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LINGUÍSTICA SEMÂNTICO – FUNCIONAL: FUNDAMENTOS E APLICABILIDADE NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua for- mação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Sumário LINGUÍSTICA SEMÂNTICO – FUNCIONAL: FUNDAMENTOS E APLICABILIDADE .............................................................................................. 1 NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 LINGUÍSTICA ..................................................................................................... 5 NÍVEIS LINGUÍSTICOS: QUAIS SÃO .............................................................. 13 SEMÂNTICA .................................................................................................... 15 INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA FUNCIONAL ................................................. 18 GRAMÁTICA FUNCIONALISTA ...................................................................... 20 O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO ................................................................ 25 CONCLUSÃO ................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 29 INTRODUÇÃO file:///C:/Users/b_bic/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/LINGUISTICA%20SISTEMICA-%20FUNCIONAL;%20FUNDAMENTOS%20E%20APLICABILIDADE.docx%23_Toc61890696 file:///C:/Users/b_bic/OneDrive/Área%20de%20Trabalho/LINGUISTICA%20SISTEMICA-%20FUNCIONAL;%20FUNDAMENTOS%20E%20APLICABILIDADE.docx%23_Toc61890696 A linguística estuda a linguagem verbal humana e, portanto, ela possui métodos de aprofundamento para compreender as manifestações da fala. A observação é uma das metodologias utilizada para analisar as varia- ções linguísticas que acontecem, na maior parte, na linguagem oral em diferen- tes contextos. Isso porque o linguista pretende compreender o porquê e onde ocorrem essas variações em detrimento da norma culta. Assim, depois da ob- servação minuciosa da língua e dos aspectos da fala, o linguista coleta, organiza e analisa essas informações. E, por fim, se debruça nas teses de estudiosos sobre o tema. Para além disso, a linguística pode se apoiar em outras áreas como a sociologia, psicologia, etnografia, neurologia, etc. Com isso, é possível expandir a área da linguística, por exemplo em etnolinguística, sociolinguística, psicolin- guística, neurolinguística, etc. O estudo das significações das palavras é um assunto na língua portu- guesa exclusivo da Semântica. No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar três propriedades: • Sinonímia • Antonímia • Polissemia O Funcionalismo considera a língua como instrumento de interação social e reconhece as propriedades biológicas, psicológicas e cognitivas de seus falan- tes. Nesse sentido, a principal função da linguagem é mediar a comunicação entre os usuários. Para os sociolinguistas, a capacidade linguística do falante compreende não somente sua habilidade de construir e interpretar expressões linguísticas, mas também, usar seu repertório linguístico de maneira ade- quada/satisfatória, seguindo os modelos de interação verbal prevalecentes na comunidade linguística. Dessa forma, as expressões linguísticas são compreen- didas de maneira indissociável ao contexto. https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas/ https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas/ LINGUÍSTICA A Linguística é concebida como a ciência que se ocupa do estudo acerca dos fatos da linguagem, cujo precursor foi Ferdinand de Saussure. O termo “Linguística” pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que possamos compreender o porquê de ela ser caracteri- zada como uma ciência, tomemos como exemplo o caso da gramática norma- tiva, uma vez que ela não descreve a língua como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializada pelos falantes, constituída por um conjunto de sinais (as palavras) e por um conjunto de regras, de modo a realizar a combina- ção desses. Assim, a título de reforçarmos ainda mais a ideia abordada, consideremos as palavras de André Martinet, acerca do conceito de Linguística: “A linguística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais. ‘Científico’ opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da linguística, importa es- pecialmente insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o ob- jeto desta ciência constitui uma atividade humana, é grande a tentação de aban- donar o domínio da observação imparcial para recomendar determinado com- portamento, de deixar de notar o que realmente se diz para passar a recomendar o que deve dizer-se”. MARTINET, André. Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978. O fundador destaciência foi Ferdinand de Saussure, um linguista suíço cujas contribuições em muito auxiliaram para o caráter autônomo adquirido por essa ciência de estudo. Assim, antes de retratá-las, constatemos um pouco mais acerca de seus dados biográficos: Ferdinand de Saussure nasceu em 26 de novembro de 1857 em Genebra, Suíça. Por incentivo de um amigo da família e filólogo, Adolphe Pictet, deu início aos seus estudos linguísticos. Estudou Química e Física, mas continuou fazendo cursos de gramática grega e latina, quando se convenceu de que sua carreira estava voltada mesmo para tais estudos, ingressou-se na Sociedade Linguística de Paris. Em Leipzig estudou línguas europeias, e aos vinte e um anos publicou uma dissertação sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-euro- peias, defendendo, posteriormente, sua tese de doutorado sobre o uso do caso genitivo em sânscrito, na cidade de Berlim. Retornando a Paris passou a ensinar sânscrito, gótico e alemão e filologia indo-europeia. Retornando a Genebra con- tinuou a lecionar novamente sânscrito e linguística histórica em geral. Na Universidade de Genebra, entre os anos de 1907 e 1910, Saussure ministrou três cursos sobre linguística, e em 1916, três anos após sua morte, Charles Bally e Albert Sechehaye, alunos dele, compilaram todas as informações que tinham aprendido e editaram o chamado Curso de Linguística Geral – livro no qual ele apresenta distintos conceitos que serviram de sustentáculo para o desenvolvimento da linguística moderna. Entre tais conceitos, tornam-se passível de menção alguns deles, tais como as dicotomias: Língua X Fala Enquanto a língua é concebida como um conjunto de valores que se opõem uns aos outros eque está inserida na mente humana como um produto social, razão pela qual é homogênea, a fala é considerada como um ato indivi- dual, pertencendo a cada indivíduo que a utiliza. Sendo, portanto, sujeita a fato- res externos. Significante X Significado , Para Saussure, o signo linguístico se compõe de duas faces básicas: a do significado – relativo ao conceito, isto é, à imagem acústica, e a do significante – caracterizado pela realização material de tal conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em signo, torna-se relevante dizer acerca do caráter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser denominado pela sequência de fonemas, como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de tantas outras. Fato esses que bem se comprova pelas dife- renças existentes entre as línguas, visto que um mesmo significado é represen- tado por significantes distintos, como é ocaso da palavra cachorro (em portu- guês); dog (inglês); perro (espanhol); chien (francês) e cane (italiano). Sintagma X Paradigma Na visão de Saussure, o sintagma é a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior, ou seja, a sequência de fonemas se desen- volve numa cadeia, em que um sucede ao outro, e dois fonemas não podem ocupar o mesmo lugar nessa cadeia. Enquanto que o paradigma para ele se constitui de um conjunto de elementos similares, os quais se associam na me- mória, formando conjuntos relacionados ao significado (campo semântico). Como o autor mesmo afirma, é o banco de reservas da língua. Sincronia X Diacronia Saussure, por meio dessa relação dicotômica retratou a existência de uma visão sincrônica – o estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrô- nica - estudo da linguística histórica, materializado pela mudança dos signos ao longo do tempo. Tal afirmação, dita em outras palavras, trata-se de um estudo da linguagem a partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em consideração as transformações decorridas mediante as sucessões históri- cas (visão diacrônica), como é o caso da palavra vosmecê, você, ocê, cê, vc... Mediante os postulados aqui expostos, cabe ainda ressaltar que a linguís- tica não se afirma como uma ciência isolada, haja vista que se relaciona com outras áreas do conhecimento humano, tendo por base os conceitos dessas. Por essa razão, pode-se dizer que ela assim subdivide: * Psicolinguística – trata-se da parte da linguística que compreende as relações entre linguagem e pensamentos humanos. * Linguística aplicada – revela-se como a parte dessa ciência que aplica os conceitos linguísticos no aperfeiçoamento da comunicação humana, como é o caso do ensino das diferentes línguas. * Sociolinguística – considerada a parte da linguística que trata das re- lações existentes entre fatos linguísticos e fatos sociais. NÍVEIS