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Formação de conselheiros 
para a vigilância em saúde 
no SUS
CURSO
CONHECENDO O TRABALHO DA 
VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
Módulo 1 - O SUS e a vigilância em saúde 
GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS
Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde - DAEVS
Forproex
Dex/UnB
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Reitor:
Vice-Reitora:
Pró-reitor de Pós-Graduação: 
Pró-reitor de Pesquisa e Inovação:
Pró-reitora de Extensão:
 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Diretor: 
Vice-Diretor:
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
Chefe:
Sub-chefe:
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO SUS
Coordenadora:
Sub-coordenadora:
Coordenadora AVA:
EDIÇÃO 
Felipa Rafaela Amadigi
DIAGRAMAÇÃO
Emanuela Kelly da Natividade
Guilherme Ribeiro Alfa
Maria Carolina Candido Burg
 
Irineu Manoel de Souza
Joana Célia dos Passos
Werner Kraus
Jacques Mick
Olga Regina Zigelli Garcia
Fabricio de Souza Neves
Ricardo de Souza Magini
Ângela Maria Alvarez
Patricia Klock
Rosani Ramos Machado
Felipa Rafaela Amadigi
Monica Motta Lino
 
Todo o Curso de Formação de conselheiros para a vigilância em saúde no SUS está licenciado com
uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Para acessar uma cópia da licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-
sa/4.0/deed.pt_BR
https://grupos.moodle.ufsc.br/user/view.php?id=428932&course=3175
https://grupos.moodle.ufsc.br/user/view.php?id=362030&course=3175
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
AUTORES
Rosani Ramos Machado
Felipa Rafaela Amadigi
ORGANIZADORES
Rosani Ramos Machado
Felipa Rafaela Amadigi
TÍTULO DA OBRA
Curso de formação para conselheiros em vigilância em saúde no SUS 
SUBTÍTULO
O SUS e a vigilância em Saúde 
Autores
 
R O S A N I R A M O S
M A C H A D O
 
F E L I P A R A F A E L A
A M A D I G I
Enfermeira graduada pela Universidade
Federal de Santa Catarina (1980). Especialista
em Gestão de RH (1998) e em Metodologia
para a Profissionalização da Enfermagem
(1999), Mestre e Doutora em Enfermagem
(2002 e 2009) e Doutorado em Enfermagem
pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2009). Foi servidora da Secretaria de Estado
da Saúde de Santa Catarina com atuação
direta na área de gestão.
É docente do Departamento de Enfermagem
da UFSC e Coordenadora do Projeto de
extensão Formação de conselheiros desde
2014. Atua no Curso de Enfermagem e na
Residência Multiprofissional em Saúde da
Família (REMULTISF) e Residência
Multiprofissional em Saúde (RIMS).
Pesquisadora do Grupo PRÁXIS/UFSC -
Laboratório de Pesquisa sobre Trabalho, Ética,
Saúde e Enfermagem.
E-mail: rosani.ramos@ufsc.br
 
Enfermeira, graduada pela Universidade
Federal de Santa Catarina (2003), Mestre em
Saúde Pública (2005) e Doutora em
Enfermagem (2011). Atuou como servidora
da Secretaria Municipal de saúde de
Florianópolis na Atua no Projeto de
Formação de Conselheiros desde 2015. Tem
experiência na área de (I) Saúde Coletiva,
com ênfase em (II) Gestão em Saúde,
atuando principalmente nos temas: gestão
em saúde, processo de trabalho, Estratégia
de Saúde da Família. Docente do Curso de
Enfermagem da UFSC, da Residência
Multiprofissional em Saúde da Família
(REMULTISF) e da Residência
Multiprofissional em Saúde (RIMS).
Vice-líder do LITES - Laboratório
Interdisciplinar em Tecnologias Educacionais
em Saúde (2020). Pesquisadora do Grupo
PRÁXIS/UFSC - Laboratório de Pesquisa
sobre Trabalho, Ética, Saúde e Enfermagem.
E-mail: felipa.amadigi@ufsc.br
Apresentação
01.
Legislação do SUS
3.2
Objetivo do módulo
02.
A Política Nacional de Vigilância em Saúde:
conceito, área de atuação e finalidade
3.3
Módulo 1 - A vigilância em saúde e o SUS
03.
Participação da comunidade na Política
Nacional de Vigilância em Saúde.
3.4
História do SUS
3.1
S
U
M
Á
R
IO
Apresentação
06
 Neste módulo conversaremos sobre o
Sistema Único de Saúde (SUS), focando
na vigilância em saúde. 
 Recordaremos a organização, os
princípios e diretrizes do SUS e a sua
legislação. Abordaremos alguns
conceitos como: saúde, vigilância em
saúde, análise da situação de saúde. 
 Convidaremos você para uma
conversa conosco, síncrona, para
aprofundarmos a aprendizagem sobre
a temática! 
 Desejamos a você bons estudos e
muito aprendizado! 
