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Exercício Resolvido GM-02 Diego Machado Marques Prof. Dr. do Instituto de Geociências - Departamento de Geologia, UFRGS Exercício GM-02 • Desenhe o perfil topográfico no corte Y-Z sem exagero vertical e com exagero vertical de 2 vezes; • Observe o mapa e descubra a direção e o sentido do mergulho das camadas A, B, C, D, E e F a partir dos afloramentos (regra dos Vs); • Desenhe os contornos estruturais e calcule o mergulho das camadas A, B, C, D, E e F; • Desenhe as camadas no corte A-B sem exagero vertical e com exagero vertical de 2 vezes (com a simbologia apropriada); • Obtenha a espessura vertical e espessura real da camada B, C, D e E. 2 Contornos estruturais Inicie o exercício localizando todas as estruturas presentes (camadas, falhas, etc.). Identifique o contato entre duas estruturas geológicas onde se deseja calcular o mergulho e a direção. Como exemplo, vamos selecionar o contato entre as camadas A e B (destacado em amarelo na figura ao lado). 3 Contornos estruturais Procure por pontos no contato que esteja na mesma cota topográfica. É necessário pelo menos 2 pontos do contato na mesma cota topográfica Identifique o contato entre duas estruturas geológicas onde se deseja calcular o mergulho e a direção. Como exemplo, foi selecionada a cota 800 (pontos azuis na figura ao lado). 4 Contornos estruturais (contato AB) Conecte os pontos por uma reta. Essa linha será o primeiro contorno estrutural. Contorno estrutural 800 da base da camada B. Esse contorno estrutural nos indica a possível direção da camada (usando a regra da mão esquerda). Para saber a direção da camada, é necessário identificar o sentido do mergulho, usando a regra dos Vs 5 8 0 0 Sentido do mergulho – Regra dos Vs Para a utilização da regra dos Vs, procure no contato da camada um desenho semelhante a um “V” (ou uma “seta”). A ponta do “V” (ou seta) deve estar na parte mais baixa do terreno. “V” com a ponta na parte mais alta do terreno deve ser desconsiderado. A Linha pontilhada em laranja apresenta o “V” que indica o sentido do mergulho. 6 8 0 0 7 Sentido do mergulho – Regra dos V’s (contato AB) 8 0 0 Sabendo que o sentido do mergulho é de 90.0 em relação a direção da camada, traça-se uma reta perpendicular a o contorno estrutural identificado anteriormente. Como referência, use a regra da mão esquerda Direção da camada (strike) e sentido do mergulhos (contato AB) 8 S tr ik e Dip direction Direção da camada Sentido do mergulho Direção da camada (strike) e sentido do mergulhos (contato AB) Para saber o valor exato da direção da camada, é necessário um transferidor. Alinhe o 0° com o norte (N) e faça a leitura da direção da camada no sentido horário. O sentido do mergulho será igual a direção da camada+90°. Direção da camada = N0° Sentido do mergulha = N90° 9 8 0 0 Dip direction Mergulho (dip) Para calcular o mergulho, é necessário o desenho de mais contornos estruturais do mesmo contato. Todos os contornos estruturais do contato serão paralelos entre si. Como exemplo, foram selecionadas as cotas 900 e 800 (pontos azuis na figura ao lado). 10 S tr ik e 8 0 0 9 0 0 11 Mergulho (dip) S tr ik e 8 0 0 9 0 0 Mergulho (dip) 12 Para calcular o mergulho do contato, é necessário saber a escala em que o mapa foi plotado. Usando uma régua, pode-se fazer a equivalência de metros em centímetros. Nesse mapa, 2,5 cm são equivalentes a 500 metros. Dessa maneira, cada centímetro é equivalente a 200 metros. O mapa apresenta uma escala 1:20000 S tr ik e 8 0 0 9 0 0 tan 𝛼 = 𝐶𝑂 𝐶𝐴 tan 𝛼 = 100 500 𝛼 = tan−1 1 5 𝛼 = 11,3° Mergulho (dip) Para calcular o mergulho da camada, usa-se a relação trigonométrica entre a distancia vertical e horizontal de dois contornos estruturais. • A distância horizontal entre os dois contornos estruturais medida é de 2,5 cm. Na escala utilizada, isso equivale a 500 metros. • A distância vertical é de 100 metros (diferença entre a cota 900 e 800). 