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Representação 
Social da 
Violência
Introdução a Violência
Conceito
A violência é todo ato intencional autoinfligido ou praticado 
contra outra pessoa ou grupo que possa resultar em lesões, 
problemas psicológicos, deficiência, privação e morte, 
segundo definição dada pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS). 
Introdução a Violência
Definição de Violência 
Conduta abusiva, exercida por meio de gestos, atitudes ou 
outras manifestações, repetidas, sistemáticas, que atentem, 
contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma 
pessoa, que ameace ou degrade. 
A violência é definida como o uso intencional da força ou do 
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra 
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte 
ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano 
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação .
Introdução a Violência
Introdução a Violência
Histórico e Evolução
Recorte antropológico
Na pré história a violência
associava-se ao
instinto de sobrevivência;
https://ulukayin.org/wp-content/uploads/2024/06/violence-in-prehistoric-societies.webp
Em sociedades antigas, mesclava-se com o sagrado, por fazer 
parte de rituais de passagem e religiosos; o sacrifício animal ou 
humano era tido como uma forma de conexão com o divino, 
sendo assim justificada;
Recorte Antropológico
Histórico e Evolução
Também foi assistida como
espetáculos públicos em batalhas
de gladiadores refletindo o poder,
a disciplina e o controle do Estado;
Assim incoporava-se um novo https://cdn.openart.ai/stable_diffusion/d574bae37ee6280697552b8aff9c0c0f4abd83e9_2000x2000.webp
conceito de violência dentro
dasrepresentações culturais e sociais da época;
Histórico e Evolução
Revoluções das Idades Moderna e Contemporânea
Com as revoluções e as lutas por direitos, 
transforma-se a maneira de perceber a 
violência. A sociedade passa a vê-la como uma 
ferramenta ligada a ideais de justiça e 
liberdade, transformadora social e política;
A industrialização avança e traz essa nova 
perspectiva de violência laboral, àqual 
condições de trabalho extemas e exploratórias 
se reflete na desigualdade social
https://static.historiadomundo.com.br/2020/10/queda-bastilha.jpg
Tipos de violências
Violência Física
Definição: Agressões que causam lesões corporais.
Legislação: Código Penal (Art. 129) define lesão corporal como ofensa à 
integridade física ou à saúde de outra pessoa.
Violência Psicológica
Definição: Ações que causam danos emocionais e psicológicos.
Legislação: Código Penal (Art. 147) descreve como conduta ilícita uso 
de ameaças, constrangimentos, humilhação, manipulação, isolamento, 
chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou outros. A 
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) aborda especificamente a 
violência psicológica contra a mulher.
Tipos de violências
Violência Moral
Definição: Ofensas que atingem a honra e a dignidade.
Legislação: Incluída na proteção geral dos direitos da 
personalidade e tipificada como calúnia, difamação e injúria no 
Código Penal (Arts. 138 a 140).
Violência Doméstica
Definição: A violência ocorre no ambiente familiar ou doméstico.
Legislação: A Lei Maria da Penha é a principal norma que protege 
as vítimas de violência doméstica, estabelecendo medidas 
protetivas.
Tipos de violências
Violência contra Crianças e Adolescentes
Definição: Qualquer forma de abuso, exploração ou 
negligência.
Legislação: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA -
Lei 8.069/1990) prevê medidas de proteção e tipifica crimes 
específicos.
Tipos de violências
Construção da Representação Social
Segundo Porto (2006), a construção da compreensão sobre a
violência se desenvolve a partir das percepções e entendimento
que os indivíduos possuem a respeito desse fenômeno.
Essas representações variam conforme o contexto em que as
pessoas estão inseridas e mudam ao longo do tempo podendo
ser transformadas.
Principais formas de construção
1. Contexto histórico e cultural: 
Cada sociedade tem uma historia 
particular de violência.
No Brasil, por exemplo, a violência está 
intimamente ligada à herança da 
escravização, colonização e 
desigualdade socioeconômica.
