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Faculdade de Minas 1 ACIDENTES DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL Faculdade de Minas 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................... 4 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5 2. HISTORIA NA HUMANIDADE ............................................................................. 6 3. ESPECIES DE ACIDENTES DO TRABALHO ..................................................... 7 3.1 Acidente Típico ............................................................................... 7 3.2 Doenças Ocupacionais ................................................................... 9 Atípico (ou doença do trabalho) ................................................................. 9 Atípico ...................................................................................................... 10 3.3 Concausas .................................................................................... 10 3.4 Acidente de Trajeto ....................................................................... 11 3.5 Outras Hipóteses .......................................................................... 12 4. BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL ...... 13 4.1 Auxilio Doença Acidentário ........................................................... 14 4.2 Auxilio Acidente ............................................................................. 14 4.3 Aposentadoria por Invalidez .......................................................... 15 4.4 Pensão por Morte .......................................................................... 16 4.5 Habilitação e Reabilitação Profissional ......................................... 18 5. SEGUROS ......................................................................................................... 20 6. RESPONSABILIDADES DA EMPRESA ............................................................ 24 7. BENEFÍCIOS ..................................................................................................... 26 8. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ......................................................................... 31 9. CIPA – "COMISSÃO INTERNA DE "PREVENÇÃO DE ACIDENTES" .............. 34 10. CUSTOS DO ACIDENTE ................................................................................. 37 Faculdade de Minas 3 11. ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................. 38 Classificação dos acidentes de trabalho ............................................. 38 Exceções ............................................................................................ 38 Verificação .......................................................................................... 39 Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT .................................. 39 Auxílio-doença .................................................................................... 40 Pagamento do auxílio-doença............................................................. 40 Cessação do benefício ........................................................................ 40 Auxílio-acidente ................................................................................... 41 Pagamento do auxílio-acidente ........................................................... 42 12. ESOCIAL .......................................................................................................... 42 13. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53 Faculdade de Minas 4 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 5 1. INTRODUÇÃO As relações de emprego nem sempre são favoráveis para ambas as partes - empregador e empregado. Na maioria das vezes, o trabalhador é tratado em situação de inferioridade em relação ao detentor dos meios de produção. O empregador nem sempre cumpre com o seu dever de diligência fornecendo os equipamentos de proteção individual e as condições de trabalho necessárias ao desenvolvimento das atividades laborativas. Assim, este desleixo pode gerar danos ao empregado, tal como o acidente do trabalho. Neste enfoque, este trabalho procura enfatizar quais os benefícios previdenciários que o trabalhador acidentado possui. É considerado acidente de trabalho toda lesão corporal ou perturbação da capacidade funcional que, no exercício do trabalho, ou por motivo dele, resultar de causa externa, súbita, imprevista ou fortuita, que cause a morte ou a incapacidade para o trabalho, total ou parcial, permanente ou temporária. A constituição federal, em seu artigo 7º, inciso XXVIII, declara que é direito dos trabalhadores o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. A lei 8.213 de 24 de julho de 1991, em seu artigo 19 conceitua acidente de trabalho como aquele "...que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". Em 26 de dezembro de 2006, a Lei n. 11430 introduziu o art 21-A na Lei n. 8213/91, instituindo o nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade. Esta criação teve a finalidade de combater a subnotificação dos acidentes do trabalho, no ano de 2008 pelo mecanismo do nexo epidemiológico foram detectados 204957 casos de acidente do trabalho sem a emissão da comunicação de acidente do trabalho correspondente. https://www.infoescola.com/direito/seguro-de-acidente-de-trabalho/ https://www.infoescola.com/direito/seguro-de-acidente-de-trabalho/ Faculdade de Minas 6 O art. 7, XXVIII da Constituição Federal garante aos trabalhadores o direito aos benefícios do seguro contra acidentes do trabalho, independente da indenização a que o empregador está obrigado quando ocorrer dolo ou culpa por parte do mesmo. Para o trabalhador postular seus direitos, exige se primeiro que o fato esteja enquadrado nas hipóteses previstas na Lei n. 8213/91, que determina como acidente trabalho. Em sua maioria, os acidentes de trabalho são evitáveis, bastando a adoção de simples medidas, como o uso de equipamentos de proteção individual (fornecidos obrigatoriamente pelas empresas). Grande parte dos trabalhadores não faz usoa R$78 milhões Faculdade de Minas 45 Grupo 02 - Empresas com faturamento inferior a R$78 milhões, exceto as optantes pelo SIMPLES Grupo 03 - ME e EPP optantes pelo SIMPLES, MEI, empregadores pessoas físicas (exceto domésticos), entidades sem fins lucrativos Grupo 04 - ME e EPP optantes pelo SIMPLES, MEI, empregadores pessoas físicas (exceto domésticos), entidades sem fins lucrativos. Apesar de ter o objetivo de desburocratizar o sistema de obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, o eSocial exigiu das empresas brasileiras um esforço significativo para adequar todas as suas informações. Eventos do eSocial Com a substituição de uma quantidade enorme de documentos, é de se esperar que o eSocial contemple muitas informações, de diferentes tipos, periodicidades e frequência de reutilização. Estas informações são organizadas em eventos, cada um contendo seu layout próprio e os campos com informações pertinentes à ele. Os 48 eventos do eSocial são classificados em 4 tipos: Eventos Iniciais, Eventos de Tabelas, Eventos Não-periódicos e Eventos Periódicos. Esses eventos possuem uma sequência lógica de envio. Eventos Iniciais Esses eventos contém informações sobre o empregador, como classificação fiscal e estrutura administrativa. Os dados enviados nestes eventos são aproveitados em eventos periódicos e não-periódicos. No momento da implantação do eSocial na empresa, deve-se enviar eventos deste tipo para cadastramento inicial dos vínculos dos empregados ativos. Faculdade de Minas 46 Na versão 2.2 do eSocial, existia o evento “S-2100: Cadastramento Inicial do Vínculo”. Com a versão 2.3 do layout, as informações contidas neste evento foram absorvidas pelo evento “ S-2200: Admissão do Trabalhador”. Assim sendo, o S-2100 foi removido e restou somente um Evento Inicial: S-1000 – Informações do Empregador/Contribuinte/Órgão Público Eventos de Tabela Complementando os eventos iniciais, os Eventos de Tabelas incluem informações importantes, que se repetem em diversos eventos periódicos e não- periódicos, aparecendo várias vezes no layout. Devem ser transmitidos imediatamente após os Eventos Iniciais, pois as informações aqui contidas são imprescindíveis para a composição do restante dos eventos do eSocial. Uma vez enviadas as informações para preenchimento destas tabelas, é necessário mantê-la perfeitamente atualizada, enviando eventos de retificação conforme ocorram alterações. Os Eventos de Tabelas possuem um campo chamado “data de início de validade” e “data de fim de validade” que estabelecem a validade das informações. Sempre que necessário enviar um evento de alteração das tabelas, deve-se alterar a data de validade. Os Eventos de Tabelas são: S-1005 – Tabela de Estabelecimentos, Obras ou Unidades de Órgãos Públicos S-1010 – Tabela de Rubricas S-1020 – Tabela de Lotações Tributárias S-1030 – Tabela de Cargos/Empregos Públicos S-1035 – Tabela de Carreiras Públicas S-1040 – Tabela de Funções/Cargos em Comissão https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740513-S-1000-Informa%C3%A7%C3%B5es-do-Empregador-Contribuinte-%C3%93rg%C3%A3o-P%C3%BAblico https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614734-S-1005-Tabela-de-Estabelecimentos-Obras-ou-Unidades-de-%C3%93rg%C3%A3os-P%C3%BAblicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740613-S-1010-Tabela-de-Rubricas https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740533-S-1020-Tabela-de-Lota%C3%A7%C3%B5es-Tribut%C3%A1rias https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740393-S-1030-Tabela-de-Cargos-Empregos-P%C3%BAblicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614614-S-1035-Tabela-de-Carreiras-P%C3%BAblicas https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614674-S-1040-Tabela-de-Fun%C3%A7%C3%B5es-Cargos-em-Comiss%C3%A3o Faculdade de Minas 47 S-1050 – Tabela de Horários/Turnos de Trabalho S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho S-1070 – Tabela de Processos Administrativos/Judiciais S-1080 – Tabela de Operadores Portuários Eventos Não-Periódicos Como o nome sugere, são eventos que acobertam acontecimentos que não tem uma data pré-fixada para acontecer, relacionados à direitos e deveres trabalhistas, previdenciários e fiscais. Por exemplo, a admissão de um novo empregado, alteração salarial, acidente de trabalho, demissão, entre outros eventos sem