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FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA P ág in a2 Faculdade de Minas 2 1 Sumário FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ..................................................... 1 1 Sumário .......................................................................................... 2 1. INTRODUÇÃO ........................................................................ 5 1.1- METODOLOGIA .................................................................... 12 2. FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA .......................................... 13 3. AVALIAÇÃO DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS .............. 14 4. EQUAÇÕES PREDITIVAS .................................................... 16 5. TREINAMENTO DA MUSCULATORA RESPIRA-TÓRIA ..... 18 6. PROTOCOLOS DE TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO ........................................................................................ 21 7. ENTENDA O QUE É FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E AS TÉCNICAS UTILIZADAS .......................................................................... 25 8. O QUE É FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA .......................... 26 9. CONHEÇA AS TÉCNICAS UTILIZADAS NA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ....................................................................................... 27 10. QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ....................................................................................... 30 11. ONDE É REALIZADO O TRATAMENTO PARA REABILITAÇÃO DO PACIENTE .............................................................. 30 12. MOTIVOS DA GRANDE INCIDÊNCIA DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS .................................................................................... 31 Principais técnicas de fisioterapia respiratória ............................... 32 13. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS .......................................... 32 14. HIGIENE BRÔNQUICA ......................................................... 32 15. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA A FISIOTERA-PIA RESPIRATÓRIA ....................................................................................... 33 Terapia PEP Vibratória ............................................................. 33 file:///C:/Users/rosana.santos/Downloads/APOSTILA%20%20FISIOTERAPIA%20RESPIRATÓRIA.docx%23_Toc51050187 P ág in a3 Faculdade de Minas 3 Exercitador respiratório ........................................................... 34 Sistema de pressão positiva expiratória ................................ 35 16. TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO ................................................................... 35 17. FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA .......................................... 45 18. TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICA INTERVENCIONIS-TAS . 46 19. REFERÊNCIAS ..................................................................... 54 P ág in a4 Faculdade de Minas 4 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. P ág in a5 Faculdade de Minas 5 1. INTRODUÇÃO A fisioterapia respiratória é uma especialidade terapêutica que tem papel fundamental na prevenção e tratamento de complicações pulmonares de forma acessível que não exige recursos sofisticados para a sua execução. 56 Seu principal objetivo é melhorar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação-perfusão, por meio de técnicas de higiene brônquica, ou seja, técnicas que facilitam o clearance mucociliar e a remoção de secreções, mantendo assim a permeabilidade das vias aéreas. 57 A fisioterapia respiratória inclui outras técnicas como exercícios respiratórios, mobilização, manobras de reexpansão pulmonar associada com o recurso da ventilação otimizando o conforto do paciente e a preservação e restauração dos volumes e capacidades pulmonares. 58 As manobras de higiene brônquica visam o desprendimento e a mobilização de secreções facilitando sua eliminação. 59,60 Essas técnicas podem ser classificadas como técnicas convencionais e atuais. As técnicas convencionais incluem drenagem postural (DP), percussão e vibração. A percussão e vibração aperfeiçoam os efeitos do tixotropismo por meio da propagação de ondas mecânicas impostas sobre a parede torácica. Assim, a secreção se torna mais fluida para ser mobilizada até brônquios de maior calibre e assim ser expelida ou aspirada. 61 A DP por sua vez se beneficia do princípio físico da ação da gravidade para drenar secreções pulmonares em direção a regiões mais centrais da árvore brônquica, baseando-se na anatomia pulmonar.7 As técnicas atuais surgiram no final da década de 80 e início dos anos 90, a fim de respeitar as diferenças anátomo-fisiológicas de cada faixa etária. Dentre elas destacam-se o aumento do fluxo expiratório (AFE) por meio da variação do fluxo expiratório, que promove a remoção de secreções distais (lenta) e a expiração lenta prolongada (ELPr) que se trata de uma técnica P ág in a6 Faculdade de Minas 6 passiva de auxílio expiratório ao lactente, promovendo depuração da via aérea periférica. 63 Esse deslocamento da secreção para as vias aéreas de grande calibre, facilita a eliminação por meio da tosse, que no lactente pode ser obtido pela tosse provocada (TP), onde os receptores mecânicos da traqueia extratorácica são estimulados, provocando uma tosse reflexa. Faz parte também das técnicas atuais a expiração lenta total com a glote aberta em decúbito lateral ELT GOL e a Drenagem Autógena Assistida (DAA) que são baseadas em princípios fisiológicos dos diferentes níveis do sistema respiratório no qual o tipo de fluxo se altera, atingindo as vias aéreas médias e na periferia pulmonar onde promovem efeitos depurativos. 9 Quando falamos sobre as técnicas de fisioterapia respiratória, nos deparamos com diversos estudos com resultados controversos, os motivos são vários, já que a maioria deles se baseia em desfechos de difícil comprovação e multifatoriais como tempo de internação. Variáveis clínicas como o VC (volume corrente) tem sido uma variável frequentemente usada em ensaios clínicos como desfecho para avaliação da eficácia de técnicas não convencionais de fisioterapia respiratória, havendo estudos com o aumento do VC no seu desfecho e de sua manutenção em outros. 65,67 A avaliação da mecânica respiratória passiva – complacência do sistema respiratório (Csr), sua resistência (Rsr) e sua constante de tempo (ct) – são outras variáveis que estão sendo estudadas em diversas pesquisas em lactentes uma vez que as mesmas auxiliam no acompanhamento longitudinal da função pulmonar e na avaliação de intervenções terapêuticas. 68 Em contrapartida são escassos os estudos que usam essas variáveis nos pacientes em respiração espontânea devidooferecer subsídios científicos à discussão das vantagens da fisioterapia em crianças hospitalizadas por bronquiolite. A Organização Mundial de Saúde infere que as doenças obstrutivas pulmonares apresentam um alto índice de mortalidade devido às alterações ventilatórias decorrentes desta condição. O prejuízo da funcionalidade é demonstrado na redução das atividades físicas, que repercutem nas atividades da vida diária, assim como nas internações por agravamento do quadro respiratório. A fisioterapia pulmonar tem sido bem-estabelecida e, cada vez mais, recomendada aos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os elementos-chaves para o tratamento incluem uma abordagem multidisciplinar, sendo que os pacientes que mais procuram atendimento fisioterápico são os que apresentam sintomas respiratórios. A intervenção da fisioterapia respiratória deve ser precoce, pois isto minimiza os efeitos deletérios da obstrução brônquica, promovendo melhora da ventilação pulmonar e da funcionalidade do paciente, beneficiando também sua qualidade de vida. P ág in a4 3 Faculdade de Minas 43 Nos programas de fisioterapia em pacientes com DPOC, a duração da reabilitação pulmonar, as estratégias de manutenção pós-reabilitação, a intensidade de treino de exercício aeróbico, o treinamento muscular inspiratório, as orientações comportamentais e o apoio psicológico fazem parte de um conjunto de atenções necessárias ao sucesso terapêutico no qual o fisioterapeuta participa diretamente. As doenças obstrutivas pulmonares podem ser agudas ou crônicas. As doenças obstrutivas agudas, ao serem tratadas, não evoluem para alterações perniciosas e o paciente retorna a sua funcionalidade integral, sem prejuízo recorrente na qualidade de vida. As doenças obstrutivas pulmonares crônicas vêm apresentando alto índice de óbito de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) 1 e, ainda segundo esta agência de saúde, as alterações das vias aéreas no decorrer do tempo mostram um maior nível de gravidade, refletindo na redução da atividade física, que interfere nas atividades da vida diária e no número de internações decorrentes do agravamento do quadro sintomatológico.2 As doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) acometem homens e mulheres, sendo menor a prevalência em mulheres. Segundo o estudo de Lokke et al.,2 a DPOC não têm relação direta com o gênero, mas, sim, com fatores como a idade e o tabagismo. Ainda segundo o autor, a doença ultrapassa o sistema pulmonar, expandindo-se com repercussões orgânicas, sendo analisada como uma condição sistêmica. A prescrição e o acompanhamento dos pacientes portadores de DPOC pela fisioterapia respiratória são, portanto, importante para reduzir o impacto das repercussões sistêmicas. 