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SANEAMENTO BÁSICO - ESGOTO E DRENAGEM 
1 
 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
SANEAMENTO BÁSICO: CONTEXTO HISTÓRICO ...................................... 5 
DEFINIÇÃO DE SANEAMENTO BÁSICO ....................................................... 9 
Política de saneamento básico ............................................................... 10 
Plano de Saneamento Básico ................................................................ 11 
ESGOTO SANITÁRIO ................................................................................... 11 
Os impactos ambientais decorrentes da poluição por esgoto sanitário: .... 16 
Evolução das Concepções de Saneamento .................................................. 19 
DRENAGEM URBANA .................................................................................. 24 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle 
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos 
nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que 
saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo 
alcançar salubridade ambiental. 
Entende-se ainda, como salubridade ambiental o estado de higidez (estado de 
saúde normal) em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a sua 
capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias 
veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o 
aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) 
favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar (GUIMARÃES, CARVALHO e SILVA, 
2007). 
Ainda segundo estes autores, a oferta do saneamento associa sistemas 
constituídos por uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e 
institucional, que abrange os seguintes serviços: 
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível 
com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia 
de condições básicas de conforto; 
 Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e 
sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, 
resíduos líquidos industriais e agrícolas); 
 Acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos 
sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, 
comercial e de serviços, industrial e pública); 
 Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações; 
 Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, 
moluscos, etc.); 
 Saneamento dos alimentos; 
 Saneamento dos meios de transportes; 
 Saneamento e planejamento territorial; 
4 
 
 
 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de 
recreação e dos hospitais; 
 Controle da poluição ambiental – água, ar, solo, acústica e visual. 
Os sistemas de drenagem urbana, de abastecimento de água, de coleta e 
tratamento dos esgotos e de resíduos sólidos contribuem para a melhoria da 
qualidade ambiental, também da qualidade de vida e saúde nas áreas urbanas e 
rurais. 
A insuficiência desses serviços ocasiona impactos ambientais negativos como 
a contaminação de corpos d’água pelo lançamento de esgoto sanitário (sem 
tratamento) e dos resíduos sólidos através da disposição inadequada. Assim como, 
a do lençol freático quando é imprópria a localização dos aterros. 
E as condições inadequadas dos serviços de saneamento possuem tendência 
há gerar índices significativos de morbidade causada por doença infecciosa. Como 
exemplo, as ocasionadas por vetores que poderá ser provocada pela carência dos 
serviços destinados à drenagem urbana. 
A importância do saneamento e sua relevância à saúde humana remontam às 
mais antigas culturas. O desenvolvimento do saneamento sempre esteve ligado à 
evolução das civilizações, às vezes retrocedendo, outras renascendo com o 
aparecimento de outras. Essa descontinuidade da evolução do serviço está ligada, 
em grande parte, aos poucos meios de comunicação do passado. 
O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de 
Saúde (OMS) desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio 
orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte-se do 
pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são as 
condições ambientais (BRASIL, 2006). 
No Brasil, o conceito de saúde, entendido como um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, não restringe-se ao problema sanitário ou a prevalência 
de doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada 
vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o 
propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal das propostas da 
OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). 
5 
 