periodicidades fixas para ocorrer. Os Eventos Não-Periódicos são: S-2190 – Admissão de Trabalhador – Registro Preliminar S-2200 – Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador S-2205 – Alteração de Dados Cadastrais do Trabalhador S-2206 – Alteração de Contrato de Trabalho S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho S-2220 – Monitoramento da Saúde do Trabalhador S-2221 – Exame Toxicológico do Motorista Profissional S-2230 – Afastamento Temporário S-2240 – Condições Ambientais do Trabalho – Fatores de Risco S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras Anotações S-2250 – Aviso Prévio S-2260 – Convocação para Trabalho Intermitente S-2298 – Reintegração https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614694-S-1050-Tabela-de-Hor%C3%A1rios-Turnos-de-Trabalho https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614754-S-1060-Tabela-de-Ambientes-de-Trabalho https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740453-S-1070-Tabela-de-Processos-Administrativos-Judiciais https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740353-S-1080-Tabela-de-Operadores-Portu%C3%A1rios https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740373-S-2190-Admiss%C3%A3o-de-Trabalhador-Registro-Preliminar https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614834-S-2200-Cadastramento-Inicial-do-V%C3%ADnculo-e-Admiss%C3%A3o-Ingresso-de-Trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614834-S-2200-Cadastramento-Inicial-do-V%C3%ADnculo-e-Admiss%C3%A3o-Ingresso-de-Trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740793-S-2205-Altera%C3%A7%C3%A3o-de-Dados-Cadastrais-do-Trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740773-S-2206-Altera%C3%A7%C3%A3o-de-Contrato-de-Trabalho https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012615114-S-2210-Comunica%C3%A7%C3%A3o-de-Acidente-de-Trabalho https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614934-S-2220-Monitoramento-da-Sa%C3%BAde-do-Trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012755334-S-2221-Exame-Toxicol%C3%B3gico-do-Motorista-Profissional https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740733-S-2230-Afastamento-Tempor%C3%A1rio https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740853-S-2240-Condi%C3%A7%C3%B5es-Ambientais-do-Trabalho-Fatores-de-Risco https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012887053-S-2245-Treinamentos-Capacita%C3%A7%C3%B5es-Exerc%C3%ADcios-Simulados-e-Outras-Anota%C3%A7%C3%B5es https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012887053-S-2245-Treinamentos-Capacita%C3%A7%C3%B5es-Exerc%C3%ADcios-Simulados-e-Outras-Anota%C3%A7%C3%B5es https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614894-S-2250-Aviso-Pr%C3%A9vio https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614954-S-2260-Convoca%C3%A7%C3%A3o-para-Trabalho-Intermitente https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614914-S-2298-Reintegra%C3%A7%C3%A3o Faculdade de Minas 48 S-2299 – Desligamento S-2300 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Início S-2306 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Alteração Contratual S-2399 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Término S-2400 –Cadastro de Benefícios Previdenciários – RPPS S-3000 – Exclusão de eventos S-5001 – Informações das contribuições sociais por trabalhador S-5002 – Imposto de Renda Retido na Fonte S-5003 – Informações do FGTS por Trabalhador S-5011 – Informações das contribuições sociais consolidadas por contribuinte S-5012 – Informações do IRRF consolidadas por contribuinte S-5013 – Informações do FGTS consolidadas por contribuinte Eventos Periódicos Eventos Periódicos são eventos relacionados à acontecimentos com datas fixas para acontecer, como por exemplo, a folha de pagamentos. Os Eventos Periódicos são: S-1200 – Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previd. Social S-1202 – Remuneração de servidor vinculado a Regime Próprio de Previd. Social S-1207 – Benefícios previdenciários – RPPS S-1210 – Pagamentos de Rendimentos do Trabalho S-1250 – Aquisição de Produção Rural S-1260 – Comercialização da Produção Rural Pessoa Física https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740833-S-2299-Desligamento https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740813-S-2300-Trabalhador-Sem-V%C3%ADnculo-de-Emprego-Estatut%C3%A1rio-In%C3%ADcio https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740713-S-2306-Trabalhador-Sem-V%C3%ADnculo-de-Emprego-Estatut%C3%A1rio-Altera%C3%A7%C3%A3o-Contratual https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740713-S-2306-Trabalhador-Sem-V%C3%ADnculo-de-Emprego-Estatut%C3%A1rio-Altera%C3%A7%C3%A3o-Contratual https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614994-S-2399-Trabalhador-Sem-V%C3%ADnculo-de-Emprego-Estatut%C3%A1rio-T%C3%A9rmino https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740753-S-2400-Cadastro-de-Benef%C3%ADcios-Previdenci%C3%A1rios-RPPS https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740693-S-3000-Exclus%C3%A3o-de-eventos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012615054-S-5001-Informa%C3%A7%C3%B5es-das-contribui%C3%A7%C3%B5es-sociais-por-trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614974-S-5002-Imposto-de-Renda-Retido-na-Fonte https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012678794-S-5003-Informa%C3%A7%C3%B5es-do-FGTS-por-Trabalhador https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012615034-S-5011-Informa%C3%A7%C3%B5es-das-contribui%C3%A7%C3%B5es-sociais-consolidadas-por-contribuinte https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740673-S-5012-Informa%C3%A7%C3%B5es-do-IRRF-consolidadas-por-contribuinte https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012845793-S-5013-Informa%C3%A7%C3%B5es-do-FGTS-consolidadas-por-contribuinte https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740553-S-1200-Remunera%C3%A7%C3%A3o-de-trabalhador-vinculado-ao-Regime-Geral-de-Previd-Social https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740553-S-1200-Remunera%C3%A7%C3%A3o-de-trabalhador-vinculado-ao-Regime-Geral-de-Previd-Social https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614854-S-1202-Remunera%C3%A7%C3%A3o-de-servidor-vinculado-a-Regime-Pr%C3%B3prio-de-Previd-Social https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614854-S-1202-Remunera%C3%A7%C3%A3o-de-servidor-vinculado-a-Regime-Pr%C3%B3prio-de-Previd-Social https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614714-S-1207-Benef%C3%ADcios-previdenci%C3%A1rios-RPPS https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614794-S-1210-Pagamentos-de-Rendimentos-do-Trabalho https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740473-S-1250-Aquisi%C3%A7%C3%A3o-de-Produ%C3%A7%C3%A3o-Rural https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740633-S-1260-Comercializa%C3%A7%C3%A3o-da-Produ%C3%A7%C3%A3o-Rural-Pessoa-F%C3%ADsica Faculdade de Minas 49 S-1270 – Contratação de Trabalhadores Avulsos Não Portuários S-1280 – Informações Complementares aos Eventos Periódicos S-1295 – Solicitação de Totalização para Pagamento em Contingência S-1298 – Reabertura dos Eventos Periódicos S-1299 – Fechamento dos Eventos Periódicos S-1300 – Contribuição Sindical Patronal Eventos removidos S-1030 – Tabela de Cargos/Empregos Públicos; S-1035 – Tabela de Carreiras Públicas; S-1040 – Tabela de Funções/Cargos em Comissão; S-1050 – Tabela de Horários/Turnos de Trabalho; S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho; S-1080 – Tabela de Operadores Portuários; S-1250 – Aquisição de Produção Rural; S-1295 – Solicitação de Totalização para Pagamento em Contingência; S-1300 – Contribuição Sindical Patronal; S-2221 – Exame Toxicológico do Motorista Profissional; S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras Anotações; S-2250 – Aviso Prévio; S-2260 – Convocação para Trabalho Intermitente. https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740593-S-1270-Contrata%C3%A7%C3%A3o-de-Trabalhadores-Avulsos-N%C3%A3o-Portu%C3%A1rios https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614774-S-1280-Informa%C3%A7%C3%B5es-Complementares-aos-Eventos-Peri%C3%B3dicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740413-S-1295-Solicita%C3%A7%C3%A3o-de-Totaliza%C3%A7%C3%A3o-para-Pagamento-em-Conting%C3%AAncia https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614634-S-1298-Reabertura-dos-Eventos-Peri%C3%B3dicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012740573-S-1299-Fechamento-dos-Eventos-Peri%C3%B3dicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/360012614814-S-1300-Contribui%C3%A7%C3%A3o-Sindical-Patronal Faculdade de Minas 50 Eventos incluídos S-2231 – Cessão/Exercício em Outro Órgão; S-2405 – Cadastro de Beneficiário – Entes Públicos – Alteração; S-2410 – Cadastro de Benefício – Entes Públicos – Início; S-2416 – Cadastro de Benefício – Entes Públicos – Alteração; S-2418 – Reativação de Benefício – Entes Públicos; S-2420 – Cadastro de Benefício – Entes Públicos – Término; S-8299 – Baixa Judicial do Vínculo. eSocial Simplificado (S-10) O eSocial Simplificado é uma nova versão do eSocial, que visa facilitar as etapas para o envio das informações. Foi apresentado pelo Governo Federal no final de 2020. O novo sistema busca deixar o sistema mais intuitivo e de fácil utilização nos seus eventos. Ele foi desenvolvido por diversos órgãos e empresas como, por exemplo, as Confederações patronais, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Sebrae, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), visando que a nova versão possibilite a integração com outros sistemas. Algumas das diretrizes essenciais que o diferenciam do eSocial 2.5 vigente: Foco na desburocratização: substituição das obrigações acessórias; Não solicitação de dados já conhecidos; Eliminação de pontos de complexidade; https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008573441-S-2231-Cess%C3%A3o-Exerc%C3%ADcio-em-Outro-%C3%93rg%C3%A3o https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008546802-S-2405-Cadastro-de-Benefici%C3%A1rio-Entes-P%C3%BAblicos-Altera%C3%A7%C3%A3o https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008546822-S-2410-Cadastro-de-Benef%C3%ADcio-Entes-P%C3%BAblicos-In%C3%ADcio https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008573601-S-2416-Cadastro-de-Benef%C3%ADcio-Entes-P%C3%BAblicos-Altera%C3%A7%C3%A3o