A CRISE DO CAFÉ

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A CRISE DO CAFÉ 
Alberto Carlos T. de Moura 
Em 1929 acontece a maior crise econômica da história norte americana e do 
capitalismo. Teve seu inicio com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, Sendo a 
maior crise econômica da história do capitalismo que foi causada pela superprodução, a falta 
de regulação da economia, o elevado excesso de crédito e por muita especulação. 
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929 milhares de 
empresas faliram e milhões de trabalhadores ficaram desempregados. 
O café era o principal produto do Brasil que foi afetado com a crise, pois era produzido 
principalmente para ser exportado. 
A CONTRIBUIÇÃO DO CAFÉ PARA A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 
A historiografia nos mostra que o ciclo cafeeiro foi muito importante para o país quando 
a economia brasileira ainda era agroexportadora. No século XIX e inicio do século XX 
o Brasil era o maior produtor café no mundo, suas plantações estenderam-se pelo 
sudeste do país, mais especificamente em São Paulo, o maior estado produtor, e no 
norte do Paraná. Este produto revolucionou os modos de produção e a força de trabalho 
da época, a qual passou da escravidão para trabalhadores assalariados e muito 
contribuiu para o desenvolvimento das primeiras ferrovias no país, foi responsável 
também pela formação do comércio interno com a criação de bancos e, empregou 
muitos imigrantes europeus em suas plantações. O café, adquirindo em grande parte no 
mercado externo, contribuiu muito para o aumento das exportações. Com esse processo, 
abriu-se caminho para o mercado interno, ou seja, o desenvolvimento do comércio nas 
regiões produtoras de café. As indústrias surgiram para abastecimento do comércio 
local. Por muito tempo o capital cafeeiro era reinvestido na produção, através dos 
grandes fazendeiros, os quais eram dominantes do mercado. Desta forma, a oferta de 
café era muito extensa, e a busca nem sempre. O café passou por algumas crises, como 
a Primeira Guerra Mundial, geadas e pragas, entre outras. Porém logo superou e 
encontrou novo mercado, e dando continuidade a sua produção. Mas foi no final da 
década de 1920 que a demanda de café reduziu-se de forma significativa e começou a 
encontrar problemas para ser vendido no mercado internacional. A produção de café era 
muito maior que a procura suficiente para suprir toda a produção. Então coube ao 
governo interferir no mercado, comprando parte da produção, ou destruindo ainda nas 
plantações. A crise piorou em 1929, com a quebra da bolsa de Nova Iorque. A economia 
mundial entrou em crise. O café não encontrava mais mercado para venda. As 
exportações diminuíram. Logo, o dinheiro para importar produtos, máquinas e 
equipamentos consumidos pela população, estava cada vez mais escasso. Foi então que 
o Brasil sentiu a necessidade de industrializar-se produzindo seus próprios meios de 
consumo. A industrialização já havia começado no Brasil ao final do século XIX, porém 
as indústrias existentes eram pequenas e sem muitas condições de prosperidade. 
Os fazendeiros decidiram investir o dinheiro, não só no café, mas também na indústria, 
como prevenção de risco. E quando a crise chegou parte do capital cafeeiro, foi 
destinado à industrialização do país. 
O ciclo do café teve uma grande importância que vai além das questões econômicas. Ele 
mudou a geografia e a demografia do país, inspirando a estrutura social, política e 
cultural do Brasil. A expansão para o Oeste Paulista, a construção de malhas 
ferroviárias e o surgimento de novas classes sociais foram elementos importantes na 
formação da identidade nacional brasileira. É importante destacar que no senário 
externo a uma solidificação da malha ferroviária como um símbolo do progresso além 
das grandes somas de investimentos no mundo feito pela Inglaterra, cujos interesses 
estavam voltados para a expansão de um mercado consumidor das novas tecnologias da 
Revolução Industrial. 
O transporte foi um dos ramos em que o café colaborou em seu desenvolvimento. Uma 
das maiores contribuições foi às construções das ferrovias, principal meio de transporte 
