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A PERMANÊNCIA DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIAS CONJUGAIS NAS 
RELAÇÕES ABUSIVAS: REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE POLÍCIAIS MILITARESI 
 
THE PERMANENCE OF WOMEN VICTIMS OF CONJUGAL VIOLENCES IN 
ABUSIVE RELATIONSHIPS: SOCIAL REPRESENTATION OF MILITARY 
POLICE 
 
Claudia GonçalvesII 
Rosa Cristina Ferreira de SouzaIII 
 
Resumo: O objetivo deste estudo foi descrever as representações sociais de policiais militares 
sobre a permanência de mulheres vítimas de violências conjugais nas relações abusivas. Trata-
se de uma pesquisa de campo exploratória de caráter qualitativo. Um questionário on-line foi 
enviado a oitenta policiais militares dos quais oito retornaram respondidos. Observa-se que a 
construção da representação social é objetificada nas figuras do homem “abusador”, apontado 
como responsável pela ocorrência da violência conjugal, e na figura de “vítima” para as 
mulheres. A análise revela que a esperança de que o companheiro mude o comportamento é o 
principal fator para a permanência nas relações violentas e a representação da mulher que 
permanece em relacionamento conjugal abusivo tem como ancoragem mais significativa 
“dependência” que estaria reforçada por “falta de apoio” e “desamparo”. Por fim, é necessário 
que exista mais estudos acerca deste tema, visto que a não aderência dos policiais à pesquisa é 
um ponto relevante, e mostra o tabu relacionado ao conteúdo de violência contra a mulher. 
 
Palavras-chave: Violência conjugal. Polícia Militar. Representação social. Permanência 
relacionamentos abusivos. Mulheres. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A violência conjugal é um fenômeno que engloba as violências que ocorrem no contexto 
das relações afetivas e amorosas, notadamente vinculada aos casais heterossexuais. Outros 
termos como “violência doméstica”, “violência intrafamiliar” e “violência de gênero”, também 
são utilizados para violências que são cometidas contra as mulheres, sem considerar o contexto 
relacional em que elas ocorrem. (BATISTA; MEDEIROS; MACARINI, 2017). 
 
 
I Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia da Universidade do Sul de 
Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo (a). 
II Acadêmico (a) do curso de Psicologia. E-mail: claudiaggrb@gmail.com 
III Professor (a) orientador. Doutora em Ciências da Linguagem (Unisul). Mestre em Psicologia Social (UFSC). E-
mail: rosa.cristina@unisul.br 
2 
Após a década de 1970 os estudos sobre o impacto da violência conjugal sobre as 
mulheres se intensificaram. Até então se hesitava em intervir sob o pretexto de que se tratava 
de um assunto privado (HIRIGOYEN, 2006). Desta forma, vale ressaltar que a violência 
conjugal vem sendo discutida, a partir da década citada, com apoio dos movimentos feministas, 
que denunciavam o patriarcado e seus efeitos de opressão em relação às mulheres. 
Estes movimentos contribuíram para a evolução histórica na luta das mulheres contra 
seus agressores, que culminou com a implementação da Lei Maria da Penha, Lei 11.340 
(BRASIL, 2006), nome em homenagem à luta da professora universitária cearense Maria da 
Penha Maia que ficou paraplégica após tentativa de homicídio pelo marido. O caso chegou à 
Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos 
(OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica 
(MELLO, 2008). 
A partir da evolução histórica na luta das mulheres, ocorreu a criação de serviços 
específicos como as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), as Casas-Abrigo e os Centros de 
Atendimento Multiprofissionais, focando, principalmente, a violência física e sexual, cometida 
por parceiros ou ex-parceiros, além de importantes mudanças na legislação nacional (SANTI; 
NAKANO; LITTIERE, 2010). Para Pasinato e Santos (2008, p.34), as Delegacias da Mulher 
“constituem ainda a principal política pública de enfrentamento à violência doméstica contra 
mulheres”. Desta forma, as delegacias são uma forma de mostrar que o Estado está consciente 
de que a violência contra a mulher é uma questão social e que requer ações públicas eficazes. 
Visando as formas de proteção e auxílio às mulheres vítimas de violência, a atuação da 
Polícia Militar (PM) é imprescindível pois, na maioria dos casos ela é a primeira instituição a 
ser acionada. A PM é responsável pelo policiamento preventivo das ruas, e no que diz respeito 
às violências conjugais, realizam orientações à ambas as partes sobre seus direitos e como 
servir-se das medidas que a lei assegura. 
Apesar de existirem diversas formas de ajuda e auxílio às mulheres vítimas de violência, 
a permanência destas em relações abusivas é alta, Garcia et al. (2008) observaram que 
aproximadamente 34% das mulheres que buscaram unidades de saúde, de segurança pública e 
serviços especializados de atendimento à mulher em situação de violência, voltaram a viver 
com o homem agressor com a esperança de melhorar o relacionamento conjugal. 
Segundo Soares (2005) o rompimento de uma relação violenta pode levar anos, 
considerando que muitas mulheres podem continuar com seus companheiros devido a vários 
fatores: dependência financeira, ao medo de morrer já que sofrem ameaças à espera pela 
3 
mudança do comportamento do companheiro, à vergonha de assumir o fracasso do 
relacionamento ou à dependência emocional. 
O tema violência contra a mulher não é recente entretanto, estudos sobre a permanência 
de mulheres vítimas de violência conjugal em seus relacionamentos com o abusador na 
perspectiva de policiais militares não foram encontrados. A busca por artigos que trazem 
assuntos semelhantes à proposta desta pesquisa foi realizada em bases de dados, como: Google 
Acadêmico; Portal CAPES; BVS-Psi; BDTD e SCIELO. As palavras-chave utilizadas para tal 
busca foram: Mulher; Violência; Polícia Militar; Permanência, sendo localizado estudo 
envolvendo apenas a perspectiva de Psicólogos acerca do assunto (PORTO; MALUSCHKE, 
2014). 
 No que se refere à perspectiva geral da violência contra mulheres, sem abordar a 
permanência em relacionamentos abusivos, há pesquisas abrangendo a perspectiva de outros 
profissionais, tais como: Policiais Civis (MARTINS; FELIPPE, 2016), Médicos (FERRANTE; 
SANTOS; VIEIRA, 2009) e Policiais Militares (SIGNORI; MADUREIRA, 2007). 
Nesta pesquisa a proposta foi estudar as representações sociais de Policiais Militares 
sobre a permanência de mulheres vítimas de violências conjugais nas suas respectivas relações. 
Considerando que a Representação social é um conjunto de conceitos, explicações e afirmações 
que se originam na vida diária, no curso de comunicações interindividuais (MOSCOVICI, 
1981), neste estudo busca-se no entendimento dos policiais em relação a tal fenômeno, o qual 
está presente em seu cotidiano direta ou indiretamente e, portanto, o que sabem, pensam e 
comunicam pode refletir em suas ações e intervenções. Assim, parte-se do seguinte 
questionamento: Qual a representação social de policiais militares que atuam na cidade 
Tubarão, Estado de Santa Catarina sobre a permanência de mulheres vítimas de violências 
conjugais nas suas respectivas relações? Para tanto, foram propostos como objetivos 
específicos: Identificar qual o significado de violência conjugal para policiais militares; 
identificar a percepção dos policias militares sobre mulheres agredidas pelos parceiros que 
permanecem na relação; destacar a concepção dos profissionais sobre os motivos que levam as 
mulheres a continuarem na relação abusiva e comparar as opiniões de policiais militares do 
sexo masculino e feminino sobre a permanência destas mulheres nas relações violentas. 
 
