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Alterações da Consciência,
da Atenção e da Orientação
PSICOPATOLOGIA GERAL
Tarcya Lima
tarcy.lima@professores.unifavip.edu.br
Não existem funções psíquicas isoladas e
alterações psicopatológicas
compartimentalizadas desta ou daquela
função. É sempre a pessoa na sua
totalidade que adoece.
(DALGALARRONDO 2019)
Funções Psíquicas no exame do
estado mental atual
TRANSTORNOS
PSICO-ORGÂNICOS
Nível de consciência
Atenção 
Orientação 
Memória 
Inteligência
Linguagem
TRANSTORNOS DE HUMOR
E DA PERSONALIDADE
Afetividade 
Vontade
Psicomotricidade
Personalidade
TRANSTORNOS
PSICÓTICOS 
Sensopercepção
Pensamento 
Juízo de realidade 
Vivência do Eu e
alterações do self 
(DALGALARRONDO 2019)
Alte rações da
Consc i ênc ia
O que temos
aqu i?
NEUROPSICOLÓGICA: estado vígil (vigilância), o que, de certa forma, iguala a consciência ao grau de
clareza do sensório; consciência, aqui, é fundamentalmente o estado de estar desperto, acordado,
vígil, lúcido. Trata-se especificamente do nível de consciência.
PSICOLÓGICA: soma total das experiências conscientes de um indivíduo em determinado
momento. É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade; é a
capacidade do indivíduo de entrar em contato com a realidade, perceber e conhecer os seus objetos. 
ÉTICO-FILOSÓFICA: capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades,
os direitos e os deveres concernentes a essa ética, refere-se a consciência moral, ética e política. 
Def i n i ç õ e s de C on s c i ê n c i a
(DALGALARRONDO 2019)
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA É O CONTINUUM DE SENSIBILIDADE E ALERTA DO
ORGANISMO PERANTE OS ESTÍMULOS, TANTO INTERNOS COMO EXTERNOS
Ní v e i s de C on s c i ê n c i a
O nível de consciência facilita a interação da pessoa com o ambiente de forma adequada ao
contexto no qual o sujeito está inserido.
O nível de consciência adequado pode ser evocado tanto por estímulos externos ambientais
como por estímulos internos, como pensamentos, emoções, recordações.
O nível de consciência pode ser modulado tanto pelas características dos estímulos externos
como pela motivação que o estímulo implica para o indivíduo em questão.
O nível de consciência varia ao longo de um continuum que inclui desde o estado total de alerta,
passando por níveis de redução da consciência até os estados de sono (variação normal) ou coma
(variação patológica).
1.
2.
3.
4.
(DALGALARRONDO 2019)
Alterações normais
da Consciência
SÃO OSCILAÇÕES ENDÓGENAS AUTOSSUSTENTADAS DO RITMO BIOLÓGICO
NO PERÍODO DE UM DIA DE 24 HORAS
São sincronizados por pistas ambientais recorrentes (como o nível de luminosidade);
Permitem respostas eficientes perante os desafios e oportunidades no ambiente físico
e social;
Modulam a homeostase interna do cérebro, assim como de outros sistemas, como
demais órgãos e tecidos;
Se expressam em vários níveis do funcionamento do organismo, desde o molecular,
celular, órgãos e circuitos orgânicos até sistemas sociais aos quais o indivíduo pertence.
Ritmos Circadianos 
(DALGALARRONDO 2019)
O Sono
SONO E VIGÍLIA SÃO DEFINIDOS COMO ESTADOS COMPORTAMENTAIS ENDÓGENOS E
RECORRENTES QUE EXPRESSAM MUDANÇAS DINÂMICAS NA ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO
CEREBRAL E QUE OTIMIZAM ASPECTOS COMO FISIOLOGIA, COMPORTAMENTO E SAÚDE
É um estado reversível, tipicamente expresso pela postura de repouso, comportamento quieto e
redução da responsividade; 
Possui arquitetura neurofisiológica complexa, com estados cíclicos de sono não REM e de sono
REM de substratos neuronais distintos (neurotransmissores, moduladores, circuitos específicos)
e propriedades oscilatórias do eletrencefalograma (EEG);
Tem duração e intensidade dos seus vários períodos afetadas por mecanismos de regulação
homeostáticos; 
Pode ser afetado por experiências ocorridas durante a vigília; tem efeitos restauradores e
transformadores que otimizam funções neurocomportamentais da vigília.
(DALGALARRONDO 2019)
(APA 2014)
2-5%
45-55%
3-8%
10-15%
O Sonho
(DALGALARRONDO 2019)
Os sonhos são vivências predominantemente visuais, sendo rara a ocorrência de percepções
auditivas, olfativas ou táteis.
