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Sistema Imune
Tipos de imunidade:
Inata:
➔ o indivíduo já nasce com ela
➔ é inespecífica
➔ não duradoura (4-7 dias)
➔ é eficiente, mas ataca tudo sem
especificidade (fagocitam
qualquer microrganismo que
adentra o organismo)
➔ não confere memória- quando o
organismo é atacado pelo mesmo
agente pela 2° vez, não existe
reconhecimento a esse agente
➔ baseada em barreiras físicas
(pele, pH, SMC, saliva) e
químicas (lisozima,
interleucinas, citocinas)
➔ células envolvidas: macrófagos,
neutrófilos e NK
Adquirida:
➔ é específica
➔ duradoura
➔ forma células de memória
➔ formada por dois tipos
➔ celular: atua através de células
(linfócito B e T)
➔ humoral: atua através de
linfócitos
Como funciona a resposta
adquirida?
Quando um agente estranho entra
dentro de um organismo, existem
microrganismos extra e intracelulares.
Quando se trata dos extracelulares,
esses são fagocitados por CAA
(macrófagos e células dendríticas) que
digerem todo seu agente e expõe
pequenos peptídeos- que são os
antígenos, em sua membrana e
sinalizam para a Th1 (que liberam
substâncias e estimulam a vinda de mais
macrófagos e LTc para o local de
invasão), já as Th2 também liberam
substâncias químicas e estimulam a
vinda LB para secretarem anticorpos;
Mariana Tenório
Imunoensaios
Existem dois tipos de testes
diagnósticos, os diretos e os indiretos
Diretos:
➔ detectam o agente
➔ utilizados quando a doença está
ativa no organismo (em viremia
ou bacteremia)
➔ Ex:
- PCR (teste molecular para
detectar um pedaço específico do
agente)
- Esfregaço (sanguíneo, urina,
fezes)
- Raspado de pele
- Isolamento (viral ou bacteriano)
- Imunofluorescência
- Soroneutralização
- Teste de aglutinação
Indiretos:
➔ detectam anticorpos
➔ Ex:
- IDGA
- Elisa (testes rápidos)
- Imunoensaio
- Maleinização
- Tuberculinização (medem
resposta celular e não de
anticorpos)
Vacinas
É uma mimetização de uma infecção
natural, que tem como objetivo estimular
uma resposta imune com formação de
anticorpos
Resposta primária:
➔ 1° fase: Período de latência
- animal se prepara para produzir
anticorpos (4-10 dias)
➔ 2° fase: Período de
crescimento
- fase em que há crescimento
limite de anticorpos
➔ 3° fase: Período de
diminuição
- cai a concentração de
anticorpos
Resposta secundária:
➔ Quando há reforço vacinal
➔ Anticorpos permanecem por
mais tempo
➔ Gera memória imunológica
Tipos de vacinas
➔ Viva
- quando o agente é vivo, porém
enfraquecido por substâncias
alquilantes ou por cultura
- resposta mais efetiva
- possibilita causar doença
➔ Morta
- agente morto
- + seguro
- resposta menos eficaz
➔ Genética
- quando uma parte do DNA do
agente é isolado
- baixo risco de desenvolver a
doença
Frações que a compõe
➔ Fração antigênica
- é o antígeno em sí (que
estimula uma resposta)
Mariana Tenório
➔ Fração não-antigênica
- veículo: substância que
homogeiniza o antígeno
- estabilizador: mantém a
estrutura e preserva função do
antígeno
- adjuvante: potencializa a ação
de uma vacina (hidróxido de
alumínio)
Novas diretrizes vacinais
Vacinas para cães
➔ V10
- leptospirose
- parvovirose
- cinomose
- hepatite infecciosa canina
- coronavirose
- parainfluenza
➔ Leishmaniose
➔ Tosse dos canis
- bordetella
- bordetella e parainfluenza
➔ Antirrábica
➔ Giardia
➔ Leptospirose
Vacinas para gatos
➔ V3
- parvovírus felino
(panleucopenia)
- herpesvírus felino
(rinotraqueíte)
- calicivírus felino
➔ V4
- v3 + clamidofilose
➔ V5
- v4 + FELV (leucemia)
Categorização vacinal
➔ Essenciais: doença com
morbidade significativa, grave
ou fatal
- V10, V3, Antirrábica
➔ Não-essenciais: localização ou
estilo de vida que colocam os
animais em risco *
- FELV
- * se o local em que o animal
vive for endêmico para
determinada doença, a vacina
se torna essencial
➔ Não-recomendadas: ausência de
evidência científica
- Giardia e Coronavirose
Protocolo vacinal antigo (1957)
Cão
45 dias
1° dose
21 dias
2° dose
21 dias
3° dose
Anualme
nte
V10 V10 V10 +
Raiva
V10 +
Raiva
Gato
8-9 sem
1° dose
21 dias
2° dose
21 dias
3° dose
Anualme
nte
V3 V3 V3 +
Raiva
V3 +
Raiva
Deve-se evitar a vacina anualmente,
pois aumentam as chances do animal
desenvolver efeitos adversos devido a
uma hiperestimulação do antígeno ao
organismo. O animal mais velho também
já tem menor janela imunológica, o que
diminui sua resposta imune.