2. Crenças e valores
As crenças e valores predominantes em uma sociedade
influenciam diretamente as representações da violência.
3. Experiências pessoais e coletivas
As experiências diretas ou indiretas da violência moldam sua
representação social. Pessoas que já vivenciaram violência no
trânsito tendem a ver como questão mais critica podendo ser
mais cuidadosas a dirigir.
4. Papel das Instituições
As Instituições sociais (mídia,escolas,famílias,sistema judicial, 
igreja) desempenham um papel central na construção da 
representação social. Eles disseminam normas e valores que 
influenciam como a violência é vista e respondida pela sociedade.
5. Estereótipos e Preconceito
Os estereótipos em torno de raça, classe social e gênero 
influenciam como a violência é percebida. Grupos 
marginalizados, como jovens negros, pessoas LGBT e mulheres 
são muitas vezes desumanizadas e sofrem mais violência.
6.Discurso político e jurídico
As lei e os discursos dos líderes políticos também tem impacto. 
Quando um governo adota uma postura mais repressiva, isso 
reforça uma visão de que a violência é uma forma legitima de 
controle social
Influência que exerce
Segundo a análise da autora Maria Stela Grossi Porto, as
crenças e valores de uma sociedade moldam as representações
sociais sobre a violência. Essas representações têm um impacto
significativo na maneira como a violência é notada, vivida e
enfrentada pela sociedade.
Algumas das principais influências que essas representações
exercem incluem:
1- Naturalização da violência:
Em certos contextos, pode ser vista como um fenômeno natural
ou inevitável.
Essa percepção pode levar à aceitação passiva de atos violentos
e maior tolerância em relação a certas formas de agressão (ex:
violência urbana ou doméstica).
2- Construção de culpados e vítimas:
As representações sociais influenciam a forma como a sociedade
constrói a imagem de quem é culpado de quem é vítima. Podendo
afetar o tratamento de casos de violência pela mídia, autoridades
e pela própria comunidade, levando muitas vezes a julgamentos
baseados em estereótipos e preconceitos.
3- Perpetuação de Estigmas:
Essas representações podem perpetuar estigmas sobre
determinados grupos sociais, como jovens de áreas
marginalizadas ou certas etnias, associando-os automaticamente
á criminalidade e á violência.
4- Influencias nas Políticas públicas:
As crenças sobre a violência também afetam diretamente a
elaboração de politicas publicas, uma vez que moldam as
expectativas da população em relação ao papel do Estado no
combate á violência e á criminalidade.
5- Impacto nas relações interpessoais:
As representações sociais da violência influenciam as interações 
cotidianas, como o medo do outro e a sensação de insegurança 
podendo levar ao isolamento social e insegurança e desconfiança 
com vizinhos e membros de uma comunidade.
Entender essas representações é essencial para desnaturalizar a
violência e propor novas formas de convivência social baseadas
em respeito mútuo. Analisar essas influências permite um olhar
crítico sobre como a violência é incorporada no tecido social e
como pode ser enfrentada de maneira mais eficaz e humana.
Impacto Psicológico 
A violência tem consequências psicológicas graves, e as
representações que a retratam influenciam até mesmo aqueles
que não a vivenciam. Isso ocorre porque a constante exposição a
cenas ou relatos violentos pode induzir reações emocionais e
alterações comportamentais. Alguns dos principais impactos
incluem:
Ansiedade e Medo Coletivo: O bombardeio constante de
notícias sobre violência contribui para a criação de um clima de
medo coletivo. Esse fenômeno é conhecido como “medo do
crime”e gera um estado de hipervigilância, onde as pessoas
passam a ver situações comuns como ameaças potenciais.
Trauma e Estresse Pós-Traumático: Em casos de vítimas
diretas de violência, o trauma pode se manifestar em forma de
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Esse transtorno é
caracterizado por sintomas como flashbacks recorrentes do
evento, isolamento social e depressão.
