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Engº Luciano Figueiredo Engº Produção e Segurança do Trabalho Perito TRT 21ª Região A Perícia e o Laudo Técnico Requisitos da pessoa do Perito Nomeado e do Perito Assistente Quesito no processo pericial Laudo Pericial: tipos, linguagem técnica, características, elaboração e profissionais envolvidos Técnicas de trabalho pericial Parecer do Assistente Técnico Diferença entre Laudo e Parecer Prática Pericial e Processualística na área de Saúde e Segurança no Trabalho Perícias Judiciais Legislação Aplicável Sanções Penais e Profissionais Projetos Integradores Práticas : Metodologias e situações lucianofigueiredo@gmail.com 2 Conhecer e familiarizar-se com as técnicas de trabalho periciais, bem como o papel fundamental do perito no desenvolvimento dos lautos técnicos, de Segurança no Trabalho; Adquirir os conhecimentos específicos da atividade pericial, incluindo processualística, a legislação aplicável e a operacionalização do ato pericial, desenvolvendo sentido crítico em relação à Segurança no trabalho e seus principios; Desenvolver, nos laboratórios da instituição ou nas empresas conveniadas, um projeto, referente aos conteúdos estudados na disciplina. lucianofigueiredo@gmail.com 3 80 horas 2 encontros semanais – 04 aulas lucianofigueiredo@gmail.com 4 02 (duas) avaliações por disciplina, para efeito do cálculo da média parcial. A média parcial é calculada pela média aritmética das duas avaliações efetuadas. lucianofigueiredo@gmail.com 5 BIBLIOGRAFIA BÁSICA FINKER, José; MEDEIROS JUNIOR, Joaquim da Rocha. Perícia Judicial – Como Redigir Laudos e Agumentar Dialeticamente. 2009. ZARZUELA, José Lopes, MATUNAGA, Minoru, THOMAZ, Pedro Lourenço. Laudo Pericial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. FINKER; José. Linguagem do laudo pericial. 2.ed. LEUD, 2010. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR FARACO, Sergio Roberto. Perícias em DORT. 2.ed. LTR, 2010. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 69. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MOTTA, Rubens Cecci. Crônicas em perícias médicas e DORT e reabilitação profissional. 2.ed. LTR, 2010. lucianofigueiredo@gmail.com 6 Conteúdo dividido em 06 partes: 1. Aspectos Gerais da Perícia Judicial 2. Perito Judicial e Assistente Técnico Pericial 3. Laudo Pericial 4. Vocabulário Jurídico, Petições 5. Remuneração 6. Responsabilidade Civil e Criminal, Medidas Preventivas lucianofigueiredo@gmail.com 7 Não será discutido aspectos técnicos e científicos dos diversos ramos do conhecimento humano e patrimônio pessoal dos Peritos Judiciais; Exigência de formação especializada em determinado ramo do conhecimento técnico-científico Demanda crescente Objetivo desta disciplina Disponibilizar as rotinas, as práticas e procedimentos que são utilizados nos tribunais, enfim, na vida forense, facilitando com isso o desempenho do trabalho desses honrados profissionais e a maior possibilidade de sucesso na carreira de perito e de assistente técnico. lucianofigueiredo@gmail.com 8 Iª PARTE 1. Perícia Judicial 1. Conceito 2. Objetivo 3. Natureza 4. Espécies 5. Estrutura 6. Fundamentação Legal lucianofigueiredo@gmail.com 9 Palavra Perícia – latim “peritia” (conhecimento adquirido pela experiência, saber, habilidade) Perícia é a atividade concernente a exame realizado por profissional especialista, legalmente habilitado, destinada a verificar ou esclarecer determinado fato, apurar as causas motivadoras do mesmo, ou o estado, a alegação de direitos ou a estimação da coisa que é objeto de litígio ou processo. Instituto Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia da Paraíba (IBAPE/PB) lucianofigueiredo@gmail.com 10 Perícia Judicial É a atividade ou diligência ordenada por um Juiz, com a finalidade de apurar tecnicamente um fato, visando o convencimento do juiz durante a instrução processual. lucianofigueiredo@gmail.com 11 Perícia Judicial – Prova Técnica sobre a existência ou inexistência de determinado FATO. Perícia Judicial é a forma de se demonstrar, por meio de Laudo Pericial, a verdade de fatos ocorridos e contestados por interessados ou partes, bem como