https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008546842-S-2418-Reativa%C3%A7%C3%A3o-de-Benef%C3%ADcio-Entes-P%C3%BAblicos https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008546862-S-2420-Cadastro-de-Benef%C3%ADcio-Entes-P%C3%BAblicos-T%C3%A9rmino https://atendimento.tecnospeed.com.br/hc/pt-br/articles/1500008547002-S-8299-Baixa-Judicial-do-V%C3%ADnculoFaculdade de Minas 51 Modernização e simplificação do sistema; Integridade e continuidade da informação; Respeito pelo investimento feito por empresas e profissionais. SST no eSocial SST significa Saúde e Segurança do Trabalho. As normas e procedimentos legalmente estabelecidos para Saúde e Segurança do Trabalho (SST) devem ser informados corretamente no eSocial, com objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais saudável e seguro para os trabalhadores. Entre os principais eventos de SST no eSocial estão: S-2210 - Comunicação de Acidente do Trabalho- Evento utilizado para prestação de informações a comunicação do acidente de trabalho pelo empregador/contribuinte/órgão público, ainda que não haja afastamento do trabalhador de suas atividades laborais. S-2220 - Monitoramento de Saúde do Trabalhador- Evento utilizado para prestação de informações relativas ao monitoramento da saúde do trabalhador (avaliações clínicas), durante todo o vínculo laboral com o empregador/contribuinte/órgão público, por trabalhador, no curso do vínculo ou do estágio, bem como os exames complementares aos quais foi submetido, com respectivas datas e conclusões. S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Agentes Nocivos- Evento utilizado para prestação de informações relativas as condições ambientais de trabalho, bem como da exposição aos fatores de risco aos quais o colaborador está exposto e das condições de insalubridade ou periculosidade, aposentadoria especial. Agora, por meio de apenas uma declaração no eSocial, todas as entidades do governo recebem os dados de uma só vez ao invés de inúmeras obrigações Faculdade de Minas 52 diferentes com as mesmas informações. São eles: CEF, Receita Federal, Ministério da Economia/Secretária Especial de Previdência e Trabalho. Aliás, cada um desses órgãos possuem um representante que juntos, formam o Comitê Gestor do eSocial, responsável pela implantação e transmissão do eSocial. Para maior entendimento sobre o eSocial, veja os vídeos: O que é eSocial?: https://www.youtube.com/watch?v=PAPjIDAFl6o&t=271s ENIT Escola Nacional da Inspeção do Trabalho: (veja os vídeos eSocial ponto a ponto) https://www.youtube.com/channel/UCII0hpg3zsILGJSFQJTxy7A/playlists Material complementar, disponibilizado pelo Governo Federal: (Curso - eSocial Aprenda Ponto a Ponto) https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos- especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/escola/e-social-aprenda-ponto-a- ponto https://www.youtube.com/watch?v=PAPjIDAFl6o&t=271s https://www.youtube.com/channel/UCII0hpg3zsILGJSFQJTxy7A/playlists https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/escola/e-social-aprenda-ponto-a-ponto https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/escola/e-social-aprenda-ponto-a-ponto https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/escola/e-social-aprenda-ponto-a-ponto Faculdade de Minas 53 13. REFERÊNCIAS ALVES, S.; LUCHESI, G. Acidentes do trabalho e doenças profissionais no Brasil: a precariedade das informações. Informe Epidemiológico do SUS, [S. l.], v. 1, n. 3, p. 5-20, 1992. BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 jul. 1990. p. 13563. BINDER, M. C. P.; ALMEIDA, I. M. Acidentes do trabalho: acaso ou descaso? In: MENDES, R. (Org). Patologia do trabalho. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. v. 1, p. 769-808. BINDER, M. C. P.; CORDEIRO, R. C. Sub-registro de acidentes do trabalho em localidade do Estado de São Paulo, 1997. Rev. Saúde Pública, [S. l.], v. 37, n. 4, p. 409-416, 2003. CARMO, J. C. et al. Acidentes do trabalho. In: MENDES, R. (Org). Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. p 431-455. CARVALHO, A. O.; EDUARDO, M. B. P. Sistemas de Informação em saúde para municípios. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. COHN, A. et al. Acidentes do trabalho: uma forma de violência. São Paulo: Brasiliense, 1985. DAS NEVES. MAURÍCIO. O eSocial e os Eventos de SST – Um Novo Panorama a Partir de 2022. Contabilizar Web. Disponível em: Acesso em 10 mar.2022. Esocial: o que é, obrigações e tudo o que você precisa saber. Senior. Disponível em: . Acesso em 10 mar.2022. DE LUCCA, S. R.; MENDES, R. Epidemiologia dos acidentes do trabalho fatais em área metropolitana da Região Sudeste do Brasil – 1979-1989. Rev. Saúde Pública, [S. l.], v. 27, p. 168-176, 1993. FREITAS, C. M.; PORTO, M. F. S.; MACHADO, J. M. H. Acidentes industriais ampliados: desafios e perspectivas para o controle e prevenção. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000. MACHADO, J. M. H.; GÓMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: concepções e dados. In: MINAIO, M. C. S. Os muitos Brasis: saúde e população na década de 80. Rio de Janeiro: Hucitec, Abrasco, 1999. p. 126-142. MORITA, I. A questão do trabalho: análise conceitual de uma variável fundamental na reprodução social. Ciências Sociais Unisinos, São Leopoldo, v. 41, n. 2, p. 82-88, maio/ago. 2005 OLIVEIRA, P. A. B.; MENDES, J. M. Acidentes do trabalho: violência urbana e morte em Porto Alegre - R.S. Cad. Saúde Pública, [S. l.], v. 13, p. 73-83, 1997. (Supl.2). POSSAS, C. Avaliação da situação atual do sistema de informação sobre doenças e acidentes do trabalho no âmbito da Previdência Social brasileira e propostas para sua reformulação. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, [S. l.], v. 15, n. 60, p. 43-67, 1987. RIBEIRO, H. P. O número de acidentes do trabalho no Brasil continua caindo: sonegação ou realidade? 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Saúde Pública, [S. l.], v. 15, p. 41-51, 1999.desses equipamentos, com destaque para o ramo da construção civil. Os acidentes de trabalho e seus equiparados são passíveis de compensações como auxílio- doença, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, cuja responsabilidade pela prestação é do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 2. HISTORIA NA HUMANIDADE Acidentes do trabalho sempre foram problemas para a humanidade, os acidentes surgiram como consequência da necessidade do homem lutar pela subsistência, fato que aconteceu há muito tempo; os acidentes devem ter sido interferências indesejáveis nas atividades humanas. Por muitos séculos os acidentes do trabalho foram vistos como ocorrências inerentes ao exercício do trabalho, não despertavam maiores interesses sociais do que a recuperação dos acidentados, quando possível, e não tinham repercussão como problema econômico; os acidentes eram aceitos como algo inerente ao meio de trabalho e os acidentados como que um subproduto do meio. Outros danos ocasionados pelos acidentes já exerciam influência nos custos do trabalho ou do produto, embora o assunto não despertasse grande interesse empresarial. Faculdade de Minas 7 3. ESPECIES DE ACIDENTES DO TRABALHO Não existe em nossa legislação um conceito que abranja todas as situações que comportam o acidente do trabalho, que gera incapacidade laboral, a lei define o acidente apenas no sentido estrito, denominando-o acidente típico, mas acrescentou outra situações que se equiparam a este para os efeitos legais, isto ocorre porque tem situações que não se encaixam no conceito estrito de acidente do trabalho, entre estas se tem as doenças decorrentes do processo laboral, acidentes ou doenças geradas por causas diversas, associadas a fatores do trabalho e extra laborais, os chamados concausas, acidentes ocorridos fora do local da prestação do serviço, mas com vínculo direto com o empregador, temos também os acidentes de trajeto no percurso de ida e volta ao local da prestação do serviço. 3.1 Acidente Típico Este é o tipo de acidente mais comum, e acontece dentro da empresa durante o horário de expediente. É o caso, por exemplo, de quando o trabalhador cai de uma escada ou se machuca ao manusear um equipamento pesado. O conceito de acidente teve redações diferentes em cada uma das leis acidentarias, sendo aperfeiçoado seu conceito nas ultimas legislações, o acidente é um evento, a Faculdade de Minas 8 ocorrência de um determinado fato, que provoca lesão imediata, podendo ser traumáticas com ferimentos externos ou internos, podendo também resultar em efeitos tóxicos, infecciosos ou somente psíquicos. As causas do acidente permitem classificar o mesmo em diversas espécies, como acidente do trabalho, acidente de transito, etc; as consequências também auxiliam a classificar o acidente, acidente com ou sem danos pessoais, acidente com ou sem danos materiais, acidente grave, acidente fatal, etc. Oliveira, define acidente de trabalho da seguinte forma: "O acidente de trabalho considerado pela regulamentação legal do Seguro de Acidentes do Trabalho é toda ocorrência casual, fortuita e imprevista que atende conjugadamente os seguintes requisitos: quanto à causa: o acidente que decorreu do exercício do trabalho a serviço da empresa - o que justifica o tipo: acidente do trabalho, quanto a consequência: o acidente que provocou lesão corporal ou perturbação funcional causando a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do trabalho.” Para a caracterização do acidente é necessário que entre a atividade do empregado e o acidente ocorrido, ocorra uma relação de causa e efeito, denominada de nexo causal; todo trabalhador pode sofrer um acidente em sua própria residência efetuando uma pequena reforma, ou em uma viagem de férias, nestas hipóteses não existe nexo causal do fato com a prestação decorrente do contrato do trabalho. O conceito de acidente determina que ocorra lesão corporal ou perturbação funcional; tecnicamente quando não ocorre lesão ou perturbação física ou mental do trabalhador, não aconteceu o evento acidente do trabalho, porem nem sempre a perturbação funcional e detectada imediatamente, pode acontecer a manifestação tardia ou demorada do nexo causal, existem casos que as perturbações nervosas se apresentam dias depois de ter ocorrido o acidente do trabalho. Para completar o conceito e necessário que o fato acarrete a morte, ou a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade laboral, o afastamento para realizar um