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TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS 
DA APRENDIZAGEM
Unidade 1
Distúrbios e Transtornos 
Cognitivos e a Inclusão
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
VIRNA MAC CORD CATÃO 
CAMILA NOGUEIRA BONFIM DUARTE
4 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Virna Mac Cord Catão 
Olá. Sou pedagoga, especialista em Administração Escolar 
e EAD e mestra em Educação, com mais de 15 anos de experiên-
cia técnico-profissional e docente. Passei por instituições educa-
cionais públicas e privadas. Já atuei como docente na Educação 
Básica (Prefeitura do Rio de Janeiro, Colégio Pedro II etc.), prin-
cipalmente em turmas de alfabetização e classes de progressão, 
inserindo-me em diversos contextos de aprendizagem, como tam-
bém na Educação Superior (UNIABEU, UFRRJ etc.). Na área técnica, 
já fui pedagoga do CAP UERJ e do IFRJ e supervisora da UNIVESP. 
Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiên-
cia de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por 
isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Camila Nogueira Bonfim Duarte
Olá. Sou psicóloga, mestra e doutoranda em psicologia, 
pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente, sou psi-
cóloga na Clínica Sophia de Neuropsicologia, conduzindo avalia-
ções psicológicas. Minha atuação e experiência acadêmica cen-
tram-se na psicologia social e da saúde, com ênfase em temas 
associados à violência contra a mulher, gênero, masculinidade, 
adoção e psicologia da gravidez. Minha atuação profissional tem 
como foco a Política Nacional de Assistência Social e a prática clí-
nica de atendimentos e avaliações psicológicas. Sou apaixonado 
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àque-
les que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores inde-
pendentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de 
muito estudo e trabalho.
5TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
U
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 1
ÍC
O
N
ES
Esses ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem nos seguintes casos:
OBJETIVO
No início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência. DEFINIÇÃO
Caso haja a 
necessidade de 
apresentar um novo 
conceito.
NOTA
Quando são 
necessárias 
observações ou 
complementações. IMPORTANTE
Se as observações 
escritas tiverem que 
ser priorizadas.
EXPLICANDO 
MELHOR
Se algo precisar ser 
melhor explicado ou 
detalhado. VOCÊ SABIA?
Se existirem 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo.
SAIBA MAIS
Existência de 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundar seu 
conhecimento.
ACESSE
Se for preciso acessar 
sites para fazer 
downloads, assistir 
vídeos, ler textos ou 
ouvir podcasts. 
REFLITA
Se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a 
ser refletido ou 
discutido.
RESUMINDO
Quando for preciso 
fazer um resumo 
cumulativo das últimas 
abordagens.
ATIVIDADES
Quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada. TESTANDO
Quando uma 
competência é 
concluída e questões 
são explicadas.
6 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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SU
M
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O
Distúrbios da aprendizagem .................................................... 9
Aprendizagem e erro ................................................................................ 9
Fracasso da aprendizagem .................................................................... 11
O erro na aprendizagem ........................................................................ 16
Transtorno, distúrbio e dificuldade de aprendizagem ........ 22
Problemas de aprendizagem ................................................................ 22
Dificuldade de aprendizagem ............................................................... 26
Transtorno específico de aprendizagem .............................................. 30
Características dos distúrbios cognitivos e comportamentais .. 37
Dificuldades x transtornos de aprendizagem ....................................... 37
Como identificar uma dificuldade de aprendizagem? ........................ 38
Como identificar um transtorno de aprendizagem? ........................... 41
Dislexia ....................................................................................... 44
Discalculia .................................................................................. 45
Disgrafia ..................................................................................... 46
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) .. 46
Transtorno Opositor Desafiador (TOD) .................................... 47
Processo inclusivo de pessoas com dificuldades de 
aprendizagem .......................................................................... 49
Inclusão ................................................................................................... 49
Dificuldade de incluir .............................................................................. 52
Dificuldades e distúrbios de aprendizagem x educação especial ....... 55
Escola inclusiva ....................................................................................... 56
Educação inclusiva e legislação ............................................................. 58
7TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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A
PR
ES
EN
TA
ÇÃ
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Você sabia que os transtornos e distúrbios de aprendi-
zagem tem sido uma área muito estudada por educadores, pro-
fessores e psicólogos, além de profissionais de outras áreas das 
Ciências Humanas? Isso tem ocorrido devido às transformações 
e necessidades atuais. Transformações no que diz respeito ao en-
tendimento de que as pessoas são diferentes umas das outras, 
implicando a necessidade de dar voz e vez às pessoas com trans-
tornos e distúrbios. Todas as pessoas têm suas potencialidades de 
forma diferente, e essas diferenças devem ser respeitadas. Mas, 
para isso, precisamos entender como se processam a vida, o co-
nhecimento, e as possibilidades de avanço que as pessoas têm. 
Precisamos entender, nesta perspectiva, o que é a aprendizagem, 
como se caracterizam esses transtornos/distúrbios e os princípios 
de inclusão dessas pessoas na sociedade. Percebeu a importância 
dessa temática? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar 
neste universo!
8 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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IV
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é 
auxiliar você a atingir os seguintes objetivos de aprendizagem até 
o término desta etapa de estudos:
1. Identificar os processos fundamentais de aprendiza-
gem, incluindo as bases neurobiológicas;
2. Diferenciar transtorno, distúrbio e dificuldade de apren - 
dizagem, com base nas mais recentes classificações e 
critérios diagnósticos;
3. Caracterizar os distúrbios cognitivos e comportamen-
tais, compreendendo suas causas e manifestações;
4. Discernir sobre a importância e as estratégias do pro-
cesso de inclusão de pessoas com dificuldades de 
aprendizagem, utilizando abordagens pedagógicas mo-
dernas e tecnologias assistivas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao co-
nhecimento? Ao trabalho!
9TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Distúrbios da aprendizagem
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de en-
tender como ocorre a aprendizagem e as caracte-
rísticas e diferenças entre dificuldades, distúrbios 
e transtornos da aprendizagem. Isso será fun-
damental para o exercício de sua profissão, seja 
como professor ou em outra área que estuda a 
neuroeducação como possibilidade de intervir em 
processos de aprendizagem. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então, vamos 
lá. Avante!ou outro transtorno de 
aprendizagem, com vistas ao seu pleno de-
senvolvimento físico, mental, moral, espiritual 
e social, com auxílio das redes de proteção 
social existentes no território, de natureza go-
vernamental ou não governamental. (BRASIL, 
2021, on-line, grifos das autoras)
A legislação específica determina que a promoção do 
tratamento e acompanhamento de crianças com transtornos de 
aprendizagem devem ser realizados e garantidos não apenas pelo 
59TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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poder público, mas também pela escola, pelas unidades da rede 
de saúde, professores e até pela própria família, que devem cami-
nhar em conjunto para que a criança desenvolva o seu processo 
de aprendizagem de maneira satisfatória.
O art. 3º da lei em estudo é fundamental para esclarecer a 
quem ela se dirige, assim como definir os seus principais direitos.
Art. 3º Educandos com dislexia, TDAH ou ou-
tro transtorno de aprendizagem que apresen-
tam alterações no desenvolvimento da leitu-
ra e da escrita, ou instabilidade na atenção, 
que repercutam na aprendizagem devem ter 
assegurado o acompanhamento específico 
direcionado à sua dificuldade, da forma mais 
precoce possível, pelos seus educadores no 
âmbito da escola na qual estão matriculados 
e podem contar com apoio e orientação da 
área de saúde, de assistência social e de ou-
tras políticas públicas existentes no território. 
(BRASIL, 2021, on-line)
Fica claro também que o apoio para esses alunos é garan-
tido não apenas dentro da escola, mas também nas redes de saú-
de e assistência social que estejam disponíveis, como forma de 
realmente abraçá-los e proporcionar o máximo de apoio possível 
ao seu desenvolvimento. Direito este que também se encontra ga-
rantido no art. 4º, que determina que as “Necessidades específicas 
no desenvolvimento do educando serão atendidas pelos profissio-
nais da rede de ensino em parceria com profissionais da rede de 
saúde” (Brasil, 2021, on-line).
60 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Imagem 1.24 – Criança com déficit de atenção
Fonte: Freepik.
VOCÊ SABIA?
Em 2022, a Comissão de Direitos Humanos e Legis-
lação Participativa (CDH) aprovou um projeto de lei 
oferecido pelo Senado Federal, o PL n.º 5.185/2019, 
que prevê e garante atendimento especializado e 
individual a alunos que possuam diagnóstico de 
transtorno de aprendizagem, de forma a se pro-
mover o seu desenvolvimento neurológico ade-
quado, além de garantir o atendimento integral 
desde a educação básica ao ensino superior, am-
pliando a gama de direitos assegurados pela Lei n.º 
14.254/2021. 
Outro ponto destacado pela Lei n.º 14.254/2021 é que esta 
trata diretamente da obrigação que as escolas têm de garantir que 
todos os professores tenham acesso à informação, capacitação e 
todos os recursos possíveis para auxiliar tanto na identificação 
dos distúrbios de aprendizagem quanto na promoção do acompa-
nhamento adequado de aprendizado dos alunos. 
61TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Art. 5º No âmbito do programa estabelecido no art. 1º 
desta Lei, os sistemas de ensino devem garantir aos professores 
da educação básica amplo acesso à informação, inclusive quanto 
aos encaminhamentos possíveis para atendimento multissetorial, 
e formação continuada para capacitá-los à identificação precoce 
dos sinais relacionados aos transtornos de aprendizagem ou ao 
TDAH, bem como para o atendimento educacional escolar dos 
educandos. (Brasil, 2021, on-line)
Diante do exposto, o mencionado artigo da Lei n.º 
14.254/2021 sublinha uma mudança significativa na educação bá-
sica, enfatizando a responsabilidade das escolas em oferecer aos 
professores os recursos necessários para uma intervenção educa-
cional mais eficaz. Ao garantir que os educadores tenham acesso a 
informações atualizadas e formação continuada, a legislação não 
apenas promove a detecção precoce de distúrbios de aprendiza-
gem e TDAH, mas também reforça a importância de um ambiente 
de aprendizagem inclusivo e adaptativo. Este enfoque não apenas 
eleva o padrão educacional, mas também assegura que cada es-
tudante, independentemente de suas dificuldades, possa alcançar 
seu potencial máximo, refletindo um compromisso claro com uma 
educação verdadeiramente inclusiva e equitativa.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, só 
para termos certeza de que você realmente enten-
deu o tema de estudo deste capítulo, vamos resu-
mir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que 
a aprendizagem é um processo inerente a todo ser 
humano, porém, nem todos têm as mesmas condi-
ções de realizá-lo. Por sermos pessoas diferentes, 
aprendemos de formas diferentes e em tempos di-
ferentes, e isso significa que o que aparenta ser uma 
não aprendizagem pode estar relacionado aos pa-
drões estabelecidos de formas e tempos de ensinar. 
62 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Também aprendemos que dificuldade de apren-
dizagem não é a mesma coisa que distúrbios e 
transtornos de aprendizagem, e grande parcela da 
humanidade pode estar sujeita a isso em algum 
momento, devido ao fato de que essas dificulda-
des muitas vezes estão associadas aos fatores ex-
ternos. Já os distúrbios e transtornos de aprendiza-
gem estão ligados a questões biológicas, indo além 
de dificuldades comuns e exigindo diagnósticos e 
intervenções específicas de uma equipe multidisci-
plinar. Compreendendo essas questões, entende-
mos que o processo de inclusão de pessoas com 
dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendi-
zagem é importante, pois a aprendizagem é um 
dever intrínseco ao direito à educação. 
63TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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AZENHA, M. da G. Constitivismo de Piaget a Emilia Frerreiro. 
São Paulo: Atica, 1998.
BRASIL. Lei n.º 14.254, de 30 de novembro de 2021. 
Dispõe sobre o acompanhamento integral para educandos 
com dislexia ou Transtorno do Deficit de Atenção com 
Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem. 
Diário Oficial da União. Disponível em: https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14254.htm. 
Acesso em 27 dez. 2022
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FURTADO, V. Q. Dificuldades na aprendizagem da escrita: uma 
intervenção psicopedagógica via jogos de regras. Petrópolis: 
Vozes, 2008.
GLAT, R. (org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. 
Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007.
SEABRA, A. G. et. all. Escrita em alunos com dificuldades de 
aprendizagem: Efeito Mateus. Rev. Psicopedagogia. [s.l.], v. 
39, n. 120, 2020.p. 332-43. Disponível em: chrome-extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://pepsic.bvsalud.org/
pdf/psicoped/v39n120/04.pdf acesso em: 21 jul. 2024.
TULESKI, S. C.; EIDT, N. M. Repensando os distúrbios de 
aprendizagem a partir da psicologia histórico-cultural. Psicologia 
em Estudo, v. 12, n. 3, p. 531–540, set. 2007. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/pe/a/DvMJPRVJ5TpjLcnzhMcBwvt/
abstract/?lang=pt# acesso em: 20 jul. 2024.
RE
FE
RÊ
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CI
A
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	art2
	Distúrbios da aprendizagem
	Aprendizagem e erro
	Fracasso da aprendizagem
	O erro na aprendizagem
	Transtorno, distúrbio e dificuldade de aprendizagem
	Problemas de aprendizagem 
	Dificuldade de aprendizagem 
	Transtorno específico de aprendizagem 
	Características dos 
distúrbios cognitivos
e comportamentais
	Dificuldades x transtornos de aprendizagem
	Como identificar uma dificuldade de aprendizagem? 
	Como identificar um transtorno de aprendizagem? 
	Dislexia
	Discalculia
	Disgrafia
	Transtorno de Déficit de Atenção 
e Hiperatividade (TDAH) 
	Transtorno Opositor Desafiador (TOD)
	Processo inclusivo de pessoas com dificuldades de aprendizagem
	Inclusão
	Dificuldade de incluir
	Dificuldades e distúrbios de aprendizagem x educação especial
	Escola inclusiva
	Educação inclusiva e legislaçãoAprendizagem e erro
Atualmente, o tema “distúrbios de aprendizagem” vem sen-
do uma questão muito debatida e que gera preocupações. Perce-
be-se que há uma generalização, por partes de algumas pessoas, 
de que toda dificuldade é um distúrbio. Porém, cumpre enfatizar 
que o erro faz parte do processo de construção do conhecimento 
e que nem sempre ele é uma fatalidade para a aprendizagem.
Nessa direção, é necessário explicar, primeiramente, que 
a aprendizagem é o momento de construção, de interação, de me-
diação etc. Além disso, o erro faz parte desse processo. Uma difi-
culdade de aprendizagem não significa um distúrbio, tampouco 
um transtorno, sendo estas definições distintas e que precisamos 
compreender para sabermos como agir, pois é com base nessa 
distinção que encontraremos possibilidades de ação. 
Por vezes, apenas adaptações às necessidades da pessoa 
são suficientes para a promoção da aprendizagem e, caracterizan-
do essas questões, abrimos portas para o processo de inclusão de 
pessoas que aprendem de formas diferentes. 
10 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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DEFINIÇÃO
Podemos definir a aprendizagem como uma mu-
dança de comportamento oriunda de uma expe-
riência que pode ocorrer tanto naturalmente, ao 
nos relacionarmos com o mundo e as pessoas, 
como intencionalmente, a exemplo do que ocorre 
no caso de instituições de ensino, cujo objetivo é a 
promoção da aprendizagem.
Imagem 1.1 – Aprendizagem intencional na escola
Fonte: Pixabay. 
Quando não conseguimos aprender na escola, dizemos 
que houve um “fracasso da aprendizagem”. Esse fracasso da 
aprendizagem tem diversas causas e uma delas pode ter origem 
associada aos próprios sistemas de ensino, por não conseguirem 
compreender nem atender os alunos, às suas alteridades e às suas 
culturas. Nesse caso, a escola deve estar atenta às diversas formas 
de manifestação das aprendizagens, uma vez que as pessoas são 
diferentes e oriundas de espaços e culturas também diferentes.
11TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Nesse processo, existe claramente a possibilidade de ocor-
rerem falhas por parte da escola. No entanto, os demais contex-
tos em que os alunos estão inseridos interferem em suas apren-
dizagens, levando ao fracasso mútuo da absorção de conteúdo do 
aprendiz e de seu cumprimento enquanto agente educador. 
Esses fatores, aos quais os alunos estão expostos, podem 
não ser determinantes – e por muito tempo acreditou-se nisso –, 
mas são considerados interferências no processo de aprendiza-
gem. Alguns exemplos são: o contexto familiar e cultural, as rela-
ções sociais, as condições econômicas e políticas etc.
Fracasso da aprendizagem
O fracasso da aprendizagem não é um objeto de estudo 
isolado, posto que deve ser lido e compreendido num contexto 
que envolve pelo menos três dimensões.
Imagem 1.2 – As dimensões do fracasso da aprendizagem
Filosófica
Psicológica Sociológica
Dimensões
Fonte: Elaborada pela autoria (2024).
12 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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O objetivo não é buscar culpados, isso seria “chover no 
molhado”. O que queremos é compreender melhor como a apren-
dizagem é constituída e, desse modo, pensar em maneiras de in-
tervenção para revertermos o quadro de falhas e fracassos em 
resultados de sucesso.
IMPORTANTE
Conforme observamos, temos a dimensão psico-
lógica, que implica diretamente o entendimento 
do que é aprendizagem e a sua promoção. Mas o 
que é aprendizagem? Para melhor compreensão 
sobre o contexto, tomaremos como referencial as 
teorias interacionistas, ou melhor, o pensamento 
piagetiano.
Para Piaget, o conhecimento é produzido por meio de uma 
interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas já exis-
tentes. Seguindo esse pensamento, entendemos que a aquisição 
de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do su-
jeito como de sua relação com os objetos/meio. 
Imagem 1.3 – Jean Piaget
Fonte: Wikimedia Commons.
13TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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VOCÊ SABIA?
Piaget nasceu na Suíça no ano de 1896 e faleceu 
em 1980. Vindo de uma família culta, Piaget, ain-
da muito pequeno, precisamente aos 7 anos, tinha 
interesse por determinados estudos de ordem 
científica. Sua formação inicial foi em Biologia, mas 
também estudou Filosofia e, aos 22 anos, fina-
lizou o doutorado em Ciências Naturais e lançou 
diversos livros, tendo muita influência no campo 
da Psicologia. Teve preocupações eminentemente 
epistemológicas, tendo-se dedicado ao estudo de 
como o ser humano constrói conhecimento. Na 
verdade, estudando as origens dos seres vivos, por 
meio dos estudos da ontogênese e filogênese, é 
que Piaget foi encaminhando suas pesquisas para 
as características essencialmente humanas.
