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Livro LÍnGuA portuGuesA sintAXe DA FrAse Ao teXto

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2013
LÍnGuA portuGuesA: 
sintAXe DA FrAse Ao 
teXto
Profª. Iara de Oliveira
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Profª. Iara de Oliveira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfi ca elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
469
04821 Oliveira, Iara de
 Língua portuguesa: sintaxe da frase ao texto / Iara de Oliveira. 
Indaial: Uniasselvi, 2013
 216 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-704-2
 1. Língua portuguesa. 2. Sintaxe. 3. Texto.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
ApresentAção
Há muito tempo escutamos estudantes e não estudantes dizerem que 
nossa língua é difícil (o que é um grande erro: não há uma língua mais difícil 
que a outra!), não segue uma lógica, porque para cada regra existem várias 
exceções, a gramática atrapalha porque há muitas informações que não servem 
para nada e outros tantos equívocos que, pouco a pouco, vão se consolidando 
entre nós. Talvez a origem destas afirmações se deva, em boa parte, ao ensino 
falho de língua portuguesa que tivemos no Ensino Fundamental e Médio, 
baseado em manuais descontextualizados e ministrado por professores 
desmotivados ou com formação deficitária. O fato é que, hoje, as pessoas 
“detestam” o português e os profissionais desta área são desvalorizados ou 
alvos de constantes questionamentos.
Dentre os aspectos gramaticais que estão envolvidos nesta “rede de 
intrigas”, a sintaxe é a que mais sofre ataques. Isso se deve ao fato de que 
ela estuda as relações inter e extraenunciados e a comunicação humana; 
definindo de forma superficial, constitui-se de enunciados. Como muitas 
vezes os profissionais da área não conseguem relacionar adequadamente 
a prática enunciativa com as funções sintáticas, geram-se os conflitos e 
os rótulos que circulam por aí. Nesse sentido, é importantíssimo que os 
profissionais da língua portuguesa, atuantes no ensino formal ou informal, 
tenham um conhecimento profundo e reflexivo deste campo gramatical, 
para que possam mostrar seu funcionamento e sua importância para os 
estudantes de nosso idioma.
Tentando manter este foco, tornamos público este Caderno de Estudos. 
Seu objetivo primeiro e principal é trazer os fundamentos da sintaxe para os(as) 
futuros(as) professores(as), a fim de que os entendam (não podemos ensinar o 
que não sabemos!) e consigam definir estratégias eficientes e eficazes para seu 
ensino. Por isso, traz, em detalhes, as estruturas sintáticas, dialogando com 
renomados gramáticos da língua portuguesa, como Napoleão Almeida (2005), 
Domingos Cegalla (2008), Evanildo Bechara (2009), entre outros. Além disso, 
aventura-se em reflexões sobre as relações sintáticas e suas implicações no 
Ensino Fundamental e Médio. Assim, o caderno divide-se em três unidades.
Na primeira unidade estudaremos o que é a sintaxe, suas principais 
estruturas, funções e relações. Trabalharemos, também, os conceitos de frase, 
oração e período, buscando sempre exemplos nos textos de nosso cotidiano 
e tentando refletir sobre seu uso. Além dos dois temas mencionados, nos 
ocuparemos dos termos que constituem os períodos simples, iniciando pelos 
termos essenciais, passando pelos termos integrantes e finalizando com os termos 
acessórios e vocativo. Haverá também atividades e leituras complementares 
para que possamos consolidar os conhecimentos que construirmos.
IV
A segunda unidade é dedicada aos períodos compostos. 
Exploraremos sua estrutura e como se estabelecem as relações coordenativas 
e subordinativas. Assim como na primeira unidade, traremos as bases teóricas 
encontradas nas gramáticas de nossa língua e tentaremos traçar algumas 
linhas reflexivas que nos permitam entender o funcionamento do sistema e 
sua lógica. Também aqui exporemos exemplos, apresentaremos atividades 
e leituras complementares que permitam a consolidação do conhecimento.
Já a terceira unidade se voltará para o ensino da sintaxe. Nela 
poderemos refletir sobre nossa condição de professores de língua portuguesa, 
nossas formas de ensinar a sintaxe em sala de aula e como podemos tornar 
este processo prazeroso, estimulante e vinculado à nossa prática enunciativa 
diária. Para tanto, traremos algumas propostas ou sugestões que possam 
dinamizar o ensino da sintaxe e que permitam iniciar, ou continuar, o 
processo de retirá-la, assim como a gramática em geral, do rol dos “mais 
rejeitados” no Ensino Fundamental e Médio.
 Vale reforçar que todas as unidades deste Caderno de Estudo se 
articulam com o intuito de aprofundar nossos conhecimentos acerca da 
sintaxe, refletir sobre sua dinâmica de funcionamento e traçar estratégias 
para seu ensino. Reconhecemos que o caminho é árduo, mas não significa 
que não possamos trilhá-lo. Esperamos que você consiga fazer bom uso das 
informações que apresentamos e que tenha um ótimo estudo!
 Profª. Iara de Oliveira
Iara de Oliveira
Possui graduação em Letras com habilitação em língua portuguesa, língua 
espanhola e suas respectivas literaturas. Fez mestrado e doutorado em Literatura, 
na Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente trabalha na UNIASSELVI, 
ministrando as disciplinas de Comunicação e Expressão e Língua Portuguesa 
em diversos cursos de graduação da instituição, bem como as disciplinas de 
Metodologia da Pesquisa Científica e Metodologia do Artigo Científico na pós-
graduação. Tem ampla experiência na área da literatura, em que possui artigos 
publicados e trabalhos apresentados em eventos, da metodologia científica, da 
produção de textos e da Língua Portuguesa com que trabalha diretamente em 
sala de aula e nos processos de revisão de textos.
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é 
veterano, há novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda 
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza 
materiais que possuem o código QR Code, que 
é um código que permite que você acesse um 
conteúdo interativo relacionado ao tema que 
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor 
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa 
facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA ..................... 1
TÓPICO 1 – ESTRUTURA, RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS ...................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................3
2 O ESTUDO DA SINTAXE................................................................................................................ 3
3 ESTRUTURA, RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS ........................................................... 6
4 ENUNCIADOS DA LÍNGUA ......................................................................................................... 8
4.1 FRASE ........................................................................................................................................... 8
4.2 ORAÇÃO ...................................................................................................................................... 13
4.3 PERÍODO ..................................................................................................................................... 14
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 17
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 23
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 24
TÓPICO 2 – ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS ESTRUTURAS SIMPLES .................... 29
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 29
2 TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO ......................................................................................... 29
2.1 SUJEITO ....................................................................................................................................... 30
2.1.1 Tipos de sujeito .................................................................................................................... 32
2.2 PREDICADO .............................................................................................................................. 38
2.2.1 Tipos de predicados ............................................................................................................ 39
2.2.2 Predicação verbal e sua classificação ................................................................................ 43
3 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO .................................................................................... 47
3.1 COMPLEMENTOS VERBAIS .............................................................................................. 48
3.1.1 Objeto direto ......................................................................................................................... 48
3.1.2 Objeto indireto ..................................................................................................................... 51
3.2 COMPLEMENTO NOMINAL ............................................................................................. 51
3.3 AGENTE DA PASSIVA .......................................................................................................... 52
4 TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO ....................................................................................... 56
4.1 ADJUNTO ADNOMINAL .................................................................................................... 57
4.2 ADJUNTO ADVERBIAL ....................................................................................................... 58
4.3 APOSTO ....................................................................................................................................... 59
5 VOCATIVO ......................................................................................................................................... 60
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 64
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 – A SINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA: ESTRUTURAS FRASAIS 
 COORDENADAS E SUBORDINADAS ............................................................... 75
TÓPICO 1 – ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS 
 COMPOSTAS ................................................................................................................. 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 O PERÍODO COMPOSTO............................................................................................................... 77
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 84
VIII
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 – ESTRUTURAS FRASAIS COORDENADAS .......................................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 PERÍODO FORMADO POR COORDENAÇÃO......................................................................... 95
2.1 ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS ............................................................ 96
2.2 ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS .................................................................. 97
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 106
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 113
TÓPICO 3 – ESTRUTURAS FRASAIS SUBORDINADAS ......................................................... 117
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 117
2 PERÍODO FORMADO POR SUBORDINAÇÃO ....................................................................... 117
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ............................................. 120
 DESENVOLVIDAS .................................................................................................................. 120
2.1.1 Orações subordinadas substantivas .................................................................................. 121
2.1.2 Orações subordinadas adjetivas: ....................................................................................... 127
2.1.3 Orações subordinadas adverbiais ..................................................................................... 130
2. 2 ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS................................................................. 135
2.2.1 Orações reduzidas de infinitivo ......................................................................................... 136
2.2.2 Orações subordinadas reduzidas de gerúndio ............................................................... 138
2.2.3 Orações subordinadas reduzidas de particípio ............................................................... 139
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 141
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 148
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................149
UNIDADE 3 – MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO DA SINTAXE DA LÍNGUA 
 PORTUGUESA ........................................................................................................... 153
TÓPICO 1 – A SINTAXE E A SALA DE AULA ............................................................................... 155
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 155
2 SINTAXE EM SALA DE AULA: NORMA OU USO? ................................................................. 155
2.1 O ESTUDO DA GRAMÁTICA ................................................................................................... 157
2.2 O(A) PROFESSOR(A) DE LÍNGUA PORTUGUESA E O ENSINO 
 DE SINTAXE .................................................................................................................................. 160
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 166
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 173
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 174
TÓPICO 2 – MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO DA SINTAXE.......................................... 177
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 177
2 ENSINANDO SINTAXE E OUTRAS COISAS MAIS... ............................................................. 177
2.1 O TEXTO VERBAL ESCRITO .............................................................................................. 179
2.2 AS TIRINHAS E AS CHARGES .......................................................................................... 183
2.3 AS PROPAGANDAS ............................................................................................................... 191
2.4 AS MÚSICAS .............................................................................................................................. 195
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 201
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 208
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 213
1
UNIDADE 1
ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA 
LÍNGUA PORTUGUESA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Ao final desta unidade você deverá ser capaz de:
• identificar as estruturas, relações e funções sintáticas dos enunciados em 
língua portuguesa;
• relacionar os conceitos de frase, oração e período;
• analisar os elementos constitutivos do período simples;
• relacionar os elementos constitutivos do período simples, observando 
suas aplicações na prática enunciativa.
