Prévia do material em texto
INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 1 INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE POR MEIO DE TECNOLOGIAS COM FOCO NAS POPULAÇÕES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Celine Maria de Souza Azevedo Francisca Araújo da Silva Natali Maria Serafim Sandro Garabed Ischkanian Silvana Nascimento de Carvalho Sygride Nascimento de Carvalho Gabriel Nascimento de Carvalho Silvia Drumond de Carvalho A inclusão digital e o uso da inteligência artificial (IA) são essenciais para democratizar o acesso à educação superior no Brasil, especialmente para populações vulneráveis. As desigualdades socioeconômicas dificultam o acesso à graduação e pós-graduação, criando barreiras significativas para muitos estudantes. As tecnologias educacionais, como plataformas digitais e sistemas de aprendizado online, desempenham um papel crucial ao facilitar o acesso e melhorar a qualidade da educação. A (IA), aplicada no ensino personalizado, cria experiências de aprendizado adaptativas, atendendo às necessidades individuais dos alunos e promovendo maior engajamento. Ferramentas como assistentes virtuais e chatbots também têm se mostrado eficazes, oferecendo suporte contínuo e personalizado. A alfabetização digital nas escolas é fundamental para preparar os alunos para o uso dessas tecnologias no futuro acadêmico e profissional. A adoção de competências digitais nas escolas fortalece a preparação dos alunos para tecnologias emergentes e contribui para a retenção na educação superior, especialmente entre populações de baixa renda. Políticas públicas e iniciativas do setor privado têm sido fundamentais para promover a inclusão digital e a integração da IA no ensino superior. O acesso a tecnologias em áreas periféricas, como zonas rurais e favelas, ainda enfrenta desafios significativos. Superar essas dificuldades é crucial para garantir que a inclusão digital se torne um fator de desenvolvimento sustentável, proporcionando maior equidade educacional e preparando os alunos para o mercado de trabalho global. A análise das tendências futuras da inclusão digital e da IA sugere um impacto transformador na educação superior brasileira, com potencial para revolucionar a aprendizagem e promover um desenvolvimento mais sustentável para o país. Palavras-chave: Inclusão digital; inteligência artificial; desigualdade educacional; tecnologias educacionais; alfabetização digital; plataformas de ensino; políticas públicas; educação superior; tecnologias emergentes; desenvolvimento sustentável. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 2 INCLUSIÓN DIGITAL Y (IA) EN EL ACCESO A LA EDUCACIÓN SUPERIOR Y POSGRADO EN BRASIL: LA DEMOCRATIZACIÓN DEL ACCESO A UNA EDUCACIÓN DE CALIDAD MEDIANTE TECNOLOGÍAS CON ENFOQUE EN LAS POBLACIONES EN SITUACIÓN DE VULNERABILIDAD. La inclusión digital y el uso de la inteligencia artificial (IA) son esenciales para democratizar el acceso a la educación superior en Brasil, especialmente para las poblaciones vulnerables. Las desigualdades socioeconómicas dificultan el acceso a la educación de grado y posgrado, creando barreras significativas para muchos estudiantes. Las tecnologías educativas, como plataformas digitales y sistemas de aprendizaje en línea, desempeñan un papel crucial al facilitar el acceso y mejorar la calidad de la educación. La IA, aplicada en la enseñanza personalizada, crea experiencias de aprendizaje adaptativas, atendiendo a las necesidades individuales de los estudiantes y promoviendo un mayor compromiso. Herramientas como asistentes virtuales y chatbots también han demostrado ser eficaces, ofreciendo soporte continuo y personalizado. La alfabetización digital en las escuelas es fundamental para preparar a los estudiantes para el uso de estas tecnologías en su futuro académico y profesional. La adopción de competencias digitales en las escuelas fortalece la preparación de los estudiantes para tecnologías emergentes y contribuye a la retención en la educación superior, especialmente entre las poblaciones de bajos ingresos. Las políticas públicas y las iniciativas del sector privado han sido fundamentales para promover la inclusión digital y la integración de la IA en la educación superior. Sin embargo, el acceso a tecnologías en áreas periféricas, como zonas rurales y favelas, aún enfrenta desafíos significativos. Superar estas dificultades es crucial para garantizar que la inclusión digital se convierta en un factor de desarrollo sostenible, proporcionando una mayor equidad educativa y preparando a los estudiantes para el mercado de trabajo global. El análisis de las tendencias futuras de la inclusión digital y la IA sugiere un impacto transformador en la educación superior brasileña, con el potencial de revolucionar el aprendizaje y promover un desarrollo más sostenible para el país. Palabras clave: Inclusión digital; inteligencia artificial; desigualdad educativa; tecnologías educativas; alfabetización digital; plataformas de enseñanza; políticas públicas; educación superior; tecnologías emergentes; desarrollo sostenible. DIGITAL INCLUSION AND (AI) IN ACCESS TO UNDERGRADUATE AND GRADUATE EDUCATION IN BRAZIL: DEMOCRATIZING ACCESS TO QUALITY EDUCATION THROUGH TECHNOLOGIES WITH A FOCUS ON VULNERABLE POPULATIONS. Digital inclusion and the use of artificial intelligence (AI) are essential for democratizing access to higher education in Brazil, especially for vulnerable populations. Socioeconomic inequalities hinder access to undergraduate and graduate education, creating significant barriers for many students. Educational technologies, such as digital platforms and online learning systems, play a crucial role in facilitating access and improving the quality of education. AI, applied in personalized teaching, creates adaptive learning experiences, addressing the individual needs of students and promoting greater engagement.Tools such as virtual assistants and chatbots have also proven effective, offering continuous and personalized support. Digital literacy in schools is fundamental to prepare students for the use of these technologies in their academic and professional futures. The adoption of digital skills in schools strengthens students' preparation for emerging technologies and contributes to retention in higher education, especially among low-income populations. Public policies and initiatives from the private sector have been crucial in promoting digital inclusion and the integration of AI in higher education. However, access to technology in peripheral areas, such as rural areas and favelas, still faces significant challenges. Overcoming these difficulties is crucial to ensure that digital inclusion becomes a factor of sustainable development, providing greater educational equity and preparing students for the global labor market. Analyzing future trends in digital inclusion and AI suggests a transformative impact on Brazilian higher education, with the potential to revolutionize learning and promote more sustainable development for the country. Keywords: Digital inclusion; artificial intelligence; educational inequality; educational technologies; digital literacy; teaching platforms; public policies; higher education; emerging technologies; sustainable development. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL.ISCHKANIAN, 2020). Outro aspecto importante do ensino personalizado mediado por IA é sua capacidade de reconhecer os aspectos emocionais e motivacionais dos estudantes, embora a IA ainda não tenha plena capacidade de avaliar sentimentos, algoritmos de aprendizado de máquina podem identificar padrões de comportamento que indicam desmotivação ou frustração, permitindo que o sistema sugira atividades mais estimulantes ou métodos alternativos de ensino para engajar os alunos. A personalização, portanto, não é apenas acadêmica, mas também emocional, o que ajuda a manter o aluno no caminho certo e motivado para continuar seu aprendizado (GABRIEL, 2022). A IA no ensino também pode ser uma ferramenta eficaz para a inclusão de estudantes com necessidades especiais ou dificuldades de aprendizagem, ao personalizar o conteúdo e a abordagem de ensino, a IA pode garantir que esses alunos recebam apoio adequado. Ferramentas como leitores de tela, legendas em tempo real e tradução automática são algumas das maneiras pelas quais a IA pode ajudar a criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo, para alunos com dislexia, por exemplo, a IA pode fornecer suporte extra com fontes especiais e ajustes de ritmo, permitindo uma experiência de aprendizado mais equitativa. A implementação da IA no ensino personalizado exige uma infraestrutura tecnológica adequada e a capacitação de professores, embora a tecnologia seja capaz de oferecer soluções incríveis, ela não substitui a necessidade de interação humana e orientação pedagógica. Os professores desempenham um papel crucial na orientação dos alunos, na interpretação dos dados fornecidos pela IA e na personalização do ensino, de acordo com as necessidades individuais de cada estudante, é essencial que os educadores sejam formados para integrar a IA de forma eficaz em suas práticas pedagógicas, aproveitando seu potencial sem perder a dimensão humana do ensino (GABRIEL, 2022). A IA também pode ser um recurso valioso para a promoção de uma aprendizagem mais centrada no aluno, ao fornecer aos alunos o controle sobre seu processo de aprendizado, por meio INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 26 de plataformas digitais, a IA pode ajudar a desenvolver competências de autogestão e motivação. A personalização do ensino ajuda os alunos a identificarem suas próprias preferências e pontos fortes, promovendo uma abordagem de aprendizado mais consciente e autônoma, isso é particularmente importante no contexto da educação superior, onde a aprendizagem autônoma é uma habilidade essencial para o sucesso acadêmico e profissional (GABRIEL, 2022). Com a IA, os sistemas de aprendizado podem não apenas personalizar o conteúdo acadêmico, mas também integrar estratégias de ensino diferenciadas para alunos com necessidades de suporte adicional, a IA pode integrar metodologias de ensino como gamificação, que aumenta o engajamento dos alunos, ou ensino baseado em projetos, que promove a aprendizagem prática e colaborativa. As abordagens inovadoras dos vídeos, ajudam a tornar o aprendizado mais envolvente e eficaz, especialmente para alunos que precisam de formas alternativas de ensino para compreender os conceitos de maneira mais profunda (CABRAL, 2025). Ao monitorar o progresso dos alunos e identificar suas habilidades, a IA pode ajudar a identificar áreas em que os estudantes precisam melhorar e sugerir recursos que podem ajudá-los a se preparar para os desafios profissionais, isso é particularmente relevante no contexto atual, em que as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho estão em constante mudança e os alunos precisam se adaptar rapidamente para se manter competitivos (GABRIEL, 2022). A IA no ensino personalizado também pode ser uma aliada na redução das desigualdades educacionais. Ao permitir que estudantes de diferentes origens e condições socioeconômicas acessem materiais de aprendizado de alta qualidade e personalizados para suas necessidades, a IA pode ajudar a nivelar o campo de jogo. Estudantes em situações vulneráveis, como aqueles que não têm acesso a tutores particulares ou escolas de elite, podem se beneficiar enormemente da possibilidade de adaptar seu aprendizado de acordo com suas necessidades específicas, sem depender da disponibilidade de recursos externos (GABRIEL, 2022). A implementação de IA no ensino personalizado deve ser feita com cautela, para evitar a criação de desigualdades digitais, em muitas regiões, especialmente em áreas de baixa renda, o acesso à tecnologia ainda é limitado, e a introdução de ferramentas baseadas em IA pode acentuar as disparidades educacionais. É fundamental que os governos e instituições de ensino invistam em infraestrutura e capacitação, garantindo que todos os estudantes tenham acesso às tecnologias necessárias para aproveitar as oportunidades oferecidas pela IA. A IA também pode ser útil no apoio à gestão de dados educacionais, facilitando o acompanhamento do desempenho dos alunos e a identificação de áreas problemáticas em tempo real, isso não só permite que os professores ajam rapidamente para corrigir deficiências de aprendizado, mas também oferece uma visão mais abrangente e detalhada sobre o progresso de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 27 cada aluno, permitindo decisões mais informadas sobre intervenções pedagógicas (GABRIEL, 2022). Em um futuro próximo, espera-se que a IA seja integrada ainda mais profundamente nos processos educacionais, criando sistemas de aprendizado totalmente adaptativos que respondem às necessidades e preferências de cada estudante, oferecendo uma experiência de aprendizado verdadeiramente personalizada. Celine Maria de Souza Azevedo, 2025. Para que isso aconteça, será essencial o envolvimento de todos os stakeholders no desenvolvimento e implementação de soluções de IA, garantindo que o uso da tecnologia seja sempre voltado para o benefício dos alunos e para a melhoria contínua da educação. 2.5 PLATAFORMAS DE ENSINO DIGITAL: O IMPACTO DE PLATAFORMAS COMO MOODLE, COURSERA E KHAN ACADEMY NO ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA POPULAÇÕES VULNERÁVEIS. As plataformas de ensino digital têm desempenhado um papel fundamental no acesso à educação de qualidade, especialmente para populações vulneráveis, no Brasil e ao redor do mundo, essas plataformas, como Moodle, Coursera e Khan Academy, têm se destacado por oferecer oportunidades de aprendizado para aqueles que, de outra forma, estariam excluídos do sistema educacional tradicional. A utilização dessas plataformas digitais não só facilita o acesso a conteúdos educacionais, mas também permite uma educação personalizada, flexível e adaptada às necessidades específicas de cada aluno, com o avanço da tecnologia, essas ferramentas se tornam cada vez mais acessíveis, democratizando o aprendizado e criando novas oportunidades para quem está em situação de vulnerabilidade. De acordo com Goemann Jr. (2022), as plataformas de ensino digital têm se mostrado eficazes em expandir o acesso ao conhecimento e na promoção da inclusão educacional, elas permitem que estudantes de diferentes realidades socioeconômicas acessem cursos e materiais que antes eram restritos às grandes instituições de ensino, ampliando suas possibilidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal. As plataformas de ensino digital podem ser usadas para complementar a educação formal, oferecendo conteúdo complementar e especializado, o que pode ser crucial para estudantes que enfrentam dificuldades no ensino tradicional. No entanto, GoemannJr. (2022) alerta que a adoção de tecnologias educacionais, como as plataformas digitais, também apresenta desafios, especialmente quando se trata de populações vulneráveis, entre os principais obstáculos estão a falta de acesso à internet de qualidade e a ausência de dispositivos adequados para acompanhar as aulas online. Isso significa que, embora as INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 28 plataformas de ensino digital tenham o potencial de melhorar o acesso à educação, ainda há uma necessidade urgente de investimentos em infraestrutura tecnológica para garantir que as oportunidades oferecidas sejam igualmente acessíveis a todos os alunos, independentemente de sua situação socioeconômica. O Moodle, é uma plataforma de ensino aberta e gratuita, que permite a criação de cursos online e o compartilhamento de materiais didáticos, essa plataforma tem sido muito utilizada por escolas e universidades ao redor do mundo, proporcionando uma alternativa acessível ao ensino presencial, especialmente em tempos de pandemia, quando as aulas remotas se tornaram essenciais, o Moodle oferece ferramentas para a gestão do aprendizado, permitindo que professores personalizem os conteúdos conforme as necessidades de seus alunos. O Coursera, por sua vez, oferece cursos online de universidades e instituições renomadas, abrangendo uma ampla gama de áreas do conhecimento, muitos desses cursos são oferecidos gratuitamente ou com custos acessíveis, o que possibilita que estudantes de populações vulneráveis acessem materiais de alta qualidade e adquiram novos conhecimentos e habilidades. A plataforma tem sido particularmente importante para aqueles que buscam uma qualificação profissional que lhes permita melhorar sua posição no mercado de trabalho, ao proporcionar acesso a cursos oferecidos por instituições de prestígio, o Coursera também contribui para reduzir a desigualdade educacional, permitindo que os alunos tenham acesso a uma formação de excelência, independentemente de sua localização ou classe social. A Khan Academy é outra plataforma que tem tido um grande impacto no acesso à educação de qualidade, especialmente em áreas como matemática e ciências. A plataforma oferece vídeos tutoriais e exercícios interativos que ajudam os alunos a aprender no seu próprio ritmo, sem a pressão do sistema educacional tradicional. A Khan Academy tem sido particularmente valiosa para estudantes que precisam de reforço escolar ou que enfrentam dificuldades em acompanhar o ritmo das aulas convencionais, sua abordagem flexível e centrada no aluno a torna uma ferramenta poderosa para a educação de populações vulneráveis, oferecendo uma educação personalizada e acessível. Goemann Jr. (2022) destaca que as plataformas de ensino digital são uma ferramenta importante para combater a exclusão educacional. Elas oferecem uma forma de aprendizado mais inclusiva, que não depende de fatores como a localização geográfica ou a renda familiar. Isso é especialmente relevante para populações vulneráveis, que muitas vezes enfrentam barreiras significativas para acessar o sistema educacional tradicional. Essas plataformas oferecem flexibilidade, permitindo que os alunos aprendam no seu próprio ritmo e conforme sua própria disponibilidade de tempo. Tal contexto é particularmente importante para aqueles que precisam conciliar os estudos com o trabalho ou com outras responsabilidades. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 29 É importante reconhecer que o simples acesso a plataformas de ensino digital não garante que a educação seja efetivamente inclusiva e de qualidade. Goemann Jr. (2022) enfatiza a importância de uma educação digital de qualidade, que deve ser acompanhada de suporte técnico e pedagógico adequado. Os alunos precisam de orientação para utilizar as plataformas de forma eficaz, e os professores devem ser capacitados para utilizar essas tecnologias no processo de ensino, é necessário um esforço contínuo para adaptar o conteúdo digital às necessidades de diferentes grupos de alunos, garantindo que a educação oferecida seja relevante e acessível para todos. As plataformas digitais também têm um papel importante no fomento à aprendizagem autônoma, um fator crucial para o desenvolvimento de competências no mundo contemporâneo. Ao utilizar essas plataformas, os estudantes têm a oportunidade de se engajar de forma mais ativa no processo de aprendizagem, tomando a iniciativa de explorar novos conteúdos e desenvolver habilidades de forma independente, isso é especialmente importante em contextos educacionais em que os alunos enfrentam uma sobrecarga de conteúdo ou dificuldades para acompanhar o ritmo das aulas presenciais. O ensino digital permite que os alunos se concentrem nas áreas em que têm mais interesse ou dificuldades, promovendo um aprendizado mais eficaz e personalizado. As plataformas de ensino digital têm o potencial de ampliar a diversidade de recursos educacionais disponíveis, incluindo materiais multimídia, como vídeos, animações e podcasts. Isso torna o aprendizado mais interessante e acessível, atendendo aos diferentes estilos de aprendizagem dos estudantes. Para alunos de populações vulneráveis, a possibilidade de acessar materiais educativos diversificados pode ser uma forma de superar as limitações do ensino tradicional, que muitas vezes não oferece recursos suficientes para atender às necessidades de todos os alunos. É importante destacar que, apesar dos avanços proporcionados pelas plataformas de ensino digital, a falta de acesso à internet e a escassez de dispositivos tecnológicos ainda são obstáculos significativos para muitas populações vulneráveis. Goemann Jr. (2022) alerta que, para que as plataformas de ensino digital possam ter um impacto realmente positivo na educação, é fundamental que o acesso a essas ferramentas seja universalizado, isso inclui a melhoria da infraestrutura tecnológica, a redução dos custos de dispositivos e o aumento da conectividade em áreas remotas e em situações de vulnerabilidade social. As plataformas de ensino digital, como Moodle, Coursera e Khan Academy, têm um papel transformador no acesso à educação de qualidade, especialmente para populações vulneráveis. Elas oferecem uma oportunidade única de democratizar o conhecimento e superar as barreiras educacionais, proporcionando uma educação mais flexível, personalizada e acessível, é essencial que o acesso a essas plataformas seja ampliado e que haja um investimento contínuo em INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 30 infraestrutura e capacitação para garantir que todos os alunos possam usufruir dos benefícios do ensino digital. As plataformas de ensino digital têm o potencial de transformar a educação, tornando-a mais inclusiva, acessível e personalizada, porém para que isso se concretize, é necessário um esforço conjunto entre governos, instituições educacionais, empresas e a sociedade civil para superar as barreiras tecnológicas e garantir que todos os alunos, especialmente os mais vulneráveis, possam acessar e aproveitar as oportunidades oferecidas por essas plataformas. Como afirma Goemann Jr. (2022), o futuro da educação digital depende de uma abordagem holística que envolva não apenas a tecnologia, mas também a formação de professores, o desenvolvimento de conteúdos de qualidade e o suporte contínuo aos alunos.2.6 ASSISTENTES VIRTUAIS E CHATBOTS: COMO FERRAMENTAS BASEADAS EM IA, COMO ASSISTENTES VIRTUAIS E CHATBOTS, PODEM OFERECER SUPORTE CONTÍNUO E PERSONALIZADO AOS ESTUDANTES. Os assistentes virtuais e chatbots são ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (IA) com potencial para transformar a maneira como os estudantes interagem com o conteúdo educacional e recebem suporte em seus processos de aprendizagem. Essas ferramentas oferecem suporte contínuo e personalizado, permitindo uma abordagem mais flexível e dinâmica para a educação, onde os alunos podem acessar informações e obter respostas em tempo real, conforme suas necessidades individuais. Segundo Kapp (2012), a utilização de métodos baseados em jogos e tecnologias como IA pode ser eficaz para aumentar o engajamento dos alunos e promover a aprendizagem ativa. Os assistentes virtuais e chatbots funcionam como agentes interativos que respondem perguntas, fornecem explicações e realizam tarefas relacionadas ao aprendizado. Ao contrário do sistema tradicional de ensino, que muitas vezes é limitado pela disponibilidade de professores e pelo tempo de aula, essas ferramentas oferecem respostas imediatas, permitindo que os alunos progridam em seu ritmo e recebam suporte sempre que necessário. Kapp (2012) destaca que a interação em tempo real, combinada com a personalização dessas ferramentas, pode resultar em um aprendizado mais eficaz e satisfatório. Uma das grandes vantagens dos assistentes virtuais e chatbots é a capacidade de adaptar as respostas de acordo com as necessidades e o nível de compreensão de cada aluno. Em um cenário educacional diversificado, onde os estudantes têm diferentes ritmos de aprendizagem, as ferramentas baseadas em IA podem oferecer explicações mais detalhadas para alunos que enfrentam dificuldades com certos conceitos ou avançar rapidamente em temas já dominados, essa abordagem personalizada é um dos pilares para promover uma educação inclusiva e eficaz. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 31 Os chatbots e assistentes virtuais podem ser utilizados para automatizar tarefas administrativas, como agendamento de aulas, entrega de materiais didáticos ou realização de avaliações, tal fator não só libera o tempo dos professores, permitindo que eles se concentrem mais em atividades pedagógicas de alto impacto, como também proporciona uma experiência mais fluida e organizada para os alunos. A automação de processos repetitivos melhora a eficiência do sistema educacional, permitindo que tanto professores quanto alunos se dediquem ao aprendizado e ao desenvolvimento de habilidades. A utilização de IA em assistentes virtuais também pode fornecer suporte contínuo aos alunos fora do ambiente tradicional de sala de aula, quando os estudantes enfrentam dificuldades com uma matéria ou tarefa, podem interagir com o chatbot para obter esclarecimentos, mesmo fora do horário de aula. Isso reduz a ansiedade dos alunos, pois eles sabem que têm um recurso acessível 24 horas por dia, capaz de ajudá-los a superar obstáculos de aprendizado sem precisar esperar pela próxima aula ou consulta com o professor. O feedback instantâneo é uma estratégia poderosa para melhorar a aprendizagem, pois permite que os alunos ajustem sua abordagem ao aprendizado de forma contínua e ajustada ao seu progresso, se um aluno comete um erro em um exercício, o chatbot pode oferecer uma explicação detalhada sobre o erro e como corrigir a resposta, ajudando a consolidar o conhecimento de maneira mais eficiente. Kapp (2012) também ressalta que a gamificação e a IA podem ser combinadas para criar experiências de aprendizado mais envolventes, ao adicionar elementos de jogo, como desafios, recompensas e pontos de progresso, as plataformas de ensino baseadas em IA podem aumentar a motivação dos alunos e torná-los mais ativos em sua jornada de aprendizado, essa abordagem pode ser útil para estudantes com dificuldades em manter o foco ou a motivação, tornando o processo de aprendizado mais interativo e prazeroso. A personalização do aprendizado também é aprimorada com o uso de assistentes virtuais e chatbots, essas ferramentas podem coletar dados sobre o desempenho dos alunos e usar essa informação para oferecer um caminho de aprendizagem adaptado às suas necessidades. Se um aluno demonstra dificuldades em um tópico específico, o assistente pode sugerir recursos adicionais, como vídeos, leituras ou exercícios extras, para reforçar o conhecimento. Isso promove um aprendizado contínuo e autônomo, onde o aluno tem controle sobre seu próprio progresso. Esses assistentes virtuais e chatbots também oferecem suporte emocional e motivacional, algo muitas vezes negligenciado no ensino tradicional. Por meio de interações amigáveis e encorajadoras, os alunos podem se sentir mais à vontade para expressar suas dúvidas e dificuldades, sabendo que estão em um ambiente seguro e sem julgamentos, isso contribui para o INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 32 bem-estar emocional dos alunos, especialmente para aqueles que podem se sentir intimidados ou desconfortáveis em interagir com professores em situações formais. A implementação desses recursos tecnológicos também pode ter um impacto significativo na redução das desigualdades educacionais, em contextos de ensino público, onde a falta de recursos e a sobrecarga de professores são desafios constantes, os assistentes virtuais e chatbots oferecem uma alternativa para ampliar o suporte educacional aos alunos sem a necessidade de aumentar o número de professores ou de salas de aula. Essas ferramentas podem ser acessadas por dispositivos móveis e computadores, elas oferecem flexibilidade, permitindo que os alunos aprendam de qualquer lugar e a qualquer momento, o que é uma vantagem considerável para aqueles que não têm acesso constante a uma escola física. É importante destacar que, embora os assistentes virtuais e chatbots ofereçam uma série de benefícios, eles não substituem o papel do professor no processo de ensino, esses recursos funcionam como ferramentas complementares que, quando usados adequadamente, podem enriquecer a experiência de aprendizado e fornecer suporte adicional aos alunos. O papel do professor continua sendo fundamental na mediação do aprendizado, mas as tecnologias baseadas em IA oferecem uma maneira de tornar o ensino mais acessível, eficaz e adaptado às necessidades de cada estudante. Francisca Araújo da Silva, 2025. Os assistentes virtuais e chatbots, como ferramentas baseadas em Inteligência Artificial, têm o potencial de revolucionar o processo educacional ao oferecer suporte contínuo e personalizado aos estudantes. Ao fornecer respostas rápidas, feedback imediato, personalização do aprendizado e apoio emocional, essas ferramentas podem melhorar significativamente a experiência de aprendizagem, especialmente para aqueles que enfrentam desafios no sistema educacional tradicional, elas podem contribuir para uma educação mais inclusiva, ao permitir que os alunos tenham acesso a recursos de aprendizagem no seu próprio ritmo e de acordo com suas necessidades individuais. Como observa Kapp (2012), a utilização dessas tecnologias pode tornar o aprendizado mais envolvente e eficaz, preparando os estudantes para o futuro de forma mais dinâmica e interativa. 