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61 c) das liberdades individuais e do sistema representativo, baseado nas escolhas dos indivíduos em eleições regula- res. d) do sistema federativo, como forma de permitir a partici- pação política democrática dos cidadãos, em âmbito local. e) do despotismo esclarecido, no qual o monarca era esco- lhido por votação, entre os chamados “homens bons”. 232. (Faculdade Cesgranrio RJ/2018) Retomada por um “velho discurso” que tentava justificar as teorias e prá- ticas liberais – que, embora comprometidas com o prin- cípio da igualdade, negavam às mulheres o acesso à ci- dadania, através da ênfase na diferença entre os sexos –, tal imagem seria revigorada a partir das “descobertas da medicina e da biologia, que ratificavam cientifica- mente a dicotomia: homens, cérebro, inteligência, ra- zão lúcida, capacidade de decisão versus mulheres, co- ração, sensibilidade, sentimentos.” ENGEL, M. “Psiquiatria e feminilidade” In DEL PRIORI, M. (org.) História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2002, p. 332. Os argumentos expostos pela historiadora Magali En- gel, referentes ao final do século XIX, justificam a emer- gência de movimentos sociais em favor do(a) a) voto feminino b) fim dos manicômios c) filosofia positivista d) ditadura republicana e) extinção do imperialismo 233. (UEG GO/2018) Leia o texto a seguir. Na madrugada de 18 de Março, Paris acordou com o re- bentamento do trovão vive la commune! Que é a Co- muna, essa esfinge que atormenta o espírito burguês? “Os proletários da capital – dizia o Comitê Central no seu manifesto do dia 18 de Março – no meio dos desfa- lecimentos e das traições das classes governantes, compreenderam que para eles tinha chegado a hora de salvar a situação tomando em mãos a direção dos ne- gócios públicos.” MAX, Karl. Vive la Comune! In: MAR- QUES, A. BERUTTI, F. FARIA, R. Histó- ria contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 56. A citação refere-se à Comuna de Paris, movimento po- pular que controlou a capital francesa em 1871. O ma- nifesto dos revolucionários acusou o governo francês de traição porque o mesmo a) obrigou os proletários a integrarem-se ao Exército para lutarem na guerra franco-prussiana. b) entregou as estratégicas regiões de Alsácia e Lorena para serem incorporadas à Prússia. c) coligou com a Inglaterra e Prússia contra os trabalhado- res para evitar a revolução socialista. d) tentou desarmar a população de Paris, obedecendo às imposições do governo prussiano. e) autorizou a ocupação de Paris permanentemente pelo exército prussiano. 234. (Unicentro PR/2018) Belle Époque é um termo que se refere a) Ao final do século XIX e início do século XX, marcado pelo espírito confiante de que não haveria mais guerras, pela fé inabalável no progresso científico e por um desen- volvimento gigantesco no campo das artes. b) Ao início do século XVI, marcado pela ascensão do Re- nascimento que resgatou a cultura greco-romana e os valo- res da filosofia. c) Ao século IV a.C., época de maior esplendor da demo- cracia na Atenas do período Clássico. d) A este início de século XXI, em que o homem se vanglo- ria das descobertas cada vez mais incríveis no campo da ciência. e) Ao século XVIII e ao papel desempenhado pelo Ilumi- nismo na tarefa de esclarecer as mentes no objetivo de for- mar o homem contemporâneo. 235. (UNIFOR CE/2017) Acerca do processo de unificação da Alemanha e seu impacto na Europa, é possível afirmar, exceto: a) O Império Austríaco e o Reino da Prússia eram nações extremamente industrializadas que lutaram pelo domínio da Confederação Germânica, composta por 39 monarquias in- dependentes, resultando na unificação alemã. b) A Guerra Franco-Prussiana teve como pretexto a oferta, pelas Cortes espanholas, do trono da Espanha a um primo do Rei da Prússia, despertando a oposição da França. A vitória do exército prussiano garantiu a unificação da Ale- manha. c) A criação do Zollverein, política de cooperação aduaneira entre os estados da Confederação Germânica, feita sob li- derança da Prússia, excluiu a participação do Império Aus- tríaco, enfraquecendo-o economicamente. d) Depois da Revolução de 1848 nos Estado Alemães, os conflitos militares que selaram o processo de unificação alemã são, em ordem cronológica: Guerra dos Ducados, Guerra Austro-Prussiana e Guerra Franco-Prussiana. e) O processo de unificação da Alemanha, junto com o ita- liano, simbolizou um período de acirramento das disputas entre as economias europeias, preparando o terreno para a primeira guerra mundial. 62 236. (ENEM/2017) O dicionário da Real Academia Espa- nhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a pa- lavra nación significava simplesmente “o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um centro supremo de governo comum”. HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 (adaptado). A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou a) na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade nacional anulava as diferenças sociais. b) na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente dentro de uma identidade comum. c) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional. d) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram a compor a nacionali- dade. e) em um intenso processo cultural marcado pelo protago- nismo das populações autóctones. 