 
A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde 
pressupõe a superação dos entraves tecnológicos, políticos e gerenciais que têm 
dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e 
localidades de pequeno porte. 
A maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão 
intrinsecamente relacionados com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarreia 
que, com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais 
aflige a humanidade, já que causa 30% das mortes de crianças com menos de um 
ano de idade. Entre as causas dessa doença destacam-se as condições inadequadas 
de saneamento (GUIMARÃES, CARVALHO e SILVA, 2007). 
Mais de um bilhão de habitantes na Terra não têm acesso à habitação segura 
e a serviços básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e 
produtiva, em harmonia com a natureza. No Brasil, as doenças resultantes da falta ou 
de um inadequado sistema de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm 
agravado o quadro epidemiológico (BRASIL, 2006). 
Estudos do Banco Mundial (1993), estimam que o ambiente doméstico 
inadequado é responsável por quase 30% da ocorrência de doenças nos países em 
desenvolvimento. 
SANEAMENTO BÁSICO: CONTEXTO HISTÓRICO 
De acordo com Cavinatto (1992), alguns povos antigos desenvolveram 
técnicas sofisticadas para a época, de captação, condução, armazenamento e 
utilização da água. Os egípcios dominavam técnicas de irrigação do solo na 
agricultura e métodos de armazenamento de água, pois dependia das cheias do Rio 
Nilo. No Egito, costumava-se armazenar água por um ano para que a sujeira sedepositasse no fundo do recipiente. Embora ainda não se imaginasse que muitas 
doenças eram transmitidas por microrganismos patogênicos, os processos de 
filtragem e armazenamento removiam a maior parte desses patógenos. Assim a 
pessoa que tomasse a água ―suja ou não processada ficaria mais vulnerável a 
doenças. O autor afirma ainda que tais processos de purificação da água foram 
descobertos por expedições arqueológicas através de inscrições e gravuras nos 
túmulos. Com base no processo da capilaridade, utilizado por egípcios, japoneses e 
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também chineses, a água passava de uma vasilha para a outra por meio de tiras de 
tecido, que removiam as impurezas. 
Durante a Idade Média, a falta de hábitos higiênicos se agravou com o 
crescimento industrial em fins do séc. XVIII. Os camponeses foram levados em massa 
para as cidades sem infraestrutura o que desencadeou vários problemas de saúde 
pública e meio ambiente. 
Cavinatto (1992) afirma também que na Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha 
as condições de vida nas cidades eram assustadoras. As moradias ficavam 
superlotadas e sem as mínimas condições de higiene. Os detritos, como lixo e fezes, 
eram acumulados em recipientes, de onde eram transferidos para reservatórios 
públicos mensalmente e, às vezes, atirados nas ruas. Como as áreas industriais 
cresciam rapidamente, os serviços de saneamento básico, como suprimento de água 
e limpeza de ruas, não acompanhavam esta expansão, e como consequência o 
período foi marcado por graves epidemias, como a Cólera e a Febre Tifoide, 
transmitidos por água contaminada e que fizeram milhares de vítimas assim como a 
Peste Negra, transmitida pela pulga do rato, animal atraído pela sujeira. 
Ainda de acordo com Cavinatto (1992), no Brasil do séc. XVI, os jesuítas 
admiravam-se com o ótimo estado de saúde dos indígenas. Contudo, com a chegada 
do colonizador e dos negros, rapidamente houve a disseminação de várias moléstias 
contra as quais os nativos não possuíam defesas naturais no organismo. Doenças 
como varíola, tuberculose e sarampo resultaram em epidemias que frequentemente 
matavam os índios. Com os colonizadores, suas doenças e forma de cultura, vieram 
as preocupações sanitárias com a limpeza de ruas e quintais, e com a construção de 
chafarizes em praças públicas para a distribuição de água à população, transportada 
em recipientes pelos escravos. 
De acordo com os costumes europeus existentes no Brasil do séc. XIX, mesmo 
as casas mais sofisticadas eram construídas sem sanitários. Escravos, chamados 
tigres, carregavam potes e barricas cheios de fezes até os rios, onde eram lavados 
para serem novamente utilizados. As condições de saúde nos centros urbanos eram 
piores do que no campo e continuaram a piorar. Segundo Cavinatto (1992), entre 
1830 e 1840 ressurgiram epidemias de Cólera e Tifo. Porém, após o término da 
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escravidão em 1888, não havia mais pessoas para o transporte dos dejetos e foi 
necessário encontrar outras soluções para o saneamento no Brasil. 
A partir das descobertas de Pasteur foi possível entender alguns processos de 
transmissão de doenças e, diante da necessidade, os governos passaram a investir 
em ações e pesquisas médicas e científicas. Segundo Cavinatto (1992), inicialmente 
a Inglaterra e depois outros países europeus realizaram uma grande reforma 
sanitária. Para remover as fezes e os detritos acumulados nos edifícios foram 
utilizadas descargas líquidas, semelhantes às de hoje, transportando os detritos para 
as canalizações de águas pluviais. Porém, os esgotos eram lançados em tamanha 
quantidade, juntamente com os resíduos e efluentes das fábricas que cresciam em 
quantidade, que os rios ficavam cada vez mais poluídos e espalhavam mau cheiro e 
doenças por toda a cidade. 
Segundo Cavinatto (1992), no início do séc. XX, o higienista Oswaldo Cruz, 
diretor geral de saúde pública do governo federal, iniciou no Rio de Janeiro uma luta 
tentando erradicar epidemias. Para acabar com os criadouros de insetos e também 
focos de roedores, sua equipe utilizou todos os meios disponíveis para limpar 
casarões, ruas e terrenos. A campanha teve ótimos resultados, porém, enfrentou 
polêmicas, pois a maioria da população não acreditava que os animais pudessem 
veicular doenças. 
Destaca-se ainda o Engenheiro Saturnino de Brito, considerado o Patrono da 
Engenharia Sanitária e Ambiental no país. Em 1930, as capitais já possuíam várias 
obras de saneamento de Saturnino de Brito, como sistemas de distribuição de águas 
e coleta de esgotos. É possível destacar os canais de drenagem de Santos (1907), 
criados para evitar a proliferação de insetos nas áreas alagadas e que funcionam 
ainda hoje. 
Os problemas de saúde pública e de poluição do meio ambiente obrigaram a 
humanidade a encontrar soluções de saneamento para a coleta e o tratamento dos 
esgotos, para o abastecimento de água segura para o consumo humano, para a 
coleta e o tratamento dos resíduos sólidos e para a drenagem das águas de chuva. 
Com o desenvolvimento científico e tecnológico, atualmente existem várias 
técnicas para resolver os problemas sanitários. Porém o crescimento da população, 
de suas necessidades e de seu consumo, também aumentam a poluição do meio 
8 
 
 
ambiente. Por exemplo, a água de qualidade para o consumo humano torna-se um 
recurso cada vez mais escasso, e os problemas de saneamento tornam-se cada vez 
mais difíceis de serem resolvidos e com um maior custo de implantação e 
manutenção da infraestrutura de serviços. 
Em 1971 foi criado o Plano Nacional de Saneamento - PLANASA que tinha 
como objetivo definir fontes de financiamento e melhorar a situação do saneamento 
no país (RUBINGER, 2008; SALLES, 2009; SOARES, 2002). Já na década de 80 por 
consequência de crise econômica ocorreu uma diminuição dos investimentos no setor 
de saneamento. 
Portanto, o PLANASA não conseguiu cumprir a meta de atendimento de 90% 
em abastecimento de água nem de 60% de esgotamento sanitário (FIGUEIREDO e 
SANTOS, 2009). Devido a essa deficiência de investimento para o setor de 
saneamento, ocorreu a extinção deste plano. 
E somente na década de 90 criou-se o Pró-Saneamento, com o objetivo de 
promover a melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida da população 
(OLIVEIRA, 2004; SALLES, 2009). E o Programa de Modernização do Setor de 
Saneamento – PMSS visa contribuir para o reordenamento, a eficiência e a eficácia 
dos serviços de saneamento, financiando investimentos em expansão e melhorias 
operacionais nos sistemas de águas e esgotos (OLIVEIRA, 2004). 
Criou-se a Lei 11.445 de 2007 da Política Nacional de Saneamento e o 
conceito de saneamento básico foi ampliado, passando a ter a mesma significação 
de saneamento ambiental (BRASIL, 2007). 
Saneamento é definido por esta Lei como o conjunto de serviços, 
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, 
esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e 
manejo das águas pluviais urbanas (BRASIL, 2007). Para o Instituto Trata Brasil 
(2009) o termo saneamento pode ser entendido como o conjunto de medidas que 
visam preservar ou modificar condições do meio ambiente com a finalidade de 
prevenir doenças e promover a saúde. 
A Lei de Saneamento tem como objetivo alcançar níveis crescentes de 
salubridade ambiental e como finalidade, promover e melhorar as condições de vida 
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urbana e rural. Batista e Silva (2006) definem salubridade ambiental como a qualidade 
ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente. 
Para Santos, 2012 apud Batista, 2005 o conceito de salubridade ambiental, 
abrangendo o saneamento ambiental em seus diversos componentes, busca a 
integração sob uma visão holística, participativa e de racionalização de uso dos 
recursos públicos. 
DEFINIÇÃO DE SANEAMENTO BÁSICO 
Saneamento é o conjuntode medidas que visa preservar ou modificar as 
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a 
saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e 
facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito 
assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto 
dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, 
esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos 
sólidos e de águas pluviais. 
Um dos princípios da Lei nº. 11.445/2007 é a universalização dos serviços de 
saneamento básico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de 
qualidade e em quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento 
adequado do esgoto e do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas. 
Um dos princípios da Lei nº. 11.445/2007 é a universalização dos serviços de 
saneamento básico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de 
qualidade e em quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento 
adequado do esgoto e do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas. 
A lei nº. 11.445/2007 estabelece a elaboração do Plano Municipal de 
Saneamento Básico como instrumento de planejamento para a prestação dos 
serviços públicos de saneamento básico, e ainda determina os princípios dessa 
prestação de serviços; as obrigações do titular, as condições para delegação dos 
serviços, as regras para as relações entre o titular e os prestadores de serviços, e as 
condições para a retomada dos serviços. 
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Ainda trata da prestação regionalizada; institui a obrigatoriedade de planejar e 
regular os serviços; abrange os aspectos econômicos, sociais e técnicos da prestação 
dos serviços, assim como institui a participação e o controle social. 
Política de saneamento básico 
A lei 11.445/07 também estabelece diretrizes para a Política Federal de 
Saneamento, determinando que a União elabore o Plano Nacional de Saneamento 
Básico (PLANSAB) e a partir disso, oriente as ações e investimentos do Governo 
Federal. 
Entretanto, para ter acesso a esses recursos todos os municípios devem 
elaborar seus planos municipais definindo seus horizontes de universalização da 
prestação de serviços. 
Além disso, os municípios, como titulares, têm a obrigação de: 
1) Decidir sobre a forma de prestação dos serviços (direta ou delegada) e os 
procedimentos de sua atuação. 
2) Adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde 
pública, quanto à quantidade, regularidade e qualidade da água potável. 
3) Definir o órgão responsável pela sua regulação e fiscalização. 
4) Fixar os direitos e deveres dos usuários. 
5) Estabelecer os mecanismos de participação e controle social. 
6) Construir um sistema de informações sobre os serviços. 
7) Definir casos e condições, previstos em lei e nos contratos, para intervenção 
e retomada da prestação dos serviços. 
8) Definir as condições para a prestação dos serviços, envolvendo a sua 
sustentabilidade e viabilidade técnica, econômica e financeira. 
9) Definir o sistema de cobrança, composição de taxas e tarifas e política de 
subsídios. 
11 
 