Rosani Ramos Machado
Felipa Rafaela Amadigi
07
Objetivo do módulo
Fortalecer a capacidade dos conselheiros e potenciais
conselheiros de saúde para abordar e atuar nos
determinantes da saúde em seu território.
História do SUS. Legislação do SUS. A Política Nacional
de Vigilância em Saúde: conceito, área de atuação,
finalidade. Participação da comunidade na Política
Nacional de Vigilância em Saúde.
Estrutura do módulo
01 Live com especialistas (ao vivo no Youtube) - 07 de
março - 19h
01 aula (ao vivo no Youtube) - 14 de março - 19h
01 Roda de discussão com facilitadores (ao vivo
Google meet) - 21 de março - 19h
01 Fórum de discussão (Moodle) - 28 de março
Agenda do módulo
M
Ó
D
U
LO
 1
Provavelmente alguns já ouviram ou leram a história das
políticas de saúde no Brasil. Hoje vocês terão uma nova
oportunidade para compreender mais alguns aspectos dessa
história. Essa compreensão do processo histórico de
construção e consolidação das políticas de saúde, pode ser um
agente facilitador para entender a importância de um sistema
de saúde como o SUS e, quão fundamental é para nós que o
defendamos.
Como estava estruturada a rede de 
assistência à saúde antes do SUS e quem 
tinha acesso a essa rede? 
Do ponto de vista do acesso o que mudou 
com a consolidação do SUS?
Como você vê o SUS? 
Para reflexão: 
Agora você vai assistir a um vídeo que destaca alguns aspectos
da história da saúde pública no Brasil. Para acessar basta clicar
no link:
A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de soluções 
(https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8) 
08
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
Um segundo engano comum, segundo Ligia Bahia, é pensar que a população sem
carteira só tinha atendimento se recorresse à filantropia. “O que a gente tinha?
Algumas unidades públicas que atendiam a todos. Os hospitais universitários, que
atendiam a todos, alguns como indigentes, outros como medicina previdenciária. E
as filantrópicas, que também atendiam a todos, embora na condição de
indigentes”, explica Ligia, que cita ainda duas iniciativas – o Programa de
Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) e a Fundação SESP – que,
de alguma forma, levaram ações de assistência aos grotões do país (CENTRO DE
ESTUDOS ESTRATÉGICOS DA FIOCRUZ ANTONIO IVO CARVALHO, 2018).
(https://cee.fiocruz.br/?q=antes-do-sus).
A pesquisadora Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) diz
que um mito importante a ser quebrado é que todos que tinham carteira assinada
usavam, necessariamente, a previdência – e que eram iguais. Não eram, porque
embora a classe média tivesse carteira assinada e pudesse usar a medicina
previdenciária, ela pagava. Era natural. “A classe média nunca foi atendida pelo
setor público. Ela pagava consulta particular, pagava os procedimentos, que
eram muito mais baratos. As pessoas pagavam parto, cirurgia”. Além disso, a
maior parte dos previdenciários eram pobres (CENTRO DE ESTUDOS
ESTRATÉGICOS DA FIOCRUZ ANTONIO IVO CARVALHO, 2018). 
Mais da metade dos brasileiros, na época, recebia um
salário-mínimo ou menos e cerca de 19% entre um e dois
salários-mínimos. Essas pessoas, mesmo previdenciárias,
continuavam com dificuldade de acesso e ficavam em
longas filas para serem atendidas, assim como no SUS
hoje. 
09
Antes de iniciarmos o estudo do Marco Regulatório do SUS, responda: você
usa o SUS? Onde o SUS está presente na nossa vida? 
...
Respondeu? Então acesse o link a seguir: 
QUEM USA O SUS - IDISA, junho de 2016
https://www.youtube.com/watch?v=98fdvZy9IHs
O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento tinha como diretrizes ampla utilização
de pessoalde nível auxiliar, recrutado nas próprias
comunidades a serem beneficiadas e ênfase no
combate às doenças transmissíveis e
encaminhamentos de doentes; desenvolvimento de
ações de saúde de baixo custo, e disseminação de
unidades de saúde tipo miniposto; e ampla
participação da comunidade (BRASIL, 1979). 
09
O Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) foi
criado em 1942, a partir de acordo entre os
governos brasileiro e norte-americano, tendo
como funções, o saneamento de regiões
produtoras de matérias-primas, como a
borracha da região amazônica e o minério de
ferro e mica do Vale do Rio Doce (RENOVATO;
BAGNATO, 2010).
https://www.youtube.com/watch?v=98fdvZy9IHs
10
A Lei Orgânica da Saúde é composta por duas leis: 
 ✔ A Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços e a 
 ✔ Lei 8.142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde.
Figura 1: autores.
Dispõe sobre as
condições para a
promoção, proteção e
recuperação da saúde,
a organização e o
funcionamento dos
serviços.
Dispõe sobre a
participação da
comunidade na gestão
do Sistema Único de
Saúde (SUS) e sobre as
transferências
intergovernamentais de
recursos financeiros na
área da saúde.