1,3 A limitação crônica do fluxo expiratório da DPOC, normalmente relacionada aos sintomas de aumento da produção de muco, dispneia e tosse, P ág in a4 4 Faculdade de Minas 44 é uma avaliação importante para caracterizar a gravidade da doença e direcionar a escolha do tratamento. No que diz respeito aos sintomas, foi publicado um estudo de coorte estável, em 2014, no qual 298 pacientes responderam a um questionário sobre qual sintoma os levou a buscar atendimento médico. O resultado indicou que a dispneia prevalece, seguida da tosse seca e com expectoração. O diagnóstico e a gravidade da DPOC são definidos a partir dos parâmetros de função pulmonar, de acordo com as orientações da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Apesar das caracterizações clínicas estarem estabelecidas, ainda é necessário um maior conhecimento dos vários estágios da doença.3-5 As doenças obstrutivas agudas ou crônicas apresentam alterações patológicas que impedem/limitam o fluxo aéreo de forma leve, moderada ou grave. Podem estar relacionadas com: a) estreitamento das vias aéreas por broncoespasmo (contração da musculatura lisa) e inflamação e edema da mucosa (bronquite); b) presença de material intrabrônquico, como secreções e tumores; c) compressão extrínseca (tumores), alterando a função pulmonar do paciente.6 Para caracterizar as alterações patológicas do sistema respiratório, vale ressaltar as suas funções fisiológicas. O aparelho respiratório, isento de doenças, apresenta mecanismos de defesa importantes e eficientes para a manutenção da sua funcionalidade. As defesas são divididas em: imunológica (natural e adquirida) e mecânica (relativa à estrutura pulmonar). São elas que mantêm íntegras as condições para a troca gasosa, a filtração aerodinâmica – que está relacionada ao tamanho do material inalado, P ág in a4 5 Faculdade de Minas 45 concorrendo para a sua deposição na mucosa – e o transporte mucociliar, responsável pela eliminação do muco em direção a orofaringe. 6,7 Estes mecanismos de defesa, nas doenças obstrutivas, podem estar gravemente comprometidos, propiciando infecções respiratórias, agudizando a doença e piorando a função pulmonar já comprometida. A prevenção, a partir da supressão dos fatores de risco e o controle da progressão da doença obstrutiva podem ser imprescindíveis no impacto (positivo) da qualidade de vida, através de programa de tratamento integral. Aqui inclui-se a fisioterapia respiratória, de acordo com diversos autores como Bellamy et al., Gulini e Kunikoshita et al.8-10 17. FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA A indicação da fisioterapia respiratória deve estar pautada no tempo e gravidade da doença, na relação do paciente com a mesma e nas comorbidades apresentadas, assim como a frequência e a duração do tratamento. Porém, deve ser levado em conta que a intervenção fisioterapêutica – iniciada imediatamente após o diagnóstico da doença obstrutiva e realizada regularmente pelo paciente – minimiza os efeitos deletérios da obstrução. 11 As vias áreas obstruídas não são ventiladas e prejudicam as trocas gasosas, provocando hipoxemia e infecções por crescimento de micro- organismos. As consequentes alterações sistêmicas incluem complicações musculoesqueléticas e queda da endurance, prejudicando a qualidade de vida do portador de DPOC. 10-13 A fisioterapia respiratória nas doenças obstrutivas tem como objetivo tratar o paciente proporcionando a melhora da sua funcionalidade pulmonar através da limpeza brônquica, estimulando a eliminação das secreções, relaxando a musculatura brônquica, otimizando a ventilação pulmonar e melhorando o condicionamento cardiopulmonar do paciente. 14-16 P ág in a4 6 Faculdade de Minas 46 Os métodos de avaliação da fisioterapia respiratória serão os parâmetros de evolução da doença. São eles: a anamnese, o exame físico, a oximetria, a análise do condicionamento cardiopulmonar, assim como os testes de função pulmonar, gasometria e radiografia de tórax. Dados subjetivos – como a percepção de dispneia, fadiga e dor, avaliados pelas escalas de Borg e visual analógica – são importantes para avaliação qualitativa.17-19 Os exames ergométricos, como o teste de caminhada em seis minutos e o teste do degrau, também são avaliações importantes para determinar o condicionamento cardiopulmonar dos pacientes. 20,17 18. TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICA INTERVENCIONIS- TAS Em relação às técnicas intervencionistas, a aerossolterapia (com substâncias diluentes como a água e soluções salinas) é indicada quando a secreção se apresenta hiperviscosa e hiperaderente, visando facilitar a sua eliminação com o menor gasto energético.21,22 A aerossolterapia medicamentosa, indicada pelo médico assistente, atua nos processos inflamatórios e broncoespasmos. Para seu melhor aproveitamento, o paciente deve ser orientado a realizar um exercício respiratório de redução da velocidade de fluxo, tanto inspiratório – que otimiza a deposição das partículasde substâncias veiculadas –, quanto expiratório – que minimiza a velocidade de saída das partículas inaladas –, nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas mantendo-as por mais tempo no ducto brônquico. Desta maneira, a filtração aerodinâmica é utilizada a favor do tratamento por aerossol. 21 A desobstrução brônquica é um dos principais objetivos da intervenção fisioterapêutica nestas doenças. Atualmente, as técnicas são divididas em convencionais e atuais. P ág in a4 7 Faculdade de Minas 47 Técnicas desobstrutivas convencionais As técnicas convencionais da fisioterapia são a drenagem postural, percussões, expiração forçada e técnicas de tosse (tosse explosiva e huffing). Drenagem postural e percussões A drenagem postural pode ser associada à percussão. A drenagem, através das modificações da postura do paciente obedece a estrutura das vias aéreas em relação à ventilação dependente e não dependente. Isto estabelece o diâmetro do alvéolo sob atuação da força da gravidade, facilitando a drenagem. 23-27 Os níveis de postura relativos aos decúbitos além de 0º são o Fowler, em que o paciente é colocado com o tórax elevado acima de 0º até 45º, e o Trendelemburg, que posiciona o paciente com o tórax rebaixado menor que 0º, no máximo. Esta técnica exige monitorização constante, em todos os níveis, pois há predisposição a alterações ventilatórias pela ação da força da gravidade no sistema cardiopulmonar e pelo deslocamento do muco, que pode se organizar em quantidade maior em determinada região e promover dispneia por bloqueio momentâneo da passagem do fluxo aéreo. A indicação de determinada postura é relativa à área estrutural da árvore brônquica a ser tratada. As contraindicações à técnica são: edema pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, embolia pulmonar, hemoptise ativa, pressão intracraniana acima de 20 mmHg, hemorragia ativa, instabilidade hemodinâmica, infarto do miocárdio, derrames pleurais volumosos, lesões e cirurgias medulares, além de pós-operatórios imediatos. A drenagem postural, no caso da DPOC, deve ser indicada de acordo com a gravidade da doença; os casos moderados e graves limitam a utilização desta técnica. P ág in a4 8 Faculdade de Minas 48 A percussão pulmonar mais utilizada é a tapotagem, que gera vibrações intrapulmonares, descolando e mobilizando, através do fluxo expiratório, as secreções na direção da traqueia e, ao entrar em contato com os receptores reflexos, estimulam a tosse e a consequente eliminação da secreção. Paralelamente, a vibração manual tem o mesmo objetivo da tapotagem e, ambas, deve(m) ser executada(s) na fase da expiração, o que otimiza a expectoração. Por serem manobras (principalmente a tapotagem) realizadas na superfície externa do tórax, possuem contraindicações: lesões pulmonares, fraturas de costelas, osteoporose, hemoptise ativa, edema agudo, tumores, metástase pulmonar e broncoespasmo. 23-26 A vibração manual na DPOC deve ser utilizada sob monitorização auscultatória e a tapotagem no enfisema deve ser evitada, pois pode estimular a musculatura brônquica e provocar broncoespasmos. Técnica de expiração forçada A técnica de expiração forçada pode ser realizada com pequeno, médio e grande esforço, sendo dependente da força dos músculos respiratórios empreendida para expirar um determinado volume pulmonar em uma velocidade de fluxo. Também conhecida como huffing, esta técnica tem o objetivo de deslocar a secreção brônquica e direcioná-la à orofaringe para ser expectorada, com a menor alteração da pressão pleural e reduzido gasto de energia. No caso da DPOC, deve ser orientada para ser feita com redução da velocidade de fluxo, minimizando o estimulo brônquico ao broncoespasmo.10,28,27 Técnicas de tosse (explosiva e huffing) A tosse explosiva provoca um grande gasto energético, aumentando a dispneia e a percepção subjetiva de fadiga, o que se sabe é que é prejudicial P ág in a4 9 Faculdade de Minas 49 ao paciente com DPOC. Para minimizar os efeitos deletérios da tosse explosiva, o paciente deve ser orientado a realizar tosse a partir do conhecimento das suas fases, reduzindo a velocidade do fluxo, como o huffing (técnica de expiração forçada), e com a tosse controlada, minimizando seus efeitos.14,29,27 Técnicas desobstrutivas atuais As técnicas desobstrutivas conhecidas como atuais são: drenagem autógena, ciclo ativo da respiração, aceleração do fluxo expiratório (AFE), associação de aparelhos como o sistema de pressão expiratória positiva (PEP) e o Flutter® ou Shaker® (pressão positiva oscilatória). Porém, no enfisema, algumas técnicas estão contraindicadas por estimularem a musculatura lisa brônquica e provocar broncoespasmos, como a AFE.12,14, ,23,25,27, 28 Drenagem autógena Realizada em três fases, a drenagem autógena tem o objetivo de remover o muco das paredes brônquicas passando pelas fases de “descolar”, coletar e eliminar o muco, através da respiração com diferentes volumes pulmonares. Para doenças que apresentam probabilidade de desenvolver broncoespasmo, a velocidade do fluxo deve ser controlada, inclusive com relação à tosse. Ciclo ativo da respiração Também realizada em três fases, a técnica consiste em ciclos respiratórios repetidos, através