examinados por especialistas (peritos) do assunto objeto da perícia, e a qual servirá como meio de prova em que se baseia o juiz para a solução de determinado processo. lucianofigueiredo@gmail.com 12 De acordo com o Código de Processo Civil (CPC) Art. 125 - O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I. assegurar às partes igualdade de tratamento; II. velar pela rápida solução do litígio; III. prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; IV. tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. lucianofigueiredo@gmail.com 13 A Perícia Judicial tem por objetivo fundamentar as informações demandadas, mostrando a verdade dos fatos de forma imparcial e merecedora de fé, tornando-se meio de prova para o juiz resolver as questões propostas no processo. lucianofigueiredo@gmail.com 14 A Perícia Judicial destina-se à avaliação, vistoria ou exame de determinado fato, estado ou valor de um objeto controvertido dentro da causa ou do processo judicial, onde o perito irá verificar, apreciar e interpretar tais fatos, transmitindo ao juiz, através do laudo pericial, o resultado de sua apreciação técnica acerca do que foi periciado, permitindo ao juiz formar seu convencimento jurídico sobre o fato, estado ou valor, objeto da prova pericial. lucianofigueiredo@gmail.com 15 O Objeto nas Perícias de Segurança e Saúde no Trabalho, ocorre em regra no ambiente de trabalho, através da identificação de ambiente insalubre e/ou periculoso, bem como no corpo do trabalhador, nas perícias de indenização acidentária por danos morais, estéticos e materiais. lucianofigueiredo@gmail.com 16 Tem Natureza Jurídica de Atividade Processual Probatória; Tem como motivação o fato do juiz depender do conhecimento técnico ou especializado de um profissional (perito) Assim, a Perícia Judicial é um tipo ou espécie de prova processual, de natureza técnica, realizado por um profissional especialista, denominado de Perito, Louvado ou Expert Judicial, previamente escolhido e designado por um Juiz. lucianofigueiredo@gmail.com 17 Inicialmente vamos dividir as espécies em dois grandes ramos: Perícia Judicial Perícia Extrajudicial lucianofigueiredo@gmail.com 18 Perícia Judicial É específica e define-se pelo texto da lei. É definida pelo fato de ser realizada por ordem de um Juiz, ‘ex officio’ ou a pedido das partes. De acordo com o CPC Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. lucianofigueiredo@gmail.com 19 Perícia Judicial Exame Consiste em inspecionar, analisar, investigar pessoas, coisas móveis ou semoventes. Vistoria Consiste em inspecionar, analisar imóveis em geral (terrenos, prédios, etc.) Avaliação Consiste na busca de se atribuir, de forma estimativa, um valor monetário às coisas, móveis ou imóveis, e aos direitos e obrigações que constituem objeto da perícia. lucianofigueiredo@gmail.com 20 Perícia Judicial De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. Insalubridade – Art. 189 a 192 da CLT / NR 15 Periculosidade – Art. 193 da CLT / NR 16 lucianofigueiredo@gmail.com 21 Perícia Judicial Podem ainda ser classificadas em Oficiais – determinadas pelo juiz sem requerimento das partes: “Ex officio” Requeridas – determinadas pelo juiz, a pedido das partes Necessárias – quando a lei ou a natureza do fato impõessua realização Facultativas – o juiz determina, se houver conveniência Perícias do Presente – realizadas no curso da ação Perícias do Futuro – são medidas cautelares preparatórias da ação principal. Visam a perpetuar fatos que podem desaparecer com o tempo lucianofigueiredo@gmail.com 22 Perícia Extrajudicial É aquela realizada fora do processo judicial. É iniciada por vontade da parte interessada e tem por objetivo demonstrar a verdade ou não de um fato, sua existência ou inexistência, bem como discriminar interesses de cada pessoa envolvida em matéria conflituosa; comprovar simulação, fraude, desvios, danos etc. Perito particular escolhido pelo interessado – unilateral Sem intervenção judicial Não obedece ao contraditório, à publicidade nem a ampla defesa Como resultado da perícia tem-se o PARECER lucianofigueiredo@gmail.com 23 Perícia Extrajudicial De acordo com o