237. (FGV/2016) “(...) os homens que naquele momento estavam encarregados de pôr termo à Revolução de 1848 eram precisamente os mesmos que fizeram a de 30. (...) O que a distinguia ainda, entre todos os acontecimen- tos que se sucederam nos últimos sessenta anos na França, foi que ela não teve por objetivo mudar a forma, mas alterar a ordem da sociedade. Não foi, para dizer a verdade, uma luta política (...), mas um embate de classe (...). Havia se assegurado às pessoas pobres que o bem dos ricos era de alguma maneira o produto de um roubo cu- jas vítimas eram elas (...). É preciso assinalar ainda que essa insurreição terrível não foi fruto da ação de certo número de conspiradores, mas a sublevação de toda uma população contra outra (...).” (Alexis de Tocqueville, Lembranças de 1848. 1991) A partir do texto, é correto afirmar que a) a revolução limitou-se, em 1848, a apelos políticos, no sentido de a classe burguesa, líder do movimento, atrair as classes populares para a luta, contra o absolutismo de Car- los X, usando as ideias liberais como combustível para a implantação do Estado liberal. b) a revolução de 1848, liderada pelos homens de 1830, isto é, a classe burguesa, tinha como maiores objetivos a queda de Luís Bonaparte e a vitória das ideias socialistas, prega- das nos banquetes e nas barricadas contra o rei e contra a nobreza. c) a revolução de 1848, influenciada pelo socialismo utó- pico, significou a luta entre a classe burguesa, líder da re- volução de 1830, e as classes populares que, cada vez mais organizadas na campanha dos banquetes e nas barri- cadas, forçaram a queda do rei Luís Felipe. d) os líderes revolucionários de 1848, os mesmos da revo- lução de 1830, sob forte propaganda das ideias liberais e influenciados pela luta política, convocaram e obtiveram o apoio das classes populares, no Parlamento, contra o rei Luís Felipe. e) o rei Luís Felipe, no trono francês entre 1830 e 1848, foi derrubado por uma bem orquestrada luta política no Parla- mento, que uniu liberais e socialistas, vitoriosa para essa aliança, que formouo governo provisório e elegeu o presi- dente Luís Bonaparte. 238. (UFPR/2016) A unificação alemã foi articulada pelo reino da: a) Prússia, após a derrota da Comuna de Paris na Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a aristo- cracia austríaca e a burguesia prussiana. b) Áustria, devido à sua superioridade industrial e militar dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma ali- ança com a aristocracia prussiana. c) Áustria, como resposta à ameaça prussiana de unifica- ção após a instituição do Zollverein na Confederação Ger- mânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia austrí- aca. d) Prússia, devido ao seu poderio militar e força econômica dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma ali- ança entre a aristocracia e a alta burguesia. e) Prússia, devido à mobilização nacionalista da Confede- ração Germânica durante a Guerra Franco-Prussiana, apoi- ado em uma aliança com a grande burguesia austríaca. 239. (UniCESUMAR PR/2016) Eugène Delacroix. La Liberté guidant le peuple , 1830. Museu do Louvre. A tela foi pintada em 1830, após as lutas que levaram à queda de Carlos X e ao encerramento do período da chamada Restauração Francesa. A partir da observa- ção da imagem e de seus conhecimentos, pode-se afir- mar que a) as armas empunhadas pelos diversos personagens indi- cam a valorização da cultura militarista, que triunfou na França após a ascensão política de Napoleão Bonaparte. b) a figura feminina, em primeiro plano, representa a liber- dade, que guia personagens de diferentes procedências so- ciais na luta pela recuperação dos valores da Revolução de 1789. c) os corpos empilhados na parte inferior sugerem o sacrifí- cio daqueles que lutavam, desde a Revolução de 1789, pela libertação da França, então controlada pelo Império Britâ- nico. 63 d) a bandeira tricolor, ao alto, representa a celebração do retorno ao Antigo Regime, objetivo alcançado após a vitória francesa na guerra contra a Áustria e a Prússia. e) o barrete sobre a cabeça da figura feminina evoca as lu- tas populares em apoio ao rei, durante a Revolução de 1789, e a defesa da monarquia manifesta nas várias clas- ses sociais. 240. (Mackenzie SP/2015) Ao analisar os acontecimen- tos e consequências de 1848, na França, Karl Marx de- nominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado por esse último. A denominação é historicamente possível, pois a) estendeu a ação de seu Império da França até o norte da África, incluindo regiões na Itália e Alemanha, territórios an- teriormente também conquistados por seu tio. b) organizou um Império de caráter despótico absolutista, impôs a censura aos meios de comunicação e proclamou- se cônsul vitalício, atitudes já realizadas por Napoleão. c) assim como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu golpe por meio de um plebiscito, extinguindo a República até então vigente para proclamar-se imperador. d) Luís Napoleão, assim como Napoleão, a princípio reali- zou reformas absolutistas para depois, já no Império, intro- duzir princípios iluministas de administração pública. e) assim como seu tio, Luís Bonaparte se auto coroou im- perador, reduziu a interferência do alto clero no governo e limitou o direito ao voto a critérios censitários. 