para escoamento da produção cafeeira na época. A partir das vias férreas foram 
desenvolvidas infraestruturas necessárias para o capitalismo, especialmente para repor 
na região cafeeira. A construção e o desenvolvimento das ferrovias no Brasil ganharam 
importância devido ao ciclo do café. O transporte no início das plantações era feito em 
rodovias através das mulas, as quais traziam o café do interior aos portos para 
escoamento. Porém com o aumento da produção para exportação, as mulas não tinham 
como carregar o produto por maiores extensões de terras. "Em 1854, inaugurava-se à 
primeira estrada de ferro do Brasil, o pequenino trecho de Mauá á Raiz da Serra da 
Estrela, fruto da iniciativa do grande Irineu de Souza, visconde de Mauá" (TAUNAY, 
1945 p.101). As construções das estradas de ferro baratearam o transporte, pois com os 
trens era mais barato o escoamento da produção ao invés do transporte com as mulas. 
As estradas de ferro em sua maioria foram construídas com capital nacional do 
complexo cafeeiro, e dirigidas por companhias organizadas pelos próprios fazendeiros 
de café. As ferrovias diminuíram os custos para os cafeicultores, tornando-se uma 
atividade com alta lucratividade. Com as estradas de ferro, no início da industrialização 
brasileira, foram instaladas oficinas e pequenas indústrias de construção de maquinário 
e peças para os trens, reparo e treinamento de mão de obra especializada. 
CONCLUSÃO O presente trabalho teve como foco central à relevância do café como 
principal produto brasileiro para intensificar o processo de industrialização do país. O 
café foi um dos produtos mais importantes para a história brasileira, pois ele foi 
responsável pelas grandes exportações realizadas em um grande período da economia 
brasileira, trazendo grandes oportunidades para investimento de capital. O café foi um 
dos ciclos que melhor se adaptou ao clima e a região centro-sul do Brasil, levando o 
país a ser o maior produtor mundial de café. Esta classificação trouxe muitos benefícios 
para o país, o qual passou inserir-se no mercado internacional. O café foi um grande 
responsável pela quantidade de investimentos internos feitos no Brasil ainda no final do 
século XIX, como a mudança nos meios de transportes pela construção das estradas de 
ferro, deslocamento de mão de obra, entrada de imigrantes, o fim da escravidão, início 
do trabalho assalariado e a formação de um mercado consumidor interno. Com todas 
estas características o complexo cafeeiro pode transferir recursos para a formação do 
setor industrial. As indústrias que surgiram ao redor da produção cafeeira eram 
pequenas, e destinadas ao mercado interno, pois não possuíam tecnologia suficiente 
para competirem no mercado internacional. Muitas indústrias se desenvolveram no 
início do século XX com a contribuição do capital cafeeiro, mas não só deste, pois 
também os imigrantes investiam seu dinheiro em indústrias locais. Quando o café 
atravessava por crises, ou simplesmente para diversificar seus investimentos, os 
cafeicultores transferiam recursos para outras áreas da economia. Esses investimentos 
eram feitos principalmente nas indústrias locais. Dessa forma, lentamente, iniciou-se o 
período industrial brasileiro. 
REFERENCIAS 
 
https://escolakids.uol.com.br/historia/crise-de-
1929.htm#:~:text=Foi%20causada%20pela%20superprodu%C3%A7%C3%A3o%2C%20falta,mil
h%C3%B5es%20de%20trabalhadores%20ficassem%20desempregados. 
 
https://www.historiaeparcerias2019.rj.anpuh.org/resources/anais/11/hep2019/1570506948_
ARQUIVO_a89b0c56a86e849681f0dadd28f1ab13.pdf 
 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/economia-cafeeira.htm 
 
Livro: História da América Contemporânea - FACAP 
 
Prof.ª Mariana Escher Toller 
Aluno: Alberto Carlos T. de Moura 
https://escolakids.uol.com.br/historia/crise-de-1929.htm#:~:text=Foi%20causada%20pela%20superprodu%C3%A7%C3%A3o%2C%20falta,milh%C3%B5es%20de%20trabalhadores%20ficassem%20desempregadoshttps://escolakids.uol.com.br/historia/crise-de-1929.htm#:~:text=Foi%20causada%20pela%20superprodu%C3%A7%C3%A3o%2C%20falta,milh%C3%B5es%20de%20trabalhadores%20ficassem%20desempregados
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https://brasilescola.uol.com.br/historiab/economia-cafeeira.htm