Mariana Tenório
Em gatos pode-se desenvolver sarcoma
de aplicação;
Novo protocolo vacinal (WASA,
2020)
Cães filhotes
6-8
sem
10-12
sem
+/- 16
sem
6-12
meses
ou 12
m após
a 3°
1° dose 2° dose 3° dose 4° dose
V10
Lepto
Tosse
dos
canis
V10
Lepto
Tosse
dos
canis
V10
Raiva
Leish
manio
se
V10
Raiva
Leish
manio
se
Reforço
Trienal (3 anos)
V10
Raiva
Obs.:
➔ As vacinas consideradas não
essenciais (Leptospirose e Tosse
dos canis), só necessitam de
duas doses
➔ A vacina de Leishmaniose é dada
a partir de 16 semanas e
necessita de 3 doses
➔ Cães mais velhos e nunca
vacinados devem tomar 2 doses
das essenciais
➔ Pode ser realizado o teste de
titulação antes de aplicar outra
dose de vacina
Gatos filhotes
6-8
sem
10-12
sem
+/- 16
sem
6-12
meses
ou 12
m após
a 3°
1° dose 2° dose 3° dose 4° dose
V3
FELV
V3
Raiva
FELV
V3
Raiva
FELV
V3
FELV
Reforço
Trienal (3 anos)
V3
Raiva
FELV
Obs.:
➔ A vacina da FELV deve ser dada
a partir de 8 semanas
➔ Aplicar sempre nas extremidades
dos membros, para evitar
sarcoma de aplicação
Mariana Tenório
CINOMOSE
Def.: Doença
infectocontagiosa causada por um
Morbillivirus, sendo caracterizada como
multissistêmica que afeta carnívoros
domésticos e silvestres
Etiologia
➔ É um Morbillivirus (CDV)
➔ Família Paramyxoviridae
➔ RNA, fita simples
➔ Envelopado
Resistência viral
Epidemiologia
➔ Ocorre mundialmente
➔ Afeta canídeos domésticos e
selvagens
➔ Brasil é enzoótico para a CDV,
devido a fatores como:
- persistência do vírus no ambiente
- aparecimento de novas cepas
- desenvolvimento da doença em
animais vacinados
➔ No inverno há maiores
ocorrências
➔ Morbidade: 25-75 %
➔ Letalidade: 50-90 %
➔ Cães com idade entre 60-90 dias
tem maiores chances de
contaminação
- devido a queda de anticorpos
maternos
➔ Não tem relação com sexo ou
raça
➔ O cão doente torna-se
reservatório e fonte de infecção
➔ A eliminação viral ocorre por
saliva, exsudatos respiratórios/
conjuntivais, urina, fezes;
➔ A transmissão ocorre por meio de
aerossóis e gotículas contendo
secreções oculares, nasais e
excreções urinárias e digestivas
➔ O vírus é eliminado 7 dias após a
infecção
➔ Podem eliminar o vírus até 90
dias após infecção
➔ O período de incubação varia de
1-4 semanas
➔ Há também transmissão via
placentária, onde ocorre
hipoplasia do esmalte dentário
Patogenia
➔ É dividida em duas fases
➔ A primeira está relacionada com o
curso do vírus no organismo em
geral
Mariana Tenório
➔ Já a segunda fase, está
relacionada com as alterações em
cada sistema
Neuropatogenia
➔ A cinomose progride da doença
sistêmica para a neurológica
devido a uma falha do sistema
imune na invasão viral no cérebro
e medula
➔ Cães filhotes desenvolvem
desmielinização
➔ O vírus penetra nas células
endoteliais vasculares das
meninges, nas células do plexo
coróide e células ependimárias
➔ O acometimento neurológico pode
causar:
- Encefalite aguda
- Encefalite multifocal do cão adulto
- Encefalite do cão velho
Clínica
➔ Cães acometidos por cinomose
tem histórico de:
- falta de vacinação
- doses incompletas
- colostro da mãe com baixos
anticorpos
- exposição com cães infectados
➔ Os sinais clínicos são sistêmicos
e acometem o sist. digestório,
respiratório, neurológico e
epiteliais
➔ Após 6 dias do período de
incubação, ocorre o 1° pico febril
(+/- 41° C), corrimento seroso
ocular e nasal
➔ Após 2-3 dias quando o animal
não apresenta sinais aparentes,
ocorre o 2° pico febril, que
progridem para os sinais
gástricos, respiratórios e etc
➔ Sinais respiratórios:
- rinite
- conjuntivite
- secreção nasal (serosa →
purulenta)
- broncopneumonia (bacteriana
2ária B. bronchiseptica)
- tosse (seca → produtiva)
MarianaTenório
➔ Sinais digestivos:
- diarreia catarro-hemorrágica
- vômitos
- desidratação
- perda de peso
➔ Sinais epiteliais/tegumentar:
- hiperqueratose nasal
- doença dos coxins
(hiperqueratose)
- pústulas abdominais (dermatite
vesicular ou pustular)
➔ Sinais oftálmicos:
- congestão conjuntival
- secreção ocular (serosa →
purulenta)
➔ Sinais neurológicos:
- podem se apresentar tardiamente,
semanas, meses ou anos após a
recuperação
- sinais conforme porção do SNC
afetado (aguda= subst. cinzenta +
destruição neuronal. Crônica =
subst. branca + desmielinização)
➔ Outros sinais:
- hipoplasia de esmalte dentário
- cardiomiopatia (cães com menos
de 7 dias de idade)
- artrite reumatóide
Diagnóstico
➔ É baseado no histórico, sinais
clínicos e exames
complementares
➔ Histórico:
- não vacinados
- não ingeriram colostro materno
- mães não vacinadas
- aglomerações recentes
➔ Patologia clínica:
- Anemia (destruição de eritrócitos
ou diminuição na produção, se dá
pela presença do vírus nos
eritrócitos ou deposição de
imunocomplexos na membrana)
- Linfopenia (depleção dos tecidos
linfóides)
- Trombocitopenia (aumento de
anticorpos anti plaquetas)
- Inclusão de corpúsculo de Lentz
(observadas em estágios iniciais
da doença)
Mariana Tenório
➔ Bioquímico:
- hipoalbuminemia (devido a não
ingestão proteica)
➔ LCR:
- ↑ proteínas e ↑ leucócitos
➔ Diagnóstico por imagem:
- radiografia pode indicar
pneumonia
➔ Métodos sorológicos:
- Elisa (detecta aumento de IgG ou
IgM no soro de cães)
➔ Isolamento viral:
- pode resultar em falso negativo se
o animal não estiver em fase
aguda da doença
- faz-se cultura de linfócitos
➔ Biologia molecular:
- RT-PCR
- detecta RNA viral
- pode-se utilizar sangue periférico,
swab conjuntival, secreção nasal,
urina
➔ Imunofluorescência direta:
- pode realizar por swab
conjuntival, nasal e vaginal
