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2 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA Credenciado através da Portaria Nº831, de 11/07/2017 – D.O.U. 12/07/2017 Curso de Serviço Social – EAD SERVIÇO SOCIAL JOSELMA LINDALVA DE LIMA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: OS DIREITOS DA MULHER, SEU LUGAR NA SOCIEDADE E A OMISSÃO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO AMBIENTE FAMILIAR SURUBIM 2024 JOSELMA LINDALVA DE LIMA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: OS DIREITOS DA MULHER, SEU LUGAR NA SOCIEDADE E A OMISSÃO DOS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO AMBIENTE FAMILIAR CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da, para a disciplina de Estágio Supervisionado l, como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de bacharel em Serviço Social. Supervisor acadêmico: Francisca Talicia Vasconcelos Pereira CRESS n°: 11431 SURUBIM 2024 RESUMO A Coordenadoria da Mulher é uma instituição ou departamento governamental que tem como objetivo promover a igualdade de gênero, a defesa dos direitos das mulheres e o combate à violência de gênero. Essas coordenadorias são geralmente encontradas em níveis municipal, estadual ou nacional, dependendo do país. As Coordenadorias da Mulher desenvolvem e implementam políticas públicas voltadas para as mulheres, visando garantir seus direitos, promover a equidade de gênero e eliminar a discriminação e a violência contra as mulheres. Elas desempenham um papel importante na articulação entre o governo, a sociedade civil e outros setores, buscando engajar a comunidade e promover a conscientização sobre questões de gênero.Essas instituições podem oferecer diversos serviços, como apoio psicológico e jurídico para vítimas de violência doméstica, programas de capacitação profissional, orientação sobre saúde sexual e reprodutiva, incentivo à participação política das mulheres e realização de campanhas educativas sobre igualdade de gênero. As Coordenadorias da Mulher são fundamentais para promover a inclusão e o empoderamento das mulheres na sociedade, buscando superar as desigualdades históricas de gênero e construir uma sociedade mais justa e igualitária Palavras-chaves: Direitos, Violência, Coordenadoria, Mulher. Sumário INTRODUÇÃO 4 Objetivo 6 2.1-Objetivo Geral 6 2.2- Objetivos Específicos 6 3 - Referencial Teórico ......................................................................7 4- Metodologia 10 5- Cronograma e Execução 9 6 - Recursos......................................................................................12 7 – Avaliação.....................................................................................13 Bibliografia 14 1 - INTRODUÇÃO Nos últimos anos, temos visto que o índice de feminicídio no Brasil tem aumentado, o número de casos de violência doméstica é preocupante em todas as regiões do país, inclusive naquelas de difícil acesso à informação através da internet e outros meios de comunicação. Com isso, os casos de estupro vêm crescendo à cada dia. Apesar dos avanço acerca dos direitos da mulher e as políticas públicas e sociais que combatem o índice de violência no país, tem se tornado cada vez mais preocupante para os governantes e para a sociedade o número de mortes de mulheres que, muitas vezes, se calam em meio ao medo e a insegurança e, consequentemente, acabam perdendo a vida. Chauí (2003) afirma que o tema da violência, em geral, é tratado de forma superficial e, apesar de muito se falar sobre o assunto, pouco se reflete a respeito dele. Além do mais, percebe-se certo viés nos sentidos atribuídos à violência dependendo do tipo de violência cometida, da pessoa que a comete ou da pessoa que a sofre. Nesse sentido é que esse mito da não violência contribui para que muitas violências não sejam percebidas e, com isso, sejam naturalizadas. O tema proposto ‘Violência Contra a Mulher: Os Direitos da Mulher, Seu Lugar na Sociedade e a Omissão dos Casos de Violência Doméstica no Ambiente Familiar’ é resultado da pesquisa feita durante o período de vivência do Estágio Supervisionado em Serviço Social I na Coordenadoria da Mulher de Chã Grande PE para ser trabalhado com o grupo de mulheres que frequentam a instituição e assim, conscientizá-las sobre a importância da denúncia de casos de maus tratos e/ou de qualquer tipo de violência doméstica contra a mulher e alertá-las, apresentando os seus direitos regidos por lei e assegurando-as sobre o apoio e a compreensão que todas as famílias tem acerca da instituição. A sociedade precisa se conscientizar sobre sua responsabilidade, pois o combate ao fenómeno da violência contra a mulher não é função exclusiva do Estado, ao se calar, ela contribui para a perpetuação da impunidade. É preciso ser levada em conta a verdade de que os direitos da Mulher são direitos humanos que precisam ser respeitados de qualquer maneira, já que a violência sofrida por todas elas pode causar desequilíbrios nas ordens econômica, social, familiar e emocional. 