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Língua Portuguesa : 
Sintaxe e Semântica
Professora Ma. Maraisa Daiana da Silva
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Núcleo de Educação a Distância;
DA SILVA, Maraisa Daiana.
Língua Portuguesa : Sintaxe e Semântica.
Maraisa Daiana da Silva.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 111 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Olá, estimado (a) aluno (a),
Eu sou a Professora Mestra Maraisa Daiana da Silva, doutoranda em Letras, pela 
Universidade Estadual de Maringá, especialista em Docência no Ensino Superior e em 
Metodologias Ativas, graduada em Letras Português-Francês, pela Universidade Estadual 
de Maringá, e membro do Grupo de Estudos em Análise do Discurso da UEM (GEDUEM/
CNPq), desenvolvo pesquisas no campo teórico da Análise do Discurso de linha francesa 
em suas intersecções com os estudos do filósofo Michel Foucault.
Atualmente, atuo no ensino superior no Centro Universitário Cidade Verde e me 
dedico às pesquisas que objetivam contribuir com uma reflexão sobre o funcionamento 
discursivo da linguagem imagética, focalizando nos jogos de verdade e de poder que 
subjetivam sujeitos a margem da sociedade. Objetivo, ainda, entender o processo de 
identificação que a cinematografia pode oferecer à sociedade ao ler imagens.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0260988973703312
Desejo bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Caro (a) aluno (a), é um prazer poder contribuir com a sua formação, no que tange 
à língua portuguesa. A partir de agora vamos percorrer, juntos, um caminho repleto de 
curiosidades, entenderemos mecanismos e compreenderemos estruturas da Língua 
Portuguesa para que seja possível ampliar as possibilidades que as interações sociais nos 
apresentam no nosso cotidiano. Afinal, a linguagem deve estar no centro de nossas 
preocupações, já que é ela a responsável por todas as interações que estabelecemos.
Desse modo, convido você a caminhar comigo rumo ao conhecimento, para 
tanto, discorreremos sobre conceitos fundamentais da nossa gramática e, a partir 
desses conceitos, aplicaremos regras formais e fundamentais para o bom 
desenvolvimento, escrito e falado, da língua materna. 
Para isso, na unidade I, compreenderemos o funcionamento da gramática, quando 
o assunto é morfologia e sintaxe, além disso, discutiremos sobre a importância dessas na
formação e também as dificuldades relacionadas a elas. Ainda nesta unidade,
entenderemos como se estabelecem as estruturas sintagmáticas do português.
Posteriormente, na unidade II, iremos compreender quais são as unidades mínimas 
da língua portuguesa, como elas se estabelecem na estruturação das palavras e na 
sua formação. Além disso, vamos entender um pouquinho sobre a história da língua 
portuguesa, mas não só, falaremos da língua portuguesa brasileira. Afinal de contas, não 
é possível falar da origem da nossa língua, sem entender o que aconteceu aqui no nosso 
país.
Já na unidade III, vamos nos debruçar um pouco mais sobre a sintaxe, visto que ela 
é uma das partes essenciais da gramática da língua portuguesa, responsável por entender 
a função das palavras dentro de uma frase, a relação que essas palavras 
estabelecem entre si e também a relação que existe entre as orações dentro de um 
período.
Por fim, na unidade IV, faremos uma caminhada pela gramática, em que teremos a 
oportunidade de entender os diferentes sentidos que podemos alcançar com as locuções, 
conforme a sua colocação, além de compreender que os termos acessórios da 
oração, assim como os integrantes, são tão importantes quanto os termos essenciais.
Desse modo, estimado (a) aluno (a), é importante entendermos que a 
linguagem, manifestada tanto na fala quanto na escrita, constitui a nossa única fonte 
de acesso à realidade imaterial da nossa língua. O nosso conhecimento sobre a 
estrutura linguística deve estar em constante adaptação e trabalho, visto que a língua é 
uma realidade mental que, em seus limites, se confunde com o próprio pensamento. Por 
isso convido você, mais uma vez, a embarcar comigo, para desbravar esse mar imenso 
que é a língua portuguesa.
Desejo bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 7
Conceitos e Aplicabilidade
UNIDADE II ................................................................................................... 33
Estrutura e Formação Morfológica
UNIDADE III .................................................................................................. 57
Estruturação Sintática I
UNIDADE IV .................................................................................................. 83
Estruturação Sintática II
7
Plano de Estudo:
● Introdução à Morfo(sintaxe);
● O Papel da Sintaxe e da Morfologia na Formação e Suas
Dificuldades no Processo de Aprendizagem;
● Os Aspectos da Morfologia e da Sintaxe;
● O Funcionamento da Análise Sintática.
Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar e contextualizar a Morfossintaxe;
● Compreender a Morfologia e a Sintaxe;
● Estabelecer a importância da compreensão da morfossintaxe;
● Apresentar os principais aspectos da morfologia e da Sintaxe.
UNIDADE I
Conceitos e Aplicabilidade
Professora Ma. Maraisa Daiana da Silva
8UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
INTRODUÇÃO
Olá, estimado aluno (a)!
Seja muito bem-vindo (a).
Sabemos que a linguagem deve estar no centro de nossas preocupações, afinal ela 
é a responsável por todas as interações que estabelecemos. Nesse sentido, a gramática 
pode ser entendida como uma grande aliada para o bom entendimento e bom uso da 
linguagem, visto ser o mecanismo que regula uma determinada língua, em um determinado 
tempo.
Assim, entender esses mecanismos e compreender as estruturas da Língua 
Portuguesa significa ampliar as possibilidades que as interações sociais nos 
apresentam no nosso cotidiano.
Desse modo, nesta unidade, você poderá compreender melhor como a gramática 
funciona quando o assunto é morfologia e sintaxe, além de entender a importância 
dessas na formação e também as dificuldades relacionadas a elas. Ainda nesta unidade, 
apresentaremos os conceitos de frase, oração e período e entenderemos como se 
estabelecem as estruturas sintagmáticas do português.
Para alcançar os objetivos, será necessário debruçarmos sobre vários conceitos 
importantes para o entendimento do que chamamos de morfossintaxe. 
Desejo bons estudos!
9UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
1. INTRODUÇÃO A MORFO(SINTAXE)
Nos últimos tempos as pesquisas referentes à Língua Portuguesa avançaram de 
forma significativa quando pensamos na gramática tradicional, o que tem refletido cada 
dia mais na atuação de estudantes da Língua Portuguesa. Visto isso, a preocupação na 
formação desse profissional deve ir além do simples entendimento da língua materna – o 
Português – e em se tornar proficientes da mesma. É necessário estar atento para que 
seja possível alcançar um saber qualificado e consolidado a respeito da estrutura dessa 
língua e também do seu uso real, do seu funcionamentofoi substituída pelo inglês. 
Não é possível falar da origem da língua portuguesa, sem entender o que aconteceu 
no Brasil, desde que Pedro Alvares Cabral, em 22 de abril de 1500, pôs os pés nas terras 
brasileiras. No processo de colonização, os portugueses espalharam pelo nosso território 
inúmeras aldeias e vilas, das quais os nomes remetiam a Coroa portuguesa. 
Ainda que esse processo tenha sido realizado em nome dos portugueses, os 
agentes não foram os portugueses. Nas grandes expansões territoriais, processos 
econômicos quem protagonizava eram os índios, crioulos e mestiços, ou seja, falantes 
de português, mas não do português de Portugal, um português entranhado de 
influências indígenas e africanas, devido aos escravos que foram trazidos pelos 
portugueses. 
Para Ilari e Basso (2009, p. 55), “para entender a difusão da língua portuguesa no 
território brasileiro, não basta pensar em tratados, conquistas e fronteiras, é 
necessário também considerar a forma (ou antes, as formas) como se deu a 
ocupação efetiva do espaço”. 
A língua indígena que mais influenciou o português brasileiro foi a língua dos 
indíge-nas que moravam no litoral: Tupinambá ou Tupi-guarani. Ao lado do português 
essa língua foi usada como língua geral na colônia, já que os jesuítas, vindos para a 
catequização dos indígenas, estudaram e acabaram difundindo a língua. Mas isso não 
durou muito, em 1757, a Coroa portuguesa proibiu o uso da Língua 
Tupi, assim, como o português já superava o Tupi, o português se tornou a língua oficial 
46UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
do Brasil. E assim o português foi tomando conta do território, se espalhando cada vez 
mais e esmagando as línguas indígenas que tínhamos, hoje podemos dizer que 
perdemos muito com isso, tanto no que se refere a nossa identidade linguística quanto 
cultural. 
De qualquer maneira, ainda assim, herdamos muitas palavras das línguas 
indígenas, como macaxeira, capivara, catapora, mingau etc. e também africanas como, 
moleque, quitanda, fubá, entre outras, e essas culturas foram agregando na então 
língua oficial, afastando o português do brasil do português de Portugal, o qual tinha, 
por sua vez, a influência do francês. 
Entre 1808 e 1821, a família real veio para o Brasil e nesse momento da história 
o português do Brasil e o de Portugal voltaram a se aproximar, visto a grande quantidade
de portugueses presentes nas capitais. Contudo, com a independência, em 1822, houve
uma grande onda de imigração, vieram holandeses, espanhóis, entre outros, que também
começaram a influenciar a nossa língua, e isso explica o porquê de tantos sotaques e
diferenças regionais no nosso país.
Mas foi com o movimento modernista que se consagrou a normatização da nossa 
língua. Esse movimento criticava a valoração excessiva que ainda se destinava à cultura 
europeia e incentivou os brasileiros a valorizar o que pertencia a eles: a língua brasileira. 
Tivemos, há uma década, a reforma ortográfica, resultado de um acordo entre os 
países que têm a língua portuguesa como oficial. Com essa reforma algumas regras de 
escrita, que diferenciavam as normas, foram revistas, contudo, no que se refere à 
oralidade, podemos ter certeza de uma coisa: temos estimáveis distinções.
47UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
4. A NOVA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
O novo acordo ortográfico da língua portuguesa não visa a modificação no nosso 
modo de falar, nem poderia. O seu objetivo é uniformizar e facilitar a escrita, para que, 
segundo estudiosos que defendem esse tipo de acordo, livros publicados não precisariam 
mais ser revistos antes de chegar em nossas mãos e vice-versa. Isso também facilitaria o 
acesso, além de Portugal, de países como Angola e Moçambique, às publicações de livros 
e revistas publicadas no Brasil, o que valorizaria o mercado. 
Nessa perspectiva, o novo acordo ortográfico visa, como dito anteriormente, a 
unificação das regras da língua portuguesa por todos os países que a tenha como língua 
oficial. Desse modo, visto a importância de estar alinhado às mudanças da nossa língua, 
veremos neste tópico as principais mudanças que ocorreram na escrita do português, 
propostas pelo novo acordo. 
As mudanças começam no alfabeto, isso mesmo, o alfabeto que era composto 
por 23 letras, das quais cinco são vogais, agora é composto por 26 letras. Antes do acordo 
as letras k, y e w só eram utilizadas (ou deveriam ser) em casos de estrangeirismo e 
abreviaturas. Agora, essas letras pertencem oficialmente ao nosso alfabeto. 
Houve também modificações nas regras quanto às letras maiúsculas e 
minúsculas. Agora, nomes de estação de ano, meses e dias de semanas devem ser 
grafados com letra minúscula, desse modo temos: verão, inverno, janeiro, março, 
domingo, sábado e assim por diante. Antes essas eram grafadas com letra maiúscula. 
O mesmo se aplica aos pontos cardeais: norte, sul, leste, oeste, sudeste, nordeste etc. 
48UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Estes também eram grafados com letras maiúsculas antes do acordo. 
Em contrapartida, agora é facultativo, ou seja, não é obrigatório, pode ser 
acatado ou não, o uso de letra minúscula em termos que compõem citação 
bibliográfica, com exceção do primeiro e daqueles que são, obrigatoriamente, marcados 
com maiúscula. Por exemplo, antes do acordo, ao citar o nome de um livro, fazíamos da 
seguinte forma:
● Memórias Póstumas de Brás Cubas;
● A Montanha Mágica;
● A Volta ao Mundo em 80 Dias.
● Agora podemos grafar da seguinte maneira:
● Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás Cubas;
● A Montanha Mágica ou A montanha mágica;
● A Volta ao Mundo em 80 Dias ou A volta ao mundo em 80 dias;
É facultativo, ainda, o emprego de letras minúsculas nos termos de tratamento ou 
referência e em termos que designam crenças religiosas. Assim, temos: 
Santa Clara - santa Clara
Doutor José de Alencar - doutor José de Alencar
Papa João Paulo II - papa João Paulo II
Governador João Carlos - governador João Carlos
Excelentíssimo Senhor Juiz - excelentíssimo senhor juiz
Da mesma forma, vocábulos que indicam domínios de saber e afins, podem ser 
grafados com letra minúscula: português, letras, literatura, linguística, física quântica, 
química, geografia humana, artes plásticas, e assim por diante. 
Uma das regras que sofreu mais mudanças, de acordo com Silva (2009), foi 
a acentuação, devemos considerar que:
Houve a eliminação do trema na letra u, que segue as letras g ou q e antecipa 
as letras e ou i. Assim: lingüiça passou a ser grafada linguiça; liqüidaçao passou à 
liquidação; lingüistica passou à linguística; agüentar passou a aguentar, conseqüência à 
consequência etc. 
Houve a eliminação também do acento agudo nos ditongos abertos, das palavras 
paroxítonas, -ei e -oi. Como em: jiboia, anteriormente jibóia; epopeia, anteriormente 
epopéia; ideia, anteriormente idéia; paranoico, anteriormente paranoico; geleia, 
anteriormente geléia. 
49UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
É importante ressaltar que essa queda na acentuação ocorreu apenas nas paroxítonas, nas 
oxítonas, como anéis, papéis, corrói, remói, entre outras, a acentuação é necessária. 
Houve a eliminação do acento agudo nas paroxítonas com as letras i ou u tônicos 
antecedidos de ditongos, como em: feiura, anteriormente feiúra; boiuna, anteriormente 
boiúna, cauila, anteriormente cauíla. Da mesma forma que na regra anterior, essa regra se 
aplica apenas às paroxítonas, pois as proparoxítonas devem continuar sendo acentuadas, 
como, por exemplo em: maiúsculo, feiíssimo, cheiíssimo e assim por diante, e ainda os que 
possuem i ou u, mas não são pospostos por ditongos, como em: cafeína, saúde, saída, país 
etc. 
Houve a eliminação do acento circunflexo nos encontros vocálicos -oo e -ee, como 
em: enjoo, anteriormente enjôo; perdoo, anteriormente perdôo; abençoo, anteriormente 
abençôo; voo, anteriormente vôo;creem, anteriormente crêem; reveem, anteriormente 
revêem; leem, anteriormente lêem. 
Houve a eliminação dos acentos agudo e circunflexo em algumas palavras cuja 
diferença era representada, justamente, pelo acento, ou seja, em palavras homógrafas, 
vejamos abaixo a lista das palavras em que o acento caiu:
QUADRO 4.1 – COMPARATIVO DE PALAVRAS
 HOMÓGRAFAS QUE PERDERAM A ACENTUAÇÃO
ANTES DO ACORDO DEPOIS DO ACORDO
pára (verbo parar) 
e para (preposição).
para : grafia para as duas 
classes gramaticais.
péla (verbo pelar), péla (substantivo) 
e pela (preposição).
pela : grafia para as três 
classes gramaticais.
pólo (substantivo), pôlo (substantivo) 
e polo (preposição arcaica).
polo : grafia para as três 
classes gramaticais.
pélo (verbo pelar), pêlo (substantivo) 
e pelo (preposição)
pelo : grafia para as três 
classes gramaticais.
pêra (substantivo), péra (substantivo) 
e pera (preposição arcaica).
pera : grafia para as três 
classes gramaticais.
Fonte: elaborado pela autora.
Porém, nas palavras homográficas pôr (verbo) o acento continua obrigatório, para 
que não se confunda com a preposição por. A mesma regra se aplica a palavra pôde (verbo 
no passado), para diferenciá-lo da palavra pode (verbo no presente). Já, na palavra fôrma/ 
forma, o acento é facultativo. 
50UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Outra alteração significativa que tivemos, com o novo acordo ortográfico, foi com 
relação a utilização do hífen. Vejamos:
QUADRO 4.2 – A UTILIZAÇÃO, A MANUTENÇÃO E A ELIMINAÇÃO DO HÍFEN
REGRA EXEMPLOS EXCEÇÃO
Palavras derivadas 
por prefixação, em 
que o segundo 
termo inicia com h
Sempre utilizaremos 
o hífen quando a
segunda palavra
iniciar com h e tiver
como antecessor um
prefixo.
Super-herói; anti-
herói; anti-higiênico; 
co-herdeiro; sobre-
-humano; mini-hotel; 
etc.
A palavra composta 
por sub + humano 
perde o h, ao se 
juntar, assim, 
teremos: subumano.
Palavras derivadas 
por prefixação com 
vogais diferentes
Quando as vogais 
do prefixo e da 
palavra que o 
procede forem 
diferentes, não se 
utiliza hífen.
Coautor; extraesco-
lar; infraestrutura; 
autoaprendizado; 
agroindústria; 
aeroespacial; etc.
O prefixo co, pre, 
re, entre outros, 
se juntará ao seu 
radical, ainda que 
ele seja iniciado com 
vagal igual. Como 
em: coordenador, 
preestabelecer; 
reerguer.
Palavras derivadas 
por prefixação, 
sendo o segundo 
termo iniciado por 
consoante.
Quando o prefixo 
terminar por vogal e 
o segundo iniciar por
qualquer consoante
não utilizaremos
hífen
Autocorretor; con-
trarregra, minissaia; 
seminovo; microci-
rurgia; semicírculo; 
ultrassonografia etc.
Qualquer consoante, 
com exceção do 
h. Perceba que
para uma melhor
pronúncia, quando
o segundo termo
se inicia com s e r,
estas letras dobram.
Palavras compostas Usa-se hífen em 
palavras composta 
que se tornaram 
comuns em língua 
portuguesa.
Paraquedas; 
girassol; 
mandachuva; 
pontapé; etc.
_
51UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
REGRA EXEMPLOS EXCEÇÃO
Palavras compostas 
por justaposição
Usa-se hífen em 
palavras compostas 
por justaposição em 
que os termos cons-
troem uma unidade 
semântica, porém, 
com uma tonicidade 
própria, e ainda 
os que compõe 
espécies botânicas e 
zoológicas. 
Amor-perfeito; 
quebra-pedra; 
tenente-coronel; 
ano-luz; arco-íris; 
bem-te-vi, conta-
-gotas; erva-doce;
guarda-chuva; etc.
Esta regra é a que 
mais causou debate, 
visto que não 
especifica, 
exatamente, em que 
casos deve haver o 
uso do hífen.
Manutenção em 
palavras derivadas 
por prefixação
Mantem-se o hífen 
em termos derivados 
por prefixação, em 
que o prefixo termine 
por r e o segundo 
termo inicia-se 
por r; ou com os 
prefixos circum e 
pan com o segundo 
termo iniciando por 
vogal, m ou n; ou em 
qualquer condição 
para alguns prefixos 
(além-, ex-, sota-, 
soto-, vice-, vizo-, 
pós-, pré-, pró-, grã-, 
grão).
Super-resistente; 
inter-relacionado; 
pan-americano; pan-
-mágico; pré-escola;
além-mar; ex-diretor;
pré-natal; pró-afri-
cano; grã-fina;
grão-mestre.
_
 Fonte: a autora.
 O novo acordo ortográfico também trouxe regras quanto às letras mudas, agora 
as letras mudas que não são pronunciadas devem ser eliminadas, como, por exemplo, em 
52UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
ação, anteriormente grafada acção; batizar, anteriormente baptizar; direto, 
anteriormente directo; objeção, anteriormente objecção; Egito, anteriormente Egipto; entre 
outros. 
Por fim, foi estabelecido, ainda, uma regra quanto a separação silábica. Ficou 
determinado que: se, ao escrever, a linha finalizar com a separação de uma palavra que 
leva consigo a grafia do hífen, este deve ser repetido na linha seguinte. Desse modo, se 
estivermos escrevendo um texto a mão, por exemplo, na hora em que formos separar 
as sílabas, porque ela não coube inteira naquela linha, e a palavra coincidir com o hífen, 
este deve ser repetido no começo da linha seguinte. Isso tanto para os casos de 
ênclise (pronome colocado após o verbo: fala-se, diz-se, come-se etc.), como para 
palavras que, de acordo com a nova ortografia, devem ser grafadas com o hífen. 