CPC Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes. lucianofigueiredo@gmail.com 24 Perícia Extrajudicial Perícia Semijudicial – é aquela realizada por meio estatal, determinadas por autoridades policiais, parlamentares, administrativas etc., mas que não foi ordenada por um juiz no curso de um processo judicial. Perícia Arbitral – é aquela realizada por um perito, e, embora não seja determinada por um juiz, tem valor de perícia judicial, embora sua natureza seja extrajudicial, pois as partes litigantes escolheram o procedimento da arbitragem para a solução do litígio, submetendo-se às regras da arbitragem, que, após a conclusão do procedimento (Setença Arbitral) terá força executiva na justiça, como sendo título executivo judicial, nos termos do art. 475-N, inciso IV do CPC. lucianofigueiredo@gmail.com 25 Perícia Extrajudicial Perícia Obrigatória – é aquela que é determinada por lei e é indispensável para que haja a caracterização, classificação ou tipificação legal de um fato. É o que ocorre, por exemplo, com a insalubridade e a periculosidade, no incidente de falsidade (CPC, art. 392), na venda a crédito com reserva de domínio (CPC, art. 1.071, §1º) etc. A sua falta pode gerar a nulidade do processo ou o indefereimento do pedido, objeto da prova pericial. Perícia Facultativa – é aquela em que a realização da perícia dependerá de iniciativa ou requerimento da parte ou interessado. A sua falta não gera nulidade do processo. lucianofigueiredo@gmail.com 26 Perícia Extrajudicial Perícia Indireta – ocorre quando a perícia direta for impraticável (CPC, art. 420, III). Neste caso, mesmo que já não exista a coisa ou a pessoa a ser periciada, admite-se que o perito, com base em registros (públicos ou privados) ou ainda através de indícios, emita o seu laudo, em torno da situação da coisa, quando for existente, ou das condições da pessoa, quando viva. Aqui, o trabalho do perito é de reconstituir fatos passados ou transitórios, tornando- os atuais para o juiz, desde que tenham deixado vestígios. lucianofigueiredo@gmail.com 27 1. Fase Preliminar a) Identificação da necessidade da Perícia (Art. 145, CPC) b) Deferimento da Perícia / Nomeação do Perito / Prazo do Laudo Pericial c) Formulação dos Quesitos / Assistente Técnico d) Ciêcia do Perito / Impedimento ou Suspeição e) Honorários f) Determinação do local, dia e hora da Perícia 2. Fase Operacional a) Início da Perícia e Diligências b) Curso do Trabalho c) Elaboração do Laudo Pericial 3. Fase Final a) Assinatura do Laudo b) Entrega do Laudo c) Levantamento dos honorários d) Esclarecimentos (se requeridos) lucianofigueiredo@gmail.com 28 O art. 420 do CPC estabelece que a Prova Pericial consiste em Exame, Vistoria ou Avaliação, enquanto o art. 145 determina que o juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. A Perícia pode ser requerida pelas partes, autor ou réu, ou ainda, determinada por iniciativa do próprio juiz. lucianofigueiredo@gmail.com 29 Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável. lucianofigueiredo@gmail.com 30 Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. § 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - indicar o assistente técnico; II - apresentar quesitos. § 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado. lucianofigueiredo@gmail.com 31 Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito. Art. 424. O perito pode ser substituído quando: I - carecer de conhecimento técnico ou científico; II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado. Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. lucianofigueiredo@gmail.com 32 Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária. Art. 426. Compete ao juiz: I - indeferir quesitos impertinentes; II - formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa. Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes. Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia. lucianofigueiredo@gmail.com 33 Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças. Art. 430. REVOGADO Art. 431. REVOGADO Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova. Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico. Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio. lucianofigueiredo@gmail.com 34 Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo. Art.434. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento. Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação. lucianofigueiredo@gmail.com 35 Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos. Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência. Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não Ihe parecer suficientemente esclarecida. lucianofigueiredo@gmail.com 36 Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira. Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra. lucianofigueiredo@gmail.com 37 IIª PARTE 1. Perito Judicial 1. Conceito 2. Função 3. Deveres 4. Direitos 5. Local de Trabalho 6. Impedimentos e Suspeições 2. Assistente Técnico Pericial 1. Conceito 2. Função 3. Direitos 4. Parecer Técnico Pericial 5. Espécies de Parecer Técnico Pericial 6. Prazo de Entrega do Parecer 7. Perito e Assistente Técnico - Diferenças lucianofigueiredo@gmail.com 38 Conceito Projeto de Lei (PL) nº 3419, de 2004, de autoria do deputado Eduardo Paes – PSDM/RJ, que Regulamenta o exercício da atividade, define as atribuições do Perito Judicial e do Assistente Técnico, apresenta a seguinte definição: Art. 1º - Perito Judicial é o profissional com curso superior, habilitado pelo respectivo órgão de classe regional, inscrito na Associação de Peritos do Estado, nomeado por Juiz de Direito para atuar em processo judicial que tramite em Varas e Tribunais de Justiça Estaduais, em Varas e Tribunais Regionais e Federais, com a finalidade de pesquisar e informar a verdade sobre as questões propostas, através de Laudos e de provas científicas e documentais. lucianofigueiredo@gmail.com 39 Conceito Já o CPC trata do assunto nos seguintes termos: Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito... § 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente... § 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. § 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. lucianofigueiredo@gmail.com 40 Conceito Diante dos elementos presentes na lei, podemos construir os seguintes conceitos: I. Perito Judicial é uma pessoa física ou natural, isto é, um homem ou uma mulher, que possui um conhecimento técnico especializado em uma determinada área científica estranha às ciências jurídicas, que preenche os requisitos exigidos na lei, e que é nomeado pelo Juiz para realizar uma Perícia Judicial. II. Auxiliar da Justiça, nomeado pelo Juiz, para atuar num processo judicial, em razão dos seus conhecimentos e habilidades profissionais (“Expert”), para produzir um Laudo Técnico sobre determinada matéria. lucianofigueiredo@gmail.com 41 Quem pode ser Perito Judicial? De acordo com o art. 145, §1º, do CPC, não basta a qualidade de médico, engenheiro, contador, etc., do perito, para a realização de determinada perícia. Indicação ramo de atividade ou especialidade por parte de entidade profissional ou pelo próprio perito. Como já citado, caso o Juiz tenha esta formação/conhecimento técnico, deve mesmo assim nomear um perito para permitir o amplo direito de defesa e contraditório das partes, no processo. lucianofigueiredo@gmail.com 42 Função do Perito De acordo com o CPC Art. 130. Caberá ao juiz determinar as provas necessárias à instrução do processo E segundo a CLT Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho lucianofigueiredo@gmail.com 43 Função do Perito Perito deve examinar, verificar, certificar, comprovar a existência ou não do agente em determinado ambiente de trabalho e se afetava ou não o(s) empregado(s) que pleiteiam tal adicional Perito deve ter Percepção Técnica dentro do Procedimento Legal da Perícia, que se materializa através do Laudo Pericial, que obriga o perito a concluir “É” ou “NÃO É”. Perito NÃO JULGA, ele apenas AUXILIA o Juiz. lucianofigueiredo@gmail.com 44 Função do Perito Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças. Perito deve atuar dentro dos limites do objeto da perícia e com prudente arbítrio, não podendo ultrapassar suas atribuições e investigar fatos, coisas ou pessoas estranhas ao objeto da perícia, sob pena de ser