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UNIFACP CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PAULÍNIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA LUCAS ANDERSON MARINHO FIGUEIRÔA OS PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO EM IDOSOS: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE PAULÍNIA - SP 2022 LUCAS ANDERSON MARINHO FIGUEIRÔA OS PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO EM IDOSOS: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Farmácia do Centro Universitário de Paulínia - UNIFACP como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Farmácia. Orientador: Ms.Prof. Priscila Torres PAULÍNIA - SP 2022 LUCAS ANDERSON MARINHO FIGUEIRÔA OS PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO EM IDOSOS: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Farmácia do Centro Universitário de Paulínia - UNIFACP como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Farmácia. Aprovado em _____ / _____ / __________ BANCA EXAMINADORA Professor: Ms. Marcelo Datti (Professor orientador - TCC) Professora: Ms. Maria do Carmo Santos Guedes AGRADECIMENTOS A Deus, que me deu uma força incrivel e coragem para vencer todas as barreiras enfrentadas durante o curso, que me socorreu espiritualmente, dando- me muita vontade de vencer. A minha amada falecida avó Izete, que sempre esteve comigo me guiando e insentivando em todos os momentos da minha vida. A minha mãe, minha filha, esposa e irmãs, com eles compartilho a concretização deste trabalho que é para mim uma obra de arte. A professora priscila Torres, minha orientadora, e ao professor Marcelo Datti, por ter acreditado na possibilidade da realização deste trabalho, pelo seu empenho e encorajamento, pela total disponibilidade e sugestões que foram muito preciosas para a realização desta manografia. A todos dessa instituição (UNIFACP) que permitiram que eu chegasse onde estou. Meus colegas de sala que foram companheiros. “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.” Hipócrates LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABIFARMA - Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária AVC – Acidente Vascular Cerebral FIP – Federação Internacional dos Farmacêuticos IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica MS – Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial de Saúde PRM - Problemas Relacionados com Medicamentos SINTOX – Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas SOCESP - Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo RESUMO Automedicação é a ingestão de medicamentos que não foram prescritos, e que o paciente por conta própria define qual deverá usar. Esse método arriscado pode esconder sintomas de doenças mais graves e gerar danos à saúde. Pessoas idosas consomem mais medicamentos que outros grupos, portanto mais probabilidade de fazer uso inconsciente dessas substancia. Esse estudo tem como objetivo mostrar fatores associados à prática da automedicação em idosos da cidade. O estudo acerca do tema exposto trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo, envolvendo a revisão bibliográfica para se alcançar este objetivo. Os dados coletados mostraram a falta de controle sobre a aquisição de medicamentos por idosos, o que beneficia consequências danosas que a automedicação propicia. Palavras-chave: Automedicação. Idosos. Saúde. Farmacêutico. ABSTRACT Self-medication is the ingestion of medication that has not been prescribed, and that the patient decides on his own which he should use. This risky method can hide symptoms of more serious diseases and cause health damage. Elderly people consume more drugs than other groups, therefore more likely to make unconscious use of these substances. This study aims to show factors associated with the practice of self-medication in elderly people in the city. The study on the above theme is a descriptive research of qualitative character, involving the bibliographic review to achieve this objective. The data collected showed the lack of control over the acquisition of medicines by the elderly, which benefits the harmful consequences that self-medication provides. Keywords: Self-medication. Elderly. Health. Pharmacist. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................... 11 1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA................................................................... 12 1.2.1 Objetivo geral................................................................................... 12 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................... 12 2 METODOLOGIA ............................................................................................ 13 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 13 2.2 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DE PESQUISA E SUJEITO DA PESQUISA .................................................................................................... 13 2.3 COLETA DE DADOS ............................................................................... 13 2.4 MÉTODO DE ANÁLISE ........................................................................... 13 3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 13 3.1 AUTOMEDICAÇÃO ................................................................................. 14 3.2 O USO DE FÁRMACOS PELOS IDOSOS............................................... 15 3.3 OS IDOSOS E AS DOENÇAS CRÔNICAS ............................................. 16 3.3.1 Hipertensão ....................................................................................... 17 3.3.2 Diabetes Mellitus ............................................................................... 18 3.4 REAÇÕES ADVERSAS NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS . 19 3.5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM IDOSOS .................................. 20 3.6 O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS .............................................. 