Podemos exemplificar da seguinte forma: 
 Pelo que acabamos de ver, percebemos que o novo acordo ortográfico propõe uma 
padronização parcial. Afinal, segundo Silva (2009, p. 55-56), o novo acordo ortográfico
 não soluciona definitivamente o “problema” das diferenças ortográficas entre 
os países lusófonos, aliás um dos principais argumentos empregados por 
seus detratores. Versando sobre uma série de detalhes da escrita em língua 
portuguesa, que vão da utilização do hífen à acentuação gráfica, passando 
pelo emprego de letras maiúsculas ou pela separação silábica, o novo acordo 
pretende, contudo, homogeneizar ao máximo a grafia dos vocábulos, 
promovendo, para tanto, modificações estruturais na forma de escrever 
algumas palavras do idioma. Embora o acordo pretenda manter a maior 
parte dos recursos ortográficos atualmente vigentes, não resta dúvida de que 
as poucas modificações propostas já são suficientes para colocar os 
escritores, editores, professores, linguistas e utentes da língua em geral sob 
reserva e suspeição.
Nessa mesma direção, podemos afirmar que os maiores embates, levantados 
por críticos da língua portuguesa quanto ao acordo ortográfico, dizem respeito ao fato da 
ausência de discussões mais democráticas e amplas sobre as novas regras, as quais, 
segundo esses críticos, ficaram em volta de poucos representantes da academia 
portuguesa e brasileira. 
O reitor não 
recebeu os ex-- alunos da 
graduação.
O melhor chá é 
o de erva- - doce para
acalmar.
Em Campina 
Grande, fala-- se muito em 
cultura. 
53UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Desse modo, conforme o reconhecido gramático Evanildo Bechara (2000), é preciso 
considerar, nesse novo acordo, uma série de fenômenos linguísticos (a acentuação tônica 
relativa aos contrastes de timbre aberto e fechado, as variantes fonéticas de língua, o uso 
do hífen etc.), a fim de se realizar um trabalho realmente condizente com as necessidades 
práticas da língua escrita.
Entretanto, indo além de um novo acordo ortográfico, em que a preocupação se 
respaldava em uma promoção gráfica única do idioma, na escrita, e imposta por “poucos”, 
é necessário considerar que só uma política linguística responsável será capaz de alcançar 
o reconhecimento da nossa língua, apenas uma política bem estruturada, que considere a 
necessidade de atribuir, por meio da pedagogia e da educação formal, a competência 
linguística aos seus falantes da língua portuguesa, seja portugueses, brasileiros, 
moçambicanos, ou qualquer outro que a tenha como língua oficial.
Contudo, enquanto não alcançamos essas mudanças, o que nos resta é entender, 
utilizar e ensinar o novo acordo ortográfico. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento, leia a dissertaçãode mestrado, intitulada Derivação 
pre ixal: um estudo sobre alguns pre ixos do português brasileiro, de Solange Mendes 
Oliveira, pela Universidade Federal de Santa Catarina, para aprofundar seus 
conhecimentos sobre os prefixos e sufixos em língua portuguesa brasileira.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/86632/203011.pdf?sequence=1
REFLITA 
“O princípio fundamental da arbitrariedade do signo não impede distinguir, em cada 
língua, o que é radicalmente arbitrário, vale dizer, imotivado, daquilo que só ́ o é 
relativamente. Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, 
intervém um fenômeno que permite reconhecer graus no arbitrário sem suprimi-lo: o 
signo pode ser relativamente motivado.”
Fonte: SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. Trad. bras. Antônio Chelini et al. 20 ed. 
São Paulo: Cultrix, 1995, p. 152.
54UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a)!
Chegamos ao final de mais uma etapa.
Espero que esta unidade tenha contribuído para a sua compreensão de como a 
estrutura e a formação das palavras da língua portuguesa acontecem. Vimos que a língua 
apresenta estratégias linguísticas que proporcionam a formação de novas palavras, além 
disso, temos um banco de dados previamente classificado, em que vamos depositando 
palavras, as quais selecionamos, reorganizamos e reestruturamos para nos comunicar. 
Ademais, observamos que um sistema fechado não é suficiente para que as 
necessidades linguísticas sejam sanadas, afinal a língua é viva e está em constante 
transfor-mação, determinando que as palavras sejam revistas e reestruturadas e, para 
isso, temos aliados gramaticais, como a derivação e a composição. 
Nesta unidade também tivemos a oportunidade de discutir sobre a origem da língua 
portuguesa, o que permitiu uma maior compreensão do seu surgimento, de como ela 
começou a ser difundida e como chegou ao Brasil. 
Isso porque, não é possível, para nós brasileiros, falar de estrutura de palavras, da 
formação de palavras, enfim, de morfossintaxe, sem entender como a nossa língua chegou 
e foi difundida no nosso país, até mesmo porque temos plena consciência que, ainda que 
seja uma língua herdada dos portuguesa, há muitas e grandes diferenças entre o português 
do Brasil e o português de Portugal, principalmente quando falamos da oralidade. 
Enfim, com mais esta etapa concluída, tenho certeza que você subiu mais 
um degrau na escalada do conhecimento. 
Sigamos sempre em frente!
55UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
LEITURA COMPLEMENTAR
Estimado aluno,
Sugerimos a leitura da reportagem “Professor fala das origens das palavras da 
língua portuguesa”, que aborda de maneira descomplicada as origens do nosso idioma, 
trazendo para a discussão os termos em latim e grego, além das palavras indígenas, 
africanas e árabes que constituem o nosso vocabulário.
Desejamos uma ótima leitura! 
A reportagem está disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noti-
cia/2013/10/professor-fala-das-origens-das-palavras-da-lingua-portuguesa.html.
56UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Novo acordo ortográfico da língua portuguesa: questões para 
além da escrita 
Autores: Maria Eunice Moreira; Marisa Magnus Smith; Jocelyne da 
Cunha Bocchese
Editora: EdiPUCRS
Assunto: Novo acordo ortográfico da língua portuguesa Sinopse: O 
livro Novo acordo ortográ ico da língua portuguesa: questões para 
além da escrita, organizado pelas pesquisadoras Maria Eunice 
Moreira, Marisa Magnus Smith e Jocelyne da Cunha Bocchese, 
oferece subsídios para a compreensão dos fenômenos linguísticos 
que subjazem à celebração do Acordo ora em implantação, de 
modo que este, tantas vezes sujeito a opiniões apressadas, quando 
não intolerantes, possa ser avaliado em suas múltiplas facetas. As 
organizadoras não visam, com a publicação deste livro, defender um 
ponto de vista único ou monolítico, mas sim contribuir para reflexões 
maduras e bem fundamentadas.
FILME
Título: Caramuru: A Invenção do Brasil
Ano: 2001
Sinopse: Caramuru: A Invenção do Brasil é uma produção dirigida por 
Guel Arraes e escrita por ele e por Jorge Furtado, baseado no livro 
homônimo de Santa Rita Durão, pertencente ao arcadismo. Porém, 
apesar de trazer fatos históricos, o filme traz uma forte pegada 
cômica que narra os conflitos entre portugueses e índios de uma 
forma irreverente.
O jovem Diogo Álvares (Selton Mello) é um talentoso pintor 
português cujo estilo busca realçar a beleza da realidade. Ele é 
contratado pelo cartógrafo do rei para ilustrar os mapas que guiariam 
Pedro Álvares Cabral em suas viagens marítimas.
Todavia, Diogo envolve-se com Isabelle (Débora Bloch), uma 
sedutora francesa que frequenta a Corte portuguesa e que rouba o 
mapa do artista. Ele, então, é deportado para o Brasil, onde conhece 
as irmãs índias Paraguaçu (Camila Pitanga) e Moema (Deborah 
Secco). É o início do primeiro triângulo amoroso da história do país.
57
Plano de Estudo:
● Frase, oração e período;
● Os termos da oração: essenciais e acessórios;
● As classes de palavras e regência;
● Crase e pontuação: aspectos sintáticos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e diferenciar frase, oração e período;
● Compreender os diferentes termos da oração;
● Entender como as orações se relacionam dentro de um período;
● Analisar aspectos importantes em uma análise sintática.
UNIDADE III
Estruturação Sintática I
Professora Mestre Maraisa Daiana da Silva
58UNIDADE III Estruturação Sintática I
INTRODUÇÃO
Estimado aluno (a),
Seja bem-vindo a mais uma unidade de aprendizagem!
Já entendemos a importância de usar, e usar bem, a língua portuguesa, 
compreendemos que ela é dividida em várias partes e que cada uma corresponde a uma 
área específica da gramática da nossa língua. Nesta unidade, vamos nos debruçar um 
pouquinho mais sobre a sintaxe, visto que ela é uma das partes essenciais da gramática 
da língua portuguesa, responsável por entender a função das palavras dentro de uma frase, 
a relação que essas palavras estabelecem entre si e também a relação que existe entre 
as orações dentro de um período. Opa! Vamos com calma, não é?!
Não se preocupe, nesta unidade, nós vamos, antes de qualquer coisa, entender a 
diferença entre frase, oração e período, pois, como colocado, a sintaxe também é 
responsável por essa relação entre as orações, as quais, se bem formuladas, vão garantir 
coesão e coerência para os nossos enunciados. 
Posteriormente, vamos esmiuçar as orações, vamos entender como elas são 
formadas, quais os termos essenciais das orações. 
No tópico três, veremos que os períodos são formados por orações, as quais podem 
ser dependentes uma da outra ou não. Compreenderemos que essa relação pode trazer 
diferentes sentidos para o nosso enunciado.
Por fim, vamos falar um pouquinho sobre um assunto temido por muitos – a crase 
– essa temática é de fundamental importância quando pensamos nessas relações entre as 
orações, por isso, vamos dar uma paradinha na análise sintática para falar dela, bem como 
da pontuação, mais especificamente sobre o vírgula, a qual pode nos auxiliar de acordo 
com o sentido que queremos dar aos nossos textos.
Espero que essa unidade suscite em você a vontade de aprender mais, afinal, a 
gramática é imensa e só uma pessoa curiosa e com vontade de saber mais pode 
desvendá-la. Aqui, nós apresentamos uma pequena amostra de como a nossa língua se 
desdobra e a nossa gramática funciona. 
Desejo bons estudos e muita curiosidade! 
59UNIDADE III Estruturação Sintática I
1. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
A sintaxe é a responsável por estudar as regras de construção de frases e também 
a interação que os elementos verbais têm dentro da estrutura oracional. O termo vem do 
Grego – syntáxis – e traz como significado as palavras ordenação e disposição. Nesse 
sentido, de acordo com Eliseu (2008), podemos afirmar quea sintaxe existe há muito 
tempo, não é um estudo novo da área da linguística, este campo de estudo teve origem 
com os gregos antigos, os quais já se questionavam sobre o funcionamento do vocábulo 
quando estes eram inseridos em condições concretas de comunicação, como as frases 
deveriam ser divididas, considerando suas unidades semânticas, e quais eram os termos 
essenciais para a obtenção da comunicação de modo efetivo.
Neste tópico iremos conhecer os termos essenciais e acessórios das orações e, 
também, o modo como eles se relacionam para que haja um bom funcionamento no seu 
objetivo final, que é a comunicação. Para tanto, vamos iniciar entendendo a diferença entre 
frase, oração e período. 
Para começar observe a frase:
Ao analisar as palavras acima, você avalia que elas formam uma frase? 
portuguesa ao disciplina língua esta estudo aplica-se da
60UNIDADE III Estruturação Sintática I
Com certeza não. Mas por quê? Fica evidente, ao analisarmos a frase acima, 
que as palavras não seguem a ordem estabelecida em língua portuguesa, reconhecidas 
por qualquer usuário, independente do seu grau de escolaridade. Podemos dizer que 
este exemplo se configura em um amontoado de palavras, sem nenhum significado, não 
cumprindo, assim, sua função, que é estabelecer a comunicação. 
Agora, observe as mesmas palavras reorganizadas, de acordo com os princípios 
que são exigidos pela linguística, os quais são até mesmo intuitivos para os usuários da 
língua em questão.
Comprovamos, a partir da restruturação acima, que não basta juntar palavras 
para se obter uma frase, afinal, agora sim podemos dizer que temos uma frase, não é? 
Pois bem, é evidente que para termos uma frase é necessário, então, que um conjunto 
de palavras comunique uma ideia, que faça sentido para alguém. 
Desse modo, podemos afirmar, de acordo com Costa et al. (2013, p. 35), que 
frase “é uma unidade linguística que, na situação comunicativa, expressa uma ideia; 
caracteriza-se graficamente por iniciar-se com letra maiúscula e terminar com um ponto”.
Apoiados em Cegalla (2004), podemos dizer ainda que a frase funciona para 
que os sujeitos de uma língua expressem seus pensamentos e também sentimentos. 
Assim, a frase pode ser entendida como uma unidade plena de sentido, sendo possível 
termos a construção de uma frase a partir de uma única palavra ou várias, com ou sem 
verbos. O que importa, quando definimos a frase, é a sua capacidade de transmitir uma 
informação, ou seja, sua capacidade de servir ao sujeito e ao outro para que estabeleçam 
uma interação, um processo comunicativo. 
Consideremos algumas frases, a fim de entender suas possíveis construções:
Esta disciplina aplica-se ao estudo da língua portuguesa 
Chove…
Que chuva!
A chuva causou destruições. 
A chuva causou destruições, deixou as ruas alagadas e pessoas desabrigadas.
(adaptado de Costa et al., 2013) 
61UNIDADE III Estruturação Sintática I
 Nos enunciados colocados anteriormente, conseguimos notar sem dificuldade as 
características de uma frase. Em todos eles conseguimos recuperar o sentido, logo, 
comunicam algo, todos também apresentam os sinais gráficos necessários, como o 
emprego da letra maiúscula e a pontuação. Notamos ainda que o primeiro enunciado é 
constituído por uma única palavra, um verbo, já o segundo enunciado conta com mais de 
uma palavra, o terceiro com um único verbo e, por fim, o quarto com mais de um verbo. 
Com isso reafirmamos que para se ter uma frase não importa a quantidade de 
palavras, nem se há verbos inseridos na sua construção, essas características não 
influenciam na constituição da frase, desde que esta tenha sentido completo e cumpra com 
o seu papel. 
As frases são divididas em duas categorias: frases nominais e oração (também 
conhecidas como frases verbais). A nomenclatura já nos adianta o que cada uma tem 
por característica. As frases nominais são aquelas que trazem consigo apenas nomes, ou 
seja, não possuem verbos. Como por exemplo: 
● Bom dia, meus queridos alunos!
● Boa semana!
● Cuidado!
● Uma noite linda.
● Silêncio, por favor!
Por sua vez, as orações, que não deixam de ser frases, têm sua unidade sintática
estruturada em função de um verbo. Além do verbo, as orações também têm como 
característica, em sua composição, três tipos de termos, são eles: essenciais, 
integrantes e os acessórios, dos quais falaremos mais adiante.
Abordaremos esses três tipos de termos mais adiante, antes vamos entender o que 
é período. considerado período a frase que tem uma ou mais orações. Segundo Costa 
et al. (2013, p. 25), “frase e período não são, necessariamente, o mesmo conceito. Isso 
porque, está implícita, na constituição do período, a presença de, pelo menos, uma oração. 
Como nem toda frase corresponde a uma oração, nem toda frase é um período”. 
Da mesma forma que a linguística divide, pedagogicamente, a frase, ela também 
divide o período. Assim, temos duas classificações para o período: simples – composto por 
apenas um verbo – e composto – caracterizado por apresentarem mais de uma oração em 
sua composição, isto é, possuem dois ou mais verbos. 
Vamos esquematizar tudo isso para melhor compreensão? Observe:
62UNIDADE III Estruturação Sintática I
 DIAGRAMA 1.1 – DIVISÕES LINGUÍSTICAS DA FRASE
Fonte: a autora.
Entendido as possíveis divisões da frase e correspondentes, temos agora que nos 
deter nos termos da oração, já que a frase nominal não permite uma análise sintática, 
por não apresentar um verbo, pois na oração, é em torno do verbo que os outros 
elementos vão se organizar. Vamos no próximo tópico nos debruçar sobre esses termos. 
FRASE
(unidade plena 
de sentido)
NOMINAL
(sem verbo)
ORACIONAL
(com verbo)
PERÍODO
SIMPLES
(apenas um 
verbo)
COMPOSTO
(dois ou mais 
verbos)
63UNIDADE III Estruturação Sintática I
2. OS TERMOS DA ORAÇÃO: ESSENCIAIS E ACESSÓRIOS
Assim como na morfologia, em que temos unidades morfológicas, na sintaxe 
também temos unidades sintáticas, as quais chamamos de termos da oração, que podem 
ser formadas por uma ou por um conjunto de palavras que desempenham determinada 
função sintática. 
Podemos classificar os termos da oração de duas formas, a primeira, apresentada 
por Cegalla (2004), considera os termos da oração o sujeito e o predicado. Uma segunda 
alternativa, a mais utilizada pelos gramáticos, divide os termos da oração em:
● Termos essenciais
Sujeito;
Predicado;
● Termos integrantes
Complementos verbais: objeto direto e indireto;
Complemento nominal;
Agente da passiva.
● Termos acessórios
Adjunto adnominal;
Adjunto adverbial;
Aposto;
Vocativo.
64UNIDADE III Estruturação Sintática I
Nesta unidade vamos nos deter nos termos essenciais. Vamos lá?
O primeiro termo essencial é o sujeito, que é o termo da oração que expressa o ser 
de quem se fala ou de que se declara alguma coisa. Para encontrá-lo podemos fazer duas 
perguntinhas básicas para a oração: 
- Quem é que (verbo)?
- O que é que (verbo)?
Utilizamos essas duas perguntinhas porque devemos considerar que o sujeito pode
se referir à pessoa (quem) ou a qualquer outra coisa (que). Por exemplo:
Nessa direção, como dito anteriormente, na estrutura das orações, as palavras e 
expressões formam unidades sintáticas (pequenos conjuntos), os quais denominamos 
termos. Ainda que esses termos possam ser formados por uma única palavra, o mais 
comum é que tenha um agrupamento de elementos em volta do núcleo, o qual é a palavra 
principal. Assim, tomando o exemplo anterior, temos: 
O preço do feijão não cabe no poema. 
O que não cabe no poema? O preço do feijão.
Sujeito: O preço do feijão.
O homem não foi ao cinema.
Quem não foi ao cinema? O homem.
Sujeito: O homem.
O preço do feijão não cabe no poema. 
Sujeito
Núcleo do sujeito
65UNIDADE III Estruturação Sintática I
Podemos observar que em volta do núcleo temos palavras secundárias que o 
caracterizam, como o “o”, “do” e “feijão”. Sobre o núcleo do sujeito é precisoevidenciar 
que ele pode se manifestar de duas formas:
1ª – Quando o sujeito está em primeira ou segunda pessoa do discurso, comumen-
te os núcleos se apresentam como pronomes substantivos. Assim, usa-se os pronomes 
pessoais eu e tu, no singular e nós e vós, no plural, lembrando que as combinações equi-
valentes de nós e vós também valem, como, por exemplo: eu e tu = nós. 
2ª – Se estiver na terceira pessoa do discurso, pode ter como núcleo:
a) Um substantivo;
b) Os pronomes pessoais ele(s), ela(s);
c) Um pronome demonstrativo, relativo, interrogativo ou indefinido;
d) Um numeral;
e) Uma palavra ou uma expressão substantivada;
f) Uma oração.
Diante disso podemos classificar os sujeitos em:
Sujeito simples: quando tem apenas um núcleo.
Exemplo: Ninguém compra os elementos elegíveis. 
Sujeito composto: quando a dois ou mais núcleos.
Exemplo: Ele e você são os responsáveis.
Sujeito oculto: é aquele que não está grafado, marcado, mas é possível encontrá-lo 
a partir da conjugação do verbo.
Exemplo: Conheço aquelas pessoas. 
Sujeito indeterminado: quando não conseguimos determinar qual é o sujeito, isso 
porque o verbo se apresenta conjugado na terceira pessoa do plural (eles), ou ainda na 
terceira pessoa do singular quando acompanhado do pronome se.
Exemplo: marcaram os lugares.
Não se falou sobre o projeto. 
Oração sem sujeito: orações que contêm apenas o predicado, as quais não podemos
confundir com as orações com sujeitos indeterminados, as quais têm um sujeito, ainda que 
indeterminado. Na maioria das vezes a oração sem sujeito ocorre quando estamos 
falando de fenômenos da natureza ou usando verbos impessoais. 
Exemplo: Ontem choveu aqui.
Faz calor em pleno junho. 
66UNIDADE III Estruturação Sintática I
O segundo termo essencial da oração é o predicado, que é constituído por um 
conjunto de enunciados que engendram o que se diz a respeito do sujeito. Segundo Lima 
(2011), responsável pelas informações mais importantes sobre o sujeito, além de centrar 
a significação da oração, já que é ele que traz o verbo ou a locução verbal. Nesse sentido, 
de acordo com as teorias gramaticais, o verbo tem duas funções dentro da sintaxe e assim 
podem ser classificados em verbos significativos e verbos de ligação. Isso é importante 
porque vai determinar a intenção e o sentido das orações. 