responsabilizado por tal conduta. lucianofigueiredo@gmail.com 45 Função do Perito Produzir Prova Técnica ou Pericial, que se materializa em um documento chamado Laudo Pericial para auxiliar a formação do convencimento do juiz sobre determinado fato, objeto de demanda judicial. lucianofigueiredo@gmail.com 46 Deveres do Perito Judicial 1. Ter Formação Acadêmica - diploma de comprovação de curso superior; 2. Registro em órgão de classe regularizado; 3. Formação Especializada no trabalho que irá executar – domínio técnico para atuar como Expert na produção de perícias; 4. Possuir sólido conhecimento técnico (experiência profissional), firmeza e serenidade; 5. Realizar a perícia no prazo determinado pelo Juiz; 6. Prestar informações verídicas (Pena de inabilidade de funcionamento por 2 anos em outras perícias, além de sanções penais) lucianofigueiredo@gmail.com 47 Direitos do Perito Judicial 1. É considerado Funcionário Público para efeitos civis e penais, a teor dos artigos 139 do CPC e 327 do Código Penal (CP) Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. lucianofigueiredo@gmail.com 48 Direitos do Perito Judicial 2. Ter acesso ao processo, isto é, retirá-lo da Secretaria da Vara (Carga do Processo) 3. Ter acesso amplo ao local da perícia, sozinho ou comas partes, advogados, assistentes técnicos – o perito é representante legal do Juiz no ato da perícia 4. Pode recusar o encargo de perito, alegando suspeição ou impedimento 5. Ter um prazo razoável para a realização da perícia 6. Remuneração compatível com a complexidade da perícia 7. Honorários periciais não devem ser vinculados ao resultado do processo judicial, procedimento administrativo e/ou valor da causa lucianofigueiredo@gmail.com 49 Local de Trabalho do Perito Judicial Tradicionalmente – locais Perigosos e/ou Insalubres No entanto, com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho: Local de Trabalho do perito está diretamente ligado ao objeto da perícia – à pessoa, à coisa ou ao fato submetido à análise ou exame por parte do perito. 1. O ambiente de trabalho (insalubridade e/ou periculosidade) 2. O corpo do trabalhador e o ambiente de trabalho (indenização acidentária por danos materiais, morais e/ou estéticos) lucianofigueiredo@gmail.com 50 Impedimento ou Suspeição Segundo o CPC Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: I. ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135; II. ao serventuário de justiça; III. ao perito; IV. ao intérprete. Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito. lucianofigueiredo@gmail.com 51 Impedimento ou Suspeição Recusa é o ato da parte que poderá impugnar a nomeação de determinado perito por motivo de Impedimento ou Suspeição O motivo de Impedimento, suscitado pelo próprio perito (escusa) ou alegado pela parte (recusa) deve fundamentar-se em uma das hipóteses do art. 134 do CPC: Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. lucianofigueiredo@gmail.com 52 Impedimento ou Suspeição O motivo de Suspeição, suscitado pelo próprio perito (escusa) ou alegado pela parte (recusa) deve fundamentar-se em uma das hipóteses do art. 135 do CPC: Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I. amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II. alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III. herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV. receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V. interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. lucianofigueiredo@gmail.com 53 Impedimento ou Suspeição A doutrina e a jurisprudência também entendem como Suspeitos: 1. Após a fixação dos honorários periciais pelo Juiz, procura uma das partes visando obter remuneração diversa, superior a fixada pelo magistrado 2. Quando o Perito Judicial revela o resultado (conclusão) a uma das partes antes entregar o Laudo Pericial ao Juiz 3. Quando o Perito é declarado inabilitado para funcionar em outras perícias, por decisão judicial, de acordo com o art. 147 do CPC Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer. lucianofigueiredo@gmail.com 54 Continua… lucianofigueiredo@gmail.com 55
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