de respirações predominantemente diafragmáticas, seguidas de inspirações profundas com velocidade de fluxo lento, tanto na inspiração quanto na expiração e, por fim, a eliminação da secreção através do huffing, otimizando o transporte mucociliar. Esta técnica é indicada para os portadores de DPOC que podem desenvolver broncoespasmo. P ág in a5 0 Faculdade de Minas 50 AFE (aceleração do fluxo expiratório) Esta técnica tem como objetivo aumentar a velocidade do fluxo expiratório e, assim, permitir o deslocamento do muco no ducto brônquico. É realizada através da manobra de compressão torácica associada ao fluxo expiratório. É contraindicada para as situações que podem desencadear broncoespasmo, por estimular a musculatura brônquica. PEP Indicada para reduzir o aprisionamento aéreo, reverter atelectasias e mobilizar secreções através da resistência ao fluxo respiratório. Presume-se que previne o colapso das vias aéreas e desloca as secreções em direção aos brônquios de maior calibre, facilitando a sua eliminação. De acordo com a indicação, pode ser utilizada na DPOC. Flutter® ou Shaker® Instrumento que associa a fisiologia da PEP a oscilações de alta frequência com o mesmo objetivo da PEP. A velocidade do fluxo expiratório pode ser controlada pelo paciente, sendo também indicada para a DPOC. Relaxamento muscular Os pacientes em esforço respiratório – seja por estarem na fase aguda ou na agudização da cronicidade, seja na fase da doença de moderada a grave – podem apresentar redução da incursão funcional da musculatura respiratória por excesso de uso, tornando-se hipertrofiada e em estado de retração. Essas alterações diminuem o movimento torácico e prejudica a ventilação pulmonar.30,27 Pacientes que ainda não apresentam tórax em tonel com alterações musculares estruturadas se beneficiam integralmente dos exercícios de alongamento e relaxamento muscular. P ág in a5 1 Faculdade de Minas 51 Isto melhora a elasticidade muscular e, assim, permite a incursão funcional mais adequada da musculatura respiratória. Desta maneira, os movimentos torácicos são otimizados, o que permite a melhor expansão do tórax. Os pacientes que apresentam quadro moderado ou grave da doença se beneficiam desta técnica de forma limitada, porém melhora a percepção subjetiva do esforço. Exercícios respiratórios Os padrões respiratórios utilizados objetivam conscientizar os movimentos toracoabdominais da respiração, melhorar o movimento da caixa torácica,otimizar a funcionalidade da musculatura respiratória e promover a melhora da ventilação pulmonar e a consequente oxigenação. A cinesioterapia respiratória melhora o desempenho muscular, assim como estimula a endurance, propiciando um maior condicionamento cardiopulmonar.30,27 P ág in a5 2 Faculdade de Minas 52 CONCLUSAO A intervenção da fisioterapia respiratória nas doenças obstrutivas pulmonares e, principalmente, na DPOC promove evidente benefício relativo à ventilação pulmonar. Apesar da ausência de estudos randomizados e ensaios clínicos controlados e, também, da pouca quantidade de dados disponíveis na literatura para algumas das técnicas desobstrutivas utilizadas o tratamento fisioterapêutico resulta em maior medida de secreção eliminada e melhora da perfusão e função pulmonar observada nos exames complementares pertinentes. Após a intervenção fisioterapêutica com desobstrução brônquica, relaxamento muscular e exercícios respiratórios, ocorre a melhora dos valores gasométricos, da ausculta pulmonar, da radiografia de tórax, dos testes de função pulmonar e da percepção subjetiva de dispneia, podendo, desta maneira, ser considerada relevante no tratamento do paciente com doenças obstrutivas. Recomenda-se que estudos randomizados e de evidência clínica sejam realizados para proporcionar embasamento científico às técnicas utilizadas pela fisioterapia respiratória. As medidas das pressões inspiratória máxima (PImáx) e expiratória máxima (PEmáx) constituem-se de um método simples e não invasivo para avaliação da força de músculos respiratórios. P ág in a5 3 Faculdade de Minas 53 Além de identificar a fraqueza desses, também identifica a sua resistência à fadiga em diversas doenças e situações clínicas, assim como em indivíduos normais. A avaliação da força dos músculos respiratórios é um método comum na avaliação fisioterapêutica de pacientes com doenças cardiorrespiratórias e neurológicas. As medidas de PImáx e PEmáx permitem que o fisioterapeuta elabore um protocolo específico para treinamento dos músculos respiratórios que tem por objetivo melhorar a mecânica respiratória, concomitantemente, com a força muscular respiratória. P ág in a5 4 Faculdade de Minas 54 19. REFERÊNCIAS 1. Carvalho WB, Johnston C, Fonseca MC. Bronquiolite aguda, uma revisão atualizada. Rev Assoc Med Bras 2007;53:182-8. 2. 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Ficou muito claro nos resultados dos estudos selecionados que a eficácia das técnicas está mais bem relacionada a desfechos em curto prazo como sinais clínicos e gravidade dos sintomas. Em desfechos como tempo de internação e resolução do quadro a resposta não foi satisfatória. Quanto à qualidade metodológica dos estudos a maioria apresentou qualidade metodológica acima da média (>5/10) e ainda assim e necessário mais estudos de intervenção que estejam voltados a desfechos clínicos que são de grande importância para a fisioterapia respiratória, em especial na pediatria, e que incluam a intenção de tratar na análise e principalmente o tamanho do efeito do desfecho alcançado. E muito importante antes do início do estudo que o método seja adequado a resposta da pergunta e também a inclusão de avaliadores cegos. Vibração Dos 7 estudos 71,73,77,80 que usaram a vibração como uma das técnicas de intervenção, 5 deles obtiveram melhora significativa no desfecho final de crianças com pneumonia ou bronquiolite aguda. Melhorando parâmetros clínicos como frequência respiratória, saturação de oxigênio e ausculta pulmonar. Vale lembrar que está técnica não foi utilizada de forma isolada e sim em associação com outras técnicas. A vibração e uma técnica cujo princípio de ação e o tixotropismo e sua ação se limita a remoção de secreções em vias aéreas de grande calibre. ‘ Paludo et al. 71 realizaram um estudo randomizado com 98 crianças com pneumonia aguda. Além da vibração, foi utilizada a DP, compressão torácica, percussão e a tapotagem. O estudo concluiu que a fisioterapia respiratória não acelera a resolução clínica (desfecho associado a outras variáveis importantes além da fisioterapia como, por exemplo, agente etiológico e complicações) das crianças hospitalizadas com pneumonia e pode ainda prolongar a duração da tosse e roncos que não deve ser associado a um efeito deletério uma vez que na pneumonia a disfunção se encontra na P ág in a8 Faculdade de Minas 8 área de troca e a tosse/roncos mostra que a secreção foi deslocada para vias aéreas de grande calibre. Outros estudos seriam necessários com técnicas que atinjam os alvéolos e que promovam a variação do volume pulmonar para confirmar os efeitos da fisioterapia respiratória, por meio de técnicas atuais que seriam mais recomendadas respeitando a necessidade clinica dessas crianças. Muitas vezes respostas divergentes são encontradas nos estudos por não se fazer uma leitura aprofundada da disfunção que o quadro clinico acarreta. A intervenção fisioterapêutica deve ser baseada na disfunção e não no quadro clinico. Percussão/Tapotagem Um estudo de Lanza et al. 72, com 19 crianças menores de 2 anos, com quadro clinico de BVA foram divididas em 3 grupos: Grupo vibro compressão + DP, Grupo tapotagem + DP e Grupo aspiração. Como resultado, as técnicas de fisioterapia respiratória como a vibro compressão ou tapotagem associadas a DP determinaram redução do desconforto respiratório, maior eliminação de secreção e melhora da ausculta pulmonar. Para Gomide et al. 84, não há uma duração comprovada cientificamente quanto ao tempo que deve ser feita a percussão. Sabe-se que o tempo deve ser baseado em função das condições individuais de cada paciente e da ausculta pulmonar. Em estudos realizados com pacientes fibrocísticos variou de 3 a 5 minutos o tempo da intervenção a cada seguimento. Em outro estudo comparando o uso da DP associado a percussão versus a pressão expiratória positiva em pacientes com FC, o resultado foi melhor para o grupo que recebeu a pressão expiratória positiva, melhorando em todos os parâmetros a função pulmonar. 69 Novamente a necessidade de um correto diagnóstico disfuncional para uma melhor intervenção se faz necessária para a comprovação dos reais efeitos das técnicas de fisioterapia. P ág in a9 Faculdade de Minas 9 A tapotagem ainda e bastante utilizada, porém deve ficar claro que sua eficácia é limitada em doenças ou disfunções localizadas em vias aéreas de pequeno e médio calibre e especialmente nas vias aéreas de troca (alvéolos) onde se faz necessário a variação do volume pulmonar. Outro fator limitante desta técnica e a capacidade da mão humana gerar a frequência necessária em hertz para que a ação proposta pela técnica de fluidificar as secreções para serem carreadas sejam alcançadas. A mão gera no máximo 8 Hz e o tixotropismo ocorre com frequências entre 25 a 35Hz (oscilações por segundo). 