- só detecta o antígeno em
infecções com 3 semanas quando
o vírus está nas células epiteliais
➔ Imunocromatografia (teste
rápido):
- detecta qualitativamente o
antígeno em mucosa nasal,
saliva, conjuntiva, urina, soro
- pode dar falso negativo quando a
amostra não contém o antígeno
Melhores testes
➔ Elisa
➔ RT-PCR
➔ Imunocromatografia
Diagnósticos diferenciais
➔ Raiva
➔ Ingestão de plantas tóxicas
➔ Parvovirose
➔ HIC
➔ Toxoplasmose
Tratamento
➔ Não é específico
➔ De acordo com a sintomatologia e
infecções secundárias
➔ Nutrição e hidratação:
- Antieméticos (caso haja vômito):
Metoclopramida
- Solução de Ringer (pode
adicionar glicose 2,5 ou 5%)
- Vit. E (antioxidante)
- Vit. C (fator trófico dos tecidos
mesenquimais)
- Vit. A (proteção e regeneração
dos epitélios)
- Complexo B (regeneradores da
fisiologia nervosa e estimuladores
de apetite)
➔ Antimicrobianos:
- Utilizados devidos às infecções
secundárias
Mariana Tenório
- Utilizar de amplo espectro
- Amoxicilina + ácido clavulânico
- Enrofloxacino
➔ Anticonvulsivantes:
- Fenobarbital
➔ Corticosteróides:
- Utilizados para reduzir edema
cerebral e dilatação pupilar
- Utilizar doses antiinflamatórias
- Evitar em filhotes
- Prednisona
➔ Antivirais:
- Ribavirina
Prognóstico
➔ Reservado para animais que não
apresentam sinais neurológicos
➔ Desfavorável para os que
apresentam
Profilaxia e Controle
➔ Filhote deve ingerir o colostro
materno
➔ Vacina polivalente a partir de 6-8
semanas
➔ Deixar o animal em locais
arejados e ventilados, com
constante desinfecção
➔ Evitar aglomerações
➔ Cães infectados devem ser
separados dos demais
contactantes
Mariana Tenório
Hepatite
Infecciosa
Canina (HIC)
Def.: Doença infectocontagiosa
superaguda ou aguda, caracterizada por
quadros de vasculite generalizada
comprometimento hepático
Etiologia
➔ Adenovírus tipo I (AVC-1)
➔ DNA, não envelopado
➔ Tem relação antigênica com o
Adenovírus tipo II, envolvida na
traqueobronquite infecciosa
canina (tosse dos canis)
Resistência viral
Epidemiologia
➔ Afeta canídeos domésticos e
selvagens
➔ Acomete os mais jovens (8
semanas a 1 ano)
➔ Sem fatores predisponente (sexo,
raça, estação do ano, clima)
➔ Acomete ninhadas de fêmeas não
vacinadas
➔ morbidade ↑ (50% soroconvertem
e são assintomáticos, devido a
grande circulação viral)
➔ letalidade ↑ quando há
manifestação clínica presente
(80% acometidos)
➔ Fonte de infecção são os animais
doentes que eliminam o vírus por
todas as secreções corporais
➔ A transmissão pode ser direta ou
indireta
- direta: oronasal ou aerossóis
- indireta: fômites contaminados,
água, alimentos
➔ Os animais doentes eliminam por
todas secreções e excreções
durante f. aguda
➔ Os convalescentes eliminam pela
urina por 6-12 m após período de
recuperação
Patogenia
Clínica
➔ Período de incubação é de 2-5 dia
➔ Na manifestação hiperaguda, a
morte ocorre em 24 h ou menos
(por isso é confundida com
envenenamento)
➔ Os sinais se caracterizam por:
- Febre (41° C)
- Taquicardia
- Taquipnéia
- Episódios de vômito
- Descarga ocular serosa
- Linfadenomegalia cervical
- Edema em região de pescoço
- Hemorragias
- Ausculta pulmonar com ruídos
- Abdômen proeminente com
acúmulo de fluido
Mariana Tenório
- Icterícia é extremamente
incomum
➔ ‘’Blue eyes’’
- ocorre pela replicação viral nas
células endoteliais da córnea,
causando deposição de
imunocomplexos
- causa uma uveíte imunomediada
➔ A insuf. hepática e a encefalopatia
hepática causa coma
invariavelmente
- a encefalopatia hepática é
resultante da exposição do SNC a
substâncias neurotóxicas
circulantes no sangue, em
consequência à insuficiência
hepática
- as subst. neurotóxicas são
aquelas inapropriadamente
metabolizadas pelo fígado, como
amônia, falsos
neurotransmissores, ác. graxos
de cadeia curta
➔ As consequências de evolução
das f.agudas:
- necrose centrolobular restrita=
OCORRE REGENERAÇÃO
- progressão necrose centrolobular
= FIBROSE HEPÁTICA/
CIRROSE
➔ A vasculite glomerular causa→
infecção tubular persistente →
nefrite intersticial → eliminação
viral por urina (INSUF. RENAL
NÃO É ESTABELECIDA);
Diagnóstico
➔ É baseado no histórico, lesões
macro e microscópicas, exames
complementares
➔ Histórico:
- idade inferior a 1 ano
- ausência de vacinação
- sinais clínicos
➔ Patologia clínica:
- discreta anemia
- leucopenia grave
- linfopenia
- trombocitopenia (devido ao
aumento do consumo de
plaquetas pela vasculite e ação
direta do vírus nessas células)
➔ Bioquímicos:
- aumento de ALT (necrose dos
hepatócitos)
➔ Líquido abdominal:
- exsudato de coloração amarelada
a avermelhada
- aumento de células inflamatórias
e de proteína
➔ LCR:
- aumento de proteína
- pleocitose (aumento de leucócitos
no líquor)
➔ Isolamento viral:
- considerado padrão-ouro para o
diagnóstico
Mariana Tenório
- após 5 dias de viremia o vírus
pode ser isolado de várias
secreções e excreções (sangue,
urina)
➔ PCR:
- detecta baixo número de cópias
de DNA
- pode ser realizado da urina e
sangue
➔ Lesões macroscópicas
(pós-mortem):
- edema de vesícula biliar
- pleura visceral com hemorragia
- vasculite generalizada
- fígado aumentado de volume
➔ Lesões microscópicas:
- necrose centrolobular no fígado
- espessamento alveolar
Tratamento
➔ Não é específico, é de acordo
com a sintomatologia do animal
➔ Suporte eletrolítico e
nutricional:
- Solução de Ringer simples
- Transfusão sanguínea
- Complexo B (cofatores de
oxirredução)
- Vit. C (auxilia na recuperação
tecidual e acidificação da urina,
reduzindo a absorção de amônia
