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CARTÓRIO
Direito Processual 
Civil
Capítulos 1 ao 11
CARTÓRIO
Direito Processual Civil
Capítulo 1
 
 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para a carreira de Cartório. Preparamos todo esse material para você 
não só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que 
você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de 
entender como as bancas costumam cobrar os assuntos do edital. Afinal, queremos que sua 
atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo é 
escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo 
que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do 
PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os 
assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a 
oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de 
jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Civil da seguinte forma: 
mailto:pdf@cers.com.br
 
 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Processual Civil da seguinte forma: 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Teoria Geral do Processo, Fatos Jurídicos e Jurisdição. 
Capítulo 2 - Direito de Ação, Pressupostos Processuais e Competência. 
Capítulo 3 – Sujeitos, Partes, Juiz e Funções Essenciais à Justiça. 
Capítulo 4 – Atos Processuais e Nulidade. 
Capítulo 5 - Tutela Provisória e Provas. 
Capítulo 6 - Formação, suspensão e extinção do processo, Modelos de organização processual 
e Providências preliminares. 
Capítulo 7 – Julgamento conforme o estado do processo, Decisão Judicial, Cumprimento de 
sentença, Precedentes e Coisa Julgada. 
Capítulo 8 – Recursos. 
Capítulo 9 – Processo de Execução. 
Capítulo 10 - Procedimentos especiais. 
Capítulo 11 – Processo coletivo. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 1,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,5 
1. Teoria Geral do Processo ...................................................................................................................................... 5 
1.1 Normas Processuais Civis .............................................................................................................................. 5 
1.2 Princípios............................................................................................................................................................... 5 
1.2.1 Princípio da Inércia .................................................................................................................................. 6 
1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ................................................................................... 6 
1.2.3 Princípio da Efetividade ......................................................................................................................... 6 
1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação .................................................................................................. 7 
1.2.5 Princípio da Isonomia e Contraditório ............................................................................................ 8 
1.2.6 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado ............................................ 8 
1.2.7 Princípio da Fundamentação das Decisões ................................................................................... 9 
1.3 Direito Intertemporal ....................................................................................................................................... 9 
2. Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos .................................................................... 11 
2.1 Negociação, Mediação e Conciliação ................................................................................................... 11 
2.1.1 Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166): ............................................ 13 
2.2 Equivalentes Jurisdicionais ......................................................................................................................... 13 
2.2.1 Autotutela ................................................................................................................................................. 14 
2.2.2 Autocomposição .................................................................................................................................... 14 
2.3 Arbitragem ........................................................................................................................................................ 15 
3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais ......................................................................................................... 17 
3.1 Ato-fato Jurídico ............................................................................................................................................. 17 
3.2 Ato Unilateral ................................................................................................................................................... 17 
3.3 Negócio Jurídico ............................................................................................................................................. 17 
3.4 Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu) ................................................................................... 17 
3.4.1 Fatos Naturais Ordinários .................................................................................................................. 17 
 
 
3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários ......................................................................................................... 17 
3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito ............................................................................................................... 18 
4. Função jurisdicional ............................................................................................................................................... 19 
4.1 Noções de Jurisdição ................................................................................................................................... 19 
4.1.1 Conceito ..................................................................................................................................................... 19 
4.1.2 Características .......................................................................................................................................... 20 
4.1.3 Classificação ............................................................................................................................................. 22 
4.1.4 Princípios ................................................................................................................................................... 24 
5. Cooperação Internacional ................................................................................................................................... 25 
5.1 Cooperação Internacional ..........................................................................................................................14 
8.2 Competência Absoluta................................................................................................................................. 14 
8.3 Competência Relativa ................................................................................................................................... 15 
8.4 Conexão e Continência................................................................................................................................ 17 
8.5 Critérios para a fixação de competência ............................................................................................. 18 
8.6 Principais Regras de Competência de Foro ....................................................................................... 19 
8.7 Conflito de Competência ............................................................................................................................ 22 
 
 
 
8.7.1 Competência para Julgamento do Conflito ............................................................................... 23 
QUADRO SINÓTICO ...................................................................................................................................................... 25 
QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................................................................... 27 
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 41 
LEGISLAÇÃO COMPILADA........................................................................................................................................... 42 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 47 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................................................... 62 
 
 
2 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 2 
Nesse capítulo, vamos abordar os seguintes temas: Direito da Ação; Pressupostos 
Processuais; e Competência. 
6. Direito da Ação 
6.1 Conceito 
É o direito público, subjetivo e abstrato pelo qual a parte provoca o Estado-juiz (que é 
inerte, lembre-se) para que este exerça o seu poder/dever jurisdicional, dando uma resposta 
denominada de provimento ou tutela jurisdicional. 
 
O direito de ação surge como direito a uma resposta de mérito. Mas, o que é mérito? 
Seguindo os passos da Teoria Abstratista Eclética, que possui como grande defensor o 
jurista italiano Eurico Túlio Liebman, o mérito é sinônimo de pretensão inicial, isto é, aquilo 
que o autor pede/postula em juízo. Assim sendo, pode-se dizer que para essa teoria “o direito 
de ação, em sentido estrito, é o direito a obter uma resposta de mérito, isto é, uma decisão, 
positiva ou negativa, a respeito da pretensão formulada”. 
Já em sentido amplo, o direito ação traduz verdadeiro acesso à justiça. A esse respeito, 
estabelece o art. 17, do CPC/2015 “Para postular em juízo é necessário ter interesse e 
legitimidade”. 
 
3 
 
O que releva considerar é que o direito de ação, de provocar o Judiciário e dele obter 
uma resposta, deflui do texto constitucional (art. 5º XXXV, CF - a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito). Só terá direito a um 
pronunciamento de mérito (julgamento de procedência ou de improcedência) aquele que 
preencher as chamadas condições da ação.1 
A ideia de ter o direito de ação constitucionalizado é de permitir o acesso à justiça, 
tanto que alguns doutrinadores chamam o art. 5º, XXXV da CF de princípio do acesso à 
justiça ou Inafastabilidade da Jurisdição. 
6.2 Teorias da Ação 
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves2, as teorias da ação podem ser divididas da 
seguinte forma: 
 Teoria imanentista ou civilista: Na teoria imanentista não existe direito de ação 
sem a existência direito material, pois se trata de um mesmo direito, apenas em 
fases diferentes. Quando há respeito ao direito material, ele remanesce estático, 
colocando-se em movimento somente no caso de agressão ou ameaça, hipótese na 
qual passa a ser considerado direito de ação. Assim, o direito de ação não é 
autônomo. Essa teoria já se encontra superada. 
 Teoria concreta da ação: Nessa teoria reconhece-se a autonomia do direito de 
ação, mas não a sua independência. Assim, defende que o direito de ação só 
existe se o direito material existir, condicionando a existência do primeiro à 
existência do segundo, porém sendo duas coisas distintas. Essa teoria também já se 
encontra superada. 
 Teoria abstrata da ação: Para essa teoria, o direito de ação é abstrato, amplo, 
genérico e incondicionado, não existindo nenhum requisito que precise ser 
preenchido para sua existência. Desse modo, não existem condições para o exercício 
 
1 ALVIM, Eduardo Arruda. Direito processual civil. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013, p. 169. 
2 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora 
JusPodvm, 2018, p. 123. 
 
4 
 
da ação, já que é absolutamente irrelevante para fins de existência do direito de 
ação. 
 Teoria eclética: Para a teoria eclética, o direito de ação não se confunde com o 
direito material, inclusive existindo de forma autônoma e independente, mas 
depende do preenchimento de certos requisitos formais chamados de 
"condições da ação”. O Código de Processo Civil adotou a teoria eclética, ao 
prever expressamente que a sentença fundada em ausência das condições da ação 
é meramente terminativa, não produzindo coisa julgada material (art. 485, VI, do 
CPC). 
 Teoria da asserção: É uma teoria moderna, intermediária entre a teoria abstrata 
pura e a teoria eclética. Para essa corrente a presença das condições da ação deve 
ser analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor em sua 
petição inicial, admitindo-se provisoriamente que o autor está dizendo a verdade. 
6.3 Requisitos Para a Apreciação do Mérito 
Conforme se depreende do art. 17, do CPC, acima já referido, os requisitos para a 
apreciação do mérito são3: 
 Interesse de agir: para se ver configurado, há de se preencher o binômio: 
necessidade (o Judiciário é o meio necessário para a solução do conflito) e 
adequação (a ação proposta está de acordo com a necessidade posta em juízo). 
Alguns autores defendem a presença de um terceiro requisito: a utilidade (o meio a 
ser utilizado deve trazer alguma para o autor da ação). 
 Legitimidade ad causam: é matéria de ordem pública e determina que, em regra, 
as pessoas só podem postular em juízo em nome próprio e não alheios (é a 
chamada Legitimidade Ordinária). Salvo, quando expressamente autorizado por lei 
(vide Art. 18, do CPC)4. 
 
3 Vide questão 3 desse material. 
4 Vide questão 7 desse material. 
 
5 
 
Todavia, quando se postula em nome próprio, direito alheio, está-se diante da 
denominada Legitimidade Extraordinária/Substituição Processual. A esse respeito, diz o 
parágrafo único do art. 18, do CPC “Havendo substituição processual, o substituído poderá 
intervir como assistente litisconsorcial”. 
Ex.: recentemente, o STJ sumulou o entendimento segundo o qual “o Ministério Público 
tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente 
independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se 
encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da 
Defensoria Pública na comarca” (Súm. 594 do STJ), hipótese em que atuará como substituto 
processual, propondo aação em nome próprio, porém em defesa de direito alheiro (criança 
ou adolescente). 
 
Não se deve confundir legitimidade extraordinária com a chamada REPRESENTAÇÃO, pois 
nesta o autor está em nome próprio, defendendo direito próprio (é o caso do incapaz 
representado, em juízo, pela mãe, conforme disciplina o art. 71, do CPC). 
 
Também não se deve confundir substituição processual com sucessão processual. A 
substituição processual ocorre quando alguém fica no processo para defender direito 
alheio, hipótese do art. 109, §§ 1º e 2º do CPC. Já a sucessão ocorre quando um sai e o 
outro entra no processo, hipótese dos arts. 109, caput, §1º, e 110, CPC. 
 
6 
 
O art. 17, do CPC, portanto, demonstra que a manutenção da adoção da teoria eclética, 
acolhida no CPC anterior, uma vez que permanece a exigir o preenchimento de certas 
condições para que a resposta de mérito possa ser proferida. Percebemos, além disso, que foi 
excluída a condição da ação denominada de “possibilidade jurídica do pedido”, conforme 
pensamento desenvolvido por Liebman, a partir da terceira edição de seu Manual. 
6.4 Classificação das Ações 
6.4.1 Ação Constitutiva 
É a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito 
potestativo, ou seja, direito que alguém tem de interferir na esfera jurídica de outra pessoa, 
para criar, alterar ou extinguir situações jurídicas. 
6.4.2 Ação Condenatória 
Ação condenatória é aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma 
prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a 
condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. 
6.4.3 Ação Meramente Declaratória 
Na ação meramente declaratória pede-se o reconhecimento da existência, da 
inexistência de uma relação jurídica ou o modo de ser dessa relação5 ou a declaração de 
autenticidade ou da falsidade de documento. Não se busca a efetivação de direito algum, 
nem direito à prestação, nem direito potestativo. 
Está prevista no art. 19, do CPC, o qual dispõe: 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
 Ademais, sobre o tema em análise, a Súmula 181/STJ informa que: 
 
5 Vide questão 2 desse material. 
 
7 
 
“É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de 
cláusula contratual. ” 
Vale salientar, por oportuno, que é possível mesmo diante de violação de direito. 
6.5 Elementos da Ação 
Três são os elementos da ação6: 
 Partes: é aquele que postula em juízo (autor), bem como aquele em face de quem 
o pedido da tutela jurisdicional é dirigido (réu). 
 Causa de Pedir: é composta pelos fatos (os casos concretos de natureza pessoal, 
específica e particular) e pelos fundamentos jurídicos do pedido (é o direito que o 
autor quer que seja aplicado ao caso, é a norma geral e abstrata, não se confunde 
com o mero fundamento legal, isto é, a aplicação de um artigo de lei ao caso 
concreto), como disciplina o art. 319, III, do CPC. 
 
Não há que se falar em litispendência ou coisa julgada diante dos casos em que, mesmo 
havendo duas ações com as mesmas partes e com os mesmos pedidos, apresentam 
fundamentos em fatos distintos. 
A respeito da causa de pedir, há uma celeuma doutrinária referente à nomenclatura, de 
modo que Nelson Nery Junior defende que os fatos são a causa de pedir próxima e os 
fundamentos jurídicos de causa de pedir remota; ao passo que Vicente Greco Filho defende 
justamente o contrário, sendo os fatos a causa de pedir remota e os fundamentos jurídicos a 
causa de pedir próxima. 
 Pedido (art. 322 e ss): pode ser de dividido em dois: 
 
6 Vide questão 4 desse material. 
 
8 
 
 Mediato: é o bem da vida que se busca alcançar. Representa, portanto, os 
requerimentos feitos na petição inicial, por exemplo. 
 Imediato: é o provimento jurisdicional que se postula em juízo. Nesse caso, 
espera-se que o juiz defira a respeito do provimento, seja condenando, 
declarando ou constituindo alguma relação jurídica. 
Além disso, os arts. 322 e 324 estabelecem que o pedido deve ser certo (aquele em 
que o objeto é claramente individualizado) e determinado (aquele em que é líquido, ou seja, 
há a indicação da quantidade que se pretende receber). Pode, porém, requerer-se pedidos 
líquidos genéricos diante das hipóteses excepcionais previstas no §1º, do art. 324 do CPC. 
 
 
 
 
 
 
9 
 
7. Pressupostos Processuais 
7.1 Conceito 
Constituem exigências que possibilitam o surgimento de uma relação jurídica válida e 
seu desenvolvimento imune a vício que possa nulificá-la, no todo, ou em parte. Assim, são 
formalidades processuais que são analisadas antes de se julgar o mérito do caso, e somente 
se preenchidos os seus requisitos é que o Juiz poderá analisar o mérito. 
 
Os pressupostos processuais não se confundem com os requisitos para a apreciação do 
mérito. 
Os pressupostos processuais são divididos, conforme a doutrina, em pressupostos de 
existência e validade, ou em subjetivos e objetivos. Aqui, iremos utilizar os dois critérios para 
melhor aprendermos o tema. 
7.2 Divisão dos Pressupostos Processuais: 
7.2.1 Pressupostos de Existência: 
SUBJETIVOS 
CAPACIDADE DE SER PARTE 
A capacidade de ser parte diz respeito à capacidade do 
sujeito de gozo e exercício de direitos e obrigações (art. 1º 
do CC), existindo para as pessoas físicas, pessoas jurídicas, 
pessoas formais (art. 75 do CPC), e para a maioria dos entes 
despersonalizados. Importante: Capacidade de ser parte é 
diferente de capacidade de estar em juízo (capacidade 
processual), pois, mesmo os incapazes possuem capacidade de 
ser parte, desde que regulamente representados/assistidos. 
 
10 
 
INVESTIDURA (JUIZ) 
É o poder jurisdicional em que o estado investe em uma 
pessoa, o Juiz, tornando-o capaz de exercer essa função. Os 
atos praticados por pessoas que não estão investidos nessa 
função são considerados ineficazes, podendo atingir todo o 
processo, quando integralmente conduzido por sujeito que 
não está investido na jurisdição, como parcialmente, quando 
somente determinados atos são praticados por sujeito não 
investido de jurisdição. 
 
OBJETIVO 
DEMANDA 
Em razão da jurisdição ser inerte, faz-se necessário a 
provocação do interessado para existir o processo. Sem o 
ato de demandar, a relação jurídica processual de direito 
processual nem mesmo chegará a existir. 
 
7.2.2 Requisitos de Validade: 
SUBJETIVOS 
COMPETÊNCIA 
A competência é a demarcação dos limites em que cada 
juízo poderá atuar, levando em consideração os termos da 
demanda, isto é, à vista da petição inicial, e não a procedência 
ou improcedência da pretensão, bem como não a definem a 
legitimidade ou não das partes. 
IMPARCIALIDADE (JUIZ) 
É essencial para a regularidade do processo que um terceiro 
(o Juiz) imparcial, desinteressado diretamente no conflito de 
interesses, julgue a demanda. Sem a imparcialidade, de nada 
adiantaria o sujeito ser investido do poder jurisdicional, pois 
ele sempre iria julgar em benefício próprio, sem respeitar os 
direitos das partes. 
CAPACIDADE PROCESSUAL 
Para praticar atos processuais, as partes precisam ser 
absolutamente capazes, ou seja, não podem ser 
absolutamente ou relativamente incapazes (art. 3 e 4 do CC). 
No entanto, somente com representação ou assistencia, é que 
 
11 
 
os incapazes passam a ter capacidade. Já para as pessoas 
jurídicas ou formais, está previsto no art. 75 do CPC as 
pessoas que podem ser consideradas as suas representantes, 
sendo indispensável a sua presença. 
CAPACIDADE 
POSTULATÓRIA 
Em regra, as partes deverão ser assistidas por um advogado 
devidamente habilitado pela Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB). Existemexceções, como ocorre nos Juizados 
Especiais, na Justiça Trabalhista, no Habeas Corpus e na 
ADIn/Adecon. 
 
OBJETIVOS - INTRÍNSECOS 
PETIÇÃO INICIAL APTA 
A inépcia da petição inicial impede o desenvolvimento válido 
e regular do processo, tendo suas hipóteses previstas no art. 
330, § 1º do CPC. 
CITAÇÃO VÁLIDA 
Com a citação válida do demandado complementa-se a 
relação jurídica processual, sendo tal ato de essencial 
importância para a regularidade do processo. Em caso de 
extinção do processo antes da citação do réu (arts. 330 e 332 
do CPC), a citação também é necessária, havendo somente 
nesses casos irregularidade procedimental se não ocorrer a 
citação válida. 
REGULARIDADE FORMAL 
Os atos processuais devem ser praticados na forma prevista 
pela lei, tratando-se a formalidade de uma medida que 
prestigia a segurança para as partes. No entanto, o novo CPC 
adotou uma nova postura, permitindo que a formalidade deve 
sempre ser afastada quando o ato processual atingir a sua 
finalidade e não gerar prejuízo, ainda que praticado em 
desconformidade com a forma legal. Trata-se do princípio da 
instrumentalidade das formas. 
 
 
 
 
12 
 
OBJETIVOS - EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS) 
LITISPENDÊNCIA 
(art. 485, V do CPC) 
Haverá litispendência quando dois ou mais processos 
idênticos existirem concomitantemente, caracterizando-se a 
identidade pela verificação no caso concreto da tríplice 
identidade - mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo 
pedido. Significa pendência da causa, que começa a existir 
quando de sua propositura e se encerra com a sua extinção. 
Para o autor da demanda, há litispendência desde o protocolo 
de sua petição inicial, enquanto que para o réu a 
litispendência depende de sua citação válida. 
COISA JULGADA7 
(art. 485, V do CPC) 
Semelhante a litispendencia, porém ocorre quando um dos 
processos já chegou ao seu final, com trânsito em julgado da 
decisão. Tem o condão de garantir a imutabilidade do 
pronunciamento judicial, sendo sua qualidade essa 
estabilidade derivada da imutabilidade e da indiscutibilidade 
da decisão de mérito transitada em julgado, essencial à 
segurança jurídica do sistema. 
PEREMPÇÃO 
(art. 485, V do CPC) 
Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo 
em razão de seu abandono, não poderá intentar nova ação 
contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, 
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito 
(art. 486, § 3º do CPC). 
CONVENÇÃO DE 
ARBITRAGEM 
(art. 485, VII do CPC) 
Tratado pela Lei 9.307/1996, ocorre quando as partes preferem 
uma solução arbitral à intervenção do Poder Judiciário, 
podendo qualquer uma delas arguir em sua defesa tal 
convenção, de forma a impedir a continuação do processo, 
forçando a parte que buscou a proteção jurisdicional à solução 
arbitral. 
TRANSAÇÃO 
(art. 487, III, b do CPC) 
Acordo de vontade das partes com sacrifícios recíprocos. 
AUSÊNCIA DE PAGAMENTO 
DE CUSTAS PROCESSUAIS 
Faz-se necessário o pagamento das custas e dos honorários 
de advocatícios para a propositura de nova demanda extinta 
 
7 Vide questão 6 desse material. 
 
13 
 
EM DEMANDA IDÊNTICA 
EXTINTA ANTERIORMENTE 
POR SENTENÇA 
TERMINATIVA 
(art. 486, § 2º do CPC) 
anteriormente sem o julgamento do mérito. 
 
 
 
14 
 
8. Competência 
A competência é um tema com grande incidência nas provas de carreira jurídica, por 
isso, devemos estar atentos a todas as regras. 
8.1 Conceito 
A doutrina processual conceitua a competência como sendo a medida da jurisdição, ou 
seja, o critério de distribuição das atribuições da função jurisdicional entre os vários 
órgãos judiciários. Para que possa ficar clara a noção de quais os órgãos competentes para o 
exercício jurisdicional, abaixo está representada a estrutura do Poder Judiciário: 
 
Além disso, para indicar o foro competente, classicamente, a competência é dividida em 
absoluta e relativa, como veremos a seguir. 
8.2 Competência Absoluta 
Diz respeito às matérias de ordem pública, as quais NÃO podem ser modificadas pelas 
partes e podem ser reconhecidas de ofício. Vale mencionar que o art. 337, II, do CPC 
determina que ela deve ser alegada nas preliminares da contestação, todavia, não há 
impedimento de que as partes, em qualquer momento, a aleguem, visto que NÃO está 
sujeita à preclusão. 
STF
STJ
TJ
JUIZ DE 
DIREITO
TRF
JUIZ 
FEDERAL
TST
TRT
JUIZ DO 
TRABALHO
TSE
TRE
JUIZ 
ELEITORAL
STM
JUIZ 
MILITAR
CNJ
 
15 
 
Como exceção à regra disposta no art. 337, II, do CPC, o art. 63, §3º, do CPC, determina 
que as partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo 
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
Nesse caso, se abusiva, antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser 
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de 
domicílio do réu. 
 
O reconhecimento da incompetência absoluta acarreta a nulidade dos atos decisórios 
praticados até então, de modo que o juízo incompetente deve remeter os autos ao juízo 
competente. Nesse sentido, mesmo diante de uma sentença transitada em julgado, deve-se 
ajuizar a Ação Rescisória para ver sanado o vício de incompetência absoluta. 
Por último, diga-se que está ligada aos critérios material e funcional. 
8.3 Competência Relativa 
Diz respeito às matérias de interesse das partes, portanto, podem ser modificadas por 
estas, podendo, assim, acarretar: 
 Prorrogação: ocorre quando, não arguida a incompetência relativa no momento 
oportuno (por exemplo, quando o réu, na preliminar de contestação, não a alega), 
esta torna-se competente. 
 Derrogação pela eleição de foro: ocorre quando as próprias partes, 
voluntariamente (através de um contrato), escolhem o foro competente para 
processar e julgar as demandas oriundas do contrato celebrado, nos moldes do art. 
63, do CPC. 
 
16 
 
 
Ressalte-se, ainda, que não podem ser reconhecidas de ofício, nos moldes da Súmula 33, do 
Superior Tribunal de Justiça, a qual dispõe “A incompetência relativa não pode ser declarada 
de ofício”. 
 
Norma que tem sido cobrada em prova com bastante frequência é a contida no artigo 
§3º, do artigo 63 do CPC. Isto porque, é facultado ao juiz rejeitar a cláusula de eleição de 
foro, desde que antes da citação, sempre que entender que esta é abusiva. Declarando-a, 
portanto, ineficaz e remetendo os autos ao foro de domicílio do réu. É exceção, eis que a 
competência relativa não é alegada de ofício. 
Importante destacar que, inovando ao antigo código, referida norma não se aplica 
apenas aos casos de contrato de adesão, sendo que em qualquer contrato, se verificada 
referida abusividade, poderá o juiz observar a norma. 
Outro artigo que recorrentemente vem sendo cobrado em prova é o 64, tendo em vista 
que trouxe importante alteração no que diz respeito à forma em que será alegada a 
incompetência. Neste sentido, tanto a incompetência absoluta, quanto a relativa serão 
alegadas como matérias preliminares à contestação, conforme inciso II, do artigo 337 do 
CPC. 
O parágrafo 4º do artigo 64 também traz uma inovação importante, pois, de acordo 
com o artigo, salvo decisão judicial em contrário, serão conservadas as decisões proferidas 
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
17 
 
 
Em nenhuma ocasião a incompetência relativa acarretará a nulidade da sentença, pois 
quando não invocada no momento oportuno, gerará o fenômeno da prorrogação de 
competência, já explicitado acima. 
Por fim, insta frisar que está ligada aos critérios do valor da causa e territorial.8 
 
As partes podem convencionar acerca da competência relativa. Tal convenção deve ser feita 
de forma escrita, deve dizer respeito a negócio jurídico determinado e obrigará aos 
herdeirose aos sucessores. 
8.4 Conexão e Continência 
A conexão e a continência são hipóteses de alteração de competência, sendo que são 
conexas duas ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir9. Por outro lado, 
haverá continência quando entre duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e 
a causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange os demais. 
O artigo 55, do CPC, trouxe expressa a previsão contida na súmula 235, do STJ, de 
maneira que não será determinada a reunião dos processos, mesmo havendo conexão, se um 
deles já tiver sido sentenciado. 
 
8 Vide questão 10 desse material. 
9 Vide questão 11 desse material. 
 
18 
 
Súmula 235: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi 
julgado. 
Novidade trazida pela Lei 13.105/15 se refere à possibilidade de aplicação das regras 
de conexão entre execução de título extrajudicial e ação de conhecimentos, quando forem 
relativas ao mesmo título. 
Outra inovação importante é possibilidade de reunião para julgamento conjunto de 
processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, 
caso decididas separadamente, mesmo que não haja conexão entre elas, é a conexão por 
prejudicialidade. 
No artigo 57, há uma novidade sem correspondente com o antigo CPC, pois, de acordo 
com referido artigo, quando houver continência e a ação continente (mais ampla) tiver sido 
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida (menos ampla), será proferida 
sentença sem resolução do mérito. Por outro lado, se a ação contida tiver sido primeiramente 
distribuída, as ações serão necessariamente reunidas.10 
A lógica de tal regra é o fato de que, se a ação contida foi proposta após a continente, 
seu objeto principal já está sendo discutido na continente, motivo porque poderá ser extinta 
sem o julgamento do mérito. 
Aplica-se a regra da prevenção (artigo 58), devendo as ações serem reunidas no juízo 
prevento que, conforme as regras trazidas pela nova legislação processual, será aquele em 
que houve o primeiro registro ou distribuição da ação. 
8.5 Critérios para a fixação de competência 
Nesse ponto do estudo, há de se fazer menção às valiosas lições de Giuseppe 
Chiovenda, citado por Marcus Vinicius R. Gonçalves, no sentido de estabelecer os critérios, 
voltados ao legislador, para a apuração de competência: 
"1° Critério objetivo; 
2° Critério funcional; 
 
10 Vide questão 14 desse material. 
 
19 
 
3° Critério territorial. 
Extrai-se o critério objetivo ou do valor da causa (competência por valor) ou da 
natureza da causa (competência por matéria) [...]. O critério funcional extrai-se da 
natureza especial e das exigências especiais das funções que se chama o magistrado a 
exercer num processo... O critério territorial relaciona-se com a circunscrição territorial 
designada à atividade de cada órgão jurisdicional." 
8.6 Principais Regras de Competência de Foro 
Muita atenção ao subtópico em análise, pois, dele decorre a grande maioria das 
questões relativas à competência de foro. 
Aqui, há uma enorme contribuição para a sistematização do estudo refletida no quadro-
resumo desenvolvido por GONÇALVES, em seu Livro Direito Processual Civil Esquematizado, 
conforme se segue: 
 
Tipo de Ação Foro Competente Caráter da Regra 
Ações pessoais e reais sobre 
bens móveis. 
Foro do domicílio do réu (art. 
46, CPC).11 
Relativo. 
Ações reais imobiliárias 
(incluindo possessórias e 
adjudicações compulsórias). 
Foro de situação do imóvel 
(art. 47, CPC). 
Absoluto, exceto se a ação 
não versar sobre 
propriedade, posse, 
vizinhança, servidão, divisão 
e demarcação de terras e 
nunciação de obra nova. 
Ação de inventário, partilha e 
arrecadação, bem como as 
que envolvam o 
Foro do domicílio do autor 
da herança no Brasil; se ele 
não possuía domicílio certo, 
Relativo. 
 
11 Vide questão 9 desse material. 
 
20 
 
cumprimento de disposições 
de última vontade, 
impugnação ou anulação de 
partilha extrajudicial, ou em 
que o espólio for réu. 
o da situação dos bens 
imóveis; se havia bens 
imóveis em lugares diversos, 
em qualquer deles; se não 
havia imóveis, o foro do local 
de qualquer bem do espólio 
(art. 48, do CPC). 
Ações de separação, divórcio, 
anulação de casamento e 
reconhecimento ou 
dissolução de união estável.12 
Foro do domicílio do 
guardião do filho incapaz; do 
último domicílio do casal; ou 
do domicílio do réu, se 
nenhuma das partes residir 
no último domicílio do casal 
(art. 53, I, do CPC). 
Relativo. 
Ações de alimentos, ainda 
que cumuladas com 
investigação de paternidade. 
Foro do domicílio do 
alimentando (art. 53, II, do 
CPC) 
Relativo. 
Ação de reparação de danos 
em geral. 
Foro do lugar do ato ou fato, 
salvo quando se tratar de 
relação de consumo, quando 
a competência será a do 
domicílio do consumidor (art. 
53, IV, “a”, do CPC e art. 101, 
I, do CDC) 
Relativo. 
Ação de reparação de danos 
em acidentes de veículo. 
Foro do domicílio do autor 
ou do local do ato ou fato, a 
critério da vítima (art. 53, V, 
Relativo. 
 
12 Vide questão 15 desse material. 
 
21 
 
do CPC) 
Ações em que a União é 
parte.13 
Se autora, no domicílio do 
réu; se ré, o autor poderá 
propô-la no seu domicílio ou 
no lugar do ato ou do fato, 
salvo se a ação for real 
imobiliária, quando a 
competência é sempre do 
foro de situação (art.109, §§ 
1º e 2º, da CF). O autor pode 
ainda propor no Distrito 
Federal. 
Relativo, salvo se a ação for 
real imobiliária, quando a 
competência do foro de 
situação será absoluta. 
Ações em que a Fazenda 
Pública Estadual é parte. 
A fazenda Pública Estadual 
não tem foro privilegiado. 
Assim, quando autora, as 
ações serão propostas no 
domicílio do réu, e quando 
ré, no domicílio do autor, no 
de ocorrência do ato ou fato, 
no de situação do imóvel ou 
no Capital do Estado, sempre 
na vara privativa onde 
houver. Se a ação for real 
imobiliária, a competência é 
sempre do foro de situação 
do imóvel. 
Relativo, salvo se a ação for 
real imobiliária. 
Ações que guardam vínculo A competência será do foro Absoluto, por tratar-se de 
 
13 Vide questão 13 desse material. 
 
22 
 
com outras anteriormente 
propostas. 
e do juízo em que correr a 
ação anteriormente aforada. 
competência funcional. 
 
 
Competência e foro especial para a mulher: o STF tinha entendimento de que a regra de 
competência e foro para a mulher, prevista no artigo 100 do CPC/73, não ofendia a isonomia 
trazida pela Constituição aos homens e mulheres (artigo 5º, I). Em que pese referido 
entendimento, o NCPC inovou ao não trazer prerrogativa em razão de gênero. Neste sentido, 
atualmente, a legislação processual da preferência ao guardião do incapaz, regra geral. 
8.7 Conflito de Competência 
Segundo o art. 66 do CPC, haverá conflito de competência em três hipóteses: 
I. Dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo); 
II. Dois ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a 
competência (conflito negativo); 
III. Entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de 
processos. 
O conflito somente passará a existir a partir do momento em que dois ou mais juízes 
tenham proferido nos autos determinações divergentes, criando um verdadeiro conflito entre 
eles. 
 
 
23 
 
Súmula 59 do STJ: não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em 
julgado, proferida por um dos Juízos conflitantes. 
Não se pode falar em conflito de competência em hipóteses nas quais a divergência se 
verifica entre dois órgãos que mantenham uma relação de superioridade/inferioridade 
hierárquica. Nessescasos, o órgão que seja superior hierarquicamente julgará o processo. Ex.: 
não há conflito entre o STF e qualquer juízo, pois o STF sempre será o competente; entre o 
STJ e TRF/TJ (o STJ é um órgão superior, portanto será o competente); entre TRF/TJ e juiz 
federal/estadual (o TRF/TJ como órgão superior, será o competente). 
O art. 951, do CPC, estabelece quem pode suscitar o conflito de competência, e os 
legitimados são: qualquer das partes, o Ministério Público ou o próprio Juiz. Apesar da 
omissão legal, também o Defensor Público também tem legitimidade para suscitar o conflito 
sempre que participar de algum dos processos envolvidos no conflito. 
8.7.1 Competência para Julgamento do Conflito 
O Supremo Tribunal Federal terá competência sempre que estiver envolvido no 
conflito um Tribunal Superior (art. 102, I, o, da CF). Assim, é possível que o conflito envolva 
um juiz de primeiro grau, na hipótese de estabelecer entre ele e o Tribunal Superior ao qual 
não é vinculado. Pois, se existir essa vinculação/hierarquia, aplica-se a regra de que não há 
propriamente um conflito de competência, e sim um conflito de hierarquia, onde prevalece o 
entendimento do órgão hierarquicamente superior é o competente. 
Já o Superior Tribunal de Justiça compete o julgamento quando existirem os conflitos 
de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre tribunal e juízes a ele não 
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, d, da CF). Importante 
mencionar que o dispositivo legal teve o cuidado de apontar para a necessidade de 
desvinculação funcional entre o juízo de primeiro grau e o tribunal de segundo grau 
envolvidos no conflito. 
 
24 
 
 
Súmula 180 do STJ: Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir 
conflito de competência verificado, na respectiva região, entre Juiz Estadual e junta de 
Conciliação e Julgamento. 
Havendo conflito entre juízos de primeiro grau vinculados à mesma justiça, será o 
Tribunal de tal Justiça o competente para o julgamento do conflito, ou seja, o TJ em caso de 
Juízes estaduais, ou o TRF em caso de Juízes Federais. 
 
Súmula 3 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência 
verificado, na respectiva região, entre Juiz Federal e Juiz Estadual investido de jurisdição 
federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 DIREITO DE AÇÃO 
TEORIAS 
 Teoria imanentista ou civilista; 
 Teoria concreta da ação; 
 Teoria abstrata da ação; 
 Teoria eclética (adotada pelo CPC); 
 Teoria da asserção; 
REQUISITOS 
 Interesse de agir: binômio necessidade e adequação; 
 Legitimidade ad causam: em regra, as pessoas só podem postular em juízo 
em nome próprio; 
CLASSIFICAÇÃO 
 Ação Constitutiva: visa obter a certificação e efetivação de um direito 
potestativo; 
 Ação Condenatória: busca a certificação e a efetivação da titularidade de 
um direito a uma prestação, com a condenação do réu ao cumprimento da 
prestação devida; 
 Ação Meramente Declaratória: reconhecimento da existência, da 
inexistência de uma relação jurídica ou o modo de ser dessa relação ou a 
declaração de autenticidade ou da falsidade de documento; 
ELEMENTOS 
 Partes; 
 Causa de Pedir; 
 Pedido; 
 
 
 PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 
EXISTÊNCIA - SUBJETIVOS 
 Capacidade de ser parte; 
 Investidura (juiz); 
EXISTÊNCIA - OBJETIVO  Demanda; 
VALIDADE - SUBJETIVOS 
 Competência; 
 Imparcialidade (Juiz); 
 Capacidade Processual; 
 Capacidade Postulatória; 
 
26 
 
VALIDADE – OBJETIVOS - 
INTRÍNSECOS 
 Petição inicial apta; 
 Citação válida; 
 Regularidade formal; 
VALIDADE – OBJETIVOS – 
EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS) 
 Litispendência; 
 Coisa julgada; 
 Perempção; 
 Convenção de arbitragem; 
 Transação; 
 Ausência de pagamento de custas processuais em demanda idêntica 
extinta anteriormente por sentença terminativa; 
 
 COMPETÊNCIA 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
 Matérias de ordem pública, as quais NÃO podem ser modificadas pelas 
partes e podem ser reconhecidas de ofício; 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
 Matérias de interesse das partes; 
 Pode acarretar prorrogação de competência; 
CONEXÃO  Quando em duas ações for comum o pedido ou a causa de pedir; 
CONTINÊNCIA 
 Quando em duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e a 
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange os 
demais; 
PRINCIPAIS REGRAS Verificar na tabela da página 19. 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
 Dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo); 
 Dois ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao 
outro a competência (conflito negativo); 
 Entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou 
separação de processos. 
COMPETÊNCIA PARA 
JULGAMENTO 
 STF: sempre que estiver envolvido no conflito um Tribunal Superior; 
 STJ: conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre 
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais 
diversos; 
 TJ/TRF: conflito entre juízos de primeiro grau vinculados à mesma justiça; 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
IADES - 2019 - AL-GO – Procurador: Uma ação é idêntica à outra, de acordo com o Código 
de Processo Civil, quando 
A) os fatos jurídicos forem os mesmos em ambas as ações. 
B) os autores e os réus dos processos forem os mesmos em ambas as ações. 
C) o pedido de uma ação for mais amplo que o da outra. 
D) as partes, a causa de pedir e os pedidos forem os mesmos em ambas as ações. 
E) os fundamentos jurídicos forem os mesmos em ambas as ações. 
Comentário: 
Trata-se da Teoria da tríplice identidade, que considera que uma ação é igual a outra 
quando seus elementos coincidem. É a regra no ordenamento jurídico brasileiro. 
Excepcionalmente, adota-se a teoria da relação jurídico-material, a qual considera que 
duas ou mais ações são idênticas quando a relação jurídica de direito material tratada for 
a mesma entre elas. 
Questão 2 
MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto: Sobre a jurisdição e a ação, assinale a 
alternativa correta, de acordo com o Código de Processo Civil: 
A) De acordo com o Código de Processo Civil, é necessário ter interesse, legitimidade e 
possibilidade jurídica do pedido para postular em juízo. 
 