curativo ou da visita a um hospital não caracteriza a incapacidade temporária. Faculdade de Minas 9 3.2 Doenças Ocupacionais Quando um determinado trabalhador exerce uma atividade ou profissão que pode produzir ou desencadear certas patologias, em que o nexo causal da doença com a atividade profissional é presumido, recebe o nome doença profissional típica, como exemplo se tem o trabalhador empregado de uma mineradora que fica exposto na sua atividade ao pó de sílica e contrai a silicose, basta para o trabalhador comprovar a prestação de serviço na atividade e o acometimento da doença profissional. A doença do trabalho, e considera doença profissional atípica, tem origem na atividade laboral, mas seu surgimento não está vinculada necessariamente a sua profissão, surge de forma em que a atividade é prestada ou das condições especificas do ambiente do trabalho, o exemplo mais claro na atualidade são a LER/DORT, que podem ser adquiridas ou desencadeadas em qualquer atividade, sem estar vinculado diretamente a determinada profissão. A doença do trabalho não tem nexo causal presumido, e exigido a comprovação de que a patologia se desenvolveu em razão das condições especificas em que a atividade laboral foi praticada. A Lei n. 8213/91 dispoe sobre doenças ocupacionais com a seguinte redação: "Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I- Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercicio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social: II - Doença do trabalho, assim entendida a adquinda ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I". Atípico (ou doença do trabalho) São os acidentes que acontecem dentro ou fora da empresa, devido ao exercício do trabalho, que a lei assemelha aos acidentes de trabalho típico. Faculdade de Minas 10 Atípico Os acidentes de trabalho atípicos estão descritos nos artigos 20 e 21 da Lei nº 8.213/91, e são: Doenças profissionais; Doença do trabalho; Acidentes que, embora não tenham sido a única causa, contribuíram diretamente para a morte ou perda da capacidade laborativa; Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por colega de trabalho ou terceiro; Imprudência, negligência ou imperícia de colega de trabalho ou terceiro; Ato de pessoa privada do uso da razão; Desabamento, inundação, incêndio e outras fatalidades; Contaminação acidental durante o trabalho; Acidente sofrido na execução de ordem ou realização de serviço fora do horário e local de trabalho; Viagem a mando da empresa, inclusive para estudo e capacitação quando financiada pelo empregador; Acidente durante os períodos destinados a alimentação e descanso. 3.3 Concausas Na ocorrência do acidente do trabalho, podem existir causas relacionadas ao exercício da atividade profissional com outras extra laborais, sem qualquer relação com a função exercida pelo empregado. Pode acontecer de o acidente ocorrido ser agravadopor outra causa, por exemplo, um erro cirúrgico no atendimento hospitalar ou a superveniência de uma infecção por tétano, depois de um pequeno ferimento de um trabalhador. Para a aceitação da etiologia multicausal, e necessário a existência de uma causa decorrente da atividade laboral, que haja contribuído diretamente para o acidente de trabalho ou situação equiparável. A concausa não dispensa a causa de origem laboral, deve ser verificado se a atividade laboral atuou como fator contributivo Faculdade de Minas 11 do acidente ou doença ocupacional; se atuou como fator desencadeante ou agravante de doenças preexistentes ou, ainda, se provocou a precocidade de doenças comuns, mesmo daquelas de cunho degenerativo ou inerente ao grupo etário. A atual legislação prevê expressamente esta situação: "Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I- O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação". 3.4 Acidente de Trajeto Acontece durante o percurso do trabalhador de sua casa até o local de trabalho, tanto no início e final do expediente quando no horário de almoço. É uma espécie de acidente do trabalho que vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, é o chamado acidente in itinere, este aumento pode ser atribuído aos acidentes com motociclistas, o número de acidentes de transito no pais é assustador. O acidente de trajeto esta disciplinado atualmente pela Lei 8213/91, da seguinte forma: "Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei. IV -O acıdente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado". Existem grandes controvérsias em relação do entendimento do percurso da residência para o local do trabalho ou deste para aquela, com muita frequência o trabalhador desvia-se do percurso original por algum interesse particular, para fazer pequenas compras, praticar uma atividade de lazer, ir à farmácia, etc. Para estabelecer o nexo causal com o acidente são aceitos pequenos desvios são tolerados a algumas variações quanto ao tempo do deslocamento, desde que Faculdade de Minas 12 compatíveis com o percurso do trajeto. Na esfera administrativa, a Previdência Social não considera acidente do trabalho quando o segurado por interesse pessoal interrompe ou altera o percurso habitual. Deve-se apresentar o boletim de ocorrência caso haja registro policial. No caso do trabalhador ter mais de um emprego, será considerado também acidente de trajeto aquele ocorrido no percurso de um local de trabalho para o outro. 3.5 Outras Hipóteses A Lei n. 8213/91 equipara ao acidente de trabalho outras situações: "Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei. II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de impericia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão: e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior: III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercicio de sua atividade; IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuizo ou proporcionar proveito: Faculdade de Minas 13 c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado: $1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasido da satisfação de outras locomoções utilizadas, inclusive veículo de propriedade do segurado: $ 1° Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. $ 2° Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior". Estes acidentes do trabalho descritos neste dispositivo acontecem raramente, são situações que acontecem no local e no horário de trabalho, mas não estão relacionadas diretamente com a atividade laboral do empregado, apesar do vínculo causal direto. São também indicados os acidentes ocorridos fora do local ou horário de trabalho, mas com vinculação direta com o cumprimento do contrato laboral. 4. BENEFÍCIOS E SERVIÇOS PRESTADOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL Faculdade de Minas 14 Os trabalhadores quando sofrem um acidente de trabalho, passam a ser beneficiários da Previdência Social, os benefícios prestados pela mesma são o auxílio doença acidentário, o auxilio acidente, a aposentadoria por invalidez e a pensão por morte. O ente social presta serviços também de habilitação e reabilitação profissional. Estes benefícios são diretamente ligados à atividade laboral, não sofrem de carência, ocorrendo o acidente que resulte em uma lesão no ambiente de trabalho, o benefício passa a ser devido pela Previdência Social, o trabalhador já consta como segurado do ente social. 4.1 Auxilio Doença Acidentário É um benefício com pagamento mensal, concedido aos trabalhadores segurados que sofrem um acidente e ficam incapacitados para a atividade laboral por um período maior de 15 dias. A Previdência Social da o código de B/91 a este benefício, nos primeiros 15 dias do afastamento do trabalhador, quem efetua o pagamento é o empregador, a partir do décimo sexto dia o pagamento passa a ser efetuado pela previdência. A incapacidade precisa ser total e temporária, impedindo o trabalhador de exercer suas atividades. A Lei n° 8213/91 prevê no artigo: "Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos". A remuneração paga pela previdência neste benefício é de 91% do salário do acidentado, o art 61 da Lei 8213/91 determina este valor, quando recupera sua capacidade, o trabalhador deixa de receber o benefício. 4.2 Auxilio Acidente Quando um trabalhador sofre um acidente, depois de sua recuperação, estando com alta média previdenciária e restarem sequelas permanentes no se organismo, que o impedem de realizar a mesma atividade laborativa, ou diminui sua capacidade, Faculdade de Minas 15 demandando um maior esforço do mesmo para desenvolvê-las, podendo realizar outra atividade, este trabalhador tem direito ao auxilio acidente, benefício que recebe o código B/94 da Previdência Social. O artigo 86 da Lei n. 8.213/91, com redação alterada pela Lei n. 9.528/97, determina o seguinte: *Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia”. O Anexo III do Decreto3.048/99, relaciona situações que dão direito ao benefício, quando do acidente restarem sequelas em diversas partes do corpo, por exemplo no aparelho auditivo, da fonação, visual, prejuízo estético, perda de segmento de membros, alterações articulares, encurtamento de membros inferiores, redução da força e/ou da capacidade funcional dos membros, e ainda sobre outros membros dos quais cita os pulmões e aparelho digestivo. O trabalhador recebe mensalmente por este benefício o valor, corresponde a 50% do salário de benefício, devendo ser pago até a data da aposentadoria ou morte do segurado, sendo a data de benefício, devendo ser pago até a data da aposentadoria ou morte do segurado, sendo a data de início do benefício, o dia seguinte da cessação do auxílio-doença. 4.3 Aposentadoria por Invalidez O trabalhador quando provar que a sua capacidade e total e permanente terá o direito a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez, sem condições de reabilitação, através da perícia médica realizada pela Previdência Social, não importando a sua idade, apenas as condições laborais do segurado. Este benefício está codificado pela Previdência Social como B/92, previsto no artigo 42 da Lei n.8.213/91: Faculdade de Minas 16 "Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxilio- doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição”. O§ 2 do artigo do diploma legal, informa que em casos em que a doença ou lesão de que o segurado já era portador anteriormente a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, com exceção nos casos em que a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão por culpa do trabalho. A data de início do benefício será no dia imediato ao da cessação do auxílio- doença. Se o segurado não estiver em gozo do auxílio, a data de início da aposentadoria por invalidez será o décimo sexto dia do afastamento do trabalho. O valor mensal deste benefício será de 100% do salário de benefício. Existem casos que ocorre uma majoração em 25% do valor, de acordo com o artigo 45 da Lei n. 8.213/91, que se destina aos aposentados por invalidez que necessitam de assistência permanente de outra pessoa. 