pelos rins)
➔ Antieméticos:
- Metoclopramida
- Clorpromazina
- Maropitant
➔ Antimicrobianos:
- Devem ser de amplo espectro e
que não apresentem efeitos
colaterais
- Ceftiour
- Ampicilina
Profilaxia e Controle
➔ Manter os animais em ambientes
limpos e desinfectados
➔ Não compartilhar o mesmo
comedouro e bebedouro dos
animais
➔ Vacinação
Mariana Tenório
Coronavirose
Canina
Def.: Caracterizada por uma doença
infecciosa que causa danos
gastrointestinais e enterites
Etiologia
➔ Coronavírus canino CCoV
➔ RNA
➔ Envelopado
➔ Tem relação gênica com
coronavírus felino
Resistência viral
Epidemiologia
➔ Doença mais suscetívelem
neonatos e jovens
➔ A fonte de infecção são os cães
doentes
➔ Vias eliminação:
- fezes e secreções respiratórias (2
semanas – 180 dias)
- excreção 3 – 14 pós infecção
- cães sadios excretam por longos
períodos
➔ Porta de entrada são as vias
respiratórias e trato digestório
➔ A transmissão é fecal-oral, por
meio de água e alimentos
contaminados, bem como fômites
➔ Fatores predisponentes:
- filhotes (mães soronegativas)
- ↑ densidade canina (canis,
abrigos)
- ↓ sanidade
Patogenia
O vírus da coronavirose age nas
criptas das células intestinais
(diferente do parvovírus que age nas
microvilosidades). Ele vai se replicar
nas criptas, mas raramente irá
destruí-las.Caso ocorra, a lâmina
própria será atingida fazendo com que
haja translocação bacteriana e risco d
septicemia;
Clínica
➔ Sinais: vírus da coronavirose
(CCoV-1)- Entéricos
- sinais variam bastante
(indepentende de sexo, raça ou
idade)
- fezes “cor de tijolo”, fétidas,
fluidas, raramente contém
sangue
- geralmente diarreia repentina,
precedida por vômitos
- anorexia, letargia, desidratação
➔ A maioria dos cães se recuperam
com 8 a 10 dias
Mariana Tenório
➔ É uma doença sistêmica rara, o
óbito ocorre por infecções mistas
➔ Sinais: vírus da parvovirose
canina (CCoV-2)- Pantrópicos
- sinais e lesões mais severas
(infecção simples e mista)
- vários órgãos parenquimatosos;
- febre, letargia, anorexia, vômito,
ataxia, convulsão
- óbito em 2 a 3 dias após sinais
clínicos
Lesões macro e microscópicas
(CCoV-1)
➔ MACRO:
- alças dilatadas, preenchidas com
conteúdo aquoso
amarelo-esverdeado
- linfonodos mesentéricos ↑ e
edematosos
➔ MICRO:
- atrofia e fusão de vilosidade
intestinal com aprofundamento de
cripta
- celularidade ↑ em lâm. própria
- ↑ secreção de céls. mucosas e
achatamento de superfície celular
Lesões macro e micro por CCoV-2
➔ MACRO:
- enterite hemorrágica, efusão
serosanguinolenta abdominal
- consolidação pulmonar bilateral
multifocal, infarto renal
- ↑ linfonodos esplênicos e
mesentéricos
➔ MICRO:
- broncopneumonia fibropurulenta,
infarto córtex renal
- depleção linfóide
Diagnóstico
➔ É difícil, deve-se basear nos
sinais clínicos e epidemiológicos e
laboratoriais
➔ Clínico:
- diarreia em neonatos, aquosa, cor
de tijolo, vômito antecedendo
diarreia
➔ Laboratorial:
- RT-PCR ou real time PCR –
diretamente de fezes
- Imunocromatografia (teste rápido)
Diagnóstico diferencial
➔ Salmonelose
➔ HIC
➔ Parvovirose
➔ Cinomose
Tratamento
➔ Terapia de suporte:
- Fluidoterapia
➔ Globulinas específicas
Profilaxia e Controle
➔ Evitar contato com animal doente/
infectado
Mariana Tenório
➔ Evitar superlotação (canis,
abrigos)
➔ Proceder eficiente sanitização
➔ Evitar desmame precoce
➔ Controlar infecções
concomitantes
➔ Vacinação NÃO
RECOMENDADA pela WSAVA
Mariana Tenório
Panleucopenia Felina
Def.: Enfermidade aguda, altamente
contagiosa, com elevada incidência em
gatos de 2 a 4 meses de idade, é
caracterizada por manifestações
gastroentéricas, alterações
hematológicas e distúrbios neurológicos/
visuais
Etiologia
➔ Parvovírus felino (PVF)
➔ DNA
➔ Não envelopado
Resistência viral
Epidemiologia
➔ É um vírus ubíquo (caracterizado
por alta contagiosidade e
resistência ambiental)
➔ Todos os felinos são
expostos/infectados até o 1° ano
de vida (Ac colostrais protetores
até 3m idade)
➔ Tem maior incidência do final do
verão e início do outono
➔ Acomete animais jovens (2 a 4
meses de idade) e gatos não
imunizados de qualquer faixa
etária
➔ Morbidade até 100%
➔ Letalidade 50-90% - jovens com
forma clássica
➔ A transmissão pode ser:
- indireta (fecal-oral em ambientes
com fezes contaminadas)
- direta (contato direto)
- transplacentária (resulta em
síndrome cerebelar e miocardite)
- através de veículos animados
ou inanimados (insetos, pulgas,
mosquitos, roedores, humanos,
fômites)
➔ A eliminação viral ocorre de 1 a 2
dias e até 6 semanas após
recuperação
➔ O PVF é eliminado em todas as
secreções corpóreas durante a
doença ativa, principalmente urina
e fezes
Patogenia
Clínica
➔ Período de incubação varia de 2 a
10 dias (média 5 dias)
➔ A doença apresenta-se de forma
subclínica, hiperaguda, aguda e
fatal
Forma subclínica
➔ Ocorre em animais adultos e não
é diagnosticada
Mariana Tenório
Forma hiperaguda
➔ Ocorre em filhotes não vacinados
(gatis, abrigos)
➔ Causa grave depressão, coma,
choque séptico, morte súbita em
menos de 12 h
➔ Semelhante a um quadro de
intoxicação
➔ óbito antes de êmese, diarreia,
desidratação;
➔ Letalidade 100% ( 2 a 5 meses
idade)
Forma aguda
➔ Os sinais incluem:
- febre (40 ̊C ou superior) ou
hipotermia (casos
graves-evolução)
- protrusão 3a pálpebra
- depressão extrema, anorexia
- vômitos amarelados, tingidos de
sangue e sem relação à
alimentação
- diarreia menos freqüente, porém
tardia, fétida, líquida-pastosa e
pode ter estrias fibrosas
- em casos graves: hematoquezia