28 
 
B) A restrição para se pleitear direito alheio em nome próprio é absoluta e não possui 
exceções. 
C) É cabível ação declaratória do modo de ser da relação jurídica. 
D) A ação declaratória de autenticidade de documento não é admitida pelo ordenamento 
jurídico. 
E) Se houver afirmação de violação de um direito, não se admite a ação meramente 
declaratória. 
Comentário: 
A alternativa de letra A encontra-se incorreta, pois, como preceitua art. 17 do CPC, para 
postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Já a alternativa B, o erro está 
descrito no art. 18 do CPC, onde ninguém poderá pleitear direito alheio em nome 
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. A letra C está correta, pois, 
como afirma o art. 19 do CPC, o interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da 
existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica. A alternativa de 
letra D está errada, já que, de acordo com no art. 19 do CPC, o interesse do autor pode 
limitar-se à declaração: II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Por fim, a 
letra E também está errada, em razão do art. 20 do CPC, que afirma que é admissível a 
ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. 
Questão 3 
MPE-BA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto: O direito de ação é deduzido a 
partir das noções de jurisdição e processo, e ocorre quando o Estado, substituindo o 
particular, resolve conflitos entre os sujeitos de direito, exercendo de fato a jurisdição. O 
resultado processual advindo desse direito de agir provocandoo Estado-juiz dependerá de 
certas condições. 
Sob esse aspecto, tendo ainda a noção de ação como um elemento fundamental do direito 
processual, é correto afirmar que 
 
29 
 
A) o exercício do direito de ação é autônomo e incondicionado, pouco importando a 
existência de direito material alegado, sendo aceito como fato impeditivo do seu exercício 
apenas a ausência de algumas das condições da ação. 
B) o novo Código de Processo Civil, seguindo a teoria imanentista, condiciona o exercício 
desse direito à existência do direito material, mesmo que controvertido. 
C) segundo a teoria eclética, esse direito de ação, embora não esteja vinculado a uma 
sentença favorável, não é completamente independente do direito material, tendo sido 
adotada pela legislação processual vigente em face da abstração do direito de ação e da ideia 
de que a existência do processo não está condicionada ao direito material invocado. 
D) a ausência de legitimidade de parte ou da possibilidade jurídica do pedido ou ainda do 
interesse de agir não pode obstar o direito de ação, embora possa caracterizar abuso desse 
direito, mas impedirá a análise do mérito da causa. 
E) não há nenhuma condição atrelada ao direito de postular em juízo, embora se revele 
prejudicado o exame do mérito da ação, se ausente o interesse processual ou a legitimidade. 
Comentário: 
Daniel Amorim apresenta a diferença entre direito constitucional de ação e direito 
processual de ação de acordo com a teoria eclética. 
A maioria da doutrina entende que o NCPC manteve as condições da ação. Pela teoria 
eclética o direito de ação não depende da existência do direito material, mas do 
preenchimento de certos requisitos, denominados "condições da ação". Nesse caso, as 
condições da ação não se confundem com o mérito, embora se utilizem de elementos 
do direito material para aferir a legitimidade e interesse processual, que, quando 
ausentes, geram uma sentença terminativa de carência de ação. Portanto, o direito de 
ação pode ser entendido como o direito a uma sentença que aprecie o mérito da causa, 
julgando procedente ou improcedente o pedido deduzido. 
 
30 
 
Por outro lado, a teoria eclética teria que explicar qual o direito exercido pelo autor 
quando o Estado-juiz profere sentença de carência de ação (sem mérito) - houve direito 
de ação? 
É nesse ponto que entra a distinção entre direito de petição, que é o direito de obter 
uma MANIFESTAÇÃO do Estado, incluindo o Poder Judiciário, e o direito de ação, que é 
o direito a uma SENTENÇA DE MÉRITO. Diz o autor que "enquanto o direito de petição é 
amplo, genérico e incondicional, o direito de ação depende do preenchimento das 
condições da ação. 
Por consectário, todos têm o direito a manifestação do Poder Judiciário, dentro da ideia 
de DIREITO CONSTITUCIONAL DE AÇÃO, mas o direito à decisão de mérito está atrelado 
ao DIREITO PROCESSUAL DE AÇÃO, cujo exercício é sujeito à demonstração das 
condições da ação (interesse e legitimidade). 
Logo, não há condição atrelada para provocar o Judiciário, sendo que todos têm direito 
constitucional de ação - MERO EXERCÍCIO DO DIREITO DE PETIÇÃO. 
Nada obstante, o direito à DECISÃO DE MÉRITO ESTÁ CONDICIONADA AO 
PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO (Manifestação do Direito Processual de 
Ação). 
Questão 4 
UEM - 2018 - UEM – Advogado: São elementos da ação: 
A) possibilidade jurídica do pedido, legitimidade ad causam e interesse processual. 
B) legitimidade ad causam e interesse processual. 
C) partes, causa de pedir e pedido. 
D) partes, causa de pedir e interesse processual. 
E) partes, legitimidade ad causam e causa de pedir. 
 
 
31 
 
Comentário: 
São elementos da ação: 
PARTES: autor e réu. São eles que participam na relação jurídica processual 
CAUSA DE PEDIR: é constituída dos fatos que deram origem a lide, juntamente com os 
fundamentos jurídicos que demostram a violação do direito, justificando a pretensão do 
autor perante o juiz. 
PEDIDOS: O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor, que é levada ao 
Estado-Juiz. 
Macete: 
ElemenTos: são Tres (partes, pedido, causa de pedir 
ConDições: são Duas (interesse e legitimidade) 
Questão 5 
MPE-BA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto: Escolha a alternativa que não 
encontra guarida na nova legislação processual em vigor: 
A) O agravo retido deixou de existir como procedimento em atenção ao princípio da 
celeridade, somente se justificando o agravo de instrumento, em regra, em face do risco de 
prejuízo real a uma das partes. 
B) Sepultando a figura dos embargos infringentes, a decisão não unânime nos tribunais enseja 
o prosseguimento do julgamento, convocados outros julgadores para decidir a lide, contanto 
que da nova composição surja a possibilidade de inversão do julgado. 
C) Saneado o feito e ultrapassado o exame de admissibilidade da ação, o processo exige 
procedimentos que impulsionem solução final de mérito, operando a preclusão para análise 
das condições da ação. 
 
32 
 
D) Em se tratando de obrigações alternativas a critério do devedor, pode o juízo conceder-lhe 
a opção de cumprir a obrigação de um ou outro modo, mesmo que o credor tenha deduzido 
em juízo pedido certo e único. 
E) Hoje alargado, o princípio da ampla devolutividade permite ao Tribunal conhecer e acolher 
uma causa de pedir anteriormente pronunciada, mesmo se não apreciada pelo juiz, sem que 
isso importe em supressão de instância. 
Comentário: 
As condições da ação são matérias de ordem pública, logo, sua falta, pode ser 
reconhecida em qualquer grau de jurisdição, até mesmo de ofício pelo juiz; assim, não 
estão sujeitas a preclusão. A consequência da falta de uma das condições da ação é a 
extinção do processo SEM a resolução do mérito (Art. 485, VI e § 3º, do CPC). 
Questão 6 
FADESP - 2018 - Câmara de Abaetetuba - PA – Advogado: Em um processo judicial de 
obrigação de fazer contra a construtora Casa dos Sonhos, que lhe vendeu um apartamento 
com infiltrações, Roberto Calos tenta obter a condenação da construtora para arcar com os 
serviços e reparos necessários. Após a citação e abertura do prazo para a contestação, a 
construtora formula defesa processual alegando que tal processo é a reprodução idêntica de 
outro, que já foi julgado e extinto com resolução do mérito, no qual Roberto Carlos já recebeu 
sua indenização. Nesse caso, o pressuposto processual que está sendo violado é o da/do 
A) inexistência de litispendência. 
B) existência de legitimidade. 
C) respeito às regras de competência. 
D) inexistência de coisa julgada. 
Comentário: 
Com base no art. 337 do CPC: Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: VII - 
coisa julgada; 
 
33 
 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada 
em julgado. 
Questão 7 
CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas: A respeito de 
jurisdição e ação, assinale a opção correta. 
A) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais nacionais e internacionais. 
B) Em regra, não é competência da jurisdição nacional ação cuja obrigação deva ser cumprida 
no Brasil. 
C) Para postular em juízo, é necessário haver interesse, legitimidade e possibilidade jurídica do 
pedido. 
D) É permitida a postulação de direito alheio em nome próprio, desde que autorizada pelo 
ordenamento jurídico. 
E) A cooperação jurídica internacional somente é possível sob a vigência de tratado assinado 
pelo Brasil. 
Comentário: 
Como prevê o caput do art. 18 do CPC: Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome 
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 
Questão 8 
FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto: Em relação à competência, 
considere os enunciados: 
I. A incompetência absoluta deve ser alegada como questão preliminar de contestação; a 
relativa, como exceção, a ser autuada e julgada como incidente processual.II. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve 
ser declarada de ofício. 
 
34 
 
III. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que 
atuar. 
IV. Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida 
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
A) III e IV. 
B) I e II. 
C) I, II e III. 
D) I, III e IV. 
E) II, III e IV. 
Comentário: 
Afirmativa I - O novo Código de Processo Civil excluiu a exceção de incompetência, 
devendo tanto a incompetência relativa quanto a incompetência absoluta serem alegadas 
em sede preliminar, na própria contestação (art. 65, caput, CPC/15). Afirmativa incorreta. 
Afirmativa II - Nesse sentido dispõe o art. 64, §1º, do CPC/15: "A incompetência absoluta 
pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de 
ofício". Afirmativa correta. 
Afirmativa III - Nesse sentido dispõe o art. 65, parágrafo único, do CPC/15: "A 
incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que 
atuar". Afirmativa correta. 
Afirmativa IV - Nesse sentido dispõe o art. 64, §4º, do CPC/15: "Salvo decisão judicial em 
sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo 
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente". 
Afirmativa correta. 
 
35 
 
Questão 9 
FAFIPA - 2018 - Câmara de Campina Grande do Sul - PR – Advogado: De acordo com o 
Código de Processo Civil, artigo 42 seguintes, sobre a competência, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
A) As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, 
ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
B) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em 
regra, no foro de domicílio do autor. 
C) Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro de situação da 
coisa. 
D) Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, 
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, 
salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
Comentário: 
Lembrando que a questão pede a alternativa INCORRETA! Logo, a alternativa B está 
incorreta pois, A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis 
será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu, como prevê o art. 46 do CPC. 
Questão 10 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça – Matutina: De acordo com o Código de 
Processo Civil, as partes podem modificar a competência determinada em razão da matéria, 
do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e 
obrigações. 
O Certo 
O Errado 
 
 
36 
 
Comentário: 
Em razão da matéria não, trata-se de competência absoluta que não pode ser modificada 
por convenção das partes e nem por conexão ou continência. 
Já na competência relativa, em razão do território e do valor (art. 63 do CPC), pode 
modificar por foro de eleição e por conexão ou continência. 
Questão 11 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça – Matutina: 
De acordo com o Código de Processo Civil, reputam-se conexas duas ou mais ações, quando 
lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou 
a causa de pedir. 
Questão 12 
CESPE - TJ-PR - Juiz Substituto: De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne 
ao julgamento de ação reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território 
nacional, a competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro 
do local do imóvel são consideradas, respectivamente, como 
A) exclusiva e absoluta. 
B) exclusiva e relativa. 
C) concorrente e absoluta. 
D) concorrente e relativa. 
 
 
37 
 
Comentário: 
A competência para o julgamento da ação reivindicatória de bem imóvel localizado no 
território nacional é exclusiva da jurisdição brasileira por força do art. 23, I, do CPC/15, 
que estabelece que "compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer 
outra conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil". 
A competência territorial do foro do local em que está situado o bem imóvel, por sua 
vez, é absoluta porque assim determina o art. 47, §2º, do CPC/15, senão vejamos: "A 
ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta". 
Questão 13 
MPE-PR - 2019 - MPE-PR - Promotor Substituto: Assinale a alternativa correta, no que diz 
respeito à matéria de competência, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015: 
A) A ação fundada em direito real sobre bem móvel tem como regra geral a distribuição no 
foro de domicílio da coisa. 
B) Havendo dois ou mais réus com diferentes domicílios, o autor pode distribuir a ação 
fundada em direito pessoal em qualquer foro do país. 
C) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio e a ação em que 
o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio. 
D) É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor a União, Estado 
ou o Distrito Federal. 
E) As regras de competência territorial têm natureza absoluta. 
Comentário: 
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a 
União. 
 
38 
 
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor 
Estado ou o Distrito Federal. 
União, Estados e DF -> autores -> foro competente o do réu 
União, Estados e DF -> réus -> a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do 
autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa 
ou no Distrito Federal (se for a União) ou na capital do respectivo ente federado (Estados 
e DF) - paragrafo único do art. 51 e 52, CPC. 
Questão 14 
MPE-BA - 2018 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto: A competência pode ser 
entendida como a repartição da jurisdição entre os diversos órgãos encarregados da prestação 
jurisdicional e é atribuída a cada julgador nos termos normativos dos artigos. 42 ao 66 do 
Código de Processo Civil. 
Assinale a assertiva cuja compreensão não corresponde a esses dispositivos. 
A) Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal 
competente se nele intervier a União, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, 
exceto nas causas relativas à recuperação judicial, falência, insolvência civil, acidente de 
trabalho, justiça eleitoral e do trabalho. 
B) A competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, 
sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito que venham a ocorrer 
posteriormente, salvo se delas decorrerem supressão de órgão do judiciário ou alterarem a 
competência absoluta. 
C) É competente o foro do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita para a ação em que se 
lhe exigir o cumprimento, assim como o da residência do idoso para a causa que verse sobre 
direito previsto no Estatuto do Idoso. 
 
39 
 
D) Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no 
processo relativo à ação contida, será solucionada no seu mérito, caso contrário, as ações 
serão necessariamente reunidas. 
E) Uma vez demandada a União, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, 
no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no 
Distrito Federal. 
Comentário: 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferidasentença sem resolução 
de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. Havendo a 
continência poderá haver a reunião dos processos ou a extinção de uma deles. Assim, 
Tudo dependerá do juízo prevento. Se o prevento for da ação continente extingue-se a 
ação contida sem resolução de mérito, pois aquele irá apreciar todos os pedidos. Do 
contrário, se prevento o juízo da ação contida (ação que será englobada pela outra), 
preservando o juízo natural, deve-se reunir as ações. 
Questão 15 
VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto: João e José formam um casal homoafetivo, sem 
filhos, que possuem domicílio certo em Cuiabá. A empresa Y atua no ramo de produção de 
cosméticos e também está localizada na capital do Estado do Mato Grosso. Com base nessas 
informações e nas regras de competência fixadas no CPC/2015, assinale a alternativa correta. 
A) No caso de falecimento de José ocorrido no estrangeiro, o foro de situação dos bens 
imóveis será o competente para processar e julgar a ação de inventário. 
B) No caso de ação de dissolução da união estável de João e José, será competente o foro do 
último domicílio do casal. 
C) Se a empresa Y demandar ação de reparação de danos contra serventia notarial com sede 
no interior do Estado, por ato praticado em razão do ofício, será competente o foro da 
Comarca de Cuiabá. 
 
40 
 
D) Tramitando no juízo da Comarca de Cuiabá ação de falência da empresa Y, a intervenção 
da União como interessada no feito implicará na remessa dos autos à Justiça Federal. 
E) Caso José proponha uma ação possessória imobiliária, terá competência relativa o juízo do 
foro de situação da coisa. 
Comentário: 
O art. 53, I, b do CPC, estabelece a competência para julgar a dissolução de união estável 
do último domicílio do casal, quando não há filho incapaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - D 
Questão 2 - C 
Questão 3 - E 
Questão 4 - C 
Questão 5 - C 
Questão 6 - D 
Questão 7 - D 
Questão 8 - E 
Questão 9 - B 
Questão 10 - Errado 
Questão 11 - Errado 
Questão 12 - A 
Questão 13 - D 
Questão 14 - D 
Questão 15 - B 
 
42 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 Neste capítulo, faz-se de extrema importância a leitura de: 
Direito da ação 
 CPC: arts. 16 a 20; 
 Súmulas: 181, 242 e 258, STJ; 
Pressupostos Processuais 
 CPC: arts. 17 a 20; 70 a 76; 103 a 112; 
Competência 
 CPC: art. 21 a 66; 
 Súmulas do STJ: 1, 3, 11, 15, 33, 34, 42, 55, 59, 66, 82, 140, 150, 180, 206, 224, 235, 
236, 250, 254, 324, 376, 428, 506, 553, 570; 
 Súmulas do STF: 336, 501, 503, 508, 517, 556, 689; 
 Súmula vinculante: 27 do STF. 
 
Competência 
 Súmula vinculante 27 
Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, 
quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. 
 SÚMULA 336, STF 
A imunidade da autarquia financiadora, quanto ao contrato de financiamento, não se estende à compra e venda 
entre particulares, embora constantes os dois atos de um só instrumento. 
 
43 
 
 SÚMULA 501, STF 
Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente 
do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de 
economia mista. 
 SÚMULA 503, STF 
A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, manifestado por dois Estados, não configura litígio 
da competência originária do Supremo Tribunal Federal. 
 SÚMULA 508, STF 
Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do 
Brasil S. A. 
 SÚMULA 517, STF 
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou 
opoente. 
 SÚMULA 556, STF 
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. 
 Súmula 689, STF 
O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas 
varas federais da Capital do Estado-Membro. 
 Súmula 1, STJ 
O foro do domicilio ou da residência do alimentando e o competente para a ação de investigação de 
paternidade, quando cumulada com a de alimentos. 
 Súmula 3, STJ 
Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência verificado, na respectiva região, entre Juiz 
Federal e Juiz Estadual investido de jurisdição federal. 
 Súmula 11, STJ 
A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do 
foro da situação do imóvel. 
 Súmula 15, STJ 
 
44 
 
Compete a Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho. 
 Súmula 33, STJ 
A incompetência relativa não pode ser declarada de oficio. 
 Súmula 34, STJ 
Compete a Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento 
particular de ensino. 
 Súmula 42, STJ 
Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que e parte sociedade de economia 
mista e os crimes praticados em seu detrimento. 
 Súmula 55, STJ 
Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não 
investido de jurisdição federal. 
 Súmula 59, STJ 
Não ha conflito de competência se já existe sentença com transito em julgado, proferida por um dos juízos 
conflitantes. 
 Súmula 66, STJ 
Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização profissional. 
 Súmula 82, STJ 
Compete a Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos a 
movimentação do FGTS. 
 Súmula 140, STJ 
 Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima. 
 Súmula 150, STJ 
Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, 
da união, suas autarquias ou empresas publicas. 
 Súmula 180, STJ 
 
45 
 
Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir conflito de competência verificado, na 
respectiva região, entre Juiz Estadual e junta de Conciliação e Julgamento. 
 Súmula 206, STJ 
A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de 
processo. 
 Súmula 224, STJ 
Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz 
Federal restituir os autos e não suscitar conflito. 
 Súmula 235, STJ 
A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. 
 Súmula 236, STJ 
Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de competência entre juízes trabalhistas vinculados 
a Tribunais Regionais do Trabalho diversos. 
 Súmula 254, STJ 
A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo 
Estadual. 
 Súmula 324, STJ 
Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército, 
equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo Ministério do Exército. 
 Súmula 376, STJ 
Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial. 
 Súmula 428, STJ 
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo 
federal da mesma seção judiciária. 
 Súmula 506, STJ 
A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de 
relação contratual. 
 Súmula 553, STJ 
 
46 
 
Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça estadual 
para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requeridaa intervenção da União 
no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional 
Federal competente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção. 
 Súmula 570, STJ 
Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se discute a ausência de ou o obstáculo 
ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministério da Educação como condição de 
expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Pressupostos processuais 
 Informativo 494 do STJ 
O prazo para que o autor emende a petição inicial é um prazo dilatório (e não 
peremptório). Logo, o juiz poderá aceitar a emenda da petição inicial mesmo fora deste 
prazo. Este prazo pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por 
determinação do juiz. Novo CPC: o raciocínio empregado no julgado acima permanece 
válido no novo CPC (art. 139, VI). No entanto, é importante destacar que o prazo 
disponível para que o autor emende a petição inicial foi ampliado pelo CPC 2015 para 15 
dias (antes, o prazo era de 10 dias). STJ. 2ª Seção. REsp 1133689-PE, Rel. Min. Massami 
Uyeda, julgado em 28/3/2012 (recurso repetitivo). 
 Informativo 511 do STJ 
A emenda da petição inicial é um direito subjetivo do autor, e não mera faculdade do 
juiz. Assim, é nula a sentença que indefere a petição inicial sem que o juiz permita a 
correção do vício sanável. No entanto, em 2012, a 3ª Turma do STJ decidiu, em um caso 
específico, que é possível a extinção de ação rescisória sem resolução do mérito na 
hipótese de indeferimento da petição inicial, em face da ausência do recolhimento das 
custas e do depósito prévio, sem que tenha havido intimação prévia e pessoal da parte 
para regularizar essa situação. Como a falta de recolhimento de custas e depósito na 
ação rescisória não se enquadra nas hipóteses do § 1º do art. 267 do CPC 1973, a 
intimação prévia da parte não era necessária para que fosse possível a extinção do 
processo. STJ 3ª Turma. REsp 1286262-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado 
em 18/12/2012. 
 
48 
 
 Informativo 526 do STJ 
Depois que tiver sido oferecida a contestação, o autor só poderá desistir da ação se 
houver o consentimento do réu. Se o réu não quiser concordar com a desistência, deverá 
apresentar ao juízo um motivo justificável, sob pena de sua conduta ser considerada 
como abuso de direito. Desse modo, se a recusa do réu em aceitar a desistência for 
infundada (sem um motivo razoável), o juiz poderá suprir a sua concordância e 
homologar a desistência. No caso concreto, o réu negou a desistência, afirmando que 
possuía interesse no julgamento de mérito da demanda. O STJ considerou que esse 
argumento era relevante e que se tratava de fundamentação razoável, apta a impedir a 
extinção do processo sem resolução do mérito. STJ. 3ª Turma. REsp 1318558-RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2013 (Info 526). 
 Informativo 535 do STJ 
Não tendo o autor da ação de reintegração se desincumbido do ônus de provar a posse 
alegada, o pedido deve ser julgado improcedente e o processo extinto com resolução de 
mérito. STJ. REsp 930336-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/2/2014. 
 Informativo 537 do STJ: 
Em determinada comarca, centenas de ações individuais idênticas foram propostas por 
autores diferentes contra o mesmo réu. O juiz, diante dessa situação, reconheceu a 
existência de conexão e determinou a extinção dos processos para que fossem 
novamente ajuizados em ações formadas por grupos de 20 litisconsortes cada. O STJ 
afirmou que esse procedimento adotado pelo magistrado não encontra amparo na 
legislação. Após reconhecer a conexão, o máximo que o juiz pode fazer é determinar a 
reunião dos processos para julgamento conjunto, jamais determinar a sua extinção, 
condicionando que fossem propostas novas ações com a formação de litisconsórcio. STJ. 
2ª Turma. AgRg no AREsp 410980-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/2/2014. 
 
 
 
 
49 
 
 Informativo 538 do STJ 
A constatação posterior ao ajuizamento da execução fiscal de que a pessoa jurídica 
executada tivera sua falência decretada antes da propositura da ação executiva não 
implica a extinção do processo sem resolução de mérito. Deve ser dada a oportunidade 
de o exequente retificar a CDA, fazendo constar a informação de que a parte devedora 
se encontra em estado falimentar, e emendar a Inicial. STJ. 1ª Seção. REsp 1372243-SE, 
Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, 
julgado em 11/12/2013 (recurso repetitivo). 
 Informativo 600 do STJ 
Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda 
do objeto da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se 
saber qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o 
pagamento das custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes. 
Ex: João teve um ataque cardíaco e foi internado em um hospital particular, onde 
colocaram um stent no paciente. Inicialmente, o plano de saúde de João recusou-se a 
pagar ao hospital os valores despendidos com o stent. Diante disso, o hospital ingressou 
com ação cobrando este valor de João. Ocorre que João havia feito um pedido 
administrativo de reconsideração ao plano de saúde, que foi acolhido e, assim, o 
convênio transferiu espontaneamente o dinheiro do tratamento ao hospital. Neste caso, 
o juiz deverá extinguir o processo sem resolução do mérito por perda superveniente do 
interesse de agir e condenar as duas partes ao pagamento das custas e dos honorários 
advocatícios divididos entre elas. STJ. 3ª Turma. REsp 1641160-RJ, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 16/3/2017 (Info 600) 
 STJ. 3ª Turma. REsp 1746047/PA, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/08/2018. 
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 980.664/MG, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado 
em 23/5/2017. 
A falta de assinatura nos recursos interpostos nas instâncias ordinárias configura vício 
sanável, devendo ser concedido prazo razoável para o suprimento dessa irregularidade. 
 
50 
 
 STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 1053466/MS, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 07/08/2018 
Intimada a regularizar a sua representação processual, nos termos do art. 932, parágrafo 
único, do CPC vigente, a parte que deixa de proceder à juntada no prazo de 5 (cinco) 
dias, faz incidir ao caso a Súmula 115/STJ. STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 
1053466/MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 07/08/2018. 
 STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 
23/08/2018 
Não é possível conhecer do recurso especial subscrito por advogado sem procuração nos 
autos caso a parte, depois de intimada para regularizar sua representação processual, nos 
termos do art. 932, parágrafo único, do CPC/2015, deixa transcorrer in albis o prazo 
concedido para o saneamento do vício, nos termos do art. 76, § 2º, I, do CPC/2015. Isso 
significa que detectado o vício na representação processual, mesmo que se trate de 
recurso especial, deverá ser dado um prazo de 5 dias para que a parte regularize a 
situação. Somente se a parte não regularizar, o recurso não será conhecido. STJ. 4ª 
Turma. AgInt no AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/08/2018. 
 Informativo 635 do STJ: 
Não há motivo para ser citada a sociedade empresária se todos os sócios fazem parte do 
processo como parte. STJ. 3ª Turma. REsp 1.731.464-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado 
em 25/09/2018. 
 Informativo 661 do STJ 
Empresa estrangeira que não tenha agência ou filial no Brasil pode ser citada por meio 
de seu entreposto no país. É regular a citação da pessoa jurídica estrangeira por meio de 
seu entreposto no Brasil, ainda que não sejaformalmente aquela mesma pessoa jurídica 
ou agência ou filial. STJ. Corte Especial. HDE 410-EX, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
julgado em 20/11/2019. 
 
 
51 
 
Competência 
 Informativo 620 do STJ: 
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos 
de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de 
saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na 
modalidade de autogestão. 
 Informativo 627 do STJ: 
Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza 
predominantemente civil entre ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa e 
operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão vinculadas ao empregador. 
 Informativo 586 do STJ: 
Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá 
determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem 
exame do mérito. O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em 
remeter os autos para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao 
processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob 
pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional. Assim, implica 
indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento 
da incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo 
competente, extingue o feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade 
técnica do Judiciário em remeter os autos para o órgão julgador competente, ante as 
dificuldades inerentes ao processamento eletrônico. 
 Informativo 960 do STF 
O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação contra a União 
ser proposta no domicílio do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou em que 
situada a coisa, na capital do estado-membro, ou ainda no Distrito Federal. Desse modo, 
o autor, se quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo propor a 
 
52 
 
ação: a) no foro do domicílio do autor; b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que 
deu origem à demanda; c) no lugar em que estiver situada a coisa; d) na capital do 
Estado-membro; ou e) no Distrito Federal. STF. 1ª Turma. RE 463101 AgR-AgR, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 27/10/2015. STF. 2ª Turma. ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 19/11/2019. 
 Informativo 601 do STJ 
Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – 
para figurar como ré ou assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a 
valores cobrados por força de contrato de fornecimento de energia elétrica celebrado 
entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em razão disso, essa ação é 
de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção. REsp 1.389.750-RS, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601). 
 Informativo 917 do STF 
Compete à Justiça Comum Estadual (juízo da infância e juventude) apreciar os pedidos 
de alvará visando a participação de crianças e adolescentes em representações artísticas. 
Não se trata de competência da Justiça do Trabalho. O art. 114, I e IX, da CF/88 não 
abrange os casos de pedido de autorização para participação de crianças e adolescentes 
em eventos artísticos, considerando que não há, no caso, conflito atinente a relação de 
trabalho. Trata-se de pedido de conteúdo nitidamente civil. STF. Plenário. ADI 5326/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018. 
 Informativo 837 do STF 
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação 
processual. STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 
(repercussão geral) (Info 837) 
 
 
 
53 
 
 Informativo 951 do STF 
Não compete ao STF julgar ação proposta pelo Estado-membro contra a União e a 
instituição financeira cobrando repasse dos depósitos judiciais que estão no banco Não 
compete ao STF julgar ação proposta contra a União e o Banco do Brasil para obrigar 
que a instituição financeira cumpra lei estadual que determina o repasse de parte dos 
valores dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado. Trata-se de controvérsia 
meramente patrimonial, não justificando sequer a presença da União no polo passivo. 
STF. Plenário. ACO 989/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2019 (Info 951). 
 Informativo 644 do STJ 
O vínculo de conexão a justificar a reunião de medidas cautelares preparatórias está 
vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir existente entre as ações 
principais a serem propostas e não do processo cautelar em si. STJ. 1ª Turma. AREsp 
832.354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/02/2019. 
 Informativo 945 do STF 
Existe uma decisão proferida pelo TJ em processo coletivo que beneficia diversos 
servidores do Poder Judiciário. Esses servidores começam a ingressar com execuções 
individuais pedindo o pagamento dos valores reconhecidos no acórdão do TJ. João é um 
deles e ajuíza pedido de cumprimento de sentença. O TJ remete a execução individual de 
João para o STF afirmando que mais da metade dos Desembargadores possui alguma 
relação de parentesco com outros servidores beneficiados pela decisão. Logo, para o TJ, 
a competência para julgar todas as execuções individuais seria do STF, com base no art. 
102, I, “n”, segunda parte, da CF/88. O STF, contudo, não concordou com a decisão. O 
STF não é competente para julgar originariamente a execução de João, pois não há 
impedimento dos Desembargadores. Nenhum deles mantêm relação de parentesco com 
João, servidor que figura especificamente no processo de execução individual. STF. 1ª 
Turma. AO 2380 AgR/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 25/6/2019. 
 
 
54 
 
 Informativo 596 do STJ 
Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito do partido 
político são julgadas pela Justiça Estadual. Exceção: se a questão interna corporis do 
partido político puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral, então, neste caso a 
competência será da Justiça Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar 
as causas em que a análise da controvérsia é capaz de produzir reflexos diretos no 
processo eleitoral. STJ. 2ª Seção. CC 148.693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 14/12/2016. 
 STJ. 4ª Turma. REsp 1.679.909-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, 
julgado em 14/11/2017, DJe 01/02/2018 
É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão relacionada à definição 
de competência, a despeito de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do 
CPC/2015. Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a 
decisão interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso 
de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma 
contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, 
qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e 
adequado julgue a demanda. 
 Informativo 599 do STJ 
O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do reconhecimento 
do pedido antecedente de declaração da autoria da obra, não afasta a regra geral de 
competência do foro do domicílio do réu. Ex: João lançou um livro. Pedro, alegando que 
o conteúdo da obra é uma cópia de um livro escrito por ele anos atrás, ajuíza ação de 
indenização contra João. A competência, neste caso, será do domicílio do réu, nos 
termos do art. 46 do CPC. A análise do pedido de reparação de danos pressupõe o 
anterior acolhimento do pedido declaratório de reconhecimento de25 
QUADRO SINÓTICO ....................................................................................................................................................... 27 
QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................................................................................... 30 
GABARITO ........................................................................................................................................................................... 40 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ............................................................................................................................................... 41 
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................................................ 42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 1 
Após a vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15), por se tratar de 
inovação legislativa recente, sem amparo jurisprudencial com grandes enfoques, a maioria das 
provas limitavam-se a cobrar o texto da lei. Ocorre que, como será demonstrado no decorrer 
do material, passados mais de dois anos da entrada em vigor da Lei 13.105/15, as bancas já 
estão mudando o perfil. 
1. Teoria Geral do Processo 
1.1 Normas Processuais Civis 
O Novo Código de Processo Civil foi estruturado para ser aplicado à luz da 
Constituição da República de 1988, em uma verdadeira filtragem constitucional. Sendo assim, 
os artigos iniciais tratam sobre os direitos fundamentais processuais, a serem observados por 
todas as partes do processo. 
De acordo com o Art. 14 do CPC, a norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
Assim, quanto à aplicação da norma processual aos processos ainda em trâmite, isto é, 
àqueles não acobertados pelo fenômeno processual da coisa julgada, nesse caso, aplica-se a 
regra do tempus regit actum, não tendo a lei nova o condão de atingir atos processuais já 
consumados. 
1.2 Princípios 
Tendo em vista a ideia empregada pelo movimento do neoprocessualismo, isto é, o 
reconhecimento da estreita e necessária relação entre a Constituição Federal e o Processo 
 
6 
 
Civil, fica claro percebermos que o CPC de 2015 dispõe, em seus artigos iniciais, as 
denominadas normas fundamentais (regras e princípios) do processo civil brasileiro, o que se 
vislumbra da análise dos artigos 1º ao 12 do CPC. 
Assim sendo, além dos princípios encontrados na nossa Constituição (como os 
princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla, entre outros), vejamos a 
seguir os principais dispositivos que tratam a respeito da matéria. 
O art. 1º da Lei 13.105/15, ao determinar que “O processo civil será ordenado, 
disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos 
na Constituição da República Federativa do Brasil”, denuncia a preocupação dada às ideias 
decorrentes do movimento do neoprocessualismo/neoconstitucionalismo. 
1.2.1 Princípio da Inércia 
No Art. 2º, encontramos o chamado Princípio da Inércia, o qual preceitua que a parte 
deve provocar o Estado-juiz para que este exerça o seu pode/dever de jurisdição (dizer o 
direito), alguns doutrinadores lecionam está-se diante do “princípio da demanda” A partir 
disso, vislumbramos outro princípio bastante importante – o princípio do Impulso Oficial, o 
qual determina que, uma vez provocada à função jurisdicional do Estado, este tem o dever de 
impulsionar a marcha processual, no sentido de ver sanada a lide (conflito de interesse 
qualificado por uma pretensão resistida). 
1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição 
O Art. 3º, caput, elenca o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, oriundo do art. 
5º, XXXV, da Constituição Federal: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito”. Não se pode deixar de mencionar a valorização dada pelo NCPC aos 
métodos de solução consensual de conflitos, como é o caso da conciliação e da mediação. 
1.2.3 Princípio da Efetividade 
Uma das novidades que o aluno deve tomar bastante atenção, reside no Art. 4º, o qual 
traz à baila o Princípio da Efetividade ou da Primazia da Decisão de Mérito, afirmando que 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
 
7 
 
“As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa”. 
Dá-se tanto na fase de conhecimento, quanto na execução. Uma das formas pela qual 
o NCPC busca dar essa efetividade é por meio da jurisprudencialização. De acordo com o 
referido princípio, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, de maneira satisfativa1. 
Sobre o tema, assunto interessante é a disciplina judiciária do magistrado: o magistrado 
deve aplicar a jurisprudência dos tribunais superiores, de maneira que o juiz que não cumpre 
tal determinação é institucionalmente indisciplinado. 
Dessa forma, de acordo com esse novo sentido de jurisprudencialização trazido pelo 
novo código, o nosso sistema passa a ser um hibridismo entre o civil law e o common law. 
1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação 
O Art. 5º, por sua vez, trata do Princípio da Boa-fé Objetiva, a qual deve nortear todas 
as fases processuais, incluindo aqui, as negociações processuais, tem como fundamento o art. 
422 do Código Civil. 
A boa-fé objetiva deve ser observada por todo aquele que participa do processo, 
incluídos os magistrados e agentes políticos que, eventualmente, atuem no procedimento. 
Já o Art. 6º consagra o Princípio da Cooperação, no sentido de garantir a lealdade e a 
boa-fé no desenrolar do processo, dele decorrem alguns deveres para os sujeitos processuais, 
quais sejam: o de esclarecimento, o de lealdade e o de proteção. Assim, todos os sujeitos 
devem cooperar entre si, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e 
efetiva.2 
 