O verbo de ligação tem a função de expressar estados, sentimentos, além de ligar 
o sujeito a uma característica. Exemplo:
O verbo “é” está, no exemplo acima, apenas ligando o sujeito à sua característica, 
por isso assume a função de verbo de ligação. Há verbos que têm essa característica, 
ou seja, normalmente funcionam como verbo de ligação, são eles: continuar, andar, ficar, 
fazer, estar, ser, parecer e permanecer. Dois desses verbos citados, os quais funcionam 
normalmente como de ligação, exigem cuidado, visto que podem ter o sentido de ação, são 
eles: andar e ficar. Observe:
Na primeira frase nós temos o verbo andar, conjugado na primeira pessoa 
expressando a ação de andar, uma ação que o sujeito pratica. Já, na segunda frase, o 
verbo, também conjugado na primeira pessoa, traz a ideia de estar cansado, ou seja, um 
estado em que o sujeito se encontra, assumindo, dessa forma, a função de verbo de 
ligação. 
O verbo significativo, por sua vez, expressa ação ou fenômeno da natureza, não 
sendo possível, diferentemente dos verbos de ligação, enumerá-los, já que a maioria dos 
nossos verbos expressam a ideia de ação. Sendo assim, o verbo “ando” da primeira 
frase do exemplo anterior é um verbo significativo.
Marcos é magro.
Sujeito característicaVerbo de 
ligação
Eu ando no parque.
Ando cansada. 
Verbo de ação
Verbo de ligação
67UNIDADE III Estruturação Sintática I
Entendido o que são os verbos significativos e os verbos de ligação podemos, 
então, entender os tipos de predicado que existem, já que será o verbo que vai nos dizer 
se estamos falando de um predicado nominal, verbal ou verbo-nominal. Lembrando que o 
predicado é tudo aquilo que diz algo sobre o sujeito, isto é, ao excluir o sujeito da oração, o 
restante equivale ao predicado da oração.
O predicado nominal é aquele em que o mais importante é o nome e não o verbo. 
Outra característica importante é que não existe predicado nominal de não haver na minha 
oração um verbo de ligação. Tomemos um dos exemplos anteriores:
Perceba que temos o sujeito e o predicado, sendo que o predicado é constituído 
pelo verbo “é”, que é um verbo de ligação, desse modo, esse predicado é um predicado 
nominal. Perceba que a palavra mais importante do predicado é “magro”. Assim, se 
trocarmos o verbo de ligação por qualquer outro significativo não teremos mais um 
predicado nominal.
Enquanto o predicado nominal precisa do verbo de ligação para existir, o predicado 
verbal precisa do verbo significativo. Observe o exemplo:
Verificamos no exemplo acima que a oração é constituída por um verbo significativo, 
o que caracteriza o predicado, automaticamente, em verbal. Perceba que a palavra mais
importante nesse caso é o verbo.
Por fim, temos o predicado verbo-nominal, que se constitui por um verbo 
significativo e uma característica, que pode ser do sujeito ou do objeto, ou seja, nesse 
predicado temos dois núcleos importantes: um verbo e um nome. Vejamos: 
Marcos é magro.
Sujeito característicaVerbo de 
ligação
Aquelas meninas brincavam felizes. 
Sujeito
Predicado verbal
Verbo significativo
O dia amanheceu ensolarado
Sujeito Predicado verbo-nominal
Verbo significativo Característica do sujeito
68UNIDADE III Estruturação Sintática I
Assim, para resumir, compreendemos que os termos essenciais da oração se 
concentram em sujeito e predicado e, também, que tanto o sujeito como o predicado 
podem ter estruturas diversas, o que vai depender da relação que as palavras assumem 
umas com as outras, ou seja, da função sintática de cada uma dentro da oração.
69UNIDADE III Estruturação Sintática I
3. AS CLASSES DE PALAVRAS E A REGÊNCIAS
Acabamos de conhecer os termos sintáticos da oração, os quais compreendem a 
análise sintática interna, isto é, a análise do funcionamento desses termos. Agora, 
vamos abordar a análise sintática externa, ou seja, a análise das orações em si. Isto 
porque dentro de um período composto, como vimos anteriormente, podem funcionar 
duas ou mais orações. 
Nessa direção, os períodos podem ser compostos por: orações coordenadas, 
orações subordinadas e orações mistas. 
Os períodos compostos por coordenação apresentam dois ou mais verbos - cada 
verbo forma uma oração - e cada parte do período, isto é, cada oração possui autonomia 
e independência sintática. Dessa forma, é possível compreender as orações do período 
de forma individual, elas são independentes entre si. A coordenação nos auxilia a alcançar 
uma unidade no sentido que queremos estabelecer, deixando-o mais completo e 
significativo. 
Observe o exemplo:
Embarquei ontem e cheguei hoje.
Verbo Verbo
70UNIDADE III Estruturação Sintática I
Neste exemplo notamos a presença de dois verbos, temos, assim, duas orações. 
Se separarmos tais orações as duas terão sentidos completos, ou seja, uma não depende 
da outra. Observe: 
● 1ª oração: Embarquei ontem.
● 2ª oração: Cheguei hoje.
Portanto, os períodos compostos por coordenação são estruturados a partir de
duas ou mais orações independentes entre si, mas que são ligadas dentro de um período 
por uma conjunção, a qual determinará se as orações serão, aditivas, adversativas, 
alternativas, conclusivas ou explicativas, a depender do tipo de conjunção que estará 
ligando as orações.
O período composto por subordinação, por sua vez, compreende àqueles que 
apresentam dois ou mais verbos dependentes sintaticamente, isto é, uma oração vai 
depender da outra para que haja sentido, sendo uma subordinada a outra, que 
denominaremos principal, assim como as gramáticas. 
Por exemplo:
Assim como na coordenação, percebemos no exemploacima que há no período 
dois verbos. Vamos separar as orações para examinarmos a construção. 
● 1ª oração: Ela tinha certeza.
● 2ª oração: Ela não voltaria.
Perceba que neste caso temos uma dependência de sentido entre as frases. Se
alguém dissesse para você “ela tem certeza”, você provavelmente perguntaria: Certeza do 
que? Ou seja, o “que” liga as duas orações de modo que uma fique estritamente 
subordinada a outra. Se estas orações forem separadas certamente não alcançaria a 
ideia final. 
Já o período misto, como o próprio nome sugere, é composto pela coordenação 
e pela subordinação ao mesmo tempo. Então temos os dois tipos de relação no mesmo 
período o que dependência (subordinação) e de independência (coordenação).
Por exemplo:
Ele tinha certeza que ela não voltaria 
verbo verbo
Fui ao cinema e comprei os presentes que minha mãe pediu.
verbo verbo verbo
71UNIDADE III Estruturação Sintática I
Observe que temos três verbos. Separando as orações, temos:
● 1ª oração: Fui ao cinema.
● 2ª oração: Comprei os presentes.
● 3ª oração: Que minha mãe pediu.
Ao analisar as orações percebemos que a primeira oração e a segunda são
independentes, ou seja, as duas são compreensíveis por si só, não há nenhum tipo 
de dependência entre elas que nos impeça de entendê-las. Agora, ao olharmos para a 
terceira oração percebemos que ela sozinha não tem sentido, demandando uma oração 
principal. Quando olhamos para ela isoladamente nos vem a pergunta: o que sua mãe 
pediu? É aí que entra a oração principal: Comprei os presentes. 
Esse é o período misto, composto, então, por orações coordenadas e 
subordinadas, ao mesmo tempo. 
Esquematizando o período, teríamos:
INFOGRÁFICO 3.1 - SUBDIVISÃO DO PERÍODO 
Fonte: a autora. 
Compreendemos, até esse momento, como os períodos se estruturam. 
Percebemos que podemos ter períodos coordenados, subordinados ou misto. Também 
vimos que há orações em que os verbos e nomes exigem um complemento para que 
tenha sentido completo. Neste tópico vamos discutir exatamente sobre a ligação que 
deve ter entre o núcleo e o seu complemento. Contudo é importante voltarmos um 
pouquinho na morfologia para relembrarmos as classes de palavras, visto que, para 
entendermos algumas colocações, elas serão imprescindíveis. 
PERÍODO
COMPOSTO 
POR ORAÇÕES
SIMPLES
(1 oração/verbo)
ORAÇÃO 
ABSOLUTA
COMPOSTA
(2 ou + 
orações/verbos)
COORDENAÇÃO
(Relação de 
independência)
SUBORDINAÇÃO
(Relação de 
dependência)
MISTO
(Coordenação e 
Subordinação)
72UNIDADE III Estruturação Sintática I
Já sabemos que a morfologia estuda a estrutura da palavra, bem como a sua 
formação e mecanismos de flexão. Mas ela também se debruça sobre as classes 
gramaticais, buscando entender a função de cada palavra isoladamente. De acordo com 
essa área de estudo, as classes gramaticais podem ser divididas em dez classes de 
palavras, também conhecida como classes gramaticais.
Observe na tabela abaixo todas as classes gramaticais e suas respectivas definições:
QUADRO 1: AS CLASSES GRAMATICAIS
Fonte: Ferreira (2011).
CLASSES GRAMATICAIS
Classe 
gramatical
Função básica Exemplo
Substantivo Nomear seres, coisas,
lugares, conceitos etc.
Um lindo balão azul sobrevoou a região.
Adjetivo Caracterizar o substantivo Um lindo balão azul sobrevoou a região.
Artigo Anteceder o substantivo para
indeterminá-lo ou
determiná-lo
Um lindo balão azul sobrevoou a região.
Numeral Indicar quantidade. Comprei três peixes por vinte reais.
Pronome Substituir ou acompanhar o
substantivo.
Célia, eu te ajudarei (te🡪🡪 Célia).
Sabes minha opinião sobre teus planos.
Verbo Indicar um acontecimento e
situá-lo no tempo.
Um lindo balão azul sobrevoou a região.
Amanhã terminaremos o trabalho?
Advérbio
Indicar circunstâncias
(tempo, lugar, etc.) do fato
verbal.
Agora vivo tranquilamente aqui.
Tempo Modo Lugar
Preposição Ligar duas palavras
Confio em você; fique perto de mim.
Conjunção Ligar orações Ventou muito, mas não choveu.
Interjeição Exprimir emoções e
sentimentos súbitos.
Puxa! Você vai faltar de novo?
73UNIDADE III Estruturação Sintática I
Agora que relembramos as funções das palavras isoladamente, vamos entrar na 
sintaxe novamente para entender como essas palavras podem nos servir em uma análise 
sintática.
Já sabemos que a sintaxe é a responsável pelo estudo das relações que as 
palavras assumem dentro de uma oração. E um dos aspectos mais importantes é a 
regência, afinal sempre ouvimos perguntas do tipo: o correto é fui no cinema ou fui ao 
cinema? E, na maioria das vezes, a resposta é dada de forma intuitiva.
Assim, para começar, é importante entendermos que a regência é a relação de 
dependência que se instaura entre os termos da oração: entre os verbos e os elementos 
que os complementam ou, ainda, aqueles que os caracterizam, a este tipo de relação 
chamaremos regência verbal; entre os nomes e outros nomes, quando há a subordinação 
pela preposição, a este tipo chamaremos regência nominal. 
Dessa maneira, as preposições é uma classe de palavras que tem o poder de 
mudar completamente o sentido de um período, assim, estudar as preposições é algo 
indispensável quando o assunto é regência verbal e nominal. Veja o exemplo:
Cheguei no carro. 
Cheguei ao carro. 
No exemplo percebemos dois sentidos distintos, a primeira oração se refere ao 
modo como “eu” cheguei, o meio de transporte utilizado. Já na segunda oração temos o 
destino final, como, por exemplo, cheguei onde o carro está estacionado. É preciso dizer 
que é comum termos divergências entre a linguagem coloquial e a linguagem padrão 
quando nos referimos às regências. Você pode até ter ficado na dúvida quanto a esse 
exemplo, afinal, na fala, o uso de “no carro” com a ideia de lugar para onde vou, é 
utilizada.
Nessa perspectiva, os termos subordinados sempre serão os termos regidos, 
ou seja, aqueles que servem como complemento a outro, completando o sentido. 
Enquanto que, os termos regentes serão sempre os subordinantes, aqueles que 
exigem um com-plemento. Essa relação que se estabelece, então, entre os termos 
regentes e os regidos, é uma relação sintática, sendo que, na regência verbal o termo 
regente sempre será um verbo, já na regência nominal o termo regente sempre será um 
nome. 
74UNIDADE III Estruturação Sintática I
4. CRASE E PONTUAÇÃO: ASPECTOS SINTÁTICOS
Ao considerar a regência, há um aspecto da gramática, considerado por 
muitos como um assunto não muito agradável, contudo, muito importante: a crase. A 
crase se relaciona de forma direta com a regência de nomes e de verbos, 
desempenhando, desse modo, um papel fundamental na estrutura sintático-semântica dos 
enunciados. Ferreira nos oferece um exemplo quanto a isso, observe as duas frases: 
Favor não bater a porta.
Favor não bater à porta.
Como podemos perceber, a presença da crase é fundamental para que possamos 
diferenciar o sentido de cada frase. A primeira traz a ideia de fechar devagar a porta e não 
deixá-la bater, a segunda traz a ideia de não chamar a atenção de alguém, por exemplo, 
através de batidas na porta.
Entende-se por crase a fusão da preposição a com outro que venha logo depois 
dela, sendo que a crase é representada pela letra a com o acento grave (à).
De acordo com Ferreira (2011, p. 648) “A palavra crase, que tem origem na palavra 
grega krasis (mistura, fusão), nomeia um fato fonético: a fusão de dois sons iguais. O 
nome do acento que., na escrita, indica a ocorrência de crase não se chama “crase”; 
chama-se acento grave.”
75UNIDADE III Estruturação Sintática I
Nessa direção, sabemos que a crase ocorre, na maior parte das vezes, pela 
fusão do artigo a mais a preposição a, contudo, em algumas estruturas sintáticas, ela pode 
resultar da junção de: 
● preposição a + pronome demonstrativo a(s), que corresponde a “aquela(s)”.
o Por exemplo: Essa camisa é igual à que ganhei.
● preposição a + aquele(s), aquela(s) e aquilo.
o Por exemplo: Dirija-se àquele departamento,por favor.
● preposição a + a (qual), as (quais).
o Conheço a revista à qual você se referiu.
De acordo com Ferreira (2011), há um método prático que podemos utilizar para nos 
certificarmos se há ou não crase nas frases. Para tanto, basta trocar a palavra feminina por 
uma masculina, mas atenção, a palavra masculina não precisa ser sinônima da feminina, 
mas precisa ser do mesmo tipo, como, substantivo comum no lugar de substantivo comum, 
nome de cidade no lugar de nome de cidade e assim por diante. Assim:
1) Se, ao substituir o nome feminino, aparecer “ao(s)” antes do nome masculino.
Coloque crase antes do nome feminino.
2) Se, ao substituir o nome feminino, aparecer “a(s)” ou “o(s)” antes do nome
masculino. Não coloque crase antes do nome feminino.
Para que seja possível construir um enunciado coerente, vimos que é necessário 
dominar os aspectos sintáticos de uma frase, ou seja, é preciso conhecer as regras de 
organização frasal. Nesse sentido, a pontuação é um elemento que funciona como um 
organizador, por isso, vamos entender como podemos utilizar desse recurso para que 
tenhamos um enunciado mais coeso e coerente. 
A vírgula marca, por exemplo, a inversão da ordem direta de um enunciado, a 
intercalação de elementos que interrompem a leitura, a elipse de algumas estruturas que podem 
ser recuperadas pelo contexto e, ainda, intensifica um determinado termo, dando ênfase a ele. 
Assim, percebemos que a presença da vírgula dentro das orações é imprescindível, por isso,
O comerciante se referiu às taxas de juros.
O comerciante se referiu aos acréscimos de juros.
Trocando por masculino
Todos apoiaram as temáticas que apresentei.
Todos apoiaram os assuntos que apresentei.
Trocando por masculino
76UNIDADE III Estruturação Sintática I
agora vamos discutir um pouquinho sobre elas.
Começaremos com as orações coordenadas, as quais, como estudado em 
outro momento, são independentes, não exercem nenhuma função uma sobre a outra. 
Essas ora-ções podem ser assindéticas ou sindéticas. O que isso significa? Significa que 
as orações coordenadas podem ser ligadas por uma conjunção (sindéticas) ou podem 
se ligar sem uma conjunção (assindéticas), as quais podem ser coordenadas através 
de uma pausa, representada por vírgula. 
Lembrando que as conjunções tem por função unir as orações, podem iniciar 
as orações, neste caso, geralmente, as conjunções são antecedidas pela vírgula, ou 
ainda podem ser deslocadas dentro do período, neste caso as conjunções devem vir, 
necessariamente, escritas entre vírgulas.
Por exemplo:
● O professor explicou a teoria, porém os alunos não a entenderam.
o 1ª oração: o professor explicou a teoria.
o 2ª oração: os alunos não entenderam.
o Porém = conjunção.
Neste exemplo notamos claramente que a conjunção está iniciando a oração. 
Agora, observe:
● O professor explicou a teoria, os alunos, porém, não a entenderam.
Neste segundo exemplo temos o deslocamento da mesma conjunção, ao deslocar
a conjunção do início para o meio da frase, é necessário colocá-la entre vírgulas. 
Observando algumas conjunções temos algumas particularidades que devemos 
considerar. Considere:
● As conjunções adversativas, as quais indicam oposição, como, por exemplo:
mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, entre outras, sempre são isoladas por 
vírgula e quando deslocadas aparecem entre vírgulas. Contudo a conjunção mas nunca 
aparece entre vírgulas. Observe:
o Fui ao mercado, mas não consegui comprar tudo que precisava.
o Fui ao mercado, contudo não consegui comprar tudo que precisava.
o Fui ao mercado, não consegui, contudo, comprar tudo que precisava.
● Outra peculiaridade encontramos na conjunção porque, que pode introduzir
uma oração coordenada explicativa como introduzir uma causa de algum fato. Neste último 
caso teríamos uma conjunção subordinativa adverbial causal. No primeiro, temos uma 
77UNIDADE III Estruturação Sintática I
conjunção coordenativa explicativa e esta deve vir sempre antecedida por vírgula. Vamos 
entender a diferença entre as duas. 
o Conjunção coordenada explicativa, introduz uma oração que justifica,
que explica, que esclarece a ideia do autor do texto, colocada anteriormente. Observe:
▪ Briguei, porque me irritei.
Temos neste exemplo uma explicação do porque a pessoa brigou. Por ter se irritado
a pessoa brigou.
o Conjunção subordinativa adverbial causal, introduz uma oração que
revela a causa de um acontecimento, isto é, o que provocou aquilo. Neste caso não se usa 
a vírgula, já que a causa tem um vínculo lógico e sintático com o fato. Observe:
▪ A festa foi transferida porque acabou a luz.
Temos então a causa da festa ter sido transferida, a falta de luz.
● Do mesmo modo que a conjunção porque, a conjunção pois pode apresentar
dois sentidos, dependendo da posição que ocupa. Vejamos.
o Se estiver no início da oração vai ter por função introduzir uma explicação
do que foi dito antes. Terá o mesmo valor do porque e, da mesma forma, virá antecedida 
por vírgula. 
▪ A festa foi transferida, pois acabou a luz.
o Quando a conjunção pois vier deslocada, apresentará uma ideia de conclusão
são do que foi dito antes, tendo o mesmo valor da conjunção portanto.
▪ Era perseverante; enfrentaria, pois, muitos obstáculos.
● Por sua vez, a conjunção e, normalmente, não é precedida por vírgula, pois
muitas vezes é utilizada com valor de soma (isso e aquilo). Contudo, em casos como: unir 
orações com sujeitos diferentes, quando ligar elementos em uma enumeração enfática e 
quando introduzir uma oração que exprime substituição, antes do advérbio não, deve vir 
precedida de vírgula. Observe:
o Maria comeu e foi embora. (junção de ideias, com sujeitos iguais)
o O espetáculo foi excepcional, e o público vibrou. (sujeitos diferentes)
o Ele ficou arrasado, e envergonhado, e triste. (enfatiza os termos)
o O professor elogiou o secretário, e não a diretora. (supressão do termo)
As orações subordinadas, por sua vez, são aquelas, como já estudado, 
dependentes de uma outra oração, a qual chamamos de oração principal. Estas podem 
ser divididas em orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais. 
78UNIDADE III Estruturação Sintática I
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal de um 
termo da oração principal, funcionam como um adjetivo na estrutura frasal. São iniciadas, 
geralmente, pelo pronome relativo que antecedido por vírgula. Temos ainda uma subdivisão, 
em que temos as orações subordinadas adjetivas explicativas e as orações subordinadas 
adjetivas restritiva. Vamos entendê-las: 
● Oração subordinada adjetiva explicativa sempre virá entre vírgulas, sendo
possível retirá-la da frase sem perder o sentido. Ela sempre vem para acrescentar uma 
informação, ampliando o que já foi dito, por isso pode ser retirada sem que o sentido se 
altere. Veja:
o Meus amigos, que viajaram ontem, chegaram cansados.