Construindo o
SUS no Brasil
Decreto 7.508
Regulamenta a lei
nº 8.080.
Leis Orgânicas da Saúde:
Lei 8.080/90 Lei 8.142/90 2011
Isso porque quando foi proposta a lei, o presidente Fernando Collor de Melo vetou
todos os artigos que dispunham sobre repasse financeiro e participação popular. No
entanto, como os movimentos sociais estavam bem-organizados, vindo de uma
icônica 8ª Conferência Nacional de Saúde, com pressão popular e organização,
conseguiram que fosse aprovada outra lei, três meses depois com alguns dos artigos
vetados por ele, principalmente no que tange ao repasse financeiro e participação
popular.
1 1
No entanto, sabemos que o SUS vive em constante tensão
com o mercado privado em um sistema capitalista, pois o
SUS tem uma alma solidária, socialista, que busca a
universalidade, a equidade e a integralidade na assistência.
Por isso mesmo, o decreto que regulamenta as Leis
Orgânicas da Saúde só foi publicado em junho de 2011, 31
anos depois da publicação das Leis Orgânicas. Isso deve
significar alguma coisa, não? 
A regulamentação da lei por decreto é importante para
esclarecer e permitir uma melhor aplicação da lei. Nesse
sentido, temas que merecem esclarecimentos podem ser
regulamentados para garantir sua efetividade, como a
previsão de ações de governo para atingir os objetivos
estabelecidos para o SUS. 
Decreto Nº 7.508, de 28 de junho de 2011 -
Regulamenta a Lei nº 8.080/90
Refere ainda que a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis
de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. 
Registra que a iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde - SUS, em
caráter complementar (artigos 1º; 2º e 3º). 
Como vemos, na lei estão descritos os fatores determinantes e condicionantes da saúde,
indicando a necessária intersetorialidade para se conseguir uma vida saudável.
A figura a seguir ilustra os fatores determinantes e condicionantes na nossa saúde. Assim
sendo, cabe compreendermos como isso nos afeta e como poderemos atuar, enquanto
conselheiros de saúde, para fortalecer nossas condições de vida e diminuir as fragilidades. 
Agora vamos abordar cada legislação separadamente:
A Lei 8.080/90 regula, em todo o território nacional, as ações e
serviços de saúde, executados por pessoas naturais ou jurídicas de
direito público ou privado. Também explicita que a saúde é um
direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
Então, olhando essa imagem, o que você como conselheiro
poderia fazer para influir nos determinantes sociais de saúde?
12
Modelo-DSS-Dahlgren and Whitehead (1991) 
Nesta imagem, por conta do tempo em que foi elaborada, apesar de ser bastante
completa e didática, ainda não se discutiam os determinantes comerciais da saúde. 
13
Segundo Kickbush (2015) os determinantes comerciais da saúde (DCS) abrangem
fatores como comportamentos e escolhas individuais relacionados a consumo e
estilo de vida, e questões relacionadas à sociedade global, como riscos de consumo,
economia política e globalização. Aspectos que serão abordados no módulo 4. 
Os objetivos do SUS estão descritos no artigo 5º da Lei 8.080/90 e
são eles:
Para OPAS os DCS são uma dimensão dos DSS, que estão
ligados às dinâmicas de mercados nacionais e
transnacionais, dirigidas por corporações e seus aliados e
podem comprometer a saúde e o meio ambiente quando
as práticas corporativas ou interesses comerciais buscam
depreciar políticas públicas eficazes para maximizar lucros e
vantagens comerciais (https://www.paho.org/pt/noticias/4-1-
2022-inaugurada-vitrinedo-conhecimento-sobre-dimensao-
comercial-dos-determinantes).
I identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde; 
II formular a política de saúde destinada a promover, nos campos econômico
e social, a observância do direito à saúde como dever do Estado; 
III assistir às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e
das atividades preventivas.
https://www.paho.org/pt/noticias/4-1-2022-inaugurada-vitrinedo-conhecimento-sobre-dimensao-comercial-dos-determinantes
II - a participação na formulação da política e na
execução de ações de saneamento básico; 
III - a ordenação da formação de recursos humanos na
área de saúde; 
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; 
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho; 
VI - a formulação da política de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de
interesse para a saúde e a participação na sua produção; 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e
substâncias de interesse para a saúde; 
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e
bebidas para consumo humano; IX - a participação no
controle e na fiscalização da produção, transporte,
guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em
sua área de atuação, do desenvolvimento científico e
tecnológico; XI - a formulação e execução da política de
sangue e seus derivados
14
No seu artigo 6º está definido o campo de atuação do SUS.
I - a execução de ações: 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
c) de saúde do trabalhador; e 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive
farmacêutica;
15
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral; 
IIV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie*;
Atualmente prefere-se usar o termo equidade, pois a equidade trata de forma
diferente os desiguais, quando reconhece as diferenciações sociais e assim amplia o
acesso das populações vulneráveis ao SUS. Equidade não é tirar de quem tem mais
e dar para quem tem menos. É dar as condições necessárias para quem possui
necessidades diferenciadas.