LINGUÍSTICOS: QUAIS SÃO Fonética-Fonologia Sistema Fonológico – É o inventário de sons que ocorre na linguagem e as regras para combinar os sons em unidades significativas. Fonética – É o estudo da fisiologia ou produção motora dos sons da fala e sua produção acústica. O conhecimento fonológico de uma língua inclui co- nhecer as regras para combinar os fonemas desta língua. Além dessas regras segmentais, há regras fonológicas governando o uso de características supras- segmentais como tom, acentuação e duração de vogais e consoantes. Morfologia- Lida com estrutura interna e formação de palavras. O mor- fema é a menor unidade significativa de uma língua. Ele pode ser uma palavra https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fonoaudiologia/niveis-linguisticos-quais-sao/33864 real (morfema livre) ou uma das diversas partes de uma palavra (morfemas liga- dos). Exemplo: prefixos ou sufixos. Sintaxe - Refere-se à estrutura das frases. Regras pelas quais palavras podem ser combinadas em frases gramaticalmente aceitáveis. Palavras podem ser agrupadas em categorias lexicais principais, classe aberta (substantivos, ver- bos, adjetivos e advérbios); e categorias lexicais secundárias, classe fechada (pronomes, verbos, auxiliares, artigos, conjunções e preposições). As classes gramaticais são organizadas para desempenharem funções sintáti- cas - sintagma nominal (SN); sintagma verbal (SV) e sintagma preposicional (SP). O conhecimento sintático reflete-se na capacidade do falante/ouvinte de reconhecer frases que são estruturalmente ambíguas e sentenças que possuem o mesmo significado. Semântica - As regras semânticas servem para definir os significados de morfemas, palavras e frases, indivíduos e sentenças. Reconhecimento de pala- vras e sentenças ambíguas, anômalas (sem sentido), paráfrases (sinônimos), etc., características semânticas que as palavras compartilham. Decompondo as palavras em traços é possível agrupá-las em diferentes categorias semânticas. Exemplo: mãe (pai, filho), mulher (menina), mãe (tia, avó). Pragmática- É o desempenho ou uso da linguagem. Conhecimento prag- mático ou percepção das regras que governam o uso da linguagem em contextos sociais (competência comunicativa). A competência linguística inclui: conheci- mento de tipos de sentenças que são mais adequados para produzir resposta desejada; percepção da informação de fundo, necessária para transmitir a men- sagem visada; o entendimento dos princípios cooperativos que estão por trás das trocas na conversação. SEMÂNTICA A semântica, palavra derivada do grego, é o estudo do significado, do sentido e da interpretação do significado de uma palavra, signo, frase ou de uma expressão. Neste campo de estudo da Linguística, também são analisadas as mudanças de sentido que podem ocorrer nas formas linguísticas devido a alguns fatores, como, por exemplo, o tempo e o espaço geográfico. As atribuições da Semântica Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva em consideração os conceitos descritos a seguir: Sinonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam signi- ficados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso – ca- ridoso; distante – afastado; cômico – engraçado. Antonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam signi- ficados diferentes, contrários, ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso – mal- doso; bom – ruim; economizar – gastar. Homonímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora possuam significados diferentes, apresentam a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em palavras homógrafas, homófo- nas e perfeitas: Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pro- núncia. Exemplos: gosto (substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do pre- sente indicativo) / conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo); Homófonas : São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – ses- são (substantivo); Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita. Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advér- bio). Paronímia Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem signifi- cados diferentes, porém são muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro – cavalheiro; compri- mento – cumprimento. Polissemia A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de apresentar vários significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo humano) – Ele abriu mão dos seus direitos (desistir). Hiperônimo É uma palavra pertencente ao mesmo camposemântico de outra, mas com o sentido mais abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de flores, como rosa, violeta etc. Hipônimo O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os hiperônimos. Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”. Conotação e denotação Na conotação, a palavra é empregada com um significado diferente do original, criado pelo contexto, diferente do que está no dicionário da língua, utili- zado no sentido figurado. Exemplo: Ela tem um coração de pedra! Já na deno- tação, a palavra é empregada em seu sentido original, com o significado que encontramos quando consultamos o dicionário, o sentido literal. Exemplo: O voo dos pássaros é admirável. INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA FUNCIONAL A língua é um sistema para produzir significados. A perspectiva funciona- lista do linguista leva em consideração, nos estudos sobre a linguagem, um con- junto de situações comunicativas na qual ocorre um processo linguístico. Esse conjunto de situações comunicativas corresponde aos interlocutores, às condi- ções de produção e à dinâmica do ato comunicativo, enfim. A identidade na comunicação se constrói pelas relações que estabelece- mos com os outros e com o meio em que vivemos, por meio do desempenho de papéis em eventos sociais. Ao desempenharmos os papéis num evento de fala, nós nos colocamos como sujeitos desse evento, dividindo-nos em tipos diversos de pessoas e cate- gorias sociais. Halliday formulou um esquema, em que, de acordo com sua con- cepção, as funções básicas da comunicação se dividem da seguinte forma: a) ideacional - a linguagem tem como finalidade a manifestação de con- teúdos que estejam ligados à experiência que o falante possui do mundo concreto, real ou de seu universo subjetivo, interior; b) interpessoal – a linguagem é mantenedora das relações sociais, com a finalidade de expressar papéis sociais na qual haja contato entre dois ou mais indivíduos; c) textual – a linguagem estabelece vínculos com ela mesma e está li- gada às características da situação em que é usada. Nessa função, o indivíduo – falante ou escritor – é capaz de criar textos, enquanto o https://pt.wikipedia.org/wiki/Halliday ouvinte ou leitor consegue distinguir um texto de um conjunto aleatório de frases. A função textual é, pois, um instrumento das outras duas, já que sempre o ato comunicativo necessita da elaboração de discursos. Essas três funções se combinam e se atualizam simultaneamente nas cláusulas, estruturando assim o contexto conversacional, equilibrando o ato de fala em representação (ideacional), troca (interpessoal) e mensagem (textual). GRAMÁTICA FUNCIONALISTA A Gramática Funcionalista é um estudo baseado na comunicação entre os usuários de uma língua natural, considerando seus aspectos pragmáticos, sintáticos e semânticos a partir do paradigma funcionalista de linguagem. Nessa perspectiva, a língua é concebida como instrumento de interação cujo objetivo principal é estabelecer a comunicação entre os falantes. Trata-se de uma teoria funcional de componentes sintáticos e semânticos integrados e pragmaticamente adequados, a qual reconhece que a linguagem só pode funcionar comunicativamente por meio de arranjos sintaticamente es- truturados. A abordagem funcionalista considera que a gramática é feita à ima- gem do discurso, mas o discurso nunca é observado sem a roupagem da gra- mática. Como diz Gebruers (1984), é uma teoria que oferece "um quadro para a descrição científica da organização linguística em termos das necessidades pragmáticas da interação verbal, na medida em que isso é possível" (p.349). Por isso, ao investigar as relações entre a gramática de uma língua e a sua instrumentalidade de uso, ou seja, suas funções efetivas nos atos de fala e escrita, o funcionalismo considera a capacidade dos falantes de não apenas co- dificar e decodificar as expressões linguísticas, mas também, de fazer suas es- colhas, usá-las e interpretá-las de maneira interacionalmente satisfatória. Para além das observâncias das normas, das estruturas sintáticas dos enunciados, a perspectiva funcionalista considera a intencionalidade discursiva e as escolhas que os usuários da língua fazem para interagirem com os outros e com o mundo a sua volta. Para o sociolinguista, as escolhas que o falante de uma língua faz para se comunicar são de extrema importância em qualquer procedimento de análise, considerando o universo de possibilidades e arranjos linguísticos disponíveis ao locutor, as relações que estabelece com seu interlocutor e o contexto de enun- ciação. É chamado de Gramaticalização o processo de cristalização das formas discursivas mais produtivas, isto é, dos enunciados linguísticos