Os significados dos conteúdos dos sonhos permanecem controvertidos. As diversas culturas
tendem a interpretá-los a partir de seus símbolos, crenças religiosas e valores próprios,
geralmente tomando-os como mensagens divinas ou demoníacas. 
Alterações patológicas
da Consciência
QUANTITATIVAS
Rebaixamento da Consciência
OBNUBILAÇÃO: grau leve a moderado; lentidão da compreensão e dificuldade de
concentração; dificuldade para integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente,
diminui a atenção para as solicitações externas, dirigindo-se para a sonolência; o
pensamento que expressa revelar confusão mental.
TORPOR: grau mais acentuado; paciente evidentemente sonolento respondendo apenas ao
ser chamado de forma enérgica e, depois, volta ao estado de sonolência.
SOPOR: marcante e profunda turvação da consciência; despertado apenas por um tempo
muito curto, por estímulos muito enérgicos; sempre se mostra intensamente sonolento,
quase em coma.
COMA: grau mais profundo; perda completa da consciência; não é possível qualquer
atividade voluntária consciente.
1.
2.
3.
4.
(DALGALARRONDO 2019)
Perdas abruptas da consciência 
LIPOTIMIA: por perda parcial e rápida da consciência (dura apenas segundos), geralmente com
visão borrada, palidez da face, suor frio, vertigens e perda parcial e momentânea do tônus
muscular dos membros, com ou sem queda do corpo ao chão. Pode ser revertida em segundos.
SÍNCOPE: designa um colapso bem súbito, com perda abrupta e completa da consciência, perda
total do tônus muscular, com queda completa ao chão. O mecanismo básico é a instalação
rápida de irrigação cerebral insuficiente por causas diversas. A síncope pode ou não ser reversível,
dependendo dos fatores causais envolvidos.
(DALGALARRONDO 2019)
DESMAIOS
Delirium
(DALGALARRONDO 2019)
NÃO CONFUNDIR COM DELÍRIO
É o termo atual mais adequado para designar a maior parte das síndromes confusionais
agudas (o termo “paciente confuso”, muito usado em serviços de emergência e
enfermarias médicas, refere-se a tais síndromes confusionais, ou seja, ao delirium).
Quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de
desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em
graus variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e ilusões
e/ou alucinações, quase sempre visuais. 
Trata-se de um quadro que oscila muito ao longo do dia.
Estado Onírico
Alteração da consciência na qual, paralelamente à turvação da consciência, o indivíduo entra
em um estado semelhante a um sonho muito vívido.
Em geral, predomina a atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico: a
pessoa vê cenas complexas, ricas em detalhes, às vezes, terríficas, com lutas, matanças, fogo,
assaltos, sangue, etc. 
Há carga emocional marcante na experiência onírica, com angústia, terror ou pavor.
(DALGALARRONDO 2019)
Era utilizado na psiquiatria clássica para designar quadros mais ou menos intensos
de confusão mental por rebaixamento do nível de consciência, com excitação
psicomotora, marcada incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas
alucinatórios com aspecto de sonho.
Assim como para o estado onírico, atualmente se tende a designar a amência com
o termo delirium.
Amência
(DALGALARRONDO 2019)
Alterações patológicas
da Consciência
QUALITATIVAS
Consistem em um estado patológico transitório no qual uma obnubilação leve da consciência (mais
ou menos perceptível) é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada.
Há estreitamento transitório do campo da consciência e afunilamento da consciência, com a
conservação de uma atividade psicomotora global mais ou menos coordenada, permitindo a
ocorrência dos chamados atos automáticos.
Podem surgir e desaparecer de forma abrupta e ter duração variável, de poucos minutos ou horas a
algumas semanas.Ocorrem, com certa frequência, atos explosivos violentos e episódios de descontrole emocional,
amnésia lacunar para o episódio inteiro, podendo o indivíduo se lembrar de alguns fragmentos
isolados.
Associados à epilepsia, mas também podem ocorrer em intoxicações por álcool ou outras
substâncias, após traumatismo craniano, em quadros dissociativos histéricos agudos e,
eventualmente, após choques emocionais intensos. 
Estados Crepusculares
(DALGALARRONDO 2019)
É caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada, a qual, entretanto,
permanece estranha à personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela.
Sua natureza é mais psicogenética, sendo produzido por fatores emocionais.
Os atos cometidos durante o estado segundo são geralmente incongruentes,
extravagantes, em contradição com a educação, as opiniões ou a conduta habitual
do sujeito acometido, mas quase nunca são realmente graves ou perigosos, como
no caso dos estados crepusculares.
