os frutos com produtos 
neutros e em conformidade com a legislação vigente. 
Seleção: separar os frutos danificados mecanicamente, verdes e 
maduros do restante dos frutos. 
Classificação: os frutos de tangerinas, laranjas e limas-ácidas são 
classificadas em escala visual conforme a cor da casca, o diâmetro, 
defeitos e manchas, pois esse conjunto de fatores são determinantes 
no preço de prateleira. 
Transporte – Utilizar veículo adequado; Acondicionar os frutos em 
caixas preferencialmente de plástico e higienizadas; Transportar em 
horários de temperatura mais amena; E nunca transportar com frutos 
contaminados. 
As embalagens e a rotulagem destas devem seguir as recomendações 
da Instrução Normativa Conjunta Sarc/Anvisa/Inmetro/009. Podem ser 
recicláveis ou retornáveis. Neste último caso devem ser limpas e 
desinfectadas a cada utilização. No caso de comercialização em sacos, 
estes devem ser acondicionados em embalagens que atendam aos 
requisitos de paletização. As embalagens devem ser armazenadas, 
obrigatoriamente, em locais protegidos da entrada de pragas e outros 
animais, guardando-se as novas em local separado das usadas. O 
rótulo deve estar visível ao comprador, mesmo quando as embalagens 
estiverem paletizadas, empilhadas ou em exposição. 
Armazenamento – As condições dependem: da variedade, do local de 
cultivo e do estádio de maturação do fruto. 
Tratamentos fitossanitários, filmes plásticos e cera auxiliam no 
prolongamento da vida útil pós-colheita dessas frutas. (Oliveira, 2022) 
No Quadro 3, pode-se visualizar os parâmetros para o armazenamento 
dos frutos. 
Quadro 3 – Parâmetros de armazenamento dos frutos 
Citros Temperatura (°C) Umidade relativa (%) Período 
Laranja 5 90-95 Dois meses 
Tangerina 5 90-95 Quatro semanas 
Lima ácida “Tahiti” 10 90-95 Quatro semanas 
Fonte: Chiarotti, 2024. 
5.2 Goiaba 
A determinação do ponto de colheita ideal garante que os frutos sejam 
colhidos no momento correto e em sua qualidade final. As goiabas apresentam 
cor amarelo-esverdeada, com polpa macia ao toque quando estão prontas para 
serem colhidas. Outro indicativo é o aroma característico, além das 
particularidades de cada cultivar e objetivo final da produção, que pode ser in 
natura ou para processamento, por exemplo. 
A colheita das goiabas pode ser realizada manualmente ou com o auxílio 
de ferramentas adequadas, como tesouras de poda. Ao colher as goiabas 
 
 
25 
manualmente, segure o fruto com cuidado para evitar danos à casca e ao 
pedúnculo. Corte o pedúnculo com uma tesoura limpa e afiada, deixando uma 
pequena parte do pedúnculo intacta, para melhor conservação pós-colheita 
(Vilar, 2023). 
Como cuidados pós-colheita, é importante tomar medidas adequadas 
para preservar a qualidade das goiabas. Dentre eles, evite deixar os frutos 
expostos ao sol por longos períodos e manipule-os com cuidado para evitar 
danos físicos. Realize uma seleção dos frutos colhidos, descartando aqueles que 
estejam danificados ou em estado de deterioração avançado. Uma forma de 
prolongar a vida útil das goiabas é armazená-las. As goiabas maduras podem 
ser armazenadas em temperatura ambiente por alguns dias, desde que estejam 
em local fresco e arejado; ou ainda, de modo prolongado, em temperaturas entre 
10 °C e 12 °C, com umidade relativa de 85% a 90% (Vilar, 2023). 
Para embalagem e transporte, procure utilizar caixas ou bandejas 
adequadas, que permitam uma boa ventilação dos frutos, além de evitar empilhar 
as goiabas, evitando danos por pressão. Durante o transporte, essas caixas e 
bandejas acabam por proteger os frutos contra impactos e oscilações de 
temperatura, preservando sua qualidade (Vilar, 2023). 
5.3 Abacate 
Cabe ressaltar que o ponto de colheita dos frutos é anterior ao seu 
amadurecimento: na fase pré-climatérica, de forma manual, deve-se retirá-los da 
árvore e deixá-los em pedúnculo entre 0,8 e 1 centímetro. O ponto de colheita 
pode ser determinado pela alteração da cor da casca, de verde para amarelo-
esverdeada, com aumento do teor de óleo da polpa, menor aderência do 
pedúnculo e menor resistência da polpa. 
No mercado interno, o sistema utilizado é o de caixas tipo de querosene, 
com 28 cm x 40 cm x 60 cm, e que comportam desde 35 frutos grandes até 90 
frutos pequenos. As embalagens para exportação requerem maiores cuidados 
como, conforme Duarte (1998): 
a. uniformidade da remessa; 
b. frutos de tamanho padrão; 
 
 
26 
c. caixas contendo 12 frutos em uma única camada (as caixas podem ser 
de papelão ou de madeira, com 2 a 3 fileiras de frutos, e cada fruto deve 
ser envolto em papel de seda branco ou polietileno). 
Para a conservação dos frutos, a duração vai depender do seu estágio de 
desenvolvimento, da variedade, da época de colheita e das condições de 
transporte. Em câmaras frigoríficas a 12 °C, eles mantêm-se no estágio pré-
climatérico por 12 dias, ao passo que, quando envoltos em sacos plásticos, esse 
período pode-se prolongar por 21 dias. Se for utilizado o saco de polietileno, ele 
não deve ser muito espesso, pois isso pode danificar o fruto, apresentando 
manchas pardas na casca, polpa com coloração acinzentada e odor de 
fermentação (Duarte, 1998). 
FINALIZANDO 
Dada a importância dessas frutíferas, cabe ao profissional da área da 
fruticultura qualificar-se na implantação, manejo e comercialização dos frutos 
obtidos do cultivo delas. É relevante ressaltar que os pomares devem ser 
formados de variedades bem definidas, portadoras de características 
agronômicas e tecnológicas adequadas à finalidade a que se destinam. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
AVOCADO produzido no Paraná ganha o mercado europeu. IDR-Paraná, 14 fev. 
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2024.

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