 
Plano de Saneamento Básico 
O plano de saneamento básico é o instrumento indispensável da política 
pública de saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses 
serviços. A política e o plano devem ser elaborados pelos municípios individualmente 
ou organizados em consórcio, e essa responsabilidade não pode ser delegada. O 
Plano, a ser revisado a cada quatro anos, deve ter os objetivos e metas nacionais e 
regionalizadas e ainda os programas e ações para o alcance dessas metas. 
Ele deve expressar o compromisso coletivo da sociedade em relação à forma 
de construir o saneamento. Deve partir da análise da realidade e traçar os objetivos 
e estratégias para transformá-la positivamente e, assim, definir como cada segmento 
irá se comportar para atingir as metas traçadas. 
Ele é formulado sob a coordenação do poder público, com a participação de 
todos que atuam no saneamento num determinado território e pela sua população, 
independente dela ter acesso ou não ao serviço. 
É grande a interdependência das ações de saneamento com as de saúde, 
habitação, meio ambiente, recursos hídricos e outras. Por isso, os planos, os 
programas e as ações nestes temas devem ser compatíveis com o Plano Diretor do 
município e com planos das bacias hidrográficas em que estão inseridos. 
ESGOTO SANITÁRIO 
Das sociedades mais primitivas até a Revolução Industrial, os componentes 
principais dos resíduos das aglomerações humanas eram fecais, orgânicos, restos de 
roupas e utensílios. Na medida em que o capitalismo desenvolveu a ciência e a 
técnica para a produção de mercadorias, os processos de industrialização e 
transformação de matérias-primas trouxeram grandes mudanças qualitativas e 
quantitativas, passando a produzir águas residuárias mais complexas, como os 
efluentes industriais sintéticos. 
Os esgotos sanitários representam um saldo energético inaproveitável pelos 
organismos que o produziram, bem como por aqueles que lhes têm funções 
ecológicas análogas. Entretanto, para organismos decompositores, a matéria 
orgânica dos esgotos representa fonte de energia indispensável à sobrevivência e à 
realização de suas funções ecológicas, principalmente a reciclagem dos nutrientes. A 
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poluição proveniente dos esgotos traduz-se nos corpos hídricos no incremento do 
consumo de oxigênio devido à intensificação do sistema heterotrófico-saprófito. 
Segundo prescrito na NBR 9648/86 da ABNT, esgoto sanitário é o despejo 
líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e 
contribuição pluvial parasitária, sendo: 
 Esgoto doméstico: despejo líquido resultante do uso da água para 
higiene e necessidades fisiológicas humanas; 
 
 Esgoto industrial: despejo líquido resultante dos processos industriais, 
respeitados os padrões de lançamento estabelecidos; 
 Águas de infiltração: toda água proveniente do subsolo, indesejável 
ao sistema separador e que penetra nas canalizações; 
 
 Contribuição pluvial parasitária: parcela deflúvio superficial 
inevitavelmente absorvida pela rede coletora de esgoto sanitário. 
Essas definições já estabelecem as origens das parcelas constituintes do 
esgoto sanitário. O esgoto doméstico, salvo exceção, a parcela mais significativa do 
esgoto sanitário é resultado do uso da água nas instalações prediais sanitárias das 
habitações, estabelecimentos comerciais, instituições públicas, além das instalações 
sanitárias dos estabelecimentos industriais. 
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O esgoto doméstico, de acordo com a utilização das águas nas edificações 
pode ter a seguinte classificação (AZEVEDO NETTO et. al, 1998): 
 Esgoto fisiológico (águas imundas ou negras): parcela utilizada na 
eliminação da material fecal, apresentando alto teor de matéria orgânica 
e grande quantidade de micro-organismos, inclusive patogênicos; 
 