4.4 Pensão por Morte Em nosso ordenamento jurídico, não ocorre distinção entre morte natural do segurado e morte causada por acidente do trabalho, sendo o mesmo direito para os dependentes daquele que vier a óbito. O benefício de pensão por morte acidentária está codificado pela Previdência Social como B/93, e conforme determina o artigo 74 da Lei n. 8.213/91, é destinado aos dependentes do segurado que estão classificados no artigo 16 do mesmo diploma, no seguinte teor: "Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: Faculdade de Minas 17 I - O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; II - Os pais, III -O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; $ 1° A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. $ 2° O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. $ 3° Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. $ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. A pensão por morte é devida aos dependentes do segurado a partir da data do óbito quando requerida em até 90 (noventa) dias e ainda pode ser a partir da data da decisão judicial no caso de morte presumida. A duração do benefício é pelo período que perdurar a qualidade de dependente, será extinto no caso de morte do pensionista, ou para o dependente que completar 21 anos idade ou for emancipado, e nos casos em que o declarado inválido vier a ter um parecer contrário através de perícia médica da Previdência Social, tendo sua capacidade física ou mental recuperada e desta forma não fazendo mais jus a pensão. O valor da pensão por morte é de 100% (cem por cento) ao do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela que teria direito no caso de estar aposentado por invalidez na data de seu falecimento (artigo 75 da Lei n. 8.213/91). Faculdade de Minas 18 Este valor será dividido entre todos os dependentes em partes iguais e assim que um perder a qualidade de dependente, o valor será redistribuído entre os restantes. 4.5 Habilitação e Reabilitação Profissional É um serviço prestado pela Previdência Social destinado ao segurado ou seu dependente, incapacitado totalmente ou parcialmente, ainda para os portadores de deficiência, para que esses tenham a chance de se reabilitar ou se adaptar profissionalmente voltando para o mercado de trabalho ou até retomando seu emprego de antes do acidente. O artigo 89 da Lei n. 8.213/91 prevê o seguinte: "Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e as pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re) educação e de (re) adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional: b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário ". O processo de habilitação e reabilitação será desenvolvido pela Previdência Social, conforme determina o artigo 137 do Decreto n. 3.048/1999, por meio das funções básicas de avaliação e definição da capacidade laborativa residual; avaliação do potencial laboral; orientação e acompanhamento da programação profissional; articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para Faculdade de Minas 19 reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho. Os encaminhamentos para a habilitação e reabilitação, deverão ser feitos pela Previdência Social, levando em conta o menor deslocamento para o segurado, podendo ainda, ser realizados fora do domicilio do segurado se este preferir. Caso estes serviços tenham de serem realizados fora do domicilio do segurado por motivos da própria Previdência Social, ela deverá custear as despesas com transporte e ainda pagar diária ao segurado pelos gastos que terão durante o dia ou dias que estarão fora de seu domicilio. O acidente de trabalho provoca uma mudança radical em uma vida ou em várias vidas, pois os dependentes também são afetados pela mudança. O trabalhador que acidenta, sofre com a dor do trauma causado peloacidente, com o futuro inseguro e incerto, e ainda com o sentimento de impotência perante as atividades que antes executava. Precisamos minimizar, todas as formas possíveis de ocorrência de um acidente de trabalho, seja com treinamentos, com equipamentos de segurança (epi e epc), fiscalização, com políticas de prevenção dentro das empresas. A Previdência Social tem um papel importante perante o segurado, que além de indenizá-lo com o benefício que tem direito, procura e tenta a habilitação e reabilitação e profissional, devolvendo o ao mercado de trabalho ou até mesmo ao seu emprego de antes do acidente. Podemos concluir, então, que para melhorarmos as relações de emprego devemos todos, empregados e empregadores, realizarmos a nossa parte, e principalmente fazermos algo básico, mas que parece ser tão difícil, respeitar o outro. Faculdade de Minas 20 5. SEGUROS A Lei n° 5.316 de 14 de setembro de 1967 consagra, de maneira definitiva a tese do monopólio estatal desse ramo de seguros, em seu artigo 1° e parágrafo único, "in verbis": "Art. 1.° – O seguro obrigatório de acidentes do trabalho, de que trata o artigo 158, ítem XVII da Constituição Federal, será realizado na previdência social. Parágrafo único: Entende-se como previdência social, para os fins desta Lei, o sistema de que trata a Lei n° 3.807 de 26 de agosto de 1960, com as alterações decorrentes do Dec.-lei n° 66 de 21 de novembro de 1966." Já o decreto-lei n° 7.036 de 10 de novembro de 1944, em seu artigo 111, vedava a concessão, a partir da vigência daquele diploma legal, a outras seguradoras particulares, para operar nesse ramo. A nova legislação define: "acidente do trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho". Doença do trabalho será: "qualquer das chamadas doenças profissionais, inerentes a determinados ramos de atividade e relacionadas em ato do Ministro do Trabalho e Previdência Social, bem como a doença resultante Faculdade de Minas 21 das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho for realizado, desde que diretamente relacionada com a atividade exercida (Decreto-lei n° 893 de 26/09/1969)". Mesmo que o acidente não tenha sido a causa única, ele é considerado uma concausa, isto é, uma causa que concorre com outra para determinado fim. A causa propriamente dita, a traumática gera determinados defeitos e as concorrentes contribuem para que eles aconteçam. As concausas podem ser: a) preexistentes; b) supervenientes e c) concamitantes. São preexistentes quando antecedem o traumatismo. O hemofílico pode falecer em consequência de uma grave hemorragia, após um ligeiro traumatismo. Ela é superveniente quando sucede ao acidente. Um pequeno acidente, infectado pelo tétano, pode causar a morte. Será concomitante, quando ocorre simultaneamente com o acidente. Um desfalecimento que provoca uma queda pode ocasionar a fratura da base do crâneo, ocasionando a morte. Será também considerado acidente do trabalho, nos termos do art. 3°: a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de pessoa privada do uso da razão; Faculdade de Minas 22 d) ato de imprudência ou negligência de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; e) desabamento, inundações ou incêndio; f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; Fora do local e do horário de trabalho, a lei qualifica como acidente do trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado; d) no percurso da residência para o trabalho, deste para àquela. Parágrafo único. Nos períodos destinados a refeições ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado será considerado a serviço da empresa. Equipara-se ao acidente do trabalho, a doença do trabalho, e ao acidentado o trabalhador acometido de doença do trabalho (artigo 5°). As doenças degenerativas ou inerentes a grupo etários, não são enquadradas na Lei. Quando se trata de acidente é fácil determinar a data do início, o mesmo não ocorre com as doenças que evoluem lenta e progressivamente, admitindo-se como data do início a da comunicação dela à empresa. O acidente do trabalho, para ser bem compreendido e para que as normas que disciplinam a matéria possam ser fielmente interpretadas, deve ser situado, antes de tudo na sua verdadeira posição, como um evento de grande recuperação social. Faculdade de Minas 23 Se não detivermos nossa atenção no reflexo que o acidente do trabalho provoca no seio do grupo humano, nós não poderemos perceber suas perspectivas mais profundas, não teremos como justificar os novos rumos abertos pelo legislador, não saberemos bem aplicar as suas leis, porque desconheceremos o espírito que as anima e não conseguiremos enfim, encontrar – na busca incessante de melhores normas para maior felicidade do homem – caminhos ainda ignorados. Acidente é um vocábulo que indica um acontecimento que determina, fortuitamente, danos às pessoas e às coisas. O seguro obrigatório de acidentes do trabalho tem em mira apenas o obreiro enfermo, mutilado, marginalizado pelo dano que sua atividade laborativa lhe causou. Os prejuízos materiais são cobertos por outras apólices de seguradoras particulares. Se não houvesse leis que garantissem os acidentados e seus familiares, estariam sujeitos ao desemprego, ao marginalismo e à indigência, quando incapacitados. A sociedade deve criar sistemas de segurança que garantam os meios de subsistência do indivíduo, quando privado da saúde. A segurança social deve garantir a cada indivíduo, o necessário para uma vida digna, quando por motivo de força maior deixar de produzir. O número alarmante e cada vez maior, de acidentes do trabalho no país, forçou o legislador a estabelecer normas disciplinando a matéria, visando também preveni-los. Todo acidente é súbito, violento e fortuito, porque ocorre em um pequeno lapso de tempo, produz danos físicos e é involuntário. Os prevencionistas conceituam acidente de trabalho como toda ocorrência inesperada, não programada que interfere com o andamento normal do trabalho e da qual possa resultar lesão ao trabalhador. Esse conceito enfatiza a perda de tempo e os prejuízos econômicos advindos do acidente, considerando