20 3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO COM A AUTOMEDICAÇÃO ................. 22 4 RESULTADO E DISCUSSÃO ....................................................................... 23 4.1 PRM............................................................................................................ 24 4.2 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO IDOSO ....................................... 25 5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 29 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 31 10 1 INTRODUÇÃO A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Federação Internacional dos Farmacêuticos (FIP) definem a automedicação como a prática pela qual as pessoas selecionam e usam medicamentos para tratar sintomas ou pequenos problemas de saúde assim reconhecidos pelosmesmos. Segundo Chaves (2014), a automedicação é identificada como uma atitude tomada pelo indivíduo na utilização de um medicamento, que acredita no tratamento favorável de tal sintoma, ou alívio do mesmo. Muitas pessoas para economizarem em consultas médicas e em exames clínicos preferem recorrer à automedicação, mesmo sabendo que a ingestão de medicamentos à base de indicação de balconistas da farmácia, de amigos, de vizinhos etc. Ou que os sintomas são de uma doença que já tem conhecimento ou que já teve é perigoso. Essa conduta, em geral sai mais cara, pois os medicamentos adquiridos podem causar doenças, mascarar sintomas ou até mesmo ter efeitos colaterais danosos. (AMORIM, 2021). A automedicação encontra-se em crescimento sendo favorecida pela variedade de produtos farmacêuticos que são colocados no mercado e pela publicidade que os cerca. Facilmente podemos adquirir medicamentos sem a apresentação de uma receita médica, apesar de precisarem de prescrição. Em alguns países, em especial os países subdesenvolvidos a automedicação está sendo considerada uma necessidade, e inclusive de função complementar aos sistemas de saúde. (BUENO, 2017). O uso irracional de medicamentos, sem nenhuma orientação médica, ou através de um profissional leigo, gera uma má qualidade de vida para o paciente, que tem em vista uma melhora instantânea. (MOYSÉS, 2022). O Brasil ocupa o primeiro lugar da América Latina na utilização de medicamentos sem prescrição médica ou orientação farmacêutica, ocupando a quinta posição do consumo mundial de automedicação (PAIM, et al., 2016). A ingestão de medicamentos por pessoas mais velhas tem como resultado um equilíbrio entre risco e benefício. Dessa forma, os mesmos medicamentos que podem aumentar o tempo de vida do idoso podem também afetar a sua qualidade de vida. (CARDOVA, 2019). 11 Devido aos riscos das doenças crônicas, o papel do farmacêutico no controle da automedicação em idosos deve ser de grande destaque, para orientar a farmacoterapia de modo benéfico ao organismo. (CARVALHO; SENA, 2017). 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA Nos idosos, a média de medicamentos utilizados é habitualmente elevada, podendo variar entre três a sete medicamentos por pessoa. Entretanto, há indícios de que as taxas de automedicação entre os idosos são menores do que aquelas encontradas na população em geral (VERNIZI; SILVA, 2014). Ademais, a população idosa apresenta peculiaridade em relação ao uso de medicamentos. Alterações da massa corporal, com diminuição da proporção de água, diminuição das taxas de excreção renal e do metabolismo hepático, tendem a aumentar as concentrações plasmáticas dos medicamentos, incrementando as taxas de efeitos tóxicos (OLIVEIRA, et al, 2016). No Brasil, estudos populacionais sobre o consumo de produtos farmacêuticos evidenciam que o uso dos mesmos aumenta com a idade, tanto em pequenos povoados do interior como em grandes centros urbanos. O número médio de produtos oscila entre 2,0 e 3,24 (COSTA, 2015). Do ponto de vista farmacológica, há duas hipóteses para as causas do aumento das reações adversas com a idade. A hipótese farmacocinética propõe que o declínio do metabolismo e da eliminação que ocorrem com o envelhecimento são responsáveis pelas respostas farmacológicas exageradas dos idosos (SANTOS; DIAS; MARTINS, 2021). Segundo a hipótese farmacodinâmica, alterações na qualidade e ou na quantidade dos receptores aos fármacos podem contribuir para o aumento da sensibilidade do idoso aos fármacos (SILVA et al, 2015). A concentração plasmática do fármaco livre ou seus metabólitos ativos é o fator primário que determina a intensidade de sua ação. Embora o aumento do tempo de vida média plasmática de muitos fármacos relacionado a idade esteja bem documentado e se expresse na sua eliminação reduzida, a disposição deles envolve várias funções, incluindo absorção, distribuição, metabolismo e excreção. (TAVARES, 2019) 12 O ideal seria que as pessoas não se automedicassem, uma vez que a vida saudável não está no balcão da farmácia, mas sim, nos cuidados de higiene pessoal e ambiental, hábitos sadios e qualidade de vida. A prática de esportes, caminhadas, alimentação balanceada, lazer e descanso dão mais sabor e qualidade à vida humana do que qualquer remédio (INSTITUTO MÁRIO ROMAÑACH, 2012). A medicação quando usada corretamente é de suma importância para manter um equilíbrio funcional do organismo, e seu uso desordenado coloca em risco a qualidade de vida e bem estar dos indivíduos. A falta de orientação por profissionais, quanto ao uso correto da medicação implica em resultados inesperados (SILVA et al, 2021). O desenvolvimento da presente pesquisa resulta de uma preocupação com a automedicação na terceira idade, já que grande parte dos idosos reside com companheiro ou são viúvos (moram sozinhos), não são alfabetizados e são, na maioria das vezes, assistidos por familiares e vizinhos, tendo em vista as peculiaridades desse grupo populacional, tais como: • O uso incorreto dos fármacos para prática de automedicação; • Desconhecimento dos danos causados pela prática da automedicação; • Dificuldade de locomoção, diminuindo o acesso a hospitais e postos médicos, consequentemente, reduzindo o fluxo de consultas médicas. 