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SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTOSISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO
TRATAMENTO URBANO DETRATAMENTO URBANO DE
ESGOTO E DRENAGEMESGOTO E DRENAGEM
Autor: Me. Fabricio Alonso Richmond Navarro
Revisor : Suely de Medeiros
IN IC IAR
introdução
Introdução
Entre os sistemas urbanos, o sistema separador absoluto coleta e transporta separadamente o
esgoto sanitário e as águas pluviais; ele é amplamente usado no Brasil, e tem a vantagem de dar um
tratamento particular a cada tipo de água. Mesmo com suas diferenças bem de�nidas, podemos
dizer que o potencial poluidor é a característica principal do esgoto sanitário, e as altas vazões em
curtos tempos são o principal distintivo das águas pluviais.
Por esses motivos, estudaremos na presente unidade os sistemas de tratamento do esgoto
sanitário, aprendendo os processos e as operações unitárias básicas necessários para diminuir a
carga poluidora dessa água. Quanto ao sistema de drenagem pluvial, estudaremos os conceitos de
macro e microdrenagem, e como isso in�uencia a maneira de projetar os elementos básicos desse
sistema. Por último, conheceremos os aspectos legais para a ótima gestão da drenagem urbana.
Os esgotos produzidos em residências, comércios, instituições públicas ou qualquer outro prédio
onde são realizadas atividades como preparação de alimentos, higiene pessoal, lavagem etc. contêm
água em sua maioria; uma pequena fração corresponde a sólidos orgânicos, inorgânicos,
microrganismos e outros elementos poluentes.
Devido a esses elementos é que a água precisa ser tratada antes de voltar para o meio ambiente.
Para isso, são utilizadas as estações de tratamento de esgoto (ETE), com o objetivo de condicionar as
águas e diminuir os impactos nos corpos d'água receptores.
Operações Unitárias
Para o condicionamento do esgoto são aplicados processos de tratamento nas ETEs, formados por
uma série de operações unitárias que têm como objetivo principal a remoção dos agentes poluentes
ou sua transformação em substâncias mais aceitáveis pela natureza (JORDÃO; PESSÔA, 2011).
No Quadro 4.1 é apresentado um resumo das operações unitárias mais utilizadas nos processos de
tratamento.
Tratamento de EsgotoTratamento de Esgoto
SanitárioSanitário
Quadro 4.1 – Operações unitárias
Fonte: Adaptado de Jordão e Pessôa (2011, p. 93-94).
Na Figura 4.1 vemos o típico caminho que a água percorre até um corpo receptor. Ele começa na
rede coletora (parte superior da �gura) e termina na ETE (parte inferior da �gura); na �gura, ainda
Operação unitária De�nição Exemplo
Troca de gás
Adição ou extração de gases para o
tratamento ou como produto deste.
Adição de cloro gasoso.  
Adição de ar para manter
condições aeróbias.
Gradeamento
Retenção e remoção de sólidos
�utuantes e em suspensão maiores
que as aberturas das grades.
Uso de peneiras. Uso de
grades.
Sedimentação
Remoção de partículas pela ação da
gravidade.
Caixas de areia.
Decantadores.
Flotação
Aumento da capacidade de empuxo
da água, usualmente pela adição de
agentes �otantes, por meio dos
quais as substâncias indesejadas
sobem à superfície para serem
retiradas.
Remoção de graxas e
óleos, naturalmente ou
com o uso de aeração.
Filtração
Operação com processos de coação,
sedimentação e contato interfacial,
com o objetivo de transferir o
elemento poluente para outra
superfície, de preferência granular.
Filtros de areia ou de
carvão.   Valas de �ltração.
Oxidação biológica
Decomposição da matéria orgânica
pelos microrganismos do esgoto ou
lodos.
Lagoas aeróbias. Filtração
biológica. Lagoas
estabilizadoras.
Coagulação/
Floculação química
Aplicação de substâncias químicas
para formar �ocos sedimentáveis,
usando as forças de atração entre as
partículas di�cilmente
sedimentáveis.