- desidratação
- desconforto abdominal à
palpação, meteorismo, alças
preenchidas de líquido,
- linfadenopatia mesentérica
➔ Se o animal não morrer em 5 dias
e sem complicações = rápida
recuperação
➔ Em fêmeas prenhes infectadas ou
vacinadas durante a gestação
podem apresentar distúrbios
reprodutivos (infertilidade,
mumificação, abortamento)
➔ Se houver infecção do feto:
- morte súbita, ou alterações
neurológicas não progressivas
(comprometimento cerebelar –
ataxia, incoord. motora, dismetria,
perda de reflexos, convulsões;
- além de perda da acuidade visual
(lesões na retina e nervo óptico)
- manifestações decorrentes de
cardiomiopatia congênita
Diagnóstico
➔ Se baseia nos sinais clínicos e
epidemiológicos, além dos testes
➔ Clínico:
- afeta gatos jovens (2-4 m)
- gatos que tiveram contato com
outros
- histórico de imunização
➔ Patologia clínica:
- leucopenia
- linfopenia
- neutropenia inicial, seguida de
neutrofilia com desvio à esquerda
- anemia não regenerativa
- trombocitopenia
- aumento de hematócrito
- aumento de ALT e AST
(moderado)
- aumento de creatinina
➔ Testes laboratoriais:
- hemaglutinação (HI) e inibição da
hemaglutinação (HA): faz-se
sorologia pareada, 3 dias após os
sintomas e 2 semanas depois
- Elisa: detecção do vírus nas fezes
após 24-48 h da infecção
- PCR: detecta o vírus nas fezes
- imunocromatografia: teste rápido,
utiliza-se swab retal ou fezes
frescas
Mariana Tenório
Diagnóstico diferencial
➔ Intoxicação
➔ Toxoplasmose aguda
➔ Corpos estranhos (perfurantes)
Tratamento
➔ Tem o objetivo de restabelecer e
manter equilíbrio hidroeletrolítico,
garantir recuperação epitélio
entérico e prevenir infecções
secundárias
➔ Utiliza-se da terapia de suporte:
- Fluidoterapia (ringer com lactato)
- Suplementação de potássio
➔ Antieméticos (metoclopramida)
➔ Antimicrobianos (ampicilina,
cefalotina)
➔ Transfusão de plasma ou sangue
em anemias graves
➔ Vit. B
Profilaxia e Controle
➔ Desinfecção do ambiente e
utensílios
➔ Evitar aglomeração de animais
➔ Separar os infectados
➔ Vacinação
Mariana Tenório
Peritonite
Infecciosa
Felina (PIF)
Def.: Doença infecciosa caracterizada
por vasculite imunomediada e
inflamação piogranulomatosa
Etiologia
➔ Coronavírus entérico (FCoV)
➔ RNA
➔ Envelopado
Epidemiologia
➔ Órgãos alvos:
- trato respiratório
- trato gastrointestinal
- tecidos neurológicos
➔ A maioria dos gatos que habitam
gatis são sorotipos positivos para
FCoV, em razão do alto fluxo de
animais
➔ Mais comum em gatos com mais
de 2-3 anos
➔ Predisposição racial em Persas,
Sagrado da Birmânia e Bengal
➔ Fontes de infecção:
- fezes
- secreções orofaríngeas
➔ Transmissão direta e indireta:
- lambeduras mútuas
- fômites
➔ Situações em que o gato se
encontra após infecção:
- portador transitório (excretam o
vírus por certo período e
desenvolve ac)
- portador por toda a vida
(excretam o vírus continuamente
pelas fezes)
- resistentes (não excretam o
vírus)
- desenvolvem a PIF
Patogenia
➔ Forma efusiva:
- ocorre vasculite pela presença de
complexos antígenos-anticorpos
- aminas são liberadas nas células
endoteliais e causam retraçãocom extravasamento de líquido e
proteínas na cavidade
➔ Forma não-efusiva:
- ocorre inflamação granulomatosa
devido a reação imune dos vasos
➔ A forma efusiva ou não é
determinada com a resposta
imune do animal ao vírus
Clínica
➔ PIF efusiva:
- curso clínico agudo
- caracterizada por efusões
abdominais e/ou pleurais
- febre não responsiva
- perda de peso
- diarréia crônica
- dispneia
➔ PIF não-efusiva:
- curso clínico lento e insidioso
(parece benigno, mas pode ser ou
tornar-se grave e perigoso)
- febre
- pleurite
- polidipsia/poliúria
- paresia dos posteriores
- nistagmo
- convulsões
- uveíte
- nódulos múltiplos
- fragilidade dérmica
Mariana Tenório
Diagnóstico
➔ Se baseia no histórico, sinais
clínicos e exames auxiliares:
- é essencial que tenha ocorrido
uma oportunidade para a infecção
por FCov, ex: exposição a um
gatil
- gatos de qualquer idade, seja
mais frequente nos mais velhos
- especialmente de raça pura
- sinais neurológicos
➔ O diagnóstico DEFINITIVO da PIF
se dá por um imunoistoquímico ou
imunofluorescência direta através
de uma necrópsia, portanto
enquanto o animal estiver vivo
não há confirmação do mesmo
Algoritmo-diagnóstico das PIF´s
PIF efusiva (úmida)
➔ É essencial que tenha ocorrido
uma oportunidade para a infecção
por FCov
➔ Cerca de 70% dos gatos com PIF
são de raça pura
➔ Qualquer idade, mas 50% dos
gatos com PIF tem mais de 2
anos
➔ Há, geralmente, episódio de
stress nas semanas que
antecedem a apresentação
➔ O gato apresenta distensão
abdominal e/ou dispnéia (o exame
físico revela a presença de derrame,
que pode ser abdominal, pleural,
pericárdico ou escrotal)
➔ Deve-se analisar o líquido:
- Cor amarelada, translúcido,
inodoro, quiloso
- presença de proteina (↑ 35g/l)
- presença de albumina/globulina (↑
0,8g/l)
- presença de neutrófilos e
macrófagos
- prova de rivalta
Mariana Tenório
PIF-não efusiva (seca)
➔ É essencial que tenha ocorrido
uma oportunidade para a infecção
por FCov
➔ Cerca de 70% dos gatos com PIF
são de raça pura
➔ Qualquer idade, mas 50% dos
gatos com PIF tem mais de 2
anos
➔ Ocorreu, geralmente, episódio de
stress semanas a meses antes da
apresentação clínica
➔ Febre moderada persistente mais
de 4 dias
➔ Perda de peso/ incapacidade de
ganhar peso normalmente, ou
seja atraso no crescimento
➔ Apático, letárgico, pálido
➔ Anorexia
➔ Sinais intra-oculares (uveíte,
precipitados ceráticos, flare