● Oração subordinada adjetiva restritiva vai especificar, vai restringir o nome
que se refere, restringindo seu significado a um único ser. Neste caso, não utilizamos 
vírgula. Veja:
o Meus amigos que viajaram ontem chegaram cansados. (Não são amigos aleató-
rios, são aqueles que viajaram ontem, especificamente).
As orações subordinadas adverbiais vão exercer a função de adjunto adverbial do 
verbo da oração principal, ocupando a mesma função do advérbio na estrutura frasal. Desse 
modo, vão acrescentar à oração circunstância de modo, tempo, causa, fim, consequência, 
entre outras. Estas orações vão ser iniciadas sempre ou por uma conjunção ou por uma 
locução conjuntiva, e as vírgulas virão a posteriori das orações subordinadas quando estas 
vierem antes da oração principal. Por exemplo:
● Se ele estivesse se esforçado, teria passado no concurso. (oração subordinada
 adverbial condicional deslocada).
● Quando percebeu, já era tarde. (oração subordinada adverbial temporal
deslocada).
Estas são as principais colocações de pontuaçãoquando pensamos em uma 
análise sintática. Perceba que os nomes das orações e as classificações não são 
dadas ao acaso, as nomenclaturas dizem o que cada uma tem por função; se a oração é 
conclusiva, quer dizer que trará a ideia de uma conclusão, se ela for condicional, quer 
dizer que ela trará a ideia de uma condição, se é coordenada, quer dizer que elas são 
independentes, subordinadas, que uma depende da outra e assim por diante. 
79UNIDADE III Estruturação Sintática I
SAIBA MAIS
Prezado (a), aluno (a)!
Neste vídeo, do canal Brasil Escola, você poderá compreender um pouco mais sobre os 
termos integrantes das orações em língua portuguesa. Um vídeo de, aproximadamente, 
22 minutos que, com certeza, acrescentará muito na sua compreensão e familiaridade 
com a sintaxe. O vídeo é intitulado Termos integrantes da oração: complementos 
verbais e está disponível em: https://www.youtube.com/embed/QFBwIsUcxb8.
Aproveite!
REFLITA 
“Não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’.
 É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social,
 quem trabalha para produzir a uva 
e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire in Moacir Gadotti, Paulo Freire: Uma Biobibliografia, 1996.
80UNIDADE III Estruturação Sintática I
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado (a) aluno (a),
Chegamos ao final de mais uma unidade de aprendizagem, na qual buscamos 
mostrar um pouquinho de como a sintaxe se desdobra, tanto no que se refere ao 
funcionamento das palavras dentro dela como da relação que as orações estabelecem 
dentro de um período.
Pudemos perceber que a gramática, tanto na morfologia quanto na sintaxe, e digo: 
em qualquer outra área de funcionamento da língua, vai se desdobrando e, a cada 
novo funcionamento, vai surgindo uma nova nomenclatura, que vai determinando aquele 
movimento da palavra ou da oração em um enunciado. Não nego que o conteúdo é 
extenso, por isso, tentamos trazer vários exemplos para que você pudesse visualizar 
todo esse mecanismo gramatical da nossa língua. 
Como colocado anteriormente, a língua portuguesa é muito rica e para 
compreendê-la, considerando seus mecanismos, é necessário estarmos sempre em 
contato com uma boa gramática. Não podemos nos iludir achando que memorizaremos 
tudo que contém em uma obra, que traz todas as regras da língua, de mais ou menos, 
800 páginas. Contudo, a curiosidade e a boa vontade de aprender podem nos ajudar a 
aprender cada vez mais. 
Por isso, meu querido (a), mãos na obra! 
81UNIDADE III Estruturação Sintática I
LEITURA COMPLEMENTAR
Caro (a), aluno (a)!
A fim de aprimorar o seu conhecimento e não ficarmos apenas na gramática 
fechada, visto que, para nos comunicarmos bem, precisamos entender o funcionamento 
real da língua, sugerimos a leitura do artigo Correção gramatical e clareza afetam a 
qualidade do texto cientí ico?, de Tarciso S. Filgueiras.
O artigo está disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-84042010000300015&script=sci_ar-
ttext&tlng=pt. Acesso em: 31 ago. 2020.
Boa leitura!
82UNIDADE III Estruturação Sintática I
MATERIAL COMPLEMENTAR 
LIVRO
Título: Moderna Gramática Portuguesa
Autor: Evanildo Bechar
Editora: Nova Fronteira
Sinopse: A mais confiável obra de consulta nos estudos da língua 
portuguesa, esta Moderna Gramática chega à tão aguardada 39.ª 
edição com atualizações em todo o seu conteúdo e acréscimos 
valiosos.Trata-se de um porto seguro para estudiosos de todas as 
idades e aqueles que precisam se preparar bem para as provas 
de concurso público no Brasil. Todo o material aqui reunido pelo 
autor, um dos maiores gramáticos da língua portuguesa, constitui 
a mais completa soma de fatos gramaticais e soluções de dúvidas 
de português. Vale lembrar que a obra está em consonância com 
as regras do novo Acordo Ortográfico, do qual o Prof. Evanildo 
Bechara é o atual representante brasileiro.
FILME/VÍDEO 
Título: Dentro da casa 
Ano: 2013
Sinopse: Germain (Fabrice Luchini) é um professor de literatura 
que sente uma enorme frustração pela mediocridade dos alunos. 
Ele se surpreende com a redação de Claude (Ernest Umhauer), 
texto que relata os problemas pessoais de um colega de sala. Ao 
mesmo tempo em que aprende literatura, o aluno escreve a 
sequência de uma verdadeira obra que ganha descrições poéticas 
sob o seu olhar. O grande dilema do filme é essa reflexão sobre o 
certo e o errado: o professor deve incentivar a liberdade criativa do 
garoto ou censurá-lo?
A história preza muito mais pelas palavras que pelas formas. O 
comportamento do professor mostra o tamanho da influência da 
ficção também na visão de espectador. Acontece que 
consequências reais são ignoradas em nome de uma boa 
história. Qual o limite da escrita? Ela deveria ter um? Muitas 
perguntas
83
Plano de Estudo:
● As locuções e seus sentidos;
● Termos acessórios da oração e a regência;
● Termos integrantes da oração;
● Os verbos.
Objetivos da Aprendizagem
● Conhecer a evolução da contabilidade e seus fundamentos históricos;
● Conceituar a contabilidade, seu objetivo e suas áreas de aplicação;
● Identificar os aspectos legais da contabilidade;
● Compreender as características da informação e quem as utiliza.
UNIDADE IV
Estruturação Sintática II
Professora Mestra Maraisa Daiana da Silva
84UNIDADE IV Estruturação Sintática II
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a),
Seja bem-vindo (a) a mais essa etapa em que vamos avançar juntos no 
conhecimento. 
Já percebemos que não podemos abordar a língua de maneira direta. A 
linguagem, manifestada tanto na fala quanto na escrita, constitui a nossa única fonte 
de acesso à realidade imaterial da nossa língua. O nosso conhecimento sobre a 
estrutura linguística deve estar em constante adaptação e trabalho, pois a língua é uma 
realidade mental que, em seus limites, se confunde com o próprio pensamento. 
Numerosos são os estudos, as observações e os caminhos que podemos seguir 
para compreender a língua. São inúmeras as teorias e métodos que podem nos 
auxiliar nessa batalha, mas, para que possamos escolher uma, precisamos conhecer 
todas. Contudo, é necessário que essa caminhada rumo ao conhecimento deve ser 
lenta para que seja bem assimilada, por isso, nesta unidade continuaremos trabalhando 
com a gramática tradicional da língua portuguesa. 
Assim, nesta unidade, propusemos uma caminhada pela gramática, em que 
teremos a oportunidade de entender, no primeiro tópico, os diferentes sentidos que 
podemos alcançar com as locuções, conforme a sua colocação.
Posteriormente, daremos continuidade aos termos das orações, vamos 
compreender que os termos acessórios, assim como os integrantes são tão importantes 
quanto os termos essenciais.
Por fim, voltaremos em uma classe gramatical muito importante, abordaremos o 
verbo, pois muitas vezes parece-nos tão óbvio que não paramos para observá-lo e 
entendê-lo em sua plenitude, deixando escapar, muitas vezes, coisas simples, mas que 
pode mudar completamente o sentido de um enunciado. 
Nessa direção, convido você, querido aluno, a embarcar novamente comigo, 
para desvendarmos esse mar imenso que é a língua portuguesa. 
Desejo uma boa leitura e ótimos estudos!
85UNIDADE IV Estruturação Sintática II
1. AS LOCUÇÕES E OS SEUS SENTIDOS
Muitas vezes, ao escrever, nós fazemos uso de expressões, visto que 
estas expressam ideias e sentidos que não conseguimos expressar em apenas uma 
palavra, necessitamos, assim, fazer uma ligação entre as palavras, o que na sintaxe 
chamamos de locução. 
Primeiramente, é importante compreendermos que a locução é a junção de duas 
ou mais palavras que resultam em uma unidade significativa, e essa unidade significativa 
vai ter, dentro de uma frase, a mesma função gramatical. Desse modo, entender 
esse mecanismo está diretamente ligado à compreensão de seu funcionamento 
sintático, ou seja, dentro de uma frase. 
Temos diferentes locuções, as quais são classificadas conforme a função que 
assumem dentro de um enunciado. Veja:
● Locuçãoadjetiva: que tem a mesma função do adjetivo;
● Locução adverbial: que tem a mesma função do advérbio;
● Locução prepositiva: que tem a mesma função da preposição;
● Locução conjuntiva: que tem a mesma função da conjunção;
● Locução verbal: que tem a mesma função do verbo;
● Locução substantiva: que tem a mesma função do substantivo;
● Locução pronominal: que tem a mesma função do pronome;
● Locução interjetiva: que tem a mesma função da interjeição.
86UNIDADE IV Estruturação Sintática II
● Colega de turma
● Homem sem-terra
Com esses exemplos, é fácil perceber que não podemos ficar presos, ao considerar
as locuções adjetivas, na procura por um sinônimo que expresse a mesma característica. 
De qualquer maneira, podemos citar algumas locuções adjetivas com seus respectivos 
correspondentes a fim de compreendermos melhor:
TABELA 1.1.1 – LOCUÇÕES ADJETIVAS
Fonte: a autora.
Locução adverbial: a locução adverbial é formada, normalmente, por meio da 
junção de uma preposição e um substantivo ou adjetivo, sendo que estes podem variar 
em gênero e o número. A locução adverbial vai funcionar como um advérbio, ou seja, 
modificando o verbo, o adjetivo ou outro advérbio. Assim, temos:
Agora que temos uma visão ampla das locuções, vamos olhar para as principais 
de maneira mais minuciosa para compreendermos como elas se comportam dentro de 
uma análise sintática. 
Locução adjetiva: a locução adjetiva é formada, normalmente, por meio da junção 
de uma preposição e um substantivo, que vão atuar como um adjetivo, caracterizando 
um outro substantivo. Assim, temos:
Preposição + substantivo
Mulher de coragem
De coragem= corajosa
De acordo com Bechara (2010), é importante dizer que nem sempre vamos 
encontrar um adjetivo correspondente na mesma família de palavras e de significado 
idêntico ao da locução adjetiva. O autor cita como exemplo:
De cabelo = capilar
De cabra = caprino
De criança = infantil
De respeito = respeitoso
De anjo = angélico
De pai = paternal
Sem freio = desenfreada
87UNIDADE IV Estruturação Sintática II
Assim como os advérbios, as locuções adverbiais também podem ser classificadas 
de acordo com as circunstâncias que expressam. Observe: 
TABELA 1.1.2 – CLASSIFICAÇÃO DAS LOCUÇÕES ADVERBIAIS
Fonte: a autora.
 Locução prepositiva: a locução prepositiva é formada por duas ou mais palavras 
que vão funcionar como uma preposição, ou seja, ligando as palavras e 
estabelecendo sentidos. A última palavra dessa locução sempre será uma preposição. 
Assim, temos:
Preposição + substantivo
Apenas irei à escola de noite
Classificação Exemplos
Afirmação – com certeza
– por certo
– sem dúvida, etc.
Intensidade – de muito
– de pouco
– de todo, etc.
De lugar
– à direita
– à esquerda
– à distância
– ao lado
– de dentro
– de cima, etc.
De modo
– à toa
– à vontade
– ao contrário
– ao léu
– às avessas
– às claras, etc.
De negação – de forma alguma
– de modo algum, etc.
De tempo – à noite
– à tarde
– à tardinha
– de manhã, etc.
substantivo + preposição
Estou perto de perder o concurso
88UNIDADE IV Estruturação Sintática II
Perceba que a locução “perto de”está ligando o verbo “estar” e o “perder”, 
exercendo, dessa forma, a mesma função de uma preposição. Poderíamos citar como 
exemplo de locuções prepositivas:
TABELA 1.2.1 – LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
Fonte: a autora.
 Locução conjuntiva: a locução conjuntiva, assim como a locução prepositiva, é 
formada por duas ou mais palavras que vão funcionar como uma conjunção, ligando duas 
orações. Assim, temos:
Uma vez que já terminei meus estudos, já posso trabalhar.
Falei com o professor primeiro, para que ele não se irrite.
Visto a característica dessa locução, de ligar orações, as quais, como nós já 
sabemos, podem ser orações coordenadas ou subordinadas, teremos dois tipos de 
locução conjuntiva:
As locuções conjuntivas coordenativas, as quais podem ser aditivas, 
adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
As locuções conjuntivas subordinativas, as quais podem ser adverbiais 
causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, 
proporcionais, temporais.
 Locução verbal: a locução verbal é formada pela junção de um verbo auxiliar e 
um verbo principal, que vão funcionar como uma única ação verbal. Assim, temos:
Estamos indo para a casa agora.
Quero dormir antes de sair de casa.
Meu amigo tem trabalhado sem descanso.
Podemos acrescentar ainda, sobre a locução verbal, que o verbo auxiliar sempre 
aparecerá flexionado em tempo, modo, número e pessoa. Já, o verbo principal sempre 
estará no gerúndio, infinitivo ou particípio.
abaixo de
acerca de
de acordo com
defronte de
junto a
perto de
por baixo de
por trás de
89UNIDADE IV Estruturação Sintática II
2. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO E A REGÊNCIA
Vimos, em outros momentos, que a gramática nos orienta sobre os termos 
essenciais, ou seja, nos conduz a uma nomenclatura específica, isso significa que temos 
outros termos paralelos a esse, que são os termos acessórios.
 O que seria um acessório? Pensem em uma pulseira, em um colar, em um 
piercing, em um cinto ou, ainda, em um fone de ouvido, uma capinha para o celular e 
assim por diante. Estes são exemplos de acessórios que utilizamos no nosso dia a 
dia, para complementar um determinado efeito visual, o qual desejamos alcançar. Da 
mesma forma, as orações, para que tenha um sentido completo, utilizam de 
complementos que auxiliam os termos essenciais. Por exemplo:
No exemplo acima, temos um predicado verbal, indicado pelo verbo significativo, 
que também é o núcleo do predicado, por ser o termo mais importante, contudo que 
precisa de algo a mais para que o sentido fique completo. É aí que surge o termo 
acessório da oração. Veja: fazemos a primeira pergunta para descobrir o sujeito – 
Quem mora? R. Maria. E fazemos uma segunda pergunta para achar o complemento – 
Maria mora onde? R. Em Natal. Assim, nós temos aí um complemento de lugar, 
assessorando o verbo, um complemento verbal, classificado na sintaxe por adjunto que,
Maria mora em Natal.
sujeito Predicado verbal
Verbo significativo Complemento verbal
90UNIDADE IV Estruturação Sintática II
apesar de ser um termo acessório, é indispensável para alcançar o sentido completo da 
oração. 
Assim, os termos acessórios são aqueles que acompanham substantivos, 
pronomes ou verbos, isto é, o núcleo verbal, nominal ou verbo-nominal do predicado. 
Eles vão informar uma característica ou uma circunstância, desse modo, fazem parte 
dos termos acessórios da oração os:
● Adjunto adverbial: termo da oração que indica uma circunstância de tempo, de
lugar, de modo, de causa, de finalidade, modificando o verbo.
Exemplo: Maria mora muito longe. (Maria não mora, apenas, longe, Maria mora 
MUITO longe: muito = intensificador do verbo, isto é, adjunto adverbial de 
intensidade).
● Adjunto adnominal: termo que qualifica ou especifica um substantivo, 
independentemente de sua função na oração.
Exemplo: A menina bonita mora em Natal. (bonita está especificando qual menina 
mora longe: a menina bonita).
● Aposto: termo da oração que oferece uma explicação referente a um 
substantivo, pronome, entre outros.
Exemplo: Maria mora em Natal, cidade litorânea. (litorânea está dando uma 
explicação de que tipo de cidade é Natal).
● Vocativo: termo de entonação exclamativa, relacionado com o sujeito, uma
forma de chamamento.
Exemplo: Maria! Venha aqui. 
Nessa direção, podemos perceber que as escolhas das palavras e a sua colocação 
dentro de orações, que podem, posteriormente, compor um texto, vão nos ajudar a 
expressar os nossos pensamentos, selecionamos, dessa forma, vocábulos que podem 
facilitar a percepção do nosso destinatário quanto a linha de raciocínio que queremos 
seguir. E os termos acessórios são os responsáveis por auxiliar-nos nessa empreitada, 
pois com eles podemos caracterizar seres, determinar os substantivos e também 
exprimir as circunstâncias. Portanto,eles são tão importantes quanto os termos 
essenciais, afinal estes dependem daqueles. 
As preposições, por seu turno, é uma classe de palavras que tem o poder de mudar 
completamente o sentido de um período, assim, estudar as preposições é algo 
indispensável quando o assunto é regência verbal e nominal. Veja o exemplo:
Cheguei no carro. 
Cheguei ao carro. 
91UNIDADE IV Estruturação Sintática II
No exemplo percebemos dois sentidos distintos, a primeira oração se refere o 
modo como “eu” cheguei, o meio de transporte utilizado. Já na segunda oração temos o 
destino final, como, por exemplo, cheguei onde o carro está estacionado. É preciso dizer 
que, é comum termos divergências entre a linguagem coloquial e a linguagem padrão 
quando nos referimos às regências. Você pode até ter ficado na dúvida quanto a esse 
exemplo, afinal, na fala, o uso de “no carro” com a ideia de lugar para onde vou, é 
utilizada. Nós conhecemos as regências conforme os usos do nosso dia a dia, dessa 
forma nos apropriamos das regências verbais e nominais muito mais pelo uso real da 
língua do que pela gramática, contudo, também temos que admitir que desconhecemos 
muitas regências da norma padrão, por isso a importância de entendê-las.
Vamos começar pela regência nominal, responsável pelas situações em que 
a exigência por um complemento parte do nome, o qual precisa de outras palavras para 
ter um sentido completo. A relação, então, entre o nome e o seu complemento é 
estabelecido por uma preposição. 
Considere a oração abaixo e a discordância presente nela:
Facilmente, ao lermos essa frase, notamos a falta de uma preposição – em – a 
qual é exigida pelo nome “confiança”. Para chegarmos a essa preposição podemos fazer 
a seguinte pergunta: Confiança EM que/quem? Perceba que a preposição se faz presente 
já na pergunta. Se eu pergunto “em que”, a resposta exigirá a mesma preposição: “em”. 
Assim temos que:
Abaixo apresentamos alguns nomes e as preposições que mais comumente 
estabelecem vínculo entre esses nomes e seus complementos, de acordo com Ferreira 
(2011, p. 626).
Novas tecnologias alimentam nossa confiança um futuro melhor.
Novas tecnologias alimentam nossa confiança em um futuro melhor.
z z
Termo regente Termo regido
92UNIDADE IV Estruturação Sintática II
No que concerne à regência verbal, como colocado anteriormente, ela se 
estabelece na relação entre o verbo e o seu complemento, ao exigir palavras que 
complete seu sentido. Essas palavras podem ser objetos diretos e objetos indiretos, o 
que está ligado diretamente à transitividade verbal.
Sobre a transitividade verbal podemos afirmar que, na estrutura de uma oração, 
alguns verbos podem ter sentido completo e outros incompleto, exigindo um objeto 
(complemento), como já mencionado nesta unidade. 
Nessa direção, os verbos podem ser classificados em: 
● verbos intransitivos, os quais possuem sentido completo, não dependem de com-
plementos para indicar ação ou fato; 
Por exemplo: O guarda apitou contente. (apitou = verbo intransitivo)
● verbos transitivos direto, os quais se ligam ao complemento sem a presença de
preposição. Damos o nome de objeto direto (OD) a esse complemento, visto não 
precisar de um intermediário. 