1 Vide questão 7 desse material. 
2 Vide questão 5 desse material. 
 
8 
 
1.2.5 Princípio da Isonomia e Contraditório 
Às partes é assegurada a paridade de tratamento em relação ao exercício dos direitos 
e faculdades processuais, devendo haver a observância da isonomia em seu aspecto 
substancial.3 
De acordo com o artigo 9º, passa a ser regra o contraditório prévio, logo a decisão 
inaudita altera parte é proibida, salvo exceções legais, sendo permitida a decisão surpresa 
nas hipóteses de: 
 Tutela provisória de urgência; 
 Tutela de evidência, expressas no artigo 311, II e III: 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa; 
 Decisão prevista no artigo 701 do CPC (trata de ação monitória). 
Na eventualidade de o ato beneficiar a parte que ainda não se manifestou, há dispensa 
do contraditório, por ser inútil. Neste sentido, quando houver indeferimento da petição inicial 
ou improcedência liminar do pedido, o juiz extinguirá o processo sem a oitiva da parte 
beneficiada, que será posteriormente comunicada por ato pelo escrivão ou pelo chefe da 
secretaria, conforme artigos 239 e 241. 
1.2.6 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado 
Não pode deixar de se atentar ao que estabelece o Art. 10, nele há a previsão do 
denominado Princípio do Contraditórioautoria da obra. Este 
é o objeto principal da lide. Em outras palavras, não se pode condenar o réu a indenizar 
o autor por violação a direito autoral se, antes, não for demonstrado que o requerente é 
 
55 
 
o verdadeiro autor da obra. Nesse contexto, a competência deve ser definida levando-se 
em conta o pedido principal, de índole declaratória, de modo que deve incidir a regra 
geral do art. 46 do CPC. STJ. 2ª Seção. REsp 1.138.522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 
julgado em 8/2/2017. 
 Informativo 571 do STJ 
É possível ao participante ou assistido de plano de benefícios patrocinado ajuizar ação 
em face da respectiva entidade fechada de previdência privada nos seguintes lugares: • 
no foro do domicílio da ré; • no eventual foro de eleição do contrato; ou • no foro onde 
labora ou laborou para a patrocinadora do plano. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015. 
 RE 594435, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
24/05/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe 31/08/2018 
COMPETÊNCIA – COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA – INCIDÊNCIA DE 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. Compete à Justiça comum o julgamento de conflito a envolver a 
incidência de contribuição previdenciária sobre complementação de proventos de 
aposentadoria. 
 CC 157.664/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
23/05/2018, DJe 25/05/2018 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM ESTADUAL E JUSTIÇA 
ESPECIALIZADA DO TRABALHO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. MANUTENÇÃO DE EX-
EMPREGADO APOSENTADO EM PLANO DE SAÚDE COLETIVO DE ENTIDADE DE 
AUTOGESTÃO VINCULADA AO EMPREGADOR. NATUREZA PREDOMINANTEMENTE CIVIL 
DO LITÍGIO. 1. Conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Trabalhista. 
Conclusão ao gabinete em 10/04/2018. 2. O propósito do presente conflito consiste em 
definir a competência para julgar controvérsias estabelecidas entre ex-empregados (nas 
hipóteses de aposentadoria, rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa 
causa) e operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão vinculadas ao 
empregador, acerca do direito de manter a condição de beneficiário, nas mesmas 
 
56 
 
condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de 
trabalho. 3. Se a demanda é movida com base em conflitos próprios da relação 
empregatícia ou do pagamento de verbas dela decorrentes, então a competência para 
seu julgamento será da Justiça do Trabalho, de acordo com o art. 114, IX da CF/88. 4. 
Plano de saúde coletivo disponibilizado pelo empregador ao empregado não é 
considerado salário, conforme disposto no art. 458, §2º, IV da Consolidação das Leis 
Trabalhistas, em redação dada pela Lei 10.243/01. 5. A operadora de plano de saúde de 
autogestão, vinculada à instituição empregadora, é disciplinada no âmbito do sistema de 
saúde suplementar, conforme disposto em Resolução Normativa nº 137/06 da ANS. 6. O 
fundamento jurídico para avaliar a procedência ou improcedência do pedido está 
estritamente vinculado à interpretação da Lei dos Planos de Saúde, sobretudo dos arts. 
30 e 31. 7. Essas razões permitem concluir pela inexistência de discussão sobre o 
contrato de trabalho ou de direitos trabalhistas, mas um litígio acerca da manutenção ou 
não do ex-empregado em plano de saúde coletivo, cuja natureza é preponderantemente 
civil e não trabalhista. 8. Declarada a competência da Justiça comum Estadual para 
julgamento da demanda. 
 REsp 1303154/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
16/06/2016, DJe 08/08/2016 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RETENÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS POR 
OCASIÃO DO PAGAMENTO DE LICENÇAS-PRÊMIO CONVERTIDAS EM PECÚNIA. ATO 
PRATICADO PELO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL. EXERCÍCIO 
DE FUNÇÃO ADMINISTRATIVA FEDERAL. AUTORIDADE COATORA. LEGITIMIDADE. 
TRF DA 1ª REGIÃO. COMPETÊNCIA. 1. Por força do § 3º do art. 6º da Lei n. 12.016/2009, 
a retenção de tributos pela fonte pagadora legitima a indicação da autoridade 
responsável como autoridade coatora. 2. O Procurador-Geral de Justiça do Distrito 
Federal, ao determinar a retenção de tributos federais por ocasião do pagamento de 
parcelas remuneratórias (conversão de licenças-prêmio em pecúnia), está no exercício de 
função administrativa federal, razão pela qual não se pode reconhecer a competência do 
Tribunal de Justiça do Distrito Federal para o julgamento de mandado de segurança 
impetrado contra tal ato. 3. Por força do princípio da simetria constitucional e à luz dos 
 
57 
 
arts. 102, I, "d", e 109, VIII, da Constituição Federal, deve-se reconhecer que os mandados 
de segurança impetrados contra atos do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, 
quando em atividade submetida à jurisdição administrativa de natureza federal, são da 
competência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 4. Nos casos em que o writ é 
mal endereçado, admite-se sua remessa ao tribunal competente para seu processamento 
e julgamento. 5. Recurso especial provido, com a determinação de remessa dos autos ao 
TRF da 1ª Região. 
 REsp 1221941/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 24/02/2015, DJe 14/04/2015 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. CONEXÃO. REUNIÃO DE AÇÕES. 
RELAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE ENTRE AS CAUSAS. PROCESSO DE CONHECIMENTO E 
DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO CONJUNTO. DISSÍDIO 
JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. 1. Uma causa, mercê de não poder ser idêntica 
à outra, pode guardar com a mesma um vínculo de identidade quanto a um de seus 
elementos caracterizadores. Esse vínculo entre as ações por força da identidade de um 
de seus elementos denomina-se, tecnicamente, de conexão. (FUX, Luiz. Curso de direito 
processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 2001). 2. A moderna teoria materialista da 
conexão ultrapassa os limites estreitos da teoria tradicional e procura caracterizar o 
fenômeno pela identificação de fatos comuns, causais ou finalísticos entre diferentes 
ações, superando a simples identidade parcial dos elementos constitutivos das ações. 3. É 
possível a conexão entre um processo de conhecimento e um de execução, quando se 
observar entre eles uma mesma origem, ou seja, que as causas se fundamentam em 
fatos comuns ou nas mesmas relações jurídicas, sujeitando-as a uma análise conjunta. 4. 
O efeito jurídico maior da conexão é a modificação de competência, com reunião das 
causas em um mesmo juízo. A modificação apenas não acontecerá nos casos de 
competência absoluta, quando se providenciará a suspensão do andamento processual 
de uma das ações, até que a conexa seja, enfim, resolvida. 5. O conhecimento do recurso 
fundado na alínea "c" do permissivo constitucional pressupõe a demonstração analítica 
da alegada divergência. A demonstração da divergência não se satisfaz com a simples 
transcrição de ementas, mas com o confronto entre trechos do acórdão recorrido e das 
 
58 
 
decisões apontadas como divergentes, mencionando-se as circunstâncias que 
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, caso contrário não se terá por 
satisfeito o disposto no § 2º do art. 255 do RISTJ. 6. Recurso especial a que se nega 
provimento. 
 REsp 875.612/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
04/09/2014, DJe 17/11/2014 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO. AUTOR 
CÔNJUGE VARÃO INTERDITADO. REPRESENTAÇÃO POR CURADOR. RÉ DOMICILIADA EM 
COMARCA DIVERSA. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. DOMICÍLIO DA MULHER EM 
CONTRAPOSIÇÃO AO DO INCAPAZ (CPC, ARTS. 98 E 100, I). NORMAS DE CARÁTER 
PROTETIVO. PREVALÊNCIA, NO CASO, DA REGRA QUE PRIVILEGIA OS INTERESSES DO 
INCAPAZ, INDEPENDENTEMENTE DA POSIÇÃO QUE OCUPE NOS POLOS DA RELAÇÃO 
PROCESSUAL. RECURSO PROVIDO. 1. Neste recurso, tirado de exceção de incompetência 
deduzida em ação de divórcio direto litigioso, estão em confronto os interesses daré, 
cônjuge feminino, que objetiva, com espeque no art. 100, I, do CPC, a prevalência do 
foro especial de sua residência, e os do cônjuge varão incapaz, representado por curador, 
de que prepondere o do domicílio deste, com fundamento no art. 98 do CPC. 2. A regra 
processual do art. 98 protege pessoa absoluta ou relativamente incapaz, por considerá-la 
mais frágil na relação jurídica processual, quando litiga em qualquer ação. Assim, na 
melhor compreensão a ser extraída dessa norma, não há razão para diferenciar-se a 
posição processual do incapaz. Figure o incapaz como autor ou réu em qualquer ação, 
deve-se possibilitar ao seu representante litigar no foro de seu domicílio, pois, 
normalmente, sempre necessitará de proteção, de amparo, de facilitação da defesa dos 
seus interesses, mormente em ações de estado. 3. No confronto entre as normas 
protetivas invocadas pelas partes, entre o foro da residência da mulher e o do domicílio 
do representante do incapaz, deve preponderar a regra que privilegia o incapaz, pela 
maior fragilidade de quem atua representado, necessitando de facilitação de meios, 
especialmente numa relação processual formada em ação de divórcio, em que o delicado 
direito material a ser discutido pode envolver íntimos sentimentos e relevantes aspectos 
 
59 
 
patrimoniais. 4. Recurso especial provido para julgar improcedente a exceção de 
incompetência do juízo oposta pela recorrida. 
 ACO 2350 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 
19/08/2014, DJe 03-10-2014 
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PROPOSTA CONTRA O CONSELHO 
NACIONAL DE JUSTIÇA. ART. 102, I, “R”, DA CONSTITUIÇÃO. INTERPRETAÇÃO RESTRITA 
DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, afirmada inclusive por decisão unânime do Plenário, é no 
sentido de que as “ações” a que se refere o art. 102, I, “r”, da Constituição, são apenas as 
ações constitucionais de mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e 
habeas corpus (AO 1706 AgR/DF, Min. Celso de Mello, Dje de 18.02.2014). As demais 
ações em que se questionam atos do Conselho Nacional de Justiça – CNJ ou do 
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP submetem-se, consequentemente, ao 
regime de competência estabelecido pelas normas comuns de direito processual, com as 
restrições e limitações previstas nos artigos 1º, 3º e 4º da Lei 8.347/92 e art. 1º da Lei 
9.494/97. 2. Agravo regimental improvido. 
 CC 128.079/MT, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
12/03/2014, DJe 09/04/2014 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE CHEQUE E DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CHEQUE FALSIFICADO DADO EM PAGAMENTO. 
ACIDENTE DE CONSUMO (CDC, ART. 17). CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO OU 
BYSTANDARD. COMPETÊNCIA DO FORO DO DOMICÍLIO DO CONSUMIDOR. 1. Cuida-se 
de suposto uso de cheque falsificado para pagamento de estadia em hotel, provocando a 
inscrição do consumidor em serviços de proteção ao crédito e a emergência de danos 
morais. 2. Configura-se, em tese, acidente de consumo em virtude da suposta falta de 
segurança na prestação do serviço por parte do estabelecimento hoteleiro que, 
alegadamente, poderia ter identificado a fraude mediante simples conferência de 
assinatura na cédula de identidade do portador do cheque. 3. Equiparam-se aos 
 
60 
 
consumidores todas as vítimas do acidente de consumo (CDC, art. 17). 4. Conflito 
conhecido para declarar competente o foro do domicílio do consumidor. 
 CC 131.195/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
26/02/2014, DJe 04/04/2014. 
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. JUSTIÇA COMUM. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. INCIDENTE OCORRIDO 
DURANTE EXERCÍCIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE 
RELAÇÃO DE TRABALHO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ÍNDOLE 
EMINENTEMENTE CIVIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. 1. Cuida a hipótese de 
ação de indenização, promovida por estagiário contra instituição de ensino e de 
instituição hospitalar autorizada a ministrar estágio obrigatório curricular, na qual é 
alegada a ocorrência de danos materiais e morais derivados de incidente que expôs 
estudante ao perigo de contágio por vírus, obrigando-a a submeter-se a tratamento 
preventivo. 2. Não configurada, na hipótese, a existência de vínculo laboral, mas de 
relação civil de prestação de serviços de disponibilização de vaga de estágio obrigatório 
acadêmico, exigido por instituição de ensino superior para colação de grau, competindo 
à Justiça Comum processar e julgar a ação de indenização. 3. Conflito conhecido para 
declarar competente a Justiça Comum Estadual. 
 REsp 1291924/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
28/05/2013, DJe 07/06/2013. 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA. 
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. 1. Recurso 
especial tirado de acórdão que, na origem, fixou a competência do Juízo Civil para 
apreciação de ação de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, em 
detrimento da competência da Vara de Família existente. 2. A plena equiparação das 
uniões estáveis homoafetivas, às uniões estáveis heteroafetivas trouxe, como corolário, a 
extensão automática àquelas, das prerrogativas já outorgadas aos companheiros dentro 
de uma união estável tradicional. 3. Apesar da organização judiciária de cada Estado ser 
afeta ao Judiciário local, a outorga de competências privativas a determinadas Varas, 
 
61 
 
impõe a submissão dessas varas às respectivas vinculações legais construídas em nível 
federal, sob pena de ofensa à lógica do razoável e, in casu, também agressão ao 
princípio da igualdade. 4. Se a prerrogativa de vara privativa é outorgada ao extrato 
heterossexual da população brasileira, para a solução de determinadas lides, também o 
será à fração homossexual, assexual ou transexual, e todos os demais grupos 
representativos de minorias de qualquer natureza que tenham similar demanda. 5. 
Havendo vara privativa para julgamento de processos de família, esta é competente para 
apreciar e julgar pedido de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, 
independentemente das limitações inseridas no Código de Organização e Divisão 
Judiciária local 6. Recurso especial provido. 
 CC 111.230/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
08/05/2013, DJe 03/04/2014 
PROCESSO CIVIL. ARBITRAGEM. NATUREZA JURISDICIONAL. CONFLITO DE 
COMPETÊNCIA FRENTE A JUÍZO ESTATAL. POSSIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR DE 
ARROLAMENTO. COMPETÊNCIA. JUÍZO ARBITRAL. 1. A atividade desenvolvida no âmbito 
da arbitragem tem natureza jurisdicional, sendo possível a existência de conflito de 
competência entre juízo estatal e câmara arbitral. 2. O direito processual deve, na máxima 
medida possível, estar a serviço do direito material, como um instrumento para a 
realização daquele. Não se pode, assim, interpretar uma regra processual de modo a 
gerar uma situação de impasse, subtraindo da parte meios de se insurgir contra uma 
situação que repute injusta. 3. A medida cautelar de arrolamento possui, entre os seus 
requisitos, a demonstração do direito aos bens e dos fatos em que se funda o receio de 
extravio ou de dissipação destes, os quais não demandam cognição apenas sobre o risco 
de redução patrimonial do devedor, mas também um juízo de valor ligado ao mérito da 
controvérsia principal, circunstância que, aliada ao fortalecimento da arbitragem que vem 
sendo levado a efeito desde a promulgação da Lei nº 9.307/96, exige que se preserve a 
autoridade do árbitro como juiz de fato e de direito, evitando-se, ainda, a prolação de 
decisões conflitantes. 4. Conflito conhecido para declarar a competência do Tribunal 
Arbitral. 
 
62 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALVIM, Eduardo Arruda. Direito processual civil.5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 
1988. 
______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: 
Presidência da República, 2015. 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à 
Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª 
Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 
2018. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, 
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª 
edição. Editora JusPodvm, 2018. 
Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2019. 
 
63 
 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto 
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
CARTÓRIO
Direito Processual Civil
Capítulo 3
 
 
 
SUMÁRIO 
PROCESSO CIVIL, Capítulo 3 ...................................................................................................................................... 3 
9. Sujeitos do Processo ................................................................................................................................................... 3 
9.1 Capacidade de Ser Parte ............................................................................................................................... 3 
9.2 Capacidade de Estar em Juízo .................................................................................................................... 4 
9.3 Capacidade Postulatória ................................................................................................................................ 5 
10. Partes e Procuradores .............................................................................................................................................. 6 
10.1 Deveres das Partes ....................................................................................................................................... 6 
10.2 Responsabilidade das Partes por Dano Processual ....................................................................... 7 
10.3 Despesas Processuais e Honorários Advocatícios .......................................................................... 8 
10.3.1 Despesas Processuais ......................................................................................................................... 8 
10.3.2 Dos Honorários Advocatícios .......................................................................................................... 8 
10.4 Gratuidade de Justiça.................................................................................................................................. 9 
10.5 Dos Procuradores ......................................................................................................................................... 9 
10.5.1 Direitos dos Advogados .................................................................................................................... 9 
11. Demais Sujeitos do Processo ............................................................................................................................. 11 
11.1 Litisconsórcio ............................................................................................................................................... 11 
11.1.1 Classificação ......................................................................................................................................... 11 
11.2 Intervenção de Terceiros ........................................................................................................................ 13 
11.2.1 A Assistência ........................................................................................................................................ 14 
11.2.2 A Denunciação da Lide ................................................................................................................... 14 
11.2.3 O Chamamento ao Processo........................................................................................................ 15 
11.2.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ....................................... 15 
11.2.5 Amicus Curiae ..................................................................................................................................... 16 
 
 
 
11.2.6 Intervenção Anômala ....................................................................................................................... 17 
12. Juiz e Auxiliares da Justiça .................................................................................................................................. 18 
12.1 Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz .............................................................................. 18 
12.1.1 Vedação ao Non Liquet .................................................................................................................. 19 
12.1.2 Responsabilidade do Juiz ............................................................................................................... 20 
12.2 Impedimentos e suspeição .................................................................................................................... 20 
12.2.1 Impedimentos do Juiz ..................................................................................................................... 20 
12.2.2 Suspeição do Juiz .............................................................................................................................. 21 
12.3 Auxiliares da Justiça .................................................................................................................................. 22 
13. Funções Essenciais à Justiça ............................................................................................................................... 24 
13.1 Ministério Público ...................................................................................................................................... 24 
13.1.1 O Ministério Público como Parte ............................................................................................... 24 
13.1.2 O Ministério Público como Fiscal da Ordem Jurídica ....................................................... 25 
13.1.3 Aspectos Processuais da Intervenção do Ministério Público ......................................... 25 
13.2 Advocacia Pública ...................................................................................................................................... 26 
13.3 Defensoria Pública ..................................................................................................................................... 26 
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 28 
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 32 
GABARITO .........................................................................................................................................................................42 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ............................................................................................................................................ 43 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 46 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 49 
 
 
3 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 3 
9. Sujeitos do Processo 
O tema em estudo está disciplinado no Livro III (da Parte Geral), Título I, do CPC e inicia 
tratando da chamada “capacidade de ser parte” e, posteriormente, com “a capacidade de 
estar em juízo”, conhecida também como “legitimação processual”. 
Antes de tudo, insta salientar que a relação jurídico-processual é formada, pelo menos, 
por três sujeitos, quais sejam: autor, réu e juiz. 
 
A Capacidade Processual é um pressuposto de validade do processo. 
9.1 Capacidade de Ser Parte 
Traduz a possibilidade de todo e qualquer indivíduo, capaz de ter direitos e obrigações 
na ordem civil, nos moldes do art. 1º do Código Civil, figurar como parte na via judicial, seja 
como autor (legitimidade ativa), seja como réu (legitimidade passiva). 
Nesse sentido, trata o art. 75, do CPC das pessoas jurídicas e dos entes 
despersonalizados, que possuem a capacidade de ser parte. Artigo este que merece atenciosa 
e exaustiva leitura. 
 
4 
 
9.2 Capacidade de Estar em Juízo 
Conforme dispõe o art. 70, do CPC “Toda pessoa que se encontre no exercício de seus 
direitos tem capacidade para estar em juízo”, portanto, nem todo aquele que possui a 
capacidade de ser parte, possui a capacidade de estar em juízo. 
 
O art. 72, do CPC trata do Curador Especial, ou seja, o representante legal daquelas pessoas 
maiores e incapazes devido a um processo de interdição ou do deficiente, nos termos do art. 
84, §1º, da Lei n. 13.146/2015. 
Mas, qual a consequência jurídica da falta de nomeação de curador especial? 
Se a ausência se referir à parte ou ao interveniente, como no caso do incapaz, estar-
se-á diante da ausência de um dos pressupostos de validade do processo, a capacidade 
processual. O que acarretará a nulidade do processo, sendo, nesse caso, admitida a Ação 
Rescisória. Já quando se refere ao réu preso ou citado fictamente, haverá a nulidade do 
processo apenas se houver prejuízo ao réu. 
 
Ressalte-se a importante matéria tratada no art. 73, do CPC, o qual diz respeito à integração 
da capacidade processual das pessoas casadas, pois há uma restrição na referida capacidade, 
sendo necessário o consentimento do outro (outorga uxória – quando decorrente da 
mulher; ou marital – quando decorrente do homem) diante das demandas que versam sobre 
direitos reais imobiliários. 
 
5 
 
9.3 Capacidade Postulatória 
No sistema processual civil brasileiro, os atos processuais devem ser praticados por 
aqueles que possuem a capacidade de postulação: advogados (públicos e privados), 
Defensores Públicos e membros do Ministério Público. 
Sobre o tema o art. 103, do CPC determina que a parte será representada em juízo por 
advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, sendo lícito à parte 
postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
Conforme disciplina a Lei 9.099/95, nos juizados especiais cíveis, dispensa-se a presença de 
advogado nas causas em que o valor não ultrapasse 20 (vinte) salários mínimos. Entretanto, 
na via recursal, exige-se a presença de advogado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
10. Partes e Procuradores 
10.1 Deveres das Partes 
São deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer 
forma participem do processo (art. 77, do CPC): 
 Expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
 Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são 
destituídas de fundamento; 
 Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
 Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou 
final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
 Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço 
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa 
informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou 
definitiva; 
 Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
Nas hipóteses de não cumprimento das decisões jurisdicionais e prática de inovação 
ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso, o CPC considerou como uma conduta 
punida como ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz advertir as partes sobre. 
Ainda, cabe ao juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, 
aplicar ao responsável, multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a 
gravidade da conduta, ou, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa 
prevista poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
Caso não seja paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista será inscrita como 
dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua 
execução observará o procedimento da execução fiscal. 
 
7 
 
Por sua vez, aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública 
e do Ministério Público não se aplica a referida multa, devendo eventual responsabilidade 
disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz 
oficiará. 
 
A respeito dos deveres das partes, há de se frisar que o CPC incentiva a valorização e o 
respeito ao princípio da boa-fé objetiva, traduzido a partir de condutas éticas, honestas e 
leis. 
10.2 Responsabilidade das Partes por Dano Processual 
Determina o art. 79, do CPC que aquele que atua no processo com má-fé responde por 
perdas e danos, seja ele autor, réu ou interveniente. 
Os casos em que são considerados litigantes de má-fé estão elencados no art. 80, do 
CPC, o qual é de leitura obrigatória. 
 
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que 
deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, 
a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários 
advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
 
8 
 
Ressalte-se, ainda, que quando forem 2(dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz 
condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente 
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 
Além do mais, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
Por fim, mencione-se que o valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja 
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios 
autos. 
10.3 Despesas Processuais e Honorários Advocatícios 
10.3.1 Despesas Processuais 
Incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no 
processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, 
até a plena satisfação do direito reconhecido no título. 
Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar 
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal 
da ordem jurídica. 
10.3.2 Dos Honorários Advocatícios 
São três os tipos de honorários advocatícios: os convencionados, os arbitrados 
judicialmente e os de sucumbência. 
 Convencionais: são aqueles acordados entre o advogado e o seu cliente, podem 
ser fixados de acordo com a tabela de honorários ou em valor superior. 
 Arbitrados judicialmente: são direcionadosao Juiz da causa, por meio de ação 
própria, o qual os estabelecerá, de modo que não os fixe em valor inferior ao da 
tabela de honorários. 
 
9 
 
 De Sucumbência: são os que a parte vencida no processo deve pagar a outra 
parte. Sobre o tema, a título de exemplo, o art. 82, §2º, do CPC dispõe “A sentença 
condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou. ” 
10.4 Gratuidade de Justiça 
Com o advento do CPC de 2015, a Lei n. 1.060/50 (que regulava a gratuidade da 
justiça) foi revogada quase por inteira pelo art. 1.072, III, do CPC. 
Dessa forma, foram revogados os arts. 2°, 3°, 4°, 5°, 6°, 7°, ll, 12 e 17 da mencionada 
lei. Portanto, a gratuidade passou a ser disciplinada nos arts. 98 a 102, do CPC, os quais, 
saliente-se, merecem bastante atenção! 
10.5 Dos Procuradores 
Em linhas preliminares, insta salientar que a parte será representada em juízo por 
advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Ademais, o advogado 
não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, 
decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.1 
No que tange à procuração, o art. 105 do CPC prevê que em regra, a procuração é 
geral para o foro, que habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. Porém, para 
receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao 
direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar 
declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. 
10.5.1 Direitos dos Advogados 
Os direitos dos advogados estão previstos no art. 107 do CPC, assegurado o direito de: 
 Examinar autos de qualquer processo em cartório de fórum e secretaria de 
tribunal, mesmo sem procuração, independentemente da fase de tramitação, 
 
1 Vide questão 10 desse material. 
 
10 
 
assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de 
segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; 
 Requerer vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 
 Retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles 
lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
11. Demais Sujeitos do Processo 
Esse é um tema que exige bastante atenção porque possui bastante incidência nas provas, 
então fique esperto! ;) 
Além das partes, o Código de Processo Civil prevê outros sujeitos que podem fazer 
parte do processo, são eles: 
11.1 Litisconsórcio 
É o fenômeno processual vislumbrado a partir da pluralidade de partes no polo ativo, 
no passivo ou em ambos os polos da demanda. Sua principal função no sistema processual 
brasileiro é a de garantir a economia/eficiência processual (nos moldes do art. 5º, LXXVIII, da 
CF/88 e art. 4º, do CPC) e a harmonia dos julgados. Além disso, está disciplinado nos arts. 113 
a 118, do Título II, do Livro III (da Parte Geral) do CPC. 
11.1.1 Classificação 
 Quanto à posição dos litisconsortes: 
 Ativo: quando há a pluralidade de autores; 
 Passivo: quando há a pluralidade de réus; 
 Misto: pluralidade em ambos os polos. 
 Quanto ao momento de sua formação: 
 Inicial/Originário: ocorre no momento da propositura da petição inicial; 
 Ulterior/Incidental: ocorre em momento posterior à propositura da demanda, 
isto é, ao longo do processo. 
 Quanto à obrigatoriedade: 
 Facultativo: quando decorre da própria vontade das partes. 
 
 
 
12 
 
 
O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na 
fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer 
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença (art. 113, 
§1º, do CPC) 
 Necessário: quando é imposto por expressa disposição legal, ou melhor, 
quando oriunda da “natureza da relação jurídica controvertida”, conforme 
preceitua o art. 114. É o caso, por exemplo, do §1º, do art. 73, do CPC, já 
mencionado acima, bem como do §4º, do art. 903, que trata do pedido 
de invalidação da arrematação após a expedição da carta respectiva, caso em 
que o arrematante será litisconsorte necessário do executado.2 
 
Verifica-se que a hipótese prevista no inciso I, do art. 113, do CPC trata-se de litisconsórcio 
necessário, pois, se entre dois ou mais indivíduos “houver comunhão de direitos ou de 
obrigações relativamente à lide”, estes deverão litigar conjuntamente, salvo, expressa 
autorização legal em sentido contrário (como ocorre nos casos da legitimação extraordinária, 
prevista no art. 18, do CPC). Já as hipóteses previstas nos incisos II e III referem-se ao 
litisconsórcio facultativo. 
 
2 Vide questão 3 desse material. 
 
13 
 
 
A limitação realizada pelo juiz quanto ao número de litigantes, conforme visto em linhas 
anteriores, NÃO se aplica ao litisconsórcio necessário. 
 Quanto às possíveis soluções: 
 Simples: quando a decisão da causa pode ser distinta para cada litisconsorte; 
 Unitário: quando a decisão da causa deve ser uniforme para todos os 
litisconsortes. A esse respeito, dispõe o art. 116, do CPC “O litisconsórcio será 
unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o 
mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. ” 
 
A doutrina acentua que é muito frequente que esses diversos critérios classificatórios se 
combinem entre si, ensejando, por exemplo, litisconsórcios ativos, iniciais, facultativos e 
simples ou litisconsórcios passivos, ulteriores, necessários e unitários. 
11.2 Intervenção de Terceiros 
Está disposta no Título III, do Livro III (da Parte Geral), do CPC/2015, corresponde ao 
ingresso de um terceiro, juridicamente interessado, no processo. Cinco são as modalidades de 
intervenção de terceiros: a assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae, as quais 
estudaremos a seguir. 
 
14 
 
 
A intervenção de terceiro pode ser voluntária (quando o próprio terceiro a manifesta) ou 
provocada (quando a outra parte pede ao juiz que convoque o terceiro). 
11.2.1 A Assistência 
É a forma típica de intervenção, já que um terceiro ingressa em um processo no qual 
não figurava, com o fito de se beneficiar direta ou indiretamente deste. É sempre voluntária. 
Possui como pressuposto de validade a demonstração do interesse jurídico por parte do 
terceiro estranho ao processo. 
Existem duas famosas modalidades de assistência, vejamos: 
 Assistência Simples/Adesiva: ocorre quando o terceiro assiste uma das partes para 
que ela obtenha uma sentença favorável, vide art. 121 do CPC. 
 Assistência Litisconsorcial: ocorre quando o terceiro busca satisfazer um interesse 
próprio, vide art. 124 do CPC. 
11.2.2 A Denunciação da Lide 
É a modalidade pela qual os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação 
processual, postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso, no 
intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes de eventual decisão prejudicial. 
As hipóteses de cabimento da denunciação da lide estão dispostas no art. 125, do CPC, 
o qual merece leitura exaustiva. 
A pergunta que se faz a respeito do tema é a seguinte: é possível a denunciação feita 
pelo denunciado? A resposta é no sentido positivo, trata-se da denominada “denunciação 
 
15 
 
sucessiva”, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em 
que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma. 
11.2.3 O Chamamento ao Processo 
É a modalidade pela qual há o chamamento por parte do réu (chamante) de terceiro 
(chamado) que, a partir de então passará a ser litisconsorte passivo, tendoem vista a sua 
responsabilidade e coobrigação frente ao autor da demanda. 
As hipóteses de admissibilidade do chamamento ao processo estão dispostas no art. 
130, do CPC/2015: 
 Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
 Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
 Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o 
pagamento da dívida comum. 
 
Conforme acentua o art. 131, caput, do CPC, o chamamento ao processo é requerido 
pelo réu em contestação e a citação dos chamados “deve ser promovida no prazo de 30 
(trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento”. 
11.2.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
Trata-se de uma das novidades trazidas pelo CPC e está disciplinada nos artigos 133 a 
137. 
É a possibilidade de se responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por 
pessoas jurídicas. É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento 
 
16 
 
de sentença, bem como na execução fundada em título executivo extrajudicial, conforme 
dispõe o art. 134, do CPC. 
Por outra faceta, o Novo Código de Processo Civil, no §2º, do seu art. 133, igualmente, 
prevê a possibilidade de se responsabilizar as pessoas jurídicas por atos praticados por 
pessoas naturais, é a chamada “desconsideração inversa da personalidade jurídica”. 
Ademais, é instaurado a pedido da parte ou a requerimento do Ministério Público, nos 
moldes do art. 133, do CPC. Salvo requerimento na petição inicial, a instauração do incidente 
suspenderá o processo. 
Em relação ao procedimento, o art. 135, do CPC informa que uma vez instaurado o 
incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para se manifestar e requerer as provas 
cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Ao final, concluída a instrução, se necessária, o incidente 
será resolvido por decisão interlocutória, se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo 
interno (art. 136, do CPC). 
Por último, saliente-se que acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a 
oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. 
11.2.5 Amicus Curiae 
É a intervenção de um terceiro no processo (seja por iniciativa própria, por provocação 
de uma das partes ou, até mesmo, por determinação do magistrado) com o fito de auxiliar o 
juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em conta os interesses dispersos na 
sociedade civil e no próprio Estado. Vem regulado no art. 138, do CPC. 
Assim, Amicus Curiae / Amigo da Corte / Amigo do Tribunal é uma pessoa que atua em 
causas de relevância social, repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, de 
modo que o magistrado não necessite de apoio técnico. 
 
17 
 
 
A decisão do Relator que ADMITE ou INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. 
STF. Plenário. RE 602584 AgR, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018 
11.2.6 Intervenção Anômala 
Intervenção anódina ou intervenção anômala é a modalidade de intervenção prevista no 
art. 5º da Lei 9.469/97, que autoriza a União e outros entes de direito público a intervirem em 
processos para dirimir questões fáticas e de direito. 
Neste tipo de intervenção não é necessário que seja demonstrado interesse jurídico 
para que seja deferida a participação do ente público no processo, sendo suficiente a 
demonstração potencial e reflexa de repercussão econômica3. 
Interessante observar que, ainda que se trate de intervenção da União, esta não é 
suficiente para atrair a competência da justiça federal em casos que já não sejam de sua 
competência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juizo, 2016, p. 147. 
 
18 
 
12. Juiz e Auxiliares da Justiça 
A doutrina se refere ao juiz como sendo a pessoa a quem se atribui parcela do poder 
jurisdicional. Porém, o juiz não se confunde com juízo (isto é, o órgão jurisdicional 
responsável para o julgamento de determinada causa). 
Portanto, cumpre ao juiz dirigir o processo, competindo-lhe, com a ajuda dos auxiliares 
da justiça, fazer executar as regras da lei processual. 
12.1 Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz 
Ao longo do art. 139 do CPC, percebemos um rol dos deveres-poderes dirigidos aos 
magistrados, os quais traduzem verdadeiros instrumentos para a direção do processo. 
Vejamos: 
 Assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 Velar pela duração razoável do processo; 
 Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir 
postulações meramente protelatórias; 
 Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações 
que tenham por objeto prestação pecuniária; 
 Promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de 
conciliadores e mediadores judiciais; 
 Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito;4 
 Exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da 
segurança interna dos fóruns e tribunais; 
 Determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-
las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
 
4 Vide questão 8 desse material. 
 
19 
 
 Determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros 
vícios processuais; 
 Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o 
Ministério Público, a Defensoria Pública, para, se for o caso, promover a propositura 
da ação coletiva respectiva.5 
 
O exercício dos poderes-deveres do juiz está vinculado ao Princípio da Cooperação, o qual 
determina que todos os sujeitos processuais devem cooperar no sentido de se alcançar uma 
resposta de mérito efetiva, justa e célere, conforme dispõe o art. 6º, do CPC “Todos os 
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, 
decisão de mérito justa e efetiva”. 
12.1.1 Vedação ao Non Liquet 
É a determinação de que, mesmo diante das hipóteses em que a verdade não aparece, 
o juiz está impedido de se eximir de sentenciar, pois o art. 373 do CPC, por exemplo, prevê 
regras técnicas de julgamento perfeitamente aplicáveis a essa questão. 
Assim sendo, o art. 140 do CPC estabelece que o juiz não se exime de decidir sob a 
alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico, e que só decidirá por equidade 
nos casos previstos em lei. 
Nesse casso, o juiz deve se utilizar do disposto no art. 4º, da LINDB, ou seja, da 
analogia, dos costumes e dos princípios gerais de direito. 
 
5 Vide questão 6 desse material. 
 
20 
 
12.1.2 Responsabilidade do Juiz 
O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando no exercício de 
suas funções, proceder com dolo ou fraude; e quando recusar, omitir ou retardar, sem justo 
motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. 
12.2 Impedimentos e suspeição 
Busca a garantia do princípio da imparcialidade, pois o juiz, na condução do processo, 
deve-se manter equidistante das partes. É um risco grave à imparcialidade. 
12.2.1 Impedimentos do Juiz 
Nos casos em que a decisão é proferida por um juiz impedido, há a nulidade absoluta, 
a qual enseja a propositura de ação rescisória, nos termos do art. 966, II, do CPC. As 
hipóteses estão elencadas no art. 144, do CPC e possuem caráter mais objetivo, vejamos: 
 Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
 Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjugeou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
 Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
 De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
 Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica 
parte no processo; 
 Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das 
partes; 
 Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
 
21 
 
 Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
 Quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 
Verificadas as hipóteses de impedimento, deve o juiz ser afastado do processo em que se 
verifica o problema. 
12.2.2 Suspeição do Juiz 
Igualmente, busca a garantia do princípio da imparcialidade, pois o juiz, na condução 
do processo, deve-se manter equidistante das partes. É um risco menos grave à 
imparcialidade. Nos casos em que a decisão é proferida por um juiz suspeito, sem 
impugnação das partes ou reconhecimento de ofício por parte do juiz, NÃO haverá vício ou 
nulidade. As hipóteses estão elencadas no art. 145, do CPC e possuem caráter mais 
pessoal/subjetivo, vejamos: 
 Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
 Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois 
de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da 
causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
 Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
 Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
 
22 
 
12.3 Auxiliares da Justiça 
São todos aqueles que colaboram para o adequado desempenho da função 
jurisdicional. 
Quem são? A resposta pode ser encontrada no art. 149 do CPC. Todavia, ressalte-se 
que o rol apresentado é meramente exemplificativo. 
Vejamos: 
AUXILIARES DA JUSTIÇA 
ESCRIVÃO 
Tem a responsabilidade de dirigir o cartório, competindo-lhe 
ordenar os trabalhos e comandar as tarefas dos escreventes e 
demais funcionários. Suas tarefas estão enumeradas no art. 152 
do CPC. Além disso, ficam sob a sua guarda e 
responsabilidade os autos dos processos, salvo as hipóteses 
legais. 
CHEFE DE SECRETARIA 
Tem a incumbência de desenvolver as tarefas enumeradas no 
art. 152 do CPC. 
OFICIAL DE JUSTIÇA 
Tem a incumbência de desenvolver as tarefas enumeradas no 
art. 154 do CPC. Como por exemplo, fazer prisões, citações, 
penhoras etc. 
PERITO 
Tem a responsabilidade de auxiliar o juiz quando houver a 
necessidade de produção de provas a respeito de fatos que 
dependam de conhecimentos técnicos ou científicos. 
DEPOSITÁRIO E O 
ADMINISTRADOR 
São responsáveis pela guarda e conservação dos bens 
arrestados, penhorados, sequestrados ou arrecadados, sendo 
responsáveis pelos danos que, por culpa ou dolo, provocarem. 
INTÉRPRETE E O 
TRADUTOR 
São os responsáveis pelo auxílio do juiz quando da necessidade 
de analisar documentos estrangeiros ou traduzi-los. 
MEDIADOR Atua, preferencialmente, nos casos em que houver vínculo 
 
23 
 
anterior entre as partes, auxiliando os interessados a 
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo 
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, 
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem 
benefícios mútuos (§3º, do art. 165 do CPC). 
CONCILIADOR JUDICIAL 
Atua, preferencialmente, nos casos em que não há vínculo 
anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o 
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de 
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem 
(§2º, do art. 165 do CPC). 
 