85 Drenagem postural (DP) Dos estudos encontrados, a técnica de DP foi indicada em cinco estudos, utilizada em doenças como a BVA e pneumonia. Associada a outras técnicas ela tem o efeito de drenar as secreções para as vias aéreas proximais, facilitando assim sua remoção. Goncalves et al. 83 avaliaram 30 lactentes com BVA, usando a técnica de DP associada a vibração. Observou- -se uma diminuição da FR em 6 e 9 minutos após a terapia e aumento da SpO2 aos 6 e 9 minutos comparados antes da fisioterapia. Novamente melhora em parâmetros clínicos, devem ser enfatizados. Ruiz e colaboradores 85 demonstraram a superioridade da associação das técnicas de DP associada a percussão, seguida de aspiração traqueal quando comparada ao grupo controle que apenas realizou a aspiração traqueal. O resultado foi uma diminuição significativa da resistência do sistema respiratório. A questão fundamental que permeia a utilização desta técnica em pediatria e a postura de trendlemburg em lactentes por ser um risco para refluxo gastresofágico, porem um estudo conduzido em 1998 por Phillips et al. 31, não obteve este resultado de aumento ou agravamento do refluxo em crianças de 1 a 27 meses, o que deve ser questionado e se esta postura e necessária e eficaz. P ág in a1 0 Faculdade de Minas 10 Outro fator limitante e a manutenção das crianças por tempo necessário em cada postura para que o efeito aconteça (15 a 20 min). Na pratica clinica observamos a utilização de uma DP modificada em decúbito lateral e associada a outras técnicas o que inviabiliza a avaliação desta técnica isolada. Tosse provocada (TP) A TP e bastante utilizada na pediatria, em lactentes, onde não temos a colaboração de uma tosse voluntaria para a remoção de secreção, essa mesma e exercida de forma reflexa. Nos artigos encontrados a TP foi utilizada somente quando não houve alternativa para a expectoração das secreções, sem a presença de efeitos adversos.74,75 Expiração Lenta e Prolongada (ELPr) Lanza et al.32 avaliaram as alterações da mecânica respiratória e do volume corrente (VC) após a realização da técnica ELPr, com 18 lactentes apresentando história de sibilância. Após o tratamento houve um aumento significativo do VC e redução da frequência respiratória (FR), porem, não houve mudanças nos valores da mecânica respiratória como complacência. O estudo concluiu que a fisioterapia respiratória e capaz de melhorar os parâmetros de VC e FR em lactentes nessas condições. Gomes et al. 78 encontraram redução da gravidade por meio de escore clinico dos lactentes com BVA que foram submetidos a técnicas convencionais e atuais, porem as crianças que foram tratadas com ELPr apresentaram redução importante das tiragens e retrações o que justifica o achado de Lanza et al. 87 em relação ao aumento no VC e suspiros. Postiaux 88 em 1995, utilizou a ELPr e a TPem combinação com aerossol terapia (atrovent brometo de ipatrópio e salbutamol) analisando a mecânica respiratória e os sons pulmonares. A fisioterapia respiratória apresentou resultado significativo referente a taxa de sibilância desses lactentes que foi reduzida. Já para Castro-Rodriguez 82, o uso da ELPr junto com a TP não obteve benefício nenhum em comparação ao tratamento P ág in a1 1 Faculdade de Minas 11 isolado com Salbutamol, em uma amostra de 48 lactentes com episódios agudos de sibilância moderada. Segundo Postiaux 64, para constatar a efetividade desta técnica e preciso uma boa avaliação seguindo a ausculta pulmonar ou simplesmente o aparecimento de tosse espontânea, que nos confirma a mobilização das secreções de distal para proximal. Os efeitos da ELPr estão mais evidentes na literatura por ter avaliado mecânica respiratória durante a técnica e a função pulmonar dos lactentes, além disso e a técnica envolvida nos ensaios clínicos de melhor qualidade 87,89 Técnica de Expiração Forçada (TEF) Gajdos et al. 74 conduziram um estudo multicêntrico com 496 lactentes (ensaio clinico randomizado) utilizando a técnica de expiração forcada, neste estudo não foi encontrado benefício da Fisioterapia respiratória. É importante lembrar que a técnica que foi utilizada nesse estudo, não e indicada para crianças com menos de 24 meses de idade, e, quando utilizada junto com a drenagem postural clássica, pode aumentar o risco de vômitos e de refluxo gastresofágico além de promover interrupção do fluxo expiratório nesta população. 63 A combinação destas técnicas nesse estudo pode não ter beneficiado para a melhora do desconforto respiratório desses pacientes, além de ser fisiologicamente contra indicada para lactentes esta técnica não e adequada para remoção de secreção das vias aéreas de pequeno e médio calibre como e a disfunção promovida pela BVA. 78 Desta forma sugerem-se novos estudos sobre as técnicas de fisioterapia respiratória respeitando as diferenças anatomofisiológicas apresentadas nas crianças. Outra questão que pode ter contribuído para a redução da nota neste estudo de Gajdos 74 foi o desfecho relacionado a tempo de internação o que já foi anteriormente discutido como um desfecho multifatorial de difícil atribuição a fisioterapia respiratória na BVA. P ág in a1 2 Faculdade de Minas 12 Dentre as outras técnicas de fisioterapia respiratória vistas nos estudos, destaca-se a técnica inspiratória para reversão da atelectasia (TILA), sendo uma técnica bastante eficaz para reversão de atelectasia, porém só há dois estudos sobre ela e há necessidade de maiores investigações principalmente com maior rigor metodológico. 70,90 1.1- METODOLOGIA Para a construção deste material, foi utilizada a metodologia utilizada de pesquisa bibliográfica, com o intuito de proporcionar um levantamento de maior conteúdo teórico a respeito dos assuntos abordados. Através de pesquisa bibliográfica em diversas fontes, o estudo se desenvolve com base na opinião de diversos autores, concluindo que a formação e a motivação são energias que conduzem a atividade humana para o alcance dos objetivos de excelência na prestação de serviços públicos e podem também se converter nos principais objetivos da gestão de pessoas no setor público e no fundamento de sua existência. A pesquisa bibliográfica consiste em um levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. Entende-se por pesquisa bibliográfica a revisão da literatura sobre as principais teorias que norteiam o trabalho científico. Essa revisão é o que chamamos de levantamento bibliográfico ou revisão bibliográfica, a qual pode ser realizada em livros, periódicos, artigo de jornais, sites da Internet entre outras fontes. P ág in a1 3 Faculdade de Minas 13 2. FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA O sistema respiratório é constituído pelos pulmões, órgão responsável pelas trocas gasosas, e pela parede torácica e abdominal responsáveis pela mecânica respiratória. Tem como função primária deslocar a parede torácica impulsionando o ar para dentro e para fora dos pulmões, auxiliando assim na manutenção da troca gasosa. 57 A respiração é um processo mecânico, automático, rítmico e regulado pelo sistema nervoso central. É a contração e o relaxamento dos músculos diafragma, abdominais e o movimento da caixa torácica e do abdômen que provocam o deslocamento do ar para dentro e para fora das unidades terminais respiratórias do pulmão. 92 O diafragma é o principal músculo da inspiração. É suprido pelos nervos frênicos a partir dos segmentos cervicais 3, 4 e 5 e constituído por fibras estriadas, com características próprias por ter maior constituição de fibras vermelhas ou oxidativas e, assim, mais resistentes à fadiga. Portanto, com um padrão de distribuição diferente dos demais músculos esqueléticos do corpo. 130,135 Como a expiração é um processo passivo, os músculos possuem ação expiratória somente quando o ciclo expiratório for ativo, como durante o exercício físico, ou quando ocorrem doenças respiratórias, contribuindo para que os músculos intercostais internos, porção interóssea, os abdominais e outros músculos da cintura escapular. 57, 103 Para que se tenha uma respiração eficaz é necessário que o sistema respiratório esteja com todas as suas funções preservadas. Para isso, é primordial que a musculatura respiratória esteja funcionando normalmente, P ág in a1 4 Faculdade de Minas 14 uma vez que o seu comprometimento pode levar à hipoventilação, redução na tolerância ao exercício e, em casos extremos, à insuficiência respiratória. 3. AVALIAÇÃO DOS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS Determinação das pressões respiratórias máximas A força dos músculos respiratórios depende da relação comprimento- tensão, força-velocidade, força-frequência e integridade contrátil, sendo que o comprimento do músculo e sua força contrátil dependem do volume pulmonar e de sua posição para a contração. 90 Para Leal et al. (2007) 115 a força muscular respiratória sofre influência de vários fatores como sexo, idade, peso, altura e tabagismo. Em 1969, Black & Hyatt sugeriram um método simples de avaliá-la através das medidas de pressões respiratórias máximas com um manômetro/manovacuômetro graduado em cmH2O. O aparelho é considerado um instrumento clássico para se medir as pressões respiratórias estáticas máximas ao nível da boca. É um tubo cilíndrico rígido, cuja extremidade distal é fechada, exceto por apresentar um orifício com 1 a 2 mm de diâmetro. A extremidade proximal é aberta e nela se encaixa uma peça bucal; através desta, o indivíduo em teste realiza esforços inspiratórios ou expiratórios máximos. 134, 102, 131 Consideraram como uma medida quantitativa da função e da força dos músculos respiratórios. Desde então tem sido, universalmente, utilizado para determinação das pressões respiratórias estáticas máximas geradas ao nível da boca pela contração muscular e representadas pela pressão inspiratória máxima (PImáx) e pressão expiratória máxima (PEmáx) que apresentam valores negativos e positivos, respectivamente. 117,109,102 A manovacuometria deve ser feita antes de se iniciar qualquer treinamento muscular respiratório, permitindo quantificar o aumento da força muscular obtida pelos exercícios respiratórios. Seu uso permite definir um P ág in a1 5 Faculdade de Minas 15 protocolo de treinamento eficaz para o paciente, sem que haja esforços desnecessários por parte dos músculos da respiração, 57,126 embora Onaga, et al. (2010) 124 tenha constatado que a utilização da própria manovacuometria pode ser utilizada para o fortalecimento da musculaturarespiratória por gerar resistência à respiração espontânea do paciente. A literatura também evidencia que deve haver um intervalo de descanso de dois minutos entre as medidas no intuito de impedir que o cansaço do paciente modifique os resultados, ocasionados por uma possível fadiga da musculatura respiratória. O valor máximo da medida será considerado aquele que mantiver o tempo de 2 segundos de sustentação 134,102,131 Para uma boa avaliação de medidas de PImáx e PEmáx é necessário que além da mensuração da força dos músculos respiratórios seja realizada também a medida do volume pulmonar e do correspondente valor da pressão de retração elástica do sistema respiratório. 