2 - OBJETIVOS: 2.1 - GERAL Promover um espaço para socialização do conhecimento sobre o tema Violência contra a Mulher, no espaço socioeducativo frequentado pelo de grupo de mulheres do CRAS, para que este público esteja ciente da importância do assunto que envolvem seus direitos e seu lugar na sociedade e alertar a u sobre a importância de se combater esse mal para o bem estar do ambiente familiar e a diminuição de mortes pelo feminicídio. 2.2 - ESPECÍFICOS • Orientar o grupo de mulheres que frequentam A COORDENADORIA a denunciar qualquer tipo de agressão, violência ou maus tratos sofridos por elas, da parte de seus parceiros ou parentes, e apresentar as formas que são realizadas as denúncias. • Promover um espaço de debate sobre a importância do apoio àquelas pessoas (vizinha, amiga, parente próxima, etc.) que vivem na cidade e frequentam situações relacionadas à violência, mas que se sentem sozinhas e sem a capacidade de conversar sobre o assunto. • Apresentar formas de lidar com certos tipos de preconceito entre as mulheres através de conceitos como a Empatia e Sororidade, para o melhor convívio familiar e social e assim, ter capacidade de entender a dor do outro. 3 - REFERENCIAL TEÓRICO Sabemos que a violência perpassa a história da humanidade desde a antiguidade. Ela está muito presente nas relações familiares, sendo o espaço doméstico o Iócus da violência contra o gênero feminino. infelizmente, o silêncio caminha lado a lado da violência e isso ainda é muito presente nos dias de hoje. Hannah Arendt diz que onde a violência se instala não existem relações de entendimento e, na condição de pessoa amedrontada sob o domínio violento, esta tende a se calar, “é a palavra que não revela a imprescindível transparência do espaço público, mas a esconde na opacidade” (LAFER, 2009, p.12). A violência se caracteriza de diversos tipos. A violência sexual é sempre frequente e acontece quando uma relação sexual é realizada sem o consentimento da mulher. A violência física e emocional vem sempre acompanhada de agressões, humilhações, espancamentos e alcança situações de morte. A violência psicológica atinge a auto estima, destrói a personalidade e se manifesta por meio de piadas de mau gosto sobre suas atitudes, comportamentos, trabalho e até sobre seu corpo, ofensas morais dirigidas também a sua família, humilhação, desonra e críticas. Chauí aborda que a violência contra a mulher é consequência de “uma ideologia que define a condição ‘feminina’ como inferior a condição ‘masculina’. As diferenças entre o feminino e o masculino são transformadas em desigualdades hierárquicas através dos diversos masculinos sobre a mulher, as quais indiciem especificamente sobre o corpo da mulher” (CHAUÍ, 1985, p.43). Ele defende ainda que “as mulheres são ‘cúmplices da violência que recebem e que praticam, mas sua cumplicidade não se baseia em uma escolha ou vontade, já que subjetividadefeminina é destituída de autonomia. As mulheres são ‘cúmplices’ da violência e contribuem para a reprodução de sua ‘dependência’ porque são instrumentos da dominação masculina” (CHAUÍ, 1985, p. 47-48). Contudo, Hannah Arendt afirma que: “A violência é muda, silencia a troca de opiniões e é usada como meios para obter determinados fins [...) à força. 0 uso da violência é intrinsecamente imprevisível e perigoso, porque jamais garante o resultado adequado" (ARENDT, 1999, p. 177). O feminismo no Brasil é muito frequente e cresce a cada dia. Apesar de estarmos vivendo em um século repleto de conquistas e refletido por uma sociedade cujo loco é o respeito e a igualdade de direitos, os números mostram que a covardia é nítida e a mulher ainda não é respeitada o suficiente para que tenha seus direitos preservados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres, sendo que as regras são ainda mais violentadas. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos. Neste interim, existe uma lei bastante conhecida que auxilia as mulheres que passam por certos tipos de violência: A Lei Maria da Penha. Esta apresenta medidas protetivas para garantir a segurança e proteção da mulher. Além disso, a Lei determina o encaminhamento de mulheres em situação de violência e seus dependentes à programas e servişos de proteção , garantindo- lhes os Direitos Humanos que se achavam positivados na Constituição Federal. À vítima de violência doméstica também é garantida assistência jurídica gratuita, bem como o acompanhamento jurídico em todos os atos processuais. De acordo com Casique e Furegato (2006), “a violência física é entendida como toda ação que implica o uso da forşa contra a mulher em qualquer circunstância, podendo manifestar-se por pancadas, chutes, beliscões, mordidas, [lançamento de objetos, empurrões, socos na cabeça, feridas, queimaduras, fraturas, lesões abdominais e qualquer outro ato que atente contra a integridade física, produzindo marcas ou não no corpo.” Um dos motivos da ocorrência da violência física é a rompimento na relação hierárquica estabelecida entre os gêneros, pois “na medida em que o poder é essencialmente masculino e a virilidade é aferida frequentemente pelo uso da força, estão reunidas nas măos dos homens as condições básicas para o exercício da violência” (SAFFIOTI, 1998, p. 57). A mulher ocupa um lugar importantíssimo na sociedade, por essa razão é imprescindível a sua valorização enquanto ser humano e com os mesmos direitos que os do gênero oposto. Para isso, é necessário a ampliação das políticas públicas voltadas à mulher e a sua valorização dentro da sociedade, para que assim, sejam combatidas todas as formas de preconceitos, descriminação e violência contra a mulher. 