Fonte: http://educacaoereflexoes.blogspot.com/2019/09/igualdade-eequidade.html
16
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação deinformações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua
utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação
de recursos e a orientação programática; 
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo entre outros.
Será que no dia a dia este direito universal e igualitário está
efetivado?
- Participar na formulação e na implementação das políticas: 
✔ de controle das agressões ao meio ambiente; 
✔ de saneamento básico; e 
✔ relativas às condições e aos ambientes de trabalho.
- Definir e coordenar os sistemas: 
✔ de redes integradas de assistência de alta complexidade; 
✔ de rede de laboratórios de saúde pública; 
✔ de vigilância epidemiológica; e 
✔ vigilância sanitária.
- Participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de
agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na
saúde humana; 
- Participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das
condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do
trabalhador; 
- Coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica; 
- Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e
fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal
e Municípios; 
- Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária
de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano; 
- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a
saúde.
Competências do SUS
Neste módulo destacaremos algumas competências
relacionadas à vigilância em saúde. 
17
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado
composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais
de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da
execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos
aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo (art. 1º; ¶ 2º).
A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação
dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as
diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente,
por esta ou pelo Conselho de Saúde (art. 1º; ¶ 1º).
Esta lei define que o SUS possui duas instâncias
colegiadas: o Conselho de Saúde e as conferências
de saúde. 
18
Lei 8.142/90 - Dispõe sobre a participação da comunidade na
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na
área da saúde e dá outras providências.
Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma
regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo
com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
1990. 
 Em relação à organização do SUS criou as Regiões de Saúde que
representam o espaço privilegiado da gestão compartilhada da rede de
ações e serviços de saúde, tendo como objetivos: garantir o acesso
resolutivo e de qualidade à rede de saúde, constituída por ações e serviços de
atenção primária, vigilância à saúde, atenção psicossocial, urgência e
emergência e atenção ambulatorial especializada e hospitalar; efetivar o
processo de descentralização, com responsabilização compartilhada,
favorecendo a ação solidária e cooperativa entre os entes federados, e reduzir
as desigualdades loco-regionais, por meio da conjugação interfederativa de
recursos (BRASIL, 2014).
19
Este decreto regula, em todo o território nacional, as ações
e serviços de saúde, executados isolada ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado
e, em seu Art. 2º refere que a saúde é um direito
fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011.
Ao regulamentar a Lei 8.080/90 no que tange à organização, ao
planejamento, à assistência à saúde e a articulação interfederativa lança
novos desafios para a gestão quando propôs o COAP – Contrato Organizativo
da Ação Pública da Saúde. Aspecto que não se consolidou até o momento.
 Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordenado às
ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, nas Comissões
Intergestores, garantir a transparência, a integralidade e a equidade no
acesso às ações e aos serviços de saúde; orientar e ordenar os fluxos das ações
e dos serviços de saúde; monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.
O planejamento em saúde é obrigatório para os entes federados
bem como indutor de políticas para a inciativa privada.
Cabe aos Conselhos de Saúde deliberar sobre as diretrizes para o
estabelecimento de prioridades e a expressão do planejamento em saúde
dar-se-á em cada Plano de Saúde. O Mapa da Saúde (descrição geográfica da
distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados
pelo SUS e pela iniciativa privada) deve ser utilizado na identificação das
necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes
federativos. Para que o Plano de Saúde possa ser executado, é necessário
que esteja alinhado com o Plano Plurianual (PPA), que é o instrumento que
materializa as políticas públicas traduzindo-as em Diretrizes, Programas,
Ações e Metas a serem implementadas num período de 4 anos (BRASIL, 2014).
Todos estes conceitos serão aprofundados no Módulo 6.
U N I Ã O
E S T A D O
C I T
C I B
C I R
R E D E D E A T E N Ç Ã O
I N T E G R A L À S A Ú D E
R E G I Õ E S D E S A Ú D E
M U N I C Í P I O S
L E G I S L A T I V O A P R O V A
P P A
( P a r a 4 a n o s )
L D D a L O A
( P a r a 1 a n o )
P L A N O D E S A Ú D E
( P a r a 4 a n o s )
P R O G . A N U A L D E S A Ú D E
( P a r a 1 a n o )
R E L A T Ó R I O A N U A L D E G E S T Ã O ( P A R A 1 A N O )
C O N T R O L E S O C I A L
Níveis de Organização do Espaço da Gestão Interfederativa do SUS
Instrumento de Planejamento e Orçamento no SUS
Diretrizes, objetivos e metas para
despesas de capital e aquelas relativas
aos programas da direção consultada.
Metas e prioridades para o exercício
financeiro subsequente, orientado a
LDA.
Diretrizes, objetivos e metas de acordo
com as necessidades de saúde da
população.
-Ações
-Metas físicas e financeiras anuais
-Indicadores
Fonte: DAI/SGEP/MS..