2.7 A IMPORTÂNCIA DE INCLUIR A ALFABETIZAÇÃO DIGITAL NO CURRÍCULO EDUCACIONAL, PREPARANDO OS ALUNOS PARA UTILIZAR FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS EM SUAS VIDAS ACADÊMICAS E PROFISSIONAIS. A alfabetização digital tem se tornadoum dos pilares mais importantes da educação contemporânea, desempenhando um papel fundamental no processo de inclusão social e no INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 33 desenvolvimento de habilidades essenciais para o sucesso acadêmico e profissional dos alunos. Em um mundo cada vez mais tecnológico, as habilidades digitais não são apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para garantir que os indivíduos possam participar plenamente da sociedade digital. A inclusão da alfabetização digital no currículo educacional é, portanto, uma estratégia indispensável para preparar os alunos para um futuro que será, sem dúvida, altamente dependente de ferramentas tecnológicas. A integração da alfabetização digital nas escolas visa capacitar os alunos a usarem as tecnologias de maneira crítica, responsável e eficaz. Essa formação vai além do simples aprendizado de como utilizar dispositivos eletrônicos; envolve o desenvolvimento de competências que permitem aos estudantes compreender, explorar e dominar as ferramentas tecnológicas, essenciais para o mercado de trabalho e para o desenvolvimento pessoal. Lee e Giufan (2022) destacam que, em um futuro próximo, a inteligência artificial (IA) desempenhará um papel central na transformação dos ambientes educacionais e profissionais, tornando ainda mais urgente o domínio das habilidades digitais desde cedo. Ao incluir a alfabetização digital no currículo, as escolas preparam os alunos não apenas para o uso de ferramentas básicas, como processadores de texto e navegadores de internet, mas também para compreender os sistemas complexos que sustentam a sociedade moderna, a IA, a automação e o big data são algumas das áreas tecnológicas que moldam o futuro, e os alunos precisam ser capazes de interagir com essas inovações de maneira eficiente. A alfabetização digital, contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico, permitindo que os alunos analisem e compreendam o impacto das tecnologias em suas vidas e em seus ambientes de trabalho. Ao proporcionar acesso equitativo às ferramentas tecnológicas, as escolas garantem que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprender e desenvolver habilidades essenciais para o futuro. Em países como o Brasil, onde as desigualdades sociais são marcantes, a inclusão digital na educação pode ser um meio eficaz de combater a exclusão e reduzir a disparidade entre os estudantes que têm acesso a tecnologias e aqueles que não têm. Com o aumento da utilização de tecnologias digitais no ensino, a alfabetização digital permite que os alunos participem ativamente do processo de aprendizagem. Ferramentas como plataformas de ensino online, aplicativos educacionais e recursos de colaboração digital ajudam a criar um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e interativo. Lee e Giufan (2022) observam que, à medida que a IA evolui, as possibilidades de personalização do aprendizado também aumentam, proporcionando uma educação mais adaptada às necessidades individuais dos alunos, o que é um benefício direto da inclusão digital no currículo. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 34 Ao preparar os alunos para a utilização eficaz dessas ferramentas, a alfabetização digital também os prepara para um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico, as habilidades digitais, como a capacidade de trabalhar com softwares especializados, utilizar ferramentas de análise de dados e colaborar virtualmente, são competências altamente valorizadas pelos empregadores. Integrar a alfabetização digital nas escolas não é apenas uma questão educacional, mas uma estratégia de preparação para o mercado de trabalho do futuro. A alfabetização digital também promove o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas, criatividade e colaboração, competências essenciais para a vida acadêmica e profissional, ao utilizar ferramentas digitais, os alunos são desafiados a encontrar soluções para problemas de forma inovadora, explorar novas formas de expressão e trabalhar de maneira colaborativa com colegas em projetos e tarefas. Essas habilidades são essenciais em um mundo em que a tecnologia permeia todos os aspectos da vida profissional, desde a comunicação até a tomada de decisões estratégicas. A inclusão da alfabetização digital no currículo educacional também traz benefícios para o desenvolvimento da autonomia dos alunos, ao aprenderem a utilizar ferramentas tecnológicas de forma independente, os alunos se tornam mais autossuficientes em suas atividades acadêmicas, podendo buscar informações, realizar pesquisas e produzir trabalhos de maneira mais eficiente. A IA, por exemplo, pode ser utilizada para criar experiências de aprendizado personalizadas, permitindo que os alunos avancem no conteúdo de acordo com seu próprio ritmo e necessidades. Em um contexto em que a educação é cada vez mais globalizada e interconectada, a alfabetização digital também ajuda a preparar os alunos para participar ativamente de uma sociedade digital global. O domínio das tecnologias digitais permite que os alunos se conectem com outras pessoas ao redor do mundo, colaborem em projetos internacionais e acessem uma vasta gama de recursos educacionais e culturais. A capacidade de navegar e interagir com essas plataformas digitais é uma competência essencial para os cidadãos do século XXI. A alfabetização digital também contribui para a cidadania digital, que envolve o uso responsável, ético e seguro da tecnologia. Ao aprenderem sobre privacidade, segurança online, direitos autorais e o impacto das tecnologias no comportamento social, os alunos se tornam mais conscientes de seu papel no ambiente digital. Isso é fundamental em um contexto em que o uso irresponsável da tecnologia pode ter consequências graves, como o bullying virtual, a disseminação de informações falsas e a violação da privacidade. A introdução da alfabetização digital no currículo escolar também envolve um compromisso com a formação contínua dos professores. É fundamental que os educadores estejam atualizados com as últimas inovações tecnológicas e saibam como integrá-las de forma eficaz no processo de ensino-aprendizagem. Lee e Giufan (2022) ressaltam que, à medida que a IA se torna INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 35 mais presente nas escolas, os professores precisam ser capacitados para utilizar essas tecnologias de maneira que beneficiem os alunos e tornem a educação mais eficaz e inclusiva. A alfabetização digital é um requisito para a implementação bem-sucedida de metodologias de ensino inovadoras, como a aprendizagem baseada em projetos, a gamificação e a sala de aula invertida, essas abordagens pedagógicas dependem do uso de ferramentas digitais para permitir a colaboração entre os alunos, o acesso a recursos de aprendizagem e a criação de conteúdos interativos. Assim, a alfabetização digital se torna um requisito fundamental para a transformação do ensino tradicional em uma experiência educacional mais dinâmica e envolvente. A alfabetização digital não só prepara os alunos para um futuro tecnológico, mas também contribui para a formação de uma sociedade mais igualitária e justa. Ao garantir que todos os estudantes, independentemente de sua classe social, tenham acesso às tecnologias e possam utilizá-las de maneira eficiente, a escola desempenha um papel importante na promoçãoda igualdade de oportunidades. A digitalização da educação pode ser uma ferramenta poderosa para combater a exclusão e criar um ambiente mais inclusivo, onde todos têm as mesmas chances de desenvolver suas habilidades e alcançar seu potencial. A capacitação digital também é um importante fator para a inclusão de pessoas com deficiência no sistema educacional, ferramentas digitais acessíveis, como softwares de leitura para deficientes visuais e dispositivos de comunicação para deficientes auditivos, podem proporcionar a alunos com necessidades especiais um aprendizado mais igualitário e personalizado. A inclusão digital, portanto, não se limita ao acesso às tecnologias, mas também envolve a adaptação dessas ferramentas para atender às diversas necessidades dos alunos. A alfabetização digital, ao ser integrada ao currículo escolar, também pode melhorar o desempenho dos alunos em áreas tradicionais do conhecimento. O uso de recursos tecnológicos permite que os estudantes realizem pesquisas de forma mais eficiente, acessem conteúdos diversificados e participem de atividades interativas que tornam o aprendizado mais interessante e eficaz, isso contribui para o desenvolvimento de competências acadêmicas essenciais, como a capacidade de pesquisar, organizar informações e apresentar argumentos de forma clara e convincente. À medida que o uso de tecnologias na educação continua a crescer, a alfabetização digital torna-se uma competência transversal, fundamental para o aprendizado de todas as disciplinas. O domínio das ferramentas digitais é essencial para que os alunos possam acessar e compreender os conteúdos de diversas áreas do conhecimento, desde as ciências exatas até as humanidades. Conseqüentemente, a inclusão da alfabetização digital no currículo é uma estratégia eficaz para garantir que os alunos adquiram as habilidades necessárias para lidar com as exigências de um mundo cada vez mais digital. Em relação a este contexto, o livro "2041: Como a INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 36 inteligência artificial vai mudar a sua vida nas próximas décadas", de Kai-Fu Lee e Chen Giufan, oferece uma análise profunda sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na sociedade futura. O autor, um dos principais especialistas em IA, compartilha suas previsões sobre as transformações que essa tecnologia trará, não apenas para o mercado de trabalho, mas para a forma como as pessoas vivem, se relacionam e interagem com o mundo ao seu redor, a obra se destaca por proporcionar uma visão abrangente, não apenas com foco nas inovações tecnológicas, mas também nas implicações éticas e sociais que essas mudanças trarão. Ao longo dos próximos 20 anos, as tecnologias de IA prometem modificar profundamente a dinâmica do mercado de trabalho, automatizando tarefas que hoje são realizadas por seres humanos e, consequentemente, exigindo novas habilidades da força de trabalho. O livro descreve um futuro em que profissões tradicionais podem ser substituídas por sistemas de IA altamente especializados, mas também prevê a criação de novas oportunidades de emprego, especialmente em setores que envolvem a interação humana e a criatividade. Contudo, essa transição exigirá uma adaptação significativa, especialmente para as gerações mais velhas que podem não estar preparadas para essa revolução tecnológica. Os autores alertam para o risco de desigualdade social, caso a sociedade não consiga acompanhar as mudanças tecnológicas de forma equitativa. Embora a IA traga benefícios inegáveis, como o aumento da eficiência e a resolução de problemas complexos, ela também pode agravar as desigualdades existentes. Aquelas regiões e grupos sociais que não têm acesso a essa tecnologia poderão ficar para trás, resultando em um abismo cada vez maior entre os mais e os menos favorecidos, é fundamental que políticas públicas sejam criadas para garantir o acesso universal à educação digital e o desenvolvimento de habilidades relacionadas à tecnologia. A educação, segundo Lee e Giufan, será um dos pilares para enfrentar os desafios impostos pela inteligência artificial. Em um cenário em que a IA automatiza muitas das funções repetitivas do trabalho, o foco das escolas e universidades precisará mudar. Os autores defendem que as instituições de ensino precisam se adaptar, oferecendo currículos mais voltados para o desenvolvimento de competências cognitivas superiores, como o pensamento crítico, a resolução de problemas complexos e a criatividade, a capacidade de inovar e lidar com mudanças rápidas será uma habilidade essencial, e a IA será uma ferramenta crucial nesse processo. Para que a sociedade consiga aproveitar os benefícios da IA de forma justa, é necessário que as empresas e os governos invistam em iniciativas que promovam o desenvolvimento tecnológico sustentável, as empresas precisarão ser mais transparentes na utilização de IA, garantindo que as decisões tomadas por sistemas automatizados não sejam discriminatórias ou INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 37 prejudiciais aos indivíduos, nesse contexto, a ética no uso da IA será crucial para evitar possíveis danos sociais e econômicos. Além do mercado de trabalho, a IA terá um grande impacto na forma como as pessoas se relacionam com a tecnologia no dia a dia, o livro aborda como a IA pode melhorar a vida das pessoas, oferecendo soluções mais eficientes para problemas complexos, como no tratamento de doenças, no combate às mudanças climáticas e até mesmo no aprimoramento da educação personalizada. A IA permitirá uma melhor compreensão de questões globais, permitindo soluções mais rápidas e eficazes para problemas coletivos, no entanto, isso também exige que a sociedade esteja preparada para lidar com os aspectos morais e éticos dessas tecnologias. Um aspecto central discutido por Lee e Giufan é a questão da privacidade. À medida que a IA se torna mais integrada em todos os aspectos da vida, desde o trabalho até o lazer, o controle sobre os dados pessoais se torna um tema cada vez mais relevante. A coleta de dados e a forma como as empresas e governos os utilizam levantam questões sobre os direitos individuais, o livro propõe um equilíbrio entre os benefícios trazidos pela tecnologia e a proteção da privacidade dos indivíduos, sugerindo regulamentações mais rígidas para garantir que os dados sejam utilizados de forma ética e responsável. A questão do impacto social da IA também não é ignorada pelos autores. A IA tem o potencial de mudar radicalmente a estrutura social, trazendo tanto benefícios quanto desafios, por um lado, ela pode contribuir para a criação de uma sociedade mais justa, proporcionando oportunidades de desenvolvimento para aqueles que antes não tinham acesso a serviços essenciais. Por outro lado, ela pode exacerbar as desigualdades existentes, criando uma sociedade ainda mais polarizada. Para mitigar esses riscos, é necessário que o desenvolvimento da IA seja conduzido de forma ética e inclusiva, garantindo que seus benefícios sejam distribuídos de maneira equitativa. O apoio de governos é fundamental para garantir que as inovações tecnológicas sejam aplicadas de maneira que beneficie toda a sociedade. Isso inclui não apenas a criação de regulamentações que orientem o uso da IA, mas também o fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, a colaboração entre universidades, empresas de tecnologia e governos será essencial para garantir que a inteligência artificial seja usada para promover o bem- estar coletivo. A obranão apenas explora os benefícios que a inteligência artificial pode trazer para a sociedade, mas também alerta para os desafios e riscos que surgem com seu uso, a adaptação das políticas públicas, a mudança no sistema educacional e a garantia da ética no uso da tecnologia serão fatores determinantes para assegurar que a IA seja uma força positiva para a sociedade no futuro. Com isso, o livro oferece uma visão esclarecedora sobre o que esperar nos próximos anos e como podemos nos preparar para um futuro cada vez mais digital e automatizado. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 38 Diante da esplanação, os autores do artigo, evidenciam que a alfabetização digital não é apenas uma habilidade técnica, mas também uma competência que envolve a capacidade de pensar criticamente sobre o impacto das tecnologias na sociedade, é fundamental que os alunos não apenas aprendam a usar as ferramentas digitais, mas também compreendam as implicações éticas e sociais do uso dessas tecnologias, isso inclui a reflexão sobre questões como privacidade, segurança, direitos digitais e o papel das tecnologias na construção das relações sociais e culturais. 2.8 DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS NAS ESCOLAS: COMO O ENSINO DE HABILIDADES DIGITAIS NAS ESCOLAS PODE PREPARAR OS ALUNOS PARA O USO EFETIVO DE TECNOLOGIAS EMERGENTES NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. O desenvolvimento de competências digitais nas escolas é uma necessidade crescente para preparar os alunos para o uso eficaz das tecnologias emergentes, especialmente no contexto da educação superior. A sociedade atual é amplamente influenciada por ferramentas digitais, e o futuro educacional exigirá que os estudantes possuam habilidades avançadas nessas tecnologias, a alfabetização digital, portanto, deve ser um pilar fundamental na formação dos alunos, capacitando-os para navegar em um ambiente cada vez mais tecnológico. É necessário que as escolas não ensinem apenas o uso básico de dispositivos, mas promovam uma compreensão profunda sobre o impacto dessas ferramentas, o ensino de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina, deve ser gradualmente integrado ao currículo. Esse processo ajudará os alunos a entender e a aplicar essas tecnologias em seus estudos e, futuramente, em suas carreiras, onde serão essenciais. Metz (2022) apresenta no livro Criadores de Gênios o papel crucial de inovadores que introduziram a IA em grandes empresas como Google e Facebook. Esses indivíduos desempenharam papéis significativos no desenvolvimento de tecnologias que hoje são imprescindíveis em várias áreas, incluindo a educação. Ao analisar esses exemplos, podemos perceber a importância de inserir a IA e outras tecnologias no currículo escolar, preparando os alunos não só para usar, mas também para inovar com essas ferramentas. A transformação digital no ensino superior exige que os alunos cheguem às universidades com uma sólida base de competências digitais, a integração de tecnologias emergentes nas escolas, como IA e big data, proporciona aos estudantes uma preparação eficaz para os desafios acadêmicos e profissionais que enfrentarão no futuro. Essa base sólida de habilidades digitais prepara os alunos para utilizar, compreender e desenvolver soluções tecnológicas no ensino superior. A inclusão digital deve ser um componente central do currículo escolar, pois muitos alunos de regiões afastadas ou de classes sociais mais baixas não têm fácil acesso a ferramentas INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 39 tecnológicas, o ensino de competências digitais pode nivelar o campo de oportunidades, garantindo que todos os alunos, independentemente de sua origem, tenham acesso igual a um aprendizado de qualidade e, assim, possam competir de forma justa no mercado de trabalho e no ambiente acadêmico. A abordagem interdisciplinar foi fundamental para os criadores de IA nas grandes empresas tecnológicas, e essa mesma perspectiva deve ser incentivada nas escolas, a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento, como ciência da computação, filosofia, psicologia e design, foi essencial para o desenvolvimento de tecnologias que hoje têm impacto em diversas áreas, incluindo a educação. Nas escolas, ao desenvolver habilidades digitais, deve-se promover essa interdisciplinaridade, incentivando os alunos a explorar a interação entre diferentes disciplinas e tecnologias. Ao ensinar competências digitais, as escolas também estão preparando os alunos para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais dependente de tecnologias avançadas. A maioria dos setores exigirá que os profissionais possuam habilidades em tecnologias como IA e automação, o desenvolvimento dessas competências desde a educação básica prepara os alunos para se destacarem em suas futuras profissões. O simples uso de ferramentas digitais não é suficiente; os alunos também precisam desenvolver habilidades críticas em relação a essas tecnologias, a compreensão de como a IA, por exemplo, pode afetar questões éticas, como privacidade e justiça, é fundamental. As escolas têm a responsabilidade de proporcionar esse tipo de reflexão, capacitando os alunos a se tornarem cidadãos críticos no uso da tecnologia. Os professores desempenham um papel essencial no desenvolvimento de competências digitais, e é fundamental que recebam capacitação adequada, não se trata apenas de treiná-los para usar ferramentas digitais, mas também para integrar essas tecnologias de maneira eficaz no ensino-aprendizagem. A formação de professores em competências digitais é essencial para garantir que os alunos recebam o melhor suporte possível e para que a transformação digital na educação seja bem-sucedida. O ensino de tecnologias emergentes também pode levar à inovação pedagógica, a incorporação de IA e outras ferramentas digitais no currículo pode permitir novas metodologias de ensino, como aprendizado personalizado e ensino híbrido. Essas abordagens mais interativas são mais alinhadas com as necessidades dos alunos atuais, que já estão acostumados com tecnologias no seu cotidiano. O uso de IA para criar sistemas de aprendizado adaptativo, por exemplo, pode fornecer uma experiência mais eficaz e personalizada aos estudantes. Ao preparar os alunos para o uso de tecnologias emergentes, as escolas estão ajudando a formar futuros inovadores. Como os criadores que levaram a IA para empresas como Google e INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 40 Facebook, os alunos de hoje têm o potencial de ser os líderes tecnológicos do futuro. O ensino de competências digitais proporciona as condições necessárias para que esses alunos se tornem não apenas consumidores, mas também criadores de novas tecnologias. O desenvolvimento de competências digitais nas escolas não deve ser visto como uma solução única para todos os desafios educacionais, mas como uma parte de um esforço mais amplo para melhorar a educação. Para que esse processo seja bem-sucedido, é necessário o envolvimento de todos os atores, desde professores e alunos até formuladores de políticas. Apenas com um esforço coletivo será possível garantir que as futuras gerações estejam preparadas para um mundo cada vez mais tecnológico e interconectado. As escolas devem preparar os alunos para um mundo em constante evolução, onde a capacidade de adaptação será tãoimportante quanto o conhecimento técnico. A transformação digital não é um processo linear, e as tecnologias emergentes continuarão a surgir, os alunos precisam ser capacitados para lidar com a mudança constante, adquirindo uma mentalidade de aprendizado contínuo que será crucial para o seu sucesso acadêmico e profissional. À medida que as tecnologias evoluem, é importante que os alunos não apenas aprendam a usá-las, mas também a entendê-las profundamente. Isso significa que as escolas precisam de um currículo que vá além da simples utilização de ferramentas, incluindo uma formação crítica sobre como essas tecnologias funcionam e como afetam a sociedade, a alfabetização digital precisa englobar uma reflexão mais ampla sobre os impactos dessas tecnologias no nosso dia a dia e no futuro do trabalho e da educação. A formação de uma nova geração de alunos competentes em tecnologia também implica um foco no desenvolvimento da criatividade e da inovação, o domínio de competências digitais deve ser acompanhado de incentivos para que os alunos criem soluções tecnológicas para problemas reais, esse tipo de inovação pode ser um fator crucial para a evolução da educação superior e das profissões do futuro. É importante destacar que as competências digitais não são apenas uma habilidade técnica, mas uma competência necessária para o desenvolvimento pessoal e profissional no século XXI. As escolas desempenham um papel fundamental na preparação dos alunos para um futuro onde a tecnologia será onipresente e onde a capacidade de se adaptar e inovar será mais importante do que nunca. A formação sólida em competências digitais cria as bases para que os alunos possam prosperar em um mundo em constante mudança. Sygride Nascimento de Carvalho, 2025. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 41 2.9 REDUÇÃO DA EVASÃO ESCOLAR COM TECNOLOGIAS: COMO AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PODEM CONTRIBUIR PARA A RETENÇÃO DOS ALUNOS NAS UNIVERSIDADES E NA PÓS-GRADUAÇÃO, ESPECIALMENTE NAS POPULAÇÕES DE BAIXA RENDA. A redução da evasão escolar é uma preocupação central das políticas educacionais, especialmente nas universidades e na pós-graduação, onde as taxas de desistência são um reflexo das desigualdades sociais. O uso das tecnologias educacionais surge como uma ferramenta fundamental para combater esse fenômeno, principalmente entre alunos de baixa renda. As tecnologias podem ajudar a criar ambientes de aprendizagem mais acessíveis e personalizados, que atendem às necessidades e ritmos dos alunos, tornando o processo educacional mais atraente e eficaz. No contexto das universidades brasileiras, muitos alunos, especialmente os de classes sociais mais baixas, enfrentam dificuldades financeiras e emocionais que impactam diretamente no seu desempenho acadêmico, essas dificuldades podem levar ao abandono dos cursos, o que é uma preocupação crescente para as instituições de ensino superior. A implementação de tecnologias educacionais, como plataformas digitais de aprendizado e sistemas de tutoria online, pode mitigar essas barreiras, proporcionando apoio contínuo aos estudantes e permitindo que eles acompanhem o conteúdo de forma mais flexível e eficiente. Segundo Neves (2020), a inclusão digital na educação tem sido um dos pilares para promover a igualdade de oportunidades, especialmente entre as populações mais vulneráveis, ao oferecer ferramentas digitais acessíveis, as universidades podem garantir que alunos de baixa renda tenham os mesmos recursos de aprendizado que seus colegas, minimizando a evasão e aumentando a retenção. A presença de tecnologias como cursos online, bibliotecas virtuais e recursos multimídia permite que os estudantes acessem o conteúdo a qualquer hora e de qualquer lugar, o que é uma grande vantagem para aqueles que enfrentam desafios financeiros ou logísticos. As tecnologias também desempenham um papel importante na criação de um ambiente de aprendizado mais colaborativo. Ferramentas como fóruns de discussão, grupos de estudo virtuais e aplicativos de mensagens permitem que os alunos se conectem uns com os outros e com seus professores de maneira mais eficaz. Esse apoio social e acadêmico pode ser crucial para a retenção dos alunos, especialmente aqueles que se sentem isolados ou desconectados do ambiente acadêmico. O engajamento com a comunidade acadêmica, seja online ou presencial, pode criar um senso de pertencimento e motivação para que os alunos permaneçam em seus cursos. A implementação de tecnologias também oferece vantagens pedagógicas que podem melhorar a qualidade do ensino e tornar o aprendizado mais dinâmico. As plataformas de ensino adaptativas, por exemplo, ajustam o conteúdo de acordo com o desempenho do aluno, permitindo uma abordagem personalizada para cada estudante. Isso é INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 42 especialmente importante em contextos onde os alunos têm habilidades e níveis de conhecimento diversos, como é comum em populações de baixa renda, a personalização do ensino pode aumentar a confiança dos estudantes, diminuindo a frustração e o desânimo, que frequentemente são causas da evasão escolar. O uso de tecnologias permite a oferta de cursos de capacitação extra curriculares, estágios virtuais e programas de tutoria à distância, que são extremamente úteis para alunos que não podem participar de atividades presenciais devido a limitações financeiras ou geográficas, esses recursos auxiliam na formação de um currículo mais completo e abrangente, o que contribui diretamente para a motivação dos alunos e sua permanência no curso. A formação de competências digitais é essencial para que esses alunos se sintam preparados e aptos a seguir no ambiente acadêmico e, posteriormente, no mercado de trabalho. A utilização de tecnologias também pode facilitar a adaptação dos conteúdos ao estilo de aprendizado de cada estudante. A diversidade de métodos de ensino proporcionados pelas ferramentas digitais pode atender melhor às diferentes formas de aprender, desde as mais visuais até as mais auditivas ou práticas, isso significa que alunos com diferentes necessidades e estilos de aprendizado podem se beneficiar de uma experiência educacional mais alinhada ao seu perfil, o que pode resultar em uma maior retenção escolar. No contexto da pós-graduação, onde a carga de trabalho é ainda maior, as tecnologias desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio entre o estudo e outras responsabilidades dos alunos, como o trabalho e a vida familiar. Plataformas de ensino à distância e o uso de recursos online oferecem a flexibilidade necessária para que os alunos de pós- graduação consigam administrar seus compromissos acadêmicos sem comprometer outras áreas de suas vidas, essa flexibilidade contribui para a redução da evasão, pois permite que os alunos continuem seus estudos sem precisar abandonar seus empregos ou responsabilidades pessoais. A acessibilidade digital é um aspecto crucial para garantir que todos os alunos, independentemente da sua classe social, tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais. Ferramentas e plataformas que não exigem custos adicionais, como softwares gratuitos e open source, podem ser um diferencial na inclusão de alunos de baixa renda no contexto acadêmico, a possibilidade de acessar materiais e recursos sem custos adicionais pode ser um incentivo significativo para a permanência dos alunos no curso, evitando que fatores financeiros os levem a desistir. A formação contínua dos docentes em ferramentas digitaisé essencial para garantir que eles saibam como utilizar essas tecnologias de maneira eficaz e eficiente, quando os professores são bem treinados e confiantes no uso dessas ferramentas, conseguem oferecer uma educação mais INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 43 interativa e envolvente, o que pode aumentar o engajamento dos alunos e reduzir as taxas de evasão escolar. O desenvolvimento de habilidades digitais entre os alunos é um benefício adicional das tecnologias educacionais, o aprendizado de ferramentas digitais e o aprimoramento de competências como pesquisa online, comunicação virtual e uso de plataformas de aprendizagem podem preparar os alunos para um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado e competitivo. A combinação de uma formação acadêmica sólida e habilidades digitais bem desenvolvidas é uma motivação extra para os alunos, que se sentem mais preparados para enfrentar os desafios profissionais que virão após a graduação. A utilização de tecnologias também favorece o monitoramento contínuo do progresso dos alunos, o que permite uma intervenção precoce em casos de dificuldades acadêmicas. Sistemas de gestão de aprendizagem podem identificar rapidamente os alunos com baixo desempenho e direcioná-los para tutoria ou suporte adicional. Esse acompanhamento constante pode evitar que os alunos se sintam perdidos ou desmotivados, situações comuns que levam à evasão escolar. Com um suporte contínuo, os estudantes têm mais chances de superar as dificuldades e concluir seus cursos com sucesso. A tecnologia também pode ser uma aliada na inclusão de alunos com deficiência, oferecendo recursos que atendem às necessidades específicas desses estudantes. Ferramentas de acessibilidade, como softwares de leitura para deficientes visuais, legendas automáticas para deficientes auditivos e outras tecnologias assistivas, podem proporcionar um ambiente de aprendizado mais inclusivo. Garantir que esses alunos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado é essencial para reduzir a evasão e promover a igualdade no acesso à educação superior. As tecnologias também são fundamentais para o desenvolvimento de uma educação mais interativa e colaborativa. Plataformas como fóruns de discussão, salas de bate-papo e redes sociais acadêmicas permitem que os alunos se conectem com seus colegas e professores, enriquecendo a experiência de aprendizado e criando um senso de comunidade. Esse ambiente colaborativo pode aumentar o engajamento dos alunos, que se sentem parte de uma rede de apoio, o que reduz as chances de evasão. Ferramentas como programas de mentoring virtual, grupos de apoio online e recursos de aconselhamento digital podem proporcionar suporte psicológico e emocional aos alunos, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades pessoais ou financeiras. O apoio emocional é um componente importante para garantir que os alunos permaneçam motivados e resilientes, mesmo diante das adversidades. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 44 Em relação à pesquisa acadêmica, o uso de ferramentas digitais facilita o acesso a uma vasta gama de informações e recursos, essenciais para os alunos da pós-graduação, a possibilidade de acessar artigos científicos, e-books e outros materiais de forma digital, sem custos adicionais, pode ser um incentivo significativo para que os alunos se dediquem às suas pesquisas e concluam seus projetos de forma bem-sucedida. O acesso à informação é um elemento crucial para a formação acadêmica de qualidade e pode ajudar a reduzir a evasão na pós-graduação. É necessário destacar que a redução da evasão escolar é um esforço conjunto que envolve alunos, professores, gestores educacionais e políticas públicas, a implementação de tecnologias educacionais não deve ser vista como uma solução única, mas como parte de um conjunto de medidas que visam melhorar o acesso e a permanência dos alunos na educação superior. O uso de ferramentas digitais, aliado ao apoio acadêmico e psicológico, pode garantir que todos os alunos, independentemente de sua origem, tenham uma chance real de concluir seus estudos com sucesso. 2.10 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INCLUSÃO DIGITAL: ANÁLISE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS QUE VISAM PROMOVER O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA POPULAÇÕES VULNERÁVEIS. As políticas públicas para inclusão digital no Brasil têm como objetivo reduzir as desigualdades no acesso às tecnologias de informação e comunicação, particularmente entre as populações vulneráveis. A implementação de iniciativas que proporcionem acesso à internet de alta qualidade, computadores e outras tecnologias é crucial para garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua classe social, possam participar de maneira ativa e igualitária na sociedade digital. A inclusão digital tem um papel fundamental na democratização do conhecimento, na criação de novas oportunidades de emprego e na redução das disparidades educacionais. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório Inteligência Artificial na Sociedade (2019), destaca que a inclusão digital é uma das chaves para promover a equidade e a justiça social em um mundo cada vez mais digitalizado. A falta de acesso a essas tecnologias pode agravar ainda mais as desigualdades existentes, dificultando o acesso à educação, ao trabalho e a outros serviços essenciais, as políticas públicas precisam, portanto, garantir que todos os indivíduos, especialmente os mais vulneráveis, tenham as ferramentas necessárias para participar do ambiente digital de forma plena. No Brasil, o governo tem adotado diversas medidas para promover a inclusão digital, com destaque para a implementação de programas de acesso à internet em áreas remotas e em comunidades de baixa renda, a construção de pontos de acesso gratuito à internet em escolas INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 45 públicas, praças e bibliotecas tem sido uma estratégia importante para facilitar o acesso das populações vulneráveis. O país tem investido em programas de capacitação digital para estudantes e professores, a fim de garantir que, além do acesso às ferramentas, os cidadãos saibam como utilizá-las de maneira eficaz e segura. A inclusão digital também envolve a adaptação das tecnologias para atender às necessidades específicas de grupos vulneráveis, como pessoas com deficiência, idosos e comunidades rurais. No contexto educacional, é fundamental que as plataformas e conteúdos digitais sejam acessíveis a todos, isso inclui a disponibilização de recursos como legendas, audiodescrição e softwares assistivos, que permitem que pessoas com deficiência visual, auditiva ou motora possam participar ativamente do processo educacional. A OCDE (2019) enfatiza a importância de adaptar as tecnologias para garantir a inclusão de todos os cidadãos, especialmente em um contexto educacional. Os investimentos em infraestrutura digital também são essenciais para garantir que as políticas públicas de inclusão digital sejam eficazes, a construção de redes de fibra ótica e a expansão do acesso à internet de alta velocidade são passos importantes para eliminar a exclusão digital. Em muitos casos, a falta de acesso à internet de qualidade impede que os alunos participem de atividades acadêmicas online, acessem materiais de estudo ou realizem pesquisasna web. O desenvolvimento de uma infraestrutura digital robusta é, portanto, um dos pilares para garantir a inclusão digital no Brasil. O ensino de habilidades digitais deve ser parte integrante do currículo escolar, para que os alunos, desde cedo, aprendam a usar as tecnologias de forma crítica e produtiva. A OCDE (2019) aponta que o domínio das tecnologias digitais é fundamental para o sucesso acadêmico e profissional dos indivíduos, especialmente em um mundo onde a maior parte da informação e do conhecimento está disponível online. As escolas públicas brasileiras precisam, portanto, incorporar a alfabetização digital como um componente essencial da formação dos estudantes. A implementação de programas de capacitação para professores é outro aspecto essencial das políticas públicas de inclusão digital. Para que os educadores possam utilizar as tecnologias de forma eficaz em sala de aula, é necessário que eles recebam treinamento adequado, a capacitação dos professores é um fator determinante para que a inclusão digital tenha sucesso, pois são os docentes que estarão na linha de frente, promovendo o uso das tecnologias junto aos alunos. O financiamento de projetos de inclusão digital também é um aspecto fundamental, as políticas públicas precisam garantir que as iniciativas voltadas para a inclusão digital em comunidades vulneráveis recebam os recursos necessários para sua implementação e manutenção. Isso envolve desde a construção de infraestrutura até a compra de equipamentos e a contratação de profissionais especializados. O investimento público em inclusão digital deve ser visto como uma INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 46 prioridade, uma vez que ele tem o potencial de transformar a vida de milhões de brasileiros, garantindo acesso a oportunidades educacionais, profissionais e sociais. A criação de parcerias entre o setor público e privado pode ser uma estratégia eficaz para promover a inclusão digital, o governo pode buscar apoio de empresas de tecnologia para fornecer equipamentos e conectividade a preços acessíveis, além de firmar parcerias com universidades e organizações não governamentais para a promoção de programas de capacitação digital. A OCDE (2019) defende que as parcerias público-privadas são uma maneira eficiente de ampliar o alcance das políticas públicas de inclusão digital, ao unir os recursos e conhecimentos de ambos os setores. As políticas públicas também devem abordar a questão da alfabetização digital para as faixas etárias mais avançadas. Muitos idosos, por exemplo, têm dificuldades em se adaptar ao mundo digital, o que os impede de acessar serviços essenciais, como a saúde e a educação online. Programas específicos de capacitação digital para essa faixa etária são fundamentais para garantir que todos os cidadãos, independentemente da sua idade, tenham acesso à informação e aos serviços digitais, a alfabetização digital para idosos pode melhorar significativamente a qualidade de vida dessa população, promovendo sua inclusão social e econômica. A inclusão digital é um instrumento fundamental para combater as desigualdades educacionais no Brasil. Como a OCDE (2019) aponta, a digitalização da educação oferece oportunidades significativas para os alunos que, de outra forma, estariam excluídos do sistema educacional tradicional. No entanto, para que essa digitalização seja realmente inclusiva, é necessário que as políticas públicas considerem as condições de acesso e as necessidades específicas das populações vulneráveis. O governo deve garantir que a inclusão digital seja acompanhada de programas de apoio, como bolsas de estudo para a compra de equipamentos, tutoria online e outros recursos que possibilitem a permanência dos alunos nas escolas e universidades. A coleta e o uso de dados na internet podem ser prejudiciais, especialmente para as populações mais vulneráveis, que muitas vezes não têm consciência dos riscos associados ao uso da internet. Políticas de proteção de dados e de segurança online são essenciais para garantir que os usuários das tecnologias digitais possam utilizá-las de maneira segura e responsável, sem se exporem a riscos desnecessários. A implementação de políticas públicas de inclusão digital no Brasil não deve se restringir apenas ao acesso à tecnologia, mas também deve promover a conscientização sobre o uso responsável e ético dessas ferramentas. As escolas e universidades devem ser espaços onde os alunos não apenas aprendem a usar as tecnologias, mas também a refletir sobre seu impacto na sociedade e na vida pessoal. A INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 47 inclusão digital deve ser vista como um processo contínuo de aprendizagem e adaptação, que envolve a compreensão de questões éticas, sociais e políticas associadas ao uso das tecnologias. O investimento em infraestrutura digital nessas regiões é essencial para garantir que os alunos que vivem em áreas remotas tenham as mesmas oportunidades educacionais que os alunos urbanos, a conexão com o mundo digital pode abrir portas para o acesso a cursos online, materiais de estudo, tutoriais e outros recursos que são cruciais para o sucesso acadêmico. A inclusão digital nas zonas rurais pode, portanto, ser uma ferramenta poderosa para reduzir as desigualdades educacionais no Brasil. A promoção da inclusão digital também está diretamente relacionada ao fortalecimento da cidadania. Ao garantir que todos os cidadãos tenham acesso às tecnologias de informação e comunicação, o Estado está promovendo uma maior participação social e política. O acesso à informação é fundamental para que os cidadãos possam tomar decisões informadas, participar do debate público e exercer seus direitos de maneira plena, a inclusão digital, não é apenas uma questão educacional, mas também uma questão de direitos humanos. O sucesso das políticas públicas de inclusão digital depende, em grande parte, da colaboração entre diferentes esferas de governo e a sociedade civil. A criação de uma rede de apoio entre as esferas federal, estadual e municipal é fundamental para garantir que as políticas cheguem às populações mais vulneráveis de maneira eficaz. A cooperação com organizações da sociedade civil e empresas privadas também é essencial para ampliar o alcance das políticas e garantir que elas atendam às necessidades específicas de cada comunidade. As políticas públicas para inclusão digital desempenham um papel crucial no processo de democratização do acesso à informação e à educação no Brasil. Para que essas políticas sejam eficazes, é necessário que o governo invista em infraestrutura, capacitação, proteção de dados e conscientização digital, além de promover a colaboração entre diferentes setores da sociedade. Somente assim será possível garantir que todos os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis, tenham acesso às oportunidades oferecidas pela sociedade digital. A inclusão digital é uma chave para o futuro mais igualitário e justo, onde todos tenham as mesmas condições de participar plenamente da vida digital e social. Gladys Nogueira Cabral, 2025 INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 48 PROJETO: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL: UMA ABORDAGEM DE NORTE A SUL. Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Celine Maria de Souza Azevedo FranciscaAraújo da Silva Natali Maria Serafim Sandro Garabed Ischkanian Silvana Nascimento de Carvalho Sygride Nascimento de Carvalho Gabriel Nascimento de Carvalho A inclusão digital no Brasil é um tema de extrema relevância para o desenvolvimento social e econômico, especialmente considerando as desigualdades regionais que caracterizam o país. O acesso às tecnologias digitais ainda é limitado para uma grande parte da população, principalmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Esses desafios refletem-se em uma falta de infraestrutura, baixa conectividade e escassez de políticas públicas adequadas para promover a inclusão digital de maneira efetiva e equitativa. A desigualdade no acesso à tecnologia tem um impacto direto no processo educacional, na inserção no mercado de trabalho e no acesso a serviços essenciais, como saúde e assistência social. A implementação de políticas públicas para a inclusão digital deve considerar as disparidades entre as regiões do Brasil, uma vez que o acesso à internet e às tecnologias da informação não é homogêneo. Regiões como o Norte e o Nordeste enfrentam desafios relacionados à infraestrutura básica e ao custo elevado da conexão à internet, o que dificulta o acesso dos moradores a ferramentas digitais essenciais para a educação, o trabalho e a vida social. Já nas regiões Sul e Sudeste, embora o acesso à tecnologia seja mais presente, ainda existem comunidades que enfrentam dificuldades de conectividade, o que reforça a necessidade de uma abordagem integrada e adaptada às realidades locais. É fundamental que as políticas públicas voltadas para a inclusão digital no Brasil atendam à diversidade cultural e social do país. Cada região apresenta características distintas que exigem INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 49 soluções personalizadas, como a promoção de programas de alfabetização digital, a ampliação do acesso à internet e a criação de infraestrutura de qualidade. A utilização de tecnologias como satélites e redes de fibra ótica pode ser uma alternativa para as regiões mais remotas, onde a infraestrutura convencional não chega de maneira eficaz, é necessário investir em capacitação digital para que a população, especialmente as camadas mais vulneráveis, esteja preparada para utilizar as tecnologias de maneira produtiva e consciente. Um dos pilares da inclusão digital é a educação, que deve ser adaptada para incluir a alfabetização digital desde os primeiros anos escolares, o desenvolvimento de habilidades digitais nas escolas é uma estratégia fundamental para preparar os alunos para as exigências do mercado de trabalho, que cada vez mais exige competência no uso de ferramentas digitais. A educação digital não deve se limitar apenas ao uso de computadores, mas também envolver a formação crítica dos alunos sobre como utilizar a internet de maneira segura, ética e responsável. Programas de capacitação para professores também são essenciais para garantir que os educadores tenham as competências necessárias para ensinar e integrar as tecnologias no processo pedagógico. As políticas públicas para a inclusão digital devem ser acompanhadas por investimentos em infraestrutura, como a expansão da rede de internet de alta velocidade, especialmente nas regiões que ainda carecem de conectividade. O Brasil já possui iniciativas como o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), mas a continuidade e a ampliação desses programas são essenciais para garantir que todas as regiões do país tenham acesso igualitário às tecnologias, a integração das tecnologias no sistema educacional e nos serviços públicos é um passo importante para garantir a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos. A inclusão digital também é um fator determinante para a redução das desigualdades sociais e econômicas. A tecnologia oferece novas formas de acesso ao conhecimento, ao mercado de trabalho e à participação cidadã. Para populações de baixa renda, a conectividade e o acesso às ferramentas digitais representam uma oportunidade de transformação social, permitindo a participação em processos educativos de qualidade, além de possibilitar o empreendedorismo e a geração de renda por meio de plataformas digitais. Portanto, promover o acesso à tecnologia é garantir que as pessoas possam se desenvolver, melhorar sua qualidade de vida e romper com o ciclo de pobreza. Embora a inclusão digital seja uma condição necessária para a igualdade de oportunidades, é preciso também estar atento aos riscos e desafios que ela pode apresentar. A crescente digitalização de serviços e a dependência da internet podem criar novas formas de exclusão, especialmente para aqueles que não têm acesso adequado à tecnologia. A segurança online e a proteção de dados são questões que precisam ser consideradas nas políticas de inclusão INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 50 digital. É fundamental que as iniciativas de inclusão digital considerem o empoderamento das pessoas para o uso consciente e crítico da internet, evitando a propagação de informações falsas e promovendo a cidadania digital. A participação de diversos atores é essencial para o sucesso das políticas públicas de inclusão digital. O governo, as empresas de tecnologia, as organizações da sociedade civil e as universidades têm um papel fundamental no desenvolvimento de soluções inovadoras para promover a inclusão digital. Parcerias público-privadas podem ser um modelo eficaz para garantir que a infraestrutura necessária seja implantada de maneira eficiente, enquanto as organizações da sociedade civil podem atuar como agentes de sensibilização e apoio às comunidades que mais necessitam dessas tecnologias, o engajamento das universidades e centros de pesquisa é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções que possam atender às especificidades de cada região do Brasil. A inclusão digital não deve ser vista apenas como um acesso à tecnologia, mas como um meio de garantir que todas as pessoas, independentemente de sua origem, classe social ou localização geográfica, tenham acesso às mesmas oportunidades. Para que a inclusão digital seja efetiva, é necessário que ela seja acompanhada de ações que combatam a desigualdade social, como a promoção de políticas de acesso à educação de qualidade, à saúde e ao emprego. As tecnologias podem ser um motor para a inclusão, mas é preciso que elas se articulem com outras políticas públicas que atendam às necessidades mais amplas da população. A inclusão digital no Brasil é um desafio que exige ações coordenadas entre as diferentes esferas de governo e setores da sociedade. A implementação de políticas públicas eficazes e adaptadas às realidades regionais é essencial para garantir o acesso universal às tecnologias digitais, a educação digital, a ampliação da infraestrutura de internet e o empoderamento das populações vulneráveis são pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Este projeto busca contribuir para a promoção da inclusão digital, oferecendo soluções práticas e viáveis para reduzir as desigualdades e garantir a participação de todos no mundo digital. JUSTIFICATIVA: A inclusão digital tem sido amplamente reconhecida como uma ferramenta essencial para a democratização do acesso à educação no Brasil e no mundo. Este fenômeno é especialmente significativo nas esferas da educação básica à superior, onde a tecnologia pode não apenas proporcionar novas formas de ensino, mas também superar desigualdadesPágina 3 1. INTRODUÇÃO A inclusão digital, em conjunto com o uso crescente da Inteligência Artificial (IA), tem se tornado um pilar fundamental para a democratização do acesso à educação superior no Brasil, especialmente para populações em situação de vulnerabilidade. Com a ascensão das tecnologias digitais, os meios de acesso à educação, antes limitados por barreiras geográficas e socioeconômicas, passaram a ser mais acessíveis, ainda persistem desafios que precisam ser superados para garantir que as tecnologias digitais e a IA desempenhem um papel positivo na educação, com um foco particular naquelas camadas da população que historicamente tiveram acesso restrito ao ensino superior e à pós-graduação. No Brasil, as desigualdades sociais e econômicas têm sido um dos maiores obstáculos ao acesso de muitas pessoas ao ensino superior, o alto custo da educação e as dificuldades associadas à obtenção de informações adequadas sobre cursos de graduação e pós-graduação tornam o caminho para a educação de qualidade uma realidade distante para muitos. Tal desigualdade, associada ao baixo índice de alfabetização digital em várias regiões, amplifica o abismo educacional e limita as oportunidades para aqueles que mais precisam de uma educação de qualidade, a inclusão digital e a aplicação da IA emergem como alternativas que podem transformar essa realidade, oferecendo uma chance de superação dessas barreiras. A presença da Inteligência Artificial no ambiente educacional, aliada a metodologias de ensino inovadoras, tem sido um motor de transformação nos sistemas de ensino no Brasil, a IA, por meio de tecnologias como plataformas de aprendizado online, assistentes virtuais e sistemas de recomendação, tem o potencial de criar experiências de aprendizado personalizadas, atendendo às necessidades individuais de cada aluno, este tipo de ensino individualizado pode ser um diferencial importante para populações em situação de vulnerabilidade, que muitas vezes enfrentam desafios adicionais ao tentar acompanhar o ritmo convencional do ensino. O uso de plataformas digitais e aplicativos educacionais também tem se mostrado essencial na ampliação do acesso à educação superior. Ferramentas como Moodle, Khan Academy e Coursera têm facilitado a aprendizagem a distância, permitindo que alunos de regiões periféricas e áreas mais isoladas possam ter acesso a materiais e cursos de alta qualidade sem sair de suas casas, essas plataformas oferecem conteúdos ricos e variados, que podem ser acessados a qualquer momento, democratizando a educação e permitindo que os alunos possam aprender no seu próprio ritmo e conforme suas necessidades. A utilização dessas ferramentas não é suficiente por si só, é necessário também garantir que os alunos, especialmente os provenientes de populações vulneráveis, possuam o conhecimento necessário para utilizar essas tecnologias de maneira eficaz. A alfabetização digital, portanto, torna-se um pilar essencial para a inclusão. Sem a habilidade de navegar no mundo digital, muitos INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 4 alunos se veem impedidos de acessar as ferramentas que poderiam impulsionar suas trajetórias acadêmicas e profissionais. As políticas públicas também desempenham um papel crucial no incentivo à inclusão digital, no Brasil, o governo tem adotado diversas iniciativas que visam ampliar o acesso à internet e dispositivos tecnológicos, principalmente em regiões carentes. A implementação dessas políticas ainda enfrenta diversos obstáculos, como a falta de infraestrutura em áreas rurais e favelas, o que limita o alcance de tais programas, superar esses desafios é crucial para garantir que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e acesso a informações e conteúdos de qualidade. O setor privado, por sua vez, tem mostrado um papel importante na integração de tecnologias educacionais no ensino superior. Parcerias público-privadas têm sido estabelecidas para garantir que as tecnologias emergentes, como a IA, sejam utilizadas de forma inclusiva, promovendo a democratização do ensino superior e possibilitando a formação de profissionais mais preparados para o mercado de trabalho globalizado, tais iniciativas têm contribuído para diminuir as desigualdades educacionais e proporcionar oportunidades para populações de baixa renda. A inteligência artificial tem o potencial de transformar a maneira como os alunos são preparados para a economia digital, com a IA, é possível criar ambientes de aprendizagem mais eficientes e produtivos, personalizando a experiência educacional e ajudando os alunos a desenvolver as competências exigidas pelo mercado de trabalho. O uso de IA no ensino pode aumentar a eficiência dos processos acadêmicos, reduzindo a evasão escolar e promovendo a retenção de alunos, especialmente aqueles que pertencem a grupos mais vulneráveis. A inclusão digital, quando bem aplicada, também pode ser um fator de desenvolvimento sustentável. Ao proporcionar acesso à educação de qualidade, mediada por tecnologias emergentes, abre-se caminho para uma sociedade mais equitativa e uma economia mais dinâmica e competitiva. Alunos que anteriormente estavam excluídos das oportunidades educacionais agora têm a chance de competir em um mercado de trabalho globalizado, contribuindo para o crescimento do país de maneira mais justa e equilibrada. A inclusão digital no Brasil ainda enfrenta desafios significativos, particularmente em áreas periféricas e de difícil acesso. A falta de infraestrutura tecnológica adequada e a escassez de dispositivos conectados à internet limitam a implementação das políticas de inclusão digital, especialmente nas zonas rurais e favelas, essas áreas, que já enfrentam desafios econômicos e sociais, são as mais afetadas pelas desigualdades no acesso à tecnologia e à educação, para superar essas barreiras, é necessário um esforço conjunto entre o governo, o setor privado e a sociedade civil, visando à construção de uma infraestrutura tecnológica robusta e acessível para todos. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 5 A reflexão sobre o futuro da inclusão digital e o papel da IA na educação brasileira sugere que essas tecnologias têm um impacto transformador, capaz de revolucionar a maneira como o ensino superior é realizado no Brasil. À medida que novas tecnologias emergem e se tornam mais acessíveis, é possível prever um cenário em que a educação se torne ainda mais personalizada, inclusiva e eficiente, porém para que isso aconteça, é essencial que o país continue investindo em infraestrutura tecnológica, capacitação de professores e treinamento de alunos, garantindo que todos tenham acesso às ferramentas necessárias para participar plenamente no ambiente acadêmico e profissional. A inclusão digital e a Inteligência Artificial representam não apenas oportunidades, mas também desafios para a educação brasileira, afinal garantir que todos os estudantes, independentemente de sua origem ou situação socioeconômica, possam usufruir desses avanços tecnológicos é uma missão coletiva que demanda esforços de todos os setores da sociedade, só assim será possível criar um ambiente educacional mais justo e inclusivo, que prepare todos os brasileiros para enfrentar os desafios do futuro. 