1.2. OBJETIVOS DA PESQUISA 1.2.1 Objetivo geral • Investigar as características da automedicação pela população da terceira idade. 1.2.2 Objetivos específicos • Identificar os meios que essa população adquire os medicamentos; • Identificar possíveis problemas ocasionados pela automedicação; • Avaliar as medidas de proteção contra a automedicação. 13 2 METODOLOGIA 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA O estudo acerca do tema exposto será uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo, envolvendo a revisão bibliográfica para se alcançar os objetivos propostos neste trabalho. Segundo Amaral (2017), a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo o trabalho científico que influenciará todas as etapas demais etapas, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho, ou seja, consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações que possam dar explicações sobre o tema e favorecer o alcance dos objetivos propostos. 2.2 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DE PESQUISA E SUJEITO DA PESQUISA Foram utilizadas as bases de dados Google Acadêmico, Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). As bases de dados foram escolhidas pela sua grande abrangência de estudos. 2.3 COLETA DE DADOS O levantamento de dados ocorrerá no período de janeiro de 2022 a julho de 2022, utilizando-se as seguintes bases de dados: Google Acadêmico, SciELO a partir da questão norteadora: quais são os riscos da automedicação e os efeitos colaterais da má administração de alguns medicamentos ressaltando na saúde da população idosa? Os descritores/palavras chaves utilizados serão: Saúde do Idoso, Automedicação AND Assistência Farmacêutica. 2.4 MÉTODO DE ANÁLISE Foram escolhidos os artigos que atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos: artigos científicos completos, disponíveis na íntegra, publicados em periódicos nacionais e internacionais, no idioma português. 14 Por fim, foi realizada à análise bibliográfica para caracterização dos estudos selecionados. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 AUTOMEDICAÇÃO A automedicação é uma forma comum de auto atenção à saúde, consistindo no consumo de um produto, com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidos, ou mesmo de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional. Para tal, podem ser utilizados medicamentos industrializados ou remédios caseiros. (NASCIMENTO,VALADÃO, 2013). Para Amorim (2021), este consumo elevado de medicamentos pelos brasileiros pode ser atribuído a vários fatores. O principal é o fator cultural, o hábito da população de se automedicar. Outro fator é a inacessibilidade e ineficiência dos setores públicos e privados para a população com baixo poder aquisitivo. As pessoas não conseguem marcar consultas na rede pública e a rede privada cobra valores exorbitantes para uma simples consulta. Assim, o balcão da farmácia acaba virando consultório médico. Além disso, a propaganda exagerada e a não obediência à legislação incentivam e facilitam o consumo de medicamentos por conta própria (REGINA et al, 2015) O cardiologista e presidente da regional da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), da regional de Marília, Paulo Celso dos Santos Gomes (2013), afirma que quando o indivíduo ingere remédios sem orientação de um especialista existe o risco de que a situação piore, podendo o paciente morrer ou que precise ficar internado. O especialista alerta sobre cuidados de se automedicar com anti-inflamatórios, como o diclofenaco que aumenta o risco de morte vascular que além de elevar a pressão arterial faz com que ocorra irritação no estômago caso o uso seja de antibióticos o cuidado deve ser redobrado, podendo haver uma resistência maior de microrganismos causadores da doença. Os diuréticos também são usados de forma 15 indiscriminada por muitos pacientes, e podem causar desidratação ou até insuficiência renal. (GOMES, 2013). Um estudo sobre farmácia caseira observou que 97% das residências visitadas possuíam pelo menos um medicamento estocado, e o número de medicamentos estocados variou de 1 a 89 itens (média de 20 itens por residência). Cerca de 55% dos medicamentos em estoque foram adquiridos sem prescrição médica. Do total, 25% estavam vencidos e destes, 24% continuavam sendo utilizados (PEREIRA, 2019). Nos registros mais recentes do Sistema Nacional de Informações Tóxico- Farmacológicas (SINITOX), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2016, foram apurados no Brasil 80.082 casos de intoxicação, sendo 27.261 provocados por medicamentos, o que corresponde a 34% do total. Esse número é cerca de 20% superior ao da pesquisa realizada uma década antes, quando foram computados 22.552 casos desse tipo. 3.2 O USO DE FÁRMACOS PELOS IDOSOS A proporção de idosos vem crescendo mundialmente e não é diferente no Brasil, conforme dados do Censo 2022 do IBGE, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais corresponde a 14,7% da população. Em números absolutos, esse grupo etário passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões, crescendo 39,8% no período. Segundo o levantamento Conta-Satélite de Saúde, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o gasto das famílias brasileiras com medicamentos alcançou a marca de R$122,7 milhões em 2019. Mais de um quarto dos medicamentos é prescrito para idosos, que representam menos de 15% da população. Consomem, proporcionalmente, cerca de três vezes mais medicamentos que os indivíduos mais jovens, pois um grande número deles sofre de vários problemas de saúde ao mesmo tempo. Ao contrário dos jovens, estes medicamentos são, em sua maioria, de uso crônico. O uso simultâneo de múltiplos fármacos (polifarmácia) é a regra, ao invés de exceção, o que