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER 
 
A violência doméstica é definida por Barcellos (2003), Day et al. (2003), e Deslandes, 
Gomes e Silva (2000), como variadas formas de violência interpessoal (agressão física, abuso 
4 
psicológico e negligência), que ocorremdentro do território da casa. Cabe ressaltar que o 
agressor, nos casos de violência doméstica, é geralmente um membro componente da rede 
familiar (GARCIA, 2010), prevalecendo, no caso da violência contra a mulher, a ocorrência de 
violência perpetrada pelo parceiro íntimo (BALDUINO; ZANDONADI; OLIVEIRA, 2017). 
A violência de gênero está caracterizada pela incidência dos atos violentos em função 
do gênero ao qual pertencem as pessoas envolvidas, ou seja, há a violência porque alguém é 
homem ou mulher. A expressão violência de gênero é quase um sinônimo de violência contra 
a mulher, pois são as mulheres as maiores vítimas da violência (KHOURI, 2012). 
Partindo deste pressuposto, este estudo decidiu usar o termo violência conjugal, pois 
tem o intuito de englobar violências vivenciadas entre casais heterossexuais, que estejam 
vivendo juntos e que possuam vínculo afetivo. Hirigoyen (2006) afirma que a violência no 
âmbito conjugal tem sido apresentada como um fenômeno cíclico, ou seja, que se manifesta 
sob a forma de ciclos e que vai se modificando em forma de espiral e se intensificando ao longo 
do tempo. Tal ciclo possui, em seu padrão de funcionamento, quatro principais fases: a da 
tensão, da agressão, de desculpas e de reconciliação. 
A fase da tensão é caracterizada pela irritabilidade do homem - a violência emanada 
dele se manifesta por olhares, mímicas, atitudes ou pelo timbre da voz. A mulher, por sua vez, 
procura acalmar a situação, renunciando aos seus desejos e procurando satisfazer o 
companheiro. Na segunda fase, da agressão ou explosão, o homem começa a perder o controle 
e apresenta comportamentos violentos através de gritos, insultos, ameaças, quebrando objetos 
da casa e, muitas vezes, chegando a agredir a mulher fisicamente. Esta violência física vai se 
dando de forma gradativa ao longo dos ciclos, começando por empurrões, passando por tapas 
e podendo chegar a homicídios em casos mais graves. Neste momento, após ser agredida, a 
mulher sente-se entristecida, impotente e com raiva do seu companheiro, sendo esta a ocasião 
em que ela busca forças para registrar denúncia da agressão sofrida (HIRIGOYEN, 2006). 
A terceira fase, a das desculpas, ocorre quando o homem procura anular ou minimizar 
seu comportamento, por estar arrependido ou não, justificando-o através de meios externos 
(raiva, bebida, problemas do trabalho), bem como fazendo promessas de que irá mudar e que 
as agressões não se repetirão. Acatando a fala do companheiro, a mulher o perdoa, acreditando 
que não deve romper o relacionamento. 
Por fim, na fase da reconciliação, também chamada de fase de lua de mel, o homem 
apresenta-se agradável, atencioso, gentil, carinhoso, procurando agradar a companheira. Já a 
mulher, acaba ficando esperançosa e volta a acreditar que ela é capaz de mudar o companheiro, 
já que os dois estão vivendo relativamente bem. 
5 
Hirigoyen (2006) define a violência no casal a partir dos modos de interação que 
incluem a brutalidade produzida na conjugalidade, isto é, violência que ocorre nas mais diversas 
configurações de casais e implica em relação de poder imposta pela força. 
 