Desensibilização: A exposição repetida à violência pode levar à
Desensibilização, onde as pessoas passam a responder com
menor empatia aos episódios violentos, aceitando-os como parte
da normalidade. Esse fenômeno é especialmente comum em
sociedades onde a violência é retratada de forma constante na
mídia e em entretenimentos, como filmes e jogos, o que pode
contribuir para a banalização do sofrimento humano e para a
aceitação de comportamentos agressivos.
Exemplos Práticos
Representação da Violência de Gênero
➢ Movimento Me Too
Em 2017, uma hashtag se propagou nas redes sociais de tal 
forma que traz impactos até hoje: #MeToo ("eu também").
A atriz americana Alyssa Milano, acusou o produtor de 
Hollywood Harvey Weinstein de assédio sexual. Sugeriu no 
antigo Twitter que mulheres que tivessem sido sexualmente 
assediadas ou agredidas respondessem hashtag #MeToo.
Exemplos Práticos
Representação da Violência de Gênero
➢Movimento Me Too
Pelo menos meio milhão de mulheres enviaram suas respostas 
nas primeiras 24 horas, expondo a frequência que ocorria e a 
gravidade da violência e do assédio contra mulheres em 
ambientes de trabalho e na vida cotidiana.
Antes, muitas vítimas eram desencorajadas a denunciar, já que o 
problema era minimizado ou responsabilizado sobre a própria 
vítima.
Exemplos Práticos
Diante disso provocou-se uma mudança significativa nas
representações sociais da violência de gênero, transformando o
problema de um nível "privado" para um problema social e
estrutural.
Impulsionou-se assim, políticas mais rigorosas em empresas e
escolas, incentivos para a criação de canais de denúncia, e
novas legislações de proteção às vítimas, além de uma
reconfiguração cultural que condena com mais vigor essas
práticas.
Exemplos Práticos
Movimento Me Too Brasil
A ONG foi criada em 2020 a partir do movimento americano por 
Marina Ganzarolli, advogada especializada em Direito da 
Mulher, é a fundadora e presidente da organização.
Tem por objetivo "quebrar o silêncio" de vítimas de crimes 
sexuais, ofertando um espaço de denúncias anônimo para elas.
Exemplos Práticos
Movimento Me Too Brasil
Além desse espaço para denuncias a ONG disponibiliza: 
• Canal de atendimento jurídico, psicológico e 
socioassistencial
• Canal de desabafo
• Educação e disseminação de informações sobre violência 
sexual
Exemplos Práticos
Movimentos Antirracistas e a Violência Policial
➢ Black Lives Matter
Foi fundado por três mulheres negras:
Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi.
https://static.scientificamerican.com/sciam/assets/Image/2021/SII/sa0321Morr02.jpg?w=1200
É um movimento social nascido nos EUA em 2013,
depois que o vigilante George Zimmerman foi absolvido no 
julgamento de morte de Trayvon Martin, um adolescente negro.
Exemplos Práticos
Movimentos Antirracistas e a Violência Policial
➢ Black Lives Matter
Destaca-se pela luta contra a brutalidade policial, o racismo 
sistêmico e a desigualdade racial, procurando chamar a atenção 
para a violência racial e a injustiça racial nos Estados Unidos e 
noutros lugares, promovendo a sensibilização pública e a 
mudança sistêmica.
Exemplos Práticos
Os protestos espalharam-se pelos EUA, ganhando atenção
internacional após uma série de incidentes de brutalidade policial,
incluindo as mortes de Eric Garner, Freddie Gray, Breonna Taylor e
George Floyd.
O grito “Black Lives Matter” tornou-se um slogan poderoso e
simbólico para os protestos e manifestações que ocorreram em
resposta a estas tragédias.
Exemplos Práticos
Antes visto por muitos como uma questão isolada ou de
segurança pública, a violência policial foi recontextualizada como
uma expressão de desigualdade racial e estrutural.
Em resposta, vários países, passaram a adotar reformas em
suas práticas policiais e a instituir mecanismos de
responsabilização mais rígidos.