Por exemplo: O guarda preserva um passado feliz. (preserva = verbo transitivo 
direto). Perceba que podemos achar o objeto por meio de pergunta, como, por exemplo: 
O que o guarda preservava? Não há preposição na pergunta, então não há preposição na 
res-posta – um passado feliz –, configurando, desse modo, em objeto direto – sem 
preposição. 
O objeto direto pode ser representado por um substantivo, por uma palavra 
substantivada, por um pronome oblíquo átono, por um pronome ou por uma oração. 
● verbos transitivos indireto, os quais se ligam ao complemento por meio de uma
preposição. Damos o nome de objeto indireto (ID) a esse complemento, visto precisar de 
um intermediário.
adepto de
alheio a
ansioso por, para
apto a, para
aversão a, por
benéfico a, para
ciente de
composto por, de
contente com, por, de
desprezo a, por
favorável a
feliz de, por, em, com
impróprio para
imune a, de
inofensivo a, para
inútil a, para
junto a, de
livre de
paralelo a
próximo a, de
referente a
relativo a
residente em
rigoroso com, em
simpatia a, por
último a, em
união com, entre, a
vazio de
vizinho, a, de
vulnerável a
93UNIDADE IV Estruturação Sintática II
Por exemplo: O guarda precisou de uma ajuda. (precisou = verbo transitivo indireto). 
Assim como no caso anterior, ao fazer a pergunta para o verbo, percebemos a 
necessidade de acrescentar uma preposição: precisou de que/quem? A resposta, do 
mesmo modo, precisa da preposição: Precisou de ajuda.
O objeto indireto pode ser representado por um substantivo, por uma palavra 
substantivada ou por uma oração. 
● verbos transitivos direto e indireto, os quais possuem os dois tipos de comple-
mento, com e sem preposição – objeto direto e objeto indireto. Neste caso, o objeto indireto 
sempre será a pessoa e o objeto direto sempre será a coisa. 
Por exemplo: O guarda propiciou aos turistas uma volta ao passado. (propiciou = 
verbo transitivo direto e indireto. Podemos perguntar: Propiciou a quem? (a = preposição, 
OI); propiciou o quê? (sem preposição, OD). 
Resumindo temos o seguinte: 
TABELA 2.1 – TRANSITIVIDADE VERBAL
Fonte: Ferreira (2011, p. 627). 
Conhecendo a transitividade verbal, consequentemente, a regência verbal você 
será capaz de perceber os diferentes significados que podemos dar a um mesmo verbo, 
aprimorando, assim, a sua escrita. Lembrado que muitas regências que são utilizadas de 
modo coloquial, no uso real da língua, não é aceito na norma padrão da língua portuguesa, 
assim, consultar um dicionário de regência, ao redigir um texto, pode ser fundamental. 
Classificação Características
Verbo intransitivo – VI Tem sentido completo; não exige objeto.
Verbo transitivo direto – VTD Tem sentido incompleto; exige objeto sem
preposição inicial (objeto direto).
Verbo transitivo indireto – VTI Tem sentido incompleto; exige objeto
iniciado por preposição (objeto indireto).
Verbo transitivo direto e indireto – VTDI Tem sentido incompleto; exige dois objetos:
um sem preposição (OD) e outro com
preposição (OI).
94UNIDADE IV Estruturação Sintática II
3 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Em unidades anteriores vimos que a oração é composta de três diferentes tipos 
de termos: os termos essenciais, os termos integrantes e os termos acessórios. Tivemos 
a oportunidade de compreender dois deles, os termos essenciais e os acessórios. 
Agora, vamos abordar os termos integrantes, conhecidos também como complementos, 
tão importante quanto os outros dois para uma boa construção de um enunciado. 
Os complementos, ou termos integrantes, na maioria das vezes, são exigidos pelo 
predicado, lembrando que nós podemos ter em uma oração um predicado nominal, ou um 
predicado verbal ou ainda um predicado verbo-nominal, a depender do núcleo. A partir do 
nome dado a esse mecanismo já podemos deduzir sua funcionalidade – assim como todas 
as outras nomenclaturas que outros mecanismos sintáticos têm – os complementos tem 
por função complementar o sentido da oração, visto que, muitas vezes, o sujeito e o verbo 
não dão conta de expressar toda a ideia proposta. 
Os complementos são classificados em três grupos: verbais, nominais e agente da 
passiva.
- Complementos verbais
Os complementos verbais têm por função completar o sentido do verbo da oração.
Geralmente, esses complementos, conhecidos como objetos, são exigidos pelo próprio 
verbo e se dividem em objeto direto e objeto indireto. Essa divisão é dada pela presença ou 
não da preposição, o objeto direto não necessita da intervenção de uma preposição para se 
95UNIDADE IV Estruturação Sintática II
ligar ao verbo, por isso recebe o nome “direto”, o objeto indireto, por sua vez, precisa, para 
melhor articulação da frase, dano cotidiano. Só assim - ao 
obter um entendimento mais consolidado da língua materna, de forma consciente e 
inserida em seu uso real - será possível avançar na aprendizagem das competências 
linguísticas. 
Diante disso, a morfossintaxe se apresenta de maneira imponente, no que se 
refere aos avanços gramaticais da Língua Portuguesa, o que demanda entender o que é 
exatamente a morfossintaxe. Antes de chegar na morfossintaxe, é importante entender 
que há dois aspectos fundamentais na unidade linguística: a forma e o sentido.
Nessa direção, a palavra pode ser estudada em seu aspecto formal, considerando 
a sua forma, ou seja, a sua pronúncia, a sua composição morfológica e seu comportamento 
sintático; e pode ser estudada, também, do ponto de vista semântico, isto é, do seu 
significado básico. Para melhor compreensão, observe o diagrama 1.1, da divisão da 
palavra “quadrinhos”, abaixo: 
10UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
DIAGRAMA 1.1 – FORMA E SENTIDO DA PALAVRA
Fonte: a autora.
Conforme o infográfico acima, é possível perceber que tanto o aspecto formal quanto 
o aspecto semântico estão presentes na palavra “quadrinhos”, contudo, esses aspectos 
devem ser separados quando há uma descrição, o que é de fundamental importância 
quando se estuda a gramática da língua, visto a complexidade que se tem ao questionar a 
relação existente entre as formas gramaticais e os significados.
A complexidade, como podemos perceber pelo mesmo infográfico, não é menor 
quando o olhar se volta apenas para o aspecto formal da língua, dessa maneira, houve a 
necessidade de uma subdivisão desse aspecto em três, que corresponde ao que 
chamamos de fonologia, morfologia e sintaxe.
Dessa maneira, de acordo com as gramáticas modernas, podemos compreender 
que a palavra, o léxico, perpassa por uma unidade de som constituída por vogais, semi-
vogais, consoantes, sílabas e acento, que vão constituir enunciados, pertencentes a uma 
determinada classe morfológica. A frase, no que lhe concerne, pode ser formulada a partir 
de uma palavra ou mais, desde que tenha a capacidade de suscitar a comunicação, ou 
seja, é o próprio enunciado, sendo que este enunciado pode ser analisado sintaticamente. 
De acordo com Perini (2005, p. 42) “A fonologia, a morfologia e a sintaxe são igual-
mente compostas por regras [...] as regras fonológicas, morfológicas e sintáticas definem 
quais são as construções possíveis da língua”. Nessa etapa do livro vamos nos deter em 
apenas duas: na morfologia e na sintaxe. Contudo, é importante relembrarmos, de maneira 
breve, o que é a fonologia.
A saber, a fonologia é a parte da gramática que estuda a parte mínima do léxico, 
o que é chamado de fonemas, e também as sílabas que tais fonemas constroem. Tem-se,
Quadrinhos
Forma
Pronúncia 
(fonologia) kwadɾˈiɲuʃ
Composição 
morfológica
Radical: quadr
Sufixo: -inho
Sufixo: -s
Comportamento 
sintático. 
Admite o uso do artigo 
"os", mas não do artigo 
"as"; pode ser núcleo de 
um sintagma nominal.
Sentido
Objeto pequeno de 
cunho decorativo. 
11UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
então, na fonologia, o estudo das vogais, semivogais, consoantes, dígrafos, encontros 
vocálicos e consonantais, classificação das sílabas quanto à tonicidade, quanto ao número 
apresentado mediante a divisão silábica, o emprego das letras, considerando as diferentes 
situações de uso etc. 
A morfologia, da qual discutiremos com mais afinco nos próximos tópicos, é a 
responsável, dentro da linguística, pelo estudo da estrutura, formação e classificação das 
palavras. Ela se particulariza por olhar para o vocábulo de forma isolada, ou seja, a 
morfologia não considera o funcionamento da palavra dentro de uma frase ou período, 
mas sim de forma encerrada em si. 
Por sua vez, a sintaxe é a parte da gramática que se ocupa em estudar as 
disposições das palavras dentro da frase e de períodos; ocupa-se, também, por 
entender a relação lógica que se estabelece entre tais palavras. Discutiremos, ainda 
neste capítulo, mais profundamente sobre essa importante categoria da gramática. 
Ao considerar o que colocamos nas linhas anteriores, podemos concluir que a 
palavra pode ser analisada de duas formas: 
Entretanto, é preciso esclarecer que uma análise pode acontecer também no 
âmbito da palavra e da frase, isto é, quando o estudo envolve a junção tanto da classe 
gramatical da palavra quanto da sua função dentro de uma determinada frase, e é aí que 
surge o que intitulamos morfossintaxe. 
É interessante observar que, ainda que a Língua Portuguesa não pertença a área 
das ciências exatas, quando se fala em morfossintaxe é possível chegar a uma certa 
objetividade. Isso porque as funções sintáticas podem ser definidas previamente, por 
exemplo, os adjetivos que ao estarem vinculados a um nome, caracterizando-o, vai 
assumir, necessariamente, a função sintática de adjunto adnominal. Desse modo, a 
análise morfológica deve sempre vir antes da sintática. Assim temos a seguinte relação:
12UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
DIAGRAMA 1.2 – ENGRENAGEM LINGUÍSTICA
Fonte: a autora.
Pode-se afirmar que na perspectiva da gramática, a engrenagem da linguagem, 
quando movida pela morfologia e pela sintaxe, move algo maior, a morfossintaxe. Assim, 
ainda que haja uma divisão menor entre essas duas categorias – morfologia e sintaxe – 
forma e função são inseparáveis, justificando, desse modo, a importância da 
morfossintaxe.
Diante do apresentado, é importante o aprofundamento, em especial, da sintaxe, 
para que possamos atingir os objetivos propostos nesta unidade, sendo assim, no 
próximo tópico apresentamos uma introdução à sintaxe.
1.1 Introdução à Sintaxe
Discutimos no título anterior sobre as divisões da gramática da Língua 
Portuguesa e percebemos que há duas ciências, quando falamos em forma, que são de 
extrema impor-tância: a morfologia e a sintaxe.
A primeira é capaz de determinar a classe que pertence cada uma das palavras de 
uma frase e a segunda, por seu turno, capaz de estabelecer a função da palavra na frase. 
É importante salientar que juntas, morfologia e sintaxe, ao promoverem uma análise da 
função sintática e das classes gramaticais, alcançam conexões e significados importantes 
no texto, por isso poderíamos pensar, ainda, na ligação entre morfossintaxe e a semântica.
 Nessa direção, de acordo com a gramática gerativista, o falante de uma língua 
natural, independente de qual seja, já nasce sabendo como os vocábulos se organizam 
para que se estabeleça estruturas cada vez mais complexas até que se chegue nas 
Morfossintaxe
Sintaxe
Morfologia
13UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
sentenças, ou seja, qualquer falante tem um conhecimento inato sobre a sua língua. 
Assim, compreender a maneira como as palavras de uma língua se estabelecem em uma 
sentença é a principal competência linguística dos seres humanos.
Negrão, Scher e Violli (2004, p. 81) exemplificam isso da seguinte forma:
Imaginemos o léxico de nossa língua como uma espécie de dicionário 
mental composto pelo conjunto de itens lexicais (palavras) que utilizamos 
para construir nossas sentenças. Nossa competência nos permite ter 
intuições a respeito de como podemos dividir esse dicionário, agrupando 
itens lexicais de acordo com algumas propriedades gramaticais que eles 
compartilham. Essas propriedades nos levam a distinguir um grupo em 
oposição a outro.
De tal modo, no processo em que adquirimos a nossa linguagem, a linguagem 
materna, desde muito pequenos sabemos que um vocábulo como “cadeira” é diferente do 
vocábulo “cair”. É bem possível ouvirmos de uma criança a palavra “caiu”, mas não 
ouviremos a palavra “cadeiriu” ou “cadiu”. Isso nos mostra que a criança, ainda que muito 
nova, sabe que a palavra “cair” pertence a um grupo de léxicos, como mamar, papar, 
chorar, sorrir, os quais se estruturam com singulares sufixos, como -ou, -eu, -iu. 
Concomitantemente, essa mesma criança sabe que a palavrapresença de uma preposição. Abordaremos esse assunto 
com mais riqueza de detalhes e exemplos mais adiante. Por agora, precisamos entender 
que a função dos complementos verbais são de acrescentar sentido ao verbo e que a 
função desses complementos, normalmente, é desempenhada por substantivos, contudo 
numerais, pronomes ou palavras substantivadas podem desempenhar essa funcionalidade. 
Observe:
Perceba que a oração acima não teria seu sentido completo se fosse finalizada no 
verbo – Ele gosta – provavelmente ao ouvirmos essa sentença perguntaríamos: ele gosta 
do que? A resposta a essa pergunta nos revela o complemento da oração: de 
macarronada. 
Os complementos além de complementar os verbos, neste primeiro caso, ele 
também pode trazer outros sentidos dentro de uma oração. Um objeto direto, por 
exemplo, pode vir acompanhado de uma preposição para dar um efeito estilístico 
diferente à oração, para dar ênfase a uma ideia, da mesma maneira podem desempenhar 
função pleonástica (repetição), para reafirmar algo. 
Observe:
Eu cumpri com a minha promessa.
Poderíamos muito bem ter organizado essa oração sem a preposição e ainda assim 
teríamos o sentido completo: Eu cumpri a minha promessa. Ao acrescentar a preposição, 
damos ênfase ao complemento. Temos, desse modo, um objeto direto preposicionado. 
Observe outro exemplo:
Suas histórias, ouvi-las me faz bem. 
Neste exemplo temos um objeto pleonástico, já que não teria a necessidade de 
retomar “suas histórias” através do “las” no predicado. 
Complementos nominais
Os complementos nominais se aproximam aos verbais por não serem sempre 
necessários e, da mesma maneira que os complementos verbais vão depender da demanda 
dos verbos, os complementos nominais vão depender da demanda dos substantivos, 
adjetivos e advérbios, por isso nominais. Contudo, se afasta dos complementos nominais
Ele gosta de macarronada.
sujeito Predicado
verbo Objeto indireto
96UNIDADE IV Estruturação Sintática II
sempre serão precedidos por uma preposição. Veja os exemplos abaixo:
No exemplo anterior é fácil perceber que “aos compromissos” está 
complementando o substantivo “fiel”. Assim, como pudemos observar no complemento 
verbal, aqui, se tivéssemos construído a oração sem o complemento não teríamos o 
sentido completo que temos com ele. Faria sentido, veja: Ele não foi fiel. Mas, se 
acrescentamos o complemento o sentido é completo e não deixa dúvida quanto a que 
“ele” não foi fiel. Poderíamos citar como exemplo, ainda:
Ela mora perto da estação. (perto = substantivo / da estação = complemento 
nominal)
Maria estava consciente de tudo. (consciente = adjetivo / de tudo = complemento 
nominal)
Joao atuou favoravelmente aos amigos. (favoravelmente = adverbio / aos amigos 
= complemento nominal).
Agente da passiva
O agente da passiva diz respeito à o que é ou quem se relaciono diretamente 
com o verbo, ou seja, o que ou quem pratica a ação. Ele não é, necessariamente, um 
complemento como nos casos anteriores, mas faz parte dos termos integrantes da oração. 
O agente da passiva é a parte ativa, em uma oração de voz passiva. Observe o exemplo 
para melhor compreensão:
Maria fez o bolo. (voz ativa). 
O bolo foi feito por Maria. (voz passiva). 
Nas orações acima, o verbo fazer é apresentado em um primeiro momento na voz 
ativa (fez) e, posteriormente na voz passiva (foi feito). Na segunda oração nós conseguimos 
visualizar o agente da passiva, ou seja, aquele que praticou a ação de fazer o bolo. Dessa 
forma, podemos afirmar que o agente da passiva da oração é por Maria. 
Ele não foi fiel aos compromissos
sujeito predicado
Complemento nominalsubstantivo
97UNIDADE IV Estruturação Sintática II
A voz passiva é estruturada da seguinte forma: sujeito paciente + verbo auxiliar 
+ verbo principal no particípio + agente da passiva. Colocando isso no exemplo anterior
temos:
● Sujeito paciente: o bolo (aquele que sofreu a ação)
● Verbo auxiliar: foi
● Verbo principal no particípio: feito
● Agente da passiva: por Maria.
98UNIDADE IV Estruturação Sintática II
4. OS VERBOS
Nós falamos muito até agora de verbos, vimos que ele pode ser o núcleo do 
predicado, percebemos a sua importância para diferenciar uma frase de uma oração, 
além de outros fatores que o envolve. Todavia, até agora, não conceituamos, 
minuciosamente, essa classe gramatical tão importante para o desenvolvimento de um 
enunciado. Vamos falar de verbos, então?
Os verbos podem ter valor de ação (comer, caminhar, dançar), de estado (ser, 
permanecer), fenômeno da natureza (nevar, trovejar) ou ocorrência (acontecer, 
suceder). Como vimos na unidade anterior, o verbo, na sintaxe, exerce a função de 
núcleo do predicado de uma oração, sendo que eles podem flexionar de diversas 
maneiras, pois a sua conjugação é realizada por meio de variações, sendo elas: de 
pessoa, número, tempo, modo. 
Sobre isso Bechara (2010, p. 192, grifos do autor) nos adverte que “trabalhar e 
trabalho são palavras que têm o mesmo significado lexical, mas diferentes moldes, 
diferentes significados categoriais, embora se deva ter presente que este não é o simples 
produto da combinação do significado lexical com o significado instrumental”. 
Assim, considerando as variações dos verbos, vale lembrar que: 
99UNIDADE IV Estruturação Sintática II
TABELA 4.1 – FLEXÕES DOS VERBOS
Fonte: a autora.
Quando analisamos a estrutura do verbo, isto é, a morfologia dos verbos, devemos 
considerar três elementos básicos, são eles: o radical, a vogal temática e a desinência. 
O radical é a base do verbo, é a partir dele que as flexões ocorrem, além de carregar o 
significado do verbo. Observe: 
A vogal temática, no que lhe concerne, equivale à unidade mínima que se une ao 
radical, para ligá-lo às desinências, promovendo, assim, a conjugação dos verbos. Quando 
temos a junção dessas duas unidades, formando uma terceira unidade, a chamamos de 
tema. Desse modo, temos: radical + vogal temática = tema. Observe o exemplo:
Como pudemos perceber, através do exemplo acima, é a vogal temática que 
determinará a conjugação a qual o verbo pertence. Se pertence à primeira 
conjugação, à segunda conjugação, ou à terceira conjugação, em que a vogal temática é, 
respectivamente -a, -e, -i. Exemplo:
Flexão de Variação
Pessoa 1ª (eu, nós); 2ª (tu, vós) e 3ª
(ele, eles).
Número singular (eu, tu, ele) e plural
(nós, vós, eles).
Tempo presente, pretérito e futuro.
Modo indicativo, subjuntivo e
imperativo.
Voz voz ativa, voz passiva e voz
reflexiva.
Cant – ar
Com – er
Dorm – ir 
radical
Cant – a – r 
Com – e – r 
Dorm – i – r 
radical
Vogal temática
100UNIDADE IV Estruturação Sintática II
TABELA 4.2 - CONJUGAÇÕES DOS VERBOS
Fonte: a autora.
Por fim, as desinências são elementos que, junto com o tema, facultam as 
conjunções, podendo ser:
● Número-pessoais: apontam o número e a pessoa do discurso.
● Modo-temporais: apontam o modo e o tempo em que a ação ocorre.
Os verbos também têm suas classificações, não se restringem apenas a esses 
que acabamos de abordar. Eles podem ser regulares, irregulares e defectivos.
Os regulares seguem o mesmo modelo de conjugação e o seu radical não altera. 
Os irregulares têm variação quanto ao seu radical e não vão seguir o mesmo padrão de 
flexão que os regulares. Assim, as diferenças podem aparecer no radical, nas 
terminações ou nos dois. Como acontece, por exemplo, com o verbo caber e medir. 
Temos ainda, uma subdivisão dos verbos irregulares, os quais chamamos de 
anômalo, que são verbos irregulares que sofrem uma mudança ainda mais abrupta como é 
o caso do verbo ir que acaba tendo três radicais: vou, irmos, fui.