Fonte: DAI/SGEP/MS..
Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País,
tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a
renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
e serviços essenciais.
Agora vamos abordar a Política Nacional de Vigilância em Saúde.
Mas o que é saúde para você?
2 1
A Lei 8.080/90 em seu artigo terceiro descreve:
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e social. 
SICKO
O cineasta Michael Moore analisa as crises do sistema de saúde americano e
observa porque milhões de americanos continuam sem seguro saúde adequado
para tratamentos. Ele explica como o sistema se tornou problemático e visita
outros países que recebem tratamentos gratuitos, tais como Canadá, França,
Reino Unido e Cuba.
Link: https://www.facebook.com/watch/?v=554640958237340 
Where To Invade Next – O invasor americano 
Para mostrar o que os Estados Unidos podem aprendercom o resto do mundo,
o diretor Michael Moore viaja por diversos países como um invasor solitário que
rouba suas ideias e práticas para levá-las às terras norte-americanas. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=dSSbXvBPo-U
Filmes:
Agora que você já conheceu um pouco sobre o SUS vamos disponibilizar
alguns links que abordam como são os sistemas de saúde no mundo. 
2 2
Texto:
Os sistemas de saúde no Brasil e no mundo 
Link: https://ares.unasus.gov.br › bitstream
2 3
Conceito: 
A PNVS é uma política pública de Estado e função essencial do SUS, tendo
caráter universal, transversal e orientador do modelo de atenção nos
territórios, sendo a sua gestão de responsabilidade exclusiva do poder
público.
Neste contexto entende-se por Vigilância em Saúde o processo contínuo e
sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de
informações sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a
implementação de medidas de saúde pública, incluindo a regulação,
intervenção e atuação em condicionantes e determinantes da saúde, para a
proteção e promoção da saúde da população, prevenção e controle de riscos,
agravos e doenças (art. 2º, ¶ 1º).
A Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) foi aprovada pela
Resolução Nº 588, de 12 de julho de 2018 do Conselho Nacional de Saúde.
Área de atuação da PNVS
A PNVS atua sobre todos os níveis e formas de atenção à saúde, abrangendo todos os
serviços de saúde públicos e privados, além de estabelecimentos relacionados à
produção e circulação de bens de consumo e tecnologias que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde (art. 2º, ¶ 2º). 
A PNVS compreende a articulação dos saberes, processos e práticas relacionados à
vigilância epidemiológica, vigilância em saúde ambiental, vigilância em saúde do
trabalhador e vigilância sanitária e alinha-se com o conjunto de políticas de saúde no
âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de vigilância em saúde
sobre a determinação do processo saúde- doença (art. 2º, ¶ 3º).
Neste sentido, a análise de situação de saúde e as ações laboratoriais são atividades
transversais e essenciais no processo de trabalho da Vigilância em Saúde.
É um processo analítico-sintético que permite caracterizar, medir e explicar o
perfil de saúde-doença de uma população, incluindo os danos ou problemas
de saúde, assim como seus determinantes, que facilitam a identificação de
necessidades e prioridades em saúde, a identificação de intervenções e de
programas apropriados e a avaliação de seu impacto (BRASIL, 2015, p.10).
Análise da Situação de Saúde é um processo pelo qual se busca explicar o
estado de saúde dos habitantes, de um determinado espaço geográfico, em
um dado momento. Isso é alcançado por meio da análise do entorno
segundo o ponto de vista dos diferentes atores sociais (BRASIL, 2015, p.10).
Mas o que significa Análise de Situação de Saúde (Asis)?
2 4
Análise de Situação de Saúde
Portanto, ao fazer uma Asis produzimos informações e conhecimentos úteis
para orientar nosso fazer em saúde. Essas informações são relevantes para a
definição de prioridades na hora de realizar o planejamento em saúde. 
O diagnóstico da situação de saúde dá suporte ao controle social, na medida
que amplia e facilita o acesso às informações. Neste diagnóstico conhecemos
nosso território, nossas necessidades para melhorar nossa qualidade de vida.
25
A finalidade da PNVS é definir os princípios, as
diretrizes e as estratégias a serem observados pelas
três esferas de gestão do SUS, para o desenvolvimento
da vigilância em saúde, visando a promoção e a
proteção da saúde e a prevenção de doenças e
agravos, bem como a redução da morbimortalidade,
vulnerabilidades e riscos decorrentes das dinâmicas de
produção e consumo nos territórios (art. 4º).
Visando à integralidade da assistência pressupõe-se a
inserção de ações de vigilância em saúde em todas as
instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do
SUS, mediante articulação e construção conjunta de
protocolos, linhas de cuidado e matriciamento da
saúde, bem como na definição das estratégias e
dispositivos de organização e fluxos da rede de
atenção.
A PNVS deve contemplar toda a população, mas
visando a equidade da assistência deve priorizar
territórios, pessoas e grupos em situação de maior
risco e vulnerabilidade, na perspectiva de superar
desigualdades sociais e de saúde e de buscar a
equidade na atenção, incluindo intervenções
intersetoriais.
