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Termo de autoria: Eu matrícula , confirmo e 
me responsabilizoque este trabalho foi realizado por mim respeitando o Regulamento de 
TCC vigente do curso de SS e as normas BNTe toda legislação sobre pesquisa que estão 
ativas no país. 
 
 
 
Assinatura do(a) aluno(a) 
Responsabilidade de autoria do TCC 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
EDINALVA DE MELO SILVA 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E O FEMINICÍDIO. 
 
 
 
 
 
 
Responsabilidade de autoria do TCC 
 
 
 
Termo de autoria: Eu EDINALVA DE MELO SILVA matrícula 
202001306072, confirmo e me responsabilizo que este trabalho foi realizado 
por mim respeitando o Regulamento de TCC vigente do curso de SS e as 
normas ABNT e toda legislação sobre pesquisa que estão ativas no país. 
 
 
 
Assinatura do (a) aluno (a) 
 
 
 
 
 
ESPERANÇA 
2024
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO DO SERVIÇO DE 
CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS- SCFV DO MUNICÍPIO DE 
REMIGIO- PB 
. 
EDINALVA DE MELO SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE À VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA E O FEMINICÍDIO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Apresentado à Universidade Estácio de Sá Polo 
de Esperança - PB como requisito parcial para obtenção 
do grau de Bacharel em Serviço Social, como requisito 
para a obtenção do título de bacharel em Serviço Social. 
 
Orientador: Prof.ª Marcia Maria Gil Ramos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPERANÇA 
2024 
VOCE TEM 02 TCC AQUI 
SUGIRO OU 
A ATUAÇÃO DO SS FRENTE A VIOLENCIA DOMENSTICA
OU A ATUAÇÃO DO SS FRENTE AOS FENMINICIDOS
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 6 
2A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL ..................................................... 9 
1.1 As diferentes formas de violência contra a Mulher .................................................... 13 
1.2 Violações ao Direito da Mulher ............................................................................... 15 
3.A LEI MARIA DA PENHA .......................................................................................... 16 
3.1 A Tipificação da violência segundo a Lei Maria da Penha ................................ 19 
3.2 Políticas Públicas e a aplicação da Lei Maria da Penha .....................................20 
4. O EXERCICIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO 
ATENDIMENTO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL ......................... 23 
4.1 A atuação Profissional do Assistente Social e a questão social .......................... 24 
4.2 O assistente social na equipe multiprofissional em casos de 
atendimento de violência contra a mulher ................................................................... 27 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 30 
.6.REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 33 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a Deus pela vitoria alcançada. A minha família pelo apoio. 
A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento 
deste trabalho de conclusão de curso, enriquecendo o meu processo de 
aprendizado. 
As pessoas com quem convivi ao longo desses anos de curso, que mim 
incentivaram e que certamente tiveram impacto na minha formação acadêmica. 
A supervisora Acadêmica Lúcia de Fátima N. de Morais, a supervisora 
de Campo Maria das Neves André Soares e aos tutores que me ajudaram 
e ensinaram nesta caminhada. 
SILVA. Edinalva Melo de. A Atuação do Assistente Social Frente à 
violência doméstica e o Feminicidio. 2023. 35 paginas. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) Universidade 
Estácio de Sá, Polo Esperança (PB). 
 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa foi desenvolvida a partir do tema “A atuação do 
Assistente Social Frente À Violência Doméstica e o Feminicídio”. Logo, 
a metodologia foi à revisão bibliográfica, onde buscou-se subsídios 
teóricos para a problemática: Descrever os principais motivos para a 
violência doméstica e o femicídio; Trazer visibilidade paraconhecer melhor 
a dimensão e o contexto da violência mais extrema contra as mulheres; 
Explicitar os dados da violência doméstica e do feminicídio através de 
pesquisas já realizadas e da literatura vigente. Nesse contexto, o objetivo 
geral foi analisar as intervenções profissionais dos Assistentes sociais 
junto às mulheres emsituação de violência doméstica e o feminicídio. Entre 
os resultados discutidos, apresentou-se que as intervenções, embora 
tenham caráter individual, possuem um norteamento coletivo, conforme 
as dimensões teórico-metodológicas, técnico- operativas e ético-políticas 
nos encaminhamentos de enfrentamento à violência visando que a vítima 
tenha seus direitos garantidos. Percebeu-se também, aimportância das 
equipes multi e interdisciplinares no atendimento das mulheres em situação 
de violência doméstica e familiar, além da articulação dos diferentes 
setores que compõem as chamadas redes de apoio à mulher, 
disponibilizados para o enfrentamento da violência. 
 
Palavras-chave: Violência doméstica; Assistente Social; Feminicídio. 
1- INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, o cenário que mais preocupa é o do feminicídio cometido por parceiro íntimo, 
em contexto de violência doméstica e familiar, e que geralmente é precedido por outras 
formas de violência e, portanto, poderia ser evitado. 
Trata-se de um problema global, que se apresenta com poucas variações em 
diferentes sociedades e culturas e se caracteriza como crime de gênero ao carregar traços 
como ódio, que exige a destruição da vítima, e também pode ser combinado com as 
práticas da violência sexual, tortura e/ou mutilação da vítima antes ou depois do 
assassinato. 
Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso da força física,psicológica 
ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não está com vontade; é 
constranger, é tolher a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar 
seu desejo e sua vontade, sob penade viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser 
espancada, lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem ao seu 
domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano. Assim, a violência pode 
ser compreendia como uma forma de restringir a liberdade de uma pessoa ou de um 
grupo de pessoas, reprimindo e ofendendo física ou moralmente (TELES, 2003, p. 15). 
 
Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição 
de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade 
da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direitos 
do que as do sexo masculino. 
Diversos casos de feminicídio enchem as telas dos jornais diários e das redes 
sociais, estão em toda parte como uma epidemia que não tem fim, um dos casos 
envolvendo violência doméstica ganharam repercussão mundial e deu origem a lei mais 
importante de combate à violência doméstica e ao feminicídio, foio caso da farmacêutica 
Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica após sofrer duas tentativas de 
homicídio cometidas pelo marido, que, além de impune, estava prestes a conseguir a 
prescrição do crime, levando para o debate público questões que antes eram tratadas 
apenas em âmbito particular. 
 
 
A violência contra a mulher não é um fato recente, desde os primórdios da 
humanidade as mulheres vêm sendo vítimas de agressões, muitas chegando a 
óbito. Por outro lado, o que é novo, é a responsabilidade de vencer tal violência, 
como condição para a construção da humanidade, visto que o Feminicídio define-
se como a expressão máxima da violência contra a mulher. (FONSECA et all, 
2018, P.50) 
SUA INTRODUÇÃO NÃO PODE TER CITAÇÕES
A introdução deve ter de 5 (cinco) a 6 (seis) parágrafos bem elaboradosde uma sociedade igualitária. 
Um dos maiores desafios para os assistentes sociais no combate a 
violência é construir uma efetiva rede de atendimento interdisciplinar, 
considerando essa como a articulação das ações entre as instituições e seus 
profissionais, que possam efetivamente amparar as vítimas da violência. E, 
claro, as dificuldades nãoficam apenas no âmbito da assistência. Os serviços 
disponíveis, tanto na saúde, como na assistência e a segurança pública, 
atendem com déficit as mulheres vítimas de violência. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
 
ALMEIDA, Suely Souza. A violência de gênero como uma violação dos 
direitos humanos: a situação brasileira. UFM: II Jornada Internacional de 
Políticas Públicas.São Luís – MA, 23 a 26 de agosto 2005 
 
ALMEIDA,Tânia Mara Campos de; PEREIRA, Bruna Cristina Jaquetto. 
Violência doméstica e familiar contra mulheres pretas e pardas no Brasil: 
reflexões pela ótica dos estudos feministas latino-americanos. Crítica e 
Sociedade: revista de cultura política. v.2, n.2, Dossiê: Cultura e Política, 
dez.2012. 
 
Direitos das mulheres. Brasília: Gráfica do Senado Federal, 2012. 
 
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BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – 
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CAMPOS, Amini Haddad; CORRÊA, Lindinalva Rodrigues. Direitos Humanos 
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HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Novas configurações da divisão 
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HIRATA, Helena. Globalização e divisão sexual do trabalho. Cadernos 
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LISBOA. Tereza Kleba. PINHEIRO. Eliane Aparecida.A intervenção do 
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LOURO, Guacira Lopes. Gênero, história e educação: construção e 
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IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: 
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IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. 
 
INÁCIO, Mirian de Oliveira. A relação entre “Projeto Feminista 
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enfrentamento à violência contra as mulheres no Brasil. In: SEMINÁRIO 
INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 9.,Florianópolis, 2010. 
 