integrados à lín- gua devido a sua recorrência e relevância entre os usuários. Essa terminologia foi definida por Meillet, em 1912, como “a atribuição de um caráter gramatical a uma palavra outrora autônoma” e por Hopper e Traugott (1993), dentre outros, como “o estudo de formas gramaticais vistas como entidades em processo e não como objetos estáticos”. Muitos processos de gramaticalização são importantes objetos de estu- dos e descrevem processos de mudanças linguísticas a partir dos quais alguns itens lexicais passam a assumir funções gramaticais, ou elementos gramaticais passam a exercer funções ainda mais gramaticais. Assim, para além da análise da trajetória de itens lexicais isolados, o sociolinguista investiga a gramaticaliza- ção de construções e procura identificar padrões convencionais mais ou menos gramaticalizados, considerando contextos e motivações específicas para deter- minados usos. Dessa forma, as novas combinações de palavras e a sua repeti- ção em determinados contextos sociais e linguísticos contribuem efetivamente para a constituição da gramática de uma língua. As reflexões sobre o modo funcionalista de investigação da linguagem partem do próprio modelo de interação linguística e da visão da gramática como sendo sensível às pressões do uso, integrando a organização gramatical ao in- teracionismo. Essa integração de sintaxe e semântica dentro de uma teoria pragmática envolve a intervenção não somente dos papéis designados pelas predicações (funções semânticas), mas também da perspectiva selecionada para apresenta- ção dos estados de coisas na expressão linguística (funções sintáticas) e do es- tatuto informacional dos elementos do contexto comunicativo em que eles ocor- rem (funções pragmáticas). A Gramática Funcional é intermediária em relação a outras abordagens mais voltadas à análise da sistematicidade da estrutura da língua ou apenas da sua instrumentalidade de uso. Para Mackenzie, pode-se esperar encontrar aspectos funcionais ao estu- dar sobre a sistemática da língua. No que se refere à ordem das palavras, por exemplo, o fato de uma determinada língua escolher a ordem sintática SVO ou SOV é secundário para o funcionamento dessa língua, pois nada tem a ver com sua função. As topicalizações, extraposições, apassivações podem ser relacio- nadas a considerações funcionais, pois revelam parte da avaliação que o locutor faz sobre o conhecimento e as expectativas de seu interlocutor. Esses os fenô- menos recebem a maior atenção por parte dos adeptos da gramática funcional. https://www.infoescola.com/portugues/gramaticalizacao/ https://www.infoescola.com/linguistica/sintaxe/ https://www.infoescola.com/portugues/semantica/ Na perspectiva funcionalista, a descrição da estrutura da sentença parece não ser suficiente para determinar os aspectos fonológicos e semânticos da ex- pressão linguística. A descrição completa precisa incluir referência ao locutor, ao interlocutor e a seus papéis na situação de interação determinada socialmente.CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNCIONALISMO O Funcionalismo considera a língua como instrumento de interação social e reconhece as propriedades biológicas, psicológicas e cognitivas de seus falan- tes. Nesse sentido, a principal função da linguagem é mediar a comunicação entre os usuários. Para os sociolinguistas, a capacidade linguística do falante compreende não somente sua habilidade de construir e interpretar expressões linguísticas, mas também, usar seu repertório linguístico de maneira ade- quada/satisfatória, seguindo os modelos de interação verbal prevalecentes na comunidade linguística. Dessa forma, as expressões linguísticas são compreen- didas de maneira indissociável ao contexto. O FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO O funcionalismo linguístico contemporâneo difere das abordagens forma- listas, estruturalismo e gerativismo, primeiro por conceber a linguagem como um instrumento de interação social e segundo porque seu interesse de investigação linguística vai além da estrutura gramatical, buscando no contexto discursivo a motivação para os fatos da língua. http://parabolaeditorial.com.br/blog/entry/mas-o-que-e-mesmo-gramatica-1.html https://www.parabolablog.com.br/images/easyblog_images/17855/linguistica-funcional.jpg A abordagem funcionalista procura explicar as regularidades observadas no uso interativo da língua, analisando as condições discursivas em que se ve- rifica esse uso. Os domínios da sintaxe, da semântica e da pragmática são rela- cionados e interdependentes. Ao lado da descrição sintática, cabe investigar as circunstâncias discursivas que envolvem as estruturas linguísticas e seus contextos específicos de uso. Segundo a hipótese funcionalista, a estrutura gramatical depende do uso que se faz da língua, ou seja, a estrutura é motivada pela situação comunicativa. Nesse sentido, a estrutura é uma variável dependente, pois os usos da língua, ao longo do tempo, é que dão forma ao sistema. A necessidade de investigar a sintaxe em termos da semântica e da pragmática é comum a todas as aborda- gens funcionalistas atuais. A seguir: conceitos-chave para a compreensão da linguística funcional. 