 
 
 
 
24 
 
13. Funções Essenciais à Justiça 
Como estabelece a Constituição, as funções essenciais à justiça são dividas em 
Ministério Público, Advocacia Pública, Defensoria Pública e Advocacia. Analisaremos as 3 
primeiras carreiras, tendo em vista que a advocacia já foi tratada nesse capítulo. 
13.1 Ministério Público 
No processo civil, pode exercer a função de parte/substituto processual e de fiscal da 
ordem jurídica (custos juris). Suas atribuições estão disciplinadas nos arts. 177 a 181, do CPC 
de 2015. 
13.1.1 O Ministério Público como Parte 
O Ministério Público está representado na constituição Federal entre as Funções 
Essenciais à Justiça. Nos termos do art. 127, da CF/88, incumbe-lhe a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
A título de exemplo, o Parquet atuará como parte para promover o inquérito civil e a 
ação civil pública, na busca da proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e 
de outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III, da CF/88). 
Sobre o tema, em 2018, o STF reconhecer ser o MP parte legítima para ajuizamento de 
ação civil pública que vise o fornecimento de remédios a portadores de certa doença (Tema 
262 – RE 605533). O Parquet tem, ainda, legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise 
anular ato administrativo de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público 
(Tema 561 – RE 409356). 
 
25 
 
13.1.2 O Ministério Público como Fiscal da Ordem Jurídica 
Com base no art. 178, do CPC, o Ministério Público intervirá no Processo Civil como 
fiscal da ordem Jurídica nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse 
de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.6 
Insta frisar que, nos casos em que for obrigatória a intervenção do Ministério Público 
como fiscal da ordem jurídica, se ele não for intimado, haverá a nulidade do processo7, sendo 
cabível, nesse caso, a Ação Rescisória, nos termos do Art. 967, II, “a”, do CPC. Sobre esse tema, 
dispõe o art. 279, do CPC. 
Contudo, a nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que 
se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. 
13.1.3 Aspectos Processuais da Intervenção do Ministério Público 
 O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que 
terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, §1º, do CPC. 
 
Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma 
expressa, prazo próprio para o Ministério Público. 
 Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: terá 
vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; 
poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. 
 
6 Vide questão 2 desse material. 
7 Vide questão 1 desse material. 
 
26 
 
 
O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com 
dolo ou fraude no exercício de suas funções. 
13.2 Advocacia Pública 
A Advocacia Pública é responsável pela representação judicial da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito 
público. 
 
As intimações para a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público serão realizada perante o órgão de 
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. Assim, busca-se evitar o 
endereçamento da intimação para o próprio órgão que é parte na relação jurídica processual 
e que não é responsável por sua defesa em juízo. 
Na defesa dos órgãos edas entidades públicas, o prazo também será em dobro para 
todas as manifestações processuais, exceto quando houver outro prazo expresso em lei.8 
13.3 Defensoria Pública 
Houve um trabalho intenso de fortalecimento da Defensoria Pública na legislação 
processual civil, de maneira que a instituição é citada em diversos artigos do código, inclusive, 
 
8 Vide questão 5 desse material. 
 
27 
 
em capítulo próprio. Assim, é indispensável (para todas as fases do concurso) que o candidato 
saiba claramente as disposições dos artigos 185 a 187 do CPC, bem como todos os outros em 
que o órgão é citado. 
A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos 
e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de 
forma integral e gratuita, tendo prazo em dobro para todas as suas manifestações, salvo 
quando houver outro prazo expresso em lei. 
O Código de Processo Civil de 2015 trouxe inovação reservando à Defensoria Pública 
um título próprio (artigos 185 a 187), afirmando a importância da Instituição na efetivação da 
assistência jurídica integral dos necessitados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 SUJEITOS DO PROCESSO 
O processo é formado por (pelo menos): AUTOR, RÉU e JUIZ 
CAPACIDADE DE SER PARTE 
Possibilidade de todo e qualquer indivíduo, capaz de ter direitos e 
obrigações na ordem civil, figurar como parte na via judicial, seja como 
autor (legitimidade ativa), seja como réu (legitimidade passiva). 
CAPACIDADE DE ESTAR EM 
JUÍZO 
Aquele que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para 
estar em juízo. 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
 Advogado (públicos e privados); 
 Defensores Públicos; 
 Membros do Ministério Público; 
DOS PROCURADORES 
 Advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil; 
 Possui direito de examinar autos de qualquer processo (salvo quando 
estiver em segredo de justiça), requerer vista dos autos de qualquer 
processo, e retirar os autos. 
 
 DEVERES E RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL 
DEVERES DAS PARTES 
 Expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
 Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
 Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
 Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória 
ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
 Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, 
atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação 
temporária ou definitiva; 
 Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito 
litigioso. 
(multa: até 20% do valor da causa de acordo com a gravidade da conduta, 
ou, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista 
 
29 
 
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo). 
DESPESAS PROCESSUAIS Incumbe às partes prover as despesas. 
HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS 
 Convencionais: acordados entre o advogado e o seu cliente; 
 Arbitrados judicialmente: estabelecido pelo Juiz da causa; 
 Sucumbenciais: o que a parte perdedora paga para a parte vencida; 
 
 DEMAIS SUJEITOS DO PROCESSO 
LITISCONSÓRCIO 
Pluralidade de partes 
no polo ativo, no 
passivo ou em ambos 
os polos da demanda; 
Classificação 
 Ativo 
 Passivo 
 Misto 
 Inicial / 
Originário 
 Ulterior / 
Incidental 
 Facultativo 
 Necessário 
 Simples 
 Unitário 
 
 
INTERVENÇÃO DE 
TERCEIROS 
 Assistência: terceiro ingressa em um processo no qual não figurava, com o fito de se 
beneficiar direta ou indiretamente; 
 Denunciação da lide: os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação processual, 
postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso, no 
intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes de eventual decisão 
prejudicial; 
 Chamamento ao processo: chamamento por parte do réu de terceiro que, a partir de 
então passará a ser litisconsorte passivo, tendo em vista a sua responsabilidade e 
coobrigação frente ao autor da demanda; 
 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: possibilidade de se 
responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por pessoas jurídicas; 
 Amicus curiae: auxiliar o juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em 
conta os interesses dispersos na sociedade civil e no próprio Estado; 
 
PODERES E DEVERES 
DO JUIZ 
 Assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 Velar pela duração razoável do processo; 
 Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir 
postulações meramente protelatórias; 
 Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, 
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
 Promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio 
de conciliadores e mediadores judiciais; 
 Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de 
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior 
efetividade à tutela do direito; 
 
30 
 
 Exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além 
da segurança interna dos fóruns e tribunais; 
 Determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para 
inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de 
confesso; 
 Determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de 
outros vícios processuais; 
 Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o 
Ministério Público, a Defensoria Pública, para, se for o caso, promover a 
propositura da ação coletiva respectiva. 
 Vedação ao non liquet. 
RESPONSABILIDADE 
DO JUIZ 
Responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
 No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
 Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de 
ofício ou a requerimento da parte. 
IMPEDIMENTOS 
 Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
 Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro 
do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
 Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
 De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
 Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
 Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das 
partes; 
 Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
 Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 
o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro 
escritório; 
 Quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
SUSPEIÇÃO 
 Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
 Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou 
depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do 
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
 Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiroou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
 
31 
 
 Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
AUXILIARES DA 
JUSTIÇA 
 Escrivão; 
 Chefe de Secretaria; 
 Oficial de Justiça; 
 Perito; 
 Depositário; 
 Administrador; 
 Intérprete; 
 Tradutor; 
 Mediador; 
 Conciliador Judicial; 
 Partidor; 
 Distribuidor; 
 Contabilista; 
 Regulador de Avarias. 
 
 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
 Função de parte/substituto processual e de fiscal da ordem jurídica; 
 Como parte, incumbe-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis; 
 Como fiscal da ordem jurídica, atuará quando houver interesse público 
ou social, interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra 
rural ou urbana. 
ADVOCACIA PÚBLICA 
 Responsável pela representação judicial da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público. 
DEFENSORIA PÚBLICA 
 Exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a 
defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os 
graus, de forma integral e gratuita. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
MPE-GO - 2019 - Promotor de Justiça Substituto: Acerca da atuação do Ministério Púbico 
no âmbito do processo civil, assinale a alternativa correta: 
A) O Ministério Público é parte legítima para pleitear a entrega de medicamentos nas 
demandas de saúde propostas contra os entes federativos, salvo quando se tratar de feitos 
contendo beneficiários individualizados. 
B) Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público terá vista dos 
autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo, além de poder 
produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. A lei processual civil 
também disciplina que o Ministério Público gozará do prazo de 10 (dez) dias úteis para 
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, não se aplicando, 
porém, esse prazo, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o 
“Parquet”. 
C) O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar a execução de título executivo 
extrajudicial decorrente de condenação proferida pelo Tribunal de Contas. 
D) É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar 
o feito em que deva intervir. Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do 
MP, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido 
intimado. A nulidade só pode ser decretada após a intimação do “Parquet”, que se manifestará 
sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. 
 
 
 
33 
 
Comentário: 
LETRA A: “O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou 
entrega de medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, 
mesmo quando se tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se 
refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei 
Orgânica Nacional do Ministério Público).” (STJ. 1ª Seção. REsp 1682836-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo). 
Registre-se que, embora o art. 127 da CF diga que incumbe ao MP a defesa dos direitos 
individuais indisponíveis, a jurisprudência do STF e do STJ assinala que, quando se trata 
de interesses individuais homogêneos - até mesmo quando disponíveis - a legitimidade 
do Ministério Público para propor ação coletiva é reconhecida se evidenciado relevante 
interesse social do bem jurídico tutelado, atrelado à finalidade da instituição. 
LETRA B: Segundo o art. 178 do CPC, o prazo para o MP manifestar-se na qualidade de 
fiscal da ordem jurídica é de 30 dias. 
LETRA C: O Ministério Público NÃO possui legitimidade para ajuizar a execução de título 
executivo extrajudicial decorrente de condenação proferida pelo Tribunal de Contas, visto 
que, neste caso, legitimidade para a propositura da ação executiva é apenas do ENTE 
PÚBLICO BENEFICIÁRIO: “O Pleno do STF, em julgamento de recurso submetido ao rito 
de repercussão geral, estabeleceu que a execução de título executivo extrajudicial 
decorrente de decisão de condenação patrimonial proferida por tribunal de contas pode 
ser proposta apenas pelo ente público beneficiário da condenação, bem como 
expressamente afastou a legitimidade ativa do Ministério Público para a referida 
execução (ARE 823.347-MA, DJe 28/10/2014)”. STJ. 2a Turma. REsp 1.464.226-MA, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 20/11/2014 (Info 552). 
LETRA D: É o teor do art. 279 do CPC. Nestes casos, a nulidade só será declarada se o 
membro do MP entender que houve prejuízo. 
 
 
34 
 
Questão 2 
CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas: Na atuação do 
Ministério Público como fiscal da ordem jurídica, é imprescindível que 
A) a demanda verse sobre interesse de incapaz, sobre litígios coletivos pela posse de terra 
rural ou urbana ou sobre interesse público ou social. 
B) a fazenda pública seja parte no processo. 
C) seja oferecido parecer, sem o qual não será dado seguimento ao processo. 
D) seja aplicado o benefício da contagem do prazo em dobro, ainda que em prazos próprios. 
E) as partes estejam de acordo com a decisão de recorrer. 
Comentário: 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir 
como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e 
nos processos que envolvam: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Questão 3 
CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas: Litisconsórcio no 
qual a eficácia de uma sentença dependa da citação de todos que devam ser litisconsortes, 
independentemente de a decisão ser uniforme para todos, é do tipo 
A) ativo. 
B) facultativo. 
C) unitário. 
 
35 
 
D) necessário. 
E) sucessivo. 
Comentário: 
Quanto à obrigatoriedade da formação, o litisconsórcio classifica-se em necessário 
(obrigatório) e facultativo. O litisconsórcio necessário decorre de imposição legal ou da 
natureza da relação jurídica, hipóteses em que ao autor não resta alternativa senão a 
formação do litisconsórcio. Assim, o Litisconsórcio no qual a eficácia de uma sentença 
dependa da citação de todos que devam ser litisconsortes, independentemente de a 
decisão ser uniforme para todos, é do tipo necessário. 
Questão 4 
FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: É cabível denunciação da lide 
A) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles. 
B) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao 
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam. 
C) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que 
controvertem autor e réu. 
D) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
E) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas. 
Comentário: 
LETRA A: Essa seria uma hipótese de chamamento ao Processo, nos termos do artigo 
130, II, do NCPC (Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: II 
- dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles). 
LETRA B: Art. 125, I, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida 
por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo 
 
36 
 
domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da 
evicção lhe resultam. 
LETRA C: Essa seria uma hipótese de Oposição, prevista no artigo 682 do NCPC, a qual 
não é mais prevista como Intervenção de Terceiro, mas simcomo Procedimento Especial 
de Jurisdição Contenciosa (Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o 
direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer 
oposição contra ambos). 
LETRA D: Não se exige a denunciação da lide para a instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, a qual tem seus requisitos previstos em lei, 
conforme artigo 133, §1º, do NCPC. 
LETRA E: Os requisitos para que alguém se intervenha no processo como amicus curiae 
estão previstos no artigo 138 do NCPC, e não guardam qualquer relação com o incidente 
de desconsideração da personalidade jurídica. 
Questão 5 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP – Procurador: A representação judicial do 
Estado goza de prerrogativas processuais que objetivam proteger o patrimônio público. A 
respeito do tema, é correto afirmar: 
A) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias, 
fundações e empresas públicas gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais. 
B) a intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou publicação no Diário de Justiça 
eletrônico. 
C) o reexame necessário é condição de eficácia da sentença proferida contra a Fazenda 
Pública Municipal de Valinhos se a condenação for inferior a 100 (cem) salários-mínimos 
D) não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelece, de forma 
expressa, prazo próprio para o ente público. 
 
37 
 
E) a Fazenda Pública goza de prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. 
Comentário: 
LETRA A: Apenas os entes federados e suas pessoas jurídicas de direito público gozarão 
de prazos em dobro para suas manifestações processuais. Dessa forma, tal prerrogativa 
não se estende às Empresas Públicas (tampouco às Sociedades de Economia Mista, 
evidentemente). 
LETRA B: A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico (entende-se 
como a intimação no sistema dos processos judiciais eletrônicos, e não como a intimação 
pelo Diário Oficial eletrônico). 
LETRA C: Justamente o contrário. Tratando-se de condenação, a município que não seja 
capital do respectivo estado, inferior a 100 salários mínimos, a remessa necessária não 
ocorrerá, já que não será tida como condição de eficácia da sentença condenatória. 
LETRA D: Art. 183. § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei 
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. 
LETRA E: Goza de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. Não há 
a previsão no NCPC de prazo em quádruplo. 
Questão 6 
MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de Justiça Substituto: Ao se deparar com diversas 
demandas individuais repetitivas, deve o juiz 
A) promover a autocomposição, preferencialmente com o auxílio de conciliadores e 
mediadores judiciais, convocando, previamente, o Ministério Público, a Defensoria Pública e 
outros legitimados ao processo coletivo. 
B) oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros 
legitimados ao processo coletivo, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva 
respectiva. 
 
38 
 
C) determinar o apensamento de todas as ações individuais e a remessa de todas elas ao 
Ministério Público, à Defensoria Pública e aos demais legitimados ao processo coletivo para 
manifestação. 
D) extinguir a ação individual por falta de interesse processual e determinar a extração de 
cópia para remessa ao Ministério Público, à Defensoria Pública e, na medida do possível, aos 
demais legitimados ao processo coletivo. 
E) converter a demanda individual em coletiva e intimar o Ministério Público, a Defensoria 
Pública e, na medida do possível, outros legitimados ao processo coletivo para assunção do 
polo ativo. 
Comentário: 
LETRA A: Ainda que a autocomposição seja dever do magistrado (art. 139, V, CPC), a 
medida acabaria se mostrar tumultuária. Ademais, a existência de composição frutífera 
em algumas delas e infrutífera em outras poderia atentar contra a isonomia dos 
litigantes. 
LETRA B: Art. 139, caput e X, do Código de Processo Civil: O juiz dirigirá o processo 
conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: [...] quando se deparar com 
diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria 
Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº 
7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, 
para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
LETRA C: Assim como na alternativa A, o apensamento das demandas causaria tumulto 
processual, tornando inviável a apreciação do mérito em razão da multiplicidade de 
manifestações. 
LETRA D: A legitimidade ativa para propositura de demandas coletivas não se confunde 
com a legitimidade para defesa de direitos individuais homogêneos, haja vista que estes 
podem ser tutelados pelos respectivos titulares mesmo na hipótese de ajuizamento de 
 
39 
 
ação coletiva (seja ela posterior ou não), em razão da adoção, pelo sistema processual, 
do instituto do opt in/opt out. 
LETRA E: A alternativa se refere ao instituto – vetado – da conversão de demandas 
individuais em coletivas, constante do art. 333 do CPC. Contudo, o §2º do referido artigo 
– também vetado, naturalmente – assim dispunha: A conversão não pode implicar a 
formação de processo coletivo para a tutela de direitos individuais homogêneos. 
Questão 7 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Ministério Público é parte legítima para propor 
demandas de saúde com beneficiários individualizados, contra entes federativos, ainda que 
não se tratem de direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de 
medicamentos nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo 
quando se tratar de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a 
direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica 
Nacional do Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp 1.682.836-SP, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624). 
Questão 8 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Código de Processo Civil prescreve que é vedado 
ao juiz dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção aos meios de prova. 
O Certo 
O Errado 
 
 
40 
 
Comentário: 
De acordo com o art.139, V, do CPC, é permitido ao juiz dilatar os prazos processuais 
que necessitem de maior tempo para sua execução. Se ainda não estiver encerrado, 
poderá o juiz dilatar o prazo processual caso a providência se mostre necessária às 
necessidades do caso concreto. A regra se repete no art. 437, paragrafo 2º, o qual 
possibilita ao juiz, mediante requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação 
acerca da prova documental, levando em consideração a complexidade da causa e 
quantidade de documentos apresentados pela parte contrária. 
Questão 9 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público: Ainda no que diz respeito à Defensoria Pública, 
julgue o item subsequente. 
Em caso de recurso em processo judicial em que uma das partes seja advogado dativo 
atuando em causa patrocinada pelo Estado na modalidade de assistência judiciária, o defensor 
dativo terá o prazo contado em dobro para recorrer. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
DEFENSOR DATIVO não possui a prerrogativa do prazo em dobro para recorrer, pois ele 
atua como advogado, e o Estatuto da Advocacia não prevê esta possibilidade. Para valer-
se da prerrogativa da contagem de prazos em dobro, deve, o advogado, integrar o 
QUADRO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA ORGANIZADO E MANTIDO PELO ESTADO, não se 
aplicando tal benesse aos defensores dativos (AREsp 398.352/SP, Rel. Min. JORGE MUSSI, 
5° Turma,Substanciado (em que as partes têm a oportunidade 
 
3 Vide questão 6 desse material. 
 
9 
 
de influenciar na decisão final proferida), tudo com o fito de IMPEDIR a prolação da chamada 
“decisão surpresa”4. 
Na exposição de motivos, o legislador deixou claro que, mesmo em decisões de 
ordem pública, aquelas em que pode decidir de ofício, o Juiz não as pode proferir sem que 
seja conferido à parte o direito ao contraditório. Esse contraditório deve ser substancial, ou 
seja, capaz de influir no conhecimento do juiz.5 
 
 
 
Importante distinguir duas modalidades de decisão: a decisão surpresa é aquela 
proferida sem a observância do contraditório. Por outro lado, é chamada de decisão de 
terceira via a proferida com base em fundamento não discutido pelas partes. 
Com a impossibilidade de decisão de terceira via, o Juiz tem o dever de ouvir as partes 
antes de uma decisão, por fundamento do dever de consulta. 
1.2.7 Princípio da Fundamentação das Decisões 
De acordo com o artigo 11, do CPC, todos os julgamentos do judiciário serão públicos 
e fundamentados, sob pena de nulidade, havendo reprodução da norma constitucional do 
artigo 93, XI. 
1.3 Direito Intertemporal 
O CPC/2015 têm vigência em 16/03/2016, havendo previsão de 1 ano de vacatio legis. 
Assim, de acordo com o Princípio da aplicação imediata (art. 1046, CPC), o novo código 
atinge os processos pendentes, isola dos atos processuais – preservando os já realizados –, e 
não retroage para prejudicar os direitos processuais adquiridos.6 
 
4 Vide questão 1 desse material. 
5 Vide questão 4 desse material. 
6 Vide questão 8 desse material. 
 
10 
 
Atualmente, não há mais divisão entre procedimento sumário e ordinário, sendo o 
procedimento do CPC/15 denominado de comum. Porém, de acordo com o §1º, do artigo 
1.046, as ações que foram distribuídas antes da vigência do novo código, sob o rito 
sumário ou dos procedimentos especiais, tramitarão sob esses procedimentos, até que seja 
proferida da sentença. 
Porém, quando da abertura do prazo para a interposição de recurso, surge um novo 
direito para a parte – o direito subjetivo ao recurso –, e por isso é perfeitamente possível, a 
partir daí, sejam impostas as regras do CPC sobre recursos e seu processamento. 
A doutrina também aduz que os prazos processuais iniciados antes do NCPC serão 
integralmente regulados pelo CPC/73 (Enunciado 267, FPPC), e que a regra de contagem dos 
prazos em dias úteis só se aplica àqueles iniciados após a vigência do NCPC (Enunciado 268, 
FPPC). 
Nas ações declaratórias incidentais deduzidas em processos e iniciadas antes do NCPC, 
aplica-se, também o CPC/73. 
 
 
 
 QUADRO DE VIGÊNCIA 
Decisão publicada na égide do CPC/73 Recursos e prazos do CPC/73 
Decisão publicada na égide do CPC/2015 Recursos e prazos do CPC/2015 
Recursos Lei da publicação da sentença 
Condições da ação Lei da propositura da ação 
Contestação Lei da citação 
Provas Lei do requerimento, ou do momento da 
determinação de ofício. 
 
 
11 
 
 
2. Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos 
O Estado não detém o monopólio da solução dos conflitos por meio da jurisdição, 
sendo admitidas outras maneiras de as partes chegarem à solução do conflito, conhecidas 
como equivalentes jurisdicionais ou formas alternativas de solução dos conflitos. 
2.1 Negociação, Mediação e Conciliação 
Tratam-se de institutos distintos, porém possuem inúmeras características e normas 
procedimentais comuns. Uma das normas fundamentais do CPC/2015 é o princípio da 
promoção pelo Estado da solução consensual dos conflitos (art. 3º, par. 2º, NCPC)7. 
O CNJ, diante da inércia do Poder Legislativo, editou a Resolução n. 125/2010 
disciplinando as funções do mediador e do conciliador, na tentativa de instituir no Judiciário 
brasileiro uma política pública de solução consensual dos conflitos. 
Os Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos, previstos no art. 165, 
dispõe que os Tribunais têm o dever de criarem centros judiciários de solução consensual de 
conflitos. São órgãos do Tribunal, do Poder Judiciário. Cabe a cada Tribunal definir a 
composição e a organização desses centros, com base em diretrizes estabelecidas pelo CNJ. 
Esses centros terão duas competências: realização das audiências de mediação e 
conciliação e desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a 
autocomposição (vertente de política pública). 
A condução das audiências de mediação e conciliação não será feita pelo juiz, mas sim 
por meio de profissionais que se submeterão a uma capacitação para tanto, os mediadores e 
conciliadores. 
Eles serão cadastrados, podendo ocorrer de duas formas: cadastro nacional (gerido pelo 
CNJ), e cadastro no respectivo Tribunal (TJ ou TRF). Nesse cadastro, é preciso que se 
 
7 Vide questão 3 desse material. 
 
12 
 
especifique qual a área de especialização do mediador ou conciliador, constar dados 
relevantes (número de causas, sucesso ou insucesso), como se fosse um histórico do mediador 
e do conciliador. 
Ainda, a mediação e a conciliação podem se dar em câmaras privadas, fora dos centros 
judiciários, se as partes as escolherem ou se essas câmaras forem conveniadas com o Tribunal 
(art. 168). 
O mediador e o conciliador, ainda, podem ser concursados ou não, pois os Tribunais 
podem criar cargos públicos de mediadores e conciliadores (a serem providos por meio de 
concurso público – art. 167, par. 6º); ou cadastrar profissionais que queiram ser mediadores ou 
conciliadores. 
De acordo com o artigo art. 165, par. 2º e 3º do CPC, há uma diferencia legal entre 
mediadores e conciliadores: 
MEDIADORES (PAR. 3º) CONCILIADORES (PAR. 2º) 
São terceiros estranhos ao conflito que auxiliam os conflitantes na busca da solução 
consensual. 
Distinguem-se pelas técnicas que utilizam (o modo de auxílio dos conflitantes). 
A mediação é uma técnica mais sutil. 
 
Não pode fazer propostas de acordo. 
 
Tem que ser apenas um facilitador do diálogo, 
para que os próprios conflitantes construam a 
solução. 
 
Técnica recomendada para os casos em que os 
conflitantes já tinham anteriormente uma relação 
jurídica entre eles, um histórico de relação. 
 
A conciliação é uma técnica mais incisiva, 
invasiva. 
 
 
O conciliador pode fazer propostas de 
solução do conflito. 
 
 
Técnica recomendada para conflitos 
episódicos ou ocasionais, entre pessoas 
que não tinham relação anterior. 
 
 
13 
 
Ex.: conflitos de família, 
sociedades, vizinhança. 
Ex.: conflitos decorrentes de acidentes, 
entre fornecedor e consumidor 
 
2.1.1 Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166): 
 Independência (do mediador e do conciliador): está relacionada à atuação dos 
mediadores e conciliadores, que não podem sofrer pressões de quem quer que 
seja no exercício de suas funções; 
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador): é possível a arguição da suspeição 
ou do impedimento do mediador e do conciliador (são auxiliares da justiça); 
 Autonomia da vontade: a celebração do acordo deve respeitar a autonomia da 
vontade das partes. A mediação e a conciliação sempre devem fazer prevalecer a 
vontade das partes, inclusive quanto à definição das regras procedimentais. As 
partes podem criar um procedimento de mediação (par. 4º do art. 166). 
 Confidencialidade: o mediador e o conciliador não podem expor o que foi 
presenciado. Todas as informações que recebeu, tudo a que tiveram acesso nessa 
condição fica sob a cláusula de sigilo. 
 Oralidade 
 Informalidade 
 Decisão informada: é preciso que o procedimento de mediação e conciliação 
produza uma decisão final (um acordo) porque as partes chegaram à conclusão 
de que aquilo é o melhor para elas. É preciso criar um ambiente em que as pessoas 
sejam bem informadas sobreDJe 24/8/2018). O defensor dativo, por não integrar o quadro estatal de 
assistência judiciária, não dispõe da prerrogativa de prazo em dobro para recorrer, como 
ocorre com os defensores públicos. (AgRg no AREsp 1130826/SP, Rel. Min. SEBASTIÃO 
REIS JÚNIOR, 6° TURMA, julgado em 01/03/2018, DJe 12/03/2018). 
 
41 
 
Questão 10 
CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas: Advogado postulou 
em juízo sem procuração, sob o fundamento de que a medida seria indispensável para evitar 
preclusão. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) A validade do ato do advogado está condicionada a comprovação de urgência, 
independentemente da apresentação posterior do mandato. 
B) É imprescindível a prestação de caução no ato do protocolo do pedido. 
C) Por ter postulado em juízo sem procuração, o referido advogado poderá responder por ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
D) Por esse ato, a parte poderá ser condenada por litigância de má-fé. 
E) O ato terá validade, desde que a procuração seja regularmente exibida no prazo dilatório 
de quinze dias. 
Comentário: 
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para 
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. § 1º 
Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, 
exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. § 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente 
àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por 
perdas e danos. 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - D 
Questão 2 - A 
Questão 3 - D 
Questão 4 - B 
Questão 5 - D 
Questão 6 - B 
Questão 7 - CERTO 
Questão 8 - ERRADO 
Questão 9 - ERRADO 
Questão 10 - E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 
Neste capítulo, faz-se de extrema importância a leitura de: 
Sujeitos do Processo 
 CPC: arts. 70 a 76; 
Partes e Procuradores 
 CPC: arts. 77 a 112; 
 Súmulas: 14, 201, 326, 421 do STJ, e 450 e 616 do STF; 
 Súmula Vinculante: 47 do STF; 
Demais Sujeitos do Processo 
 CPC: arts. 113 a 138; 
 Súmula: 537 do STJ; 
Juiz e Auxiliares da Justiça 
 CPC: arts. 139 a 175; 
 Súmula: 72 do STF 
Funções Essenciais à Justiça 
 CPC: arts. 176 a 187; 
 CF: arts. 127 a 135; 
 Súmula: 421 do STJ; 
 
 
44 
 
Partes e Procuradores 
 Súmula vinculante 47 
Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor 
consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou 
requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza. 
 Súmula 14 do STJ 
Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir 
do respectivo ajuizamento. 
 Súmula 201 do STJ 
Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários-mínimos. 
 Súmula 326 do STJ 
Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica 
sucumbência recíproca. 
 Súmula 421 do STJ 
Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de 
direito público à qual pertença. 
 Súmula 450 do STF 
São devidos honorários de advogado sempre que vencedor o beneficiário de justiça gratuita. 
 Súmula 616 do STF 
É permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de advogado, após o advento do Código de 
Processo Civil vigente. 
 
Demais Sujeitos do Processo 
 Súmula 537 do STJ 
Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do 
autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida 
à vítima, nos limites contratados na apólice. 
 
45 
 
Juiz e Auxiliares da Justiça 
 Súmula 72 do STF 
No julgamento de questão constitucional, vinculada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impedidos 
os Ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo 
originário. 
Funções Essenciais à Justiça 
 Súmula 421 do STJ 
Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de 
direito público à qual pertença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Honorários advocatícios e de sucumbência 
 Informativo 617 do STJ 
Configura supressão de grau de jurisdição o arbitramento no STJ de honorários de 
sucumbência com base no CPC/2015, na hipótese em que as instâncias ordinárias 
utilizaram equivocadamente o CPC/1973 para a sua fixação. 
 Informativo 636 do STJ 
Os honorários advocatícios contratuais não se incluem nas despesas processuais do art. 
82, § 2º, do CPC/2015 
 Informativo 929 do STF 
Não é possível o fracionamento da execução dos honorários advocatícios decorrentes de 
uma única ação proposta contra a fazenda pública por vários litisconsortes ativos 
facultativos. 
 Informativo 640 do STJ 
Tribunal deve condenar o apelante em honorários advocatícios em caso de manutenção 
da sentença que indeferiu a petição inicial. 
 Informativo 645 do STJ 
Honorários devem seguir regra objetiva; equidade é critério subsidiário. Os honorários 
advocatícios só podem ser fixados com base na equidade de forma subsidiária, ou seja: • 
quando não for possível o arbitramento pela regra geral; ou • quando for inestimável ou 
irrisório o valor da causa. Assim, o juízo de equidade na fixação dos honorários 
 
47 
 
advocatícios somente pode ser utilizado de forma subsidiária, quando não presente 
qualquer hipótese prevista no § 2º do art. 85 do CPC. 
Gratuidade da Justiça 
 Informativo 622 do STJ 
Possibilidade de concessão de gratuidade da justiça a estrangeiros não residentes no 
Brasil. 
 Informativo 643 do STJ 
O interessado deverá ser intimado para a realização do preparo recursal nas hipóteses de 
indeferimento ou de não processamento do pedido de gratuidade da justiça. 
Sujeitos do Processo 
 Informativo 521 do STJ 
A assistência exige interesse jurídico. Assim, não pode ingressar em processo judicial na 
condição de assistente simples em caso que o interesse em intervir no feito esteja 
limitado aos reflexos econômicos de eventual sucumbência. 
 Informativo 535 do STJ 
Não sabe a denunciação da lide embasada no art. 125, II do CPC quando introduzir 
fundamento novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide 
paralela, a exigir ampla dilação probatória. 
Litisconsórcio 
 Informativo 929 do STF 
Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em litisconsórcio ativo 
facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do 
precatório. A quantia devida a título de honorários advocatícios é uma só, fixada de 
forma global, pois se trata de um único processo, e, portanto, consiste em título a ser 
executado de forma una e indivisível. STF. Plenário. RE 919269 ED-EDv/RS, ARE 930251 
 
48 
 
AgR-ED-EDv/RS, ARE 797499 AgR-EDv/RS, RE 919793 AgR-ED-EDv/RS, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 7/2/2019. 
 Informativo 585 do STJ 
Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério 
Público Estadual e o Federal depende da demonstração de alguma razão específica que 
justifique a presença de ambos na lide. STJ. 3ª Turma. REsp 1.254.428-MG, Rel. Min. João 
Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016. 
Intervenção de terceiros 
 Informativo 539 do STJ 
Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre 
Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o 
Estado-membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenasiria 
protelar a solução da causa. STJ. 1a Seção. REsp 1.203.244-SC, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 9/4/2014 (recurso repetitivo). 
 Informativo 642 do STJ 
Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.726.292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
12/02/2019. 
 Informativo 606 do STJ 
Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas 
hipóteses em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda 
principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1637108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
6/6/2017. 
 
 
 
49 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 
1988. 
______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: 
Presidência da República, 2015. 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à 
Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª 
Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 
2018. 
CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juizo, 2016. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, 
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª 
edição. Editora JusPodvm, 2018. 
Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2019. 
 
50 
 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto 
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
CARTÓRIO
Direito Processual Civil
Capítulo 4
‘ 
 
 
SUMÁRIO 
PROCESSO CIVIL, Capítulo 4 ...................................................................................................................................... 3 
14. Atos Processuais .................................................................................................................................................... 3 
14.1 Processo Eletrônico ...................................................................................................................................... 3 
14.2 Negócios Processuais .................................................................................................................................. 4 
14.2.1 Negócio Jurídico Unilateral .............................................................................................................. 4 
14.2.2 Negócio Processual Bilateral ........................................................................................................... 4 
14.2.3 Negócio Jurídico Processual Plurilateral ..................................................................................... 5 
14.2.4 Negócios Jurídicos Processuais Típicos ...................................................................................... 5 
14.2.5 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais ................................................................ 5 
14.3 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais ............................................................. 6 
14.3.1 Forma dos Atos ..................................................................................................................................... 6 
14.3.2 Tempo dos Atos.................................................................................................................................... 6 
14.3.3 Lugar dos Atos ...................................................................................................................................... 7 
14.4 Dos Prazos Processuais .............................................................................................................................. 8 
14.4.1 Contagem dos Prazos ........................................................................................................................ 8 
14.4.2 Começo do Prazo .............................................................................................................................. 10 
14.4.3 Ato Praticado Antes do Início da Contagem do Prazo .................................................... 11 
14.5 Da Comunicação dos Atos Processuais ........................................................................................... 12 
14.5.1 Citação.................................................................................................................................................... 12 
14.5.2 Intimação ............................................................................................................................................... 14 
14.5.3 Cartas ...................................................................................................................................................... 15 
14.6 Distribuição e Registro ............................................................................................................................ 15 
15. Nulidades .................................................................................................................................................................. 17 
15.1 Vício e Nulidade ......................................................................................................................................... 17 
‘ 
 
 
15.2 Nulidade Relativa ....................................................................................................................................... 17 
15.3 Nulidade Absoluta ..................................................................................................................................... 18 
15.4 Mera Irregularidade .................................................................................................................................. 20 
15.5 Inexistência Jurídica .................................................................................................................................. 20 
16. Preclusão ................................................................................................................................................................... 21 
17. Cognição .................................................................................................................................................................... 23 
17.1 Conceito ......................................................................................................................................................... 23 
17.2 Cognição Exauriente ................................................................................................................................. 23 
17.3 Cognição Sumária ...................................................................................................................................... 23 
17.4 Cognição Superficial ou Rarefeita ...................................................................................................... 24 
18. Valor da Causa .................................................................................................................................................... 25 
18.1 Reflexos .......................................................................................................................................................... 25 
18.2Critérios para Fixação do Valor da Causa ....................................................................................... 25 
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 27 
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 31 
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 46 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ............................................................................................................................................ 47 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 49 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 52 
 
 
3 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 4 
14. Atos Processuais 
É toda e qualquer conduta praticada pelos sujeitos processuais e que possuem 
relevância para o processo, isto é, que podem criar, modificar ou extinguir direitos ao longo 
deste. Logo, um procedimento judicial, para que tramite da forma adequada, depende da 
prática de atos processuais, 
Em regra, não há forma determinada para o cumprimento dos atos processuais, 
salvo quando a lei estabelecer forma específica. 
Também é regra que os atos processuais sejam públicos, porem, o art. 189, do CPC, 
estabelece as hipóteses em que os atos processuais tramitarão em segredo de justiça: 
 Em que o exija o interesse público ou social;1 
 Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;2 
 Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
 Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o 
juízo. 
14.1 Processo Eletrônico 
Segundo o art. 193 do CPC, os atos processuais podem ser total ou parcialmente 
digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados 
por meio eletrônico, na forma da lei, que é substancialmente a Lei 11.419/2006. 
 
