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HISTÓRIA 
 
 
1MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA 
 HISTÓRIA 
 
 
2MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HISTÓRIA 
 
 
3MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
TRANSFORMAÇÕES E PERMANÊNCIAS: 
TEMPO DO INDIVÍDUO E O TEMPO SOCIAL; 
TEMPO CRONOLÓGICO E TEMPO HISTÓRICO, 
CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS 
SOCIAIS E CULTURAIS, REGISTRO 
DE TEMPO AO LONGO DA HISTÓRIA. 
 
Tempo do indivíduo e social 
Não se pode esquecer, os seres humanos são 
constituídos pela sociedade onde se inserem. A 
importância desse vínculo é ressaltada na teoria social 
pela indicação de que a sociedade "fabrica" aqueles 
que dela participam conformes às significações que a 
caracterizam, dando-lhe — e a eles — uma 
identidade. 
Somente no momento histórico em que as noções 
de progresso, razão, produção e acumulação 
adquirem tanta ênfase é que se pode perceber o 
aparecimento da ideia de que são indivíduos isolados, 
independentes de seu grupo familiar ou de localidade, 
os que constroem o mundo. 
A concepção de indivíduo é, assim, 
contemporânea do mesmo processo que fez emergir a 
dupla significação acima apontada. Ao mesmo tempo 
em que supõe a competência humana para delinear 
projetos de vida, essa noção sugere capacidade de 
autocontrole e de autorregulação. Refere-se a alguém 
cujas potencialidades não estão impedidas de 
realização por quaisquer espécies de vínculos com o 
passado, alguém capaz de construir uma história 
pessoal, independente do grupo ao qual pertença. Ao 
mesmo tempo, aponta para a possibilidade de auto 
constituição e de projeção de um futuro, o que requer 
a crença de que inexiste, para a vida humana, 
qualquer predeterminação. O que está implícito nesta 
forma de conceber é que a vida de cada um é sua 
propriedade e o ser humano será aquilo que fizer de si 
próprio. 
Quando se fala de individualidade, está implícita, 
portanto, a possibilidade de autorreflexão, de crítica, 
de liberdade. Nesse sentido, o traçado da vida do 
indivíduo é, ao menos em parte, eleição. Seu destino 
não está fora dele, não é determinado externamente: 
é seu destino, no sentido forte. Como consequência, a 
realização individual exige que cada pessoa deixe 
marcas de sua passagem, marcas estas que 
caracterizarão a plenitude ou o vazio de uma 
existência. 
Já o tempo social dominante de uma sociedade é 
aquele que lhe permite cumprir os atos necessários 
para a produção dos meios que garantem sua 
sobrevivência, possibilitando a criação, manifestação, 
realização e atualização de seus valores 
fundamentais. Os procedimentos envolvidos nesse 
processo qualificam aqueles que os utilizam, a 
sociedade em que vigoram e as relações sociais que 
desencadeiam. 
Em cada tipo de coletividade, e em todos os 
níveis, a satisfação das existentes e a criação de 
novas necessidades, a transmissão à descendência 
do modo adequado de ser e da maneira desejável de 
agir, atribui significados, faz nascer valores que 
passam a ser compartilhados, constituindo modos de 
vida e tipos de sociabilidade. A forma pela qual uma 
dada sociedade garante a manutenção da vida, 
expressa no seu modo de produzir, nas regras que a 
organizam e nas principais atividades exigidas por 
essa produção, interfere sobre o seu ritmo temporal e 
indica qual é o tempo que nela predomina. Como as 
atividades que são secundárias para a definição 
desse processo articulam-se em torno dele, os tempos 
sociais em que essas atividades se desenvolvem: 
articulam-se em torno do tempo social dominante e 
submetem-se a seu ritmo. 
As mais diferentes teorias sociais qualificam a 
ordem social moderna como “sociedade do trabalho”, 
exatamente porque reconhecem na categoria trabalho 
sua dinâmica central. 
O tempo do trabalho – regular, homogêneo, 
contínuo, exterior, coercitivo, linear e abstrato – é o 
tempo social nela dominante. Por conseguinte, 
qualquer dos outros tempos sociais existentes, 
referentes a atividades que não são determinantes 
para sua caracterização, é penetrado por esses 
traços, que adquirem a conotação de identificadores 
do tempo. 
Pessoas e instituições lhe estão submetidos, 
fazendo com que a própria definição de ser social – 
individual e coletivo – sofra a mediação dos conceitos 
de trabalho e tempo de trabalho. 
 
Tempo cronológico e tempo histórico 
Cronológico: é o espaço de tempo em que os 
acontecimentos desenrolam e os personagens 
realizam suas ações, no decorrer de um tempo em 
sequencia. 
 
Histórico: escala de tempo usada no estudo da 
história da humanidade, tendo como unidades o ano, 
décadas ou séculos. 
 
Tempo cronológico é o contado no relógio, horas, 
dias, anos, numa ordem linear de tempo. Uma 
sequência em sentido horário. 
Exemplo: Hoje, acordei, tomei café e me vesti para 
ir trabalhar. Como peguei um engarrafamento enorme, 
terminei chegando atrasada.. 
 
Em suma: 
Tempo cronológico = seguindo o relógio, o 
calendário... sempre para a frente. Presente e futuro 
(mesmo que comece a narrativa em 1980, por 
exemplo, daí só poderá ir para frente, como no 
relógio). 
 
Tempo histórico 
O conceito de tempo histórico pode estar limitado 
ao estudo do tempo cronológico (calendários e datas), 
repercutindo em uma compreensão dos 
acontecimentos como sendo pontuais, uma data, 
organizados em uma longa e infinita linha numérica. 
Os acontecimentos, identificados pelas datas, 
assumem a ideia de uniformidade, de regularidade e, 
ao mesmo tempo, de sucessão crescente e 
acumulativa. 
A sequenciação dos acontecimentos sugere ainda 
que toda a humanidade seguiu ou deveria seguir o 
mesmo percurso, criando assim a ideia de povos 
“atrasados” e “civilizados” e ainda limitando as ações 
humanas a uma ordem evolutiva, representando o 
tempo presente um estágio mais avançado da história 
da humanidade. 
 HISTÓRIA 
 
 
4MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Características dos sistemas sociais e 
culturais, registro de tempo ao longo da história 
 
A palavra “tempo” divide-se em 3 categorias: 
- Tempo clima; 
- Tempo cronológico; 
- Tempo histórico. 
 
-Tempo clima: chuvas, ventos, etc. 
-Tempo cronológico: segundos, minutos, horas, 
dias, anos, etc... 
-Tempo histórico: idade antiga, idade média, pré-
história, idade moderna, Brasil colônia, Brasil império, 
Brasil república. 
 
- 4 mil anos 
- Babilônia (cidade importante da antiguidade) 
- Observação do ciclo dos astros e do 
comportamento dos animais 
- Aplicação de um sistema de contagem de tempo 
observando especialmente a lua 
 
- Por que a semana tem 7 dias? 
Astrônomos da babilônia observaram que a lua 
demorava 7 dias para mudar de fase: nova – 
crescente – cheia – minguante 
 
A origem. O comércio interno desenvolveu-se bastante 
entre 1929 e 1937. Foi favorecido também pela 
guerra. 
 
Transportes e comunicações 
. Entre 1931 e 1934, foi organizado o Plano Geral 
de Viação Nacional; em 1937, a Comissão de 
Estradas de Rodagem Federais passou a denominar-
se Departamento Nacional de Estradas de Rodagem 
(DNER). 
. A viação aérea comercial iniciou-se com a 
criação da Viação Aérea Rio-grandense (VARIG), 
ainda na República Velha. 
 
As transformações sociais 
. A industrialização foi responsável por 
modificações na estrutura social do Brasil, causando o 
aumento das cidades e o surgimento do proletariado 
urbano. 
. O crescimento das cidades trouxe inúmeros 
problemas: habitação, saneamento, necessidade de 
ampliação da rede escolar, criminalidade, etc.. 
. A imigração foi limitada pelo governo de Vargas. 
As migrações internas, porém, aumentaram muito. 
. Fatores das migrações internas: secas na Região 
Nordeste, industrialização no Sudeste, falta de 
incentivo à fixação no campo, atrativo representado 
pela situação do operário urbano. 
 
Aspectos culturais 
. Durante os quinze anos de governo de Vargas, 
ocorreram modificações no setor cultural. 
. A legislação educacional tornou-se encargo 
privativo da União, e o ensino técnico foi incentivado. 
. Aumentou bastante o número de alunos em 
todos os graus de ensino. 
. As ciências foram muito favorecidas com a 
criação de universidades. 
. Também a literatura se desenvolveu, 
destacando-se as obras de Gilberto Freire, Graciliano 
Ramos, etc.. 
. Embora limitada pelo Departamento de Imprensa 
e Propaganda (DIP), a imprensa brasileira progrediu. 
. Durante o período, o rádio se impôs como novo 
meio eficiente de comunicação de massa, e o cinema, 
bem como o teatro, tiveram sua primeira fase de 
desenvolvimento. 
 
O período entre Ditaduras: 
A Redemocratização brasileira 
Aspectos políticos 
Política interna 
. José Linhares limita-se, em seu governo, a 
manter funcionando a administração e a preparar as 
eleições. 
. No governo Dutra, destacamos a promulgação da 
Constituição, a aproximação com os Estados Unidos, 
a repressão contra o comunismo e a construção da 
rodovia ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. 
. Na administração de Vargas, o grande destaque 
foi a criação da Petrobrás. 
. O Crime da Rua Toneleros foi o motivo da 
pressão militar que resultou no suicídio de Getúlio 
Vargas. 
. Depois de Vargas, em 17 meses, governaram 
João Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos. 
. Destaques no governo Kubitschek foram a 
Aplicação do Plano de Metas, que resultou na 
industrialização acelerada, construção de barragens e 
de Brasília. 
. Jânio Quadros renunciou depois de exercer 
política populista em curto tempo de governo. 
. A adoção do Parlamentarismo foi resultado da 
oposição à posse de João Goulart. 
. Os três ministros que governaram o país durante 
o sistema parlamentar foram: Tancredo Neves, 
Brochado da Rocha e Hermes Lima. 
. Em 1961, um plebiscito pôs fim ao sistema 
parlamentar. 
. A oposição à política social de João Goulart 
resultou no movimento militar de 64. 
. A participação brasileira na Segunda Guerra 
resultou em aproximação com os Estados Unidos. 
. O governo Vargas procurou manter política 
externa independente. 
. Durante o governo Kubitschek, o Brasil também 
promoveu aproximação com os Estados Unidos. 
. A administração de Jânio Quadros procedeu a 
aproximação com Cuba e China, além de restabelecer 
relações com a URSS. 
 
Aspectos econômicos 
. As atividades agrícolas, maior riqueza até o 
período da Segunda Guerra, foram incentivadas pelos 
governos que se sucederam no poder, a partir da 
administração de Dutra. 
. A cafeicultura continuou sendo a mais importante 
área do setor agrícola. 
. O Instituto Brasileiro do Café tornou-se o único 
órgão encarregado da classificação, exame e análise 
do produto. 
. A superprodução cafeeira continuou a constituir 
problemas, mas não graves como os de 1929. 
. A agricultura brasileira diversificou-se em termos 
de exportação depois da Segunda Guerra. 
. A industrialização crescente fez com que o Brasil 
fosse deixando de ser país eminentemente agrícola. 
. O aparecimento de projetos de reforma agrária 
foi resultado da existência de latifúndios improdutivos, 
enquanto proliferavam agricultores sem terra próprias. 
. A reforma agrária tentada por João Goulart 
sofreu grande oposição política. 
. O surto industrial posterior à Guerra deveu-se à 
necessidade de substituição de importações, 
impossibilitadas por causa do conflito. 
. O governo brasileiro dificultou mais ainda a 
importação de bens de consumo dispensáveis, ou que 
tivessem similar produzido no Brasil. 
. Terminada a Guerra, as exportações são 
superadas pelas importações, que desgastaram as 
reservas do país. 
. A incidência de greves foi crescente no período 
pós-guerra no Brasil. 
 HISTÓRIA 
 
 
16MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
. Depois da Guerra, os governos sucessivos 
tentaram contornar as crises econômicas que afligiram 
o país. 
. O Plano Salte foi o primeiro planejamento 
econômico adotado no Brasil. 
. O governo Vargas, de caráter político 
nacionalista, criou a Petrobrás. 
. Foram também obras do governo Vargas as 
criações do BNDE, da SPVEA, a instituição do salário 
mínimo. 
. O Plano de Metas do governo Kubitschek visava 
industrializar o Brasil com propostas como as da 
criação do GEIA e do Geicon. 
. Durante a administração de Jânio Quadros, foi 
tentada a abertura de novos mercados com as nações 
socialistas. 
. A rodovia Presidente Dutra foi construída durante 
o governo do presidente de que tomou nome. 
. A construção da rodovia Belém-Brasília ocorreu 
durante o governo de Juscelino Kubitschek, que 
também incrementou a ampliação de ferrovias, 
construção e pavimentação de rodovias e melhorias 
nos transportes navais e aéreos. 
 
Aspectos sociais 
. A industrialização colaborou para a concentração 
urbana no Brasil. 
. A necessidade de aprimorar a legislação 
trabalhista, de ampliar o alcance dos serviços públicos 
à maior parcela da população, de ampliar também a 
rede escolar, bem como a falta de moradias foram 
alguns dos resultados da concentração urbana. 
 
Cultura 
. O baixo nível de escolaridade e o analfabetismo 
são problemas que afligiram o Brasil desde o Império. 
. O governo Kubitschek promoveu reformas de 
ensino em todos os graus. 
. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional modificou toda a estrutura de ensino do país. 
. O cientista César Lattes destacou-se nas 
pesquisas em Física Nuclear. 
. Na literatura brasileira, destacaram-se Érico 
Veríssimo, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, 
Jorge Amado e Guimarães Rosa. 
. Entre os poetas, merecem referência especial 
Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Morais. 
. No teatro, foram famosos no período Ariano 
Suassuna, Dias Gomes, Maria Clara Machado e Jorge 
Andrade. 
. O TBC e a Escola de Arte Dramática são 
fundados em São Paulo, além do Teatro Oficina. 
. A obra do pintor Cândido Portinari garantiu-lhe 
renome internacional. 
. As transmissões de TB tiveram início em 1950. 
. No cinema, Lima Barreto e Dias Gomes tiveram 
suas obras premiadas em Cannes. 
. Na música popular, teve nascimento, no período, 
a “bossa nova”. 
 
O GOLPE POLÍTICO DE 1964: 
SITUAÇÃO GERAL DO PAÍS; 
SITUAÇÃO ECONÔMICA PÓS-64. 
Aspectos políticos 
. Durante o governo Castelo Branco foram criados 
dois partidos políticos: a Arena e o MDB. 
. Foi também instituída a correção monetária e 
constituídas a Embratel e a Embratur. 
. Foi posto em prática o PAEG, instituído o FGTS e 
criado o INPS. 
. Além dos Atos Institucionais, o governo criou três 
ministérios: das Comunicações, do Planejamento e 
Coordenação Geral e o Interior; foi criadoainda o 
Serviço Nacional de Informações (SNI). 
. No governo Castelo Branco, ocorreram 
cassações de mandatos e suspensões de direitos 
políticos e foi elaborada nova Constituição, que 
ampliou os poderes do Executivo Federal. 
. O Ato Institucional nº 5 promulgado no governo 
Costa e Silva, aumentou ainda mais os poderes do 
presidente da República. 
. O Ato Institucional nº 5 puniu inúmeros políticos. 
. O governo Costa e Silva foi responsável pela 
criação do Mobral e da reforma universitária de 1968. 
. Durante o governo Costa e Silva, a Funai 
substituiu o antigo Serviço de Proteção o Índio. 
. Impossibilitado de governar por motivo de 
doença, Costa e Silva foi substituído por uma junta 
formada pelos ministros das três armas. 
. Durante o governo da junta militar que substituiu 
Costa e Silva, foi estabelecida emenda à Constituição 
de 1967. 
. No governo Médici, o plano de Metas e Bases de 
Ação do Governo incluiu a criação do PIN, do PIS e 
do Proterra, bem como da indústria petroquímica no 
país. 
. A ampliação do mar territorial para 200 milhas foi 
outra determinação do governo Médici, que colocou 
em ação o Plano Nacional de Desenvolvimento. 
. A criação do Ministério da Previdência e 
Assistência Social, o recesso do Congresso Nacional 
e a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, 
marcaram o governo Ernesto Geisel. 
. O governo Geisel preparou as reformas políticas 
que resultariam, mais tarde, na redemocratização do 
país. 
. A destituição do General Sílvio Frota, que se 
opunha à escolha do sucessor do Presidente Geisel, 
foi um dos últimos atos daquele presidente. 
. Na eleição para Presidência ocorre, pela 
primeira vez depois de 1964, o surgimento de um 
candidato de oposição ao candidato oficial: o general 
reformado Euler Bentes Monteiro. 
. O início do governo Figueiredo foi marcado pela 
multiplicidade de greves em vários pontos do país, 
reprimidas pelo novo presidente. 
. A Lei da Anistia, em 1979, permitiu o retorno de 
várias personalidades políticas marginalizadas pelo 
movimento militar de 1964. 
. O governo Figueiredo preocupou-se em extinguir 
a burocratização da estrutura administrativa, criando 
um ministério extraordinário para esse fim. 
. O Território de Rondônia foi levado à condição de 
Estado no governo Figueiredo. 
. Foram criados, no governo do Presidente 
Figueiredo, novos partidos políticos depois da 
extinção da Arena e do MDB. Esses partidos políticos 
foram o PDS. o PMDB, o PT, o PDT e o PP, que teve 
curta duração. 
. Em 1982, são realizadas eleições diretas para 
provimento dos cargos de governadores de Estados, 
com vitória das oposições. 
 HISTÓRIA 
 
 
17MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
. Movimentos em favor da convocação de uma 
Assembleia Constituinte e da realização de eleições 
diretas para Presidência da República resultaram da 
abertura democrática promovida pelo Governo 
Federal. 
. No governo Castelo Branco, foi criada a Faibrás, 
e o Brasil foi visitado pelo presidente da França. 
. Inúmeros estadistas estrangeiros visitaram o 
Brasil durante o governo Costa e Silva. 
. O Presidente Médici visitou os Estados Unidos e 
Portugal. 
. O Presidente Geisel estreitou relações como 
Paraguai, objetivando aproveitamento dos recursos 
hidrelétricos existentes nas fronteiras dos dois países. 
. Ainda no governo Geisel, foi realizado o Acordo 
Nuclear Brasil-Alemanha. 
. O pragmatismo caracterizou as relações 
internacionais do Brasil a partir da década de 70, 
objetivando vantagens comerciais. 
. Figueiredo foi o presidente do Brasil que mais 
viagens realizou ao exterior. 
. A presença de inúmeros chefes de Estado 
estrangeiros durante o governo Figueiredo retratou o 
prestígio crescente do Brasil no exterior. 
 