LAKATOS, Maria Eva. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do 
trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e 
relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
LOPES. Luciana. A Intervenção Do Profissional Assistente Social Em 
Mulheres Vítimas De Violência Doméstica Na Contemporaneidade: Uma 
Reflexão Teórica. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC.Universidade 
Federal do Paraná. Matinhos-PR. 2018.descrevendo de maneira geral seu tema, não faça parágrafos com menos de 4 (quatro) ou 5 (cinco) linhas.
O primeiro parágrafo deverá contextualizar o tema previamente aprovado em projeto. A partir do segundo parágrafo você desenvolverá a justificativa, onde mostrará a importância do trabalho.
 No terceiro parágrafo você deve apresentar o problema de pesquisa definido no projeto, delimitando o seu recorte e explicando a importância dele. O Problema de Pesquisa é definido pelo próprio autor e deve estar relacionado ao tema escolhido. É formulado através de uma pergunta clara e objetiva, com a qual se defronta e que se pretende resolver com o desenvolvimento do trabalho. 
No quarto parágrafo você irá apresentar os Objetivos Geral e Específicos (previamente definidos pelo seu projeto de pesquisa), desenvolvendo um texto de forma fluída e conexa, não utilize o modelo de tópicos na Introdução. Cada capítulo corresponderá a um dos seus objetivos específicos, coloque um título adequado para cada capítulo, e explique-os, dessa forma você aborda os objetivos específicos e explica a estrutura do seu texto (não copie o objetivo como título).
O último parágrafo sugerido, contempla a exposição da metodologia. Lembre-se, seu trabalho é uma revisão Bibliográfica, na qual traz um texto dissertativo expositivo, ou seja, é pautado na exposição e explicação de ideias.
Ex: 1.INTRODUÇÃO 
A grande necessidade do processo de feedback dentro das organizações impulsionou este estudo. Através deste, foi possível compreender melhor o grau de relevância da ferramenta de feedback para o desenvolvimento do indivíduo e para os objetivos da empresa. Partindo do pressuposto de que todo ser humano necessita de retorno sobre seu desempenho para que assim possa buscar melhorias. O feedback é uma ferramenta relevante dentro da Psicologia organizacional que procura analisar e aprimorar o desenvolvimento do indivíduo. Logo, consiste no provimento de informações a um indivíduo sobre seus comportamentos. O feedback pode ser expressado de forma verbal ou não verbal e de modo positivo ou negativo. Entretanto, seja a forma ou modo que é emitido ainda assim torna-se essencial tanto para a organização quanto para o indivíduo que lá está inserido (CINTRA, 2018). A Psicologia organizacional é responsável por compreender e intervir sobre os indivíduos e as organizações, analisando os multifatores que caracterizam esses indivíduos ou grupos. Cabe também a este campo de atuação profissional analisar e contribuir para com as organizações, elaborando estratégias visando à melhoria, a preservação ou a reestruturação da qualidade de vida e bem-estar dos colaboradores, não somente dentro da organização como fora dela, pois a partir do trabalho é possível responder às demandas sociais inerentes ao ser humano e assumir uma identidade e um papel dentro de um grupo. Neste sentido, é desencadeada a seguinte questão: Qual a importância da Psicologia organizacional e do feedback no desenvolvimento de pessoas? Visando atender ao problema proposto o objetivo geral deste estudo foi tratar a respeito da Psicologia organizacional e do feedback, bem como suas contribuições no desenvolvimento de pessoas. Portanto, foi sustentado as consequências que a falta de feedback pode causar, dando destaque para a questão da motivação e qualidade de vida. Isto posto, o estudo está organizado em três objetivos específicos: Definição do que é a Psicologia organizacional, descrever o processo de feedback e abordar a importância do feedback e da Psicologia organizacional no desenvolvimento de pessoas. 12 Diante do exposto, no primeiro capítulo deste estudo foi possível definir Psicologia organizacional, onde abordou-se seu contexto histórico e sua trajetória como campo de atuação na Psicologia como ciência. Já no segundo capítulo, foi discutido a respeito do feedback, bem como sua conceituação, modo e forma, planejamento, princípios e estratégias. Por último, no terceiro capítulo, foi levantada a importância que o feedback e a Psicologia Organizacional exercem para o desenvolvimento de pessoas, a fim de garantirem maior assertividade comportamental do indivíduo como sujeito individual e coletivo. A fundamentação metodológica do presente estudo foi realizada através de revisões bibliográficas, em pesquisas que tiveram como pauta a importância do feedback e da Psicologia organizacional no desenvolvimento de pessoas. A respeito da metodologia de pesquisa, a mesma é de caráter qualitativo e descritivo. Diante do exposto, foram revisados trabalhos publicados nos últimos trinta e cinco anos. Os locais de busca se definiram em livros, artigos científicos e trabalhos de conclusão de curso. Para a busca de conteúdo foram utilizadas palavras chaves como: Feedback, psicologia organizacional, feedback nas organizações, importância do feedback, qualidade de vida, motivação e feedback.
 
Isso demonstra claramente um marco divisório, pois é a partir do reconhecimento 
da violência contra a mulher como uma questão de caráter público e universal que o Estado 
toma para si esse fenômeno tão antigo e aceito pela sociedade e cria medidas que visam 
coibir e punir esse tipo de violência. 
Ao enfocar a emergência da questão social, percebemos que o objeto de nossa 
profissão, a classe trabalhadora não se resignou, mas, ao contrário, protestou por 
melhores condições de vida e trabalho. Esse percurso foi traçado para conseguirmos 
compreender a importância da profissão denominada como Serviço Social e qual era sua 
função social, seus atuais desafios para a concretização dos objetivos dessa profissão 
comprometida com a emancipação da classe trabalhadora, através da total garantia de 
direitos e a atuação dos assistentes sociais com a problemática da violência contra a 
mulher e o feminicídio. 
 
A Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, representa um marco na 
proteção aos direitos das mulheres, pois tem como premissa coibir e prevenir todas as 
formas de violência doméstica e familiar. Do mesmo modo, em março de 2015, no 
Brasil, o feminicídio foi tipificado como conduta criminosa, através da Lei n. 
13.104/2015. (FONSECA et all,2018, p. 50) 
 
O objetivo geral desse trabalho foi analisar as intervenções profissionais dos 
Assistentes sociais junto às mulheres em situação de violência doméstica e o feminicidio a 
luz da literatura, e os objetivos específicos; Descrever os principais motivos para a violência 
doméstica e o femicídio; Trazer visibilidade para conhecer melhor a dimensão e o contexto 
da violência mais extrema contra as mulheres; Explicitar os dados da violência doméstica e 
do feminicídio através de pesquisas já realizadas e da literatura vigente. 
 
Partindo desse pressuposto muitas questões nos inquietaram e uma delas é diante de 
uma Lei tão bem elaborada e abrangente como a Maria da Penha, porque os números da 
violência doméstica e o feminicídio só crescem? Quais os entraves na aplicação e efetivação da 
lei para que estes crimes sejam evitados? Essas e outras questões farão parte do debate 
desse trabalho. 
 
Rigorosamente, a relação violenta se constitui em verdadeira prisão. Neste sentido, o 
próprio gênero acaba por se revelar uma camisa de força: o homem deve agredir, porque 
macho deve dominar a qualquer custo. E mulher deve suportar agressões de toda ordem, 
porque seu "destino" assim determina.(SAFFIOTI, 1999). 
Assim sendo, entender as causas da violência de gênero, que são ao mesmo 
tempo tão escandalosas e tão escamoteadas em nossa sociedade, umaquestão de alta 
complexidade e relevância social e profissional, visto que há uma persistência de 
situações de violência contra a mulher ao longo do tempo. 
Dessa forma, acreditamos que estudos, como é o caso dessa pesquisa, podem 
contribuir para qualificar a intervenção do assistente social e melhorar a formulação de 
políticas públicas dirigidas a esse segmento significativo da população brasileira. As 
pesquisas nesse sentido podem contribuir para qualificar a intervençãodo assistente 
social e melhorar a formulação de políticas públicas dirigidas a esse segmento 
significativo da população brasileira. 
2. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL. 
 