predispõe à ocorrência de interações medicamentosas. Aproximadamente 9% dos problemas ocorrentes em indivíduos com 65 anos ou mais se referem a alterações fisiológicas, reações atípicas a fármacos, prescrições 16 inadequadas e não observância adequada dos esquemas terapêuticos contribuem para a maior toxicidade medicamentosa no idoso, sendo que 29,2% desses são suspeitas de reação adversa a medicamentos (VERNIZI; SILVA, 2016). O uso simultâneo de múltiplos fármacos, isto é, a polifarmácia, é a regra, ao invés de exceção, o que predispõe à ocorrência de interações medicamentosas (MOURA, 2014). Apesar de não existir um consenso sobre qual número expresse polifarmácia, ela tem sido definida, basicamente, de duas formas: como o uso concomitante de fármacos, medida por contagem simples dos medicamentos ou como a administração de um maior número de medicamentos do que os clinicamente indicados, avaliada nas revisões clínicas, usando critérios específicos (BUENO, 2017). Segundo Rocha (2014) considera que mais de 50% dos medicamentos são prescritos ou dispensados de forma inadequada e que 50% dos pacientes tomam medicamentos de maneira incorreta levando a alto índice de morbidade e mortalidade. Acrescenta que os tipos mais comuns de uso irracional de medicamentos estão relacionados às pessoas que utilizam polifarmácia, ao uso inapropriado de antibiótico e de medicamento injetável, a automedicação e a prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas. O fato é que o uso de medicamentos entre os idosos assume, cada vez mais, inegável importância como estratégia terapêutica para compensar as alterações sofridas com o processo de envelhecimento ou visando controlar doenças crônicas bastante frequentes na terceira idade, mesmo que outras formas de cuidado sejam incorporadas (AZEVEDO, 2014) 3.3 OS IDOSOS E AS DOENÇAS CRÔNICAS As doenças crônicas são definidas como afecções de saúde que acompanham os indivíduos por longo período de tempo, podendo apresentar momentos de piora (episódios agudos) ou melhora sensível (SANTOS, 2018). De acordo com o Jornal O Tempo (2013), quando se fala de doenças crônicas relacionadas à população idosa, os estudos se referem principalmente à hipertensão arterial. Mas outras doenças também são preocupantes como a diabetes, as doenças 17 cardíacas, as doenças pulmonares crônica, às doenças mentais, como depressão e demências, as doenças articulares, como artrite e artrose, e as quedas. 3.3.1 Hipertensão Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, mais de 38,1 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais sofrem de hipertensão. O número equivale a 23,9% da população dessa faixa etária, e é 2,5 pontos percentuais maior do que o registrado em 2013. O Ministério da Saúde (2019) divulgou uma estimativa realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia aponta que apenas cerca de 72% dessa população faz regularmente o devido acompanhamento e segue corretamente as orientações feitas pelos médicos. Atualmente, a hipertensão é uma das principais causadora de morte no mundo, cerca de 7,6 milhões de pessoas, no mundo todo, morrem desta doença devido às suas complicações como AVC, infarto, entre outras. No Brasil, ela é responsável por 200.000 mortes ao ano (OMS, 2019). A hipertensão tem como sintomas: dores no peito e na cabeça (enxaqueca), tonturas, fraqueza no corpo, visão embaçada e sangramento nasal. O diagnóstico de um paciente é feito pela medida de sua pressão. A pressão alta pode ser separada em três estágios, definidos por níveis de pressão arterial. Esses números, somados a condições relacionadas que o paciente venha a ter, como diabetes ou histórico de AVC, determinam se o risco de morte cardiovascular do paciente é leve, moderado, alto ou muito alto (RODRIGUES, 2017) Tabela 1 - Classificação da pressão arterial sistólica e diastólica. Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019. 18 De acordo com Pena. et al (2016) a pressão alta não tem cura, mas existe tratamento para ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, que depende das morbidades e medidas da pressão. É importante ressaltar que nem sempre são utilizados medicamentos para o tratamento da hipertensão. Segundo Costa (2015), a medicação em idades mais avançadas merece uma preocupação mais extensa e intensiva dos profissionais da saúde por haver a ocorrência de doenças degenerativas e até mesmomentais, sendo assim a hipertensão arterial pode surgir como um grande problema, diminuindo drasticamente a sua qualidade de vida. Raissa Cândido (2014) afirma que a doença cardiovascular está entre a mais atingida em idosos, entre elas estão o HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), doença coronariana, insuficiência cardíaca crônica e fibrilação atrial crônica. Consequentemente, os remédios para estes tipos de doença estão no topo do índice de medicamentos mais prescritos para idosos em razão pela qual são também responsáveis por grande parte das reações adversas sofridas por esses pacientes. 3.3.2 Diabetes Mellitus A diabetes mellitus está entre a as doenças crônicas que representam um grave problema de saúde pública pela alta prevalência no mundo e maior entre idosos, pela morbidade e por ser um dos principais fatores de risco cardiovascular e cerebrovascular (BEZERRA, 2016). O diabetes causa uma morte a cada cinco segundos em todo o mundo, totalizando 6,7 milhões de mortes em 2021, de acordo com o novo Atlas do Diabetes divulgado pela Federação Internacional de Diabetes, uma alta de 16% em apenas 2 anos. Embora a prevalência crescente de diabetes provavelmente explique esse crescente número de mortalidade, diagnósticos de melhor qualidade e mudanças nas práticas de relato também podem estar envolvidos. 