Aspectos econômicos 
Planejamento 
. O PAEG, no governo Castelo Branco, objetivava 
recuperar a economia brasileira e promover o 
desenvolvimento de todas as regiões do país. 
. O Plano Estratégico de Desenvolvimento, 
durante a gestão do Presidente Costa e Silva, teve 
resultados favoráveis. 
. O PND, durante a administração Médici, resultou 
na instituição do PIN e do Proterra, na dinamização da 
Sudene e da Sudam. 
. O aperfeiçoamento do modelo econômico 
brasileiro ocorreu durante as gestões dos presidentes 
Geisel e Figueiredo, e caracterizou-se pela 
centralização econômica nas mãos do Governo 
Federal. 
. Foram retratos do insucesso do “modelo 
brasileiro” o aumento da inflação, do desemprego e a 
necessidade de recorrer ao FMI para sanar as 
finanças do país. 
 
Agricultura 
. A produção de cafés finos e de café solúvel 
foram solução para a manutenção da posição do 
Brasil no mercado cafeeiro em crise devido à 
concorrência internacional. 
. A reforma agrária, intentada desde o término da 
Segunda Guerra, foi objeto da criação do IBRA, no 
governo Castelo Branco e sua substituição pelo Incra. 
. O governo Figueiredo incrementou a agricultura 
para conseguir para o país a posição de grande 
exportador de gêneros, e o resultado foi o crescimento 
da produção agrícola, a despeito das geadas, das 
enchentes e da seca. 
. A soja surgiu no Brasil a partir da década de 70, 
concorrendo com produtos como a cana-de-açúcar, 
atualmente plantada também com o objetivo da 
produção do álcool. 
 
Progresso industrial e comercial 
. A partir de 1964, o governo procurou 
descentralizar a industrialização estimulando o 
crescimento industrial do Nordeste e da Amazônia. 
. A indústria petroquímica foi instalada no Brasil 
em 1972. 
. A siderurgia aumentou sua produção graças à 
ampliação de várias empresas já existentes 
(Companhia Siderúrgica Nacional, Usiminas, Cosipa, 
Acesita) e implantação de outras, como a Aços Finos 
Piratinik no Rio Grande do Sul. 
. O comércio internacional foi incentivado pelos 
governos depois de 1964, esforço prejudicado pela 
crise internacional do petróleo. 
. A crise do petróleo trouxe prejuízos para a 
economia brasileira em geral, causando indiretamente 
déficits na balança comercial, no balaço de 
pagamentos e causando aumento da inflação. 
. A criação do Proálcool e o incremento da 
produção nacional de petróleo não foram suficientes 
para debelar a crise de energia. 
. A crise econômica prejudicou também a indústria 
nacional, devido à diminuição do consumo e trazendo 
o desemprego. 
 
Transportes e comunicações 
. A Rodovia Transamazônica foi construída no 
governo Médici, bem como a Rodovia Cuiabá-
Santarém. 
. As ferrovias foram também objeto da 
preocupação dos governos depois de 1964, sendo 
algumas construídas, algumas modernizadas 
(Ferrovia Dona Teresa Cristina). Alguns ramais 
antieconômicos foram desativados e mais tarde 
restabelecidos, devido à crise do petróleo. 
. Nos governos Geisel e Figueiredo, 
respectivamente, foram inaugurados os metrôs de 
São Paulo e do Rio de Janeiro. 
. A indústria naval brasileira progrediu depois de 
1964, aumentando nossa Marinha Mercante. 
. Nas comunicações, ocorreu depois de 1964 a 
modernização dos serviços de telefonia e telex, 
graças à atuação da Embratel e da Telebrás. 
. A reorganização dos serviços postais, feita pela 
ECT, permitiu a modernização de nossos correios. 
 
Aspectos sociais 
. Algumas medidas de caráter social postas em 
prática depois de 1964: 
- criação do FGTS; 
- criação do PIS; 
- criação do INPS; 
- criação do FUNRURAL. 
. O divórcio foi instituído durante o governo Geisel. 
. Os fatores econômicos (inflação e desemprego) 
colaboraram para o aparecimento de problemas 
sociais de difícil solução. 
. A crise econômica acentuou a ocorrência do 
êxodo rural, levando a população urbana a suplantar a 
população do campo, a partir de 1970. 
 
Consolidação da democracia 
Uma democracia não é uma ditadura da maioria. 
Também não é um sistema no qual se garantesimplesmente o direito de votar nos chefes do poder 
executivo e nos membros do poder legislativo e de se 
candidatar a estes cargos. É muito mais complexo que 
isso. 
 HISTÓRIA 
 
 
18MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Em uma democracia, há direitos que são tão 
fundamentais que devem ser respeitados mesmo que 
haja oposição por parte da maioria. Estes direitos 
estão previstos na Constituição brasileira e não 
podem ser suprimidos nem mesmo por emenda 
constitucional. É o caso dos direitos à igualdade e à 
liberdade religiosa. 
Também não seria nada democrático se, no meio 
de um campeonato de futebol, a maioria dos clubes se 
reunisse para alterar as regras de pontuação de forma 
a impedir que o primeiro colocado se distanciasse dos 
demais na tabela. Ou, se durante uma eleição 
presidencial, a maioria do Congresso Nacional 
decidisse acabar com o segundo turno, de forma a 
beneficiar um determinado candidato que estivesse à 
frente das pesquisas, mas que tivesse poucas 
chances numa eventual aliança no segundo turno 
entre o segundo e o terceiro colocados. 
Na democracia as “regras do jogo” devem ser 
respeitadas enquanto se “joga”. Não se pode admitir 
mudanças oportunistas nas leis a fim de beneficiar 
quem quer que seja, ainda que a maioria assim 
deseje. E é por isso que as normas que criam crimes 
não podem retroagir e as leis eleitorais só devem valer 
nas próximas eleições. 
A vontade da maioria, ao contrário do que se 
poderia imaginar, não é soberana nas democracias 
modernas, pois está limitada por uma série de normas 
constitucionais que visam garantir primordialmente o 
respeito às “regras do jogo” e aos direitos 
fundamentais, ainda que contra a vontade expressa 
da maioria da população. 
E é fundamental que seja assim, pois a pior das 
tiranias é a tirania da maioria. Se o opressor é apenas 
um homem ou um grupo no poder, um dia certamente 
a maioria se insurgirá contra ele e o derrubará. Se, 
porém, quem oprime é a maioria, não restará à 
minoria subjugada sequer uma boa dose de 
esperanças para acalentá-la. 
Claro que um estado democrático de direito 
fundado no tripé soberania popular, direitos 
fundamentais e respeito à lei não se constrói do dia 
para a noite. Em 22 anos o Brasil evoluiu muito em 
direção ao ideal democrático, mas alguns fantasmas 
da ditadura militar ainda nos assombram. 
 
Duração do mandato presidencial e reeleição 
A duração do mandato presidencial tem sido um 
elemento de instabilidade democrática desde o início 
da redemocratização. Inicialmente cogitada em 4 anos 
pela Assembleia Nacional Constituinte, após intensa 
disputa política, acabou sendo aprovada em 5 anos, 
em benefício do então presidente José Sarney. Em 
1994, a duração do mandato foi reduzida para 4 anos 
pela emenda constitucional de revisão nº5 e, em 
1997, a emenda constitucional nº16 passou a admitir 
a reeleição por mais um mandato, em proveito do 
então presidente Fernando Henrique Cardoso, que 
pôde se candidatar e acabou se reelegendo. Claro 
que em uma democracia as regras não poderiam ser 
alteradas durante o jogo em benefício de um dos 
jogadores. 
A emenda da reeleição só deveria ter surtido seus 
efeitos a partir do mandatário seguinte, mas 
lamentavelmente não foi este o entendimento que 
prevaleceu na época. 
Felizmente, o presidente Lula recusou 
expressamente as movimentações políticas para 
aprovar uma nova emenda constitucional (PEC 
373/2009) que permitiria a reeleição por dois 
mandatos subsequentes, e pôs fim ao oportunismo 
político antidemocrático de mudar as regras do jogo 
durante o jogo. Além do mais, a impessoalidade no 
exercício do poder é um importante princípio 
republicano que nos distingue dos regimes 
monárquicos, e a alternância da figura do chefe do 
poder executivo é muito salutar. 
 
Liberdade de manifestação de pensamento 
A liberdade de imprensa no Brasil pode ser 
constatada em qualquer banca de jornal e é 
diretamente proporcional à quantidade de manchetes 
dos principais jornais e revistas do país “denunciando” 
algum “escândalo” contra o governo federal, ou seja: é 
quase infinita. E é ótimo que assim o seja, desde que 
tais “denúncias” estejam fundadas em provas 
concretas e não em elucubrações irresponsáveis. 
Uma imprensa democrática, porém, não se 
resume a uma imprensa livre; é preciso que seja 
também plural. E infelizmente nossa imprensa é livre, 
mas não é plural. Não há divergências ideológicas 
significativas entre os principais jornais e revistas do 
país e estes acabam funcionando tal como um cartel 
de notícias, promovendo determinados partidos 
políticos e achincalhando seus adversários. Esta 
ausência de pluralismo ideológico é bastante nefasta, 
pois a maioria dos leitores acaba recebendo sempre a 
notícia filtrada por um único ponto de vista. 
Muito se tem escrito e falado sobre as ameaças à 
liberdade de imprensa por parte de um governo 
opressor, mas quase nada se tem dito sobre a 
ameaça do poder econômico à liberdade de 
informação. Uma informação deturpada, seja por 
ordens de um governo, seja por ordens do dono de 
um jornal, fere a liberdade de imprensa de modo muito 
semelhante. 
E não será fechando redações que se combaterá 
este tipo de influência perniciosa, mas criando novos 
veículos de comunicação nos quais se possam 
expressar os pontos de vista divergentes, garantindo 
assim a necessária pluralidade de opiniões no acesso 
à informação. 
O problema do pluralismo de imprensa torna-se 
mais crítico em relação às redes de rádio e TV, que 
são concessões públicas e, como tais, devem cumprir 
uma função social, livres de interesses econômicos, 
religiosos ou quaisquer outros. Diferentemente dos 
jornais e revistas, que podem ser criados em número 
ilimitado, os canais de rádio e TV são escassos. Cabe 
ao Estado, portanto, escolher aqueles dentre a 
iniciativa privada com os melhores projetos de 
exploração destes canais. Na prática, porém, a 
distribuição destas concessões estabeleceu um 
modelo feudal, no qual o pluralismo ideológico está 
muito longe de ser a regra. Uma alternativa viável a 
médio prazo é a consolidação e fortalecimento da 
Rede Brasil de Televisão com um conselho editorial 
independente e escolhido de forma democrática. 
Por outro lado, a internet, por meio de blogues e 
redes sociais, tem se apresentado a cada dia como 
uma poderosa alternativa a garantir o necessário 
pluralismo na divulgação da informação. 
 HISTÓRIA 
 
 
19MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Para cumprir esta sua função social, porém, é 
necessário que cada vez mais pessoas tenham 
acesso à banda larga e que a rede permaneça livre de 
qualquer tipo de vigilância ou controle estatal, como 
recentemente cogitou-se criar no Congresso, com 
base no velho e manjado argumento de combate ao 
crime. 
 
Combate à corrupção 
Finalmente é preciso que se tenha em mente que 
o respeito às “regras do jogo” e, portanto, à 
democracia, só é possível em um Estado onde a 
corrupção não seja endêmica. A corrupção é 
antidemocrática por sua própria natureza, pois permite 
o tratamento desigual em função do maior poder 
econômico do corruptor. O combate à corrupção nas 
democracias modernas pressupõe a transparência 
dos atos da administração pública e a independência 
do Poder Judiciário. 
A prestação de contas é corolário do ideal 
democrático de transparência e hoje pode ser 
facilmente implementada através da internet. É 
fundamental que todos os atos e gastos do poder 
público estejam devidamente documentados e 
acessíveis na rede para qualquer interessado, pois 
esta transparênciapermite que cada cidadão possa, 
da sua casa, fiscalizar a atuação dos seus 
mandatários. 
Por fim, faz-se necessária a garantia de 
independência do Poder Judiciário, do Ministério 
Público, das polícias, dos Tribunais de Contas e das 
demais instituições a quem incumbe velar pela 
legalidade dos atos dos agentes políticos e servidores 
públicos. Nos últimos anos, o que se tem visto é uma 
Polícia Federal cada vez mais atuante no combate 
aos crimes de colarinho branco, com o consequente 
aumento de denúncias pelo MP e de condenações 
pelo Judiciário. 
 
Brasil e a globalização 
A Globalização no Brasil perpassa por uma série 
de fatores históricos e geográficos. Pode-se dizer que 
desde que os europeus chegaram ao que hoje é 
chamado de território brasileiro, o Brasil está inserido 
no processo de Globalização. Entretanto, o consenso 
é que somente a partir da década de 1990 que a 
Globalização passou a ter um maior impacto na 
economia brasileira. 
A maior influência da Globalização no Brasil 
demarcou também a adoção de um modelo 
econômico que visava à mínima intervenção do 
Estado na economia, chamado de Neoliberalismo. 
Com isso, intensificou-se o processo de privatizações 
das empresas estatais e a intensa abertura para o 
capital externo. O Brasil também deixou de ser 
denominado como país de terceiro mundo, uma vez 
que essa divisão deixou de ser adotada. Passou-se a 
dividir o mundo em países do Norte (desenvolvidos) e 
países do Sul (subdesenvolvidos). O que não mudou 
foi à dependência econômica e a condição de 
subdesenvolvimento em que o país se encontrava. 
Com a abertura de capitais, houve maior inserção 
das indústrias e companhias multinacionais no Brasil. 
Elas aqui se instalaram para ampliar o seu mercado 
consumidor e, também, para buscar mão de obra 
barata e maior acesso às matérias-primas. Isso 
acarretou uma maior produção de emprego, porém 
com condições de trabalho mais precarizadas. 
Além disso, observou-se também a instalação de 
indústrias denominadas “maquiladoras”, uma vez que 
todo o processo produtivo se fazia em outros países e 
apenas a montagem dos produtos era feita 
nacionalmente. O intuito das empresas era driblar os 
impostos alfandegários e diminuir os custos de 
produção, uma vez que a mão de obra em países 
subdesenvolvidos como o Brasil costuma ser mais 
barata que nos países desenvolvidos. 
Em linhas gerais, o que se pôde observar com a 
Globalização do Brasil foi a construção de uma 
contradição: de um lado, o aumento de emprego e a 
produção e venda de maior número de aparelhos 
tecnológicos, já do outro, o aumento da precarização 
do trabalho e da concentração de renda, sobretudo 
nos anos 1990 e início dos anos 2000. 
 
Diversidade 
A escola não está ilesa dos problemas da 
sociedade, ela representa apenas uma parcela desse 
todo. Conheça os dados do preconceito e como a 
valorização da diversidade pode ajudar a reduzi-lo. 
Educadores, professores e família são as mesmas 
pessoas que atuam no ambiente social, assim, as 
dificuldades presentes fora dela, se estendem no meio 
escolar. O preconceito é um dos problemas mais 
presentes tanto dentro como fora da escola. 
 
Os dados 
Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto 
de Pesquisas Econômicas (FIPE) datada de 2015 
aponta que 99,3% dos entrevistados (de 18,5 mil), 
profissionais e alunos de escolas públicas de todo o 
país, demonstram algum tipo de preconceito. 
Entre eles estão o preconceito ético-racial, de 
gênero, socioeconômico, de geração, orientação 
sexual, territorial e as pessoas com deficiência, sendo 
esse último o maior índice, 96,5%. 
O preconceito e a intolerância não devem ser 
admitidos e, por isso, a escola deve ter a preocupação 
com essa questão. 
 