Os verbos defectivos são aqueles em que não conseguimos conjugar em todas as 
pessoas, tempos e modos, ou seja, não apresenta todas as formas, como é o caso do verbo 
colorir, não existe eu “coloro”.
Segundo Bechara (2010, p. 200) “A defectividade verbal é devida a várias razões, 
entre as quaisa eufonia e a significação. Entretanto, a defectividade de certos verbos não 
se assenta em bases morfológicas, mas em razões do uso e da norma vigentes em certos 
momentos da história da língua”. 
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
amar comer dormir
dançar correr sorrir
caminhar entender partir
Amá – va – mos
Desinência que indica o tempo 
pretérito perfeito do modo indicativo
Desinência que indica a 1ª pessoa do 
plural – nós. 
101UNIDADE IV Estruturação Sintática II
SAIBA MAIS
Prezado (a), aluno (a)!
Neste vídeo você poderá compreender um pouco mais sobre a análise sintática da 
oração. É um vídeo completo, em que o professor Pasquale oferece uma verdadeira 
aula de como realizar uma análise sintática de uma oração. Aproveite para treinar e 
aprofundar ainda mais seu conhecimento. 
O vídeo é intitulado Professor Pasquale explica: análise sintática e está disponível em: 
https://www.youtube.com/embed/5IPTBXBGzSU
REFLITA 
“...ensinar não é transferir conhecimento,
 mas criar as possibilidades 
para sua própria produção ou a sua construção” 
Fonte: FREIRE, P. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: 
Paz e Terra, 2003, p. 47.
102UNIDADE IV Estruturação Sintática II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro (a) aluno (a)!
Chegamos ao final de mais uma unidade.
Foi muito bom relembrar junto com vocês como a nossa língua portuguesa se 
desdobra e faz com que nos apaixonemos cada vez mais por ela.
Isso porque, a teoria gramatical clássica estabeleceu a palavra como unidade 
operacional básica de nossa língua. A morfologia e a sintaxe tradicionais foram construídas 
sobre esse alicerce, em que a morfologia estudava a estrutura interna das palavras e a 
sintaxe estudava a combinação desses vocábulos em orações, e isso desde os gregos e 
os latinos. Há, querido(a) aluno(a), muita história por traz dessas regras lógicas que nos 
presenteia a gramática tradicional, há muitos estudos.
Pudemos, nesta unidade, explorar mais um pouquinho desses estudos, 
aproveitar as lógicas criadas por teóricos respeitados por todo o mundo, até hoje. 
Abordamos aspectos pontuais da sintaxe e também da morfologia que vão nos 
auxiliar a escolher, por exemplo, quando utilizar uma locução adjetiva ou, simplesmente 
utilizar um adjetivo. A partir de agora, seremos capazes de fazer escolhas no que se 
refere ao sentido que quero dar ao meu enunciado. 
Passamos ainda por aspectos da oração importantes, como os termos acessórios 
e integrantes, que são fundamentais para a construção de uma oração, a qual vai compor 
um período, que pode compor um texto. 
Fizemos uma parada, ainda, sobre um ponto basilar que é o verbo, uma classe 
gramatical capaz de se desdobrar em inúmeras flexões. Um termo importantíssimo para a 
construção dos nossos enunciados. 
Espero que essa caminhada tenha sido muito produtiva. 
Desejos de muito sucesso a você, querido (a) aluno (a).
103UNIDADE IV Estruturação Sintática II
LEITURA COMPLEMENTAR
Caro (a) Aluno (a)!
Compreendemos que o estudo sobre a língua portuguesa não pode parar, 
afinal, como pudemos entender durante as unidades de ensino, ela é viva e está em 
constante transformação e a nossa escrita, bem como a gramática da língua portuguesa, 
deve acompanhar essa evolução. Dessa maneira sugerimos a leitura do artigo A 
concordância sumiu ou evoluiu?, de Josué Machado. Um artigo muito interessante que 
faz com que você reflita sobre a norma culta e sobre a sintaxe da língua portuguesa. 
O artigo está disponível em:
http://estacio.webaula.com.br/cursos/cee042/galeria/aula3/docs/concordancia_su-
miu_ou_evoluiu.pdf
104UNIDADE IV Estruturação Sintática II
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Linguística Aplicada ao Português: Sintaxe
Autores: Ingedore G. Villaça Kock e Maria Cecília de Souza 
e Silva
Editora: Cortez 
Sinopse: Este livro, das escritoras Ingedore G. Villaça Kock 
e Maria Cecília de Souza e Silva, reconhecidas escritoras da 
área da linguística, apresenta a descrição das sintáticas do 
português, procedendo à operacionalização para o ensino dos 
conceitos da teoria linguística e gramática gerativa 
transformacional. Um estudo dos principais aspectos da sintaxe 
portuguesa - enfocados, também, sob o prisma da gramática 
tradicional.
FILME/VÍDEO 
Título: Português, a língua da Brasil 
Ano: 2007
Sinopse: O documentário apresenta depoimentos de 16 
Acadêmicos, membros da Academia Brasileira de Letras, sobre 
o atual estado da Língua Portuguesa. A nossa realidade 
idiomática é mostrada com as cores do Brasil na experiência 
personalíssima de cada Acadêmico. O diretor escolheu como 
cenário a Casa de Machado de Assis que, simbolicamente, 
representa a Casa da Língua Portuguesa. No documentário, os 
depoimentos se sucedem, registrados sempre com a presença 
do próprio Nelson, o grande anfitrião deste encontro de notáveis.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=-bbT7QmdNSE
105
REFERÊNCIAS
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110
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),
Neste material, busquei trazer para você as definições de Linguística baseada 
no Gerativismo de Noam Chomsky.
Na unidade I vimos as Noções de Gramática, morfologia e Sintaxe e como 
ela funciona na prática. Além disso, vimos também os Estudos Pré-Gerativistas da 
Sintaxe até chegar ao Surgimento da Linguística Gerativa, quem foi seu grande 
percussor e quais os legados que existem para o estudo do gerativismo.
Na unidade II foram tecidas também considerações sobre a gramática gerativa 
e suas características. Vimos a linguística enquanto ciência cognitiva, seus 
principais representantes e como se pautaram os estudos baseados nos conceitos e 
concepções gerativistas.
Na unidade III conhecemos as características da semântica, bem como os 
conceitos de formal e informal e observamos quais são as propriedades da morfologia e 
sintaxe para sabermos como o estudo da língua se dá. Conhecemos também questões 
de estilística e variações linguísticas, a definição de cada uma delas e como elas ocorrem 
de fato.
Para encerrar, na unidade IV, vimos os conceitos de Fonologia e Fonética, além 
das características vimos quais são os elementos que são estudados por elas. Os 
processos fonológicos também foram abordados nessa unidade, bem como o alfabeto 
internacional de transcrições fonética e fonológicas explicando suas classificações e um 
exemplo da transcrição.
Finalizamos nossa unidade com o Sistema ortográfico vigente e como tudo 
ocorreu até que chegássemos nos dias atuais.
A linguística é uma ciência viva que estuda a língua em suas mais variadas 
vertentes, e mesmo que haja descobertas recentes e maneiras distintas de aplicá-la, fica 
evidente que não há uma norma fechada e uma verdade absoluta quando se trata do 
estudo de algo que é social.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente 
e aplicar a gramática de forma eficiente e real, que é o que podemos chamar de 
semantização da gramática na prática.
Até uma próxima oportunidade. Muito obrigada!
	UNIDADE I
	Conceitos e Aplicabilidade
	UNIDADE II
	Estrutura e Formação Morfológica
	UNIDADE III
	Estruturação Sintática I
	UNIDADE IV
	Estruturação Sintática IIcadeira pertence a um 
outro grupo de léxicos, ou seja, pertence a outro conjunto de palavras, como mesa, 
brinquedo, cama e assim por diante, que vão se estruturar com um sufixo diferente.
A mesma competência linguística que temos para organizar as palavras em grupos 
também nos indica que os enunciados que formamos, não são apenas uma ordenação 
sequencial e fechada de léxicos. Isso é perceptível quando nos damos conta que 
sabemos, ainda se não tivéssemos uma educação formal da língua, que a sequência: 
menina patinete a do caiu não pertence a nossa língua, da mesma maneira, sabemos 
que para termos enunciados da língua portuguesa, considerando as mesmas palavras, é 
necessário fazermos combinações, tais como: combinar a mais menina, do mais patinete, 
caiu mais do patinete, para, só então, combinar a menina mais caiu do patinete. O que 
mostra uma hierarquia, no que se refere a estrutura de uma frase, e a sua não linearidade.
Igualmente, a nossa competência linguística nos mostra que uma frase pode se 
formar a partir de espécies distintas de léxicos. Temos aqueles que demandam elementos 
particulares que devem atendê-los e, por outro lado, temos aqueles que se bastam ao 
atender aqueles que os demandam. 
Pensemos, para exemplificar na seguinte sentença: A Maria construiu uma 
maquete. Espontaneamente, sabemos que o verbo construiu é um léxico da espécie que 
demanda – ele exige a presença de outros. Para que o verbo “construir” se estabeleça em 
uma frase, ele precisa de dois léxicos: um que responda qual foi o objeto construído e outro 
que mostre quem é que o construiu. Poderíamos comprovar isso se alguém estabelecesse
14UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
um diálogo, começando apenas com a palavra “construiu”, as perguntas: quem construiu? 
Construiu o quê?, apareceriam de forma automática. Essas perguntas pedem, de forma 
indireta, que o nosso interlocutor reconstrua a frase, dando, ao verbo “construir”, as 
demandas necessárias para se estabelecer. 
Já, considerando a mesma sentença, as construções A Maria e uma maquete 
pertencem àquelas espécies de léxicos que existem para servir, ou sejam, para 
responderem as demandas de outras expressões ou léxicos. 
Considerando todas as colocações deste subtópico, entendemos que a nossa 
competência linguística é uma grande aliada quando o assunto é sintaxe, pois ela é capaz 
de nos orientar no trabalho de análise da estrutura das frases de nossa língua. De 
acordo com Negrão, Scher e Violli (2004, p. 106), todo falante tem um conhecimento 
linguístico, baseado no tripé: 
I- Sabermos organizar os itens lexicais em categorias gramaticais, 
estabelecidas de acordo com as características morfológicas, distribucionais 
e semânticas por eles exibidas;
II- Sabermos que a sentença resulta da projeção dessas categorias em 
constituintes hierarquicamente estruturados, fazendo com que ela não seja 
apenas uma seqüencia linear de itens lexicais;
III- Sabermos que esses constituintes se organizam a partir de um 
núcleo cujas exigências sintáticas e semânticas devem ser satisfeitas pelos 
elementos que vão compor com ele (NEGRÃO; SCHER; VIOLLI, 2004, p. 
106).
Desse modo, para entender a estrutura de uma frase, como as palavras se organizam 
dentro de uma sentença, requer, em um primeiro momento, considerar esse conhecimento 
linguístico de qualquer falante da língua, ou seja, para iniciarmos os estudos sintáticos não 
podemos desconsiderar as competências inatas do falante da língua em questão. 
15UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
2. O PAPEL DA SINTAXE E DA MORFOLOGIA NA FORMAÇÃO E SUAS 
DIFICULDADES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Não é de hoje que os estudiosos da língua aceitam como verdade a premissa de 
que a linguagem é articulada. Haja vista que a palavra “articulada” deriva, de 
acordo com Martelotta (2008, online, grifos do autor), “[...] do diminutivo articulus do 
latim artus (que significa ‘articulações dos ossos’, ‘membros do corpo’) Assim, 
‘articulado’ significa ‘constituído de membros ou partes’”. E essa é uma das 
características essenciais da linguagem humana, considerada um aspecto fundamental 
para a diferenciação entre ela e a comunicação animal.
Nesse sentido, podemos dizer que os enunciados produzidos em uma determinada 
língua não se apresentam como uma totalidade. Longe disso, a língua é divisível e pode 
ser separada em unidades menores, visto que, constitui-se da união de elementos, os quais 
podem ser encontrados em outros enunciados.
Observe abaixo uma possível sentença em Língua Portuguesa: 
A sentença apresentada, como em qualquer outra língua, é passível de divisão. 
Pensando em unidades menores, podemos dividi-la, por exemplo, em cinco partes: 
Os estudantes ouvem músicas clássicas.
Os/ estudantes/ ouvem/ músicas/ clássicas.
16UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Com isso podemos afirmar que, para formularmos sentenças, precisamos 
recorrer, em um primeiro momento, à nossa memória para selecionar, entre os 
vocábulos retidos durante toda a nossa vivência, aqueles que melhor expressará, no 
contexto em que nos encontramos, o efeito de sentido desejável, isto é, é necessário 
que consideremos os significados de cada palavra e também devemos, em um segundo 
momento, articular esses vocábulos de acordo com as regras de formação da língua. 
Isso significa que cada um desses vocábulos funciona de forma autônoma, sendo 
possível ser inserido em sentenças diferentes, conforme as escolhas que fazemos. 
Contudo, é preciso dizer que cada um desses vocábulos é formado por unidades 
menores, unidades morfológicas. Vamos visualizar isso a partir da mesma sentença 
utilizada anteriormente: 
O/s estudante/s ouve/m música/s clássica/s.
Nas quatro palavras da sentença acima podemos notar uma oposição quando 
separamos o morfema “s” da palavra estudantes, por exemplo. Essa retirada traz 
consequências no valor do vocábulo que ao perder a marcação do plural – s – passa a ser 
singular. 
Parece óbvio esse processo da língua, contudo, muitas vezes não nos damos 
conta que esse e muitos outros morfemas – unidades menores da palavra – ao serem 
acrescentados ou suprimidos dão informações essenciais para que possamos alcançar o 
sentido final da palavra ou ainda da sua estrutura gramatical. Entendemos por morfemas 
os radicais, os prefixos, os sufixos, as vogais temáticas e todas as outras unidades 
menores constituídas de um significado que podem formar uma palavra.
Agora conseguimos voltar no início do nosso tópico e entender que realmente a 
linguagem é articulada, pois constatamos que ela é formada a partir da união de unidades 
menores. E essa articulação, que existe em todas as línguas do mundo, não foi 
inventada, há um motivo de ser assim: segundo Martellota (2008, online), “é aquela 
que melhor se adapta às necessidades comunicativas humanas, permitindo que se 
transmita mais informação com menos esforço”. 
Nesse sentido, podemos compreender que o papel da sintaxe e da morfologia é de 
extrema importância na nossa formação, pois, ao entendermos as articulações da 
língua, os significados que a palavra assume ao ser colocada em um período e o 
significado que é dado à palavra ao construí-la, a partir dos morfemas, estaremos 
fazendo o bom uso da língua portuguesa, de forma consciente, além de sermos capazes 
de atribuir o significado esperado, sem erros, em cada momento de comunicação.
17UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
2.1 Problemas relacionados à aprendizagem 
É necessário termos consciência de que, a língua escrita não deve ser arquétipo 
para a língua falada, o que pode ser verificado no meio em que v ivemos, trabalhamos, 
estudamos, enfim, em qualquer esfera de comunicação é perceptível que não é possível 
utilizar o texto escrito em uma comunicação oral de maneira natural. 
Isso porque, historicamente, a língua falada vem e sempre virá antes da 
língua escrita, independente da sociedade, o que pode ser verificado,como dito 
anteriormente, desde o seu uso efetivo – social – até a sua organização. Desse modo, ao 
abordar a Língua Portuguesa unicamente sob o ponto de vista da gramática normativa, 
pode-se provocar uma gama de conceitos falsos, além de preconceitos que estão 
sempre em discussão na área de estudo em discussão.
Sabemos também que as línguas naturais, sem exceção, possuem todos os 
aspectos necessários para oferecer aos seus usuários uma comunicação completa e sem 
nenhum problema. Consequentemente, podemos afirmar que não existe uma língua 
melhor que a outra, uma mais objetiva ou, ainda, uma mais rica e uma mais pobre, dado 
que se tem uma língua que possui menos vocabulário, isso quer dizer que seus falantes 
não precisam de mais palavras que as existentes para ter uma boa comunicação, pois se 
precisassem, sem sombra de dúvidas, seus falantes seriam levados a criá-las.
O fato é que, indiferente da perspectiva que seja olhada a língua, seja a partir 
da fonologia, da sintaxe ou da morfologia, o estudioso da linguagem sempre 
constatará que não há entre as línguas uma comparação entre a melhor ou a pior, elas 
são apenas diferentes. Muito menos se chegará ao consenso de que elas não evoluem, 
ou seja, que são “atrasadas”. 
De acordo com Fiorin (2004, p.7), 
Todas as línguas até hoje estudadas constituem um sistema de comunicação 
estruturado, complexo e altamente desenvolvido. Nenhum traço da estrutura 
linguística pode ser atribuído a um reflexo da estrutura diferenciada de uma 
sociedade agrícola ou de uma sociedade moderna industrializada.
E isso levou os pesquisadores a diferenciar, sempre mais e mais, o conhecimento 
científico da linguagem e a determinação de sua norma, pois a linguística, ao se aprofundar 
nas modificações da língua, percebeu que essas eram decorrentes da fala popular, dessa 
maneira, o que em um dado momento era considerado errado, em um tempo futuro era 
considerado correto. 
Nessa perspectiva é imprescindível a sensibilidade quando voltamos o nosso olhar 
para a aprendizagem que decorre da morfossintaxe, visto que não se pode entender em 
18UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
uma determinada análise apenas os enunciados tidos como “corretos”. É necessário 
observar atentamente as constante transformação e adaptação da língua, e lembrarmos 
que esta é um organismo vivo em constante transformação. 
Nessa perspectiva, um estudioso da linguagem deve estar sempre atento para 
as manifestações linguísticas, pois como colocado em momento anterior, uma 
expressão observada hoje como incorreta, amanhã pode vir a ser aceita, desde que 
utilizada pelos falantes daquela língua, o que não impede que a descrição desse 
organismo vivo seja feita de forma a compreender seu funcionamento no que tange a 
estrutura frásica, os morfemas, os fonemas e, ainda, as regras que admitem a 
combinação desses vocábulos. 
19UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
3. OS ASPECTOS DA MORFOLOGIA E DA SINTAXE
3.1 Morfologia
Entre os assuntos mais polêmicos da área da linguística está a morfologia. Os 
estudiosos da língua, ao discutirem o assunto, se agitam ao se posicionarem quanto a essa 
ciência. Muitos veem na morfologia o principal aspecto da gramática, outros descartam, 
sem nenhuma ponderação, a morfologia na constituição de uma teoria gramatical. 
De qualquer maneira, é necessário entendermos onde a morfologia se encaixa no 
engendramento da língua, assim, neste tópico objetivamos fazer uma discussão introdutória 
dos aspectos morfológicos. 
Em outros pontos desta unidade, vimos que a morfologia é definida como o artefato 
da gramática responsável pela estrutura interna das palavras. 
Mas... o que é palavra? 
Bom, é um consenso entre todos, seja linguista ou não, que a palavra existe, 
contudo, é bem complicado definir o que é palavra. Podemos partir da necessidade 
que a linguística, assim como qualquer outra ciência, tinha de definir suas unidades de 
estudo. Contudo, temos outros pontos que devem ser considerados, veja só: nós temos 
no mundo desde línguas isoladas até línguas polissintéticas, a primeira carrega apenas 
um significado; já a segunda, certas sequências de sons, entendidas por seus falantes 
como palavras, carregam significados traduzidos por frases, ou seja, a palavra é formada 
por um número tão grande de morfemas que a complexidade pode ser comparada a de 
frases completas. 
20UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Devemos ainda ponderar que critérios semânticos também não são suficientes 
para definir uma palavra em língua portuguesa, como podemos ter certeza que construtor 
e aquele que constrói são palavra do português? As duas expressões tem o mesmo valor 
semântico, isto é, o mesmo significado. Diante disso, se o nosso critério fosse o sentido, 
teríamos que colocar as duas expressões na mesma classe de palavras. Porém, como visto 
anteriormente, a nossa competência linguística, de falantes do português, nos indica que 
a primeira expressão – construtor – é uma palavra e a segunda – aquele que constrói – é 
uma frase. 
Desse modo, os pesquisadores da língua preferem definir a palavra a partir de 
aspectos sintáticos, pois estes funcionam independente da língua. Assim, nas palavras de 
Sandalo (2006, p. 182), “Uma sequência de sons somente pode ser definida como uma 
palavra se (i) puder ser usada como resposta mínima a uma pergunta e se (ii) puder ser 
usada em várias posições sintáticas”. 
Vejamos um exemplo para compreender o que se propõe, considere:
a) O que Joana comprou no mercado ontem?
Laranjas.
b) Joana comprou laranjas no mercado ontem.
c) Laranjas foi o que Joana comprou no mercado ontem.
Perceba que em (a) a palavra laranjas cabe como o objeto da frase e em (c) cabe
como sujeito. Dessa maneira, a sequência de sons laranjas pode aparecer em várias 
posições sintáticas, portanto, é uma palavra. 