as lesões como um fato ocasional. São características patogênicas das doenças profissionais: a) os sintomas devem aparecer, idênticos em vários trabalhadores que se dedicam à mesma profissão, no mesmo estabelecimento ou, preferentemente, para melhor conceituação do caráter profissional da moléstia, em estabelecimentos distintos; Faculdade de Minas 24 b) deve ficar claramente evidenciado que a moléstia tem como causa a atividade desenvolvida pelo trabalhador na empresa, seja pelas condições de serviço, seja pelos métodos empregados; c) que a Lei as reconheça como tal. 6. RESPONSABILIDADES DA EMPRESA Em caso de acidente do trabalho ou de doença do trabalho, a morte ou a perda ou redução da capacidade para o trabalho darão direito, independentemente de período de carência, às prestações previdenciárias cabíveis, concedidas, mantidas, pagas e reajustadas na forma e pelos prazos da legislação de previdência social. A pensãoserá devida a contar da data do óbito, e o benefício por incapacidade, do 16° dia seguinte ao do acidente, cabendo à empresa pagar o salário integral do dia do acidente. A empresa contribuirá com 0,4°/o da folha de salário-de-contribuição dos empregados, se os riscos forem leves ou de 0,8% nos demais casos. A empresa poderá responsabilizar-se apenas pelo pagamento do salário integral do dia do acidente, sendo o benefício por incapacidade devido, nessa hipótese, a Faculdade de Minas 25 contar do 1° dia seguinte e a contribuição será de 0,5% ou de 1% da folha de salários- de-contribuição, conforme a natureza da atividade da empresa. A empresa deverá, salvo em caso de impossibilidade absoluta, comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social dentro de 24 hs, sob pena de uma multa variável de uma a 10 vezes o maior salário mínimo vigente no País. O custeio das prestações por acidente do trabalho é da alçada exclusiva da empresa. Quando as contribuições referidas são insuficientes para cobrir as despesas, o INPS é competente para estabelecer uma contribuição adicional até no valor de 25% do valor das contribuições já referidas, se as condições de risco assim aconselharem. A contribuição adicional será fixada: a) coletivamente, por classes, conforme a atividade da empresa; b) individualmente, por empresa, de acordo com a respectiva experiência ou condições de risco. A relação das taxas correspondentes às diferentes atividades constituirá a tarifa das contribuições, para o custeio do seguro de acidente do trabalho, cuja fixação e revisão competem ao serviço atuarial. Será estabelecida e anualmente revista mediante proposta do INPS, em relação às diferentes atividades, com base na estatística referente ao triênio anterior. A taxa de contribuição da empresa poderá ser alterada com base em suas condições de risco, quando estas sofrerem alteração apurada em inspeção. A nova taxa não poderá majorar nem reduzir a anterior de mais de 20%. A inspeção será feita pelo INPS, de ofício ou a requerimento da empresa, e o relatório respectivo deverá conter o estudo do risco, aí incluídas as medidas de prevenção de acidentes e os dados previstos em laudo padronizado de inspeção do risco. A decisão do INPS será comunicada à empresa mediante notificação, sob registro postal, com recibo de volta ou quando possível, entregue diretamente, contra recibo. Faculdade de Minas 26 As contribuições referentes ao seguro de acidentes do trabalho serão recolhidas ao INPS juntamente com as da Previdência Social e nos mesmos prazos. A empresa será obrigada a prestar ao INPS as informações e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições fiscalizadoras, inclusive permitindo visitas para inspeção de riscos. A falta de oportuno recolhimento das contribuições sujeitará o responsável aos juros, multas, e correção monetária relativos ao débito. Nessas condições, não poderá ser fornecido pela Previdência Social certificado de regularidade de situação ou de quitação. Em caso de insolvência da empresa, os créditos previdenciários e securitários são privilegiados. Nas localidades onde o INPS não dispuser de recursos próprios ou contratados, a empresa prestará ao acidentado assistência médica de emergência e, quando indispensável, a critério médico, providenciará sua remoção. O INPS reembolsará a empresa das despesas dessa assistência até limites compatíveis com os padrões de local de atendimento. 7. BENEFÍCIOS Os benefícios do INPS abrangem: a) auxílio doença; b) aposentadoria por invalidez; c) pensão por morte; d) auxílio acidente; e) pecúlio; f) abono especial previdenciário; g) assistência médica e Faculdade de Minas 27 h) reabilitação profissional. São regidos pela Lei n°. 5.326/67 para os empregados urbanos e aos trabalhadores avulsos e pelo Decreto-lei n°. 7.036/44, todos os empregados não abrangidos no regime geral da Previdência Social. a) Auxílio doença: valor igual ao do salário de contribuição devido ao empregado no dia do acidente, deduzida a contribuição previdenciária 8%, não podendo ser inferior ao seu salário de benefício (média aritmética dos 12 últimos salários de contribuição) com a mesma dedução. O pagamento dos dias de benefício, quando a sua duração for inferior a um mês, será feito na base de 1/30 de seu valor mensal. Nenhum benefício por acidente do trabalho poderá ser inferior ao salário mínimo do local de trabalho do acidentado e nem superior a dez vezes este valor. O direito ao auxílio doença, à aposentadoria por invalidez ou à pensão, exclui o direito aos mesmos benefícios nas condições da Lei Orgânica da Previdência Social. O auxílio doença, à aposentadoria por invalidez e à pensão, dará direito também ao abono especial previdenciário. Faculdade de Minas 28 O auxílio doença será devido ao acidentado que ficar incapacitado para o seu trabalho por mais de 15 dias. Será devido a contar do 16°. dia seguinte ao do acidente, cabendo à empresa pagar o salário integral do dia do acidente e dos 15 primeiros dias seguintes e será mantido enquanto o acidentado continuar incapaz para o seu trabalho. Se a empresa se responsabilizou apenas pelo salário integral do dia do acidente devido a sua tarifa de contribuição, o auxílio doença, nessa hipótese, será devido a contar do primeiro dia seguinte ao do acidente. O acidentado em gozo de benefício por incapacidade ficará obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se aos exames, tratamentos e processos de reabilitação profissional prescritos e proporcionados pelo INPS. b) Aposentadoria por invalidez: valor mensal igual ao do salário de contribuição devido ao empregado no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu salário de benefício. Será majorado em 25% se, em consequência do acidente, necessitar de assistência permanente de outra pessoa. Terá direito à aposentadoria por incapacidade todo o acidentado que mediante avaliação da sua capacidade, obedecendo os critérios e tabelas estabelecidos pelo serviço Atuarial, apresentar uma redução superior a 60%. Caberá à perícia médica determinar o grau e a extensão das lesões e a relação técnica de causa e efeito entre o acidente e a incapacidade. c) Pensão por morte: Será igual ao do salário de contribuição devido ao acidentado no dia do acidente. Ela será devida aos dependentes do acidentado, a contar da data do óbito. Quando houver mais de um pensionista, a pensão será ratiada entre todos, em partes iguais. A cota daquele cujo direito à pensão cessar, reverterá em favor dos demais. Quando a morte do acidentado aposentado por invalidez não resultar de acidente, o valor da aposentadoria vigente na data do óbito servirá de base para o cálculo da pensão. Faculdade de Minas 29 d) Auxílio acidente: consistirá em uma renda mensal, reajustável na forma da legislação previdenciária e calculada na mesma percentagem da redução de capacidade, verificada sobre o valor do salário de contribuição devido ao acidentado no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu salário de benefício. Será devido ao acidentado que sofrer redução permanente da capacidade para o trabalho em percentagem superior a 25°/o e inferior a 60%. e) Pecúlio: consistirá em um pagamento único, cujo valor será calculado mediante aplicação da percentagem de redução da capacidade ao valor correspondente a 72 vezes o maior salário mínimo mensal vigente no País na data da autorização do pagamento. Será devido: 1.°) ao acidentado com redução permanente da capacidade para o trabalho em percentagem igual ou inferior a 25%; 2.°) em caso de morte; 3.°) em caso de invalidez, quando a aposentadoria previdenciária for igual ou superior a 90% do salário de contribuição, no dia do acidente, não podendo ser inferior ao seu salário debenefício. O pecúlio será devido, independentemente dos benefícios por incapacidade ou por morte, ao que o acidentado ou seus dependentes tiverem direito. f) Abono especial de previdenciário: a importância será paga até o dia 15 de janeiro do exercício seguinte ao vencido e corresponde a 1/12 do valor anual da aposentadoria ou pensão que o segurado ou seus dependentes tiverem percebido na respectiva Instituição. O abono especial será devido aos aposentados e pensionistas, bem como aos segurados e aos dependentes que durante o ano tiverem recebido auxílio doença por mais de 6 meses. Faculdade de Minas 30 g) Assistência médica: prestada pelo INPS inclui a cirúrgica, a hospitalar, a farmacêutica e a odontológica, bem como o transporte do acidentado. Será devida, em caráter obrigatório, a partir da ocorrência do acidente. Quando o acidentado, por motivos médicos, tiver de ser deslocado da localidade onde reside, sua remoção e hospedagem, bem como, quando indispensável, as de seu acompanhante, médico ou enfermeiro, ficarão a cargo do INPS. Para prestação da assistência médica, o INPS poderá contratar serviços de terceiros, inclusive da própria empresa segurada, mediante convênio, com desconto, neste caso, em sua contribuição referente ao seguro de acidente do trabalho, da percentagem que for fixada pelo serviço Atuarial. h) Reabilitação profissional: quando a perda ou a redução da capacidade física puder ser atenuada pelo uso de aparelho de prótese, este será fornecido pelo INPS, independentemente das prestações cabíveis. Custeará ainda a reparação ou a substituição do aparelho desgastado pelo uso normal mediante pronunciamento prévio da autoridade técnica competente. Para controle do custo e apuração dos resultados da assistência médica, reabilitação profissional e