O diagnóstico para riscos e vulnerabilidades devem ser
identificados e definidos a partir da análise da situação
de saúde local e regional e do diálogo com a
comunidade, trabalhadores e trabalhadoras e outros
atores sociais, considerando-se as especificidades e
singularidades culturais e sociais de seus respectivos
territórios (Art. 5º).
26
I – Conhecimento do território: utilização da epidemiologia e da avaliação de risco
para a definição de prioridades nos processos de planejamento, alocação de
recursos e orientação programática. 
II – Integralidade: Articulação das ações de vigilância em saúde com as demais
ações e serviços desenvolvidos e ofertados no SUS para garantir a integralidade da
atenção à saúde da população.
III – Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera
de governo. 
IV – Inserção da vigilância em saúde no processo de regionalização das ações e
serviços de saúde. 
A PNVS tem como princípios (art. 7º):
V – Equidade: Identificação dos condicionantes e determinantes de saúde no
território, atuando de forma compartilhada com outros setores envolvidos. 
VI – Universalidade: Acesso universal e contínuo a ações e serviços de vigilância em
saúde, integrados a rede de atenção à saúde, promovendo a corresponsabilização
pela atenção às necessidades de saúde dos usuários e da coletividade. 
VII – Participação da comunidade de forma a ampliar sua autonomia,
emancipação e envolvimento na construção da consciência sanitária, na
organização e orientação dos serviços de saúde e no exercício do controle social. 
VIII – Cooperação e articulação intra e intersetorial para ampliar a atuação sobre
determinantes e condicionantes da saúde. 
IX – Garantia do direito das pessoas e da sociedade às informações geradas pela
Vigilância em Saúde, respeitadas as limitações éticas e legais. 
X – Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios
para fins idênticos.
27
I – Articular e pactuar responsabilidades das três esferas de governo, consonante
com os princípios do SUS, respeitando a diversidade e especificidade locorregional
II – Abranger ações voltadas à saúde pública, com intervenções individuais ou
coletivas, prestadas por serviços de vigilância sanitária, epidemiológica, em saúde
ambiental e em saúde do trabalhador, em todos os pontos de atenção. 
IIII – Construir práticas de gestão e de trabalho que assegurem a integralidade do
cuidado, com a inserção das ações de vigilância em saúde em toda a Rede de
Atenção à Saúde e em especial na Atenção Primária, como coordenadora do
cuidado. 
IV – Integrar as práticas e processos de trabalho das vigilâncias epidemiológica,
sanitária, em saúde ambiental e em saúde do trabalhador e da trabalhadora e dos
laboratórios de saúde pública, preservando suas especificidades, compartilhando
saberes e tecnologias, promovendo o trabalho multiprofissional e interdisciplinar. 
Diretrizes da PNVS:
V – Promover a cooperação e o intercâmbio técnico científico no âmbito nacional e
internacional. 
VI – Atuar na gestão de risco por meio de estratégias para identificação,
planejamento, intervenção, regulação, comunicação, monitoramento de riscos,
doenças e agravos. 
VII – Detectar, monitorar e responder às emergências em saúde pública, observando
o Regulamento Sanitário Internacional, e promover estratégias para implementação,
manutenção e fortalecimento das capacidades básicas de vigilância em saúde. 
VIII – Produzir evidências a partir da análise da situação da saúde da população de
forma a fortalecera gestão e as práticas em saúde coletiva. 
IX – Avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços relacionados à saúde de forma
a prevenir riscos e eventos adversos.
Há também a proposição de Processos de trabalho integrados com a atenção
à saúde, que devem considerar a colaboração necessária para a integralidade
em seus vários aspectos como a integração das diversas ações e serviços que
compõem a rede de atenção à saúde; a articulação das ações de promoção e
proteção à saúde, prevenção de doenças e agravos e do manejo das diversas
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias à detecção, prevenção,
tratamento e reabilitação e nas demais responsabilidades específicas da
vigilância em saúde, bem como a articulação intersetorial.
A PNVS também contempla como deve acontecer a articulação entre as
vigilâncias orientando ao planejamento e produção conjuntos, a
harmonização e unificação dos instrumentos e a proposição e produção de
indicadores conjuntos. Além de investigação conjunta de surtos e eventos
inusitados ou situação de saúde decorrentes de potenciais impactos
ambientais de processos e atividades produtivas nos territórios, envolvendo as
vigilâncias epidemiológica, sanitária, em saúde ambiental, em saúde do
trabalhador e da trabalhadora e a rede de laboratórios de saúde pública.
28
Considera ainda, a regionalização das ações e
serviços de vigilância em saúde articuladas
com a atenção em saúde no âmbito da região
de saúde e a inserção da vigilância em saúde
na Rede de Atenção à Saúde (RAS), que deve
contribuir para a construção de linhas de
cuidado que agrupem doenças e agravos e
determinantes de saúde, identificando riscos e
situações de vulnerabilidade.