Esta unidade está divida em dois tópicos e no final de cada um deles você 
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – ESTRUTURA, RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS
TÓPICO 2 – ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS ESTRUTURAS
 LINGUÍSTICAS SIMPLES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
FUNÇÕES SINTÁTICAS
1 INTRODUÇÃO
Você vem estudando a Língua Portuguesa ao longo deste curso e, 
certamente, já aprendeu a forma como está estruturada e os elementos que a 
constituem. Na morfologia, as estruturas foram vistas isoladamente, para que se 
pudessem identificar seus processos de formação e suas significações individuais. 
A partir de agora, estudaremos essas estruturas e as relações que estabelecem 
entre si com o intuito de estabelecer comunicação, ou seja, estudaremos as 
relações sintáticas.
Neste primeiro tópico, nossa preocupação será entender o conceito de 
sintaxe e reconhecer as estruturas, as relações e as funções sintáticas. Para isso, 
veremos os conceitos de frase, oração e período. Pronto(a) para começar? Então, 
vamos ao estudo!
2 O ESTUDO DA SINTAXE
Observe as seguintes estruturas:
Pense: da forma como está, a informação faz sentido nas estruturas 1 e 2? 
Não, é claro! 
Embora consigamos identificar o sentido das palavras isoladamente 
na forma 1 e reconheçamos o alfabeto da língua portuguesa na estrutura 2, a 
maneira como estão dispostas nos causa estranheza e desconforto. Isso prova 
que a língua, além de composta por um grande número de vocábulos, também 
apresenta regras de como combiná-los para que possam atingir seu objetivo 
comunicativo, formando, assim, um enunciado.
1. De gosto eu chocolate.
2. Ed osgot ue ctehoolca.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
4
“Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito. É uma sequência de palavras 
de uma língua que costuma ser delimitada pAor marcas formais: na fala, pela entonação; 
na escrita, pela pontuação. O enunciado está sempre associado ao contexto em que foi 
produzido” (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 505).
IMPORTANT
E
É importante lembrar que, embora a língua apresente regras para a junção 
das palavras, isso não significa dizer que exista apenas uma possibilidade de 
combinação. Essas regras são o que, a grosso modo, denominamos sintaxe.
Voltemos para as estruturas que havíamos visto anteriormente, agora 
acrescidas de outra, organizada diferentemente das demais:
1. De chocolate, eu gosto.
2. Eu, de chocolate, gosto.
3. Eu gosto de chocolate.
Acredita-se que na Grécia Antiga se desenvolveu inicialmente a morfologia 
e, em seguida, a análise gramatical. Embora entre os estudiosos gregos houvesse uma 
preocupação com as relações sintagmáticas entre os vocábulos, os fundamentos da sintaxe 
só avançaram na Idade Média (AZEREDO, 1990).
IMPORTANT
E
Perceba, caro(a) acadêmico(a), que conseguimos transmitir a mesma ideia 
de três formas diferentes, ou seja, fazendo três combinações distintas.
Portanto, podemos afirmar que a sintaxe estabelece as possibilidades de 
associação das estruturas linguísticas para a formação de enunciados, bem como 
organiza a estrutura dos sintagmas que se combinarão em uma sentença. Estudar 
a sintaxe, nesse sentido, é conhecer as relações que as palavras mantêm entre si 
em uma oração.
Mas não é apenas isso. Azeredo (1990, p. 10) traz uma contribuição 
importante para nosso estudo:
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
5
A cada instante pode-se estar pronunciando uma frase nova. Afinal, 
ninguém pode garantir que a frase que inicia este parágrafo e a que 
estou escrevendo agora não são inéditas. Eu não as tinha memorizadas, 
muito menos o leitor, e, apesar disso, não houve qualquer dificuldade 
para produzi-las e entendê-las. Nós não apreendemos o significado 
de cada uma das frases possíveis como se nada tivessem em comum 
umas com as outras. Todas elas, aceitas como estruturas da língua 
pelos usuários, se criam graças a um sistema de unidades – sons, 
palavras, afixos, acentos – e regras que as combinam.
A sintaxe – numa definição provisória, visto que ambiciosa – é a 
parte desse sistema que permite criar e interpretar frases. A sintaxe 
do português, por exemplo, compreende as regras que tanto tornam 
possíveis enunciados banais como “Hoje é domingo” ou “Que dia 
é hoje”, ou excêntricos, como “Napoleão temia que as tartarugas 
desovassem no seu imponente chapéu”, quanto impedem sequências 
como “Que dia serem hoje?” ou “Seu imponente temia as que chapéu 
desovassem Napoleão tartarugas no”. 
A sintaxe, portanto, preocupa-se em analisar e explicar as relações entre a 
forma e o sentido das orações. Assim, seu estudo permite que conheçamos como 
as orações se estruturam em nossa língua e aspossíveis relações que estabelecem 
entre si e umas com as outras.
Ainda sobre essa questão, Bechara (2009) menciona que alguns usam 
o termo morfossintaxe por julgarem que os enunciados podem ser vistos por 
sua forma (as palavras e sua estrutura individual) e por suas relações, mas, de 
acordo com sua concepção, a pura gramática se baseia na sintaxe, porque ela 
já traz consigo a concepção de forma. “Ocorre que, a rigor, tudo na língua se 
refere sempre a combinações de ‘formas’, ainda que seja combinação com zero 
ou ausência de ‘forma’; assim toda essa pura gramática é na realidade sintaxe, já 
que a própria oração não deixa de ser uma ‘forma’ [...].” (BECHARA, 2009, p. 54, 
grifos do autor). 
DICAS
Considerando o que Bechara (2009) afirma sobre sintaxe e sua relação direta 
com a forma, lembre-se, acadêmico(a): para aproveitar melhor os estudos sobre sintaxe, é 
importante que você também conheça os aspectos morfológicos de nossa língua. Caso 
seja necessário repassar estes conhecimentos, volte ao Caderno de Morfologia da Língua 
Portuguesa.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
6
Atualmente, a sintaxe é objeto de grandes discussões no meio acadêmico, 
especialmente no que se refere às questões sobre sintaxe e sala de aula. 
Pesquisadores como José Carlos de Azeredo, Maria Helena de Moura Neves, 
Luiz Carlos Travaglia, comprovam, em seus estudos, que nossas escolas, embora 
tenham avançado consideravelmente neste campo, insistem em apresentar um 
sem fim de regras, exemplificadas com exemplos forjados, que só tornam o 
estudo dessa área gramatical difícil e sem propósito. Todos defendem a tese de 
que é preciso mostrar a utilidade prática da sintaxe, como é seu funcionamento 
em nossa produção textual diária porque, assim como a língua está em constante 
processo de transformação, as relações sintáticas também se modificam para que 
a comunicação ocorra de forma eficiente e eficaz. Assim, defendem o que chamam 
de “o ensino da gramática do uso da língua”. Mas antes de aprofundarmos nossas 
reflexões nesta direção, vamos, a seguir, estudar o funcionamento da sintaxe: sua 
estrutura, relações e funções. 
 
Também vale destacar que com o avanço dos estudos linguísticos, a briga 
entre norma e uso vem se tornando cada vez mais acirrada. Linguistas como 
Marcos Bagno defendem a perspectiva de valorização da língua falada em sala 
de aula, do respeito às variantes linguísticas e do entendimento de que a norma 
culta (priorizada pelas gramáticas) é uma das muitas variantes de nossa língua. 