19 3.4 REAÇÕES ADVERSAS NO USO DE MEDICAMENTOS POR IDOSOS O uso de medicamentos constitui-se hoje uma epidemia entre idosos, cuja ocorrência tem como cenário o aumento exponencial da prevalência de doenças crônicas e das sequelas que acompanham o avançar da idade, o poder da indústria farmacêutica e do marketing dos medicamentos e a medicalização presente na formação de parte expressiva dos profissionais da saúde (SECOLI et al, 2012). A frequência de eventos adversos relacionados aos medicamentos é maior nesta faixa etária, aumentando expressivamente de acordo com a complexidade da terapia. O risco de ocorrência aumenta em 13% com o uso de dois agentes, de 58% quando este número aumenta para cinco, elevando-se para 82% nos casos em que são consumidos sete ou mais medicamentos (SECOLI et al, 2012). Para a ONU (2012) as reações adversas por uso de medicamentos é a resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional e que ocorre em doses normalmente utilizadas no ser humano. A vulnerabilidade dos idosos aos eventos adversos relacionados a medicamentos é bastante alta, o que se deve a complexidade dos problemas clínicos, à necessidade de múltiplos agentes, e às alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes ao envelhecimento (SECOLI et al, 2012). Os idosos, de acordo com a farmacocinética clínica, possuem uma série de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos. Os efeitos tóxicos nesses pacientes podem ocorrer de maneira mais proeminente devido à diminuição das funções hepática e renal, assim como a menor quantidade de água no organismo observada nos idosos, fatores que influenciam os resultados e efeitos esperados dos medicamentos (JUNIOR; BRITO, 2013). Nesses pacientes geriátricos, o uso de medicamentos leva com frequência ao surgimento de Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM) e exige estratégias de prevenção da morbimortalidade relacionada a esses produtos (CORDOVA, 2019). O número de medicamentos em uso e a idade dos pacientes são identificados como fatores que elevam significativamente o risco de sofrer um PRM. 20 Entre as causas principais que condicionam o surgimento de um PRM em idosos estão as falhas ocorridas durante os processos de prescrição ou monetarização da farmacoterapia (NELSON et al, 2015). 3.5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM IDOSOS É comum encontrar em prescrições dosagens e indicações inadequadas, interações medicamentosas, associações e redundância – uso de fármacos pertencentes a uma mesma classe terapêutica – e medicamentos sem valor terapêutico (BISPO; GALVÃO; ABREU, 2021). Interações medicamentosas representam um problema que deve ser tratado com precaução e responsabilidade por médicos e farmacêuticos. Muitas dessas interações apresentam elevada significância clínica e devem ser absolutamente evitadas, principalmente em pacientes idosos que, de forma geral, são mais sensíveis aos efeitos terapêuticos e tóxicos dos medicamentos (TAVARES, 2019). 3.6 O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS O Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM), no âmbito do Ministério da Saúde propõe que, para o uso racional de medicamentos, é preciso, em primeiro lugar, estabelecer a necessidade do uso do medicamento; a seguir, que se receite o medicamento apropriado, a melhor escolha, de acordo com os ditames de eficácia e segurança comprovados e aceitáveis. Além disso, é necessário que o medicamento seja prescrito adequadamente, na forma farmacêutica, doses e período de duração do tratamento; que esteja disponível de modo oportuno, a um preço acessível, e que responda sempre aos critérios de qualidade exigidos; que se dispense em condições adequadas, com a necessária orientação e responsabilidade, e, finalmente, que se cumpra o regime terapêutico já prescrito, da melhor maneira possível (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). A compra indiscriminada de medicamentos é influenciada por vários fatores. Um deles é a propaganda de medicamentos que visa atingir o consumidor, que apesar de já ter sofrido no Brasil um processo de regulamentação, ainda precisa melhorar. 21 Outro fator é a propaganda que visa os prescritores, que ainda é muito agressiva, pois a indústria farmacêutica faz uma forte campanha de induzimento para a prática prescritiva. Estudos brasileiros mostram que a influência de laboratórios farmacêuticos na definição da prescrição de medicamentos e muita alta (ARAUJO et al, 2012). Os autores ainda enfatizam que outro fator que promove a compra irracional de medicamentos é a facilidade de acesso a eles. A grande quantidade de farmácias e drogarias, somando à dificuldade de se consultar com um médico, faz com que as pessoas corram vá atrás medicamentos por conta própria, sem nenhum tipo de orientação médica ou farmacêutico. Para agravar ainda mais esta situação, constatamos a utilização crescente da Internet para disseminar propaganda para os consumidores, muitas delas assumindo uma forma menos explícita já que tentam dar a impressão de que são instrumentos educativos ou de informação, objetivando promover a saúde (REZENDE, 2019). O Ministério da Saúde preocupado com este problema de saúde pública no Brasil, e atendendo a uma recomendação da OMS, criou o Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos por meio da Portaria GM/MS nº 3.221, de 09 de dezembro de 2019. Esse Comitê tem como objetivo desenvolver ações estratégicas a fim de ampliar o acesso da população à assistência farmacêutica e melhorar a qualidade e segurança na utilização dos medicamentos. De uma maneira geral, as soluções propostas para reverter ou minimizar este quadro devem passar pela educação e informação da população, maior controle na venda com e sem prescrição médica, melhor acesso aos serviços de saúde, adoção de critérios éticos para a promoção de medicamentos, retirada do mercado de numerosas especialidades farmacêuticas carentes de eficácia ou de segurança e incentivo à adoção de terapêuticas não medicamentosas (LAPA, 2014). 