Em sua teoria, Piaget afirma que há dois processos fun-
damentais para a organização do pensamento, a assimilação e a 
acomodação:
Dois mecanismos são fundamentais nessa 
relação: a organização e a adaptação, que 
constituem as invariantes funcionais de todo 
ser vivo. Sem organização, não é possível ao 
ser vivo ter um comportamento finalista, vol-
tado para a satisfação de suas necessidades 
biológicas fundamentais. É a organização que 
dota o ser vivo da capacidade de ter condutas 
seletivas, isto é, eficientes do ponto de vista 
do atendimento das demandas fundamentais 
à adaptação.
A adaptação tem duas faces que estão indisso-
luvelmente ligadas: assimilação e acomodação. 
Em tempo real, numa ação adaptativa, ambas 
são como faces da mesma moeda, continua-
mente interligadas. Apensar desta inter-relação 
14 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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no funcionamento, a assimilação e a acomoda-
ção são conceitualmente distintas, opostas e 
complementares. (Azenha, 1998, p. 25)
De acordo com Piaget, a inteligência é o mecanismo de 
adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica 
a construção contínua de novas estruturas. Essa adaptação refe-
re-se ao meio exterior. Para ele, os indivíduos se desenvolvem in-
telectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo 
meio em que vivem. O comportamento de cada um de nós é cons-
truído numa interação entre o meio e o indivíduo. Essa teoria é ca-
racterizada como interacionista, e afirma que, quanto mais com-
plexa for essa interação, mais “inteligente” será o indivíduo. Para 
Piaget, a estrutura de maturação do indivíduo sofre um processo 
genético, e a gênese depende de uma estrutura de maturação. 
Dessa forma, a aprendizagem depende do desenvolvimento. Sua 
teoria nos mostra que o indivíduo só aprende determinada coisa 
se estiver preparado para recebê-la. Ou seja, se puder agir sobre o 
objeto de conhecimento para inseri-los num sistema de relações. 
Na teoria construtivista, o sujeito aprendente é ativo, ou 
seja, Piaget parte do fundamento de que há ações “inteligentes” 
perante o conhecimento. É no relevantamento de hipóteses e na 
alternância entre erro e acerto, que o sujeito operacionaliza o co-
nhecimento.
Para ocorrer esse processo, Piaget observou e ponderou a 
ideia de adaptação do sujeito ao meio, em que essa adaptação é 
promovida pelo processo de reequilibrações sucessivas. Isso sig-
nifica que, ao se deparar com algo desconhecido ou com um novo 
objeto de conhecimento, tem-se um desordenamento dos esque-
mas já internalizados.
15TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Imagem 1.4 – Processo de equilibração
ASSIMILAÇÃO
(Da experiência à mente)
ACOMODAÇÃO
(Da mente à experiência)
EQUILIBRAÇÃO
(Estado de adaptação cada vez 
mais estável)


Fonte: Elaborada pela autoria (2024).
É sendo desafiado e estimulado ou buscando preencher 
alguma lacuna, que o sujeito se “desequilibra” intelectualmente, 
fica curioso e, por meio de assimilações e acomodações, procura 
retornar ao equilíbrio.
Imagem 1.5 – Escrita
Fonte: Freepik.
16 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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No caso da aprendizagem da língua escrita, o pensamento 
piagetianomuito influenciou o processo de ensino-aprendizagem. 
Equivocadamente, a influência foi até confundida como método 
em algumas escolas.
O erro na aprendizagem
Apesar das ideias construtivistas não serem métodos, elas 
demonstram algumas questões sobre a aprendizagem da escrita, 
como o fato de que as manifestações escritas de crianças têm ori-
gem na sua relação com o mundo e na estruturação de seu pen-
samento. Então, um erro nem sempre é um erro como pensamos, 
mas, sim, uma hipótese de fato inteligente e elaborada a partir das 
experiências realizadas. 
VOCÊ SABIA?
O erro muitas vezes é visto no processo de apren-
dizagem como algo fatal e um fim em si mesmo. 
Muitas pessoas dizem que quem erra não sabe, 
mas será mesmo que não sabe? O erro é parte das 
ideias elaboradas para se tentar chegar ao acerto. 
Da mesma forme, o erro pode ser apenas uma difi-
culdade que, com a intervenção correta, promove-
rá a aprendizagem.
Nessa direção, estamos contestando a ideia de que a 
aprendizagem é algo estático ou que só depende do sujeito apren-
diz. Podemos entender que a aprendizagem depende de todos os 
fatores mencionados, inclusive do respeito a diferentes níveis e 
formas de aprender.
EXEMPLO: Tratando-se da aprendizagem na escola, algo 
muito polêmico diz respeito à organização em ciclos. O ci-
clo não indica aprovação automática, mas, sim, a progres-
são continuada da aprendizagem, embora muitos siste-
mas e escolas que o implantaram tenham difundido essa 
17TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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questão de forma equivocada. Quando falamos em pro-
gressão continuada, estamos observando, principalmente 
no que se refere ao processo de aprendizagem, a ideia de 
inacabamento, pois não podemos aprisionar a aprendi-
zagem dos alunos no ano-calendário. Alguns aprendem 
a lógica da escrita e sua representação em dois meses, 
outros em dez meses. Portanto, o respeito aos diferentes 
ritmos também é um dos princípios fundamentais do ciclo 
na educação escolar.
Imagem 1.6 – O tempo para a aprendizagem
Fonte: Pixabay.
A aprendizagem é um processo contínuo que ocorre cons-
tantemente ao longo da vida, pois sempre estamos aprendendo 
alguma coisa. Não há um único ritmo de aprendizagem pelo fato 
de que as pessoas, inseridas em diversos contextos, são diferen-
tes e possuem características que as distinguem das outras pes-
soas que aprendem, portanto, de formas e em tempos e ritmos 
também diferentes. 
18 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Imagem 1.7 – As pessoas são diferentes
Fonte: Freepik.
Para que o ato de aprender ocorra no âmbito fisiológico, 
são necessárias algumas integridades básicas, como as funções 
psicodinâmicas (ativadas ao internalizarmos as experiências que 
buscam a assimilação de forma hierárquica), as funções do sis-
tema nervoso periférico (responsáveis pelos canais sensoriais da 
aprendizagem) e funções do sistema nervoso central (armazena-
mento, elaboração e processamento). Porém, observaremos me-
lhor essas funções mais à frente, quando abordarmos os distúr-
bios e transtornos de forma mais específica. Nesse processo de 
aprender, primeiro ocorre o input, ou seja, a recepção das infor-
mações pelos sentidos visual e auditivo em um processo no qual a 
cognição é ativada a partir dessas informações. 
Para entender melhor o processo fisiológico da aprendiza-
gem, é crucial reconhecer o papel das funções psicodinâmicas, que 
nos ajudam a assimilar experiências de maneira organizada, das 
funções do sistema nervoso periférico, que captam informações 
sensoriais essenciais para o aprendizado, e das funções do siste-
ma nervoso central, responsáveis por armazenar e processar es-
19TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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sas informações. Este complexo sistema permite que, inicialmente, 
ocorra o recebimento de informações (input) por meio dos sentidos, 
principalmente visual e auditivo. O resultado final deste processo é 
o output, que manifesta a capacidade de aplicar o conhecimento 
adquirido em atividades práticas como desenho, leitura, escrita e 
solução de problemas. Este fluxo integral entre recepção, processa-
mento e resposta é fundamental para o ato de aprender.
A cognição é responsável pela memorização, densida-
de, simultaneidade e sequência das informações, e o output é a 
resposta devolvida, que é responsável pelos processos motores, 
como desenhar, ler, escrever e resolver problemas. Outro proces-
so importante é a retroalimentação, responsável pela organização 
de todo o processo e que inclui tarefas como a capacidade de re-
petição, o controle e a realização das atividades.
Imagem 1.8 – O ciclo da aprendizagem
Input
Retroalimentação CogniçãoAprendizagem
Output
Fonte: Elaborada pela autoria (2024).
20 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Alguns elementos podem causar alterações na aprendiza-
gem. Como exemplos, temos os fatores orgânicos, o baixo peso ao 
nascer, as más formações congênitas, a prematuridade, além do 
fator genético, que é outro elemento que também altera a apren-
dizagem. 
SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos leia o arti-
go “Fatores que facilitam e dificultam a aprendi-
zagem” de Manoel Messias Gomes que é funda-
mental para entender a complexidade dos fatores 
que influenciam o processo de aprendizagem de 
alunos, destacando como elementos sociais, eco-
nômicos, nutricionais e emocionais afetam tanto 
positiva quanto negativamente o desempenho es-
colar. A leitura proporciona uma visão abrangente 
das interações entre alunos e professores e do im-
pacto dessas dinâmicas na educação, ressaltando 
a importância de uma abordagem holística e bem 
informada para melhorar a qualidade do ensino e 
garantir que todos os alunos tenham igualdade de 
oportunidades para aprender e se desenvolver em 
ambientes educacionais. Clique no QR-Code.
Enfim, de acordo com este pensamento, entendemos que 
a aprendizagem de um sujeito não pode ser analisada como um 
fato isolado, tampouco como incapacidade. Para a análise, é ne-
cessária uma abordagem holística, com a finalidade de se com-
preender como a aprendizagem ocorre em cada um e como pode 
ser potencializada.