E, você, acadêmico(a), como se posiciona a respeito?
DICAS
Para melhor compreender essa proposta da gramática com enfoque no uso 
da língua, indicamos a Gramática de usos do português, de Maria Helena de Moura Neves, 
de 2011, publicada pela Editora UNESP.
3 ESTRUTURA, RELAÇÕES E FUNÇÕES SINTÁTICAS
Sabemos que os enunciados “[...] formam unidades linguísticas que 
possuem uma estrutura sintática, ou seja, demonstram uma organização 
específica, prevista pela língua” (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 
505). Para entendermos o que é uma estrutura sintática, precisamos estudar e 
compreender o que significa essa relação e função sintática.
Vejamos:
Maria estudou
para a 
prova
de
matemática.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
7
Ao dizermos Maria estudou para a prova de matemática, estamos estabelecendo 
uma relação entre a pessoa de Maria e estudou para a prova de matemática. Afirmamos 
que Maria foi agente da ação estudar. Igualmente, estabelecemos uma relação 
entre estudou e para prova de matemática porque especificamos qual foi o objetivo 
do estudo. E, mais, relacionamos prova com de matemática, pois novamente 
especificamos qual o tipo de prova para o qual Maria deveria estudar.
Essas ligações que podemos fazer entre as palavras, identificando uma 
lógica, um sentido, são as relações sintáticas.
Agora, observemos:
Maria estudou para a prova
de
matemática.
Predicado verbal do sujeito Maria
(Sujeito do verbo estudar) objeto indireto de estudar adjunto adnominal
Cada um dos elementos do enunciado exerce uma função sintática, ou 
seja, tem um objetivo específico. Só conseguimos estabelecer a relação entre os 
termos e compreendermos seu sentido porque há uma função sintática para cada 
um deles.
Sendo assim, é importante entender que:
Relação sintática é a conexão de sentido que se pode estabelecer entre as 
partes de um enunciado.
Função sintática é o papel que cada termo desempenha em um enunciado.
Para identificar as funções sintáticas nos enunciados da língua, ou seja, 
qual é a ação que cada termo cumpre em um enunciado, fazemos a análise 
sintática, que “[...] examina a estrutura do período, divide e classifica as orações 
que o constituem e reconhece a função sintática dos termos de cada oração” 
(CEGALLA, 2008, p. 319).
Para que possamos analisar um período, estabelecendo quais as 
funções que o compõem, precisamos, primeiramente, compreender algumas 
características próprias, que nos orientam durante o processo da análise sintática. 
É o que veremos a seguir. 
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
8
4 ENUNCIADOS DA LÍNGUA
Existem três unidades, com características estruturais próprias, 
identificadas quando se estudam os enunciados da língua, que precisamos 
conhecer: frase, oração, período. Como forma de tornar nossa reflexão mais 
didática, analisaremos cada uma dessas unidades separadamente.
4.1 FRASE
A primeira unidade sintática apresentada pelas gramáticas é a frase. A 
frase é definida por Cegalla (2008, p. 319), como “[...] todo enunciado capaz de 
transmitir, a quem nos ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. 
Pode revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o período mais 
complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos da língua”.
Portanto, frases são enunciados com sentido completo, utilizados no 
processo de comunicação.
Observe:
Socorro!
O que será de nós?
Pare!
Há muito tempo o homem luta por reconhecimento social e, para isso, é 
capaz de chegar aos limites de sua condição física e psicológica. 
Todos os enunciados acima se constituem como frases porque ao lê-los 
entendemos seu sentido. Assim, para que não nos esqueçamos, “[...] frase é a 
unidade fundacional do discurso, ou seja, da atividade comunicativa que se 
realiza por meio da palavra” (AZEREDO, 2008, p. 136).
Sobre a frase ainda é possível afirmar que ela se define não pela extensão que 
possui, mas por seu propósito de comunicação. Ela se caracteriza por apresentar 
uma entonação inicial e final, na oralidade, e pelo uso da pontuação, na escrita, 
facilitando a leitura e, consequentemente, a ampliação de conhecimento. Algumas 
frases são tidas como situacionais, porque só podem ser compreendidas dentro do 
contexto do qual fazem parte (o escrito ou a situação em que o falante está).
Veja um exemplo:
- Terminar as frases dos outros?
Assim, isoladamente, a frase não parece ter um sentido completo, porque 
foi tirada da situação em que estava inserida. Somente no contexto em que foi 
produzida fará sentido. Observe:
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
9
- Eu...
- Queria me dizer uma coisa?
- É. Acho que...
- Esta nossa relação não vai dar certo?
- Isso. Eu simplesmente não...
- Aguenta mais?
- Exato. Esse seu hábito de...
- Terminar as frases dos outros?
- É. É! Eu tentei, mas...
- Não consegue?
- Não consigo. Não é nada...
- Contra mim? É só porque eu termino as suas frases?
- É. Porque você...
- Faço isso...
- É. Sempre termina a...
- Frase dos outros? Porque eu já sei o que vão dizer. Você é o quinto ou 
sexto namorado que me diz a mesma coisa.
- Quer dizer que nós nos tornamos...
- Previsíveis? Se tornaram.
- Todos reclamam...
- Da mesma coisa? Reclamam.
- Bom, então é...
- Tchau?
- É.
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Namorados. O Estado de São Paulo, 13 jun. 
2004).
Agora ficou fácil entender o que significa, já que conseguimos identificar 
o contexto que gerou a frase, por isso é chamada de situacional.Há, ainda, as frases denominadas de verbais, porque apresentam o verbo 
em sua estrutura, e as chamadas de nominais porque se constituem sem o verbo.
Observe:
Cada macaco está em seu galho. = Frase verbal (verbo estar).
Cada macaco no seu galho. = Frase nominal (não há verbos na sua 
estruturação).
Alguns gramáticos, dentre eles Cegalla (2008), Napoleão Almeida (2005), 
Bechara (2009), estabelecem uma tipologia da frase de acordo com o sentido que 
elas podem assumir nos contextos comunicativos.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
10
Fomos ao shopping. = Frase afirmativa.
Não fomos ao shopping. = Frase negativa.
Qualquer um dos tipos de frases apresentados acima pode exibir uma forma 
positiva ou negativa, encerrando afirmações ou negações em sua estrutura.
UNI
Frases interrogativas: são aquelas cujo objetivo é interrogar, perguntar, 
questionar. São perguntas, questionamentos formulados pelo emissor da 
mensagem.
Exemplo:
Que horas são?
Você virá à festa da turma?
Almeida (2005) as subdivide em diretas e indiretas. As frases interrogativas 
diretas são aquelas que se expressam em uma oração absoluta. 
Exemplos:
Quem trouxe o material, hoje? 
Será que chove?
Elas podem ser:
Frases declarativas: são aquelas que têm por objetivo afirmar algo, 
apresentar um juízo sobre alguém ou alguma coisa, fazer uma declaração. As 
frases declarativas podem ser afirmativas, quando encerram uma ideia positiva; 
ou negativas, quando encerram uma ideia de negação.
Exemplo:
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
11
As frases interrogativas indiretas são, por sua vez, aquelas cujo “sentido 
interrogativo depende de um verbo principal que indique desconhecimento ou 
desejo de informação” (ALMEIDA, 2005, p. 408).
Exemplos:
Maria quis saber por que não poderia ir ao baile.
Não sei por que saiu.
Perceba que as orações por que não poderia ir ao baile e por que saiu 
indicam uma interrogação, um questionamento, mas aparecem de forma indireta, 
auxiliadas pelo verbo saber.
Frases imperativas: seu objetivo é ordenar, exortar, pedir, expressar 
proibições, conselhos. Utilizam verbos no modo imperativo.
Exemplo:
FIGURA 1 – TIRINHA 
FONTE: Disponível em: <http://blogdastirinhas.blogspot.com.br/2010/12/garfield-n-73-ao-78.
html>. Acesso em: 12 out. 2012.
As frases Pegue aquele rato!, Espere um minuto, Deixe-me colocar meu tênis de 
corrida são imperativas, pois expressam ordem (na primeira e segunda) e pedido 
(terceira).
Frases exclamativas: seu objetivo é transmitir admiração, surpresa, 
espanto, arrependimento etc. Nelas o emissor exterioriza um estado afetivo.
Exemplo:
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
12
FIGURA 2 – TIRINHA 
FONTE: Disponível em: <http://www.not1.xpg.com.br/quadrinhos-turma-da-monica-os-mais-
-engracados-e-divertidos/>. Acesso em: 12 out. 2012.
Perceba que as frases Deu certo!! e A cobra está saindo!! demonstram 
claramente a surpresa e o entusiasmo da personagem. 
Frases optativas: seu objetivo é expressar um desejo.