22 3.7 O PAPEL DO FARMACÊUTICO COM A AUTOMEDICAÇÃO O farmacêutico é o profissional capacitado para orientar educar e instruir o paciente sobre todos os aspectos relacionados ao medicamento (SILVA, 2017). Esse profissional da saúde deve saber ouvir o paciente e com as informações adquiridas saber identificar o problema de saúde, e responsabiliza-se pela indicaçãomedicamentosa fornecida. É dever de farmacêuticos a indicação de medicamentos que busquem resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do paciente (SANTOS, 2019). Segundo Vargas e Nunes (2021), existem dois objetivos do acompanhamento farmacológico: responsabilidade com o paciente para que o medicamento prescrito pelo tenha o efeito desejado e estar atento para que ao longo do tratamento as reações adversas aos medicamentos sejam as mínimas possíveis, e no caso de surgirem, que se possa resolvê-las imediatamente. A automedicação orientada pelo farmacêutico é vista atualmente como uma realidade irreversível e já é considerada como parte integrante dos sistemas de saúde. Ela permite uma maior autonomia por parte da população nos cuidados com sua própria saúde e colabora com os governos na medida em que evita um número insustentável de consultas médicas (PIEPER et al, 2003). O aconselhamento deve ser dado pelo profissional de farmácia ao paciente, informando, em casos de doenças leves, qual é o melhor medicamento a ser utilizado, ou se é melhor o encaminhamento clínico afim de que o paciente tenha tratamento adequado, dessa forma o farmacêutico contribui para que o indivíduo tenha o melhor atendimento para sua doença (MACHADO et al, 2022). Para Vargas e Nunes (2021) a atenção farmacêutica previne e soluciona problemas relacionados com medicamentos, que, se posta 100% em prática constituirá a esperança de dar sentido à profissão. 23 4 RESULTADO E DISCUSSÃO Embora o uso de medicamentos seja uma questão relevante em todas as faixas etárias, as pesquisas sobre o assunto têm se dedicado, com frequência, ao paciente idoso, em decorrência das peculiaridades desse grupo etário. Os idosos, de acordo com a farmacocinética clínica, possuem uma série de alterações que interferem diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e eliminação dos medicamentos. Os efeitos tóxicos nesses pacientes podem ocorrer de maneira mais proeminente devido à diminuição das funções hepática e renal, assim como a menor quantidade de água no organismo observada nos idosos, fatores que influenciam os resultados e efeitos esperados dos medicamentos. Os pacientes idosos são os principais consumidores e os maiores beneficiários da farmacoterapia (MARQUES et al, 2020). O estudo da farmacologia tem mostrado que o organismo de cada indivíduo responde de forma diferenciada à administração de um determinado medicamento. Desta forma, para estabelecimento de um plano terapêutico medicamentoso, é imprescindível a avaliação detalhada da condição de saúde-doença do paciente, bem como o completo entendimento da patologia a ser tratada. Para idosos, a prescrição ainda é mais peculiar, pois nesses pacientes as reações adversas aos medicamentos são mais frequentes, em alguns casos, mais severas (principalmente aqueles com idade acima de 80 anos) que em pacientes adultos, podendo levá-los à hospitalização (SANTOS, et al., 2012). Esse grupo etário consiste no segmento social mais medicamentado, chegando a constituir mais de 50% dos usuários de múltiplos medicamentos. A maioria dos idosos consome pelo menos um medicamento e cerca de um terço fazem uso de cinco ou mais simultaneamente. A média de medicamentos utilizados entre os idosos brasileiros varia entre dois e cinco princípios ativos simultaneamente, dependendo de sua condição socioeconômica e do seu estado de saúde. Os grupos farmacológicos mais consumidos normalmente consistem naqueles utilizados para o tratamento das doenças crônicas mais prevalentes na terceira idade, podendo-se destacar os cardiovasculares, os antirreumáticos e os analgésicos (JUNIOR; BRITO, 2013), como pode ser visto no quadro 1. 24 Tabela 1- Grupo dos medicamentos mais prescritos e consumidos pela população idosa Grupo de medicamentos por categorias terapêuticas Subcategorias 1- Cardiovascular Anti-hipertensivos, diuréticos, cardioterápicos 2- Sistema nervoso Psicoterápicos, benzodiazepínicos, analgésicos de ação central 3- Metabolismo Hipoglicemiantes, vitaminas e minerais 4- TGI Laxativos, antiulcerosos 5- Musculoesquelético Anti-inflamatórios não hormonais, relaxantes musculares Fonte: Adaptado de Júnior e Brito, 2013. 4.1 PRM Problemas relacionados com medicamentos (PRM) são problemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, devidos à farmacoterapia que, provocados por diversas causas, conduzem ao não alcance do objetivo terapêutico ou ao aparecimento de efeitos não desejados (SOUZA, et al., 2018). Em razão das alterações fisiológicas próprias da idade, os idosos apresentam maior risco de desenvolver reações adversas, as quais são responsáveis por 10 a 30% das internações evitáveis. Muitos desses eventos, decorrentes de reações adversas, podem constituir problemas previsíveis em pacientes idosos, em especial depressão, constipação, quedas, imobilidade, confusão e fraturas ósseas, resultantes do uso de determinadas classes farmacêuticas (NASCIMENTO, et al., 2019). A partir dos 60 anos de idade, a polifarmácia e o uso de medicamentos inadequados continuam sendo problemas comuns, que se agravam nas idades mais avançadas e quanto piores forem às condições de saúde. Nos últimos anos, ganha destaque a discussão sobre a ocorrência de Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM) e sua representatividade enquanto fator de risco que gera morbidade e mortalidade, inclusive entre idosos. 