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/18/14/fatores-que-facilitam-e-dificultam-a-aprendizagem
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Como você deve perceber, os distúrbios de apren-
dizagem estão bastante em pauta, principalmente 
no sentido de se buscarem formas de remediar 
tais dificuldades e garantir a aprendizagem real 
dos alunos. Assim, começamos nossos estudos 
falando sobre as três dimensões do fracasso de 
aprendizagem, que são a filosófica, psicológica e a 
sociológica. Identificando essas dimensões, é pos-
sível começar a trabalhar sobre as necessidades 
do aluno e como agir sobre cada uma delas. Nesse 
sentido, exploramos um pouco sobre o conheci-
mento de Jean Piaget acerca dos mecanismos fun-
damentais nos processos de aprendizagem, bem 
como a sua teoria construtivista, que pode promo-
ver um processo de reequilibração sucessiva do 
conhecimento, relacionada com a assimilação e a 
acomodação da mente no momento de receber o 
aprendizado. Assim, conhecendo um pouco sobre 
todo esse processo e as etapas de aprendizagem 
(input, cognição, output e retroalimentação), temos 
em mãos os conhecimentos básicos para seguir 
com os nossos estudos. Pronto para continuar? 
Vamos lá!
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Transtorno, distúrbio e 
dificuldade de aprendizagem
OBJETIVO
Ao fim deste capítulo, você será capaz de diferen-
ciar os termos transtorno, distúrbio e dificuldade 
de aprendizagem, as suas principais características 
e formas de diferenciação entre cada um desses 
pontos. Espero que esteja pronto para conhecermais sobre o tema e se capacitar para diferenciar 
cada um deles, a depender das características bási-
cas e do caso concreto. Pronto para começar mais 
um capítulo? Vamos lá!
Problemas de aprendizagem 
Como vimos até o momento, as discussões sobre as difi-
culdades de aprendizagem são bastante presentes em diversos 
ramos de pesquisa, uma vez que é necessário compreender cada 
uma dessas dificuldades e encontrar solução para elas, facilitando 
a aprendizagem de todos e tornando a educação mais acessível e 
inclusiva. No entanto, muitos mitos e mentiras acabaram se con-
fundindo com a realidade sobre o tema de forma que a educação, 
muitas vezes, acaba sendo cheia de preconceitos e segregação 
contra os alunos que possuem ritmo de aprendizagem diferente 
dos demais.
É importante termos em mente que a legislação brasilei-
ra não classifica os alunos com ritmos de aprendizagem distintos 
como alunos destinados à Educação Especial, ou seja, tais alunos 
não possuem direito a ter um atendimento especializado, salas 
com recursos multifuncionais ou qualquer outra ferramenta des-
tinada a alunos-alvo da Educação Especial. 
23TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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No entanto, ainda assim, todos aqueles que possuem al-
gum problema de aprendizagem precisam de algum tipo de ajuda 
ou auxílio. Mas, para que isso seja possível, é preciso que se com-
preenda, primeiramente, quais as diferenças entre as dificuldades 
de aprendizagem, os transtornos e os distúrbios de aprendiza-
gem. Só assim será possível atender às demandas desses alunos 
da melhor forma possível. Assim, podemos começar essa parte 
dos nossos estudos compreendendo que os problemas de apren-
dizagem podem ser divididos em dois grupos, os quais podem ser 
observados na Imagem 1.9.
Imagem 1.9 – Grupos de problemas de aprendizagem


Distúrbios/Transtornos 
de Aprendizagem
Dificuldades de 
Aprendizagem
Fonte: Elaborada pela autoria (2024).
Compreender a origem daquilo que pode ser um proble-
ma para um aluno é um dos primeiros passos para entender as ca-
racterísticas desse problema e como se pode contorná-lo, garan-
tindo planejamento educacional relevante e aprendizado eficaz 
para todos. A expressão “dificuldade de aprendizagem” possibilita 
entender e explicar por qual motivo o processo de aprendizagem 
de uma pessoa não ocorreu devidamente (Seabra et al., 2020). No 
entanto, existe um problema conceitual anunciado no meio dessa 
questão, em que a dificuldade é confundida com o distúrbio ou 
transtorno. 
24 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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VOCÊ SABIA?
É importante esclarecer a distinção fundamental 
entre “dificuldades de aprendizagem” e “transtor-
no específico de aprendizagem”, conceitos que, se-
gundo o DSM-5, possuem definições e implicações 
distintas e são frequentemente confundidos na 
educação e na psicologia. Compreender essa dife-
rença é essencial para diagnósticos precisos e para 
a implementação de estratégias de ensino adequa-
das, garantindo que as necessidades individuais 
de cada aluno sejam atendidas de maneira eficaz 
e empática, evitando intervenções desnecessárias 
ou inadequadas. O transtorno específico de apren-
dizagem, conforme definido no DSM-5, refere-se a 
dificuldades persistentes e significativas em áreas 
específicas do aprendizado, como leitura, escrita 
ou matemática, que não podem ser explicadas por 
fatores externos como qualidade de ensino, condi-
ções sensoriais ou culturais.
Imagem 1.10 – Dificuldade de aprendizagem
Fonte: Freepik.
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A revisão promovida pela DSM-5 optou por unificação dos 
termos “distúrbio” e “transtorno” de aprendizagem pelo termo 
“Transtorno específico de aprendizagem” para padronizar a ter-
minologia e reduzir ambiguidades. Com essa unificação, o termo 
“transtorno” é usado exclusivamente, eliminando o uso de “dis-
túrbio” para descrever essas dificuldades. Essa mudança foi feita 
para alinhar a terminologia com as práticas internacionais e com 
outros sistemas de classificação. A DSM-5 descreve o Transtorno 
Específico de Aprendizagem como uma condição neurodesenvol-
vimental caracterizada por dificuldades específicas e persistentes 
em habilidades acadêmicas, englobando assim as dificuldades an-
teriormente descritas como “distúrbios de aprendizagem”.
Uma pergunta central que deve ser feita antes de definir 
se determinado caso se trata de uma dificuldade de aprendiza-
gem ou de um transtorno específico de aprendizagem, conforme 
definido pela DSM-5, é: “Por que determinada pessoa não apren-
de?”. Esse questionamento nos direciona para uma abordagem in-
vestigativa. Precisamos, antes de tudo, observar e dialogar com o 
indivíduo para identificar pistas sobre sua aprendizagem. A DSM-5 
reforça a importância de uma avaliação cuidadosa para distinguir 
entre dificuldades comuns e um transtorno específico de apren-
dizagem, levando em conta fatores como ambiente, histórico de 
ensino e outras condições neurológicas ou sensoriais. A pesquisa 
faz parte do cotidiano de quem trabalha com educação e apren-
dizagem.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem 
ensino. Esses que fazeres se encontram um 
no corpo do outro. Enquanto ensino conti-
nuo buscando, reprocurando. Ensino porque 
busco, porque indaguei, porque indago e me 
indago. Pesquiso para constatar, constatan-
do, intervenho, intervindo educo e me educo. 
Pesquiso para conhecer o que ainda não co-
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nheço e comunicar ou anunciar a novidade. 
(Freire, 1996, p. 32)
VOCÊ SABIA?
Paulo Freire foi um educador brasileiro de referên-
cia no mundo todo. Seu principal questionamento 
diz respeito ao posicionamento político da educa-
ção e seu papel na vida dos alunos. Quando falava 
de posicionamento político, não se referia à poli-
ticagem, mas à capacidade de fazer escolhas, ou 
melhor, de se posicionar perante o mundo. No li-
vro “Pedagogia da Autonomia”, o educador aborda 
de forma crítica os saberes necessários à prática 
educativa, entre eles o fato de que “ensinar exige 
pesquisa”.
VOCÊ SABIA?
Em alguns casos, não encontraremos respostas, 
teremos apenas pistas que colaborarão para que 
encaminhamentos aos especialistas sejam realiza-
dos. De qualquer forma, elementos de compreen-
são serão incorporados e intervenções possíveis 
na aprendizagem, realizadas. Porém, nem sempre 
intervenção significa medicação. Isso ocorre quan-
do as mudanças metodológicas por parte dos que 
ensinam conseguem colaborar para que o aluno 
chegue ao objetivo proposto, superando as dificul-
dades de aprendizagem. 
Dificuldade de aprendizagem 
Quando tratamos sobre os problemas de aprendizagem, 
é comum começarmos falando das dificuldades de aprendiza-
gem, já que são as primeiras a serem percebidas, pedagogica-
mente falando. A primeira coisa que Seabra et al. (2020) ressaltam 
acerca das dificuldades de aprendizagem é que estas são dificul-
dades pedagógicas por essência e não são uma questão ligada à 
neurobiologia.
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DEFINIÇÃO
A dificuldade de aprendizagem, etimologicamente 
falando, está associada ao vocábulo “difficultatem”, 
que significa não conseguir fazer algo, um obstácu-
lo, uma barreira que impede que os sujeitos reali-
zem e alcancem determinados objetivos. A barrei-
ra à qual os indivíduos com déficit de aprendizado 
estão sujeitos precisa ser descoberta e revelada.
Essa barreira ou obstáculo estaria associada às questões 
internas, como fatores biológicos, ou às questões externas, como 
fatores sociais. Obter a definição clara é de suma importância para 
saber se se trata de uma dificuldade, de um distúrbio ou de um 
transtorno de aprendizagem.
Imagem 1.11 – Criança com dificuldade de se concentrar
Fonte: Freepik.
Todo o processo de inserção da criança dentro da escola, 
as relações sociais que são forjadas nesse período são novidades 
para as crianças, de forma que demanda umanova adaptação 
28 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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social da criança, principalmente com a quantidade de estímulos 
que são requeridos. 
Assim, existe todo um processo de maturação e de desen-
volvimento físico e mental pelo qual a criança deve passar (Seabra 
et al., 2020). Todavia, nem todas as crianças conseguem passar 
normalmente por essa etapa, ou, até mesmo, passar por tudo isso 
no mesmo ritmo em que a maioria. 