Exemplos Práticos
Um desses mecanismos foi o uso obrigatório de câmeras
corporais, registro detalhado de incidentes de uso de força, e
políticas que desincentivem a militarização da polícia.
E a defesa por treinamentos obrigatórios em combate ao racismo
e desescalada de conflitos, para reduzir incidentes de uso
excessivo da força.
Exemplos Práticos
Campanhas de Conscientização sobre Violência 
Doméstica
➢ Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica
A campanha foi lançada em 2020 pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros
(AMB) foi criada como uma resposta ao aumento dos casos de
violência doméstica durante o período de isolamento social
imposto pela pandemia de COVID-19.
Exemplos Práticos
➢ Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica
Incentiva-se que mulheres em situação de violência
desenharem um "X" na palma da mão, e a apresentem para
funcionários de estabelecimentos participantes, que foram
treinados para reconhecer o pedido de ajuda.
Ao verem o "X", os atendentes acionam discretamente a polícia
ou direcionam a vítima para canais de apoio.
Exemplos Práticos
Essa campanha reforçou a ideia de que a violência doméstica é
um problema que envolve toda a sociedade.
Deve ser enfrentado coletivamente, além de contribuir para uma
mudança nas representações sociais, onde a violência
doméstica é cada vez mais vista como um problema público, e
não apenas um assunto privado.
Resulta-se assim em redes de apoio fortalecidas, novas
legislações de proteção à vítima, e aumento na conscientização
e engajamento da população no combate a essa forma de
violência.
Conclusão: 
O estudo sobre a representação social da violência evidencia a 
complexidade com que ela é percebida e reproduzida no 
imaginário coletivo, moldando comportamentos, políticas e até 
mesmo a tolerância social em relação a certos atos violentos. 
Reconhecer essas dinâmicas é essencial para repensar ações 
preventivas, educacionais e de conscientização, que promovam 
uma convivência mais pacífica e segura.
"A primeira pessoa a lançar um insulto em vez de 
uma pedra foi o fundador da civilização.“ Paráfrase 
do pensamento de Sigmund Freud extraído dos 
seus escritos. 
Referências
LIRA, Kalline Flávia Silva de. Representação social da violência contra as mulheres: uma 
revisão dos estudos no brasil. Revista de Psicologia, Fortaleza, v.10 n2, p. 22-30. 2019. 
Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/32387. Acesso em: 26 
out. 2024.
PORTO, Maria Stela Grossi. A violência, entre práticas e representações sociais: uma 
trajetória de pesquisa. Sociedade e Estado, [, v. 30, n. 1, p. 19-37, abr. 2015. Disponível 
em: http://dx.doi.org/10.1590/s0102-69922015000100003. Acesso em: 26 out. 2024.
PORTO, Maria Stela Grossi. Crenças, valores e representações sociais da 
violência. Sociologias, [, n. 16, p. 250-273, dez. 2006. Disponível em: 
http://dx.doi.org/10.1590/s1517-45222006000200010. Acesso em: 26 out. 2024.
Referências
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• MEDINA, Leticia. Black Lives Matter: Movimento politico recente. Data Policy. Em 20 de set. 2023. Disponível
em: https://datapolicy.co/black-lives-matter-movimento-politico-
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• Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica. Em 27
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violenciadomestica.htm#:~:text=Ajuda%20para%20denunciar%20a%20agress%C3%A3o&text=Para%20ajudar%20as%20mulheres%20a,Vermelho%20para%20a%20Viol%C3%AAncia%20Dom%C3%A9stica.Acesso em 28 de
out. 2024.
• ANGHER, Anne Joyce (Org.). Vade Mecum Acadêmico de Direito. 8. ed. São Paulo: Rideel, 2020. (Coleção de
leis Rideel).
Obrigados
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Bruno Aparecido José Reynaldo
Fernanda Martinez Marina Franco
Flávia dos Reis Vitória de Paula

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