 Esgoto de cocção: resultante do processo de preparo e limpeza de 
alimentos e utensílios (geram gorduras); 
 Esgoto profilático (águas servidas): proveniente da limpeza de corpo, 
roupas e ambientes. 
A denominação águas residuárias se aplica aos despejos líquidos, de forma 
genérica, compreendendo os esgotos domésticos, não domésticos e pluviais 
(Azevedo NETTO et. al., 1998). Novas definições estão sendo estabelecidas diante 
das perspectivas de usos distintos de qualidades de águas diferenciadas e pela 
ampliação do seu reuso. O esgoto doméstico, sem a parcela do esgoto fisiológico, 
leva a denominação de águas cinza. 
O sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações que 
propicia coleta, transporte e afastamento, tratamento, e disposição final das águas 
residuárias, de uma forma adequada do ponto de vistasanitário e ambiental. O 
14 
 
 
sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de contato de dejetos humanos 
com a população, com as águas de abastecimento, com vetores de doenças e 
alimentos. 
Com a construção de um sistema de esgotos sanitários em uma comunidade 
procura-se atingir os seguintes objetivos: afastamento rápido e seguro dos esgotos; 
coleta dos esgotos individual ou coletiva (fossas ou rede coletora); tratamento e 
disposição adequada dos esgotos tratados, visando atingir benefícios como 
conservação dos recursos naturais; melhoria das condições sanitárias locais; 
eliminação de focos de contaminação e poluição; eliminação de problemas estéticos 
desagradáveis; redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças; 
diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento (LEAL, 2008). 
A rede coletora de esgoto sanitário recebe contribuições de origem não 
doméstica, podendo ser industriais ou não. Tipicamente, correspondem aos efluentes 
gerados por diversas atividades econômicas, recreativas e institucionais, tais como: 
hospitais, clínicas médicas e veterinárias, clubes esportivos, gráficas, lavanderias, 
oficinas mecânicas, postos de serviços, jóquei, enfim, toda uma sorte de diferentes 
atividades geradoras de efluentes. Estes, enquadrados enquanto esgoto industrial, 
somente devem ser lançados na rede coletora de esgoto sanitário dentro dos padrões 
qualitativos e quantitativos de lançamento, de acordo com as características do 
sistema existente ou eventual necessidade de adequações ou ampliações. Para isso 
deve obedecer às seguintes condições técnicas: 
 Coletar, transportar e afastar o esgoto sanitário o mais rapidamente 
possível a fim de impedir a septicidade; 
 Impedir a entrada de material ou de efluentes nocivos aos constituintes 
do sistema, condições operacionais e de tratamento; 
 Permitir a continuidade da coleta e transporte; 
 Vedar a passagem de gases e animais pelas canalizações e órgãos 
acessórios; 
 Permitir a ventilação nos sistemas prediais de esgoto sanitário; 
 Garantir a estanqueidade, impedindo a passagem do esgoto para o 
ambiente externo ao sistema, bem como a entrada de águas de 
infiltração e material sólido carreado; 
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 Minimizar a formação de gases; 
 Evitar o assoreamento dentro da rede e a formação de depósitos no 
interior das canalizações e órgãos acessórios; 
 Limitar a velocidade de escoamento para o controle de desgaste por 
abrasão; 
 Reduzir a perda de carga no sistema; 
 Facilitar inspeções, desobstruções e manutenção em geral; 
 Conceber sistemas emergenciais (extravasores e by pass); 
 Oferecer flexibilidade operacional. 
As bacias de esgotamento sanitário e pluvial são definidas pelas condições 
topográficas, uma vez que o regime hidráulico de escoamento é, salvo exceção, o 
gravitário, de lâmina livre, com ação da pressão atmosférica. O conceito que deve 
nortear a condição operacional dos sistemas de esgotamento sanitário é o de 
propiciar a facilidade e rapidez no escoamento, que não deve estar sujeito a 
mudanças bruscas no fluxo, evitando a produção, o desprendimento de gases e a 
deposição de material sedimentável. Por outro lado, a redução na perda de carga 
garante a velocidade de escoamento, otimizando o sistema e seus custos. 
No dimensionamento da rede coletora de esgoto sanitário, não são 
consideradas as contribuições pluviais parasitárias e nem as contribuições irregulares 
ou acidentais provenientes das ligações irregulares e interconexões com o sistema 
de drenagem pluvial, diferentemente das águas de infiltração. A contribuição pluvial 
parasitária encontra caminho para a rede de esgoto sanitário através do escoamento 
das águas pluviais superficiais run off através de tampões de poços de visita, ligações 
abandonadas e outras entradas, sendo sazonal, condicionada ao regime 
pluviométrico e às condições de estanqueidade do sistema. 
Na maioria das vezes, os escoamentos nas tubulações são turbulentos, de 
regime não permanente, variado, não uniforme, sendo até mesmo descontínuos, 
principalmente no início dos trechos. Entretanto, para efeito do dimensionamento 
hidráulico esses sistemas são concebidos utilizando condição simplificada de cálculo, 
que adota o escoamento laminar, permanente, uniforme (contínuo) e conservativo em 
cada trecho, com contribuição em marcha crescente de montante para jusante. Em 
consequência desta simplificação são estabelecidas para os cálculos hidráulicos as 
16 
 
 
condições mais desfavoráveis (a favor da segurança) para cada trecho. (ex: vazão 
mínima inicial, vazão máxima jusante final, coeficiente de reforço, etc.). A hidráulica 
das tubulações absorve perfeitamente as variações decorrentes destas 
simplificações, contanto que sejam bem operadas. 
As águas de infiltração são águas subterrâneas que penetram 
indesejavelmente nas canalizações pelas juntas, pelas imperfeições das tubulações 
(defeitos dimensionais, fissuras, trincas, rupturas), pelas estruturas dos órgãos 
acessórios, elevatórias, etc. Essas infiltrações decorrem dos tipos e qualidade dos 
materiais empregados, da qualidade das obras, estado de conservação, condições 
de assentamento destas tubulações e juntas e das próprias características do meio: 
nível do lençol freático, clima, composição e estruturação do solo, permeabilidade, 
vegetação, etc. 
 
Os impactos ambientais decorrentes da poluição por 
esgoto sanitário: 
No ambiente aquático 
 Aporte de carga orgânica, coliformes fecais, coliformes totais, nutrientes 
(N, P), resíduos sólidos e óleos e graxas; 
 Alteração da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), oxigênio 
dissolvido (OD), cor, turbidez, sólidos em suspensão, taxa de 
sedimentação e ph; 
17 
 
 
 Contaminação por organismos patogênicos e metais pesados; 
 Presença de substâncias químicas não biodegradáveis, gás sulfídrico 
e gases orgânicos; 
 Proliferação de vetores de doenças; 
 Ocorrência de eutrofização artificial; 
 Formação de escuma e lodo. 
No ambiente edáfico 
 Contaminação por organismos patogênicos, metais pesados; 
 Ocorrência de erosão; 
 Extravasamento nas vias públicas. 
No ambiente aéreo 
 Ocorrência de odores desagradáveis. 
No meio biótico 
 Morte e deslocamento da fauna; 
 Proliferação de vetores e de agentes patogênicos; 
 Alteração na vegetação; 
 Proliferação de algas. 
Nos ecossistemas 
 Alteração da biodiversidade; 
 Interferência na cadeia alimentar; 
 Alteração dos equilíbrios dos ecossistemas. 
 