aquoso, cuffing dos vasos
retinianos)
➔ Sinais neurológicos (ataxia,
convulsões, nistagmo)
➔ Aumento dos linfonodos
mesentérico
➔ Icterícia
➔ Renomegalia
➔ Análise sanguínea:
- albumina/globulina (↓ 0,4)
- hiperglobulinemia
- bilirrubina elevada
- hematócrito (↓ 30%)
- anemia não-regenerativa
- linfopenia
- hiperproteinemia
Teste de Rivalta
➔ Utilizada para detectar incidência
de PIF efusiva
➔ Detecta o aumento de quantidade
de proteína em uma efusão e não
necessariamente a PIF
➔ Seu negativo tem 97% de eficácia
➔ Como fazer:
- em 10 mL de água coloca-se 2-3
gotas de vinagre e posteriormente
a efusão
- se o resultado for POSITIVO:
forma-se uma gota ou ‘’estrutura’’
- se for NEGATIVO: a efusão se
desfaz sem formar nenhuma
estrutura
Teste de rivalta +
Teste de rivalta -
Tratamento
➔ Não existe protocolo definido para
a PIF
Mariana Tenório
➔ O tratamento baseia-se em
melhorar a qualidade de vida e
tratar os sintomas
➔ Em geral recomenda-se o uso de
antiinflamatórios esteroidais e
imunomoduladores
Diagnóstico diferencial
➔ Toxoplasmose
➔ Infecções fúngicas
➔ Neoplasias
Profilaxia e Controle
➔ Desinfecção de ambiente e
comedouros dos animais
➔ Evitar aglomeração de animais
➔ Vacinação
Mariana Tenório
Parvovirose
Canina
Def.: Doença infectocontagiosa aguda,
que se caracteriza por manifestações
gastrointestinais, além de efeitos
imunossupressores
Etiologia
➔ DNA
➔ Não envelopado
➔ Dois tipos:
- CPV-1: apatogênico
- CPV-2: patogênico
Resistência viral
➔ Vírus extremamente estável e
resistente às influências
ambientais como: calor,
dessecamento
➔ Resiste cerca de 6 meses ou mais
em objetos, panos, gaiolas
(quando não desinfetados
corretamente)
➔ É sensível a hipoclorito de sódio a
5% (30 min)
Epidemiologia
➔ Doença endêmica
➔ Acomete os mais jovens (menor
que 1 ano)
➔ Maior predisposição em raças de
grande porte, como: Rottweiler,
Pastor alemão, Pitbull, Doberman
- tem crescimento rápido e
consequente maior a mais rápida
multiplicação de tecidos
➔ O reservatório e fonte de infecção
são os cães doentes
➔ os cães que apresentam a forma
clínica da doença começam a
eliminar o vírus nas fezes ao
redor de 3 dias antes do quadro
clínico
➔ A transmissão ocorre por via oral
por ingestão de água e alimentos
contaminados
➔ Quanto mais velho o animal for
acometido, melhor o prognóstico
Patogenia
➔ Em razão da viremia, o agente se
dissemina em células que
apresentam altas taxas de mitose
➔ A multiplicação nas células da
cripta ocasiona colapso das
vilosidades, necrose do epitélio
germinativo e lesões na lâmina
própria
➔ Com a necrose das células da
cripta, há perda da capacidade
absortiva e estabelecimento de
grave diarreia
Mariana Tenório
➔ Também causam necrose das
células precursoras mielóides na
medula óssea
➔ Filhotes onde a mãe foi infectada
pelo vírus pode desenvolver
miocardite (estas células
miocárdicas apresentam alta
atividade mitótica)
Clínica
Forma entérica
➔ Apatia
➔ Vômitos frequentes sem conteúdo
sólido
➔ Diarreia líquida, escura e fétida
➔ Evolui para diarreia sanguinolenta
➔ Hipertermia (40 a 45° C)
➔ Profunda desidratação
➔ Dor abdominal
➔ Sinais respiratórios:
- crepitação
- ruídos de roce pleural
- áreas de silêncio a auscultação
➔ Em cães muito jovens pode
ocorrer anemia (devido a baixa
contagem de eritrócitos)
Forma cardíaca
➔ A miocardite pelo parvovírus pode
ocorrer por infecção intrauterina
ou contaminação fecal-oral em
filhotes entre 3-12 semanas
➔ Pode ocorrer insuficiência
cardíaca subaguda em filhotes
com 8 semanas
- após exercícios intensos os
animais apresentam dispnéia,
taquipnéia, cianose
- abdômen distendido
Diagnóstico
➔ Se baseia nos sinais clínicos,
epidemiologia e exames
complementares
➔ Sinais clínicos:
- presença de vômito e diarreia
sanguinolenta de início súbito
- desidratação
- apatia
➔ Epidemiologia:
- cães jovens (menor que 1 ano)
- ausência de vacinação ou
esquema vacinal incompleto
- histórico de contato com outros
animais
➔ Exames hematológicos:
- intensa leucopenia (sinal de
prognóstico desfavorável)
- linfopenia
- anemia em animais muito jovens
➔ Métodos diretos:
Isolamento viral:
- o vírus é isolado das fezes dos
animais doentes nos primeiros 10
dias do início dos sinais clínicos
Mariana Tenório
Imuno-histoquímica:
- pode ser obtida pelas fezes e
tecidos (primeiros 10 dias dos
sinais clínicos)
Teste de ELISA:
- realizado a partir das fezes
- sensível e específico
Biologia molecular:
- PCR ou RT-PCR das fezes
➔ Métodos indiretos:
Teste ELISA indireto:
- amostra de soro sanguíneo
Lesões macro e microscópicas:
- congestão da serosa intestinal
- enterite catarral-hemorrágica
- pneumonia
- lesões intestinais
- aumento de linfonodos
Tratamento
➔ Correção hidroeletrolítica e
energética:
- Fluidoterapia (ringer com lactato)
- Vit do complexo B e vit C
➔ Antieméticos e protetores
gástricos:
- Metoclopramida
- Omeprazol
➔ Antimicrobianos:
- Ceftriaxona
- Enrofloxacino
- Sulfonamida
Diagnóstico diferencial
➔ Coronavirose
➔ Isosporose
➔ Verminose
Profilaxia e Controle
➔ Vacinação
- seguir recomendações
➔ Limpeza e desinfecção de
instalações, canis
➔ Evitar sair com filhotes até os 4
meses de idade
➔ Os filhotes só devem sair a
passeio 15 dias após a 2° dose da
vacina
➔ Separar animais doentes de
outros contactantes
Mariana Tenório
Imunodeficiência
Felina (FIV)
Def.: É uma síndrome
que causa declínio no número de
linfócitos T (CD4+), associada a
alterações imunológicas que tornam o
animal suscetível a infecções
secundárias.