2. DESENVOLVIMENTO O futuro da inclusão digital no Brasil e o papel crescente da Inteligência Artificial (IA) na educação apresentam um panorama repleto de possibilidades transformadoras, a medida que novas tecnologias emergem e se tornamestruturais, garantindo que todos os alunos, independentemente de sua condição econômica ou geográfica, tenham as mesmas oportunidades educacionais. Segundo André et al. (2024), a inclusão digital deve ser vista INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 51 como uma estratégia integral para a superação das barreiras educacionais, especialmente no contexto de um Brasil marcado pela desigualdade socioeconômica. Esses autores destacam que as tecnologias digitais são, de fato, um alicerce para a promoção de equidade educacional, permitindo que professores e alunos possam se beneficiar de recursos que antes estavam restritos a determinadas classes sociais. No contexto educacional, a utilização da inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma das principais inovações tecnológicas com potencial para transformar a educação. Fava (2018) afirma que a IA, ao facilitar a personalização do ensino, permite que os processos de aprendizagem sejam adaptados às necessidades e características de cada aluno. Esse tipo de inovação não só aumenta a eficácia do ensino, mas também torna a aprendizagem mais inclusiva e acessível, o que é particularmente relevante para as populações em situação de vulnerabilidade. A IA pode, por exemplo, ajudar a identificar os pontos fortes e fracos dos alunos, proporcionando feedback instantâneo e, assim, possibilitando um aprendizado mais eficaz. A necessidade de se criar uma infraestrutura tecnológica robusta nas escolas, especialmente nas regiões mais periféricas e afastadas dos centros urbanos, é outro ponto crucial para a inclusão digital. Neves (2020) aponta que, para que a inclusão digital seja verdadeiramente efetiva, é preciso que haja políticas públicas que assegurem o acesso à internet e a dispositivos tecnológicos de qualidade para todos os estudantes. Deve-se investir na formação de professores e alunos, garantindo que todos saibam como utilizar as ferramentas digitais de maneira crítica e construtiva. Este investimento não só é fundamental para a aprendizagem no presente, mas também prepara os alunos para o mercado de trabalho do futuro, onde as habilidades digitais serão cada vez mais exigidas. O impacto da IA no campo educacional vai além da personalização do ensino. Gabriel (2022) sugere que, em um futuro próximo, a IA poderá revolucionar a maneira como entendemos e praticamos a educação, trazendo novas metodologias e formatos de ensino. A IA pode, por exemplo, contribuir para a criação de ambientes de aprendizagem mais imersivos, como o metaverso, onde os alunos poderão interagir com conteúdos e colegas de forma totalmente inovadora e engajante. O autor ressalta, ainda, que essa transformação exigirá uma adaptação por parte das instituições de ensino, que deverão se capacitar para integrar essas novas tecnologias ao currículo de maneira fluida e eficaz. Entretanto, é importante ressaltar que a inclusão digital não deve ser apenas uma questão de acesso a dispositivos e à internet. Ela deve também envolver a capacitação de todos os envolvidos no processo educacional. Para isso, como apontam Bogdan e Biklen (2008), a educação deve se basear em metodologias qualitativas que envolvam os alunos de maneira ativa no uso das tecnologias. O ensino, nesse contexto, passa a ser mais do que apenas a transmissão de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 52 conteúdo: ele se torna um processo dinâmico e interativo, onde os alunos são protagonistas do seu aprendizado. De acordo com a OCDE (2019), uma das grandes vantagens da inclusão digital é a possibilidade de se criar um sistema de ensino mais inclusivo, onde as barreiras tradicionais ao aprendizado, como a falta de acesso a materiais de estudo ou a limitações de tempo, podem ser minimizadas. As tecnologias digitais oferecem uma grande quantidade de recursos educacionais gratuitos e acessíveis, como plataformas de ensino online, aplicativos e cursos à distância, que podem ser usados para complementar a aprendizagem e proporcionar a cada aluno a oportunidade de se desenvolver de acordo com seu ritmo. O uso de tecnologias digitais nas escolas também pode contribuir para a melhoria da formação dos professores. Kapp (2012) destaca que, por meio da gamificação, os educadores podem aplicar metodologias baseadas em jogos que aumentam o engajamento e a motivação dos alunos. A utilização de jogos educacionais não apenas torna o processo de ensino mais interativo, mas também pode ajudar os alunos a aprender de forma mais eficiente e divertida, estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas. A inclusão digital, por outro lado, não é um processo automático. Como Eysenck e Eysenck (2023) observam, a adoção de tecnologias no ambiente educacional exige mudanças significativas nas práticas pedagógicas, no currículo e na formação docente. Essas mudanças, se bem implementadas, podem resultar em um sistema educacional mais flexível, capaz de se adaptar às necessidades de cada aluno, especialmente em contextos de vulnerabilidade. O desafio está em garantir que as tecnologias sejam usadas de forma ética e eficaz, para que todos possam aproveitar seus benefícios sem que haja exclusão digital. É fundamental, portanto, que as políticas públicas de inclusão digital não se limitem a iniciativas pontuais, mas que envolvam uma transformação estruturada e contínua no sistema educacional. De acordo com Metz (2022), a IA tem o poder de modificar profundamente a dinâmica educacional, mas essa transformação só será bem-sucedida se houver um planejamento adequado e investimentos constantes em capacitação e infraestrutura. As políticas públicas precisam ser holísticas e atender não apenas à infraestrutura tecnológica, mas também à formação de professores, ao suporte contínuo para os alunos e ao desenvolvimento de um currículo que contemple as novas exigências do mundo digital. A capacitação de alunos e professores para o uso das novas tecnologias deve ser vista como uma prioridade nas políticas educacionais, uma vez que essas tecnologias estão cada vez mais presentes nas universidades e no mercado de trabalho. Segundo o Banco Mundial (2020), a integração das tecnologias digitais nos currículos de ensino superior é uma oportunidade única de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 53 preparar os estudantes para os desafios da sociedade digital, ao mesmo tempo em que se trabalha para reduzir as disparidades de acesso ao conhecimento e à informação. A criação de um ambiente educacional digitalmente inclusivo exige, ainda, que haja uma colaboração entre diversos setores da sociedade. Neves (2020) sugere que as parcerias entre o governo, as instituições de ensino e as empresas de tecnologia são essenciais para garantir que os recursos tecnológicos sejam de fácil acesso para todos os alunos. Essas parcerias podem envolver a doação de dispositivos, o fornecimento de internet de baixo custo ou até mesmo o apoio a iniciativas de capacitação para os professores. A implementação de tecnologias digitais no ensino superior deve ser acompanhada de políticas que incentivem a equidade. André et al. (2024) defendem que a educação digital deve ser pensada para todos os alunos, independentemente de sua classe social ou região geográfica. Para isso, é necessário que as tecnologias sejam adaptadas às necessidades específicas dos estudantes e que haja umacompanhamento contínuo para garantir que ninguém seja deixado para trás no processo de transformação digital. A inclusão digital deve ser encarada, portanto, como um direito fundamental, essencial para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Como afirma Gabriel (2022), a transformação digital no campo educacional pode ser um grande motor de mudança, desde que seja realizada de forma inclusiva, garantindo que todos, independentemente da sua origem ou condição social, possam participar dessa revolução. Isso implica não apenas garantir o acesso à tecnologia, mas também investir na formação de cidadãos críticos, capazes de usar as ferramentas digitais de maneira ética e produtiva. A inclusão digital no Brasil exige um esforço coletivo e uma visão de longo prazo, capaz de integrar as tecnologias no cotidiano das escolas e das universidades, e de formar as gerações futuras para um futuro digital cada vez mais presente. OBJETIVOS DO PROJETO Objetivo Geral: Implementar políticas públicas de inclusão digital no Brasil, considerando as especificidades regionais e promovendo a redução das desigualdades no acesso às tecnologias da informação e comunicação (TICs). Objetivos Específicos: Mapear as disparidades no acesso digital entre as regiões do Brasil. Analisar as políticas públicas de inclusão digital existentes e suas eficácias. Propor estratégias regionais de inclusão digital com base nas necessidades locais. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 54 Desenvolver parcerias entre esferas de governo, setor privado e organizações sociais para fortalecer a inclusão digital. METODOLOGIA: A metodologia do projeto será baseada em uma abordagem qualitativa e quantitativa, dividida nas seguintes etapas: Pesquisa Bibliográfica: Levantamento de literatura sobre inclusão digital e políticas públicas no Brasil. Mapeamento Regional: Realização de pesquisa de campo nas cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), com entrevistas e coletas de dados sobre o acesso à internet, uso de TICs, e capacitação digital. Análise de Políticas Públicas: Estudo e avaliação das políticas públicas já implementadas em cada região, com ênfase nos programas federais, estaduais e municipais. Propostas Regionais: Desenvolvimento de propostas regionais para ampliar o acesso à internet e a educação digital, baseadas nas realidades de cada local. O presente projeto visa analisar a inclusão digital no Brasil por meio de uma abordagem metodológica abrangente e bem estruturada, combinando metodologias qualitativa e quantitativa. A proposta se desdobra em várias etapas interconectadas, cada uma das quais será cuidadosamente executada para garantir uma análise detalhada e rigorosa da realidade digital do país. Inicialmente, será realizado um levantamento bibliográfico, no qual serão consultados autores e estudos que discutem a importância da inclusão digital, os desafios enfrentados pelas populações vulneráveis, e as políticas públicas implementadas para reduzir as disparidades no acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Este levantamento proporcionará uma base teórica sólida e orientará as próximas etapas da pesquisa. A primeira etapa do projeto, a pesquisa bibliográfica, é crucial para entender o estado atual da inclusão digital e as políticas públicas relacionadas ao tema no Brasil. Estudos anteriores e documentos de instituições de pesquisa, como a OCDE (2019), serão analisados para compreender as tendências globais e suas implicações para o contexto brasileiro, será dada especial atenção às pesquisas locais que abordam as desigualdades regionais no acesso à tecnologia. Essa etapa proporcionará um panorama detalhado das dificuldades, avanços e desafios enfrentados pelo país no processo de inclusão digital, servindo como base para a análise empírica que se seguirá. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 55 A segunda etapa do projeto será o mapeamento regional, uma pesquisa de campo que terá como objetivo coletar dados primários sobre o acesso à internet, o uso de tecnologias digitais, e a capacitação digital em diferentes regiões do Brasil. O mapeamento será realizado nas cinco regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), onde serão conduzidas entrevistas com profissionais de educação, gestores públicos e representantes de comunidades locais. A coleta de dados será feita por meio de questionários digitais e entrevistas digitais, buscando entender as especificidades regionais e as desigualdades no acesso à tecnologia. Para garantir a representatividade e a diversidade das amostras, as entrevistas serão realizadas em áreas urbanas e rurais, levando em consideração diferentes contextos socioeconômicos e culturais. O mapeamento regional tem como objetivo captar a diversidade brasileira, considerando as distintas realidades geográficas, culturais e econômicas que impactam a inclusão digital. No Norte e Nordeste, por exemplo, a falta de infraestrutura e a dificuldade de acesso à internet são desafios prementes, especialmente em áreas remotas e periféricas. Já nas regiões Sul e Sudeste, onde o acesso à tecnologia é mais disseminado, ainda existem desigualdades significativas, principalmente nas comunidades de menor poder aquisitivo. O Centro-Oeste, por sua vez, apresenta características híbridas, com áreas urbanas mais conectadas e regiões rurais com dificuldades no acesso digital. A pesquisa regional buscará identificar essas desigualdades e compreender suas causas e consequências, fornecendo informações valiosas para a elaboração de soluções adequadas. Com base nos dados coletados nas etapas anteriores, será realizada uma análise detalhada das políticas públicas de inclusão digital que foram implementadas em cada uma das cinco regiões. Esta análise incluirá uma avaliação crítica de programas federais, estaduais e municipais voltados para a promoção do acesso à internet e à educação digital. Serão investigados tanto os programas de abrangência nacional, como o "Internet para Todos", quanto iniciativas locais específicas, como projetos de inclusão digital em escolas públicas e programas de capacitação tecnológica para populações de baixa renda. A análise das políticas públicas permitirá compreender as estratégias adotadas, seus resultados e as limitações enfrentadas, além de identificar boas práticas e possíveis áreas de melhoria. A análise das políticas públicas será fundamentada na revisão de documentos oficiais, relatórios de execução, e entrevistas com gestores públicos e especialistas na área. Além disso, será realizada uma análise comparativa entre as diferentes regiões do Brasil, identificando quais estratégias têm sido mais eficazes em determinadas localidades e quais desafios persistem. A pesquisa buscará destacar a necessidade de políticas públicas mais integradas e adaptadas às realidades locais, uma vez que as soluções para a inclusão digital não podem ser homogêneas, mas devem levar em consideração as peculiaridades de cada região. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 56 Uma parte essencial do projeto será o desenvolvimento de propostas regionais para ampliar o acesso à internet e à educação digital. Essas propostas serão baseadas nas especificidades regionais identificadas nas etapas anteriores e buscarãoatender às necessidades mais urgentes de cada local. No Norte e Nordeste, por exemplo, será proposta a expansão de infraestrutura de conectividade, incluindo parcerias público-privadas para levar internet de alta qualidade a áreas remotas. Para as regiões urbanas de todas as áreas do Brasil, serão sugeridas ações voltadas para a capacitação digital da população e a integração das tecnologias ao currículo escolar, com a criação de programas de formação para professores e alunos. As propostas regionais também levarão em consideração as experiências de sucesso já implementadas em algumas regiões. No Sul e Sudeste, onde há maior infraestrutura tecnológica, as propostas focarão na utilização de novas tecnologias, como a inteligência artificial, para a personalização do ensino e a democratização do acesso à educação superior. O objetivo dessas propostas é fornecer soluções práticas e sustentáveis, que envolvam todos os atores sociais, incluindo governos, instituições educacionais, empresas de tecnologia e as próprias comunidades, na criação de um ambiente educacional digitalmente inclusivo. Serão considerados os desafios econômicos e financeiros enfrentados por muitas regiões do Brasil, especialmente nas áreas mais vulneráveis. As propostas incluirão alternativas de financiamento, como o uso de fundos públicos e parcerias com o setor privado, para garantir que as soluções propostas sejam viáveis e duradouras. A ideia central é que as políticas públicas de inclusão digital não se limitem ao acesso à internet, mas também incluam estratégias para a capacitação contínua da população, a criação de conteúdos educacionais digitais acessíveis e a promoção de uma cultura digital inclusiva. A análise das políticas públicas e o desenvolvimento de propostas regionais também estarão em sintonia com as diretrizes de organizações internacionais, como a OCDE (2019), que defende a implementação de políticas públicas inclusivas e adaptáveis às realidades locais. Essa perspectiva global será incorporada ao projeto, buscando alinhar as ações propostas no Brasil com as melhores práticas internacionais de inclusão digital. A ideia é que o país se torne referência na inclusão digital, especialmente para as populações mais vulneráveis, ao integrar soluções tecnológicas no cotidiano das escolas e na vida de todos os cidadãos. O projeto também se compromete a acompanhar a implementação das propostas, caso sejam adotadas, e a avaliar seus impactos ao longo do tempo. Isso garantirá que as soluções desenvolvidas não sejam apenas teóricas, mas que possam ser implementadas com sucesso e com resultados concretos. A avaliação contínua será fundamental para ajustar as propostas e garantir que elas atendam, de fato, às necessidades da população, melhorando a qualidade do ensino e promovendo a equidade no acesso à tecnologia. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 57 A disseminação dos resultados da pesquisa será realizada por meio de relatórios técnicos, apresentações em conferências acadêmicas e publicações em periódicos especializados. A proposta é que o projeto gere um impacto real na política pública e na prática educacional no Brasil, influenciando a tomada de decisões em níveis federal, estadual e municipal, e promovendo uma transformação significativa na forma como a inclusão digital é tratada no país. A metodologia adotada busca garantir que o projeto seja robusto e capaz de fornecer soluções práticas e eficazes para um dos maiores desafios da educação brasileira. A combinação de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, análise de políticas públicas e propostas regionais permitirá uma abordagem integrada, que considera as diversas realidades e necessidades do país. O objetivo final é contribuir para a construção de um Brasil mais digitalmente inclusivo, onde todos os cidadãos, independentemente de sua origem ou localização, tenham a oportunidade de acessar a educação de qualidade e de participar plenamente da sociedade digital. A INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL: DESAFIOS REGIONAIS. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 58 Norte Na região Norte, o acesso à internet e às TICs é um dos maiores desafios, especialmente em comunidades rurais e indígenas. A falta de infraestrutura de telecomunicações, somada às grandes distâncias entre as cidades e a escassez de políticas públicas específicas para as áreas remotas, limita significativamente o acesso à educação digital. O Projeto pode se concentrar em expandir a conectividade, com ênfase em satélites e internet via fibra ótica, além de estabelecer parcerias com empresas de telecomunicações para expandir a cobertura. Nordeste O Nordeste do Brasil possui diversas iniciativas de inclusão digital, principalmente através de programas federais, como o "Computadores para Todos", mas ainda enfrenta dificuldades relacionadas à baixa qualificação digital da população, especialmente em áreas periféricas e rurais. A capacitação digital, a criação de espaços de acesso gratuito à internet (pontos de inclusão digital) e a implementação de currículos educacionais com ênfase nas TICs nas escolas são medidas necessárias para reduzir a desigualdade digital. Centro-Oeste No Centro-Oeste, a maior parte da população está concentrada em grandes centros urbanos, como Brasília, o que facilita o acesso à internet e à tecnologia. No entanto, áreas rurais ainda enfrentam desafios de conectividade e falta de equipamentos. O foco aqui pode ser no fortalecimento das políticas públicas de capacitação digital para pequenos empreendedores, estudantes e agricultores, incentivando o uso da tecnologia para impulsionar o desenvolvimento local. Sudeste O Sudeste, região mais desenvolvida do Brasil, tem níveis elevados de acesso à tecnologia, mas enfrenta desafios na inclusão digital de populações periféricas e de classes sociais mais baixas. Embora as grandes cidades disponham de boa infraestrutura tecnológica, muitas áreas urbanas carecem de acesso a políticas de alfabetização digital. Programas de inclusão digital focados no desenvolvimento de habilidades digitais para jovens e adultos nas periferias, como cursos de programação e marketing digital, são fundamentais. Sul Na região Sul, o acesso à internet é relativamente bom, mas ainda existem disparidades em algumas áreas rurais e entre populações de menor poder aquisitivo. A política pública para inclusão digital no Sul deve ser focada na universalização do acesso à internet e na ampliação de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 59 oportunidades de capacitação digital para profissionais da educação e trabalhadores em geral. A criação de hubs tecnológicos e incubadoras de startups pode ser uma estratégia eficaz. ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS EXISTENTE: Diversos programas de inclusão digital já foram implementados em diferentes esferas de governo no Brasil, mas muitos ainda são fragmentados ou ineficazes devido à falta de coordenação entre as políticas públicas. Entre os programas destacados estão o "Governo Eletrônico", que busca melhorar o acesso a serviços públicos pela internet, e o "Programa Nacional de Banda Larga" (PNBL), que visa expandir o acesso à internet de alta velocidade em todo o país. A OCDE (2019) recomenda que as políticas públicas para inclusão digital integrem esforços de universalização do acesso,alfabetização digital, segurança online e promoção de uma cultura digital saudável. Além disso, essas políticas devem ser adaptadas à realidade local de cada região, levando em consideração as especificidades culturais, econômicas e sociais das populações. PROPOSTAS PARA EXPANSÃO DA INCLUSÃO DIGITAL: Aumento da cobertura de internet: Investir na expansão de redes de fibra ótica e internet via satélite, com foco nas regiões Norte e Nordeste, onde o acesso à internet de qualidade é limitado. Educação digital: Inserir a alfabetização digital no currículo escolar desde a educação básica, com programas de capacitação para professores e alunos. Programas de capacitação: Oferecer cursos gratuitos de capacitação digital para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade, com foco em habilidades que atendam às demandas do mercado de trabalho, como programação e uso de ferramentas digitais para negócios. Parcerias público-privadas: Estimular parcerias entre o governo, empresas de tecnologia e organizações não governamentais para ampliar o acesso à infraestrutura digital e criar projetos sociais de inclusão digital. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A RELEVÂNCIA DO PROJETO: A inclusão digital é um dos pilares essenciais para a construção de um Brasil mais igualitário e desenvolvido. A superação das disparidades regionais no acesso às tecnologias digitais não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma estratégia fundamental para a promoção de uma economia mais inclusiva e sustentável. O acesso à internet de qualidade, a capacitação digital e a inserção de tecnologias nas diversas esferas da educação e do trabalho são INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 60 elementos cruciais para garantir que todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, possam participar ativamente da sociedade digital e se beneficiar das oportunidades que ela oferece. Uma das medidas fundamentais para a inclusão digital é o aumento da cobertura de internet, com investimentos estratégicos na expansão das redes de fibra ótica e internet via satélite. As regiões Norte e Nordeste, que historicamente enfrentam grandes desafios no acesso à tecnologia, necessitam de um esforço específico para garantir que a população tenha acesso à internet de alta qualidade. A expansão das redes de conectividade nestas áreas é uma prioridade para garantir que as oportunidades digitais não sejam restritas a apenas uma parcela da população, mas que alcancem todos os brasileiros, independentemente da sua localização geográfica. A implementação de tecnologias como a internet via satélite é uma solução inovadora que pode diminuir significativamente a lacuna digital existente, permitindo que regiões isoladas e periféricas tenham acesso à informação e à educação de qualidade. É imprescindível que a alfabetização digital seja inserida de forma consistente nos currículos escolares desde a educação básica. A capacitação digital, não apenas para os alunos, mas também para os professores, é uma estratégia essencial para promover a utilização consciente e eficiente das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Isso permitirá que os alunos não apenas aprendam a usar as ferramentas digitais, mas também desenvolvam competências críticas que os preparem para os desafios do mundo digital e do mercado de trabalho. Ao capacitar os professores, é possível garantir que eles se tornem agentes de transformação, capazes de integrar as tecnologias digitais de maneira inovadora e pedagógica no cotidiano escolar. A criação de programas de capacitação digital para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade é uma medida estratégica para o fortalecimento da inclusão digital no Brasil. O acesso a cursos gratuitos de capacitação digital pode ser decisivo para a inclusão de indivíduos que estão à margem do mercado de trabalho, permitindo-lhes adquirir habilidades essenciais, como programação, design gráfico, e o uso de ferramentas digitais para empreender e gerir negócios. Esses cursos devem ser acessíveis e adaptados às realidades socioeconômicas da população-alvo, oferecendo conteúdo relevante e de alta qualidade. As habilidades adquiridas nesses programas podem aumentar significativamente as oportunidades de emprego e desenvolvimento profissional, proporcionando uma ascensão social por meio do acesso ao mundo digital. É fundamental estimular parcerias público-privadas para ampliar a infraestrutura digital e promover projetos sociais de inclusão digital. O governo, as empresas de tecnologia e as organizações não governamentais devem colaborar para criar soluções inovadoras que atendam às necessidades das populações em situação INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 61 de vulnerabilidade. As parcerias podem ser fundamentais para acelerar a implementação de programas de capacitação, expandir o acesso à internet e oferecer serviços digitais que contribuam para o desenvolvimento das comunidades, as parcerias podem trazer expertise e recursos para a criação de soluções sustentáveis e eficazes, que sejam capazes de atender a longo prazo as demandas de inclusão digital em todo o país. Este projeto busca contribuir para a construção de um Brasil mais digitalmente inclusivo, onde a desigualdade no acesso às tecnologias seja progressivamente superada, as políticas públicas propostas, como a expansão da cobertura de internet, a inclusão da educação digital nos currículos escolares, os programas de capacitação para jovens e adultos, e as parcerias entre o governo e o setor privado, têm o potencial de transformar o país em uma sociedade mais justa e igualitária, capaz de enfrentar os desafios do mundo digital. A inclusão digital não é apenas um requisito para o desenvolvimento social e econômico, mas uma questão fundamental de cidadania, garantindo a todos os brasileiros o direito de participar ativamente da sociedade moderna e globalizada. A implementação das propostas sugeridas neste projeto não apenas contribuirá para a diminuição das desigualdades sociais e econômicas, mas também impulsionará a transformação digital no Brasil. Ao garantir o acesso à tecnologia e à educação digital, será possível criar oportunidades reais para todas as camadas da população, permitindo que mais pessoas possam participar do mercado de trabalho digital e tenham acesso aos benefícios que as novas tecnologias oferecem. Com políticas públicas bem estruturadas e ações colaborativas, o Brasil tem o potencial de se tornar uma referência global em inclusão digital, estabelecendo um modelo que favoreça o crescimento econômico e o desenvolvimento social de forma sustentável e inclusiva para todos. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 62 2.11 INICIATIVAS DO SETOR PRIVADO: EXEMPLOS DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS QUE TÊM INTEGRADO A IA E OUTRAS TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR, VISANDO À DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO. As parcerias público-privadas no ensino superior têm se tornado uma estratégia central para democratizar o acesso à educação de qualidade, integrando tecnologias inovadoras como Inteligência Artificial (IA), Big Data e plataformas digitais. A colaboração entre o setor público e o privado no contexto da educação superior visa proporcionar uma educação mais inclusiva, acessível e alinhada às necessidades do mercado de trabalho moderno. A integração dessastecnologias tem o potencial de transformar o ensino, democratizando o acesso e ampliando a capacidade de alunos de diversas regiões e classes sociais de se beneficiarem de recursos educacionais de alta qualidade. Pischetola (2016) argumenta que a inclusão digital é uma ferramenta crucial para a criação de uma nova cultura na sala de aula, na qual as tecnologias oferecem novos meios de ensino e aprendizagem. A aplicação de IA no ensino superior, por meio de parcerias entre universidades e empresas de tecnologia, tem se mostrado uma das inovações mais impactantes, essas tecnologias permitem personalizar a experiência educacional, adaptando o conteúdo de acordo com as necessidades de cada aluno, o que pode ser decisivo para o sucesso de estudantes com diferentes ritmos de aprendizagem. Ferramentas baseadas em IA, como sistemas de recomendação de conteúdo e assistentes virtuais, estão sendo implementadas para ajudar alunos a superarem obstáculos acadêmicos, promovendo um ensino mais inclusivo e eficiente. Como destaca Pischetola (2016), essa adaptação do ensino à realidade digital reflete uma mudança fundamental na abordagem pedagógica, oferecendo uma educação mais flexível e acessível. As parcerias público-privadas têm se destacado na oferta de cursos online e plataformas de e-learning, que têm democratizado o acesso à educação superior, essas plataformas oferecem uma gama de cursos gratuitos ou a preços reduzidos, com conteúdo ministrado por professores de universidades renomadas e com o suporte de ferramentas tecnológicas avançadas. Em muitas dessas iniciativas, a IA desempenha um papel essencial ao personalizar os materiais de aprendizagem de acordo com as necessidades dos alunos, tornando o aprendizado mais eficiente. De acordo com Pischetola (2016), a integração da IA no ambiente educacional tem o potencial de transformar a sala de aula tradicional, permitindo um ensino mais dinâmico e centrado no aluno. As tecnologias emergentes, como a realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV), também têm sido adotadas nas parcerias público-privadas para melhorar a qualidade da educação superior, essas ferramentas oferecem experiências imersivas que permitem que os alunos INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 63 explorem conceitos de forma prática e interativa, o que é especialmente útil em áreas como medicina, engenharia e arquitetura. A implementação de RA e RV no ensino superior, por meio de parcerias com empresas de tecnologia, está criando novas oportunidades para os alunos adquirirem habilidades práticas em um ambiente controlado, antes de aplicá-las no mundo real. Pischetola (2016) aponta que essas tecnologias promovem uma nova forma de aprender, em que a interação e a imersão substituem o ensino tradicional baseado apenas em teoria. A adaptação de tecnologias digitais no ensino superior também tem um impacto direto na formação dos professores. As parcerias entre o setor público e o privado têm possibilitado a criação de programas de capacitação digital para educadores, preparando-os para lidar com as novas ferramentas tecnológicas e integrá-las efetivamente em suas práticas pedagógicas. A capacitação docente é um componente essencial para garantir que as tecnologias, como IA, sejam utilizadas de forma eficaz nas salas de aula. Pischetola (2016) sublinha a importância de uma formação contínua para os professores, que, além de se apropriar das ferramentas tecnológicas, também precisam entender como usá-las de maneira a favorecer a aprendizagem dos alunos. No contexto da inclusão digital, a colaboração entre universidades e empresas de tecnologia também tem se estendido ao desenvolvimento de tecnologias acessíveis para alunos com deficiência. Ferramentas como leitores de tela, legendas automáticas e interfaces adaptativas estão sendo incorporadas ao ambiente acadêmico para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas limitações, tenham acesso igualitário ao conteúdo educacional. Esse foco na acessibilidade digital é um passo importante para a criação de um ambiente educacional inclusivo, no qual a tecnologia serve para nivelar as condições de aprendizagem para todos os alunos. Pischetola (2016) destaca que a inclusão digital não pode ser vista apenas como o fornecimento de equipamentos, mas como uma transformação nas práticas pedagógicas que promovam a igualdade de oportunidades. As parcerias público-privadas também têm contribuído para a criação de ambientes de aprendizagem híbridos, que combinam o ensino presencial com o ensino a distância. Esses modelos têm ganhado destaque, especialmente durante a pandemia de COVID-19, quando as instituições de ensino foram forçadas a adotar o ensino remoto em larga escala. As empresas de tecnologia, em colaboração com o setor público, desenvolveram plataformas robustas que permitem a interação entre alunos e professores em tempo real, garantindo a continuidade do aprendizado, mesmo à distância. Pischetola (2016) observa que o ensino híbrido, apoiado por tecnologias digitais, é uma tendência crescente que tem o potencial de transformar a estrutura do ensino superior, tornando-o mais acessível e flexível. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 64 A criação de laboratórios de inovação, nos quais estudantes e professores trabalham em conjunto com empresas de tecnologia para desenvolver soluções inovadoras para desafios educacionais. Esses laboratórios oferecem aos alunos a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula para resolver problemas do mundo real, promovendo o aprendizado prático e a colaboração entre a academia e o setor privado. Pischetola (2016) ressalta que essas iniciativas são fundamentais para integrar a educação superior ao mercado de trabalho, preparando os alunos para a realidade profissional, ao mesmo tempo em que contribuem para o avanço da inovação no setor educacional. As parcerias entre universidades e empresas de tecnologia também têm se concentrado no desenvolvimento de programas de mentorias e estágios, proporcionando aos alunos a oportunidade de trabalhar em projetos de tecnologia real, em colaboração com empresas líderes no setor, esses programas oferecem aos alunos uma experiência prática e valiosa, além de aumentar suas chances de inserção no mercado de trabalho. Pischetola (2016) defende que essas experiências práticas são fundamentais para que os alunos compreendam a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos na universidade e se preparem para os desafios do mercado de trabalho digital. Em muitas universidades, as parcerias com empresas de tecnologia também têm levado à criação de programas de aceleração de startups, nos quais estudantes e ex-alunos podem desenvolver suas próprias empresas de tecnologia com o apoio de mentores e recursos financeiros fornecidos por empresas parceiras. Esses programas não só incentivam a inovação, mas também ajudam os alunos a desenvolver habilidades empreendedoras que serão valiosas em suas carreiras futuras. Pischetola (2016) enfatiza que a criação de ecossistemas de inovação dentro das universidades é uma maneira de estimular a criatividade e a colaboração entre o setor educacional e o privado. A criação de ambientes de aprendizagem mais interativos, as parcerias público-privadas também têm promovido a utilização de ferramentas analíticas avançadas para melhorar o desempenho acadêmico dos alunos. A coleta de dados sobre o desempenho dos estudantes, com o uso de IA e Big Data, permite às universidades identificarpadrões e personalizar a experiência de aprendizagem para cada aluno. Essas ferramentas analíticas são essenciais para promover a inclusão digital, pois permitem que os professores identifiquem os alunos que necessitam de suporte adicional e ajustem suas abordagens pedagógicas de acordo com as necessidades individuais. Pischetola (2016) sublinha a importância da análise de dados no ambiente educacional, pois ela permite um acompanhamento mais eficaz do progresso dos alunos. As iniciativas do setor privado também têm contribuído para a criação de plataformas de ensino que oferecem acesso a cursos e recursos educacionais gratuitos ou a preços acessíveis para estudantes de todo o Brasil. Essas plataformas, muitas vezes desenvolvidas em parceria com INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 65 universidades e instituições governamentais, têm ampliado o alcance da educação superior, permitindo que mais pessoas tenham acesso a oportunidades educacionais. Pischetola (2016) destaca que a democratização do ensino superior por meio de plataformas online é uma das maneiras mais eficazes de combater as desigualdades educacionais, principalmente em um país como o Brasil, onde as disparidades regionais ainda são um grande desafio. As parcerias público-privadas também têm ajudado a financiar a infraestrutura necessária para a adoção de tecnologias digitais nas universidades, como a instalação de redes de alta velocidade e a implementação de sistemas de armazenamento em nuvem. Essas iniciativas são fundamentais para garantir que todas as universidades, independentemente de sua localização ou porte, possam ter acesso às mesmas tecnologias de ponta. Pischetola (2016) enfatiza que a infraestrutura tecnológica é um componente essencial para a inclusão digital, pois sem ela, o acesso às tecnologias de aprendizado será restrito a uma minoria privilegiada. As parcerias entre o setor público e o privado também têm gerado um impacto positivo na formação de uma força de trabalho qualificada para a era digital, ao oferecer programas de capacitação em IA, programação e outras habilidades digitais, essas iniciativas têm preparado os alunos para os desafios do mercado de trabalho contemporâneo. A colaboração entre universidades e empresas de tecnologia tem sido fundamental para desenvolver currículos mais alinhados com as exigências do mercado e para criar oportunidades de empregabilidade para os alunos. Pischetola (2016) argumenta que a capacitação digital é uma das peças-chave para o desenvolvimento de uma sociedade mais inclusiva e tecnologicamente preparada. As parcerias público-privadas têm desempenhado um papel crucial na democratização do acesso à educação superior, promovendo a inclusão digital e preparando os alunos para os desafios da economia digital. A integração de tecnologias como IA, Big Data e ferramentas de aprendizado online tem transformado a forma como as universidades oferecem educação e tem ampliado as oportunidades de aprendizagem para estudantes de todas as regiões e condições socioeconômicas. A nova cultura da sala de aula, como defendido por Pischetola (2016), está sendo moldada por essas inova 2.12 O PAPEL DA (IA) NA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS PARA O MERCADO GLOBAL: COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE AJUDAR A PREPARAR ALUNOS PARA A ECONOMIA DIGITAL E O MERCADO DE TRABALHO GLOBALIZADO. A inteligência artificial (IA) tem sido amplamente discutida no contexto da educação, especialmente no que diz respeito ao seu papel na preparação de alunos para o mercado de trabalho globalizado e para a economia digital. De acordo com Santaella (2023), a IA é capaz de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 66 realizar tarefas complexas com rapidez e precisão, mas sua "inteligência" é diferente da humana, sendo essencialmente programada para processar grandes volumes de dados e executar funções específicas, sua influência na formação de profissionais para o futuro é indiscutível, pois ela facilita o desenvolvimento de habilidades digitais essenciais para os alunos, promovendo uma formação mais ágil e alinhada às demandas contemporâneas do mercado de trabalho. O avanço da IA no cenário educacional permite a criação de plataformas de aprendizado personalizadas, que são capazes de adaptar o conteúdo de acordo com as necessidades de cada aluno, isso significa que, em vez de uma abordagem única e padronizada, os estudantes podem aprender no seu próprio ritmo, com recursos ajustados às suas dificuldades e facilidades. Santaella (2023) aponta que, ao incorporar IA nos processos de ensino-aprendizagem, as instituições educacionais podem criar um ambiente mais flexível e eficiente, permitindo que os futuros profissionais desenvolvam competências que atendam às exigências do mercado globalizado, como habilidades em tecnologia, inovação e adaptação rápida a novas ferramentas. A IA também tem um papel fundamental na promoção da educação personalizada, que se adapta ao estilo de aprendizagem de cada aluno, com a utilização de algoritmos sofisticados, a IA pode fornecer feedback instantâneo sobre o desempenho dos estudantes, identificando suas áreas de dificuldade e sugerindo recursos específicos para melhorar seu desempenho. Este tipo de abordagem ajuda a maximizar o potencial de cada aluno, preparando-os para enfrentar os desafios da economia digital, onde a personalização é cada vez mais necessária para atender às necessidades específicas de consumidores e mercados globais. Santaella (2023) discute como a IA pode transformar a experiência de aprendizagem, tornando-a mais centrada no aluno e mais eficaz. No contexto da formação de profissionais, a IA também pode ajudar a aprimorar o ensino de competências práticas e técnicas essenciais para o mercado de trabalho, como programação, análise de dados, e gerenciamento de sistemas digitais. Drumond Ischkanian, afirma que: A capacidade de a IA processar e analisar dados em tempo real é uma vantagem significativa para os educadores que buscam integrar essas habilidades em seus currículos, ela permite a criação de simulações realistas, em que os alunos podem aplicar seus conhecimentos em cenários do mundo real, sem os riscos associados ao aprendizado prático em ambientes de trabalho. Em todas as profissões, não compete mais negar a importância da IA na evolução das tecnologias com foco nas profissões do hoje e do futuro. O trabalhador só será substituído pela IA, se não sober como utilizá-la no cotidiano de sua profissão, para sua transcendência pessoal. (Drumond Ischkanian, 2025). Santaella (2023) destaca que a IA proporciona oportunidades únicas de experimentação e aprendizagem, o que é essencial para o desenvolvimento de competências relevantes para a economia digital. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 67 A presença crescente da IA nas universidades também pode transformar o ensino de áreas como negócios, marketing e gestão, ao fornecer ferramentas poderosas para análise de mercado, previsão de tendências e personalização de estratégias. O uso de IA nesses campos prepara os alunos para lidar com grandes volumes de dados, identificar padrões e tomar decisões informadas rapidamente, habilidades fundamentais em um mercado de trabalho altamente competitivo e globalizado. Santaella (2023) sugere que a IA pode capacitar os alunos a entender eaplicar conceitos avançados de análise de dados, algo que é crucial para o sucesso em várias indústrias ao redor do mundo. Ao trabalhar com ferramentas de IA, os alunos aprendem a lidar com tecnologias em constante evolução, o que os prepara para uma carreira de sucesso em um mercado que exige inovação contínua e adaptação rápida a novas ferramentas e processos. Santaella (2023) enfatiza que, embora a IA não seja capaz de substituir a criatividade humana, ela pode ser uma aliada poderosa no desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas complexos, o que é fundamental em um cenário global em que a inovação é a chave para a competitividade. Ferramentas de IA, como chatbots e assistentes virtuais, podem ser usadas para promover a interação e a comunicação entre os alunos, oferecendo oportunidades para o desenvolvimento de competências de colaboração, negociação e resolução de conflitos. Santaella (2023) aponta que, embora as interações mediadas por IA não possam substituir completamente as interações humanas, elas podem ajudar a aprimorar a forma como os alunos se comunicam e colaboram, especialmente em ambientes digitais. No contexto da formação para a economia digital, a IA pode ser uma aliada poderosa na criação de programas de aprendizado que envolvam os alunos com o uso de tecnologias emergentes. Ao integrar IA em cursos relacionados à inovação e ao empreendedorismo digital, as universidades podem ajudar a criar uma geração de profissionais mais preparados para o futuro. Santaella (2023) observa que o uso de IA no ensino pode transformar a forma como os alunos interagem com os conceitos de inovação, tornando-os mais capazes de identificar novas oportunidades e aplicar soluções criativas no ambiente de negócios global. As tecnologias de IA podem ser utilizadas para criar sistemas de avaliação mais dinâmicos e precisos, que levem em consideração uma variedade de fatores para medir o desempenho dos alunos. Isso inclui a análise de aspectos como participação em discussões online, desempenho em simulações práticas, e interações com colegas e professores. Santaella (2023) sugere que, ao usar IA para avaliação, as universidades podem obter uma visão mais completa e detalhada do progresso dos alunos, ajudando a personalizar ainda mais a experiência educacional e garantir que os estudantes desenvolvam as competências necessárias para o sucesso no mercado global. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 68 O impacto da IA na formação de profissionais também está relacionado à sua capacidade de integrar o aprendizado com o mundo corporativo, através de parcerias com empresas de tecnologia, universidades podem oferecer programas de estágio, mentoring e simulações de projetos em que os alunos trabalham com as ferramentas e tecnologias mais avançadas do mercado. Essa aproximação com o mundo real não só prepara os alunos para o mercado de trabalho, mas também os familiariza com as exigências e os desafios da economia digital global. Santaella (2023) defende que a colaboração entre academia e empresas é essencial para alinhar o ensino superior com as demandas do mercado. A IA pode ajudar a preparar os alunos para a vida profissional ao permitir que eles desenvolvam competências em áreas como automação de processos, gestão de sistemas complexos e análise preditiva. Esses conhecimentos são altamente valorizados em setores como finanças, saúde, manufatura e serviços, todos os quais estão sendo transformados pela IA. Santaella (2023) destaca que, à medida que a IA se torna uma ferramenta cada vez mais integrada aos processos empresariais, a capacidade de um profissional em gerenciar e otimizar essas tecnologias será fundamental para seu sucesso no mercado de trabalho global. A introdução da IA no ensino superior também contribui para a expansão do conceito de "lifelong learning", ou aprendizado ao longo da vida. Ao fornecer aos alunos as ferramentas para aprender de forma contínua e autônoma, a IA permite que os profissionais se atualizem constantemente, o que é essencial em um mercado global em rápida evolução. Santaella (2023) observa que, ao integrar a IA ao processo de aprendizado, as universidades podem preparar os alunos para se manterem competitivos e inovadores durante toda a sua carreira, independentemente das mudanças no mercado de trabalho. Ao utilizar ferramentas digitais que oferecem suporte personalizado, as instituições educacionais podem garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de sua localização ou condição social. Santaella (2023) enfatiza que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta de inclusão, promovendo um ambiente educacional mais acessível e diversificado, onde todos os estudantes têm a oportunidade de se desenvolver. A IA também desempenha um papel importante na transformação da educação em uma rede global, conectando alunos de diferentes partes do mundo e permitindo a troca de conhecimentos e experiências. Por meio de plataformas online e ferramentas de colaboração, os estudantes têm a oportunidade de aprender com colegas de outras culturas e contextos, enriquecendo sua formação e preparando-os para trabalhar em um mercado global. Santaella (2023) destaca que, em um mercado de trabalho cada vez mais globalizado, a capacidade de colaborar e se comunicar com profissionais de diferentes países é uma habilidade essencial. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 69 Além de capacitar os alunos com as habilidades técnicas necessárias para o mercado de trabalho, a IA também pode ajudar a desenvolver habilidades de liderança e gestão em um ambiente digital, ferramentas baseadas em IA podem simular cenários de liderança, permitindo que os alunos pratiquem a tomada de decisões e a gestão de equipes virtuais. Natali Maria Serafi, 2025. De acordo com Santaella (2023) argumenta que essas simulações podem ajudar a formar líderes mais preparados para enfrentar os desafios do mundo corporativo, que cada vez mais depende da tecnologia e da inovação para se manter competitivo no mercado global. A inteligência artificial desempenha um papel fundamental na formação de profissionais para a economia digital e o mercado globalizado, oferecendo soluções inovadoras para o ensino, a aprendizagem e a avaliação. Sua capacidade de personalizar a educação, promover a inovação e preparar os alunos para os desafios do mercado de trabalho é inquestionável. Santaella (2023) nos lembra que, embora a IA não seja "inteligente" no sentido humano, ela é uma ferramenta poderosa que pode transformar a educação e ajudar a moldar uma nova geração de profissionais aptos a prosperar em um mundo digital cada vez mais complexo e interconectado. 2.13 DESAFIOS NO USO DE TECNOLOGIAS EM REGIÕES PERIFÉRICAS: ANÁLISE DAS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM ÁREAS RURAIS E FAVELAS, ONDE O ACESSO À INTERNET E DISPOSITIVOS TECNOLÓGICOS AINDA É LIMITADO. O uso de tecnologias em regiões periféricas, especialmente em áreas rurais e favelas, enfrenta uma série de desafios que limitam seu pleno desenvolvimento e implementação, a disparidade no acesso à internet e a dispositivos tecnológicos é uma das principais dificuldades, perpetuando a exclusão digital de milhares de pessoas que, muitas vezes, são privadas dos benefícios do mundo digital. Como afirmam Lee e Giufan (2022), "sem a infraestrutura adequada, a inteligência artificial e outras tecnologias transformadoras não conseguem alcançar aqueles que mais precisam delas".A falta de conexão de qualidade é um obstáculo crucial, e enquanto o mundo avançou para a era digital, muitas comunidades ainda lutam para conseguir acesso básico à internet, um dos principais requisitos para a integração ao universo da tecnologia. Mesmo em zonas urbanas, como as favelas, onde há um número significativo de pessoas com acesso à internet, o uso de dispositivos adequados permanece restrito. Metz (2022) argumenta que "o impacto da tecnologia é muitas vezes condicionado pelo acesso aos meios certos para utilizar essas ferramentas". A aquisição de dispositivos como computadores ou smartphones de última geração, essenciais para o uso pleno das tecnologias, se torna uma tarefa árdua para grande INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 70 parte da população dessas regiões, resultando em uma exclusão de oportunidades educacionais e de trabalho digital. Em áreas periféricas, especialmente as rurais, muitos não possuem as habilidades necessárias para lidar com as ferramentas digitais. Lee e Giufan (2022) destacam que "a transformação digital exige mais do que apenas acesso a dispositivos; é preciso desenvolver habilidades que permitam às pessoas usar a tecnologia para resolver problemas do dia a dia". Sem programas de capacitação digital, os moradores dessas regiões ficam à margem do desenvolvimento tecnológico, o que acentua ainda mais as desigualdades sociais e econômicas. A escassez de infraestrutura tecnológica e de recursos humanos capacitados também limita a criação de políticas públicas eficazes que possam transformar essas realidades. Neves (2020) observa que "políticas públicas eficientes para inclusão digital devem ir além da distribuição de dispositivos e internet, contemplando também a formação de profissionais qualificados para implementar e dar suporte ao uso dessas tecnologias". A falta de políticas voltadas para a capacitação de educadores, gestores e alunos, além da implementação de uma infraestrutura básica, impede que essas regiões aproveitem as potencialidades das tecnologias, desde as simples ferramentas de aprendizado até as inovações mais complexas, como a inteligência artificial. No campo educacional, a implementação de tecnologias nas escolas periféricas enfrenta ainda mais obstáculos, com muitas escolas em regiões rurais e favelas carecendo de recursos e estrutura. O uso de tecnologias em sala de aula exige, por exemplo, conexões de alta velocidade e dispositivos que permitam o acesso contínuo a conteúdos educacionais online. No entanto, em muitas áreas periféricas, o cenário é de escassez. Lee e Giufan (2022) ressaltam que "sem um ambiente adequado de aprendizado, a tecnologia, mesmo a mais avançada, perde sua eficácia", o que compromete a qualidade da educação e limita o potencial de estudantes nessas regiões. Em muitas comunidades, especialmente em áreas mais isoladas, há uma desconfiança em relação ao impacto da digitalização e ao controle das grandes empresas tecnológicas sobre as informações pessoais. Metz (2022) aponta que "a tecnologia é vista, muitas vezes, com receio, como algo que vai além do controle individual e das tradições locais". Essa resistência pode dificultar a adoção de novas ferramentas, criando um ambiente de desinformação sobre os benefícios e usos possíveis dessas tecnologias para o desenvolvimento comunitário. O impacto da pandemia de COVID-19 exacerbou ainda mais as desigualdades no uso de tecnologias em regiões periféricas, já que muitas escolas tiveram que migrar para o ensino remoto sem a devida preparação ou infraestrutura. Nesse cenário, as escolas em áreas rurais e favelas enfrentaram sérias dificuldades para implementar o ensino a distância devido à falta de dispositivos e conectividade. Neves (2020) reflete que "a pandemia expôs as fragilidades da INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 71 inclusão digital no Brasil, evidenciando a urgente necessidade de um planejamento estratégico para resolver as disparidades no acesso à tecnologia". O ensino remoto, que deveria ser uma solução, acabou acentuando ainda mais as desigualdades. A falta de apoio governamental e a escassez de investimentos em infraestrutura digital nas periferias contribuem para a persistência da exclusão digital. Lee e Giufan (2022) afirmam que "o Estado deve se envolver ativamente na criação de um ecossistema de inclusão digital, que garanta a distribuição equitativa de recursos e o acesso à tecnologia". O governo, em suas diversas esferas, precisa investir de forma estratégica em tecnologias que possam melhorar a vida da população periférica, não apenas oferecendo infraestrutura, mas também criando condições para que os cidadãos possam aproveitar as oportunidades geradas pela economia digital. A integração da inteligência artificial nas regiões periféricas também enfrenta barreiras significativas, desde o desconhecimento da tecnologia até a ausência de uma infraestrutura de apoio. Metz (2022) sugere que "a IA, embora revolucionária, não se espalha de maneira uniforme, e seu impacto dependerá diretamente de como é implementada em regiões com pouco ou nenhum acesso à tecnologia". A implementação de sistemas de IA em áreas periféricas exigiria não apenas o fornecimento de dispositivos adequados, mas também o treinamento de profissionais locais para que possam usar e implementar essas ferramentas de maneira eficaz. Quando a tecnologia consegue penetrar nessas áreas, ela pode gerar um impacto transformador, criando novas oportunidades para os moradores, a inserção de tecnologias em regiões periféricas tem o potencial de abrir portas para o empreendedorismo digital, especialmente no campo da educação e do comércio eletrônico. Neves (2020) observa que "com a educação digital, muitas pessoas em áreas periféricas podem desenvolver habilidades que, de outra forma, nunca teriam acessado". O empreendedorismo digital, por sua vez, oferece uma alternativa ao mercado de trabalho tradicional, com a possibilidade de alcançar mercados globais. As parcerias público-privadas podem desempenhar um papel fundamental na superação dos desafios mencionados, permitindo que empresas de tecnologia e governos se unam para fornecer infraestrutura e capacitação em regiões periféricas. Tabela 4: Os principais problemas, soluções, investimentos e recursos para superar as dificuldades no uso de tecnologias em regiões periféricas, incluindo áreas rurais e favelas. PROBLEMA SOLUÇÃO INVESTIMENTO NECESSÁRIO RECURSOS NECESSÁRIOS FALTA DE ACESSO À INTERNET DE QUALIDADE Expansão da infraestrutura de internet via fibra ótica e satélite Investimentos em redes de fibra ótica, parcerias público- privadas para expansão do acesso via satélite Infraestrutura de rede, parcerias com empresas de telecomunicações e governos locais INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 72 ESCASSEZ DE DISPOSITIVOS TECNOLÓGICOS ADEQUADOS Programas de distribuição de dispositivos acessíveis (smartphones, tablets e computadores) Subsídios para a compra e distribuição de dispositivos; parcerias com empresas de tecnologia Empresas de dispositivos tecnológicos, governo, ONGs, redes comunitárias BAIXA CAPACITAÇÃO DIGITAL DA POPULAÇÃO Cursos e treinamentos em habilidades digitais essenciais (como alfabetização digital, programação,e- commerce) Financiamento para criação de programas de capacitação e plataformas de ensino online Educadores, plataformas de ensino digital, recursos para treinamentos presenciais e online RESISTÊNCIA CULTURAL AO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS Campanhas de conscientização sobre os benefícios da tecnologia, focando em aspectos positivos para a vida cotidiana Investimentos em campanhas educacionais e culturais, com o apoio de líderes comunitários Recursos de mídia, materiais educativos, influenciadores locais, líderes comunitários FALTA DE SUPORTE TÉCNICO LOCAL Formação de técnicos locais para dar suporte contínuo ao uso de tecnologias Investimentos em cursos técnicos e treinamentos para formar profissionais em áreas periféricas Instituições de ensino técnico, programas de capacitação de curta duração, apoio do setor privado DESIGUALDADE DE GÊNERO NO ACESSO À TECNOLOGIA Programas de inclusão digital voltados para mulheres, com ênfase em empoderamento digital e empreendedorismo Investimentos específicos em programas de capacitação para mulheres Organizações de apoio a mulheres, ONGs, programas de governo voltados à equidade de gênero FALTA DE INFRAESTRUTURA EDUCACIONAL PARA USO DIGITAL Implantação de tecnologias educacionais nas escolas periféricas, como e-books, plataformas de ensino e laboratórios de informática Investimentos em escolas para infraestrutura digital, como equipamentos e conectividade Governo, ONGs, parcerias com empresas de tecnologia educacional DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO AO ENSINO REMOTO Desenvolvimento de plataformas adaptadas à realidade local (considerando limitações de dispositivos e internet) Investimentos em plataformas de ensino online com baixo custo e alta acessibilidade Desenvolvedores de software educacional, infraestrutura para plataformas de ensino remoto DESCONHECIMENTO Programas de empreendedorismo Investimentos em programas de Parcerias com incubadoras de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 73 SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS PARA GERAÇÃO DE RENDA digital, com capacitação para o uso de tecnologias para pequenos negócios e e- commerce capacitação voltados para o empreendedorismo digital startups, plataformas de e- commerce, empresas de tecnologia FALTA DE ENGAJAMENTO DAS COMUNIDADES NAS INICIATIVAS TECNOLÓGICAS Criação de centros comunitários de tecnologia, onde a comunidade pode acessar, aprender e desenvolver suas próprias soluções Investimentos na criação e manutenção de centros comunitários de tecnologia Apoio das comunidades locais, parcerias com empresas de tecnologia, governos e ONGs BAIXA PERCEPÇÃO DE UTILIDADE DAS TECNOLOGIAS Projetos de integração das tecnologias ao cotidiano das pessoas, como serviços públicos digitais, saúde digital e educação online Investimentos em programas de sensibilização e integração das tecnologias ao cotidiano Colaboração com o governo, empresas de tecnologia, instituições de ensino, profissionais de saúde DIFICULDADE DE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS PARA PROJETOS TECNOLÓGICOS Incentivos fiscais e subsídios para empresas que implementem projetos de inclusão digital em regiões periféricas Financiamentos públicos e privados, incentivos fiscais para empresas que investem em inclusão digital Governos locais, empresas de tecnologia, investidores sociais EXCLUSÃO