1 Vide questão 12 desse material. 
2 Vide questão 11 desse material. 
 
4 
 
É importante fazer a leitura integral dos artigos correspondentes aos atos processuais 
eletrônicos. Contudo, é importante destacar que o processo eletrônico é um avanço porque 
elimina atos humanos custosos, tanto em termos de esforço, temporais, como de custo, tanto 
dos servidores dos tribunais, quanto das partes e dos patronos. 
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou 
tribunal, independentemente de requerimento. Porém, não se aplica o disposto aos processos 
em autos eletrônicos. 
14.2 Negócios Processuais 
Com o advento do Código de Processo Civil de 2015 passou a ser previsto, 
expressamente, a possibilidade de as partes realizarem negócio jurídico processual, com vistas 
ao Princípio da Cooperação Processual. 
14.2.1 Negócio Jurídico Unilateral 
Por meio dos quais o sujeito processual, pelo exercício de vontade, gera consequências 
no processo. Nessa espécie de negócio jurídico apenas a vontade de uma das partes é 
relevante. 
Exemplo: na renúncia ao prazo (art. 225 do CPC), na desistência da execução ou de 
medida executiva (art. 775 do CPC), na desistência do recurso (art. 998 do CPC), na renúncia 
ao direito recursal (art. 999 do CPC) etc. 
14.2.2 Negócio Processual Bilateral 
Depende de um acordo de vontades das partes, sendo dessa espécie de negócio 
jurídico que versa o art. 190 do CPC, além de outros negócios jurídicos típicos. 
 
5 
 
Assim como as declarações unilaterais, os atos bilaterais produzem imediatamente a 
constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.3 
14.2.3 Negócio Jurídico Processual Plurilateral 
Também pode o negócio jurídico processual ser plurilateral, quando a sua eficácia 
depende de um acordo de vontade das partes e do juiz, aqui entendido como órgão 
jurisdicional, já que nada impede a realização de tais espécies de negócio processual no 
tribunal, seja em atividade recursal ou originária. A calendarização do procedimento, previsto 
no art. 191 do CPC, e o saneamento compartilhado, consagrado no art. 357, § 3º, do CPC. 
14.2.4 Negócios Jurídicos Processuais Típicos 
Ocorre sempre que a lei prever um negócio jurídico processual de forma expressa, 
tem-se um negócio jurídico processual típico. Nesses casos, é possível que os requisitos de 
admissibilidade também estejam previstos de forma específica. 
Exemplo: cláusula de eleição de foro, que permite às partes, antes da propositura da 
ação, modificar o foro abstratamente competente para a demanda judicial. 
14.2.5 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais 
O art. 190, caput, do CPC, prevê em seu caput a possibilidade de as partes, desde que 
plenamente capazes e em causa que verse sobre direitos que admitam a autocomposição, 
estipularem mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e 
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais. O novo diploma 
legal, assim, cria uma cláusula geral de negociação processual, que pode ter como objeto as 
situações processuais das partes e o procedimento. 
 
3 Vide questão 13 desse material. 
 
6 
 
14.3 Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais 
14.3.1 Forma dos Atos 
A lei determina que os atos e os termos processuais independem de forma 
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, 
realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial (Art. 188, caput, do CPC). 
Vige, portanto, o Princípio da Instrumentalidade das Formas (Art. 277 do CPC): 
“Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de 
outro modo, lhe alcançar a finalidade”. 
 
 
Com a informatização do processo judicial, editou-se a Lei n. 11.419/2006, a qual tratou dos 
meios eletrônicos, da transmissão eletrônica e da assinatura eletrônica. O art. 2° autoriza o 
envio de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por meio eletrônico, 
com a utilização da assinatura digital, baseada em certificado digital emitido pela autoridade 
certificadora; ou mediante cadastro do usuário no Poder Judiciário. O CPC trata do tema nos 
arts. 193 a 199, os quais são de leitura obrigatória! 
14.3.2 Tempo dos Atos 
Conforme estabelece o art. 212, do CPC, os atos processuais devem ser praticados em 
dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Ademais, para os efeitos forenses, os dias úteis 
são aqueles que não são considerados feriados, ou seja, os sábados, os domingos e os dias 
em que não haja expediente forense (art. 216). No entanto, existe uma exceção que permite a 
pratica de atos processuais quando não há expediente forense, em razão da urgência e da 
 
7 
 
relevância da matéria. Isso ocorre quando o tribunal funcionar em sistema de plantão 
judiciário. 
 
O tempo dos atos não se confunde com o expediente forense, o qual pode encerrar, por 
exemplo: às 17h, às 18h ou às 19h. 
 Vale mencionar, ainda, que a prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em 
qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo. 
14.3.3 Lugar dos Atos 
A regra, determinada no art. 217 do CPC, é a de que os atos processuais realizar-se-ãoordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão, por 
exemplo, de: 
 Deferência: art. 454 do CPC (inquirição na própria residência), por exemplo; 
 De interesse da justiça: art. 483 do CPC (inspeção judicial); 
 Atos de comunicação de atos judiciais: via postal ou por oficial de justiça; 
 Atos de constrição judicial: serão realizados pelo oficial de justiça fora da sede do 
juízo; 
 Quando existir obstáculo para o ato ser praticado no juízo: oitiva de testemunha 
acometida de enfermidade ou por outro motivo relevante que a impossibilite de 
comparecer à sede do juízo (art. 449, parágrafo único do Novo CPC) e a oitiva do 
interditando que não possa se deslocar (art. 751, § 1° do Novo CPC). 
 
8 
 
14.4 Dos Prazos Processuais 
Pode-se dizer que é o intervalo de tempo concedido à parte para a prática de um ato 
processual. É delimitado em termo inicial (dies quo) e pelo final (dies ad quem) e, 
geralmente, são classificados da seguinte forma: 
 Prazos Legais: são os estabelecidos em lei (art. 218, caput, CPC); 
 Prazos Judiciais: são os definidos pelo juiz (art. 218, § 1º, CPC). A atividade do juiz 
de fixar prazos processuais é subsidiária, só podendo ser exercida quando a lei for 
omissa a esse respeito. 
 Prazos Convencionais: são os acordados entre as partes. 
 Prazos Próprios: são os dirigidos às partes, sendo que a sua inobservância gera a 
denominada preclusão temporal; 
 Prazos Impróprios: são os dirigidos aos órgãos jurisdicionais, os quais, mesmo 
não sendo observados, não geram qualquer consequência no processo. 
 
Na omissão legal e de inércia do juiz em fixar um prazo para a prática do ato processual o 
prazo será de 5 dias. Trata-se de um prazo legal genérico, aplicável a qualquer espécie de ato 
processual diante do binômio silêncio da lei-omissão do juiz (art. 218, § 3°, do CPC). 
14.4.1 Contagem dos Prazos 
Relembrando, contam-se, em regra, os prazos processuais em dias ÚTEIS (art. 219 do 
CPC). 
A regra da contagem do prazo em dias úteis não se aplica aqueles fixados em horas, 
meses ou anos. 
 
9 
 
A Lei n.º 13.728/2018, inseriu, na Lei n.º 9.099/1995, o art. 12-A, prevendo, expressamente, a 
aplicação da contagem dos prazos processuais em dias úteis também em sede de Juizados 
Especiais. A regra é aplicada nos Juizados Especiais Estaduais (Lei n.º 9.099/1995), Federais (Lei 
n.º 10.259/2001, cf. art. 1º) e da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, Distrito Federal, 
Territórios e Municípios (Lei n.º 12.153/2009, cf. art. 27). 
Outro detalhe importante é que essa previsão NÃO se estende aos prazos processuais 
penais, que permanecem sendo computados em dias corridos (STF. 1ª Turma. ARE 1057146 
AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/09/2017; STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 
840.620/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017). 
 Prazos para o Ministério Público, a Fazenda Pública e a Defensoria Pública: de 
acordo com os arts. 180, 183 e 186 do CPC, são contados em dobro o prazo para a 
Fazenda Pública, o Ministério Público e para a Defensoria Pública. 
 
Quando o juiz ou a lei não fixarem prazo para as partes, as intimações só obrigarão o 
comparecimento após 48h e será de 5 dias o prazo para a prática do ato. Sendo, destaque-
se, tempestivo o ato processual praticado antes do termo inicial do prazo. Vide §§ 3º e 4º, do 
Art. 218 do CPC. 
O Art. 224 do CPC estabelece “Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados 
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”. 
 
10 
 
O prazo nunca pode se iniciar ou terminar em dia em que não haja expediente forense, 
de forma que o início e o fim da contagem do prazo nesse caso serão prorrogados para o 
primeiro dia útil subsequente, em razão de que todos os prazos só podem acontecer em dias 
úteis. 
Além disso, o § 1° do art. 224, do CPC, traz inovadora previsão ao afirmar que os dias 
do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se 
coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da 
hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
 
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde 
que o faça de maneira expressa.4 5 
14.4.2 Começo do Prazo 
De fundamental importância se faz estudar o art. 231, do CPC, que é bastante cobrado 
nas provas, por suas peculiaridades. Assim, salvo disposição em sentido diverso, considera-se 
dia do começo do prazo: 
 A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a 
intimação for pelo correio; 
 A data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a 
intimação for por oficial de justiça; 
 A data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do 
escrivão ou do chefe de secretaria; 
 
4 Vide questão 2 desse material. 
5 Vide questão 4 desse material 
 
11 
 
 O dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital;6 
 O dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término 
do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for 
eletrônica; 
 A data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, 
a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando 
a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; 
 A data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso 
ou eletrônico; 
 O dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em 
carga, do cartório ou da secretaria.7 
14.4.3 Ato Praticado Antes do Início da Contagem do Prazo 
Todo prazo processual dever ter seu termo inicial e final, ou seja, a data que tem início 
o prazo e outra que dá o seu fim. Como sabemos, as partes devem sempre respeitar esse 
prazo, principalmente o prazo final, já que o seu desrespeito acarreta a perda da possibilidade 
de praticar o ato. 
No entanto, o art. 218, § 4°, do CPC, estabelece expressamente que o ato praticado 
antes da intimação da parte é tempestivo, independentemente de reiteração após a 
intimação. Desse modo, o ato praticado antes do início do prazo de contagem é 
expressamente aceito pelo Código de Processo Civil. 
 
6 Vide questão 1 desse material. 
7 Vide questão 3 desse material 
 
12 
 
14.5 Da Comunicação dos Atos Processuais 
14.5.1 Citação 
Nos termos do art. 238, Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado 
ou o interessado para integrar a relação processual. O referido ato é indispensável ao regular 
andamento do processo. 
 
Nos casos de indeferimento da petição inicial (Art. 330) e de improcedência liminar do 
pedido (Art. 332), não há que se falar em citação do réu, pois, a decisão é dada antes de 
formada a relação processual – Art. 239 do CPC. 
É importante dizer que o comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a 
falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de 
contestação ou de embargos à execução. O STJ entende que a juntada aos autos de 
procuração com poderes específicos para receber citação configura o comparecimento 
espontâneo. 
 Efeitos da Citação Válida: ainda que ordenada por juízo incompetente (Art. 240 do 
CPC): 
 Induz litispendência (quando há uma lide pendente); 
 
A litispendência é causa de extinção do processo sem resolução do mérito – nos 
termos do Art. 485, V, do CPC. 
 
13 
 
 Torna litigiosa a coisa (os bens ou a relação jurídica se tornam sub judice); 
 Constitui em mora o devedor (quando o devedor retarda injustamente o 
cumprimento de uma obrigação). 
 
Importante lembrar que não é mais um efeito da citação a interrupção da prescrição, pois, 
atualmente, a prescrição é interrompida com o despacho que ordenaa citação, retroagindo 
à data da propositura da ação, configurando, inclusive, se determinada por juízo incompetente 
(artigo 240, §1º, do CPC). 
 Modalidades: conforme o art. 246, do CPC, são as seguintes: 
 Correio (via postal): é feita para qualquer comarca do país. Uma vez 
deferida, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da 
petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o 
endereço do juízo e o respectivo cartório. 
 Oficial de Justiça: ocorre nas hipóteses previstas no próprio CPC ou em lei, 
ou quando frustrada a citação pelo correio. Seus requisitos estão previstos no 
art. 250 do CPC. 
 
Quando e, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu 
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar 
qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, 
 
14 
 
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar – é a denominada Citação por Hora 
Certa (arts. 252/254 do CPC). 
 Escrivão ou Chefe de Secretaria: sempre que o citando comparecer em 
cartório. 
 Edital: ocorre quando desconhecido ou incerto o citando; ignorado, incerto 
ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando e nos casos expressos 
em lei. Seus requisitos estão dispostos no Art. 257 do CPC. 
A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das 
circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o 
salário-mínimo, que será revertida m benefício do citando. 
 Meio Eletrônico: reflete a busca da celeridade e economia processuais. Está 
regulada pela Lei 11.419/06. 
 Além dessas modalidades, a doutrina costuma classificar as citações pelo correio, por 
oficial de justiça, pelo escrivão ou chefe de secretaria e por meio eletrônico como sendo 
Citações Reais. Já as citações por edital e por hora certa como sendo Citações Fictas. 
 
Nos condomínios edilícios e nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega 
do mandado ao funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência. 
O porteiro poderá recusar ao recebimento do mandado se, por escrito, declarar, sob as penas 
da lei, que o destinatário da correspondência está ausente. 
14.5.2 Intimação 
É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo. 
 
15 
 
É importante dizer que é facultado aos advogados promover a intimação do advogado 
da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação 
e do aviso de recebimento (Intimação Direta). 
Além dessa, a intimação pode ocorrer por meio eletrônico (art. 270 do CPC), por 
publicação no órgão oficial (art. 272 do CPC), pelo correio (art. 273, II e 274 do CPC), pelo 
escrivão ou chefe da secretaria (art. 274 do CPC), por oficial de justiça (art. 275 do CPC), 
inclusive por hora certa (art. 275, § 2° do CPC) e por edital (art. 275, § 2° do CPC). 
14.5.3 Cartas 
 Decorrem do Princípio da Aderência, já estudado nas linhas anteriores. São elas: 
 Carta Rogatória: aquela enviada por um órgão jurisdicional pátrio para um órgão 
jurisdicional estrangeiro; 
 Carta de Ordem: a enviada por um órgão hierarquicamente superior para um 
órgão de hierarquia inferior. 
 Carta Precatória: a enviada por um órgão jurisdicional nacional para outro órgão 
de jurisdição nacional de MESMA hierarquia. 
 Carta Arbitral: a que se refere à comunicação entre os órgãos jurisdicionais e o 
Juízo Arbitral. 
Em qualquer espécie de carta os atos processuais a serem praticados serão de 
comunicação (citação, intimação e notificação), de instrução (produção de prova, tais como a 
oitiva de testemunha, colheita de depoimento pessoal e realização de perícia) e de constrição 
como, por exemplo, a penhora e o depósito)8. 
14.6 Distribuição e Registro 
O candidato, ao estudar esse tema, deve levar consigo o seguinte entendimento: 
quando houver mais de um juízo competente para o conhecimento de determinada ação, 
 
8 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de processo civil comentado. 2. ed. rev. 
atual. e ampl. São Paulo : Revista dos Tribunais, 2016, p. 267. 
 
16 
 
deverá haver a DISTRIBUIÇÃO (vide Art. 284 do CPC), pois, a partir dela, considera-se 
PREVENTO O JUIZ9, conforme se depreende da leitura do Art. 59 do CPC. 
A doutrina divide a distribuição em dois tipos: por dependência e a livre: 
 Por Dependência: previstas nos três incisos do Art. 286 do CPC, os quais são de 
leitura obrigatória. 
 Livre: cabível sempre que não existir razão para a distribuição por dependência. 
Por último, realizada a distribuição, com o cumprimento das exigências dos arts. 287 e 
290, do CPC, o processo será REGISTRADO. 
 
 
 
 
9 Vide questão 9 desse material. 
 
17 
 
15. Nulidades 
É vislumbrada quando o ato é praticado sem a observância dos requisitos de validade. 
15.1 Vício e Nulidade 
Ato viciado é o ato imperfeito, praticado com defeito porque em desrespeito à forma 
legal prevista para a sua prática. Como todo ato processual tem um objetivo, um resultado 
pretendido pela parte que o pratica, a lei assegura às partes que, praticado o ato dentro das 
formalidades legais, o efeito legal será gerado e o objetivo pretendido alcançado. 
Já a nulidade é a sanção processual para a parte que descumpre a forma legal na 
prática do ato. O desrespeito à forma é suficiente para a existência de um ato defeituoso, e 
que em regra esse desrespeito com a forma é sancionado pela nulidade, que impedirá que o 
ato processual gere os efeitos previstos em lei e, por consequência, que a parte que o 
praticou alcance o objetivo pretendido. 
Desse modo, ato viciado não se confunde com ato nulo, sendo o primeiro apenas o ato 
defeituoso, enquanto o segundo é o ato defeituoso atingido pela nulidade. 
15.2 Nulidade Relativa 
Está ligada aos interesses particulares das próprias partes. Por isso, deve ser alegada 
pelas partes, na primeira oportunidade que tiverem de se manifestarem nos autos, sob 
pena de preclusão, conforme estabelece o art. 278, do CPC. 
A nulidade relativa não pode ser declarada de ofício, devendo o Juiz aguardar a 
manifestação da parte interessada. A parte interessada, como estabelece o art. 276, do CPC, 
não precisa ser apenas interessada, mas somente a parte inocente, ou seja, aquela que não 
 
18 
 
foi responsável pelo ato viciado, poderá formular pedido para sua anulação. A parte que deu 
causa à nulidade não tem legitimidade para requerer a sua decretação, em desrespeito aos 
princípios de boa-fé e lealdade processual. 
 
O art 282, § 2, do CPC, aponta para a possibilidade de o juiz não declarar a nulidade 
relativa de algum ato, mesmo que imperfeito, quando a decisão de mérito puder ser 
favorável à parte inocente. Assim, por exemplo, a parte que, derrotada em sentença, pede a 
anulação da sentença arguindo em sua apelação a nulidade do processo em razão de não ter 
sido lhe dada vista de um documento juntado pela parte contrária e, caso não seja acolhida 
tal alegação, pede a reforma da sentença. O Tribunal, percebendo ter ocorrido o desrespeito 
ao contraditório (com a não intimação para manifestação sobre documentos juntados pela 
parte contrária), não deve decretar a nulidade se entender que, apesar da nulidade relativa, no 
mérito recursal tem razão o apelante. Nesse caso, eventual decretação de nulidade 
prejudicaria o próprio apelante, que, no julgamento do mérito, teria a reforma da 
sentença de mérito que lhe favorece, devendo o Tribunal deixar de reconhecer a nulidade e 
julgar o recurso no mérito a favor daquele que apontou a existência da nulidade relativa.10 
15.3 Nulidade Absoluta 
Busca preservar algo superior ao interesse das partes, está ligada ao interesse público. 
Trata-se de umagarantia de preservação do interesse público da Justiça e da boa 
administração jurisdicional. 
Podem ser declaradas de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição 
(salvo recurso especial ou extraordinário, que exigem o prequestionamento). Também é 
 
10 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora JusPodvm, 2018, p. 
476. 
 
19 
 
possível a manifestação da parte para buscar a nulidade absoluta, inclusive daquele que foi o 
causador da nulidade, como no caso de autor indicar incompetência absoluta do juízo. 
 
O Superior Tribunal de Justiça tem decisões no sentido de inadmitir a alegação de nulidade, 
ainda que absoluta, pela parte que a causou ou prejudicada por ela quando tal postura 
estiver fundada em má-fé e deslealdade processual. Trata-se da utilização da chamada 
nulidade de algibeira ou bolso.11 
As nulidades absolutas se convalidam no trânsito em julgado, que é considerado como 
sanatório geral das nulidades, transformando-se após esse momento processual em vícios de 
rescindibilidade. O vício de rescindibilidade atinge a estabilidade definitiva com o decurso 
do prazo de dois anos da ação rescisória, em fenômeno conhecido como "coisa julgada 
soberana”. 
 
O art. 279 do CPC prevê tradicional hipótese de nulidade absoluta cominada: a ausência de 
intimação do Ministério Público nos processos em que deve participar como fiscal da ordem 
jurídica. O seu § 2º, ao prever que a nulidade só pode ser decretada após a intimação do 
Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. O 
dispositivo cria uma regra formal para a decretação da nulidade, que, uma vez descumprida, 
gera nulidade absoluta, mas deixa claro que só haverá anulação se demonstrado o prejuízo 
 
11 Vide questão 7 desse material 
 
20 
 
gerado pela ausência do Ministério Público no processo, consagrando, ainda que 
implicitamente, o princípio da instrumentalidade das formas. Registre-se apenas que, ainda 
que imprescindível a intimação do Ministério Público para a decretação de nulidade, a decisão 
é do juízo, que deverá analisar e concluir se a ausência realmente gerou prejuízo no caso 
concreto. 
15.4 Mera Irregularidade 
A mera irregularidade é gerada pela inobservância de regra não relevante para 
considerações acerca da validade do ato, sem relação com a formalidade exigível e a 
produção do resultado pretendido. 
Como exemplo, podemos apresentar a utilização de língua estrangeira em alguma 
petição, desde que não torne a petição incompreensível, já que o art. 192, do CPC, estabelece 
que todos os atos devem ser feitos em língua portuguesa. Assim, a utilização de certas 
palavras em língua estrangeira não torna o ato nulo, ocorrendo uma mera irregularidade, já 
que não constitui um vício grave o suficiente para tornar o ato nulo. 
15.5 Inexistência Jurídica 
É um ato que falta elemento constitutivo mínimo, sendo impossível considera-lo 
como ato processual. Assim, o vício que gera a inexistência do ato não se convalida jamais, 
podendo ser reconhecido na constância da demanda e após o seu encerramento, 
independentemente de prazo, por meio de mera “ação declaratória de inexistência de ato 
jurídico”. 
Como exemplo, podemos verificar no caso de uma sentença sem a assinatura do juiz ou 
assinada por alguém não investido na jurisdição, embora exista no plano fático, não passa de 
mero pedaço de papel sem importância jurídica. 
 
 
 
21 
 
16. Preclusão 
Pode-se considerar que a preclusão é a perda de uma faculdade processual, ou seja, 
da oportunidade de manifestação ou prática de um ato no decorrer do processo. 
Ela tem como objetivo evitar abusos e retrocessos e prestigiar a entrega de prestação 
jurisdicional de boa qualidade, assegurando a certeza e a estabilidade das situações 
processuais. 
Dessa forma, conclui-se que a preclusão é a forma de controle dos atos para que o 
processo tenha o seu devido desenvolvimento regular, com estabilidade. 
São elas: 
 Preclusão Temporal: ocorre quando a parte não pratica o ato no momento 
devido, quando o prazo para manifestação já decorreu, precluindo, portanto, o 
direito à sua prática. É o caso mais comum de preclusão tido no nosso 
ordenamento jurídico. Como exemplo, podemos utilizar o art. 63, § 4º, do CPC, que 
prevê que o réu deve alegar na contestação a abusividade da cláusula de eleição de 
foro, sob pena de preclusão. Essa preclusão é temporal, pois se o réu não alegou a 
abusividade da clausula no momento da contestação, ele não poderá mais fazê-lo, 
em razão do momento oportuno já ter findado. 
 Preclusão Lógica: ocorre quando a parte pratica um ato anterior logicamente 
incompatível com ato que se quer praticar, motivo pelo qual fica impedida da 
prática do ato subsequente.12 Por exemplo, temos que o aceite de um ato é 
incompatível com o recurso. Se você recorre, significa que não aceitou e vice-versa. 
Portanto, aceitar uma decisão implica na preclusão lógica da faculdade recursal. Um 
exemplo explícito no CPC é o caso de uma parte praticar um ato viciado, sendo 
vedado a mesma parte alegar o vício que deu causa, em razão da preclusão lógica. 
Essa previsão se encontra do art. 276 do CPC. 
 
12 Vide questão 14 desse material 
 
22 
 
 Preclusão Consumativa: ocorre quando a parte pratica o ato processual. 
Consumando o ato, não poderá o interessado realizá-lo novamente e tampouco 
complementá-lo ou emendá-lo. Como exemplo de preclusão consumativa, podemos 
utilizar o caso de se apresentar alegações finais ou uma contestação. Após 
apresenta-la, não será mais possível a sua reapresentação, ainda que esteja dentro 
do prazo processual. 
 
A preclusão consumativa apenas impede a reapresentação do mesmo ato processual. No 
entanto, a parte não perde o direito de emenda dos atos. É que ocorre com a emenda à 
petição inicial, que você não pode apresentá-la novamente, mas pode emendá-la nos moldes 
da legislação. 
 Preclusão pro judicato: é dirigido ao juiz e diz respeito à impossibilidade de este 
decidir novamente aquilo que já foi examinado. Vejamos o que diz o art. 505, do 
CPC: 
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma 
lide, salvo: 
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no 
estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi 
estatuído na sentença; 
II - nos demais casos prescritos em lei. 
Logo, a preclusão pro judicato é uma forma de preclusão consumativa, mas direcionada 
ao juiz, impedindo-o de tomar decisões já examinadas, pois, não havendo esse impedimento, 
nunca se criaria uma segurança jurídica. 
 
 
23 
 
17. Cognição 
17.1 Conceito 
Cognição é a técnica utilizada pelo juiz para, através da consideração, análise e 
valoração das alegações e provas produzidas pelas partes, formar juízos de valor acerca das 
questões suscitadas no processo, a fim de decidi-las. Trata-se de atividade comum a todas as 
categorias de módulo processual, em bora se revele predominante no módulo cognitivo. 
17.2 Cognição Exauriente 
A cognição exauriente, portanto, permite a prolação de um a decisão baseada em 
juízo de certeza (jurídica), o que justifica a formação da coisa julgada, manto que reveste de 
imutabilidade e indiscutibilidade o conteúdo dessa decisão. Em outros termos, a cognição 
exauriente permite a resolução definitiva da questão trazida ao crivo do judiciário, impedindo, 
assim, o surgimento de processo posterior que tenha o mesmo objeto. 
17.3 Cognição Sumária 
Na cognição sumária, busca-se um juízo de probabilidade, devendo o provimento a 
ser proferido afirmar, apenas e tão somente, que é provável a existência do direito, ou seja, 
que há fortes indícios no sentido de sua existência, convergindopara tal conclusão a 
maioria dos fatores postos sob o exame do juiz. 
Tal provimento, obviamente, não poderá jamais ser tido por imutável e indiscutível, já 
que não é capaz de afirmar a existência do direito, sendo, portanto, incapaz de ser alcançado 
pela imutabilidade e indiscutibilidade decorrentes da autoridade de coisa julgada substancial. 
A cognição sumária é uma técnica destinada a assegurar três escopos principais: 
economia processual, evitar o abuso do direito de defesa e busca de efetividade da tutela 
quando esta seja com prometida pelo tempo. 
 
24 
 
17.4 Cognição Superficial ou Rarefeita 
A terceira e última das modalidades de cognição quanto à profundidade é a cognição 
superficial ou rarefeita. Esta se caracteriza por levar o juiz a um juízo de possibilidade (ou, 
pode-se dizer, a um juízo de verossimilhança). É de se notar que é aqui, na cognição 
superficial, e não na cognição sumária, que haverá verdadeiro juízo de verossimilhança. 
A cognição superficial é típica das decisões liminares em processo cautelar (mas não 
em todas as liminares, visto que algumas são deferidas com base em cognição sumária, com o 
no caso do m andado de segurança). Pode-se, pois, afirmar que a decisão liminar será 
deferida com base num a cognição que, no plano vertical, encontra-se um "degrau” acima 
daquela exigida para o provimento final do processo onde a mesma é prolatada. 
 
 
25 
 
18. Valor da Causa 
O art. 291 do CPC prevê que “a toda causa será atribuído valor certo, ainda que não 
tenha conteúdo econômico imediatamente aferível”, ou seja, mesmo que o bem tutelado na 
causa não tenha um valor economicamente aferível, se faz necessário a indicação de um valor 
à causa, mesmo tratando-se de uma estimativa. 
18.1 Reflexos 
A fixação do valor da causa é de suma importância, pois é o critério objetivo eleito pela 
lei, para a determinação de uma série de situações presentes enquanto existente a relação 
processual. Assim, os reflexos que o valor da causa traz ao processo são os seguintes: 
 Competência: o valor da causa é critério para a fixação do juízo (art. 63, CPC); 
 Procedimento: o valor da causa também é critério para a possibilidade de atuação 
do juizado especial civil (art. 3º da lei 9099/95); 
 No calculo das custas e do preparo; 
 Na fixação do valor para fins de aplicação de multas: em caso de deslealdade ou 
má-fé processual; 
 Nos recursos em execução fiscal (Lei n. 6.830/80); 
 Nos inventários e partilhas: o valor da causa influi sobre a adoção do rito de 
arrolamento (art. 664, caput, do CPC). 
18.2 Critérios para Fixação do Valor da Causa 
Como já foi falado anteriormente, em regra, o valor da causa deve ser compatível com 
a pretensão econômica da demanda, e, não sendo possível a sua valoração certa, a fixação se 
dará por estimativa do autor. 
Assim, para facilitar a atribuição do valor da causa, o art. 292 do CPC indica as regras 
específicas para o cálculo do valor da causa, vejamos: 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
 
26 
 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, 
dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de 
propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a 
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou 
o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo 
autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da 
área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos 
valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de 
umas e outras. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a 
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se 
por tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar 
que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito 
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das 
custas correspondentes. 
Com isso, aparentemente, pode-se ter o valor da causa com indícios mínimos de 
fixação. Todavia, não são raras as situações em que se faz necessária a intervenção judicial 
para corrigir o valor da causa. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o 
valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, 
impondo, se for o caso, a complementação das custas (art. 293, do CPC). 
 
27 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 ATOS PROCESSUAIS 
PROCESSO ELETRÔNICO 
Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a 
permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por 
meio eletrônico. 
NEGÓCIOS PROCESSUAIS 
 Negócio Jurídico Unilateral; 
 Negócio Processual Bilateral; 
 Negócio Jurídico Processual Plurilateral; 
 Negócios Jurídicos Processuais Típicos; 
 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais. 
FORMA DOS ATOS 
PROCESSUAIS 
Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir (Princípio da Instrumentalidade das 
Formas); 
TEMPO DOS ATOS 
PROCESSUAIS 
Os atos processuais devem ser praticados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 
(vinte) horas; 
LUGAR DOS ATOS 
PROCESSUAIS 
Em regra, os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo; 
PRAZOS PROCESSUAIS 
 Prazos Legais; 
 Prazos Judiciais; 
 Prazos Convencionais; 
 Prazos Próprios; 
 Prazos Impróprios. 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
PROCESSUAIS 
 Citação Ato pelo qual são convocados o réu, o 
executado ou o interessado para integrar a 
relação processual. 
 Efeitos: induz litispendência, torna litigiosa a 
coisa e constitui em mora o devedor; 
 Modalidades: correio, oficial de justiça, 
escrivão ou chefe de secretaria, edital e meio 
 
28 
 
eletrônico. 
 Intimação Ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e 
dos termos do processo. 
 Intimação Direta; 
 Meio eletrônico; 
 Publicação no órgão oficial; 
 Correio; 
 Escrivão ou chefe da secretaria 
 Oficial de justiça, inclusive por hora certa; 
 Edital. 
 Cartas  Carta Rogatória; 
 Carta de Ordem; 
 Carta Precatória; 
 Carta Arbitral. 
DISTRIBUIÇÃO 
 Por Dependência 
 Livre 
 
 NULIDADES 
VÍCIO 
Ato imperfeito, praticado com defeito porque em desrespeito à forma legal 
prevista para a sua prática; 
NULIDADE 
Sanção processual para a parte que descumpre a forma legal na prática do 
ato; 
NULIDADE RELATIVA 
 Ligada aos interesses particulares das próprias partes; 
 Deve ser alegada pelas partes, na primeira oportunidade que tiverem de 
se manifestarem nos autos; 
 Não pode ser declarada de ofício. 
NULIDADE ABSOLUTA 
 Ligada ao interesse público 
 Pode ser declarada de ofício pelo juiz 
 Pode ser declarada a qualquer tempo e grau de jurisdição (salvo recurso 
especial ou extraordinário, que exigem o prequestionamento). 
MERA IRREGULARIDADE  Inobservância de regra não relevante; 
INEXISTÊNCIA JURÍDICA 
 Ato que falta elemento constitutivo mínimo, sendo impossível considera-
lo como ato processual; 
 Nunca se convalida; 
 
29 
 
 
 PRECLUSÃO 
PRECLUSÃO TEMPORAL  A parte não pratica o ato no momento devido; 
PRECLUSÃO LÓGICA 
 A parte pratica um ato anterior logicamente incompatível com ato que 
se quer praticar; 
PRECLUSÃO CONSUMATIVA  A parte pratica o ato processual,consumando-o; 
PRECLUSÃO PRO JUDICATO 
 Dirigido ao juiz; 
 Impossibilidade de decidir novamente aquilo que já foi examinado. 
 
 COGNIÇÃO 
COGNIÇÃO EXAURIENTE 
 Decisão baseada em juízo de certeza (jurídica), o que justifica a 
formação da coisa julgada; 
COGNIÇÃO SUMÁRIA 
 Juízo de probabilidade, devendo o provimento a ser proferido afirmar, 
apenas e tão somente, que é provável a existência do direito; 
COGNIÇÃO SUPERFICIAL OU 
RAREFEITA 
 Juízo de verossimilhança; 
 Típica das decisões liminares em processo cautelar. 
 
 Valor da Causa 
Reflexos 
 Competência; 
 Procedimento: 
 Calculo das custas e do preparo; 
 Fixação do valor de multas; 
 Recursos em execução fiscal; 
 No inventário e partilha. 
Critérios 
Em regra, conteúdo econômico da demanda; Quando não for possível, uma estimativa. 
 Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos 
juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de 
propositura da ação; 
 Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a 
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou 
o de sua parte controvertida; 
 Na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 
 
30 
 
 Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área 
ou do bem objeto do pedido; 
 Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
 Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos 
valores de todos eles; 
 Na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
 Na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
MPE-GO - 2019 - Promotor de Justiça Substituto: Sobre os atos processuais, a partir das 
disposições do Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta: 
A) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, seja expressa 
ou tacitamente. 
B) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
sempre terão prazo em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou 
tribunal, independentemente de requerimento. 
C) Todas as nulidades dos atos, se não alegadas na primeira na primeira oportunidade em que 
couber à parte falar nos autos, serão consideradas preclusas. 
D) Salvo disposição em sentido contrário, considera-se dia do começo do prazo o dia útil 
seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital. 
Comentário 
LETRA A: Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em 
seu favor, desde que o faça de maneira expressa. 
LETRA B: Como regra, os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios 
de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas 
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento (art. 
229 do CPC) O erro da questão é dizer que isso ocorrerá sempre, pois tal regra não se 
aplica aos processos em autos eletrônicos (art. 229, § 2°, do CPC). 
 