134,126 A PImáx gerada na boca é obtida durante esforço máximo contra a via aérea ocluída. É medida a partir da posição de expiração máxima, quando o volume de gás contido nos pulmões está no volume residual (VR), porém também pode ser medida a partir do final de uma expiração calma, quando o gás contido nos pulmões é a capacidade residual funcional (CRF). Já a PEmáx é medida a partir da posição de uma inspiração máxima, quando o volume de gás contido nos pulmões está no nível da capacidade pulmonar total (CPT) onde todos os músculos expiratórios estão no seu comprimento ideal, mas também pode ser medida a partir do final de uma expiração calma. 134 Portanto, a literatura sugere que a forma mais utilizada para determinação da PImáx é a partir do VR, enquanto que a PEmáx seja a partir da CPT. 95, 132 P ág in a1 6 Faculdade de Minas 16 Esse método de avaliação da força muscular respiratória é bastante comum, não-invasivo e deve ser utilizado pelo fisioterapeuta durante a avaliação funcional desses músculos. É de fácil execução, acessível e que depende da colaboração do paciente. Tem importância diagnóstica e prognóstica em doenças neuromusculares, pulmonares e cardiovasculares, no pós-cirúrgico de tórax e abdômen e capacidade de tosse. 106, 95,89 A avaliação da função muscular a partir da PImáx e PEmáx se faz importante para determinar protocolos adequados de treinamento dos músculos respiratórios e assim, promover a recuperação da força e aumentar a resistência à fadiga desses músculos, conhecida como endurance em pacientes com doenças neuromusculares, cardíacas e respiratórias, no pós operatório de cirurgias torácica e abdominal. 123,96 Em pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI) permite o diagnóstico e prognóstico de insuficiência respiratória por falência muscular. O diagnóstico precoce da fraqueza dos músculos respiratórios nesses pacientes auxilia na avaliação da mecânica respiratória e na indicação de intubação, desmame do ventilador e extubação de pacientes. 110 De acordo com Brunetto et al. (2003) 95 permite, também, avaliar a evolução do tratamento fisioterapêutico e a qualidade dos exercícios a que esses pacientes estão sendo submetidos. 4. EQUAÇÕES PREDITIVAS Diversos autores já propuseram tanto equações preditivas como valores para PImáx e PEmáx. Black e Hyatt (1969) avaliaram a PImáx e PEmáx em 120 pessoas, sendo 60 homens e 60 mulheres na faixa etária de 20 - 74 anos e observaram uma redução desses valores em ambos os sexos a partir dos 55 anos de idade, cujos valores de PImáx foram de 124± 22cmH2O e PEmáx de 233± 42cmH2O para os homens, e a PImáx foram de 87± 16cmH2O e PEmáx de 152± 27cmH2O para as mulheres. A sua população-alvo foi norte americana, cujas características antropométricas se P ág in a1 7 Faculdade de Minas 17 diferenciam da população brasileira onde é elevado o índice de miscigenação, bem como de caracteres físicos-regionais próprios. 125 De acordo com Azeredo (2002) 90 os valores de PImáx para um adulto jovem varia de - 90 a -102 cmH2O, enquanto a PEmáx pode variar de +100 a +150 cmH2O. Camelo Jr. et al. (1985) 97 foram os primeiros autores a demonstrarem os valores de PImáx e PEmáx para a população brasileira adulta, cujos valores para a PEmáx são de 249 ± 33 cmH2O para os homens e de 155 ± 35 cmH2O para as mulheres. Os valores de PImáx são 131± 28 cmH2O para os homens é 95 ± 28 cmH2O para as mulheres, considerados, portanto, valores aproximados àqueles obtidos por Black e Hyatt em 1969. Para caracterizar ainda mais os valores preditivos para a população brasileira, Neder et al. (1999) 122 propuseram equações preditivas e valores de referência onde a PImáx deve ser em média de -100 cmH2O e os valores de PEmáx em média de + 110 cmH2O para ambos os sexos. As equações sugeridas pelos autores acima são específicas para o gênero, sendo as seguintes para mulheres: PImáx= -0,49 (idade) + 110,4 e PEmáx = -0,61 (idade) + 115,6. Para os homens as equações são: PImáx = - 0,80 (idade) + 155,3 e PEmáx = -0,81 (idade) + 165,3. Parreira et al. (2007) 126 concluíram em seus estudos que as equações propostas por Neder et al. (1999)122 não eram capazes de predizer os valores de PImáx e PEmáx na população-alvo, pois houve diferenças estatisticamente significantes entre alguns dos valores esperados através das equações e aqueles encontrados durante a realização dos testes. O mesmo foi constatado por Costa et al. (2010) 102 e, por isso, ambos os autores acima propuseram novas equações. P ág in a1 8 Faculdade de Minas 18 Dessa forma, as equações propostas por Costa et al. (2010) 102 foram as seguintes para as mulheres: PImáx = - 0,46 × idade + 74,25 e PEmáx = - 0,68 × idade + 119,35. Para os homens as equações foram: PImáx = -1,24 × idade + 232,37 e PEmáx = -1,26 × idade + 183,31, embora os autores puderam observar que essas equações propostas seriam melhor ajustadas para PImáx em homens a partir dos trinta anos de idade e em mulheres com idade entre setenta e oitenta anos. Como fator preditivo para desmame de prótese ventilatória nas unidades de terapia intensiva, um valor de PImáx que alcance - 30 cmH2O pode garantir sucesso no processo de interrupção da ventilação mecânica. 111 Das diversas variáveis que interferem nas medidas da força muscular respiratória como gênero, peso, altura e IMC, a idade apresentou-se como a melhor variável de poder preditivo para as pressões respiratórias máximas. 122 5. TREINAMENTO DA MUSCULATORA RESPIRA- TÓRIA As medidas de PImáx e PEmáx permitem que o fisioterapeuta elabore um protocolo específico para treinamento dos músculos respiratórios que tem por objetivo melhorar a mecânica respiratória, concomitantemente, com a força muscular respiratória. O aumento da força desses músculos promove diminuição significativa da sensação de dispnéia, previne a fadiga dos músculos respiratórios, além de aumentar a capacidade de tosse e prevenir as infecções respiratórias. 104 De acordo com Galvan e Cataneo (2007) 108 o treinamento da musculatura respiratória aumenta os valores de PImáx e PEmáx melhorando a força dos músculos respiratórios. Com o objetivo de determinar a carga a ser utilizada durante o tratamento é necessário avaliar a força através de um manovacuômetro a P ág in a1 9 Faculdade de Minas 19 PImáx e PEmáx e trabalhar com valores entre 30 e 50% da força muscular inspiratória e expiratória máxima do indivíduo. O treinamento deve ser feito, em média, durante 30 minutos diários em indivíduos com estabilidade clínica, sendo esse tempo limitado em pacientes críticos ou em fadiga muscular respiratória importante. 93 O treinamento da musculatura respiratória tem como função habilitar músculos específicos a realizarem com maior facilidade a função para qual são destinados, objetivando tanto força muscular quanto endurance. Sendo assim, é necessário que esses músculos apresentem mínimas condições fisiológicas como a integridade da condução nervosa e circulação adequada. 133 O treinamento muscular inspiratório é uma intervenção que vem sendo adotada para melhorara força e a resistência à fadiga dos músculos inspiratórios em pacientes com alteração da função respiratória e cardíaca. 98 Pode ser realizado por meio de respiração contra resistida com dispositivos de carga alinear ou linear. Sendo assim, o método mais utilizado é o Threshold®IMT que é considerado uma carga linear pressórica para o treinamento específico da musculatura inspiratório. 133 O Threshold®IMT é um dispositivo que oferece uma resistência à inspiração por meio de um sistema de mola com uma válvula unidirecional. Durante o ato expiratório não há resistência, pois a válvula unidirecional se abre. Já na inspiração ocorre o fechamento da válvula, ocasionando uma resistência. Para iniciar o treinamento com o Threshold®IMT é necessário definir a resistência a ser aplicada em cmH2O a partir das medidas de PImáx pelo manovacuômetro. 133 Este dispositivo mantém a carga constante durante toda a inspiração, independentemente do fluxo utilizado durante a respiração. Esse aparelho consiste de um cilindro de plástico com 1,5cm de diâmetro interno, que contém uma válvula de fluxo de um lado, um regulador de pressão interna controlado P ág in a2 0 Faculdade de Minas 20 por uma tensão na mola e um bocal do outro lado. É um dispositivo de baixo custo, fácil aplicação, confiável e reprodutível. Existem poucos valores de referência disponíveis para a população saudável para comparação do que é normal e patológico. 91 O treinamento dos músculos inspiratórios com o Threshold®IMT não possui efeito na melhora da PImáx, quando utilizado em condições agudas de doenças cardíacas, respiratórias e neurológicas e mesmo quando é feito somente em uma sessão. 133 Assim sendo, as alterações fisiológicas, como o aumento da densidade capilar e conteúdo de mioglobina, aumento do número e tamanho da mitocôndria muscular e da concentração de glicogênio, são adquiridas quando se trabalha em níveis considerados críticos, com cargas crescentes e estímulos diferentes e por longo prazo, sendo possível de serem alcançadas por um programa de treinamento muscular composto de estímulos de intensidade, duração e frequência suficientes para produzir respostas desejadas. 