DIGITAL DE IDOSOS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Criação de plataformas de tecnologia assistiva e programas de alfabetização digital para idosos e pessoas com deficiência Investimentos em tecnologias assistivas, desenvolvimento de programas de capacitação para públicos específicos Universidades, empresas de tecnologia assistiva, ONGs, apoio governamental PROBLEMAS DE CONECTIVIDADE EM ÁREAS RURAIS ISOLADAS Instalação de antenas de internet via satélite e parcerias com empresas para disponibilizar pacotes de dados acessíveis Investimentos em tecnologias de conectividade via satélite e 4G/5G Empresas de telecomunicações, governo, ONGs focadas em desenvolvimento rural FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESPECÍFICAS PARA INCLUSÃO DIGITAL Desenvolvimento de políticas públicas focadas na inclusão digital, com programas regionais adaptados às necessidades locais Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e execução de políticas públicas eficazes Governos municipais, estaduais e federais, especialistas em políticas públicas DIFICULDADE NO DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS Produção de conteúdos educativos locais, adaptados às Investimentos na criação de conteúdos educacionais Educadores locais, especialistas em conteúdo, INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 74 EDUCATIVOS RELEVANTES PARA A REALIDADE LOCAL características culturais e linguísticas das comunidades localizados desenvolvedores de mídia digital DESIGUALDADE NO ACESSO A TECNOLOGIA DE PONTA (COMO IA E BIG DATA) Programas de acesso a tecnologias emergentes, como IA, para jovens de regiões periféricas, capacitando-os para o mercado de trabalho Investimentos em projetos de capacitação em IA, com foco em inclusão social Empresas de tecnologia, universidades, incubadoras de startups CARÊNCIA DE RECURSOS PARA MANUTENÇÃO DE DISPOSITIVOS TECNOLÓGICOS Criação de parcerias com empresas de tecnologia para garantir a manutenção regular de dispositivos fornecidos Investimentos em serviços de manutenção de dispositivos e suporte técnico Empresas de tecnologia, profissionais de manutenção, centros comunitários FALTA DE TREINAMENTO PARA PROFESSORES E EDUCADORES NO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS Programas de formação continuada para educadores, com foco em ferramentas tecnológicas e metodologias digitais Investimentos em programas de formação de professores para o uso pedagógico de tecnologias Secretarias de educação, universidades, empresas de edtech FALTA DE ACESSO A REDES DE MENTORES E APOIO A EMPREENDEDORES DIGITAIS Criação de redes de mentoria e incubadoras digitais para empreendedores de comunidades periféricas Investimentos em programas de mentoria digital e redes de apoio Empresas de tecnologia, universidades, investidores sociais, redes de empreendedores Fonte: Simone Helen Drumond Ischkanian, 2022. Essa tabela oferece uma visão clara sobre os desafios e as soluções possíveis, juntamente com os investimentos e recursos necessários para melhorar o acesso e o uso de tecnologias em regiões periféricas, promovendo inclusão digital e superando as desigualdades tecnológicas. No entanto, o sucesso dessas iniciativas depende de uma análise cuidadosa das especificidades de cada região, levando em conta suas características culturais, econômicas e sociais. Metz (2022) sugere que "não existe uma solução única para todos os problemas de inclusão digital, e cada comunidade deve ser entendida em sua particularidade". Portanto, os projetos precisam ser desenhados de forma personalizada, considerando as necessidades locais e as formas mais eficazes de implementar a tecnologia emdiferentes contextos. A formação de uma mentalidade digital nas periferias também é crucial para garantir que a inclusão digital seja sustentável a longo prazo. Lee e Giufan (2022) afirmam que "sem a educação digital desde os primeiros anos de vida, é difícil que as populações mais marginalizadas INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 75 se integrem de maneira significativa à economia digital". A educação precisa ser um pilar fundamental das iniciativas de inclusão digital, garantindo que as novas gerações cresçam com as habilidades necessárias para navegar no mundo digital com confiança. As mulheres em regiões periféricas enfrentam desafios adicionais no que se refere à inclusão digital, devido a fatores como desigualdade de gênero, falta de acesso a dispositivos e a discriminação no mercado de trabalho. Neves (2020) observa que "a inclusão digital das mulheres deve ser vista como uma prioridade, considerando as barreiras estruturais e culturais que as impedem de ter as mesmas oportunidades que os homens". Nesse sentido, é importante desenvolver políticas que garantam a capacitação digital das mulheres, permitindo-lhes não apenas o acesso à tecnologia, mas também a possibilidade de atuar ativamente no mercado digital. Embora o cenário de exclusão digital nas periferias seja complexo, ele também oferece grandes oportunidades para inovação e transformação social. Metz (2022) sugere que "as tecnologias podem servir como ferramentas de emancipação, desde que haja um esforço coletivo para garantir que todos tenham acesso a elas". Isso implica que a solução para a inclusão digital deve ser coletiva, envolvendo governo, setor privado, sociedade civil e as próprias comunidades periféricas, que precisam ser ativamente envolvidas no processo de transformação digital. A implementação de tecnologias nas periferias também exige uma abordagem interdisciplinar, combinando conhecimentos de áreas como educação, sociologia, engenharia e políticas públicas. Lee e Giufan (2022) defendem que "somente com uma visão integrada e colaborativa é possível superar as barreiras à inclusão digital e garantir que as tecnologias cumpram seu papel social". A interdisciplinaridade é essencial para criar soluções inovadoras e adequadas às especificidades de cada região. A inclusão digital nas regiões periféricas é um processo complexo e multifacetado, que exige esforços coordenados entre diversos atores sociais e políticos, embora os desafios sejam grandes, as oportunidades de transformação também são significativas. A superação das dificuldades de implementação de tecnologias pode não apenas melhorar a qualidade de vida nas periferias, mas também criar novas perspectivas de crescimento e desenvolvimento para essas comunidades. 2.14 A INCLUSÃO DIGITAL COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: COMO O ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, MEDIADO POR TECNOLOGIAS, CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO SUSTENTÁVEL. A inclusão digital emergiu como um dos pilares essenciais para promover o desenvolvimento sustentável em sociedades contemporâneas, configurando-se como elemento fundamental para a redução das desigualdades sociais e econômicas. O acesso à educação de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 76 qualidade, mediado por tecnologias inovadoras, tem o potencial de transformar realidades, criando oportunidades em regiões historicamente marginalizadas. De acordo com Neves (2020), a democratização do conhecimento através de ferramentas digitais permite a formação de indivíduos mais preparados para o mercado de trabalho globalizado, impulsionando a inclusão social de maneira efetiva. O papel das tecnologias educacionais na promoção do desenvolvimento econômico é evidente ao proporcionar a capacitação profissional de populações vulneráveis. Programas que integram inteligência artificial (IA) e plataformas de ensino a distância têm sido fundamentais na redução das disparidades regionais. Conforme Lee e Giufan (2022), o acesso à educação mediada por IA não apenas amplia horizontes de aprendizado, mas também fomenta o desenvolvimento de habilidades alinhadas às demandas futuras do mercado, criando um ciclo virtuoso de crescimento econômico e inovação. A relação entre educação digital e sustentabilidade está diretamente ligada ao fortalecimento de competências voltadas à solução de problemas ambientais e sociais. A formação de cidadãos conscientes e engajados com a preservação ambiental é facilitada pelo uso de recursos tecnológicos que possibilitam experiências imersivas e interativas. Como destaca Metz (2022), a integração da tecnologia no ensino proporciona não apenas conhecimento técnico, mas também a compreensão de questões globais complexas, incentivando soluções inovadoras para desafios socioambientais. Um aspecto relevante da inclusão digital é a possibilidade de integração entre setores público e privado na formulação de políticas que promovam a sustentabilidade. Iniciativas conjuntas têm permitido o desenvolvimento de infraestruturas digitais em regiões rurais e periféricas, ampliando o acesso a ferramentas educacionais. Neves (2020) salienta que parcerias estratégicas contribuem significativamente para a superação das barreiras estruturais, garantindo que um número maior de indivíduos possa usufruir dos benefícios da tecnologia na educação. A capacitação de professores e educadores é uma das principais estratégias para assegurar que o uso das tecnologias seja eficaz no ambiente escolar. Investimentos em programas de formação continuada permitem que educadores estejam aptos a utilizar ferramentas digitais, promovendo um ensino mais dinâmico e inclusivo. Segundo Lee e Giufan (2022), a formação de educadores não só amplia a qualidade do ensino, mas também contribui para a disseminação de práticas inovadoras que beneficiam comunidades inteiras. A adoção de soluções tecnológicas adaptadas às realidades locais representa um fator crítico na promoção do desenvolvimento sustentável. Plataformas de ensino personalizadas e acessíveis garantem que indivíduos de diferentes contextos culturais e socioeconômicos possam se beneficiar do processo educativo. Metz (2022) destaca que a flexibilidade das ferramentas digitais INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 77 possibilita a criação de conteúdo relevante e significativo para diversas comunidades, impulsionando o crescimento social e econômico de forma equitativa. A inclusão digital também é determinante para fomentar o empreendedorismo e a inovação, proporcionando aos indivíduos as habilidades necessárias para desenvolver soluções criativas e competitivas. Neves (2020) argumenta que o acesso às tecnologias de informação e comunicação (TICs) capacita jovens e adultos a criarem pequenos negócios, estimulando o crescimento econômico local e fortalecendo a coesão social. O impacto direto da inclusão digital na redução das desigualdades educacionais, tem permitindo que estudantes de regiões remotas tenham acesso aos mesmos conteúdos e oportunidades que seus pares em centros urbanos. Lucas Serrão, 2025. Lee e Giufan (2022) enfatizam que a internet e as plataformas digitais representam um canal de democratização do conhecimento, garantindo que todos possam participar ativamente do desenvolvimento global. A implementação de projetos de inclusão digitalmais acessíveis, há uma expectativa de que o ensino superior no Brasil passe a ser mais personalizado, inclusivo e eficiente. A IA pode ser utilizada para criar plataformas de ensino adaptativo, que ajustam o conteúdo de acordo com o desempenho e as necessidades de cada aluno, proporcionando uma experiência de aprendizado única, as ferramentas como assistentes virtuais e chatbots podem oferecer suporte contínuo aos estudantes, ajudando-os a superar dificuldades acadêmicas em tempo real. Este cenário, embora promissor, demanda uma série de investimentos e ações coordenadas para garantir que todos os estudantes, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica, tenham acesso igualitário a essas tecnologias. O investimento em infraestrutura tecnológica é um dos pilares essenciais para o sucesso da inclusão digital e do uso da IA na educação. O Brasil, como um país de grande extensão territorial, enfrenta desafios significativos em relação à conectividade, especialmente em áreas rurais e periféricas, a falta de acesso à internet de alta qualidade e a dispositivos adequados limita o potencial das tecnologias educacionais. Em muitos casos, alunos que vivem em regiões afastadas ou em comunidades de baixa renda não têm os recursos necessários para acompanhar cursos online ou utilizar plataformas educacionais que exigem uma conexão estável e rápida. Para que a inclusão digital seja efetiva, é fundamental que o INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 6 governo e o setor privado continuem investindo em iniciativas que expandam a conectividade, forneçam dispositivos tecnológicos acessíveis e criem condições para que as escolas e universidades possam utilizar plenamente as ferramentas digitais. A maioria dos professores brasileiros, embora bem qualificada em suas áreas de atuação, não recebeu treinamento suficiente para integrar tecnologias avançadas, como a IA, ao seu ensino. A formação continuada dos educadores é crucial para que possam tirar o máximo proveito das plataformas digitais e das ferramentas de IA, além de garantir que eles saibam como utilizar essas tecnologias de maneira pedagógica e crítica. O uso de sistemas de recomendação alimentados por IA, que sugerem materiais de estudo personalizados com base no progresso de cada aluno. Para que essas ferramentas sejam aplicadas de forma eficiente, os professores precisam entender como analisar os dados gerados por esses sistemas e usá-los para ajustar suas estratégias pedagógicas, criando um ambiente de ensino mais eficaz e focado no aluno. O treinamento dos alunos em competências digitais também é uma prioridade para garantir que todos tenham as habilidades necessárias para utilizar as tecnologias no ambiente acadêmico e profissional. A alfabetização digital vai além do simples uso de ferramentas tecnológicas; envolve ensinar os alunos a usar essas tecnologias de maneira crítica, produtiva e ética. A capacidade de pesquisar, avaliar e utilizar informações de maneira responsável é uma habilidade essencial no mundo digital, ao preparar os alunos para lidar com a IA e outras tecnologias emergentes, o Brasil estará criando uma geração de profissionais mais bem preparados para o mercado de trabalho globalizado, que exige habilidades digitais em praticamente todas as áreas de atuação. A inclusão digital e a aplicação de IA na educação não são apenas uma questão de acesso, mas também de equidade. Garantir que todos os estudantes, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica, possam usufruir desses avanços tecnológicos é um desafio que envolve toda a sociedade. As políticas públicas têm um papel fundamental nesse processo, criando condições para que a inclusão digital não seja apenas uma realidade para os alunos das grandes cidades ou das classes mais favorecidas, mas também para aqueles que vivem em áreas periféricas ou em situação de vulnerabilidade, isso implica a criação de programas específicos que atendam às necessidades de grupos marginalizados, como estudantes de baixa renda, negros, indígenas e pessoas com deficiência. Para que a inclusão digital seja realmente transformadora, é necessário superar desafios estruturais que dificultam a integração das novas tecnologias na educação, entre esses desafios estão a escassez de recursos financeiros, a falta de treinamento adequado para professores e alunos, e a resistência de algumas instituições educacionais em adotar novas metodologias de ensino. No entanto, à medida que o Brasil avança na implementação de políticas de inclusão INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 7 digital e se aproxima da implementação de uma educação mais tecnológica e personalizada, esses obstáculos podem ser superados. O sucesso dessa transformação depende de um esforço conjunto entre governo, sociedade civil, setor privado e instituições educacionais, que precisam trabalhar de forma coordenada para garantir que a inclusão digital e a IA se tornem ferramentas acessíveis a todos. A personalização do ensino, proporcionada pela IA, oferece uma experiência de aprendizado mais eficaz, permitindo que os alunos avancem no seu próprio ritmo e de acordo com suas necessidades. Este contexto é especialmente relevante para alunos com diferentes estilos de aprendizagem ou dificuldades acadêmicas, pois a IA pode fornecer suporte individualizado, adaptando o conteúdo e os métodos de ensino a cada aluno, a IA pode ajudar os professores a identificar rapidamente as dificuldades de aprendizagem dos alunos e oferecer soluções específicas para cada caso, com o uso dessas tecnologias, o Brasil tem a oportunidade de transformar a educação em um processo mais dinâmico, flexível e centrado no aluno. É importante também destacar que a IA pode ajudar a reduzir a evasão escolar no ensino superior, tendo em vista que a análise de dados gerados por plataformas de ensino digital pode identificar alunos em risco de desistência, permitindo que as instituições intervenham de forma proativa, oferecendo suporte adicional. Se um aluno tem baixo desempenho em determinadas disciplinas ou apresenta dificuldades de acesso aos conteúdos, a IA pode sugerir materiais de apoio ou cursos de reforço, ajudando o aluno a superar suas dificuldades antes que a evasão se torne uma opção, esse tipo de intervenção precoce é fundamental para garantir que mais alunos concluam seus cursos de graduação e pós-graduação, contribuindo para a diminuição das desigualdades educacionais no Brasil. A colaboração entre o setor público e privado é essencial para garantir o sucesso da inclusão digital e da implementação de IA na educação brasileira, o setor privado tem se mostrado um aliado importante nesse processo, oferecendo soluções tecnológicas inovadoras e colaborando com o governo e com as instituições educacionais para promover a democratização do acesso às novas tecnologias. Parcerias público-privadas têm possibilitado a criação de plataformas de ensino digital de alta qualidade, que atendem a uma ampla gama de estudantes em todo o país, essas parcerias também têm ajudado a reduzir os custos da educação superior, tornando-a mais acessível para alunos de diferentes origens socioeconômicas. O futuro da inclusão digital e da IA na educação brasileira oferece grandes perspectivas de transformação, com a possibilidade de uma educação mais inclusiva, personalizada e de qualidade. Para que esse futuro se concretize, é necessário um esforço conjunto para garantir que todos os alunos, independentemente de sua origem ou condição socioeconômica,deve ser acompanhada por políticas de incentivo ao uso consciente e crítico das tecnologias, prevenindo o surgimento de novas formas de exclusão. Como destaca Metz (2022), a formação de indivíduos com pensamento crítico é fundamental para que a tecnologia seja utilizada como ferramenta de emancipação e não de domínio. A educação digital, aliada às práticas sustentáveis, oferece uma oportunidade única de promover o desenvolvimento humano integral. Neves (2020) ressalta que o uso das TICs no ensino amplia as capacidades criativas e analíticas dos estudantes, preparando-os para atuar em um mundo cada vez mais complexo e interconectado. Dessa forma, a inclusão digital não apenas transforma indivíduos, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. O Ministério da Educação (MEC) tem implementado diversas iniciativas para promover a inclusão digital e aprimorar a qualidade da educação mediada por tecnologias, reconhecendo sua importância para o desenvolvimento social e econômico sustentável. Uma das ações em destaque é o programa Conecta Rede, que já recebeu um investimento de R$ 55 milhões. O objetivo é modernizar a capacidade tecnológica e impulsionar a transformação digital nas instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, beneficiando aproximadamente 1,6 milhão de estudantes. O MEC está elaborando o Plano de Transformação Digital, alinhado à Estratégia Nacional de Governo Digital. Entre as metas, destacam-se a disponibilização de informações INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 78 relacionadas à vida escolar e acadêmica dos estudantes, desde a educação básica até a pós- graduação, e a implementação de uma política de governança de dados para a educação, ambas previstas para serem concluídas até 2026. Outra iniciativa relevante é o programa Escolas Conectadas, instituído pelo Decreto nº 11.713/2023, que visa universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas, em colaboração com os sistemas de ensino. Essa conectividade é fundamental para integrar recursos tecnológicos ao processo educacional, ampliando as oportunidades de aprendizagem. Em parceria com empresas do setor tecnológico, o MEC também tem promovido programas de inclusão digital voltados para grupos específicos. Por exemplo, em colaboração com a Huawei, foi lançado um programa para beneficiar 5 mil mulheres no Nordeste, seguindo o modelo de bolsa-formação, que garante a permanência das estudantes nos cursos oferecidos. O acesso à educação de qualidade mediado por tecnologias contribui significativamente para o desenvolvimento sustentável ao: Reduzir desigualdades: Proporciona oportunidades educacionais equitativas, independentemente da localização geográfica ou condição socioeconômica. Promover a inclusão social: Facilita a inserção de indivíduos no mercado de trabalho, especialmente em áreas que demandam habilidades digitais. Estimular a inovação: Incentiva o desenvolvimento de soluções criativas para desafios sociais e ambientais, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Fortalecer a economia: Forma profissionais capacitados para atuar em setores estratégicos, impulsionando o crescimento econômico sustentável. A UNESCO destaca que a educação para o desenvolvimento sustentável implica incluir as principais questões de sustentabilidade no ensino e na aprendizagem, promovendo mudanças de comportamento que criem um futuro mais sustentável em termos de integridade ambiental, viabilidade econômica e justiça social. As ações do MEC, ao integrar tecnologias digitais na educação, desempenham um papel crucial na promoção do desenvolvimento sustentável, preparando cidadãos para enfrentar os desafios globais contemporâneos. 2.15 REFLEXÃO SOBRE AS TENDÊNCIAS FUTURAS E O IMPACTO DE NOVAS TECNOLOGIAS EMERGENTES NA EDUCAÇÃO SUPERIOR, COM FOCO NAS POPULAÇÕES VULNERÁVEIS, E AS IMPLICAÇÕES PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA. O futuro da inclusão digital e o avanço da inteligência artificial (IA) na educação superior no Brasil estão intrinsecamente ligados ao desenvolvimento de políticas públicas que busquem reduzir desigualdades estruturais. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 79 A ampliação do acesso às tecnologias emergentes permite que comunidades vulneráveis tenham melhores oportunidades educacionais, impactando diretamente sua inserção no mercado de trabalho e contribuindo para o crescimento socioeconômico. Conforme Neves (2020), a inclusão digital não se limita ao fornecimento de equipamentos, mas envolve também capacitação e o desenvolvimento de uma cultura digital capaz de transformar realidades locais. A utilização de IA nas universidades brasileiras tem potencial para revolucionar a forma como o conhecimento é transmitido e assimilado, permitindo a personalização do ensino de acordo com as necessidades individuais dos estudantes. Eliana Drumond de Carvalho Silva, 2025. Metz (2022) destaca que a IA está moldando ambientes educacionais inovadores, onde algoritmos são capazes de identificar lacunas no aprendizado e oferecer conteúdo adaptado a cada aluno. Essa transformação, no entanto, exige investimentos em infraestrutura e formação de docentes para lidar com novas ferramentas tecnológicas. Para que a inclusão digital ocorra de forma equitativa, é essencial que o governo e o setor privado estabeleçam parcerias estratégicas, garantindo que regiões periféricas também sejam contempladas. Segundo Neves (2020), a desigualdade no acesso às tecnologias cria um abismo educacional que se reflete em todas as esferas sociais, limitando o potencial de desenvolvimento dessas populações. Projetos de capacitação digital e inclusão social são fundamentais para mitigar essas diferenças e democratizar o acesso à educação superior. A introdução de IA na educação superior também levanta questões éticas relacionadas à privacidade dos dados e ao impacto sobre o papel do professor na sala de aula. Metz (2022) argumenta que, embora a IA seja uma ferramenta poderosa, o papel do docente permanece central no processo educacional, sendo a tecnologia um complemento à prática pedagógica. A reflexão crítica sobre esses temas é vital para garantir que a inclusão digital ocorra de maneira consciente e humanizada. Nas regiões mais carentes, a presença de IA na educação pode reduzir o déficit educacional por meio de plataformas que oferecem ensino remoto e materiais interativos. Conforme apontado por Neves (2020), a educação mediada por tecnologias permite a ampliação do conhecimento além das fronteiras físicas, proporcionando uma educação de qualidade para aqueles que anteriormente estavam excluídos do sistema educacional formal. De acordo com Metz (2022), a capacitação contínua do corpo docente é essencial para acompanhar a evolução das tecnologias e proporcionar aos estudantes uma formação alinhada às demandas do mercado global. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 80 A implementação de laboratórios de inovação, equipados com IA, é uma das iniciativas que têm sido adotadas por algumas universidades brasileiras para promover a inclusão digital. Esses espaços funcionam como ambientes de experimentação, permitindo que estudantes de diferentes áreas desenvolvam projetos interdisciplinares. Neves (2020) ressalta que essasiniciativas não apenas facilitam o aprendizado, mas também estimulam o desenvolvimento de soluções criativas para problemas reais. O investimento em conectividade é outro fator determinante para o sucesso da inclusão digital. Regiões com infraestrutura precária sofrem com a falta de acesso à internet, dificultando a implantação de tecnologias emergentes na educação. Metz (2022) enfatiza que a expansão da infraestrutura digital é uma condição básica para que as iniciativas de inclusão alcancem populações marginalizadas. A cooperação entre universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais é essencial para o avanço da inclusão digital. Programas de incentivo à pesquisa e à inovação têm mostrado resultados positivos na capacitação de profissionais que atuam em áreas de alta tecnologia. Conforme Neves (2020), essas parcerias são fundamentais para criar um ecossistema digital robusto, promovendo a equidade no acesso ao conhecimento. As perspectivas para o futuro da inclusão digital na educação superior são promissoras, mas exigem a continuidade de investimentos e políticas públicas. A integração de IA e outras tecnologias emergentes deve ser feita de forma planejada, garantindo que o avanço tecnológico não agrave as desigualdades existentes. Metz (2022) alerta que a ausência de uma estratégia integrada pode resultar na exclusão de uma parcela significativa da população. A inclusão digital, impulsionada pela IA, é um dos pilares para a transformação da educação superior no Brasil. A colaboração entre os setores público e privado, somada ao engajamento das instituições de ensino, é essencial para construir uma sociedade mais justa e conectada. Conforme Neves (2020), o futuro da educação está diretamente relacionado à capacidade de inovar e integrar tecnologias de forma inclusiva e sustentável. 3. CONCLUSÃO A inclusão digital e o uso de inteligência artificial no acesso à graduação e pós-graduação representam uma das principais vias para reduzir desigualdades educacionais e promover um desenvolvimento mais equitativo no Brasil. O avanço das tecnologias educacionais tem possibilitado a criação de plataformas e ferramentas que ampliam o alcance do ensino superior, facilitando o ingresso e a permanência de estudantes de diferentes contextos sociais e econômicos, em um país com grande diversidade INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 81 regional, essa expansão tecnológica é um fator crucial para integrar populações que historicamente enfrentam barreiras ao ensino de qualidade. Ao investir em iniciativas que utilizam recursos digitais, o Brasil dá passos significativos na promoção de uma educação mais acessível e inclusiva, essas ações não apenas democratizam o ensino superior, mas também criam oportunidades concretas de crescimento profissional e social para indivíduos em situação de vulnerabilidade. O impacto dessas políticas é visível não apenas nos resultados acadêmicos, mas também na formação de uma força de trabalho mais preparada para os desafios do mercado global, que exige competências digitais e adaptabilidade às novas demandas tecnológicas. A implementação de programas que integram tecnologias emergentes nas instituições de ensino é essencial para reduzir lacunas educacionais, especialmente em regiões periféricas e rurais, ao fortalecer a infraestrutura digital e oferecer capacitação adequada para alunos e professores, cria-se um ecossistema de aprendizagem mais dinâmico e alinhado com as exigências contemporâneas. A continuidade dessas políticas permite um ciclo virtuoso, onde a inclusão digital se reflete em maior inserção social e melhores perspectivas econômicas para as futuras gerações. A introdução de IA em ambientes educacionais não apenas facilita o aprendizado personalizado, mas também contribui para identificar e mitigar dificuldades que poderiam levar à evasão escolar. As tecnologias adaptativas possibilitam trajetórias educacionais mais flexíveis, atendendo às necessidades individuais dos estudantes e ampliando as chances de sucesso acadêmico, essa abordagem inovadora é fundamental para atender à diversidade de perfis presentes no sistema educacional brasileiro. O engajamento de instituições públicas e privadas no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para a educação é um elemento-chave na ampliação do acesso ao ensino superior. Parcerias entre o governo, empresas de tecnologia e organizações sociais têm desempenhado um papel importante na criação de programas que levam conectividade e recursos digitais a comunidades carentes. A sinergia entre esses setores impulsiona o alcance das políticas públicas e garante uma maior sustentabilidade dos projetos de inclusão digital. A capacitação contínua de docentes é um aspecto indispensável para que as tecnologias sejam plenamente aproveitadas. A formação de professores na utilização de ferramentas digitais potencializa o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais interativo e eficiente. Com isso, os educadores passam a desempenhar um papel central na mediação do conhecimento, utilizando as inovações tecnológicas como aliadas na promoção de uma educação transformadora. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 82 É relevante evidenciar a necessidade de desenvolver currículos que reflitam a nova realidade digital, integrando disciplinas que capacitem os estudantes a lidar com inteligência artificial, análise de dados e outras competências do século XXI. A educação superior, alinhada às transformações tecnológicas, não apenas amplia horizontes profissionais, mas também estimula a criação de soluções locais para problemas sociais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das comunidades. A longo prazo, a ampliação do acesso digital ao ensino superior fomenta a construção de uma sociedade mais equitativa, onde o conhecimento se torna uma ferramenta poderosa de mobilidade social. Esse processo reforça a importância de políticas públicas que garantam investimentos contínuos em infraestrutura tecnológica, assegurando que nenhuma população seja deixada para trás na era digital. A redução das desigualdades no ensino superior por meio da inclusão digital e da IA representa uma oportunidade única para o Brasil fortalecer suas bases educacionais e econômicas. A digitalização do ensino não apenas rompe barreiras físicas, mas também amplia o potencial de inovação e crescimento em diversas áreas do conhecimento, posicionando o país de forma competitiva no cenário global. A democratização do acesso à graduação e à pós-graduação, impulsionada pelas tecnologias digitais, é um caminho promissor para a construção de um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. A educação, mediada por ferramentas tecnológicas, se apresenta como um instrumento essencial para a transformação social, consolidando-se como uma força motriz para o desenvolvimento integral da sociedade brasileira. REFERÊNCIAS ANDRÉ, Claudio F.; BARROSO DE AZEVEDO, Adriana; ANDRADE, Fabíola. Inclusão digital e inteligência artificial na educação: avanços, desafios e oportunidades para alunos e professores da educação básica à educação superior. Educação & Linguagem, [S. l.], v. 26, n. 1, p. 211–236, 2024. DOI: 10.15603/2176-0985/el.v26n1p211-236. Disponível em: https://revistas.metodista.br/index.php/educacaolinguagem/article/view/591. Acesso em: 3 jan. 2025. BANCO MUNDIAL. A Nova Geração da Educação: Inteligência Artificial e Educação. Washington, DC: Banco Mundial, 2020. BAUER, M.; GASKELL,G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: Um manual prático. 13. ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. BOGDAN, R.; BIKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 2008. DRUMOND ISCHKANIAN, Simone Helen. Educação e Inteligência Artificial: Desafios e Oportunidades na Formação Profissional. São Paulo: EFD, 2025. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 83 EYSENCK, M.; EYSENCK, C. Inteligência artificial x humanos: o que a ciência cognitiva nos ensina ao colocar frente a frente a mente humana e IA. Porto Alegre: Artmed, 2023. FAVA, R. Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do indivíduo versátil. Porto Alegre: Penso, 2018. GABRIEL, M. Inteligência artificial: do zero ao metaverso. Barueri, Atlas, 2022. CABRAL. Gladys. N. Como ingressar um artigo de internet no CV-LATTES. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4Pp16fq1XTg. Acesso em: 3 jan. 2025. GOEMANN JR, G. R. Uma abordagem social dos benefícios, riscos e desafios da IA. Rio de Janeiro: Alta Books, 2022. KAPP, K. M. The Gamification of Learning and Instruction: Game-based Methods and Strategies for Training and Education. Pfeiffer, 2012. LEE, K.; GIUFAN, C. 2041: como a inteligência artificial vai mudar a sua vida nas próximas décadas. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2022. METZ, C. Criadores de gênios: os inovadores que levaram a IA para o Google, Facebook e o mundo. Rio de Janeiro: Alta Books, 2022. NEVES, B.C. Inclusão digital na educação: ciborgues, hackers e políticas públicas. Curitiba: CRV, 2020. OCDE. Inteligência Artificial na Sociedade. Paris: OCDE, 2019. PISCHETOLA, M. Inclusão digital e educação: a nova cultura da sala de aula. São Paulo: Vozes, 2016. SANTAELLA, L. A inteligência artificial é inteligente? São Paulo: Edições 70, 2023. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 84 INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE POR MEIO DE TECNOLOGIAS COM FOCO NAS POPULAÇÕES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Celine Maria de Souza Azevedo Francisca Araújo da Silva Natali Maria Serafim Sandro Garabed Ischkanian Silvana Nascimento de Carvalho Sygride Nascimento de Carvalho Gabriel Nascimento de Carvalho Silvia Drumond de Carvalho Unidade de Ensino: __________________________________________ Acadêmico (a): _____________________________________________ Curso: ____________________________________________________ Período: ___________________________________________________ Anotações: _________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 85 DESAFIOS PARA A VALORIZAÇÃO DA HERANÇA AFRICANA NO BRASIL Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Celine Maria de Souza Azevedo Francisca Araújo da Silva Natali Maria Serafim Sandro Garabed Ischkanian Silvana Nascimento de Carvalho Sygride Nascimento de Carvalho Gabriel Nascimento de Carvalho Silvia Drumond de Carvalho A herança africana no Brasil é muito importante para a nossa cultura. A influência africana está presente na música, na comida, nas religiões e nas artes. Mas, durante muito tempo, o valor dessa contribuição foi esquecido ou ignorado. Reconhecer e valorizar essa herança é essencial para termos uma sociedade mais justa e igual. Infelizmente, os povos africanos nem sempre tiveram seu papel reconhecido na história do Brasil. Muitas vezes, aprendemos apenas sobre a Europa e esquecemos das contribuições INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 86 africanas. Por isso, é importante que as escolas ensinem sobre a cultura afro-brasileira e a história da África. Isso ajuda a combater preconceitos e mostra como a diversidade é importante. A educação tem um papel muito importante nesse processo. Existe uma lei que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, mas ainda há dificuldades para aplicar isso. Muitos professores precisam de mais formação e materiais para ensinar esse tema. Investir na educação é um caminho para valorizar a herança africana. O preconceito ainda é um grande desafio. Pessoas negras muitas vezes enfrentam discriminação no trabalho, na escola e em outros espaços. Para mudar isso, é necessário criar políticas que promovam a igualdade e combatam o racismo. Também é importante dar espaço para as vozes negras, destacando líderes e artistas afro-brasileiros. As manifestações culturais de origem africana, como o samba, o maracatu, o candomblé e a capoeira, são muito ricas, mas ainda sofrem preconceito. Promover e valorizar essas práticas é uma forma de reconhecer a herança africana. A desigualdade econômica também é um obstáculo. Muitas pessoas negras enfrentam dificuldades para conseguir bons empregos e estudar. Políticas que ajudem a reduzir essas desigualdades são fundamentais. A mídia também tem um papel importante. Mostrar pessoas negras em espaços de destaque e contar suas histórias ajuda a mudar a forma como a sociedade enxerga a cultura africana. A comida brasileira também tem influência africana. Pratos como a feijoada, o acarajé e a moqueca são exemplos disso. Valorizar essa culinária é uma forma de reconhecer a contribuição africana. Religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, são frequentemente alvo de preconceito. Promover o respeito às religiões é essencial para valorizar essa parte da cultura afro-brasileira. A arte e a literatura também ajudam a valorizar essa herança. Incentivar artistas e escritores negros é uma maneira de enriquecer a cultura do país. Valorizar a herança africana é um compromisso de todos. Com o apoio de governos, escolas, empresas e a sociedade, podemos construir um Brasil mais justo, respeitando a diversidade que faz parte da nossa história. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 87 DESAFIOS PARA A VALORIZACÃO DA HERANÇA AFRICANA NO BRASIL E A INCLUSÃO DIGITAL E IA NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS- GRADUAÇÃO: A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE POR MEIO DE TECNOLOGIAS COM FOCO NAS POPULAÇÕES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. Simone Helen Drumond Ischkanian Gladys Nogueira Cabral Celine Maria de Souza Azevedo Francisca Araújo da Silva Natali Maria Serafim Sandro Garabed Ischkanian Silvana Nascimento de CarvalhoSygride Nascimento de Carvalho Gabriel Nascimento de Carvalho Silvia Drumond de Carvalho A valorização da herança africana no Brasil representa um elemento essencial para a construção de uma identidade nacional plural e justa. A contribuição africana é manifesta em diversas áreas, como a música, a culinária, as manifestações religiosas e as expressões artísticas. No entanto, esse legado enfrenta resistências históricas e sociais que dificultam seu reconhecimento e plena incorporação na cultura oficial do país. A invisibilidade do papel dos povos africanos na história brasileira é uma questão crítica. Durante séculos, as narrativas eurocéntricas dominaram os conteúdos educacionais e culturais, relegando a herança africana a um plano secundário. Esse apagamento contribuiu para a perpetuação de estereótipos e discriminação. A educação emerge como um dos principais caminhos para reverter esse cenário. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 88 A Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, é um marco importante. No entanto, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de formação adequada para professores e a escassez de materiais didáticos representativos. Ao mesmo tempo, a inclusão digital e o uso de Inteligência Artificial (IA) na educação superior têm o potencial de democratizar o acesso à graduação e pós-graduação, especialmente para populações em situação de vulnerabilidade. A desigualdade de acesso à educação de qualidade é um reflexo das disparidades socioeconômicas e raciais presentes no Brasil. Tecnologias emergentes podem atuar como ferramentas de inclusão, facilitando a formação e capacitação de estudantes que tradicionalmente encontram barreiras no ambiente acadêmico. A expansão de plataformas de ensino online, a utilização de algoritmos de recomendação personalizados e a criação de programas de tutoria automatizados podem contribuir significativamente para reduzir as lacunas educacionais. Ademais, programas de alfabetização digital voltados às comunidades negras e periféricas são fundamentais para garantir que essas populações possam usufruir plenamente dos benefícios que a IA oferece. Para que essas iniciativas sejam eficazes, é necessário o engajamento conjunto de governos, instituições de ensino e empresas de tecnologia. Investimentos em infraestrutura digital, capacitação de professores e criação de conteúdo educativo diversificado são passos essenciais para promover a inclusão e valorização da cultura afro-brasileira. O fortalecimento da identidade afro-brasileira e a ampliação do acesso à educação superior, impulsionados por tecnologias digitais e IA, representam não apenas um caminho para a igualdade racial, mas também um fator determinante para o desenvolvimento social e econômico do país. A construção de um Brasil mais justo e inclusivo passa necessariamente pelo reconhecimento e celebração da rica herança africana em todas as esferas da sociedade. QUESTÃO DISSERTATIVA: O Brasil possui uma rica herança cultural africana, mas a valorização dessa herança enfrenta diversos desafios, especialmente em contextos de educação. Ao mesmo tempo, a inclusão digital e o uso de Inteligência Artificial (IA) têm se mostrado ferramentas poderosas na democratização do acesso à educação superior e pós-graduação. Considerando as populações em situação de vulnerabilidade, como a população negra e outras minorias, analise os seguintes pontos: INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 89 1. Quais são os principais desafios para a valorização da herança africana no Brasil no contexto educacional? 2. De que maneira a inclusão digital e a utilização de tecnologias emergentes, como a IA, podem contribuir para a ampliação do acesso à graduação e pós-graduação para populações vulneráveis? 3. Proponha soluções que possam ser implementadas no sistema educacional brasileiro para garantir que as tecnologias educacionais beneficiem as populações em situação de vulnerabilidade e promovam uma educação de qualidade inclusiva. INSTRUÇÕES: Sua resposta deve apresentar uma análise crítica sobre os desafios, as possibilidades e as estratégias para promover a inclusão educacional, a valorização cultural e o uso de tecnologias para promover uma educação superior mais acessível e igualitária. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 90 _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 91 Como a inclusão digital pode contribuir para a democratização do acesso à educação superior no Brasil? De que maneira as desigualdades socioeconômicas impactam o acesso à graduação e pós- graduação no país? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 92 Quais são as principais barreiras que estudantes de populações vulneráveis enfrentam para ingressar no ensino superior? Como as tecnologias educacionais, como plataformas digitais, podem melhorar a qualidade da educação superior no Brasil? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 93 De que forma a inteligência artificial (IA) pode ser aplicada no ensino superior para criar experiências de aprendizado mais personalizadas? Como sistemas de aprendizado online podem ajudar a superar as limitações de infraestrutura em áreas periféricas e rurais? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 94 Qual é a importância da alfabetização digital nas escolas para a preparação dos alunos para o ensino superior e o mercado de trabalho? Como a implementação de competências digitais nas escolas pode ajudar a melhorar o acesso e a retenção na educação superior? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 95 Quais são as vantagens do uso de assistentes virtuais e chatbots no apoio ao aprendizado de estudantes de populações vulneráveis? Que políticas públicas são necessárias para promover a inclusão digital e a utilização de IA no ensino superior no Brasil? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 96 Como o setor privado pode colaborar com o governo para promover a inclusão digital e melhorar o acesso ao ensino superior? Quais são os desafios enfrentados por alunos de áreas periféricas, como zonas rurais e favelas, no acesso à educação superior? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 97 De que forma as tecnologias emergentes podem ser incorporadas de maneira eficaz nas escolas públicas para preparar os alunos para o futuro acadêmico? Quais iniciativas têm sido implementadas para garantir que estudantes de baixa renda tenham acesso a tecnologias educacionais de qualidade? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 98 Como as plataformas de ensino online podem facilitar a adaptação do conteúdo educacional às necessidades individuais dos alunos? De que maneira a inclusão digital pode contribuir para o desenvolvimento sustentável da educação superior no Brasil? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 99 Como a Inteligência Artificial pode ser utilizada para monitorar e melhorar o desempenho de alunos em programas de graduação e pós-graduação? Quais são as implicações sociais e econômicas de uma maior inclusão digital no contexto educacional brasileiro? INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 100 De que maneira a inclusão digital e a IA podem ser instrumentos de equidade educacional para populações vulneráveis no Brasil? Como o uso de tecnologias emergentes pode impactar o mercado de trabalho e as oportunidades de emprego para alunos de populações em situação de vulnerabilidade?tenham acesso às ferramentas necessárias para participar plenamente no ambiente acadêmico e profissional. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 8 2.1 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DIGITAL E DO USO DE (IA) NO CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO. A inclusão digital é um conceito fundamental no contexto educacional contemporâneo, especialmente no Brasil, onde as disparidades socioeconômicas têm influenciado profundamente o acesso à educação de qualidade. A digitalização da educação, que envolve a adoção de tecnologias como computadores, internet e dispositivos móveis, têm sido vista como uma das soluções para enfrentar essas desigualdades. A Inteligência Artificial (IA), por sua vez, representa uma inovação crucial nesse cenário, permitindo a personalização do ensino e a criação de experiências de aprendizagem mais adaptativas e eficazes. Como destacam André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024), a inclusão digital e a IA são peças-chave na construção de uma educação mais inclusiva e acessível, oferecendo novas oportunidades para alunos e professores em todos os níveis educacionais, da educação básica ao ensino superior. No Brasil, a inclusão digital está diretamente associada à superação de barreiras sociais e educacionais, especialmente para populações vulneráveis, as dificuldades de acesso a dispositivos tecnológicos e à internet em áreas periféricas ou rurais impedem muitas pessoas de se beneficiarem plenamente das ferramentas educacionais digitais. Segundo o Banco Mundial (2020), a inclusão digital não é apenas uma questão de acesso a tecnologias, mas também envolve a capacitação dos alunos e professores para utilizá-las de maneira eficiente, a IA, nesse sentido, pode atuar como um facilitador, criando plataformas de ensino personalizadas que atendem às necessidades específicas de cada estudante, o que é particularmente importante em um país de dimensões continentais e com alta diversidade regional como o Brasil. A inteligência artificial no contexto educacional oferece uma gama de possibilidades, desde sistemas de recomendação que sugerem materiais de estudo de acordo com o desempenho do aluno, até assistentes virtuais que interagem diretamente com os estudantes, esclarecendo dúvidas em tempo real. Como mencionam André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024), a IA tem a capacidade de transformar a maneira como o ensino é ministrado e recebido, tornando-o mais eficiente, acessível e personalizado. No Brasil, essas tecnologias têm o potencial de mitigar algumas das disparidades educacionais mais profundas, oferecendo um ensino que pode ser adaptado às dificuldades e aos avanços individuais de cada aluno. A (IA) permite que professores tenham mais tempo para focar em aspectos qualitativos do ensino, ao automatizar tarefas repetitivas, como a correção de provas e o monitoramento de desempenho. Isso, por sua vez, permite que os educadores possam dedicar INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 9 mais atenção a interações mais significativas com os alunos, aprimorando a qualidade do ensino. No entanto, como ressaltam André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024), a implementação eficaz dessas tecnologias exige uma mudança substancial na formação dos professores, que precisam estar capacitados para lidar com essas novas ferramentas digitais de forma crítica e construtiva. A implementação da IA no ensino superior brasileiro, especialmente nas universidades públicas, pode representar um avanço significativo na inclusão de estudantes de diversas origens. Ao criar plataformas de ensino digital acessíveis, os alunos que antes não tinham acesso a cursos de alta qualidade agora podem participar de cursos online gratuitos ou de baixo custo, independentemente de sua localização geográfica. Isso é particularmente relevante para estudantes que vivem em áreas periféricas, como as favelas e zonas rurais, onde as opções educacionais de qualidade são limitadas. O Banco Mundial (2020) enfatiza que, ao integrar a IA no ensino superior, o Brasil pode alcançar um nível mais alto de equidade educacional, proporcionando oportunidades de aprendizagem para todos, independentemente de sua condição social ou localização. Apesar do enorme potencial que a inclusão digital e a IA oferecem, existem desafios significativos a serem enfrentados. A falta de infraestrutura, como a conectividade de internet em áreas mais remotas, ainda é um obstáculo considerável para muitas populações, a desigualdade no acesso a dispositivos tecnológicos adequados, como computadores ou smartphones, continua a ser um fator limitante. Conforme destacado por André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024), a inclusão digital vai além de simplesmente fornecer acesso à tecnologia; é fundamental também garantir que as ferramentas tecnológicas sejam adequadas às necessidades educacionais dos alunos e que estes recebam formação adequada para utilizá-las efetivamente. No Brasil, muitos educadores ainda não estão suficientemente preparados para utilizar a IA em suas práticas pedagógicas de forma crítica e criativa, a formação continuada é essencial para garantir que os docentes possam tirar proveito das oportunidades que a IA oferece. Como enfatizado pelo Banco Mundial (2020), a capacitação dos professores é uma das chaves para garantir que a transformação digital na educação seja bem-sucedida e benéfica para todos os alunos. A alfabetização digital também é um componente essencial nesse processo, para que os alunos possam tirar pleno proveito das ferramentas digitais e da IA, é necessário que sejam ensinados a usar essas tecnologias de forma crítica e eficaz desde a educação básica. A implementação de programas de alfabetização digital nas escolas é fundamental para garantir que todos os estudantes, especialmente os de populações vulneráveis, possam participar plenamente do mundo digital e acadêmico. André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024) INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 10 observam que, sem uma base sólida em habilidades digitais, os alunos não conseguirão acompanhar as demandas de um ensino superior cada vez mais digitalizado e conectado. As plataformas digitais educacionais oferecem uma oportunidade única de expandir o acesso ao ensino superior no Brasil. Ferramentas como o Moodle, Coursera e Khan Academy têm sido usadas para criar cursos acessíveis a um público mais amplo, permitindo que alunos de diferentes origens possam aprender sem sair de casa, essas plataformas têm a capacidade de quebrar as barreiras físicas e financeiras que limitam o acesso a cursos presenciais, oferecendo educação de qualidade a uma fração do custo tradicional. A IA também pode ser aplicado de maneiras inovadoras para reduzir a evasão escolar no ensino superior, ao analisar os dados de desempenho dos alunos, os sistemas baseados em IA podem identificar aqueles em risco de desistência e oferecer suporte adicional antes que o problema se agrave. Particularmente importante para populações em situação de vulnerabilidade, que podem ter menos apoio externo e enfrentar maiores desafios para persistir nos estudos, o uso da IA para monitorar o progresso dos alunos e intervir de maneira proativa pode ser uma maneira eficaz de combater a evasão escolar e garantir que mais alunos concluem seus cursos de graduação e pós-graduação. É importante destacar,também, que as políticas públicas brasileiras têm se esforçado para apoiar a inclusão digital nas escolas e universidades, o governo tem implementado iniciativas como a distribuição de computadores e o aumento da conectividade de internet nas escolas públicas, especialmente em áreas rurais e periféricas. Essas políticas precisam ser expandidas e melhoradas para alcançar a totalidade da população estudantil, especialmente em regiões mais remotas. Como o Banco Mundial (2020) observa, uma abordagem coordenada entre os setores públicos e privados, é essencial para garantir que a inclusão digital se torne uma realidade para todos. O setor privado também tem desempenhado um papel crucial na promoção da inclusão digital, com iniciativas que visam expandir o acesso a tecnologias educacionais. Empresas de tecnologia têm investido em parcerias com universidades e escolas para fornecer plataformas educacionais, cursos online e dispositivos tecnológicos a preços acessíveis. Essas parcerias público-privadas têm contribuído para a democratização do acesso à educação de qualidade no Brasil, tornando possível que alunos de diferentes origens sociais tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado. A inclusão digital e a IA não apenas melhoram o acesso à educação, mas também contribuem para a formação de um capital humano mais qualificado para o mercado de trabalho globalizado. Como o Banco Mundial (2020) aponta, a educação mediada por IA prepara os alunos para as exigências da economia digital, fornecendo-lhes as habilidades necessárias para prosperar INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 11 em um mundo cada vez mais automatizado e tecnologicamente avançado. Isso é particularmente importante no contexto brasileiro, onde a formação de uma força de trabalho qualificada é essencial para o crescimento econômico e a redução das desigualdades sociais. A inclusão digital e o uso da IA têm o potencial de transformar a educação no Brasil, especialmente no que se refere ao acesso de populações vulneráveis ao ensino superior, para que essa transformação seja efetiva, é essencial superar os desafios estruturais, como a falta de infraestrutura e a necessidade de capacitação de professores. É importante garantir que as políticas públicas e as iniciativas do setor privado estejam alinhadas para promover a inclusão digital de maneira ampla e eficaz. Como enfatizam André, Barroso de Azevedo e Andrade (2024) e o Banco Mundial (2020), a adoção de tecnologias digitais e IA na educação não é apenas uma questão de acesso, mas também de equidade, qualidade e preparação para o futuro. 