Os sistemas de esgotos transportam matéria viva que desenvolve diversos 
processos metabólicos, gerando gases combustíveis e mórbidos de alta 
periculosidade. Em síntese, o esgoto é um sistema vivo. 
A insalubridade resultante dos resíduos procedentes de transformações mais 
complexas de matéria-prima na produção gera novas relações entre população 
humana, microrganismos e substâncias químicas residuais. 
18 
 
 
Como exemplo tem-se a poluição dos orgânicos persistentes, originários de 
indústrias químicas, que merecem tratamento especial, pela sua resistência, a 
processos de tratamento convencional e pelo desenvolvimento de agentes 
patogênicos multirresistentes aos antimicrobianos de uso médico, presente em 
efluentes hospitalar. 
Além das doenças de veiculação hídrica, provocadas pelos organismos 
encontrados nos esgotos tais como: bactérias, fungos, protozoários, vírus e 
helmintos; outras existem em que a água pode ser um veículo indireto, sendo o 
“habitat” para os vetores que transmitem. É o caso da malária, febre amarela, dengue, 
etc. 
Um agravante no potencial de contaminação dos esgotos conduzidos pelos 
sistemas de esgotamento sanitário é o fato de que estes conduzem também efluentes 
não domésticos (industriais, hospitalares, centros comerciais, etc.), que em muitos 
casos são conduzidos indevidamente para o lançamento em rede pública, sem um 
pré-condicionamentonecessário, estando em não conformidade ao prescrito nas 
regulamentações pertinentes (NT-202 R.10; DZ-2153 R.3; DZ-2054 R.5 da FEEMA - 
atual INEA5 e NBR 9800/876 da ABNT). 
A contaminação do esgoto sanitário por agentes patogênicos, inclusive os 
provenientes de estabelecimentos hospitalares, deveria ser mais estudado, levando-
se em consideração sua desinfecção nas estações de tratamento do sistema de 
esgotamento sanitário coletivo. 
De uma forma geral, o esgoto transportado atualmente pelo sistema de 
esgotamento sanitário não é rigorosamente conhecido, nem são conhecidas 
suficientemente as características intensamente variáveis, sejam dos esgotos 
sanitários ou dos esgotos pluviais, nem das alterações resultantes da mistura indevida 
entre eles, de modo a possibilitar respostas confiáveis ao problema da poluição e a 
apresentação de soluções adequadas. 
Pelo exposto, fica evidente a necessidade de impedir a possibilidade de 
contato entre a microbiota fecal e o meio ambiente, população humana e vetores. 
Desta forma os esgotos só deverão ser encaminhados aos ambientes naturais 
quando não mais forem esgotos, permitindo assim que sua energia seja 
reincorporada à biocenose. 
19 
 
 
Guimarães, Carvalho e Silva (2007) explicam que investir em saneamento é 
uma das formas de se reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério 
da Saúde afirmam que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, 
economiza-se R$4,00 na área de medicina curativa. 
Entretanto, é preciso ressaltar que o homem não pode ver a natureza como 
uma fonte inesgotável de recursos, que pode ser depredada em ritmo crescente para 
bancar necessidades de consumo que poderiam ser atendidas de maneira racional, 
evitando a devastação da fauna, da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-
primas. 
Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu 
hábitat numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos 
sem transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos. 
Para isso, é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento 
em que se harmonizem a melhoria da qualidade de vida das populações, a 
preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para atender aos 
anseios de cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade moderna. 
Evolução das Concepções de Saneamento 
A evolução do conceito de poluição sofre alterações de acordo com seu próprio 
nível e expansão. As definições clássicas primavam pela conotação estética, de 
conforto, de incomodidade. Em seguida acrescentou-se gradativamente ao conceito 
fatores sanitários, econômicos e finalmente, ecológicos, o que demonstra evolução 
na percepção do problema (SILVA, 1974). Também as concepções de saneamento 
evoluem subordinadas à leitura que delas fazem os diversos componentes da 
sociedade e suas classes sociais, ao expressarem seus pontos de vista específicos, 
visões de mundo e expectativas. 
A origem das ações de saneamento no Brasil (e em todo o mundo ocidental), 
enquanto solução coletiva está associada ao controle de doenças infectocontagiosas, 
a partir de meados do século XIX (COSTA, 1994). As primeiras manifestações de 
preocupação ambiental têm suas raízes justamente em problemas de saúde pública, 
nas doenças originadas por déficit dos serviços sanitários, na contaminação 
atmosférica e nas condições de moradia e trabalho. Assim, a saúde e o meio ambiente 
20 
 
 
formam um conceito binário, em que ambos são inclusos e não excludentes 
(KLIGERMAN, 2001). 
A evolução dos sistemas de esgotos, segundo Desbordes (1987 apud 
SILVEIRA, 1999), pode ser caracterizada pela sequência das seguintes fases: 
higienista; de racionalização e normalização dos cálculos hidrológicos; e científico-
ambiental do ciclo hidrológico urbano. 
1) Abordagem higienista 
O higienismo tem como fundamento a chamada teoria dos meios ou teoria 
mesológica. Essa teoria trata das relações de reciprocidade entre os seres vivos e o 
ambiente que lhes dá suporte, ou melhor, estabelece a relação “das características 
do meio físico sobre as condições de saúde, os aspectos físicos e os costumes dos 
habitantes de uma certa localidade” (ANDRADE, 1996, p.32). Embora tenha surgido 
com esse nome no campo da biologia no século XIX, uma primeira sistematização da 
teoria mesológica remonta a Hipócrates (460-377 a.C.), reaparecendo séculos mais 
tarde na obra de Vitruvio (80-70 – 15a.C), quando trata da relação entre edifícios e 
condicionantes físico-naturais. Ainda no século XIX, os campos da medicina e da 
engenharia a incorporam sob o rótulo de saúde pública e saneamento, 
respectivamente; ambos considerados como de utilidade pública a partir do século 
XIX, tornam-se importantes instrumentos de controle social e de gestão da cidade da 
produção industrial. As políticas de saúde pública e a medicina social estão 
diretamente relacionadas à urbanização. 
 Segundo o filósofo francês Michel Foucault (1984, p.84), é durante o século 
XVIII que surge na Alemanha a primeira política pública baseada em higiene, a que 
ele chama de medicina de Estado, que tem por expoente o médico sanitarista, Johann 
Peter Frank (1745- 1821). Na Inglaterra, o desenvolvimento da medicina social 
vincula-se à dinâmica econômica e social, sendo o seu maior objetivo o controle das 
classes mais pobres, tornando-as mais aptas ao trabalho e assegurando sua saúde 
que assegura, “por conseguinte, a proteção das classes ricas” (FOUCAULT, 1984, 
p.95). Já na França, o surgimento da medicina social, em fins do século XVIII, foi 
impulsionado pelo fenômeno da urbanização decorrente da industrialização. O “fato 
de que a cidade não é somente um local de mercado, mas um lugar de produção, faz 
com que se recorra a mecanismos de regulação homogêneos e coerentes” 
21 
 