1. Funcionalismo: corrente linguística que investiga a relação entre a es- trutura gramatical, discursiva e semântica das línguas e os distintos contextos comunicativos de seu uso. 2. Gramática: conjunto das formas regulares e sistemáticas da língua, que se consagram por sua produtividade e convencionalidade no trato social. 3. Discurso: modo pessoal com que os usuários organizam suas intera- ções, levando em conta motivações de ordem pragmático-comunicativa, como gênero textual, sequência tipológica, modalidade, registro, entre outros. 4. Iconicidade: princípio preconizador da relação motivada entre aspec- tos estruturais e funções pragmático-discursivas da gramática; desdobra-se em três subprincípios – proximidade, quantidade e ordenação linear. http://parabolaeditorial.com.br/blog/entry/sintaxe-e-semantica-torne-as-suas-aliadas.html 5. Marcação: princípio de origem estruturalista, relativo à presença x au- sência de traços em membros da mesma categoria; desdobra-se em três sub- princípios – frequência, complexidade estrutural e complexidade cognitiva. 6. Gramaticalização: processo unidirecional de mudança linguística, que implica, além de polissemia, alteração de categoria gramatical; a mudança pode ser de item lexical a gramatical, ou de item menos para mais gramatical. Nessa mudança, observam-se rotas como espaço > tempo > texto ou objetividade > (inter)subjetividade. 7. Informatividade: propriedade discursiva acerca do grau de previsibili- dade da informação transmitida, na identificação de referentes novos ou impre- visíveis até os disponíveis ou dados. 8. Transitividade: propriedade da oração como um todo, de natureza es- calar, que é medida levando-se em conta os três componentes oracionais bási- cos – sujeito, núcleo verbal e complemento. 9. Pancronia: estudos dos usos linguísticos de forma mais abrangente, integrando o viés diacrônico e o sincrônico, na detecção de fenômenos de esta- bilidade, de variabilidade e de mudança na trajetória de uma dada língua ou de línguas. 10. Plano discursivo: propriedade oriunda da psicologia gestaltista, fun- dada no pressuposto de que são prontamente identificadas as entidades mais salientes, no primeiro plano informacional (figura), em oposição aos demais in- formes, em plano secundário (fundo). CONCLUSÃO A linguística é uma ciência que tem como objeto de estudo a linguagem e suas manifestações. Os estudos da linguística estão divididos em fonética, fonologia, sintaxe, semântica, pragmática e estilística. Há ainda três áreas relacionadas: lexicologia, terminologia e filologia. Em linguística, a semântica estuda o significado e a interpretação do sig- nificado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mu- danças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico. A Gramática Funcionalista é um estudo baseado na comunicação entre os usuários de uma língua natural, considerando seus aspectos pragmáticos, sintáticos e semânticos a partir do paradigma funcionalista de linguagem. Nessa perspectiva, a língua é concebida como instrumento de interação cujo objetivo principal é estabelecer a comunicação entre os falantes. Trata-se de uma teoria funcional de componentes sintáticos e semânticos integrados e pragmaticamente adequados, a qual reconhece que a linguagem só pode funcionar comunicativamente por meio de arranjos sintaticamente es- truturados. REFERÊNCIAS BECHARA, E. MODERNA GRAMÁTICA PORTUGUESA. RIO DE JANEIRO: YHL, 1999. CAMARA JR., J. M. ESTRUTURA DA LÍNGUA PORTUGUESA. 10. ED. PETRÓPOLIS: EDITORA VOZES LTDA., 1980. CUNHA, C.; CINTRA, L. NOVA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO. 5. ED. RIO DE JANEIRO: LEXICON, 2008. HOUAISS, A. DICIONÁRIO ELETRÔNICO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. SÃO PAULO: EDITORA OBJETIVA. 2009. RAPOSO, E. (ORG.). GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS. VOL. 1. LISBOA, PORTUGAL: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN. 2013. ROCHA LIMA. GRAMÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA. 49. ED. RIO DE JANEIRO: JOSÉ OLYMPIO, 2011.