Estado Segundo
(DALGALARRONDO 2019)
Fragmentação ou a divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica
comum do ser humano.
Ocorre com mais frequência nos quadros anteriormente chamados histéricos (crises
histéricas de tipo dissociativo), em geral desencadeada por acontecimentos
psicologicamente significativos (conscientes ou inconscientes) que produzem grande
ansiedade.
Pode ocorrer também em quadros de ansiedade intensa, sendo, então, vista como uma
estratégia defensiva inconsciente (sem a deliberação voluntária plena) para lidar com a
ansiedade muito intensa o indivíduo desliga da realidade para parar de sofrer.
Transtorno da personalidade borderline.
Dissociação da Consciência
(DALGALARRONDO 2019)
Se assemelha a sonhar acordado, diferindo disso, porém, pela presença em geral de
atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos
movimentos voluntários.
Ocorre sobretudo em contextos religiosos e culturais (espiritismo kardecista, religiões
afro-brasileiras e religiões evangélicas pentecostais e neopentecostais).
Há, geralmente a sensação de fusão do eu com o universo.
Não se deve confundir o transe religioso, culturalmente contextualizado e sancionado,
com o chamado transe histérico (relacionado a conflitos interpessoais e alterações
psicopatológicas).
Transe
(DALGALARRONDO 2019)
Estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada, que pode ser induzido
por outra pessoa (hipnotizador).
Semelhante ao transe, no qual a sugestionabilidade do indivíduo está aumentada, e sua
atenção, concentrada no hipnotizador.
Nesse estado, podem ser lembradas cenas e fatos esquecidos e podem ser induzidos
fenômenos como anestesia, paralisias, rigidez muscular, alterações vasomotoras.
Não há nada de místico ou paranormal na hipnose.
Estado Hipnótico
(DALGALARRONDO 2019)
Outras alterações da
Consciência
PATOLÓGICAS
É definida como a perda de uma sensação de naturalidade na experiência comum e óbvia do dia
a dia, perda de uma certa autoevidência do ambiente e seus objetos.
A pessoa sente uma estranheza inquietante, uma sensação de incapacidade de captar o
significado comum das coisas, pessoas e acontecimentos.
A perplexidade psicopatológica é experimentada geralmente em quadros psicóticos agudos,
sobretudo nos primeiros dias do episódio, podendo ocorrer em quadros psicóticos
esquizofrênicos ou em transtornos do humor (depressão ou mania) com sintomas psicóticos.
Nas psicoses breves (quadros psicóticos mais reativos e agudos), também se observa com
considerável frequência tal experiência de perplexidade como experiência psicopatológica.
Perplexidade Patológica 
(DALGALARRONDO 2019)
Um estado especial de consciência é verificado em situações críticas de ameaça grave à
vida, como parada cardíaca, hipoxia grave, isquemias, acidente automobilístico grave,
afogamento, quedas com trauma craniano, entre outras, quando alguns sobreviventes
afirmam ter vivenciado as chamadas experiências de quase-morte (EQMs).
São experiências muito rápidas (de segundos a minutos) em que um estado de
consciência particular é vivenciado e registrado por essas pessoas.
Descreve-se: sensação de paz, de estar fora do próprio corpo, de estar rodeado por uma
luz intensa, de estar em “outro mundo”, sensações de “união cósmica”, de ter atingido
um “ponto de não retorno”, de alegria intensa, de “compreensão imediata” e de contato
com uma “entidade mística”.
Experiência de quase-morte
(DALGALARRONDO 2019)
Pausa de 5
minutos
Alte rações da
Atenção
Definições de Atenção
A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de concentração
da atividade mental sobre determinado objeto.
 Conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações em unidades controláveis e significativas.
Os termos “consciência” e “atenção” estão estreitamente relacionados.
(DALGALARRONDO 2019)
 A determinação do nível de consciência é essencial para a avaliação da atenção.
Início da atividade consciente e focalização;
Atenção sustentada e nível de alerta (vigilance);
Atenção seletiva ou inibição de resposta a estímulos irrelevantes;
Capacidade de mudar o foco de atenção (set-shifting), ou atenção alternada. 
Componentes: 
1.
2.
3.
4.