A violência é um ato que pode ser expresso sob diversas formas, física, moral, 
psicológica, sexual e patrimonial, bem como, existem vários enfoques sob os quais 
podem ser definidas: Trata-se de agressão injusta, ou seja, aquela que não é autorizada 
pelo ordenamento jurídico; é um ato ilícito, doloso ou culposo, que ameaça o direito 
próprio ou de terceiros, podendo ser atual ou iminente (ROSA FILHO, 2006, p. 55). 
 
Existem cinco tipos de violências dentro da violência doméstica, estas podem ser: física, 
psicológica, sexual, patrimonial e moral. 
TIPOLOGIAS DA VIOLÊNCIA 
Conforme o Ministério da Saúde a violência física ocorre quando uma pessoa, que está 
em domínio de poder em relação a outra, causa ou tenta causar dano não acidental, por meio do 
uso da força física ou de algum tipo de arma que pode provocar ou não lesões externas, internas 
ou ambas. (BRASIL, 2002, p. 15). 
Violência menos evidenciada e às vezes menos reconhecida do que a violência física, é 
a psicológica, a qual geralmente ocorre em uma proporção muito maior do que a física, podendo 
ser usada ainda como uma ferramenta de tortura. 
 
A violência psicológica é toda ação ou omissão que causa ou visa causar dano à 
autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Inclui: ameaças, 
humilhações, chantagem, cobranças de comportamento, discriminação, exploração, 
crítica pelo desempenho sexual, não deixar a pessoa sair de casa, provocando o 
isolamento de amigos e familiares, ou impedir que ela utilize o seu próprio dinheiro. 
Dentre as modalidades de violência, é a mais difícil de ser identificada. Apesar de ser 
bastante frequente, ela pode levar a pessoa a se sentir desvalorizada, sofrer de 
ansiedade e adoecer com facilidade, situações que se arrastam durante muito tempo e, 
se agravadas, podem levar a pessoa a provocar suicídio. (BRASIL, 2006). 
 