Valorização da diversidade 
É preciso que se desenvolva uma cultura 
de valorização da diversidade, para exercerem desde 
cedo a função social e que possibilite 
a compreensão das semelhanças entre os seres 
humanos e a diversidade existente em cada um deles. 
Todos somos semelhantes, mas todos nós somos 
únicos e por isso, temos as nossas diferenças. Ao 
trabalhar a diversidade em sala de aula, é preciso 
desenvolver um olhar empático, em todos os 
aspectos, do aluno aos colaboradores, entre os 
educadores e as famílias. 
É importante que todos estejam envolvidos nessa 
ação, pois as crianças são observadoras e aprendem 
com os exemplos que lhes são transmitidos. A 
escola é um lugar propício para desenvolver uma 
cultura de valorização a diversidade e é onde os 
conflitos podem ser resolvidos através da educação. 
Isso porque o convívio com a diferença é presente 
na vida dos alunos, é onde se agrupam diversidades 
em todos os aspectos e assim ter recursos efetivos 
para o combate ao preconceito. 
 HISTÓRIA 
 
 
20MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
CONSTRINDO IDENTIDADES NO ESPAÇO 
ESCOLAR 
Ao se buscar uma melhor compreensão da 
construção das identidades em alunos adolescentes, 
há que se levar em conta os elementos discursivos, a 
intertextualidade, a ludicidade, a contextualidade e a 
intersubjetividade, presentes no processo de interação 
escolar. 
Para que o simbólico seja reconhecível pelo grupo, 
a escola se comportaria como uma instituição 
codificadora. Nela seriam elaborados ou introduzidos 
valores, ideias, conhecimentos e símbolos presentes 
na sociedade e indiretamente relacionados à 
construção das identidades. Cada escola deveria ser 
considerada como um ecossistema, como uma 
comunidade de organismos (corpos docente, discente 
e administrativo), relacionando-se entre si e com o 
meio social. Diferenças à parte dos “trobriandeses”, 
estudados por Malinowski (1982), na nossa sociedade 
o cotidiano dos adolescentes está basicamente 
marcado por três grupos de referência: a família, os 
vizinhos e a escola. 
A diversidade é uma tônica comum a cada um 
desses mundos, tanto no tocante ao número de 
pessoas, quanto ao de modelos de tempo, de espaço 
e de identidades. Comparativamente à família e à 
vizinhança, o número de relacionamentos tende a ser 
numericamente maior na escola. Esta última constitui-
se num espaço mais populoso e burocrático, em que 
poucos adultos organizam e continuamente avaliam 
as atividades de um grande número de adolescentes. 
Nela, o ritmo de tempo está regulado e controlado: 
horário de entrada e de saída, horário de aula, 
semana de provas, atividades extraclasse e um sem 
número de rituais que caracterizam o cotidiano escolar 
Diversamente do meio familiar, onde o 
adolescente pode ter aumentadas sua privacidade e 
sua individualidade, na escola é impossível escapar à 
rede social. De um lado, na família, tem-se um lugar 
privilegiado da interrelação e da aprendizagem social 
que desempenha uma função psicossocial no 
desenvolvimento do adolescente e, particularmente, 
na construção da sua identidade. De outro, na escola, 
o adolescente observa os outros, adquire o 
reconhecimento dos seus próprios comportamentos, 
assim como avalia intenções, valores e normas 
subjacentes. Segundo Louro (1999), são muitas as 
identidades que os alunos podem construir no espaço 
escolar, podendo ser provisórias, descartáveis, 
rejeitadas e abandonadas. São eles, desse modo, 
sujeitos de identidades transitórias e contingentes e, 
“nada proíbe pensar que diferentes quadros 
identitários se imbricam uns aos outros, a fim de 
contribuir para o sentimento de identidade”. 
Dessa forma, e sob uma aparência de 
neutralidade, a escola acaba por reproduzir e divulgar 
a ideologia de que as identidades e comportamentos 
sexuais são definidos, essencialmente, pela 
“natureza” e que a divisão de gênero é distinta, 
reforçando a imagem estereotipada de 
relacionamentos divulgados pela mídia ou pelo 
mercado. Para Santos (2006), essa visão representa 
uma estratégiade se tornarem incomunicáveis as 
identidades e para dificultar a concentração de 
resistências emancipatórias. Depreende-se disso, que 
a representação, feita pelos alunos sobre o ensino da 
sexualidade/afetividade, da ênfase aos aspectos 
formais trabalhados pelas disciplinas no espaço 
escolar, da discussão de suas próprias identidades, 
parece estar, no geral, impregnada da ideia de que a 
instituição escolar é conservadora e está defasada em 
relação a outras fontes de divulgação de significados, 
facilmente encontráveis na internet, na televisão, nas 
revistas ou na roda de amigos. 
 
Autoritarismo e cidadania no Brasil 
Durante toda a história do Brasil o autoritarismo foi 
usado de diversas formas para manter a ordem social, 
vejamos as várias repressões fomentadas pelo 
governo, a história do Brasil é marcada por lutas e 
conflitos. 
Nos primórdios da colônia recém descoberta por 
Cabral os indígenas que aqui foram cruelmente 
reprimidos e manipulados para que os Portugueses 
explora-se o Pau Brasil a primeira forma de economia 
na terra de vera cruz. 
Os indígenas foram brutalmente assassinados 
pelos portugueses, francês entre outros povos que 
aqui vieram para explorar a terra. Ao passar dos anos 
a economia e a mão de obra mudam de mãos 
passando essa economia para a cana de açúcar e a 
mão de obra de semiescrava para escrava, utilizando 
agora a mão de obra vinda da África, utilizando para 
isso um forte autoritarismo fomentados pelos 
senhores de engenhos e seus capitães do mato. 
A tortura e o medo eram utilizados para manter o 
forte autoritarismo e a ordem os negros aqui 
chegavam e eram tratados como verdadeira 
mercadorias e eram considerados seres ou animais 
de segunda classe, utilizando para isso diversos 
requintes de crueldade. 
A história do autoritarismo no Brasil ganha formas 
em toda a sua história como na chegada da família 
real ao Rio de Janeiro, sendo essa a chegar e a 
obrigar os moradores do Rio a saírem de suas casas 
para que a corte portuguesa seja abrigada. 
A crueldade e o autoritarismo do governo continua 
na conjuração baiana e mineira ambas cruelmente 
destroçadas como é o caso de Tiradentes que foi 
fortemente punido pelo governo da época. 
Tantas revoltas no Brasil foram reprimidas com 
força militar como; Sabinada, Balaiada, Praieira e a 
Guerra dos Farrapos. 
O autoritarismo foi sendo utilizado pelo governo 
em toda a sua história e com a chegada de regimes 
autoritários como o período conhecido como “Era 
Vargas” esse aumenta ainda mais com sua força 
política fechou partidos e aumento a repressão social 
em nome da ordem alinhou-se ao império norte 
americano em nome do progresso econômico e ainda 
assim foi aclamado como sendo o “Pai dos Pobres”. 
A democracia vem e dura pouco e logo chega 
novamente a força de um regime que duraria mais de 
duas décadas para chegar ao seu fim o período que 
se deu em 1964 sendo conhecido como ditadura 
militar esse governo sendo fomentado pelos 
americanos como forma de deter a crescente do 
socialismo da URSS, foi um período que a repressão 
e o autoritarismo ganha força moral para combater 
qualquer pessoa em nome da ordem e do progresso, 
o Brasil ganhava presidentes generais para 
governarem a terra tão sofrida. 
 HISTÓRIA 
 
 
21MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Chegado ao seu fim em 1985 a luz da democracia 
chega e os ideais de liberdade vão nascendo com a 
constituição cidadã de 1988 o Brasil apesar de ser 
uma democracia recente ainda sofria o autoritarismo 
do governo e das ruas violentas cheia de crimes a 
corrupção toma conta do governo e da vida social. 
O avanço da cidadania a partir de 1988 é 
referência a uma prática conflitiva vinculada ao poder, 
que reflete as lutas acerca de quem pode dizer o que 
no processo de definir quais são os problemas 
comuns e como serão abordados e, nesse sentido, 
tanto a cidadania como os direitos estão sempre em 
processo de construção e mudança. O princípio 
básico sobre o qual se assenta a nova cidadania é o 
direito a ter direitos e a democracia transforma-se 
numa invenção constante de direitos. Isso porque 
sempre haverá novos direitos a serem conquistados. 
 
AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO 
AO LONGO DA HISTÓRIA: IMPACTOS DA 
TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAÇÕES DOS 
PROCESSOS DE TRABALHO, RELAÇÕES 
ENTRE TRABALHO E CIDADANIA, TRABALHO 
URBANO E TRABALHO RURAL; 
ESCRAVIDÃO E ABOLICIONISMO. 
 
O trabalho sempre foi o motor que move todo tipo 
de sociedade e todo tipo de civilização. Ao longo do 
tempo, o trabalho mudou e se reformulou de acordo 
com as necessidades de cada época em cada 
cultura. 
Ao longo da história da humanidade, variando com 
o nível cultural e com o estágio evolutivo de cada 
sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma 
diferenciada. Como lembra Peter Drucker, o trabalho é 
tão antigo quanto o ser humano. No ocidente, a 
dignidade do trabalho foi falsamente louvada por 
muito tempo. O segundo texto grego mais antigo, 
cerca de cem anos mais novo que os poemas épicos 
de Homero, é um poema de Hesíodo (800 a.C.), 
intitulado "Os Trabalhos e os Dias", que canta o 
trabalho de um agricultor. Porém, tanto no ocidente 
como no oriente esses gestos de louvor eram 
puramente simbólicos. Nem Hesíodo, nem Virgílio, 
nem ninguém da época, estudou de fato o que um 
agricultor faz e, menos ainda, como faz. O trabalho 
não merecia a atenção de pessoas educadas, 
abastadas ou com autoridade. Trabalho era o que os 
escravos faziam. Mas o trabalho é mais do que um 
instrumento criador de riqueza (posição dos 
economistas clássicos). Além do valor intrínseco, 
serve também para expressar muito da essência do 
ser humano (o homo faber). O trabalho está 
intimamente relacionada à personalidade. (Quando 
dizemos que fulano é um carpinteiro, um médico ou 
um mecânico, estamos, de certa forma, definindo um 
ser a partir do trabalho que ele exerce). 
No começo dos tempos, o trabalho era a luta 
constante para sobreviver (acepção bíblica). A 
necessidade de comer de se abrigar, etc. era que 
determinava a necessidade de trabalhar. O avanço da 
agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe 
progressos ao trabalho. O advento do arado 
representou uma das primeiras revoluções no mundo 
do trabalho. Mais tarde, a Revolução Industrial viria a 
afetar também não só o valor e as formas de trabalho, 
como sua organização e até o aparecimento de 
políticas sociais. A necessidade de organizar o 
trabalho, principalmente quando envolve muitas 
pessoas e ou muitos instrumentos e muitos 
processos, criou a ideia do "emprego". Nos tempos 
primitivos, da Babilônia, do Egito, de Israel, etc., havia 
o trabalho escravo e o trabalho livre; havia até o 
trabalho de artesãos e o trabalho de um rudimento de 
ciência, mas não havia o emprego, tal como nós o 
compreendemos atualmente. 
Na Antiguidade, não existia a noção de emprego. 
A relação trabalhista que existia entre as pessoas era 
a relação escravizador-escravo. Podemos tomar as 
três civilizações mais influentes de sua época e que 
influenciaram o Ocidente com sociedades escravistas, 
a egípcia, a grega e a romana. Nessa época, todo o 
trabalho era feito por escravos. Havia artesãos, mas 
estes não tinham patrões definidos, tinham clientes 
que pagavam por seus serviços. Os artesãos 
poderiam ser comparados aos profissionais liberais de 
hoje, já que trabalhavam por conta própria sem ter 
patrões. Para os artesãos não existe a relação 
empregador-empregado, portanto não podemos falar 
que o artesão tinha um emprego, apesar de ter uma 
profissão. 
Na Idade Média também não havia a noção de 
emprego. A relação trabalhista da época era a 
relação senhor-servo. A servidão é diferente da 
escravidão, já que os servos são ligeiramente mais 
livres que os escravos. Um servopodia sair das terras 
do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde 
que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de 
terras. Na servidão, o servo não trabalha para receber 
uma remuneração, mas para ter o direito de morar nas 
terras do seu senhor. Também não existe qualquer 
vínculo contratual entre os dois, mesmo porque 
senhor e servo eram analfabetos. 
Na Idade Moderna as coisas começam a mudar. 
Nessa época, existiam várias empresas familiares que 
vendiam uma pequena produção artesanal, todos os 
membros da família trabalhavam juntos para vender 
produtos nos mercados; não podemos falar de 
emprego nesse caso. Além das empresas familiares, 
havia oficinas com muitos aprendizes que recebiam 
moradia e alimentação em troca e, ocasionalmente, 
alguns trocados. É por essa época que começa a se 
esboçar o conceito de emprego. 
Com o advento da Revolução Industrial, êxodo 
rural, concentração dos meios de produção, a maior 
parte da população não tinha nem ferramentas para 
trabalhar como artesãos. Sendo assim, restava às 
pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. 
É nessa época que a noção de emprego toma sua 
forma. 
O conceito de emprego é característico da Idade 
Contemporânea. 
 
Impactos da tecnologia nas transformações 
dos processos de trabalho 
Olhando para trás, especialmente nos séculos 19 
e 20, as novas tecnologias exerceram um grande 
papel de mudança nos negócios e na forma de 
emprego de inúmeras pessoas. Boa parte delas 
trabalhavam na lavoura quando algumas máquinas 
foram introduzidas, forçando-as a se movimentarem 
em direção ao setor industrial. 
 HISTÓRIA 
 
 
22MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Não tardou e um novo movimento foi observado 
nas indústrias quando a automatização delas fez com 
que os trabalhadores fossem deslocados para o setor 
de serviços. Como forma de explicitar esse 
movimento, na década de 50 nos Estados Unidos o 
setor industrial representava cerca de 40% dos 
empregos, hoje esse número não supera a marca dos 
5%. No Brasil, especialmente na década de 80, 
grandes transformações tecnológicas foram 
experimentadas, e um grande exemplo desse 
movimento foi o setor bancário. Era o setor de 
serviços experimentando as grandes transformações 
propagadas pela tecnologia. Isso resultou na 
implantação de inúmeros caixas eletrônicos, Internet 
Banking, aplicativos e demais funcionalidades. Mesmo 
com uma forte expansão que o setor bancário 
experimentou nesse período, não foi possível conter a 
redução do quadro de funcionários, que desde então 
caiu pela metade. 
 
Carreira em risco 
Os avanços da tecnologia estão trazendo grandes 
inovações e seus impactos já podem ser vistos em 
inúmeros setores. Por exemplo, no setor de serviços, 
alguns postos de trabalho estão sendo extintos pelo 
uso cada vez mais frequente dos softwares, ou seja, 
profissões estão virando programas de computador. 
Um estudo desenvolvido pela Universidade de 
Oxford estudou cerca de 700 ocupações, e metade 
delas corriam o risco de serem extintas na próxima 
década devido ao uso da tecnologia. Embora esse 
estudo não tenha sido desenvolvido no Brasil, 
devemos nos atentar para essas tendências de 
funções desenvolvidas dentro de escritórios, como 
contadores, secretárias, operadores de telemarketing, 
entre outros. 
 
Trabalho e cidadania 
As mutações no mundo do trabalho geram 
insatisfação, crise, desconforto, desemprego e essa 
realidade precisa ser conhecida pela população que 
está atônita em busca de sua própria identidade, pois 
o trabalho é a principal via que transporta o indivíduo 
à condição de gente exercendo o direito à cidadania. 
Globalização, mudanças rápidas, comunicação 
instantânea, tecnologia em praticamente todas as 
áreas do fazer humano estão preocupando os 
trabalhadores e aqueles que estão em busca de um 
emprego. Como estar preparado? As exigências do 
mercado atual são inúmeras e diversificadas: 
escolaridade, cursos, equilíbrio emocional e prática. E 
onde vamos encontrar esse profissional? 
Devemos analisar o trabalho também pela ótica do 
futuro que passa por todos nós, diariamente, com a 
velocidade comparada à da luz - é a tecnologia de 
ponta, em alguns aspectos difícil de entender, mas 
presente nos setores primário, secundário e terciário 
da economia e, ao mesmo tempo, o trabalho ainda é 
manual, braçal, executado com suor, força e muita 
dignidade. Portanto, o trabalho ligado à cidadania 
deveria trazer satisfação ao homem, mas nem sempre 
isso ocorre, talvez por consequência de uma cultura 
que passou pela marca negativa da escravidão, ainda 
não totalmente abolida em nosso país e essa ideia de 
que se trabalha apenas por necessidades financeiras 
causa fadiga, sofrimento e doenças. O trabalho para o 
homem deveria ser como a brincadeira para a criança, 
ou seja, só se brinca do que se gosta, então o relógio 
deixa de ser um elemento controlador da produção. 
Nessa época de desemprego e de desespero, pois 
muitas pessoas que precisam trabalhar dizem o 
seguinte: "qualquer coisa serve", e esse lamento não 
condiz com a espécie humana, então surge o desafio 
deste século - a procura do fazer ligado à 
personalidade de cada pessoa, ao conhecimento, à 
vontade de aprender ou de renovar-se. O desafio 
também se estende à luta contra os seguintes 
preconceitos da nossa sociedade: "só com 
experiência" - para os jovens iniciantes e "sinto muito, 
passou dos trinta" - para os desempregados. Para se 
chegar próximo ao trabalho ideal são necessários o 
exercício, as tentativas, os erros, a busca incessante 
do conhecimento e fazer do emprego real um 
trampolim para um salto maior, então será possível 
unir suor, esforço, dignidade, prazer e alegria e o 
homem verdadeiramente sentir-se-á um cidadão do 
mundo. 
 
Trabalho rural 
O Brasil é um país extremamente agrícola, quase 
a metade do território é ocupada por estabelecimentos 
rurais. As concentrações e as relações estão divididas 
em estrutura fundiária, latifúndio, minifúndio, 
expropriação e êxodo rural. 
- Estrutura fundiária: Corresponde à maneira 
como as terras estão distribuídas no território. 
- Latifúndio: São grandes propriedades rurais 
com aproximadamente 600 hectares. 
- Minifúndio: São pequenas propriedade rurais 
com aproximadamente 3 hectares. 
- Expropriação: É quando um pequeno 
proprietário rural se encontra endividado e é obrigado 
a vender sua propriedade para pagar dívidas, 
geralmente os grandes fazendeiros próximos 
adquirem essas terras. 
- Êxodo rural: Corresponde ao deslocamento de 
trabalhadores rurais que saem do campo com destino 
aos centros urbanos, isso pode ocorrer por falta de 
trabalho no campo devido à mecanização ou mesmo 
para buscar uma vida melhor. 
No campo existem as relações de trabalho que 
são diversificadas, como mão-de-obra familiar, 
posseiros, parceria, arrendatários, trabalhadores 
assalariados temporários e o trabalho escravo no 
campo. 
- Mão-de-obra familiar: É a relação de trabalho 
entre os entes da família exercendo todas as etapas 
produtivas. 
- Posseiros: São trabalhadores rurais que ocupam 
e/ou cultivam terras devolutas. 
- Parceria: É a junção entre dois trabalhadores ou 
produtores rurais, no qual um possui a propriedade da 
terra e o outro apenas a força de trabalho, esse vai 
cultivar a terra e depois dividir uma parte da produção 
com aquele. 
- Arrendatário: É quando um agricultor não possui 
terra, mas tem recursos financeiros, então arrenda ou 
aluga a propriedade por um período pré-determinado. 
- Trabalhadores assalariados temporários: São 
trabalhadores rurais que recebem salário, mas que 
trabalham apenas uma parte do ano, é o que 
acontece nas colheitas. 
 HISTÓRIA23MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
- Trabalho escravo no campo: É quando o 
trabalhador não tem direitos trabalhistas, não recebe 
salário, pois tudo que é utilizado é cobrado, desde a 
alimentação até as ferramentas de trabalho, esse fica 
endividado, fato que o impede de ir embora. 
Em pleno século XXI, esse fato se faz real, 
principalmente em estados como Pará, Mato Grosso e 
Goiás, esses não são únicos no país. 
A reforma agrária é outro problema muito polêmico 
no país, contudo convém explicitar o significado de tal 
expressão. 
A reforma agrária tem a finalidade de promover a 
distribuição ou reorganização mais justa da terra. 
A questão agrária provoca uma grande tensão no 
campo. 
A fixação do trabalhador rural no campo depende de 
vários fatores, pois não basta a simples redistribuição 
de terras para garantir o sucesso da reforma agrária é 
preciso facilidade na obtenção e pagamentos de 
créditos financeiros, garantia de preços, condição de 
transportes, orientação técnica e infraestrutura. 
 