outros serviços prestados ao acidentado, o INPS manterá estatísticas, utilizando nomenclatura e classificação de serviços e de diagnósticos aprovados pelos órgãos competentes. A Previdência Social promoverá a especialização de técnicos em perícia para avaliação da redução da capacidade para o trabalho e em reabilitação profissional de acidentados. Ao acidentado com redução da capacidade para o trabalho que tiver condições de vir a exercer atividade remunerada, será proporcionado pelo INPS programa de reabilitação profissional. Os auxílios materiais, como prótese, órteses, instrumentos de trabalho e medicamentos, bem como o custeio do transporte do acidentado, somente serão devidos quando prescritos por necessidades do processo de reabilitação. O Decreto n° 71.037 de 29 de agosto de 1962, estabeleceu o procedimento administrativo para Faculdade de Minas 31 concessão dos benefícios decorrentes de acidente do trabalho, que reza em seu art. 1°: "O acidentado, seus dependentes, a empresa ou qualquer outra pessoa somente poderão mover ação contra o INPS, diretamente ou por intermédio de advogado, depois de esgotada a via administrativa na Previdência Social". Bastam alguns dados estatísticos, fornecidos pelo INPS, exercício de 1971, para ilustrar o pesado ônus que os acidentes do trabalho acarretaram à economia brasileira. O número de acidentes registrados foi de 1.330.523. Cada um em média exigiu 16 dias de tratamento. Houve 157.397.848 horas perdidas. O coeficiente de frequência registrou 70,37 acidentes por cada milhão de homens horas trabalhadas. Receberam simples assistência médica – 9,66%. Tiveram incapacidade temporária – 87,02% e incapacidade permanente – 3,13%. Morreram – 0,19%. Em média ocorreram 4.405 acidentes por dia útil trabalhado. 8. PREVENÇÃO DE ACIDENTES Faculdade de Minas 32 Os enormes prejuízos causados à Nação pelo elevado número de acidentes, com tendência sempre a aumentar, obrigou o INPS a estabelecer programas de prevenção de acidentes, proporcionando assistência técnica à empresa, mediante: a) programas específicos com vistas à adequada adaptação do empregado à atividade por ele exercida e ao ambiente e condições de trabalho; b) formação de quadro de especialistas e de pessoal auxiliar; c) colaboração na formação e aperfeiçoamento de pessoal da empresa na técnica de prevenção; d) financiamento para a instalação de equipamento e a adoção de processos ou medidas técnicas destinadas à melhor proteção ao empregado; e) assessoramento para elaboração e desenvolvimento de programas de prevenção, inclusive mediante acompanhamento e orientação das atividades da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); f) utilização de recursos técnicos de terceiros para desenvolvimento de programas de prevenção; g) estabelecimento de incentivos a programas de prevenção; h) cooperação com o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho (DNSHT) e com entidades interessadas, na elaboração de normas técnicas de prevenção; i) realização de pesquisas e estudos sobre ambientes e condições de trabalho, com vistas à diminuição do risco de acidentes. Faculdade de Minas 33 O INPS poderá conceder financiamento especial à empresa, para facilitar a instalação de equipamento e a adoção de processos destinados a assegurar melhor proteção ao empregado. O financiamento obedecerá às normas que forem expedidas pelo DNSHT, por proposta do INPS e ouvido o serviço Atuarial. Somente serão concedidos para instalações e equipamentos que, a critério do INPS, concorram diretamente para a melhoria das condições de risco, não podendo ser financiadas despesas que tenham apenas relações remotas com esse objetivo. O INPS poderá auxiliar, mediante assistência técnica, entidades de fins não lucrativos que desenvolvam atividades de prevenção de acidente e de reabilitação profissional, bem como de segurança, higiene e medicina do trabalho. A contribuição para a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro) será de 0,5% do produto da contribuição básica da folha de salários de contribuição dos empregados da empresa. A empresa, além dos objetivos econômicos, deve se preocupar com a segurança e o bem-estar social e moral dos seus colaboradores. Toda estrutura operacional da empresa, em todos os seus escalões devem estar alertas com os riscos de acidentes e doenças, buscando soluções satisfatórias, amenizando-os e, sempre que possível, eliminando-os. As normas técnicas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e das legislações complementares aprovadas por decretos, portarias ministeriais e portarias do DNSHT devem ser rigorosamente cumpridas. Caso o empresário não tenha condições técnicas de organizar, de projetar ou executar os programas, poderá contratar os serviços de organizações especializadas na matéria. A Fundacentro presta esses serviços. O empresário ao adquirir máquinas, equipamentos, ferramentas, e outros instrumentos de trabalho necessários, deverá levar em conta, além do preço, qualidade e produtividade, quais os perigos que eles oferecem ao trabalhador exposto e se há meios seguros de evitá-los. Os sistemas de proteção coletiva quando necessários, devem ser projetados por pessoas técnicas especializadas para que Faculdade de Minas 34 sejam adequados às suas finalidades e comprovadamente eficazes. Os equipamentos de proteção individual devem obedecer os padrões recomendados pelo DNSHT e usados sempre que necessários devido ao risco de acidentes. 9. CIPA – "COMISSÃO INTERNA DE "PREVENÇÃO DE ACIDENTES" Por força do que dispõe o Artigo 164 da CLT: "As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão manter, obrigatoriamente, serviço especializado em segurança e higiene do trabalho e constituircomissões internas de prevenção de acidentes (CIPA)". Elas são regulamentadas pela Portaria n° 32 de 19/11/1968 do DNSHT, e, de acordo com tal documento legal, devem existir em todas as empresas industriais, comerciais e de transportes marítimos, fluviais, aéreos e terrestres onde trabalham cem ou mais empregados. Sempre que houver um acidente na indústria, o encarregado do setor deverá preencher um relatório minucioso da ocorrência. Faculdade de Minas 35 1. Dados Iniciais Identificação, função, local dia e hora do acidente. 2. Operação a) – denominação da operação: Deverá ser indicada a operação ou serviço que estava sendo executado pelo acidentado, circunstanciando o local de trabalho. Para maior clareza pode se juntar um croquis para ilustrar melhor o acidente como ocorreu. b) – descrição minuciosa da operação: Permitindo compreender o processo de operação, analisando detidamente os riscos que ela oferece e principalmente o causador do acidente. 3. Conceituação do risco a) – condições inseguras: Levantamento local de todos os agentes que oferecem riscos: instalações, pisos, iliminação, poeiras, calor, ordem, limpeza... No caso de doenças profissionais os riscos decorrentes de agentes físicos, biológicos e químicos merecem especial atenção. b) – atos inseguros: Análise detalhada do compartamento do acidentado quando houve a ocorrência. Dosar qual foi a sua responsabilidade. Registrar se o trabalho realizado naquele momento era normal, ocasional ou excepcional. Se o mesmo deixou de usar os meios de proteção disponíveis. Se decorreu por ação de terceiro: brigas, brincadeiras etc.. Faculdade de Minas 36 4. Descrição minuciosa do risco Esmiuçar o risco que deu origem ao acidente investigado, descrevendo-o da forma objetiva evitando descrição genérica, para que se compreenda e se conclua da verdadeira causa ou concausa do acidente, verificando se a máquina e os equipamentos estavam protegidos. E se protegidos, qual o grau de eficiência. Ao médico caberá a descrição das lesões, apurando o grau de incapacidade ou doença. Com todos esses dados, a CIPA se reuniará e analisará a ocorrência, tirando conclusões e propondo recomendações ao empregador, visando eliminar os riscos e ordenar sanções aos culpados. Na reunião mensal da CIPA todos os casos de acidentes ocorridos e registrados deverão ser levantados estatisticamente e relacionados a um milhão de homens horas trabalhadas. Dois índices estatísticos, aceitos por convenção internacional, permitem por comparação avaliar se os coeficientes estão elevados ou abaixo da média, em relação a outras indústrias congêneres: coeficiente de frequências e de gravidade. O coeficiente de frequência expressa o número de acidentes com perda de tempo por um milhão de homens-horas trabalhadas. O coeficiente de gravidade diz do número de dias perdidos e dias debitados por um milhão de homens-horas trabalhadas. Por definição entende-se por dias perdidos, o número de dias durante os quais o acidentado permaneceu afastado do trabalho, excluindo o dia do acidente. Os dias debitados são fornecidos por tabelas estabelecidas empiricamente, em convenção internacional (DNSHT-32 de 19/11/1968). O trabalho da CIPA é um trabalho de equipe, em que os seus membros são os coordenadores e todos os demais integrantes da indústria, membros natos, participantes e ativos na prevenção de acidentes. Cópias das atas das reuniões deverão ser encaminhadas às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de suas respectivas jurisdições, que fornecerão certificados referentes ao cumprimento das obrigações. Faculdade de Minas 37 10. CUSTOS DO ACIDENTE Devem ser avaliados os diretos e os indiretos. Os diretos são estabelecidos por Lei nos termos do artigo 12 da Lei n.° 5.316 de 14 de setembro de 1967. Caberá ao INPS pagar os benefícios, decorrentes do acidente, nos termos da mesma Lei. Os custos indiretos são muitos variáveis, dependendo de inúmeros fatores, sendo os principais: a) manutenção de um pronto socorro, equipado com pessoal e material adequado; b) perda de tempo com queda de produção na quantidade e, às vezes, na qualidade; c) elevação de despesas extraordinárias para compensar os prejuízos acarretados, etc. Normalmente, o custo dos acidentes indiretos supera de três a quatro vezes os custos diretos, embora nem sempre seja isso percebido pelo empregador. No ano de 1971 o INPS dispendeu a quantia total de Cr$ 679.055.858,00, assim distribuída: benefícios, 43,04%; serviços de assistência médica e reabilitação, 19,64%; prevenção de acidentes, 0,19%; administração, 2,19%; provisões para benefícios de longa duração e acidentes não liquidados, 26,52%. A despesa correspondeu a 91,58% da receita que deu o montante de ......... Cr$ 741.455.558,00. A grandeza destes valores justifica plenamente as medidas legais Faculdade de Minas 38 tomadas pelo Governo, procurando tecnicamente disciplinar as empresas, na prevenção dos acidentes. 