Exemplo:
Frases imprecativas: seu objetivo é expressar uma praga, uma maldição.
Exemplo:
Tomara que tudo dê certo!
Bons ventos o tragam!
Que um raio caia na minha cabeça se estou mentindo!
Maldita seja aquela que me abandonou!
É importante ressaltar que essa classificação não é unanimidade entre os 
gramáticos e seria bem interessante que você consultasse algumas gramáticas para verificar 
como cada uma delas faz a classificação.
IMPORTANT
E
Agora que já entendemos o funcionamento das frases, vamos estudar o 
conceito de orações.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
13
4.2 ORAÇÃO
Na seção anterior, vimos que a frase tem propriedades discursivas, ou 
seja, é caracterizada pela relação que estabelece com o contexto comunicativo. Na 
frase, o enunciado é analisado por suas ligações com a situação de comunicação. 
No entanto, é possível estudar os enunciados levando-se em consideração as 
relações entre as palavras e a função que cada uma desempenha. Por isso, sob 
esta perspectiva, uma unidade sintática importante é a oração.
A oração é uma estrutura linguística que se articula pela presença de um 
predicado. Como o predicado é, em língua portuguesa, introduzido por um verbo, 
podemos dizer que a oração se estrutura em torno de um verbo ou locução verbal, 
ou seja, em torno do sintagma verbal. Como sua perspectiva é caracterizada pela 
presença no verbo, não necessariamente apresenta sentido completo.
Para deixar mais clara a diferença, frase é todo e qualquer enunciado 
capaz de estabelecer comunicação (aí se incluem oração e período). Ela pode ser 
composta por uma única palavra, substantivos e verbos, só substantivos etc. A 
oração, obrigatoriamente, se estrutura em torno do verbo, por isso ela pode ter 
sentido completo ou não. A frase não é frase se não tiver sentido completo. Por 
isso nem toda frase é uma oração (porque nem sempre haverá o verbo) e nem 
toda oração será uma frase, porque em várias situações ela não terá seu sentido 
completo, necessitando de outras orações para isso.
Exemplo:
FIGURA 3 – CHARGE 
FONTE: Disponível em: <http://falacerto.blogcindario.com/2011/04/
00005-o-papel-do-verbo-na-oracao.html>. Acesso em: 12 out. 2012.
Podemos afirmar que o primeiro balão, Que beleza a cidade de vocês! é uma 
frase, pois apresenta um sentido completo na situação em que está inserida, 
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
14
Você sabe o que é um sintagma?
Souza e Silva e Koch (2000, p. 14) explicam que: “O sintagma consiste num conjunto de 
elementos que constituem uma unidade significativa dentro da oração e que mantêm 
entre si relações de dependência e de ordem. Organizam-se em torno de um elemento 
fundamental, denominado núcleo, que pode, por si só, constituir um sintagma”. Os principais 
sintagmas, segundo, ainda, as autoras, são:
Sintagma verbal é a estrutura cujo núcleo é um verbo.
Sintagma nominal é a estrutura cujo núcleo é um substantivo.
Sintagma adjetival, cujo núcleo é um adjetivo.
IMPORTANT
E
Como já estudamos os conceitos de frase e de oração, partamos para o 
estudo do período.
4.3 PERÍODO
Existe, ainda, uma terceira unidade sintática prevista pela gramática: o 
período. “Período é um enunciado de sentido completo constituído por uma ou 
mais orações” (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 2010, p. 509).
Exemplos:
Fomos à sua casa, mas não havia ninguém. (duas orações: fomos é o 
núcleo da primeira, havia é o núcleo da segunda).
Depois de irmos ao cinema, compramos sapatos, visitamos uma amiga 
hospitalizada e tomamos um café. (quatro orações: irmos é o núcleo da primeira, 
compramos é o núcleo da segunda, visitamos é o núcleo da terceira e tomamos é 
o núcleo da quarta).
Os períodos podem ser classificados em simples ou compostos.
Período simples é aquele constituído por uma única oração, ou seja, que 
apresenta um só verbo ou locução verbal.
Exemplo:
mas não apresenta verbo. Já o enunciado do segundo balão, Imagina se tivesse 
prefeito!!!, é formado por duas orações porque se estrutura em torno de dois 
verbos, “imagina” e “tivesse”.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
15
João ofereceu um livro a Joana. (um verbo = ofereceu = um período)
Período composto é aquele constituído por mais de uma oração, quer 
dizer, por mais de um verbo ou locução verbal.
Exemplo:
O povo anseia que haja uma eleição justa. (dois verbos = anseia, haja = 
dois períodos)
Lembre-se: a presença de um verbo indica uma oração. Dessa forma, teremos, 
no período composto, tantas orações quanto forem os verbos que introduzirem predicados 
específicos.
IMPORTANT
E
O esquema a seguir ajuda-nos a visualizar as três unidades sintáticas que 
estudamos até o momento.
ESQUEMA 1 - FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
FONTE: A autora.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
16
DICAS
O professor Fábio Alves tem vários vídeos nos quais ensina os aspectos da nossa 
gramática. Indicamos o link do vídeo em que ele expõe as questões de sintaxe que vimos neste 
tópico<http://www.youtube.com/watch?v=6R-OYnIvzlQ>.
Além dele, o livro Iniciação à sintaxe do português, de José Carlos de Azeredo, de 1990, publicado 
pela Editora Zahar, também traz contribuições significativas para o estudo deste tema.
Para descontrair:
Leia o bem-humorado poema de Paulo Leminski que aborda as questões 
relativas à sintaxe:
O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os E.U.A.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
FONTE: LEMINSKI, Paulo. Caprichos e relaxos. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 144.
Para ampliar nossos estudos sobre o assunto abordado neste primeiro 
tópico, reproduzimos um fragmento do livro Iniciação à sintaxe do português, 
de José Carlos de Azeredo (1990), que aborda a questão da frase, da oração e, 
consequentemente, dos sintagmas que as constituem. Também, para melhor 
compreender e estabelecer algumas relações com os assuntos abordados até aqui, 
leia atentamente o texto a seguir, anote as principais ideias e discuta-as com os 
colegas no próximo encontro.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
17
IV. CATEGORIAS DE DESCRIÇÃO GRAMATICAL
1. Frase e oração
Um conceito-chave em toda a análise gramatical é o de unidade. Fonemas, 
sílabas, vocábulos, estrofes, parágrafos, capítulos são unidades de diferentes 
planos, níveis, tipos. Nas páginas precedentes abordamos a noção de texto, 
definido, não em termos de sua própria constituição interna, mas enquanto 
unidade de comunicação. O texto é, portanto, uma entidade pertencente ao 
domínio do ato verbal de comunicação, isto é, do discurso. Neste domínio, 
portanto, situa-se a frase, que é o menor texto possível.
Na sua realização mais aderente ao contexto situacional, a frase toma 
a forma de uma interjeição, a qual representa globalmente a situação a que se 
refere. No outro extremo, apresenta normalmente uma estrutura bimembre – a 
oração – centrada em um verbo com o qual se faz uma declaração – predicado – 
sobre um dado tema – sujeito.
Enquanto representação analítica de um conteúdo, portanto, a oração 
articula as funções sujeito e predicado, e, no predicado, o processo verbal e a 
época de sua ocorrência relativamente ao momento da enunciação – tomado 
como polo do universo comentado -, ou a um momento histórico – tomado como 
polo do universo narrado (cf. VII. 1b e VIII. 3).
As interjeições, as inscrições meramente indicativas do tipo saída, Casas 
Pernambucanas, as frases imperativas, exclamativas e as interrogativas não 
retóricas acham-se necessariamente unidas à situação em que se enunciam. 
Ordens e exclamações se exprimem frequentemente por simples interjeições. 
Somente frases declarativas podem ser totalmente alheias ao contexto situacional 
e, portanto, inteiramente interpretáveis sem o seu respaldo. Elas são típicas de 
qualquer texto em que prevaleça a chamada ‘função referencial’ da linguagem.
De qualquer forma, declarativas ou não, as frases que representam 
analiticamente um conteúdo fazem-no segundo os princípios sintáticos da língua, 
isto é, o sistema de unidades hierarquizadas – palavras, sintagmas, orações – e 
relacionadas umas às outras por um conjunto de mecanismos formais.
2. A hierarquia gramatical
A estrutura gramatical do português comporta vários níveis. O morfema 
é a menor unidade dessa estrutura; e o período, a maior. Acima do nível dos 
morfemas acha-se o dos vocábulos; acima deste, o dos sintagmas, a que se superpõe 
o das orações. Esquematicamente, temos:
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
18
Período.
Oração.
Sintagma.
Vocábulo.
Morfema.
E exemplificando:
Nível do período ........ os meninos brincavam com uma pazinha.
Nível de oração ......... os meninos brincavam com uma pazinha.
Nível dos sintagmas .. os meninos/ brincavam com uma pazinha.