Entende-se por violência o rompimento de qualquer integridade da pessoa 
vitimada, seja integridade física, moral, psíquica e sexual (SAFFIOTI, 2001,p.17). 
Uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança, realizada 
pela Datafolha mostrou que 22% das brasileiras sofrem agressões verbais 
no ano de 2016, resultando 12 milhões de mulheres. Um dado que chama a 
atenção é o silêncio das vítimas, 52% das mulheres ficaram caladas diante 
da violência sofrida, 11% procuraram a delegacia da mulher e 13% preferiram 
o apoio de familiares. Vale ressaltar que 63% das agressões ocorreram dentro 
de casa, onde seria um lugar de refúgio e paz, acaba sendo lugar de dor e 
desespero. Os 39% restante receberam agressões na rua, conforme 
pesquisa realizada pela Datafolha no ano de 2016 (SEBASTIAO, 2018, P 14). 
A violência contra a mulher ampliou-se no Brasil a partir da década de 1970 
com a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra 
a Mulher sendo adotada pela Assembleia Geral. Nesse período, muitos 
movimentos sociais existentes se ampliaram nessa temática, na busca por 
diminuir os números dessa violência que havia tomando grandes avançando na 
compreensão das políticas públicas para que o assunto seja inserido nas pautas 
dediscussão acerca da segurança no país. 
Anteriormente nos anos de 1930 a questão social se aprofunda no Brasil, 
onde se intensificaram diversas transformações culturais, políticas e sociais. 
Trata-se do respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais 
geradas pelo sistema capitalista e suas resistências aos enfrentamentos de 
determinadas expressões. 
Em face disso, pode-se perceber que a profissão de Assistente Social no 
Brasil sempre foi rodeada por traços burgueses que não permitiam a 
visualização do cidadão portadores de direitos, mas sim como receptores de 
favores e benefícios. O assistente social presencia muitas formas de 
desigualdades sociais, particularmente contra as mulheres, e cabe a ele 
tornar público as situações para que sejam enfrentadas visando diminuir ou 
exterminar o problema, sendo de fundamental importância sua presença nas 
delegacias da mulher e participação nas tomadas de decisões em torno das 
políticas públicas e projetos lançados pelo governo.(SEBASTIÃO, 2018, P.14) 
 
De acordo Bandeira (1997) em meados do século XX, a categoria gênero 
surge com o objetivo de evidenciar a opressão feminina e o caráter de construção 
histórica e social sobre a desigualdade entre homens e mulheres. O conceito de 
gênero está relacionado às relações culturais e sociais que estruturam a 
sociedade, respondendo às características de pertencimento dos seres 
humanosa um ou outro sexo. 
SEUS CAPITULOS SÃO
1. SS
2. VIOLENCIA DOMESTICA 
3 O SS E A VIOLENCIA DOMESTICA
A categoria gênero movimenta toda a gama de estruturas, identidades 
sociais e subjetividades individuais (ALMEIDA, 2011). O gênero surgiu para 
descontruir o conceito de que ser mulher é uma condição dada pela natureza.De 
acordo com Suarez (2000) a diferença entre a natureza e a cultura não pode ser 
considerada universal, pois ainda que em forma cultural, a masculinidade é 
reveladapelo essencialismo presente na dicotomia com um todo. 
 
Diante deste fenômeno, presente no espaço social, encontra-se a 
violência contra a mulher. O primeiro documento internacional de 
direitos humanosque aborda esta violência foi aprovado em 1993, na 
Assembléia Geral das Nações Unidas. Esse documento define violência 
contra a mulher como qualquer ato de violência baseado no gênero que 
resulta, ou tenha probabilidade de resultar, dano ou sofrimento físico, 
sexual e psicológico, incluindo ameaça, coação ou privação arbitrária 
de liberdade, na vida pública ou privada (SANTI, 2010, p. 418). 
 
 
A violência de gênero surge de relações desestruturadas entre homens e 
mulheres, que adquiriu variadas formas ao longo da história, fixando papeis, 
status, lugares e poderes desiguais na família, no trabalho, na política, etc. 
Gênero é uma categoria que tem sido normalmente usada para descrever as 
relações homem e mulher, onde são naturalizadas as atribuições sociais, 
convertendo diferenças em fontes de desigualdade e dominação, que podemos 
denominar de “patriarcal”. O poder patriarcal se mantém, assim, na desigualdade 
entre os gêneros masculino e feminino, que além de se manifestar em diversas 
esferas sociais, incide sobre o corpo e a sexualidade da mulher. 
Historicamente quando as mulheres ultrapassam os papeis sociais que as são 
determinados, o poder patriarcal é, direta ou indiretamente, contestado ou ameaçado. 
Como resposta é comum surgirem situações de violência física e/ou psicológica. 
A violência tem como principal característica pelo uso da força psicológica 
ou intelectual para obrigar uma pessoa a praticar algo que não deseja, 
constrangendo, incomodando e impedindo a outra pessoa de manifestar sua 
própriavontade. São muitos motivos que podem desenvolver a agressão entre as 
pessoas,como a pobreza, desigualdade, desemprego, discriminação. Importante 
ressaltar que a violência não está somente associada à classe de menor poder 
aquisitivo, mas também está presente em todas as camadas sociais, não 
importando idade, raça, religião, sexo. (TELES E MELO,2003). 
 
Na maioria dos casos os atos de violência acontecem de forma oculta e 
silenciosa, onde o agressor domina emocionalmente a vítima, fazendo com que esteja 
sempre em estado de atenção com medo do que virá a acontecer caso suas 
vontades não sejam atendidas. O agressor passa a violar os direitos primordiais 
do ser humano. 
 
Não é identidade entre homens e mulheres que queremos reclamar, mas uma 
diversidade historicamente variável mais complexa do que aquela queé 
permitida pela oposição macho/fêmea, uma diversidade que é também 
diferentemente expressada para diferentes propósitos em diferentes 
contextos. Na verdade, a dualidade criada por essa oposição traça uma linha 
de diferença, investe-a com explanações biológicas, e então trata cada lado 
da oposição como fenômeno unitário (...). Em contraste, nossa meta é ver não 
somente diferenças entre os sexos, mas também o modo como essas 
trabalham para represar as diferenças dentro dos grupos de gênero. A 
identidade construída em cada lado da oposição binária escondeo múltiplo 
jogo de diferenças e mantém sua irrelevância e invisibilidade (SCOTT, p. 46, 
1986, apud LOURO, p. 116, 1995). 
 
 
A violência de gênero está relacionada às agressões realizadas de um sexo 
sobre o sexo oposto, normalmente ocorrem no seio familiar e que raramente são 
denunciadas por vergonha ou preconceito. Pode-se atribuir à violência de gênero 
também as agressões físicas e psíquicas. Esse conceito coloca claramente o ser mulher 
e o ser homem como conceito singular, a partir do que é estabelecido como feminino 
e masculino, assim como os papeis os papeis destinados a cada um na sociedade. 
Já o conceito de divisão sexual do trabalho, que expressa diretamente uma 
divisão social do trabalho entre os gêneros masculino e feminino, decorrente do 
modo capitalista de produção, em que as mulheres ocupam posições secundárias 
e de nível inferior. Onde a diferença entre o trabalho feminino e masculino é 
gritante mesmo quando ocupam as mesmas profissões. 
Esse conceito surgiu na França no início dos anos 1970, impulsionado pelo 
movimento feminista que reivindicava o reconhecimento das atividades do lar 
como trabalho, pois este, não tinha visibilidade, mesmo sendo executado por 
muitas mulheres em todo o país. 
Foi com a tomada de consciência de uma “opressão” específica que teve 
início o movimento das mulheres: torna-se então coletivamente “evidente” 
que uma enorme massa de trabalho é efetuada gratuitamente pelas 
mulheres,que esse trabalho é invisível, que é realizado não para elas 
mesmas, mas para outros, e sempre em nome da natureza, do amor e do 
dever materno (HIRATA; KERGOAT, 2007. p. 597). 
 
O sistema capitalista se desenvolveu com bases no patriarcalismo, 
beneficiando a diferenciação entre os sexos no mundo do trabalho, ou seja, essa 
histórica desigualdade imposta ao gênero feminino penetrou a estrutura produtiva e 
favoreceu a naturalização de atividades subalternas destinadas a responsabilidade 
feminina. 
 
Notou-se um crescimento da participação das mulheres no mercado de 
trabalho, tanto nas áreas formais quanto nas informais da vida econômica, 
assim como no setor de serviços. Contudo, essa participação se traduz 
principalmente em empregos precários e vulneráveis, como tem sido o caso 
na Ásia, Europa e América Latina. (HIRATA, 2001. P.143) 
 
Ou seja, no atual modelo de societário, a desigualdade social e a precarização 
do trabalho continuam muito presentes, grande parte dos lares brasileiros tem a 
mulher como provedora tornando o subemprego uma alternativa para sustentar a 
família, sair do desemprego e tentar propiciar melhores condições de vida para os 
filhos. 
 