Assim, entendido o que é palavra, temos a unidade máxima da morfologia. E os 
elementos mínimos? Os elementos mínimos da morfologia se inscrevem no significado, 
são eles que nos permite ter o sentido de palavras que nunca ouvimos. Podemos 
citar como exemplo a palavra nacionalização; se nos encontrássemos diante dessa 
palavra pela primeira vez, poderíamos compreender o seu significado a partir do 
entendimento do significado da palavra nação e dos elementos que derivam novas 
palavras em português: al, como elemento que transforma um substantivo em adjetivo, 
izar como transformador de um adjetivo em verbo, e ção como transformador de verbo em 
substantivo. 
De tal modo, ao acrescentarmos à palavra nação a expressão al temos a 
palavra nacional - um adjetivo -, ao acrescentarmos o sufixo -izar à palavra nacional temos 
a palavra nacionalizar -um verbo - e, por fim, ao acrescentarmos à palavra nacionalizar o 
sufixo -ção temos a palavra nacionalização, um substantivo. 
21UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Nessa perspectiva, entendemos a palavra nacionalização como o ato de 
nacionalizar e, como pudemos perceber, seu significado é derivado de outros significados, 
das partes que compõe a palavra, sendo que essas partes, responsáveis por trazer 
significados e compor a palavra são conhecidos como morfemas, as unidades mínimas 
da Morfologia. 
Com isso, concluímos que a parte da gramática que estuda a palavra, a Morfologia, 
tem a unidade máxima, que é a palavra, mas também tem a unidade mínima, e isso 
muitas vezes é esquecido pelos estudiosos, é necessário entendermos que há dentro dessa 
perspectiva os morfemas, que muito dizem quanto à construção das palavras. 
Nesse sentido, a Morfologia não estuda apenas a palavra, mas sim a estrutura da 
palavra, seu estudo se volta para a sua formação e seus mecanismos de flexão, sendo o 
objeto de estudo as classes gramaticais, as quais estudaremos mais detalhadamente nos 
próximos capítulos. 
3.2 Sintaxe
Compreender a sintaxe não é uma tarefa muito fácil, visto ser uma das partes mais 
objetivas e lógicasda língua portuguesa. Como observado em outros momentos 
deste capítulo, a sintaxe não se ocupará dos sons das palavras, ou dos pedacinhos das 
palavras (morfemas), menos ainda dos sentidos das palavras. A sintaxe é a responsável 
por entender a ordenação e a organização das palavras dentro das frases, ou seja, ela é 
quem vai nos ajudar a entender as regras que utilizamos (conscientemente ou não) para 
formar uma sentença quando falamos ou escrevemos. 
É interessante observarmos que, apesar de alguns estudiosos separarem as 
partes da gramática tradicional, tantas vezes é necessário à sintaxe recorrer aos 
aspectos fonológicos e morfológicos da língua para tentar explicar alguns fenômenos 
dentro da sintaxe, desse modo, é importante termos consciência de que esses aspectos 
podem estar relacionados entre si. A título de curiosidade, isso fez com que alguns 
estudiosos propusessem um estudo que contemplasse o todo da gramática, ou seja, que 
olhasse para tudo de uma só vez, um estudo conhecido como “estudos interfaciais”. 
De qualquer modo, as sentenças que utilizamos para nos comunicarmos 
seguem regras, como colocado anteriormente, e elas precisam ser bem definidas, para 
tanto, utilizamos de critérios. Critério é entendido aqui como um padrão, uma 
referência, uma forma fixa de ver as coisas, de analisar uma frase, por exemplo. Na 
mesma direção, Ferrarezi Junior (2012, online) defende que “Usar um critério para 
analisar uma parte da língua é escolher uma forma de ver essa parte e, então, usar 
22UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
sempre essa mesma forma de ver para as mesmas coisas que se analisa”. 
Nessa direção, para compreendermos a sintaxe é necessário termos bem 
definidos os critérios morfológicos, é preciso saber o que é substantivo, advérbio, 
adjetivo, verbo, preposição, entre outros, para então compreendermos o que é sujeito, 
adjunto adnominal, predicado, objeto direto, objeto indireto e assim por diante. 
Observemos, no quadro abaixo, como os critérios são estabelecidos em uma 
frase na ordem da morfologia e na ordem da sintaxe:
QUADRO 3.1 – MORFOLOGIA & SINTAXE
Fonte: a autora.
Assim, sem conhecer as interfaces da morfologia é praticamente impossível 
entender as relações que elas estabelecem dentro de uma frase e a sua funcionalidade, 
ou seja, seu papel dentro da sintaxe. 
Como dito anteriormente, todas as línguas possuem um amplo vocabulário, além de 
regras responsáveis por determinar o modo como esses vocabulários podem se 
combinar para construir enunciados, objeto de estudo da sintaxe. Assim, a sintaxe ordena 
os elementos linguísticos, que um usuário de uma língua utiliza, para que se estabeleça 
sentenças plenas de sentido. 
Sabe-se que não existe apenas uma forma de organização das palavras em uma 
sentença, porém, o fato de cada língua ter uma sintaxe própria impede que construamos 
sentenças com vocabulários aleatórios. Observe:
A GAROTA OBEDECE À MÃE.
ANÁLISE MORFOLÓGICA ANÁLISE SINTÁTICA
A – Artigo definido feminino A – Adjunto adnominal
GAROTA – Substantivo comum, simples,
concreto, feminino, singular.
A GAROTA – Sujeito simples
OBEDECE – Verbo obedecer, segunda
conjugação.
GAROTA - núcleo do sujeito simples.
À - Combinação entre “a” artigo feminino
+ “a” preposição.
OBEDECE À MÃE - predicado verbal
MÃE – Substantivo simples, comum,
singular
À MÃE - predicado verbal
23UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
a) Próxima semana, Ana irá para o exterior.
b) Ana irá para o exterior próxima semana.
c) Ana irá, próxima semana, para o exterior.
d) Para o exterior, Ana irá próxima semana.
Podemos perceber, com os exemplos acima, que, ainda que tenhamos combinado
de formas diferentes as palavras, o sentido foi preservado e continua compreensível, o que 
nos permite verificar como a sintaxe organiza as estruturas da língua, determinando as 
possibilidades de combinação de modo a preservar o sentido. Para que essas 
possibilidades possam acontecer, a sintaxe classifica todos os elementos presentes em 
uma sentença e os divide em grupos maiores.
Os grupos se dividem em: grupo de termos essenciais, grupo de termos 
integrantes, e o grupo dos termos acessórios, aqueles que não são essenciais para uma 
oração. Se encaixam neste grupo o aposto, o vocativo, os adjuntos adverbial e adnominal; 
já no grupo de termos integrantes temos o complemento verbal, complemento nominal e 
o agente da passiva; e temos como termos essenciais o sujeito e o predicado. 
Além dessa classificação dos termos em grupos diferentes, é preciso lembrarmos 
que há um lugar em que esses termos precisam estar para serem analisados, é aí que 
entram os elementos da sintaxe, que pode ser uma frase, uma oração ou um período. 
Dessa maneira, a sintaxe se organiza de tal forma que é capaz de oferecer uma análise 
sintática completa.
Cada um desses termos será explorado posteriormente para uma completa 
compreensão, o objetivo aqui é mostrar que apenas a nomenclatura correspondente – 
morfologia & sintaxe, não é suficiente para explorar esse campo da linguística. É 
necessário, sim, compreender uma para compreender a outra, mas a relação que a 
sintaxe estabelece com a linguagem vai muito além do simples nomear, há uma 
funcionalidade necessária para que ela se estabeleça em sua completude.
24UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
4. O FUNCIONAMENTO DA ANÁLISE SINTÁTICA
No tópico anterior discutimos alguns aspectos importantes da sintaxe, vimos 
que, para que trabalhe, ela separa os termos que se encontram dentro de um 
determinado elemento, em grupos, sendo que esses elementos, os quais correspondem 
ao lugar onde as palavras se encontram, podem estar no nível da frase, da oração ou 
de um período. Desse modo, é importante termos bem definido o que são esses três 
níveis, ou seja, entenderemos agora as especificidades da frase, da oração e do período.
4.1 - Período, oração e frase
De acordo com Bechara (2010), a frase pode ser classificada como a 
estrutura mais abrangente, visto que ela se encaixa em vários segmentos, ela pode 
representar uma parcela de um enunciado, uma expressão, uma fração da fala e assim 
por diante. Porém, é preciso ter cuidado, pois ainda que a frase se encaixe em porções 
menores da linguagem, para que se constitua precisa ter sentido completo. Assim, 
podemos dizer que a frase é a unidade mínima do discurso, contudo plena de sentido. 
É importante salientar que na construção de uma frase, seja na linguagem oral 
seja na linguagem escrita, o significado de sua estrutura pode depender de outros fatores. 
Dessa maneira, pode depender de algo já dito em outro momento, do contexto, das 
informações anteriores a que ela se refere etc. 
25UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Para melhor compreensão, observe o diagrama abaixo:
DIAGRAMA 4.1 - FRASES
Fonte: a autora
Dito isso, é possível afirmar que a frase pode ser constituída por apenas uma 
palavra, exemplo:
Socorro!
Perceba que a frase acima é plena de sentido e não precisa de um verbo para 
alcançar um significado. Poderíamos definir a frase a partir de alguns aspectos, por 
exemplo, a letra maiúscula no início e os sinais de pontuação no final, mas isso limitaria 
os aspectos, recusando pontos importantes para o seu sentido, como o contexto.
A frase utilizada acima poderia ter sido inserida em vários contextos: chamar 
alguém que atende pelo nome Socorro, pedir ajuda por algum motivo, ser usada em 
algum momento para expressar ironia e assim por diante. Isso refletirá de forma única no 
seu sentido.
Nesse sentido, temos a unidade da fala representada por uma única palavra, 
mas a frase também poderia ser formada por mais termos. Vejamos:
A viagem durou 3 semanas.
No exemplo anterior temos a presença de um verbo para formar a frase, mas 
isso não é obrigatório. Observe:
Que calor! 
 Diante desses exemplos, compreendemos que uma frase pode conter um verbo, 
esta se classifica como frase oracional ou verbal, ou pode não conterum verbo, esta se 
classifica como frase nominal. Reiteramos que as marcas gráficas de uma frase não 
são as únicas que as define, é preciso dizer ainda, que a frase é marcada, também, pela 
entonação, ou seja, pela melodia que marca o fim da enunciação.
Frase
Nominal
Sem 
verbo
Oracional
Com 
verbo
26UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
A oração, por sua vez, é marcada sempre pela presença de um verbo e, 
assim como a frase, pelo seu sentido completo. A presença do verbo, em especial, é 
uma característica importante, que nos ajuda a marcar a diferença entre frase e oração. 
O objetivo dessa unidade linguística da oração é de expressar algo sobre um 
determinado sujeito. Desse modo, frequentemente apresenta um substantivo (nome) a 
que se refere e com o qual o verbo deve concordar, assim, temos uma estrutura binária 
constituída por: sujeito + predicado. Vejamos:
Podemos ainda dizer que em um período pode haver diferentes orações, desde que 
tenha sentido completo, mas atenção: nem todas as frases são oracionais. Essas orações 
são denominadas orações independentes. Exemplo:
Temos no exemplo acima três orações independentes, visto que cada verbo tem 
por si só um sentido completo.
Portanto, uma oração tem por objetivo expressar um conceito sobre um sujeito.
Agora, observe:
Maria terminou a carta.
Sujeito Predicado
Cheguei, vi e venci.
Cheguei, vi e venci.
No exemplo anterior temos um período composto, visto que há a presença de 
mais de uma oração. 
O período, por sua vez, é constituído por mais de uma oração, assim, é uma 
estrutura sintática composta por uma oração basilar aumentada por outras formações 
oracionais. Portanto, um período é um enunciado de sentido completo, composto por 
uma ou mais orações e marcado por uma pausa definida pela entonação na fala e por 
pontos na escrita. Nessa direção temos dois tipos de períodos o simples e o composto, o 
primeiro é estruturado apenas com uma oração, denominada absoluta. Observe:
A revista chegou tarde. 
No período acima temos apenas um verbo, que marca a presença de apenas uma 
oração. Desse modo temos neste exemplo um período simples.
27UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Percebemos, ao chegar neste ponto, que frase, oração e período estão ligados 
entre si, assim como tudo na língua. Assim, observe o esquema abaixo para compreender 
a hierarquia e onde cada conceito desses se encaixa:
DIAGRAMA 4.2 – HIERARQUIA DE UMA SENTENÇA
Fonte: a autora.
4.2 A estrutura sintagmática do português
Desde o início desta unidade discutimos sobre o objeto de estudo da sintaxe ser 
a sentença. Porém, não discutimos ainda sobre essas sentenças, as quais são 
constituídas por unidades menores, conhecidas na sintaxe como sintagmas. E é 
exatamente as estruturas sintagmáticas que vamos abordar agora.
O sintagma é demarcado por elementos que constituem uma unidade 
significativa, dentro de uma oração. Esses elementos mantêm relações de dependência 
entre si e uma determinada ordenação, organizados em torno de um elemento 
fundamental, que chama-mos de núcleo. Isto é, o eixo sintagmático abrange as 
combinações possíveis das palavras, as quais têm suas funções determinadas, de acordo 
com o que é estabelecido entre eles. Desse modo, a análise sintática considera a 
percepção e a classificação dos sintagmas através de sua composição. Observe:
a) O cachorro mordeu o gato.
b) O gato comeu o passarinho.
c) Mary é um gato.
Se pensarmos nas palavras gato, passarinho, mulher, mesa e assim por diante, no
eixo da morfossintaxe, teremos uma só definição, afinal são todos nomes, ou seja, substantivo
Período
Frase oracional
Simples
Oração 
absoluta
Composta
Coordenação Subordinação
Mista: 
coordenação e 
subordinação
28UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
Agora, ao virarmos para a análise sintática, percebemos que quando selecionamos uma 
dessas palavras, como por exemplo passarinho, é que temos estabelecida a função da 
palavra. Desse modo, podemos inferir que é na relação com outros sintagmas de uma 
determinada frase, na cadeia sintagmática, que vamos conseguir definir a função de cada 
palavra. 
Se olharmos para a palavra gato nos exemplos anteriores, perceberemos que 
cada um tem uma função quando pensamos no eixo sintático. Na primeira sentença (a), o 
termo gato está funcionando como objeto, já que se encontra depois do verbo. No segundo 
exemplo (b), o mesmo sintagma passa a cumprir outra função: a de sujeito, antecedendo o 
verbo e ao se associar com o artigo o. Já na terceira sentença (c), o sintagma gato em 
conjunto com o artigo um, desempenha a função de predicativo. 
O que isso quer dizer? Isso quer dizer que quando a palavra gato aparece sozinho, 
de forma isolada, ele pode exercer diferentes funções. Porém, na relação sintagmática, ao 
olharmos a posição que cada termo ocupa dentro da sentença teremos a função exata de 
cada um. 
Nessa perspectiva, os sintagmas apresentam uma certa composição: dois 
elementos sucessivos, sendo que um desses elementos é o principal e o outro; e o 
subordinado, aquele que depende do principal para funcionar. Esses elementos, 
respectivamente, também aparecem na literatura com as nomenclaturas 
determinadas e determinantes. Continuemos com os exemplos dados anteriormente: na 
constituição do sintagma o gato, o elemento principal, isto é, o determinado é gato e o 
elemento subordinado, ou seja, o determinante é o o.
Diante disso, no sintagma básico temos o sujeito e o predicado, sendo que o 
termo determinado é o verbo e o que vai determinar é o sujeito, assim, sintagma é a 
combinação das partes mínimas da unidade linguística, a qual é perceptível pela 
linearidade das pala-vras. 
Segundo Saussure (2006), há diferentes tipos de construções, porém, com 
uma certa hierarquia entre elas. Temos então:
● Sintagma morfossintático: que é a combinação dos morfemas em uma 
palavra. Exemplos: re-tra-tar, chá-l-eira.
● Sintagma suboracional: que é a combinação das palavras que formam um 
membro oracional. Exemplos: Boa tarde, leite azedo.
● Sintagma oracional: composto por uma oração. Exemplo: A menina é 
esperta.
29UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
● Sintagma superoracional: composto por duas ou mais orações. Exemplo: Se 
fizer bom tempo, vou sair.
Portanto, chamamos de sintagmas a combinação dos elementos que se 
estabelecem um após o outro, criando uma linearidade, tanto na oralidade como na 
escrita. Assim, podemos concluir que o sintagma só é capaz de exercer sua funcionalidade 
se houver uma composição entre os termos que antecedem ou seguem um termo 
principal. 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito dos sintagmas, considere a leitura do 
arquivo Tipos de sintagmas e representações arbóreas, que apresenta, de maneira 
resumida e didática, os tipos de sintagmas e as suas respectivas construções em 
esquemas arbóreos, facilitando a leitura da composição de cada um dos tipos de 
sintagmas.
Disponível em: 
Fonte: SANTOS, Saulo. Tipos De Sintagmas E Representações Arbóreas. 2018.UFMG: Belo Hori-
zonte. Disponível em: https://grad.letras.ufmg.br/arquivos/monitoria/20180523%20-%20Sintaxe%20-%20 
Aula%2003%20-%20Tipos%20de%20sintagma%20e%20Representações%20arbóreas.pdf. Acesso em: 
09 out. 2020.
REFLITA 
“A linguística tem por único e verdadeiro objeto
a língua encerada em si mesma e por si mesma.”
(Ferdinand de Saussure, 1978).
30UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a),
Percebemos, no decorrer desta unidade, que os estudos da morfossintaxe 
vão além da compreensão do processo de formação das palavras, ela nos traz as 
funcionalidades das palavras dentro de uma sentença, ou seja, a funcionalidade da 
língua, seja ela estabelecida na oralidade ou na escrita. E isso pode nos auxiliar nas 
relações que criamos com o outro, afinal só assim alcançaremos um saber qualificado e 
consolidado, a respeito da estrutura da língua e também do seu uso real, doseu 
funcionamento no cotidiano. 
Assim, pudemos observar que para compreendermos a sintaxe é necessário 
termos bem definidos os critérios morfológicos, ou seja, esses dois aspectos da 
gramática estão relacionados, assim como tudo na língua.
Tivemos, ainda, a oportunidade de refletir sobre o modo como um estudioso da 
lin-guagem deve estar sempre atento para as manifestações linguísticas, pois uma 
expressão observada hoje como incorreta, amanhã pode vir a ser aceita, desde que 
utilizada pelos falantes daquela língua, o que demandará dos seus estudiosos esforços 
para entendê-la e encaixá-la dentro dos aspectos morfológicos e sintáticos, isto é, no 
funcionamento da língua. 
31UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
LEITURA COMPLEMENTAR
Caro aluno, 
Sugerimos a leitura do artigo O DESENVOLVIMENTO DA LINGÜÍSTICA TEXTUAL 
NO BRASIL, de Ingedore Villaça Koch, uma autora muito reconhecida na área da linguagem, 
que, com esse artigo, nos ajuda a entender melhor o processo histórico de constituição da 
linguística como ciência no contexto em que vivemos. 
Tenha uma ótima leitura! 
O artigo está disponível em: https://www.scielo.br/pdf/delta/v15nspe/4015.pdf.
32UNIDADE I Conceitos e Aplicabilidade
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Prática de Morfossintaxe
Autora: Inez Sautchuk
Ano: 2010
Editora: MANOLE
Assunto: Comunicação e Linguística
Sinopse: No livro Prática de Morfossintaxe, a autora Inez Saut-
chuk associa conhecimento linguístico e experiência didática para 
revelar uma metodologia de ensino de morfossintaxe possível 
de ser adaptada a qualquer grau de aprendizagem. Com esse 
objetivo, ao mesmo tempo em que desenvolve aspectos teóricos, 
sinaliza abordagens mais práticas para o ensino da sintaxe da 
língua portuguesa. Convicta de que o domínio sintático funciona 
como o eixo disciplinador da qualidade de construção linguística 
dos enunciados, a autora pretende mostrar que este é um bom 
caminho para resolver um dos problemas mais sérios da expres-
são escrita: a falta de clareza. Prática de Morfossintaxe foi escrito, 
sobretudo, para universitários da área de Letras e professores das 
escolas de ensino fundamental e médio.
FILME/VÍDEO
Título: Línguas: Vidas em Português
Diretor: Victor Lopes
Produtora: Paris Filmes
Ano: 2004
Sinopse: Co-produção entre Brasil e Portugal, o documentário 
Língua — Vidas em Português conta a história desse idioma que 
embala as vidas de mais de duzentas milhões de pessoas ao redor 
do mundo.
Poemas escritos, paixões declaradas, desavenças reveladas, se-
gredos descobertos, músicas compostas, piadas declamadas… A 
Língua Portuguesa acompanha o cotidiano de pessoas no Brasil, 
em Portugal, em Cabo Verde, no Japão, na França, na Índia, nos 
Estados Unidos, Moçambique, Angola, entre tantos outros lugares.