Nível dos vocábulos .. os/ meninos/ brincavam/ com/ uma/ pazinha.
Nível dos morfemas .. o/s/ menin/o/s brinc/a/va/m com/ um/a pa/zinh/a.
Provisoriamente, diremos que a análise gramatical consiste em identificar 
essas unidades e as regras que permitem combiná-las entre si em cada nível. 
Tradicionalmente, os compêndios têm-se referido aos níveis da oração e 
do período, recobertos pela sintaxe, e aos níveis do morfema e do vocábulo, 
recobertos pela morfologia. Manteremos esta distinção, por considerá-la adequada 
à descrição da gramática do português. O único problema está em não se ter 
explicitado outro nível – o dos sintagmas – que medeia entre os vocábulos e a 
oração. Com efeito, os vocábulos não se unem para formar a oração do mesmo 
modo que os gomos se unem para formar uma laranja. Os vocábulos não formam 
a oração senão indiretamente. Eles se associam em grupos, os sintagmas, que são 
os verdadeiros constituintes da oração.
Vamos ilustrar essa afirmação tomando para exemplo o seguinte período:
12. O prisioneiro desatou o nó das cordas com os dentes
Proporemos inicialmente a segmentação desse período nos seguintes 
sintagmas: ‘o prisioneiro’, ‘desatou o nó das cordas’, e ‘com os dentes’. Poderíamos 
nos perguntar por que os sintagmas são estas e não outras sequências, como: 1 – ‘o 
prisioneiro desatou’ e ‘o nó das cordas com os dentes’, 2 – ‘o prisioneiro’, ‘desatou 
o nó’ e ‘das cordas com os dentes’, ou 3 – ‘o prisioneiro’ e ‘desatou o nó das cordas 
com os dentes’ (que, como se verá, é compatível com a que propusemos).
É que as unidades gramaticais se definem por meio de certas peculiaridades 
distribucionais, como posição e mobilidade. Por exemplo, é possível deslocar 
para a primeira posição do período toda a sequência ‘com os dentes’.
12b. Com os dentes, o prisioneiro desatou o nó das cordas.
A possibilidade desse movimento é suficiente para provar que esta 
sequência é um sintagma. Também pelo deslocamento se identifica como sintagma 
o segmento ‘o prisioneiro’. 
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
19
12c. Com os dentes, desatou o prisioneiro o nó das cordas.
Outro procedimento é a substituição da sequência por uma unidade 
simples. Observemos:
13. Mandaram amarrar o prisioneiro e apertar bem o nó das cordas, mas 
ele (=o prisioneiro) desatou-o (=o nó das cordas) com os dentes.
Sequências que se deixam substituir por unidades simples no interior das 
orações também são sintagmas.
Um terceiro (e aqui último) procedimento que vamos adotar é a 
interposição de um ‘e’. Normalmente, a presença de um ‘e’ indica a união de duas 
unidades pertencentes ao mesmo nível. Isto se passa em: 
14. O prisioneiro e seu amigo desataram o nó das cordas com os dentes. 
15. O prisioneiro desatou o nó das cordas com os dentes e fugiu.
‘Fugir’ é uma unidade funcionalmente (e distribucionalmente) equivalente 
à outra a que se une por meio do ‘e’, podendo, por isso, substituí-la, como em 16. 
O prisioneiro fugiu.
O ‘e’ inserido em 15 não está, por conseguinte, ligando o verbo ‘desatou’ 
à forma ‘fugiu’, nem tampouco a forma ‘fugiu’ ao substantivo ‘dentes’ que a 
precede; o ‘e’ está unindo sintaticamente toda a sequência ‘desatou o nó das 
cordas com os dentes’ à forma capaz de substituí-la, ‘fugiu’. Isto constitui prova 
suficiente de que toda esta sequência opera como uma unidade funcional, da 
mesma sorte que a unidade simples ‘fugiu’.
Agora que sabemos por que a divisão inicial e as três são compatíveis, 
conclui-se que uma unidade de nível mais baixo pode combinar com uma unidade 
de nível imediatamente superior para compor outra unidade neste mesmo nível. 
É o que se dá em ‘desatou o nó das cordas com osdentes’: ‘desatou’, que é um 
vocábulo, combina-se com os dois sintagmas – ‘o nó das cordas’ e ‘com os dentes’ 
– para formar um sintagma mais complexo: verbo + sintagma + sintagma.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
20
Em diagramas, teremos:
Formulamos acima três procedimentos para isolar na estrutura da oração 
as unidades – sintagmas – que a constituem: o deslocamento, a substituição e a 
coordenação.
Convém deixar claro que nem sempre o sintagma resulta da união de 
vocábulos, assim como o vocábulo nem sempre resulta da união de morfemas. 
A diferença entre uns e outros é, portanto, de nível e não de tamanho ou 
complexidade interna. Assim, como vimos em 15-16, ‘fugiu’ é um vocábulo em 
um nível e ocupa a posição de um sintagma em outro, e ‘os meninos brincam com 
uma pazinha’ é uma oração em um nível e período em outro. Em ambos os casos 
estamos diante de uma unidade – sintagma ou período – formada de uma única 
unidade do nível imediatamente inferior.
Dissemos que o período é ‘a maior unidade da estrutura gramatical’. 
Embora correta, esta definição requer alguns esclarecimentos: (a) o que é numa 
língua a sua estrutura sintática em oposição, por exemplo, ao seu léxico (ver I.2 
e I.3)? e (b) que indicadores permitem delimitar – na fala ou em um texto escrito, 
isto é, nos discursos – as unidades a que chamamos períodos ou orações?
A questão (a) já foi objeto dos itens citados. Recordemos apenas que o 
léxico é o conjunto das palavras (no sentido de lexemas) de uma língua, geralmente 
listadas no dicionário. O léxico fornece os elementos com que se estruturam os 
sintagmas. À segunda questão vamos responder mediante o exame de um trecho 
de língua escrita:
“Neste instante de 1942 em que escrevo estas palavras, não resisto à 
tentação de ir à janela de meu apartamento para olhar o mar. À sombra de grandes 
guarda-sóis de gomos coloridos vejo banhistas deitados na areia da praia. Poucos 
deles se lembram agora de que devem a sua magnífica cidade a Estácio de Sá” 
(VERÍSSIMO, 1966, p. 47).
Há aí três segmentos claramente delimitados por pontos. Geralmente se 
utilizam estes sinais como indicadores dos limites dos períodos na língua escrita. 
TÓPICO 1 | ESTRUTURA, RELAÇÕES E 
21
Relativamente ao exemplo em questão, pelo menos, este critério conduz a uma 
segmentação correta: temos três períodos, cujos limites coincidem com os pontos, 
vejamos:
À sombra de grandes guarda-sóis de gomos coloridos vejo banhistas deitados na 
areia da praia.
As três construções destacadas podem ocupar outras posições no interior 
deste segmento.
a) Vejo banhistas deitados na areia da praia à sombra de grandes guarda-sóis de 
gomos coloridos.
b) À sombra de grandes guarda-sóis de gomos coloridos, deitados na areia, vejo 
banhistas.
c) Banhistas vejo deitados na areia da praia, à sombra de grandes guarda-sóis de 
gomos coloridos.
Esta mobilidade, conforme já vimos, permite identificar aqueles segmentos 
como sintagmas. Esses sintagmas são partes desse período e não do que vem antes 
ou do que vem depois: o último sintagma se acha vinculado a ‘banhistas’, como 
prova a concordância de número; ‘banhistas’, por sua vez, se acha vinculado a 
‘vejo’ (é em virtude desse vínculo que ‘banhistas’ pode ser substituído por ‘os’). 
O primeiro sintagma tanto pode estar vinculado a ‘vejo’ como a ‘deitados’. Seja 
como for, é no interior desse segmento que se estabelece o vínculo.
Noutras palavras, diremos que cada um desses sintagmas participa da 
oração graças à presença de outra unidade (‘na areia da praia’ adere sintaticamente 
a ‘deitados’, e este a “banhistas”). Cada unidade cria, por assim dizer, o contexto 
para a ocorrência de outra. “Banhistas” criou o contexto para a possível ocorrência 
de “deitados”, mas não de qualquer outra unidade. Por outro lado, a presença de 
“deitados” torna possível a ocorrência de um sintagma como “preguiçosamente”, 
fato que ‘banhistas’ não permite: pode-se construir ‘deitados preguiçosamente’, 
mas não “banhistas preguiçosamente”.
Estas observações deixam ver que a estrutura gramatical se baseia em 
limitações de ocorrência impostas entre si pelas unidades – morfemas, vocábulos, 
sintagmas – que, através dos vários níveis, constituem o período.
Este período que estamos examinando relaciona-se, obviamente, ao 
anterior, por um estreito elo semântico que entronca os vocábulos ‘mar’ (primeiro 
período) e ‘guarda-sóis’, ‘banhistas’ e ‘praia’ (segundo período), o que não impede 
interpretar um sem o conhecimento do outro. O último período, porém, começa 
com ‘Poucos deles’, cuja interpretação (= banhistas) depende do período anterior. 