11. ACIDENTE DE TRABALHO Classificação dos acidentes de trabalho São caracterizados em três tipos os acidentes de trabalho: Acidente típico – decorrente da característica da atividade profissional que o indivíduo exerce; Acidente de trajeto – acontece no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho, ou vice-versa; Doença profissional ou do trabalho – desencadeada pelo exercício de determinada função, característica de um emprego específico. De acordo com dados estatais, os acidentes típicos são responsáveis por cerca de 84% do total de acidentes de trabalho, sendo que os acidentes de trajeto e as doenças profissionais ou do trabalho somam as duas juntas 16%. Exceções O § 1º do art. 20 da lei 8.213/91 traz a relação daquelas que não são consideradas doenças do trabalho. A saber: Faculdade de Minas 39 a. Doença degenerativa; b. Doença inerente ao grupo etário; c. Aquela que não produza incapacidade laborativa; d. A doença endêmica adquirida por habitante de região em que ela se desenvolva. Verificação A responsabilidade por verificar o acidente de trabalho recai sob o perito, cujo trabalho, de modo bastante conciso, é estabelecer uma relação entre o acidente e a lesão. É o médico perito quem dá a última palavra sobre o retorno do indivíduo ao exercício de sua função ou se este deverá ser afastado permanente ou temporariamente do emprego. A empresa tem o dever de fazer uma comunicação informando sobre o acidente de trabalho no mesmo dia ou até o primeiro dia útil após o fato. No caso de morte a comunicação deve ser imediata. Caso essas determinações não sejam observadas, a empresa deverá realizar o pagamento de multa. Comunicação de Acidentes de Trabalho - CAT A comunicação realizada pela empresa é feita mediante a emissão de um documento especial chamado de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). A CAT é fornecida pela unidade de Recursos Humanos ou por sua chefia imediata ao servidor, que deve apresentá-la com seus documentos básicos aos órgãos competentes. O acidente deve ser comunicado até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente. No caso de doença profissional, o dia do acidente ou aquele em que for realizado o diagnóstico podem ser considerados data de início da incapacidade laborativa. https://www.infoescola.com/doencas/doencas-degenerativas/ Faculdade de Minas 40 Auxílio-doença É o nome dado ao benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social, destinado ao indivíduo que esteja incapaz para o trabalho, mesmo que temporariamente, por doença, num período de mais de quinze dias consecutivos. A incapacidade para o trabalho é atestada por meio de exame realizado pelo INSS. Para ter direito ao benefício, é necessária contribuiçãopor, no mínimo, 12 meses para a Previdência Social. Se o trabalhador deixa de fazer o pagamento, as contribuições anteriores somente são consideradas se ele pagar pelo menos quatro parcelas que, somadas ao que foi quitado antes, totalizem no mínimo 12. Algumas doenças são excluídas deste prazo de contribuição de 12 meses, devido às suas particularidades, como a alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, entre várias outras. Pagamento do auxílio-doença No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, (com exceção do doméstico). A partir do 16º dia de afastamento do trabalho, o auxílio fica a cargo da Previdência Social. Para o restante dos segurados, incluindo o doméstico, a previdência paga o auxílio desde o início da incapacidade até a recuperação completa. No caso do contribuinte individual (empresário, profissional liberal, além de outros profissionais que trabalham por conta própria), entre outros (facultativo, especial, individual e avulsos), recebem o período integral do afastamento, a partir da data do requerimento. Cessação do benefício Em termos básicos, o auxílio-doença previdenciário só deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando se transforma em aposentadoria por invalidez. Na verdade, há quatro possibilidades: https://www.infoescola.com/doencas/cegueira/ https://www.infoescola.com/doencas/mal-de-parkinson/ Faculdade de Minas 41 a. O segurado recupera a capacidade para realizar o trabalho do qual fora desligado. b. Quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. c. Por solicitação do segurado, com a concordância da perícia médica do INSS. d. Quando o segurado retorna voluntariamente ao trabalho. O trabalhador que, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o auxílio, não tem direito a este. Por outro lado, quando houver agravamento da enfermidade provocado pelo trabalho, o INSS considera que o trabalhador pode receber a ajuda. Auxílio-acidente O auxílio-acidente é um benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social ao trabalhador que sofreu um acidente de trabalho e ficou com sequelas que reduzem sua capacidade para o trabalho. É concedido aos trabalhadores que estavam recebendo o auxílio-doença, mencionado um pouco antes, e que ficam impossibilitados de exercer sua função trabalhista por período superior a 15 dias. Os primeiros 15 dias de afastamento são remunerados pela empresa e, a partir disso, o pagamento é responsabilidade do Ministério da Previdência. Tem direito ao benefício o trabalhador empregado que apresenta lesões decorrentes de acidente de trabalho, e que o impedem de voltar a trabalhar, sendo incluído neste grupo também o trabalhador avulso e o segurado especial, nas mesmas situações. A concessão do auxílio-acidente não exige que o trabalhador tenha um período mínimo de contribuição. O mesmo deixa de ser pago quando o trabalhador recupera a capacidade e retorna ao trabalho, ou então quando solicitar aposentadoria por invalidez, fazendo-se a troca de benefícios. O empregado doméstico, o contribuinte individual (autônomo) e o contribuinte facultativo. Não podem solicitar o auxílio-acidente. A pessoa que trabalhar mesmo doente também não possui direito a receber o benefício. Faculdade de Minas 42 Pagamento do auxílio-acidente O pagamento do auxílio-acidente começa logo após o término do fornecimento do auxílio-doença. Seu valor corresponde a 50% do salário utilizado no cálculo do auxílio-doença, corrigido até o mês anterior ao do início do pagamento do auxílio- acidente. O auxílio-acidente tem caráter indenizatório, podendo ser acumulado com outros benefícios que não a aposentadoria. Desse modo, quando o trabalhador se aposenta, o benefício deixa de ser pago. 12. ESOCIAL O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) é um novo sistema de prestação de informações ao Governo Federal que tem como objetivo de tornar os processos dentro das empresas mais transparentes e menos complexos. Apesar de ser confundindo com um novo regime tributário, a realidade é que trata-se apenas de uma unificação das informações trabalhistas. Ou seja, trabalhadores celetistas, estatutários, autônomos, avulsos, cooperados, estagiários e sem vínculo empregatício terá suas informações registradas no eSocial, ambiente Nacional Virtual. Os princípios do e-Social são: Dar maior efetividade à fruição dos direitos fundamentais trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores; Racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações previstas na legislação pátria, relativa a cada matéria; Eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas física e jurídica obrigadas; Aprimorar a qualidade das informações referentes a relações de trabalho, previdenciárias e fiscais; Faculdade de Minas 43 Conferir tratamento diferenciado a ME/EPP O eSocial foi criado para transmitir informações agrupadas por meio de eventos, que devem ser encaminhados em uma sequência lógica. Essa sequência pode ser contemplada como um conceito de “empilhamento”, sendo que tais eventos relatam toda a dinâmica das contratações dos trabalhadores, desde o seu início até o término. Por isso, as informações transmitidas nos eventos iniciais são usadas nos eventos seguintes e para alterar um dado de evento antigo, há de se verificar as consequências/repercussões nos eventos posteriores. Quem está obrigado ao eSocial? Segundo o Manual de Orientação do eSocial, os declarantes (empregador, órgão público, órgão gestor de mão de obra) que possuem a obrigatoriedade da entrega das informações, são: Todo aquele que contratar prestador de serviço pessoa física e possua alguma obrigação trabalhista, previdenciária ou tributária, em função dessa relação jurídica de trabalho, inclusive se tiver natureza administrativa, conforme a legislação pertinente; O obrigado pode figurar nessa relação como empregador, nos termos definidos pelo art. 2º da CLT ou como contribuinte, conforme delineado pela Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), na qualidade de empresa, inclusive órgão público, ou de pessoa física equiparada à empresa, conforme prevê o art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991; Os contribuintes que comercializam produção rural nas situações descritas no Capítulo III do Manual; Faculdade de Minas 44 Também devem enviar informações ao Ambiente Nacional do eSocial os contribuintes na situação “Sem Movimento”, detalhada no item 12 do Capítulo I do Manual. Excetuam-se dessa obrigação: a) A pessoa física que, no início da obrigatoriedade do eSocial, encontra-se na situação “Sem Movimento”, enquanto essa situação perdurar; b) O MEI sem empregado, que não possua obrigação trabalhista, previdenciária ou tributária; c) Os Fundos de Investimento, os quais não são revestidos de personalidade jurídica e, portanto, não podem contratar. As informações devem ser prestadas pela instituição financeira administradora do fundo. “Faseamento” da entrega Para garantir a segurança e eficiência da entrada em operação do eSocial, definiu-se uma implementação progressiva por grupos para envio das obrigações. Este “faseamento” é dividido por grupos de obrigados e, dentro de cada grupo, por tipo de evento: na primeira fase, devem ser enviados os eventos de tabela; na segunda, os não periódicos; na terceira, os eventos periódicos; na quarta fase, os eventos de Segurança e Saúde no Trabalho. Cada período de obrigatoriedade de eventos, dividido por grupo de obrigados, é definido em legislação específica. Definição dos grupos: Grupo 01 - Empresas com faturamento superior