Pode-se dizer que as desigualdades de salários, de condições de trabalhoe 
de saúde não diminuíram, e que a divisão do trabalho doméstico não se 
modificou substancialmente, a despeito de um maior envolvimento nas 
responsabilidades profissionais por parte das mulheres. (HIRATA, 2001. 
p.144) 
 
 
Se faz necessário o crescimento de estudos e pesquisas que possam 
possibilitar o mapeamento da violência doméstica no Brasil. Esta é um fenômeno 
complexo, suas causas são múltiplas e de difícil definição. 
2.1 AS diferentes formas de violência contra a Mulher. 
 
 
Apesar das constantes lutas das mulheres pelo Direito a igualdade em diferentes 
esferas, podemos afirmar que o problema da violência é decorrente e assola cada vez mais 
o nosso país, por ser algo corriqueiro, a exemplo das noticias que tratam de maneira 
singular esta problemática. 
O índice torna-se alarmante, os dados estatísticos apontam que em 72% dos 
casos as agressões são cometidas por homens com quem a vítima mantém ou 
mantiveram uma relação afetiva. Esses dados foram divulgados no Balanço dos 
atendimentos realizados em 2015 pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) da 
Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM –PR). 
Especificamente, do total de relatos de violência registrados pelo serviço, 50,16% 
foram de violência física, 30,33%, de violência psicológica; 7,25%, violência moral; 2,10%, 
violência patrimonial; 4,54%, violência sexual; 5,17%, cárcere privado; e 0,46% 
referiram-se a tráfico de pessoas. De acordo com os dados, vejamos que o índice maior, 
diz respeito à violência física. 
Assim sendo, antes de adentrarmos na discussão sobre a implementação de 
políticas públicas para a erradicação da violência contra a mulher, é importante frisar de 
que forma a violência se manifesta e que tipos de violência são praticados 
cotidianamente, seja no espaço público ou no espaço privado. 
 
Primeiramente, tratar da questão da violência no sentido literal da palavra é algo 
que requer a percepção de alguns estudiosos no sentido de avaliar como sendo “a 
violência uma questão que está incrustada nas práticas culturais em todas as 
sociedades, independente do nível de renda ou de educação formal e submetida a uma 
contínua revisão na medida em que os valores e as normas sociais evoluem” (CASIQUE 
e FUREGATO, 2006). 
Assim, comungando do mesmo pensamento, Damásio (2010, p.07), nos diz que: 
A violência é, cada vez mais, um fenômeno social que atinge governos e 
populações, tanto global quanto localmente, no público e no privado, estando 
seu conceito em constante mutação, uma vez que várias atitudes e 
comportamentos passaram a ser considerados como formas de violência. 
 
Analisando a questão da mulher como vítima da violência, não estamos nos 
referindo a sua condição de sujeito, que encontra-se com seus direitos violados. Mas, 
ressalta e estabelece a sua condição de pessoa, titular de direitos que ao se deparar 
com qualquer forma de violência, é vítima e sofre violação dos seus direitos básicos e 
fundamentais, trazendo consigo uma série de danos físicos, psíquicos e 
sociais. 
Partindo deste pressuposto, é necessário destacar os diferentes tipos de 
violência, os quais se distinguem em seu aspecto físico, psicológico, sexual, patrimonial 
e moral, e estão previstos no Código Penal, bem como na Lei 11.340/2006 nomeada 
como Lei de violência doméstica (Lei Maria da Penha). 
A violência física consiste num tipo de violência considerada mais evidente e difícil 
de esconder, uma vez, que se reflete no seu aspecto físico como qualquer conduta que 
ofenda a sua integridade ou saúde corporal e são protegidas juridicamente pela Lei 
Penal, conforme prevê o artigo 129 do nosso Código penal, a pena de detenção é de 
3(três) meses a 3 (três) anos. 
Prosseguindo, por violência psicológica entende-se que é uma conduta que causa 
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o 
pleno desenvolvimento, visando degradar ou controlar as suas ações, comportamentos, 
crenças, decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, 
isolamento, vigilância constante, perseguição, insulto, chantagem, limitação do direito 
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à 
autodeterminação. 
No que diz respeito a este tipo de violência, Cunha (2011, p.58), esclarece que: 
O fato da violência psicológica finalmente, ser reconhecida através de uma Lei, 
constitui-se um importante avanço no combate aos demais tipos de violência. Ressalta- 
se, ainda que, normalmente está associada à violência moral, por ser uma ação 
destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher. 
Tal violência por ser tão comum, acaba se disfarçando de discussão corriqueira 
pertinente a qualquer casal no seu cotidiano, quando em verdade, intimida a mulher e a 
colocanuma posição inferior, ou seja, numa ordem de prioridade e subordinação. 
No que concerne, a violência sexual, podemos compreender como qualquer 
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não 
desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a 
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar 
qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou 
à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou 
anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. 
Os atos de violência sexual podem ocorrer em diferentes circunstâncias e 
cenários, provocando na vítima, culpa, vergonha e medo, o que a faz decidir, quase 
sempre, por ocultar o evento, intimidando a denunciar o agressor. 
Por fim, temos a violência patrimonial, definida como qualquer conduta que 
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos 
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, 
incluindo os destinados a satisfazer as suas necessidades, é o ato de “subtrair” objetos 
da mulher, o que nada mais é do que furtar. Muitas vezes a violência patrimonial é 
também considerada como um meio de agressão física ou psicológica para com a vítima, 
pois, estão entrelaçadas, ou seja, um tipo de violência acaba por gerar outro tipo de 
violência, prejudicando demasiadamente a pessoa que se encontra nesta condição. 
 
2.2 Violações ao Direito da Mulher. 
 
Com base ao que foi explicitado até o presente momento, observa-se que a 
violência contra a mulher em seus diferentes aspectos e características fere diretamente 
a sua dignidade como pessoa humana, violando os seus direitos e garantias 
fundamentais,o que nos leva a questionar, se de fato, o Estado tem agido de maneira 
eficaz para reduzir e coibir um dos problemas mais agravantes na seara brasileira, 
sabendo-se que é dever do Estado proteger qualquer pessoa, independentemente da 
situação em que se encontra, no entanto, o número crescente de homicídios por razão 
de gênero tem sido um desafio para que de fato, o Estado possa agir em busca desta 
erradicação de maneira enérgica. 
Assim quando nos referimos a violência, podemos observar o que traz o artigo 
6º da Lei 11.340/2006 quando deixa explícito ser “ a violência doméstica e familiar contra 
a mulher uma das formas de violação dos direitos humanos”. Barsted (2007), apresenta 
a seguinte análise em relação à violação dos direitos da mulher: 
No entanto, se os avanços legislativos são inquestionáveis, são 
também constantemente desafiados e tensionados pela drástica 
realidade de violação dos direitos humanos em escala planetária. 
Tanto no plano internacional quanto noBrasil, há um enorme fosso 
entre o reconhecimento da necessidade de formulação de políticas 
de promoção da igualdade de gênero, como dimensão constitutiva 
dos direitos humanos, e a implementação efetiva desses direitos. 
 
De fato, as desigualdades de gênero têm fortalecido ainda mais para o aumento 
da violência restringindo alguns direitos inerentes as mulheres, direitos estes que foram 
conquistados ao longo da história de luta e superação, e que foram reconhecidos como 
Direitos Humanos no marco da Conferência Mundial dos Direitos Humanos, conforme 
preleciona o artigo 18 da declaração, o reconhecimento que: 
 
Os direitos humanos das mulheres e das meninas são inalienáveis e constituem 
parte integrante e indivisível dos direitos humanos universais (...). A violência 
de gênero e todas as formas de assédio e exploração sexual ( ) 
são incompatíveis com a dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser 
eliminadas ( ) Os direitos humanos das mulheres devem ser parte integrante 
das atividades das Nações Unidas (...), que devem incluir a promoção de todos 
os instrumentos de direitos humanos relacionados á mulher. 
Podemos afirmar que mesmo com os seus direitos garantidos e estabelecidos 
pela lei, o que vem impedir a aplicação é justamente a questão abordada neste estudo, 
a violência que cresce constantemente, no qual, interfere o seu direito a liberdade e constitui 
diferenças correlacionadas a inserção da mulher e do homem na sociedade, mesmo, 
sabendo que a nossa Constituição Federal, esclarece, no inciso I do Artigo 5º, “serem os 
homens e mulheres iguais em direitos e obrigações”, ou ainda, como preleciona o inciso 
III, do artigo 5º, “ninguém será submetido a tortura nem tratamento desumano ou 
degradante”, infelizmente, sabemos que a realidade entra em contradição com o 
estabelecidoa “Carta Magna”. 
Em contrapartida, os meios que visam coibir a violência através de leis, decretos, 
políticas públicas, convenções, tratados, ações afirmativas, são medidas adotadas pelo 
Estado,com o intento de acelerar o processo de obtenção da tão almejada igualdade, 
interferindo, a ocorrência da violação dos direitos das mulheres. Tais medidas são tidas 
como compensatórias e pretendem remediar as desvantagens históricas, aliviando as 
condições que resultaram num passado discriminatório em relação às mulheres, 
considerando, serem os direitos das mulheres parte inalienáveis integrais e indivisíveis 
dos direitos humanos universais, como conclui Piovesan (2016). 
 