32 
 
LETRA C: O art. 278 do CPC preconiza que “A nulidade dos atos deve ser alegada 
na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão” 
Todavia, o parágrafo único do referido dispositivo ressalva tal sistemática para as 
nulidades que o juiz deva decretar de ofício, estabelecendo, ainda, que “nem prevalece a 
preclusão provando a parte legítimo impedimento”. 
LETRA D: Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do 
prazo: IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital. 
Questão 2 
VUNESP – 2019 – TJ-RO – Juiz de Direito Substituto: Com relação à forma, ao tempo e ao 
lugar dos atos processuais, assinale a alternativa correta. 
A) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o 
faça de maneira expressa. 
B) Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade só 
podem modificar ou extinguir direitos processuais após a homologação judicial. 
C) Salvo autorização judicial, as citações, intimações e penhoras não poderão ser realizadas no 
período de férias forenses e nos feriados. 
D) Em caso de obstáculo criado por uma das partes, superado o motivo que deu causa à 
suspensão do curso do prazo, este será restituído integralmente à outra parte. 
E) O documento redigido em língua estrangeira poderá ser juntado aos autos 
desacompanhado de versão para a língua portuguesa se as partes assim acordarem. 
Comentário 
LETRA A: A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, 
desde que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC); 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
 
33 
 
LETRA B: Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de 
vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos 
processuais (art. 200 do CPC); 
LETRA C: Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras 
poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias 
úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, XI da CF 
(art. 212, §2º, do CPC); 
LETRA D: Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou 
ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo 
igual ao que faltava para sua complementação (art. 221 do CPC); 
LETRA E: O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos 
autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via 
diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado (art. 192 do 
CPC). 
Questão 3 
CESPE – 2019 – TCE-RO – Procurador do Ministério Público de Contas: Um dos 
litisconsortes passivos de determinada ação judicial retirou o processo do cartório, em carga, 
após ser proferida sentença em autos físicos, mas antes de sua publicação. Na mesma semana 
em que isso ocorreu, foram opostos embargos de declaração. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta, considerando que os réus têm 
procuradores diferentes, de escritórios de advocacia distintos. 
A) O dia do vencimento deverá ser excluído da contagem do prazo. 
B) Não se aplica ao caso o benefício da contagem do prazo em dobro. 
C) Considera-se o dia da carga como o dia do começo do prazo. 
D) A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil seguinte ao dia da disponibilização da 
informação no Diário de Justiça. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe
 
34 
 
E) O recurso é considerado intempestivo, pois foi oposto antes do termo inicial do prazo. 
Comentário 
LETRA A: Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o 
dia do começo e incluindo o dia do vencimento. 
LETRA B: Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
LETRA C: Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do 
prazo: VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, 
em carga, do cartório ou da secretaria. 
LETRA D: Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do 
prazo: VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, 
em carga, do cartório ou da secretaria. 
LETRA E: Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o 
dia do começo e incluindo o diado vencimento. 
Questão 4 
FCC - 2019 FCC - TJ-AL - Juiz Substituto: Quanto aos prazos, 
A) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez 
dias. 
B) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que o 
faça de maneira expressa. 
C) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os dias 
corridos. 
D) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de 
janeiro, inclusive. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-tj-al-juiz-substituto
 
35 
 
E) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não 
existir, processualmente. 
Comentário 
LETRA A: Art. 218, §1º, do NCPC – “Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos 
prazos prescritos em lei. § 1º Quando a lei for omissa, O JUIZ DETERMINARÁ OS PRAZOS 
em consideração à complexidade do ato”. 
LETRA B: Art. 225 do NCPC – “Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido 
exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa”. 
LETRA C: Art. 219 do NCPC – “Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por 
lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias ÚTEIS”. 
LETRA D: Art. 220 do NCPC – “Art. 220. SUSPENDE-SE o curso do prazo processual nos 
dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive”. 
LETRA E: Art. 218, §4º, do NCPC – “Art. 218. § 4º Será considerado TEMPESTIVO o ato 
praticado antes do termo inicial do prazo”. 
Questão 5 
FCC – 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: O erro de forma do processo 
A) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de acordo 
com a forma prescrita ou não defesa em lei. 
B) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser 
praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais. 
C) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados em 
nome do exercício pleno e efetivo da atividade jurisdicional. 
D) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a serem 
novamente praticados em tempo razoável. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-tj-al-juiz-substituto
 
36 
 
E) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma das 
partes for menor ou incapaz. 
Comentário 
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não 
possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se 
observarem as prescrições legais. 
Questão 6 
FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto: Em relação aos prazos no atual 
CPC, é correto afirmar: 
A) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos 
ou não, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo 
ou tribunal, independentemente de requerimento. 
B) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo, por não ter 
ainda existência jurídica. 
C) Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, desde 
que haja declaração judicial nesse sentido, podendo a parte, porém, provar justa causa para 
sua não realização. 
D) A parte poderá renunciar tácita ou expressamente ao prazo, desde que estabelecido 
exclusivamente em seu favor. 
E) Ao juiz é defeso reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes. 
Comentário 
Alternativa A: Dispõe o art. 229, caput, do CPC/15, que "os litisconsortes que tiverem 
diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em 
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento". Afirmativa incorreta. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-mpe-mt-promotor-de-justica-substituto
 
37 
 
Alternativa B: Ao contrário do que se afirma, dispõe o art. 218, §4º, do CPC/15, que "será 
considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo". Essa disposição, 
trazida pelo novo CPC, se contrapôs à jurisprudência (doutrinariamente denominada 
de defensiva) firmada pelos tribunais superiores no sentido de que os atos praticados 
antes do início da contagem dos prazos deveriam ser considerados intempestivos. 
Afirmativa incorreta. 
Alternativa C: Não há necessidade de declaração judicial, conforme se extrai do art. 223, 
do CPC/15: "Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato 
processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à 
parte provar que não o realizou por justa causa. § 1o Considera-se justa causa o evento 
alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. § 
2o Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe 
assinar". Afirmativa incorreta. 
Alternativa D: Dispõe o art. 225, do CPC/15, que "a parte poderá renunciar ao prazo 
estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa". 
Afirmativa incorreta. 
Alternativa E: De fato, dispõe o art. 222, §1º, que "ao juiz é vedado reduzir prazos 
peremptórios sem anuência das partes". Pode-se afirmar que existem dois tipos de 
prazos no processo civil: os prazos dilatórios e os prazos peremptórios. Os prazos 
dilatórios são aqueles que podem ser reduzidos ou prorrogados por convenção das 
partes ou por determinação do juiz; os prazos peremptórios são aqueles que, ao 
contrário, não podem ser alterados nem pela vontade das partes e nem por 
determinação do juiz, devendo o processo observar o prazo estabelecido na lei. 
Afirmativa correta. 
Questão 7 
MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça: Em atenção ao princípio da ampla defesa, 
segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o sistema processual civil brasileiro 
não admite o instituto da “supressio”, ou renuncia tácita de um direito ou de uma posição 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-sc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-matutina
 
38 
 
jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos, podendo a parte alegar a nulidade 
de ato processual a qualquer tempo. 
O Certo 
O Errado 
Comentário 
Deve ser observado a boa fé (objetiva) processual (cláusula geral), de modo que é 
vedada a “nulidade algibeira”, manobra processual na qual a parte, estrategicamente, 
permanece silente, deixando de alegar a nulidade em momento oportuno, para suscitá-la 
apenas posteriormente. A nomenclatura, já utilizada em precedentes do STJ (REsp 
1.372.802/RJ), decorre da noção de que se trata de uma nulidade que a parte “guarda no 
bolso” (algibeira) para ser utilizada no momento que melhor lhe convier. Tal estratégia é 
rechaçada pelo STJ, por ir de encontro ao dever de lealdade das partes, em clara ofensa 
à boa-fé processual. 
Questão 8 
FUNDEP – 2019 - DPE-MG - Defensor Público: Acerca dos negócios jurídicos processuais, 
assinale a alternativa correta. 
A) Conforme expressa disposição legal, cabe ao juiz controlar a validade das convenções 
processuais, inclusive de ofício, recusando-lhes aplicação sempre que elas não atenderem às 
exigências do bem comum. 
B) A partir da entrada em vigor do CPC de 2015, lei que encampou os princípios da boa-fé 
processual e da cooperação, tornou-se possível a realização de negócios jurídicos processuais 
unilaterais e bilaterais. 
C) A distribuição diversa do ônus da prova pode ocorrer por convenção das partes, desde que 
não torne excessivamente difícil a um dos litigantes o exercício do direito e sejacelebrada no 
curso do processo. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundep-gestao-de-concursos
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundep-gestao-de-concursos
 
39 
 
D) A celebração de negócio processual por parte desprovida de assistência técnico-jurídica 
pode ensejar situação de vulnerabilidade e, consequentemente, levar à recusa de aplicação da 
convenção pelo julgador. 
Comentário 
LETRA A: CPC, Art. 190. (...) Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz 
controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação 
somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em 
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
LETRA B: Os negócios jurídicos processuais não são necessariamente novidade. O 
CPC/73 já trazia negócios processuais típicos, como por exemplo o foro de eleição, a 
convenção sobre o ônus da prova, e ainda a suspensão do processo para negociação de 
acordo. Podemos mencionar até mesmo a liquidação por arbitramento. 
LETRA C: CPC. Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das 
partes, salvo quando: 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. 
LETRA D: CPC, Art. 190. (...) Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz 
controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação 
somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em 
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. 
Enunciado nº 18, FPPC: Há indício de vulnerabilidade quando a parte celebra acordo de 
procedimento sem assistência técnico-jurídica. 
 
 
40 
 
Questão 9 
PUC-PR - 2017 - TJ-MS - Analista Judiciário: Considerando a Parte Geral do Código de 
Processo Civil, é CORRETO afirmar: 
A) O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição 
voluntária. 
B) A gratuidade da justiça compreende as despesas com publicação na imprensa oficial, mas 
não dispensa a publicação em outros meios. 
C) O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, obrigatoriamente, à ordem cronológica de 
recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. 
D) É lícito às partes plenamente capazes, em qualquer caso, estipular mudanças no 
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, 
poderes, faculdades e deveres processuais, desde que haja processo pendente. 
E) O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
Comentário 
Princípio da perpetuatio jurisdictionis é também chamado de princípio da perpetuação da 
competência. 
Nesse sentido, quando há a distribuição de uma ação seguindo as regras de competência 
da lei, este feito chegará a um órgão do Poder Judiciário e ocorrerá a prevenção 
(prevenção no sentindo de concentrar competência em um determinado juízo). 
Questão 10 
CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto: A intimação de empresa pública para o 
cumprimento de sentença, caso não haja procurador constituído nos autos, será feita 
preferencialmente por 
A) diário oficial. 
B) mandado. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/puc-pr
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/puc-pr
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-tj-pa-juiz-de-direito-substituto
 
41 
 
C) meio eletrônico. 
D) edital. 
E) carta com aviso de recebimento. 
Comentário 
Art. 246. § 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as 
empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo 
em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão 
efetuadas preferencialmente por esse meio. 
Questão 11 
VUNESP - 2019 - Câmara de Mauá - SP - Procurador Legislativo: Os atos processuais são 
públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos 
A) que versem sobre cumprimento da carta arbitral, ainda que não exista cláusula de 
confidencialidade na arbitragem. 
B) em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade, não podendo o 
terceiro, ainda que demonstre interesse jurídico, requerer certidão do dispositivo da sentença. 
C) em que o exija o interesse público, mas não o social. 
D) que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, 
filiação. 
E) que versem sobre a guarda de crianças e adolescentes, sendo que o direito de consultar os 
autos e pedir certidões é restrito apenas aos procuradores das partes. 
Comentário 
Art. 189 Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processo 
I - em que exija o interesse publico ou social, 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
 
42 
 
II- que versem sobre casamento, separação de corpos, divorcio, separação, união estável, 
filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescente; 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional á intimidade; 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juiz; 
§ 1 direito de consultar os autos do processo que tramitam em segredo de justiça e de 
pedir certidões de seus autos é restrito as partes e aos seus procuradores 
§ 2 O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do 
dispositivo da sentença, bem como de inventario e de partilha resultantes de divorcio e 
separação. 
Questão 12 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Poá - SP - Procurador Jurídico: A publicidade dos atos 
processuais tem irrefutável relevância para o Estado Democrático de Direito, além de 
configurar garantia fundamental prevista na Constituição Federal. A respeito do tema, o 
Código de Processo Civil prevê que os atos processuais são públicos. Todavia, tramitam em 
segredo de justiça os processos 
A) que versem sobre arbitragem, salvo no caso de cumprimento da carta arbitral. 
B) em que o exija o interesse público ou social. 
C) que versem sobre arbitragem, desde que a confidencialidade seja estipulada em 
instrumento público. 
D) que versem sobre tributos e fiscalização. 
E) que versem sobre filiação, desde que haja pedido das partes. 
Comentário 
Art. 189 Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processo 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
 
43 
 
I - em que exija o interesse publico ou social, 
Questão 13 
VUNESP - 2019 - Câmara de Serrana - SP - Procurador Jurídico: Assinale a alternativa 
correta sobre os atos das partes. 
A) Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais de vontade não produzem a 
constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. 
B) A desistência da ação só produzirá efeitos após aceitação da parte contrária. 
C) É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, 
impondo a quem as escrever multa correspondente a um salário-mínimo. 
D) Os atos das partes consistentes em declarações bilaterais de vontade produzem 
imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais. 
E) É permitido lançar nos autos cotas interlineares, porém, o juiz poderá pedir que risque e 
ordenará que apresente as mesmas em petição nos autos. 
Comentário 
LETRA A: Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais 
de vontade produzem imediatamenteos termos e as consequências do acordo. O 
consentimento para a solução consensual deve ser informado. 
2.2 Equivalentes Jurisdicionais 
São formas alternativas de solução dos conflitos. Pode-se afirmar que os principais são: 
autotutela, autocomposição e arbitragem. 
 
14 
 
2.2.1 Autotutela 
Ocorre quando uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-se da 
própria força para solucionar o conflito de maneira parcial e egoísta. 
Ademais, o ordenamento jurídico, em regra, veda o exercício da autotutela, tratando-a, 
inclusive, como crime: exercício arbitrário das próprias razões, art. 345 do Código Penal (se for 
um particular) e exercício arbitrário ou abuso de poder (se for o Estado). 
Entretanto, o próprio ordenamento jurídico brasileiro traz exceções em que é permitido 
se utilizar do instituto em estudo, é o caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço 
imediato no esbulho (art. 1.210, §1º do CC), do direito de greve, do direito de retenção, 
doestado de necessidade, do privilégio do poder público de executar os seus próprios atos, da 
guerra, dentre outras. 
 
ATENÇÃO! 
Em respeito ao princípio da inafastabilidade (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988 e 
art. 3º, caput, do CPC/2015), todo e qualquer exercício da autotutela está submetido ao 
controle posterior judicial. 
2.2.2 Autocomposição 
É o legítimo meio de solução pacífica dos conflitos, pois, ocorre quando a própria parte, 
espontaneamente, sacrifica, total ou parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o 
litígio, podendo ocorrer dentro do processo jurisdicional ou fora dele. 
A doutrina mais atual vem considerando como um verdadeiro princípio o “estímulo da 
solução por autocomposição”. 
Além disso, são consideradas espécies de autocomposição: 
 Transação: quando os conflitantes solucionam o conflito por meio de concessões 
mútuas; 
 
15 
 
 Submissão: quando um dos conflitantes abre mão de seus interesses em prol da 
pretensão do outro e, consequentemente, da solução do conflito. Vale a menção de 
que, em sede judicial, quando a submissão é feita pelo autor, está-se diante da 
renúncia (art. 487, III, "c", do CPC/2015), quando é feita pelo réu, está-se diante do 
reconhecimento da procedência do pedido (art. 487, III, "a", CPC/2015). 
Ainda no que tange ao incentivo à autocomposição, o Novo Código de Processo Civil: 
 Traz a necessidade de tentativa de conciliação como ato anterior ao oferecimento 
da defesa pelo réu (arts. 334 e 695); 
 Permite a homologação judicial de acordo extrajudicial de qualquer natureza (art. 
515, III; art. 725, VIII); 
 Permite que, no acordo judicial, seja incluída matéria estranha ao objeto 
litigioso do processo (art. 515, §2º); 
 Permite acordos processuais atípicos, desde que sobre o processo (art. 190). 
2.3 Arbitragem 
A respeito da arbitragem, existe uma celeuma relativa à discussão se ela representa um 
equivalente jurisdicional ou o próprio exercício de jurisdição por autoridade não-estatal. 
A título de exemplo, Fredie Didier considera ser ela um verdadeiro exercício de 
jurisdição, por isso, aduz que: 
“A arbitragem, no Brasil, não é equivalente jurisdicional: é propriamente jurisdição, 
exercida por particulares, com autorização do Estado e como consequência do exercício 
do direito fundamental de autorregramento (autonomia privada)” 
Em sentido contrário, Luiz Guilherme Marinoni defende que a jurisdição somente é 
exercida por pessoa investida do poder jurisdicional nos moldes da Constituição Federal. 
Ponto de vista esse defendido, também, por Cassio Scarpinella Bueno, vejamos: 
“De outra parte, não consigo concordar, com o devido respeito de variados especialistas 
e estudiosos do tema, que a arbitragem tenha caráter jurisdicional. Principalmente 
porque ela que não possui e nem tem aptidão de possuir a imperatividade inerente 
àquela outra classe, o que não significa dizer que não seja possível à lei equipará-la a 
 
16 
 
um ato jurisdicional, como, inequivocamente, faz o inciso VII do art. 515 do CPC de 
2015, seguindo, no particular, o caminho já traçado pela sua lei de regência, a Lei n. 
9.307/1996”. 
Porém, a posição majoritária é que se trata de uma jurisdição não estatal, consistindo 
no julgamento do litígio por terceiro imparcial, escolhido pelas partes. 
A arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes e com 
relação a direitos disponíveis. Ainda, é instituída mediante negócio jurídico denominado 
convenção de arbitragem, que compreende a cláusula compromissória e o compromisso 
arbitral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais 
3.1 Ato-fato Jurídico 
É todo aquele que considera o ato produzido em si e não pela vontade humana, ou 
seja, o ato terá maior relevância para a área jurídica do que o agente que pode ser um 
incapaz. Ex.: um menor de idade achar um tesouro. O agente não é importante no primeiro 
momento, mas sim o ato, apesar de ser menor, este terá uma parte daquilo que foi achado. 
3.2 Ato Unilateral 
Do jurídico, ato unilateral é aquele que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação 
da vontade de uma pessoa só. O ato unilateral é quando eu dou uma recompensa a quem 
achou meu cachorro. 
3.3 Negócio Jurídico 
É aquele proveniente da relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, 
podem ocasionar em efeitos jurídicos. Ex.: um contrato de aluguel. 
3.4 Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu) 
Os fatos naturais são acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da 
vontade humana para que sejam manifestados ou mesmo quando o homem colabora 
indiretamente para a sua ocorrência. Eles podem ser divididos em: 
3.4.1 Fatos Naturais Ordinários 
Quando são esperados, como por exemplo, a morte, o nascimento, etc.; 
3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários 
São aqueles que são imprevisíveis, como terremotos, enchentes, raios, etc., que serão 
considerados apenas se gerarem consequências jurídicas. Ex.: Avião é atingido por um raio e 
todos os passageiros morrem. 
 
18 
 
3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito 
Podem ser chamados de atos meramente lícitos e são cometidos pelo homem sem o 
interesse de influenciar na esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. Ex.: teste de 
DNA para reconhecer a paternidade. 
 
 
19 
 
4. Função jurisdicional 
4.1 Noções de Jurisdição 
Inicialmente, vale frisarmos que a Jurisdição surgiu da necessidade de o Estado tomar 
para si o poder/dever de solucionar os conflitos oriundos do meio social. É a partir de então 
que se tem a noção de Função Jurisdicional, a qual representa uma das funções essenciais do 
Estado, que tem por dever solucionar a chamada LIDE, isto é, o conflito de interesse 
qualificado por uma pretensão resistida, através da aplicação das leis aos casos concretos. 
Isso significa dizer que, após o Estado chamar para si a responsabilidade de estabelecer 
a pacificação social, é vedada, em regra, a denominada autotutela, isto é, quando a própria 
parte, utilizando-se de suas próprias forças, soluciona os conflitos que se vê envolvida. 
Todavia, a essa regra cabe exceções, previstas, saliente-se, no próprio ordenamento jurídico 
pátrio, é o caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço imediato no esbulho (art. 
1.210, §1º do CC) dentre outras. 
 Mas, afinal, o que é Jurisdição? 
4.1.1 Conceito 
Inicialmente, cumpre destacar que o conceito neutralizante e arcaico de que a Jurisdição 
é apenas o poder de o Estado “dizer o direto” diante do caso concreto, segundo a doutrina, 
não está de acordo com a nova sistemática da ciência processual, principalmente, após a 
vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015). 
Ao tratar do tema, Cassio Scarpinella Bueno, em seu Manual de Direito Processual Civil, 
sublinha “ser incorreto associar a função jurisdicional com o papel de o Poder Judiciárioa constituição, modificação ou extinção de direitos 
processuais. 
LETRA B: Art. 200, Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após 
homologação judicial. 
LETRA C: Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o 
juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do 
salário-mínimo. 
LETRA D: Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou 
bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção 
de direitos processuais. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-camara-de-serrana-sp-procurador-juridico
 
44 
 
LETRA E: Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares 
Questão 14 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público: A respeito da função jurisdicional, dos sujeitos 
do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte. 
Ocorrerá a preclusão lógica do recurso para a parte que aceitar, ainda que tacitamente, 
sentença que lhe foi desfavorável. 
O Certo 
O Errado 
Comentário 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato 
incompatível com a vontade de recorrer. 
A preclusão lógica consiste na perda de um direito ou de uma faculdade processual por 
quem tenha realizado atividade incompatível com o respectivo exercício. 
Questão 15 
CESPE - 2019 - CGE - CE - Auditor de Controle Interno: Em razão de problemas técnicos no 
sistema informatizado, a contestação apresentada pelo réu no processo eletrônico não foi 
juntada aos autos e, posteriormente, foi registrado o andamento de decurso do prazo para 
esse ato processual de defesa. 
Acerca das consequências decorrentes do referido problema técnico, é correto afirmar que, 
nessa situação hipotética, 
A) extingue-se o direito de praticar o ato processual de defesa e produzem-se os efeitos da 
revelia. 
B) não se extingue o direito de praticar o ato processual de defesa, mas se produzem os 
efeitos da revelia. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-dpe-df-defensor-publico
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/cespe
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-cge-ce-auditor-de-controle-interno-area-de-correicao
 
45 
 
C) caracteriza-se hipótese de justa causa, cabendo ao juiz permitir ao réu a prática do ato no 
prazo que lhe estipular. 
D) não está configurada hipótese de justa causa, mas não se converte o réu em revel. 
E) não se verifica hipótese de justa causa, mas se produzem os efeitos da revelia. 
Comentário 
Art. 197 (...) 
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do 
auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a 
justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º . 
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato 
processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à 
parte provar que não o realizou por justa causa. 
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de 
praticar o ato por si ou por mandatário. 
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe 
assinar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - D 
Questão 2 - A 
Questão 3 - C 
Questão 4 - B 
Questão 5 - B 
Questão 6 - E 
Questão 7 - ERRADO 
Questão 8 - D 
Questão 9 - E 
Questão 10 – C 
Questão 11 – D 
Questão 12 – B 
Questão 13 – D 
Questão 14 – CERTO 
Questão 15 – C 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 Neste capítulo, faz-se de extrema importância a leitura de: 
Atos Processuais 
 CPC: arts. 188 a 275; e 284 a 293; 
 Lei 11.419/2006. 
 Súmulas: 106, 429 do STJ; e 310 e 449 do STF 
Nulidades 
 CPC: arts. 276 a 283; 
 
 
Atos Processuais 
 Súmula 106, STJ 
Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo 
da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência. 
 Súmula 429, STJ 
A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. 
 Súmula 310, STF 
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação fôr feita nesse dia, o 
prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no 
primeiro dia útil que se seguir. 
 
 
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Valor da Causa 
 Súmula 449, STF 
O valor da causa, na consignatória de aluguel, corresponde a uma anuidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JURISPRUDÊNCIA 
Atos processuais 
 Informativo 546 do STJ: 
Não supre a falta de citação em ação revisional de alimentos o comparecimento do réu 
para contraminutar agravo de instrumento contra decisão denegatória de tutela 
antecipada, sem que haja qualquer pronunciamento na ação principal por parte do 
demandado. 
 Informativo 820 do STJ: 
Nos casos de intimação pessoal realizada por oficial de justiça, a contagem do prazo 
para interposição de recursos ou a eventual certificação de transito em julgado começa a 
partir da juntada dos autos do mandado devidamente cumprido. 
 Informativo 642 do STJ: 
A habilitação de advogado em autos eletrônicos não é suficiente para a presunção de 
ciência inequívoca das decisões, sendo inaplicável a lógica dos autos físicos. A lógica da 
presunção de ciência inequívoca do conteúdo de decisão constante de autos físicos, 
quando da habilitação de advogado com a carga do processo, não se aplica nos 
processos eletrônicos. Para ter acesso ao conteúdo de decisão prolatada e não publicada 
nos autos eletrônicos, o advogado deverá acessar a decisão, gerando, automaticamente, 
informação no movimento do processo acerca da leitura do conteúdo da decisão. 
 Informativo 644 do STJ: 
É valida a intimação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT realizada na 
pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe. 
 
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 Informativo 604, STJ: 
Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de 
ordem, precatória ou rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do 
aviso de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da carta. STJ. (recurso 
repetitivo) (Info 604) 
 Informativo 647, STJ: 
Na hipótese de duplicidade de intimações, prevalece a intimação eletrônica sobre aquela 
realizada por meio do Diário de Justiça 
 
Nulidades 
 Informativo 553 do STJ: 
Não há nulidade na publicação de ato processual em razão do acréscimo de uma letra 
ao sobrenome do advogado no caso em que o seu prenome, o nomes das partes e o 
número do processo foram cadastrados corretamente, sobretudo se, mesmo com a 
existência de erro idêntico nas intimações anteriores, houve observância aos prazos 
processuais passados, de modo a demonstrar que o erro tráfico não impediu a exata 
identificação do processo. O entendimento do STJ é no sentido de que o erro 
insignificante na grafia do nome do advogado, aliado à possibilidade se identificar o 
processo por outros elementos, como o seu número e o nome da parte, não enseja 
nulidade da publicação do ato processual. 
 
Valor da Causa 
 Informativo 519 do STJ 
O valor da causa em ação de reintegração de posse que objetive a retomada de bem 
objeto de contrato de comodato que tenha sido extinto deve corresponder à quantia 
 
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equivalente a doze meses de aluguel do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 1230839-MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/3/2013 (Info 519). 
 Informativo 703 do STF 
Em regra, se a ação proposta tiver por objetivoquestionar um negócio jurídico, o valor 
da causa será o valor econômico deste contrato. Entretanto, a jurisprudência entende 
que, se estiver sendo impugnada apenas uma parte do negócio ou determinada cláusula 
contratual, o valor da causa não será o valor integral do contrato, mas tão somente o 
benefício econômico daquilo que está sendo questionado no processo. STF. Plenário. 
ACO 664 Impugnação ao Valor da Causa-AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, 24/4/2013. 
 Informativo 556 do STJ 
A ação rescisória é uma ação e, portanto, o autor, na petição inicial, deverá indicar o 
valor da causa. Qual é o critério para se atribuir o valor da causa na ação rescisória? Em 
regra, o valor da causa na ação rescisória deverá ser o mesmo que foi atribuído para a 
ação principal (originária), devidamente atualizado monetariamente (valor da causa da 
ação originária + correção monetária). Exceção: é possível que, mesmo o autor tendo 
indicado o mesmo valor da ação principal, a parte ré impugne o valor da causa 
demonstrando que o benefício econômico pretendido na rescisória está em descompasso 
com essa fixação (ex: provando que houve uma excepcional valorização do bem 
pretendido na ação rescisória). O impugnante deverá demonstrar, com precisão, o valor 
correto que entende devido para a ação rescisória, instruindo a inicial da impugnação 
com os documentos necessários à comprovação do alegado. STJ. 2ª Seção. PET 9892-SP, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/2/2015. 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 
1988. 
______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: 
Presidência da República, 2015. 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à 
Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª 
Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 
2018. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, 
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de 
processo civil comentado. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo : Revista dos Tribunais, 2016. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª 
edição. Editora JusPodvm, 2018. 
Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2019. 
 
53 
 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto 
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARTÓRIO
Direito Processual Civil
Capítulo 5
‘ 
 
 
Sumário 
19. Tutela Provisória ................................................................................................................................................. 3 
19.1 Conceito ............................................................................................................................................................ 3 
19.2 Efetivação da Tutela Provisória ............................................................................................................... 4 
19.3 Classificações .................................................................................................................................................. 6 
19.3.1 Tutela Provisória de Urgência ......................................................................................................... 6 
19.3.2 Tutela Provisória de Evidência ..................................................................................................... 16 
19.4 Tutela Provisória Contra a Fazenda Pública ................................................................................... 20 
20. Provas .................................................................................................................................................................... 22 
20.1 Teoria Geral do Direito Probatório .................................................................................................... 22 
20.2 Ônus da Prova............................................................................................................................................. 23 
20.2.1 Inversão do Ônus da Prova .......................................................................................................... 23 
20.3 Provas em espécie ..................................................................................................................................... 24 
20.3.1 Ata Notarial .......................................................................................................................................... 24 
20.3.2 Depoimento Pessoal ........................................................................................................................ 25 
20.3.3 Confissão ............................................................................................................................................... 26 
20.3.4 Exibição de Documento ou Coisa .............................................................................................. 26 
20.3.5 Prova Documental ............................................................................................................................. 27 
20.3.6 Documentos Eletrônicos ................................................................................................................. 28 
20.3.7 Prova Testemunhal ........................................................................................................................... 29 
20.3.8 Prova Pericial ....................................................................................................................................... 30 
20.3.9 Inspeção Judicial ................................................................................................................................ 30 
QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................................... 31 
QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................................. 34 
GABARITO ................................................................................................................................................................... 53 
‘ 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ...................................................................................................................................... 54 
JURISPRUDÊNCIA ....................................................................................................................................................... 56 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................ 63 
 
 
3 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Capítulo 4 
19. Tutela Provisória 
Este assunto é um dos mais cobrados em provas objetivas, sendo indispensável que 
o candidato conheça todas as modalidades de tutelas provisórias, bem como tenha 
conhecimento sobre o direito comparado, levando em conta as mudanças trazidas pelo CPC. 
19.1 Conceito 
Conforme ensina a doutrina, podemos conceituara tutela provisória como sendo o 
conjunto de técnicas que permite ao magistrado, após preenchidos determinados 
pressupostos (que estão em torno da presença da “urgência” ou da “evidência”), prestar a 
tutela jurisdicional, antecedente ou incidentalmente, com base em decisão instável (motivo 
do caráter provisório) apta a assegurar e/ou a satisfazer, desde logo, a pretensão do autor. 
Também podemos conceituar a tutela provisória como uma tutela jurisdicional, fruto 
de uma cognição sumária, dotada de precariedade, que visa a resguardar o direito deduzido 
em juízo ou que objetiva conferir o direito em litígio a quem demonstre possuí-lo. 
É jurisdicional, pois deriva de uma decisão judicial, é proferida por um Juiz, que deve 
ser competente e imparcial. Ressalte-se, neste ponto, que a tutela provisória é, via de regra, 
decidida por decisão interlocutória, de modo a ser recorrível por agravo de instrumento (art. 
1015, I, do CPC). Contudo é possível, sim, que a decisão sobre tutela provisória seja proferida 
na Sentença, quando será recorrível por apelação, que, neste caso, não terá efeito suspensivo 
(art. 1012, § 1º, V, do CPC). Ademais, sendo uma decisão judicial, está submetida ao princípio 
da motivação das decisões judiciais, de modo que a sua concessão, revogação, modificação 
ou o seu indeferimento devem ser motivados (art. 298, do CPC). 
 
4 
 
É fruto de uma cognição sumária, pois a decisão é, via de regra, proferida antes da 
Sentença, ato judicial pelo qual o Juiz efetivamente decide a lide. 
Por fim, é precária, justamente por ser fruto de uma cognição sumária, de um juízo de 
probabilidade, o Juiz pode notar que errou ao proferir a decisão, pode perceber que é mais 
provável, na verdade, que o direito pertença à outra parte, de modo que é possível, a 
qualquer tempo, na pendência do processo, a revogação da tutela provisória, nos termos 
do art. 296, do CPC. 
Nota-se, assim, que as tutelas provisórias são formas de inversão do ônus temporal no 
processo. Em geral, o ônus do transcurso do tempo, no curso do processo, é do autor, ele 
que fica sem o direito pleiteado enquanto o processo passa por seu trâmite regular. Por meio 
da tutela provisória, o direito lhe é concedido, do modo precário, ou ao menos o direito passa 
a ser acautelado, antes do fim do processo, de modo que o ônus passa a ser do Réu. 
 
A tutela provisória pode ser deferida em qualquer tipo de processo, seja ele de 
conhecimento, seja de execução, ou em qualquer grau de jurisdição. 
19.2 Efetivação da Tutela Provisória 
Segundo a previsão do art. 297, caput, do CPC, o juiz poderá determinar as medidas 
que considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória. O termo efetivação significa 
execução da tutela, que não dependerá de processo autônomo, desenvolvendo-se por mera 
fase procedimental. 
O parágrafo único do art. 297, do CPC, prevê expressamente que a efetivação da tutela 
provisória é realizada por meio de cumprimento de sentença provisória, no que couber. A 
utilização do termo "no que couber" permite ao juiz do caso concreto deixar de aplicar as 
 
5 
 
regras procedimentais da execução provisória que se mostrarem contraproducentes à 
efetivação da tutela antecipada. 
Tratando-se de tutela de urgência, é invariavelmente incompatível com a necessidade 
de imediata satisfação o procedimento estabelecido pelo cumprimento de sentença. Nessa 
espécie de efetivação, portanto, mais do que nunca se aplicará o termo "no que couber", 
permitindo ao juiz a antecipação de atos processuais executivos, ainda que em descompasso 
com o procedimento legal, se tal postura for necessária para a efetiva satisfação do direito 
pela parte que obteve uma tutela de urgência. 
A efetiva satisfação da tutela de urgência que tenha como objeto uma obrigação de 
pagar quantia certa depende da anuência em pagar pelo demandado, o que raramente 
ocorre. Tendo sido intimado para cumprir sua obrigação e quedando-se inerte, restará ao 
demandante tentar localizar o patrimônio do demandado e convertê-lo dentro das formas 
legais em satisfação de seu direito. Mas, a burocracia que envolve a maioria desses atos 
executivos é incompatível com a urgência exigida para a efetivação dessa espécie de tutela, de 
forma que caberá ao juiz a tomada de providências que agilizem essa efetivação, tais como a 
penhora de dinheiro on line, alienação antecipada etc. Todo esse procedimento se realizará 
como mera fase procedimental, porque, mesmo diante da recusa do demandado em pagar, a 
ação autônoma de execução continua a ser dispensável.1 
 
Em regra, a tutela provisória é concedida por meio de uma decisão interlocutória, sendo 
executada por meio de cumprimento provisório de sentença, nos termos do parágrafo único 
do art. 297, do CPC. 
 
1 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora JusPodvm, 2018, p. 
487-488. 
 
6 
 
19.3 Classificações 
Quanto à fundamentação, a tutela provisória é classificada como: De urgência (dividida 
em Antecipada e Cautelar) ou De evidência; já quanto ao momento de concessão, classifica-
se em: antecedente ou incidental, nos termos do Art. 294 do CPC. 
 
19.3.1 Tutela Provisória de Urgência 
Com o advento do NCPC, houve uma unificação entre o antigo procedimento 
cautelar e antecipado, sendo ambas, atualmente, espécies de tutela de urgência. Neste 
sentido, no requerimento de qualquer das espécies, deverá a parte comprovar os seguintes 
requisitos: probabilidade do direito (fumus boni iuris) e perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo (periculum in mora). 
 
Tragamos à baila para clarear as ideias a informação disposta no Enunciado nº 143 do FPPC 
(Fórum Permanente de Processualistas Civis): (art. 300, caput) “A redação do art. 300, caput, 
superou a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela 
TUTELA 
PROVISÓRIA
URGÊNCIA
ANTECIPADA
(ANTECEDENTE 
OU INCIDENTAL)
CAUTELAR
(ATECEDENTE OU 
INCIDENTAL)
EVIDÊNCIA
 
7 
 
satisfativa de urgência, erigindo a probabilidade e o perigo na demora a requisitos comuns 
para a prestação de ambas as tutelas de forma antecipada”. 
A concessão poderá ser feita de forma liminar ou após justificação prévia. Caberá ao 
juiz analisar a urgência que acomete a causa para que decida se é razoável proferir, desde 
logo, a decisão, independentemente de manifestação da parte contrária. 
Regra geral, a tutela provisória somente será concedida no caso de possibilidade de 
reversibilidade (art. 300, § 3º, do CPC). Ocorre que, quando o direito envolver dupla 
irreversibilidade, o juiz deverá analisar, com base no caso concreto, a proporção do direito 
que, se irreversível, causará menos dano. 
 
Sobre o tema, expõe o enunciado 25 da EFAM: “A vedação de tutela de urgência cujos 
efeitos possam ser irreversíveis (art. 300, § 3º) pode ser afastada no caso concreto, com base 
na garantia do acesso à justiça”. 
Sabendo que os requisitos para a concessão das tutelas de urgência são os mesmos, 
cabe ao juiz identificar se o pedido é satisfativo (tutela antecipada) ou não satisfativo 
(tutela cautelar). Nesse particular, ainda que se formule um pedido cautelar no lugar de um 
antecipado, o juiz não deve indeferir a medida, em respeito ao Princípio da Fungibilidade 
(Art. 305, parágrafo único, do CPC). 
 
 
 
8 
 
 
A parte a quem for concedida a tutela de urgência é objetivamente responsável pelos danos 
que, porventura, vier a causar com a sua efetivação, de forma que a indenização será liquidada 
nos autos em que a medida tiver sido concedida. Trata-se de aplicação da teoria do risco-
proveito, considerando-se que, se de um lado a obtenção e a efetivação de uma tutela 
cautelar são altamente proveitosas para a parte, por outro lado, os riscos pela concessão 
dessa tutela provisória concedida mediante cognição sumária são exclusivamentedaquele que 
dela se aproveitou2. 
Justamente por isto, é possível que o juiz, ao conceder a tutela provisória, exija caução 
real ou fidejussória, de modo a restar garantida a reparação dos danos sofridos pela outra 
parte em caso de revogação da decisão que concedeu a tutela. Importante ressaltar que a 
imposição de caução não é obrigatória (cabendo ao juiz analisar a sua necessidade em cada 
caso) e que a caução não subsiste caso o requerente da tutela provisória demonstre ser 
hipossuficiente (art. 300, § 1º, do CPC). 
O art. 302, do CPC, expõe as hipóteses legais de responsabilidade objetiva em razão do 
prejuízo da efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, vejamos: 
 Quando a sentença lhe for desfavorável; 
 Quando obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os 
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
 Quando ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
 Quando o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do 
autor. 
 