A terceira tipologia da violência é a sexual, está é a ação que obriga uma pessoa a manter 
contato sexual (físico ou verbal) ou participar de outras relações sexuais com uso da força, 
intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo 
que anule o limite da vontade pessoal. Manifesta-se como: expressões verbais ou corporais que 
não são do agrado da pessoa; toques e carícias não desejados; exibicionismo e voyerismo; 
prostituição forçada; participação forçada em pornografia; relações sexuais forçadas - coerção 
física ou por medo do que venha a ocorrer (TAQUETTE, 2007). 
6 
Ainda há a violência patrimonial, que se define como qualquer conduta que configure 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, 
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados 
a satisfazer suas necessidades. E, por fim, violência moral, que “[...] está fortemente associada 
à violência psicológica, tendo, porém, efeitos mais amplos, uma vez que sua configuração 
impõe, pelo menos nos casos de calúnia e difamação, ofensas à imagem e reputação da mulher 
em seu meio social" (FELIX, 2014). 
De todas as formas de violência há aquelas que culminam em grau extremo, podendo 
haver atentado contra a vida da mulher cuja motivação envolve a condição social de ser mulher, 
o que caracteriza o feminicídio. 
FEMINICÍDIO 
Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência 
relata que: 
O conceito feminicídio surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar 
visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as 
mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato 
não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de 
um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de 
violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, 
como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie. (MENICUCCI, 2015). 
O feminicídio no Brasil é um problema gravíssimo e que atinge mulheres de todas as 
classes sociais e idades. Em 2015 o Brasil sancionou a Lei 13.104/2015, que introduz uma 
qualificadora que aumenta a pena para autores de crimes de homicídio praticado contra 
mulheres. A aplicação da qualificadora eleva a pena mínima deste crime de 6 para 12 anos e a 
máxima, de 20 para 30. 
Para configurar feminicídio, não basta que a vítima seja mulher. A morte tem que 
ocorrer por “razões de condição de sexo feminino” que, por sua vez, foram elencadas no § 2o-
A do art. 121 do Código Penal como sendo as seguintes: violência doméstica e familiar contra 
a mulher, menosprezo à condição de mulher e discriminação à condição de 
mulher. (BIANCHINI, 2016). 
Segundo Bonassoli (2019), além dos 26casos de feminicídio registrados do início do 
ano até maio de 2019, chamou a atenção um dado trazido pela Polícia Militar que apontou a 
violência doméstica como o sexto maior número de ações da corporação, sendo 19.148 casos 
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em 2018, ficando à frente, por exemplo, do tráfico de drogas com 10.337 casos. (BONASSOLI, 
2019). 
A PERMANÊNCIA DAS MULHERES EM RELAÇÕES ABUSIVAS 
De acordo com Marques (2005) normalmente, diante de uma ameaça, a reação de um 
indivíduo deveria ser a evitação, contudo, no contexto conjugal pode-se observar o ciclo da 
violência, conforme já mencionado. Pontua Hirigoyen (2006) que, ocasionalmente, diferentes 
situações impedem que as mulheres encontrem alternativas para sair de seus relacionamentos 
violentos. 
Soares (2005) afirma que deixar uma relação é um processo, e cada um tem seu tempo. 
Há algumas razões que levam as mulheres a continuarem com o abusador segundo o autor: 
Riscos de rompimento; vergonha e medo; esperança de que o marido mude de comportamento; 
isolamento; negação social; barreiras que impedem o rompimento; dependência econômica. 
Seguindo ainda o pensamento da autora, esse esforço de separação envolve idas e vindas, 
avanços e recuos, tentativas e desistências, acertos e erros. Essas oscilações são típicas de quem 
está em situação de violência. 
Oliveira et al. (2015) explicita outros fatores importantes à permanência das mulheres 
em situações de violência doméstica, tais como baixo nível de escolaridade, situação 
socioeconômica, uso de álcool ou drogas ilícitas entre os parceiros, podendo exacerbar a 
magnitude do problema, desentendimentos domésticos ligados ao contexto familiar, à educação 
dos filhos, à organização da casa, à higiene e à limpeza, dentre outros. 
Como já foi relatado, o feminicídio atualmente é um grande problema da sociedade, 
principalmente no Brasil. Orientar uma mulher a deixar um relacionamento violento e abusivo, 
sem existir uma rede de apoio e oferta mínima de segurança, é um ato de irresponsabilidade 
com a vítima (SOARES, 2005), visto que os riscos de rompimento e o medo são alguns dos 
motivos que levam-nas a permanecerem com o abusador. 
Desta forma, embora a permanência de mulheres em relacionamentos regados por 
violência seja um fenômeno complexo, a ausência e fragilidade de redes de apoio que amparem 
mulheres e seus filhos, possibilitando o restabelecimento dos vínculos afetivos com a família e 
a comunidade podem também estar relacionados à permanência. 
Nesta problemática, contudo, o que trata-se importante trazer além dos motivos que 
levam estas mulheres à permanecerem nas relações violentas, é o olhar dos policiais militares 
diante desta perspectiva, visto que em uma grande parcela, eles são os primeiros a atender 
8 
situações de violência contra a mulher, e devem possuir a responsabilidade de dar os 
encaminhamentos legais cabíveis à situação atendida, como também de orientar a vítima sobre 
as alternativas que tem a seu dispor para enfrentar a situação. 
POLÍCIA MILITAR E O ATENDIMENTO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE 
VIOLÊNCIA 
No art. 144 da Constituição Federal sobre a segurança pública da população, são 
salientados no parágrafo § 5º que aos polícias militares cabem a polícia ostensiva e a 
preservação da ordem pública [...] além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução 
de atividades de defesa civil. 
No que se refere as mulheres que são vítimas de violências conjugais e domésticas, é 
ressaltado na Lei Maria da Penha art. 8º, inciso VII, a exigência de capacitação permanente da 
Polícia Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais 
pertencentes, aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de 
raça ou etnia, Lei nº 11.340, Jus Brasil, 2006. Como a PM geralmente é a primeira instituição 
a chegar no local do ato de violência, é essencial a capacitação para qualidade no atendimento 
das pessoas envolvidas. Constam como atribuições dos policiais militares: 
 
[...] conduzem a vítima, o agressor e as testemunhas à delegacia de Polícia para 
registro do BO, ou para um hospital, quando o caso for de emergência. Após decreto 
n° 06/2011 da Secretaria de Segurança Pública do ES (SESP), os Policiais Militares 
devem tomar o depoimento do agressor no ato do flagrante e, e este depoimento deve 
constar nos autos do processo instaurado pelas autoridades competentes (BRASIL, 
2006, 20, p. 46). 
 
Partindo deste pressuposto, ressalta-se a importância de capacitação da polícia militar 
no que se refere ao fenômeno da violência conjugal e suas implicações subjetivas para que o 
atendimento às vítimas de violência, possa evitar outros agravos. O atendimento eficaz, nestes 
casos, pode permitir que a vítima tenha mais possibilidades de buscar instituições de apoio e 
serviços especializados da rede de atendimento às mulheres, tendo como consequência a quebra 
do ciclo da violência. 
No ano de 2019 foi instaurada a Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, que, 
além de dar suporte incluindo o encaminhamento legal para às vítimas, visa policiamento 
direcionado para a prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/Lei-no-11340-de-07-de-Agosto-de-2006#art-8_inc-VII
9 
Estas medidas asseguram às mulheres usufruir dos direitos fundamentais inerentes à 
pessoa humana, tendo a oportunidade de viver sem violência, preservando a saúde 
física e mental. A Patrulha Maria da Penha tem a missão de fazer com que essas 
medidas sejam cumpridas e respeitadas. (PATRULHA..., 2019). 
 
 
Como se trata de um projeto recente, atualmente existe apenas em cidades com mais de 
100 mil habitantes. Na cidade de Tubarão/Santa Catarina, a polícia militar conta com um 
projeto, “Rede Catarina de Proteção à Mulher”. Esta foi lançada em 8 de julho de 2017, e visa 
à prevenção de crimes de violência doméstica contra a mulher e a integração de vários órgãos 
públicos para atender as necessidades de vítimas e oferecer condições para que elas denunciem 
as agressões e os autores de violência contra a mulher (SIEGA, 2018). 
 
A Rede Catarina de Proteção à Mulher transcende os programas e projetos 
experimentados de patrulha Maria da Penha, pois é mais que uma patrulha, é mais que 
uma ronda de fiscalização de medidas protetivas. O programa é, de fato, a necessária 
atenção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, que vai dar voz e 
dignidade a elas, a partir do conceito de que é possível fazer mais e melhor, de forma 
simples e efetiva (FIEDELER, 2019). 
 
 
Portanto, há projetos executados pela Polícia Militar com o objetivo central de 
atendimento e prevenção à violência contra mulher, os quais possuem profissionais como rede 
de apoio mas, ainda é notável e preocupante o número de mulheres que continuam em relações 
abusivas, sem busca de ajuda e proteção. 
Tratando-se desta realidade é importante buscar conhecer qual a representação social de 
Policiais Militares sobre essa perspectiva. Considerando que representações sociais 
caracterizam-se por ideias, conceitos, pensamentos e vivências de um determinado grupo, o 
conhecimento e entendimento dos policiais em relação a tal fenômeno é imprescindível, pois 
está presente em seu cotidiano direta ou indiretamente e, portanto, pode refletir nas suas ações 
e condutas perante os casos atendidos. 
REPRESENTAÇÃO SOCIAL 
O conceito de Representações Sociais designa uma forma de conhecimento particular, 
"o saber do senso comum". 
 
A Representação Social é a construção social de um saber ordinário (de senso comum) 
elaborado por e dentro das interações sociais, através de valores, crenças, estereótipos, 
etc, partilhada por um grupo social no que concerne a diferentes objetos (pessoas, 
acontecimentos, categorias, objetos do mundo etc.), dando lugar a uma visão comum 
das coisas (ANADON; MACHADO, 2001, p. 87.). 
10 
Assim,as representações vão sendo socializadas e compartilhadas em um determinado 
contexto cultural e integradas na vida cotidiana das pessoas. Esse processo acontece através dos 
discursos que se ouve de outras pessoas; do que é lido e/ou visto nos meios de comunicação e 
de todas as experiências sociais vivenciadas no decorrer da vida. Ou seja, uma representação é 
construída reunindo elementos dos universos reificados (conhecimentos científicos e teóricos) 
que façam parte do arcabouço dos indivíduos, adicionados às suas experiências pessoais, 
culturais, religiosas e, portanto, dos sistemas de crenças e significados que circulam nos grupos 
dos quais as pessoas participam/pertencem. 
Portanto Representações Sociais são um conjunto de conceitos, proposições e 
explicações originados na vida cotidiana no decurso da comunicação interindividual 
(MOSCOVICI, 1981). Caracterizam-se por ser um sistema de valores, crenças, ideias, práticas, 
que permitem relembrar ou evocar um dado acontecimento, situação, pessoa ou objeto, sendo 
resultado do que há de mais comum a um determinado grupo de indivíduos numa determinada 
sociedade (MOSCOVICI, 2003). 
A Representação Social possui um referido avanço teórico que leva ao questionamento 
de paradigmas da construção das Ciências Humanas, aprofundando-se na ideia de que os 
diversos elementos de uma representação não possuem o mesmo estatuto na economia de uma 
representação social: há elementos que são definidores ou necessários, enquanto outros são 
contingentes e acessórios (ANADON; MACHADO, 2001). Esses elementos definidores podem 
ser encontrados relacionados ao núcleo central da representação social. 
O Núcleo Central da representação, é composto dos elementos que têm mais “força” na 
representação do objeto e em função de sua natureza e dos tipos de relações que o grupo mantém 
com ele – o que envolve também o sistema de normas sociais que constituem o grupo produtor 
da representação (ABRIC, 2000), os quais seriam denominados elementos centrais. E há outros 
elementos que se relacionam com os centrais, o qualificam, reforçam ou se distanciam, 
apontando para possíveis heterogeneidades, as quais poderão indicar que há mudanças à vista 
em relação ao objeto representado – são os elementos periféricos (ABRIC, 2000). 
As pessoas produzem representações sociais para tornar o não-familiar em familiar 
– o desconhecido em conhecido. Ou seja, possibilitar um sentido ao objeto da representação, 
acomodá-lo cognitivamente. Isto é realizado através de dois processos: ancoragem e 
objetivação. “[...] Ancoragem é o processo de assimilação de novas informações a um conteúdo 
cognitivo-emocional pré-existente, e objetivação é a transformação de um conceito abstrato em 
algo tangível” (SAWAIA, 2004, p. 76). Esses processos permitem acomodar o objeto da 
representação no campo de significados dos sujeitos. 
11 
Abric (2000) destaca outras funções das representações sociais: 
 
[...] a função de saber, que permite uma maior compreensão da realidade e a 
capacidade de explicá-la, favorecendo que os atores sociais absorvam os saberes do 
senso comum em um quadro assimilável e compreensível, coerente com seu 
funcionamento cognitivo e os valores aos quais eles aderem; as funções identitárias 
das representações sociais definem a identidade e permitem a proteção da 
especificidade dos grupos. A função de orientação: As RS guiam os comportamentos 
e as práticas. A representação é prescritiva de comportamentos ou de práticas 
obrigatórias. Ela define o que é lícito, tolerável ou inaceitável em um dado contexto 
social. Já a função justificadora das representações sociais permite a justificativa das 
tomadas de posição e dos comportamentos. As representações têm por função 
preservar e justificar a diferenciação social, e elas podem estereotipar as relações entre 
os grupos, contribuir para a discriminação ou para a manutenção da distância social 
entre eles (ABRIC, 2000, p. 28). 
 
Assim, almeja-se estudar como as representações sociais de policiais militares acerca da 
permanência da mulher em um relacionamento conjugal abusivo estão organizadas o que 
poderia dar indicadores de como podem justificar e orientar atitudes e comportamentos em 
relação ao assunto. 
MÉTODO 
O presente estudo é de caráter qualitativo e exploratório, focando nas singularidades e 
experiências individuais dos pesquisados. Assim, a pesquisa qualitativa ou naturalista, segundo 
Bogdan e Biklen (2003), envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do 
pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa 
em retratar a perspectiva dos participantes. 
A pesquisa havia sido planejada com entrevistas semiestruturadas e, em função da 
obrigatoriedade do distanciamento social e demais medidas de combate ao Covid-19, foi 
necessário ajustar a proposta sendo utilizado um questionário na modalidade on-line, usando a 
plataforma: onlinepesquisa.com.br. Um link para o questionário foi enviado pelo grupo de 
WhatsApp do conjunto de policiais em média 80 participantes, obtendo-se oito questionários 
respondidos. Assim, os participantes da pesquisa foram 08 policiais militares da 8º 
RPM/5ºBPM – 5º Batalhão de Polícia Militar, localizado do munícipio de Tubarão/Santa 
Catarina. 
O presente estudo foi submetido à avaliação CEP – Comitê de Ética em Pesquisa/ e 
atenderá aos preceitos estabelecidos na resolução 466/12 e 510/16 e obteve aprovação sob o 
protocolo no nº 4.092.028. 
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A análise de dados foi desenvolvida utilizando-se a técnica de análise de conteúdo, para 
as questões abertas, reunindo-se as respostas por categorias agrupadas em função do sentido. 
Para Minayo (2001), a análise de conteúdo representa um conjunto de técnicas usadas na 
descrição do conteúdo de mensagens. É uma técnica que permite uma descrição das mensagens 
de forma objetiva, a fim de interpretar esses dados. Permite tornar os dados replicáveis e 
validados por meio de procedimentos especializados e científicos, reduzindo quaisquer 
interferências no processo de análise. 
O processo de categorização foi desenvolvido a partir dos temas dos objetivos 
específicos: a representação social dos policiais militares sobre os motivos que levam mulheres 
a permanecerem em relações violentas, significado de violência conjugal, percepção dos 
policiais sobre as mulheres agredidas que permanecem nas relações. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Os participantes são policiais militares de Tubarão/Santa Catarina com idades entre 
30 e 43 anos, havendo apenas uma participante do sexo feminino. As áreas de atuação dos 
policiais foi dividida entre alguns setores, mas prevaleceu expediente administrativo e o 
radiopatrulhas. No que diz respeito ao tempo de atuação dos policiais mais da metade atuam de 
cinco a 10 anos, os demais há mais de 10 anos. Dos participantes apenas um é solteiro. 
Quase todos afirmaram já terem atendido algum caso de violência contra a mulher, 
porém salientaram não receberem treinamento específico para lidar com situações envolvendo 
essa problemática. De acordo com Souza e Cortez (2014) essa carência de preparo pode 
ocasionar, em determinados casos, atendimentos que infringem alguns direitos das usuárias, 
assim como os direitos por um atendimento adequado, qualificado e respeitoso. 
 
A polícia atua como mediadora entre a vítima e o agressor e, dentro dos limites legais, 
[...] cabe ao Policial Militar executar sua função, orientar as pessoas envolvidas na 
situação e fazer os encaminhamentos necessários para que se dê andamento ao 
procedimento burocrático. (SIGNORI; MADUREIRA, 2007). 
 