3. A LEI MARIA DA PENHA 
 
A cada ano, milhares de mulheres são mortas pela violência no mundo. Esse 
fenômeno se traduz em abusos físicos, sexuais, patrimoniais, psicológicos e morais. A 
violência doméstica era entendida como um tipo de abuso na qual marido e mulher 
deveriam resolver sozinhos, conforme o conhecido ditado:“em briga de marido e mulher 
ninguém mete a colher”. No entanto, com a Lei Mariada Penha, o Estado toma para si a 
responsabilidade de proteger as mulheres desses abusos, deixando então de ser uma 
questão meramente de âmbito privado. Esta Lei, portanto, constitui-se em um grande avanço 
na luta das mulheres pela erradicação, prevenção e punição da violência. 
Em virtude da preocupação com esse tipo de realidade que é vivenciada 
por mulheres em todo o mundo, instrumentos internacionais foram criados. São 
eles: a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher (CEDAW), adotada pela Assembleia Geraldas Nações Unidas, 
em 18 de dezembro de 1979, que entrou em vigor em3 de setembro de 1981; o 
Plano de Ação da IV Conferência Mundial sobrea Mulher (1995); a Convenção 
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher 
(Convenção de Belém do Pará, 1994); o Protocolo Facultativo à Convenção 
sobre a Eliminação de Todasas Formas de Discriminação contra a Mulher, além 
de outros instrumentosde Direitos Humanos. (VELOSO, 2013, P. 24) 
 
 
A Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/06 – representa um marco naproteção aos 
direitos das mulheres, pois, de maneira geral teve como premissa essencial coibir e 
prevenir todas as formas de violência doméstica e familiar, nos termos do artigo 226 da 
Constituição Federal de 1988, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação Contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, ratificado pelo Brasil. 
As mortes de mulheres por questões de gênero, chamadas de feminicídio, 
encontram-se presentes em todos os níveis da sociedade e, conforme anteriormente 
apresentado, são decorrentes de uma cultura de dominação e desigualdade nas 
relações de poder existente entre homens e mulheres, produzindo a inferiorização da 
condição feminina, resultando na forma mais extrema da violência contra as mulheres, 
que é o óbito (OLIVEIRA, 2015). 
O crime de feminicídio íntimo está previsto na legislação desde a entrada em vigor 
da Lei nº 13.104/2015, que alterou o art. 121 do Código Penal (Decreto-Lei nº 
2.848/1940), para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de 
homicídio. Assim, o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo 
feminino, isto é, quando o crime envolve: “violência doméstica e familiar e/ou 
menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. (BRASIL, 1988) 
Quando falamos e nos preocupamos com a violência, a primeira imagem, a face 
mais imediata e sensível, é a que se exprime pela agressão. Contudo, a violência é um 
produto histórico, e não é uma é múltipla (MYNAIO, 2003,p.25). 
 
Os parâmetros que definem a violência doméstica contra a mulher, por sua vez, estão 
estabelecidos pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) desde 2006: qualquer ação ou 
omissão baseada no gênero que lhe cause morte,lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou patrimonial, no âmbito da unidade doméstica, da família ou 
em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de orientação sexual. A Lei de 
Feminicídio foi criada a partir de uma recomendação da CPMI que investigou a violência 
contra as mulheres nos Estados brasileiros, de março de 2012 a julho de 2013. 
Em virtude dessa realidade, em março de 2015, no Brasil, o feminicídio foi 
tipificado como conduta criminosa através da Lei nº 13.104/2015, naqual o Estado 
reconhece quão grave e danoso é, para a sociedade, o homicídio demulheres, no 
sentido de promover a justiça de gênero com o propósito de diminuir as práticas 
discriminatórias ainda presentes no Direito e no Poder Judiciário. Entretanto, o 
debate referente ao feminicídio ainda suscita controvérsias e tensões, pela 
compreensão de que a simples judicialização, ou seja, a tipificação da conduta 
violenta como crime não seria o caminho mais eficaz para a mitigação ou o 
banimento deste fenômeno da realidade social (GOMES, 2015). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htmhttp://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
http://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
http://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
http://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
É importante lembrar que, ao incluir no Código Penal o feminicídio como 
circunstância qualificadora do crime de homicídio, o feminicídio foi adicionado ao rol dos 
crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990), tal qual o estupro, genocídio e latrocínio, 
entre outros. A pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos. 
Em análise à Lei 11.340/06, observamos que a mesma detém consideráveis 
repercussões no âmbito jurídico, criando trâmite inovador de garantia, 
decorrentes dos acréscimos efetivados no campo do Direito Penal, do Processo 
Penal, da Execução Penal, do Direito Civil, do Processo Civil, do Direito 
Administrativo, do Direito Trabalhista e do Previdenciário, tudo isso para 
maximizar a ordem jurídica no que se refere à integração sistêmica de benefícios 
assistenciais e de proteção, buscando, sempre a devida concreção dos direitos 
e garantias fundamentais, na máxima constitucional do princípio da 
inafastabilidade (CAMPOS, 2012, p. 145). 
 
O principal ganho com a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) é justamente tirar 
o problema da invisibilidade. Além da punição mais grave para os que cometerem o 
crime contra a vida, a tipificação é vista por especialistas como uma oportunidade para 
dimensionar a violência contra as mulheres no País, quandoela chega ao desfecho extremo 
do assassinato, permitindo, assim, o aprimoramento das políticas públicas para coibi-la e 
preveni-la. 
 
O dia 25 de novembro de 1981 foi instituído como o Dia Internacional da Não – 
Violência contra mulher. Desde então, o movimento organizado de mulheres 
realiza campanhas neste dia, buscando combater a violência que infringe a 
mulher sob as mais diversas formas. Um dos mais importantes projetos em vigor 
á a Lei Maria da Penha. Este projeto, fruto do movimento organizado de 
mulheres, teve respaldo total no Governo Lula, que envio ao Congresso em 2004 
(DIREITOS DAS MULHERES, 2012, p.40) 
 
 
 
Um levantamento realizado no Distrito Federal em 2013 (Pesquisa Impacto dos 
Laudos Periciais no Julgamento de Homicídios de Mulheres em Contexto de Violência 
Doméstica ou Familiar no Distrito Federal (Anis/Senasp, 2013) revelou que nos Tribunais 
do Júri, onde são julgados os crimes contra a vida, os operadores de Justiça ainda aplicam 
pouco a Lei Maria da Penha nos casos de homicídio de mulheres: a menção expressa 
à Lei nº 11.340/2006 apareceu em apenas 33% das peças do processo de homicídio de 
mulheres, entre os anos de 2006 e 2011. (Brasil, 2012) 
Esse resultado sugere que o contexto da violência sistêmica contraas mulheres, 
que está nas raízes de grande parte dos assassinatos, ainda é poucoreconhecido pelos 
operadores do Direito, o que acaba por interferir na aplicação da Justiça, pois a Lei Maria 
da Penha introduziu no Código Penal a violência contra a mulher como circunstância 
agravante de pena. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
3.1 A tipificação da violência segundo a Lei Maria da Penha. 
 
 
A Lei Maria da Penha estabelece cinco tipos de violência doméstica contra a 
mulher relacionadas no Art. 7º da Lei 11.340/2006: 
Violência física – ação do agressor contra a integridade ou saúde corporal 
da vítima como: empurrar, sacudir, esbofetear, chutar, queimar, etc. 
Violência psicológica – ação do agressor contra a mulher que causadanos 
de ordem emocional. Exemplos: insulto, chantagem, ridicularização, humilhação, 
constrangimento, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, 
limitação do direito de ir e vir. Esse tipo de violência normalmente acompanha a violência 
física, até mesmo como forma de coibir a vítima a não denunciar a agressão sofrida. 
Pode ser confundida como excesso de cuidado por parte do agressor e não ser assim 
identificadacomo violência pela vítima. 
Violência sexual - ação do agressor que constranja a mulher apresenciar, a 
manter ou a participar de relação sexual não desejada, diante de ameaças, coações 
ou do uso direto da força; que a induza a comercializar ou a utilizar,de qualquer 
modo, a sua sexualidade. Está incluído neste tipo de violência o impedimento da 
mulher usar método contraceptivo e a obrigação da mulher abortar mediante força 
ou ameaça. 
 