241. (Mackenzie SP/2015) Como a maioria dos estudio- sos, não considero a ‘nação’ como uma entidade social originária ou imutável. A ‘nação’ pertence exclusiva- mente a um período particular e historicamente recente. Por essa razão as nações são, do meu ponto de vista, fenômenos duais, construídos essencialmente pelo alto, mas que, no entanto, não podem ser compreendi- das sem ser analisadas de baixo, ou seja, em termos de suposições, esperanças, necessidades, aspirações e interesses das pessoas comuns, as quais não são ne- cessariamente nacionais e menos ainda nacionalistas. Eric J. Hobsbawm. Nações e nacionalismo desde 1780. Na visão do autor, o conceito de “nação” a) é o resultado da interação entre economia e cultura sem, no entanto, significar que anseios populares serão levados em consideração na elaboração de projetos nacionais, ela- borados e impostos pelas elites. b) relaciona-se à política engendrada por governantes, que impõem ao resto da população a noção de pertencimento e o sentimento de lealdade ao país, mesmo que, para isso, guerras sejam realizadas. c) surge em um determinado estágio de desenvolvimento dos povos e dá-se, necessariamente, por meio de conflitos armados contra os inimigos ou aqueles que potencialmente possam se tornar empecilho ao projeto político então im- posto. d) ultrapassa o discurso político e, para ser compreendido, é necessário que se vejam as relações sociais, tecnológicas e culturais que permitem a criação de aspectos legitimado- res de uma unidade política, social e cultural. e) só pode ser compreendido e analisado a partir da pers- pectiva política, pois essa permite forjar uma unidade entre os povos e institui todos os outros aspectos necessários para o desenvolvimento do país. 242. (FGV/2015) A unidade italiana – o processo de constituição de um Estado único para o país – conserva o sistema oligárquico (...) Isto não impede a formação do Estado, mas retarda a eclosão do fenômeno nacio- nal. (Leon Pomer, O surgimento das nações, 1985, p. 40-42) Fizemos a Itália; agora, precisamos fazer os italianos. (Massimo d’Azeglio apud E. J. Hobsbawm, A era do capital, 1977, p. 108) A partir dos textos, é correto afirmar que a) apesar de ter nascido antes da nação, o Estado italiano, unificado em 1871, representou os interesses dos não- - proprietários, o que implicou a defesa de mudanças revolu- cionárias, que tornaram o Estado não autoritário e permiti- ram a emergência do sentimento nacional, já fortificado pe- las guerras de unificação. b) o Estado italiano, nascido em 1848, na luta da alta bur- guesia do norte pelo poder, representava os interesses li- berais, isto é, a unidade do país como um alargamento do Estado piemontês, na defesa da pequena propriedade e do voto universal, condições para a consolidação do senti- mento nacional que cria os italianos. c) em 1848, a criação do Estado italiano, pela burguesia do Reino das Duas Sicílias, foi uma vitória do liberalismo, pois a estrutura fundiária, baseada na grande propriedade, e a exclusão política dos não-proprietários permaneceram, en- corajando os valores nacionais, condição para diminuir as diferenças regionais. d) em 1871, o processo de unificação e o sentimento naci- onal estavam intimamente ligados, na medida em que a classe proprietária do centro da península, vitoriosa na guerra contra a Áustria, absorveu os valores populares na- cionais, o que legitimou a formação do Estado autoritário, defensor das desigualdades regionais. e) o Estado italiano nasceu antes da nação, em 1871, como uma construção artificial, frágil e autoritária da alta burgue- sia do norte, cujos interesses de dominação excluíram as mudanças revolucionárias e atrasaram a emergência do sentimento nacional, ainda estranho para a grande maioria das diferentes regiões da península. 243. (PUCCamp SP/2020) Em nenhum outro romance do Brasil tinha aparecido, como ocorreu em O cortiço, de Aluísio Azevedo, semelhante coexistência de todos os nossos tipos raciais, justificada na medida em que as- sim eram os cortiços e assim era o nosso povo, é claro que visto numa perspectiva pessimista, como a dos na- turalistas em geral. Deste modo, o cortiço ganha signi- ficado diferente do que tinha em Zola, pois em vez de representar apenas o modo de vida do operário, passa a representar, através dele, aspectos que definem o país todo. E como solução literária foi excelente, por- que graças a ele o coletivo exprime a generalidade do social. CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. O modo de vida do operário foi denunciado por vários movimentos que, no século XIX, apontavam sua preca- riedade e reivindicavam melhores condições de traba- lho ede subsistência. Na história desse movimento operário no século em questão, destacase o evento que motivou a criação do Dia do Trabalhador, comemorado em 1o de maio: