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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO UNIVERSITÁRIO SOCIESC - UNISOCIESC 
 
 
 
 
 
 
JÉSSICA NAZÁRIO MACHADO 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA CAMADA DE COBERTURA UTILIZADA PARA FECHAMENTO 
TEMPORÁRIO EM ATERRO INDUSTRIAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE 
JOINVILLE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joinville 
2018 
 
 
JÉSSICA NAZÁRIO MACHADO 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA CAMADA DE COBERTURA UTILIZADA PARA FECHAMENTO 
TEMPORÁRIO EM ATERRO INDUSTRIAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE 
JOINVILLE 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão apresentado ao 
curso de Bacharelado de Engenharia 
Civil do Centro Universitário Sociesc- 
UNISOCIESC, como requisito para 
obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Me Guilherme de Luca Campos 
 
 
 
 
 
 
Joinville 
2018/1 
 
 
JÉSSICA NAZÁRIO MACHADO 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA CAMADA DE COBERTURA UTILIZADA PARA FECHAMENTO 
TEMPORÁRIO EM ATERRO INDUSTRIAL LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE 
JOINVILLE 
 
 
 
Este trabalho foi julgado adequado à 
obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil e aprovado em sua 
forma final pelo curso de Bacharel em 
Engenharia Civil do Centro 
Universitário Sociesc - UNISOCIESC. 
 
 
Joinville, 03 de julho de 2018. 
 
 
_________________________________ 
Prof. Me Guilherme de Luca Campos (Orientador) 
 
_________________________________ 
Prof. Me Aerton Pereira 
 
_________________________________ 
Engenheira Luciane Herbst Valim 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, por tudo em minha vida e principalmente 
por me dar forças para continuar, quando ela já havia esgotado. 
Aos meus pais por todo apoio, paciência, compreensão, incentivo e amparo. 
Não teria chegado até aqui sem a ajuda de vocês. 
Aos meus colegas de curso que, fizeram parte dessa trajetória, dividindo 
momentos de descontração, estudos, discussões, experiências e conquistas. 
Aos amigos fora da faculdade também, eles foram responsáveis por me tirar 
da rotina, quando eu realmente já não aguentava mais, seja para dar umas risadas 
ou apenas jogar papo fora. 
Á empresa Catarinense Engenharia Ambiental, por todo suporte oferecido 
desde o início da pesquisa. A toda sua equipe operacional Cláudio, Moacir e Luíza, 
minha gratidão pelo convívio durante todo esse tempo que estive presente na 
unidade. 
Aos funcionários do aterro, que ajudaram a implantar as células 
experimentais. 
Ao professor Mestre Guilherme de Luca Campos, pela orientação, 
ensinamentos, competência e apoio. 
E por fim, as professoras Dra. Márcia Adriana Tomaz e Dra. Michela Steluti 
Poleti, pelas valiosas contribuições no desenvolvimento dessa pesquisa. 
 
Obrigada! 
 
 
 
RESUMO 
 
A infiltração da água da chuva na cobertura do aterro gera um líquido chamado 
percolado e esse líquido é a principal fonte de poluição e traz um grave risco de 
contaminação das águas superficiais e principalmente as subterrâneas. A NBR 
10.157 não especifica a espessura da camada de cobertura para ser utilizada, 
apenas exige alguns parâmetros a serem seguidos. O objetivo dessa pesquisa foi 
avaliar a infiltração da água da chuva em camadas de fechamento com espessuras 
diferentes, identificar características geotécnicas do material a ser utilizado na 
camada de fechamento, analisar financeiramente cada célula, verificar o processo 
construtivo da camada e propor manutenções para minimizar a infiltração da água 
da chuva no resíduo. A metodologia compreendeu ensaios de laboratório para a 
caracterização do material utilizado, investigação de campo, com as medições da 
pluviometria e de infiltração. Com os resultados da pesquisa podemos concluir que a 
camada de impermeabilização deve ser executada com o maior grau de 
compactação possível. Uma boa qualidade da compactação irá definir o sucesso da 
utilização deste sistema de impermeabilização. O monitoramento das células 
experimentais mostrou-se satisfatório. A célula simulando a berma de 60 cm infiltrou 
em média 5,10%, a berma de 80 cm infiltrou em média 3,54% e a célula simulando o 
talude infiltrou 0,68%. Vale ressaltar que quanto maior a intensidade da chuva, maior 
a taxa de infiltração. Com a caracterização dos materiais pudemos concluir que o 
material estudado não se trata de uma argila como havíamos deduzido no início, 
mas sim de um silte arenoso e seu coeficiente de permeabilidade ficou na casa de 
 cm/s. A análise dos custos mostrou que mesmo infiltrando pouco utilizando a 
cobertura com argila, seu custo se torna elevado, pois seria necessário contratar 
uma equipe de manutenção. Diante de todas as informações apresentadas, 
concluiu-se que a camada de 80 cm é a mais adequada, pelo seu percentual de 
infiltração ser menor. 
 
Palavras-chave: Camada de cobertura; Camada de cobertura temporária; 
Infiltração, Chorume, Aterro Sanitário. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The infiltration of rainwater into the landfill cover generates a liquid called percolated 
and this liquid is the main source of pollution and carries a serious risk of 
contamination of surface water and especially underground water. NBR 10.157 does 
not specify the thickness of the cover layer to be used, it only requires some 
parameters to be followed. The objective of this research was to evaluate the 
infiltration of rainwater in layers with different thicknesses, to identify geotechnical 
characteristics of the material to be used in the closing layer, to analyze each cell 
financially, to verify the constructive process of the layer and to propose maintenance 
to minimize the infiltration of rainwater into the waste. The methodology comprised 
laboratory tests for the characterization of the material used, field investigation, with 
measurements of pluviometry and infiltration. With the results of the research we 
could conclude that the waterproofing layer should be executed with the highest 
degree of compaction possible. A good quality of compaction will define the success 
of using this waterproofing system. The monitoring of the experimental cells was 
satisfactory. The cell simulating the 60 cm border infiltrated on average 5.10%, the 80 
cm border infiltrated on average 3.54% and the cell simulating the slope infiltrated 
0.68%. It is noteworthy that the higher the rainfall intensity, the higher the rate of 
infiltration. With the characterization of the materials we could conclude that the 
studied material is not a clay as we had deduced in the beginning, but a sandy silt 
and its permeability coefficient was in the house of cm / s. The analysis of the 
costs showed that even infiltrating little using the cover with clay, its cost becomes 
high, since it would be necessary to hire a maintenance team. In view of all the 
information presented, it was concluded that the 80 cm layer is the most adequate 
because its percentage of infiltration is lower. 
 
Keywords: Coverage layer; Temporary coverage layer; Infiltration, Slurry, Landfill. 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Detalhes das etapas para realização de um aterro sanitário .................... 21 
Figura 2 - Esquema ilustrativo do revestimento de fundo ......................................... 23 
Figura 3 - Modelo de ancoragem de Geomembrana ................................................. 24 
Figura 4 - Sistema de drenagem de chorume ........................................................... 25 
Figura 5 – Modelos de drenagem de fundo – A) Drenagem espinha de peixe B) 
Colchão drenante ...................................................................................................... 26 
Figura 6 – Dreno de gás – A) Esquema de um dreno de gás; B) Simulação do dreno 
de gás em um aterro sanitário ................................................................................... 27 
Figura 7 - Queimador de Biogás ...............................................................................42 
 
2.4.2.2 Ensaio de carga variável 
 
Um permeâmetro de nível variado é exibido na Figura 12. Geralmente é 
utilizado para solos finos (CAPUTO, 1988). 
 
Figura 12 - Ensaio de permeabilidade com carga variável 
Piezômetro
dh
h
h2
h1
Pedra porosa
Pedra porosa
Corpo de prova do solo
 
 Fonte: Adaptado Das (2012) 
 
Segundo Caputo (1988) e Das (2012) a água de um piezômetro flui através 
de um solo. A diferença da carga inicial a um tempo t = 0 é registrada e a água 
pode fluir através da amostra de solo de forma que a diferença de carga final no 
tempo t = seja , resultando na Eq. 6. 
 
 
 
 
 
 
 
 ...(6) 
 
2.4.3 Fatores que influenciam a permeabilidade do solo 
 
Existem diversos fatores que influenciam o coeficiente de permeabilidade do 
solo. A seguir serão apresentados os principais fatores descritos na literatura. 
 
43 
 
2.4.3.1 O índice de vazios (e) 
 
O coeficiente de permeabilidade é diretamente proporcional ao índice de 
vazios (e) da amostra, ou seja, quanto maior for o “e” maior será o valor de k 
(coeficiente de permeabilidade). Quanto mais compacto estiver o solo, menor será 
sua permeabilidade, pois o tamanho e forma do fluxo serão menores (MARANGON, 
2015). 
 
2.4.3.2 A temperatura da água 
 
Segundo Marangon (2015) a viscosidade da água depende da temperatura, 
quanto maior o valor da temperatura da água menor a sua viscosidade e mais 
facilmente água flui, aumentando o coeficiente de permeabilidade. Este fator tem 
importância para os ensaios de laboratório. De acordo com a norma NBR 14.545 
deve-se corrigir a temperatura para o valor de 20ºC, por intermédio da Eq. 7. 
 
 ...(7) 
 
Sendo: 
 – é a relação entre a viscosidade da água na temperatura de ensaio e a 
viscosidade da água a 20º C, obtida na Tabela A.18 (Anexo B). 
 – é o coeficiente de permeabilidade referido à temperatura de 20º C, em cm/s. 
 
2.4.3.3 Densidade e viscosidade da água 
 
Quanto mais pesada e viscosa for à água maior será a dificuldade com que 
atravessará os poros do solo (PAZZETTO, 2009). 
 
2.4.3.4 Tipo de solo 
 
Segundo Caputo (1988) os solos granulares, como pedregulhos e areias, 
apresentam maior K. Solos finos, siltes e argilas apresentam menor K, como 
demostrado na Tabela 5. 
 
44 
 
Tabela 5 - Valores de coeficiente de permeabilidade 
Fração de solo K (m/s) 
Argilasé apresentado na 
Figura 17. Um sulco é aberto no centro da amostra do solo com a ferramenta 
padrão. Com o uso de um excêntrico operado por manivela, a concha é levantada e 
cai de uma altura de 10 mm. 
 
Figura 17 - Aparelho Casagrande 
 
 
Fonte: Pazzeto (2009) 
49 
 
Limite de Liquidez é o teor de umidade necessário para fechar uma distância 
de 12,7 mm ao longo da parte inferior do sulco após 25 golpes (DAS, 2007). Um 
exemplo de antes e depois do ensaio estão apresentados na Figura 18 
 
Figura 18 - Amostra do solo antes e depois do ensaio 
 
Fonte: Caputo (1988) 
 
É difícil ajustar o teor de umidade no solo para atender ao fechamento 
necessário de 12,7 mm do sulco na amostra de solo em 25 golpes. Sendo assim, 
são realizados no mínimo três ensaios para o mesmo solo com teores de umidade 
diferentes e o número de golpes, N, necessário para obter o fechamento entre 15 e 
35. O teor de umidade no solo e o respectivo número de golpes são traçados em 
papel gráfico semi-logarítmico. A relação entre o conteúdo de umidade e log N é 
aproximada por uma linha reta chamada de curva de fluidez. O teor de umidade 
correspondente a N = 25, determinado a partir da curva de fluidez, fornece o limite 
de liquidez do solo. A representação do Limite de Liquidez está apresentada na 
Figura 19. 
 
Figura 19 - Gráfico Limite de Liquidez 
 
Fonte: Caputo (1988) 
50 
 
Os solos são tanto mais compressíveis (sujeitos a recalques) quanto maior o 
seu LL. 
 
2.5.2.2 Limite de Plasticidade (LP) 
 
O Limite de Plasticidade é definido como o menor teor de umidade com o 
qual se consegue moldar um cilindro com 3 mm de diâmetro por 10 cm de 
comprimento, rolando-se o solo com a palma da mão (PINTO,2002). 
O procedimento é padronizado no Brasil pela NBR 7180. A Figura 20 mostra 
a execução do ensaio de plasticidade. 
 
Figura 20 - Execução ensaio Limite de Plasticidade 
 
Fonte: Caputo (1988) 
 
Segundo Das (2012) e Caputo (1988) o limite de plasticidade é o limite mais 
baixo do intervalo plástico do solo. O ensaio de limite de plasticidade é simples e 
realizado manualmente por rolamentos de uma massa de solo de forma elipsoidal 
sobre uma placa de vidro despolido. O limite de plasticidade é expresso pela 
umidade a qual o solo começa a fraturar-se. 
A diferença numérica entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade 
fornece o índice de plasticidade (IP = LL-LP), utilizado como um dos parâmetros 
para a classificação dos solos. Quanto maior o valor do IP, mais plástico o solo se 
apresenta. 
 
51 
 
2.5.3 Ensaio de compactação – Proctor Normal 
 
Entende-se por compactação de um solo qualquer redução, mais ou menos 
rápida, do índice de vazios, por processos mecânicos. Essa redução ocorre em face 
da expulsão ou compressão do ar dos vazios dos poros. Esse processo resulta em 
um aumento da massa específica do solo e um aumento da resistência desses 
materiais devido à maior concentração de partículas sólidas por unidade de volume. 
Obtém-se ainda uma melhoria nas propriedades de impermeabilidade, implicando 
numa redução da variação dos teores de umidade (MASSAD, 2003). 
O Ensaio de Proctor foi padronizado no Brasil pela NBR 7182. Neste ensaio 
o solo é compactado em um molde com um volume de 944 cm³. O diâmetro do 
molde é de 101,6 mm. Durante o ensaio de laboratório, o molde é preso a uma 
chapa de apoio na parte inferior e a uma extensão ou colar no topo. O solo é 
misturado com várias quantidades de água e, depois, compactado em três camadas 
iguais por um soquete, que golpeia 25 vezes cada camada. A massa do soquete é 
de 2,5 kg, e a altura da queda é de 30,5 cm (DAS; 2012 e CAPUTO; 1988). Na 
Figura 21 é apresentado um esquema do equipamento do ensaio. 
 
Figura 21 - Exemplo ensaio Proctor Normal 
 
 
Fonte: Caputo (1988) 
 
Em cada ensaio, o peso específico natural de compactação, , pode ser 
calculado pela Equação 9. 
 
52 
 
 
 
 
 ...(9) 
 
Onde: 
 : Peso específico; 
W: Peso do solo compactado no molde 
 : volume no molde 
 
Em cada ensaio, o teor de umidade do solo compactado é determinado em 
laboratório. Com o teor de umidade conhecido, é possível calcular o peso especifico 
seco. Denomina-se energia de compactação ou esforço de compactação o trabalho 
executado referido à unidade de volume após a compactação. A energia de 
compactação é definida pela Equação 10. 
 
 
 
 
 ...(10) 
 
Onde: 
 
n: Número de golpes; 
P: peso do soquete; 
H: altura de queda; 
V = volume de solo compactado; 
N = número de camadas. 
 
2.5.4 Índice de Suporte Califórnia - CBR 
 
O CBR, por tradução Índice de Suporte Califórnia (ISC), determina a 
resistência à penetração de uma amostra saturada compactada segundo o método 
Proctor, por meio da determinação do Índice Suporte Califórnia e a expansão do 
solo ensaiado (CAPUTO; 1988). 
O Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR - California Bearing Ratio) é a 
relação, em percentagem, entre a pressão exercida por um pistão de diâmetro 
padronizado necessária à penetração no solo até determinado ponto (0,1”e 0,2”) e a 
pressão necessária para que o mesmo pistão penetre a mesma quantidade em solo-
53 
 
padrão de brita graduada. Através do ensaio de CBR é possível conhecer qual será 
a expansão de um solo sob um pavimento quando este estiver saturado, e fornece 
indicações da perda de resistência do solo com a saturação. Apesar de ter um 
caráter empírico, o ensaio de CBR é mundialmente difundido e serve de base para o 
dimensionamento de pavimentos flexíveis (FURTADO; 2016). 
 
2.5.5 Ensaio de cisalhamento direto 
 
A determinação da resistência ao cisalhamento de um solo pode ser feita 
através de ensaios em campo ou em laboratório. Os ensaios em laboratório, mais 
usuais, são os ensaios de cisalhamento direto e os ensaios triaxiais, ao passo que 
os ensaios de campo, mais utilizados, são os ensaios de palheta “Vane-Test ”, 
sondagens à percussão e cisalhamento direto “In situ” (MACHADO, 1997). 
Segundo Caputo (1988), o ensaio de cisalhamento direto é o mais antigo 
procedimento, e baseia-se no critério de Coulomb. O mesmo consiste em 
determinar, sob uma tensão normal, qual a tensão de cisalhamento capaz de 
provocar a ruptura de uma amostra de solo, colocada dentro de uma caixa composta 
de duas partes deslocáveis entre si. 
A Figura 22 mostra a forma de como são plotados os resultados típicos de 
ensaios de cisalhamento direto e que, de uma maneira geral, representam o que 
ocorre num solo ao ser cisalhado. 
 
Figura 22 - Ensaio de cisalhamento direto: representação de resultado típico do ensaio 
 
Fonte: Pinto (2002) 
 
54 
 
É registrado também, durante o ensaio, a deformação vertical do corpo de 
prova, a qual indica se houve variação no volume da amostra durante o 
cisalhamento. Realizando-se ensaios com diversas tensões normais, pode-se plotar 
num gráfico as tensões de ruptura para cada tensão normal, obtendo-se uma 
envoltória de resistência, a qual determinará os valores dos parâmetros, ângulo de 
atrito e coesão do solo em estudo. 
Para a execução do ensaio é colocada uma amostra de solo em uma caixa 
de cisalhamento bipartida horizontalmente, conforme Figura 23. 
 
Figura 23 - Esquema da caixa de cisalhamento direto 
 
Fonte: Pinto (2002) 
 
Aplica-se, inicialmente, uma força vertical N. Uma força horizontal T é 
aplicada na metade inferior da caixa, provocando seu deslocamento. Uma célula de 
carga instalada na metade superior da caixa vai agir no sentido de impedir o 
movimento, medindo a força suportada pelo solo. 
Esse capítulo irá auxiliar na elaboração dos resultados que serão 
necessários para a realização dessa pesquisa. No capítulo a seguir será 
apresentadaa metodologia que será utilizada. 
 
55 
 
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 
 
Este capítulo será apresentado como procedimento metodológico e tem 
como objetivo responder sobre a problemática apresentada. Descrevendo local de 
estudo, os procedimentos e equipamentos utilizados nos ensaios de caracterização 
do solo e descrição das células experimentais que foi realizado durante essa 
investigação. 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 
 
A primeira etapa do trabalho será seguida com a realização de uma 
pesquisa bibliográfica em literaturas sobre o assunto, uma revisão apoiada em 
trabalhos acadêmicos, artigos científicos, boletins e normas técnicas que 
padronizam projetos e operações de um aterro de resíduos, e livros com a 
abordagem sobre o assunto. 
Será aplicado o método de pesquisa experimental, onde busca-se 
informação através de fenômenos que podem ser reproduzidos de maneiras 
controladas, objetivando a descoberta de fatores que o produzem. Geralmente são 
feitos por amostragem e os resultados considerados válidos para uma amostra. Na 
segunda etapa do trabalho será realizado ensaios de laboratório e construção de 
células experimentais. 
 
3.2 AMBIENTE DA PESQUISA 
 
O estudo foi desenvolvido em um aterro industrial localizado no município de 
Joinville que fica na região norte do estado de Santa Catarina no bairro denominado 
Zona Industrial Norte, em detalhe sua localização é apresentada na Figura 24. 
 
56 
 
Figura 24- Localização da área de estudo 
Fonte: Adaptado Vector (2017) 
 
O município de Joinville tem uma área de 1.126,11 km², é a maior cidade do 
estado, com 577.077 habitantes (IBGE 2017). É polo industrial do estado de Santa 
Catarina, concentra grande parte da atividade econômica na indústria com destaque 
para os setores metalmecânico, têxtil, plástico, metalúrgico, químico e farmacêutico. 
(PMJ, 2017). O Produto Interno Bruto de Joinville também é um dos maiores do país, 
em torno de R$24.570.851,00 por ano (IBGE 2017). 
O relevo do município é formado por três grandes partições topográficas, 
sendo elas: a planície costeira, a leste; a escarpa da Serra do Mar, na porção 
central, e o planalto, a oeste. O setor correspondente ao planalto compreende uma 
área onde predominam pequenas cristas e morros de topos convexos, vales em “V” 
e simétricos, e cotas que variam entre 780 e 960 m (OLIVEIRA, 2006). 
 
3.2.1 Caracterização do clima da área de estudo 
 
O clima da cidade é do tipo úmido a superúmido, mesotérmico, com 
pequenos períodos de estiagem. A umidade relativa média anual do ar é de 76,04%. 
(CIDADE EM DADOS, 2017). A distribuição média anual de precipitação é maior na 
região nordeste do Estado, próximo ao município de Garuva, que faz divisa com a 
cidade em estudo, onde são encontrados valores superiores a 2.700 mm 
(PANDOLFO et al., 2002). Entretanto, Mello et al. (2013) relata que o pluviômetro 
57 
 
Estrada dos Morros, localizado próximo ao rio Piraí, em Joinville (SC), registra uma 
média anual de 3.004,7 mm, representando uma série de 23 anos de dados, de 
1987 a 2009, ou seja, existem valores específicos de precipitação que ultrapassam 
os 2.900 mm registrados no Atlas Climatológico de Santa Catarina mostrado na 
Figura 25. Sendo assim, observa-se que a área de estudo está localizada na parte 
mais escura do mapa. 
 
Figura 25 - Mapa de pluviosidade de Santa Catarina 
 
Fonte: Mello (2015) 
 
3.2.2 Área de estudo 
 
O aterro industrial de Joinville atende principalmente as indústrias do norte 
catarinense do seguimento metalmecânico e recebe resíduos industriais Classe I 
(perigosos) e Classe II. A Estação de Tratamento de Efluentes, também é 
considerada uma tecnologia, pois recebe efluentes de terceiros para realizar o 
tratamento. 
As instalações do aterro industrial contam com uma área total de 52 
hectares. O aterro Classe I é disposto nas células de numeração 1 a 14, com uma 
58 
 
área total de 25.013,00 m² e o aterro Classe II é disposto nas células de numeração 
1 a 9, com uma área total de 82.021,05 m². 
Tanto o aterro Classe I como o Classe II, possuem áreas disponíveis para 
ampliação e construção de novas células. O local onde será realizado o estudo foi 
inaugurado em 2002 com projeção de operação prevista até 2050. São recebidas 
em média 1000 toneladas diárias e até os dias atuais já foram depositados cerca de 
2,3 milhões de toneladas de resíduo desde o início da sua operação. 
Segundo a Licença Ambiental aprovada são apresentados os itens julgados 
importantes para a execução dessa pesquisa quanto à impermeabilização inferior 
dos aterros Classe I e Classe II. 
Aterro Classe I: solo compactado, argila compactada (k=1x cm/s) com 
no mínimo 1,5 m de espessura, geomembrana PEAD (2,0 mm) e geotêxtil de 
separação (200 g/cm²) e instalação do dreno testemunho; 
Aterro Classe II: solo compactado, camada de aterro para nivelamento 
(Máximo 3,0 m), argila compactada (k=1x cm/s) com no mínimo 1,0 m de 
espessura, geomembrana PEAD (2,0 mm). 
A mesma Licença Ambiental não impõe condicionante referente à cobertura 
do aterro, apenas comenta que a cobertura vegetal dos taludes das células 
concluídas deve ser mantida, de forma a proteger o solo de erosões e ruptura nos 
taludes. 
Atualmente o fechamento da cobertura temporária é realizado com uma 
camada de argila na berma e no talude de 30 e 60 cm respectivamente. Na 
superfície superior é utilizada uma manta de sacrifício (geomembrana de PEAD 0,8 
mm), com o intuito de selar o aterro. Na Figura 26 está localizado o aterro em 
estudo. 
 
59 
 
Figura 26 - Caracterização do local de estudo 
 
Fonte: Vector (2017) 
 
3.3 ETAPAS DA PESQUISA 
 
Na Figura 27, é apresentado um esquema das principais etapas da pesquisa 
e desenvolvimento do processo metodológico. 
 
Figura 27 - Fluxograma do Processo Metodológico 
 
Fonte: A autora (2018) 
Classe II 
Classe I 
Jazida 
60 
 
Conforme o fluxograma do processo metodológico apresentado na Figura 27 
na etapa número 1 foi elaborado o referencial teórico dessa pesquisa, 
fundamentando a importância do sistema de cobertura de um aterro, que 
corresponde a principal fonte na geração de percolado. 
No item número 2 foram realizados os ensaios de laboratório, que consistem 
na caracterização do tipo de solo a ser utilizado na cobertura de fechamento. Dentre 
esses ensaios que foram realizados são: análise granulométrica e determinação dos 
limites de Atterberg. Posteriormente foram realizados ensaios de laboratório para 
verificar a eficiência da argila em estudo, dentre esses ensaios serão: ensaio de 
compactação (Proctor Normal), ensaio CBR (Índice de Suporte Califórnia), 
determinação do coeficiente de permeabilidade do solo (k) e ensaio de cisalhamento 
direto. Os ensaios foram realizados no laboratório da empresa Geoforma localizado 
no município de Joinville. As amostras de solo foram coletadas dia 7 de novembro 
de 2017 e dado início aos ensaios de laboratório. 
No item número 3 foram construídas as células experimentais a fim de 
verificar a infiltração em cada tipo de camada construída e também verificar as 
relações entre o clima e as propriedades do solo. Na Figura 28 está exibido o projeto 
e a disposição das mesmas. 
 
Figura 28 - Disposição das células experimentais 
Área total = 50 m² Área total = 50 m²
Pluviômetro
Área total = 50 m²
Talude com 60 cm
Camada com 80 cm Camada com 60 cm
Reservatório
Declividade 1% Declividade 1%
5
1
0
1
0
1
0
5 5
Reservatório Reservatório
Fonte: A autora (2018) 
61 
 
O projeto conta com 3 células ao total, duas células de 60 cm e 80 cm 
respectivamente simulando a berma e uma célula de 60 cm simulando o talude. Seu 
detalhe é mostrado na Figura 29. 
 
Figura 29 - Detalhe de cada célula experimental 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
No item número 4 foram registrados os dados pluviométricos e medido o 
volume de água infiltrada em cada célula experimental,além da vistoria visual do 
comportamento das células ao longo dos ciclos climáticos. O monitoramento 
aconteceu todos os dias pela manhã no período de 02 de janeiro de 2018 até 31 de 
abril de 2018, excluindo sábados e domingos. 
No item número 5 foi realizada a análise dos resultados dos ensaios de 
laboratório e também foi analisado a pluviometria do período analisado com a 
quantidade de água percolada em cada camada. 
No item número 6 foi elaborado a conclusão do trabalho juntamente com os 
resultados obtidos. Esse capítulo foi descrito com as informações obtidas a partir da 
análise dos resultados. 
 
3.4 MÉTODOS 
 
Para obter os resultados necessários dessa pesquisa, foram realizados 
ensaios de laboratório com o objetivo de identificar, caracterizar e determinar as 
principais propriedades dos solos que ocorreram na área de estudo. 
Para dar início aos os ensaios, dia 01/11/2017 foram coletadas amostras 
deformadas da jazida com aproximadamente 15 kg, retiradas em 3 pontos 
diferentes, para serem submetidas aos processos de caracterização geotécnica. Na 
Figura 30 é apresentado o momento em que foi realizado a coleta. Todos os 
62 
 
materiais foram levados ao laboratório de solos da empresa Geoforma Engenharia 
Ltda que foi contratada para a realização dos ensaios de laboratório. 
 
Figura 30 - Coleta da amostra de solo 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
3.4.1 Ensaios de caracterização do solo 
 
Os ensaios para caracterização do tipo de solo foram realizados a partir de 
amostras deformadas e correspondem aos ensaios: análise granulométrica por 
peneiramento e sedimentação (NBR 7.181/84), limite de liquidez (NBR 6.459/84), 
limite de plasticidade (NBR 7.180/84), ensaio de compactação (NBR 7.182/86). 
Para verificar a eficiência da argila foram realizados a partir de amostras 
moldadas em laboratório na umidade ótima e correspondem aos ensaios: ensaio 
CBR (NBR 9.895/87), determinação do coeficiente de permeabilidade (14.545/00) e 
ensaio de cisalhamento (ASTM D3080/03). 
 
63 
 
3.4.1.1 Análise granulométrica 
 
Esse ensaio foi realizado conforme a NBR 7.181. Ele determina o tamanho 
das partículas presentes em uma amostra e através da curva granulométrica foi 
possível diferenciar o material em argiloso ou arenoso. 
Para a execução desse ensaio foi usado os seguintes equipamentos: 
balança, almofariz e mão de gral, cápsulas de alumínio, estufa, jogo de peneiras, 
agitador de peneiras, proveta graduada, densímetro graduado, termômetro e 
cronômetro. 
Para a preparação das amostras foi realizado conforma a NBR 6.457 e 
primeiramente foi secado ao ar uma quantidade de solo maior do que aquela que foi 
utilizada no ensaio e será desmanchado os torrões e homogeneízado o material. 
Para separar a quantidade de material necessária, foi realizado o quarteamento 
manualmente. Posteriormente, foi pesado a amostras de solo seco ao ar e peneirado 
o material na #10 (2,0mm). O material retido na #10 (2,0mm) é utilizado no 
peneiramento grosso do solo. O material que passa na #10 foi separado 120g para 
realizar o peneiramento fino, 70g para o ensaio de sedimentação e 100g para 
determinar a densidade real das partículas e teor de umidade do solo. 
Neste ensaio de peneiramento o material grosso retido na peneira número 
10 (2,0 mm), foi lavado para retirar todas as partículas de material fino. O mesmo 
processo foi realizado para o material fino, retido na peneira de número 200 
(0,075mm). Em seguida as amostras restantes nas peneiras serão secas em estufa 
na temperatura de ± 105º C. Estando as amostras do material grosso e fino 
completamente secas, foram realizados os peneiramentos. A distribuição 
granulométrica do solo foi obtida por meio das peneiras de diâmetro 50, 38, 29, 25, 
9,5 e 4,8 mm, onde todo o processo de agitação foi feita através de um misturador 
por 10 minutos até verificar a completa passagem dos diferentes tamanhos de grãos, 
anotando o peso retido acumulado nas respectivas malhas. Para o peneiramento 
fino a amostra foi passada nas peneiras de diâmetro 1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15 e 
0,075 mm. 
 
64 
 
3.4.1.2 Limite de liquidez (LL) 
 
Esse ensaio foi realizado conforme a NBR 6.459. Para o ensaio de Limite de 
Liquidez foi utilizado o aparelho de Casagrande que consiste em um prato de latão, 
em forma de concha, sobre um suporte de madeira. O ensaio de Limite de Liquidez 
foi realizado colocando uma porção do solo passante na peneira 40 (0,42 mm), em 
um recipiente adicionando-se água até que este tornou-se uma pasta homogênea. 
Em seguida, esta mistura foi colocada no aparelho de Casagrande e realizado o 
ensaio de acordo com a NBR 6459/84. Foi repetida essa etapa 5 vezes. A umidade 
foi determinada através do número de golpes. De cada etapa foi retirada uma 
cápsula com uma parcela da mistura e levada à estufa para a determinação da 
umidade. 
Para a realização das etapas o número de golpes deverá ficar entre os 
valores correspondentes a cada uma delas. Sabendo-se o valor da umidade em 
cada etapa, será traçado um gráfico, onde será analisado o número de golpes x 
umidade. O valor de LL é determinado pela umidade correspondente a 25 golpes. 
 
3.4.1.3 Limite de Plasticidade (LP) 
 
Esse ensaio foi realizado conforme a NBR 7.180. Para esse ensaio o solo 
estava na umidade adequada para o desenvolvimento dos movimentos de 
rolamento, sob uma placa de vidro despolida, na qual se obteve uma forma 
cilíndrica. 
 
3.4.1.4 Ensaio de Compactação 
 
Esse ensaio foi realizado conforme a NBR 7.182 e ele serviu para obtenção 
da umidade ótima necessária para a moldagem dos corpos de prova. O ensaio de 
compactação foi realizado na energia de compactação Proctor Normal em um 
cilindro pequeno e sem reuso do material. 
Para este ensaio foi separado cinco amostras de cerca de 2 kg de solo em 
estado natural, seco ao ar e destorroado, passante na peneira 4,8 mm. Foi 
adicionado 150 ml de água na primeira amostra homogeneizando, posteriormente foi 
repetido o mesmo processo por mais quatro vezes, acrescentando 150 ml a cada 
65 
 
ensaio. Depois de acrescentada a água e de homogeneizada, as amostras do solo 
foram retiradas e levadas à estufa e obtido a real umidade do material. 
Os corpos de prova foram moldados em 3 camadas com 26 golpes cada 
utilizando um soquete de 2,5 kg caindo a uma altura de 30 cm. Posteriormente, foi 
pesado o material ainda no cilindro e descontado o peso do cilindro sendo 
determinado então o peso úmido. Com os valores de peso específico seco e 
umidade, que foram obtidos no ensaio, traçamos a curva de compactação, da qual 
foi determinado o peso específico seco máximo e a umidade ótima. 
 
3.4.1.5 Índice de Suporte Califórnia (CBR) 
 
Esse ensaio foi realizado conforme a NBR 9.895 e ele representa a 
capacidade de um solo comparado com a resistência a penetração de uma haste de 
cinco centímetros de diâmetro. 
Para esse ensaio foi utilizado cilindro e soquete grande, nas três energias: 
normal, intermediaria e modificada, respectivamente: 12, 26 e 55 golpes por 
camada, num total de cinco camadas. Esta norma prescreve o método para 
determinar o valor do ISC e da expansão dos solos em laboratório, utilizando 
amostras deformadas, não reusadas, de material que passa na peneira de 19 mm, 
com um mínimo de 5 corpos-de-prova. As amostras foram compactadas de acordo 
com os resultados do ensaio de compactação. Depois de compactados os moldes 
foram pesados e levados para a imersão em água por quatro dias, com um 
extensômetro, para a medição da expansão. Após o termino da imersão, o corpo-de-
prova foi levado para o ensaio de penetração em uma prensa. A partir deste ensaio 
foi possível traçar a curva de pressão aplicada pelo pistão x penetração do pistão. 
 
3.4.1.6 Determinação do coeficiente de permeabilidade (k) 
 
O ensaio de permeabilidade com carga variável foi realizado conforme a 
NBR 14.545 com amostras indeformadase moldadas em laboratório. Este ensaio é 
mais utilizado para solos finos e ele serviu para determinar o coeficiente de 
condutividade hidráulica (k). O permeâmetro de carga variável que foi utilizado no 
ensaio está indicado na Figura 31A e 31B. 
66 
 
Depois de saturada, a amostra foi devidamente acondicionada em um 
permeâmetro. Para o processo de saturação a amostra foi submetida a um fluxo 
ascendente de água durante um período aproximadamente de 1 dia. 
As leituras da variação da altura da coluna de água foram registradas ao 
longo do tempo. O valor do coeficiente de permeabilidade do solo é obtido com a 
Equação 6, apresentado no item 2.4.2.2 do referencial teórico e corrigido para a 
temperatura de 20ºC com a Equação 11. 
 
 
 
 
 ....(11) 
 
Onde: 
 - coeficiente de permeabilidade na temperatura padrão 20ºC; 
 – coeficiente de permeabilidade na temperatura do ensaio; 
 - viscosidade da água na temperatura de ensaio; 
 – viscosidade da água na temperatura padrão. 
 
Em virtude da baixa permeabilidade de alguns solos, o fluxo de água através 
do solo pôde ser auxiliado com a aplicação de vácuo na extremidade final da 
amostra, para permitir a realização do ensaio. Desta forma, foi aumentada a carga 
hidráulica aplicada sobre a amostra. 
 
Figura 31 – Equipamento para determinação do coeficiente (k) – A) Permeâmetro de carga 
variável; B) Bureta graduada 
 
Fonte: A autora (2018) 
67 
 
3.4.1.7 Ensaio de cisalhamento direto 
 
O ensaio de cisalhamento direto foi realizado conforme a norma ASTM 
D3080/2003 com amostras indeformadas moldadas em laboratório. Com esse 
ensaio podemos determinar os parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo, 
sob uma tensão normal e tensão de cisalhamento , que provoca uma ruptura no 
corpo de prova. São três etapas para a realização desse ensaio: montagem do 
corpo de prova, aplicação da carga vertical e cisalhamento. 
O equipamento consiste numa caixa metálica bipartida, ou seja, uma metade 
superior e outra inferior, preenchida com o material a ser cisalhado. 
Ligado o equipamento e posicionado o corpo de prova, o mesmo foi 
inicialmente submetido à uma tensão vertical, tal processo é chamado de etapa de 
adensamento. 
Após a etapa de adensamento, a caixa sofreu a aplicação de um 
deslocamento horizontal na sua parte inferior e com velocidade uniforme. Tal 
aplicação resultou em um deslocamento relativo entre ambas as metades e 
consequentemente o cisalhamento do corpo de prova 
 
3.5 DESCRIÇÃO DA COBERTURA DAS CÉLULAS EXPERIMENTIAIS 
 
A execução das células experimentais teve início em agosto de 2017. Após 
definido a área onde seria instalado as células experimentais, foi feita a limpeza e 
terraplanagem do local, escavando cada lagoa de acordo com a profundidade 
definida em projeto com caimento para o centro das lagoas conforme Figura 32A e 
32B. 
Em seguida foi instalado a geomembrana de PEAD de 2,0 mm, soldado um 
tubo de PEAD com Ø160 mm conforme é mostrado na Figura 32C. O intuído é 
impermeabilizar as células e conseguir captar toda água decorrente da infiltração 
das camadas e direcionar até o reservatório onde será feito o monitoramento. 
Posteriormente foi assentada uma camada de 10 cm de brita número 1 e 
instalada uma camada de geotêxtil conforme é mostrado na Figura 32D, com a 
função de impedir que a argila se misture com a brita. Por último, foi coletada a 
argila do local de estudo, que se encontra na jazida dentro das dependências da 
68 
 
empresa e dado início a compactação das células conforme é apresentado na 
Figura 32E. 
Para o espalhamento do material e compactação da cobertura foi utilizada 
apenas a esteira da escavadeira Kmatsau 160, não havendo controle de 
compactação e umidade no momento da execução. 
As Figuras 32F, 32G E 32H mostram as células finalizadas. 
Na Figura 32H é possível observar onde está instalado o pluviômetro e parte 
dos reservatórios onde eram coletadas as informações. 
 
69 
 
Figura 32 – Células experimentais – A) Localização das amostras; B) Início da Terraplanagem e 
escavação para a construção das células; C) Instalação da Geomembrana; D) Instalação da 
camada drenante; E) Instalação do Geotêxtil e início da disposição da argila; F) Células 
experimentais devidamente compactadas; G) Células finalizadas; H) Células finalizadas 
 
Fonte: A autora (2018) 
70 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos a partir do 
monitoramento das células experimentais realizados nos meses de janeiro, fevereiro, 
março e abril de 2018, resultado dos ensaios de caracterização do solo, a análise 
dos custos de cada célula experimental, especificações do processo construtivo da 
camada de fechamento e recomendações do sistema de drenagem. 
 
4.1 MONITORAMENTO DAS CÉLULAS EXPERIMENTAIS 
 
Os dados foram coletados diariamente do período de 02 de janeiro até 30 de 
abril de 2018, excluindo sábados, domingos e feriados. Na fase de monitoramento 
das células, eram coletados os dados da pluviometria e o volume de água infiltrado 
de acordo com sua respectiva célula experimental. 
O dado coletado na segunda-feira era referente ao acumulado de sexta, 
sábado e domingo que antecedia a data da coleta. 
Na Tabela 6 é apresentado um resumo de cada período com os dados 
pluviométricos e a quantidade de água infiltrada em cada espessura da célula 
experimental. 
 
Tabela 6 – Resumo da pluviometria e da quantidade de água infiltrada em cada camada 
Data 
Pluviometria Camada 60 cm Camada 80 cm Talude 60 cm 
(mm) (litros) (litros) (litros) 
02 a 31/01/18 630,00 2.089,9 1.584,5 385,60 
01 a 28/02/18 187,50 374,22 278,69 90,09 
01 a 31/03/18 237,5 885,10 491,00 29,7 
01 a 30/04/18 123,00 326,70 198,00 14,85 
TOTAL 1.178,00 3.675,87 2.552,22 520,25 
Fonte: A autora (2018) 
 
4.1.1 Monitoramento das camadas- Janeiro de 2018 
 
Na Tabela 7 é apresentado os dados coletados referente ao mês de Janeiro 
de 2018. Nesses dados são encontrados a quantidade de água da chuva que 
infiltrou em cada célula experimental, juntamente com a pluviometria que incidiu 
sobre a área. 
71 
 
Tabela 7 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrada - JANEIRO 
Data 
Pluviometria Camada 60 cm Camada 80 cm Talude 60 cm 
(mm) (litros) (litros) (litros) 
02/01/2018 10,0 24,75 16,83 2,97 
03/01/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
04/01/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
05/01/2018 
18,0 29,7 19,8 4,95 06/01/2018 
07/01/2018 
08/01/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
09/01/2018 12,0 21,78 14,85 1,98 
10/01/2018 16,0 24,75 19,8 3,46 
11/01/2018 32,0 103,95 74,25 9,9 
12/01/2018 
109,0 504,9 366,3 79,2 13/01/2018 
14/01/2018 
15/01/2018 26,0 59,4 39,6 9,9 
16/01/2018 230,0 920,7 752,4 212,85 
17/01/2018 22,0 54,45 36,63 7,92 
18/01/2018 4,0 9,9 6,43 0,0 
19/01/2018 
30,0 99,0 71,28 8,91 20/01/2018 
21/01/2018 
22/01/2018 24,0 56,43 38,61 9,9 
23/01/2018 12,0 21,78 14,85 3,96 
24/01/2018 44,0 84,15 64,35 29,7 
25/01/2018 5,0 11,8 6,93 0,0 
26/01/2018 
14,0 23,76 16,83 0,0 27/01/2018 
28/01/2018 
29/01/2018 12,0 19,8 14,85 0,0 
30/01/2018 8,0 15,84 9,9 0,0 
31/01/2018 2,0 2,97 0,0 0,0 
TOTAL 630,00 2.089,14 1584,5 385,60 
Fonte: A autora (2018) 
 
Com os dados da pluviometria e a área de cada célula experimental, pôde-
se fazer uma relação com o volume infiltrado, definindo uma porcentagem de 
infiltração para cada célula de acordo com os dias em que ocorria chuvas. Esse 
dado é apresentado no Gráfico 1. 
 
72 
 
Gráfico 1 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Janeiro 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
Janeiro é um mês em que ocorre altos índices pluviométricos, como por 
exemplo no referido mês choveu 630 mm. Dando um destaque para o dia 16 de 
janeiro que choveu 230 mm em apenas algumas horas. Observou-se também, que 
quanto maior aintensidade da chuva em menor intervalo de tempo, maior era sua 
taxa de infiltração, ficando este valor acima da média encontrada comparando com 
os outros dias. 
 
4.1.2 Monitoramento das camadas- Fevereiro de 2018 
 
Na Tabela 8 é apresentado os dados coletados referente ao mês de 
Fevereiro de 2018. Nesses dados são encontrados a quantidade de água da chuva 
que infiltrou em cada célula experimental, juntamente com a pluviometria que incidiu 
sobre a área. 
 
 
73 
 
Tabela 8 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - FEVEREIRO 
Data 
Pluviometria Camada 60 cm Camada 80 cm Talude 60 cm 
(mm) (litros) (litros) (litros) 
01/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
02/02/2018 
2,0 4,95 3,46 0,0 03/02/2018 
04/02/2018 
05/02/2018 1,0 1,98 0,99 0,0 
06/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
07/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
08/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
09/02/2018 
58,0 103,95 77,22 29,7 10/02/2018 
11/02/2018 
12/02/2018 22,0 54,45 44,55 14,85 
13/02/2018 7,0 19,8 14,85 0,0 
14/02/2018 3,0 5,94 4,95 0,0 
15/02/2018 7,0 19,8 14,85 0,0 
16/02/2018 
0,0 0,0 0,0 0,0 17/02/2018 
18/02/2018 
19/02/2018 2,0 4,95 2,97 0,0 
20/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
21/02/2018 25,0 44,55 29,7 15,84 
22/02/2018 45,0 84,15 64,35 29,7 
23/02/2018 
4,5 4,95 3,46 0,0 24/02/2018 
25/02/2018 
26/02/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
27/02/2018 7,0 14,85 10,89 0,0 
28/02/2018 4,0 9,9 6,43 0,0 
TOTAL 187,50 374,22 278,69 90,09 
Fonte: A autora (2018) 
 
No Gráfico 2 é apresentado a relação entre a quantidade de água da chuva 
com a quantidade de água infiltrada. 
 
74 
 
Gráfico 2 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Fevereiro 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
Fevereiro foi um mês que choveu pouco e de acordo com o dado coletado 
teve uma pluviometria de 187,5 mm. Não ocorrendo nenhuma chuva fora do normal. 
Dia 22 de fevereiro foi o que registrou a maior pluviometria, cerca de 44 milímetros. 
Não ocorrendo também nenhum dado muito acima da média registrado. 
 
4.1.3 Monitoramento das camadas- Março de 2018 
 
Na Tabela 9 é apresentado os dados coletados referente ao mês de Março 
de 2018. Nesses dados são encontrados a quantidade de água da chuva que 
infiltrou em cada célula experimental, juntamente com a pluviometria que incidiu 
sobre a área. 
 
 
75 
 
Tabela 9 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - MARÇO 
Data 
Pluviometria Camada 60 cm Camada 80 cm Talude 60 cm 
(mm) (litros) (litros) (litros) 
01/03/2018 2,5 5,94 1,98 0,0 
02/03/2018 
29,0 59,4 24,75 1,98 03/03/2018 
04/03/2018 
05/03/2018 5,0 9,9 6,93 0,0 
06/03/2018 10,0 29,7 19,8 0,0 
07/03/2018 1,0 1,98 0,0 0,0 
08/03/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
09/03/2018 
0,0 0,0 0,0 0,0 10/03/2018 
11/03/2018 
12/03/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
13/03/2018 0,0 0,0 49,5 0,0 
14/03/2018 33,0 67,32 16,83 2,97 
15/03/2018 8,0 27,72 0,0 0,0 
16/03/2018 
3,0 4,95 29,7 0,0 17/03/2018 
18/03/2018 
19/03/2018 16,0 39,6 49,5 4,95 
20/03/2018 22,0 59,4 0,0 5,94 
21/03/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
22/03/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
23/03/2018 
20,0 99,0 79,2 0,99 24/03/2018 
25/03/2018 
26/03/2018 33,0 227,7 99,0 3,96 
27/03/2018 5,0 14,85 9,9 2,97 
28/03/2018 10,0 34,65 24,75 3,96 
29/03/2018 3,0 4,95 0,0 0,0 
30/03/2018 
37,0 198,0 79,2 
1,98 
31/03/2018 
TOTAL 237,5 885,1 491,0 29,7 
Fonte: A autora (2018) 
 
No Gráfico 3 é apresentado a relação entre a quantidade de água da chuva 
com a quantidade de água infiltrada. 
76 
 
Gráfico 3 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Março 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
Março foi um mês que choveu dentro da média, cerca de 237,5 mm. A 
porcentagem de infiltração foi um pouco maior nos dias em que a intensidade da 
chuva ocorreu em um curto intervalo de tempo, como por exemplo dia 26 de março 
que choveu 33 mm e infiltrou cerca de 13,8%, mais que o dobro da média registrada 
nos outros dias. 
 
4.1.4 Monitoramento das camadas- Abril de 2018 
 
Na Tabela 10 é apresentado os dados coletados referente ao mês de Março 
de 2018. Nesses dados são encontrados a quantidade de água da chuva que 
infiltrou em cada célula experimental, juntamente com a pluviometria que incidiu 
sobre a área. 
 
 
77 
 
Tabela 10 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - ABRIL 
Data 
Pluviometria Camada 60 cm Camada 80 cm Talude 60 cm 
(mm) (litros) (litros) (litros) 
01/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
02/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
03/04/2018 10,0 19,8 14,85 0,99 
04/04/2018 66,0 168,3 79,2 5,94 
05/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
06/04/2018 
0,0 0,0 0,0 0,0 07/04/2018 
08/04/2018 
09/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
10/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
11/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
12/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
13/04/2018 
17,0 49,5 39,6 1,98 14/04/2018 
15/04/2018 
16/04/2018 9,0 19,8 14,85 0,99 
17/04/2018 21,0 69,3 49,5 4,95 
18/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
19/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
20/04/2018 
0,0 0,0 0,0 0,0 21/04/2018 
22/04/2018 
23/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
24/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
25/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
26/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
27/04/2018 
0,0 0,0 0,0 0,0 28/04/2018 
29/04/2018 
30/04/2018 0,0 0,0 0,0 0,0 
TOTAL 123,00 326,70 198,00 14,85 
Fonte: A autora (2018) 
 
No Gráfico 4 é apresentado a relação entre a quantidade de água da chuva 
com a quantidade de água infiltrada. 
 
 
78 
 
Gráfico 4 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Abril 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
Abril foi um mês que choveu pouco, cerca de 123 mm durante o mês todo. 
Teve 23 dias sem chuva e o único dado um pouco acima da média foi dia 17 de abril 
que infiltrou cerca de 6,60% da sua pluviometria de 21 mm. 
 
4.1.5 Média do monitoramento das camadas 
 
A partir dos resultados coletados, fez-se uma média de cada mês sobre a 
quantidade infiltrada em relação com a pluviometria apenas dos dias em que ocorreu 
chuva. Os dados encontrados estão apresentados na Tabela 11. 
 
Tabela 11 - Média mensal das infiltrações 
 Mês 
Células Janeiro Fevereiro Março Abril 
Média 
Final 
Berma 60 cm 4,75 % 4,34% 6,12% 5,18% 5,10% 
Berma 80 cm 3,42% 3,08% 4,04% 3,61% 3,54% 
Talude 60 cm 0,77% 1,24% 0,43% 0,26% 0,68% 
Fonte: A autora (2018) 
 
79 
 
De acordo com os resultados obtidos em campo, concluiu-se que na camada 
de berma de 60 cm infiltra em torno de 5,10%, na camada de berma de 80 cm infiltra 
em torno de 3,54% e na camada de talude de 60 cm, infiltra em torno de 0,68%. 
Para um resultado mais preciso, o ideal seria fazer esse acompanhamento 
durante um período mais prolongado ao longo dos ciclos climáticos para se ter um 
resultado mais preciso. 
 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA COBERTURA 
 
Para a caracterização e classificação do solo utilizado, serão apresentados 
os resultados dos seguintes ensaios: análise granulométrica por peneiramento e 
sedimentação, limite de liquidez, limite de plasticidade, ensaio de compactação. Os 
procedimentos adotados seguiram suas respectivas normas da ABNT, conforme já 
foi descrito no item 3.4.1 desse trabalho. Em seguida serão apresentados os ensaios 
CBR, determinação do coeficiente de permeabilidade (k) e ensaio de cisalhamento. 
Na Tabela 12 é apresentado um resumo dos resultados dos ensaios de 
laboratório. 
 
80 
 
Tabela 12 - Planilha resumo dos ensaios 
DESCRIÇÃO 
AM01 
Silte arenoso variegado 
(vermelho) com caulim 
G
R
A
N
U
L
O
M
E
R
IA
 
Pedregulho grosso (%) 0,00 
Pedregulho médio(%) 0,80 
Pedregulho fino (%) 1,00 
Areia Grossa (%) 6,64 
Areia Média (%) 19,56 
Areia Fina (%) 30,00 
Silte (%) 42,00 
Argila (%) 0,00 
Densidade dos grãos (G) 2,672 
LL 42 
LP 28 
IP 14 
P
R
O
C
T
O
R
 N
O
R
M
A
L
 
Massa Esp. Máx. Seca 1,590 
Umidade Ótima (%) 21,33 
Expansão (%) – r.seco 2,03 
Expansão (%) – 1,61 
Expansão (%) – r.úmido 0,59 
ISC – r. seco 3,30 
ISC (%) – 5,70 
ISC – r. úmido 2,60 
C
IS
A
L
H
 
D
e
fo
rm
. 
Coesão – c (KN/m²) 0,0 
Ângulo de atrito – f(º) 30,0Coef. Permeabilidade – k (cm/s) 1,53 x 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Toda a análise dos ensaios de laboratório realizados encontram-se no anexo 
A dessa pesquisa. 
 
81 
 
4.3 ANÁLISE DOS CUSTOS DE CADA CÉLULA 
 
Com o resultado das infiltrações das células experimentais foi possível 
realizar um orçamento para comparativo das camadas utilizando o material 
estudado. Foram adotadas as soluções: 
 Solução 1 (praticada atualmente): 30 cm de berma, 60 cm talude e 
Geomembrana de PEAD 0,8 mm; 
 Solução 2: 60 cm de berma, 60 cm de talude e grama; 
 Solução 3: 80 cm de berma, 60 cm talude e grama. 
Para compor os valores, foi elaborada uma planilha para calcular o custo de 
cada solução. Essa planilha pode ser utilizada em outros aterros para verificar qual 
método é mais econômico. Vale ressaltar que é necessário um estudo do solo para 
identificar o tipo de material disponível em cada aterro, pois a diferença pode alterar 
os resultados das infiltrações encontrados. 
São necessários algumas informações e preços da região para compor os 
valores. Esses itens estão apresentados a seguir: 
a) Média anual pluviométrica (mm); 
b) Área do aterro em berma (m²); 
c) Área do aterro em talude (m²); 
d) Tamanho da frente de serviço – Classe I (m²); 
e) Tamanho da frente de serviço – Classe II (m²); 
f) Custo tratamento do chorume (m³); 
g) Custo Caminhão (hora); 
h) Custo escavadeira (hora); 
i) Custo de servente (diária); 
j) Custo da grama (m²); 
k) Custo canaleta (m); 
l) Custo Geomembrana 0,8 mm (m²); 
m) Custo Instalação Geomembrana (m²); 
n) Velocidade que o caminhão trafega carregado (km/h); 
o) Volume de carga de cada caminhão (m³); 
p) Distância média da jazida até área de cobertura (m); 
q) Volume da concha da escavadeira (m³); 
r) Quantidade de caminhões (unid.); 
 
82 
 
Na Tabela 13 são apresentados os resultados para o aterro em estudo. Para 
preencher a planilha apenas é necessário preencher as células que estão em 
amarelo. 
Tabela 13 - Dados do aterro 
DADOS ATERRO 
Informações 
Unid. Dados 
Média Anual pluviométrica (mm) mm 2.800,00 
Area do aterro em Berma (m²) m² 43.459,44 
Área do aterro em Talude (m²) m² 53.850,27 
Tamanho médio frente de serviço - Classe I m² 500,00 
Tamanho médio frente de serviço - Classe II m² 1.500,00 
Volume chuva frente de serviço m³ 5.600,00 
Volume de chuva berma m³ 121.686,43 
Volume chuva talude m³ 150.780,76 
CUSTOS 
Custo tratamento do chorume m³ R$ 35,00 
Custo Caminhão h R$ 95,00 
Custo escavadeira h R$ 190,00 
Custo de servente diária R$ 198,64 
Custo da grama m² R$ 6,00 
Custo canaleta m R$ 16,80 
Custo Geomembrana 0,8 mm m² R$ 7,70 
Custo Instalação Geomembrana m² R$ 1,10 
DADOS PARA CÁLCULAR A PRODUTIVIDADE DA COBERTURA 
Velocidade que o caminhão trafega carregado km/h 10,00 
Volume de carga de cada caminhão m³ 10,00 
Distância média da jazida até área de cobertura m 1.000,00 
Volume da concha da escavadeira m³ 1,00 
Quantidade de caminhões Unid 2,00 
Tempo para carregar caminhao min 2,50 
Tempo de viagem até local da cobertura min 6,00 
Tempo para manobrar e descarregar caminhao min 2,00 
Tempo de viagem volta min 6,00 
Tempo total de viagem (cada caminhão) min 16,50 
Nº de viagens por hora hora 3,64 
Volume carregado por hora m³ 72,73 
Volume considerando o fator de empolamento m³ 50,91 
 
 SOLUÇÃO 1: 30 CM BERMA + 60 CM TALUDE + GEOMEMBRANA 
 Berma (m) 5,00 
Valor de X (m) 11,31 
 
Talude (m) 5,00 
Área (m²) 113,13 
 
 
 SOLUÇÃO 2: 60 CM BERMA + 60 CM TALUDE 
 Valor de X (m) 8,48 
 Área (m²) 84,85 
 SOLUÇÃO 3: 80 CM BERMA + 60 CM TALUDE 
 Valor de X (m) 7,27 
 Área (m²) 72,73 
 Fonte: A autora (2018) 
83 
 
Para o cálculo da produtividade da área, foi simulado berma e talude, ambas 
com 5 metros de largura. 
Na Tabela 14 é apresentado o custo para execução e o custo para 
tratamento do chorume com o método de cobertura praticado atualmente. 
Lembrando que usando esse método, apenas a frente de serviço contribui para a 
geração de percolado. 
 
Tabela 14 - Solução 1 - Praticada atualmente 
SOLUÇÃO 1: 30 CM BERMA + 60 CM TALUDE + GEOMEMBRANA 
C
u
s
to
 F
ix
o
 
Caminhão R$ 190,00 
Escavadeira R$ 285,00 
Área 113,13 
Geomembrana R$ 995,56 
Mão de obra 3,00 R$ 66,21 
Total (m²) R$ 13,58 
C
u
s
to
 
V
a
ri
a
d
o
 
Volume chuva frente de serviço (m³) 5.600,00 
Custo tratamento do chorume R$ 196.000,00 
Total (m²) R$ 2,01 
CUSTO TOTAL M² R$ 15,60 
Fonte: A autora (2018) 
 
Observou-se que esse método tem um custo fixo de R$ 13,58 por m² e um 
custo variado de R$ 2,01 por m², ficando um valor total de R$ 15,60 por m². 
Na Tabela 15 é apresentado uma das soluções estudadas. Com berma e 
talude com 60 cm de espessura. 
 
Tabela 15 - Solução 2 - Camada de 60 cm 
SOLUÇÃO 2: 60 CM BERMA + 60 CM TALUDE 
C
u
s
to
 F
ix
o
 
Caminhão R$ 190,00 
Escavadeira R$ 285,00 
Área 84,85 
Grama (m²) R$ 509,09 
Canaleta R$ 142,55 
Equipe de Manutenção 6,49 R$ 136,95 
Total (m²) R$ 14,89 
Infiltração 
Infiltração berma 0,0510 6.206,01 
Infiltração talude 0,0680 10.253,09 
Custo 
Variado 
Volume chuva frente de serviço (m³) 5.600,00 
Volume total infiltrado (m³) 22.059,10 
Custo do tratamento chorume m² R$ 772.068,48 
Total (m²) R$ 7,93 
CUSTO TOTAL M² R$ 22,83 
Fonte: A autora (2018) 
 
84 
 
Observou-se que esse método tem um custo fixo de R$ 14,89 por m² e um 
custo variado de R$ 7,93 por m², ficando um valor total de R$ 22,83 por m². 
Na Tabela 16 é apresentada a solução com berma de 80 cm e talude com 
60 cm de espessura. 
 
Tabela 16 - Solução 3 - Camada de 80 cm berma e 60 cm talude 
SOLUÇÃO 3: 80 CM BERMA + 60 CM TALUDE 
C
u
s
to
 F
ix
o
 
Caminhão R$ 190,00 
Escavadeira R$ 285,00 
Área 72,73 
Grama (m²) R$ 436,36 
Canaleta R$ 122,18 
Equipe de Manutenção 6,49 R$ 143,18 
Total (m²) R$ 16,18 
Infiltração 
Infiltração berma 0,0354 1.538,46 
Infiltração talude 0,0068 1.025,31 
Custo 
Variado 
Volume chuva frente de serviço (m³) 5.600,00 
Volume total infiltrado (m³) 8.163,77 
Custo do tratamento chorume m² R$ 285.732,07 
Total (m²) R$ 2,94 
CUSTO TOTAL M² R$ 19,12 
Fonte: A autora (2018) 
 
Observou-se que esse método tem um custo fixo de R$ 16,18 por m² e um 
custo variado de R$ 2,94 por m², ficando um valor total de R$ 19,12 por m². 
A seguir, é apresentado no Gráfico 5 um resumo dos custos das soluções 
orçadas. 
 
Gráfico 5 – Comparativo das coberturas 
 
Fonte: A autora (2018) 
 R$ 15,60 
 R$ 22,83 
 R$ 19,12 
 R$ - 
 R$ 5,00 
 R$ 10,00 
 R$ 15,00 
 R$ 20,00 
 R$ 25,00 
1 
Comparativo das coberturas 
Geomembrana Camada 60 cm Camada 80 cm 
85 
 
4.4 ESPECIFICAÇÕES DO PROCESSO CONSTRUTIVO DA CAMADA DE 
FECHAMENTO 
 
A camada de impermeabilização superficial deverá ser executada com solo 
local compactado de forma a atingir o maior grau de compactação possível. 
Destaca-se que uma boa qualidade da compactação irá definir o sucesso da 
utilização deste sistema de impermeabilização. 
 
4.4.1 Características geotécnicas mínimas do solo 
 
O solo da camada de fechamento deverá conter o maior teor de argila 
possível e isento de matéria orgânica, pedras e pedregulhos. A qualidade da 
compactação está diretamente associada ao volume de água que irá infiltrar. 
Observa-se que no que diz respeito à infiltração, a medida que não se 
consegue uma qualidade adequada de compactação a espessura da camada de 
fechamentodeverá ser aumentada. 
 
4.5 RECOMENDAÇÕES DO SISTEMA DE DRENAGEM 
 
O principal ponto para a estabilidade e o sucesso da camada de fechamento 
do talude está na eficiência do sistema de drenagem. Quanto menor for à 
quantidade de água que escoar sobre o solo menor será a erosão e a infiltração. 
Desta forma, canaletas deverão ser construídas em cada berma ao pé do 
talude e as águas pluviais deverão ser conduzidas para fora do maciço e 
direcionadas para o sistema de drenagem do aterro. A berma deverá ter inclinação 
no sentido da crista do patamar, para o pé do talude conforme é apresentado na 
Figura 33. 
 
86 
 
Figura 33 - Exemplo de conformação do talude 
 
Fonte: A autora (2018) 
 
Estas canaletas deverão ser confeccionadas com manta de geomembrana 
ou geocomposto com cimento, moldadas in loco e confeccionadas de modo que a 
água adentre com facilidade nas mesmas. 
Devido aos processos erosivos e as deformações que irão ocorrer, 
principalmente em função da decomposição do resíduo ao longo do tempo, é 
fundamental a manutenção permanente destas canaletas. 
 
4.5.1 Recomendações de manutenção para minimizar a infiltração 
 
Conforme demonstrado ao longo desse relatório é inevitável o surgimento de 
trincas, fissuras e erosão na camada de fechamento em decorrência tanto das 
deformações do maciço de resíduos quanto das condições climáticas. Neste sentido 
é fundamental manter um plano de manutenção nos taludes para minimizar a 
infiltração no resíduo e o aumento do percolado. 
As manutenções devem ser feitas periodicamente com vistas a recompor a 
camada de fechamento nos pontos críticos e recuperar possíveis canaletas que 
estejam danificadas, tomando o cuidado para que a inclinação direcione 
corretamente as águas para fora do maciço e conduza até o sistema de drenagem 
do aterro. 
 
 
87 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com o que diz respeito a camada de cobertura em aterros, o Brasil ainda 
não dispõe de uma regulamentação sobre espessura, tipo de material ou sobre as 
taxas de infiltração das águas. O principal objetivo da presente pesquisa, tem a 
premissa de avaliar o desempenho de diferentes espessuras de camadas de 
cobertura quanto a infiltração das águas pluviais. A pesquisa foi realizada com três 
camadas de cobertura instalada nas células experimentais do Aterro Industrial de 
Joinville/SC, que contribuiu para responder essas questões, com o enfoque na 
média de infiltração em cada espessura da célula experimental. 
Com relação à infiltração das camadas, a célula de 80 cm apresentou menor 
infiltração, média de 3,54% quando comparado com a camada de 60 cm, média de 
5,10%. O escoamento superficial ajudou na baixa infiltração do talude que 
apresentou uma média de infiltração de 0,68%. 
A porcentagem de infiltração na camada de 60 cm variou de 0 a 13,80%, a 
camada de 80 cm variou de 0 a 6,72% e a camada do talude variou de 0 a 1,45%. 
Foi verificado que quanto maior a intensidade da chuva, maior era a taxa de 
infiltração. 
Com a análise dos custos das células, foi possível verificar que mesmo 
infiltrando pouco na cobertura, seu custo ainda é maior do que a solução praticada 
atualmente. Esse fato se deve porque a solução estudada demandará de uma 
equipe de manutenção fixa, aumentando os custos no geral. 
Um sistema de drenagem adequado deverá ser implantado a fim de reduzir 
a água que escoa sobre os taludes. Este sistema deverá ser composto de canaletas 
no pé de cada talude e as águas pluviais transportadas para fora do maciço. As 
bermas deverão ter inclinação de maneira que a água escoe diretamente para as 
canaletas. Existem algumas formas de construir as canaletas, a de cimento é a mais 
conhecida, ou também com geomembrana moldada in loco, que é muito utilizado em 
aterros. É de fundamental importância a manutenção dessas canaletas, devido aos 
processos erosivos e deformações que irão ocorrer. 
O material ensaiado possui coeficiente de permeabilidade de cm/s em 
condições de umidade ótima e densidade máxima. Desta forma uma boa qualidade 
da compactação da camada de fechamento irá minimizar os problemas de 
infiltração, no entanto, atenção especial deverá ser dada as trincas, fissuras e 
88 
 
erosão que irão surgir devendo ser colocado em prática o plano de manutenção dos 
taludes. 
 
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 
 
Dar continuidade nas medições das camadas de infiltração por um período 
mais prolongado, para verificar sua eficiência ao longo dos ciclos climáticos. 
Em caso de chuvas intensas, fazer novos estudos com leituras feitas a cada 
hora para uma maior precisão. 
Fazer uma análise da estabilidade do talude utilizando os ensaios de 
laboratório que foram realizados. 
Os ensaios foram executados em uma amostra compactada na umidade 
ótima, atingindo a densidade máxima do material. Em campo, dificilmente esta 
condição será atendida devido à falta de suporte de aterro do resíduo, sendo assim, 
novos ensaios devem ser realizados e amostras indeformadas de solo que simulem 
as condições de campo. 
 
 
89 
 
REFERÊNCIAS 
 
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ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 7.180 – Solo - 
Determinação do Limite de Plasticidade. p. 1–3, 1984. 
 
ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 7.181 – Solo - Análise 
Granulométrica. p. 1–13, 1984. 
 
ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 7.182 – Solo- Ensaio de 
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ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 8.419 - Apresentação de 
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ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 9.895 – Solo – Índice de 
Suporte Califórnia. p. 1–14, 1987. 
 
ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 10.004 - Resíduos sólidos 
- Classificação. p. 7–18, 2004. 
 
ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 10.157 - Aterros de 
resíduos perigosos - Critérios para projeto , implantação e operação. p. 13, 1987. 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.896 - Aterros de 
resíduos não perigosos - Critérios para projeto, implantação e operação. p. 12, 1997. 
 
90 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14.545 - Solo - 
Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos a carga variável. 
p. 1 - 12, 2000. 
 
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Cauicaia- Ceará. In.: V Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste 
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2011, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: REGEO/Geossintéticos, 2011. 
 
ANDREOLI, C. V. A. F. D. N. Resíduos sólidos: Origem, classificação e soluções 
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Horizonte. Anais.. Belo Horizonte: REGEO/Geossintéticos, 2011. 
91 
 
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ANEXO A 
 
ENSAIOS DE LABORATÓRIO PARA CARACTERIZAÇÃO DO SOLO 
 
A.1. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA COM SEDIMENTAÇÃO – NBR 7181 
 
O material disposto na jazida trata-se de um silte arenoso variegado 
(Vermelho) com caulim. Na Tabela A.1 é demonstrado os dados adquiridos após o 
ensaio de peneiramento e sedimentação. 
 
Tabela A.1 - Análise granulométrica com sedimentação - NBR 7181 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Com a realização do ensaio foi constatado que 42 % do material é 
caracterizado como silte, 30 % como areia fina, 19,56 % como areia média e 6,64 % 
Pol. mm
1000 25.000 0,00 0,00 100,00
903,13 19.000 0,00 0,00 100,00
16,28 3/8'' 9.520 0,00 0,00 100,00
70,23 4 4.760 3,54 3,54 99,61
10 2.000 12,74 16,28 98,20
19 70 98
8,03 7,81 8,39 Pol. mm
32,48 32,65 26,57 16 1,190 0,42 0,42 97,55
30,07 30,22 24,77 30 0,590 3,86 4,28 91,56
2,41 2,43 1,8 40 0,420 3,72 8,00 85,79
22,04 22,41 16,38 60 0,290 5,57 13,57 77,15
10,93 10,84 10,99 100 0,149 6,04 19,61 67,78
200 0,074 5,93 25,54 58,59
1
09:10:00 1
Data Hora
Tempo 
(s)
Temp 
(ºC)
Leitura Id
Alt. 
Queda 
(cm)
Ø grão
% em 
suspensão
08/11/2017 09:10:30 30 22,00 1,0270 1,0088 12,52 0,066 45,11
08/11/2017 09:11:00 60 22,00 1,0234 1,0088 13,59 0,048 36,19
08/11/2017 09:12:00 120 22,00 1,0206 1,0088 13,71 0,035 29,25
08/11/2017 09:14:00 240 22,00 1,0179 1,0088 13,42 0,024 22,55
08/11/2017 09:18:00 480 22,00 1,0168 1,0088 13,62 0,017 19,83
08/11/2017 09:25:00 900 22,00 1,0150 1,0088 13,96 0,013 15,37
08/11/2017 09:40:00 1800 22,50 1,0133 1,0087 14,28 0,009 11,53
08/11/2017 10:10:00 3600 23,00 1,0118 1,0085 14,56 0,060 8,18
08/11/2017 11:10:00 7200 23,00 1,0105 1,0085 14,80 0,005 4,96
08/11/2017 13:10:00 14400 24,00 1,0093 1,0082 15,02 0,003 2,73
08/11/2017 17:10:00 28800 24,50 1,0074 1,0081 15,38 0,002 -
09/11/2017 09:10:00 86400 23,00 1,0056 1,0085 15,71 0,001 -
Peneiramento Grosso
Análise Granulométrica
10,92
Peneiras
Tara (g)
Tara + Solo + Água (g)
Tara + Solo (g)
Massa Água (g)
Massa Solo (g)
Umidade (%)
Massa total da Amostra Seca ao Ar (Mt):
Massa total da Amostra Seca (Ms):
Massa de Material Seco Retino na 2,0 mm (MI):
Massa de Material ao Ar que passa na 2,0 mm (Mh):
Umidade Higroscópica
Umidade média (%)
Peneiras Retido 
(g)
Acululado 
(g)
% que 
passa
Cápsula nº
9,72E-06
Retido 
(g)
Acululado 
(g)
% que 
passa
Peneiramento Fino
Ensaio de 
Sedimentação
Densímetro nº:
Proveta nº:
Viscosidade
9,72E-06
Data Inicial:
Hora Inicial:
08/11/2017
9,51E-06
9,30E-06
9,21E-06
9,51E-06
9,72E-06
9,72E-06
9,72E-06
9,72E-06
9,61E-06
9,51E-06
98 
 
como areia grossa. Contendo também em sua composição 1% de pedregulho fino e 
0,80% de pedregulho médio. O Gráfico A.1 mostra a curva granulométrica do ensaio 
da análise granulométrica realizado com o material disposto na jazida. 
 
Gráfico A.1 - Curva granulométrica da camada da célula experimental 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
A.2. MASSA ESPECÍFICA REAL DOS GRÃOS – “G” – NBR 6508 
 
Tabela A.2 - Densidade dos grãos – NBR 6508 
G 
Picnômetro Nº 1 2 3 4 5 
Massa Solo + Água (g) 50,02 50,02 50,02 50,02 50,02 
Massa Solo Seco (g) (Ws) 45,41 45,41 45,41 45,41 45,41 
Massa Pic + Solo + Água (g) (W2) 809,27 798,71 796,38 804,45 803,27 
Massa Pic + Água (g) (W1) 780,62 770,28 768,01 776 774,8 
Temperatura (ºC) 24 24 24 24 24 
Massa espec. da água na temp. do ensaio 0,9973 0,9973 0,9973 0,9973 0,9973 
Massa esp. dos grãos - (g/cm³) 2,702 2,667 2,658 2,67 2,674 
Massa esp. dos grãos médio - (g/cm³) 2,667 
G (médio) 2,672 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
99 
 
Tabela A.3 - Umidade higroscópica 
Cápsula nº 78 82 92 
Tara (g) 8,17 7,95 7,81 
Tara + Solo + Água (g) 23,65 26,92 26,13 
Tara + Solo (g) 22,25 25,17 24,41 
Massa Água (g) 1,4 1,75 1,72 
Massa Solo (g) 14,08 17,22 16,60 
Umidade (%) 9,94 10,16 10,36 
Umidade média (%) 10,16 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
A.3. DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE PLASTICIDADE (NBR7180) E LIQUIDEZ 
(NBR6459) 
 
Tabela A.4 - Limite de Liquidez - NBR 6459 e Limite de Plasticidade NBR 7180 
LIMITE DE LIQUIDEZ 
Cápsula nº 23 97 66 98 81 
Cápsula + Solo úmido (g) 14,71 17,05 16,09 16,39 16,38 
Cápsula + Solo Seco (g) 12,88 14,66 13,74 14,00 13,82 
Massa da Cápsula (g) 8,10 8,57 8,03 8,36 8,06 
Massa da Água (g) 1,83 2,39 2,35 2,39 2,56 
Massa do Solo Seco (g) 4,78 6,09 5,71 5,64 5,76 
Teor de Umidade (%) 38,28 39,24 41,16 42,38 44,44 
Número de Golpes 55 45 35 25 15 
LIMITE DE PLASTICIDADE 
Cápsula nº 100 102 103 107 109 
Cápsula + Solo úmido (g) 16,95 16,60 16,48 16,76 16,75 
Cápsula + Solo Seco (g) 16,08 15,77 15,73 15,96 15,91 
Massa da Cápsula (g) 13,04 12,77 12,99 13,12 12,89 
Massa da Água (g) 0,87 0,83 0,75 0,80 0,84 
Massa do Solo Seco (g) 3,04 3,00 2,74 2,84 3,02 
Teor de Umidade (%) 28,62 27,67 27,37 28,17 27,81 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Tabela A.5 - Resumo ensaios limites de liquidez e plasticidade 
LL LP IP 
42 28 14 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
 
100 
 
Gráfico A.2 – Limite de Liquidez 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
A.4. ENSAIO DE COMPACTAÇÃO – NBR 7182 
 
Tabela A.6 – Compactação e Teor de Umidade (%) 
COMPACTAÇÃO 
Cilindro nº 13 1 2 9 11 
Massa do Cilindro (g) 5162,00 5340,00 5352,00 4582,00 5546,00 
Volume do Cilindro (cm³) 21120,00 2107,00 2103,00 2103,00 2099,00 
Massa do Cilindro + Solo Úmido (g) 8729,00 9220,00 9408,00 8574,00 9492,00 
Massa do Solo Úmido (g) 3567,00 3880,00 4056,00 3992,00 3946,00 
Massa Esp. Aparente Úmida (g/cm³) 1,689 1,841 1,929 1,898 1,880 
TEOR DE UMIDADE 
Cápsula nº 91 30 41 58 72 
Massa da Cápsula + Solo Úmido (g) 120,01 115,53 107,39 102,01 98,72 
Massa da Cápsula + Solo Seco (g) 108,25 102,26 93,61 87,70 83,86 
Massa da Cápsula (g) 29,09 28,73 28,99 39,38 28,72 
Massa da Água (g) 11,760 13,270 13,780 14,310 14,860 
Massa do Solo Seco (g) 79,160 73,530 64,620 58,320 55,140 
Teor de Umidade (%) 14,856 18,047 21,325 24,537 26,950 
Massa Esp. Aparente Seca (g/cm³) 1,470 1,560 1,590 1,524 1,481 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
 
101 
 
Gráfico A.3 - Curva de Compactação 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Massa Específica Aparente Seca Máxima (g/cm³): 1,590 
Umidade Ótima (%): 21,33 
 
A.4. ENSAIO ISC – NBR 9895 
 
Tabela A.7 - Expansão ISC 
 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 
Cilindro 1 2 9 
Alt. Inic. (mm) 115 115 115 
Data Hora Leitura 
Dif. 
Leit. 
Exp 
(%) 
Leitura 
Dif. 
Leit. 
Exp 
(%) 
Leitura 
Dif. 
Leit. 
Exp 
(%) 
16/11 14:00 1,00 0,00 0,00 1,00 0,0030 
Figura 8 - Camada de cobertura final de um aterro sanitário .................................... 34 
Figura 9 - Balanço Hídrico em um aterro sanitário .................................................... 38 
Figura 10 - Modelo experimental de Darcy ............................................................... 39 
Figura 11 - Ensaio de permeabilidade de carga constante ....................................... 41 
Figura 12 - Ensaio de permeabilidade com carga variável ........................................ 42 
Figura 13 – Exemplo de curva granulométrica .......................................................... 44 
Figura 14 - Modelo de agitador ................................................................................. 45 
Figura 15 - Esquema Representativo de sedimentação ............................................ 47 
Figura 16 - Limites de Atterberg ................................................................................ 48 
Figura 17 - Aparelho Casagrande ............................................................................. 48 
Figura 18 - Amostra do solo antes e depois do ensaio ............................................. 49 
Figura 19 - Gráfico Limite de Liquidez ....................................................................... 49 
Figura 20 - Execução ensaio Limite de Plasticidade ................................................. 50 
Figura 21 - Exemplo ensaio Proctor Normal.............................................................. 51 
Figura 22 - Ensaio de cisalhamento direto: representação de resultado típico do 
ensaio ........................................................................................................................ 53 
Figura 23 - Esquema da caixa de cisalhamento direto .............................................. 54 
Figura 24- Localização da área de estudo ................................................................ 56 
Figura 25 - Mapa de pluviosidade de Santa Catarina ............................................... 57 
Figura 26 - Caracterização do local de estudo .......................................................... 59 
Figura 27 - Fluxograma do Processo Metodológico .................................................. 59 
Figura 28 - Disposição das células experimentais .................................................... 60 
Figura 29 - Detalhe de cada célula experimental ...................................................... 61 
 
 
Figura 30 - Coleta da amostra de solo ...................................................................... 62 
Figura 31 – Equipamento para determinação do coeficiente (k) – A) Permeâmetro de 
carga variável; B) Bureta graduada ........................................................................... 66 
Figura 32 – Células experimentais – A) Localização das amostras; B) Início da 
Terraplanagem e escavação para a construção das células; C) Instalação da 
Geomembrana; D) Instalação da camada drenante; E) Instalação do Geotêxtil e 
início da disposição da argila; F) Células experimentais devidamente compactadas; 
G) Células finalizadas; H) Células finalizadas ........................................................... 69 
Figura 33 - Exemplo de conformação do talude ........................................................ 86 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Janeiro .......... 72 
Gráfico 2 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Fevereiro ....... 74 
Gráfico 3 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Março ............ 76 
Gráfico 4 - Porcentagem de água infiltrada na célula experimental – Abril ............... 78 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos Gerado.................................. 17 
Tabela 2 – Classificação Conama ............................................................................. 18 
Tabela 3 - Relação entre percentual de municípios brasileiros e respectivo destino 
final dos resíduos entre 1989 a 2008 ........................................................................ 19 
Tabela 4 - Processos representativos para tratamento de águas residuais, inclusive o 
chorume .................................................................................................................... 29 
Tabela 5 - Valores de coeficiente de permeabilidade ................................................ 44 
Tabela 6 – Resumo da pluviometria e da quantidade de água infiltrada em cada 
camada ..................................................................................................................... 70 
Tabela 7 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrada - JANEIRO ...... 71 
Tabela 8 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - FEVEREIRO . 73 
Tabela 9 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - MARÇO......... 75 
Tabela 10 – Valores de pluviometria e quantidade de água infiltrado - ABRIL ......... 77 
Tabela 11 - Média mensal das infiltrações ................................................................ 78 
Tabela 12 - Planilha resumo dos ensaios ................................................................. 80 
Tabela 13 - Dados do aterro...................................................................................... 82 
Tabela 14 - Solução 1 - Praticada atualmente .......................................................... 83 
Tabela 15 - Solução 2 - Camada de 60 cm ............................................................... 83 
Tabela 16 - Solução 3 - Camada de 80 cm berma e 60 cm talude ........................... 84 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 
1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 14 
1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ...................................................................... 14 
1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 14 
1.4 DELIMITAÇÃO DO TEMA .......................................................................... 15 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................... 15 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 16 
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................ 16 
2.1.1 Classificação ............................................................................................. 17 
2.1.2 Técnicas de aterramento de resíduos sólidos ....................................... 19 
2.1.2.1 Lançamento a Céu Aberto ou “Lixão” ......................................................... 19 
2.1.2.2 Aterro controlado ........................................................................................ 20 
2.1.2.3 Aterro Sanitário ou Industrial ...................................................................... 20 
2.2 PROJETO DE ATERRO DE RESÍDUOS ................................................... 22 
2.2.1 Revestimento de fundo ............................................................................ 22 
2.2.1.1 Impermeabilização ..................................................................................... 23 
2.2.1.2 Drenagem de chorume ............................................................................... 25 
2.2.1.3 Drenagem de gases ................................................................................... 26 
2.2.2 Tratamento de chorume ........................................................................... 27 
2.2.3 Tratamento de gases ................................................................................ 29 
2.2.4 Sistemas de cobertura do aterro ............................................................. 30 
2.2.4.1 Camada de cobertura0,00 1,00 0,00 0,00 
17/11 14:00 3,29 2,29 1,99 2,83 1,83 1,59 1,68 0,68 0,59 
20/11 14:00 3,33 2,33 2,03 2,85 1,85 1,61 1,68 0,68 0,59 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Tabela A.8 - Penetração ISC 
PEN. 
(mm) 
t 
(min) 
Anel 
(mm^10³) 
Pressão 
Calc. 
(Mpa) 
ISC 
(%) 
Anel 
(mm^10³) 
Pressão 
Calc. 
(Mpa) 
ISC 
(%) 
Anel 
(mm^10³) 
Pressão 
Calc. 
(Mpa) 
ISC 
(%) 
0,00 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 
0,63 0,50 5 0,05 6 0,06 3 0,03 
1,27 1,00 10 0,11 15 0,16 6 0,06 
1,90 1,50 14 0,15 23 0,25 9 0,10 
2,54 2,00 18 0,19 2,8 30 0,32 4,7 12 0,13 1,9 
3,81 3,00 25 0,27 43 0,46 18 0,19 
5,08 4,00 32 0,34 3,3 55 0,59 5,7 25 0,27 2,6 
7,62 6,00 48 0,52 74 0,79 37 0,40 
10,16 8,00 61 0,65 92 0,99 47 0,50 
12,70 10,00 75 0,80 108 1,16 57 0,61 
Fonte: Geoforma (2017) 
102 
 
Gráfico A.4 - Índice Suporte Califórnia 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
A.5. ENSAIO DE PERMEABILIDADE EM AMOSTRA COMPACTADA – NBR 14545 
 
 = 169,00 + 815,79 cm O (vácuo) = 984,79 cm 
 = 166,30 + 815,79 cm O (vácuo) = 982,09 cm - = 1.800 segundos 
 = 163,40 + 815,79 cm O (vácuo) = 979,19 cm - = 1.800 segundos 
 = 158,40 + 815,79 cm O (vácuo) = 974,19 cm - = 1.800 segundos 
 = 155,00 + 815,79 cm O (vácuo) = 970,79 cm - = 1.800 segundos 
 = 151,30 + 815,79 cm O (vácuo) = 967,09 cm - = 1.800 segundos 
 = 147,50 + 815,79 cm O (vácuo) = 96329 cm - = 1.800 segundos 
 
 
 
 
 
 
 
A.6. ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO – ASTM D3080 
 
 Relatório utilizando Pressão Normal Inicial (KN/m²): 49,55 
 
Tabela A.9 - Características Molde Cortante 
Altura (cm) 2,00 Área (cm²) 26,52 Massa anel + solo (g) 227,27 
Lado (cm) 5,15 Vol. (cm³) 53,05 Massa solo (g) 101,30 
Massa do anel (g) 125,97 Massa Específica (g/cm³) 1,91 
Fonte: Geoforma 
 
103 
 
Tabela A.10 - Teor de Umidade 
 UMIDADE INICIAL UMIDADE FINAL 
Nº Cápsula 2 67 93 8 40 95 
Tara (g) 7,95 8,08 8,10 7,97 8,30 8,22 
Solo + água + tara (g) 29,05 28,19 28,54 28,12 29,89 28,86 
Solo + tara (g) 25,17 24,43 24,78 23,53 24,98 24,33 
Água (g) 3,88 3,76 3,76 4,59 4,91 4,53 
Solo seco (g) 17,22 16,35 16,68 15,56 16,68 16,11 
Teor de Umidade (%) 22,53 23,00 22,54 29,50 29,44 28,12 
 22,69 29,02 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Tabela A.11 - Cisalhamento 
Leitura 
Extensô-
metro 
Horizontal 
(mm) 
Leitura 
Extensô-
metro 
Vertical 
(mm) 
Leitura 
Anel de 
Carga 
Desloca-
mento 
Horizontal 
(mm) 
Desloca-
mento 
Vertical 
(mm) 
Carga 
(N) 
Área 
Corrigida 
(cm²) 
Tensão 
Cisalhante 
(KN/m²) 
0,000 5,638 1,700 0,0000 0,0000 0,00 26,52 0,00 
0,023 5,634 1,701 0,0230 -0,0040 2,87 26,51 1,08 
0,044 5,632 1,702 0,0440 -0,0060 5,74 26,50 2,16 
0,090 5,628 1,703 0,0900 -0,0100 8,60 26,48 3,25 
0,131 5,626 1,704 0,1310 -0,0120 11,47 26,46 4,34 
0,177 5,622 1,706 0,1770 -0,0160 17,21 26,43 6,51 
0,269 5,618 1,708 0,2690 -0,0200 22,94 26,38 8,70 
0,361 5,612 1,710 0,3610 -0,0260 28,68 26,34 10,89 
0,545 5,608 1,711 0,5450 -0,0300 31,55 26,24 12,02 
0,732 5,604 1,713 0,7320 -0,0340 37,29 26,15 14,26 
0,906 5,604 1,717 0,9060 -0,0340 48,76 26,06 18,71 
1,353 5,604 1,719 1,3530 -0,0340 54,49 25,83 21,10 
1,805 5,604 1,723 1,8050 -0,0340 65,97 25,59 25,78 
2,253 5,602 1,726 2,2530 -0,0360 74,57 25,36 29,40 
2,721 5,595 1,727 2,7210 -0,0430 77,44 25,12 30,83 
3,187 5,579 1,725 3,1870 -0,0590 71,70 24,88 28,82 
3,610 5,554 1,722 3,6100 -0,0840 63,10 24,66 25,58 
4,075 5,530 1,721 4,0750 -0,1080 60,23 24,42 24,66 
4,529 5,505 1,721 4,5290 -0,1330 60,23 24,19 24,90 
4,995 5,485 1,721 4,9950 -0,1530 60,23 23,95 25,15 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
 Relatório utilizando Pressão Normal Inicial (KN/m²): 98,21 
 
Tabela A.12 - Características Molde Cortante 
Altura (cm) 2,00 Área (cm²) 26,52 Massa anel + solo (g) 225,66 
Lado (cm) 5,15 Vol. (cm³) 53,05 Massa solo (g) 99,69 
Massa do anel (g) 125,97 Massa Específica (g/cm³) 1,88 
Fonte: Geoforma 
 
104 
 
Tabela A.13 - Teor de Umidade 
 UMIDADE INICIAL UMIDADE FINAL 
Nº Cápsula 25 38 60 44 74 87 
Tara (g) 7,72 8,02 7,94 7,97 8,24 7,91 
Solo + água + tara (g) 27,61 27,61 29,94 29,78 28,76 26,05 
Solo + tara (g) 24,04 24,14 26,06 24,90 24,31 22,04 
Água (g) 3,57 3,47 3,88 4,88 4,45 4,01 
Solo seco (g) 16,32 16,12 18,12 16,93 16,07 14,13 
Teor de Umidade (%) 21,88 21,53 21,41 28,82 27,69 28,38 
 21,60 28,30 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Tabela A.14 - Cisalhamento 
Leitura 
Extensô-
metro 
Horizontal 
(mm) 
Leitura 
Extensô-
metro 
Vertical 
(mm) 
Leitura 
Anel de 
Carga 
Desloca-
mento 
Horizontal 
(mm) 
Desloca-
mento 
Vertical 
(mm) 
Carga 
(N) 
Área 
Corrigida 
(cm²) 
Tensão 
Cisalhante 
(KN/m²) 
0,000 6,151 1,700 0,0000 0,0000 0,00 26,52 0,00 
0,024 6,149 1,701 0,0240 -0,0020 2,87 26,51 1,08 
0,048 6,143 1,703 0,0480 -0,0080 8,60 26,50 3,25 
0,088 6,137 1,708 0,0880 -0,0140 22,94 26,48 8,67 
0,132 6,129 1,710 0,1320 -0,0220 28,68 26,45 10,84 
0,172 6,121 1,711 0,1720 -0,0300 31,55 26,43 11,94 
0,259 6,106 1,715 0,2590 -0,0450 43,02 26,39 16,30 
0,350 6,097 1,719 0,3500 -0,0540 54,49 26,34 20,69 
0,526 6,078 1,721 0,5260 -0,0730 60,23 26,25 22,94 
0,708 6,068 1,725 0,7080 -0,0830 71,70 26,16 27,41 
0,905 6,053 1,728 0,9050 -0,0980 80,31 26,06 30,82 
1,351 6,030 1,733 1,3510 -0,1210 94,65 25,83 36,65 
1,821 6,016 1,737 1,8210 -0,1350 106,12 25,58 41,48 
2,269 6,004 1,738 2,2690 -0,1470 108,99 25,35 42,99 
2,712 5,993 1,739 2,7120 -0,1580 111,86 25,13 44,52 
3,185 5,981 1,740 3,1850 -0,1700 114,72 24,88 46,11 
3,706 5,968 1,740 3,7060 -0,1830 114,72 24,61 46,61 
4,078 5,959 1,740 4,0780 -0,1920 114,72 24,42 46,98 
4,490 5,944 1,739 4,4900 -0,2070 111,86 24,21 46,20 
4,973 5,932 1,739 4,9730 -0,2190 111,86 23,96 46,68 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
 Relatório utilizando Pressão Normal Inicial (KN/m²): 198,37 
 
Tabela A.15 - Características Molde Cortante 
Altura (cm) 2,00 Área (cm²) 26,52 Massa anel + solo (g) 226,53 
Lado (cm) 5,15 Vol. (cm³) 53,05 Massa solo (g) 100,56 
Massa do anel (g) 125,97 Massa Específica (g/cm³) 1,90 
Fonte: Geoforma 
 
105 
 
Tabela A.16 - Teor de Umidade 
 UMIDADE INICIAL UMIDADE FINAL 
Nº Cápsula 9 10 23 15 46 89 
Tara (g) 8,39 7,83 8,11 8,17 8,14 7,97 
Solo + água + tara (g) 27,11 27,01 26,03 26,32 25,26 27,38 
Solo + tara (g) 23,76 23,61 22,84 22,24 21,72 23,18 
Água (g) 3,35 3,40 3,19 4,08 3,54 4,20 
Solo seco (g) 15,37 15,78 14,73 14,07 13,58 15,21 
Teor de Umidade (%) 21,80 21,55 21,66 29,00 26,07 27,61 
 21,67 27,56 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Tabela A.17 - Cisalhamento 
Leitura 
Extensô-
metro 
Horizontal 
(mm) 
Leitura 
Extensô-
metro 
Vertical 
(mm) 
Leitura 
Anel de 
Carga 
Desloca-
mento 
Horizontal 
(mm) 
Desloca-
mento 
Vertical 
(mm) 
Carga 
(N) 
Área 
Corrigida 
(cm²) 
Tensão 
Cisalhante 
(KN/m²) 
0,000 4,833 1,700 0,0000 0,0000 0,00 26,52 0,00 
0,021 4,830 1,704 0,0210 -0,0030 11,47 26,51 4,33 
0,042 4,828 1,709 0,0420 -0,0050 25,81 26,50 9,74 
0,084 4,826 1,714 0,0840 -0,0070 40,15 26,48 15,16 
0,128 4,822 1,720 0,1280 -0,0110 57,36 26,46 21,68 
0,173 4,820 1,724 0,1730 -0,0130 68,83 26,43 26,04 
0,255 4,815 1,731 0,2550 -0,0180 88,97 26,39 33,69 
0,329 4,810 1,739 0,3290 -0,0230 111,86 26,35 42,45 
0,502 4,800 1,750 0,5020 -0,0330 143,41 26,26 54,60 
0,680 4,790 1,759 0,6800 -0,0430 169,22 26,17 64,66 
0,865 4,780 1,764 0,8650 -0,0530 183,56 26,08 70,39 
1,335 4,760 1,779 1,3350 -0,0730 226,58 25,83 87,70 
1,758 4,752 1,791 1,7580 -0,0810 261,00 25,62 101,88 
2,271 4,752 1,794 2,2710 -0,0810 269,60 25,35 106,34 
2,672 4,752 1,798 2,6720 -0,0810 281,07 25,15 111,77 
3,187 4,749 1,798 3,1870 -0,0840 281,07 24,88 112,97 
3,603 4,745 1,798 3,6030 -0,0880 281,07 24,67 113,95 
4,068 4,741 1,794 4,0680 -0,0920 269,60 24,43 110,37 
4,498 4,732 1,792 4,4980 -0,1010 263,87 24,21 109,01 
4,948 4,722 1,790 4,9480 -0,1110 258,13 23,97 107,67 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
106 
 
GráficoA.5 - Tensão x Deslocamento 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Gráfico A.6 - Deslocamento vertical x Deslocamento horizontal 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
107 
 
Gráfico A.7 - Deslocamento vertical x Tempo 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
Gráfico A.8 - Ensaio de cisalhamento direto 
 
Fonte: Geoforma (2017) 
 
 
108 
 
ANEXO B 
 
Tabela A.18 - Relação entre a viscosidade da água na temperatura do ensaio e a viscosidade 
da água a 20º C ( ) 
Temperatura 
ºC 
 
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 
8 1,374 1,370 1,366 1,362 1,358 1,354 1,352 1,348 1,344 1,34 
9 1,336 1,332 1,328 1,325 1,321 1,318 1,314 1,310 1,306 1,302 
10 1,298 1,294 1,292 1,288 1,284 1,281 1,277 1,273 1,269 1,266 
11 1,262 1,259 1,256 1,252 1,249 1,245 1,241 1,238 1,234 1,23 
12 1,227 1,224 1,221 1,218 1,215 1,211 1,208 1,205 1,202 1,198 
13 1,195 1,192 1,189 1,186 1,183 1,18 1,177 1,174 1,17 1,167 
14 1,165 1,162 1,159 1,156 1,153 1,15 1,147 1,144 1,141 1,138 
15 1,135 1,132 1,129 1,126 1,123 1,121 1,118 1,115 1,112 1,109 
16 1,106 1,103 1,100 1,098 1,095 1,092 1,089 1,086 1,084 1,081 
17 1,078 1,075 1,073 1,07 1,067 1,064 1,062 1,059 1,056 1,054 
18 1,051 1,048 1,046 1,043 1,041 1,038 1,035 1,033 1,030 1,028 
19 1,025 1,0123 1,02 1,018 1,015 1,013 1,010 1,008 1,005 1,003 
20 1,000 0,998 0,995 0,993 0,991 0,989 0,986 0,984 0,982 0,979 
21 0,975 0,973 0,971 0,968 0,966 0,964 0,961 0,959 0,957 0,954 
22 0,952 0,950 0,948 0,945 0,943 0,941 0,939 0,937 0,934 0,932 
23 0,930 0,928 0,926 0,923 0,921 0,919 0,917 0,915 0,912 0,910 
24 0,908 0,906 0,904 0,902 0,900 0,898 0,895 0,893 0,891 0,889 
25 0,887 0,885 0,883 0,881 0,879 0,877 0,87 0,873 0,871 0,869 
26 0,867 0,865 0,863 0,861 0,859 0,857 0,855 0,853 0,851 0,849 
27 0,847 0,845 0,843 0,841 0,839 0,838 0,836 0,834 0,832 0,83 
28 0,828 0,826 0,825 0,823 0,821 0,820 0,818 0,816 0,814 0,813 
29 0,811 0,809 0,807 0,806 0,804 0,802 0,800 0,798 0,797 0,795 
30 0,793 0,791 0,789 0,788 0,786 0,784 0,782 0,78 0,779 0,777 
31 0,776 0,775 0,773 0,772 0,770 0,768 0,767 0,765 0,763 0,762 
Fonte: NBR 14.545 (1984)diária ....................................................................... 31 
2.2.4.2 Camada de cobertura intermediária ou temporária .................................... 32 
2.2.4.3 Camadas de cobertura final ........................................................................ 33 
2.2.4.4 Camada de cobertura alternativa ............................................................... 35 
2.3 INFILTRAÇÃO DA ÁGUA E GERAÇÃO DE CHORUME ........................... 37 
2.4 PERMEABILIDADE DOS SOLOS .............................................................. 38 
2.4.1 Lei de Darcy .............................................................................................. 39 
2.4.2 Determinação do coeficiente de permeabilidade .................................. 40 
2.4.2.1 Ensaio de carga constante ......................................................................... 41 
2.4.2.2 Ensaio de carga variável ............................................................................ 42 
2.4.3 Fatores que influenciam a permeabilidade do solo .............................. 42 
 
 
2.4.3.1 O índice de vazios (e) ................................................................................. 43 
2.4.3.2 A temperatura da água ............................................................................... 43 
2.4.3.3 Densidade e viscosidade da água .............................................................. 43 
2.4.3.4 Tipo de solo ................................................................................................ 43 
2.5 ENSAIOS DE LABORATÓRIO PARA CARACTERIZAÇÃO DO SOLO ..... 44 
2.5.1 Análise granulométrica do solo .............................................................. 44 
2.5.1.1 Ensaio de Peneiramento ............................................................................ 45 
2.5.1.2 Ensaio de Sedimentação ............................................................................ 46 
2.5.2 Índices de consistência (Limites de Atterberg) ..................................... 47 
2.5.2.1 Limite de Liquidez (LL) ............................................................................... 48 
2.5.2.2 Limite de Plasticidade (LP) ......................................................................... 50 
2.5.3 Ensaio de compactação – Proctor Normal ............................................. 51 
2.5.4 Índice de Suporte Califórnia - CBR ......................................................... 52 
2.5.5 Ensaio de cisalhamento direto ................................................................ 53 
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ....................................................... 55 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................... 55 
3.2 AMBIENTE DA PESQUISA ........................................................................ 55 
3.2.1 Caracterização do clima da área de estudo ........................................... 56 
3.2.2 Área de estudo .......................................................................................... 57 
3.3 ETAPAS DA PESQUISA ............................................................................ 59 
3.4 MÉTODOS ................................................................................................. 61 
3.4.1 Ensaios de caracterização do solo ......................................................... 62 
3.4.1.1 Análise granulométrica ............................................................................... 63 
3.4.1.2 Limite de liquidez (LL) ................................................................................ 64 
3.4.1.3 Limite de Plasticidade (LP) ......................................................................... 64 
3.4.1.4 Ensaio de Compactação............................................................................. 64 
3.4.1.5 Índice de Suporte Califórnia (CBR) ............................................................ 65 
3.4.1.6 Determinação do coeficiente de permeabilidade (k) ................................... 65 
3.4.1.7 Ensaio de cisalhamento direto .................................................................... 67 
3.5 DESCRIÇÃO DA COBERTURA DAS CÉLULAS EXPERIMENTIAIS ........ 67 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 70 
4.1 MONITORAMENTO DAS CÉLULAS EXPERIMENTAIS ............................ 70 
4.1.1 Monitoramento das camadas- Janeiro de 2018 ..................................... 70 
4.1.2 Monitoramento das camadas- Fevereiro de 2018 .................................. 72 
 
 
4.1.3 Monitoramento das camadas- Março de 2018 ....................................... 74 
4.1.4 Monitoramento das camadas- Abril de 2018 .......................................... 76 
4.1.5 Média do monitoramento das camadas.................................................. 78 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS UTILIZADOS NA COBERTURA .. 79 
4.3 ANÁLISE DOS CUSTOS DE CADA CÉLULA ............................................ 81 
4.4 ESPECIFICAÇÕES DO PROCESSO CONSTRUTIVO DA CAMADA DE 
FECHAMENTO ......................................................................................................... 85 
4.4.1 Características geotécnicas mínimas do solo ....................................... 85 
4.5 RECOMENDAÇÕES DO SISTEMA DE DRENAGEM ............................... 85 
4.5.1 Recomendações de manutenção para minimizar a infiltração ............. 86 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 87 
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 88 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 89 
ANEXO A .................................................................................................................. 97 
ANEXO B ................................................................................................................ 108 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Qualquer prática humana tem como consequência formação de resíduos 
sólidos. A quantidade de resíduo gerada está diretamente relacionada com o 
crescimento populacional e o desenvolvimento da indústria. Parte desses resíduos 
são reciclados e reaproveitados em diversos campos. Os materiais que não tem 
mais aplicação útil são encaminhados para um destino apropriado, cuja técnica mais 
utilizada para concentração desses materiais é o aterro sanitário (SOUZA, 2005). 
A população vem alterando constantemente seu modo de consumo de 
acordo com a urbanização, crescimento populacional e desenvolvimento econômico 
e tecnológico. Além do acréscimo na quantidade, os resíduos atualmente passaram 
a englobar em sua composição elementos sintéticos, aumentando as preocupações 
com doenças, alterações climáticas, poluição ambiental e escassez de recursos 
naturais, que são perigosos aos ecossistemas e à saúde humana (GOLVEIA e 
PIMENTEL, 2012). 
A infiltração da água da chuva na cobertura do aterro e a umidade presente 
no resíduo geram um líquido chamado de percolado, chorume ou ainda lixiviado. O 
chorume é a principal fonte de poluição em aterros, que é gerado através da 
percolação da água da chuva que infiltra sobre o maciço, carregando os produtos da 
decomposição biológica e elementos minerais em degradação. Esse efluente traz 
um grave risco de contaminação para as águas superficiais e principalmente para as 
águas subterrâneas (SOUZA, 2005). 
A NBR 10.157 não especifica a espessura a ser utilizada para fechamento 
do maciço, apenas exige que deva ser construído de forma a minimizar a infiltração 
de água para dentro do maciço, exigir pouca manutenção, e possuir um coeficiente 
de permeabilidade inferior ao solo natural da área do aterro (ABNT, 1987). 
As variações climáticas e ambientais sobre o material de cobertura, com o 
passar do tempo, influenciam nas taxas de infiltração daágua. Isso ocorre devido ao 
aumento ou diminuição de umidade, que alteram as características do material, na 
proporção de água e ar nos vazios do solo e dessa forma abrindo trincas ou vazios 
para que ocorra o fluxo de água. Em regiões de climas úmidos os altos índices 
pluviométricos incluindo também a redução da evapotranspiração, convertem em 
uma quantidade maior de infiltração de água através do sistema de cobertura 
(LOPES, 2011). 
14 
 
Diante da problemática apresentada, tem-se o seguinte questionamento: 
Qual espessura a ser utilizada no fechamento do maciço minimizará a infiltração de 
água da chuva? 
 
1.1 OBJETIVO GERAL 
 
Avaliar o desempenho de diferentes espessuras de camadas de cobertura 
quanto à infiltração de líquidos, em um Aterro Industrial localizado no município de 
Joinville. 
 
1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
 
a) Analisar a infiltração de água em cada tipo de camada de cobertura 
construída na célula experimental, comparando as taxas de infiltração com a 
espessura da camada e seu comportamento ao longo de ciclos climáticos; 
b) Identificar características geotécnicas do material a ser utilizado na 
camada de fechamento, através de ensaios; 
c) Analisar financeiramente de cada célula experimental; 
d) Analisar o processo construtivo da camada; 
e) Propor manutenções para minimizar a infiltração de água da chuva no 
resíduo. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
Os aterros sanitários e industriais são um processo para a disposição final 
do resíduo no solo, que é seguido conforme critérios técnicos e normas específicas, 
que necessitam de um confinamento seguro em termos de controle de poluição 
ambiental e proteção à saúde pública. Para ter um bom desempenho, um aterro 
deve seguir critérios para projeto, construção e operação, conforme a NBR 10.157, 
que basicamente é composto por impermeabilização de base, cobertura diária, 
cobertura de fechamento, drenagem para águas pluviais, drenagem de gases e 
tratamento de percolados (GUIZELINI, 2011). 
Desta forma, é primordial uma análise da espessura da camada de 
cobertura por um período prolongado, a fim de verificar relações entre o clima e as 
15 
 
propriedades do solo, de modo a se obter critérios para a escolha do material 
utilizado no estudo, adequando a realidade da localidade e os custos de instalação e 
manutenção, de forma a reduzir os impactos ambientais e garantir que não haja 
infiltração no aterro industrial em estudo. 
 
1.4 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
Analisar o desempenho da espessura de solo utilizada na cobertura de 
fechamento temporário do aterro industrial de Joinville, a fim de reduzir o volume de 
chorume decorrente das águas pluviais. 
 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
O presente trabalho está dividido em quatro capítulos, a fim de proporcionar 
entendimento ao leitor sobre o tema abordado. 
No primeiro capítulo é realizada uma introdução ao tema, apresentando uma 
visão geral da pesquisa e dos seus objetivos. Esse capítulo descreve sucintamente a 
importância do tema escolhido e também elenca as principais tarefas desenvolvidas 
para concluir essa pesquisa. O segundo capítulo é composto por referencial teórico 
do trabalho, onde aborda-se questões importantes para embasar a pesquisa que 
será realizada em campo e auxiliar na conclusão dos resultados esperados. No 
terceiro capítulo são descritas as Metodologias que serão utilizadas para o 
desenvolvimento do trabalho, seguido pelo quarto capítulo onde serão apresentados 
os resultados esperados desse trabalho e quinto capítulo é composto pela 
conclusão. E por fim, o trabalho possui as referências bibliográficas utilizadas ao 
longo do desenvolvimento dessa pesquisa. 
 
16 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Este capítulo contextualiza e apresenta uma breve revisão da literatura 
quanto à problemática dos Resíduos Sólidos, onde aborda os tópicos que 
possibilitam a visualização sobre os conceitos e classificação dos resíduos sólidos e 
também aborda todo o processo que compõem um projeto de um aterro industrial. É 
dado destaque ao processo construtivo das camadas de cobertura do aterro. 
 
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
O desenvolvimento constante dos grandes centros, o progresso da indústria 
e a variação do nível de renda da população, vêm provocando uma aceleração na 
geração de lixo. A palavra lixo em português vem do latim lix que significa cinzas, 
porém esse termo que é resultante das mais diversas atividades é chamado de 
Resíduos Sólidos Urbanos. Tornando um termo muito amplo abrangendo além de 
materiais do estado sólido, também os materiais do estado semi-sólido, como os 
lodos e líquidos (NASCIMENTO, 2007). 
Resíduo sólido urbano é toda matéria gerada das atividades de origem 
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de varrição entre outras e 
podem ser utilizadas como matéria-prima (ZANTA e FERREIRA, 2003). 
Segundo a NBR 10.004/2004, no item 3.1 os resíduos sólidos são definidos 
como: 
 “ Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e 
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de 
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de 
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. ”(ABNT, 
2004) 
Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e 
Resíduos Especiais (ABRELPE), pesquisa realizada em 2014, é gerado diariamente 
no Brasil cerca de 215.799 toneladas de resíduos referente a atividade doméstica 
em residências e limpeza urbana (SANTOS, 2014). 
17 
 
A Tabela 1 apresenta uma comparação entre os dados referente aos anos 
2013 e 2014 sobre a quantidade de Resíduo Sólidos Urbanos (RSU) gerados e 
revela um acréscimo de 0,021 referente ao índice (kg/hab/dia). 
 
Tabela 1 - Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos Gerado 
Regiões 
2013 2014 
RSU Gerado 
(t/dia) 
Índice 
(kg/hab/dia) 
População Total 
RSU Gerado 
(t/dia) 
Índice 
(kg/hab/dia) 
Norte 15.169 0,892 17.261.983 15.413 0,893 
Nordeste 53.465 0,958 56.186.190 55.177 0,982 
Centro-Oeste 16.636 1,110 15.219.608 16.948 1,114 
Sudeste 102.088 1,209 85.115.623 105.431 1,239 
Sul 21.922 0,761 29.016.114 22.328 0,770 
Brasil 209.280 1,041 202.799.518 215.297 1,062 
Fonte: Pesquisa ABRELPE e IBGE (2014) 
 
Diante da Tabela 1 apresentada anteriormente, observou-se que com base 
no índice, a região sudeste é a que mais gera resíduos sólidos urbanos, seguida 
pela região centro-oeste. A região que menos gera resíduo é a região sul. 
 
2.1.1 Classificação 
 
A NBR 10.004 (ABNT, 2004), especifica que no item 4.2 os resíduos sólidos 
são classificados em: 
a) Resíduos Classe I: são os resíduos os resíduos perigosos que 
apresentam critérios de periculosidade estabelecido pela norma quanto a 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade. Estão 
incluídos nessa categoria: latas de tinta, materiais contaminados com óleo, filtro de 
óleo, resíduos de saia provenientes de tratamento térmico de metais, etc. 
b) Resíduos Classe II A: são os resíduos não perigosos e não inertes, 
podem apresentar propriedades como: biodegradabilidade, combustibilidade ou 
solubilidade em água. Estão incluídos nessa categoria: resíduo orgânico, lodo do 
sistema de tratamento de água, vidros, varreduras, papelão, etc. 
c) Resíduos Classe II B: são os resíduos não perigosos e inertes, eles 
não sofrem alteração em sua composição. Estão incluídos nessa categoria: 
entulhos, sucata de aço e ferro. 
18 
 
Apesar dos resíduos de construção civil ser considerados como resíduos 
Classe II B (inertes), possuem algumas resoluções específicas: 
 
a) ResoluçãoCONAMA n.º 307/2002:Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos 
para a gestão dos resíduos da construção civil; 
b) Resolução CONAMA n.º 348/2004:inclui o amianto na lista de resíduos perigosos. 
Possuindo a seguinte classificação conforme a Tabela 2: 
 
Tabela 2 – Classificação Conama 
C
o
n
a
m
a
 n
º 
3
0
7
 
Classe A 
São resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. Estão 
inclusos nessa categoria: restos de construção, demolição, 
reformas e reparos de pavimentação ou edificações como também 
daqueles provenientes da fabricação ou demolição de peças pré-
moldadas em concreto. 
Classe B 
São os resíduos recicláveis para outras destinações. Estão 
inclusos nessa categoria: plásticos, papéis, papelões, metais, 
madeiras, embalagens vazias de tintas. 
Classe C 
São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam 
a sua reciclagem ou recuperação. Estão inclusos nessa categoria: 
Gesso, estopas, isopor, lixas, mantas asfáltica, massas de vidro, 
sacos de cimento e tubos de poliuretano. 
C
o
n
a
m
a
 n
º 
3
4
8
 
Classe D 
São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção ou 
demolições prejudiciais a saúde. Estão inclusos nessa categoria 
Ex: tintas, solventes, óleos, resíduos de clínicas radiológicas, latas 
e sobras de aditivos e desmoldantes, telhas e outros materiais de 
amianto, tintas e sobras de material de pintura. 
Fonte: Conama (2002 e 2004) 
 
Com relação aos resíduos sólidos industriais, a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) prevê obrigações para o setor produtivo. De 
acordo com a PNRS a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve observar a 
seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, 
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos. (BRASIL, 2010) 
 
19 
 
2.1.2 Técnicas de aterramento de resíduos sólidos 
 
Dentro de uma perspectiva mais ampla no que diz respeito ao 
gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, a destinação final, é a última fase a ser 
realizada com relação aos procedimentos que envolvem esses materiais. Nesse 
conceito, a implantação de sistemas voltados para a redução da produção de 
resíduos, posteriormente reciclagem , são medidas de extrema importância para 
minimizar os problemas que envolvem a disposição final dos resíduos sólidos 
urbanos. Um desses problemas é, por exemplo, a obtenção de novas áreas para a 
implantação de novos aterros (NASCIMENTO, 2007). 
No Brasil, diversas cidades ainda não destinam adequadamente seus 
resíduos sólidos. A Tabela 3 apresenta a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 
(PNSB) realizada em 2008 e divulgado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), indicando que 50,8% dos municípios destinam seus 
resíduos para um lixão e 22,5% para um aterro controlado. Porém, esse percentual 
vem reduzindo gradualmente e cada vez mais cidades têm atualizado seu processo 
de gestão, incorporando programas de coleta seletiva e uma forma de disposição 
final de resíduos mais apropriada, através da construção de aterros sanitários. 
 