Uso do sulfato de alumínio
para coagulação e
�oculação.
Precipitação
química
Aplicação de substâncias químicas
que reagem com as substâncias no
esgoto, de maneira que precipitam
Adição de cal ao esgoto
com níveis altos de ferro.
Desinfecção
Inativação de micro-organismos
patógenos
Cloração. Ozonização e
uso de raios ultravioleta.
podemos perceber as quatro operações unitárias: gradeamento, sedimentação, aeração e oxidação
biológica, nessa ordem.
Figura 4.1 – Cidade com sistema de tratamento
Fonte: Chakawut Potjanarit / 123RF.
Como veremos na próxima seção, nas duas primeiras unidades são realizados processos físicos, e
na terceira é adicionado ar para manter as condições aeróbias e realizar a estabilização do esgoto
por meio de processos biológicos.
Processos de Tratamento
Jordão e Pessôa (2011) classi�cam e explicam, segundo sua natureza, os processos de tratamento
realizados no esgoto:
Processos físicos : atuam principalmente fenômenos físicos. Têm como objetivo principal
a remoção dos sólidos que não estejam dissolvidos na água ou os líquidos que, por meios
físicos, sejam separáveis. Exemplos desses processos: remoção de sólidos grosseiros,
sólidos sedimentáveis e sólidos �utuantes do esgoto.
Processos biológicos : esse tipo de processo depende dos processos biológicos dos
microrganismos próprios no esgoto, que transformam compostos complexos e poluentes
em compostos simples mais estáveis, fáceis de retirar da água. Exemplo desses processos
é encontrado nos tratamentos com lodos ativados, lagoas anaeróbias, lagoas de
estabilização, reatores anaeróbios de �uxo ascendente (Rafa) e qualquer outro em que
seja realizada uma oxidação biológica.
Processos químicos : costuma-se usar produtos químicos. Esses são os processos menos
utilizados devido aos seus custos e à produção de subprodutos. Usualmente são
empregados quando os dois métodos anteriores não são e�cazes ou e�cientes na
remoção de contaminantes, pelo que podem ser vistos como processos auxiliares ou
potencializadores. Exemplos desses processos são: coagulação, �oculação, cloração e
oxidação química.
Pode-se dizer que a ordem apresentada corresponde à hierarquia em economia e uso: os processos
físicos são os mais econômicos, sendo usados sempre no começo de uma ETE, seguidos dos
biológicos e, por último, poderia ser aplicado um processo químico, como uma desinfecção, por
exemplo.
praticar
Vamos Praticar
Numa cidade perto da costa, a empresa encarregada da estação de tratamento de esgoto realizou um
estudo dos parâmetros de qualidade utilizados para caracterizar o potencial poluidor do esgoto, detectando
uma alta quantidade de areias, que poderiam prejudicar o funcionamento da estação. Nesse sentido,
assinale a alternativa que indique qual operação unitária deveria ter mais ênfase na empresa prestadora do
serviço:
a) Gradeamento.
b) Flotação.
c) Desinfecção.
d) Sedimentação.
e) Precipitação Química.
A drenagem urbana, como sistema urbano, tem a �nalidade de melhorar as condições da população
nas cidades. Diferentemente dos sistemas de abastecimento de água ou esgotamento sanitário que
atendem a uma demanda criada pelo ser humano, a drenagem urbana atende a uma solicitação da
natureza, pois, como cita Tucci (2013, p. 811), “as águas pluviais requerem espaço. Uma vez sobre o
solo, a água irá escoar exista ou não um sistema de drenagem adequado”. A Figura 4.2 mostra o
percurso da água de chuva até os corpos receptores.
Drenagem UrbanaDrenagem Urbana
Figura 4.2 – Percurso das águas pluviais até os corpos receptores
Fonte: Adaptada de Tucci (2013).