 
(FOUCAULT, 1984, p.86). Surge aí o Foucault chama de medicina urbana, isto é, 
“uma medicina das coisas: ar, água, decomposições, fermentos; uma medicina das 
condições de vida e do meio de existência”. Assim, a medicina passa “da análise do 
meio à dos efeitos do meio sobre o organismo e finalmente à análise do próprio 
organismo. 
Na Antiguidade, os médicos gregos já faziam alusão à relação entre as áreas 
pantanosas e as doenças (REZENDE & HELLER, 2002). No século XVIII, a Itália 
constatou que as águas de banhados e zonas alagadiças influenciavam a mortalidade 
de pessoas e animais. Isto foi rapidamente levado em consideração na Inglaterra, 
Alemanha e mais tarde na França, consolidando a Teoria dos Miasmas, concepção 
de contágio atmosférico-miasmático que supunha serem as doenças transmitidas por 
emanações gasosas provenientes da matéria orgânica em decomposição. Iniciou-se 
a fase higienista, uma escola de urbanismo caracterizada pela tentativa de assegurar 
condições ambientais sadias ao ser humano, tendo por fundamentação a implantação 
de conhecimentos, procedimentos e métodos de referência científica, liderada por 
médicos que apregoavam a eliminação dos alagados como medida de saúde pública. 
Alagadiços, valas e fossas receptoras de esgoto cloacal eram aterradas e, 
posteriormente, substituídos por canalizações, que abriram caminho para os sistemas 
de esgotos sanitário e pluvial organizados. 
O higienismo, enquanto abordagem científica contribuiu para uma considerável 
melhoria da qualidade de vida no meio urbano, para a formulação de políticas de 
saúde pública e para o traçado dos planos urbanísticos. Entretanto, face à 
urbanização intensa observada no decorrer do século XX, as soluções de inspiração 
higienista mostraram-se insuficientes e inadequadas, mas manteve-se como 
paradigma reinante. 
2) Racionalização e normalização dos cálculos hidrológicos 
As epidemias de cólera nas grandes cidades da Europa do século XIX, 
principalmente nos anos de 1832 e 1849, impulsionaram as intervenções 
implementadas pelos engenheiros e urbanistas.Nesta fase procurava-se determinar 
e normalizar melhor o cálculo hidrológico para dimensionamento das obras 
hidráulicas. 
22 
 
 
Entre 1850 e fins do século XIX, muitas cidades importantes do mundo foram 
dotadas de grandes redes unitárias de esgotos. Exemplo da concepção higienista 
para outros países, e já na fase hidráulica, o “tout-à-l’égout”, sistema de esgoto 
francês apregoava a idéia do afastamento rápido das águas de origem cloacal ou 
pluvial da cidade. Planejado e iniciado a partir de 1824, só começou a receber fezes 
em 1880, durante o mandato do prefeito Haussmann (SILVA, 2002; COSTA, 1994). 
Por não alterá-la conceitualmente, esta fase pode ser considerada como um 
aperfeiçoamento da primeira, portanto uma etapa mais avançada da mesma. 
3) Abordagem científica e ambiental do ciclo hidrológico urbano 
Levando-se em conta os conflitos entre as cidades e seus ciclos hidrológicos, 
a abordagem ambiental e a explosão tecnológica iniciadas pelos países 
desenvolvidos a partir da década de 1960, expuseram as limitações do higienismo. 
Silveira (1999) afirma que alguns autores consideram que nesta terceira fase, houve 
uma etapa, nos anos 70, calcada nas simulações hidrológicas de bacias urbanas, e 
que somente numa segunda etapa, a partir dos anos 80, a preocupação ambiental 
realmente tomou forma. 
O afastamento rápido das águas, sem uma análise temporal e espacial ao 
longo das bacias hidrográficas, e sem maiores cuidados com os possíveis impactos 
ambientais colaterais se mostrou limitado no próprio combate às enchentes dos 
grandes e complexos centros urbanos. O comprometimento dos recursos hídricos 
exigiu novas formas de problematizar a questão. 
Em decorrência dos conflitos ambientais e outras incompreensões da 
complexidade dos ecossistemas nascia o ambientalismo. O desenvolvimento da 
Ecologia e suas vertentes viria a trazer instrumentos e métodos de análises mais 
profundos e consistentes às ações antrópicas. 
No contexto internacional, a preocupação com a questão ambiental tornou-se 
proeminente e resultou em grandes conferências mundiais sobre o tema. As 
preocupações ambientais foram expressas por Rachel Carson no seu livro de bolso 
– hoje clássico da literatura ambientalista - Primavera Silenciosa, de 1962, nas 
palavras de Aldo Leopoldo em A Ética da Terra, de 1949, por George Perkins Marsh, 
em Homem e Natureza, 1864, ou pelos expoentes pensadores da Grécia clássica e 
23 
 