4 - METODOLOGIA O projeto de intervenção será apresentado aos usuários dos serviços da COORDENADORIA DA MULHER, com uma temática discutível nos dias atuais, para uma melhor reflexão e uma discussão mútua, envolvendo todos os participantes e envolvidos no projeto. O público alvo será, principalmente, as mulheres que requentam a instituição para realização das atividades socioeducativas e usuárias dos cursos oferecidos; mas sem deixar de enfatizar a importância e participação de todos para a luta contra a violência doméstica. A interação acontecerá da seguinte forma: O primeiro momento será realizada a entrega de panfletos informativos com o tema a ser trabalhado; o segundo momento será trabalhada uma dinâmica auto reflexiva, com temas relativos e para uma melhor interação do grupo com a estagiária; o terceiro momento será realizada uma pequena palestra, cuja a temática é: “Violência contra a Mulher: os direitos da mulher, seu lugar na sociedade e a omissão dos casos de violência no ambiente familiar,” afim de esclarecer dúvidas sobre o assunto e manter a sociedade ciente dos riscos desse problema; o quarto momento será a roda de conversa para se debater melhor o assunto abordado. 0s resultados esperados com a execução do projeto de intervenção são: promover a melhoria do convívio entre as mulheres que participam das atividades oferecidas pela COORDENADORIA, a importância do diálogo no meio familiar e de saber entender a dor do outro; e o papel que o Centro de Referência desempenha na luta contra a violação dos direitos femininos e toda e qualquer forma de violência contra este gênero. 5 – CRONOGRAMA E EXECUÇÃO 2024 Atividades Junho Julho Agosto Primeiro contato com o público alvo do projeto. Apresentação do projeto à supervisora de campo. X Entrega de panfletos informativos. X Execução da dinâmica e da palestra relacionados ao Projeto. X Avaliação do projeto de intervenção. X 6 – RECURSOS Durante todo o processo de estágio, tivemos a colaboração de várias pessoas, que se prontificaram a ajudar, seja de forma intelectual, compartilhando experiências relacionadas ao assunto, propondo ideias para a intervenção e tendo o apoio dos profissionais da instituição para a pequena palestra sobre o assunto retratado, supervisionado pelo Assistente Social responsável. Contudo, tivemos também a colaboração material, utilizando assim recursos como: data show, folhas de ofício, panfletos, impressora, além dos recursos financeiros próprios da estagiária, que inclui pendrive, lembrancinha, rodas de conversas, e dinâmicas com o intuito de sensibilizar e aproximar o público alvo da estagiaria. 7 - AVALIAÇÃO A avaliação do projeto de intervenção será feita, primeiramente, pelo público alvo que irá participar das atividades desenvolvidas no momento da intervenção, através da roda de conversa proposta pela estagiaria. A outra forma de avaliação será feita pelos profissionais da instituição , juntamente com a supervisora de campo, para que aconteça o melhor aproveitamento do assunto, a troca de experiências e uma melhor forma de interação entre os profissionais e a estagiaria. 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARENDT, H. Sobre a violência. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. BRASIL. Constituişão (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília DF: Senado, 1999. BRASIL. Sistema único de Assistência Social. Disponível em: http://www.congemas.org.br/NOBversaofinal.pdf. Acesso em: 08 de set. 2016. BRASIL. Lei Orgânica de Assistência Social. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/Leis/L8742.htm. Acesso em: 08 de set. 2016. CHAUÍ, M. Participando do debate sobre mulher e violência. In: FRANGHETTO, B,; CAVALCANTI, M. L, V. C. & HEILBORN, M. L,. (Orgs.). Perspectivas antropológicas da mulher /V. São Paulo: Zahar Editores, 1985. CHAUÍ, M. (2003). Ética, politica e violência. In: T. Camarcho (Ed), Ensaios sobre a violência (p. 39-59); Vitória Edufes. CASIQUE, L. C; FUREGATO, A. R. F. Violência contra mulheres: reflexões teóricas. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Ribeirão Preto, v. 14, n. 6, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 03 mar. 2006. LAFER, C. Introdução. In: ARENDT, H. Sobre a violência. Trad. André de Macedo Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009, p. 9-13. SAFFIOTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis: Vozes, 1998.p. 383. image2.png image1.png