Um sistema de drenagem urbano pretende o correto aproveitamento e encaminhamento das águas
de chuva, com o objetivo de minimizar qualquer risco de inundação, possibilitando o
desenvolvimento das áreas urbanas de maneira harmônica, articulada e sustentável (TUCCI, 2013).
Dessa maneira, o tema é levado para esferas mais abrangentes, como a gestão dos espaços
urbanos, sendo um assunto interdisciplinar.
Mesmo com a importância que têm os sistemas de drenagem urbanos, muitas cidades brasileiras
não contam com a devida infraestrutura para evitar inundações, �cando vulneráveis aos eventos
extremos, como chuvasde alta intensidade, o que causa perdas humanas e econômicas em muitos
casos.
Elementos de um Sistema Pluvial Urbano
O sistema pluvial urbano é dividido em dois grandes grupos:
Microdrenagem : elemento de pequeno porte pertencente à rede primária urbana. Sua
função é escoar rapidamente as águas pluviais de vias públicas, passeios, praças e
qualquer outro tipo de acesso ou infraestrutura pública. Ademais, o sistema de
reflita
Re�ita
Por que os sistemas urbanos são importantes?
Os centros urbanos são grandes consumidores de
produtos e energia, gerando aproximadamente
70% da produção de resíduos em nível global (IBGE,
2020), mesmo ocupando menos de 3% do território
mundial (TUCCI, 2012).
Em nível nacional e mundial, processos de êxodos
rurais têm acontecido ao longo do tempo. Segundo
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
2015, 84,72% dos brasileiros vivem em áreas
urbanas e apenas 15,28% em áreas rurais (IBGE,
2020). Esses processos têm sobrecarregado o uso
e a ocupação do solo das cidades, sendo
necessário organizar sistemas urbanos e�cientes e
e�cazes, capazes de proporcionar saneamento
básico adequado e melhor qualidade de vida aos
residentes das cidades.
Fonte: Tucci (2012, p. 8).
microdrenagem recolhe as águas de prédios e residências. Esse sistema atende a eventos
de chuva moderados, evitando principalmente alagamentos pontuais.
Macrodrenagem : considera as tubulações principais de vários sistemas de
microdrenagem, abrangendo extensas áreas, superiores a 400 ha, mas não limitadas a
esse valor, pois dependem das con�gurações da malha urbana (TOLEDO, 2017). Esse
sistema atende a eventos de chuva extrema e de alto risco, evitando inundações com
prejuízos econômicos e humanos.
Os principais elementos que fazem parte da microdrenagem são:
Sarjeta : faixas de via pública que acompanham o meio-�o para coletar o escoamento.
Meio-�o : composto por elementos principalmente de concreto, localizados entre o
passeio e a via pública. Sua face superior está no mesmo nível do passeio; tem função de
con�namento do escoamento.
Sarjetões : calhas ubicadas nos cruzamentos das vias públicas. Sua função é dar
continuidade e orientação ao �uxo das sarjetas.
Boca de lobo (BL) : elementos localizados de maneira conveniente nas sarjetas para a
captação de água.
Tubos de ligações : são os tubos que canalizam as águas captadas nas bocas de lobo até
poços de visita ou galerias.
Galerias : principais coletores públicos que transportam as águas de chuva aportada pelas
bocas de lobo, outras galerias e ligações prediais.
Poço de visita (PV) : elementos estruturais que permitem mudanças de direção, de
declividade e de diâmetro nas galerias. Ademais, servem para a inspeção e limpeza do
sistema. O espaço entre dois poços de visita é de�nido como um trecho de galeria.
Caixas de ligação (CL) : elementos com a função similar à de um PV, mas não são
visitáveis. São utilizadas para evitar mais de quatro tubulações em um mesmo PV ou para
bocas de lobo intermediárias nos quarteirões.
Na Figura 4.3 vemos a localização de alguns elementos de microdrenagem indicados anteriormente.
Note-se sua localização na via pública e a lógica do �uxo. As bocas de lobo do lado esquerdo não
pertencem à rede mostrada na �gura, por isso não estão ligadas ao PV contíguo.