2 Vide questão 9 deste material; 
 
9 
 
 
A responsabilidade pelos prejuízos causados à parte adversa em razão da concessão e 
efetivação de tutela de urgência ao final revogada não exclui a eventual reparação por dano 
processual. 
 
19.3.1.1 Tutela Provisória de Urgência Antecipada 
É a tutela provisória de natureza satisfativa, a qual permite ao juiz definir 
antecipadamente os efeitos que, sem ela, somente poderia conceder ao final. Não se 
antecipa a tutela constitutiva ou declaratória da mesma forma que não se antecipa a tutela 
condenatória, mas sim os efeitos que essas tutelas geram no plano dos fatos. É útil, portanto, 
para afastar uma situação de perigo de prejuízo. 
O pedido de suspensão liminar de ato administrativo em uma ação anulatória, por 
exemplo, tem como objetivo antecipar os efeitos da sentença final, de modo que o ato, desde 
já, pare de produzir seus efeitos. Outro exemplo de tutela antecipada se configura quando se 
pleiteia, em ação que busque o fornecimento de medicamentos por determinado ente público, 
a concessão dos medicamentos antes da sentença. Note-se que, em ambos os casos, busca-se 
uma antecipação dos efeitos da própria sentença. É uma antecipação do próprio pedido. 
19.3.1.2 Tutela Provisória de Urgência Antecipada Antecedente 
A lei 13.105/15 (NCPC) repetiu o procedimento de requerimento de tutela antecipada, 
previsto no CPC/73, porém inovou ao trazer a possibilidade de a tutela ser requerida em 
caráter antecedente, bem como a possibilidade de estabilização da tutela, quando requerida 
em momento anterior à propositura da ação. 
 
10 
 
Antes da propositura da ação principal, poderá a parte fazer o pedido de tutela 
antecipada em caráter antecedente, demonstrando o direito a que se busca e comprovando 
o preenchimento dos requisitos do art 300, do CPC, sendo que, quanto ao pedido principal, 
deve a parte apenas indicar qual a tutela final pretendida. 
É assim que dispõe o art. 303, do CPC, “nos casos em que a urgência for 
contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da 
tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito 
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo”. 
Não se trata propriamente de uma petição inicial, mas de um requerimento inicial 
voltado exclusivamente à tutela de urgência pretendida. 
Concedida a tutela, será conferido ao autor o prazo de 15 dias (ou outro maior que o 
juiz determinar), para que adite sua petição (não incidindo novas custas) com a 
complementação de sua argumentação, a juntada dos documentos e a confirmação do pedido 
de tutela final, que acompanharão o processo. O descumprimento acarretará a extinção do 
processo sem apreciação do mérito. 
Feita a complementação, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação e 
é intimado da decisão interlocutória que concedeu a tutela, para que, caso queira, 
interponha o agravo de instrumento. 
Na eventualidade de o juízo entender que não é hipótese de concessão da tutela 
antecipada antecedente, será o autor intimado, no prazo de cinco dias, para complementar 
sua petição com a tutela final requerida, sob pena de extinção do processo. 
O pronunciamento que indefere o pedido de tutela antecipada formulada em caráter 
antecedente é também impugnável por meio do agravo de instrumento, nos termos do art. 
1.015, I, do CPC. 
 
11 
 
19.3.1.3 Estabilização da Tutela Antecipada Antecedente 
Quando o interesse do autor se satisfaz frente à concessão da tutela antecipada em 
caráter antecedente e o réu não agrava de instrumento, nem aquele adita a petição inicial, 
ocorre o fenômeno da estabilização (vide art. 304, do CPC), ou seja, a imutabilidade da 
autoridade (efeitos) das decisões judiciais. Embora o processo seja extinto sem julgamento 
do mérito, a decisão liminar permanece produzindo efeitos. 
 
A decisão estabilizada não faz coisa julgada. Na coisa julgada, temos uma tutela final; ocorre 
após o trânsito em julgado de uma decisão COM resolução de mérito; está sujeita a uma 
ação rescisória (de competência originária de tribunal), a qual deve ser proposta no prazo de 
dois anos (art. 975 do CPC). 
A estabilização representa uma generalização da técnica monitória para situações de 
urgência e para a tutela satisfativa, na medida em que viabiliza a obtenção de resultados 
práticos a partir da inércia do réu. 
 
Havendo a interposição do agravo de instrumento pelo réu, estará afastada a estabilização 
da tutela antecipada concedida de forma antecedente independentemente do resultado do 
recurso. O simples fato de o réu ter se insurgido contra a decisão, mesmo que por meio de 
recurso formalmente imperfeito, já é o suficiente para a não aplicação do art. 304, do Novo 
CPC. 
 
12 
 
 
 
A tutela antecipada antecedente (art. 303 do CPC) somente se torna estável se não houver 
nenhum tipo de impugnação formulada pela parte contrária, de forma que a mera 
contestação tem força de impedir a estabilização. STJ. 3 Turma. REsp 1.760.966-SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018 (Info 639).3 
As partes terão um prazo de até dois anos para requerer a revisão, a reforma ou a 
invalidação da tutela estabilizadora, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, 
havendo preclusão do direito, após o decurso desse prazo, mantendo, portanto, os efeitos da 
decisão (art. 304, §5º, do CPC)4. 
 
O procedimento previsto no §5º, do artigo 304, não se confunde com a ação rescisória. 
 
 
3 Vide questão 2 deste material; 
4 Vide questão 3 deste material; 
 
13 
 
19.3.1.4 Tutela Provisória de Urgência Cautelar 
Para abordar o presente tema, é importante que o candidato atente que o presente 
tópico não se confunde com o processo cautelar que era previsto no CPC/73. A nova 
legislação extinguiu a divisão em espécie dos procedimentos cautelares, prevendo ainda como 
novidade a possibilidade do requerimento de tutela antecipada cautelar antecedente. 
Assim, a tutela provisória de urgência cautelar é de natureza não satisfativa, visto que 
o juiz não defere de pronto os efeitos pedidos, mas apenas determina uma medida 
protetiva, assecuratória, de modo a preservar o direito do autor, em razão do risco relativo à 
demora no processo, nos moldes do caput do art. 297, do CPC. 
 
A tutela de urgência cautelar não busca antecipar o provimento final do feito, não busca 
conferir ao autor um direito, ainda que precário, mas sim proteger o objeto do processo. 
São formas de efetivação da tutela cautelar, o arresto, o sequestro, o arrolamento de 
bens, o registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito (art. 301, do CPC)5. 
A tutela cautelar é ampla, gerale irrestrita, significando que a parte que dela necessite 
deve apenas demonstrar o preenchimento do fumus boni iuris e o periculum in mora no caso 
concreto para recebê-la, ou seja, os requisitos do art. 300, do CPC, e com a exposição 
sumária dos motivos pelo qual se objetiva o direito. 
Feito o requerimento, o réu será citado para que apresente contestação em um prazo 
de cinco dias (artigo 306). 
 
5 Vide questão 5 deste material; 
 
14 
 
Após a efetivação da cautelar (se atentem ao termo efetivação, já que os examinadores 
costumam trocá-lo pelo “deferimento”), o autor formulará, nos mesmos autos, o pedido 
principal em um prazo de trinta dias, sob pena de cessação da cautelar. 
19.3.1.5 Tutela Provisória de Urgência Cautelar Antecedente 
Nos termos do art. 305, caput, do CPC, a petição inicial da ação que visa à prestação de 
tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição 
sumária do direito que se visa assegurar e o perigo na demora da prestação da tutela 
jurisdicional. 
Sendo acolhido o pedido e efetivada a medida cautelar, o autor terá o prazo de 30 
dias para aditar a petição inicial, elaborando seu pedido principal, sendo adotado a partir 
desse momento o procedimento comum. 
Também, com o acolhimento do pedido cautelar antecedente, o réu será citado para, 
no prazo de 5 dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir6. 
Sendo apresentada contestação pelo réu, o parágrafo único do art. 307, do CPC, dispõe que o 
pedido cautelar seguirá o procedimento comum. 
No entanto, a ausência jurídica de contestação no processo cautelar gera a revelia do 
réu, exatamente como ocorre no processo de conhecimento. 
 
Essa presunção relativa de veracidade limita-se apenas ao pedido cautelar. 
Havendo revelia e sendo gerado o efeito da presunção da veracidade dos fatos, impõe-
se a aplicação do art. 355, II, do CPC, verificando-se o julgamento antecipado do mérito. 
 
6 Vide questão 7 deste material; 
 
15 
 
No caso de rejeição do pedido, entretanto, a conversão do processo cautelar em 
processo principal é uma mera faculdade do autor. O indeferimento do pedido apenas influi 
no julgamento do pedido principal se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de 
decadência ou de prescrição, como prevê o art. 310, do CPC. 
As causas de cessação da eficácia da tutela cautelar se encontram nos incisos do art. 
309, do CPC, vejamos: 
 Não deduzir o pedido principal no prazo legal: é a possibilidade do autor não 
elaborar o pedido principal no prazo de 30 dias, hipótese aplicável somente às 
cautelares requeridas em caráter antecedente, já que de forma incidental, como será 
analisado, o pedido principal já foi formulado. 
 Não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias: impede que a cautelar gere efeitos, 
de forma que a cessação nesse caso não será dos efeitos da tutela cautelar, ainda 
não gerados, mas da eficácia da decisão que concedeu a tutela cautelar. 
 O juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir 
o processo sem resolução de mérito: cessa a eficácia da medida cautelar, já que 
em ambos os casos a decisão gera a derrota do autor, sendo consequência a perda 
de eficácia da tutela cautelar que o favorecia. 
19.3.1.6 Tutela Provisória de Urgência (Antecipada ou 
Cautelar) Incidental 
Quando a urgência surge no curso do processo, deve-se formular o pedido incidental 
da tutela provisória, que nada mais é do que o pleito em simples petição dirigido ao próprio 
Juiz da causa, explicitando a urgência, a probabilidade do direito e o pedido. 
Pode ser concedida a qualquer momento do processo, ou seja, do início, com a 
propositura da demanda, até o final, com o trânsito em julgado. 
Ressalte-se que, por ser pleiteada por simples petição, a tutela de urgência (antecipada 
ou cautelar) requerida em caráter incidental independerá do pagamento de custas, tendo em 
vista já ter havido pagamento de custas quando da propositura da ação. 
 
16 
 
Apesar do pedido ser no curso do processo, a tutela de urgência incidental também 
pode ser concedida inaudita altera parte, o que significa dizer que é admissível a concessão 
dessa espécie de tutela de urgência sem o pronunciamento da parte contrária. 
 
 
Nesses casos em que a tutela é concedida inaudita altera parte¸ não há violação do princípio 
do contraditório, pois, no casos, existe o chamado contraditório diferido, nos termos do art. 
9, parágrafo único, I, do CPC. 
No entanto, tal possibilidade deve ser concedida apenas de maneira excepcional, pois 
somente se justifica conceder uma tutela de urgência de natureza satisfativa antes da oitiva do 
réu em situações de extrema urgência, nas quais a mera espera da citação e resposta do réu 
já seja suficiente para o perecimento do direito do autor. Por exemplo, a hipótese de a ciência 
motivar o réu a adotar alguma conduta que venha a frustrar a eficácia de uma futura 
antecipação de tutela pode justificar no caso concreto sua concessão liminarmente. 
19.3.2 Tutela Provisória de Evidência 
A tutela de evidência permite que o juiz antecipe uma medida, transferindo do autor 
para o réu o ônus da demora processual. Sob esse título, o legislador agrupou (em rol que a 
doutrina entende taxativo) hipótese que dispensam a urgência, o perigo de dano ou o risco 
do resultado útil do processo7. 
 
7 Vide questão 8 deste material; 
 
17 
 
Nos termos do art. 311 do CPC, a tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando8: 
19.3.2.1 Abuso do Direito de Defesa ou o Manifesto Propósito 
Protelatório da Parte 
O inciso I, do art. 311, do CPC, prevê que a concessão de tutela provisória de evidência 
pode ser decorrente do abuso do direito de defesa ou do manifesto propósito protelatório da 
parte. 
O juiz a concede quando, no curso do processo, a conduta da parte é tal que permita 
inferir que está protelando o julgamento, ou buscando auferir vantagens indevidas, pelo 
decurso do tempo. 
 
“A probabilidade do direito constitui requisito para concessão da tutela da evidência fundada 
em abuso do direito de defesa ou em manifesto propósito protelatório da parte contrária”, 
conforme estipulado pelo Enunciado 47 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF/STJ. 
19.3.2.2 Fato Provável e Tese Jurídica Pacificada nos Tribunais 
Superiores 
O inciso II, do art. 311, do CPC, dispõe que: as alegações de fato puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante9. 
 
8 Vide questão 1 deste material; 
9 Vide questão 6 deste material 
 
18 
 
São dois os requisitos cumulativos: que havendo questão de fato, ela já possa ser 
comprovada apenas por documentos; e que a questão de direito seja objeto de tese firmada 
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Tais circunstâncias, se 
verificadas, darão ao juiz uma forte convicção de procedência da pretensão do autor. 
Nessa segunda hipótese, fica evidenciada a necessidade de probabilidade de existência 
do direito do autor, elemento essencial da tutela de evidência. O legislador tomou o cuidado 
de exigir essa probabilidade tanto no aspecto fático como no jurídico, exigindo prova 
documental para comprovar os fatos alegados e tese jurídica já firmada em julgamento de 
casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
 
Enunciado nº 30 da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados): “É possível a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do 
CPC/2015 quando a pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada pelo 
Supremo Tribunal Federal em sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com tese 
previstaem súmula dos tribunais, independentemente de caráter vinculante.” 
Enunciado nº 31 da Enfam: “A concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do 
CPC/2015 independe do trânsito em julgado da decisão paradigma.” 
19.3.2.3 Prova Documental em Ação Reipersecutória 
Prevista no inciso III, do art. 311, do CPC, a tutela de evidencia pode ser concedida 
quando se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, 
sob cominação de multa10. 
 
10 Vide questão 4 deste material; 
 
19 
 
Substituiu o procedimento especial de depósito, que agora é tutela de evidência. Assim, 
caso o depositário não devolva a coisa, pode-se pretender a devolução por meio de tutela 
provisória da evidência. 
 
Enunciado 29 da Enfam: “para a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, III, do 
CPC/2015, o pedido reipersecutório deve ser fundado em prova documental do contrato de 
depósito e também da mora”. 
19.3.2.4 Prova Documental sem Prova do Réu Capaz de Gerar 
Dúvida Razoável ao Juiz 
O inciso IV, do art. 311, do CPC, prevê a última hipótese de tutela da evidência. Se a 
petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito 
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável, ao juiz caberá a 
concessão da tutela provisória da evidência. A prova pode ser documentada, ou seja, o autor 
pode se valer de prova emprestada oral ou pericial. 
 
 
Nas hipóteses previstas nos incisos II e III, do artigo 311, o juiz poderá conceder a tutela de 
evidência liminarmente, sendo a materialização do contraditório diferida, ou seja, em 
momento posterior à concessão do direito. 
 
20 
 
A respeito do tema, seguem alguns dos principais enunciados do FPPC (Fórum Permanente de 
Processualistas Civis) e da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados): 
Enunciado nº 418 do FPPC: “As tutelas provisórias de urgência e de evidência são admissíveis 
no sistema dos Juizados Especiais.” 
Enunciado nº 422 do FPPC: “A tutela de evidência é compatível com os procedimentos 
especiais.” 
Enunciado nº 423 do FPPC: “Cabe tutela de evidência recursal.” 
19.4 Tutela Provisória Contra a Fazenda Pública 
Atualmente, está ultrapassado o entendimento de que exista uma vedação generalizada 
de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública, podendo sim ser possível a concessão de 
tutela provisória contra a fazenda pública. 
Os três principais argumentos contrários à possibilidade de concessão de tutela 
antecipada contra a Fazenda Pública (que foram superados) são: 
 Reexame necessário: previsto no art. 496, do CPC, só é exigido de algumas 
sentenças de mérito que causam determinada lesão à Fazenda Pública, e não de 
decisão interlocutória. 
 Necessidade de trânsito em julgado para expedição de precatório: nem sempre o 
pagamento de pagar quantia certa dependerá de precatório, como admite o STJ, ao 
estabelecer que em caso de fornecimento de medicamento não entregue pelo 
Estado, inclusive com o bloqueio de verbas públicas, na esteira de entendimento 
consolidado no Supremo Tribunal Federal. Além disso, nem todas as causas contra a 
 
21 
 
fazenda pública versam sobre pagamento de quantia certa, existem também as 
causas que buscam a satisfação das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa. 
 Vedação ao cabimento de “cautelares satisfativas” decorrente da previsão do 
art. 1.º da Lei 8.952/1994: a vedação geral à concessão da tutela antecipada só 
pode ser creditada à incapacidade de compreender as diferenças entre tutela 
cautelar e tutela antecipada. 
 
Súmula 729, STF: “A decisão da Ação direta de Constitucionalidade 4 não se aplica à 
antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária”. Ou seja, pode conceder a tutela 
provisória contra a Fazenda Pública em matéria previdenciária – não há restrições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
20. Provas 
20.1 Teoria Geral do Direito Probatório 
Para Daniel Amorim de Assumpção Neves11, o termo “prova”, no campo processual, é 
empregado em diferentes acepções, vejamos: 
 Pode significar a produção de atos tendentes ao convencimento do juiz, 
confundindo-se nesse caso com o próprio procedimento probatório (por exemplo, o 
autor tem o ônus de provar, ou seja, de praticar os atos atinentes à formação do 
convencimento do juiz); 
 Pode significar o próprio meio pelo qual a prova será produzida (prova documental, 
prova testemunhal etc.); 
 Pode significar a coisa ou pessoa da qual se extrai informação capaz de comprovar 
a veracidade de uma alegação, ou seja, a fonte de prova (documento, testemunha); 
 Pode significar o resultado de convencimento do juiz (por exemplo, "esse fato está 
devidamente provado nos autos"). 
Assim, a prova no processo civil têm a finalidade de garantir que as partes provem suas 
alegações, isto é, o fato constitutivo do direito do autor, ou eventual fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo, arguido pelo réu. 
Dessa forma e nos termos dos arts. 319, VI, e 336, do CPC, cabe às partes indicar, na 
petição inicial e na contestação, os meios de prova que pretendem produzir para ver 
confirmadas as suas alegações. 
 
 
 
11 NEVES, Daniel. p. 724. 
 
23 
 
 
Em matéria probatória, o Processo Civil brasileiro é norteado pelo Princípio do 
Convencimento Fundamentado ou da Persuasão Racional (vide art. 371, do CPC). 
20.2 Ônus da Prova 
O ônus da prova será delimitado na decisão de saneamento, mas, ao fixá-lo, o juiz 
deve observar uma peculiaridade trazida no artigo 373. Isto porque, apesar de mantido o 
sistema estático de ônus da prova como regra (incumbe ao autor a prova do fato 
constitutivo de seu direito e ao réu, a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor), o parágrafo primeiro inovou ao possibilitar a distribuição dinâmica do 
ônus da prova12. 
 A exceção (distribuição dinâmica da prova) ocorrerá quando as peculiaridades da causa 
impossibilitem ou dificultem excessivamente a produção da prova por aquele que em regra 
deveria fazê-la. Também será possível quando a parte contrária tiver maior facilidade na 
obtenção da prova. 
O juiz irá avaliar qual parte está em melhores condições de produzir a prova e, por 
decisão fundamentada, decidirá o ônus. 
20.2.1 Inversão do Ônus da Prova 
Outra possibilidade é a inversão convencional da prova, que será admitida quando o 
direito recair sobre direito disponível e que não gere à outra parte uma prova diabólica, ou 
seja, excessivamente difícil de ser produzida. 
Existem três espécies de inversão do ônus da prova: 
 
12 Vide questão 11 deste material; 
 
24 
 
 Convencional: decorre de um acordo de vontades entre as partes, que poderá 
ocorrer antes ou durante o processo. Possui duas limitações, causando a nulidade 
da convenção quando: recair sobre direito indisponível da parte; ou tornar 
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
 Legal: prevista expressamente em lei, não exigindo o preenchimento de requisitos 
legais no caso concreto. Os exemplos dessa espécie de inversão do ônus probatório 
são encontrados no Código de Defesa do Consumidor, nos arts. 12, § 3º; 14, § 3º; e 
38, todos do CDC. 
 Judicial: em toda relação jurídica de direito material levada a juízo será possível 
essa inversão em aplicação da teoria, agora consagrada legislativamente, da 
distribuição dinâmica do ônus da prova. 
20.3 Provas em espécie 
Querido aluno, preste bastante cuidado quando da leitura dos dispositivos legais 
relativos ao tema, pois são comumente cobrados em Provas. 
Segue abaixo alguns dos principais meios de prova em direito admitidos. 
20.3.1 Ata Notarial 
Consiste na manifestação do tabelião sobre a existênciae o modo de existir de 
algum fato, a requerimento do interessado. Não se confunde com a escritura pública e tem 
ampla utilidade nos dias atuais, notadamente, para atestar questões expostas na rede mundial 
de computadores, pela efemeridade de sua existência. 
A ata notarial é cabível sempre que for possível a uma pessoa humana, no caso o 
tabelião, atestar a existência ou modo de ser, independentemente da natureza ou espécie de 
natureza jurídica de direito material derivada de tais fatos. Sua força probatória decorre da fé 
pública do tabelião, pela qual o juiz poderá presumir o fato lá descrito como verdadeiro. 
Trata-se de espécie de prova pré-constituída, ou seja, criada fora do juízo, o que pode 
facilmente ser comprovado pela sua forma documental. 
 
25 
 
O parágrafo único do art. 384, do CPC, prevê que “dados representados por imagem ou 
som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial”. 
20.3.2 Depoimento Pessoal 
O depoimento pessoal é espécie de prova oral, sendo conceituado como o testemunho 
das partes em juízo sempre que requerido expressamente pela parte contrária ou pelo juiz. É 
importante colocar as partes diretamente diante do juiz, sem o filtro criado pelos advogados 
quando elaboram suas razões. Muitas vezes, inclusive, o depoimento pessoal pode mostrar 
que as coisas não se deram exatamente como narrado pelo advogado na petição inicial ou 
contestação. 
Assim, o depoimento pessoal nada mais é do que o interrogatório das partes (autor, 
réu e terceiros intervenientes) realizado pelo juiz, com a finalidade de esclarecimento certos 
pontos controvertidos da demanda ou até mesmo para se obter a confissão. 
Segundo Daniel Amorim de Assumpção Neves13, o depoimento pessoal se desenvolve 
em quatro fases procedimentais: propositura; admissibilidade, produção e valoração. 
O momento ideal para a propositura se dará na petição inicial do autor e a 
contestação do réu. No entanto, como é comum, nesse momento a mera indicação genérica 
dos meios de prova, a propositura especifica do depoimento pessoal se dá invariavelmente ao 
final da fase postulatória, quando o juiz determina às partes a especificação dos meios de 
prova que pretendem produzir. 
A admissibilidade, em regra, se dará por meio de decisão saneadora escrita. Trata-se 
de decisão interlocutória, mas em razão de sua ausência no rol do art. 1.015, do CPC, não é 
recorrível por agravo de instrumento. 
A produção da prova divide-se em duas fases: preparação e realização. A preparação 
da prova antecede a audiência de instrução, constituindo-se na intimação da parte para que 
compareça em juízo sob pena de confesso. A realização se dá na audiência de instrução e 
julgamento. Apesar de o momento adequado para a produção do meio de prova ora 
 
13 NEVES, Daniel, p. 768. 
 
26 
 
analisado ser a audiência de instrução e julgamento, admite-se excepcionalmente que o 
depoimento pessoal seja prestado em outro momento processual. 
Quanto à valoração, como todo meio de prova, o depoimento pessoal será valorado 
no momento em que o juiz proferir sua sentença, quando deverá na fundamentação de sua 
decisão exteriorizar as cargas de convencimento dadas no caso concreto para cada meio de 
prova produzido. 
20.3.3 Confissão 
Ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e 
favorável ao interesse da parte adversa. 
Aduz o art. 389 do CPC que a confissão pode ser judicial ou extrajudicial. A confissão 
judicial é feita nos autos, mediante atos do processo, tais como a contestação, a réplica e o 
depoimento pessoal. 
A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada, realizada pela própria parte ou 
por representante com poderes específicos para confessar. 
A confissão provocada resulta do depoimento pessoal, podendo ser real, quando a 
parte efetivamente responde as perguntas que lhe são dirigidas confessando determinados 
fatos, e ficta, quando a parte deixa de comparecer à audiência de instrução ou se nega 
injustificadamente a responder objetivamente as perguntas que lhe são feitas. 
A confissão espontânea é realizada fora do depoimento pessoal, podendo ser tanto 
oral, hipótese em que o juiz documentará a confissão nos autos mediante a elaboração de 
termo (art. 390, § 2º, do CPC), como escrita. 
A confissão extrajudicial é realizada fora do processo, de forma escrita ou oral, mas 
nesse caso só terá eficácia se a lei não exigir a forma escrita (art. 394, do CPC). 
20.3.4 Exibição de Documento ou Coisa 
Trata-se de meio de prova utilizado para a parte provar alegação de fato por meio de 
coisa ou documento que não esteja em seu poder. 
 
27 
 
O art. 396 prevê que “o juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que 
se encontre em seu poder”. 
O juiz, de ofício, pode determinar a terceiros a exibição de documento ou coisa. 
Quando dirigida à parte do processo, o poder do juiz se fundamenta nos chamados "poderes 
instrutórios”; consagrado no art. 370, caput, do CPC. Quando dirigida a terceiro, além dos 
"poderes instrutórios”; aplica-se o dever do terceiro de colaborar com a atividade judicial na 
busca da verdade, conforme previsto nos arts. 378 e 380, II, do CPC. 
A escusa pela parte ou pelo terceiro em exibir a coisa ou documento em juízo pode se 
fundamentar em seis hipóteses (art. 404 do Novo CPC): 
I. Se concernente a negócios da própria vida da família; 
II. Se a sua apresentação puder violar dever de honra; 
III. Se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem 
como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes 
representar perigo de ação penal; 
IV. Se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou 
profissão, deva guardar segredo; 
V. Se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, 
justifiquem a recusa da exibição; 
VI. Houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. 
Porém, o art. 399, do CPC, limita seu exercício de defesa prevendo três hipóteses em 
que não será admitida tal recusa: 
I. O requerido tiver obrigação legal de exibir; 
II. O requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de 
constituir prova; 
III. O documento, por seu conteúdo, for comum às partes. 
20.3.5 Prova Documental 
São os escritos, os desenhos, os mapas, as pinturas, as fotografias, as gravações 
sonoras, filmes etc., capazes de representar fisicamente um fato. 
 
28 
 
Segundo o art. 405 do Novo CPC, o documento público faz prova da sua formação e 
também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que 
ocorreram em sua presença. Na hipótese de a lei exigir, como da substância do ato, um 
determinado instrumento público, nenhuma outra prova poderá suprir a ausência desse 
documento (art. 406, do CPC). 
Já o documento é particular sempre que for elaborado sem a intervenção de um oficial 
público. Segundo o art. 408, do CPC, as declarações constantes do documento particular 
escrito e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário. 
O art. 411, do CPC, prevê que três hipóteses em que o documento será considerado 
autêntico: 
I. Tabelião reconhecer a firma do signatário; 
II. Autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, 
inclusive eletrônico, nos termos da lei; 
III. Não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento. 
O art. 434, caput, do CPC, prevê que a prova documental deve ser produzida pelo autor 
na instrução da petição inicial e pelo réu na instrução da contestação. O art. 435, do CPC, 
entretanto, expressamente prevê exceções à rigidez da regra consagrada no dispositivo 
anterior. No caput do art. supracitado, há duas hipóteses: provar fatos supervenientes e para 
contrapor prova documental produzida nos autos. 
Já o parágrafo único do art. 435, doCPC, admite a juntada posterior de documentos 
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, 
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o 
motivo que a impediu de juntá-los anteriormente. 
20.3.6 Documentos Eletrônicos 
Documento eletrônico é toda forma de representação de um fato por decodificação, 
por meios utilizados na informática, telecomunicações e outras formas de produção 
cibernética. Assim, podemos considerar documento eletrônico todo o meio físico 
 
29 
 
eletrônico/digital capaz de registrar fatos, tais como: CDs, DVDs, BluRay Disc, HDs, pendrives, 
email etc. 
Diferente do documento físico, cuja autenticidade é reconhecida por meio da assinatura 
de seu autor, o documento eletrônico deve ser subscrito com o uso de certificado digital 
emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (art. 3° da Lei 12.682/2012). 
20.3.7 Prova Testemunhal 
Prova testemunhal é meio de prova consubstanciado na declaração em juízo de um 
terceiro que de alguma forma tenha presenciado os fatos discutidos na demanda. 
A respeito desse meio de prova, o candidato deve se atentar à informação disposta no 
art. 442, do CPC: “A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo 
diverso”14. 
Outro ponto muito importante reside na informação expressa no art. 447, do CPC, pois 
é dito que as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas NÃO podem depor como 
testemunhas. 
Já o art. 447, § 3º, do CPC, prevê as pessoas que são consideras suspeitas para depor 
como testemunhas, quais são: o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; ou o que tiver 
interesse no litígio. 
Já são impedidos de testemunhar, segundo o art. 447, § 2, do CPC: O cônjuge, o 
companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro 
grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse 
público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro 
modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; O que é parte na causa; 
E o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa 
jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. 
 
14 Vide questão 15 deste material; 
 
30 
 
20.3.8 Prova Pericial 
Toda vez que houver a necessidade de conhecimento técnico ou científico específico 
para esclarecer determinados fatos da causa, pode o juiz, de ofício ou a requerimento, se valer 
da prova pericial. 
Como não se pode exigir conhecimento pleno do juiz a respeito de todas as ciências 
humanas e exatas, sempre que o esclarecimento dos fatos exigir tal espécie de conhecimento, 
o juízo se valerá de um auxiliar especialista, chamado de perito. 
20.3.9 Inspeção Judicial 
A inspeção judicial consiste em prova produzida diretamente pelo juiz, quando 
inspeciona pessoas, coisas ou lugares, sem qualquer intermediário entre a fonte de prova e o 
juiz. Podem ser objeto de inspeção judicial bens móveis, imóveis e semoventes, além das 
partes e de terceiros15. 
Em regra, a inspeção judicial ocorre na sede do juízo e na audiência de instrução e 
julgamento. Ainda que na sede do juízo, é plenamente admitida a inspeção judicial em 
audiência com esse fim específico. Excepcionalmente, a inspeção judicial ocorrerá fora da sede 
do juízo, prevendo o art. 483, do CPC, as hipóteses nas quais o juiz deverá ir ao local onde se 
encontrem a pessoa ou a coisa. 
A inspeção judicial fora da sede do juízo ocorre sempre que o juiz entender necessária 
tal medida para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar. Também 
será realizada a inspeção judicial no local da coisa sempre que seu transporte à sede do juízo 
mostrar-se dispendioso ou extremamente difícil, como na hipótese de coisas de grande porte 
ou de alto valor. Por fim, também será realizada a inspeção judicial fora da sede do juízo na 
reconstituição dos fatos, quando o juiz deverá se locomover até o local em que os fatos 
ocorreram. 
 
 
15 Vide questão 14 deste material; 
 
31 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 TUTELA PROVISÓRIA 
CONCEITO 
Tutela jurisdicional, fruto de uma cognição sumária, dotada de precariedade, 
que visa a resguardar o direito deduzido em juízo ou que objetiva conferir o 
direito em litígio a quem demonstre possuí-lo. 
TUTELAS PROVISÓRIAS DE 
URGÊNCIA 
Exigem dois requisitos cumulativos: 
 A probabilidade do direito; 
 O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA ANTECIPADA 
Possui natureza satisfativa, a qual permite ao juiz definir antecipadamente os 
efeitos que, sem ela, somente poderia conceder ao final; 
Útil para afastar uma situação de perigo de prejuízo. 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA ANTECIPADA 
ANTECEDENTE 
Quando a urgência é requerida em momento anterior a propositura da ação. 
Limita-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de 
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do 
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA CAUTELAR 
Possui natureza não satisfativa, visto que o juiz não defere de pronto os efeitos 
pedidos, mas apenas determina uma medida protetiva, assecuratória, de modo 
a preservar o direito do autor, em razão do risco relativo à demora no processo. 
A tutela cautelar é ampla, geral e irrestrita, significando que a parte que dela 
necessite deve apenas demonstrar o preenchimento do fumus boni iuris e o 
periculum in mora no caso concreto para recebê-la, e com a exposição sumária 
dos motivos pelo qual se objetiva o direito. 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA CAUTELAR 
ANTECEDENTE 
Também é requerida em momento anterior a propositura da ação. 
Indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se visa 
assegurar e o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional. 
 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
URGÊNCIA (ANTECIPADA OU 
CAUTELAR) INCIDENTAL 
Surge no curso do processo. 
Concedida a qualquer momento do processo, ou seja, do início, com a 
propositura da demanda, até o final, com o trânsito em julgado. 
Pode ser concedida inaudita altera parte. 
 
TUTELA PROVISÓRIA DE 
EVIDÊNCIA 
Exige apenas um requisito para a sua concessão, qual seja: a demonstração da 
probabilidade do direito, nos termos legais. 
 
32 
 
Será concedida quando: 
 Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório da parte; 
 As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante; 
 Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de 
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
 A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de 
gerar dúvida razoável. 
 
 
 
33 
 
 
PROVAS 
TEORIA GERAL DO DIREITO 
PROBATÓRIO 
Pode ser empregado em diferentes acepções: 
 Pode significar a produção de atos tendentes ao convencimento do juiz, 
confundindo-se nesse caso com o próprio procedimento probatório (por 
exemplo, o autor tem o ônus de provar, ou seja, de praticar os atos 
atinentes à formação do convencimento do juiz); 
 Pode significar o próprio meio pelo qual a prova será produzida (prova 
documental, prova testemunhal etc.); 
 Pode significar a coisa ou pessoa da qual se extrai informação capaz de 
comprovar a veracidade de uma alegação, ou seja, a fonte de prova 
(documento, testemunha); 
 Pode significar o resultado de convencimento do juiz (por exemplo, "esse 
fato está devidamente provadonos autos"). 
ÔNUS DA PROVA 
Em regra, incumbe ao autor a prova do fato constitutivo de seu direito e ao 
réu, a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
A exceção ocorrerá quando as peculiaridades da causa impossibilitem ou 
dificultem excessivamente a produção da prova por aquele quem em regra 
deveria fazê-la. 
Existem três espécies de inversão do ônus da prova: 
 Convencional; 
 Legal; 
 Judicial. 
PROVAS EM ESPÉCIE 
 Ata notarial; 
 Depoimento pessoal; 
 Confissão; 
 Exibição de documento ou coisa; 
 Prova documental; 
 Documentos Eletrônicos; 
 Prova Testemunhal; 
 Prova Pericial; 
 Inspeção Judicial. 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
FUNDEP (Gestão de Concursos) - MPE-MG - 2019 - MPE-MG - Promotor de Justiça 
Substituto: Assinale a alternativa incorreta: 
A) Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial 
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, 
com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao 
resultado útil do processo. 
B) A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente 
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o 
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
C) Desde que demonstrado o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, a 
tutela da evidência será concedida, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de 
defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa. 
D) Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, 
determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de 
arguição de impedimento e de suspeição. 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fundep-gestao-de-concursos
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-mg
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/mpe-mg
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fundep-gestao-de-concursos-2019-mpe-mg-promotor-de-justica-substituto
 
35 
 
Comentário: 
Letra A - art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da 
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação 
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do 
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
Letra B - art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em 
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que 
se objetiva assegurar e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
Letra C - art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: (...) 
Nestes casos, a evidência se caracteriza com conjugação de dois pressupostos: prova das 
alegações de fato e probabilidade de acolhimento da pretensão processual. 
Dispensa-se a demonstração de urgência ou perigo. Por isso, há quem prefira 
compreender a tutela provisória de evidência simplesmente como aquela para cuja 
concessão se dispensa a demonstração de perigo. 
Seu objetivo é redistribuir o ônus que advém do tempo necessário para transcurso de 
um processo e a concessão de tutela definitiva. Isso é feito mediante a concessão de 
uma tutela imediata e provisória para a parte que revela o elevado grau de probabilidade 
de suas alegações (devidamente provadas), em detrimento da parte adversa e a 
improbabilidade de êxito em sua resistência - mesmo após uma instrução processual. 
 Letra D - art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, 
podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano 
irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição. 
 