29
Estimular a participação do povo 
para o controle social; 
remover de vez a apatia, 
esse mal que o habitua à miséria 
e à submissão; 
não há meia democracia, 
meio cidadão, 
mas a vida sem meio, aflita definha; 
e já que o inesperado 
ninguém advinha, 
nos cabe a gestão da vida presente; 
gerir com cuidado a saúde da gente, 
gestando a outra história que é sua,
que é minha.
Agora destacando a participação da comunidade na PNVS 
Cenopoesia 4 
Roteiro Cenopoético de Ray Lima
Ao adentrar na temática do controle social vale a pena destacar
alguns conceitos básicos: 
Cidadania – É a condição de acesso aos direitos sociais (educação, saúde,
segurança, previdência) e econômicos (salário justo, emprego) que permite ao
cidadão desenvolver todas as suas potencialidades, incluindo a de participar
de forma ativa, organizada e consciente da vida coletiva do Estado (ESCOLA
NACIONAL DE FARMACÊUTICOS, p. 32, 2011).
Democracia – A democracia não é apenas uma forma de organização
governamental, vai muito além. É a forma organizacional do Estado, em que
a participação do cidadão é fundamental, numa relação cotidiana entre as
pessoas (ESCOLA NACIONAL DE FARMACÊUTICOS, p. 32, 2011).
30
Quer saber mais? Assista ao vídeo com Jussara Cony e
Wanderley da Silva que falam sobre a participação popular
no SUS na 16ª Conferência Nacional de Saúde.
16ª Conferência Nacional de Saúde - Controle Social - Bate Papo na
Saúde https://www.youtube.com/watch?v=dwU4CMvVfuU
A PNVS pressupõe que se deva estimular a participação da comunidade destacando que 
a) Se dê acolhimento e resposta às demandas dos representantes da
comunidade e do controle social. 
b) Que se faça articulação com entidades, instituições, organizações não
governamentais, associações, cooperativas e demais representações das
comunidades presentes no território, inclusive as populações em situação de
vulnerabilidade. 
https://www.youtube.com/watch?v=dwU4CMvVfuU
31
Agora que já nos aproximamos de alguns princípios,
diretrizes e conceitos do SUS e da PNVS, como eu, como
conselheiro(a) posso atuar? Onde buscar apoio? 
c) Que se apoie o funcionamento das Comissões Intersetoriais de Vigilância
em Saúde dos Conselhos de Saúde, nas três esferas de gestão do SUS. 
d) Que se estimule a inclusão da comunidade e do controle social nos
programas de capacitação e educação permanente em vigilância em saúde,
sempre que possível, e inclusão de conteúdos de vigilância em saúde nos
processos de capacitação permanente voltados para a comunidade e o
controle social. 
e) Que se privilegie a inclusão de grupos de populações em situação de
vulnerabilidade, com vistas às ações de proteção e promoção da saúde.
f) Que se assegure o acesso às informações aos representantes da
comunidade e do controle social.
Destaca também a importância da gestão do trabalho e da educação
permanente, de apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas, e da
construção de Sistemas de informação integrados. 
Bom, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) tem em sua estrutura
várias comissões e, entre elas a Comissão Intersetorial de Vigilância
em Saúde (CIVS). 
A CIVS é responsável por assessorar conselheiros e conselheiras sobre
os temas relacionados à PNVS. É papel da comissão monitorar e
aprimorar o trabalho do poder público diante dessas áreas. 
Por que é importante a participação popular?
Victor Vincent Valla, na década de 1990, desenvolveu o conceito de vigilância
civil da saúde. 
Entendia a vigilância civil em saúde como uma forma de “compreender a
vigilância em saúde que agrega a participação popular por meio de processos
como a construção compartilhada do conhecimento”. É uma proposta,
estruturada a partir do conceito de educação popular de Paulo Freire, constitui
um método de construção de uma nova consciência social (MENDONÇA
GUIMARÃES et al, 2021). 
Nesse link: http://conselho.saude.gov.br/livros-publicacoes/2769-1-
conferencianacional-de-vigilancia-em-saude você tem acesso a um
livro da 1ª Conferência Nacional de vigilância em saúde em pdf e
em áudio. Vale à pena clicar nele!
32
Em seu município, além dos Conselhos Locais de Saúde e do
Conselho Municipal, a Secretaria de Saúde tem uma estrutura que
contempla a vigilância em saúde. Além disso, as Secretarias Estaduais
de Saúde também.
Daí a importância de se instrumentalizar conselheiros e potenciais conselheiros
de saúde para um olhar voltado para a vigilância em saúde, mas com um
referencial de determinação social. Quando falamos em determinação
social, temos que contextualizar os sujeitos/usuários/pessoas. Como está a
disponibilidade de recursos para atender às necessidades diárias dessas
pessoas? Qual a disponibilidade de acesso a oportunidades educacionais,
econômicas e de emprego, acesso a serviços de saúde? Como é a distribuição
de equipamentos e recursos comunitários para suporte social? Que
oportunidades para atividades recreativas e de lazer são disponibilizadas?