119 Segundo Chiappa (2003) 98 o treinamento pode aumentar o tamanho e o número de miofibrilas e a concentração de proteínas sarcoplasmáticas com aumento da capacidade de transporte dos elétrons. Além de aumentar a proporção de fibras resistentes à fadiga no diafragma, o treinamento também reduz a suscetibilidade das fibras musculares aos efeitos destrutivos do exercício intenso ou por agudizações de doenças cardiorrespiratórias e neurológicas. Ainda de acordo com os autores acima, o regime de treinamento de força com alta carga e baixo número de repetições resulta em aumento no diâmetro e número de miofibrilas, especialmente das fibras tipo II, determinando uma hipertrofia da fibra muscular. P ág in a2 1 Faculdade de Minas 21 6. PROTOCOLOS DE TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO O treinamento muscular inspiratório (TMI) tem sido considerado como um potencial agente modificador de anormalidades dos músculos inspiratórios, aumento de força e endurance, melhora da dispnéia e da qualidade de vida. Usualmente as indicações do TMI estão associadas com a presença de diferentes situações clínicas como a insuficiência cardíaca, doenças neuromusculares, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e desmame difícil da ventilação mecânica. 98 Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) também são beneficiados com o treinamento dos músculos respiratórios. Estudos recentes em pacientes portadores de DPOC demonstraram que a proporção das fibras tipo I e o tamanho das fibras tipo II aumentaram após o treinamento específico da musculatura inspiratória, e essas mudanças estruturais explicam, em parte, a melhora funcional dos músculos treinados. No diafragma, as adaptações na composição das fibras musculares e na atividade enzimática ocorrem em resposta ao aumento da carga. Essas adaptações resultam em aumento da resistência à fadiga e melhora do comportamento funcional do músculo. 119 Ribeiro et al. (2005) 127 aplicaram o protocolo de treinamento de 15 minutos diários, utilizando o Threshold®IMT graduado em 50% da PImáx, durante 8 semanas com sessões duas vezes por semana em 10 pacientes estáveis com diagnóstico clínico de DPOC. Associado ao treinamento dos músculos inspiratórios submeteu esses pacientes ao treinamento em ciclo ergômetro e exercícios com halteres para membros superiores (MMSS). Verificou-se aumento na tolerância ao exercício físico, demonstrado pelo aumento da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos (TC6) e aumento da força muscular respiratória. P ág in a2 2 Faculdade de Minas 22 No estudo de Ribeiro et al. (2007), 127 também com pacientes com DPOC, o protocolo utilizado foi de 15 minutos durante seis semanas com três sessões semanais utilizando o Threshold®IMT, além da reeducação respiratória. A carga utilizada para o TMI foi de 40% do valor da PImáx, sendo esta reavaliada semanalmente para reajuste da carga. Os pacientes submetidos a esse protocolo apresentaram aumento significante da distância percorrida no TC6 e no teste incremental de esteira. Apresentaram também redução significante da sensação de dispnéia no repouso e na mesma intensidade de esforço do teste incremental em esteira e redução da frequência cardíaca no repouso. Kunikoshita et al.(2006) 114 utilizaram em seus protocolos de treinamento muscular respiratório o tempo de 10 a 20 minutos através do Threshold®IMT graduado em 30% da PImáx durante seis semanas consecutivas. Após o programa de reabilitação, observou-se um aumento significativo da PImax. Apesar do treinamento muscular inspiratório, quando o estímulo é adequado para melhorar a performance muscular respiratória, pode promover uma redução significativa da gravidade da dispnéia e melhora na tolerância ao esforço; no presente estudo, no entanto, a carga de treinamento foi suficiente apenas para gerar aumento significativo da FMR (força muscular respiratória), e não para gerar melhora significativa na dispnéia ou na capacidade funcional no grupo de pacientes que realizou apenas TMR (treinamento muscular respiratório). Em relação a pacientes com DPOC, dois estudos demonstraram que os protocolos de treinamento com cargas de 12% e 15% da PImáx não foram eficazes, ao passo que 30% da PImáx foram suficientes para produzir os efeitos do treinamento.113, 118 Em pacientes com asma brônquica, Lima et al. (2008) 117 aplicaram um protocolo de fisioterapia respiratória com as técnicas de treinamento dos P ág in a2 3 Faculdade de Minas 23 músculos respiratórios em duas sessões semanais, durante sete semanas consecutivas. Utilizaram para o treinamento um resistor de carga linear graduado em 40% da PImáx. Durante os primeiros vinte minutos de sessão, o paciente realizou dez séries de sessenta segundos intercaladas cada uma com o mesmo tempo de descanso. Nos próximos cinco minutos, o treinamento foi realizado sem intervalos. Observou-se que com esse protocolo houve melhora significativa da gravidade e frequência das crises, atividades de vida diária (AVD´s), sintomas diurnos e noturnos e no uso medicamentos. Gallas et al.(2006) 107 em um relato de caso de um paciente portador de Distrofia Muscular de Duchenne e asma, seguiram o protocolo de TMI usando o Threshold®IMT graduado em 20% da PImáx, por 10 minutos, sete vezes por semana, durante doze semanas consecutivas. Observaram um aumento das pressões respiratórias máximas a partir da segunda semana do treinamento muscular que voltou a aumentar a partir da sétima semana de treinamento até se estabilizar ao final do protocolo. Pacientes traqueostomizados também devem ser submetidosao treinamento dos músculos respiratórios para facilitar o desmame da ventilação mecânica. Condessa (2008) 100 submeteu um grupo de dez pacientes traqueostomizados ao treinamento dos músculos respiratórios com um resistor de carga linear, cujo protocolo consistia de três a cinco séries de seis repetições realizadas uma vez ao dia por cinco a sete dias na semana. Verificou-se com este estudo que somente um dos pacientes que foi submetido ao treinamento não conseguiu sucesso no desmame. Em seis pacientes submetidos à ventilação mecânica com tempo médio de internação de 72 dias, pós cirúrgicos e diagnosticados como “falhos para o desmame” foram treinados com o Threshold®IMT. O protocolo foi realizado uma vez ao dia, seis a sete dias na semana, em quatro séries de seis repetições com descanso de cinco a dez minutos entre as séries. Após o P ág in a2 4 Faculdade de Minas 24 treinamento os pacientes foram desmamados com um tempo médio de ventilação mecânica de dezessete dias. 100 Ventilação mecânica e repouso prolongado no leito como formas de desuso da musculatura inspiratória, além de fraqueza por paralisia parcial, doenças neuromusculares, alterações da parede torácica e hipotrofia dos músculos respiratório por várias causas e uso de corticosteróides são exemplos de indicações absolutas do treinamento dos músculos inspiratórios. Em um ensaio que objetivou comparar os efeitos do treinamento muscular respiratório com cargas de pressão inspiratória entre 15 e 30% da PImáx, constatou-se que pacientes que treinaram com carga de pressão inspiratória maior aumentaram força, endurance e tolerância ao exercício geral, quando comparados com grupos de treinamento com 15% da PImáx. A resposta do treinamento muscular com carga limite pode ser avaliada por meio do aumento do tempo em que o paciente pode respirar com uma carga de pressão predeterminada. 101, 99 Verifica-se, portanto, que o treinamento com um resistor de carga linear é importante para o aumento da força e endurance dos músculos respiratórios de pacientes com doenças estáveis ou submetidos à ventilação mecânica com insucesso no desmame. O Threshold® é um incentivador respiratório que atua como exercitador respiratório que objetiva a melhora na força e na resistência dos músculos ventilatórios à fadiga, ofertando uma carga ou resistência à ventilação espontânea do paciente, por carga pressórica. Oferece ao paciente uma resistência conhecida durante todo o movimento ventilatório, garantida por válvulas com molas não dependentes do fluxo inspiratório do paciente. 121 Há bastantes divergências sobre a carga ideal que deve ser utilizada para a obtenção dos benefícios do treinamento. Verifica-se uma diversidade de valores que variam de 12 a 40% da PImáx, embora haja a indicação da P ág in a2 5 Faculdade de Minas 25 carga mínima de 30% para ser eficiente para se obter bons resultados e ideal para não predispor o paciente à fadiga dos músculos respiratórios. Portanto, é uma carga agradável para o paciente. Assim, é possível garantir maior adesão do mesmo aos protocolos propostos. Diversas são as metodologias empregadas para o fortalecimento da musculatura respiratória, porém não existem diretrizes específicas que visem protocolar a atuação nesse processo do tratamento. De modo geral, a fisioterapia respiratória pode ser descrita como um conjunto de intervenções voltadas à prevenção e à recuperação de disfunções pulmonares. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes, atenuando desconfortos e tratando doenças. Seja para reverter situações imediatas (como rinite e sinusite), para tratar enfermidades crônicas (como asma, bronquite, enfisema, bronquiectasia, fibrose cística, pneumonia, atelectasia) ou para prevenir transtornos pulmonares, a fisioterapia respiratória é indicada para todas as idades. Para os fisioterapeutas, as diretrizes do tratamento são estabelecidas de acordo com a necessidade do paciente, sempre observando eventuais prescrições médicas. Equipamentos modernos e seguros podem ser usados para potencializar os resultados clínicos. 7. ENTENDA O QUE É FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA E AS TÉCNICAS UTILIZADAS As mudanças no cotidiano das pessoas e no mundo em geral estão fazendo com que surjam novas doenças diariamente e com isso é necessário que aconteça uma modernização nos tratamentos, que precisam ser realizados de forma mais eficaz e especializada. P ág in a2 6 Faculdade de Minas 26 Por exemplo, no Brasil e em todo o mundo a poluição aumentou de uma forma agressiva nos últimos anos, e isso acarretou diversos problemas para a população, principalmente para aquelas pessoas que já possuem algum tipo de problema de saúde ou são mais frágeis, como os idosos e os bebês, que em si não possuem tantos anticorpos para lidar com as doenças, quanto os demais seres humanos. Por conta desse aumento da poluição, mudanças drásticas de temperatura, e outros fatores, as pessoas estão tendo mais problemas relacionados com o sistema respiratório. Nesse sentido, a fisioterapia atua buscando encontrar técnicas cada vez mais aprimoradas, que possam resolver ou amenizar esses transtornos. 