É um tipo de violência que gera medo, culpa e vergonha, o que dificulta muitas 
mulheres de denunciá-la. Na maior parte das vezes essa agressão só é denunciada 
quando praticada por um estranho, fator que contribui para o escamoteamento da 
violência gerida no interior da família. 
Violência patrimonial - qualquer ação que possa causar dano aos bens da 
mulher como documentos pessoais e instrumentos de trabalho. Esse tipo de violência é 
utilizada, muitas vezes, para que a mulher passe a não ter controle dos próprios bens, 
ficando cada vez mais dependente do parceiro. Alguns companheiros podem se apossar 
dos bens materiais de suas companheiras, além de atrapalhar seu trabalho ou impedi-las 
de trabalhar. Esse tipo de conduta evidencia a possessividade e o controle que o homem 
pretende exercer sobre a mulher. 
Violência moral – conduta por parte do agressor que possa caluniar ou 
difamar a mulher. As mulheres são comumente vítimas da violência moral dentro 
do ambiente de trabalho, em muitos casos isso ocorre em virtude do assédio 
sexual a quesão submetidas. Sua capacidade profissional e atuação são postas 
em xeque, podem ser também desmerecidas publicamente, gerando maus 
resultados na avaliação do desempenho do trabalho, assim como a perda da 
vontade de trabalhar. 
 
3.2 Políticas Públicas e a aplicação da Lei Maria da Penha. 
 
Para o enfrentamento destas formas de violência se fez necessário a 
criação de Políticas Públicas com a intenção de contribuir para a proteção da 
mulher em sentido amplo, pois, pretende prevenir, combater, assistir e garantir 
direitos fundamentais às mulheres em situação de violência. 
Ante, os aspectos que configuram as diferentes formas de violência, a Lei 
11.340/ 2006,batizada de Lei Maria da Penha, surge como forma de política 
pública visando coibir e prevenir qualquer tipo de violência referente a mulher, 
principalmente, quando relacionada à violência doméstica e familiar, inovando 
ao instituir no nosso ordenamento jurídico Medidas Protetivas de Urgência, e 
alterando preceitos contidos no Código Penal, no Código de Processo Penal e 
na Lei de Execução Penal. 
Importante mencionar, que a Lei 11.340/2006, veio em consonância com 
a Constituição Federal de 1988, onde afirma, em seu Artigo 226, parágrafo 8º 
que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que 
a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas 
relações”. 
Ressalta-se que antes de sancionada a Lei em questão, tivemos a Lei 
9.099/95, que criou os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, aplicando penas 
brandas aos crimes de menor potencial ofensivo, penas alternativas, que 
geralmente eram pagamento de cestas básicas e que com o advento da Lei 
Maria da Penha, afastou expressamente a aplicação da Lei 9.099/95. 
No entanto, o advento desta Lei trouxe alguns debates, criticas e 
questionamentos por partedos operadores do direito, que a consideraram 
inconstitucional, pois, observam certo grau relacionado a desigualdade. 
Na percepção de Dias, (2010, p.07): 
 
 
A lei recebida com desdém e desconfiança. Alvo das mais ácidas 
criticas, rotulada de indevida, de inconveniente. Há uma tendência 
geral de desqualificá-la. São suscitadas dúvidas, apontados erros, 
identificadas imprecisões e proclamadas até inconstitucionalidade. 
Tudo serve de motivo para tentar impedir que se torne efetiva. Mas 
todos esses ataques nada mais revelam do que injustificável 
resistência a uma nova postura no enfrentamento da violência que 
tem uma origem em uma relação de afeto. 
 
Apesar de observadas as críticas, é sabido argumentar que a Política 
Nacional deEnfrentamento à Violência contra as Mulheres é um instrumento de 
garantia da efetivação da Lei Maria da Penha. Tal lei, por meio de sua difusão 
e implementação, bem como a ampliação e o fortalecimento da rede de serviços 
para as mulheres em situação de violência, basea-se em aspectos relacionados 
a punição do agressor, a prevenção à violência e a assistência à vitima, 
articulando serviços que possam coadunar a garantia de direitos e valorização 
do indivíduo como pessoa humana. 
No âmbito da justiça nota-se que a criação de mecanismos legais 
representa um compromisso assumido pelo Estado ante a este problema 
emblemático, que se reverte em ações concretas, buscando diminuir o índice da 
violência contra a mulher e a sua situação relacionada aos seus diversos tipos, 
já abordados neste estudo. 
Desse modo, as políticas públicas disseminadas pela Lei Maria da Penha, 
circundam como proteção à mulher, prevendo medidas protetivas de urgência, 
que geralmente são solicitadas na delegacia de polícia ou ao próprio juiz. Na 
percepção de Dias (2013, p.145) a Lei Maria da Penha elencou um rol de 
medidas a fim de assegurar efetividade à garantia da mulher de viver uma vida 
sem violência. Essas medidas, de acordo com a autora, visam não apenas deter 
o agressor, mas garantir a segurança pessoal e patrimonial da ofendida e de sua 
prole, sendo mais uma atribuição da polícia somente, mas do juiz e do Ministério 
Público também. Assevera, igualmente, que as providências trazidas pela Lei, 
chamadas de medidas protetivas de urgência, não se limitam àquelas previstas 
nos artigos 22 ao 24, mas há aquelas que se encontram esparsas na legislação, 
também denominadas de protetivas, cujo objetivo é a proteção da ofendida. 
Para coibir os aspectos relacionados à violência contra as mulheres é 
imprescindível a interligação entre Estado – sociedade, haja vista, que esta 
integração, cria sinergia com vistas a dá maior efetividade as políticas 
implementadas, levando em consideração o contextohistórico, social e cultural 
que vulneram as mulheres e dificultam processos de mudanças no quadro da 
violência. 
Com relação à implementação das políticas públicas, Dias, (2010, p.197), 
argumenta que “As políticas públicas de prevenção e erradicação da violência 
contra as mulheres estabelecidas no art. 8º da Lei Maria da Penha não estão 
sendo aplicadas de uma forma que possam resguardar e suprir as necessidades 
das vítimas”, isto se deve, especificamente, ao número crescente da violência, 
aumentando a demanda de mulheres vitimadas, o que de certa forma, interfere 
e dificulta o trabalho das instituições engajadas no serviço para a erradicaçãoe 
proteção das mesmas. 
Conforme estabelece o artigo 8º, inciso IV da Lei 11.340/2006: 
 
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica 
e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto 
articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios e de ações não governamentais, 
tendo por diretrizes: 
 
IV - A implementação de atendimento policial especializado 
para as mulheres, em particular nas Delegacias de 
atendimento a mulher. 
 
É primordial, o papel desempenhado pelas Delegacias de Defesa a 
Mulher, pois, configura como uma política pública, representando um espaço 
para acolher as mulheres vítimas da violência, daí a relevância da autoridade 
policial no atendimento destes casos. Na visão de Cunha (2008, p.55): 
 
(...) Um dos propósitos de sua criação foi garantir atenção 
especializada às mulheres que procuravam as delegacias de polícia e 
frequentemente eram submetidas a tratamentos vexatórios e 
negligentes. De fato, a criação das delegacias especiais motivou 
muitas mulheres a denunciar, publicizando o problema da violência 
contraa mulher (...) 
 
Para tanto, é necessário que as Delegacias, estejam preparadas, de fato, 
para garantir um apoio multidisciplinar no que se refere ao âmbito social, 
psicológico, educacional e jurídico, pois, as DEAM’s tem caráter preventivo e 
repressivo, devendo realizar ações de prevenção, investigação e 
enquadramento legal, sempre pautada no respeito aos Direitos humanos a aos 
princípios do Estado Democrático de Direito. 
 
 
4.O EXERCICIO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO 
ATENDIMENTO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL. 
 
Para discorrermos sobre o exercício do/a assistente social no 
atendimento à violência contra a mulher, partimos da compreensão de que 
a atuação deste profissional tem como propósito viabilizar a implementação 
de direitos sociais. Para além de uma visão clientelista do Serviço Social, 
entende-se que a atuação a nível social destes profissionais está ligada à 
sua capacidade de perceber dimensões universais e, concomitantemente, 
particulares, em cada caso atendido. Neste sentido, parte-se do pressuposto 
de que: 
 
O assistente social é um profissional que não trabalha com fragmentos 
da realidade social, ele atua com demandas individuais que analisadas 
relevam situação não exclusivas de um determinado indivíduo. Isso 
permite ao profissional, diante das condições de vida dos usuários, à 
luz de uma perspectiva teórico-crítica, intervir na realidade de forma 
mais concreta, não agindo apenas sobre a face mais imediata do 
problema, descobrindo novas expressões da questão social 
(VELLOSO, 2013, p. 41). 
 