Tabela 3 - Relação entre percentual de municípios brasileiros e respectivo destino final 
dos resíduos entre 1989 a 2008 
Ano Lixões Aterro Controlado Aterro Sanitário 
1989 88,2 % 9,6% 1,1% 
2000 72,3% 22,3% 17,3% 
2008 50,8% 22,5% 27,7% 
Fonte: IBGE (2010) 
Na Tabela 3 é possível visualizar esta evolução, principalmente com relação 
aos aterros sanitários, que era uma solução adotada por 1,1% dos municípios em 
1989, mas progrediu para 27,7% em 2008. 
 
2.1.2.1 Lançamento a Céu Aberto ou “Lixão” 
 
É uma forma de destinação final de resíduos sólidos urbanos, onde esses 
resíduos sólidos são lançados sobre o solo, sem qualquer medida de proteção ao 
20 
 
meio ambiente ou a saúde pública. São depositados sobre o solo natural sem 
receber qualquer tipo de trabalho mecânico para reduzir seu volume. Não existe 
qualquer tipo de controle sobre o grau de periculosidade e o tipo de resíduo 
depositado (IWAI, 2005). 
A única regra utilizada para a escolha do terreno a ser utilizado na 
disposição final dos resíduos, é a distância dos grandes centros urbanos, para não 
causar impressões negativas com a população. Nessa forma de disposição, facilita a 
proliferação de vetores (moscas, ratos e mosquitos), geração de odores e a 
contaminação do solo e das águas subterrâneas e superficiais, pela infiltração do 
chorume, que é gerado pela decomposição dos resíduos (NASCIMENTO, 2007). 
 
2.1.2.2 Aterro controlado 
 
É uma forma de destinação final de resíduos sólidos urbanos, onde são 
adotadas algumas precauções tecnológicas durante o desenvolvimento do aterro. 
Nela é feita a cobertura dos resíduos com argila, aumentando a segurança do 
sistema e minimizando os riscos contra a saúde pública e impactos ambientais, não 
dispondo de área impermeabilizada, nem de tratamento do chorume ou coleta e 
queima de biogás (ANDREOLI, 2015). 
Embora seja uma técnica mais recomendada do que o lançamento a céu 
aberto, ela ainda não substitui o aterro sanitário. É uma solução para municípios 
pequenos, onde a arrecadação não seja suficiente para contratar uma empresa 
especializada na operação de aterros sanitários (IWAI, 2005 e NASCIMENTO, 2007). 
 
2.1.2.3 Aterro Sanitário ou Industrial 
 
O aterro sanitário é considerado a forma mais adequada de destinação final 
dos resíduos, ela consiste na compactação dos resíduos sólidos em camadas. O 
solo é impermeabilizado, o chorume coletado e destinado para uma estação de 
tratamento onde recebe seu devido fim, evitando a contaminação das águas 
subterrâneas. O gás metano que é gerado em virtude da decomposição anaeróbia 
da matéria orgânica no interior do aterro, geralmente é queimado, mas também pode 
ser utilizado em estações com biodigestor na geração de energia elétrica (IWAI, 
2005 e SEBRAE-MS, 2012). 
21 
 
A norma da NBR 8419 (ABNT, 1992), define aterro sanitário no item 3.2 em: 
“Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar 
danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos 
ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar 
os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume 
permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada 
jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário.” 
 
Para instalação de um aterro sanitário, devem-se seguir algumas técnicas 
operacionais como: possuir sistema de impermeabilização do solo, sistema de coleta 
e drenagem de líquidos e gases, divisão em células, compactação dos resíduos, 
cobertura, estação de tratamento de chorume, monitoramento geotécnico e 
ambiental (ANDREOLI, 2015). 
Na Figura 1 é possível visualizar as diversas etapas de um aterro sanitário 
durante sua construção até seu encerramento, em seguida é apresentado um 
resumo dessas 10 etapas. 
 
Figura 1 - Detalhes das etapas para realização de um aterro sanitário 
 
Fonte: Adaptado Autosustentável (2012) 
 
1) Preparação do aterro por meio de escavação do terreno; 
2) Compactação do fundo do aterro, colocação de manta de polietileno para 
impermeabilização e de camada de brita para condução do chorume e do 
biogás; 
3) Instalação de calhas para conduzir o chorume até a lagoa de acumulação; 
22 
 
4) Cercamento do aterro para não permitir a entrada de pessoas ou animais; 
5) Instalação de calhas verticais para condução do biogás à superfície; 
6) Compactação das camadas de RSU com separação destas a cada 5 metros de 
altura; 
7) Criação de um sistema de tratamento do chorume no próprio aterro. Pode-se 
também prever o transporte deste efluente da lagoa de acumulação para uma 
estação fora do aterro; 
8) Controle de todo o resíduo depositado no aterro (fonte geradora, transporte, 
volume, idade e o localexato do depósito); 
9) Encerramento do aterro, com a finalização do recebimento de RSU; 
10) Construção de áreas verdes em toda sua extensão, dando continuidade ao 
tratamento do chorume e do biogás por aproximadamente 15 anos. 
 
2.2 PROJETO DE ATERRO DE RESÍDUOS 
 
A seguir será apresentado um breve resumo sobre o revestimento de fundo, 
impermeabilização, drenagem do chorume, drenagem de gases e tipos de camadas 
de cobertura. 
 
2.2.1 Revestimento de fundo 
 
Boscov (2008) afirma que o revestimento de fundo do aterro tem a função de 
impedir a passagem do chorume para o solo natural da área onde foi instalado o 
aterro e evitar a contaminação do lençol freático. É composto basicamente por 
camadas de impermeabilização e drenagem. A Figura 2 apresenta um esquema 
ilustrativo de um revestimento de fundo. 
 
23 
 
Figura 2 - Esquema ilustrativo do revestimento de fundo 
 
Fonte: adaptado Boscov (2008) 
 
O revestimento de base da Figura 2 é composto das seguintes camadas: 
 
a) Terreno natural nivelado 
b) Camada de argila compactada com coeficiente de permeabilidade menor ou 
igual a 1 x m/s com 1 metro de espessura; 
c) Geomembrana de PEAD 
d) Camada de proteção da Geomembrana, de geotêxtil; 
e) Camada drenante de percolado, de material granular (pedra rachão); 
f) Camada de separação e filtração, de solo de granulometria intermediária 
entre a dos resíduos e a da camada drenante. 
 
2.2.1.1 Impermeabilização 
 
O sistema de impermeabilização está associado com os liners e são 
indicadas como barreiras impermeabilizantes empregadas para impedir que o 
chorume infiltre no subsolo e contaminem o lençol freático. Para Carvalho (1999) os 
liners consistem em dispositivos empregados quando se deseja reter ao máximo 
possível do chorume. 
Resíduos 
Camada de separação e filtração 
Camada de drenagem do chorume 
Camada de proteção (geotêxtil) 
Geomembrana de PEAD 2,0 mm 
Camada impermeável de argila 
Terreno natural 
24 
 
A instalação desta camada começa com a retirada da vegetação, rochas ou 
qualquer outro material através da terraplanagem deixando o terreno no greide 
definido pelo projeto. Uma vez feita a terraplanagem, inicia-se a construção da 
camada de impermeabilização. A argila é espalhada no local, homogeneizada e 
compactada com a utilização de rolos compactadores pé de carneiro. A 
compactação da argila deve ser feita na umidade ótima e as camadas não devem 
ser superiores a 25 cm de espessura. Se a argila estiver muito úmida deverá ser 
feito o gradeamento afim de acelerar sua secagem e quando a argila estiver abaixo 
da umidade ótima, deverá ser feita a aplicação de água limpa com o auxílio de um 
caminhão pipa (BOSCOV, 2008 e MANSOR et al., 2010). 
Mansor et al. (2010) ainda comenta que para a instalação da Geomembrana 
a superfície de argila deve estar seca, lisa e livre de torrões de argila, pedras ou 
qualquer outro material que possa perfurá-la. De modo a evitar o escorregamento ou 
ação do vento sobre a geomembrana, ela deverá ser ancorada nas bordas conforme 
é mostrado na Figura 3. A canaleta de ancoragem deverá ser escavada de acordo 
com as dimensões previstas no projeto e o reaterro deverá ser feito cuidadosamente 
para evitar danos a geomembrana. 
 
Figura 3 - Modelo de ancoragem de Geomembrana 
 
Fonte: Adaptado Reichert (2007) 
 
Boscov (2008) e Mansor et al (2010) afirmam que o objetivo de proteger a 
geomembrana de danos que possam ser causados pela colocação do sistema de 
drenagem (rachão), uma camada de proteção mecânica deverá ser colocada sobre 
a geomembrana. Esta camada, com cerca de 20 a 30 cm de espessura, poderá ser 
de qualquer solo, não sendo necessário que seja argila, uma vez que sua função 
não é impermeabilizante, mas de proteção. 
 
≥ 60 cm ≥ 30 cm 
Geomembrana PEAD 2,0 mm 
Reaterro 
25 
 
2.2.1.2 Drenagem de chorume 
 
O sistema de drenagem do chorume consiste em uma camada de material 
granular de alta permeabilidade, como brita, protegida por uma camada de filtração, 
geralmente areia ou geotêxtil. Dentro da camada de material granular é colocada 
uma tubulação perfurada, o material é físico e quimicamente resistente ao tipo de 
resíduo disposto, como por exemplo, PEAD (Polietileno de alta densidade). As 
tubulações conduzem o chorume até um reservatório, onde é encaminhado para o 
tratamento através da gravidade ou também poderá ser conduzido através de 
bombeamento (BOSCOV, 2008). 
Na Figura 4, é apresentado o sistema de drenagem de chorume sobre o 
sistema de impermeabilização da base do aterro. 
 
Figura 4 - Sistema de drenagem de chorume 
 
Fonte: Corsini (2014) 
 
Existe a possibilidade da drenagem a ser instalada ter o formato espinha de 
peixe ou ser do tipo colchão drenante conforme é apresentado na Figura 5A e 
também o sistema de colchão drenante conforme é apresentado na Figura 5B. 
 
26 
 
Figura 5 – Modelos de drenagem de fundo – A) Drenagem espinha de peixe B) Colchão 
drenante 
A) 
 
B) 
 
Fonte: A)Notas de aula IFJF (2013); B) Disprotec (2017) 
 
O sistema de espinha de peixe é vantajoso por seu custo ser menor, porém 
é menos eficiente quando comparado com o colchão drenante. (MANSOR et al., 
2010). 
 
2.2.1.3 Drenagem de gases 
 
Mariano (2008), Boscov (2008) e Mansor et al., (2010) comentam que outro 
poluente gerado devido a decomposição dos resíduos sólidos são os gases. Esses 
gases cuja composição consiste basicamente em metano e gás carbônico, 
contribuem para o agravamento do efeito estufa e precisam ser drenados e tratados 
adequadamente. O sistema de drenagem de gases de um aterro compreende 
drenos verticais e camadas horizontais interligados. 
As camadas horizontais fazem parte da cobertura e podem ser constituídas 
de areia, geotêxteis espessos, geomalhas e geocompostos para drenagem. Os 
drenos verticais atravessam todo o perfil do aterro, desde o revestimento de fundo 
até a superfície do aterro, e são construídos com tubos de concreto verticais 
perfurados envoltos por materiais granulares. Na Figura 6A é apresentada a saída 
do dreno de gás na superfície do aterro e na Figura 6B encontra-se um esquema 
ilustrativo da instalação do dreno de gás em uma célula (BOSCOV, 2008). 
 
27 
 
Figura 6 – Dreno de gás – A) Esquema de um dreno de gás; B) Simulação do dreno de gás em 
um aterro sanitário 
A) 
 
B) 
 
Fonte: Notas de aula IFJF (2013); Ferrari (2005) 
 
Ao atingir a superfície do aterro, os gases podem ser queimados em através 
de um aparelho conhecido como queimador especial com controle das emissões ou 
ser utilizados para geração de energia elétrica através de biodigestores (BOSCOV, 
2008). 
 
2.2.2 Tratamento de chorume 
 
O tratamento do chorume gerado em aterros, sejam eles sanitários ou 
industriais, é de extrema importância pois ele é um grande contribuinte para os 
impactos ambientais e está relacionado com a infiltração descontrolada do chorume 
ao ambiente e acarreta na contaminação do solo, dos recursos hídricos superficiais 
e subterrâneos (ISLAM e SINGHAL, 2002). 
É interessante observar que as características do chorume variam conforme 
a idade do aterro, a quantidade de massa de resíduo que é depositada no aterro, 
grau de compactação e principalmente pela quantidade de água que infiltra sobre a 
camada de cobertura, que alteram o chorume qualitativamente e quantitativamente. 
Substâncias perigosas encontradas juntamente na massa de resíduo aterrado 
podem acarretar problemas ambientais mais graves se o chorume não receber seu 
devido tratamento (QASIM e CHIANG, 1994) 
Segundo Hamada e Matsunaga (2000), não se deve considerar apenas uma 
solução para seu tratamento, devido à cadeia de constituintes existentes no 
chorume e as variações do aumento da área exposta. Forgie (1988) sugere um 
critério para decidir entre os processos. Quando o chorume apresentar DQO elevada 
28 
 
acima de 10.000 mg/l, baixa concentraçãode nitrogênio amoniacal e uma relação 
entre a DBO/DQO entre 0,4 e 0,8 e uma concentração significativa de ácidos graxos 
voláteis com baixo peso molecular, o tratamento pode ser efetuado por ambos os 
processos, anaeróbio e aeróbio. 
O tratamento do chorume recorre a processos normalmente empregados 
nos tratamentos de águas residuais. Uma vez que a característica do chorume 
coletado varia bastante nos diversos casos, um bom número de opções pode ser 
empregado para tratamento. Na Tabela 4 são apresentados os principais processos 
de tratamento, tanto físico-químico e biológico utilizados para o tratamento de águas 
residuais, inclusive o chorume. 
 
29 
 
Tabela 4 - Processos representativos para tratamento de águas residuais, inclusive o 
chorume 
PROCESSO DE 
TRATAMENTO 
APLICAÇÃO OBSERVAÇÕES 
Processos biológicos 
Lodos ativados 
Remoção de componentes 
orgânicos 
Necessita de decantador 
Lagoas aeradas 
Remoção de componentes 
orgânicos 
Similar ao de lodos ativados, porém sem 
decantador (somente para pequenas 
vazões) 
Sistemas baseados em 
películas biológicas 
Remoção de componentes 
orgânicos 
Mais indicado para efluentes industriais 
Sistemas anaeróbios 
(lagoas e reatores) 
Remoção de componentes 
orgânicos 
Baixo consumo de enérgica e produção de 
lodo; em climas muito frio requer 
aquecimento; risco de instabilidade, 
principalmente na partida 
Nitrificação/ 
desnitrificação 
Remoção de nitrogênio 
Dependendo do sistema pode ser aplicado 
conjuntamente aos sistemas de remoção 
de componentes orgânicos 
Processos químicos 
Neutralização Controle de pH Aplicação limitada 
Precipitação 
Remoção de metais e alguns 
anions 
Gera lodo que deve ser disposto como 
resíduo perigoso 
Oxidação 
Remoção de componentes 
orgânicos 
Mais indicado para águas residuárias 
diluídas e o uso pode gerar 
hidrocarbonetos clorados 
Oxidação com vapor 
saturado 
Remoção de compostos 
orgânicos 
Custoso 
Operações físicas 
Sedimentação/flotação 
Remoção de sólidos 
suspensos 
Aplicação limitada se aplicado 
isoladamente, porém pode ser útil em 
conjunto com outros processos 
Filtração 
Remoção de sólidos 
suspensos 
Útil somente no refinamento do processo 
“Air Stripping” 
Remoção de amônia ou 
compostos orgânicos 
voláteis 
Necessita de equipamentos para controle 
de poluição atmosférica 
Adorção 
Remoção de compostos 
inorgânicos dissolvidos 
Útil somente no refinamento do processo 
Evaporação 
Quando a descarga de 
chorume não é permitida 
Resulta em lodo que pode ser perigoso e 
pode ser custoso em regiões não áridas 
Troca iônica 
Remoção de compostos 
inorgânicos dissolvidos 
Útil somente no refinamento do processo 
Fonte: adaptado Metcalf e Eddy (1991) 
 
Diante da composição variável do chorume é evidente a dificuldade de trata-
lo de forma correta. 
 
2.2.3 Tratamento de gases 
 
Depois de drenado o biogás é encaminhado para o tratamento. A forma mais 
usual e barata de trata-lo é fazendo sua queima através de um Flare, como é 
30 
 
mostrado na Figura 7, pois dessa maneira diminui-se o efeito poluidor causado por 
ele na atmosfera. O gás gerado também pode ser utilizado para geração de energia 
elétrica com o aproveitamento do Biogás, porém para realizar esse tratamento, é 
necessário um alto investimento nos maquinários (BOSCOV, 2008 e MANSOR et al., 
2010). 
 
Figura 7 - Queimador de Biogás 
 
Fonte: Combustec (2017) 
 
2.2.4 Sistemas de cobertura do aterro 
 
No Brasil, a maioria dos aterros utilizam uma camada homogênea de argila 
compactada para fazer o fechamento da cobertura do aterro. Esses materiais 
geralmente são os mais utilizados devido as suas características de baixa 
permeabilidade à água e ao baixo custo do material, principalmente quando as 
jazidas se encontram junto a área do aterro ou em regiões próximas (MARIANO, 
2008). 
Segundo a NBR 10.157 o sistema de cobertura deve minimizar a infiltração 
da água na célula, exigir pouca manutenção, não estar sujeita a erosão, acomodar 
assentamento sem fratura e possuir um coeficiente de permeabilidade inferior ao 
solo natural da área do aterro (ABNT, 1987). 
O principal objetivo da camada de cobertura é impedir a infiltração da água 
da chuva para o interior do maciço, e também ser capaz de controlar as emissões de 
biogás, sendo a permeabilidade um dos principais parâmetros que fornecerá 
informações sobre o comportamento da camada de cobertura ao longo do tempo 
(LOPES, 2011). 
31 
 
Entre as principais características geotécnicas que podem influenciar na 
permeabilidade do solo e devem ser observadas durante a execução das camadas 
de cobertura, podemos citar: umidade de compactação, estrutura do solo, grau de 
saturação, sucção do solo e conteúdo volumétrico de ar, dentre outros fatores 
(DANIEL, 1990; VIEIRA, 2005, TEIXEIRA, 2008, MARIANO, 2008). 
 
2.2.4.1 Camada de cobertura diária 
 
Segundo McBean; Rovers; Farquhar (1995) camada de cobertura diária é a 
atividade diária empreendida no final de cada jornada ou quando for necessário, tem 
como as principais funções: 
a) Minimizar a infiltração da água pluvial no maciço dos resíduos; 
b) Evitar o espalhamento de resíduos pela ação dos ventos; 
c) Ajudar a reduzir a exalação de odores; 
d) Bloquear o contato de aves e vetores de doença com os resíduos; 
e) Tornar possível a operação e o acesso de veículos à frente de serviço; 
f) Ajudar a prevenir incêndios; 
g) Diminuir o choque visual. 
 
Uma espessura de solo de 15 cm é suficiente para suprir as funções básicas 
para operações em coberturas diárias (Mc BEAN; ROVERS; FARQUHAR,1995), 
segundo (JARAMILLO, 1991 apud LANGE et al., 2006) esse valor poderá variar 
entre 10 e 20 cm. 
No Brasil a NBR 8.419 (ABNT, 1992) e NBR 13.896 (ABNT, 1997) que 
tratam dos aspectos operacionais e construtivos de aterros sanitários, não 
especificam a espessura desta camada. 
A camada de cobertura diária é muito questionada, pois ela diminui o volume 
disponível de resíduos e consequentemente a vida útil do aterro, assim quando mais 
espessa foi a camada de cobertura diária, maior será essa perda que pode chegar 
até 20% do volume total do aterro (ENGECORPS 1996 apud CARVALHO, 1999). 
 
32 
 
2.2.4.2 Camada de cobertura intermediária ou temporária 
 
As coberturas intermediárias têm basicamente a mesma função que as 
coberturas diárias, usualmente são mais espessas, entre 20 e 40 cm, e são 
utilizadas em áreas que estão ou ficarão inativas por período prolongado. 
É necessário que seja feito o cobrimento dos resíduos com a menor 
espessura possível, a fim de não comprometer a volume útil do aterro. De acordo 
com D’Almeida e Vilhena (2000) a camada intermediária é aplicável quando o tempo 
inativo é mais que um mês, Mc Bean, Rovers e Farquhar (1995) consideram a 
aplicação para período maior que um ano. 
A compactação e o espalhamento do material podem ser executados 
utilizando trator de esteira, em pequenos aterros pode-se recorrer à retroescavadeira 
ou então proceder para a cobertura manual (REICHERT, 2007). 
Reichert (2007) afirma ainda que a origem do material que será utilizado na 
cobertura é de grande importância dentro de um projeto de aterro, devido à grande 
quantidade de material ao longo da sua vida útil. Em alguns casos esse material 
poderá ser obtido a partir das escavações para a construção das novas células, o 
que seria o ideal, porém o volume do material disponível é limitado e jazidas 
próximas deverão ser previstas. Esse caso implica em maiores custos de transporte 
e pelo próprio material, além de tudo essa jazida devem ser alvo de licenciamento 
ambiental. 
Rocca et al. (1993) afirma que o uso de uma camada homogênea de argila 
compactada é muito usado em aterros sanitários em função das suas propriedades, 
porém para um solo argiloso ser considerado adequado como impermeabilização em 
aterros tanto em camada de fundo como em coberturas, deverá atender as 
seguintescaracterísticas: 
a) Ser classificado como CL, CH, SC ou OH, segundo sistema unificado de 
classificação do solo (ASTM D287-00); 
b) Apresentar uma porcentagem maior que 30% de partículas passando pela 
peneira nº 200 da ASTM (conforme NBR 7184/84); 
c) Limite de Liquidez (LL) maior ou igual a 30% (conforme NBR 6459); 
d) Índice de Plasticidade (IP) maior ou igual a 15 (conforme NBR 7180/84); 
e) Coeficiente de permeabilidade (k) inferior a cm/s quando compactado. 
 
33 
 
Rocca et al (1993) ainda comenta que o principal parâmetro considerado nas 
coberturas é a permeabilidade, pois o solo com baixo coeficiente de permeabilidade 
(k) reduz as possibilidades de contaminação do lençol freático. Quanto maior o 
percentual de argilas, menos permeável será o solo. Outro parâmetro importante 
relativo ao comportamento de camadas de aterros é a resistência ao cisalhamento 
em função das solicitações, cargas pontuais, mudanças de temperatura e ao próprio 
peso dos resíduos, acarretando no aparecimento de possíveis deslizamentos ou 
rachaduras no solo. 
O aparecimento das fissuras é um resultado dos ciclos climáticos de 
estiagem e chuva, como também a penetração das raízes de vegetação. Elas abrem 
caminho para a entrada de fluxo de líquidos e gases, aumentando a permeabilidade 
em 3 casas, passando de para cm/s (JESSBERGER; STONE, 1991 apud 
MARIANO, 2008). A escolha do tipo de vegetação adequada para camada é muito 
importante, pois pode ajudar a evitar problemas de erosão e contração do solo, mas 
como citado anteriormente, pode aumentar a condutividade hidráulica. Por esse fato, 
a camada de vegetação deverá ser resistente e também não possuir raízes que 
penetrem na camada impermeabilizante final (REICHERT, 2007). 
 
2.2.4.3 Camadas de cobertura final 
 
A camada de cobertura final de um aterro deve ser composto por um 
sistema de impermeabilização que tem a finalidade de isolar os resíduos dispostos 
para evitar a geração de percolado, a atração de vetores e a saída de gases para a 
atmosfera. Devem também possuir baixa permeabilidade, resistência a ação do 
tempo (MARIANO, 2008; REICHERT, 2007, MANSOR et al., 2010). 
Segundo McBean et al. (1995), as funções principais da cobertura final são: 
a) Proporcionar o escoamento da água superficial e proteger a cobertura de 
erosões; 
b) Atuar como uma capa de baixa permeabilidade que reduz a infiltração das 
águas superficiais na massa de resíduos e consequentemente impacta na 
geração de chorume; 
c) Reter a umidade para o crescimento da vegetação; 
d) Reduzir ou aumentar a migração de gases do aterro, dependendo dos 
objetivos do projeto; 
34 
 
e) Adequar a área e os seus contornos de acordo com a sua futura utilização; 
f) Fornecer uma base para o estabelecimento de uma cobertura de solo 
adequada. 
 
Segundo a NBR 10.157 a cobertura final deve ter um coeficiente de 
permeabilidade inferior ao solo natural da área de aterro, a norma não especifica a 
espessura de camada (ABNT, 1987). 
Já os autores Qasim e Chiang (1994), explicam que a cobertura final possui 
de 3% a 5% de inclinação de 0,5 m a 1 m de espessura e pode ser composta por 
uma ou mais camadas com diferentes funções. Grande parte dos aterros executa 
uma camada homogênea de argila compactada (PEREIRA, 2005). Porém alguns 
autores como Gomes e Martins (2003) recomendam a utilização de solo argilo-
arenoso, por apresentar menor fissuração por secagem em relação aos solos com 
teores de argila mais elevados. 
Há diversos arranjos possíveis para a camada final de cobertura, os quais 
são construídos de acordo com as características meteorológicas do local, os 
objetivos e os recursos disponíveis. No entanto, os componentes de uma cobertura 
final normalmente apresentado pela literatura são estes apresentados na Figura 8. 
 
Figura 8 - Camada de cobertura final de um aterro sanitário 
Argila
Resíduo
Geomembrana
Camada de drenagem
Geotêxil
Solo vegetal
Cobertura Vegetal
Fonte: Adaptado de Bagchi (2004) 
 
35 
 
a) Cobertura vegetal: é necessário estabelecer algumas espécies de 
plantas/vegetação que não possuam raízes profundas e que se adaptem 
durante todo o ciclo climático do ano (QIAN; KOERNER; GRAY, 2002); 
b) Solo vegetal: também conhecida como camada superficial ou camada de 
controle de erosão. Deve ter pelo menos 15 cm e normalmente é feita de solo 
fértil para na parte superior ser plantada a vegetação, das quais não podem 
ter raízes profundas. Esse tipo de cobertura minimiza a ocorrência da erosão, 
promove transpiração da água de volta a atmosfera, diminui o impacto da 
chuva, diminui a velocidade dos ventos sobre a superfície do solo (QIAN; 
KOERNER; GRAY, 2002); 
c) Geotêxtil: serve como uma camada de proteção, filtração e evita que o solo 
se misture com a camada de drenagem (D’ALMEIDA; VILHENA, 2000); 
d) Camada de drenagem: Se situa abaixo do geotêxtil e acima da 
Geomembrana que serve como impermeabilizante. Sua função é remover a 
água que penetra sobre a cobertura para: minimizar a infiltração, manter a 
estabilidade dos taludes e permitir camada superior de absorver e reter água 
adicional. Segundo Qian, Koerner e Gray (2002), a camada deve ter pelo 
menos 30 cm de espessura e inclinação mínima de 4%; 
e) Geomembrana: tem a função de impermeabilizar a camada de drenagem 
para que não ocorra a infiltração de água para a camada de argila 
impermeabilizada abaixo (QIAN; KOERNER; GRAY, 2002); 
f) Argila compactada: é a principal camada para fornecer proteção contra a 
infiltração da água. Ela também evita que os gases do aterro sejam lançados 
para a atmosfera e ela poderá ser feita de argila compactada ou argila 
geossintética. Deve possuir pelo menos 45 cm de espessura (QIAN; 
KOERNER; GRAY, 2002). 
 
2.2.4.4 Camada de cobertura alternativa 
 
O lodo originado na estação de tratamento, após ser compactado, pode ser 
aplicado como camada de cobertura de aterro. Bizarreta e De Campos (2011) 
afirmam que a composição essencialmente de silte apresenta após 30 horas de 
secagem coeficiente de permeabilidade 1,5 x cm/s. Esse sistema apresenta-se 
36 
 
vantajoso devido o lodo não ser suscetível à formação de trincas e inibir a passagem 
do gás metano pela cobertura propiciando melhor utilização do gás. 
Resíduos de construção são uma forma de reaproveitamento ao serem 
utilizados como cobertura de aterros, sua disposição minimiza o contato direto dos 
resíduos com a área externa. Os resíduos de construção apontam uma 
compactação próxima de 90%, e coeficiente de permeabilidade de 2,3 x a 5,9 x 
 cm/s e umidade dentro dos valores esperados. Sua vantagem é a redução do 
custo final da obra pois com a implantação desse tipo de cobertura, reduz o custo de 
impermeabilização, sendo que este material pode estar disponível no próprio aterro, 
ou ainda ser facilmente disponibilizados por construtoras e obras próximas sem 
custos adicionais. Ainda que esse sistema de cobertura possibilite a entrada de uma 
fração de água pluvial, a alta permeabilidade contribui para que os líquidos percolem 
mais facilmente pelo maciço sem gerar bolsões desses líquidos entre as camadas 
de resíduos (CATAPRETA, SIMÕES e SILVEIRA, 2011). 
Outra forma alternativa para coberturas é a utilização de barreiras capilares. 
Esse sistema é composto de materiais porosos, formado por uma camada de 
material fino e outra camada de material grosso, um exemplo para esse sistema é a 
utilização de materiais oriundos de resíduos sólidos urbanos produzidos pela 
compostagem. Esse sistema tem a finalidade de minimizar a infiltração de água da 
chuva pela diferença entre os tamanhos das partículas, proporcionando a 
armazenagem da água infiltrada na camada de solo fino, até haver a remoção por 
evaporação ou coletada em sistemas de drenagem. Estudos realizados pelos 
autores verificaram que esse sistema apresenta rendimento, para as condições de 
estudo osautores verificaram acúmulo de 81,6% a 93,4% do volume total de água 
(ALMEIDA; IZZO; MAHLER, 2011). 
Camadas com solos compactados apresentam maior permeabilidade do que 
camadas de solos executados com geossintéticos ou a combinação de solo e 
geomembrana, porém atuam como uma barreira impermeabilizante que protege a 
cobertura, para esse sistema é necessário o levantamento de dados do solo, a 
determinação do limite de liquidez e plasticidade, verificação da composição 
granulométrica e ensaios de massa específica. Com os dados das características 
físicas do solo, pode-se melhorar o desempenho aumentando a espessura de 
camada ou melhorando a compactação (ALMEIDA et al., 2010). 
37 
 
Almeida et al. (2010) ainda comenta que ao utilizar camada de cobertura 
composta (argila + geomembrana) é necessário a instalação um sistema de 
drenagem horizontal de biogás, com espessura de15 a 20 cm. A função do dreno é 
captar os gases gerados pela decomposição de resíduos e conduzi-los aos drenos 
verticais. Sem a utilização dos drenos horizontais, a pressão do gás pode causar 
ruptura, elevação na camada de cobertura, ou até instabilidade geotécnica do aterro. 
 
2.3 INFILTRAÇÃO DA ÁGUA E GERAÇÃO DE CHORUME 
 
Os aterros geralmente são preenchidos em camadas de resíduos, 
intercaladas com camadas intermediárias de solo. Esse método de construção em 
camadas e da presença da cobertura intermediária e final resulta em características 
de fluxo diferentes no movimento de líquidos e infiltração de água no aterro 
(GONÇALVES, 2012). O fator determinante na geração de chorume em um aterro 
sanitário é a quantidade das águas pluviais que infiltram, enquanto o fator 
determinante das características físicas, químicas e microbiológicas do chorume 
dependem das características dos resíduos sólidos aterrados (LANGE e AMARAL, 
2009). 
De acordo com os autores El-Fadel et al. (2002) o processo da geração do 
chorume é influenciado por vários fatores, que podem ser divididos em: 
a) Fatores que contribuem diretamente com a umidade do aterro (chuva, 
águas subterrâneas, conteúdo de umidade inicial, recirculação, codisposição de 
resíduos líquidos e a decomposição do mesmo); 
b) Fatores que afetam o lixiviado ou a distribuição de umidade dentro do 
aterro (idade do lixo, pré-tratamento, recalque, material utilizado na parede lateral do 
aterro, compactação, permeabilidade, tamanhos das partículas, densidade, 
vegetação, cobertura, geração e transporte de calor e gás). 
Nem toda água que cai sobre a superfície do aterro se converte em 
chorume, pois parte dessa água que atinge o aterro escoa superficialmente sobre a 
cobertura, chamado de escoamento superficial e parte volta à atmosfera através da 
evapotranspiração e o restante dessa água pode se armazenar na camada de 
cobertura ou infiltrar e alcançar a massa de resíduos (BOSCOV, 2008). 
A Figura 9 indica uma representação das camadas e o balanço hídrico de 
um aterro sanitário. 
38 
 
Figura 9 - Balanço Hídrico em um aterro sanitário 
 
Fonte: Adaptado de Sobrinho (2000) 
 
Boscov (2008) afirma que os principais fatores que contribuem na geração 
de chorume são a disponibilidade de água, as características da cobertura (solo, 
vegetação, declividade, presença de geomembrana, camada de drenagem, etc.), as 
características dos resíduos e os sistemas de impermeabilização e drenagem do 
aterro. 
Ainda Bascov (2008) diz que atualmente, existem diversos programas 
computacionais que servem para estimar a produção de chorume, que levam e 
consideração o Métodos do Balanço Hídrico e Método Suíço. Alguns dos programas 
são: Help, Unsath-H, Bowahals, Moduelo, SoilCover, Hydrus etc. 
 
2.4 PERMEABILIDADE DOS SOLOS 
 
A permeabilidade é uma propriedade que o solo tem de permitir o 
escoamento da água através dos seus vazios através do seu meio poroso. A sua 
avaliação é feita através do “coeficiente de permeabilidade”. É chamado de 
permeabilidade a maior ou menor facilidade com que a percolação de água ocorre 
através de um determinado solo (CAPUTO, 1988). 
39 
 
Os solos são permeáveis em função da existência de vazios pelos quais a 
água pode fluir de pontos de alta energia para pontos de baixa energia (DAS, 2012). 
A água livre escoa entre os grãos, se a mesma estiver exposta a um potencial 
hidráulico haverá o fenômeno do escoamento da água através do solo (VARGAS, 
1977). 
O conhecimento do valor da permeabilidade é muito relevante em algumas 
obras de engenharia, principalmente, na estimativa da vazão que percolará pelo 
meio do maciço e da fundação em barragens de terra, em obras de drenagem, 
rebaixamento do nível d’água, adensamento, etc (CAPUTO, 1988) 
 
2.4.1 Lei de Darcy 
 
Caputo (1988) e Das (2012) afirmam que a determinação do coeficiente de 
permeabilidade (k) é baseada na lei experimental do engenheiro francês Henry 
Darcy proposta em 1856. Darcy realizou um experimento com um arranjo similar ao 
mostrado na Figura 10 para estudar as propriedades do fluxo de água através de 
uma camada de filtro de areia. 
 
Figura 10 - Modelo experimental de Darcy 
 
Fonte: adaptado Caputo (1988) 
 
Este experimento verificou diversos fatores geométricos, indicados na Figura 
12 e deram origem a equação de Darcy (Eq. 1). 
 
40 
 
 
 
 
 ...(1) 
 
Onde: 
Q - vazão; 
k - coeficiente de permeabilidade; 
h - carga dissipada na percolação; 
L - distância na qual a carga é dissipada 
A - área do permeâmetro. 
 
A relação 
 
 
 é chamada de gradiente hidráulico, expresso pela letra i. Então a 
Lei de Darcy assume o formato, conforme Eq. 2. 
 
 ...(2) 
 
A vazão dividida pela área indica a velocidade com que a água sai da areia. 
Esta velocidade é chamada de velocidade de percolação. A lei de Darcy é válida 
somente para os casos de fluxo laminar. Sendo apresentado na Eq. 3. 
 
 ...(3) 
 
Na última expressão, se compreende que o coeficiente de permeabilidade 
indica a velocidade de percolação da água quando o gradiente é igual a um. Ele 
usualmente é calculado em m/s e, como para os solos seu valor é muito baixo, é 
expresso pelo produto de um número inferior a 10 por uma potência de 10 
(PAZZETTO, 2009). 
 
2.4.2 Determinação do coeficiente de permeabilidade 
 
Segundo Caputo (1988) e Das (2012) são utilizados dois ensaios de 
laboratório para determinar a condutividade hidráulica de um solo: ensaio de carga 
constante e ensaio de carga variável. A seguir será apresentada uma breve 
descrição de cada um. 
 
41 
 
2.4.2.1 Ensaio de carga constante 
 
Um permeâmetro de nível constante é exibido na Figura 11. Geralmente é 
utilizado para solos granulares (CAPUTO, 1988). 
 
Figura 11 - Ensaio de permeabilidade de carga constante 
L
h
Pedra porosa
Pedra porosa
Corpo de prova do solo
Frasco graduado
Fonte: Adaptado Das (2012) 
 
Segundo Caputo (1988) e Das (2012) nesse tipo de ensaio, o coeficiente k é 
determinado medindo a quantidade de água, mantida a nível constante, que 
atravessa em um determinado tempo t uma amostra de solo de seção A e altura L 
conhecidas. A quantidade de água que atravessa a amostra é recolhida em um 
recipiente graduado, onde é medida através da Eq. 4, onde o h é o desnível entre a 
superfície de entrada de água e a superfície de saída. Essa representação é medida 
através da Eq. 5. 
 
 
 
 
 ...(4) 
 
 
 
 
 ...(5)

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