 
na serenidade da sabedoria oriental e suas culturas milenares. A Conferência 
Científica da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Conservação e Utilização 
de Recursos Naturais, em 1949, foi o primeiro marco na ascensão do movimento 
ambientalista internacional (MCCORMICK, 1992 apud SILVA, 1999). Já a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, 
1972, como marco conceitual da defesa dos recursos naturais visando as condições 
mínimas de qualidade de vida do homem contemporâneo traduz um amadurecimento 
no movimento ambiental. No mesmo ano é lançado pelo Clube de Roma o documento 
“The Limits to Growth”, que estabelecia modelos globais baseados nas técnicas então 
pioneiras de análise de sistemas, projetados para predizer o futuro caso não 
houvesse o ajustamento devido nos modelos de desenvolvimento econômico 
adotados na época. Outros esforços se manifestaram na Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (“Rio-92”) e, 
recentemente, em agosto de 2002, na World Summit on Sustainable Development, 
em Johannesburgo, na África do Sul (reconhecida por “Rio +10”), que obteve 
resultados modestos frente às expectativas e necessidades, segundo alguns. 
O conceito de desenvolvimento sustentável, consolidado na “Rio-92”, busca 
um novo modelo de desenvolvimento pautado no respeito ao meio ambiente, na 
justiça social e na participação do cidadão. Define-se como aquele que garante as 
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade de atendimento das 
necessidades das gerações futuras. A Agenda 21 (global) e a Carta da Terra surgem 
da “Rio-92” como um paradigma a ser vencido através da evolução conceitual e 
prática das propostas ambientais a partir da necessidade de interações em nível 
planetário. As conferências internacionais contribuem para que as nações exponham 
seus pontos de vista a respeito da questão ambiental e seu comprometimento (ou 
não) de reversão do cenário crítico atual. 
Não obstante, críticas foram feitas aos diversos conceitos difusos relacionados 
ao que seja “desenvolvimento sustentável”. Feldmann & Bernardo (1994 apud Silva, 
1998) afirmam o caráter elitista e conservador desse conceito. Para tais autores, este 
não é necessariamente um novo paradigma, que suporia alterações estruturais, mas 
um rearranjo de forças, uma espécie de movimento de modernização conservadora, 
de base ambientalista. Assim, quanto mais este conceito é usado, mais fica deprimido 
24 
 
 
seu potencial de significar um “novo” pensamento social. Para Zorzal (1999), este 
conceito foi em parte digerido pelo poder hegemônico e inserido em sua agenda. 
Alguns preferem ampliar o conceito e melhor precisá-lo através de novas 
terminologias, tais como: cidade sustentável, sociedade sustentável, modo de vida 
sustentável, incorporando a necessidade de erradicação da pobreza e das 
desigualdades sociais enquanto preceitos de sustentabilidade. 
No Brasil, a reformulação dos currículos plenos dos cursos de engenharia, no 
limiar da década de 80, passou a exigir a disciplina Ciências do Ambiente, dentro do 
currículo do engenheiro pleno, o que reflete preocupações e aspirações da sociedade, 
a quem os técnicos prestam seus serviços. 
Para Silveira (1999), a maioria das obras de drenagem urbana no Brasil ainda 
segue o modelo higienista. A análise ambiental multidisciplinar depende diretamente 
das condições locais. Por isso, a prática de transferência de resultados ou métodos é 
bem menos aceitável hoje do que o era nas etapas higienistas. A maior resistência a 
esta nova modelagem reside no fato de que sua implantação é complexa e custosa. 
DRENAGEM URBANA 
Os sistemas de drenagem urbana são essencialmente sistemas preventivos 
de inundações; empoçamentos; erosões, ravinamento e assoreamentos, 
principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou 
marginais de cursos naturais de água. No campo da drenagem urbana, os problemas 
agravam-se em função da urbanização desordenada e falta de políticas de 
desenvolvimento urbano. 
Os principais tipos de sistemas de drenagem são: sistema de drenagem 
superficial e sistema de drenagem subterrânea. O primeiro utiliza guias, sarjetas, 
calhas, com objetivo de interceptar as águas provenientes das chuvas, e que têm 
como deságue corpos receptores, como rios, córregos e outros. Esse sistema pode 
estar ligado, também, às galerias e tubulações de um sistema de drenagem 
subterrâneo. E o segundo utiliza dispositivos de captação, como bocas de lobo, ralos, 
caixas com grelha, para encaminhar as águas aos poços de visita e daí para as 
galerias e tubulações, e que tem como deságue corpos receptores, como rios, 
córregos e outros. 
25 
 
 
Um adequado sistema de drenagem urbana, seja de águas superficiais ou de 
águas subterrâneas, onde esta drenagem for viável, proporcionará uma série de 
benefícios, tais como: desenvolvimento do sistema viário; redução de gastos com 
manutenção das vias públicas; valorização das propriedades existentes na área 
beneficiada; escoamento rápido das águas superficiais, reduzindo os problemas do 
trânsito e da mobilidade urbana por ocasião das precipitações; eliminação da 
presença de águas estagnadas e lamaçais; rebaixamento do lençol freático; 
recuperação de áreas alagadas ou alagáveis; segurança e conforto para a população. 
Além dos próprios cursos d’água naturais e artificiais, as diversas estruturas e 
procedimentosque compõem o sistema de drenagem objetivam assegurar o trânsito 
de pedestres e veículos, controlar as erosões, proteger propriedades particulares 
localizadas em áreas sujeitas à erosão e/ou inundação, proteger logradouros e vias 
públicas, proteger e preservar obras, edificações e instalações de utilidade pública, 
proteger e preservar fundos de vale e cursos d’água e eliminar a proliferação de 
doenças e de áreas insalubres (BARROS et al., 1995). 
Entre os serviços de saneamento, o manejo de águas pluviais (MAP) em áreas 
urbanas constitui um dos mais importantes, considerando o crescimento das cidades 
e o planejamento urbano, bem como a manutenção das condições de segurança e 
de saúde da população. 
Este serviço compreende essencialmente: 
 - a coleta, o escoamento e a drenagem das águas das chuvas por 
equipamentos urbanos compostos por redes de drenagem subterrânea e superficial, 
em bueiros, bocas de lobo e sarjetas; 
 