13 Cota = 900 Cota = 800 CO = 100 CA = 500m 𝛼 S tr ik e 8 0 0 9 0 0 Determinação da espessura da camada B Para calcular a espessura da camada, é necessário encontrar um contorno estrutural que toque os dois lados da camada (base e topo da camada). A diferença de cotas entre o topo e a base da camada nesse contorno estrutural indica a espessura vertical da camada. A relação entre a espessura verdadeira da camada (T) e a espessura vertical (VT) é dada pela equação abaixo. T = cos 𝛼 x VT Onde • T = espessura real da camada • VT = Espessura vertical da camada • α = Ângulo de mergulho da camada 14 S tr ik e 8 0 0 15 Determinação da espessura da camada B E s p e s s u ra v e rt ic a l 𝛼 𝛼 S tr ik e 8 0 0 Espessura vertical e espessura real da camada B No mapa ao lado, pode-se observar que o contorno da estrutura de 800 metros para o limite geológico AB coincide com o contorno da estrutura de 1050 metros para o limite BC. Considerando o mergulho da camada de 11,3°, temos: 𝐓 = 𝒄𝒐𝒔(𝜶) x (1050-800) 𝐓 = 𝒄𝒐𝒔(𝟏𝟏, 𝟑°) x 250 𝐓 = 𝟎. 𝟗𝟖 x 250 𝐓 = 𝟐𝟒𝟓 A espessura real da camada S é aproximadamente 245 metros. 16 S tr ik e 8 0 0 Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • Desenhe o corte de forma paralela ao corte YZ: • O corte YZ é paralelo ao sentido do mergulho, então não é necessário correção para o mergulho aparente: • Na escala utilizada, cada 100 metros equivalem a 0,5 centímetros. . 17 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • Trace linha auxiliares para marcar as cotas topográficas no corte; . 18 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • Conecte os pontos marcados, fazendo as devidas extrapolações 19 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • Trace linha auxiliares para marcar as o contato entre as feições geológicas, nesse caso, camadas. 20 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • A partir do ponto marcado, use um transferido para projetar a camada em subsuperfície 21 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 A B C D D E E F Corte vertical YZ Considere a linha pontilhada YZ. • A partir do ponto marcado, use um transferido para projetar a camada em subsuperfície 22 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 A B C D D E E F 23 Corte vertical YZ α = 11,3° ZY Z 24 Corte vertical YZ (3D) Corte vertical YZ – Exagero vertical de 2x Transferidor de mergulhos proporcionais 1) Selecione 11,3° na escala de exagero vertical de 2x; 2) A partir do ângulo identificado na escala com o exagero vertical desejado, trace uma reta até a origem do transferidor 3) Identifique o ângulo de mergulho com exagero vertical na reta nominal marcado pela reta do item 2. 25 1 2 3 Exemplo: Exagero vertical de 2x e ângulo real de mergulho da camada de 11,3° ângulo de mergulho com exagero vertical = 22° 26 Corte vertical YZ – Exagero vertical de 2x α = 22° Y Z 27 Corte vertical YZ (3D) – Exagero vertical de 2x 8 0 0 Mergulho real e aparente - Corte vertical Para um corte que não seja paralelo ao sentido do mergulho, é necessário fazer uma correção de valores, chamado mergulho aparente. Para essa correção, é necessário encontrar o ângulo entre a direção da camada e o corte desejado. Para esse exemplo, considere o corte CD 28 A B W X 29 Mergulho real e aparente - Corte vertical 8 0 0 Mergulho real e aparente - Corte vertical Relação entre mergulho real e aparente usando ábacos ( ângulo entre o sentido do mergulho e a seção vertical - δ) 1. Identifique os contornos estruturais desejados que representam a direção da feição geológica (camada, falha, etc.); 2. Trace a linha que representa a seçãogeológica que será desenhada 3. Calcule o ângulo entre a direção da camada e a seção geológica (δ). Deve ser