É necessário ressaltar importância de capacitação da polícia militar no que se refere ao 
fenômeno da violência conjugal e suas implicações subjetivas para que o atendimento às 
vítimas de violência, possa evitar outros agravos. O atendimento eficaz, nestes casos, pode 
permitirque a vítima tenha mais possibilidades de buscar instituições de apoio e serviços 
especializados da rede de atendimento às mulheres, tendo como consequência a quebra do ciclo 
da violência. 
https://www.onlinepesquisa.com/?url=result_det&uid=2206043&status=0&language=1&hl=0&datum_einschraenken=&dateRange=&fid=20738248&ftid=47909854&ftid_wert=0#E20738248
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O primeiro objetivo deste estudo foi identificar o significado de violência conjugal para 
os policiais militares. Observa-se que a representação está objetificada, principalmente na 
construção da figura do abusador, ancorada no termo “Covardia”, presente nas evocações de 
seis participantes, sendo reforçada pelos termos “machismo”, “ignorância” e “abuso”, com 
menos ênfase, mas associadas, ainda, à figura do homem perpetrador de violência. 
A representação é objetificada também na figura da vítima com as evocações “medo”, 
“desamparo” e “fragilidade”. Um dos participantes cita “Atenção”, “cuidar”, “apoiar”, 
também termos relacionados à mulher em situação de violência, entretanto, ancorada na 
necessidade de assistência à vítima, o que, também reforça a perspectiva de “desamparo”. 
Nesse contexto é possível observar que a violência contra a mulher está objetificada em 
uma figura masculina dominadora (covarde e machista) e em uma figura feminina que “teme” 
por sua vida. Os participantes enfatizaram a ligação com o machismo, segundo Soares (2005) 
os homens não são naturalmente violentos, aprendem a ser. A associação entre masculinidade, 
guerra, força e poder é uma construção cultural. Da mesma forma, a paz, a emoção e a vocação 
para cuidar não são qualidades naturais da mulher. Também são aprendidas. 
Machismo também é associado à relação desigual entre os sexos onde haveria 
predomínio do sexo masculino sobre o feminino, sendo que 
 
historicamente, o homem sempre foi considerado o detentor único do poder, e as 
mulheres sempre se viram excluídas dele, isso condicionou o modo de pensar de 
ambos, desde o berço: é assim, porque sempre foi assim! Essa representação social, 
partilhada por todos, ainda mantém os estereótipos, apesar da evolução dos costumes 
(HIRIGOYEN, 2006, p. 75). 
 