Trata-se de um processo de ligação que transcende os limites sintáticos da oração 
(sintaticamente, ‘eles’ acha-se vinculado a ‘lembram’) [...].
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
22
Para encerar esta parte, firmaremos o conceito de período subjacente à 
ilustração oferecida acima: “Unidade gramatical em cujas partes constituintes 
se podem estabelecer as dependências e limitações distribucionais, mas que não 
pode por si mesma ser colocada em nenhuma classe distribucional” (LYONS, 
1979, p. 180).
FONTE: AZEREDO, José Carlos de. Introdução à sintaxe do português. Rio de Janeiro: Zahar, 
1990. p. 31-36.
23
Neste tópico você viu que:
• Sintaxe são as regras utilizadas para combinar os vocábulos de modo a fazer 
sentido nas situações comunicacionais.
• Enunciado é tudo o que é dito ou escrito, ou seja, é uma sequência de palavras 
delimitada por marcas formais.
• Estrutura sintática é a organização das palavras prevista pela língua.
• Relações sintáticas são as conexões de significado que existem entre as 
palavras.
• Função sintática é o papel desempenhado no enunciado por cada palavra ou 
expressão.
• Existem três unidades sintáticas que apresentam estrutura própria: frase, 
oração, período.
• Frase é um enunciado linguístico que apresenta sentido completo.
• Oração é o enunciado que se estrutura em torno de um verbo ou locução 
verbal.
• Período é o conjunto formado por uma ou mais orações que apresenta 
sentido completo.
RESUMO DO TÓPICO 1
24
1 Leia o texto que segue e faça o que se pede:
FACEBOOK CRIA AMBIENTE EXCLUSIVO À ESCOLA E 
UNIVERSIDADE
Groups for Schools permite que alunos, professores e funcionários de instituições 
troquem informações em um ambiente fechado.
O Facebook colocou à disposição de escolas e universidades um novo tipo 
de perfil destinado especialmente a instituições de ensino. Batizado de Groups 
for Schools, o novo recurso da rede social permite que estudantes e membros 
de uma determinada comunidade acadêmica troquem arquivos, criem eventos 
e compartilhem mensagens. Tudo em um ambiente fechado, que só permite 
a participação de pessoas autorizadas. Para fazer parte das comunidades 
do Groups of Schools, o usuário precisa informar um endereço de e-mail com 
domínio da instituição. 
A ferramenta Groups of Schools não incorpora automaticamente os grupos 
escolares já existentes no Facebook. Portanto, as instituições que já possuem perfil 
na rede terão que se cadastrar na nova ferramenta. Até o momento, não existem 
grupos das mais importantes instituições brasileiras, como a Universidade de 
São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Apesar de milhares de grupos de instituições de ensino já existirem 
no Facebook, agora eles estarão organizados, com um endereço próprio e com 
ferramentas para melhorar a comunicação entre seus membros. Até aqui, as 
escolas que desejavam criar comunidades exclusivas precisavam recorrer a 
aplicativos e desembolsavam até 50.000 dólares para manter um ambiente 
restrito a seus alunos, professores e funcionários.
Criado em 2004, o Facebook havia sido pensado por Mark Zuckerberg 
como uma plataforma que conectasse os estudantes universitários americanos. 
Por meio dela, era possível estar em contato com colegas de classe e professores. 
Também era possível ficar mais próximo de companheirosde dormitório e 
amigos que compartilhavam interesses em comum. Com a abertura da rede, 
o Facebook perdeu muito de sua função inicial. Agora, o Groups of Schools leva 
Zuckerberg de volta ao campus. 
FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/facebook-cria-pagina-ex-
clusiva-a-escolas-e-universidades>. Acesso em: 21 abr. 2012.
AUTOATIVIDADE
25
a) Destaque três frases no texto. 
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_______________ ______ ________________________________________________
b) Identifique quatro orações no texto.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c) Aponte três períodos no texto.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
2 Construa um quadro comparativo para frase, oração e período:
Frase Oração Período
3 Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) “Sozinha aqui em cima!” É uma frase e uma oração. 
b) ( ) “Perdão, por Deus, perdão!” É uma frase, mas não tem sentido completo.
c) ( ) “Que tarde azul!” É uma oração, pois tem verbo.
d) ( ) “A tarde era tão bonita!” É uma frase e uma oração.
(1) Frase.
(2) Período simples.
(3) Período composto.
4 Relacione a primeira coluna com a segunda:
26
( ) Pedro chegou estressado em casa. 
( ) Razão e emoção... as duas vértices da vida.
( ) Caso você venha amanhã, traga-me aquele seu vestido vermelho. 
( ) Não concordo com suas atitudes, pois elas vão de encontro aos meus 
princípios.
( ) Nossa! Pare com tantos comentários indesejáveis. 
( ) Silêncio! Hospital!
( ) Vim, vi e venci.
5 Atribua o conceito de frase, oração ou período às lacunas a seguir, levando 
em consideração o discurso por elas apresentado:
a) Nossa! Que dia belo! ______________________
b) Preciso revelar-lhe um grande segredo. ___________________
c) Participamos da reunião, embora não tivéssemos sido convocados. 
___________
d) “E agora, José?” _______________
e) Durante a viagem, visitamos lindos lugares. ___________________
f) Não me peças para perdoar-lhe, pois ainda estou magoada. ________________
6 Sobre frase, oração e período, analise as sentenças a seguir.
I. “À beira de um stress, telefonei ...” - o período é simples, constituído, apenas, 
de um verbo conjugado no tempo passado.
II. “Diga apenas quem são eles, que eu mesmo falo.” – a oração sublinhada, 
introduzida pelo conectivo que, estabelece, em relação à oração anterior, uma 
ideia de explicação.
III. “... abri uma conta bancária, para receber o salário.” – a oração sublinhada 
estabelece, em relação à antecedente, uma ideia de finalidade, denominada 
oração subordinada adverbial temporal.
IV. “Não veio. Minha secretária foi pessoalmente ao banco...” – o período 
é composto, constituído de orações de sentido completo, denominadas 
coordenadas assindéticas.
Agora, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas.
c) ( ) Somente a sentença I está correta.
d) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
27
7 Leia os seguintes enunciados:
I. Brasil vence EUA e conquista ouro inédito. (Site UOL, 23 ago. 2003).
II. Workshop a distância discute tecnologia na educação. (Revista Ensino 
Superior, 10 mar. 2008).
III. Ciência supera limites do corpo. (Revista Problemas brasileiros, jul./ago. 
2008).
Esses enunciados são manchetes de matérias publicadas em diferentes 
suportes textuais. O que está em destaque neles, considerando-se o tipo de 
frase? Explique.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
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28
29
TÓPICO 2
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
ESTRUTURAS SIMPLES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como já vimos anteriormente, os enunciados são constituídos por 
estruturas que apresentam relações e funções sintáticas. As funções sintáticas, 
relembrando, são o papel desempenhado pelas palavras ou expressões de acordo 
com as regras da sintaxe. Portanto, neste tópico estudaremos as funções sintáticas 
exercidas pelas estruturas em um período simples.
O período simples se constitui de:
 
• Termos essenciais: formados por sujeito e predicado.
• Termos integrantes: formados por objeto direto, objeto indireto, complemento 
nominal e agente da passiva.
• Termos acessórios: formados por adjunto adnominal, adjunto adverbial e 
aposto;
• Vocativo.
2 TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Observe a seguinte charge:
FIGURA 4 – CHARGE 
FONTE: Disponível em: <http://anjinhadasletras.blogspot.com.
br/2011/05/8-ano-sujeito-e-predicado.html>. Acesso em: 13 out. 2012.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
30
O período O eleitor confia na honestidade dos políticos é basicamente 
constituído por duas estruturas consideradas fundamentais: o sujeito e o 
predicado. Sem elas, o período não se constitui como uma unidade significativa 
e, assim, não cumpre seu papel enunciativo.
Já o período Só pode ser um mané apresenta predicado e deixa subentendido 
o sujeito.
Assim, podemos afirmar que um período simples apresenta como 
elementos constitutivos os chamados termos essenciais, isto é, aqueles que são 
fundamentais para a constituição do período.
O eleitor
(Sujeito)
confia na honestidade dos políticos.
(Predicado)
(Ele - o eleitor)
(Sujeito)
Só pode ser um mané.
(Predicado)
Termos essenciais “são o sujeito e o predicado, responsáveis pela estrutura 
básica da oração. A maioria das orações apresenta um sujeito e um predicado. Podem 
ocorrer orações sem sujeito, mas não sem predicado”. (ABAURRE; ABAURRE; PONTARA, 
2010, p. 514).