2.2 DESIGUALDADES NO ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR: ANÁLISE DAS BARREIRAS SOCIOECONÔMICAS QUE DIFICULTAM O ACESSO DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. O acesso à educação superior no Brasil, embora tenha avançado nas últimas décadas, ainda enfrenta grandes desafios relacionados às desigualdades socioeconômicas, o que torna o ingresso e a permanência de populações vulneráveis no ensino superior uma tarefa complexa. A distribuição desigual de recursos e oportunidades de acesso à educação de qualidade limita as possibilidades de muitos indivíduos, especialmente os oriundos de classes sociais mais baixas, das periferias e das zonas rurais, em ingressar em cursos de graduação e pós-graduação, essas desigualdades se manifestam de diversas formas, como a falta de infraestrutura, o custo do ensino superior e a dificuldade de adaptação a um ambiente acadêmico exigente. Uma das principais barreiras para o acesso à educação superior no Brasil é a desigualdade econômica, a renda familiar é um fator decisivo na possibilidade de um estudante pagar pela educação superior, especialmente quando se trata de cursos privados ou mesmo de universidades públicas, cujas taxas e custos indiretos, como transporte e alimentação, podem ser um impeditivo. De acordo com a análise de Bauer e Gaskell (2015), essa barreira é ainda mais acentuada quando se considera a falta de acesso a recursos tecnológicos e à internet em algumas regiões do país, dificultando o acompanhamento de cursos e de atividades acadêmicas que demandam conexão constante e ferramentas digitais. Estudantes de áreas rurais ou periféricas enfrentam dificuldades significativas para ingressar em universidades localizadas em grandes centros urbanos, onde estão concentradas as melhores opções de cursos. O deslocamento diário para essas universidades pode ser uma barreira para muitos estudantes, que não têm condições de arcar com os custos de transporte e estadia, como observam INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 12 Bogdan e Biklen (2008), o número de vagas nas universidades públicas é insuficiente para atender à demanda, e as vagas disponíveis em cursos de qualidade nas universidades privadas são, muitas vezes, inacessíveis devido aos altos custos de matrícula e mensalidades. A desigualdade educacional desde as etapas iniciais do ensino também contribui para a dificuldade de acesso à educação superior, alunos de escolas públicas muitas vezes enfrentam um currículo deficitário e têm acesso limitado a recursos pedagógicos de qualidade, o que compromete o seu desempenho nas provas de ingresso para universidades. Isso cria um ciclo vicioso onde os estudantes de classes sociais mais baixas, que frequentam escolas públicas de menor qualidade, têm menos oportunidades de acesso ao ensino superior e, consequentemente, aos benefícios que ele pode proporcionar. A valorização financeira dos professores do ensino médio é um fator essencial para garantir a qualidade do ensino no Brasil, em um cenário de desigualdade educacional, onde as taxas de aprovação em vestibulares e exames como o ENEM refletem a disparidade entre alunos de escolas públicas e particulares, é imprescindível que os profissionais da educação sejam adequadamente remunerados. Professores bem pagos são mais propensos a manter um compromisso com a excelência profissional, o que, por sua vez, impacta diretamente na formação dos estudantes, quando um docente tem um salário justo e condições dignas de trabalho, ele pode se dedicar mais à sua prática pedagógica e ao desenvolvimento de suas habilidades. No entanto, a realidade dos professores do ensino público no Brasil é muito diferente, a grande maioria dos docentes enfrentam salários baixos, condições de trabalho precárias e um grande desgaste físico e emocional, a consequência disso é uma saúde fragilizada, com aumento de doenças psicossomáticas, problemas de saúde mental e físico. A insatisfação com as condições de trabalho muitas vezes resulta em desmotivação, o que impacta diretamente na qualidade do ensino, ao contrário do que muitos pensam, a falta de valorização financeira não se refere apenas a uma questão material, mas à dignidade do profissional, que precisa de condições mínimas para exercer seu trabalho com qualidade e empenho. A valorização do professor no Brasil não é apenas uma questão de interesse da classe docente, mas sim de interesse público, profissionais bem remunerados são mais motivados, mais engajados e, consequentemente, mais eficazes na transmissão do conhecimento. O governo precisa reconhecer que, para que a educação pública seja de qualidade, é necessário garantir um salário digno aos professores, que reflita a importância do papel que desempenham na sociedade, afinal, sem uma educação de qualidade, não há como esperar que o Brasil supere as dificuldades econômicas e sociais que enfrenta. INCLUSÃO DIGITALE (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 13 A desvalorização dos professores no Brasil também gera um ciclo vicioso que perpetua a desigualdade educacional, alunos de escolas públicas, que enfrentam dificuldades tanto financeiras quanto educacionais, não têm acesso a professores motivados e bem remunerados, o que reflete diretamente no seu desempenho nos exames de vestibular e no ENEM. Como resultado, as maiorias dos alunos que conseguem ingressar nas universidades mais concorridas provêm das escolas particulares, onde os professores são melhor remunerados e, portanto, mais qualificados para oferecer um ensino de excelência. Em 2024, o número de inscritos no ENEM foi recorde, com mais de 4,32 milhões de inscrições, evidenciando o grande interesse dos estudantes em conquistar uma vaga no ensino superior, as taxas de aprovação ainda mostram uma realidade alarmante, onde alunos de escolas particulares predominam nas universidades mais concorridas, isso demonstra, mais uma vez, a desigualdade educacional existente no Brasil, que precisa ser enfrentada com urgência. A valorização financeira dos professores é um passo importante para garantir que mais alunos da rede pública tenham acesso a um ensino de qualidade, o que pode, no futuro, aumentar suas chances de sucesso nos vestibulares e exames nacionais. Ao garantir que os professores do ensino médio recebam salários justos e condições adequadas de trabalho, o Brasil estará investindo diretamente na formação de uma geração de estudantes mais bem preparados para os desafios do mercado de trabalho e do ensino superior, o salário do professor não deve ser visto como um custo, mas como um investimento na educação e no futuro do país. A educação é a base para o desenvolvimento econômico e social, e os professores são os pilares desse processo, é importante ressaltar que a valorização financeira não deve ser confundida com a ideia de que o professor trabalha apenas por dinheiro. O que se busca é a dignificação da profissão, permitindo que os educadores tenham um salário condizente com a sua responsabilidade e com o impacto que têm na formação das novas gerações. Quando um professor recebe um salário digno, ele pode se concentrar em suas atividades pedagógicas com mais entusiasmo e dedicação, sem precisar se preocupar com questões financeiras que afetam diretamente seu bem- estar e sua qualidade de vida. As condições de trabalho dos professores no Brasil são, muitas vezes, precárias, salários baixos, falta de apoio pedagógico, turmas superlotadas e infraestrutura inadequada tornam o trabalho do educador cada vez mais difícil, este fator impacta não apenas na qualidade do ensino, mas também na saúde dos professores, que muitas vezes enfrentam problemas como estresse, ansiedade, depressão e outros problemas relacionados ao desgaste físico e emocional. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 14 Uma melhor valorização financeira contribuiria para diminuir esses problemas, permitindo que os professores pudessem dedicar mais tempo e energia ao processo de ensino e ao desenvolvimento de seus alunos. É fundamental compreender que a valorização financeira não é a única forma de reconhecimento que os professores merecem, a valorização dos professores deve ser um esforço conjunto da sociedade, incluindo o governo, as instituições educacionais e a própria comunidade escolar. Gabriel Nascimento de Carvalho, 2025. Somente assim será possível criar um sistema educacional de qualidade que atenda às necessidades de todos os alunos, independentemente de sua origem socioeconômica. O governo deve, portanto, investir em políticas públicas que garantam uma remuneração justa para os professores e melhorem suas condições de trabalho, o aumento do orçamento da educação, o pagamento de salários dignos e a melhoria da infraestrutura das escolas são passos fundamentais para que a educação pública brasileira possa competir em igualdade de condições com as instituições privadas. A sociedade como um todo precisa entender que a qualidade da educação não depende apenas dos alunos, mas também dos professores, e que os profissionais da educação merecem reconhecimento e respeito. Silvana Nascimento de Carvalho, 2025. As disparidades entre escolas públicas e privadas em termos de recursos e infraestrutura são uma das principais causas da desigualdade educacional no Brasil, em um país com um sistema educacional tão desigual, a valorização financeira dos professores é uma medida que pode, de fato, promover a equidade, ao remunerar os professores de forma justa, o governo estará não apenas valorizando o seu trabalho, mas também promovendo uma educação pública de qualidade, que pode reduzir as desigualdades educacionais e ajudar a transformar a sociedade brasileira. O Brasil precisa de uma revolução educacional, e isso começa com a valorização de seus professores, somente por meio de uma educação de qualidade, oferecida por profissionais bem pagados e bem preparados, é possível garantir que o país supere as barreiras socioeconômicas e crie uma sociedade mais justa e igualitária. Ao investir nos professores, o Brasil estará investindo no futuro de seus estudantes e, consequentemente, no futuro do país, afinal a valorização financeira dos educadores é um passo fundamental para a construção de um sistema educacional de excelência e para o desenvolvimento sustentável da nação. Gladys Cabral, 2024. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 15 Infográfico 1: Confira os números do Enem 2024 no Brasil. Fonte: Ministério da Educação e Inep. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 16 Infográfico 2: Veja o número total de inscritos e de concluintes da rede pública inscritos no Enem em cada UF Fonte: Ministério da Educação e Inep. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 17 Não podemos negar que os infográficos 1 e 2, destacam os avanços do ENEM 2024, como: Aumento no número de inscrições, Maior participação de estudantes da rede pública, Diminuição da abstenção, Aplicação em 1.753 municípios. O tema da redação do Enem 2024 foi "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil". O tema foi considerado atual e apropriado por professores. O Enem é o principal meio de acesso ao ensino superior no Brasil, permitindo a entrada em instituições públicas e privadas por meio do Sisu e do Prouni, o exame também é aceito em instituições portuguesas Populações negras, indígenas, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência ainda enfrentam desafios adicionais para acessar e se manter no ensino superior, devido a estigmas sociais e discriminação no ambiente acadêmico. Apesar das políticas afirmativas implementadas em diversas instituições de ensino superior, como as cotas raciais e sociais, a inclusão dessas populações é um processo gradual e que ainda esbarra em questões culturais e estruturais profundamente enraizadas na sociedade brasileira. As políticas públicas desempenham um papel crucial na tentativa de reduziras desigualdades no acesso à educação superior, mas ainda existem lacunas significativas. Embora programas como o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) tenham contribuído para aumentar o número de alunos de classes mais baixas nas universidades públicas, a falta de recursos financeiros, infraestrutura e apoio acadêmico impede que muitos desses estudantes consigam concluir seus cursos com êxito. Essas políticas precisam ser ampliadas e ajustadas para garantir não apenas o acesso, mas também a permanência e a conclusão da formação superior. A pandemia de COVID-19 exacerbou as desigualdades no acesso à educação superior, uma vez que muitos estudantes, especialmente aqueles de classes sociais mais baixas, não tinham acesso a dispositivos tecnológicos adequados ou à internet necessária para participar das aulas remotas. Esse cenário evidenciou a importância da inclusão digital e da oferta de ferramentas adequadas para que todos os alunos, independentemente de sua condição social ou geográfica, possam participar do processo educacional de forma igualitária. As universidades públicas, embora desempenhem um papel importante na democratização do acesso à educação superior no Brasil, ainda enfrentam desafios relacionados à falta de recursos para infraestrutura e programas de apoio aos estudantes, aumentar a capacidade de atendimento das universidades públicas e garantir que todos os alunos tenham acesso a bolsas de pesquisa, estágios e outros auxílios financeiros é fundamental para diminuir as desigualdades de acesso. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 18 Tabela 1: Possibilidades para superar as desigualdades no acesso à Educação Superior ÁREA POSSIBILIDADES PARA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES INFRAESTRUTURA Expansão do acesso à internet de qualidade e oferta de dispositivos tecnológicos a estudantes em áreas periféricas e rurais. CUSTO DO ENSINO Ampliação de programas de bolsas e financiamento estudantil (como FIES e ProUni), além de isenção de taxas de matrícula e mensalidades. APOIO ACADÊMICO Criação de programas de tutoria, orientação acadêmica e psicológica para apoiar a permanência dos estudantes na universidade. DIVERSIDADE E INCLUSÃO Implementação de políticas de cotas raciais e sociais, além de ações afirmativas para garantir a inclusão de populações negras, indígenas e pessoas com deficiência. CAPACITAÇÃO DE EDUCADORES Formação continuada de professores e tutores para lidar com a diversidade e oferecer ensino de qualidade a todos os alunos. APOIO À ADAPTAÇÃO Criação de programas de integração social e acadêmica, com foco em estudantes de classes populares e de comunidades marginalizadas. QUALIDADE DO ENSINO Melhorar a infraestrutura das escolas públicas e a qualificação dos professores desde a educação básica até o ensino superior. DESIGUALDADE REGIONAL Criação de universidades e cursos em regiões afastadas, para reduzir a necessidade de deslocamento e facilitar o acesso ao ensino superior. PROGRAMAS DE ESTÁGIO Estímulo à criação de programas de estágio e experiência profissional que integrem alunos de populações vulneráveis ao mercado de trabalho. PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS Estabelecimento de parcerias com empresas para a oferta de bolsas de estudo, treinamento técnico e estágios para estudantes de classes sociais mais baixas. Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; AZEVEDO, Celine Maria de Souza; SILVA, Francisca Araújo da; SERAFIM, Natali Maria; ISCHKANIAN, Sandro Garabed; CARVALHO, Silvana Nascimento de; CARVALHO, Sygride Nascimento de; CARVALHO, Gabriel Nascimento de; CARVALHO, Silvia Drumond de. (2025) A criação de programas e políticas que atendam às especificidades das populações vulneráveis é apenas uma parte da solução, é necessário que a sociedade como um todo se engaje na construção de um sistema educacional mais justo e inclusivo. Superar as desigualdades no acesso à educação superior no Brasil exige uma ação coordenada entre o governo, as universidades, a sociedade civil e o setor privado, a criação de políticas públicas mais robustas e específicas, a melhoria da infraestrutura e a promoção de uma cultura acadêmica inclusiva são passos fundamentais para garantir que todos os estudantes tenham as mesmas oportunidades de sucesso no ensino superior. Sandro Ischkanian, 2024. As escolas, universidades, governos e sociedade civil precisam trabalhar juntos para criar oportunidades de acesso e permanência no ensino superior para todos os alunos, independentemente de sua classe social, cor ou origem. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 19 É importante também ressaltar a importância da conscientização e sensibilização dentro das instituições de ensino superior para garantir que os estudantes de populações vulneráveis tenham o suporte emocional e psicológico necessário para enfrentar as dificuldades do ambiente acadêmico. Muitas vezes, esses alunos enfrentam desafios adicionais relacionados ao pertencimento e à adaptação a um sistema educacional que muitas vezes é visto como excludente e elitista. A criação de uma cultura acadêmica mais inclusiva, que respeite a diversidade e promova a equidade, é essencial para garantir que os alunos vulneráveis não apenas ingressem nas universidades, mas também se sintam acolhidos e tenham suas necessidades atendidas durante todo o processo educacional. Isso inclui desde a adequação dos conteúdos curriculares até a criação de políticas que promovam a saúde mental e o bem-estar dos estudantes. 2.3 O PAPEL DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: COMO PLATAFORMAS DIGITAIS, APLICATIVOS E SISTEMAS DE APRENDIZADO ONLINE TÊM FACILITADO O ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR, ESPECIALMENTE PARA ALUNOS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE. O papel das tecnologias educacionais no contexto da educação superior é, sem dúvida, transformador, as plataformas digitais, aplicativos e sistemas de aprendizado online têm revolucionado o modo como o ensino é acessado e absorvido, especialmente por alunos em situação de vulnerabilidade social e econômica. A democratização do acesso à educação superior, por meio dessas ferramentas, representa um avanço significativo, tornando o aprendizado mais flexível, acessível e adaptado às necessidades de diversos perfis de estudantes (EYSENCK & EYSENCK, 2023; FAVA, 2018). O uso de plataformas digitais tem facilitado o acesso ao conteúdo acadêmico de forma que não seria possível com métodos tradicionais de ensino, tais sistemas permitem que os alunos acessem materiais de estudo, participem de discussões online, realizem avaliações e até mesmo interajam com professores e colegas de classe, tudo sem sair de casa ou de sua localidade. Isso é especialmente benéfico para estudantes em regiões periféricas ou rurais, que muitas vezes enfrentam barreiras geográficas e financeiras para frequentar instituições de ensino superior presenciais. A tecnologia não apenas amplia o acesso, mas também nivela as condições de aprendizado entre estudantes de diferentes origens e realidades sociais (EYSENCK & EYSENCK, 2023). A personalização do aprendizado é um dos aspectos mais importantes das tecnologias educacionais. Sistemas de aprendizado adaptativo, baseados em inteligência artificial (IA), são capazes de identificar as dificuldades dos alunos e fornecer um conteúdo sob medida para suas necessidades. Isso significa que um estudante em uma região de baixa renda ou em situação de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NOACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 20 vulnerabilidade social pode ter uma experiência de aprendizado personalizada, com recursos que atendem ao seu ritmo e estilo de aprendizagem, algo que seria muito difícil de conseguir em um ambiente de ensino tradicional (FAVA, 2018). O uso de IA em plataformas de aprendizado online pode, ainda, aumentar a eficácia do ensino. Com a ajuda de algoritmos avançados, esses sistemas podem analisar o desempenho dos estudantes em tempo real, fornecer feedback imediato e ajustar o conteúdo conforme necessário. Isso cria um ciclo de aprendizado contínuo, onde os alunos recebem apoio constante, independentemente de estarem em um ambiente acadêmico formal ou não. Essa capacidade de adaptação é um grande diferencial para os estudantes de contextos mais desafiadores, permitindo que avancem de maneira mais eficiente em seus estudos (EYSENCK & EYSENCK, 2023). As plataformas digitais e os aplicativos educacionais oferecem uma maneira de os estudantes aprenderem no seu próprio ritmo, o que é crucial para aqueles que podem não ter acesso regular a aulas presenciais ou que possuem compromissos de trabalho ou familiares, a flexibilidade oferecida por esses recursos garante que qualquer estudante, independentemente da sua situação financeira ou pessoal, tenha uma chance justa de avançar nos seus estudos e conquistar uma vaga na educação superior (FAVA, 2018). Ao permitir o acesso remoto a materiais didáticos e cursos de instituições de ensino de renome, as tecnologias educacionais também ajudam a quebrar barreiras de qualidade, no Brasil, por exemplo, alunos em regiões afastadas dos grandes centros urbanos podem acessar os mesmos conteúdos e ter as mesmas oportunidades de aprendizado que os estudantes de escolas particulares ou de grandes universidades. Plataformas como Coursera, edX, Khan Academy e outras oferecem uma vasta gama de cursos, frequentemente com a possibilidade de certificados, que são reconhecidos no mercado de trabalho e no meio acadêmico (EYSENCK & EYSENCK, 2023). A integração de tecnologias educacionais com a educação superior também proporciona maior interação entre os alunos. Em plataformas como Moodle e Google Classroom, os estudantes podem colaborar em projetos, participar de discussões e tirar dúvidas de forma mais eficiente. Essas interações, muitas vezes facilitadas por fóruns, chats ou videoconferências, ajudam a construir um senso de comunidade entre os alunos, algo que pode ser desafiador em ambientes de aprendizado online. Essa interação também pode ser um fator importante para alunos em situação de vulnerabilidade, pois proporciona um apoio social e acadêmico que pode ser determinante para o sucesso na graduação e pós-graduação (FAVA, 2018). A introdução das tecnologias educacionais também traz desafios, especialmente no que diz respeito ao acesso à infraestrutura necessária, muitas escolas e alunos de regiões mais carentes ainda enfrentam dificuldades com a falta de internet de qualidade, dispositivos adequados e suporte técnico. Para garantir que as tecnologias educacionais realmente cumpram seu papel de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 21 democratizar o acesso à educação, é necessário que o governo e as instituições de ensino superior invistam em políticas públicas que promovam a inclusão digital, proporcionando acesso a equipamentos e conectividade, além de formar professores para usar essas ferramentas de forma eficiente (EYSENCK & EYSENCK, 2023). Tabela 2: Possibilidades para superar as desigualdades no acesso à Educação Superior através das Tecnologias Educacionais DESAFIO SOLUÇÕES PROPOSTAS IMPACTO ESPERADO DESIGUALDADE NO ACESSO À INTERNET Expansão da infraestrutura de internet em regiões remotas, parcerias com empresas de telecomunicações Aumento do acesso remoto à educação e conteúdo acadêmico FALTA DE DISPOSITIVOS ADEQUADOS Programas de doação e subsídio para dispositivos móveis e computadores Inclusão digital de alunos em situação de vulnerabilidade CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES Treinamento contínuo de educadores em ferramentas digitais e metodologias ativas de ensino Melhora na qualidade do ensino e adaptação ao uso das TICs DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO AO ENSINO ONLINE Implementação de cursos preparatórios e tutoriais para alunos e professores sobre o uso de plataformas de ensino Redução das barreiras para o uso eficiente da tecnologia BAIXA INTERAÇÃO SOCIAL Uso de fóruns, videoconferências e chats para promover a interação entre alunos e professores Fortalecimento da comunidade acadêmica e suporte social Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; AZEVEDO, Celine Maria de Souza; SILVA, Francisca Araújo da; SERAFIM, Natali Maria; ISCHKANIAN, Sandro Garabed; CARVALHO, Silvana Nascimento de; CARVALHO, Sygride Nascimento de; CARVALHO, Gabriel Nascimento de; CARVALHO, Silvia Drumond de. (2025) As tecnologias educacionais, quando corretamente implementadas e acessíveis, oferecem um caminho promissor para superar as desigualdades no acesso à educação superior e criar oportunidades para todos os estudantes. É importante destacar que a adaptação do currículo e dos métodos de ensino para as tecnologias educacionais também é um passo fundamental. Professores devem ser habilitados para utilizar plataformas e recursos digitais de forma eficaz, garantindo que o conteúdo seja transmitido de maneira clara e envolvente. A formação contínua dos educadores em novas tecnologias é essencial para manter a qualidade do ensino, especialmente em um contexto em que a inteligência artificial está cada vez mais presente no ambiente educacional (FAVA, 2018). Uma área de grande interesse e discussão no contexto das tecnologias educacionais é a utilização de assistentes virtuais e chatbots, essas ferramentas baseadas em IA têm a capacidade de fornecer suporte contínuo aos alunos, respondendo dúvidas, oferecendo recursos adicionais e até mesmo auxiliando em tarefas acadêmicas. Isso é especialmente útil para alunos em situação de INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 22 vulnerabilidade, que podem não ter acesso imediato a professores ou tutores, a IA pode preencher essa lacuna, oferecendo suporte a qualquer hora do dia e facilitando o processo de aprendizado (EYSENCK & EYSENCK, 2023). A implementação de tecnologias educacionais não se limita apenas a melhorar o acesso ao conteúdo acadêmico, mas também a criar um ambiente de aprendizado mais inclusivo e acessível. Ferramentas de acessibilidade, como leitores de tela, legendas automáticas e traduções em tempo real, podem ser um grande diferencial para estudantes com deficiência, tornando o aprendizado mais igualitário e garantindo que todos tenham as mesmas oportunidades, independentemente de suas limitações (FAVA, 2018). A educação superior no Brasil tem experimentado um avanço significativo com a introdução das tecnologias educacionais, mas ainda há um longo caminho a percorrer, é necessário que o governo, as universidades e as escolas se unam para investir na infraestrutura tecnológica e na capacitação dos profissionais da educação, garantindo que as tecnologias sejam usadas de maneira eficaz para promover a inclusão e melhorar o aprendizado dos estudantes (EYSENCK & EYSENCK, 2023). Em um cenário ideal, as tecnologias educacionais,quando bem implementadas, podem criar um sistema educacional mais inclusivo, acessível e eficiente, ao permitir que alunos de todas as origens e contextos sociais tenham acesso às mesmas ferramentas e oportunidades de aprendizado, podemos reduzir as desigualdades no acesso à educação superior, promovendo uma sociedade mais justa e igualitária (FAVA, 2018). 2.4 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO ENSINO PERSONALIZADO: O USO DA IA PARA CRIAR EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZADO ADAPTATIVAS E PERSONALIZADAS, ATENDENDO ÀS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE CADA ESTUDANTE. A Inteligência Artificial (IA) tem se consolidado como uma ferramenta poderosa no campo educacional, proporcionando soluções inovadoras para o ensino personalizado, um dos maiores benefícios da IA no ensino é sua capacidade de criar experiências de aprendizado adaptativas e personalizadas, ajustando o conteúdo e a abordagem de ensino conforme as necessidades específicas de cada estudante. Este contexto representa uma revolução no ensino, já que permite atender a uma diversidade de perfis e ritmos de aprendizagem, algo que seria desafiador ou impossível em modelos de ensino tradicionais. A personalização do aprendizado, por meio da IA, não apenas melhora a qualidade do ensino, mas também promove um aprendizado mais eficaz, tornando-o mais acessível e inclusivo (GABRIEL, 2022). INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 23 Tabela 3: Experiências de aprendizado adaptativas e personalizadas EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO ADAPTATIVA E PERSONALIZADA DESCRIÇÃO EXEMPLO TECNOLOGIA DE APOIO PLATAFORMAS DE ENSINO ADAPTATIVO Plataformas que ajustam o conteúdo e a dificuldade com base no desempenho do aluno. Coursera, Khan Academy, Duolingo. Algoritmos de IA que monitoram o progresso do aluno e ajustam os exercícios em tempo real. TUTORIA INTELIGENTE Sistemas que fornecem explicações e ajuda personalizada para problemas específicos. Tutor.com, Chegg. IA que analisa as dúvidas dos alunos e oferece soluções em tempo real, baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina. AJUSTE DE RITMO DE APRENDIZAGEM Tecnologias que permitem ao aluno aprender no seu próprio ritmo, ajustando a dificuldade ao seu nível. Sistemas de aprendizado autônomos em universidades. IA que ajusta o conteúdo conforme o ritmo e as dificuldades do aluno. CONTEÚDO MULTIMODAL Abordagens que incluem diferentes formas de conteúdo, como vídeos, textos e imagens, ajustados ao estilo de aprendizagem do aluno. Plataformas como edX e Udemy. Ferramentas de IA que ajustam a apresentação de conteúdo em texto, áudio ou vídeo com base nas preferências do aluno. AVALIAÇÃO E FEEDBACK EM TEMPO REAL Ferramentas de avaliação que fornecem feedback imediato sobre o desempenho do aluno. Sistemas de quizzes e exames interativos. IA que oferece resultados imediatos com explicações detalhadas e sugestões de melhoria. GAMIFICAÇÃO ADAPTATIVA Uso de jogos para ensinar, onde a dificuldade do jogo se adapta às habilidades do aluno. Duolingo, Kahoot!. Sistemas baseados em IA que ajustam o nível do jogo conforme o progresso do aluno. SUPORTE PARA ACESSIBILIDADE Ferramentas de acessibilidade para alunos com dificuldades de aprendizagem. Read&Write, Ghotit RealWriter. IA que adapta o conteúdo para alunos com dislexia ou deficiência visual, por exemplo, usando ferramentas como leitores de tela. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 24 APRENDIZADO BASEADO EM PROJETOS PERSONALIZADOS Sistemas que oferecem atividades baseadas em projetos adaptados às preferências e habilidades do aluno. Plataformas como Edmodo, Google Classroom. IA que sugere projetos e atividades conforme o histórico de aprendizagem do aluno. RECONHECIMENTO DE PADRÕES DE COMPORTAMENTO Monitoramento e ajuste de conteúdo com base no comportamento emocional ou motivacional do aluno. Plataformas de análise de sentimentos em plataformas educacionais. Algoritmos que detectam sinais de desmotivação e ajustam o conteúdo ou o estilo de ensino para engajar o aluno. APRENDIZADO SOCIAL E COLABORATIVO PERSONALIZADO Ferramentas que permitem ao aluno interagir com outros de forma personalizada, com base em seus interesses e ritmos de aprendizagem. Plataformas colaborativas como Slack e Discord. IA que facilita a formação de grupos de estudo baseados em habilidades e preferências compartilhadas. Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; AZEVEDO, Celine Maria de Souza; SILVA, Francisca Araújo da; SERAFIM, Natali Maria; ISCHKANIAN, Sandro Garabed; CARVALHO, Silvana Nascimento de; CARVALHO, Sygride Nascimento de; CARVALHO, Gabriel Nascimento de; CARVALHO, Silvia Drumond de. (2025) Essa tabela ilustra como a IA pode criar ambientes de aprendizado adaptativos e personalizados, atendendo às necessidades únicas de cada estudante e promovendo uma experiência educacional mais eficaz e inclusiva. Com a IA, é possível desenvolver sistemas de aprendizado adaptativo que monitoram o progresso do aluno em tempo real, tais sistemas são capazes de identificar as áreas em que o estudante apresenta dificuldades e fornecer conteúdos adicionais ou ajustar os métodos de ensino de acordo com essas necessidades. A adaptação contínua e personalizada não só mantém o aluno motivado, mas também melhora a compreensão e a retenção do conteúdo, em plataformas de ensino online como Coursera ou Khan Academy, algoritmos de IA ajustam automaticamente a dificuldade das questões ou sugerem recursos complementares com base no desempenho do aluno, o que proporciona uma experiência de aprendizado personalizada (GABRIEL, 2022). A personalização do ensino vai além de simplesmente ajustar o nível de dificuldade das atividades, a IA também pode modificar o formato de apresentação do conteúdo, atendendo a diferentes estilos de aprendizagem. Alunos que aprendem melhor por meio de imagens, vídeos ou interações práticas podem receber materiais multimodais, enquanto aqueles que preferem leitura ou exercícios escritos podem ter suas preferências atendidas. INCLUSÃO DIGITAL E (IA) NO ACESSO À GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL. Página 25 A flexibilidade é fundamental para garantir que todos os estudantes, independentemente de seu estilo de aprendizagem, tenham acesso ao conteúdo de forma eficaz, o uso de IA permite que o aprendizado seja realizado de maneira assíncrona, permitindo que os alunos avancem no seu próprio ritmo, sem depender da velocidade do grupo (GABRIEL, 2022). A inteligência artificial também desempenha um papel fundamental na avaliação do aprendizado, permitindo um feedback mais rápido e preciso, em vez de esperar por uma correção manual, que pode levar dias, os sistemas baseados em IA podem fornecer resultados instantâneos, identificando não apenas o erro cometido, mas também oferecendo explicações detalhadas e alternativas para que o aluno possa corrigir a falha, isso cria um ambiente de aprendizado mais dinâmico e interativo, onde os alunos podem entender seus erros imediatamente e trabalhar para superá-los, sem perder o ritmo de aprendizado (DRUMOND