Trabalho urbano 
O trabalho é necessário para nossa sobrevivência. 
Ele é a forma digna e correta que temos para receber 
dinheiro em forma de remuneração pelo serviço 
realizado. Existem vários tipos de trabalhadores, e 
eles podem ser de empresas públicas ou da iniciativa 
privada. Vamos entender o que cada um deles realiza 
como forma de trabalho. 
 
Funcionário público 
No município, todos nós pagamos por diversos 
serviços públicos. Esses serviços são prestados e 
executados pelos funcionários públicos. Para ser um 
deles, é preciso estar apto a concorrer a um cargo 
público por meio de concurso. 
 
Trabalhador urbano 
Nas zonas urbanas, as pessoas trabalham em 
indústrias, bancos, escolas, hospitais e no comércio 
(lojas, supermercados, restaurantes, bares, padaria, e 
muito outros lugares). 
O local onde possui maiores oportunidades de 
trabalho é no centro da cidade. Muitas pessoas se 
deslocam dos bairros onde moram para outros bairros 
e cidades em busca de melhores oportunidades de 
emprego. 
 
Alguns profissionais que trabalham na cidade 
são: 
Operários: trabalham na construção civil, nas 
fábricas e nas montadoras de automóveis, por 
exemplo; 
Bancários: pessoas que trabalham em agências 
bancárias; 
Comerciários: pessoas que trabalham em 
estabelecimentos comerciais como lojas, 
supermercados, açougue, padaria, etc; 
Feirantes: pessoas que trabalham em feiras livres; 
Outros como mecânicos, jornaleiros, entregadores, 
advogados, jornalistas, bombeiros, farmacêuticos, e 
muitos outros. 
 
Trabalho na indústria 
Nas cidades, muitas pessoas trabalham nas 
fábricas. As indústrias são responsáveis pela maioria 
dos produtos que usamos em nosso dia a dia. Elas 
transformam a matéria-prima em produtos 
industrializados. Os trabalhadores nas indústrias 
chamam-se operários, já os donos das indústrias são 
chamados de industriais. 
 
Matéria-prima e produto industrializado 
Matéria-prima é todo o material que geralmente é 
retirado da zona rural para fabricar diversos produtos 
como o milho, cana-de-açúcar, soja, tomate, algodão, 
etc. 
Produto industrializado é a matéria-prima que 
passa por processo de transformação em uma 
indústria para chegar até aos consumidores. 
 
Trabalho no comércio 
O comércio é uma atividade de compra e venda de 
produtos. São vários os produtos que são 
comercializados, como calçados, roupas, livros, 
móveis, imóveis, entre outros. 
Os locais onde são vendidos e comprados os 
produtos conhecemos como estabelecimentos 
comerciais. As pessoas que trabalham no comércio 
são os comerciários e os donos dos estabelecimentos 
comerciais são os comerciantes. Os consumidores 
são as pessoas que compram os produtos assim 
como você. O consumidor possui alguns direitos que 
são protegidos por lei por meio do “Código de Defesa 
do Consumidor”. 
Os produtos que são vendidos no comércio 
possuem a procedência das indústrias e do campo. 
 
Escravidão e abolicionismo 
No Brasil, a escravidão teve seu início a partir da 
 produção de açúcar na primeira metade do século 
XVI. Os portugueses traziam os escravos de suas 
colônias na África para utilizar como mão-de-obra 
escrava nos engenhos de açúcar da região nordeste 
do Brasil. Os escravos aqui no Brasil eram vendidos 
como se fossem mercadorias pelos comerciantes de 
escravos portugueses. Os mais saudáveis chegavam 
a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. 
O transporte destes escravos era feito da África 
para o Brasil nos porões de navios negreiros. Os 
escravos vinham amontoados, em condições 
desumanas, muitos morriam antes de chegar ao 
Brasil, e seus corpos eram deixados no mar. 
Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas 
minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos 
eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam 
excessivamente (de sol a sol), recebiam uma 
alimentação precária e suas roupas eram trapos. A 
noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, 
úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados 
para evitar fugas. Constantemente eram castigados 
fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais 
comum no período do Brasil colonial. 
Os escravos eram proibidos de praticarem a sua 
religião de origem africana ou de realizar suas festas e 
rituais africanos. Eram obrigados a seguir a religião 
católica, imposta pelos senhores de engenho, e 
também era exigido adotar a língua portuguesa na sua 
comunicação. Porém mesmo com todas as 
imposições e restrições, não deixaram a cultura 
africana se extinguir. 
 HISTÓRIA 
 
 
24MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam 
suas festas, conservaram suas representações 
artísticas e desenvolveram uma arte marcial 
disfarçada de dança, a Capoeira. 
No período conhecido como o Século do Ouro 
(XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua 
liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando 
alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam a 
liberdade. Entretanto, as poucas oportunidades e o 
preconceito da sociedade acabavam fechando as 
portas para estas pessoas. 
O negro, porém reagiu à escravidão, buscando 
uma vida digna. Neste período eram comuns as 
revoltas nas fazendas em que grupos de escravos 
fugiam, formando nas florestas os quilombos. Estes 
quilombos eram comunidades organizadas, onde os 
integrantes viviam em liberdade, através de uma 
organização comunitária aos moldes do que existia na 
África. Nos quilombos, os negros africanos podiam 
praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus 
rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de 
Palmares, comandado por Zumbi. 
 
O fim da escravidão 
Abolicionismo pode ser definido como um 
movimento político e social, como um conjunto de 
ideias e ações que defendia e lutava pelo fim da 
escravidão. No ano de 1788, em Paris, foi criada a 
Sociedade dos Amigos dos Negros, grupo presidido 
pelo filósofo, matemático e cientista político francês 
Condorcet. A Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, proclamada em 1789, fez com que a ideia do 
abolicionismo ganhasse ainda mais relevância e 
levando o pensamento abolicionista às terras 
colonizadas pelos franceses naquela época. No 
continente americano, este movimento deu-se por 
meio de leis de emancipação em países como a 
Argentina, Colômbia e México. 
 
O abolicionismo no Brasil 
No Brasil, o movimento abolicionista foi um 
produto da década de 1880 e contou com a 
participação de vários setores da sociedade como, por 
exemplo, políticos, médicos, advogados, jornalistas, 
artistas, estudantes etc., com exceção dos grandes 
proprietários de terra, como os cafeicultores paulistas, 
que perdiam com o fim da mão-de-obra escrava.Até a década de 1880, o que existiam eram 
tentativas emancipacionistas que queriam a extinção 
gradual da mão-de-obra escrava; já os abolicionistas 
aspiravam à abolição total da escravidão. 
Os adeptos do movimento desenvolveram várias 
atividades em prol da abolição. Por exemplo, a 
Sociedade dos Caifazes, de São Paulo, um 
movimento abolicionista radical, incentivava e 
organizava fugas de cativos, utilizando as ferrovias. 
Do Oeste do estado de São Paulo, os escravos eram 
levados a São Paulo e de lá para Santos, onde 
organizaram o grande quilombo Jabaquara, com 
aproximadamente dez mil habitantes. 
Joaquim Nabuco, diplomata, político e historiador, 
foi, de 1878 a 1888, o principal representante 
parlamentar dos abolicionistas, tendo escrito vários 
libelos antiescravistas. 
O Brasil foi o último país da América Latina a 
abolir o regime de escravidão, por motivos como a 
divisão do território em fazendas, sesmarias, 
capitanias e o poder econômico concentrado na mão 
de pequenos grupos. 
Após a luta de vários grupos e a criação de 
medidas que iam reduzindo a escravidão aos poucos, 
foi assinada a Lei 3.353, de 1888, a Lei Áurea, 
assinada pela Princesa Isabel e que aboliu a 
escravidão no Brasil, libertando cerca de 700 mil 
escravos que ainda havia no país. 
 
As conquistas e os principais representantes 
no Brasil 
O movimento abolicionista no Brasil alcançou 
grandes conquistas, como a Lei do Ventre Livre 
(1871), Lei dos Sexagenários (1885) e Lei Áurea 
(1888). Os principais representantes do abolicionismo 
no Brasil foram Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e José 
do Patrocínio. 
 
RIO DE JANEIRO: ESPAÇO, 
SOCIEDADE, POLÍTICA E CULTURA NO 
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 
 
O Rio de Janeiro (RJ) é um estado brasileiro 
localizado na região Sudeste do país, fazendo divisas 
com os estados do Espírito Santo, a norte; Minas 
Gerais, a noroeste; e São Paulo, a sudoeste. Toda a 
sua costa leste é banhada pelo Oceano Atlântico, o 
que contribui para o grande número de praias e 
pontos turísticos. A sua capital é a cidade do Rio de 
Janeiro, conhecida turisticamente como a “Cidade 
Maravilhosa” e que já foi a capital do Brasil entre os 
anos de 1763 e 1960. 
Em razão de a capital e o estado possuírem o 
mesmo nome, há uma distinção com relação à 
naturalidade. Quando se faz referência a alguém do 
estado do Rio de Janeiro, utiliza-se o adjetivo 
pátrio fluminense, mas quando a designação é em 
relação à cidade do Rio de Janeiro, o termo correto 
é carioca. 
O estado possui uma população de 
aproximadamente 16.370.000 pessoas, a terceira 
maior do país, habitando em uma área de 43.780 km², 
uma das menores do Brasil. 
Isso significa dizer que o Rio possui elevadas 
densidades demográficas, cerca de 366 habitantes 
por quilômetro quadrado. Há um total de 92 
municípios, dos quais podemos destacar as cidades 
de Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Volta 
Redonda e Nova Iguaçu. 95% da população 
fluminense habita o meio urbano. 
Geomorfologicamente, o Rio de Janeiro encontra-
se na região dos Planaltos e Serras do Atlântico 
Leste-Sudeste, segundo a classificação do relevo 
brasileiro elaborada por Jurandyr Ross. Localmente, 
há três subdivisões: a região das Terras Altas, com 
mais de 200 m de altitude; as Terras Baixas, mais 
conhecidas como Baixada Fluminense, com menos de 
200 m de altitude; e os maciços litorâneos, que 
envolvem toda a fisionomia superficial da costa 
marítima. O ponto mais alto do estado é o Pico das 
Agulhas Negras, com 2.791 metros acima do nível do 
mar. 
O Rio de Janeiro representa a segunda maior 
economia do Brasil, com um dos espaços mais 
industrializados do país. 
 HISTÓRIA 
 
 
25MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
A capital é, inclusive, uma das duas cidades 
globais brasileiras, fazendo parte da região que 
constitui a única megalópole da América do Sul, 
abarcando uma área que se estende até São Paulo e 
a Baixada Santista. 
O parque industrial é diversificado, com empresas 
no ramo da metalurgia, siderurgia, produção de 
alimentos e, principalmente, extração e refino do 
petróleo. Outra significativa fonte de produção de 
riquezas é a atividade turística, sendo a cidade 
carioca um dos principais vetores do turismo no Brasil. 
 
Composição étnica 
No censo de 2010, a população do Rio de Janeiro 
era formada por 3 239 888 brancos (51,26%), 
2 318 675 pardos (36,69%), 708 148 pretos (11,2%), 
45 913 amarelos e 5 981 indígenas (0,09%), além de 
1 842 sem declaração (0,03%). De acordo com 
estudos genéticos autossômicos recentes, a herança 
europeia é a dominante tanto entre "brancos" quanto 
entre "pardos", respondendo, então, pela maior parte 
da ancestralidade dos habitantes do Rio de Janeiro. A 
contribuição africana encontra-se presente, em alto 
grau, sendo maior entre os "negros". Também a 
ancestralidade ameríndia encontra-se presente, 
embora em grau menor. 
Também existem muitos afro-brasileiros desde o 
período colonial - a maioria descendente de escravos 
trazidos de Benim, Angola e Moçambique. Com 
importantes contribuições de seu sincretismo religioso 
e musical, elementos remanescentes da cultura 
africana encontram-se hoje emaranhados à cultura 
brasileira e da cidade. No início do século XIX, o Rio 
de Janeiro tinha a maior população urbana de 
escravos nas Américas, superando 
inclusive Salvador e Nova Orleães. Os africanos 
provinham de diferentes regiões do continente 
africano, mas no Rio predominaram os oriundos de 
Cabinda, do Congo Norte, Benguela, Moçambique, 
Luanda e de Angola. Os afrodescendentes nascidos 
no Brasil se diferenciavam dos africanos e poderiam 
ser divididos em três grupos. O primeiro era de 
crioulos, negros filhos de pais africanos nascidos no 
Brasil. Os pardos, já miscigenados, sobretudo com 
portugueses. Por fim, os cabras, resultado de outras 
miscigenações, inclusive com índios. Em 1849, 
43,51% da população carioca era denominada preta e 
80 mil escravos habitavam a cidade. 
Em 1859, o médico e explorador alemão Robert 
Christian Avé-Lallemant, após visitar o Rio de Janeiro, 
fez o seguinte relato: "Se não soubesse que ela fica 
no Brasil poder-se-ia tomá-la sem muita imaginação 
como uma capital africana, residência de poderoso 
príncipe negro, no qual passa inteiramente 
despercebida uma população de forasteiros brancos 
puros. Tudo parece negro." 
 
Imigração e migração 
Dentre os fluxos migratórios mais significativos, 
destacam-se os de portugueses e demais povos 
europeus, nordestinos e afro-brasileiros. Tal fluxo 
migratório deflagrou-se no século XVI e atingiu seu 
auge no início do século XX, constituindo uma das 
maiores massas de imigrantes já recebidas pelo país. 
Entretanto, foi particularmente em 1808, com o 
estabelecimento da Família Real Portuguesa no Rio 
de Janeiro, e a relativa proximidade das jazidas 
mineiras (descobertas no século XVIII), que a cidade 
beneficiou-se da onda lusitana. Somente naquele ano, 
aportaram em território brasileiro 15 mil nobres e 
pessoas da alta sociedade portuguesa - a grande 
maioria, na então capital da Colônia. 
Após a Independência, os fluxos migratórios 
apresentaram uma redução paulatina, em razão da 
lusofobia inerente à época. Porém, com o passar dos 
anos a carência de mão-de-obra ocasionada pelo fim 
do tráfico negreiro e os frequentes revezes 
socioeconômicos enfrentados por Portugal fariam a 
imigração portuguesa tornar a crescer no Rio e no 
Brasil. 
A partir de 1850, a imigração portuguesa tomou 
caráter quase que exclusivamente urbano e, ao 
contrário de alemães e italianos que vinham para 
trabalhar na agricultura, os portugueses rumavam a 
dois destinos preferenciais: as cidades do Rio de 
Janeiro e de São Paulo. Entre 1881 e 1991, mais de 
1,5 milhão de pessoas migraram de Portugal para o 
Brasil. Em1906, 133 393 portugueses viviam no Rio 
de Janeiro - 16% da população da época. 
Apesar de as taxas migratórias terem-se reduzido 
drasticamente a partir da década de 1930 (e, com 
maior ênfase, após 1960), ainda hoje, a cidade é 
considerada como tendo a segunda maior população 
portuguesa do mundo, depois de Lisboa. Em 1920, os 
portugueses compunham 15% da população da 
cidade e 71% dos estrangeiros. Em 1950, os lusitanos 
se reduziram a 10% da população, apesar da 
presença de 196 mil residentes portugueses, sendo 
então a terceira cidade do mundo com mais 
portugueses, atrás somente de Lisboa e 
do Porto. Mais recentemente, a presença portuguesa 
na cidade é pouco expressiva, embora ainda seja 
notável: no censo de 2000, com mais de 5,8 milhões 
de habitantes, em torno de 1% da população do Rio 
ainda era nascida em Portugal. 
Alemães, italianos, russos, suíços, libaneses, 
espanhóis, franceses, argentinos, chineses e seus 
respectivos descendentes compõem uma parcela 
considerável dos povos estrangeiros radicados na 
cidade. Entre 1920 e 1935, aportaram na cidade 
dezenas de milhares de imigrantes judeus do Leste 
Europeu, sobretudo da Ucrânia e da Polônia. 
É possível notar também um respeitável 
contingente de pessoas de outros estados, sobretudo 
nordestinos. 
Paraibanos e pernambucanos fazem-se bastante 
presentes. No auge da industrialização, entre as 
décadas de 1960 e 1980, passaram a migrar para a 
região Sudeste em busca de melhores condições de 
vida e trabalho. 
Com a melhoria estrutural de outras regiões do 
país, e os problemas resultantes da superpopulação 
nas grandes cidades, a migração nordestina diminuiu 
consideravelmente. Embora Rio de Janeiro e São 
Paulo continuem sendo importantes polos de atração, 
a migração "polinucleada" ganhou contornos mais 
acentuados. 
 