IMPORTANT
E
2.1 SUJEITO
O sujeito é definido como o ser sobre o qual se afirma algo. Normalmente 
é formado por um nome, pronome ou um termo que assuma a função de 
substantivo, ou seja, um termo substantivado. Possui um núcleo, formado por 
uma das classes de palavras já mencionadas, e elementos secundários que o 
complementam, como artigos e adjetivos.
Almeida (2005, p. 410-411, grifos do autor) faz as seguintes considerações 
sobre sujeito:
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
31
• Se sujeito de um verbo é a pessoa ou coisa sobre a qual se faz alguma 
declaração, é evidente que o sujeito deve ser constituído de substantivo, 
pois a esta classe de palavras cabe nomear as pessoas e as coisas. Pode, 
no entanto, o sujeito deixar de ser constituído de substantivo essencial, 
isto é, de substantivo propriamente dito, para ser constituído de 
substantivo virtual, isto é, de palavra, frase ou oração, que tenha igual 
força de substantivo. Podem ainda, portanto, funcionar como sujeito:
A. Um pronome: “Ele é estudioso”.
B. Qualquer palavra substantivada: “Assaz é advérbio” – “O amanhecer 
do trabalho há de antecipar-se ao amanhecer do dia”.
C. Uma frase de sentido incompleto: “Trabalho e honra deve ser lema 
de todos nós”.
D. Uma oração: “É bom que ele vá ao Rio”.
Interessantes, não acha? Vamos ver como essas questões teóricas 
funcionam nos textos?
Observe a charge:
FIGURA 5 – CHARGE
FONTE: Disponível em: <http://rotadosconcursos.com.br/banco/prova/
pesquisa_avancada/1/2006/unama/prefeitura-de-itaituba-municipal-pa/au-xiliar-administrativo/4096/4d80a3ba42ca8912c6b933e9374707e1>. Acesso 
em: 13 out. 2012.
A palavra “bicha” é um substantivo e atua como o núcleo do sujeito do 
período “Agora a bicha tá mandando ler os ‘código de barras’...”.
Agora, leia:
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
32
FIGURA 6 – CHARGE 
FONTE: Disponível em: <http://valriet.blogspot.com.br/2010/11/analise-de-
-charge-sobre-maioridade.html>. Acesso em: 13 out. 2012.
Perceba que na frase “Esses aqui tão limpos”, esses é um pronome, mas 
no período funciona como núcleo do sujeito e, portanto, torna-se um substantivo 
virtual, como afirmou Almeida (2005).
E, ainda:
É extremamente importante que todos defendam essa causa.
A oração “que todos defendam essa causa” atua como o sujeito e, desse 
modo, ganha status de substantivo ou nome.
Em todos os exemplos apresentados fica claro que o sujeito é aquele que 
exerce a ação do verbo, é aquele sobre o qual se fazem as afirmações. Considerando, 
então, sua importância na constituição do período, podemos classificá-lo em tipos 
para melhor estudá-lo.
2.1.1 Tipos de sujeito
Como nossa língua permite uma infinidade de combinações capazes de 
expressar informação e, assim, estabelecer comunicação, é possível identificar 
vários tipos de sujeitos.
a) Sujeito simples:
É aquele que apresenta apenas um núcleo.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
33
Lembre-se: núcleo é o termo principal de um sintagma: substantivo ou 
expressão que atue como tal, no caso do sintagma nominal; verbo ou locução verbal, no 
caso do sintagma verbal.
IMPORTANT
E
Observe o pequeno e divertido texto que segue:
FIGURA 7 – TEXTO SUJEITO SIMPLES
FONTE: Disponível em: <http://dedindeproza.wordpress.com/>. Acesso em: 13 
out. 2012.
No período “Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser” temos 
um sujeito simples, pois há apenas um núcleo formado pela palavra “sujeito”.
Todo sujeitonúcleo é livre para conjugar o verbo que quiser.
A mesma situação é verificada em “Todo verbo é livre para ser direto ou 
indireto”. A palavra “verbo” constitui-se no único núcleo do sujeito, portanto, 
temos um sujeito simples. Assim também ocorre com a frase “Nenhum predicado 
será prejudicado”, “predicado” se constitui como o único núcleo do sujeito, 
caracterizando-o como simples.
Cremos que você já entendeu como funciona, não é? Então, vamos em 
frente...
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
34
b) Sujeito composto:
É aquele que apresenta mais de um núcleo.
Observe a frase:
Ele e eu somos torcedores do mesmo time.
Ele e
eu
núcleo
Somos torcedores do mesmo time.
Como há mais de um núcleo (neste caso dois), temos um sujeito composto.
Observe o seguinte fragmento de texto:
OS SONHOS DOS ADOLESCENTES
Se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou vinte anos 
atrás, resumiria assim: eles sonham pequeno. É curioso, pois, pelo exemplo 
de pais, parentes e vizinhos, nossos jovens sabem que sua origem não fecha 
seu destino: sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde 
nasceram, sua profissão não tem que ser a continuação da de seus pais. 
Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles 
conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis.
Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje 
têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles 
sonham com um dia a dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o 
resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações. Eles são 
“razoáveis”: seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heroico-ecológicas 
e as “necessidades” concretas (segurança do emprego, plano de saúde e 
aposentadoria). Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranquilos do que 
com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos 
professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa 
de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos. É bom 
que a escola não responda apenas à “dura realidade” do mercado de trabalho, 
mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, 
qual seria sua promessa? “Estude para se conformar”? Consequência: a escola é 
sempre desinteressante para quem para de sonhar.
[...]
FONTE: Adaptado de Contardo Calligaris. Folha de S. Paulo, 11/01/07. Disponível em: 
<www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1101200718.htm>. Acesso em 30 mar. 2013.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
35
A frase “os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje têm devaneios sobre 
seu futuro” apresenta dois núcleos, “adolescentes”, “pré-adolescentes”, portanto, 
temos um sujeito composto.
Para que se configure como sujeito composto, é preciso que tenha mais de um 
núcleo. O fato de o núcleo ser uma palavra no plural não altera sua condição de sujeito simples.
Observe:
Os torcedores foram ao estádio.
Núcleo = torcedores
Sujeito = simples.
UNI
c) Sujeito oculto, elíptico, implícito, subentendido ou desinencial
É aquele que não está expresso no período, mas pode ser facilmente 
identificado pelo contexto ou pela flexão de número-pessoa do verbo.
Vejamos um exemplo prático:
Clarice Lispector entrevista Millôr Fernandes
[...]
Quais os homens que você mais admira e por quê?
Vou limitar a pergunta, no tempo e no espaço. E prefiro assim ter a 
coragem de escolher um homem de meu tempo e de meu espaço. Vinicius de 
Moraes. Pelo muito que somos iguais, pelo imenso que nos separa, eu elejo o 
poetinha como o dono de uma visão de vida essencial.
De conversa puxa conversa, passamos, não sei como, a falar da morte.
[...]
FONTE: Disponível em: <http://www.jornaljovem.com.br/edicao9/especial_04.php>. Acesso 
em: 15 out. 2012.
Observe que neste pequeno fragmento temos os verbos “vou”, “prefiro” 
que fazem referência a um “eu” (neste caso Millôr) embora o pronome não esteja 
explicitado na oração. O sujeito destas orações está oculto, ou melhor, está implícito, 
subentendido na desinência do verbo que indica primeira pessoa do singular. Igual 
perspectiva se verifica nos verbos “somos” e “passamos”, que deixam subentendido, 
implícito que o sujeito é um “nós”, formado por Millôr e Vinícius de Moraes.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
36
d) Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é definido, pelas várias gramáticas, como aquele 
que não se conhece ou não se quer identificar. Almeida (2005, p. 414) o define da 
seguinte forma:
O sujeito é indeterminado quando de impossível identificação. Tal 
acontece em orações com verbos:
a) Ativos, acidentalmente impessoalizados na 3ª pessoa do plural 
(§484, 1): “Dizem que ele vem”.
b) Acidentalmente impessoalizados na passiva (§485): “Precisa-se de 
datilógrafo” – “Assim se vai aos céus”.
Cegalla (2008) afirma que o sujeito indeterminado pode ser construído de 
três modos:
a) Com o verbo em 3ª pessoa do plural, desde que não faça referência a qualquer 
sujeito já expresso em períodos anteriores.
Exemplo: 
Trocaram as tabuletas e não avisaram a ninguém.
O verbo “trocar” aparece em 3ª pessoa do plural e não é possível identificar 
a quem se refere, constituindo-se, portanto, em uma indeterminação de sujeito.
b) Com verbo em 3ª pessoa do singular mais o pronome se.
Exemplo:
Aqui se vive bem.
A composição “se vive” não permite identificar o sujeito da oração, 
constituindo-se em um sujeito indeterminado.
??