Como se encontra a situação da segurança pública, apoio social, exposição à
violência e desordem social e condições socioeconômicas? Como se apresenta
a desigualdade social em nosso país? Qual a distância entre o mais rico e o
mais pobre? 
http://conselho.saude.gov.br/livros-publicacoes/2769-1-conferencianacional-de-vigilancia-em-saude
33
Historicamente a vigilância em saúde tem cumprido um papel ditatorial e
policialesco, principalmente no que tange à vigilância sanitária.
 A vigilância epidemiológica, por sua vez, seguiu um padrão de controle de
métodos biológicos, baseados somente na identificação e mitigação,
imunização e desenvolvimento de terapias, sem estímulo da participação
popular. 
Não se nega a importância dessas informações para a análise e o
monitoramento das condições de saúde da população, mas identifica-se a
falta de responsabilidade civil e dificuldade de resposta a novas epidemias no
mundo, como aconteceu na pandemia da COVID-19 (MENDONÇA
GUIMARÃES et al, 2021)
 As respostas para estes questionamentos são múltiplas e complexas, pois nos
remete a pensar a organização da nossa vida em sociedade. E, nesse sentido,
os movimentos sociais têm feito este enfrentamento em suas várias formas de
resistência. E a vigilância em saúde pode ser um campo profícuo de
articulação entre a sociedadecivil e os serviços de saúde (MENDONÇA
GUIMARÃES et al, 2021).
Visando uma oposição a esta noção, surge o conceito de vigilância
participativa como um “método oportuno para empoderar a população a
exercer a sua cidadania e apoiar governos na identificação de localidades”.
Esta perspectiva vai em direção a uma abordagem mais crítica, envolvendo o
controle social no processo de vigilância em saúde (MENDONÇA
GUIMARÃES et al, 2021).
Enquanto a vigilância convencional concebe o objeto saúde como um
processo essencialmente individual (casos), visando a perspectiva da doença,
a vigilância participativa, por meio de monitoramento/crítica da sociedade,
analisa os determinantes protetores e destrutivos da saúde, os estilos de vida
grupais e individuais, e de que adoecem e morrem as pessoas em seus
territórios.
Acesso a serviços completos
e de qualidade; 
Intervenções sobre fatores
contextuais de saúde; 
Abordando os
determinantes sociais 
Monitoramento e
avaliação; Vigilância
controle e
gerenciamento de riscos;
Pesquisa e gestão do
conhecimento.
Políticas, legislação e
marcos regulatórios;
Participação e
mobilização social.
Desenvolvimento de
RH para a saúde; 
Medicamentos e
outras tecnologias de
saúde;
Financiamento da
saúde.
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DE POLÍT
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Há décadas a Organização Panamericana de Saúde debate sobre quais são as
funções essenciais em saúde pública (FESP). Em 2020 revisou essas funções. 
As funções essenciais de saúde pública são enquadradas como capacidades
institucionais que os países devem fortalecer para uma ação apropriada
de saúde pública. A sociedade civil e os principais atores também devem
participar do desenvolvimento de políticas e não se limitar a facilitar a
prestação de serviços (OPAS). Esta perspectiva ajuda a direcionar o olhar para
as prioridades em saúde e dá um norte para população, gestores,
trabalhadores e controle social.
Funções Essenciais de Saúde Pública
34
Figura 2: Caracterização das funções essenciais da saúde pública na abordagem
integrada da saúde pública, OPAS, 2020.
Mas qual o conceito de saúde pública? 
Em 1920, Charles-Edward Amory Winslow conceituou a saúde pública
como
35
a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida,
promover a saúde e a eficiência física, saneamento do
ambiente, o controle de infecções comunitárias, a educação do
indivíduo em higiene pessoal, a organização do serviço médico
e de enfermagem para o diagnóstico precoce e tratamento
preventivo de doenças, e o desenvolvimento da maquinaria
social que garanta a cada indivíduo na comunidade um padrão
de vida adequado para a manutenção da saúde (OPAS, 2020, p.
14).
Outro conceito de saúde pública, inclusive que baseou a definição das
funções essenciais da saúde pública (FESP) é o de “intervenção
coletiva“, tanto do Estado quanto da sociedade civil, destinada a
proteger e melhorar a saúde das pessoas” (OPAS, 2020, p. 14). 
36
BRASIL. Ministério da saúde. O Decreto nº 7.508/11 e os desafios da gestão do
SUS. Brasília, 2014.
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Érika Roméria Formiga de Sousa, Gustavo Cabrera Christiansen, Matheus
Madson Lima Avelino e Samuel Pereira do Nascimento;Prefácio de Fernando
Zasso Pigatto. – 1. ed. – Porto Alegre, RS: Editora Rede Unida, 2022. Duração:
1h30m. (Série: Rádio-Livros em Defesa do SUS e das Saúdes, v. 2).
37
REFERÊNCIAS
https://iris.paho.org/

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