25 Entre as causas principais que condicionam o surgimento de um PRM em idosos estão às falhas ocorridas durante os processos de prescrição ou monitorização da farmacoterapia (ALVES, et al., 2012). Adicionalmente, na prescrição medicamentosa para pacientes idosos, a avaliação do risco/benefício da farmacoterapia deve ser considerada, pois há fármacos que podem causar reações adversas maiores do que o benefício que produzem. Estudos alertam para o uso de benzodiazepínicos, antidepressivos tricíclicos, anti- inflamatórios não-esteroidais, antiagregantes plaquetários, anti-histamínicos, anti- hipertensivos, e hipoglicemiantes orais. Os autores classificam estes grupos como potencialmente impróprios para os idosos por possuírem baixo índice terapêutico, podendo conduzir facilmente a quadros de intoxicação, ou seja, medicamentos são pouco seguros para esses pacientes, devendo ser evitados (SECOLI et al, 2012). Entre as causas principais que condicionam o surgimento de um PRM em idosos estão as falhas ocorridas durante os processos de prescrição ou monitorização da farmacoterapia. Sabe-se, ainda, que a prescrição médica tem forte influência sobre o modo como essa população utiliza os medicamentos, inclusive no que diz respeito à automedicação (ALVES, et al., 2012). 4.2 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NO IDOSO Uma interação ocorre quando um medicamento influencia a ação de outro. A gravidade, prevalência e possíveis consequências das interações medicamentosas estão relacionadas a variáveis como condições clínicas dos indivíduos, número e características dos medicamentos. Esses fatores são agravados pelo mau uso não intencional que ocorre devido a problemas visuais, auditivos e de memória que são característicos do envelhecimento humano, portanto, presentes em graus variáveis nos idosos (SECOLI et al, 2012). Sabe-se que as alterações fisiológicas que ocorrem no idoso, devido ao processo de envelhecimento, podem interferir na farmacocinética dos medicamentos e, portanto, na ação destes bem como toxicidade. As alterações fisiológicas mais frequentes nos idosos são redução do fluxo sanguíneo, redução do peso corporal, redução das atividades enzimáticas no fígado, perda da capacidade de reserva 26 funcional de órgãos vitais, a deterioração do controle homeostático e alteração na velocidade e extensão de metabolizaçãodo fármaco (SANTOS et al., 2012). Deste modo, idosos representam o grupo mais vulnerável, visto que a maioria das interações medicamentosas ocorre através de processos que envolvem a farmacocinética e/ou farmacodinâmica do medicamento (SECOLI et al, 2012). Cerca de 10% das interações resultam em eventos clínicos significativos, conforme apresentado no quadro 2, sendo a morbidade observada no idoso frequentemente de baixo nível (SECOLI et al., 2012). Tabela 2 - Interações medicamentosas potenciais e respectivos desfechos Fonte: SECOLI et al, 2012 Estudos sugerem que os idosos recebam farmacoterapia individualizada, uma vez que as alterações fisiológicas, as patologias, influências ambientais e genéticas, são variáveis que interferem diferentemente nos aspectos farmacocinéticos e farmacodinâmicos, contribuindo para a ocorrência de interações. 27 Além disso, pacientes graves não raramente são portadores de insuficiência renal e/ou hepática, o que também favorece o desenvolvimento de várias interações, posto que a incidência das mesmas varia entre 3 a 5% nos pacientes que recebem poucos medicamentos e até 20% nos que recebem de 10 a 20 medicamentos (CASTRO, 2014). Muitos idosos tomam os medicamentos sem saber a razão. Dentre os motivos podem estar o desconhecimento do diagnóstico, não entendem a terminologia médica usada pelo prescritor ou falta de orientação pela equipe multiprofissional, o que acarreta em maior probabilidade de reações adversas medicamentosas e interações medicamentosas (LUIZ et al., 2016). 4.3 PREVENÇÃO E CONTROLE Sabendo-se que a farmacologia é uma das mais relevantes ciências criadas no mundo sendo fundamental para o tratamento de patologias é preciso lembrar-se dos cuidados que esse consumo necessita diante o processo de compra e uso, sendo necessário acompanhamento de profissionais competentes para prevenção e eliminação dos perigos, como a intoxicação ou morte pelo uso em excesso ou as alterações que possam ocorrer no organismo, devido os efeitos colaterais (FERNANDES, 2021) A legislação brasileira vigente estabelece algumas normas para as prescrições a fim de assegurar sua qualidade, as quais necessitam apresentar-se de forma clara, legível e de fácil compreensão, sem rasuras e abreviaturas. Cada prescrição deve apresentar informações relativas ao usuário do medicamento, ao medicamento e ao prescrito, além da data de elaboração do documento. (OBUTI et al, 2015). O consumo de medicamentos indicados pela família, pela sociedade, vizinhos e amigos é algo meio que cultural, o sujeito usa um remédio e por ter tido efeito indica ao outro acreditando que também pode ser bom para ele, e indica e acaba comprando pela falta de fiscalização, sem saber ou acreditar de fato nos riscos presentes, sendo válido sublinhar que cada organismo funciona de uma forma, cada organismo tem suas reações diferenciadas embora sejamos aparentemente iguais. 28 A sociedade acha mais prático auto se medicar do que procurar um profissional apto para prescrever o uso do remédio, pela falta de tempo, preguiça, ou outros motivos que não devem acontecer. Segundo Macedo (2016), a prescrição é um instrumento essencial e vital a saúde para o sucesso da terapêutica, assim é preciso que ocorram as informações necessárias para o uso e venda remédios farmacológicos, em ênfase os de doses fortes e únicas, como antibióticos e outros. Corrobora Sobral (2018), dizendo que é importante a fiscalização, pois funciona como um processo regulador do consumo de medicamentos garantindo a qualidade e quantidade de forma ética e responsável para o uso e autorização de venda de maneira necessária. Salienta-se a falta de controle de vendas e comercialização de medicamentos isentos de prescrição devido à propaganda exacerbada dos artistas que recomendam esses produtos na rádio, mídia promovendo assim uma ideologia de automedicação com eficácia e segurança segundo as propagandas