Já os elementos da macrodrenagem são estruturas que fazem a condução principal da bacia,
concentrando as águas pluviais recebidas dos outros subsistemas, por isso são constituídos por
estruturas de maiores dimensões, como canais naturais ou arti�ciais, reservatórios de detenção e
retenção e galerias maiores.
praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:
“[...] estruturas de captação e condução de águas pluviais que chegam aos elementos viários como ruas,
praças e avenidas, e provenientes não apenas da precipitação direta sobre eles, mas também das captações
existentes nas edi�cações e lotes lindeiros.” (SÃO PAULO, 2012, p. 34).
SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Manual de
drenagem e manejo de águas pluviais : aspectos tecnológicos; diretrizes para projetos. São Paulo: SMDU,
2012.
Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta o que o trecho está descrevendo:
Figura 4.3 – Elementos de microdrenagem
Fonte: São Paulo (2012, p. 39).
a) Uma galeria pluvial.
b) Boca de lobo.
c) Microdrenagem.
d) Macrodrenagem.
e) Sistema de tratamento de esgoto.
Para chegar ao dimensionamento das estruturas de micro e macrodrenagem, é necessário realizar
um estudo de drenagem urbana. Hall (1984) e Tucci (2013) retratam esses procedimentos em 5
passos:
1. Escolha do período de retorno
2. Determinação da tormenta de projeto
3. Determinação do escoamento super�cial direto
4. Determinação das vazões de projeto
5. Dimensionamento das estruturas hidráulicas
A escolha do período de retorno (Tr) considera a relação entre custo-risco-consequências
(econômicas e sociais), e consiste na frequência de eventos extremos durante a vida útil de uma
obra. Os valores mínimos usados dependem dos requerimentos técnicos solicitados pelas
autoridades locais. Alguns valores de referência usados para microdrenagem variam entre 2 e 10
anos, segundo o tipo de ocupação. Para macrodrenagem, os valores variam entre 50 e 100 anos;
para obras de grande importância, 500 anos.
A determinação da tormenta do projeto considera questões meteorológicas, calculando as
precipitações máximas segundo o período de retorno aceito. Para isso, podem ser usadas as curvas
ou fórmulas de intensidade-duração-frequência (I-tc-Tr). A metodologia mais comum para estruturas
de microdrenagem consiste em de�nir o período de retorno do evento (Tr), calcular o tempo de
concentração da bacia (tc) segundo suas características e, assim, obter a intensidade da chuva (I). Já
para macrodrenagem são aplicados métodos estatísticos ou hidrometeorológicos para calcular a
precipitação máxima provável.
O terceiro passo, a determinação do escoamento super�cial direto, consiste em estimar a parcela de
precipitação que vai ser captada e transportada pela drenagem pluvial, calculada como a
precipitação total menos a parcela de in�ltração, a de interceptação e as perdas iniciais. Para isso, é
necessária a informação e a aplicação de modelos hidrológicos e de uso do solo.
O próximo passo, determinante para o dimensionamento das estruturas, é o cálculo da vazão do
projeto, pois ele mostra a condição crítica de funcionamento em que o sistema vai operar. No passo
anterior foi possível conhecer a chuva excedente que vai escoar na nossa drenagem urbana, mas,
Dimensionamento deDimensionamento de
Micro e MacrodrenagemMicro e Macrodrenagem
para o correto dimensionamento, é preciso conhecer sua distribuição no tempo e os valores de pico
(máximos) de vazão.
Para bacias pequenas, com menos de 2,5 km2 de área e tempos de concentração menores que uma
hora, pode-se usar o método racional para o cálculo da vazão máxima e considerar uma intensidade
constante. Esse procedimento é aplicado na maioria dos problemas da microdrenagem (TUCCI,
2013). Já para a macrodrenagem (bacias médias) são necessários procedimentos que forneçam mais
informação, como a utilização do hidrograma unitário, o qual retratará uma resposta mais real da
bacia com a aplicação de uma chuva extrema.