Neste âmbito, como afirma Iamamoto (2012), o profissional assistente 
social é desafiado diariamente a perceber os meandros das questões sociais nas 
particularidades da vida de cada um dos seus atendimentos. É um processo 
constante de desvelamento da realidade social, uma compreensão de como o 
público e o privado se entrelaçam em uma relação complexa que deve ser 
compreendida profundamente para viabilizar o trabalho deste profissional. Neste 
sentido, em seus atendimentos, o assistente social perpassa as múltiplas 
dimensões da vida privada dos indivíduos, atuando em questões de saúde, 
habitação, educação, regulações trabalhistas, etc. 
Neste capítulo, buscou-se discorrer sobre a multidimensionalidade do 
atendimento profissional do assistente social, tendo como recorte específico 
o atendimento às questões ligadas à violência contra a mulher, buscando 
delimitar possibilidades de intervenção e prevenção, bem como esboçar 
limites e desafios da atuação profissional. 
4.1 A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE SOCIAL E A 
QUESTÃOSOCIAL. 
 
Em seu artigo intitulado “Questão Social: objeto do Serviço Social?”, 
Machado (1999), faz um balanço da atuação profissional do serviço social no Brasil 
ao longo do século XX, destacando que, em seu início, o objeto definido da 
assistência social brasileira era o homem, “mas um homem específico: o homem 
morador de favelas, pobre, analfabeto e desempregado” (MACHADO, 1999, p. 
40). A atenção do profissional do serviço social recaia sobre este sujeito devido 
a percepção sobre sua incapacidade individual de ascensão social. 
Posteriormente, o serviço social ultrapassa esta noção do “homem” como objeto 
profissional, “atentando-se a situação deste homem” (MACHADO, 199. p. 41). 
Essa mudança de percepção,ainda que simples à primeira vista, marca uma 
importantetransição na forma de pensar: passa de uma condição inerente de 
determinado indivíduo, devido a sua incapacidade individual de ascensão social, 
para a compreensão das determinações sociais que implicam na situação da 
posição social dos sujeitos. 
Desta maneira, a questão social passa a ser identificada como o objeto 
de trabalho do profissional assistente social, compreendendo-a como: 
 
O assistente social convive cotidianamente com as mais amplas 
expressões da questão social, matéria prima de seu trabalho. 
Confronta-se com as manifestações mais dramáticas dos processos da 
questão social no nível dos indivíduos sociais, sejam em sua vida 
individual ou coletiva (ABESS/CEDEPSS, 1996, p. 154). 
Deste modo, o Serviço Social para a empregar, em suma, duas 
definições da questão social, sendo elas: 
A questão social não é senão as expressões do processo de formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário 
político dasociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por 
parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da 
vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia a qual 
passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e 
da repressão (CARVALHO e IAMAMOTO (1983, p. 77). 
A questão social é a aporia das sociedades modernas que põe em 
foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado e a 
dinâmica societária, entre a exigência ética dos direitos e os 
imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete 
igualdade e a realidade das desigualdades e exclusões tramada na 
dinâmica das relações de poder e dominação (TELES, 1996, p. 85). 
Deste modo, a questão social, entendida como as expressões e 
manifestações, na vida cotidiana individual, das relações de dominação, de 
trabalho e de estruturação do poder econômico, político e social, são definidos 
como o objeto de atenção profissional do Serviço Social, na medida em que 
estes/as profissionais têm como objetivo constante e diário, em sua atuação, 
desvelar as complexidades sociais que condicionam a posição social de 
determinado sujeito, bem como compreender como estas determinações sociais 
impedem a implementação de direitos sociais. Esta compreensão do social é 
fundamental para que a atuação do/a profissional assistente social não se reduza 
ao clientelismo ou a uma mera expressão de caridade. 
A ausência da compreensão da questão social no Serviço Social incorre 
na focalização de um fenômeno amplo, intrinsicamente social, que engloba 
diversos sujeitos, instituições e processos, como se fosse um caso isolado, 
individual, desprovido de relações sociais que condicionam determinado 
fenômeno. Em outras palavras “elimina-se, no nível da análise, a dimensão 
coletiva da questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo isolado” 
(IAMAMOTO, 2012, p. 30). Em suma, frisa-se a necessidade de compreender 
e analisar o sujeito a partir da teia de relações estruturais e sociais que 
compõem a dimensão social que infere sobre sua posição social. 
Iamamoto (2012) destaca a necessidade do profissional do Serviço 
Social compreender a dinâmica social que engloba, afeta e condiciona a 
posição social dossujeitos, para, assim, compreender suas vulnerabilidades e 
as violações de seus direitos sociais. Para tanto, o autor resgata elementos 
centrais do sistema de produção capitalista, que operam tanto na organização 
da produção quanto, em maior âmbito, na organização de toda a vida social 
contemporânea. Segundo o autor: 
Esse cenário, de nítido teor conservador, atinge as formas culturais, 
a subjetividade, a sociabilidade, as identidades coletivas, erodindo 
projetos e utopias. Estimula um clima de incertezas e desesperanças. 
A debilitação das redes de sociabilidade e sua subordinação às leis 
mercantis estimula atitudes e condutas centradas no individuo 
isolado, em que cada um “é livre” para assumir os riscos, as opções 
e responsabilidades por seus atos em uma sociedade de desiguais 
(IAMAMOTO, 2012, p. 21). 
Deste modo, quanto tratamos da “questão social” nos referimos “ao 
conjunto das expressões das desigualdades sociais geradas pelo sistema 
capitalista e as resistências e aos enfrentamentos a tais expressões” 
(VELLOSO, 2013, p. 37). Neste sentido, Iamamoto (2012) frisa que essas 
desigualdades se expressam nas dimensões econômicas, políticas, culturais, de 
classe e, podemos agregar, de gênero. 
Por sua vez, Faleiros (2008) destaca que uma concepção abstrata da 
questãosocial não é suficiente para a prática profissional do assistente social, 
na medida em que depositar o “objeto” do Serviço Social em relações abstratas 
e estruturais pode incorrer na perda das relações processuais. Deste modo, o 
autor considera a necessidade de construção de indicadores de mudanças 
processuais para embasar o trabalho profissional do assistente social. Ao 
resgatar as concepções do autor, Oliveira (2009), sistematiza da seguinte 
maneira: 
O autor considera o “serviço social como uma relação de poder e é 
nessa relação de poder que se produz as particularidades do Serviço 
Social no contexto das relações de forças”. Ou seja, “a 
desconstrução/construção do Serviço Social passa por uma discussão 
das relações de saber e poder sem cair no dogmatismo do relativismo”. 
Trata-se, para ele, de colocar o objeto da profissão numa outra 
perspectiva, não “exclusiva de classe contra classe, mas articulada a 
ela na análise das relações de poder, hegemonia e contra hegemonia”. 
Não se trata apenas de analisar questões mais gerais, como a 
economia, mas, também, os micropoderes que permeiam a ação dos 
atores sociais, com quem o Serviço Social trabalha (OLIVEIRA, 2009, 
p.50). 
 
Deste modo, identifica-se que o autor não exclui da análise as 
relaçõesestruturais econômicas e suas inferências na questão social, mas, 
concomitantemente, resgata a importância das estratégias individuais e 
coletivas como relações de poder cotidianas nas quais a intervenção do 
assistente social se constrói. 
Resgatando estas considerações para a reflexão sobre a temática desta 
pesquisa, percebe-se a necessidade da competência do/a profissional do Serviço Social 
de identificar, compreender, analisar e tratar os casos de violência contra a mulher 
dentro de um contexto social que é, fundamentalmente, patriarcal. Como destacado no 
primeiro capítulo deste trabalho, as configurações do poder social na sociedade 
contemporânea assumem, de forma determinante, uma relação hierarquizada entre 
distintos gêneros. 
4.2 O ASSISTENTE SOCIAL NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM 
CASOS DE ATENDIMENTO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. 
 