Níveis de Atenção
(DALGALARRONDO 2019)
VOLUNTÁRIA
Exprime a concentração
ativa e intencional da
consciência sobre um
objeto
Classificação da Atenção
Suscitada pelo interesse
momentâneo, incidental,
que desperta este ou
aquele objeto
ESPONTÂNEA
Se volta para os
processos mentais do
próprio indivíduo
INTERNA
Projetada para fora
do mundo subjetivo
do sujeito
EXTERNA
Se mantém concentrada
sobre um campo determinado
e relativamente delimitado e
restrito da consciência
FOCAL
DISPERSA
Não se concentra em um
campo determinado,
espalhando-se de modo
menos delimitado
(DALGALARRONDO 2019)
Neuropsicologia da Atenção
Atenção concentrada/concentração: quando o indivíduo consegue aplicar e focar toda sua
atenção em tal campo ou estímulo.
Atenção seletiva: à manutenção da atenção apesar da presença de estímulos distratores e/ou
concorrentes.
Atenção dividida: acionada quando duas ou mais tarefas ou estímulos concorrentes se
apresentam ao sistema atencional.
Atenção alternada: diz respeito à capacidade de mudança do foco de atenção, alternando
voluntariamente o foco atencional de um estímulo a outro durante a execução de tarefas
Atenção sustentada: capacidade de manter a atenção ao longo do tempo, geralmente durante
uma atividade contínua e repetitiva.
Seleção de resposta e controle executivo: a atenção vincula-se a processos cognitivos
complexos que envolvem a intenção, o planejamento e a tomada de decisões.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
(DALGALARRONDO 2019)
Psicopatologia da
Atenção
Hipoprosexia
É a diminuição global da atenção.
Perda básica da capacidade de concentração, com fatigabilidade aumentada, o que
dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão; as lembranças
tornam-se mais difíceis e imprecisas, e há dificuldade crescente em todas as
atividades psíquicas complexas, como o pensar, o raciocinar e a integração de
informações.
(DALGALARRONDO 2019)
Aprosexia
É a abolição da capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos
utilizados.
Hiperprosexia
Consiste em um estado da atenção exacerbada, no qual há uma tendência incoercível a
obstinar-se, a deter-se indefinidamente sobre certos objetos com surpreendente
infatigabilidade.
(DALGALARRONDO 2019)
Aponta para um sinal, não de déficit propriamente (não é anormalidade), mas de
superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a
inibição de tudo o mais, há, nesse sentido, certa hipertenacidade e hipovigilância.
Distração
Distraibilidade
É um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada
da atenção voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em
qualquer coisa que implique esforço produtivo; ou seja, a atençãodo indivíduo é muito
facilmente desviada de um objeto para outro.
(DALGALARRONDO 2019)
Mais 5
minutos para
respirar
Vamos relembrar!
ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA
Perplexidade patológica (psicose aguda).
Experiência Q-M (ameaça a vida/fora do
próprio corpo).
OUTRAS ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS:
Rebaixamento da consciência:
Obnubiliação;
Torpor;
Sopor;
Coma.
Perdas abruptas (desmaios):
Lipotimia;
Síncope.
Delirium (síndromes confusionais).
Estados Oníricos (sonhos vívidos).
ALT. PATOLÓGICAS (QUANTITATIVAS): Estados crepusculares (obnubilação + violência).
Estados segundos (menor perigo).
Dissociação da consciência (divisão - borderline).
Transe (religioso).
Estado hipnótico (consciência reduzida atenção
concentrada estruturada).
ALT. PATOLÓGICAS (QUALITATIVAS):
Ritmos circadianos;
Sonho;
Sono.
ALTERAÇÕES NORMAIS:
HIPOPROSEXIA:
 + Atenção e concentração / - fatigabilidade.
APROSEXIA:
 Sem capacidade de atenção.
HIPERPROSEXIA:
 + Atenção e infatigabilidade.
DISTRAÇÃO:
 Superconcentração ativa da atenção.
DISTRAIBILIDADE:
 Instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária.
ALTERAÇÕES DA ATENÇÃO
Alte rações da
Or i en tação
É A CAPACIDADE DE SITUAR-SE QUANTO A SI MESMO E QUANTO AO
AMBIENTE, ELEMENTO BÁSICO DA ATIVIDADE MENTAL E FUNDAMENTAL
PARA A SOBREVIVÊNCIA DO INDIVÍDUO
Definição de Orientação
A capacidade de orientar-se requer, de forma consistente, a integração das
capacidades de nível de consciência preservado, atenção, percepção e memória.
Alterações de atenção e retenção (memória imediata e recente), moderadas ou
graves, costumam resultar em alterações globais da orientação.
(DALGALARRONDO 2019)
 É aquela do indivíduo em relação a si mesmo.
 Revela se o sujeito sabe quem é: seu nome, idade, profissão, estado civil, com quem mora...
Classificação da Orientação
ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA
(DALGALARRONDO 2019)
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA
Diz respeito à capacidade de orientar-se em relação ao mundo, isto é, quanto ao espaço
(orientação espacial ou topográfica) e quanto ao tempo (orientação temporal).