enganosas para vender, suas campanhas acabam surtindo efeito positivo ou negativo dependendo dos riscos causados (ARAUJO et al, 2012) De acordo com Santi (2016), as elaborações de prescrições devem seguir e passar por várias etapas até chegar à mão do cliente, possibilitando assim a comunicação necessária e adequada entre os responsáveis pela venda e comercialização dos mesmos no processo e o usuário terá então a garantia do uso, consequentemente qualidade e sucesso em sua terapia, tratamento ou uso. O farmacêutico torna-se corresponsável pela qualidade de vida do paciente. O farmacêutico é o profissional que, melhores condições, reúnem para garantir a qualidade de um medicamento, pois tem a sua formação dirigida ao medicamento. (OLIVEIRA, 2013, p. 49-50). Ou seja, são de total responsabilidade que o farmacêutico esteja atento as vendas, sendo ético guiado pela sua conduta humana, sendo responsável e coerente em suas vendas, pensando não no dinheiro pela venda atribuída, mas na vida do seu cliente que estará em risco, pois deve lembrar a todo o momento que é o responsável pelas consequências do que venham ocorrer com o indivíduo, nesse bojo, deve evitar tais constrangimentos, devendo buscar conhecimentos necessários para cumprir esse processo fundamental para sociedade, garantindo então a qualidade dos 29 medicamentos, sendo vendidos apenas pela autorização e acompanhamento de órgãos direcionados. Diante o exposto, Silva Junior (2019), sublinha que os responsáveis pela prescrição de medicamentos e dispensação dos remédios são também responsáveis em orientar e conscientizar aos clientes, destacando seus benefícios e riscos proporcionados ao uso de forma racional. Parafraseando Rocha (2014), retrata que o farmacêutico encontra-se na interface no que diz respeito às distribuições dos remédios quanto ao seu uso, podendo ser fundamental na garantia e prevenção da qualidade do cuidado do uso sem autorização. As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras. A propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos contrasta campanhas que tentam esclarecer os perigos da automedicação. A dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica, a limitação do poder prescrita, restrita a poucos profissionais de saúde, (...). (OLIVEIRA, 2013, p. 45). Por isso, é importante que os farmacêuticos que trabalham em farmácias e drogarias sejam sempre os últimos a manter contato com seus pacientes/clientes, tendo como finalidade construir muros de proteção contra os empecilhos inerentes ao uso dos medicamentos, devendo levar em consideração que por menor que seja a dosagem, do produto que poderá desenvolver reações graves (DA SILVA, 2021). 5 CONCLUSÃO Os idosos distinguem-se como pessoas com diversos problemas de saúde e que utilizam vários medicamentos. A automedicação é uma prática de autocuidado adotada pela maioria dos idosos, pelo menos em um medicamento consumidos por eles. Quando estão sentido dor, plantas medicinais ou produtos que possuem venda livre são alternativas que eles escolhem para se automedicarem. A automedicação mesmo sendo uma prática habitual pelo idoso que a considera uma coisa simples, deve ter sempre o auxílio de um profissional da saúde, a fim de evitar o uso irracional de medicamentos, e para auxiliar na avaliação de algum problema de saúde. 30 É importante deixar claro que a automedicação, deve ser feira com cautela especialmente na população que tem uma faixa etária maior, pois é nessa idade que os indivíduos estão mais predispostos aos problemas relacionados á medicações. Nos últimos anos a automedicação no Brasil tornou-se um grave problema de saúde pública. Para diminuir esse problema são indispensáveis por parte dos órgãos do Ministério da Saúde e conselhos de categoria como o Conselho Regional de Farmácia,em especial aos prescritores e o farmacêutico, ações conscientizadoras como campanhas nacionais que alcancem a população, informando sobre os riscos que a automedicação pode causar. Estratégias para promover ao uso racional de medicamentos, como palestras educativas para a comunidade, orientação sobre o uso de medicamentos no processo de prescrição e de dispensação de remédios, podem auxiliar a população na adoção desta prática. Sabe-se que a automedicação é um problema grave, mas o ato de automedicar não pode ser condenado, pois é inviável o atendimento por um médico a todos os sintomas da população. É impossível acabar com a automedicação, mas é possível diminuí-la, devendo existir uma relação entre profissional e o paciente de modo a garantir o bem-estar da população de modo geral. A farmácia é um local de promoção e recuperação da saúde onde o compromisso com a ética e com a saúde da coletividade tem que superar qualquer caráter comercial, e dessa forma não desobedecer às legislações e os princípios éticos. Profissionais como os farmacêuticos são habilitados para indicar de forma correta e eficiente os medicamentos. É inadmissível que um profissional farmacêutico cometa algum erro, eles devem saber que não podem falhar, mesmo sabendo que são humanos. Por essa causa que esses profissionais não devem permitir a automedicação em casos mais graves, como é o caso da hipertensão. Enfim, cabe ao farmacêutico, um papel fundamental na sociedade, que é ajudar a interferir na prática da automedicação irresponsável e atuar como uma ponte entre o médico e o medicamento, através da educação em saúde que pode oferecer aos indivíduos. 31 REFERÊNCIAS ALVES, Ana Rita Rodrigues et al. Acompanhamento Farmacoterapêutico no Doente Idoso. 2012. Dissertação de Mestrado. AMARAL, Sueli. Abordagem metodológica qualitativa e a pesquisa brasileira sobre marketing na Ciência da Informação. CIAIQ 2017, v. 3, 2017. AMORIM, Cleisson Vieira de. Hábitos da automedicação entre idosos e a importância do profissional farmacêutico: uma revisão de literatura. 2021. ARAÚJO, Carolina Pires et al. 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