26 
 
 
- dispositivos dissipadores de energia e controle de vazão, e a posterior 
disposição dos efluentes em pontos de lançamento ou corpos receptores; 
- objetivam o escoamento rápido das águas por ocasião das chuvas, 
prevenindo inundações, visando à segurança e à saúde da população; 
- além de permitir a ampliação do sistema viário. 
Aproximadamente 95% dos municípios fazem MAP, sendo que a maioria utiliza 
cursos d’água permanentes como principais corpos receptores (lagos, rios, córregos, 
riachos, igarapés, etc.). Neste sentido, em um contexto de crescente 
impermeabilização e redução da capacidade dos solos em infiltrar as águas das 
chuvas, o correto funcionamento e a manutenção do sistema de drenagem urbana 
permitem a atenuação de problemas ambientais, especialmente processos erosivos 
acelerados, assoreamento e inundações. Além disso, o rápido escoamento das águas 
pluviais previne a formação de poças e alagados, evitando a proliferação de 
mosquitos, responsáveis pela transmissão de doenças, como a dengue, a febre 
amarela, a malária e a leishmaniose. 
Uma variável importante para avaliar a qualidade do manejo de águas pluviais 
é a pavimentação de ruas com sistema de drenagem subterrânea (tubulações e/ou 
galerias e/ou canais) na área urbana. Os maiores percentuais (acima de 50%) de vias 
pavimentadas são encontrados nos municípios das Regiões Sul e Sudeste do País. 
Cerca de 27,3% dos municípios que fazem MAP informaram a existência de 
processos erosivos que afetaram o sistema de drenagem urbana, e 32,3% declararam 
ter erosão na área urbana nos últimos cinco anos, a partir da data de referência da 
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB 2008. Entre estes, a maioria (63%) 
associou a erosão urbana (do tipo laminar) a terrenos sem cobertura vegetal, e 47% 
afirmaram possuir erosão do leito natural de cursos d’água. Entre os fatores 
agravantes da erosão foram mencionados, principalmente, o sistema inadequado de 
drenagem urbana (48% dos municípios com o problema), as condições geológicas e 
morfológicas do terreno (48% das municipalidades), e a ocupação intensa e 
desordenada do solo (46% dos municípios), além de outras causas (desmatamento, 
lançamento inadequado de lixo, etc.). 
27 
 
 
Em sistemas de drenagem muito antigos ou cujo dimensionamento e/ou 
ampliações não acompanharam o crescimento da área urbana e do sistema viário 
dos municípios, há a tendência de acumulação do material sedimentar erodido. O 
assoreamento do sistema de drenagem urbana atinge 40% daqueles que fazem MAP, 
e é um dos importantes causadores do estrangulamento do sistema de drenagem 
urbana, propiciando inundações, que ocorrem em 43% dos municípios que realizam 
MAP. 
Sem o controle da erosão, os corpos receptores têm seu potencial de vazão 
diminuído com o assoreamento, criando sérios problemas por ocasião de grandes 
chuvas. Em 19% dos municípios com MAP, ocorre associação entre erosão e 
assoreamento, e em 25% deles há uma conjugação do assoreamento com as 
inundações. 
As inundações ocorreram, predominantemente, em áreas urbanas 
naturalmente inundáveis por cursos d’água (61% dos municípios com declaração de 
ocorrência de inundações). Foram associadas, principalmente, a obstrução de 
bueiros e de bocas de lobo (45% dos municípios com este problema ambiental), a 
ocupação intensa e desordenada do solo (43% dos municípios), e a outras causas 
(obras inadequadas, dimensionamento incorreto do projeto, lançamento de lixo, etc.). 
A gestão adequada de bacias hidrográficas, o controle sobre a retirada da cobertura 
vegetal e a ocupação do solo são fundamentais para o bom funcionamento dos 
sistemas de drenagem urbana. 
As inundações, quando associadas ao lançamento de esgoto não tratado em 
rios e a disposição inadequada do lixo, podem causar sérios problemas sanitários e 
de saúde pública, e contribuir para disseminar doenças de veiculação hídrica, 
aumentando a incidência de leptospirose, de hepatites virais, de diarreias e outras. A 
leptospirose, por exemplo, é uma doença transmitida principalmente através do 
contato com a água contaminada pela urina de ratos. No ano de 2008, cerca de 12% 
dos municípios brasileiros apresentaram casos confirmados desta doença, e em 3% 
ocorreram óbitos, sendo os maiores números (de casos e de óbitos) verificados nas 
regiões metropolitanas. Por outro lado, as taxas de internação foram mais altas no 
Sul do País, sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e estão associados 
às fortes inundações ocorridas neste ano. Ressaltamos, portanto, que a principal 
28 
 
 
estratégia de controle deste tipo de doenças é o investimento em infraestrutura de 
saneamento. 
Embora a grande maioria dos municípios brasileiros disponha do serviço de 
coleta de lixo, pouco mais da metade (50,8%) o destina para vazadouros a céu aberto 
(lixões). Apesar disso, houve um decréscimo em relação ao ano de 2000, quando o 
percentual era 72,3%. Ao analisar este indicador por estrato populacional, mais da 
metade dos municípios pequenos destinavam seus resíduos para lixões (52% dos 
municípios com até 20 mil habitantes, 53% dos municípios entre 21 e 100 mil 
habitantes). Trata-se de um grande desafio a ser enfrentado, pois a disposição 
inadequada do lixo pode causar poluição das águas e do solo, bem como problemas 
de saúde, sobretudo para os catadores de lixo. 
Uma das soluções mais viáveis para reduzir o volume de lixo produzido, e, 
consequentemente, a disposição inadequada dos resíduos sólidos, é a coleta seletiva 
do lixo. Esta vem se expandindo no País, tendo passado de 8,2% dos municípios, em 
2000, para 17,9%, em 2008, sobretudo nos estados das Regiões Sul e Sudeste. O 
percentual ainda é baixo, sendo que entre os que realizam a coleta seletiva, apenas 
38% a fazem em todo o município. A coleta seletiva contribui para diminuir a 
quantidade de resíduos disposta em aterros sanitários e outros destinos, gera 
empregos, melhora a condição de trabalho dos catadores de lixo, permite a 
reciclagem e, com isso, economiza energia e recursos naturais. 
Um indicador relevante no contexto das preocupações sobre saneamento, 
meio ambiente e saúde pública é a destinação final dos resíduos sólidos especiais. 
Aproximadamente 42% dos municípios brasileiros depositam o lixo séptico 
(hospitalar) em conjunto com os resíduos comuns, sobretudo nas Regiões Nordeste 
e Norte, enquanto os demais os enviam para locais de tratamento ou aterros de 
segurança. 
Em relação às embalagens vazias de agrotóxicos, nos estados do Centro Sul 
está o maior número de áreas com lavouras que controlam o manejo destas 
embalagens, destacando-se o Paraná, o Mato Grosso e o Rio Grande do Sul. Por 
outro lado, diversos municípios declararam existir poluição por agrotóxicos nos três 
tipos de captação de água para o abastecimento urbano (superficial, poço raso e poço 
profundo), notadamente na captação superficial. Isto pode ser explicado pelo grande29 
 
 
volume destas substâncias aplicado nas lavouras, e sua proximidade dos pontos de 
captação, associados a algumas propriedades dos agrotóxicos, que podem ser 
persistentes, móveis e tóxicos na água, afetando sobremaneira as águas em 
superfície. 
 
 
30 
 
 
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