Sujeito 
Indeterminado
Trocaram as tabuletas e não avisaram a 
ninguém.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
37
ATENCAO
Cuidado para não confundir o pronome se que atua como índice de 
indeterminação do sujeito com a partícula apassivadora se. O primeiro faz com que não 
se consiga identificar o executor da ação do verbo, a segunda remete àquele que está na 
condição passiva, ou seja, o recebedor da ação.
c) Com o verbo no infinitivo impessoal.
Exemplo:
É impossível identificar o sujeito.
O verbo identificar não indica qual é o sujeito desta oração, configurando-se em um sujeito indeterminado.
DICAS
O sujeito indeterminado é alvo de estudos e discussões dada a sua 
particularidade. Por isso, não deixe de ler o texto que incluímos no final deste tópico como 
leitura complementar.
e) Orações sem sujeito
Algumas orações da Língua Portuguesa são desprovidas de sujeito, uma 
vez que o conteúdo não é atribuído a nenhum ser.
Isso ocorre quando temos:
a) Verbo haver nos sentidos de existir, acontecer, realizar-se, decorrer.
Exemplo:
Houve dias de aflição naquela época.
b) Verbos fazer, passar, ser e estar, indicando tempo.
Exemplo:
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
38
Faz horas que se foi.
c) Verbos indicativos de fenômenos meteorológicos.
Exemplos:
Choveu ontem à noite.
ATENCAO
Lembre-se de que quando os verbos indicativos de fenômenos meteorológicos 
estão em sentido figurado, apresentam um sujeito indicado na oração.
Exemplo:
Em seu sonho, choviam balas e caramelos.
Neste caso, “balas e caramelos” funcionam como o sujeito do verbo chover.
ATENCAO
A questão do sujeito já foi muito discutida por alguns estudiosos da área, pois 
consideram uma incoerência definir o sujeito como um termo essencial da oração, uma 
vez que todas as gramáticas aceitam que existem orações desprovidas de sujeito. Outros, 
no entanto, afirmam que o fato de que se construam orações sem sujeito não invalida 
sua condição de essencial às orações das quais faz parte. E você, professor(a) ou futuro(a) 
professor(a) de nossa língua, o que pensa sobre isso?
2.2 PREDICADO
Observe a seguinte situação:
Na festa, o homem se aproxima da mulher e diz:
- Entendo de gramática. Se fôssemos partes de uma oração, você seria o 
meu predicado e eu seria o seu sujeito.
A mulher se lembrou das antigas aulas de língua portuguesa, que assistiu 
quando era criança, e ironiza:
- Você está dizendo que eu sou o “resto” ou “o que sobra”?
Ele sorri e termina a cantada:
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
39
É comum ouvirmos, ainda hoje, explicações sobre sujeito e predicado como 
a que lembrou a mulher da história. “Predicado é o que sobra” ou “predicado é 
o resto”. Fato é que se entende por predicado tudo aquilo que se refere ao sujeito 
da oração. Quando um verbo trouxer um complemento, este ficará, de maneira 
sintática, sendo parte dele, assim, o predicado se construirá com a formação de 
verbo e seu complemento. Os predicados decorrem da existência ou não, como 
brincou a nossa personagem, deste complemento.
Em outras palavras, o predicado deve conter obrigatoriamente um 
verbo, porém seu núcleo pode ser um verbo ou um nome, podendo, ainda, ser 
constituído de um verbo e de um nome. O que nos dirá como o predicado será 
classificado é o tipo de núcleo que traz.
Como o sujeito, o predicado é classificado em tipos, que veremos a seguir.
2.2.1 Tipos de predicados
Assim como existem vários tipos de sujeitos, existem alguns tipos de 
predicados. Classificamos o predicado como nominal, verbal e verbo-nominal.
a) Predicado verbal
Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo. Note estas 
duas situações:
1. Predicado verbal constituído por um verbo intransitivo, ou seja, não exige 
complemento.
O jogador saiu.
2. Predicado verbal, cujo verbo não seja de ligação com seu complemento.
- Não. Estou dizendo que não posso existir sem você, mas um predicado 
pode existir sem sujeito.
FONTE: A autora
Os policiais viram o acidente.
A situação requer calma.
Estudar gramática exige concentração e esforço.
Meu irmão contou sua versão da história para a minha mãe.
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
40
FIGURA 8 – TIRINHA 
FONTE: Disponível em: <http://luluteenmonicajovem.blogspot.com.br/p/preview-das-edicoes-
-da-lulu-teen.html>. Acesso em: 13 out. 2012.
Na oração “Ela é alérgica a rímel”, temos um exemplo de predicado 
nominal, uma vez que um verbo de ligação faz o elo com o sujeito e o predicativo 
do sujeito, formado por expressões que caracterizam o sujeito.
Que tal mais alguns exemplos?
Raul
(Sujeito)
é
(verbo de ligação)
estudioso.
(predicativo do sujeito)
Os demais exemplos seguem a mesma estrutura:
O padre permanece em estado grave.
O cachorro continua louco.
O estagiário anda preguiçoso.
Agora, veja como isso funciona em um texto de nosso dia a dia:
b) Predicado nominal
Predicado nominal é aquele que possui um verbo de ligação e o seu 
complemento, que chamamos de predicativo.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
41
FIGURA 9 – TIRINHA 
FONTE: Disponível em: <http://www.ivoviuauva.com.br/charges-polemicas/>. 
Acesso em: 18 out. 2012.
As frases “[...] sua charge é um insulto ao profeta Maomé” e “Suas tirinhas 
são ofensivas ao cristianismo” seguem a estrutura que acabamos de estudar. 
Ambas apresentam sujeito (sua charge, suas tirinhas) + verbo de ligação (é, são) + 
predicativo do sujeito (um insulto ao profeta Maomé, ofensivas ao cristianismo).
Com esses exemplos podemos facilmente concluir que para o predicado 
ser nominal precisa existir um verbo de ligação e o seu núcleo é um nome 
(substantivo, adjetivo, locuções adjetivas) ou um pronome.
Considerando que mencionamos algumas vezes a expressão predicativo 
do sujeito, é importante lembrar que o predicativo do sujeito é o núcleo do 
predicado nominal.
Ainda em relação ao predicativo, vale ressaltar que ele pode ser do sujeito 
e do objeto. O predicativo do sujeito é o termo que expressa um estado, modo 
ou atributo do ser do sujeito, como vimos nos exemplos anteriores referentes ao 
predicado nominal. Já o predicativo do objeto é o termo que se refere ao objeto de 
um verbo transitivo. Veja:
Perceba que a palavra inocente está completando o sentido de réu, indicando 
um estado, uma condição sua, portanto, temos um predicativo do objeto.
O juiz
(Sujeito)
declarou (VTD)
o réu
(objeto direto)
inocente
(predicativo
do objeto).
UNIDADE 1 | ESTRUTURAS LINGUÍSTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
42
Você lembra o que são verbos de ligação, não é? É muito importante saber 
o que são verbos de ligação, já que têm “ligação direta” com o predicado nominal. 
Sobre a definição de verbo de ligação, como já dissemos anteriormente, podemos 
afirmar que é aquele verbo que não possui um significado no sentido mais amplo 
do termo. Serve apenas para “ligar” o sujeito da oração e sua predicação. Os mais 
usados são: andar, continuar, estar, ficar, parecer, permanecer, ser, tornar-se, virar.
DICAS
Por falar em “nome”, vai uma dica valiosa. 
No predicado nominal, o seu núcleo, como a própria nomenclatura traz, deve ser um nome 
ligado ao sujeito por um verbo de ligação. 
O predicado verbal tem como núcleo um verbo de significação.
c) Predicado verbo-nominal
Você já deve ter percebido sobre o que falaremos aqui. Se um predicado é 
verbal porque tem como núcleo um verbo e nominal porque traz como núcleo um 
nome, logo concluímos que o predicado verbo-nominal é aquele que apresenta 
um verbo e um nome como núcleo. Temos predicado verbo-nominal em situações 
como as que apresentaremos a seguir:
1. Verbo intransitivo + predicativo do sujeito.
O cão voltou arrependido. [O cão voltou e estava arrependido.]
2. Verbo transitivo direto + predicativo do sujeito.
O menino deixou a praça chateado. [O menino deixou a praça e estava chateado.]
3. Verbo transitivo indireto + predicativo do sujeito.
O aluno chegou ao colégio preocupado. [O aluno chegou ao colégio e estava 
preocupado]
Nos exemplos citados, o predicado tem dois núcleos, sendo um verbo e 
um nome, mas esses tipos de predicados podem ter suas formações ampliadas 
por termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto).
Leia:
Meu pai ficou muito feliz com o resultado. (com o resultado = adjunto 
adnominal)
O padre reuniu os familiares rapidamente. (rapidamente = adjunto 
adverbial)
O poeta ofereceu a poesia a uma bela moça do teatro.
TÓPICO 2 | ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS 
43
Conseguiu perceber que o verbo, nos exemplos que trouxemos, é de 
grande importância para a formação do predicado

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