Santos et al (2018), desenvolveu uma pesquisa sobre como as equipes 
de atenção primária à saúde enfrentam a questão da violência contra a mulher. 
Os resultados da pesquisa indicaram que as usuárias do sistema da saúde 
relatam questões de violência no momento em que buscam outros tipos de 
atendimento. Isto é, não procuram atendimento devido à violência, mas a relatam 
quando realizam exames de rotina, por exemplo. Os profissionais entrevistados 
afirmaram que, majoritariamente, identifica-se que “o silêncio delas sobre as 
situações de violência está relacionado muitas vezes aos agressores serem 
seus parceiros íntimos e/ou outros familiares” (SANTOS et al, 2018, p. 362). 
Neste sentido, a pesquisadora afirma que é crucial que os/as 
profissionais de enfermagem estejam preparados para identificar sinais 
sugestivos de violência, bem como aptos para atuarem em casos de suspeita: 
 
A primeira assistência às usuárias é fornecida pelo enfermeiro. E de 
acordo com a necessidade são acionados os demais profissionais. Já 
no hospital, são atendidas pela seguinte ordem: médicos, enfermeiros, 
psicólogos e assistentes sociais, não necessitando ter que vir em dias 
diferentes para tais atendimentos” (SANTOS et al, 2018, p. 363). 
A visita domiciliar é um instrumento relevantepara conhecer a 
realidade cotidiana da mulher que está sendo atendida, principalmente em 
casos em que a violência ocorre dentro do âmbito domiciliar. Reuniões com 
grupos de mulheres pode ser uma forma operacional interessante quando o 
intuito é tirá-las de um processo de angústia e baixa autoestima. Ao 
compartilharem experiências, ouvirem e falarem, socializando informações 
e vivências, forma-se uma corrente de segurança e encorajamento para que 
os encaminhamentos sejam continuados. 
De mesmo modo, reuniões com a equipe multiprofissional são 
decisivas para a continuidade dos encaminhamentos cabíveis. Como 
afirmam Lisboa e Pinheiro (2005, p. 206): “reuniões interdisciplinares com a 
equipe que atendeu a mesma situação são importantes, com o objetivo de 
socialização dos dados (ou do diagnóstico), para que os encaminhamentos 
possam ser realizados da forma mais correta possível”. 
A elaboração de documentos e relatórios é de central importância. É por 
meio desta documentação que todos os encaminhamentos serão planejados 
estrategicamente e guiarão o atendimento da equipe multiprofissional. De 
mesmo modo, a articulação em rede como instrumento operativo é um recurso 
que pode ser utilizado para a “superação do sentimento de impotência frente 
às condições de trabalho colocadas para os assistentes sociais” (LISBOA e 
PINHEIRO, 2005, p. 206). Em outras palavras, auxilia o/a profissional do 
Serviço Social a intervir em situação de extrema complexidade social. No caso 
da violência contra a mulher, este recurso pode ser disposto em articulação 
com, por exemplo, orientações sociojurídicas, delegacias das mulheres, 
centros de atendimento, disque denúncia, hospitais, etc. (LISBOA e PINHEIRO, 
2005). 
Independente da escolha teórico-metodológica e do instrumental 
operativo, a postura e conduto ética dos profissionais deve ser sempre 
observada como padrão de orientação da ação, visando respeitar o contexto 
particular de cada uma das mulheres vítimas de violência que são atendidas 
pelos profissionais. Neste sentido, a atuação do/a assistente social terá como 
objetivo a tratativa de estabelecer estratégias efetivas de combate à violência. 
Velloso (2013) destaca que instrumentos como reuniões em grupos e 
entrevistas podem ser aliados do/a profissional assistente social, “pois são 
espaços de troca e escuta em que o profissional precisa assegurar não só o 
sigilo dos relatos, mas também não conceber julgamentos de valores” 
(VELLOSO, 2013, p. 50). 
É importante destacar que as constituições institucionais impactam 
diretamente o trabalho do profissional do Serviço Social. A não priorização 
de serviços públicos de atendimento e prevenção contra a violência influem 
na desvalorização do serviço, que conta com poucos recursos financeiros 
e humanos: “a realidade mostra um descompasso entre o que as mulheres 
buscam junto aos serviços oferecidos, os modos como os profissionais de 
Serviço Social gostariam de intervir (...) e os recursos humanos, técnicos e 
financeiros que a instituição oferece” (LISBOA e PINHEIRO, 2005, p. 208). 
Neste sentido, a falta de política pública com foco na questão da violência 
de gênero, ou a sua subvalorização, é uma lacuna que interfere diretamente 
no desempenho profissional do/a assistente social. 
Por fim, a capacitação dos/as profissionais do Serviço Social, para 
que estejam aptos a lidarem com a complexidade social da violência de 
gênero, como uma interface da questão social, é de extrema relevância. 
Para tanto, pesquisas buscam identificar e relatar a experiência destes 
profissionais no atendimento à casos de violência. No próximo capítulo, 
resgataremos dois estudos de caso, apresentando as possibilidades, 
desafios e limites da atuação dos/as profissionaisdo Serviço Social. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A violência doméstica não é exclusividade de nenhuma classe social, 
intelectual ou etnia. Atinge todos os países e culturas, de formas variadas. Essas 
agressões ocorrem dentro da residência da família, dificultando que sejam 
detectadas e solucionadas; pois apesar dos laços familiares envolverem 
relações de violência, contêm relações de carinho, amor e dependência. 
Esta tem caráter interpessoal, é abuso do poder disciplinador e coercitivo, 
podendo se prolongar por vários meses e até anos; é um processo de completa 
objetivação da vítima, reduzindo-a à condição de objeto de tratamento abusivo, 
uma forma de violação dos direitos essenciais. 
O profissional de Serviço Social tem que está qualificado para atuar nas 
diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas, seu principal 
objetivo é responder às demandas dos usuários dos serviços prestados dentro 
das instituições, a fim de garantir atendimento humanizado e efetivação dos 
direitos. 
A ação e intervenção profissional dos Assistentes Sociais em demandas 
familiares, inclusive na questão da violência, se apresentam desafiadora, 
entretanto, vêm avançando com muita competência, o qual possibilita resgatar 
a dignidade humana. Violência doméstica contra a mulher, violência intrafamiliar 
e feminicídio, tem sido definida como uma relação de poder e conflito 
permanente, principalmente no âmbito familiar, o que demanda atendimento, 
encaminhamentos,orientação, informação e capacitação por parte de 
profissionais. 
No entanto, mesmo havendo avanços políticos e sociais ainda são 
insuficientes para minimizar o elevado índice de violência doméstica e 
feminicídio, presentes no Brasil e no mundo, que nos traz os questionamentos e 
reflexões constantes sobre a eficiência das políticas públicas e ações 
desenvolvidas nesse segmento, diversas práticas e ações vem sendo 
desenvolvidas ao longo da história, no entanto ainda se mostram ineficaz desse 
fenômeno. 
 
O trabalho do assistente social é de extrema importância dentro dessa 
perspectiva, porém vislumbramos profissionais cada vez mais desmotivados 
devidos aos baixos salários e desvalorização profissional, falta de incentivo para 
a educação permanente em serviço, é notório também, o acumulo de trabalho 
que éjogado para estes profissionais, realizando atribuições que não são suas, 
a precariedade dos vínculos de trabalho é outro fator importante que tem tornado 
o trabalho do assistente social mecanizado, o indivíduo é contratado para 
exercer funções que não são de sua competência e aceitam devido as questões 
de emprego e renda que estão cada vez mais complicadas nos pais, e nos 
municípios de pequenoporte isso tende a piorar e muito, sendo um ponto 
extremamente negativo no combate a essa problemática e as diversas outras 
existentes que demandam açãodessa classe trabalhadora. 
 
Porém, ainda existem profissionais capacitados e capazes e 
comprometidos que desenvolvem o trabalho com afinco, esses muito nos 
orgulham e representam a profissão. Mas é preciso que as nossas lutas sejam 
efetivadas e que sejamos valorizados com condições de trabalho, bons salários, 
onde possamos trabalhar em prol do direito da população tão carente e 
principalmente sermos portadores de boas notícias para essas mulheres tão 
sofridas que são as vítimas de violência doméstica e as famílias das vítimas de 
feminicídio, esse mal que se tornou uma verdadeira epidemia no Brasil e no 
mundo. 
Devemos explicitar também a importância das equipes multi e 
interdisciplinares no atendimento das mulheres em situação de violência 
doméstica e feminicídio, além da articulação dos diferentes setores que 
compõem as chamadas redes de apoio à mulher, disponibilizados para o 
enfrentamento da violência como um caminho a ser seguido, porém muito 
aquém das necessidades existentes e cada vez mais pungentes. 
 
O assistente social trabalha nas instituições que prestam atendimento às 
vítimas de agressão. É preciso lembrar que, após o Movimento de 
Reconceituação, a profissão mudou seu foco de investigação e debate, 
orientandosuas ações na busca