Etiologia
➔ Vírus que pertence ao gênero
Lentivirus, no qual também está o
HIV
➔ RNA fitasimples envelopado
➔ O vírus apresenta a enzima
transcriptase reversa (capaz de
produzir uma cópia DNA)
Resistência viral
➔ O vírus é suscetível a
desinfetantes, sabão, calor e
dessecação
➔ Inativado em temperatura
ambiente
Epidemiologia
➔ Acomete mais animais adultos e
machos (animais de vida livre)
➔ A transmissão ocorre através da
inoculação da saliva ou sangue,
por meio de mordedura ou feridas
➔ Na fase inicial da doença os gatos
transmitem o vírus mais
facilmente do que na fase terminal
➔ Ocorre também transmissão via
intrauterina da mãe para o filhote
ou ingestão de colostro/leite
Patogenia
➔ A replicação viral ocorre nos
órgãos linfóides
➔ Ocorre diminuição no número das
CD4+
➔ O pico da carga viral ocorre entre
8-12 semanas
➔ Os anticorpos se tornam
detectáveis por volta de 2-4
semanas
Clínica
➔ A infecção pelo FIV progride
lentamente, fazendo com que não
exista uma distinção de transição
da fase assintomática para as
condições mórbidas
➔ Os sinais são inespecíficos ou
passam despercebidos
➔ Alguns podem apresentar febre,
perda de apetite e menor
atividade física durante a fase
aguda, além de linfadenomegalia
➔ Durante os últimos estágios da
infecção, os sinais são
decorrentes de infecções
oportunistas, como neoplasias e
doenças neurológicas
➔ As manifestações mais comuns
da FIV são:
Estomatite/Gengivite:
- pode ser encontrada em qualquer
estágio da infecção
Mariana Tenório
- é de causa indeterminada
- a coinfecção pelo calicivírus
resulta em estomatite, com o
surgimento de lesões
odontoclásticas
Diarréia:
- lesões inflamatórias e excessivo
crescimento bacteriano podem
sugerir as causas da diarreia
Doenças oculares:
- ocorre uveíte anterior que pode
ser resultado de toxoplasmose
Sinais de comprometimento do
SNC:
- a alteração comportamental é a
alteração mais comum
- pode ocorrer convulsões,
alteração no padrão do sono
Síndrome do depauperamento:
- dependendo da cepa viral
envolvida, a perda de peso e das
condições orgânicas podem ser
consequências visíveis
Diagnóstico
➔ Se baseia no histórico, bem como
sinais clínicos e exames
complementares. Porém nenhum
achado laboratorial é
patognomônico
➔ Alterações hematológicas:
- neutropenia e linfopenia (na fase
aguda)
- anemia
- trombocitopenia
➔ Alterações bioquímicas:
- hiperproteinemia
- azotemia por IRC
➔ Testes sorológicos: SNAP
ELISA
- são testes razoavelmente
sensíveis e específicos
- teste de triagem que detecta Ac
- o resultado em filhotes menores
que 6 meses devem ser
analisados cuidadosamente, pois
o que pode ser detectado são os
anticorpos passivos da mãe
- a resposta humoral só é
detectada no período de 8
semanas após a infecção
- em casos de resultados
negativos, o teste deve ser
repetidos após 3 semanas
➔ Biologia molecular: PCR
- é mais sensível e específico
- detecta material genético viral
- em casos de teste negativo, ele
também deve ser repetido se a
clínica persistir em se tratar de
FIV
Tratamento
➔ Todos os gatos com suspeita de
FIV devem passar por teste
confirmatório
➔ Se confirmado, deve passar por
exame clínico periódico anual ou
semestral, além de exames
complementares (hematológicos e
bioquímicos)
➔ Para as infecções secundárias:
- utilizar antibióticos ou antifúngicos
(evitar uso de Griseofulvina)
➔ Nos casos de estomatite:
- limpeza periódica dos dentes
- uso de antibióticos (Metronidazol,
Prednisona)
- extrações dentárias em casos
mais avançados
➔ Para anemia arregenerativa:
- uso de eritropoetina
➔ Proceder a esterilização de
machos e fêmeas positivos para a
FIV, a fim de diminuir o estresse
do cio
Mariana Tenório
Profilaxia e Controle
➔ Segregação de animais
infectados, evitando o contato dos
felinos FIV + com os livre da
infecção
➔ A vacina não está disponível
nacionalmente e não é eficaz
contra a FIV
➔ Castração
- diminui a agressividade e saída
do animal
Mariana Tenório
LEUCEMIA
VIRAL
FELINA
(FELV)
Def.: Doença infectocontagiosa que
causa ampla gama de síndromes
clínicas, como neoplasias, doenças
degenerativas e coinfecções.
Etiologia
➔ O FELV é um retrovírus
➔ RNA simples
➔ Pancitotrópico (tem tropismo pela
MO)
➔ Envelopado
➔ Possui a enzima transcriptase
reversa
Resistência Viral
➔ Sensível a desinfetantes, sabão,
calor e dessecação
➔ Inativado em temperatura
ambiente
Epidemiologia
➔ A transmissão horizontal é a
forma mais comum
➔ A principal forma de infecção é
pelo prolongado contato com a
saliva e secreção nasal de gatos
infectados, através de
mordeduras ou arranhaduras
➔ Também pode ocorrer
transmissão vertical, por
lambeduras ou leite materno
➔ Acomete mais machos adultos
(6-9 anos)
- são aqueles que têm acesso a rua
e/ou não são castrados
➔ Os filhotes são mais suscetíveis a
infecção, enquanto os adultos são
mais resistentes
➔ Não há predisposição racial
➔ É uma infecção que causa
aumento significativo de células
CD4 e CD8, além de doenças
secundárias como: CRF e CGE
Patogenia
➔ A evolução da FELV é
extremamente variável entre os
felinos infectados
➔ Após exposição oronasal, o vírus
se replica nos tecidos linfóides
➔ Se a resposta imune ocorrer
rapidamente, o vírus não atinge o
tecido mielóide e a infecção é
debelada pela produção de
anticorpos
➔ Se a produção de Ac for tardia,
ocorre viremia transitória (pode
durar até 3 meses)
➔ Se o vírus atingir os tecidos
epiteliais, a viremia tornará
persistente
➔ O gato virêmico pode transitar o
vírus por longos períodos
Estágios da infecção por FELV
Infecção abortiva (‘’regressiva’’)
➔ O felino torna-se
imunocompetente e consegue
interromper a replicação viral
➔ Não elimina o vírus totalmente,
mas ele não desenvolve viremia
➔ Esses gatos apresentam altos
títulos de anticorpos
neutralizantes
Mariana Tenório
➔ Vírus não chega na medula
óssea
➔ É de raro acontecimento
➔ Testes diagnósticos dão negativo
Infecção regressiva (‘’transitória →
latente’’)
➔ Os felinos desenvolvem resposta
imune parcial