Problemas socioeconômicos 
O Rio de Janeiro é uma cidade de fortes 
contrastes econômicos e sociais, apresentando 
grandes disparidades entre ricos e pobres. 
 HISTÓRIA 
 
 
26MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de 
Desenvolvimento Humano correspondente ao 
de países nórdicos (Gávea: 0,970; Leblon: 
0,967; Jardim Guanabara: 0,963; Ipanema: 
0,962; Barra da Tijuca: 0,959, dados de 2000), em 
outros, observam-se níveis bem inferiores à média 
municipal, como é o caso do Complexo do 
Alemão (0,711) ou da Rocinha (0,732). 
Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano 
Municipal (IDH-M) do Rio de Janeiro era considerado 
"alto" pelo Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD), cujo valor, de 0,799, era o 
segundo maior a nível estadual (depois de Niterói) e o 
45° a nível federal. Considerando apenas a 
longevidade o índice é de 0,845, o índice de renda é 
de 0,840 e o de educação de 0,719. 
Embora classificada como uma das principais 
metrópoles do mundo, segundo o censo de 2010 feito 
pelo IBGE, 1,39 milhão dos 6,29 milhões de 
habitantes da cidade - o que corresponde a 
aproximadamente 22% de sua população - vivem em 
aglomerados subnormais.[98] Essas favelas se 
instalam principalmente sobre os morros, devido ao 
relevo mamelonar do Rio de Janeiro, ou em mangues 
aterrados como no Complexo do Manguinhos, onde 
as condições de moradia, saúde, educação e 
segurança são extremamente precárias. 
Um aspecto original das favelas do Rio é a 
proximidade aos distritos mais valorizados da cidade, 
simbolizando a forte desigualdade social, 
característica do Brasil. Alguns bairros de luxo, como 
São Conrado, onde se localiza a favela da Rocinha, 
encontram-se "espremidos" entre a praia e os morros. 
Nas favelas, ensino público e sistema de saúde 
deficitários ou inexistentes, aliados à saturação do 
sistema prisional, contribuem com a intensificação da 
injustiça social e da pobreza. 
 
Política 
Governo municipal 
No Rio de Janeiro, o poder executivo é 
representado pelo prefeito e gabinete de secretários, 
em conformidade ao modelo proposto pela 
Constituição Federal. A Lei Orgânica do Município e o 
atual Plano Diretor, porém, preceituam que a 
administração pública deve conferir à população 
ferramentas efetivas ao exercício da democracia 
participativa. Deste modo, a cidade é dividida em 
subprefeituras, cada uma delas dirigida por um 
submandatário nomeado diretamente pelo prefeito. 
O poder legislativo é constituído à câmara 
municipal, composta por 51 vereadores eleitos para 
mandatos de quatro anos (em observância ao 
disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina 
um número mínimo de 42 e máximo de 55 para 
municípios com mais de cinco milhões de habitantes). 
Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à 
administração e ao Executivo, especialmente o 
orçamento participativo (Lei de Diretrizes 
Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto 
assegurado ao prefeito, o processo de votação das 
leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre 
Executivo e Legislativo. 
Existem também os conselhos municipais, que 
atuam em complementação ao processo legislativo e 
ao trabalho engendrado nas secretarias. 
Obrigatoriamente formados por representantes de 
vários setores da sociedade civil organizada, acenam 
em frentes distintas - embora sua representatividade 
efetiva seja por vezes questionada. Encontram-se 
atualmente em atividade: Conselho Municipal de 
Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), de Defesa 
do Meio Ambiente (CONDEMAM), de Saúde (CMS), 
dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), 
de Educação (CME), de Assistência Social (CMAS) e 
Antidrogas. 
Por ser a capital do estado, a cidade também é 
sede do Palácio Guanabara (sede do governo 
estadual) e da Assembleia Legislativa do Rio de 
Janeiro (ALERJ), localizada no Palácio Tiradentes - 
edifício que já foi ocupado pelo Congresso Nacional, 
entre 1926 e 1960. 
 
Governo nacional 
A cidade do Rio de Janeiro foi, sucessivamente, 
capital da colônia portuguesa do Estado do 
Brasil (1621-1815), depois do Reino Unido de 
Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822), do Império do 
Brasil (1822-1889) e da República dos Estados 
Unidos do Brasil (1889-1968) até 1960, quando a 
sede do governo foi transferida para a então recém-
construída Brasília. 
Apesar da mudança da capital federal, 59% dos 
servidores civis do Poder Executivo de órgãos 
federais e empresas públicas permaneceram na 
cidade. O Rio de Janeiro é também o único estado 
brasileiro onde o número de servidores federais 
supera o número dos servidores estaduais. Cerca de 
um terço de todos os órgãos e empresas públicas 
federais continua na ex-capital, sendo 50 repartições 
públicas, entre agências, autarquias, fundações e 
empresas públicas, como a Biblioteca Nacional, 
a Comissão Nacional de Energia Nuclear, a Fiocruz, 
o BNDES, a Petrobras, a Eletrobrás, o IBGE, a Casa 
da Moeda, o Arquivo Nacional, entre outros. 
O professor Christian Lynch, do Instituto de 
Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do 
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), tem proposto que a 
cidade do Rio e a sua região metropolitana sejam 
federalizadas, formando uma segunda cidade federal 
no Brasil. De acordo com Lynch, a mudança da capital 
teria criado um ciclo de crises no Rio, que não poderia 
ser solucionado de outra forma, dada a marcada 
presença da União na cidade. A ideia se inspira 
em São Petersburgo, que depois de ser capital 
da Rússia por 200 anos, entrou em decadência com a 
mudança da capital para Moscou, até ser novamente 
federalizada em 1997. A proposta incluí também a 
possibilidade de transferência da sede de algumas 
funções do governo federal de volta ao Rio, como o 
Congresso Nacional ou Supremo Tribunal Federal. 
 
ESPAÇO RESERVADO PARA ANOTAÇÕES 
________________________________________ 
 
________________________________________ 
 
________________________________________ 
 
________________________________________________________________________________dos nomes dos meses do nosso 
calendário: 
Janeiro: dedicado ao deus romano Jano, deus dos 
princípios; 
Fevereiro: mês dedicado ao deus romano Fébruo, 
deus dos mortos; 
Março: dedicado ao deus romano da guerra marte; 
Abril: da palavra “abrir”, o despertar da vegetação; 
Maio: dedicado a deusa maia, mãe do deus 
mercúrio; 
Junho: dedicado a deusa das mulheres casadas 
Juno; 
Julho: dedicado ao imperador romano Júlio césar; 
Agosto: dedicado ao imperador romano Rômulo 
augusto; 
Setembro: 7º mês do ano romano; 
Outubro: 8º mês do ano romano; 
Novembro: 9º mês do ano romano; 
Dezembro: 10º mês do ano romano. 
 
Primeiros relógios da humanidade: 
- relógio de sol – 4 mil anos – egípcios 
- clepsidra – relógio de água – Grécia 
- ampulheta – França – ano 750 
 
As formas de se contar o tempo se modificam de 
acordo com os referenciais adotados. 
O tempo é uma questão fundamental para a nossa 
existência. 
Inicialmente, os primeiros homens a habitarem a 
terra determinaram a contagem desse item por meio 
da constante observação dos fenômenos naturais. 
Dessa forma, as primeiras referências de 
contagem do tempo estipulavam que o dia e a noite, 
as fases da lua, a posição de outros astros, a variação 
das marés ou o crescimento das colheitas pudessem 
metrificar “o quanto de tempo” se passou. 
Na verdade, os critérios para essa operação são 
diversos. 
ENSINO DE HISTÓRIA E DIREITOS HUMANOS: 
DIFERENÇAS SOCIOCULTURAIS QUE 
CARACTERIZAM OS ESPAÇOS SOCIAIS 
(ESCOLA, A LOCALIDADE, A CIDADE, O PAÍS 
E O MUNDO), RECONHECIMENTO, 
VALORIZAÇÃO E RESPEITO AOS DIREITOS 
HUMANOS E À DIVERSIDADE CULTURAL 
COMO FUNDAMENTOS DA VIDA SOCIAL; 
CIDADANIA E TOLERÂNCIA; ENSINO DE 
HISTÓRIA PARA AS SÉRIES INICIAIS DO 
ENSINO FUNDAMENTAL; A DISCIPLINA 
ESCOLAR E O SABER HISTÓRICO. 
 
O Ensino de História nas Séries Iniciais deve 
considerar a história de vida do aluno, uma vez que 
somos seres históricos. Contudo o Ensino de História 
nas Séries Iniciais, nas palavras de Cruz (2003, p. 2) é 
de suma importância já que para este autor: Estudar 
História e Geografia na Educação Infantil e no Ensino 
Fundamental resulta em uma grande contribuição 
social. O ensino da História e da Geografia pode dar 
ao aluno subsídios para que ele compreenda, de 
forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e 
nela interfira de maneira consciente e propositiva. 
Sendo assim, o ensino de História nas Séries 
Iniciais e Educação Infantil devem promover a reflexão 
e cabe ao professor fazer com que esta reflexão seja 
efetivada, ainda que de modo tímido. O estudo de 
História nas Series Iniciais deve partir da própria 
história de vida do aluno, avançando para o estudo da 
história local que deve ser apresentada como algo, 
vivo, vibrante, capaz de despertar paixão e colaborar 
para a compreensão do mundo. Ressalta-se a 
importância dos PCNs de História e Geografia para o 
Ensino Fundamental, estes elucidam que o papel do 
ensino de História está vinculado à produção da 
identidade e que: A opção de se introduzir o ensino de 
História desde os primeiros ciclos do ensino 
fundamental explicita uma necessidade presente na 
sociedade brasileira e acompanha o movimento 
existente em algumas propostas curriculares 
elaboradas pelos estados. (...) A demanda pela 
História deve ser entendida como uma questão da 
sociedade brasileira, ao conquistar a cidadania, 
assume seu direito de lugar e voz, e busca no 
conhecimento de sua História o espaço de construção 
de sua identidade. Neste sentido, o papel do professor 
é preparar-se para que esta construção da identidade 
seja estimulada, para que a História enquanto veículo 
de identidade e de memória jamais seja tido como 
decorativos e desestimulantes. 
A proposta de metodologia de Ensino de História 
que valoriza a problematização, a análise crítica da 
realidade, concebe alunos e professores como 
sujeitos que produzem história e conhecimento em 
sala de aula. Logo, são pessoas, sujeitos históricos, 
que cotidianamente atuam, transformam, lutam e 
resistem nos diversos espaços de vivências: em casa, 
no trabalho, na escola, ... Essa concepção de ensino e 
aprendizagem facilita a revisão do conceito de 
cidadania abstrata, pois ela nem é apenas herdada via 
nacionalidade, nem liga-se a um único caminho de 
transformação política. Ao contrário de restringir a 
condição de cidadão a de mero trabalhador e 
consumidor, a cidadania possui um caráter humano e 
construtivo, em condições concretas de existência. 
 HISTÓRIA 
 
 
5MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Assim, o ensino de História nas Séries Iniciais 
deve ter esse caráter transformador, despertando o 
aluno para a condição de sujeitos que fazem História 
ao longo do tempo e dos espaços. 
A construção de novas formas de intervenção no 
ato de fazer história precisa perceber a escola como 
uma instituição social plural, que se educa para a vida 
e para a cidadania. 
 
Diversidade 
Ao analisarmos etimologicamente a palavra 
diversidade, podemos constatar que, de acordo com o 
Minidicionário Aurélio (2004), diversidade significa: 
“Qualidade ou condição do que é diverso, diferença, 
dessemelhança. Divergência, contradição (entre 
ideias, etc). Multiplicidade de coisas diversas: 
existência de seres e entidades não idênticos, ou 
dessemelhantes, oposição.”. 
Quando falamos sobre diversidade em educação 
nos remetemos a ideia de dar oportunidades a todos 
os alunos de acesso e permanência na escola, com 
as mesmas igualdades de condições, respeitando as 
diferenças. 
Ao se abordar a questão das diferenças ou 
diversidades, não se remete somente às minorias ou 
às crianças com necessidades especiais. É muito 
mais amplo, pois todos nós seres humanos somos 
únicos, portanto diferentes uns dos outros. Tal fato 
trata-se de denominar como diversidade as diferentes 
condições étnicas e culturais, as desigualdades 
socioeconômicas, as relações discriminatórias e 
excludentes presentes em nossas escolas e que 
compõem os diversos grupos sociais. Pesquisas 
demonstram que cada vez mais tem aumentado a 
presença de alunos que historicamente tinham sido 
excluídos da escola. 
Esta realidade pode ser vista principalmente nas 
escolas públicas, por constituir um espaço de grande 
diversidade, bem quando descrever no seu Projeto 
Pedagógico o perfil dos alunos que compõem as suas 
salas de aula, o que demonstra claramente que a 
educação pública está voltada para a educação de 
todas as pessoas e não mais para uma minoria como 
relata a história da Educação, ao descrever que nos 
primórdios da educação da humanidade ela era 
totalmente elitista, sendo o seu acesso permitido 
apenas a uma pequena parcela da população. 
Atualmente, é grande o acesso da população a escola 
publica, no entanto o seu desafio é garantir a 
permanência e o sucesso escolar de todos os alunos, 
por meio de suas aprendizagens. Este avanço ocorreu 
devido a Declaração Mundial sobre Educação para 
todos (1990), no seu Artigo 3º, quando declarou que: 
é necessário universalizar o acesso à educação e 
promover a equidade, melhorando sua qualidade, bem 
como tomar medidas efetivas para reduzir as 
desigualdades. 
Na escola do século XXI, é possível perceber que 
a heterogeneidade está presente, ou seja, os alunos 
que lá estão são muito diferentes dos das décadas 
passadas, pois a escola atualmente é composta por 
grupos muito diferentes, tais como: sociais, 
econômicos, religiosos, culturais, de gênero, étnicos, 
com necessidades especiais, etc. Além desses 
grupos, ainda encontramos os que apresentam 
facilidade para aprender e outros que sofrem para 
assimilar os conceitos mais simples, alguns que 
apresentam facilidade para aprender; mas não se 
interessam, pois não querem nada com nada; outros 
com dificuldades e se mostrammuito interessados; 
outros com estilos de aprendizagem diferentes; e 
outros indisciplinados. 
Todo esse contexto mostra que os alunos que 
compõem nossas salas de aula não são iguais e que, 
portanto, não é possível desenvolver uma ação 
pedagógica única e homogênea. Considerando que a 
escola pública trabalha com a diversidade e que é 
necessário respeitar as diferenças existentes em sala 
de aula e em todo o ambiente escolar, não é possível 
que o professor continue desenvolvendo o ensino 
aplicável a todos os alunos. 
É preciso que se diversifique a prática pedagógica, 
buscando atender as características e as 
necessidades de cada aluno, criando contextos 
educacionais que permitam atender as 
especificidades de todos. 
É primordial que o professor se preocupe em 
desenvolver sua aula reconhecendo as diferenças 
existentes entre os alunos, senão estará 
desenvolvendo um ensino igual para todos, 
valorizando somente a transmissão de conteúdos, 
sendo um trabalho descontextualizado, que não 
desafia os alunos, que não os leva a produção de uma 
verdadeira aprendizagem, fazendo com que o ensino 
se efetive somente para alguns alunos, não atingindo 
o todo. 
 
 
DIVERSIDADES RELIGIOSAS 
O respeito à diversidade é um dos valores de 
cidadania mais importantes, sendo fundamental 
valorizar cada pessoa, independente de qual religião 
pertença, tendo consciência de que cada uma teve e 
tem sua contribuição ao longo da história. Assim, as 
diferentes expressões religiosas devem ser 
consideradas na escola, especialmente na escola 
pública. 
A escola precisa valorizar os fenômenos religiosos 
como patrimônio cultural e histórico, buscando discutir 
princípios, valores, diferenças, tendo em vista a 
compreensão do outro. Por isso é importantíssimo que 
o professor trabalhe com os alunos atitudes de 
tolerância e respeito às diferenças desenvolvendo um 
trabalho com a diversidade religiosa. 
A escola pública deve trabalhar no sentido de 
ampliar os limites quanto aos vários tipos de culturas 
religiosas, desmontando os preconceitos, fazendo 
com que todos sejam ouvidos e respeitados, pois 
intolerância religiosa é desrespeito aos direitos 
humanos. 
 
DIVERSIDADES DE GÊNERO 
Vivemos em uma sociedade pluralista, onde o 
respeito à individualidade e o direito de expressão 
devem ser considerados. 
A escola pública deve ser o espaço das liberdades 
democráticas. 
Ao se abordar a questão de gênero, logo vem a 
ideia de gênero ligada aos sexos masculino e 
feminino, enfatizando a questão da exclusão da 
mulher, sempre desprivilegiada na sociedade ao longo 
da história. 
 HISTÓRIA 
 
 
6MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Essa exclusão é marcada na sociedade em 
diversas situações, como mercado de trabalho, 
política etc, privilegiando o homem, e enxergando-o 
com capacidade de liderança, força física, virilidade, 
capaz de garantir o sustento da família e atender ao 
mercado de trabalho, etc, em contraposição a mulher 
vista como reprodutora, com a responsabilidade por 
cuidar dos filhos, da família, das atividades 
domésticas, etc. Muitas transformações vêm 
ocorrendo nas relações de sexo na sociedade, 
fazendo com que essa visão sobre a mulher seja 
desmistificada e dando oportunidades às mulheres 
para dividirem os mesmos espaços profissionais e 
pessoais com os homens, apesar de ainda haver uma 
grande desproporção e divisão de poderes que 
favorecem mais aos homens, discriminando, por sua 
vez, o sexo feminino. 
Mas quando se trata a questão de gênero na 
sociedade não podemos relacionar somente ao sexo 
feminino ou masculino, pois atualmente abrange 
também outras formas culturais de construção de 
sexualidade humana, vistos muitas vezes com 
desprezo e com atitudes discriminatórias na 
sociedade e, mesmo, na escola, como os 
homossexuais, um grupo que, assim como as 
mulheres, sofreram e continuam sofrendo 
discriminações ao longo dos séculos e, tem sofrido 
com os estigmas, estereótipos e preconceitos. É 
preciso desconstruir os preconceitos e estereótipos 
em termos de diferença sexual, possibilitando a 
inclusão de todas as pessoas, sejam elas do sexo 
feminino ou masculino e, considerando as múltiplas 
formas em que estes podem se desdobrar, pois a 
diferença na orientação sexual e nas formas como as 
diferenças de gênero se estabelecem, não justificam a 
exclusão. É preciso enxergar o mundo presente nas 
relações humanas e aceitar que a diversidade 
baseada na igualdade e na diferença é possível. 
A escola precisa levar a reflexão sobre as 
diferenças e preconceitos de gênero, buscando 
sensibilizar a todos os envolvidos na educação para 
as situações que produzem preconceitos e resultam 
em desigualdades, muito presentes no cotidiano 
escolar, onde muitas vezes preponderam falas ou 
situações diversas de distinção de sexo entre os 
alunos. É preciso ter consciência que o enaltecimento 
da diferença de gênero traz aspectos negativos, 
desconsiderando muitas vezes o direito, a habilidade 
e a capacidade de cada pessoa. 
 
DIVERSIDADES DO CAMPO 
A escola atende em seu cotidiano, muitos alunos 
advindos de diversos grupos, entre eles, possui os 
alunos do campo com sua cultura e seus valores que 
precisam ser reconhecidos e valorizados, pois são 
muitas as influências e contribuições trazidas por eles, 
principalmente em relação ao trabalho, a história, o 
jeito de ser, os conhecimentos e experiências, etc. 
A LDB 9394/96 (1996), reconhece a diversidade 
do campo e as suas especificidades, estabelecendo 
as normas para a educação do campo em seu artigo 
28. A escola precisa refletir sobre a educação para as 
pessoas do campo, que muitas vezes são obrigados a 
aceitar e desenvolver seu processo educativo dentro 
de um currículo totalmente urbano, que desconhece a 
realidade e as necessidades do campo. 
As pessoas que vivem no campo têm sua cultura, 
seus saberes de experiência, seu cotidiano, que 
acabam sendo esquecidos, fazendo com que percam 
sua identidade, supervalorizando somente o espaço 
urbano, quando eles têm muitos conhecimentos a 
serem considerados e aproveitados pela escola. Na 
maioria das vezes esses alunos advindos do campo 
precisam deixar seu habitat para irem estudar nas 
cidades. 
Os alunos advindos do campo precisam se sentir 
parte do processo e terem o seu valor reconhecido 
pela sociedade, a começar pela escola, que trabalha 
no sentido de desenvolver a humanização e a 
emancipação dos cidadãos. 
 
ALUNOS COM NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS 
Aos alunos com necessidades educacionais 
especiais devem ser garantidos os mesmos direitos e 
as mesmas oportunidades dos alunos ditos “normais”, 
pois a escola é o espaço de formação para todos. 
Segundo Carvalho (2000, p. 106) “Enquanto espaço 
de formação, diz respeito ao desenvolvimento, nos 
educandos, de sua capacidade crítica e reflexiva, do 
sentimento de solidariedade e de respeito às 
diferenças, dentre outros valores democráticos.” 
O movimento pela inclusão oportuniza o direito de 
todos os alunos de estarem juntos aprendendo, tendo 
suas especificidades atendidas. Assim, a Lei abre 
espaço também aos alunos com necessidades 
educacionais especiais a serem atendidos em escolas 
especiais ou escolas regulares, de acordo com suas 
especificidades. 
A escola, enquanto instituição aberta a todos, 
precisa superar o sentimento de rejeição que os 
alunos com necessidades especiais enfrentam e, lutar 
para que tenham as mesmas oportunidades que são 
oferecidas aos outros alunos assegurando-lhes o 
desenvolvimento da aprendizagem. 
 
DIVERSIDADE ETNICO-RACIAL E CULTURA 
AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA 
A escola é responsável por trabalhar no sentido de 
promover a inclusão e a cidadania de todos os alunos, 
visando a eliminar todo tipo de injustiça e 
discriminação, enxergando osseres humanos dotados 
de capacidades e valorizando-os como pessoas, 
principalmente dos afrodescendentes, marcados por 
um histórico triste na educação e na sociedade 
brasileira de discriminação, racismo e preconceito. 
A escola tem o importante papel de transformação 
da humanidade e precisa desenvolver seu trabalho de 
forma democrática, comprometendo-se com o ser 
humano em sua totalidade e respeitando-o em suas 
diferenças. De acordo com Ribeiro (2004, p. 7) “[...] a 
educação é essencial no processo de formação de 
qualquer sociedade e abre caminhos para a 
ampliação da cidadania de um povo.” 
Os afrodescendentes devem ser reconhecidos em 
nossa sociedade com as mesmas igualdades de 
oportunidades que são concedidas a outras etnias e 
grupos sociais, buscando eliminar todas as formas de 
desigualdades raciais e resgatar a contribuição dos 
negros na formação da sociedade brasileira e, assim, 
valorizar a história e cultura dos afro-brasileiros e 
africanos. 
 HISTÓRIA 
 
 
7MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
DIVERSIDADE SÓCIO-ECONÔMICA E 
CULTURAL 
A escola pública possui em sua grande maioria 
alunos provenientes de uma classe socioeconômica 
cultural desfavorecida, de famílias que possuem 
uma condição de vida desfavorável e que, na 
maioria, possuem dificuldades de aprendizagem. 
São alunos filhos da classe trabalhadora, cujo 
pais permanecem a maior parte do dia fora de casa 
trabalhando como empregados em indústrias, lojas, 
casas de família, em trabalhos sazonais como 
boias-frias na zona rural, cortadores de cana, 
pedreiros, garis, empregadas domésticas, etc. 
Muitos pais encontram-se até desempregados, 
realizando um “bico” aqui ou ali. Esses compõem a 
maioria dos alunos que a escola pública atende e 
que precisa dar conta, oportunizando condições de 
aprendizagem, num processo de qualidade. 
Eles são alunos que estão à margem da 
sociedade, e que muitas vezes passam por 
diversas circunstâncias perversas, como a fome, 
situações de violência, problemas com alcoolismo e 
drogas, situações de abandono, entre outros. 
Esses são os verdadeiros excluídos da 
sociedade que estão na escola clamando por ajuda. 
E as condições socioeconômicas e culturais é 
um dos fatores que podem interferir, e muito, no 
desempenho escolar dos alunos. 
O desafio da escola é este: possibilitar a essa 
grande maioria o acesso à escola, mas garantindo-
lhes permanecer e ter sucesso no processo de 
ensino e aprendizagem, pois o acesso ao 
conhecimento historicamente elaborado é que 
poderá dar a esses alunos, muitas vezes excluídos 
do sistema e da sociedade, condições para 
transformar suas vidas e possibilitar uma maior 
inserção na comunidade, podendo atuar como 
cidadãos, capazes de transformá-la. 
 
Disciplina escolar 
A disciplina é um conjunto de regras que servem 
para o bom andamento da aprendizagem escolar, é 
uma questão de qualidade nos relacionamentos 
humanos, principalmente entre professor e aluno. 
Todo professor sabe que uma das suas tarefas 
mais difíceis é manter a disciplina em sala de aula, 
pois nem todos os alunos podem estar interessados 
no conteúdo, perturbando os demais que querem 
aprender. 
Ela deve ser construída numa parceria entre 
professor e aluno, que devem respeitar-se 
mutuamente. 
Além disso, é um dos fatores primordiais para 
que essa relação ocorra dentro de limites 
estabelecidos, com o objetivo de manter o foco do 
discente durante o processo de aprendizagem, seja 
dentro da escola ou em casa, para que ele tenha 
sucesso nos estudos. 
O professor possui autoridade, e não deve usá-
la de forma abusiva, mas, por meio dela, apresentar 
suas ideias, conhecimentos e experiências, sem 
desrespeitar o conhecimento do aluno, 
encorajando-o à participação e o encarando como 
sujeito consciente e responsável pelo seu próprio 
processo de aprendizagem. 
O educador deve procurar organizar o ensino a 
partir de desafios que solicitam a ação dos alunos e 
as trocas interindividuais com vistas à reflexão, à 
discussão e à busca das soluções conjuntas. 
Promove, portanto, o fortalecimento da vivência 
de relações democráticas asseguradas pela 
participação responsável e comprometidas do 
grupo e pelo desenvolvimento do respeito mútuo 
entre os alunos e entre o educador e o grupo 
que coordena, como podemos constatar no diálogo 
de Freire e Shor, “o educador deve estabelecer 
uma relação dialógica com seu aluno e abrir 
espaços livres para que participe, pois é impossível 
ensinar participação sem participação”. 
É necessário, então, compreender que disciplina 
não é o mesmo que rigidez forçada, já que, dessa 
forma, existe a possibilidade de não haver o 
sucesso no final. 
É importante ensinar ao aluno que tudo que for 
apresentado em sala de aula deve ser revisado em 
casa, para haver uma fixação maior do conteúdo, 
sempre destacando dúvidas para que possam ser 
esclarecidas posteriormente. 
Quando um aluno possui uma boa disciplina, 
dentro e fora da escola, sabendo organizar seu 
tempo para estudar e responder as tarefas 
acontece naturalmente uma melhoria do 
desempenho escolar. 
Por ser tão positiva, a disciplina não se restringe 
somente aos estudos, estando presente por toda a 
caminhada do indivíduo. 
 
A disciplina escolar e o saber histórico 
O estudo do passado das diferentes sociedades 
humanas permite o resgate e a compreensão das 
realizações humanas, de suas causas e 
consequências, fornecendo-nos parâmetros para o 
entendimento do nosso presente e permitindo 
deduções sobre como será o futuro. 
História é a ciência que estuda o passado, as 
mudanças nas sociedades ao longo do tempo, a 
sequência de acontecimentos, de fatos reais, 
estágios que marcaram a evolução da humanidade, 
de uma personagem, de um aspecto da atividade 
humana em um certo lugar e em um certo período. 
O estudo da História é vinculado, então, a uma 
pedagogia do exemplo, a partir da qual se pode 
entender não somente os significados do passado, 
mas como agir no futuro (KOSELLECK, 1985, p. 
21-38). 
A História é entendida, por meio dessa 
perspectiva, como uma ciência do passado, a partir 
da qual se aprende a viver o presente e, 
principalmente, a transformá-lo. 
A disciplina assim pensada, em que pese à 
recusa de uma perspectiva tida como superada, na 
qual os grandes homens perfilam-se soberanos, em 
favor de outra, em que a História é percebida como 
construção de todos, não se distancia de um aporte 
no qual a narrativa dos fatos do passado 
permanece como estratégia de ensino. 
Pois, essa serve ao propósito último de ensinar 
a intervir no presente por meio de uma crítica moral 
das ações. 
 HISTÓRIA 
 
 
8MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
FORMAÇÃO HISTÓRICA BRASILEIRA: O 
ESTUDO E A ANÁLISE DE SITUAÇÕES 
HISTÓRICAS - O PERÍODO DA COLONIZAÇÃO, 
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA, PERÍODO 
MONÁRQUICO, A REPÚBLICA, 
DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DA 
DEMOCRACIA, INSERÇÃO NO MUNDO 
GLOBALIZADO - RECONHECIMENTO E 
VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE, 
RESPONSÁVEIS PELA CONSTRUÇÃO DAS 
IDENTIDADES INDIVIDUAL E COLETIVA; 
PERSPECTIVAS DA CONSTRUÇÃO DO BRASIL 
ENTRE A CIDADANIA E O AUTORITARISMO. 
 
PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) 
Os portugueses trataram a nova terra descoberta 
com descaso em virtude principalmente de três 
motivos: Ausência de um mercado consumidor, em 
virtude do estágio de subsistência dos autóctones; da 
não descoberta inicial do ouro e da maior lucratividade 
das especiarias da Índia em relação ao pau-brasil. 
O contato era esporádico e com finalidades bem 
definidas: 1501 - Expediçãode reconhecimento 
chefiada por Gaspar Lemos, e provavelmente 
contando com a participação de Américo Vespúcio; 
1503 - Expedição de Exploração chefiada por Gonçalo 
Coelho: 1516 e 1526 - Expedições de defesa chefiada 
por Cristóvão Jacques, contra as investidas francesas 
desde 1504 com a finalidade de contrabando de pau-
brasil, para atender o mercantilismo Colbertista de 
artigos de luxo. 
Neste período o trabalho indígena era assalariado 
pois através de escambo (troca natural), se pagava 
com bugigangas ou quinquilharias (espelhos, panelas, 
pentes e artefatos em geral). 
 
PERÍODO COLONIAL (1530-1815) 
D. João III, o colonizador, enviou uma expedição 
colonizadora liderada por Martim Afonso de Sousa 
com a finalidade de ocupar, reconhecer, explorar e 
defender o litoral brasileiro. 
São Vicente foi a primeira região escolhida para 
fundar a primeira vila populacional e o primeiro 
engenho (Engenho do Governador, futuro São Jorge 
dos Erasmos). 
A cana originária da Índia foi levada para as ilhas 
atlânticas pelo infante D. Henrique, e no momento da 
chegada deste produto ao Brasil, a burguesia lusitana 
já tinha sido superada pela aristocracia burocrática do 
Estado, e sem mobilidade comercial, precisou do 
auxílio da burguesia batava que passou a financiar, 
transportar e distribuir o açúcar no mercado 
consumidor europeu, com destaque para Johann Van 
Henilts (João Vanite). 
 
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS 
Este sistema privatizante foi transportado das ilhas 
atlânticas para o Brasil, em virtude da crise econômica 
lusitana gerada pela incompetência e corrupção da 
máquina burocrática do Estado e da queda do preço 
das especiarias, além da incerteza do retorno lucrativo 
do açúcar no Brasil. 
Este sistema surge inserido no contexto do 
capitalismo, pois visa o processo lucrativo de 
enriquecimento da metrópole, onde 15 donatarias são 
distribuídas para 12 donatários, através de dois 
documentos jurídicos: Carta de doação e Foral. 
A carta de doação são os direitos dos donatários, 
entre eles: a transmissão hereditária; a doação de 
sesmarias (Latifúndios entre 6 e 24 léguas com 
obrigação de produzir no máximo em cinco anos), 
formados por 4 unidades: Casa-grande, senzala, 
engenho (Real - movido à água ou trapiche-tração 
animal) e engenhoca (Responsável pela produção de 
aguardente) e capela; A formação de câmara 
municipal formada pelos “homens bons”, etc. 
O foral apresentava entre os deveres: o 
pagamento de 20% da produção e a obrigatoriedade 
de respeitar as leis portuguesas (Em vigor as 
ordenações Manuelinas). 
 
FIM DO SISTEMA 
DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS: 
Desde a montagem deste sistema a coroa 
portuguesa preparava sua derrocada entendendo ser 
mais lucrativo a intervenção direta do Estado Lusitano, 
e aguardava apenas a confirmação da compatibilidade 
da terra com o produto. 
A falta de cumprimento das obrigações da maioria 
dos donatários serviu de justificativa para a ocupação 
direta da coroa. 
Outros fatores da derrota desta montagem foram: 
resistência dos índios; falta de unidade entre as 
capitanias; distância do centro produtor para o 
consumidor etc. 
O fim do sistema de capitanias hereditárias não 
representou o fim das capitanias, estas foram 
absorvidas pela centralização do Estado, com 
exceção das capitanias de São Vicente de Martim 
Afonso de Sousa e de Pernambuco de Duarte Coelho. 
 
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA 
O cultivo da cana-de-açúcar é introduzido no Brasil 
por Martim Afonso de Souza, na capitania de São 
Vicente. Seu apogeu ocorre entre 1570 e 1650, 
principalmente em Pernambuco. Fatores favoráveis 
explicam o sucesso do empreendimento: experiência 
anterior dos portugueses nos engenhos das ilhas do 
Atlântico, solo apropriado, principalmente no 
Nordeste, abundância de mão-de-obra escrava e 
expansão do mercado consumidor na Europa. A 
agroindústria açucareira exige grandes fazendas e 
engenhos e enormes investimentos em equipamentos 
e escravos. 
 
ENTRADAS E BANDEIRAS 
Expedições de desbravamento no interior do Brasil 
na época da colônia. Organizadas com maior 
freqüência no século XVII, seus principais objetivos 
são o reconhecimento territorial, a captação de mão-
de-obra indígena, a submissão ou eliminação de tribos 
hostis e a procura de metais preciosos. 
 As entradas têm seu centro principal de irradiação 
no litoral nordestino, saindo da Bahia e de 
Pernambuco para o interior em missão geralmente 
oficial de mapeamento do território. 
São essas expedições que devassam a Amazônia 
e ali dão início ao extrativismo das “drogas do sertão” 
(ervas, resinas, condimentos e madeiras nobres). 
Entram pelo rio São Francisco, abrindo caminho para 
o gado, chegam às serras mineiras e descobrem ouro 
e diamante. 
 HISTÓRIA 
 
 
9MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Os sertanistas também são usados no combate a 
escravos negros aquilombados e índios que se opõem 
à colonização branca. É o caso da bandeira de 
Domingos Jorge Velho, contratada no final do século 
XVII para destruir o Quilombo dos Palmares e depois 
liquidar a resistência dos cariris no Nordeste, na 
chamada “guerra dos bárbaros”, que se estende de 
1685 a 1713. 
 
A IDADE DO OURO N0 BRASIL 
Na passagem do século XVII para o XVIII, são 
descobertas ricas jazidas de ouro no centro-sul do 
Brasil. A Coroa portuguesa volta toda sua atenção 
para as terras brasileiras. A região das minas espalha-
se pelos territórios dos atuais Estados de Minas 
Gerais, Goiás e Mato Grosso e torna-se polo de 
atração de migrantes: portugueses em busca de 
fortuna, aventureiros de todas as regiões do Brasil e 
escravos trazidos do Nordeste. Criam-se novas vilas: 
Sabará, Mariana, Vila Rica de Ouro Preto, Caeté, São 
João Del’Rey, Arraial do Tejuco (atual Diamantina) e 
Cuiabá. 
O quinto – A Coroa portuguesa autoriza a livre 
exportação de ouro mediante o pagamento de um 
quinto do total explorado. Para administrar e fiscalizar 
a atividade mineradora, cria a Intendência das Minas, 
vinculada diretamente à metrópole. Toda descoberta 
deve ser comunicada. Para garantir o pagamento do 
quinto, são criadas a partir de 1720 as casas de 
fundição, que transformam o minério em barras 
timbradas e quintadas. Em 1765 é instituída a 
derrama: o confisco dos bens dos moradores para 
cobrir o valor estipulado para o quinto quando há 
déficit de produção. 
 
MOVIMENTOS DA INDEPENDÊNCIA: 
A principal articulação ficou com a maçonaria; a 
divulgação ficou a cargo da imprensa, com destaque 
para o jornal “O revérbero constitucional” do liberal 
radical Gonçalves Ledo e a participação do próprio 
príncipe-regente. Esta combinação serviu aos 
interesses da classe dominante rural de garantir a 
velha ordem de funcionamento escravista, latifundiária 
e monocultura, impedindo a fragmentação do território 
brasileiro. 
Os principais movimentos foram: 
- 9 de janeiro de 1822 - Dia do fico. 
- Maio de 1822 - cumpra-se. 
- Junho de 1822 - D. Pedro recebe o título de 
defensor perpétuo do Brasil pela Maçonaria. 
- Agosto de 1822 - Início da convocação do 
anteprojeto constitucional. 
- 7 de setembro de 1822 - Independência do 
Brasil. 
 
PRIMEIRO REINADO - DE DOM PEDRO I 
AOS GOVERNOS REGENCIAIS 
Reconhecimento interno da independência 
Depois da proclamação da Independência, 
diversas províncias permaneceram fiéis a Portugal, 
não aceitando a Independência do Brasil.. No Piauí - 
As tropas de Fidié, fiéis de Portugal, dominaram São 
João da Parnaíba, mas em outras localidades não 
aderiram à sua autoridade. 
Na Bahia - Antes da Independência já haviam 
ocorrido choques entre portugueses e brasileiros. 
Sóror Joana Angélica foi uma das vítimas da luta. 
Labatut conseguiu vitórias, sendo mais importante a 
da Batalha da Pirajá. No Maranhão - A junta de 
governo, favorável a Portugal, rendeu-sea Cochrane, 
que chegara à província com um só navio. 
 
Reconhecimento externo da Independência 
O reconhecimento externo da Independência era 
importante, pois, sem ele, o Brasil viveria isolado das 
demais nações da época.. Os Estados Unidos foram o 
primeiro país a reconhecer a nossa Independência 
(1824). 
Portugal demorava a reconhecer a Independência, 
e as demais nações esperavam pela definição da 
antiga Metrópole brasileira. Dom João VI exigiu uma 
indenização de dois milhões de libras esterlinas e o 
direito de utilizar o título de imperador do Brasil. 
 
A Assembleia Constituinte 
Reuniu-se em 3 de maio de 1823 para elaborar a 
primeira Constituição do Brasil. A tarefa da 
Assembleia foi difícil, pois os deputados se 
indispuseram com Dom Pedro I. 
Depois da “Noite da Agonia” (11 para 12 de 
novembro de 1823), Dom Pedro I dissolveu a 
Assembleia. 
 
A Constituição de 1824 
Dom Pedro I nomeou uma comissão que elaborou 
a Carta Magna do Império, com base no projeto de 
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. A nova 
Constituição foi imposta pelo imperador. 
O texto constitucional regulou a vida do Império, 
oficializando a monarquia, o catolicismo, os direitos 
dos cidadãos, a divisão dos poderes, as eleições e a 
organização militar. Os poderes eram quatro: 
Executivo, Legislativo, Moderador e Judiciário. O 
poder Moderador visava à manutenção da 
independência e ao equilíbrio dos demais poderes 
políticos. 
 
A Confederação do Equador 
Teve início em Pernambuco, atingindo também a 
Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará. Foi 
motivada pelo descontentamento popular em relação 
a Dom Pedro I. John Taylor foi para Pernambuco 
comandando uma esquadra, sendo nomeado outro 
presidente para a província. 
Não conseguindo resultado, Dom Pedro I enviou 
Cochrane com a esquadra e tropas que derrotaram os 
revoltosos. 
O movimento foi sufocado, sendo violenta a 
repressão contra seus membros. Entre eles, foi 
fuzilado, por não haver quem o quisesse enforcar, Frei 
Caneca. 
 
ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I 
Fatores: dissolução da Constituinte, repressão da 
Confederação do Equador, questão do trono 
português, exigências do Barão de Roussinn, perda 
da Cisplatina, gênio de Dom Pedro, pobreza do 
tesouro, fatos relacionados à vida particular do 
imperador. 
A imprensa teve papel de destaque na abdicação, 
principalmente quando o Rei Carlos X da França foi 
deposto. 
 HISTÓRIA 
 
 
10MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Quando D. Pedro retornou ao Rio, aconteceram as 
“Noites das Garrafadas”, entre brasileiros e portugueses. 
Em 5 de abril, D. Pedro trocou o ministério composto de 
brasileiros pelo “Gabinete dos Marqueses”. Não 
querendo fazer nova substituição exigida pelo povo, D. 
Pedro resolveu abdicar. José Bonifácio foi escolhido 
como tutor dos filhos do imperador. D. Pedro I embarcou 
para a Europa após a abdicação. 
 
O PERÍODO REGENCIAL (1831 - 1840) 
Antecedentes 
Na época da abdicação de D. Pedro I, seu filho 
herdeiro D. Pedro tinha apenas cinco anos de idade. 
O período das regências não foi tranquilo, havendo 
revoltas que se estenderam até o Segundo Reinado. 
 
As regências trinas 
Regência Trina Provisória 
A abdicação de D. Pedro I surpreendeu aqueles 
que a provocaram, que pretendiam apenas a 
restauração do ministério demitido a 5 de abril de 
1831. Foi eleita provisoriamente uma regência, cujos 
membros eram Francisco de Lima e Silva, José 
Joaquim Carneiro de Campos e Nicolau de Campos 
Vergueiro. 
 
Regência Trina Permanente 
Governou mais de quatro anos. Membros: 
Francisco de Lima e Silva, João Bráulio Muniz e José 
da Costa Carvalho. Correntes partidárias da época: 
liberais moderados, liberais exaltados e restauradores 
(esta desapareceu com a morte de D. Pedro II). 
 
A reforma constitucional de 1834 
 O Ato Adicional de 1834 criou o município neutro, 
transformou os conselhos gerais das províncias em 
Assembleia s Legislativas Provinciais, transformou a 
regência em una e suprimiu o Conselho de Estado. 
Feitas as eleições, foi escolhido o Padre Feijó como 
regente único. 
 
As regências unas 
Regência de Diogo Antônio Feijó (1835 - 1837) 
O governo de Feijó foi prejudicado pela oposição 
parlamentar. Teve início , em 1835, a revolta da 
Cabanagem, no Pará. Dela participaram pessoas 
humildes que moravam em cabanas.. A Revolução 
Farroupilha irrompeu em 1835, e teve como fatores as 
exigências de maior autonomia para a província por 
parte dos liberais exaltados e o descontentamento 
pelos pesados impostos cobrados pelo governo sobre 
os produtos da pecuária gaúcha. 
 
Regência de Pedro de Araújo Lima. 
Foi formado o “Ministério das Capacidades”, foi 
criado o Colégio de Dom Pedro II; foi fundado o 
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Continuou 
no sul a Guerra dos Farrapos: Davi Canabarro, um 
dos chefes da revolta, ajudado por José Garibaldi, 
fundou a República Juliana, em Santa Catarina. A 
Sabinada, chefiada pelo médico Francisco Sabino 
Álvares da Rocha Vieira, visava à separação do 
Império até a maioridade de D. Pedro II. 
A Balaiada foi um movimento contra o Partido 
Conservador e se espalhou por todo o Maranhão. A 
regência de Araújo Lima terminou por causa da 
antecipação da maioridade de D. Pedro II. 
 
A questão da maioridade e o início do Governo 
de D. Pedro II 
A maioridade foi conseguida pelos liberais que 
pretendiam subir ao poder. Bernardo Pereira de 
Vasconcelos adiou as reuniões do Parlamento. A 
medida não evitou que a Assembleia aprovasse a 
maioridade, assumindo D. Pedro imediatamente o 
poder - 23 de julho de 1840. 
 
O SEGUNDO REINADO 
A dissolução da Câmara 
Com a antecipação da maioridade, os liberais 
subiram ao poder. Em março de 1841, novamente os 
conservadores assumem o governo. Os liberais 
contavam com a maioria na Assembleia que ia ser 
instalada em 1842, mas o governo a dissolveu em 1º 
de maio. 
 
As revoluções liberais 
Em São Paulo, a revolta liberal contou com a 
participação de Rafael Tobias de Aguiar e do Padre 
Feijó. O movimento foi dominado pelas tropas de 
Caxias. Em Minas Gerais, a revolução foi chefiada por 
Teófilo Otoni. Na Batalha de Santa Luzia, os 
revoltosos foram derrotados. 
 
O fim da Guerra dos Farrapos 
A Guerra durava desde a regência Feijó, 
fracassando inúmeras tentativas de pacificação por 
meio das tropas enviadas pelo governo.. Caxias 
assumiu o comando das tropas imperiais, e conseguiu 
inúmeras vitórias (Poncho Verde, Pitatini). Em 1845, 
os revoltosos renderam-se. 
 
A Praieira 
Foi a última revolta interna contra o governo 
imperial. Fatores da revolução: insatisfação dos 
liberais com o governo dos conservadores; 
repercussão das ideias das revoluções liberais que 
ocorreram na Europa em 1848; revolta contra o 
sistema latifundiário; ideias antiportuguesas. O Diário 
do Povo, editado na Rua da Praia, no Recife, teve 
importante participação na revolta. 
 
Guerra contra Oribe, Rosas e Aguirre 
Fatores principais: interesses brasileiros com 
respeito à navegação no Prata; atitudes inamistosas 
dos blancos, que invadiam e saqueavam propriedades 
no Rio Grande do Sul; intromissão da Argentina na 
política uruguaia. O Brasil aliou-se ao governo 
uruguaio e a Justo Urquiza, governo das províncias de 
Entre Rios e Corrientes. Grenfel e Caxias obrigaram 
Oribe à rendição. Na luta contra Rosas, a esquadra 
brasileira venceu a Batalha do Passo de Tonelero; as 
tropas venceram a Batalha de Monte Caseros. 
As reclamações brasileiras e as negociações 
diplomáticas entre o Brasil e o Uruguai não obtiveram 
êxito. O Brasil deu um ultimato ao governo uruguaio, 
exigindo reparação dos danos. O ultimato também 
não foi considerado. Teve início a guerra. Venâncio 
Flores, inimigo de Aguirre, juntou suas forças às 
tropas imperiais nas batalhas de Saltoe Paissandu; 
os brasileiros venceram. Tamandaré cercou 
Montevidéu por mar, terminando a guerra. 
 HISTÓRIA 
 
 
11MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Guerra do Paraguai 
O Paraguai se opôs à intervenção brasileira contra 
o governo de Aguirre, declarando por isso, guerra do 
Brasil. O Paraguai tinha grande poderio militar, 
desenvolvido com objetivos defensivos. 
A iniciativa da guerra foi tomada pelo Paraguai, 
que aprisionou o navio brasileiro Marquês de Olinda e 
invadiu o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e 
Corrientes (Argentina). 
A reação contra Lopes tomou impulso com a 
formação da Tríplice Aliança pelo Brasil, Argentina e 
Uruguai. As forças aliadas, comandadas pelo General 
Mitre, venceram as batalhas de Riachuelo e Tuiuti; as 
tropas de Estigarríbia renderam-se em Uruguaiana. 
Caxias conseguiu vencer as batalhas de Tuiuti, 
Humaitá e combates da Dezembrada: Itororó, Avaí, 
Lomas Valentinas e Angostura. Em 5 de janeiro de 
1869, Caxias entrou em Assunção. 
A fase final da Guerra do Paraguai foi comandada 
pelo Conde D’Eu que conseguiu vencer os paraguaios 
nas batalhas de Peribebuí e Campo Grande. Em 1º de 
março de 1870, Lopes morreu, depois de cercado 
pelas tropas do General Câmara, terminando a 
guerra. O exército paraguaio foi destruído; o país, 
arrasado. 
No Brasil, as ideias republicanas e abolicionistas 
tiveram desenvolvimento; o Império tornou-se a 
primeira potência da América do Sul. 
 
Evolução política: O parlamentarismo 
Durante o Primeiro Reinado, não havia partidos 
políticos organizados. Estes começaram a se 
organizar no período regencial. Os partidos Liberal e 
Conservador alternaram-se no poder quase todo o 
Segundo Reinado. 
Não havia diferenças profundas entre os 
programas dos dois partidos, pois ambos 
representavam o interesse da aristocracia rural 
escravista. O parlamentarismo evolui gradualmente a 
partir da criação do cargo de presidente do Conselho 
de Ministros em 1847. O Brasil adotou o modelo 
político inglês, mas com modificações. 
 
Economia e Finanças 
A agricultura: o café. A principal atividade do 
Império foi à cafeicultura. 
Indústria e finanças: O sistema colonial não 
permitia qualquer desenvolvimento industrial; mesmo 
com as medidas liberalizantes tomadas por D. João, 
os produtos brasileiros não poderiam concorrer com 
os ingleses, de boa qualidade e preços baixos. 
Com a abolição do tráfico, os capitais nele 
empregados foram aplicados no setor industrial. De 
1850 a 1860, houve inflação e crises financeiras, que 
se estenderam até 1864. Para enfrentar a Guerra do 
Paraguai, o governo teve de apelar para empréstimos 
no exterior e emissões de moeda. 
Mauá foi o pioneiro da nossa indústria; 
desempenhou importante papel também no 
desenvolvimento dos transportes e das 
comunicações. 
 
Transportes e comunicações 
No período colonial, os transportes entre núcleos 
urbanos apresentavam muitas dificuldades. A primeira 
ferrovia, do litoral à raiz da Serra de Petrópolis, foi 
seguida de outras: na Bahia, Pernambuco, São Paulo 
e Paraná. 
 
Rodovias: a União e Indústria, do Rio de Janeiro a 
Juiz de Fora, foi a primeira rodovia pavimentada. 
Outra importante foi a Estrada da Graciosa, em Santa 
Catarina. 
 
Navegação Fluvial: foi importante o papel de 
Mauá no setor, com a criação da Companhia de 
Navegação e Comércio do Amazonas. Navios a vapor 
ligavam portos litorâneos e as bacias Amazônica, 
Platina e do São Francisco. 
 
Transportes urbanos: Mauá introduziu os 
primeiros bondes movidos a tração animal no Rio de 
Janeiro. 
Correios e Telégrafos: os correios, existentes 
desde os tempos de Dom João, tiveram seus serviços 
ampliados no Segundo Reinado. Foi lançado, por 
iniciativa de Mauá, o primeiro cabo telegráfico 
submarino entre o Brasil e a Europa. 
 
A escravidão: da cessação do tráfico à 
abolição gradual 
O trabalho escravo sustentou a economia colonial. 
No governo Feijó, foi promulgada uma lei tornando 
ilegal o tráfico. Depois da extinção do tráfico, várias 
leis abolicionistas foram promulgadas: Lei Rio Branco, 
ou Lei do Ventre Livre: os filhos de escravas nascidos 
em 1871 em diante foram declarados livres. Lei 
Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários: declarava 
livres os escravos que completassem sessenta e 
cinco anos. Lei Áurea: de 13 de maio de 1888 - 
extinguiu a escravidão no Brasil. 
 
Imigração, colonização e trabalho assalariado 
Com o fim do tráfico negreiro, surgiram crises no 
setor de mão-de-obra nas áreas tradicionais, como o 
Vale do Paraíba; porém, alguns fazendeiros, mesmo 
antes da abolição da escravatura, já estavam se 
utilizando de trabalhadores imigrantes livres em suas 
propriedades, particularmente na zona oeste da 
Província de São Paulo. 
 
As Questões Militares 
O exército brasileiro sempre apoiou a política do 
Império, mas depois da Guerra do Paraguai retirou 
seu apoio ao trono. Os fatores que motivaram essa 
mudança foram: lentidão nas promoções na carreira 
militar, atrasos de pagamento, desamparo das 
famílias de militares mortos, propagação de ideias 
republicanas e abolicionistas, restrições quanto à 
manifestação de militares pela imprensa. 
 
Os conflitos entre a Igreja e o Governo 
A Igreja Católica era unida ao governo, e seus 
membros equiparados a funcionários públicos durante 
o Império. 
As leis da Igreja seriam obedecidas no Brasil 
depois se reconhecidas pelo governo imperial, o que 
causou as crises religiosas durante o Segundo 
Reinado. Seguindo a orientação de Roma, os bispos 
Dom Vital (de Olinda) e Dom Macedo Costa (do Pará) 
exigiram que as irmandades religiosas expulsassem 
os maçons de seus quadros. 
 HISTÓRIA 
 
 
12MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
BRASIL REPÚBLICA. 
A CRISE DO SISTEMA 
MONÁRQUICO IMPERIAL E A SOLUÇÃO 
REPUBLICANA; A CONSTITUIÇÃO DE 1891 
A crise do Império que levou à Proclamação da 
República está ligada às transformações sociais, 
econômicas e políticas que se processaram na 
segunda metade do século XIX. Essas 
transformações foram citadas anteriormente, como 
por exemplo a abolição total da escravatura, os 
conflitos entre a Igreja e o Governo, o trabalho 
assalariado entre outros. 
 