Não somente como língua oficial, o Português foi uma língua am-
plamente difundida pelo mundo durante as Grandes Navegações.
Como resultado, muitos falantes nativos do português fizeram de 
outros países o seu novo lar.
Para retratar tudo isso, além de personagens anônimos, o do-
cumentário também conta com a participação especial de José 
Saramago, João Ubaldo, Martinho da Vila, Mia Couto e Teresa 
Salgueiro para trazer um embasamento mais aprofundado com-
partilhado por pessoas que fizeram da convivência com a Língua 
Portuguesa o seu modo de viver.
Língua — Vidas em Português mostra nosso idioma falado em 
vários cantos do mundo, permitindo que conheçamos as peculia-
ridades de cada grupo de falantes e as formas com que o idioma 
se adapta e evolui.
33
Plano de Estudo:
● A estrutura da palavra;
● A formação das palavras;
● Origem do português brasileiro;
● A nova ortografia da língua portuguesa.
Objetivos da Aprendizagem:
● Entender como as palavras se estruturam;
● Compreender como ocorre a formação das palavras;
● Conhecer a construção histórica da língua portuguesa;
● Decifrar o novo acordo ortográfico.
UNIDADE II
Estrutura e Formação Morfológica
Professora Mestra Maraisa Daiana da Silva
34UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo (a) a mais esta etapa. 
Na nossa língua oficial - na língua portuguesa - há incontáveis palavras que têm 
características muito parecidas, essas, muitas vezes, pertencem inclusive ao mesmo 
campo semântico, ou seja, carregam o mesmo sentido. Ainda assim, com todas essas 
características, devemos nos atentar as suas formas, pois tais vocábulos, com pequenas 
mutações, acréscimos, substituições ou reduções, podem transitar de uma classe 
gramatical a outra, sem muita alteração em sua forma. 
Nesse sentido, a morfologia nos auxilia a entender todas essas transformações da 
palavra, afinal, a morfologia é a responsável por entender como a palavra se estrutura e se 
forma, além de olhar de maneira particular para a palavra, de modo isolado, suprimindo o 
seu funcionamento dentro de uma frase ou período.
Devido a essa necessidade de entender o funcionamento da nossa língua, partindo 
de unidades mínimas, nesta unidade, juntos, iremos compreender quais são efetivamente 
essas unidades mínimas, como elas funcionam na estruturação das palavras e na sua 
formação. 
 Além disso, vamos discutir um pouquinho sobre a história da língua portuguesa, 
mas não só da língua portuguesa, falaremos da língua portuguesa brasileira. Afinal de 
contas, não é possível falar da origem da nossa língua, sem entender o que aconteceu aqui 
no nosso país.
Veremos que, ainda que a língua portuguesa tenha chegado às nossas terras em 
nome dos portugueses, os agentes que realmente fizeram a língua portuguesa disparar 
no território brasileiro foram os índios, crioulos e mestiços, ou seja, falantes de português, 
contudo não do português de Portugal, mas sim um português entranhado de influências 
indígenas e africanas, por isso temos uma herança linguística tão rica e bonita. 
Abordaremos ainda o resultado do acordo que tivemos entre os países que tem 
a língua portuguesa como oficial, veremos que houve uma reforma nas regras de escrita 
da nossa língua, com as quais devemos saber fazer uso, diante disso, passaremos pelas 
principais mudanças que ocorreram com a reforma ortográfica da língua brasileira. 
35UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Esta será uma etapa de muito aprendizado e, principalmente, de muitas reflexões. 
Dessa maneira, convido você a encarar junto comigo a aventura que é desvendar a língua 
portuguesa a partir da sua estrutura mínima e da sua formação, além de entender como ela 
nasceu e se difundiu no nosso país.
Desejo bons e produtivos estudos!
36UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
1. A ESTRUTURA DA PALAVRA
A parte da gramática responsável por estudar a estrutura das palavras é a 
morfologia, e, como já sabemos, ela se individualiza ao olhar para o vocábulo de forma 
isolada, desconsiderando o seu funcionamento dentro de uma frase ou período.
Nessa mesma direção, sabemos também que há na língua portuguesa inúmeras 
palavras que têm suas formas parecidas, as quais, muitas vezes, concernem no mesmo 
campo semântico; contudo, é preciso destacar que, dependendo da forma em que variam, 
podem receber classificações morfológicas bem diferentes. Neste tópico iremos entender 
como são determinadas a estrutura das palavras e os principais procedimentos que dão 
origem ao vocábulo. 
Para iniciarmos devemos lembrar que uma palavra é formada por unidades 
mínimas, as quais possuem significado. Chamamos essas unidades mínimas de 
morfemas. Observe, no quadro 1.1, abaixo, as semelhanças e diferenças na formação 
das palavras, devido aos morfemas. 
QUADRO 1.1 – SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
estudar canto válido terras
estudo cantiga validez terreiro
estudante canção validade terrenos
estudantil cantoria validação térreo
estudável cantor valeu subterrâneo
estudioso encantado validar enterrássemos
reestudar desencanto invalido aterravas
estudado cantadas invalidade desterrarei
Fonte: a autora.
37UNIDADE II Estrutura e FormaçãoMorfológica 
Ao analisarmos o quadro acima, percebemos, com certa facilidade, os morfemas, 
os quais, como colocado anteriormente, trazem significados para a palavra. Outro exemplo 
é quando afirmamos que a palavra queridas é um adjetivo feminino e que está no plural, ou 
ainda quando falamos que a palavra cantássemos é um verbo da primeira conjugação, 
que está conjugado na primeira pessoa do plural, do imperfeito do subjuntivo. Essas 
declarações só são possíveis devido à presença dos morfemas. 
De acordo com Bechara (2010), a palavra se constitui a partir de dois morfemas, 
são eles: o radical - que expressa o significado dos elementos do mundo em que estamos 
inseridos, conhecido como significado lexical ou externo – e os afixos, que são 
representados pelos morfemas de flexão e os morfemas de derivação – este expressa 
o sentido gramatical ou interno das palavras. 
Desse modo, podemos entender o radical como o núcleo em que centra o 
significado relacionado aos elementos do mundo em que vivemos: ações, qualidades, 
seres, ofícios etc.; a partir do qual constitui-se às famílias morfológicas. É possível 
entender o radical, ainda, como uma base que liga todas as palavras de uma mesma 
família - uma base comum de significação. Para melhor compreensão observe as 
palavras que seguem e a base que as compõem: terra, terreiro, terreno, térreo e assim 
por diante. 
Os afixos, por sua vez, são morfemas que podem ser acrescentados no início ou 
no final do radical, agregando um sentido à palavra, sendo possível restringir esse sentido 
ou especificar. OS afixos são subdivididos dependendo da posição em que aparecem. 
Veja:
Para exemplificar, podemos considerar:
Prefixos Quando aparecem antes do radical
Sufixos Quando aparecem depois do radical
Afixos
Radical
vidraria envidraçar vidrinho
sufixo prefixo sufixo sufixo
38UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Nessa direção, os sufixos, ao se vincularem ao radical, formam novas palavras, 
pois emprestam ao radical uma ideia acessória, além de marcar a categoria da palavra: 
substantivo, adjetivo, verbo entre outras. Segundo Bechara (2010, p. 502), “O sufixo se 
relaciona a palavra a que se agrega aos nomes aumentativos ou diminutivos, aos nomes 
de agente, de ação, de instrumentos, aos coletivos, aos pátrios, etc.”. Podemos citar como 
exemplo: cadernão (aumentativo), canequinha (diminutivo), professor, agricultor, pedreiro 
(agentes e ofícios), mercadejar (repetição de ação), ensino, punição, noivado (ações) etc.
Já os prefixos, ao se agregarem a uma base, dão uma significação e se relacionam 
semanticamente com as preposições. “Os prefixos em geral, se agregam a verbos [...] ou 
a adjetivos: in-feliz, des-leal, sub-terrâneo. São menos frequentes os derivados em que os 
prefixos se agregam a substantivos; os que mais ocorrem são, na realidade, deverbais, 
como em des-empate.”
Ao analisar os prefixos constatamos que eles podem aparecer como formas livres, 
além de ter mais força significativa, diferente dos sufixos que adquirem valor morfológico. 
Os prefixos também não podem delimitar a categoria gramatical de uma palavra, assim 
como os sufixos. 
Importante destacar que entre o radical e os afixos pode haver o que denominamos 
de vogal temática, a qual, de acordo com Bechara (2010, p. 498) “[...] tem uma missão 
classificatória, pois distingue os nomes e os verbos em grupos ou classes conhecidos por 
grupos nominais (casa/livro/ponte) e grupos verbais, também chamados conjugações”. 
Desse modo, quando analisamos palavras como: cant-á-ssemos, diss-é-ssemos, part-í-s-
semos, sabemos que elas pertencem, respectivamente, à 1ª, 2ª e 3ª conjugação. 
Esse enlace entre o radical e a vogal temática é conhecido como tema: parte da 
palavra pronta para funcionar no enunciado e receber os afixos, como em casa + s, caderno 
+ s, pote + s. Porém, muitas vezes, ao receber o afixo, a vogal temática desaparece, como
é o caso de cas(a)inha. As vogais temáticas, nos nomes, são marcadas pelos morfemas a,
o e e (porta, copo, pente); já nos verbos os morfemas são a, e, e i (cantar, correr, dormir).
Concluímos, dessa maneira, que as palavras são estruturadas a partir dos 
elementos que compõem os vocábulos, os quais são conhecidos como morfemas – 
unidades mínimas, plenas de significados, tais como a raiz, o radical, os afixos (prefixos e 
sufixos), vogal temática e assim por diante.
39UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
2. A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
As línguas foram criadas para suprir uma das necessidades do ser humano – se 
comunicar. E para que isso seja possível, os falantes de uma língua identificam, 
classificam e nomeiam coisas, objetos e elementos, sobre os quais se deseja falar, sejam 
eles abstratos ou concretos, fictícios ou reais, naturais ou não. Desse modo, de acordo 
com Basílio (2004, p. 9), “a língua é ao mesmo tempo um sistema de classificação e 
um sistema de comunicação”. 
Nessa direção, a língua apresenta estratégias linguísticas que proporcionam a 
formação de novas palavras, e o léxico esta diretamente relacionado a essa estratégia, 
esse que, de acordo com a mesma autora, é um banco de dados previamente classificados, 
em que são depositados unidades básicas, ou seja, as palavras, as quais utilizamos para 
construir sentenças. 
Contudo, esse banco de dados é um sistema fechado, que não é suficiente para a 
construção de enunciados completos em Língua Portuguesa. Isto porque estamos sempre 
construindo e reconstruindo, conhecendo e reconhecendo, produzindo e reproduzindo 
novos objetos, elementos e seres, desse modo, temos a necessidade de um sistema 
eficaz, capaz de oferecer dinamismo e expansão, conforme as necessidades de novas 
palavras vão surgindo. 
Ao pensar nesse sistema eficaz, p odemos e ntender e sse p rocesso d a seguinte 
maneira: o léxico primeiro oferece uma designação para novos objetos e, posteriormente, 
40UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
a partir dessas designações, surgem novas construções, podemos citar como exemplo a 
designação global, da qual houve desdobramentos e obtivemos termos tais como 
globalização e globalizar. É interessante ainda, pensarmos que as palavras vão surgindo 
conforme as nossas necessidades, um exemplo disso foi os desdobramentos que 
surgiram com a chegada de tecnologias mais avançadas, antes falávamos em xerocar, 
palavra derivada do xerox; hoje falamos em imprimir, impressão, impressora e assim por 
diante. 
Nessa direção, segundo Basílio (2004, p. 9), 
O léxico, portanto, não é apenas de um conjunto de palavras. Como sistema 
dinâmico, apresenta estruturas a serem utilizadas em sua expansão. Essas 
estruturas, os processos de formação de palavras, permitem a formação de 
novas unidades no léxico como um todo e também a aquisição de palavras 
novas por parte de cada falante. 
Todavia, o nosso sistema de comunicação – a língua – não pode ser sintetizada 
apenas no que se refere ao aumento do número de símbolos, pois se assim o fosse, nós 
precisaríamos decorar uma infinidade de novos símbolos, o que tornaria o sistema inapto, 
além de dependente da nossa memória. O que temos, efetivamente, é a ampliação do 
léxico por meio de estratégias de formação de palavras. 
Nesse sentido, de acordo com Bechara (2010), o artefato lexical de uma gramática 
é distribuído em duas partes: derivação e composição, por meio das quais 
temos estratégias linguísticas que permitem a formação de novas palavras. 
Comecemos pela composição. A composição equivale a junção de dois ou mais 
elementos significativos em uma língua, sendo que essa junção resulta em uma nova 
palavra, com significado único. São exemplos de palavras compostas: ponta + pé = 
pontapé; plano + alto = planalto.
Quando analisamos os exemplos colocados anteriormente notamos uma paridade 
– as duas palavras são formadas por outras palavras – e uma disparidade – a palavra 
pontapé, ao ser formada, não sofreunenhuma alteração, denominamos esse processo 
composição por justaposição. Já a palavra planalto sofreu uma alteração no processo 
de composição, uma das palavras – plano – perdeu uma letra – o –, isso acontece para 
facilitar a pronúncia da palavra. Esse processo é intitulado composição por aglutinação. 
Observe o esquema abaixo:
41UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
DIAGRAMA 2.1 – COMPOSIÇÃO
Fonte: a autora.
A derivação, por sua vez, é o processo que dá origem a outra, por meio de uma 
única palavra já existente na língua, por meio de afixos. Assim, a palavra também pode ser 
composta por meio da derivação prefixal, derivação sufixal ou ainda por meio da derivação 
parassintética.
A derivação prefixal acontece quando o afixo é anexado antes da palavra de 
origem (primitiva), por exemplo: reter, conter, desligar. Por outro lado, a derivação sufixal 
acontece quando o afixo é anexado depois da palavra de origem, por exemplo: ruazinha, 
jardinagem, capitalista. No que se refere a derivação parassintética, ela ocorre quando 
temos, simultaneamente, a junção dos afixos prefixal e sufixal no radical (palavra primitiva), 
por exemplo: esfriar (es + frio + ar), apaixonar (a + paixão + ar), emudecer (e + mud(o) + 
ecer).
Esquematizando temos:
DIAGRAMA 2.2 – COMPOSIÇÃO
Fonte: a autora.
Derivação
Composicao por afixos
prefixal
Antes do radical
Prefixo + radical
sufixal
Depois do radical
Radical + sufixo
parassintética
Antes e depois do radical
Prefixo + radical + sufixo
Composição
justaposição 
Não sofre alteração
Peixe+espada = 
peixe-espada
mal+me+que = 
malmequer
aglutinação
Sofre alteração
Ponta+ aguda = 
pontiaguda
outra+hora = 
outrora
42UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Em suma, como vimos a língua apresenta estratégias linguísticas que 
proporcionam a formação de novas palavras, além disso, temos um banco de dados 
previamente classificado, em que vamos depositando palavras, as quais selecionamos, 
reorganizamos e reestruturamos para nos comunicar. Ademais, vimos que um sistema 
fechado não é suficiente para que as necessidades linguísticas sejam sanadas, afinal a 
língua está em constante transformação, exigindo que as palavras sejam revistas e 
reestruturadas e, para isso, temos aliados gramaticais, como a derivação e a composição. 
43UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
3. ORIGEM DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Não é novidade que o português não surgiu no Brasil, embora o nosso país seja 
o maior do mundo que fala a língua. O português foi implantado no Brasil, devido a 
colonização portuguesa, há mais de 500 anos. Neste tópico, iremos falar um pouco sobre 
a origem da nossa língua.
A primeira pergunta que poderíamos colocar é: quando surgiu a língua 
portuguesa? E poderíamos respondê-la com certa exatidão, se a olhássemos, assim como 
os pesquisadores do século XIX, como um organismo que nasce, se desenvolve e morre, 
assim como seus falantes. 
Contudo, como colocado em momentos anteriores, hoje sabemos que a língua 
é um organismo vivo em constante transformação, mas que não morrem, com exceção, 
é claro das línguas minoritárias, como as línguas indígenas, que, ao perderem todos os 
seus falantes em um curto período de tempo, além da imposição de outra língua, no caso 
o português, morrem.
Nessa direção, de acordo com Ilari e Basso (2009, p. 13-14), 
Não há ruptura entre a língua que os brasileiros falam hoje e a língua falada 
em Portugal antes dos descobrimentos, assim como não há ruptura entre o 
português do tempo dos descobrimentos e o romance português, ou seja, a 
língua românica falada no norte de Portugal no final do primeiro milênio. O 
mesmo vale para o conjunto das línguas românicas em relação ao latim.
44UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Dessa forma, não é possível contar uma história da língua portuguesa brasileira, 
sem considerar os 500 e tantos anos de história de desenvolvimento, adaptações e 
interpretações que permeiam a constituição da nossa língua. 
Quando falamos em origem da língua portuguesa, lembramos logo do latim, afinal 
todos sabemos que é esta língua romana, mais especificamente dos falantes da Roma 
antiga, que deu origem à nossa. Porém, não é difícil, ainda, quando ouvimos essa palavra, 
nos remetermos àquela disciplina que antigamente era ensinada na escola média ou a 
língua em que era usada para a celebração das missas, da igreja católica. Nessas duas 
conjunturas, a língua estudada era, respectivamente o latim literário e o latim eclesiástico, 
contudo, havia uma terceira variação do latim, a qual deu origem à língua portuguesa e à 
todas as outras línguas românicas – o latim vulgar, sendo ele vernáculo. 
A palavra vernáculo indica um modo de aprender uma língua, sendo que esse 
método impugna todo o aprendizado que é ofertado pela escola e considera apenas o que 
é adquirido de maneira natural, por assimilação espontânea e inconsciente, no ambiente 
sociocultural em que o sujeito está inserido. 
Para exemplificar podemos pensar em construções verbais, tais como: fá-lo-ei, 
dir--lhe-ia, eu dormira, expressões as quais um falante de língua portuguesa brasileiro não 
as conheceram, com todo certeza, de maneira espontânea, mas sim por meio do 
aprendizado formal, na escola, visto que, a probabilidade de um brasileiro pronunciar tais 
construções é praticamente zero, diferente de construções como: eu vou fazer isso, eu diria 
isso para ele, eu vou dormir, as quais uma criança assimilaria de maneira espontânea, sem 
a necessária interferência do ensino formal. Em suma, diante dos exemplos, podemos 
afirmar que estas são vernáculas, enquanto que aquelas não são.
Nessa perspectiva, após conquistas militares, o império Romano manteve-se 
estável por um longo período, sendo que o latim vulgar foi a língua que predominou 
nesse período, isso aconteceu de tal forma que o latim vulgar foi ganhando espaço e se 
uniformizando cada vez mais, e isso abrangeu uma grande parte da Europa ocidental.
Porém, esse período estável teve um rompimento, devido às invasões bárbaras, 
que fizeram que a unidade linguística começasse a se desfazer. Assim, no final do século X, 
o território linguístico românico começou a sofrer influências externas e cada território local, 
pouco a pouco, foi conquistando um linguajar local. Segundo Ilari e Basso (2009, p. 15) 
“Essa fragmentação do latim vulgar contrasta não só com a relativa uniformidade do próprio 
latim vulgar durante o período imperial, mas ainda com a uniformidade do latim literário e do 
latim eclesiástico, que continuaram sendo usados para outros fins, ao lado da fala popular”.
45UNIDADE II Estrutura e Formação Morfológica 
Após algum tempo, essas linguagens locais, derivadas do latim vulgar, foram 
ganhando prestígio até que se transformaram no que conhecemos hoje como línguas 
româncas: o romeno, o italiano, o sardo, o reto-românico (falado na Suíça e em algumas 
regiões do norte da Itália), o occitano, o francês, o catalão, o espanhol, o galego e o 
português.
De acordo com Ilari e Basso (2009, p. 17)
O latim vulgar e o latim literário eram parcialmente diferentes tanto em sua 
estrutura gramatical quanto em seu léxico; é por isso que certas 
características marcantes da frase latina, tais como as declinações, a voz 
passiva sintética, a construção de acusativo com infinitivo ou o ablativo 
absoluto não aparecem em todas as línguas românicas; pelo mesmo motivo 
encontramos no português palavras como casa, boca ou espada em vez de 
domus, os ou gladius.
Nessa mesma direção, podemos afirmar que, ainda que o português seja derivado 
do latim, não temos domínio para compreender a literatura latina. O latim sempre foi uma 
referência cultural e objeto de pesquisa de grandes pesquisadores, os quais buscavam 
a partir do latim resgatar culturas e afins. Além do mais, o latim foi a língua mundial até o 
século XVIII, quando perdeu seu lugar para a língua francesa, que, por sua vez, no século 
XX,

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