A este respeito, a visão sobre o homem dominador e a mulher submissa é algo ainda 
muito presente em discursos explícitos ou velados em muitos contextos sociais, funcionando 
em alguns desses contextos como algo natural. No âmbito dessa pesquisa, não se evidenciou 
expressões que possam denotar posicionamento machista por parte dos participantes, mas o 
reconhecimento de machismo como indicador da base da violência do homem contra a mulher 
na relação conjugal. 
No que se refere a percepção dos policiais militares dos motivos que levam essas 
mulheres à permanecerem nas relações violentas, a resposta mais recorrente refere-se à 
esperança de mudança quando o parceiro diz que vai procurar tratamento, ao fato de temer por 
sua vida caso deixe o companheiro e, à dependência financeira. 
14 
A este respeito, explicam Bruschini e Unbehau (2002) que, na expectativa de que o 
companheiro mude de atitude com relação à violência, em nome dos filhos e por temor de 
assumir as consequências de uma possível separação, a mulher suporta os maus-tratos. 
Minetti (2005) explica que uma pessoa abusiva ainda pode dizer que ama seu parceiro 
e que irá mudar, para que o parceiro não o deixe. No entanto, quanto mais vezes a pessoa o 
aceita, maior será o controle do abusador sobre o abusado. 
Portanto, considerando a representação da violência conjugal e dos motivos de 
permanência, ao participantes entendem que se trata de uma relação onde há um dominador que 
manipula a situação de violência aproveitando-se da condição emocional do dominado, que 
deseja e acredita na relação afetiva, mas se depara com a ameaça de não sobreviver seja pela 
intensidade da violência seja pelo rompimento e a implicação disso na condição financeira. A 
representação denota assim, um contexto de impotência da vítima. 
Em se tratando dessa representação da mulher que permanece em relacionamento 
conjugal abusivo, quando solicitadas evocações sobre o assunto, a ancoragem mais significativa 
é atribuída à “dependência” que estaria reforçada pelos termos “falta de apoio” e “desamparo”, 
os quais evocam “medo” e “desespero”. Na sequência, “família/filhos” e “dinheiro/financeiro” 
completam a configuração da representação. Há também evocações que relacionam estado 
emocional: “sentimental”, “confusa” e “submissa”. 
Portanto, há uma perspectiva de compreensão da mulher como alguém em situação de 
dependência, ligada ao impedimento para deixar a relação por falta de apoio, o que geraria o 
medo, retroalimentando o ciclo. Há necessidade de um apoio mais efetivo às mulheres vítimas 
de violência física, para que elas compreendam que têm direito sobre seu próprio corpo, sobre 
sua própria vida e para que vejam que a violência não deve funcionar como punição por algo 
de que elas julguem ser "merecedoras". Isso requer a intervenção de diferentes profissionais e 
instituições — do setor jurídico ao pedagógico, do psicológico ao setor de Saúde Pública. 
(SOUZA e ROSA, 2006). 
Os direitos só adquirem existência social à medida que são enunciados em normas, 
legislações e tratados, configurando o espaço da cidadania formal, que não se confunde com o 
da cidadania efetiva e cuja fronteira não tem um traçado definitivo (BRUSCHINI e 
UNBEHAUM, 2002). Todavia, não basta que o sistema exista perante a legislação, é necessário 
que elas o exerçam e para que isso ocorra, elas precisam ter conhecimento da existência destes 
e ter condições que as possibilitem exercê-los. 
É possível que “sentimental”, “confusa” e “submissa” reforcem o estado emocional da 
mulher em sua permanência na relação. Sentimental pode estar relacionada à compreensão da 
15 
permanência na relação por acreditar na mudança do parceiro e, em meio às promessas, 
submeter-se uma vez mais e uma vez mais o que a torna confusa entre seus sentimentos e 
pensamentos, impedindo busca de decisões favoráveis à descontinuidade do ciclo. 
A esse respeito, Hirigoyen (2006) explica que a mulher exposta, durante algum tempo, 
com a violência perpetrada pelo parceiro, geralmente, tem um comprometimento psicológico, 
como a dificuldade de mudar sua realidade, uma vez que “a pessoa sob jugo não é mais senhora 
de seus pensamentos, está literalmente invadida pelo psiquismo do parceiro e não tem mais um 
espaço mental próprio” (HIRIGOYEN, 2006, p. 182). Por esta razão ela necessita de uma ajuda 
externa que a auxilie a criar mecanismos para mudar sua realidade e superar as sequelas 
deixadas pelo processo de submissão às situações de violência. (HIRIGOYEN, 2006). 
Explica Moscovici (2012, p. 34), que as Representações Sociais convencionalizam 
objetos, pessoas e acontecimentos e “as localizam em uma determinada categoria e 
gradualmente as colocam como um modelo de determinado tipo”. Assim, por meio das 
experiências profissionais e pessoais, os/as policiais identificam as mulheres vítimas de 
violência como aquelas que sofrem violência porque, de alguma forma, dependem desta relação 
e deste homem, sendo considerada muito sentimental ou por ser submissa, portanto se 
acomodam a esta forma de vivência e, assim, sucumbem à violência. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A violência conjugal, evidencia-se em problema gravíssimo que carece ser 
discutido e enfrentado em todas as camadas da sociedade, visto que, atualmente, configurou-se 
como um problema de saúde pública. É imprescindível que este tema não seja compreendido 
em nível privado, mas como uma questão de direitos humanos, pois, além de afrontar a 
dignidade da pessoa humana, impede o desenvolvimento pleno da mulher, afetando seu aspecto 
físico, cognitivoe emocional. 
O objetivo deste estudo foi identificar qual a representação social de policiais 
militares sobre a permanência destas mulheres nas relações abusivas. A partir das respostas foi 
possível constatar que as Representações Sociais acerca da mulher em situação de violência 
conjugal estão objetificadas na imagem do abusador, ancoradas na cultura do machismo e na 
imagem de mulheres como vítimas, sendo ancoradas em medo e fragilidade. 
Os participantes consideram que a dependência, tanto afetiva quanto financeira são 
os motivos principais para a permanência nas relações violentas, visto que as redes de apoio à 
16 
estas mulheres são insatisfatórios, gerando então o ciclo do medo e fragilidade quanto ao 
rompimento desta relação. 
Durante muito tempo, o sistema de saúde brasileiro esteve tradicionalmente mais 
voltado para ações curativas do que para ações preventivas. É essencial as políticas públicas 
voltarem-se para a saúde, a fim de auxiliar na diminuição da violência contra a mulher. 
Iniciativas de promoção a saúde para os Policiais Militares, para capacitá-los nesta 
problemática, poderiam auxiliar no atendimento adequado às situações de violências. 
Como limitação do estudo destaca-se a impossibilidade de comparação da representação 
entre os gêneros, considerando que a maioria dos participantes foram homens, visto que um dos 
objetivos do estudo era identificar se existia diferenças nas representações. Ainda, a prevalência 
da baixa adesão dos policiais perante a pesquisa é muita alta, visto que havia perspectiva de se 
obter participação de, aproximadamente 50 PMs, não alcançando nem 20% desta proposta. 
Portanto, é possível observar que o tema Violência Conjugal ainda é novo e que ainda existe 
um tabu para falar sobre este assunto. Inclusive, os PM salientam que não possuem treinamento 
específico para lidar com estes casos, reforçando a necessidade de capacitação. 
Por fim, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas, de modo que haja maior 
apropriação acerca das peculiaridades do trabalho policial e da rede de atendimento à mulher 
em situação de violência conjugais. Enfatizando, as atitudes que estes profissionais entendem 
serem cabíveis nestas situações, as compreensões que possuem sobre seu papel neste contexto 
e qual avaliação fazem perante as políticas públicas atuais. 
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TAQUETTE, S. R. (Org.) Mulher Adolescente/Jovem em Situação de Violência. Brasília: 
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http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/100
https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/pdfs/enfrentando-a-violencia-contra-a-mulher-orientacoes-praticas-para-profissionais-e-voluntarios
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https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/17670
https://doi.org/10.1590/0034-76121141

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