A PROPAGANDA REPUBLICANA 
As ideias republicanas foram rapidamente 
divulgadas e, em várias Províncias, após 1870, 
surgiram diversos partidos republicanos. O mais 
importante destes e que terá papel de fundamental 
importância na proclamação foi o Partido Republicano 
Paulista (PRP), cujas origens estão ligadas à 
Convenção de Itu (SP) em 1873. 
Entre 1870/1889, fase de declínio do Império, 
surgem as crises que irão abalar o regime 
monárquico. 
A propaganda republicana entre os militares foi 
imensa, destacando-se Benjamin Constant, professor 
da Escola Militar, que divulgava as ideias de uma 
República Positivista. 
Os principais nomes da propaganda republicana 
foram: Benjamin Constant (principal), Lopes Trovão, 
Quintino Bocaiúva, Silva Jardim, Saldanha Marinho, 
etc. 
O último gabinete da monarquia -Afonso Celso de 
Assis Figueiredo (Visconde de Ouro Preto)- foi quem 
chefiou o último gabinete do II Império. Tendo 
assumido em 1889, tentou realizar reformas 
econômicas e financeiras para conter a onda 
“republicana”. 
Fatos antecedentes ao 15 de novembro: “Último 
baile do Império” na ilha Fiscal, notícias falsas do 
Major Solon Ribeiro sobre a prisão de Deodoro e 
Benjamin Constant e da transferência de unidades 
militares para pontos distantes. 
Com o apoio das tropas concentradas no Campo 
de Santana, Deodoro proclama a República (15 de 
novembro), derrubando o gabineteOuro Preto. Na 
Câmara Municipal é lavrada a ata, por José do 
Patrocínio, “declarando a proclamação da República”. 
D. Pedro II tenta, sem êxito, formar novo gabinete com 
Silveira Martins. 
 
A CONSTITUIÇÃO DE 1891 
A Constituição de 1891 foi a primeira da História 
do Brasil após a Proclamação da República. Sua 
elaboração começou em novembro de 1890, com a 
instalação da Constituinte na cidade do Rio de 
Janeiro. Ela foi promulgada em 24 de fevereiro de 
1891. 
A constituição de 1891 foi fortemente inspirada 
na Constituição da República Argentina, 
na constituição dos Estados Unidos da América e 
na Constituição Federal da Suíça, fortemente 
descentralizadora dos poderes, dando grande 
autonomia aos municípios e às antigas províncias, 
que eram chamadas de "estados", cujos dirigentes 
passaram a ser denominados "presidentes de estado". 
Foi inspirada no modelo federalista estadunidense, 
permitindo que se organizassem de acordo com seus 
peculiares interesses, desde que não 
contradissessem a Constituição. 
O regime de governo escolhido foi 
o presidencialismo. O mandato do presidente da 
República, eleito pelo voto direto, seria de quatro 
anos, sem direito à reeleição para o mandato 
imediatamente seguinte, sem contudo haver 
impedimentos para um mandato posterior. Tanto é 
que Rodrigues Alves foi o primeiro presidente reeleito 
do Brasil – apesar de não ter assumido por morrer às 
vésperas da posse por gripe espanhola. O mesmo 
valia para o vice-presidente. É interessante notar que, 
à época, o vice-presidente era eleito 
independentemente do candidato à presidência da 
República, o que em princípio permitia a escolha do 
da oposição, o que dificultava o Governo. Também, no 
caso de morte ou renúncia do Presidente, seu vice 
assumia apenas até serem realizadas novas 
votações, não tendo que ficar até ser completado o 
respectivo quadriênio, como ocorre atualmente. Claro 
que isso deu margem a alguns vice-presidentes, 
como Delfim Moreira, para prolongarem seus 
mandatos, dificultando a promoção de novas eleições 
presidenciais. Por fim, as eleições para Presidente e 
vice ocorriam no 1.º de março, tomando-se as posses 
no 15 de novembro. 
Quanto às regras eleitorais, determinou-se que o 
voto no Brasil continuaria "a descoberto" (não-secreto) 
– a assinatura da cédula pelo eleitor tornou-se 
obrigatória – e universal. 
Por "universal" entenda-se o fim do voto censitário, 
que definia o eleitor por sua renda, pois ainda se 
mantiveram excluídos do direito ao voto os 
analfabetos, os praças-de-pré, os religiosos sujeitos à 
obediência eclesiástica e os mendigos. Além disso, 
reservou-se ao Congresso Nacional a regulamentação 
do sistema para as eleições de cargos políticos 
federais, e às assembleias estaduais a 
regulamentação para as eleições estaduais e 
municipais, o que mudaria apenas a partir da 
constituição de 1934, com a criação da Justiça 
Eleitoral. Ficou mantido o voto distrital, com a eleição 
de três deputados para cada distrito eleitoral do país. 
Definiu-se, também, a separação entre a igreja e o 
Estado: as eleições não ocorreriam mais dentro das 
igrejas, o governo não interferiria mais na escolha de 
cargos do alto clero, como bispos, diáconos e 
cardeais, e extinguiu-se a definição de paróquia como 
unidade administrativa – que antigamente poderia 
equivaler tanto a um município como também a um 
distrito, vila, comarca ou mesmo a um bairro 
(freguesia). 
Além disso, o País não mais assumiu uma religião 
oficial, que à altura era a católica, e o monopólio de 
registros civis passou ao Estado, sendo criados os 
cartórios para os registros de nascimento, casamento 
e morte, bem como os cemitérios públicos, onde 
qualquer pessoa poderia ser sepultada, 
independentemente de seu credo. O Estado também 
assumiu, de forma definitiva, as rédeas da educação, 
instituindo várias escolas públicas de ensino 
fundamental e intermediário. 
Essa separação viria a irritar a Igreja, aliada de 
última hora dos republicanos e que só se reconciliaria 
 HISTÓRIA 
 
 
13MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
com o Governo durante o Estado Novo, bem como 
ajudaria a incitar uma série de revoltas, como a 
Guerra de Canudos. 
Por derradeiro, extinguiam-se os foros de nobreza, 
bem como os brasões particulares, não se 
reconhecendo privilégio aristocrático algum. 
É certo que alguns poucos, geralmente os mais 
influentes entre os republicanos, mantiveram seus 
títulos nobiliárquicos e brasões mesmo em plena 
República, como o barão de Rio Branco, mas isso 
mais por respeito e cortesia. 
Há que se ressaltar que, pela nova constituição, o 
brasileiro que aceitasse alguma titulação estrangeira 
que contradissesse os preceitos republicanos da carta 
de 1891, sem autorização expressa do Congresso, 
perderia seus direitos políticos. 
Também, as antigas ordens honoríficas imperiais 
que ainda remanesciam, a Imperial Ordem do 
Cruzeiro e da Imperial Ordem de Avis, foram 
oficialmente extintas, sendo posteriormente 
substituídas pelas ordens Nacional do Cruzeiro do Sul 
e do Mérito Militar – que mantiveram muitas das 
características de suas antecessoras. 
Essa continuidade simbólica também se fez notar 
no pavilhão nacional e no hino, cuja música já era 
considerada, de forma não-oficial, o hino nacional 
desde o Segundo Reinado. 
 
A PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) E SUA 
EVOLUÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 
A ORGANIZAÇÃO DA REPÚBLICA 
O início do período republicano 
. Após a Proclamação da República instalou-se um 
governo provisório sob a chefia de Deodoro da 
Fonseca. 
Durante o governo provisório foram tomadas a 
primeiras medidas para a institucionalização do 
regime republicano. 
 
Consolidação do regime 
. A primeira Constituição Republicana do Brasil 
estabelecia o regime federativo, o sistema 
presidencialista e a autonomia municipal; além disso, 
separava a Igreja do Estado e adotava três poderes. 
. O primeiro presidente eleito foi Deodoro da 
Fonseca. Ele sofreu oposição por parte do Congresso 
e resolveu dissolvê-lo, motivando a Primeira Revolta 
da Armada. 
 
O café, base política e econômica da República 
Velha 
. A aristocracia cafeeira dominou a vida política do 
país nesse período, conduzindo-a de modo a defender 
seus interesses econômicos. Os governadores, 
deputados e senadores, bem como a maioria dos 
presidentes da República, eram ligados à monocultura 
do café. 
 . Em 1906 foi realizado o Convênio de Taubaté, 
no qual os governadores de São Paulo, do Rio de 
Janeiro e de Minas Gerais decidiram adotar medidas 
de proteção ao café, a chamada política de 
valorização do café. 
. A crise econômica de 1929 afetou profundamente 
a cafeicultura, pois provocou violenta queda de preços 
do produto, já afetado pela crise de superprodução. 
 
Evolução política 
Prudente de Morais (1894 - 1898) 
. Seu governo foi marcado por problemas internos 
(Revolução Federalista e Guerra de Canudos) e 
externos (ocupação da Ilha da Trindade pelos 
ingleses). 
. Em Canudos, no interior da Bahia, o místico 
Antônio Conselheiro reuniu milhares de sertanejos. 
Em suas pregações o Conselheiro atacava o regime 
republicano. 
A ida de sertanejos para Canudos privava os 
fazendeiros de mão-de-obra. Por esses motivos, os 
governos estadual e federal enviaram vários 
contingentes de soldados, que depois de muita luta 
conseguiram destruir o arraial. 
. Prudente de Morais sofreu um atentado, no qual 
morreu o ministro da Guerra, Marechal Carlos 
Machado Bittencourt. 
 
Campos Sales (1898 - 1902) 
. Durante seu governo, o presidente procurou 
restaurar a situação financeira do país, bastante 
abalada. Para tanto, negociou o Fundingh Loan. 
. Campos Sales foi organizador da “política dos 
governadores”, que era um acordo entre o presidente 
da república eos governadores dos Estados. 
 
Rodrigues Alves (1902 - 1906) 
. Nesse período o Rio de Janeiro foi saneado por 
obra de Osvaldo Cruz e urbanizado pelo Prefeito 
Francisco Pereira Passo; o Acre foi incorporado ao 
Brasil; foi assinado o Convênio do Taubaté; ocorreu a 
Revolta da Escola Militar. 
 
Afonso Pena (1906 - 1909) 
. Os principais acontecimentos desse governo 
foram os melhoramentos na rede ferroviária e a 
modernização das Forças Armadas. 
 
Nilo Peçanha (1909 - 1910) 
. Nilo Peçanha assumiu a presidência depois da 
morte de Afonso Penal. Em seu governo foi criado o 
Serviço de Proteção aos Índios e empreendido o 
saneamento da baixada fluminense. 
 
Hermes da Fonseca (1910 - 1914) 
. Esse período foi marcado por diversas rebeliões: 
Revolta da Armada, Questão do Contestado e 
Sedição de Juazeiro. 
. A Revolta Armada foi motivada pela existência de 
castigos físicos na Marinha. 
. Em Juazeiro, no Ceará, os partidários do Padre 
Cícero Romão Batista rebelaram-se contra o 
governador. 
. A Questão do Contestado teve como motivos o 
misticismo religioso e as divergências entre Paraná e 
Santa Catarina quanto aos limites interestaduais. 
. Esse governo coincidiu com a Primeira Guerra 
Mundial, da qual o Brasil participou. Merece destaque 
nesse período a promulgação do Código Civil 
Brasileiro. 
. Nas eleições presidenciais de 1918 foi eleito 
novamente Rodrigues Alves, que faleceu antes de 
tomar posse. 
 
 
 HISTÓRIA 
 
 
14MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
Epitácio Pessoa (1919 - 1922) 
. Em sua administração foram realizadas obras 
contra as secas do Nordeste, reformas no Exército e 
construção de ferrovias. 
. Em 1922 ocorreu a Revolta do Forte de 
Copacabana. 
Artur Bernardes (1922 - 1926) 
. Artur Bernardes governou em estado de sítio. 
Seu mandato foi marcado por diversas revoltas. 
. A Revolução de 1923, no Rio Grande do Sul, foi 
pacificada pelo General Setembrino de Carvalho. Em 
São Paulo, a Revolução de 1924. A Coluna Prestes, 
formada por rebeldes paulista e gaúchos, percorreu o 
interior do Brasil por dois anos. 
 
Washington Luís (1926 - 1930) 
. Este presidente procurou melhorar as finanças do 
país, principalmente pela construção de estradas. 
. Foi deposto pela Revolução de 1930. 
 
Política externa 
. O Brasil projetou-se no cenário internacional 
graças à atuação do Barão do Rio Branco. 
. Os principais problemas externos resolvidos na 
República Velha foram: ocupação da Ilha de Trindade 
pelos ingleses; Questão de Palmas, com a Argentina; 
Questão do Amapá, com a França, para determinar os 
limites com a Guiana Francesa; Questão do Pirara, 
para fixação de limites entre o Brasil e a Guiana 
Inglesa; assinatura do Tratado de Petrópolis, com a 
Bolívia; questão de limites com o Peru. 
. Na Primeira Guerra Mundial, o Brasil manteve-se 
neutro até 1917, quando o afundamento de navios 
brasileiros levou às declaração de guerra à Alemanha. 
. A participação brasileira resumiu-se ao envio de 
um corpo médico para a Europa e ao patrulhamento 
do Atlântico Sul. 
 
A SEGUNDA REPÚBLICA E SUA TRAJETÓRIA 
POLÍTICO-INSTITUCIONAL; DO ESTADO NOVO 
AO GOLPE MILITAR DE 1964; A CURTA 
EXPERIÊNCIA PARLAMENTARISTA; AS 
CONSTITUIÇÕES DE 1946, 1967 E 1988 
A ÉPOCA DE VARGAS 
Constitucionalização do regime e revoltas 
internas 
. Getúlio Vargas assumiu o poder em outubro de 
1930 e se manteve à frente do governo durante 
quinze anos. 
. Do movimento que levou Getúlio ao poder 
participaram elementos da classe média e do Exército, 
sendo importante o papel dos tenentes. 
. De 1930 a 1937 Getúlio consolidou seu poder, 
trocando os governadores dos Estados por elementos 
de sua confiança e subordinando as polícias militares 
e estaduais ao Exército. 
. Durante os primeiros anos surgiram movimentos 
de oposição ao regime de Vargas, como o de 1932, 
em São Paulo, a Intentona Comunista e a tentativa de 
golpe integralista. 
. Com a Revolução Constitucionalista de 1932 
foram: o problema da interventoria em São Paulo, 
perda de poder dos paulistas na nova situação 
política, o interesse na reconstitucionalização do País. 
. Elementos de todas as classe sociais de São 
Paulo contribuíram para o sucesso da revolução, cujo 
início ocorreu quando da morte de quatro pessoas 
numa manifestação contra o governo (MMCD). 
. Os paulistas iniciaram o movimento esperando a 
adesão de outros Estados e a rendição imediata do 
governo. Mas apenas parte de Mato Grosso aderiu à 
revolução. 
. O movimento revolucionário foi comandado pelos 
generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo klinger. A 
indústria de São Paulo foi adaptada para produzir o 
material necessário à luta. 
. Mesmo perdendo a luta, os paulistas 
conseguiram obter resultados, pois em 1933 reuniu-se 
a Assembleia Constituinte, que elaborou a 
Constituição de 1934. 
. A Carta de 1934 era liberal e nacionalista; 
modificava as atribuições do Senado, extinguia o 
cargo de vice-presidente da República, instituía o 
salário mínimo, a nacionalização de empresas, criava 
instituições previdenciárias, estabelecia o mandado de 
segurança, etc.. 
. O líder do comunismo no Brasil era Luís Carlos 
Prestes, que presidia a Aliança Nacional Libertadora. 
. Em 1935, a Aliança foi fechada pelo governo. 
. A propagação das ideias comunistas entre 
elementos das Forças Armadas resultou na Intentona 
Comunista de 1935. 
. O integralismo, movimento da base fascista, 
encontrou apoio em certas camadas da classe média 
e oposição do operariado. 
. O Plano Cohen, elaborado por integralistas, foi 
usado como pretexto pelo governo para o 
estabelecimento do Estado Novo. 
 
O Estado Novo (1937 - 1945) 
. Depois do movimento de 1935, foi feita uma 
emenda à Constituição que possibilitou ao presidente 
assumir poderes extraordinários. 
. Em 1937, apoiado por militares, Getúlio deu um 
golpe de estado assumindo poderes ditatoriais. 
. Todos os obstáculos políticos ao poder pessoal 
de Vargas foram eliminados, inclusive o integralismo. 
. No mesmo dia do golpe de estado, Getúlio 
outorgou a Constituição do Estado Novo. 
. Pela Constituição, o poder Judiciário ficou 
limitado e a censura estabelecida. 
. Em 1942, o Brasil declarou guerra à potências do 
Eixo. 
. Desde 1943, Vargas tomou medidas objetivando 
conseguir o apoio das classe populares. Para tanto, 
promulgou extensa legislação trabalhista e 
previdenciária. 
. Os “queremistas” favoráveis à eleição de uma 
Constituinte que manteria o ditador no poder, não 
puderam evitar o golpe militar que extinguiu o Estado 
Novo. 
. Após a queda de Getúlio, assumiu o governo, 
provisoriamente, o presidente do Supremo Tribunal 
Federal, José Linhares. 
 
Agricultura 
. Embora durante o período tenha havido inúmeros 
incidentes políticos internos e externos, a economia 
brasileira teve progressos marcantes. 
. A política do governo com relação ao excesso de 
produção do café foi resolvida pela destruição de 
enormes quantidades do produto, que eram jogadas 
ao mar ou queimadas. 
 HISTÓRIA 
 
 
15MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL
. A intervenção do governo na economia foi 
marcante, sendo criados o Instituto do Açúcar e do 
Álcool, o Instituto do Mate e o Instituto do Pinho. 
 
Indústria e comércio 
. As pressões em favor da industrialização 
partiram dos militares. 
. A crise de 1929 favoreceu a indústria, pois 
transferiu para ela os capitais antes empregados na 
cafeicultura. 
. A partir de 1940, instalou-se no país a indústria 
siderúrgica e foi construída a usina hidrelétrica de 
Paulo Afonso. Foram construídas ferrovias e rodovias.

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