➔ Ocorre disseminação do vírus nos
tecidos linfóides, glândula salivar
e medula óssea
➔ Viremia ocorre durante no
máximo 16 semanas e há
eliminação de partículas
infectantes pela saliva
➔ Muitos gatos são capazes de
interromper a viremia logo após
infecção da medula óssea
➔ Mesmo que a viremia cesse, a
infecção pode ser reativada em
casos de estresse:
- gestação
- cio
- altas doses de corticosteróides
➔ Os testes diagnósticos darão
negativos
➔ É uma infecção pouco
significativa, porém não
descarta-se que a possibilidade
de reativação viral, pois é uma
viremia transitória
Infecção progressiva (‘’persistente’’)
➔ O felino infectado desenvolve
resposta imune incopetente
➔ A replicação viral ocorre na
medula óssea, mucosas e
epitélio glandular
➔ A eliminação viral ocorre nas
secreções, sobretudo na saliva
➔ A maioria dos gatos
desenvolvem doenças
associadas pelo FELV no
período de 3 anos
➔ Os testes de antígenos darão
positivos num período de 2 a 3
semanas após a exposição
➔ É diferenciada da infecção
regressiva através de repetidos
testes para detecção de
antígenos em 2-3 semanas após
infecção
➔ É de extrema importância clínica
Infecção atípica (‘’focal’’)
➔ Corresponde a +/- 10% dos casos
➔ O vírus encontra-se sequestrado
em epitélios como:
- glândula salivar
- glândula mamária
- bexiga
➔ Atinge a medula óssea
➔ Felino desenvolve resposta
imune parcial
Clínica
➔ A infecção por FELV pode resultar
em diversas doenças e síndromes
clínicas
➔ Prevalecem neoplasias,
mielossupressão e doenças
infecciosas
➔ A sobrevida dos felinos virêmicos
que vivem em locais com alta
densidade populacional é de 2 a 3
anos no máximo
➔ Os que vivem nas mesmas
condições, porém isolados é
muito maior
➔ A maior parte dos felinos
apresentam anemia
Mariana Tenório
(arregenerativa) e
imunossupressão
➔ A gravidade da infecção é
inversamente proporcional a
idade
Síndromes e doenças associadas
a FELV
Neoplasias
➔ Linfoproliferativas:
- linfoma e leucemia linfática
➔ Mieloproliferativas:
- todas as linhagens das células
hematopoiéticas são suscetíveis a
FELV
- células anormaispodem ser
observadas nos esfregaços de
sangue
- sinais das leucemias: pirexia,
fraqueza, perda de peso, anemia,
hepatomegalia, contagens
celulares aberrantes
➔ Mielodisplasias:
- resultam em citopenias
(pancitopenia periférica)
➔ Fibrossarcomas:
- a recombinação do FELV-A com
os oncogenes celulares podem
dar origem ao FeSV
- o FeSV é tumorigênico e dão
origem a neoplasias altamente
malignas
- os tumores se expandem
rapidamente e formam nódulos
cutâneos ou subcutâneos
➔ Outros:
- osteocondromas (causam
exostoses cartilaginosas nos
ossos planos)
- neuroblastoma olfatório
Síndromes de supressão da
medula óssea
➔ A supressão da medula óssea é
causada pela replicação ativa do
vírus
➔ O FELV pode causar distúrbios da
medula óssea pela indução da
expressão de antígenos na
superfície celular, resultando em
destruição das células
➔ Alguns distúrbios podem ser
causados, como:
- anemia hemolítica
imunomediada
- trombocitopenia
- pancitopenia
- leucemias
- neutropenia
Anemias
➔ A maioria é do tipo não
regenerativa
➔ Diversas formas de anemia
podem ser apresentadas:
- anemia hemolítica (por
Mycoplasma spp)
- anemia hemolítica imunomediada
- aplasia eritróide pura
- anemia da doença crônica
- anemia aplásica
Imunossupressão
➔ Causa grande morbidade e
mortalidade
➔ Decorrente da diminuição de
macrófagos, linfócitos T (CD4+)
➔ As respostas imunes humorais a
antígenos são retardadas e
diminuídas
Mariana Tenório
➔ Estas condições aumentam a
exposição do felino a doenças
infecciosas, como:
- micoplasmose
- toxoplasmose
- gengivite/estomatite
- pneumonia/rinite
- enterites
- conjuntivite
Outras síndromes
➔ Alterações reprodutivas:
- infertilidade
- abortamento
- natimortalidade
➔ Enterites hemorrágicas
➔ Síndrome de definhamento do
filhote:
- ocorre falha na ingestão do leite
- desidratação
- atrofia do timo
Diagnóstico
➔ O ideal é que todo felino seja
submetido a um teste de FELV,
principalmente aqueles oriundos
de abrigos ou que foram
introduzidos em lares com outros
contactantes
➔ Testes diretos:
- SNAP ELISA: detecta o antígeno.
Tanto se o teste positivar ou
negativar, ele deve ser repetido
com 3 semanas, pois é um teste
de triagem e não confirmatório
- PCR: detecta a presença de
ácidos nucleicos virais. Realizada
do sangue ou tecidos, também
deve ser repetido, pois é um teste
de triagem
➔ O diagnóstico também deve se
basear no histórico do animal,
ausência ou não de vacina e seus
sinais clínicos
Prognóstico
➔ É bom para aqueles que
produzem anticorpos nos
primórdios da infecção
➔ É reservado para aqueles que
apresentam viremia persistente
➔ Os proprietários devem ser
informados a respeito da evolução
crônica e lenta da doença
(estima-se um tempo de 2-3 anos
de vida)
➔ Animais saudáveis podem
permanecer por meses a anos
sem apresentar nenhuma
manifestação
Tratamento
➔ Os alimentos crus devem ser
evitados
➔ Os felinos infectados devem ser
avaliados pelo menos 2 vezes ao
ano
➔ O animal que é positivado e não
vacinado, deve receber a vacina
(evita que ele entre na fase
sindrômica para outras doenças
secundárias)
➔ As diferentes afecções
oportunistas devem ser tratadas
isoladamente com medidas
específicas
➔ Medidas de suporte devem ser
tomadas, com o uso de
antiinflamatórios, analgésicos,
fluidoterapia e terapia nutricional
➔ Transfusão de sangue pode ser
benéfica em pacientes com
anemia intensa
Mariana Tenório
Profilaxia e Controle
➔ Os felinos infectados devem ser
permanecidos isolados
➔ Teste de todos os gatos que
compartilham o mesmo ambiente
➔ Desinfecção ambiental e de
fômites
➔ Vacinação (levando sempre em
consideração o risco de sarcoma
de aplicação)
Mariana Tenório
Raiva
Def.: É uma zoonose causada por um
vírus que pode provocar encefalomielite
em mamíferos e humanos. É uma
doença de importância socioeconômica
e de saúde pública.
Mariana Tenório

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