Por último, para o dimensionamento das estruturas de micro e macrodrenagem é necessária a
utilização de modelos hidráulicos que retratem seu comportamento. Normalmente, todo o sistema
de drenagem pluvial trabalha em lâmina livre, e evitam-se situações contrárias.
Para elementos da microdrenagem, como sarjetas, sarjetões, tubos de ligação e galerias,
consideramos o escoamento permanente e em regime uniforme. O dimensionamento consiste na
revisão da capacidade hidráulica da estrutura usando a Equação de Manning para a vazão máxima.
Em cada caso é necessário considerar o material da estrutura para de�nir o coe�ciente de Manning
(n).
Por exemplo, parao caso das galerias pluviais circulares na Cidade de São Paulo, o
dimensionamento da estrutura está condicionado a elementos como:
Diâmetro mínimo: 50 cm.
Diâmetros correntes: 0,50; 0,60; 1,00; 1,20 e 1,50 m.
A galeria deve funcionar à seção plena com a vazão de projeto.
A velocidade máxima admissível para tubos de concreto é de 5,0 m/s e, a mínima, de 0,60
m/s. (SÃO PAULO, 2012).
Outras estruturas da microdrenagem, como caixas de passagem, poços de visitas e bocas de lobo,
têm seu respectivo gabarito, devendo-se fazer pequenas modi�cações segundo as necessidades do
caso. São Paulo (2012) e Toledo (2017) mostram como cada cidade tem solicitações particulares para
suas estruturas de drenagem, pelo que é importante revisar para cada obra a normativa local
pertinente.
O dimensionamento das estruturas de macrodrenagem é mais complexo devido aos métodos de
cálculo empregados para a determinação da tormenta de projeto, do escoamento super�cial direto
e das vazões. Ademais, considera regime gradualmente variado e não permanente nas soluções
hidráulicas de suas estruturas.
saiba mais
Saiba mais
As estruturas hidráulicas da macrodrenagem têm papel
importantíssimo na gestão da cidade, pois protegem a
população de danos materiais e das perdas de vidas devido
às enchentes. No artigo indicado, são apresentados três
diferentes reservatórios de detenção, obras de
macrodrenagem conhecidas popularmente como
“piscinões”. Aprenda sobre essa estrutura de
macrodrenagem no link a seguir.
ACESSAR
Nos últimos anos, devido ao aumento dos eventos extremos de precipitação por mudanças
atmosféricas, as cidades têm apresentado maior quantidade de inundações, o que aumenta sua
necessidade de estruturas de macrodrenagem, capazes de amortecer os picos de vazões máximas.
praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:
“As chuvas intensas na bacia deverão ser estimadas através de equação I-D-F relativa ao posto de referência.
No caso da cidade de São Paulo recomenda-se a utilização da estação do IAG-USP, cuja equação foi
estabelecida e publicada pelo DAEE (1999) em ‘Precipitações Intensas no Estado de São Paulo’.” (SÃO PAULO,
2012, p. 24)
SÃO PAULO. Prefeitura de São Paulo. Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Manual de
drenagem e manejo de águas pluviais : aspectos tecnológicos; diretrizes para projetos. São Paulo: SMDU,
2012.
Nesse sentido, assinale a alternativa que apresenta qual dos cinco passos constitui um estudo de drenagem
urbana, de acordo com a descrição do enunciado:
a) Determinação da tormenta de projeto.
b) Escolha do período de retorno.
c) Determinação do escoamento super�cial direto.
d) Determinação das vazões de projeto.
e) Dimensionamento das estruturas hidráulicas.