8. O QUE É FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA A Fisioterapia Respiratória pode ser caracterizada como sendo um conjunto de técnicas realizadas com o objetivo de prevenir e recuperar disfunções referentes ao processo de respiração do ser humano, promovendo assim a máxima funcionalidade e qualidade de vida para as pessoas que sofrem com disfunções respiratórias. Essa especialidade que engloba diversos instrumentos e procedimentos existe há bastante tempo, praticamente desde os anos 80, que foi quando foi fundado no Brasil o Núcleo de Estudos em Fisioterapia Respiratória, liderado pelo especialista em Fisioterapia Respiratória, Carlos Alberto Caetano Azeredo. Esse núcleo reunia profissionais de diversas regiões do Brasil, com o objetivo de ampliar a compreensão de concepções acerca das patologias respiratórias. P ág in a2 7 Faculdade de Minas 27 9. CONHEÇA AS TÉCNICAS UTILIZADAS NA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA Como falado anteriormente, dentro da Fisioterapia Respiratória existem diversas técnicas e procedimentos que são realizados, conforme os problemas respiratórios e a situação em que o paciente se encontra. Algumas técnicas são: Exercícios respiratórios Respiração pelo diafragma Funciona para fortalecer a expansão da base dos pulmões, e para a sua realização o paciente deve permanecer sentado, com o tronco inclinado cerca de 45º para trás, com as costas e a cabeça bem apoiadas, os joelhos dobrados e o abdômen relaxado, apoiando uma mão sobre este para perceber os movimentos respiratórios e controlar o exercício realizado. Então, deve inspirar de forma lenta e profunda, para que se possa verificar a expansão da parede abdominal e a descida do diafragma. Em seguida, deve expirar o ar lentamente para que seja perceptível a contração da musculatura abdominal e a subida do diafragma. Essa é uma das técnicas que são utilizadas assim que se inicia o tratamento do paciente com problemas respiratórios. Sopros Entre os exercícios existentes, um dos mais úteis para fortalecer a expiração é o sopro, que consiste na realização de inspirações profundas seguidas de expirações pela boca efetuadas com os lábios entreabertos, de modo a obstruir a saída do ar. Este exercício não deve ser efetuado muitas vezes seguidas, pois o excesso de oxigenação pode provocar enjoos e sensação de formigamento. P ág in a2 8 Faculdade de Minas 28 Espirometria de estímulos Esta técnica é indicada afim de fortalecer a capacidade inspiratória, sendo realizada com a ajuda de um espirômetro, que é um aparelho simples que avalia o volume de ar aspirado. Para isso opaciente deve colocar os seus lábios na abertura do espirômetro e inspirar o mais profundamente que conseguir. A abertura está ligada a um tubo que deságua numa divisão de três compartimentos, com uma bola de plástico no interior de cada um deles. Quanto maior for o volume de ar inspirado, mais bolas sobem no interior do compartimento, ou seja, deve-se tentar fazer subir o maior número de bolas e mantê-las elevadas o máximo de tempo possível. Ao expirar, o paciente retira os seus lábios da abertura e as bolas descem. Exercícios intercostais São indicados com a finalidade de aprender a controlar e fortalecer a expansão do tórax. Para a realização o paciente pode permanecer de pé ou sentado, apoiando as palmas das mãos sobre o tórax: durante a inspiração, deve efetuar uma ligeira pressão nas costelas, de modo a forçar e treinar os músculos inspiratórios e durante a expiração as mãos devem acompanhar o movimento de retração da cavidade torácica e no final, comprimi-la moderadamente com o objetivo de expulsar o máximo de ar possível. Expulsão de secreções Percussão Esse procedimento consiste na aplicação de uma série de ligeiros golpes sobre o peito e costas do paciente com o objetivo de favorecer a liberação das secreções brônquicas e a sua posterior expulsão para os brônquios principais. Esta prática ainda é mais benéfica quando também é P ág in a2 9 Faculdade de Minas 29 realizada uma drenagem postural, pois assim as secreções libertas das distintas aéreas pulmonares circulam até aos brônquios principais, onde depois são expulsas até à cavidade bucal. Os golpes devem ser realizados com as mãos dobradas em forma de concha, da periferia para o centro, durante três ou quatro minutos em cada aérea pulmonar. De modo a evitar incômodos no paciente, deve-se evitar golpear a zona renal, pois é muito sensível, colocando-se uma toalha sobre o corpo com intenção de suavizar o impacto. Tosse assistida Existem vários procedimentos para desencadear a tosse ou fazer com que a mesma seja mais eficaz, de modo a conseguir a expulsão da expectoração. Efetuar uma inspiração profunda, seguida de pequenos sopros expiratórios alternados com breves pausas. Drenagem postural Este procedimento consiste em adotar e manter posições corporais que favoreçam a drenagem das secreções graças a ação da gravidade. Na prática, pretende-se que a zona pulmonar a drenar fique acima dos brônquios principais. Desta maneira, as secreções fluem passivamente, sendo depois expulsas através da boca. Por exemplo, para facilitar a drenagem da zona superior dos pulmões, o paciente deve permanecer sentado e quando as secreções têm a tendência para se acumularem na parte inferior, é necessário que o paciente se incline de forma que a cabeça fique num plano inferior ao resto do corpo. P ág in a3 0 Faculdade de Minas 30 10. QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA A fisioterapia respiratória visa melhorar a dinâmica respiratória e a distribuição do ar inalado pelo pulmão, além de remover secreções brônquicas, resultando assim na melhora da função pulmonar. São aplicadas técnicas manuais, como também aparelhos que ajudam na aplicação deste tipo de fisioterapia. Vale ressaltar que a fisioterapia respiratória utiliza estratégias não invasivas para otimizar o transporte do oxigênio, prevenindo, revertendo ou minimizando as disfunções pulmonares que são causadas por doenças como asma, tuberculose, pneumonia, entre outras. 11. ONDE É REALIZADO O TRATAMENTO PARA REABILITAÇÃO DO PACIENTE O fisioterapeuta avalia o paciente para identificar, relacionar e priorizar o tipo de técnica a ser aplicada, de acordo com o quadro clínico. Quando o paciente está hospitalizado, por exemplo, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o atendimento será mais focado na melhora da eficiência ventilatória ou na redução da sobrecarga dos músculos respiratórios, para evitar a falência desses músculos, o que pode causar a insuficiência respiratória. Já em pacientes que irão se submeter a alguma cirurgia, a fisioterapia respiratória tem caráter preventivo, tanto para melhorar o condicionamento físico, quanto para garantir que após a cirurgia a capacidade respiratória não seja afetada. Quando a fisioterapia respiratória é aplicada em ambulatórios, o tratamento está mais focado na melhora do condicionamento físico e na educação do paciente. Isso tende a aumentar a independência, reduzir os P ág in a3 1 Faculdade de Minas 31 sintomas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida, assim como ajuda na prevenção ou na melhora das comorbidades das doenças respiratórias. 12. MOTIVOS DA GRANDE INCIDÊNCIA DE PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS A incidência de doenças alérgicas respiratórias, como rinite, asma e outros demais problemas, vêm aumentando gradativamente. No Brasil, por exemplo, são em média 8 mortes por dia por complicações relacionadas à asma. A doença representa um dos maiores gastos do Sistema Único de Saúde (SUS), superior, inclusive aos da AIDS. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que são mais de 367 mil autorizações de internações hospitalares (AIH) ao ano, decorrentes de doenças respiratórias. Somadas, asma, pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), representam 12% de todas as internações no país, com gastos superiores a R$ 600 milhões por ano. Pode-se perceber que a Fisioterapia Respiratória é um recurso complementar muito eficaz no tratamento de uma grande variedade de doenças pulmonares, nas quais existe um certo grau de dificuldade em respirar e/ou se produz uma acumulação de secreções que obstruem os brônquios. Este tipo de fisioterapia é especialmente recomendado em algumas doenças pulmonares crônicas, como a asma brônquica, a bronquite crônica, o enfisema, as bronquiectasias e o cancro bronco pulmonar. Todavia, é muito importante que seja sempre o médico a indicá-la, pois também existe o perigo de algumas contraindicações. P ág in a3 2 Faculdade de Minas 32 Principais técnicas de fisioterapia respiratória A depender do quadro clínico do paciente, alguns procedimentos são mais indicados que outros. Para proporcionar resultados efetivos, é importante que o fisioterapeuta avalie a disfunção e trace o melhor plano de tratamento, selecionando a técnica mais eficaz. 13. EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS Embora aparentemente simples, os exercícios respiratórios são fundamentais para o tratamento de algumas enfermidades — tais como a pneumonia severa e o acúmulo de secreção pulmonar após cirurgias que demandam repouso absoluto, por exemplo. Nesses casos, o fisioterapeuta analisa o quadro do paciente e supervisiona os exercícios indicados para cada objetivo terapêutico. Para garantir a execução correta e eficaz, é comum que dispositivos respiratórios específicos sejam utilizados. São eles: Incentivadores respiratórios, que podem ser classificados como a fluxo ou a volume (que mensura volumes inspirados durante o exercício); Terapia com pressão positiva, que se vale de dispositivos que mantém o pulmão expandido durante o exercício, por geração de fluxo de ar ou por resistência de orifício. 