Classificação da Orientação
(DALGALARRONDO 2019)
Quanto ao local onde o sujeito está no momento, orientação topográfica, orientação
geográfica, julgamento de distância e capacidades de navegação. 
ORIENTAÇÃO ESPACIAL
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
Necessita de uma adequada percepção do tempo e da sequência de intervalos temporais, de
sua correspondente representação mental e do processamento mental da temporalidade.
Indica se o paciente sabe em que momento cronológico está vivendo, a hora do dia, se é de
manhã, de tarde ou de noite, o dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, a época do ano,
bem como o ano corrente.
Psicopatologia da
Orientação
SEGUNDO A ALTERAÇÃO DA BASE
Desorientação Torporosa
Desorientação por redução do nível de consciência.
É aquela na qual o indivíduo está desorientado por rebaixamento ou turvação da
consciência que produzem alteração da atenção, da concentração, da memória
recente e de trabalho e, consequentemente, da capacidade de percepção e retenção
dos estímulos ambientais.
Isso impede que o indivíduo apreenda a realidade de forma clara e precisa e integre,
assim, a cronologia dos fatos.
É a causa e a forma mais comum de desorientação.
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação Amnéstica
Desorientação por déficit de memória imediata e recente.
Aqui, o indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua
memória recente. Não conseguindo fixar as informações, perde a noção do fluir do
tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado
temporoespacialmente.
É típica da síndrome de Korsakoff.
É muito próxima da desorientação demencial, que ocorre não apenas por perda da
memória de fixação, mas por déficit de reconhecimento ambiental (agnosias) e por
perda e desorganização global das funções cognitivas, ocorre nos diversos quadros
demenciais (doença de Alzheimer, demências vasculares, etc.). 
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação Apática
Ocorre por apatia marcante e/ou desinteresse profundos.
Aqui, o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da
volição, comumente em quadro depressivo grave.
Por falta de motivação e interesse, o paciente, geralmente muito deprimido, não
investe sua energia no mundo, não se atém aos estímulos ambientais e, portanto,
torna-se desorientado.
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação Delirante
Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante,
vivenciando ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão
“habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus delírios.
Nesses casos, pode-se, eventualmente, observar a chamada dupla orientação, na qual a
orientação falsa, delirante, coexiste com a correta: o paciente afirma que está no
inferno, cercado por demônios, mas também pode reconhecer que está em uma
enfermaria do hospital ou em um CAPS. 
Pode, ainda, ocorrer de o indivíduo dizer, em um momento, que está na cadeia e que as
enfermeiras são carcereiros, e afirmar, logo em seguida, que são enfermeiras do
hospital (alternando sequencialmente os dois tipos de orientação). 
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação por 
Déficit Intelectual
Ocorre em pessoas com deficiência intelectual (DI) grave ou moderada (eventualmente
em DI leve).
Nesse caso, a desorientação ocorre pela incapacidade ou dificuldade em compreender
aspectos complexos do ambiente e de reconhecer e interpretar as convenções sociais
(horários, calendário, etc.) que padronizam a orientação do indivíduo no mundo.
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação por Dissociação
 Também chamada de desorientação histérica.
Ocorre em geral em quadros dissociativos graves, normalmente acompanhada de
alterações da identidade pessoal (fenômeno do desdobramento da personalidade) e de
alterações da consciência secundárias à dissociação associada ou não com
personalidade histriônica (antigamente chamada de “estado crepuscular histérico” e, na
atualidade, de “quadros dissociativos”).
(DALGALARRONDO 2019)
Desorientação por Desagregação
Ocorre em pacientes com psicose, geralmente com esquizofrenia, em estado
crônico e avançado da doença, quando o indivíduo, por desagregação profunda do
pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o
que o impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si
mesmo. 
(DALGALARRONDO 2019)
 É definida como uma discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que
o indivíduo diz ter. 
Tem sido descrita em alguns pacientes com esquizofrenia crônica e parece ser um fiel
indicativo clínico de déficit cognitivo na esquizofrenia.
Desorientação quanto
à Própria Idade
(DALGALARRONDO 2019)
Referênc ias B ib l i og ráf i cas :
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
DALGALARRONDO, PAULO. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos
Mentais, 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2019.
Cap. 16: A sensopercepção e suas alterações, p.105 -128;
Cap. 15: As vivências do tempo e do espaço e suas alterações, p.100 -104.
LEITURA PARA PRÓXIMA AULA: 
Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais - Dalgalarrondo.
Obrigada!

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