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-12672019000100013&lng=pt&nrm=iso
Em primeiro lugar devemos lembrar que a drenagem urbana faz parte dos serviços de saneamento
básico, junto à coleta de resíduos sólidos, à distribuição de água e ao tratamento de esgoto, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida da sociedade. As consequências de uma má gestão da
drenagem pluvial podem ser traduzidas em dois itens: aumento do número de cheias na cidade e
impacto na qualidade dos corpos de água. Sob a ótica descrita anteriormente é que giram os
aspectos legais desenvolvidos nesta seção: saneamento básico e gestão da drenagem urbana.
A drenagem urbana, dividida em micro e macrodrenagem, pode contar com a aplicação da
legislação. A microdrenagem está determinada principalmente por cada município, que disponibiliza
uma série de normativas e diretrizes que precisam ser respeitadas no projeto e na execução da
obra.
Exemplo disso é a Prefeitura de São Paulo (2012) que disponibiliza o Manual de drenagem e manejo
de águas pluviais , divido em três volumes: Gerenciamento do sistema de drenagem urbana; Aspectos
tecnológicos: fundamentos e Aspectos tecnológicos: diretrizes para projetos . Outro exemplo é o
município de Toledo (2017), com seu Manual de drenagem urbano, que, de maneira menos extensa,
cita as mesmas diretrizes para a microdrenagem.
Já a macrodrenagem envolve não unicamente o município, mas também outros municípios, o Estado
e a Federação, pois atividades na montante podem trazer consequências na jusante. A Figura 4.4
mostra o impacto da urbanização a montante nas ocupações existentes, aumentado o nível da água
do rio e produzindo prejuízos humanos e materiais potenciais.
Aspectos Legais daAspectos Legais da
Drenagem UrbanaDrenagem Urbana
Soluções para o caso anterior devem considerar respostas reais aos problemas, e não agravar o
problema, como se vê em muitos lugares que aumentam o canal e a capacidade do rio para escoar o
mais rápido possível a vazão, o que tem como consequência um pico mais acentuado de vazão na
próxima cidade a montante.
Legislação Aplicável
Nesta seção, veremos a legislação aplicável mais relevante quanto ao tema de drenagem pluvial. O
tema “legislação” sofre sempre grandes mudanças e envolve temas de outras disciplinas, por isso o
pro�ssional interessado em atuar nessa área deve estar atualizando seus conhecimentos
constantemente.
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) : seu art. 23 de�ne a competência da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para cuidar da saúde pública, proteger o
meio ambiente, combater a poluição, preservar a fauna e �ora e promover programas de
saneamento básico. Adiciona, no art. 30, que compete aos municípios promover o
adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso e ocupação
do solo, dos elementos que impactam a drenagem pluvial. Também compete à União a
função da macrodrenagem, pois, segundo o art. 21, inciso XVIII, ela deve “planejar e
promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e
as inundações”. Além disso, deve instituir sistema nacional de gerenciamento de recurso
hídrico e diretrizes para o saneamento básico.
Figura 4.4 – Impactos das atividades na montante
Fonte: Tucci (2012, p. 21).
Lei Federal de Recursos Hídricos n. 9.433, de janeiro de 1997 (BRASIL, 1997) : institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos. Entre seus objetivos, descritos no art. 2º, inciso III e
IV, estão a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou
decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais, além de incentivar o
aproveitamento das águas pluviais. Cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recurso
Hídrico, que coordena a gestão integrada das águas.
Lei Federal de Saneamento n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007) :
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, de�nindo os princípios
fundamentais desses serviços públicos. Destaca-se o inciso IV do art. 2º: “[...]
disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas
pluviais, limpeza e �scalização preventiva das respectivas redes, adequados à saúde
pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado” (BRASIL, 2007). No inciso I
do art. 3, de�ne-se o conceito de “drenagem urbana”, destacando a função da
microdrenagem como drenar, transportar e dar disposição �nal às águas pluviais e, como
função da macrodrenagem, amortecer vazões de cheias, por meio de processos de
detenção ou retenção. O art. 36 dessa mesma lei de�ne a cobrança desse serviço e de�ne
a criação do Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB), que conterá o manejo da
drenagem pluvial e outras ações de saneamento básico de interesse para a melhoria da
salubridade ambiental. O Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico) foi �nalizado em
2013 (BRASIL, 2013). O governo, com a intenção de envolver os governos locais no tema do
saneamento básico, estabelece diretrizes gerais da política urbana na Lei n. 10.257, de 10
de julho de 2001 (BRASIL, 2001) , com o objetivo de de�nir os planos diretores do uso e
da ocupação do solo. Com o Decreto n. 7.217, de 21 de julho de 2010 (BRASIL,2010) ,
compete aos governos locais desenvolver um Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB). Em seu art. 26, inciso III, parágrafo 2, a referida Lei indica que:
Após 31 de dezembro de 2022, a existência de plano de saneamento básico, elaborado
pelo titular dos serviços, será condição para o acesso aos recursos orçamentários da
União ou aos recursos de �nanciamentos geridos ou administrados por órgão ou
entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico. (BRASIL, 2010)
Para tomada de decisões sobre a segurança hídrica do país, deve ser considerado o Plano
Nacional de Segurança Hídrica (ANA, 2019), prevenindo as possíveis crises hídricas e os
eventos extremos devido às mudanças climáticas.
praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir:
“[...] a tendência atual na prevenção e mitigação dos riscos de inundações graduais é a de implementar uma
combinação de medidas de proteção estrutural e medidas não estruturais, com o intuito de conciliar as
funções de armazenamento e escoamento das águas no sistema de drenagem com o espaço disponível e as
necessidades relacionadas à ocupação humana sustentável.” (ANA, 2019, p. 27)
Fonte: ANA. Agência Nacional de Águas. Plano Nacional de Segurança Hídrica . Brasília: 2019.
Diante do apresentado, assinale a alternativa que indique qual seria uma medida não estrutural na
prevenção e mitigação dos riscos de inundações graduais:
a) O dimensionamento de galerias para períodos de retorno de 100 anos.
b) Construção de reservatórios de detenção ou piscinões.
c) Criação do Manual de Drenagem Urbano pelo governo local.
d) Aumentar a capacidade do canal dos rios.
e) Políticas sobre uso do solo.
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Hidrologia: Ciência e Aplicação
Editora : UFRGS/ABRH
Autor : Carlos E. M. Tucci
ISBN : 85-7025-298-6
Comentário : O conhecimento dos fundamentos básicos da hidrologia é
indispensável para o dimensionamento das estruturas de micro e
macrodrenagem e para a gestão geral da drenagem pluvial. A presente
recomendação abrange temas hidrológicos e sua aplicação no contexto
urbano brasileiro.
WEB
“Piscinão” da Praça da Bandeira diminuirá enchentes
Ano : 2013
Comentário : Ao longo desta unidade, comentamos sobre a
importância dos elementos de micro e macrodrenagem para o conforto
da população das cidades e para evitar que chuvas intensas causem
inundações com consequências humanas e econômicas. Esse
documentário mostra de maneira enxuta como trabalham os elementos
que amortecem as vazões picos durante as chuvas.
ACESSAR
https://www.youtube.com/watch?v=EysauPGJnlU&t=16s
conclusão
Conclusão
Nesta unidade, estudamos as operações unitárias e os processos físicos, biológicos e químicos
realizados nas estações de tratamento de esgoto para o condicionamento da água produto das
atividades humanas, antes de voltar para o meio ambiente.
Estudamos também o sistema de drenagem pluvial, que se divide em micro e macrodrenagem.
Sobre microdrenagem, estudamos os elementos constituintes da rede de drenagem das cidades.
Além disso, entendemos como é o procedimento de cinco passos para o dimensionamento das
estruturas hidráulicas da micro e da macrodrenagem. Por último, revisamos os aspectos legais da
drenagem urbana no Brasil, que regem pontos relevantes desse sistema urbano.
referências
Referências
Bibliográ�cas
ANA. Agência Nacional de Águas. Plano Nacional de Segurança Hídrica . Brasília, 2019.
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