14. HIGIENE BRÔNQUICA Indivíduos que retém secreção e desejam facilitar sua mobilização e eliminação por meio da tosse são frequentemente encaminhados à fisioterapia respiratória, com recomendação específica à higiene brônquica. Para executá-la, as técnicas utilizadas são: P ág in a3 3 Faculdade de Minas 33 Drenagem postural, na qual o posicionamento do paciente se vale da gravidade e favorece a drenagem da secreção; Manobras manuais, que empregam percussão, vibrocompressão e tosse assistida; Expiração com pressão positiva, que implica na utilização de dispositivos capazes de exercerpressão expiratória, facilitando a eliminação da secreção via tosse. 15. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA A FISIOTERA- PIA RESPIRATÓRIA Os dispositivos terapêuticos são excelentes aliados no tratamento das disfunções pulmonares. Para cada quadro clínico, há um equipamento específico e pertinente à prática respiratória. Terapia PEP Vibratória O Acapella® possui sistema que combina os benefícios da oscilação de alta frequência do fluxo aéreo à pressão expiratória positiva (PEP), unificando-as para higiene brônquica e mobilização de secreções pulmonares. O dispositivo é principalmente indicado para tratamento de asma, atelectasia, DPOC (bronquite crônica, enfisema e bonquilectasia), fibrose cística, pneumonia e outras doenças pulmonares. Para máxima eficiência, a técnica com Acapella® também pode ser associada Coach® 2. Os modelos têm variações para crianças, adultos e pacientes com baixa capacidade pulmonar. Ficha técnica: Acapella® Green e Acapella® Blue, indicados para higiene brônquica, são os únicos dispositivos passíveis de uso em qualquer decúbito (posição) e P ág in a3 4 Faculdade de Minas 34 com carga ajustável, de acordo com a necessidade do paciente. Podem ser associados à inalação ou acoplado ao Coach® 2, para terapia combinada. O Acapella® Green é indicado para pacientes com capacidade pulmonar >=15l/min. O Acapella® Blue, por sua vez, é ideal para casos de capacidade pulmonarde Downes. A primeira avaliação, antes do atendimento fisioterapêutico, foi feita pelo profissional que realizou o mesmo. Já a segunda parte da avaliação, 15 a 45 minutos após o término do atendimento, foi feita por um segundo fisioterapeuta para evitar possíveis vieses na análise da resposta. O atendimento fisioterapêutico foi constituído por posicionamento, AFE, tapotagem, vibração manual e aspiração nasotraqueal, com duração de, aproximadamente, dez minutos cada técnica (duração da terapia de 40 a 50 minutos), conforme a necessidade do paciente. O número de atendimentos foi realizado de acordo com o quadro clínico de cada criança e dias de internação hospitalar. Antes e após a primeira sessão de fisioterapia respiratória, foi entregue, pelo paciente, aos pais ou responsável, um questionário, o qual avaliou os efeitos da terapia no paciente em curto prazo, por meio das seguintes questões de múltipla escolha: “A criança apresenta dificuldade para dormir?”, “A criança apresenta inapetência?”, “A criança apresenta hipoatividade?”, “A criança apresenta obstrução nasal?” e “A criança apresenta tosse constantemente?”, com alternativas “Sim” e “Não” para cada questão. O acompanhamento do paciente foi realizado após autorização de seus pais ou responsável, assinando um termo de consentimento informado. Os procedimentos realizados neste estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. A idade dos pacientes foi descrita por média, desvio padrão, mínimo e máximo, e o gênero, por frequências absolutas. Os sinais e sintomas avaliados antes e após o atendimento fisioterapêutico foram descritos por frequências absolutas e porcentagens, assim como os itens do questionário. P ág in a3 9 Faculdade de Minas 39 A comparação entre sinais e sintomas nos instantes pré e pós foi realizada utilizando modelos de equações de estimação generalizada (EEG), 66 de modo a contemplar a dependência entre os atendimentos realizados em um mesmo paciente. Em relação aos itens do questionário, a comparação foi feita com o uso do teste de McNemar. Todas as análises foram feitas considerando-se o nível de significância de 5% e utilizando o programa estatístico Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 17.0. As características fisiopatológicas da doença correspondem ao acúmulo de secreções nas vias aéreas, obstrução e colapso de unidades alveolares e hiperinsuflação pulmonar. 54 Lactentes com bronquiolite viral aguda apresentam ruídos adventícios na ausculta pulmonar devido ao processo inflamatório nas vias aéreas inferiores, assim como acúmulo de secreção e material desprendido da mucosa respiratória. 67 Manifestações clínicas como taquipneia, hipóxia leve a moderada e sinais de desconforto respiratório (batimento de asa de nariz e retrações da musculatura acessória da respiração – intercostais e subcostais) são frequentes em pacientes com bronquiolite viral aguda. Também podem estar presentes tosse, febre, coriza, ruídos adventícios na ausculta pulmonar (sibilos, crepitações ou roncos), expansão torácica diminuída e fase expiratória prolongada. 54,68,69 Diante desse contexto, optou-se por realizar um estudo referente a esse tratamento, a fim de confirmar ou não os achados obtidos na literatura. Neste estudo, observou-se melhora significante quanto à presença de tiragens após a fisioterapia, principalmente tiragens intercostais. P ág in a4 0 Faculdade de Minas 40 Em relação à tiragem subdiafragmática, em dois atendimentos os pacientes não a apresentavam antes da fisioterapia, porém evoluíram com esse tipo de tiragem após a terapia. A Academia Americana de Pediatria, 70 em revisão de estudos clínicos randomizados, de coorte e caso-controle encontrados na literatura, desenvolveu níveis de recomendação para os recursos terapêuticos aplicados na bronquiolite e concluiu que a fisioterapia respiratória não deve ser usada rotineiramente, pois eleva o nível de estresse na criança. No entanto, sugere-se que a fisioterapia, em crianças com bronquiolite, seja capaz de desobstruir as vias aéreas, remover secreções e prevenir atelectasias. 69,71 Segundo Carvalho et al, 54 os pacientes com bronquiolite não obtiveram benefício na evolução do quadro clínico da doença com as técnicas de fisioterapia aplicadas (drenagem postural, tapotagem e vibração). Já em estudos franceses, além das técnicas de percussão e vibração, a técnica de aceleração do fluxo expiratório, em especial, mostrou-se efetiva para remover secreções, sendo a fisioterapia respiratória recomendada em um consenso para o manejo e o tratamento da doença. 68, 73,75 Luisi afirma que, ainda que não existem evidências diretas que demonstrem os benefícios da fisioterapia respiratória nos pacientes com bronquiolite, as técnicas de higiene brônquica e recrutamento alveolar são solicitadas para o tratamento dessa doença em serviços de várias partes do mundo. A fisioterapia respiratória tem sido utilizada para desobstrução e higiene brônquica, prevenção de atelectasias e recrutamento alveolar, pois proporciona diminuição da resistência das vias aéreas, promovendo melhor ventilação-perfusão e, consequentemente, diminuindo o trabalho ventilatório P ág in a4 1 Faculdade de Minas 41 por meio da remoção do excesso de muco que se acumula nas vias aéreas. 68 Perrotta et al 62, 76 incluíram em seu trabalho o estudo realizado por Postiaux , 76 que mostrou não haver evidência científica quanto à eficácia da fisioterapia respiratória em recém-nascidos e lactentes portadores de bronquiolite, porém, a utilização de um escore, baseado em sinais clínicos, poderia contribuir para respaldar as técnicas de desobstrução nesses pacientes. No presente estudo, utilizou-se o escore de Wood-Downes modificado por Ferrés, 58 sendo evidente a melhora clínica dos pacientes que apresentavam escore de Downes moderado e grave após a fisioterapia respiratória. Na análise do questionário, houve melhora significante em relação aos diversos itens avaliados, incluindo “dificuldade para dormir”, “inapetência”, “hipoatividade”, “obstrução nasal” e “tosse constante” após o atendimento de fisioterapia, pois a hipersecreção pulmonar dificultava diretamente os sintomas avaliados. Atualmente não há muitos estudos na literatura que comprovem o benefício qualitativo da fisioterapia respiratória em pacientes com bronquiolite. Em contrapartida, na prática clínica, observa-se um número crescente de prescrições de fisioterapia respiratória para lactentes com essa doença, principalmente na redução de complicações pulmonares. 69 Alguns autores referem que crianças com desconforto respiratório leve e que se alimentam normalmente devem ser apenas observadas. Já as que apresentam desconforto respiratório importante, com dificuldade para alimentação, risco de refluxo e broncoaspiração, além de maior edema de vias aéreas superiores, devem ser tratadas com hidratação e aspiração oral e nasal. 70,71 P ág in a4 2 Faculdade de Minas 42 A partir deste estudo, conclui-se que a fisioterapia respiratória promoveu uma melhora significante em curto prazo em muitos sinais e sintomas em pacientes com bronquiolite. No entanto, o estudo apresenta algumas limitações, como a falta de cálculo de poder amostral. Assim, este trabalho tem um maior valor descritivo do que inferencial, não sendo possível extrapolar os resultados obtidos. A ausência de grupo controle, como foi o caso, torna os resultados menos fidedignos; entretanto houve dificuldade em obter um grupo controle devido aos atendimentos ocorreram em um hospital no qual a maioria dos médicos prescreve fisioterapia respira- tória para pacientes com bronquiolite. Acredita-se que novos estudos devam ser feitos para