Todo esse ambiente, com novas regras, comportamentos 
e pessoas que estão fora de sua normalidade e rotina familiar, 
pode acabar fazendo que o aluno não se encaixe como esperado 
na escolarização, apresentando diversas dificuldades para apren-
der e compreender a necessidade da aprendizagem em sua vida.
SAIBA MAIS
O texto “As dificuldades de aprendizagem e a vul-
nerabilidade social” é essencial para entender a 
complexa relação entre vulnerabilidade social e 
dificuldades de aprendizagem, destacando como 
fatores como desigualdade social, condições pre-
cárias de vida e fragilização de vínculos afetivos 
podem influenciar negativamente o rendimento 
escolar dos alunos. A leitura oferece uma pers-
pectiva crítica sobre os desafios enfrentados por 
estudantes em contextos de vulnerabilidade, en-
fatizando a necessidade de abordagens educacio-
nais inclusivas e suportes adequados que possam 
mitigar esses impactos e promover uma educação 
mais equitativa e eficaz. Clique no QR-Code. 
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/6243
29TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Além do que já vimos, Seabra et al. (2020) determinam que 
a dificuldade de aprendizagem está aliada com a multidisciplina-
ridade, de forma a deixar claro que existem diversas maneiras de 
se aprender algo. Entretanto, obstáculos culturais, cognitivos ou 
mesmo emocionais podem acabar atravessando o caminho do 
aprendizado e, uma vez diagnosticada a dificuldade, é preciso que 
o tratamento seja realizado o mais rápido possível.
O diagnóstico tardio de uma dificuldade de aprendizagem 
pode trazer inúmeras consequências a longo prazo. Ressalta-se 
ainda que, no caso das dificuldades de aprendizagem, é possível 
que estas sejam tratadas dentro da própria escola, aliando técni-
cas de pedagogia e psicologia, naquilo que se entende como trata-
mento psicopedagógico.
Imagem 1.12 – Criança em tratamento psicopedagógico
Fonte: Freepik.
30 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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No geral, as dificuldades de aprendizagem estão relacio-
nadas com as chamadas deficiências sensoriais e deficiências in-
telectuais, responsáveis por prejudicar e colocar obstáculos nos 
processos de aprendizagem, como já vimos.
Essas dificuldades estão relacionadas com o modo dife-
rente com que cada criança aprende, bem como com a necessi-
dade constante de estímulos. Além disso, fatores como pressão, 
problemas familiares, sofrimentos, trocas constantes de escolas, 
entre outros também podem estar ligados diretamente às dificul-
dades de aprendizagem.
Uma vez que há o reconhecimento e a identificação do 
problema, é preciso que haja acompanhamento constante da 
criança, tanto por profissionais responsáveis quanto pela própria 
família, para se solucionar o problema. 
Transtorno específico de 
aprendizagem 
O Transtorno específico de aprendizagem é classificado na 
DSM-5 como uma condição neurodesenvolvimental que envolve 
dificuldades persistentes e significativas em áreas específicas do 
aprendizado, como leitura, escrita e matemática. Essas dificulda-
des vão além dos problemas acadêmicos comuns e se caracteri-
zam pela persistência dos sintomas, mesmo após intervenções 
apropriadas e suportes educativos. O transtorno é subdividido em 
três domínios principais: leitura, expressão escrita e matemática, 
com características que afetam diretamente o desempenho aca-
dêmico e as atividades cotidianas.
De acordo com a DSM-5, o Transtorno Específico de Apren-
dizagem se caracteriza por dificuldades específicas que permane-
31TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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cem por pelo menos seis meses, apesar do uso de intervenções 
direcionadas. Entre os critérios diagnósticos, destacam-se:
 • Dificuldade em habilidades acadêmicas - inclui 
dificuldades significativas com precisão, fluência e 
compreensão de leitura, erros de ortografia e gramática, 
e problemas com cálculos matemáticos ou resolução 
de problemas matemáticos.
 • Impacto no desempenho acadêmico - o transtorno 
afeta o desempenho escolar e a execução de tarefas 
acadêmicas na vida cotidiana, além de estar abaixo do 
nível esperado para a idade e nível de escolaridade do 
indivíduo.
 • Início dos sintomas durante o período escolar - os 
sintomas podem se manifestar desde os primeiros anos 
de escolarização, porém, em alguns casos, podem se 
tornar mais evidentes em estágios avançados, quando 
a complexidade das demandas aumenta.
 • Distinção de outras condições - é necessário que as 
dificuldades observadas não sejam mais bem explicadas 
por fatores como deficiência intelectual, condições 
neurológicas, problemas visuais ou auditivos não 
corrigidos, ou falta de acesso à educação de qualidade.
A DSM-5 classifica o TEA em três subtipos, de acordo com 
a área acadêmica afetada:
 • Transtorno específico de aprendizagem com prejuízo na 
leitura - frequentemente associado à dislexia, envolve 
dificuldades com precisão na leitura, compreensão e 
fluência.
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 • Transtorno específico de aprendizagem com prejuízo 
na expressão escrita - inclui dificuldades em gramática, 
ortografia, pontuação e organização de textos.
 • Transtorno específico de aprendizagem com prejuízo 
na matemática - associado à discalculia, compreende 
problemas com cálculos, raciocínio quantitativo e 
operações matemáticas.
Imagem 1.13 – Exemplos de transtornos de aprendizagem
Dislexia
Discalculia
Disortografia 
Disgrafia
Transtorno do Processamento 
Auditivo Central 
Transtono de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade





Fonte: Elaborada pela autoria com base Seabra et al. (2020)
A DSM-5 classifica o transtorno específico de aprendiza-
gem em três níveis de severidade: leve, moderado e grave. Cada 
nível reflete o grau de apoio necessário para que o indivíduo tenha 
sucesso acadêmico e varia conforme a intensidade das dificulda-
des apresentadas:
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 • Leve - algumas dificuldades em uma ou duas áreas 
acadêmicas que podem ser superadas com adaptações 
em sala de aula;
 • Moderado - necessidade de suporte especializado 
e intervenções intensivas para manter o progresso 
acadêmico;
 • Grave - dificuldades profundas que requerem suporte 
individualizado e contínuo ao longo de toda a jornada 
acadêmica.
O diagnóstico do transtorno específico de aprendizagem 
é fundamental para evitar atrasos acadêmicos e oferecer apoio 
adequado, prevenindo frustrações e baixa autoestima que pos-
sam impactar o desenvolvimento. A intervenção precisa incluir es-
tratégias personalizadas, com base nas dificuldades específicas do 
indivíduo, buscando maximizar seu potencial de aprendizagem. 
Esse transtorno não implica uma falta de inteligên-
cia ou capacidade, mas um padrão de dificuldades 
que pode ser contornado com suporte educativo e 
estratégias apropriadas.
Quadro 1.1 – Variedades de Transtorno Específico de Aprendizagem
Tipo de Transtorno Específico de 
Aprendizagem
Características Principais
Transtorno com Prejuízo na Leitura 
(Dislexia)
Dificuldade de decodificação, leitura 
lenta e com erros, dificuldade de 
compreensão de texto.
Transtorno com Prejuízo na Expressão 
Escrita (Disgrafia)
Problemas de ortografia, dificuldade 
em gramática e pontuação, 
organização deficiente de textos.
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Transtorno com Prejuízo na 
Matemática (Discalculia)
Dificuldade em operações básicas, 
problemas comconceitos numéricos 
e sequências, dificuldade no raciocínio 
matemático.
Fonte: Elaborado pela autoria (2024).
Curiosamente, muitas pessoas com transtorno es-
pecífico de aprendizagem apresentam habilidades 
excepcionais em áreas como artes, esportes e pen-
samento criativo. Existem muitos casos de figuras 
proeminentes, como o inventor Thomas Edison e o 
físico Albert Einstein, que tiveram dificuldades de 
aprendizagem na escola.
Imagem 1.14 – Criança com dislexia, um dos transtornos de aprendizagem
Fonte: Freepik.
35TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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A grande questão é que, infelizmente, os cursos 
e os programas de formação e capacitação de 
professores não estão adaptados corretamente 
para lidarem com as questões especiais associadas 
aos transtornos específicos de aprendizagem 
que podem se manifestar em sala de aula. Desse 
modo, torna-se cada vez necessário que outros 
profissionais também estejam atentos às rotinas 
das crianças, como uma maneira de melhor 
acompanhar e auxiliar no diagnóstico dos mais 
diversos problemas de aprendizagem.
A atuação do professor é de extrema necessidade em to-
das as fases do processo, já que o seu trabalho impacta direta-
mente todo o processo de aprendizagem da criança, sendo ele 
capaz de facilitar esse processo e usar todas as ferramentas para 
lidar com as dificuldades dentro da sala de aula.
Imagem 1.15 – Atenção especial do professor ao aluno com problemas de aprendizagem
Fonte: Freepik.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, só 
para termos certeza de que você realmente enten-
deu o tema de estudo deste capítulo, vamos re-
sumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
sobre transtornos específicos de aprendizagem. 
Esses conceitos vão ser essenciais para o prosse-
guimento dos nossos estudos. Assim, começamos 
nosso capítulo 2 conhecendo um pouco sobre as 
dificuldades de aprendizagem, que são proble-
mas advindos de forma externa, uma vez que são 
causados pela falta de amadurecimento físico e 
mental dentro da nova realidade escolar, na qual a 
criança não consegue se encaixar. A dificuldade de 
aprendizagem se diferencia totalmente dos trans-
tornos específicos de aprendizagem, que estão li-
gados a fatores neurobiológicos e que impactam 
diretamente o processo de aprendizagem da lei-
tura, da escrita e da realização de cálculos. O que 
interessa sobre o tema é que, independentemente 
de sua origem, ambos os problemas de aprendiza-
gem precisam ser acompanhados e reconhecidos 
por professores e profissionais especializados, a 
fim de facilitar a aprendizagem das crianças, assim 
como reduzir danos e consequências. Conseguiu 
compreender esses conceitos? Espero que sim, 
porque estamos prontos para continuar. Você vem 
comigo? Vamos lá!
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Características dos 
distúrbios cognitivos 
e comportamentais
OBJETIVO
Até o final deste capítulo, você será capaz de se 
aprofundar ainda mais nas diferenças entre as 
dificuldades de aprendizagem e os transtornos 
de aprendizagem, principalmente quanto às ca-
racterísticas principais aliadas aos distúrbios de 
aprendizagem. Afinal, é preciso que você saiba 
identificá-los para, a partir daí, buscar as soluções 
adequadas para cada um deles. Pronto para come-
çar? Então, vamos lá!
Dificuldades x transtornos de 
aprendizagem
Reconhecendo o fato de que muitas crianças, durante 
o período escolar, apresentam limitações em seu processo de 
aprendizagem, podemos concluir que os fatores internos e exter-
nos podem estar diretamente ligados a essas limitações. 
As dificuldades de aprendizagem estão ligadas, exclusiva-
mente, às implicações dos fatores externos. No entanto, quando 
se trata de casos de distúrbios ou transtornos de aprendizagem, 
os envolvimentos podem estar ligados a fatores internos, princi-
palmente de origem neurológica.
De modo geral, os distúrbios de aprendizagem alteram ca-
pacidades mais específicas, como o recebimento, o processamen-
to, a análise e/ou armazenamento de informações. Nesse caso, 
por exemplo, é possível relacionar os efeitos à linguagem ou até 
mesmo à aprendizagem de conhecimentos matemáticos.
38 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Assim, uma vez que temos em mente a diferença entre 
as dificuldades de aprendizagem e os transtornos ou distúrbios, 
não é mais possível confundi-los. Além disso, é preciso saber que 
os tratamentos para ambas as situações são distintos, precisam 
de atenções e cuidados particulares, de modo que o diagnóstico 
correto é capaz de trazer inúmeros benefícios à criança, além de 
garantir que problemas futuros sejam evitados.
Como identificar uma 
dificuldade de aprendizagem? 
A identificação de uma dificuldade de aprendizagem é 
essencial para compreender outros problemas de uma criança, 
uma vez que pode estar ligada a problemas pessoais, familiares, 
dificuldades de adaptação cultural, social, econômica, entre tantas 
outros. Sendo assim, uma vez identificada a dificuldade de apren-
dizagem, é possível auxiliar a criança na superação de tudo aquilo 
que está por trás dessa dificuldade.
Imagem 1.16 – Características de uma criança com dificuldade de aprendizagem
AGITAÇÃO 
CONSTANTE
DIFICULDADE DE 
CONCENTRAÇÃO
FALTA DE 
INTERESSE
Fonte: Elaborada pela autoria com base em Furtado (2008).
39TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Logo, é importante que os pais e professores estejam sem-
pre atentos ao comportamento da criança na escola e em sala de 
aula, a fim de identificar algumas características que se manifes-
tam em crianças com dificuldades de aprendizagem.
Uma das primeiras características a ser percebida em 
crianças com dificuldade de aprendizagem são as mudanças de 
comportamento, em geral relacionadas a um comportamento 
agitado da criança. Muitas vezes, qualquer problema na criança 
acaba se manifestando por meio do seu comportamento. Logo, 
qualquer alteração comportamental deve ser mais bem acompa-
nhada, no sentido de auxiliar a criança em tudo o que for possível 
para superar seus problemas.
SAIBA MAIS
O artigo denominado “Aprendizagem e suas impli-
cações no processo educativo” é fundamental para 
quem busca compreender as múltiplas dimensões 
que influenciam o processo de aprendizagem, 
incluindo aspectos emocionais, neurológicos, re-
lacionais e ambientais. Ao destacar como esses 
fatores interagem com as estruturas mentais e o 
ambiente cultural, o texto oferece insights valiosos 
sobre como essas interações moldam a percepção 
e o comportamento do aprendiz, contribuindo pa-
ra uma abordagem mais holística e efetiva no cam-
po educativo. Clique no QR-Code.
O emocional da criança pode acabar se manifestando por 
meio de agitação, já que esta não possui a maturidade adequada 
https://www.revista.ueg.br/index.php/icone/article/view/5100/3367
40 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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para compreender seus sentimentos e lidar com as implicações 
destes. Assim, as mudanças de comportamento da criança podem 
ser um dos primeiros sinais relacionados com uma dificuldade de 
aprendizagem. Além disso, as mudanças comportamentais po-
dem se manifestar de diversas formas, por exemplo:
 • Negativa em realizar atividades que antes gostava de 
fazer;
 • Comportamento agressivo com os pais ou na escola;
 • Indisciplina;
 • Agitação frequente;
 • Problemas em se relacionar com amigos e colegas na 
escola;
 • Entre outros.
A próxima característica de uma criança que enfrenta di-
ficuldade de aprendizagem são os problemas de concentração. 
Uma vez que a criança está passando por outros problemas, inde-
pendentemente da origem destes, é importante ter em mente que 
estes podem se manifestar por meio da dificuldade em se concen-
trar durante as aulas ou a realização de suas atividades.
A dificuldade de concentração está fortemente ligada ao 
comportamento agitado da criança. Alémdisso, quando a mente 
da criança está cheia de outros assuntos, é ainda mais complicado 
focar assuntos da escola e outras atividades cotidianas. Por fim, a 
manifestação constante de falta de interesse por seus estudos, 
é uma das principais características de uma criança com tais difi-
culdades. Assim, é comum o desinteresse em frequentar a escola, 
participar das aulas e das atividades cotidianas, realizar suas tare-
fas, entre muitas outras atividades.
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Imagem 1.17 – Criança com dificuldade de concentração
Fonte: Freepik.
Assim, há também a dificuldade em se encaixar entre seus 
colegas e professores, queixas frequentes sobre o ambiente es-
colar, entre outros comportamentos que levam, inclusive, a crian-
ça a inventar mentiras para se esquivar de suas obrigações. Há a 
ausência constante de motivação e uma constante repetição de 
erros e de comportamentos.
Como identificar um transtorno 
de aprendizagem? 
Como estamos aprendendo desde o começo, os transtor-
nos de aprendizagem são aqueles diretamente ligados a distúr-
bios e problemas neurobiológicos, pouco tendo ligação com mo-
tivações do ambiente externo, mas também se manifestando por 
meio deste e trazendo consequências para a vivência da criança 
com outros colegas e com o ambiente escolar.
42 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Em geral, os transtornos de aprendizagem estão ligados 
a três pilares básicos da educação acadêmica, os quais podemos 
verificar na Imagem 1.18.
Imagem 1.18 – Pilares educacionais ligados aos transtornos de aprendizagem
Escrita
Leitura
Matemática
Fonte: Elaborada pela autoria com base em Seabra et al. (2020).
Seabra et al. (2020) destacam que, comumente, esses pro-
blemas se manifestam no início da educação escolar e podem tra-
zer diversas complicações na trilha de aprendizagem, acarretando 
prejuízos no desempenho escolar e, até mesmo, deficiências com 
origens sensoriais e intelectuais.
As intervenções nos casos de distúrbios de aprendizagem 
são de extrema importância, já que, quanto mais cedo forem des-
cobertas, mais rápido haverá melhores resultados no desempe-
nho acadêmico da criança.
De acordo com Furtado (2008), uma criança com distúrbio 
de aprendizagem tem algumas características peculiares, como:
 • Discrepância manifestada entre o potencial intelectual 
esperado e o nível real de realização da aprendizagem 
na escola.
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 • Desordenamento básico do processo de aprendizagem, 
manifestado em situações como quando o indivíduo 
não consegue organizar fatos em sequência lógica.
 • Apresentação ou não de disfunção do sistema nervoso 
central, que é responsável pela linguagem, estruturação 
do pensamento etc.
 • Não apresentação de vestígios de debilidade mental, 
de privação cultural, de perturbação emocional ou de 
privação sensorial (visual ou auditiva).
 • Amostras de dificuldades de percepção, disparidades 
comportamentais e problemas no processamento da 
informação.
Furtado (2008), fazendo menção ao National Joint Commit-
tee of Learning Disabilities, resume o conceito de distúrbios de 
aprendizagem com a seguinte afirmação: 
Distúrbios de aprendizagem é um termo ge-
ral que se refere a um grupo heterogêneo 
de desordens manifestadas por dificuldades 
significativas na aquisição e utilização da com-
preensão auditiva, da fala, da leitura, da esco-
la e do raciocínio matemático. Tais desordens, 
consideradas intrínsecas ao indivíduo, presu-
mindo-se que sejam devidas a uma disfunção 
do sistema nervoso central, podem ocorrer 
durante toda a vida. (Furtado, 2008 p. 16)
Os distúrbios ou transtornos, por terem origens biológicas 
e/ou fisiológicas, necessitam da avaliação de uma equipe multi-
profissional constituída por médicos, pedagogos, psicopedagogos, 
fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros profissionais, que, jun-
tos, irão analisar as condições de aprendizagem dos sujeitos.
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Imagem 1.19 – Criança com dificuldade na leitura e escrita
Fonte: Freepik.
Para que possamos compreender efetivamente os trans-
tornos de aprendizagem e suas principais características, iremos 
começar a explorar alguns dos principais distúrbios manifestados 
nas crianças. Assim, você será capaz de identificar corretamente 
esses tipos de transtornos e oferecer ajuda com real efetividade. 
Conheceremos um pouco sobre:
 • Dislexia;
 • Discalculia;
 • Disgrafia;
 • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH);
 • Transtorno Opositor Desafiador (TOD).
Dislexia
A dislexia é a dificuldade que o aluno demonstra no apren-
dizado da leitura e da escrita. Nesse caso específico, a criança pos-
sui problemas na identificação e no relacionamento de sons que 
possuem fonética semelhante. Assim, tanto na escrita quanto na 
leitura, o aluno pode trocar letras que parecem ser semelhantes, 
por exemplo, as letras p, d, q e b (Seabra et al., 2020).
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No caso da dislexia, esta pode se manifestar em três for-
mas distintas, quais sejam:
 • Visual – demonstração de dificuldade em perceber e 
discriminar letras, podendo estar relacionada a proble-
mas visuais, de maneira que é essencial o uso de recur-
sos pedagógicos auditivos para auxiliar o aprendizado 
da criança.
 • Auditiva – dificuldade da criança em relacionar o som de 
uma palavra ou letra (fonema) à sua forma escrita (grafe-
ma). Pode ser decorrente de problema auditivo, de modo 
que o seu auxílio pode ser realizado com recursos peda-
gógicos visuais. 
 • Mista – dificuldade que une tanto problemas visuais quan-
to auditivos, de forma que o trabalho pedagógico deve se 
adequar à realidade da criança e buscar alternativas peda-
gógicas efetivas no caso concreto, como o uso de leitura de 
lábios ou traçados utilizando os dedos da criança.
Discalculia
Em geral, a discalculia está ligada à dislexia, no entanto, 
nesse caso, diferentemente da dificuldade na escrita ou leitura, a 
criança manifesta dificuldade no desenvolvimento de habilidades 
matemáticas (Seabra et al., 2020). 
Aqui é possível observar uma criança com problemas em 
identificar números, sua ordem, que possuem valor maior ou me-
nor em comparação a outros, assim como no sentido de realizar 
operações matemáticas, independentemente de sua dificuldade. 
Esse caso também traz como característica a ausência de com-
preensão da criança quanto a questões com problemas matemá-
ticos, de maneira que existe também um problema de interpreta-
ção, confusão de símbolos e até mesmo problemas de memória.
46 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Disgrafia
Seabra et al. (2020) falam que, comumente, esse a disgra-
fia pode ser chamada de “letra feia”, ou seja, está relacionada à 
dificuldade da criança em escrever. As características básicas des-
se tipo de distúrbio é o uso de força na hora da escrita, de forma 
a marcar ou rasgar o papel; utilização de grafias diferentes para 
uma mesma palavra ou mesma letra; realização de fragmentações 
incorretas de algumas palavras, entre outros. Nesses casos, a dis-
grafia pode se manifestar de forma:
 • Espacial – ligada a recursos visuais e, em geral, mani-
festa-se com problemas na compreensão de espaços, 
dificuldade na escrita em linha reta, problemas para 
realizar desenhos e pinturas.
 • Motora – ausência de controle muscular nas mãos e no 
punho, o que dificulta a escrita e a caligrafia adequadas.
 • Processamento/disléxica – ocorre quando a criança 
possui dificuldade para escrever algumas letras de ma-
neira adequada ou possui uma caligrafia malformada.
Transtorno de Déficit de Atenção 
e Hiperatividade (TDAH) 
Um dos mais comuns e mais discutidos distúrbios de 
aprendizagem é, sem dúvidas, o TDAH, ou Transtorno de Déficit 
de Atenção e Hiperatividade. Além disso, é um transtorno de difícil 
diagnóstico e bastante controverso, já que podeser confundido 
com diversos outros transtornos ou, até mesmo, com uma sim-
ples dificuldade de aprendizagem.
Suas principais características estão relacionadas a com-
portamentos inadequados, problemas sociais, comportamentos 
impulsivos e personalidade hiperativa, além de, na maioria dos 
47TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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casos, haver bastante dificuldade de concentração e de manter a 
atenção e o foco em uma única atividade.
Seabra et al. (2020) afirmam que o TDAH é mais comumen-
te identificado em meninos e, quando manifestado em meninas, 
apresenta características diferentes. Crianças do sexo masculino 
acabam se demonstrando mais agressivas e barulhentas, enquan-
to as do sexo feminino se mostram mais silenciosas e retraídas.
Transtorno Opositor Desafiador 
(TOD)
Assim como acontece no TDAH, o TOD, Transtorno Opo-
sitor Desafiador, é controverso e possui diagnóstico complicado, 
uma vez que também pode se assimilar a outros distúrbios ou di-
ficuldades de aprendizagem, trazendo inúmeros problemas para 
a criança e para todo o seu processo de aprendizagem.
Imagem 1.20 – TDAH
Fonte: Freepik.
As principais características de uma criança portadora de 
TOD são os seus comportamentos bastante desafiadores, geral-
mente irresponsáveis e impensados. São alunos que demonstram 
agressividade e dificuldade para reconhecer seus erros, suas emo-
48 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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ções, são bastante oscilantes e possuem comportamento irritadi-
ço e vingativo (Seabra et al., 2020). Outros pontos que merecem 
observação são comportamentos cruéis com outras crianças ou 
animais, destruição de pertences próprios ou de colegas da esco-
la, constantes crises de desobediência e condutas relacionadas a 
roubos, por exemplo.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que 
você realmente entendeu o tema de estudo deste ca-
pítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido as principais características atreladas aos 
transtornos de aprendizagem. Conhecer as principais 
características de cada um deles é fundamental para os 
profissionais que trabalham na área pedagógica, uma 
vez que a identificação precoce desses problemas, as-
sim como o início do tratamento o mais rápido possível 
vão ser importantes para que as consequências desses 
problemas sejam revertidas, assim como seus efeitos 
sejam reduzidos ao máximo. Pudemos ver que, em ge-
ral, as dificuldades de aprendizagem podem se revelar 
no comportamento agitado de uma criança, dificulda-
des de concentração e falta de interesse do aluno. Por 
outro lado, as características atreladas a crianças porta-
doras de distúrbios de aprendizagem vão depender de 
cada caso concreto e de cada um dos distúrbios. Assim, 
pudemos conhecer alguns deles, como dislexia, discal-
culia, disgrafia e os transtornos de déficit de atenção e 
hiperatividade (TDAH) e o Opositor Desafiador (TOD). 
Lembrando que estes dois últimos são bastante con-
troversos e podem ser confundidos com outros trans-
tornos e dificuldades. Espero que você tenha acompa-
nhado nossos estudos até o momento, pois, em breve, 
iremos conhecer mais sobre cada um desses transtor-
nos e seus impactos na aprendizagem das crianças. 
Pronto para continuar? Vamos lá!
49TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Processo inclusivo de 
pessoas com dificuldades de 
aprendizagem
OBJETIVO
Ao final deste capítulo, você será capaz de com-
preender como se dá, atualmente, o processo de 
inclusão de crianças com distúrbios e transtornos 
de aprendizagem dentro das salas de aula. Além 
disso, irá conhecer também as legislações atuais 
que versam sobre o tema e tratam do processo 
inclusivo e os direitos das crianças que possuem 
qualquer forma de distúrbio de aprendizagem. 
Pronto para os novos conhecimentos que vêm por 
aí? Espero que sim. Vamos lá!
Inclusão
A inclusão está diretamente ligada ao ato de trazer para 
dentro de um grupo aqueles que estão fora dele, mas não de qual-
quer forma e sim de maneira que estes se sintam incluídos e parte 
real do grupo em questão. 
Quando falamos em inclusão de pessoas com distúrbios 
de aprendizagem, é preciso ter em mente que esse é um desafio 
para os educadores, para as instituições e para os próprios sujei-
tos. Na verdade, todas as pessoas que são diferentes possuem o 
desafio de serem incluídas na sociedade e em suas instituições de 
modo que o acolhimento contemple suas necessidades.
A educação é um direito de todos, e a nossa legislação 
atual afirma que todos devem estar matriculados regularmente 
no fluxo de ensino. De acordo com essa afirmação, 
50 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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a política de educação inclusiva diz respeito 
à responsabilidade dos governos e dos siste-
mas escolares de cada país com a qualificação 
de todas as crianças e jovens no que se refere 
aos conteúdos, conceitos, valores e experiên-
cias materializados no processo de ensino-
-aprendizagem, tendo como pressuposto o 
reconhecimento das diferenças individuais de 
qualquer origem. (Glat, 2007, p. 16)
VOCÊ SABIA?
Quando falamos em educação inclusiva, não pode-
mos limitar o discurso e a prática à educação espe-
cial, embora o modelo de educação inclusiva tam-
bém a englobe. O processo de inclusão, em amplo 
sentido, simboliza ações para que as pessoas aces-
sem ensino adequado, permaneçam em constante 
aprendizado e obtenham sucesso escolar.
Falar de inclusão compreende o fato de que as pessoas 
são diferentes em diversos aspectos e que a escola deve criar es-
tratégias para que o ensino chegue a todos os indivíduos, inde-
pendentemente de etnia, cor, gênero, dificuldade, cultura, ritmos 
de aprendizagem, entre outros fatores.
Nesse sentido, é necessário que haja respeito, por parte 
das escolas, a todos os sujeitos, suas particularidades e seus res-
pectivos contextos, além de um olhar sempre atento a cada uma 
dessas singularidades, para que a proposta apresentada de ensi-
nar a todos seja efetivamente cumprida.
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Imagem 1.21 – Sala de aula inclusiva
Fonte: Freepik.
SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos 
a leitura do artigo: “Repensando os distúrbios de 
aprendizagem a partir da psicologia histórico-cul-
tural”, de Tuleski e Eidt (2007). Clique no QR-Code.
Antes de adentrarmos no assunto, é preciso termos em 
mente que o direito de acesso à educação é dado a todo e qual-
quer cidadão brasileiro e está previsto na Constituição Federal de 
1988. No entanto, efetivar esse direito na prática é um desafio 
constante, principalmente quando falamos de alunos com dificul-
dades e distúrbios de aprendizagem.
http://www.scielo.br/pdf/pe/v12n3/v12n3a10
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Além dos desafios constantes que os professores enfren-
tam no dia a dia da educação, a inclusão de crianças com distúr-
bios tem sido um dos mais recorrentes, haja vista a antiga prática 
de segregação e punição à qual essas crianças são constantemen-
te submetidas. Assim, afastar os preconceitos já existentes e adap-
tar à realidade escolar para as necessidades individuais consiste 
em reais desafios para todos. 
Dificuldade de incluir
Não é novidade que a educação brasileira possui padrões 
inferiores ao esperado, sendo constantemente sucateada pelo Es-
tado, assim como colocada em segundo plano recorrentemente. 
Atualmente, é difícil encontrar escolas públicas com altos 
padrões, que possam realmente competir com a educação parti-
cular. Sendo assim, essa discrepância é um dos primeiros proble-
mas a serem considerados quando se trata de inclusão. Afinal, se 
as crianças típicas já encontram dificuldades de possuir um ensino 
adequado e regular, o que podemos dizer das crianças atípicas e 
que possuem qualquer transtorno de aprendizagem?
Faltam recursos nas escolas, assim como faltam profissio-
nais realmentecapacitados para lidarem com cada uma das difi-
culdades e distúrbios de aprendizagem, uma vez que a universi-
dade, no geral, falha nesse tipo de capacitação. Assim, tanto os 
novos professores quanto os mais antigos acabam precisando 
aprender apenas na prática a lidar com os desafios dos distúrbios 
de aprendizagem.
53TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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SAIBA MAIS
Para aprofundar seus conhecimentos lei o artigo 
denominado como “Dificuldades no processo de 
inclusão escolar: percepções de professores e de 
alunos com deficiência visual em escolas públicas”, 
o qual é essencial para educadores, formuladores 
de políticas e demais interessados na inclusão edu-
cacional, pois destaca os desafios enfrentados por 
alunos com deficiência visual e seus professores 
no contexto das escolas regulares. Ao apresentar 
dados concretos e experiências reais coletadas 
em um estudo de caso, o artigo oferece uma visão 
profunda das barreiras que impedem a efetivação 
das políticas públicas de inclusão, sugerindo a ne-
cessidade de melhorias na infraestrutura física e 
curricular, no acesso a tecnologias assistivas e na 
formação docente, para assim promover um am-
biente de aprendizagem mais acessível e inclusivo. 
Clique no QR-Code. 
Infelizmente, a realidade de muitos professores é bastan-
te complicada, o que dificulta que estes procurem cursos extras 
e formações complementares para saber como identificar e lidar 
tanto com os distúrbios quanto com as dificuldades de aprendiza-
gem. O cenário mais comum a ser observado é o de professores 
não capacitados lidando com crianças que realmente precisam de 
ajuda.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2015000100010
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IMPORTANTE
Mais um problema que podemos destacar é o fato 
de que a identificação de um transtorno ou distúr-
bio pode ser lenta. Logo, o seu acompanhamento e 
tratamento também acabam sendo prejudicados, 
uma vez que o diagnóstico tardio pode trazer con-
sequências irreversíveis ao processo de aprendiza-
gem da criança.
Destacamos também que a falta de informação é outro fa-
tor bastante relevante quando tratamos dos distúrbios de apren-
dizagem, pois vivemos em uma população bastante preconceituo-
sa e mal informada, de forma que muitos pais e responsáveis, ao 
serem alertados pelos professores e pedagogos que trabalham 
com seus filhos, acabam entrando em estado de negação, recu-
sando-se a aceitarem que suas crianças possuam algum problema 
de aprendizagem.
Imagem 1.22 – Recepção de diagnóstico pelos pais
Fonte: Freepik.
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A negação da família quanto ao diagnóstico da criança é 
realmente um obstáculo para a inclusão dessa criança, principal-
mente de forma psicológica, já que será tratada de maneira igual 
às crianças típicas. Desse modo, o reconhecimento de suas difi-
culdades e problemas de aprendizagem pode levar a criança a se 
cobrar ainda mais, a se comparar com os outros e se a desmotivar 
quanto ao processo de aprendizagem, achando que não é capaz 
de desenvolver uma habilidade que realmente não será desenvol-
vida naturalmente, já que é preciso que haja tratamento e acom-
panhamento adequado.
Para as famílias, receber o diagnóstico de uma criança não 
é fácil. Porém, é preciso ter em mente que, quanto mais rápido o 
diagnóstico for realizado, mais rápido será possível iniciar o trata-
mento e o acompanhamento profissional adequado, minimizando 
os problemas trazidos pelos distúrbios e proporcionando a real 
inclusão da criança no ambiente escolar.
Dificuldades e distúrbios de 
aprendizagem x educação 
especial
Antes de estudarmos as condutas adequadas para o trata-
mento e a inclusão de crianças com distúrbios de aprendizagem, 
cumpre ressaltar que muito se cogitou incorporar essas crianças 
aos programas e serviços de educação especial. Todavia, as leis 
atuais que versam sobre a educação especial tratam da inclusão 
apenas de pessoas com deficiências físicas, sensoriais, motoras 
ou cognitivas, deixando de fora aquelas que não manifestam tais 
deficiências.
Assim, fica claro que as autoridades brasileiras decidiram 
seguir com a ideia de desvincular as pessoas com deficiência da-
quelas que possuem distúrbios de aprendizagem. Entretanto, não 
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foi considerado que este segundo grupo também possui dificulda-
des e obstáculos em seu processo de aprendizagem, de modo que 
também necessitam de atenção especial e de recursos pedagógi-
cos diferenciados dos alunos típicos.
É preciso ter em mente que designar um aluno para a edu-
cação especial não é limitá-lo ou rotulá-lo, mas, sim, dar a ele a 
chance de superar as barreiras e os obstáculos que o distúrbio de 
aprendizagem lhe impõe, de forma a observar suas necessidades 
e auxiliá-lo a aprender de acordo com o seu próprio ritmo.
Escola inclusiva
Ao adotar o título de “escola inclusiva”, é importante com-
preender que os profissionais que nela atuam devem ter o trei-
namento adequado para compreender e auxiliar o ritmo de cada 
aluno em seu processo de aprendizagem real, respeitando e tra-
balhando cada uma de suas limitações e incentivando-o sempre 
que possível.
A escola precisa oferecer os recursos pedagógicos e didá-
ticos necessários para acompanhar o aluno, independentemente 
de sua dificuldade ou distúrbio de aprendizagem, não permitindo 
que este seja negligenciado por possuir um tempo de aprendiza-
gem diferenciado dos alunos típicos. 
Assim, tais alunos não podem ser segregados dos demais, 
mas, sim, devem ser incluídos em todas as atividades, recebendo 
atenção especial sempre que necessário, para a realização do pro-
cesso de aprendizado.
57TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Imagem 1.23 – Adoção de diversos recursos pedagógicos para a realização da aprendizagem
Fonte: Freepik.
Quando tratamos de dificuldades e transtornos de apren-
dizagem, devemos entender que os professores, pedagogos, 
psicólogos e todos os envolvidos devem fornecer todas as con-
dições, recursos e procedimentos pedagógicos necessários, além 
do atendimento psicológico individual e atenção diferenciada para 
se compreender a necessidade de cada criança e, assim, poder 
realmente auxiliá-la.
O processo de diagnóstico e identificação de transtornos 
de aprendizagem deve ser realizado de maneira atenta e por uma 
equipe multidisciplinar, já que muitos distúrbios possuem caracte-
rísticas semelhantes, e a identificação correta é de extrema impor-
tância para que os cuidados adequados sejam realizados.
Promover a educação especial é essencial para que o alu-
no consiga se desenvolver em plenitude e sem quaisquer entraves 
decorrentes de suas limitações e, principalmente, das limitações 
impostas pelo sistema de ensino tradicional.
58 TRANSTORNOS E DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM
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Educação inclusiva e legislação
Atualmente, a Lei n.º 14.254/2021 é a lei específica que 
trata sobre o acompanhamento integral de alunos que possuam 
dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), 
entre outros distúrbios de aprendizagem. Assim, destacamos que 
os arts. 1º e 2º da lei em questão determinam que (grifo nosso):
Art. 1º  O poder público deve desenvolver e 
manter programa de acompanhamento inte-
gral para educandos com dislexia, Transtor-
no do Deficit de Atenção com Hiperatividade 
(TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem.
Parágrafo único. O acompanhamento integral 
previsto no caput deste artigo compreende a 
identificação precoce do transtorno, o enca-
minhamento do educando para diagnóstico, 
o apoio educacional na rede de ensino, bem 
como o apoio terapêutico especializado na 
rede de saúde.
Art. 2º As escolas da educação básica das re-
des pública e privada, com o apoio da família 
e dos serviços de saúde existentes, devem 
garantir o cuidado e a proteção ao educando 
com dislexia, TDAH

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