 
36 
 
Questão 2 
VUNESP - 2019 - Prefeitura de São José dos Campos - SP - Procurador: O fenômeno da 
estabilização da tutela provisória ocorre 
A) na tutela de evidência, caso a decisão que a deferiu não seja objeto de recurso. 
B) na tutela antecipada requerida em caráter incidente, caso a decisão que a deferiu não seja 
objeto de recurso. 
C) na tutela cautelar requerida em caráter antecedente, caso a decisão que a deferiu não seja 
objeto de recurso ou não tenha sido apresentada contestação. 
D) na tutela de evidência e na tutela de urgência, caso a decisão que a deferiu não seja objeto 
de recurso ou não tenha sido apresentada contestação. 
E) na tutela antecipada requerida em caráter antecedente, caso a decisão que a deferiu não 
seja objeto de recurso ou não tenha sido apresentada contestação. 
Comentário: 
Info 639 STJ - A tutela antecipada antecedente (art. 303 do CPC) somente se torna 
estável se não houver nenhum tipo de impugnação formulada pela parte contrária, de 
forma que a mera contestação tem força de impedir a estabilização. 
Apenas na tutela antecipada, de natureza satisfativa, que defere o mérito da demanda. 
A estabilização não é cabível nos provimentos de cunho acautelatório. 
Não é cabível a estabilização no caso de tutela de urgência requerida em caráter 
incidental. 
 A redação do art. 304 do CPC aplica a estabilização apenas para as tutelas de urgência 
requerida em caráter antecedente, uma vez que, no caso da tutela de urgência incidental, 
estará em curso um processo de cognição exauriente para discutir a matéria objeto da 
antecipação. 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/vunesp
 
37 
 
Questão 3 
MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Promotor de Justiça Substituto: Sobre a tutela provisória, de 
acordo com o Código de Processo Civil, é incorreto afirmar que: 
A) Concedida a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, o autor deverá aditar a 
petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos 
e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o 
juiz fixar. 
B) No procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o réu será citado 
para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir. 
C) Nem todas as hipóteses da tutela da evidência comportam apreciação liminar pela 
autoridade judiciária. 
D) O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada, extingue-se após 
dois anos, contados da concessão da tutela de urgência. 
Comentário: 
Letra A - Concedida a tutela antecipada o autor deverá aditar a petição inicial, com a 
complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação 
do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar 
(Art. 303, § 1º, inciso, do CPC). 
Letra B - Nos termos do art. 306 do CPC (que versa sobre o procedimento da tutela 
cautelar requerida em caráter antecedente) "o réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) 
dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir". 
Letra C - Segundo o parágrafo único, do art. 311, do CPC, somente nas hipóteses dos 
incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Em outras palavras, a liminar só é 
cabível quando "as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou emsúmula vinculante" ou quando "se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/mpe-go
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-substituto-anulada
 
38 
 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de 
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa". 
 Letra D - § 5º do art. 303: O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, 
previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da 
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º. 
Questão 4 
FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: A tutela da evidência 
A) em nenhuma hipótese admite concessão de liminar judicial. 
B) depende de demonstração de perigo de dano iminente. 
C) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo. 
D) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos do 
direito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável. 
E) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa. 
Comentário: 
Letra A - Nas hipóteses dos incisos II e III do artigo 311, o juiz poderá decidir 
liminarmente, nos termos do Parágrafo único do artigo 311 do NCPC (Art. 311. A tutela 
da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano 
ou de risco ao resultado útil do processo, quando: II - as alegações de fato puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em 
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a 
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; Parágrafo único. Nas 
hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente). 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
 
39 
 
Letra B - Art. 311, caput, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
INDEPENDENTEMENTE DA DEMONSTRAÇÃO DE PERIGO DE DANO OU DE RISCO AO 
RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO (...)”. 
Letra C - Vide explicação da assertiva B. 
Letra D - Art. 311, IV, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável”. 
 Letra E - Art. 311, III, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do 
objeto custodiado, sob cominação de multa”. 
Questão 5 
FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto: A tutela provisória 
A) se suspenso o processo, como regra perde ela sua eficácia durante o período respectivo. 
B) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, 
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida 
idônea para asseguração do direito. 
C) conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser revogada ou modificada 
por ocasião do saneamento processual ou da sentença. 
D) se requerida em caráter incidental, depende do pagamento de custas processuais. 
E) de urgência só poderá ser concedida em caráter antecedente, pois a urgência precede, 
quanto aos fatos, o pedido inicial de antecipação tutelar. 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-mpe-mt-promotor-de-justica-substituto
 
40 
 
Comentário: 
Letra A - Art. 296, parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela 
provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. 
Letra B - Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e 
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
Letra C - Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, 
mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Letra D - Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do 
pagamento de custas. 
 Letra E - Art. 294, parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou 
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
Questão 6 
MPE-SP - 2019 - Promotor de Justiça Substituto: A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo. Poderá ser concedida liminarmente quando 
A) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da 
parte. 
B) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova testemunhal adequada do contrato 
de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob 
cominação de multa. 
C) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
D) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sp-2019-mpe-sp-promotor-de-justica-substituto
 
41 
 
E) se tratar de pedido possessório fundado em prova documental adequada, caso em que será 
decretada a ordem de reintegração ou manutenção da posse, sob cominação de multa. 
 
Comentário: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório 
da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos 
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
 Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
Questão 7 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: Nos termos do Código de Processo Civil, no 
procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o réu será citado para, no 
prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir. 
O Certo 
O Errado 
 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-sc-2019-mpe-sc-promotor-de-justica-matutina
 
42 
 
Comentário: 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter 
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se 
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza 
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 . 
 Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar 
as provas que pretende produzir.‘dizer 
o direito’, como se o magistrado se limitasse, sempre e invariavelmente, a revelar o direito 
preexistente ao caso concreto”, isso significa dizer que não se deve tratar o juiz como 
verdadeiro “boca da lei”, mas sim, deve o Estado-juiz realizar concretamente o direito, como 
se depreende da redação do Art. 4º, do CPC/2015. 
 
20 
 
Para Marcus Vinícius R. Gonçalves, é possível conceituar a Jurisdição como a “Função 
do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter 
coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos”. 
Por outra faceta e no intuito de adequar o conceito de Jurisdição às diversas 
transformações pelas quais o Estado passou, Fredie Didier, em seu Curso de Direito Processual 
Civil I, considera que: 
A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de realizar o Direito de modo 
imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c) reconhecendo/efetivando/protegendo 
situações jurídicas (d) concretamente deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle 
externo (f) e com aptidão para tornar-se indiscutível (g). 
Nesse particular, há de se frisar a ideia de que tal conceito reflete os vários fatores 
responsáveis pelo atual modelo de Estado, tais como: a força normativa da Constituição, 
propulsora do denominado Neoprocessualismo/Formalismo Valorativo que, por seu turno, 
visa adequar o processo civil aos preceitos constitucionais fundamentais; a valorização, por 
parte do Legislador, da técnica das cláusulas gerais processuais, a qual abre espaço para o 
papel criativo do juiz frente ao caso concreto; a criação de agências reguladoras, dotadas de 
função executiva, legislativa e judicante, dentre outros. 
Por fim, saliente-se que a Jurisdição se distingue das demais funções essenciais ao 
Estado (Legislativa e Administrativa) devido a certas características, as quais passaremos a 
analisar adiante. 
4.1.2 Características 
No intuito de particularizar a Jurisdição, a doutrina elenca as principais características do 
ato jurisdicional que, unidas, distinguem-no dos outros atos estatais, bem como dos atos 
praticados por particulares, vejamos: 8 
 Substitutividade: compreende a noção de que a vontade do Estado-juiz, o Poder 
Judiciário, substitui a vontade das partes na resolução dos litígios, motivo pelo qual, 
aquele deve, no exercício de sua função jurisdicional, ser imparcial, garantindo-se, 
 
8 Vide questão 2 desse material. 
 
21 
 
dessa forma, a pacificação do conflito que as envolve. Como afirma Fredie Didier é a 
chamada técnica de solução de conflitos por heterocomposição. Dessa forma, 
havendo um contrato de empréstimo inadimplido, e sendo a vontade da lei o 
pagamento de tal dívida, a jurisdição terá condições de substituir a vontade do 
devedor (de não pagar) pela vontade da lei (realização do pagamento). 
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo, isto é, é imposta aos 
litigantes, de modo que estes devem cumpri-la, a fim de se ver satisfeita a decisão 
proferida. 
 Definitividade: é a determinação de que as decisões judiciais, quando preenchidos 
certos requisitos, adquirem o caráter de imutabilidade, não podendo ser mais 
discutidas, uma vez que se está diante da chamada coisa julgada. 
 
É incorreto afirmar que só haverá jurisdição se houver coisa julgada, pois o legislador 
ordinário pode, por exemplo, em certas hipóteses, não submeter certas decisões à coisa 
julgada, tendo em mente que esta representa uma opção política do Estado. 
 Inafastabilidade: característica intimamente ligada ao acesso à justiça, visto que o 
controle jurisdicional não pode ser evitado ou sofrer mitigações, conforme preceito 
disposto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988 “a lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” e reproduzido no Art. 
3º, caput, do CPC/2015 “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou 
lesão a direito”. 
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido 
pelo Poder Judiciário, não podendo ser delegado, sob pena de violação ao 
princípio do juiz natural (o qual será estudado mais à frente). 
 Inércia: pode-se afirmar que é uma característica garantidora da imparcialidade do 
julgador, posto que os envolvidos no conflito têm a incumbência de provocar a 
 
22 
 
função jurisdicional do Estado, a fim de ver solucionado o conflito no qual estão 
envolvidos. Conforme lição de Marcus Vinícius R. Gonçalves “A função jurisdicional 
não se movimenta de ofício, mas apenas por provocação dos interessados”. 
Ressalte-se, por fim, que, uma vez iniciado o processo, o Estado se torna o maior 
interessado em ver o litígio solucionado, visto que ele é o responsável pela 
manutenção da paz social, dessa forma, deve conduzir a marcha processual de 
maneira justa e efetiva, através do denominado Impulso Oficial. 
 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante 
de cargo de Juiz, regularmente investido nessa função. 
4.1.3 Classificação 
Preliminarmente, insta dizer que a Jurisdição é UNA e abrange todo e qualquer litígio 
referente ao direito, todavia, por razões didáticas, ela apresenta algumas classificações, 
vejamos: 
 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide, isto é, um conflito de 
interesse qualificado por uma pretensão resistida, a qual deve ser solucionada pelo 
Poder Judiciário. Destarte, uma das partes busca obter uma determinação judicial no 
intuito de obrigar a parte contrária. Além disso, tendo em vista que a sentença 
decide uma situação conflituosa, ela sempre favorece uma das partes. 
 Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de 
existência de uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação 
judicial. Assim, a parte busca uma determinação judicial que valha para ela mesma. 
Ademais, é possível que a sentença favoreça ambas as partes. Por fim, é mister 
acentuar a lição da doutrina no sentido de que “A jurisdição voluntária não serve 
para que o juiz diga quem tem razão, mas para que tome determinadas 
providências que são necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da 
relação processual”. 
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas 
submetidas ao Estado. 
 
23 
 
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal. Como ensina Humberto 
Theodoro Júnior “Aquilo que não couber na jurisdição penal e nas jurisdições 
especiais será alcançado pela jurisdição civil, pouco importando que a lide verse 
sobre direito material público (constitucional, administrativo etc.) ou privado (civil ou 
comercial)”. Essa classificação recebe bastante crítica de parcela da doutrina, pois 
“Se o critério é a natureza do direito material, por que não se falar também em 
jurisdição trabalhista, jurisdição eleitoral, jurisdição penal militar?”9 
 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais. 
 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva, pois é 
competente para solucionar todo e qualquer conflito que não for de competência 
especial. 
 Jurisdição Superior: é aquela competente para reexaminar as decisões proferidas 
por órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior. 
 Jurisdição Inferior: é aquela exercida pelo órgão jurisdicional que enfrenta o 
processo desde o início, ou seja, aquele que tem competência originária para a 
demanda, onde as decisões proferidas estão sujeitas à análise por outro órgão 
jurisdicional de hierarquia superior. 
 
Não confundir Jurisdição superior com o julgamento pelos tribunais, pois os tribunais 
exercem tanto jurisdição superior como inferior, tudo a depender do caso concreto. Todos os 
tribunais têm ações de sua competência originária, e nesses casos exercem a jurisdição 
inferior. Da mesma forma, todos osQuestão 8 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público: Acerca do pedido, da tutela provisória, da 
citação, da suspeição e dos recursos, julgue o item que se segue. 
Ao contrário da tutela de urgência, a tutela de evidência independe da demonstração de 
perigo de demora na prestação jurisdicional. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art303
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2019-dpe-df-defensor-publico
 
43 
 
Questão 9 
VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto: As tutelas provisórias têm como objetivo 
minimizar as consequências nefastas que o tempo do processo pode causar no direito da 
parte. No entanto, sua efetivação poderá causar prejuízos à parte adversa. 
A respeito do tema, assinale a alternativa correta. 
A) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que 
possível. 
B) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não tem o 
condão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da tutela de 
urgência. 
C) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em 
responsabilidade pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa do 
requerente. 
D) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final do 
processo foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, devendo ser 
realizada em autos apartados. 
E) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de indenização 
contra o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do 
responsável. 
Comentário: 
Letra A - A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, 
sempre que possível. 
Observar que a alternativa é reprodução literal do art. 302, parágrafo único, do CPC/2015. 
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo 
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-mt-juiz-substituto
 
44 
 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido 
concedida, sempre que possível. 
Letra B - A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor 
não tem o condão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação 
da tutela de urgência. 
Art. 302, IV, do NCPC - “Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, 
a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte 
adversa, se: IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do 
autor”. 
Letra C - Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em 
responsabilidade pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa 
do requerente. 
“A Segunda Seção do STJ é firme no entendimento de que os danos decorrentes da 
execução de tutela antecipada, assim como de tutela cautelar e execução provisória, são 
disciplinados pelo sistema processual vigente, independentemente da análise sobre culpa 
da parte, ou se esta agiu de má-fé (REsp 1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018)”. 
Letra D - A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao 
final do processo foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, 
devendo ser realizada em autos apartados. 
Art. 302, IV, do NCPC - “Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, 
a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte 
adversa, se: IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do 
autor”. 
“A Segunda Seção do STJ é firme no entendimento de que os danos decorrentes da 
execução de tutela antecipada, assim como de tutela cautelar e execução provisória, são 
disciplinados pelo sistema processual vigente, independentemente da análise sobre culpa 
 
45 
 
da parte, ou se esta agiu de má-fé (REsp 1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018)”. 
Letra E - O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de 
indenização contra o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a 
condenação do responsável. 
 “A sentença de improcedência, quando revoga tutela concedida por antecipação, 
constitui, como efeito secundário, título de certeza da obrigação de o autor indenizar o 
réu pelos danos eventualmente experimentados, cujo valor exato será posteriormente 
apurado em liquidação nos próprios autos (REsp 1767956/RJ, Rel. Ministro MOURA 
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018)”. 
Questão 10 
FCC - 2018 - MPE-PB - Promotor de Justiça Substituto: Considere os seguintes enunciados, 
que concernem à tutela provisória. 
I. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser 
revogada por ocasião da sentença. 
II. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, só pode ser concedida em caráter 
antecedente. 
III. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, 
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida 
idônea para asseguração do direito. 
IV. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial 
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, 
com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao 
resultado útil do processo. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
A) I e III. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2018-mpe-pb-promotor-de-justica-substituto
 
46 
 
B)I, II e IV. 
C) II, III e IV. 
D) I e II. 
E) III e IV. 
Comentário: 
Item I - Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, 
mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Item II - Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
Item III - Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e 
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
 Item IV - Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da 
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação 
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do 
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
Questão 11 
MPE-GO - 2019 - Promotor de Justiça: " A consagração do direito à prova como um direito 
fundamental significa o reconhecimento da máxima potencialidade possível (efetividade) a ser 
atribuído ao mecanismo probatório, assegurando ás partes do processo todos os meios 
considerados úteis e idôneos para que possam influenciar no convencimento do juiz, o que 
implica a inviabilidade de criação de obstáculos legislativos irracionais ou não razoáveis que 
tornem praticamente impossível ou extremamente difícil o seu exercício, sob pena de a 
vedação legislativa ter de ser considerada inconstitucional " ( CAMBI , Eduardo. Direito 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-go-2019-mpe-go-promotor-de-justica-reaplicacao
 
47 
 
constitucional à prova no processo civil. São Paulo: RT, 2001. p. 200-201).tribunais têm competência recursal, quando então 
exercerão jurisdição superior. 
 
9 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora 
JusPodvm, 2018, p. 96. 
 
24 
 
4.1.4 Princípios 
A função jurisdicional deve ser exercida através do respeito aos seguintes princípios 
fundamentais: 
 Princípio do Juiz Natural: determina que a função jurisdicional deve ser exercida 
apenas pelo órgão a que a Constituição reservou a parcela do poder jurisdicional. 
Nesse ponto, insta salientar a regra da VEDAÇÃO ao denominado Tribunal de 
Exceção, isto é, a criação de juízes ou tribunais para o julgamento de certas causas. 
 Princípio da improrrogabilidade: determina que os limites da jurisdição estão 
previstos na constituição Federal, razão pela qual, não se permite ao legislador 
ordinário reduzi-los ou ampliá-los. 
 Princípio da Indeclinabilidade: determina que o Órgão Jurisdicional tem o dever 
de, uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional. É a famosa vedação ao Non 
Liquet, prevista no caput do art. 140, do CPC/2015. 
 Princípio da Aderência Territorial: determina que todo juiz ou órgão judicial está 
adstrito a certa circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do 
poder jurisdicional, conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de 
organização judiciária. 
 
 
 
25 
 
5. Cooperação Internacional 
5.1 Cooperação Internacional 
A necessidade de cooperação internacional decorre do fenômeno da globalização dos 
interesses econômicos, assim como do alargamento das comunicações sociais, devido ao 
avanço tecnológico, razão pela qual, o Estado precisa da cooperação do outro para melhor 
aplicação da justiça e satisfação de suas decisões. 
A Lei 13.105/2015 (NCPC) elenca as normas gerais a respeito do tema. Nesse sentido, o 
art. 26 estabelece que o tratado de que o Brasil for parte regerá a cooperação internacional, 
além de trazer os requisitos genéricos para tal cooperação, vejamos: 
Mas, a pergunta que se faz é: como se dará essa cooperação internacional? 
Três são as maneiras fundamentais para o exercício dessa cooperação: por auxílio 
direto, por carta rogatória ou pela homologação de sentença 
estrangeira. 
 Auxílio direto: cabe quando a medida não decorrer diretamente de decisão de 
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil 
(art. 28, do CPC/2015); 
 Carta rogatória: é procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior 
Tribunal de Justiça, e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal 
(art. 36, do CPC/2015). 
 Homologação de sentença estrangeira: requerida por ação de homologação de 
decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em 
tratado (art. 960, do CPC/2015). 
O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica, podendo comunicar-se diretamente com suas congêneres e, se 
necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de 
 
26 
 
pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas as disposições 
específicas constantes de tratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 TEORIA GERAL DO PROCESSO 
PRINCÍPIOS 
 Princípio da Inércia 
 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição 
 Princípio da Efetividade 
 Princípios da Boa-fé e Cooperação 
 Princípio da Isonomia e Contraditório 
 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado 
 Princípio da Fundamentação das Decisões 
DIREITO INTERTEMPORAL 
Vigência do CPC a partir de 16/03/206, atingindo todos os novos processos 
e os pendentes, preservando atos já realizados e não retroagem para 
prejudicar os direitos processuais adquiridos. 
 
POLÍTICA DE TRATAMENTO ADEQUADO DE CONFLITOS JURÍDICOS 
MEDIAÇÃO 
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões 
e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento 
da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem 
benefícios mútuos. 
CONCILIAÇÃO 
O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo 
vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação 
para que as partes conciliem. 
PRINCÍPIOS QUE REGEM A 
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
 Independência (do mediador e do conciliador); 
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador); 
 Autonomia da vontade; 
 Confidencialidade; 
 Oralidade; 
 Informalidade; 
 Decisão informada; 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS 
 Autotutela: uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-
se da própria força para solucionar o conflito. 
 
28 
 
 Autocomposição: a própria parte, espontaneamente, sacrifica, total ou 
parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o litígio. 
 Arbitragem: jurisdição não estatal, consistindo no julgamento do litígio 
por terceiro imparcial, escolhido pelas partes. 
 
TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS PROCESSUAIS 
ATO-FATO JURÍDICO É o ato produzido em si e não pela vontade humana. 
ATO UNILATERAL 
É o ato que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação da vontade 
de uma pessoa só. 
NEGÍCIO JURÍDICO 
É a relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, podem 
ocasionar em efeitos jurídicos. 
FATOS NATURAIS (FATOS 
JURÍDICOS STRICTU SENSU) 
São acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da vontade 
humana. 
ATO JURÍDICO EM SENTIDO 
ESTRITO 
São os atos cometidos pelo homem sem o interesse de influenciar na 
esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. 
 
 FUNÇÃO JURISDICIONAL 
CONCEITO 
A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito 
objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e 
gerando com tal solução a pacificação social.10 
CARACTERÍSTICAS 
 Substitutividade: é a noção de que a vontade do Estado-juiz substitui a vontade das 
partes na resolução dos litígios. 
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo. 
 Definitividade: as decisões judiciais, quando preenchidos certos requisitos, adquirem o 
caráter de imutabilidade. 
 Inafastabilidade: o controle jurisdicional não pode ser evitado ou sofrer mitigações. 
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido pelo 
Poder Judiciário. 
 Inércia: é uma característica garantidora da imparcialidade do julgador. 
 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante 
de cargo de Juiz. 
CLASSIFICAÇÃO 
 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide. 
 Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de existência de 
uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação judicial. 
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas submetidas 
 
10 Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, Volume Único. 10ª edição. Editora 
JusPodvm, p. 59. 
 
29 
 
ao Estado. 
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal. 
 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais. 
 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva. 
 Jurisdição Superior: reexamina as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais de 
hierarquia inferior. 
 Jurisdição Inferior: as decisões proferidas estão submetidas à análise por outro 
órgão jurisdicional de hierarquia superior; 
PRINCÍPIOS 
 Princípio do Juiz Natural: função jurisdicional apenas exercida pelo órgão que a 
Constituição reservou a parcelado poder jurisdicional; 
 Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição estão previstos na constituição 
Federal; 
 Princípio da Indeclinabilidade: uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional; 
 Princípio da Aderência Territorial: todo juiz ou órgão judicial está adstrito a certa 
circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do poder jurisdicional, 
conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de organização judiciária 
 
 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
AUXÍLIO DIRETO 
A medida não decorre diretamente de decisão de autoridade jurisdicional 
estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
CARTA ROGATÓRIA 
Procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior Tribunal de 
Justiça, e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA 
ESTRANGEIRA 
Requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo 
disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
MPE-GO - 2019 - Promotor de Justiça Substituto: Considerando as normas fundamentais do 
processo civil, de acordo com a Parte Geral do Código de Processo Civil, é correto afirmar: 
A) A legislação atual assegura às partes o direito de obtenção, em lapso temporal razoável, da 
plena resolução meritória da demanda judicial, excluída a atividade satisfativa, isto é, de 
cumprimento ou execução. 
B) O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de 
matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
C) O juiz não deve proferir decisão contra uma das partes sem que lhe seja dada 
oportunidade de se manifestar, ainda que a decisão seja proferida em ação monitória, quando 
evidente o direito do autor. 
D) O dever de todos os sujeitos processuais, inclusive o perito, cooperarem para buscar a 
obtenção de decisão que julgue o mérito da demanda judicial, em tempo razoável, de modo 
justo e efetivo, não está previsto nas normas fundamentais do processo civil no Brasil. 
Comentário: 
O princípio da não surpresa é a proibição de haver a decisão surpresa no processo, 
decorrência da garantia instituída pelo princípio constitucional do contraditório, enseja ao 
juiz o poder-dever de ouvir as partes sobre todos os pontos do processo, incluídos os 
que possivelmente poderão ser decididos por ele seja a requerimento da parte ou do 
interessado ex officio. (ART. 10, CPC) 
 
31 
 
Questão 2 
FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: Em relação à jurisdição, é correto afirmar que: 
A) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o 
ordenamento jurídico processual refere-se ao princípio da indelegabilidade. 
B) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela 
inexistência de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade. 
C) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por 
julgarem em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional. 
D) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após 
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei. 
E) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou 
imateriais, disponíveis ou não. 
Comentário: 
Em relação a letra A, trata-se, em verdade, do Princípio da Inafastabilidade do Poder 
Jurisdicional. Com efeito, a prestação jurisdicional deve sempre ser realizada, ainda que 
para se dizer que o direito não existe, ou, simplesmente, para se declarar a 
incompetência, conforme dispõe o artigo 5º, XXXV da Constituição e o artigo 3º do 
NCPC. Já a letra B, a jurisdição voluntária não afasta as garantias fundamentais do 
Processo. A alternativa de letra C, somente haveria tal violação se fossem criadas 
especificamente para um determinado ou determinados processos. A alternativa de letra 
D, está de acordo com o art. 217, § 1º, da CF, que estabelece que “O Poder Judiciário só 
admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”, logo, está é a resposta correta. Por fim, 
a letra E, na arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes 
e com relação a direitos disponíveis. 
 
 
32 
 
Questão 3 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Código de Processo Civil adota o modelo 
multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais 
adequado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes 
cheguem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a 
solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, litigiosa, voltada para instrução e 
julgamento adjudicatório do caso. 
O Certo 
O Errado 
Comentário: 
A ideia geral da Justiça Multiportas é, portanto, a de que a atividade jurisdicional estatal 
não é a única nem a principal opção das partes para colocarem fim ao litígio, existindo 
outras possibilidades de pacificação social. Assim, para cada tipo de litígio existe uma 
forma mais adequada de solução. A jurisdição estatal é apenas mais uma dessas opções. 
Como o CPC/2015 prevê expressamente a possibilidade da arbitragem (art. 3, §1º) e a 
obrigatoriedade, como regra geral, de ser designada audiência de mediação ou 
conciliação (art. 334, caput), vários doutrinadores afirmam que o novo Código teria 
adotado o modelo ou sistema multiportas de solução de litígios (multi-door system). 
Questão 4 
MPE-SC - 2019 - Promotor de Justiça: O Código de Processo Civil dispõe que o juiz não 
pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não 
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar de matéria sobre a 
qual deva decidir de ofício. 
O Certo 
O Errado 
 
 
33 
 
Comentário: 
Art. 10 do CPC: “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. O juiz não 
pode, em hipótese alguma, proferir uma decisão cujos fundamentos as partes não 
tiveram oportunidade de se manifestar, pois isso viola, a um só tempo, o inciso LV do art. 
5º da CF, bem como os arts. 10, 9º, 6º e 5º, do CPC. Isso porque o juiz, ao trazer um 
"fundamento-surpresa" para a sua decisão, viola o dever de consulta, impedindo que as 
partes participassem do processo com reais chances de influir no seu resultado, 
contrariando o comando do princípio do contraditório, assim como a cooperação e a 
boa-fé que lhe são inerentes. Assim, o juiz deve SEMPRE oportunizar às partes a se 
manifestarem sobre quaisquer decisões. 
Questão 5 
CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto: De acordo com os princípios constitucionais e 
infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta. 
A) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz 
tratamento idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela 
inconstitucionalidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o 
Ministério Público, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos autos. 
B) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na garantia do 
cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da 
lei. 
C) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório 
postecipado, previsto no sistema processual civil antigo. 
D) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de 
esclarecimento, de prevenção e de assistência ou auxílio. 
 
34E) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação do 
ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, 
legalidade, publicidade e a eficiência. 
Comentário: 
A doutrina nacional, que já enfrentou o tema, divisa fundamentalmente três vertentes 
desse princípio da cooperação, entendidas como verdadeiros deveres do juiz na 
condução do processo: (i) dever de esclarecimento, consubstanciado na atividade do juiz 
de requerer às partes esclarecimentos sobre suas alegações e pedidos, o que 
naturalmente evita a decretação de nulidades e a equivocada interpretação do juiz a 28 
respeito de uma conduta assumida pela parte; (ii) dever de consultar, exigindo que o juiz 
sempre consulte as partes antes de proferir decisão, em tema já tratado quanto ao 
conhecimento de matérias e questões de ofício; (iii) dever de prevenir, apontando às 
partes eventuais deficiências e permitindo suas devidas correções, evitando-se assim a 
declaração de nulidade, dando-se ênfase ao processo como genuíno mecanismo técnico 
de proteção de direito material. 
Questão 6 
IADES - 2019 - AL-GO – Procurador: A respeito das normas fundamentais do Processo Civil, 
assinale a alternativa correta. 
A) O juiz pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito 
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, principalmente nas 
matérias acerca das quais deva decidir de ofício. 
B) Todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de 
ineficácia. 
C) As partes têm o direito de obter, em prazo razoável, a solução integral do mérito, exceto a 
atividade satisfativa. 
 
35 
 
D) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins econômicos e às exigências 
individuais, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a 
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, o segredo de justiça e a eficiência. 
E) É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções 
processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Comentário: 
O juiz é obrigado, sob pena de não se considerar fundamentada sua decisão judicial, a 
analisar todos os argumentos trazidos pelas partes, tanto na petição inicial, quanto na 
contestação, capazes de influenciar em sua decisão ou no julgamento da causa. Desse 
modo, o juiz deve, efetivamente, analisar todos os argumentos postos nos autos, em 
respeito ao contraditório material (democrático), fazendo com que as partes exerçam 
plenamente seu poder de influência. 
Questão 7 
MPE-PR - 2019 - Promotor Substituto: Assinale a alternativa correta acerca das normas 
fundamentais do processo civil, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015: 
A) A atividade satisfativa da tutela jurisdicional deve ser prestada com duração razoável. 
B) A exigência de comportamento com boa-fé, do Código de Processo Civil, aplica-se somente 
às partes. 
C) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam proferidas sem 
a oitiva da parte afetada. 
D) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de Processo 
Civil. 
E) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-processuais. 
 
 
36 
 
Comentário: 
O princípio da duração razoável do processo, consagrada no art. 5º, LXXVIII, da CF, 
encontra-se previsto no art. 4º do Novo CPC. Segundo o dispositivo legal, as partes têm 
direito de obter em prazo razoável a solução integral do processo, incluída a atividade 
satisfativa. A novidade com relação ao dispositivo constitucional é a inclusão expressa da 
atividade executiva entre aquelas a merecerem a duração razoável. Reza o ditado popular 
que aquilo que abunda não prejudica, mas é extremamente duvidoso que, mesmo diante 
da omissão legal, a execução não seja incluída no ideal de duração razoável do processo. 
Deve ser lembrado que a celeridade nem sempre é possível, como também nem sempre 
é saudável para a qualidade da prestação jurisdicional. Não se deve confundir duração 
razoável do processo com celeridade do procedimento. O legislador não pode sacrificar 
direitos fundamentais das partes visando somente a obtenção de celeridade processual, 
sob pena de criar situações ilegais e extremamente injustas. 
Questão 8 
MPE-BA - 2018 - Promotor de Justiça Substituto: O Código de Processo Civil (CPC), cuja 
entrada em vigor se deu no dia 18 de março de 2016, portanto um ano após a sua 
publicação, trouxe à tona a problemática da aplicação da lei no tempo. Sendo o arcabouço 
jurídico do Código de Processo Civil destinado à regular a relação processual, é correto 
afirmar que 
A) a lei passou a ser aplicada apenas aos processos ajuizados depois da sua entrada em vigor, 
sem retroatividade, em atenção à unidade processual e à validade dos atos processuais já 
praticados, evitando, com isso, a utilização de duas normas no mesmo processo. 
B) os atos que estavam pendentes nos processos em curso no momento da sua entrada em 
vigor se sujeitaram à nova lei processual, mas foi preservada a eficácia dos atos processuais já 
praticados na égide da lei antiga, aplicando a teoria do isolamento dos atos processuais. 
C) as fases postulatória, probatória, rescisória e recursal, por serem independentes e 
compostas de atos inseparáveis, implicaram a incidência da nova lei, mas apenas aos atos do 
processo cuja fase não tenha sido iniciada. 
 
37 
 
D) aplicou a teoria da unidade processual, segundo a qual a lei nova deve incidir sobre todos 
os atos processuais praticados e a praticar no processo em curso, refazendo-se aqueles 
realizados em desconformidade com a nova lei. 
E) o novo CPC aplicou a teoria da unidade processual, incidindo a sua aplicação sobre os atos 
já praticados e os por vir a ser, repetindo aqueles efetivados em desacordo com a nova regra 
processual. 
Comentário: 
O CPC adotou o sistema de isolamento dos atos processuais, segundo o qual trata-se da 
aplicação temporal da lei processual, em conformidade com a previsão geral da 
CRFB/1988, art. 5º, inciso XXXVI, e da LINDB, art. 6º, segundo a redação dada pela Lei nº 
3.238/1957, sobre o respeito da lei nova ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à 
coisa julgada. Conforme o princípio do isolamento dos atos processuais, a norma 
processual aplica-se imediatamente aos processos em curso, no ponto em que estiverem, 
não retroagindo aos atos processuais realizados ou às situações jurídicas consolidadas na 
vigência da lei anterior. 
Questão 9 
CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto: São princípios fundamentais do 
processo civil, EXCETO: 
A) Isonomia. 
B) Cooperação. 
C) Informalidade. 
D) Boa-fé objetiva. 
Comentário: 
O NCPC trouxe, na sua Parte Geral, Livro I, um título específico sobre as normas 
fundamentais do Processo Civil (arts. 1º a 15), onde são encontrados diversos Princípios 
Fundamentais, tais como os Princípios da Isonomia, da Cooperação e da Boa fé Objetiva. 
 
38 
 
Com efeito, segundo o artigo 7º do NCPC, “é assegurada às partes paridade de 
tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de 
defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz 
zelar pelo efetivo contraditório”. Do artigo 7º extrai-se o PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU 
DA ISONOMIA, o qual se relaciona com a ideia de processo justo, no qual seja 
dispensado às partes e procuradores idêntico tratamento, para que tenham iguais 
oportunidades de fazer valer suas ideias em juízo. Por sua vez, dispõe o artigo 6º do 
NCPC que, “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”, trazendo o PRINCÍPIO DA 
COOPERAÇÃO. Por fim, oartigo 5º trata do PRINCÍPIO DA BOA-FÉ, segundo o qual 
“aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com 
a boa-fé”, impondo a todos que participam do processo os deveres de probidade e 
moralidade, uma vez que, o processo não pode ser utilizado para obtenção de resultados 
ilícitos, escusos, devendo todos zelar pela correta e justa composição do litígio. O 
Princípio da Informalidade, por sua vez, não pode ser considerado um Princípio 
FUNDAMENTAL do Processo Civil, como um todo, uma vez que a norma processual traz 
diversas formalidades que devem ser respeitadas (sem prejuízo da aplicação do Princípio 
da Instrumentalidade das Formas). Frise-se, entretanto, que o Princípio da Informalidade 
é um dos norteadores do procedimento dos Juizados Especiais, conforme previsto no 
artigo 2º da Lei 9.099/95 (Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, 
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que 
possível, a conciliação ou a transação). 
Questão 10 
TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - Juiz Federal Substituto: Sobre a jurisdição é CORRETO afirmar que: 
A) Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário. 
B) Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos. 
C) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada 
material. 
 
39 
 
D) Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto. 
Comentário: 
Escopos da Jurisdição: 
Jurídico: é a aplicação concreta da vontade do direito (por meio da criação da norma 
jurídica). 
Social: resolver o conflito de interesses proporcionando às partes envolvidas a pacificação 
social. 
Educacional: ensinar aos jurisdicionados, e não somente às partes envolvidas no processo, 
seus direitos e deveres. 
Político: tem por objeto fortalecer o Estado, a jurisdição é o último recurso em termos de 
proteção às liberdades públicas e aos direitos fundamentais, incentivar a participação 
democrática por meio do processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - B 
Questão 2 - D 
Questão 3 - Certo 
Questão 4 - Errado 
Questão 5 - D 
Questão 6 - E 
Questão 7 - A 
Questão 8 - B 
Questão 9 - C 
Questão 10 - B 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 Neste capítulo, faz-se de extrema importância a leitura de: 
Teoria geral do processo 
 CPC: arts. 1 a 15; 
 Enunciados do FPPC: 373, 375, 376, 377; 
Política de tratamento adequado de conflitos jurídicos 
 CPC: arts 165 a 175; 
 Lei 13.140/15: Integral; 
 Lei 9.307/90: Integral; 
 Súmulas: 485, STJ; 
Função jurisdicional 
 CPC: art. 16 a 25; 
Cooperação internacional e nacional 
 CPC: art. 26 a 41; 
 
Arbitragem 
 Súmula 485, STJ 
A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua 
edição. 
 
42 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Arbitragem 
 Informativo 622 do STJ: 
Se a parte quiser arguir a nulidade da cláusula arbitral, deverá formular esse pedido, em 
primeiro lugar, ao próprio árbitro, não sendo possível que proponha diretamente ação 
judicial, em razão da aplicação do princípio Kompetenz-Kompetenz. 
 Informativo 637 do STJ: 
Se a parte já tem um título executivo, não precisa ir para a arbitragem mesmo que o 
contrato contenha cláusula compromissória. A existência de cláusula compromissória não 
afeta a executividade do título de crédito inadimplido e não impede a deflagração do 
procedimento falimentar, fundamentado no art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 
1988. 
______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: 
Presidência da República, 2015. 
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à 
Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2016. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª 
Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 
2018. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, 
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª 
edição. Editora JusPodvm, 2018. 
Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 
2019. 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto 
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. 
CARTÓRIO
Direito Processual Civil
Capítulo 2
 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 2..................................................................................................................2 
6. Direito da Ação ............................................................................................................................................................. 2 
6.1 Conceito ................................................................................................................................................................ 2 
6.2 Teorias da Ação ................................................................................................................................................. 3 
6.3 Requisitos Para a Apreciação do Mérito ................................................................................................ 4 
6.4 Classificação das Ações .................................................................................................................................. 6 
6.4.1 Ação Constitutiva ...................................................................................................................................... 6 
6.4.2 Ação Condenatória .................................................................................................................................. 6 
6.4.3 Ação Meramente Declaratória ............................................................................................................ 6 
6.5 Elementos da Ação........................................................................................................................................... 7 
7. Pressupostos Processuais ...................................................................................................................................... 9 
7.1 Conceito ................................................................................................................................................................ 9 
7.2 Divisão dos Pressupostos Processuais: .................................................................................................... 9 
7.2.1 Pressupostos de Existência: .................................................................................................................. 9 
7.2.2 Requisitos de Validade: ....................................................................................................................... 10 
8. Competência ............................................................................................................................................................ 14 
8.1 Conceito .............................................................................................................................................................

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